aminoácidos digestíveis na nutrição de frangos
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Aminoacidos digestiveis na nutricao de frangos de corteTRANSCRIPT
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Marlia Nogueira da Silva Fernandes1
1Doutoranda em Zootecnia, Departamento de Zootecnia, Escola de Veterinria, UFMG, Brasil
E-mail: [email protected]
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Aminocidos digestveis na nutrio de frangos de corte
Marlia Nogueira da Silva Fernandes1
1Doutoranda em Zootecnia, Departamento de Zootecnia, Escola de Veterinria, UFMG, Brasil
E-mail: [email protected]
Introduo
A partir da dcada de 60 os
nutricionistas passaram a formular as
raes com base na digestibilidade dos
aminocidos para atender a necessidade
protica dos animais. Os valores de
digestibilidade dos aminocidos
expressam melhor o contedo
disponvel para as aves melhorando o
desempenho e reduzindo o custo das
dietas.
Trabalhando com o correto
balanceamento dos aminocidos, o
animal no receber a dieta nem com
excesso nem com deficincia de
aminocidos. Em nveis acima dos
recomendados os aminocidos so
eliminados pelo organismo a um custo
elevado de energia que poderia ser
destinada a produo, alm da liberao
do nitrognio pelas excretas levando a
poluio ambiental. Em nveis abaixo
dos recomendados, a deficincia de um
aminocido prejudica a absoro dos
demais aminocidos reduzindo os
ndices produtivos.
O conhecimento da
digestibilidade dos nutrientes representa
uma melhora na eficincia de utilizao
dos alimentos e um aumento na preciso
na formulao das raes (Rostagno et
al., 1999). A formulao de raes
baseando-se em aminocidos digestveis
otimiza o uso de matrias-primas de alto
custo e possibilita a substituio do
milho e da soja por ingredientes
alternativos, garantindo um aporte
equivalente de aminocidos digestveis
pela correo das deficincias com a
suplementao de aminocidos
sintticos.
A exigncia em aminocidos do
animal e o potencial do alimento em
fornecer os aminocidos na forma
metabolicamente disponvel esto
entrelaados. Para utilizar o
conhecimento de um, devemos ter o
conhecimento do outro (Levesque, et al.
2010).
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As metodologias utilizadas para
estimar as exigncias de aminocidos e
aminocidos disponveis so ainda uma
questo de discusso entre os
pesquisadores. O objetivo desta reviso
de literatura foi abordar sobre os
aminocidos digestveis na nutrio de
frangos de corte.
Reviso de Literatura
Aminocidos
O aminocido uma molcula
orgnica que contem um grupo amina
(NH2) e um grupo carboxila (COOH). A
forma mais importante dos
aminocidos, os alfa-aminocidos, que
formam as protenas, tem como
estrutura um carbono central ao qual se
ligam quatro grupos: o grupo amina, o
grupo carboxlico, o hidrognio e um
grupo caracterstico de cada
aminocido. Os aminocidos se unem
atravs de ligaes peptdicas,
formando os peptdeos e as protenas
(Champe & Harvey, 1996).
H mais de 20 aminocidos
constituintes das protenas dos animais
e todos so considerados
fisiologicamente essenciais. As aves
sintetizam 10 destes aminocidos, os
outros, devem ser fornecidos atravs da
dieta e so considerados aminocidos
essenciais. Os aminocidos essenciais
para as aves so: a lisina, a metionina, o
triptofano, a treonina, a arginina, a
isoleucina, a leucina, a histidina, a
fenilalanina e a valina. A glicina um
aminocido condicionalmente essencial,
desde que a taxa de sntese no suporte
a mxima taxa de crescimento do frango
de corte. A tirosina e a cistina so
consideradas como semi-essencial,
desde que possam ser sintetizadas a
partir da fenilalanina e da metionina,
respectivamente. Nas dietas prticas, a
metionina o primeiro aminocido
limitante e a lisina o segundo para
frangos de corte e poedeiras (Ravidran
& Bryden, 1999).
Biodisponibilidade dos aminocidos
Vrios termos tm sido
utilizados na avaliao da qualidade dos
nutrientes do alimento, especialmente
para protenas e aminocidos. A
biodisponibilidade dos nutrientes
importante para a eficiente utilizao no
crescimento, mantena e produo dos
animais.
