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TCMÊM.~~/dt INSTRUÇAO CAMERAL N° 001/2007 -2" C'njNcloNARIO--- -

A SEGUNDACÂMARADO TRIBUNALDE CONTAS DOS MUNiCíPIOSDOESTADODABAHIA,no usodas atribuiçõesinsertasno incisoIV, artigo35e no § 2°,do artigo41, da ResoluçãoTCM nO627/02,e considerandoque:

o Sr. Carlos Alberto Cruz do Carmo, Presidente da Câmara Municipalde Catu, formalizou consulta a esta Corte de Contas, protocolada sob TCM nO02930-07, no sentido de requerer orientação técnica a respeito de contrataçãoonerosa de empresa prestadora de serviço na área de plano de saúde paravereadores e servidores.

Questionou-se a possibilidade do Poder Legislativo Municipal, atravésdeato normativo próprio, disciplinar a CONTRATAÇÃO DE EMPRESAPRESTADORA DE SERViÇO NA ÁREA DE PLANO DE SAÚDE, arcando oPoder com o valor referente a até 50% (cinquenta por cento) dasmensalidades.

Anteriormente ao sorteio na 2a Câmara, o processo foi submetido aoexame da Unidade de Assistência Jurídica aos Municípios - UAJM - destaCorte, que emitiu o do Parecer nO 131/07, que adotamos na íntegra comorazão de decidir, merecendo, dentre outras considerações pontuar o seguinte:

"É certo que os recursos municipais, em forma de tributos ou em.decorrência de transferências governamentais, não devem ser utilizadospara atender a necessidades que não sejam de interesse geral oucoletivo, ou seja, o bem comum da coletividade administrada, afastando-se, de pronto, aquelas vantagens e benefícios destinados a determinadacategoria, o que configura, no mais das vezes, privilégiodiscriminatório e injustificado"(Grifo Nosso).

o administrador, no uso de suas atribuições legais, deve utilizar suacompetência legal para o bem de toda uma coletividade, de forma queprivilegiar somente alguns em detrimento dos demais consiste num ato ilegal earbitrário. A concessão desse privilégio por parte da Câmara vai de encontroaos Princípios Constitucionais inerentes à Administração Pública, princípiosesses indispensáveis em uma administração justa, ética, transparente ecorreta. Dessa forma, a referida Unidade ratifica tal entendimento e cita,sabiamente, o posicionamento do Mestre Celso Antônio Bandeira de Mello àrespeito desse tema, como se observa:

"... a despesa objeto da presente consulta não encontra amparo nalegislação pertinente e representa, por outro lado, um privilégio . quedestoa dos princípios regedores da Administração Pública, que tão:

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TRIBUNALDE CONTAS DOS MUNICÍPIOSDO ESTADO DABAmAA~M,

Legalidade, /mpessoa/idade, Moralidade, Publicidade e Eficiência,consoante enumerados do art. 37 caput da Carta Magna, que, no dizerde Celso Antônio Bandeira de MeIo, em " Curso de DireitoAdministrativo", Malheiros Editores, 1993, pág 44, " representamverdadeiros vetores do ordenamento jurídico".

A UAJM aprofunda a discussão no que tange ao Princípio daMoralidade, ao mencionar o entendimento do Ilustre Hely Lopes Meirelles, inDireito Administrativo Brasileiro, 24a ed, Malheiros Editores, São Paulo, 1999,pags.84 e 85, conforme vejamos:

"A moralidade administrativa está intimamente ligada ao conceito do"bom administrador", que, no dizer de Franco Sobrinho, "é aquele que,usando de sua competência legal, se determina não só pelos preceitosvigentes, mas também pela moral comum". Há que conhecer, assim, asfronteiras do lícito e do ilícito, do justo e do injusto, nos seus efeitos. Eexplica o mesmo autor: "Quando usamos a expressão nos seus efeitos,é para admitir a lei como regra comum e medida ajustada. Falando,contudo, de boa administração, referimo-nos subjetivamente a critériomorais que, de uma maneira ou de outra, dão valorjurídico à vontadepsicológica do administrador". O inegável é que a mora/idadeadministrativa integra o Direito como elemento indissociávelna suaaplicação e na sua finalidade, erigindo-se em fator de legalidade. Daí porque o TJSP decidiu, com inegável acerto, que "o controle jurisdicional serestringe ao exame da legalidade do ato administrativo; mas porlegalidade ou legitimidade se entende não só a conformação do ato coma lei, como também com a moral administrativa e com o interessecoletivo"(Grifo Nosso).

Todas as atividades da Administração Pública são limitadas pelasubordinação da ordem jurídica, ou seja, à legalidade e aos demais princípiosda Administração Pública. Na relação administrativa, a vontade daAdministração Pública é aquela que decorre da Lei.

O parecer conclui ratificando que o objeto da referida consulta não érespaldado em qualquer previsão legal, tornando-se, dessa maneira, revestidode ilegalidade, conforme se observa:

"Finalizando, concluímosque, por inexistirprevisão legal para o quese aspira, no âmbito da administração pública, reveste-se de ilegalidadea pretensão em se contratar, para os Servidores e Vereadores daCâmara de Catu, empresa que ofereça PLANOS DE SAÚDE com ônusindireto para a coletividade.

A concessão desse privilégio aos Funcionários e Edis da Câmara,às custas do orçamento do Parlamento municipal, vulnera, de modoespecial, os princípios da /egalidade, impessoa/idade, moralida$ erazoabilidade. "

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~ ., TRmUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAIIIAIrtrvx

Por fim, vale ressaltar que a Unidade Jurídica, acertadamente, sugereque a Câmara poderá atuar como órgão meramente Repassador, de forma queo ônus integral do benefício seja assumido, unicamente, pelos vereadores eservidores.

A vista do quanto exposto, entende este relator que deve o Consulenteser comunicado do teor do pronunciamento que ora se acolhe, para o que se

INSTRUI:

Em resposta à consulta formalizada pelo Presidente da CâmaraMunicipal de Catu, no exercício financeiro de 2007, através do processo nO02930-07, concluímos no sentido de que o Chefe do Poder Legislativo nãopoderá utilizar recursos públicos para celebrar contrato com empresaprestadora de serviço na área de Plano de Saúde assistindo seus Vereadorese Servidores, vez que tal benefício fere expressamente os princípiosconstitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade e razoabilidade. Noentanto, poderá sim a Câmara, atuar como Órgão Repassador, desde que oônus integral do benefício seja assumido, exclusivamente, pelos vereadores eservidores.

Recorra-se desta decisão ao colendo Plenário deste Tribunal.

SALA DAS SESSÕES DA 28 CAMARA DO TRIBUNAL DE CONTASDOS MUNiCípIOS, em 15 de agosto de 2007.

.~ · ,,14- OL ~Cons.JOSEAfI-~EDO"ROCH'lIAS - Presidente

ti.

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