a comunicação interpessoal
Post on 27-May-2015
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A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL TEM BLOQUEIOS
PREJUDICIAIS ÀS EMPRESAS?
Um dos fatores que diferenciam o ser humano dos demais seres é a
linguagem na comunicação. Somente a consciência de si mesmo e o
potencial latente para a elevação do nível de consciência serão, certamente,
mais importantes do que a comunicação. Esta, no entanto, tem participação
ativa em ambos.
A comunicação mais conhecida é a verbal, objeto de estudos da linguística,
da psicologia e da neurociência. A descoberta da neurociência de que o
centro da fala estava localizado no hemisfério cerebral esquerdo, em um
local que veio a ser denominado área de Broca, em homenagem ao cientista
Paul Broca, aconteceu em torno de 1860.
Nos últimos 50 anos, inúmeros pesquisadores têm-se dedicado a estudar
várias outras formas de comunicação entre os seres humanos. Em alguns
povos primitivos, a comunicação também se dá por meio de movimentos
corporais, por sinais usando elementos da natureza ou mesmo danças,
como se observa até nos animais.
A comunicação verbal
Assim como em qualquer outra atividade entre seres humanos, na
comunicação verbal os fatores psicológicos racional e emocional merecem
especial consideração. Dentro de nossa formação cultural cartesiana, sem o
devido conhecimento do fator emocional interveniente na comunicação,
problemas os mais diversos surgem.
Sem considerar os fatores psicológicos envolvidos, a teoria da
comunicação é ensinada nas escolas levando em conta os elementos citados
na figura:
Quando a comunicação não se dá de forma clara, diz-se que nela há ruído.
Os ruídos podem originar-se dos agentes, emissor e/ou receptor, ou dos
meios de comunicação.
O emissor é a fonte ou início do processo de comunicação, e o receptor é o
seu fim, ou seja, quem recebe a mensagem.
A mensagem é o conteúdo da comunicação. O canal é representado pelos
meios físicos de circulação das mensagens.
A codificação traduz a informação em signos identificáveis, e a
decodificação só será possível se o receptor identificar e compreender os
signos e suas regras.
O emissor transmite uma mensagem num determinado código através de
um canal escolhido. Por seu turno, o receptor terá que decodificar a
mensagem, que chega cheia de ruídos. O feedback se dá pelo retorno ao
Teoria da Comunicação
Decodificação
Codificação
Feedback
Ruídos
Canal
emissor daquilo que foi recebido. Idealmente, e isso não acontece na
grande maioria das empresas, o circuito deveria continuar até que o
receptor tivesse decodificado exatamente o significado do que foi emitido,
Todavia, esse processo cartesiano não funciona na prática porque o fator
emocional introduz na mensagem uma série de ruídos em qualidade e
quantidade muito maiores do que aqueles que hoje são provenientes das
falhas da tecnologia.
Os ruídos psicológicos
Os ruídos psicológicos existem tanto no emissor quanto no receptor, devido
à pré-condicionamentos inconscientes. Estes resultam em obstáculos não só
na codificação do significado pelo emissor, mas também na decodificação
do significante pelo receptor. O significado é o conceito que está na cabeça
da pessoa que transmite determinada mensagem. O significante é a parte
acústica da linguagem do emissor e que é recebida pelo receptor.
A figura abaixo mostra que os pré-condicionamentos inconscientes
(representados pelas estrelinhas) atuam não só na oportunidade de se
adquirir conhecimento, aumentando o ruído e, logo, reduzindo a percepção
para um melhor entendimento por parte do receptor.
AQUISIÇÃO DO
CONHECIMENTO
TRANSMISSÃO DO
CONHECIMENTO
(INATO + ADQUIRIDO)
MEMÓRIA
(INATA + ADQUIRIDA)
PRÉ-CONDICIONAMENTOS INCONSCIENTES
Os pré-condicionamentos inconscientes também atuam na hora de nos
comunicarmos (transmissão de conhecimento) aumentando ruídos e, logo,
reduzindo a clareza da fala do emissor.
A grande solução para uma comunicação eficaz, que diminua ao máximo
os ruídos do emissor e do receptor, é a redução das ‘estrelinhas’, ou seja,
dos pré-condicionamentos inconscientes.
TRATADO Estratégia Correta
INFORMAÇÃO RUÍDO PSICOLÓGICO
NÃO TRATADO Só Deus sabe
Como os ruídos são provenientes de pré-condicionamentos inconscientes,
torna-se necessário conscientizá-los. E como isso só pode ser resolvido
com autoanálise, psicanálise, meditação ou outras técnicas da psicologia
organizacional, não aceitas pela cultura cartesiana, ficam as organizações
sem essa opção para serem excelentes.
A comunicação e a eficácia organizacional
É fácil de entender porque as empresas não alcançam o sucesso, pelo
menos por esta falha: nos processos decisórios ou no seu planejamento
estratégico a fase de troca de informações resulta deficiente (muito “ruído
psicológico” na comunicação). Considerando que a estratégia para ser
eficaz depende fundamentalmente de informações corretas... o mestre Peter
Drucker diria que a probabilidade de sucesso é mínima.
Mensagem recebida +/- 30% a 50% da mensagem enviada
Num futuro próximo, os assuntos “místicos”, acima referidos, terão que
fazer parte do cotidiano das organizações.
Os visionários, aqueles que estão à frente de empresas inovadoras, sabem
que as ações estratégicas dependem de informações estratégicas: estas têm
que ser claras e sem ruído. Delas depende o futuro da empresa, de modo
que a prioridade deve ser a busca da informação através da comunicação
interativa, uma comunicação do século XXI, profissional, e não a
informação obtida de forma amadora, sem as considerações mencionadas.
Como disse acima, existem técnicas fundamentadas na psicologia, e, para o
caso, na psicologia organizacional, que venho aplicando desde 1984, para
derrubar grande parte das barreiras inconscientes do emissor e do receptor.
A comunicação verbal eficaz, ou seja, limpa de “ruídos psicológicos”, é
uma das áreas mais importantes da psicologia organizacional, já que sua
função é comparada por alguns teóricos à do “sangue” no organismo
humano, que flui para dinamizar suas diversas áreas. Conclusão, se o
sangue não corre o corpo morre.
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