A funo principal da protena
diettica fornecer aminocidos e
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protenas de qualidade, que medida
pelo contedo de nitrognio e
aminocidos constituintes da fonte
protica. A biodisponibilidade de
aminocidos definida como a
proporo de aminocidos ingeridos
atravs da dieta que so absorvidos e
convertidos potencialmente adequados
para o metabolismo ou sntese de
protenas (Lewis & Bayley, 1995).
Nutrientes, como os aminocidos, so
considerados biodisponveis quando
podem ser utilizados para as funes
metablicas normais do corpo.
Entretanto, a avaliao quantitativa da
biodisponibilidade das protenas e dos
aminocidos difcil em comparao
com carboidratos e gorduras (Ravindran
& Bryden, 1999).
Digestibilidade aparente dos
aminocidos
A digestibilidade tem sido
utilizada em detrimento do termo
disponibilidade de aminocido, que o
conceito aceito e reconhecido na
nutrio animal, atribudo ao fato de
que os nutrientes no so
completamente digeridos e
metabolizados. A disponibilidade de um
nutriente obtida em funo do
processo de digesto, da metabolizao
e da utilizao pelo tecido animal
(Sakomura & Rostagno, 2007).
Os valores de aminocidos
digestveis podem ser expressos como:
digestibilidade aparente, digestibilidade
padronizada e digestibilidade
verdadeira. A digestibilidade aparente,
da excreta ou da digesta ileal, so
valores de digestibilidade que incluem e
no distinguem entre os aminocidos da
dieta e os aminocidos endgenos.
Esses valores no so corrigidos para o
fluxo de aminocidos endgenos e
podem ser influenciados pelo consumo
de rao e contedo de protena na dieta
(Fan et al., 1994).
A baixa concentrao de
protena e de aminocidos na dieta pode
proporcionar elevada quantidade de
aminocidos endgenos presente na
digesta. Ao avaliar as dietas de baixa
protena, a digestibilidade aparente do
aminocido ser subestimada devido
elevada contribuio do aminocido
endgeno (Stein et al., 2007).
Com o acrscimo na concentrao de
protena da dieta, a proporo dos
aminocidos endgenos ir cair e a
digestibilidade aparente aproximar da
digestibilidade verdadeira (Stein et al.,
2007).
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Aminocidos endgenos
Junto com as fontes dietticas, as
protenas so tambm fornecidas para o
intestino na forma de secrees
endgenas. As mucoprotenas e a
descamao das clulas epiteliais
intestinal contribuem para os
aminocidos endgenos no intestino
(Scott et al., 1982).
Segundo Simon et al. (1983),
mais de 25% da sntese diria de
protena pode ser secretada nos
intestinos em vrias formas. As
protenas endgenas originam
predominantemente de secrees
digestivas, tais como: saliva, bile,
secrees pancreticas, secrees
gstricas e secrees intestinais.
Tambm os metablitos, na forma de
peptdeos e aminocidos livres, liberado
pelo catabolismo da protena a partir do
intestino grosso podem contribuir para
os aminocidos endgenos (Simon et
al., 1986).
Perdas significativas de
aminocidos endgenos ocorrem
durante o processo de digesto e
absoro ao longo do trato
gastrointestinal. importante estimar
essas perdas desde que elas so
consideradas inevitveis e necessrias
para os coeficientes de digestibilidade
padronizados (Angkanaporn et al.,
1996).
As perdas basais endgenas so
referidas como sendo as perdas no
especficas, ou seja, as perdas de
aminocidos que no so oriundos da
dieta. O fluxo basal de aminocidos
endgenos pode ser melhor estabelecido
quando os animais so submetidos ao
consumo voluntrio de rao e os
valores expressos em porcentagem de
matria seca (Jansman et al., 2002).
O fluxo total de aminocidos
endgenos no trato digestivo a soma
da protena basal endgena e das
secrees induzidas atravs da dieta. As
perdas basais endgenas representam as
mnimas quantidades de aminocidos
inevitavelmente perdidas pelo animal.
As quais esto relacionadas com o fluxo
fisiolgico do alimento no intestino,
estado metablico do animal, no sendo
afetadas pela dieta ou composio do
alimento (Stein et al., 2007).
Mtodos para determinao da perda
endgena de aminocidos
Existem vrias metodologias
para determinar as perdas de
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aminocidos endgenos, que incluem:
animais em jejum, dieta livre de
protena, curvas de regresso e dietas
purificadas.
Aves em jejum
As aves so submetidas a um
perodo de jejum de 24 a 48 horas, para
o esvaziamento completo do trato
digestrio da ave. Aps esse perodo,
considera-se que o material excretado
de origem endgena.
A excreta de animais em jejum
estima o fluxo de aminocidos sem a
presena do alimento no intestino. A
metodologia rotineiramente utilizada
em ensaios de alimentao precisa com
galos cecectomizados (Parsons, 2002).
A metodologia criticada por
condicionar a ave a um estado
fisiolgico anormal e pelas perdas
endgenas no serem calculadas em
relao matria seca ingerida. A
matria seca ingerida considerada
como sendo a maior determinante para
as perdas endgenas (Butts et al., 1993).
Os animais quando esto em
jejum encontram-se em balano
negativo de nitrognio e a taxa de
sntese total de protena corporal pode
cair causando um decrscimo de
protena endgena no intestino
(Ravindran & Bryden, 1999).
Dieta livre de protena (DLP)
considerada uma tcnica
clssica para determinar nveis de
aminocidos endgenos, pois uma dieta
que no contm aminocidos pode
proporcionar o estmulo adequado para
o trato digestivo secretar as protenas
endgenas (Ravindran & Bryden,
1999).
As aves so alimentadas com
uma dieta livre de protenas,
considerando que a dieta permitiu os
processos digestveis normais e que os
aminocidos coletados so de origem
endgena. A produo de enzimas
digestivas pode ser estimulada ou no
em funo da fonte exgena de protena
(Zanella et al., 1999a).
A metodologia DLP criticada
por no estimular a secreo das
enzimas proteolticas, subestimando a
produo da perda endgena ao nvel de
leo terminal dos animais (Gabert et al.,
2001).
Curvas de regresso
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Essa metodologia determina o
fluxo de aminocidos endgenos na
excreta ou na digesta ileal pela
alimentao, em nveis graduais, de
uma determinada protena diettica.
Uma hiptese importante desse
mtodo que no h alteraes na
quantidade secretada de aminocido
basal endgeno e que o aumento do
fluxo de aminocido ileal totalmente
atribudo aos aumentos de protena dos
alimentos no digeridos (Ravindran &
Bryden, 1999).
Uma restrio do uso deste
mtodo o pressuposto de que a
resposta linear e a utilizao da
metodologia pode produzir elevado erro
padro (Moughan, 2003).
Utiliza a anlise de regresso
para extrapolar e calcular os
aminocidos endgenos do nvel
mximo ao zero de incluso. A
crescente excreo de aminocidos, que
pode ser do alimento no digerido e das
protenas endgenas, assumisse ser
diretamente proporcional com o
acrscimo na incluso de protena.
(Adedokun et al., 2007).
Casena hidrolisada enzimaticamente
(CHE)
Dieta de alta digestibilidade em
funo de a casena ser considerada
100% digestvel. Podendo ser utilizado
para avaliar fatores especficos que
afetam a perda endgena, como o teor
de fibra, taninos, inibidores de tripsinas
e lecitinas (Rostagno et al., 1999).
Com o pr-tratamento enzimtico da
casena o produto apresenta pequenos
peptdeos e aminocidos livres, com
massa molecular menor que 10.000
Daltons. As protenas endgenas
apresentam massas moleculares maiores
que 10.000 Daltons, com a utilizao da
centrifugao e da ultra filtrao
separam-se os componentes, sendo o
material retido os aminocidos
endgenos (Rostagno et al., 1999).
As dietas prticas apresentam
em sua composio fontes de protena,
no podendo ser utilizadas para avaliar
as perdas endgenas de aminocidos
atravs da metodologia da CHE. A
principal limitao deste mtodo que a
casena hidrolisa enzimaticamente pode
ser utilizada somente em dietas semi
purificadas (Gabert et al., 2001).
Segundo Moughan (2003), as
excrees endgenas contem
aminocidos livres ou pequenos
peptdeos menores que 10.000 Daltons,
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contribuindo para subestimar a perda
endgena.
Digestibilidade padronizada e
verdadeira
Os valores de digestibilidade
aparente so corrigidos pelas perdas
endgenas de aminocidos. Quando isso
ocorre, o valor referido como
digestibilidade padronizada ou
verdadeira.
Os valores de aminocidos
digestveis verdadeiros e padronizados
so utilizados como sinnimos, mas se
referem a dois diferentes conceitos.
Ambos so corrigidos pelas perdas de
aminocidos endgenos, diferem no
tipo de perda de aminocido endgeno
mensurado. A digestibilidade verdadeira
corrigida pelo fluxo de aminocido
basal e induzido pela dieta (Adedokun,
2007).
Apesar de a digestibilidade
verdadeira ser de interesse, os
procedimentos para mensurar as perdas
endgenas especficas da dieta so
trabalhosos e requerem equipamentos
caros e especficos (Stein et al., 2007).
Mtodos in vitro
A digestibilidade de
aminocidos pode ser estimada usando
mtodos in vitro ou in vivo. Nos
mtodos in vitro, como qumicos,
microbiolgicos, refrao de
infravermelho (NIR) e ensaios de
espectroscopia, so vantajosos pela sua
simplicidade e resposta rpida.
Esses mtodos so reprodutveis e no
requerem uso de animais, os quais so
favorecidos por algumas instituies
devido crescente presso para reduzir
o uso de animais em pesquisas. Os
mtodos in vitro podem dar um
determinado conhecimento sobre o
nvel protenas, que pode afetar
negativamente a digestibilidade dos
aminocidos. Os ensaios in vitro
podem estimar a quantidade de
aminocidos disponveis,
particularmente a lisina. Entretanto, no
largamente aceito, pois os valores no
so prticos para formulaes de rao
comercial (Ravindran & Bryden, 1999).
Mtodos in vivo
Os ensaios experimentais mais
aceitos para determinar a digestibilidade
dos aminocidos so os mtodos in
vivo. Esses podem ser categorizados
como mtodos diretos e indiretos.
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Mtodos in vivo indiretos
Os mtodos indiretos para
determinar a disponibilidade de
aminocidos incluem ensaios
microbiolgicos e determinao da
concentrao de aminocidos
plasmticos.
O mtodo indireto que mede o
nvel plasmtico de aminocidos
baseado no princpio que o sangue
transporta todo produto da digesto e
absoro (peptdeos e aminocidos
livres) para os tecidos do corpo
(Ravindran & Bryden, 1999).
A medida indireta do nvel
plasmtico de aminocidos baseada na
relao entre aminocidos livres e a
absoro de aminocidos. A
concentrao de aminocidos no plasma
em jejum utilizada como referncia e
comparada com os nveis de
aminocidos no plasma ps-alimentao
(Sibbald, 1987).
O mtodo considerado rpido e
prtico, mas dependente de vrios
fatores, tais como: estado nutricional,
idade e ritmo circadiano. Quaisquer
mudanas nos aminocidos plasmticos
so difceis de interpretar e estimar
quantitativamente na disponibilidade ou
digestibilidade dos aminocidos
(Fernandez-Figares et al., 1997).
Segundo Fernandez-Figares et
al. (1997), devido a essas limitaes, o
mtodo de aminocidos plasmticos no
amplamente usado e aceito. Essa
metodologia foi utilizada para
determinar os aminocidos limitantes
para frangos de corte e para determinar
as exigncias nutricionais de
aminocidos.
Mtodos in vivo diretos
Os mtodos in vivo diretos so
os mais aceitos. H dois tipos de
mtodos diretos, ensaios de crescimento
e ensaios de digestibilidade.
Mtodo da curva de crescimento
As vantagens dos ensaios que
medem os parmetros de crescimento
animal que medem respostas que
possuem consequncias prticas e
econmicas. Esses ensaios consideram
o efeito da digesto, absoro e
utilizao dos aminocidos provenientes
da fonte de protena. Assim, tal ensaio
mede o efeito da qualidade da protena
no metabolismo como um todo (Lewis
& Bayley, 1995).
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Os ensaios de crescimento so
baseados no princpio de que o
aminocido na protena ou no alimento
ter a capacidade de fornecer um
aminocido especfico ao crescimento,
representado como depsito de protena.
Os ensaios de crescimento so caros,
demorados, estima somente um
aminocido por vez e requerem uma
dieta purificada ou semi purificada
Ravindran & Bryden (1999).
O mtodo da curva de
crescimento envolve a adio de nveis
crescentes de um aminocido especfico
ou alimento teste em uma dieta
deficiente em aminocidos. A
metodologia conhecida como slope-
ratio. A biodisponibilidade calculada
pela anlise de regresso a partir da
razo entre as curvas de crescimento
para o alimento teste e o aminocido de
interesse (Parsons, 2002).
Mtodo da digestibilidade
O mtodo mais utilizado para
estimar a disponibilidade de
aminocidos o ensaio de
digestibilidade biolgica. A
metodologia amplamente usada
devido capacidade de medir todos os
aminocidos em um experimento e
obter valores diretamente aplicveis ao
animal a ser estudado.
A avaliao da digestibilidade
pode ser realizada por coleta total
(excretas) e/ou por coleta ileal (digesta).
Na coleta total, a excreta sofre
influncia da microbiota cecal, das
perdas endgenas e metablicas.
Tornando a determinao da
digestibilidade dos aminocidos
complexa e com incertezas em relao
contribuio da digesto cecal para a
nutrio (Leeson & Summers, 2001).
A digestibilidade ileal
atualmente a metodologia mais utilizada
para estimar a disponibilidade de
aminocidos dos alimentos.
relativamente fcil de determinar, e
produz resultados para todos os
aminocidos em um perodo
razoavelmente curto (Stein et al., 2005).
A metodologia baseada no princpio
de que o contedo coletado no leo pode
ser uma medida mais precisa de
digestibilidade, uma vez que haver
alteraes microbianas muito pequenas
comparadas com a excreta (Adedokun,
2007).
Na coleta ileal, a digesta
coletada no leo terminal e os nveis de
aminocidos analisados relacionados
com a concentrao na dieta. A
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determinao do coeficiente de
digestibilidade ileal de aminocidos
conhecida como aparente por serem
consideradas as perdas endgenas.
(Sakomura & Rostagno, 2007).
A digestibilidade ileal pode ser
determinada pela insero de uma
cnula no leo terminal ou pelo abate
das aves e coleta da digesta do intestino
delgado distal. A tcnica mais utilizada
a do abate, onde o contedo de toda a
regio ileal coletado (Adedokun,
2007).
As aves so alimentadas com
uma dieta experimental com um
marcador apropriado por um perodo de
vrios dias ou semanas. Aps completar
o perodo experimental, as aves so
eutanasiadas e a digesta ileal coletada
(Adedokun et al., 2008).
A digesta coletada de toda a
regio ileal entre o divertculo de
Meckel e a juno leo cecal. No
entanto, tem sido sugerido que a coleta
dos ltimos 15 20 cm do intestino
delgado tem sido preferida (Kadim &
Moughan, 1997).
Marcadores de digestibilidade
O uso da metodologia de
digestibilidade total e/ ou ileal requer a
utilizao de um marcador indigestvel
para relacionar o contedo de
aminocidos no leo com o da dieta.
Segundo Sakomura & Rostagno (2007),
o marcador mais efetivo inerte, no
pode ser digerido ou absorvido no trato
gastrointestinal e no pode ter nenhum
efeito no sistema digestivo. Nos
experimentos de digestibilidade de
aminocidos, os marcadores mais
utilizados so: xido cromo (Cr2O3),
cinza insolvel em cido (AIA) e
dixido de titnio (TiO 2).
O fator de indigestibilidade do
aminocido determinado pela razo da
concentrao do marcador na dieta com
a concentrao na digesta ileal ou nas
excretas (Sakomura & Rostagno, 2007).
Alimentao precisa em galos
cecectomizados
A maioria dos estudos sobre
aminocidos digestveis para aves foram
baseados nos ensaios de coleta de
excretas.
Sibbald (1976) desenvolveu um mtodo
de alimentao rpida que envolve
alimentao precisa em galos adultos
para avaliar energia metabolizvel e
aminocidos digestveis dos alimentos.
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Corrigindo as perdas de
aminocidos endgenos permite
determinar a digestibilidade verdadeira.
Porm, devido fermentao
microbiana que ocorre no ceco, existem
dvidas se a metodologia pode estimar
corretamente a digestibilidade dos
aminocidos (Bryden et al., 1990).
Aps as aves passarem por um
jejum, elas so alimentadas com uma
quantidade conhecida de rao, as
excretas so coletadas aps um perodo
de 48 horas e os aminocidos
analisados. As perdas de aminocidos
endgenos so calculadas a partir das
coletas de excretas dos galos em jejum
ou alimentadas com uma dieta livre de
protenas. A modificao microbiana
dos aminocidos assim como a
contribuio da protena microbiana nas
excretas podem modificar os valores
das anlises, que pode influenciar os
valores de digestibilidade calculados a
partir da anlise total de excretas
(Ravindran & Bryden, 1999).
De acordo com Parsons (2002),
foi proposto remover cirurgicamente os
cecos, com a finalidade de avaliar de
forma mais precisa a digestibilidade dos
aminocidos. No havendo mais
influncia da fermentao microbiana.
Os experimentos com galos
cecectomizados so rpidos em
comparao com ensaios de
crescimento e nveis plasmticos de
aminocidos. Como cada ave recebe 30
gramas de rao, apenas uma pequena
quantidade de rao necessria. No
h a necessidade de um marcador da
digesta e os valores de digestibilidade
podem ser obtidos para qualquer
alimento, devido alimentao forada.
Devido alimentao forada, esse
mtodo no simula um comportamento
natural. So realizados com aves
adultas, os valores de digestibilidade de
aminocidos no podem ser utilizados
para aves jovens (Parsons, 2002).
Fatores que influenciam a
digestibilidade de aminocidos dos
alimentos
Os fatores que podem
influenciar a digestibilidade de
aminocidos so vrios, tais como: a
metodologia utilizada para determinar a
digestibilidade, a metodologia para
determinar as perdas endgenas, as
fibras e os fatores anti-nutricionais
presentes na dieta, entre outros.
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A metodologia utilizada um dos
fatores que podem influenciar o
coeficiente de digestibilidade dos
aminocidos
Ravindran et al. (1999),
avaliando a digestibilidade aparente de
alguns alimentos energticos e proteicos
determinados com frangos de corte de
35 a 42 dias de idade observaram que
no milho a digestibilidade da lisina
determinada com a coleta ileal e total
foram respectivamente 74 e 75%, porm
quando foi avaliada a treonina, a
digestibilidade foi de 82 e 76%, sendo
uma diferena significativa entre a
coleta ileal e total.
Garcia et al. (2007), relatou que
os valores de digestibilidade ileal
padronizada dos aminocidos para
pintos foram significativamente
menores em comparao com galos
cecectomizados para os mesmos
ingredientes. Atribuindo a diferena
para a idade ou metodologia.
Adedokun et al. (2009),
compararam a digestibilidade de
aminocido em galos cecectomizados
com a digestibilidade ileal em poedeiras
e frangos de corte. As digestibilidades
de aminocido foram significativamente
diferentes para o farelo de canola, farelo
de soja e farinha de carne e ossos
quando comparada entre os galos e os
frangos de corte. A digestibilidade ileal
de aminocidos foi significativamente
maior nas poedeiras do que nos frangos
para o milho e farinha de carne e osso,
porm no houve diferenas nos outros
alimentos analisados.
O mtodo usado para a determinao
da perda endgena pode refletir
sobre o coeficiente de digestibilidade
Siriwan et al. (1993), observaram que a
perda endgena ileal de aminocidos
em galos submetidos ao jejum foi
significativamente menor do que os
valores obtidos com aves alimentadas
com dieta livre de protena e ambos
menores do que a perda determinada
pela anlise de regresso. Os
coeficientes de digestibilidade aparentes
de aminocidos da dieta com 20% de
protena bruta foram mais baixos em
frangos (84%) do que em galos (88%).
Quando corrigidos pela anlise de
regresso, os coeficientes de
digestibilidade verdadeira foram de 90 e
92%, respectivamente.
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O consumo de aminocidos ou de
protenas pode influenciar a
digestibilidade dos aminocidos
Os nveis de aminocidos
endgenos no leo diminuem com o
aumento no consumo dos aminocidos
dietticos, sendo um fator na variao
da digestibilidade ileal. (Fan et al.,
1994).
Angkanaporn et al. (1996),
avaliaram o efeito dos nveis de protena
diettica sobre a digestibilidade dos
aminocidos. Realizaram ensaios de
metabolismo com dietas contendo
nveis de protena de 5 a 25% e
observaram que medida que o nvel de
protena crescia a digestibilidade
aparente dos aminocidos aumentava.
Para a lisina o coeficiente de
digestibilidade aparente foi aumentando
de 87,1 para 89,6% e para a treonina de
80,7% para 86,3%, quando a protena
foi de 5 para 15%.
A fibra e fatores anti-nutricionais
podem influenciam a digestibilidade
dos aminocidos
Coon et al. (1989), observaram
em galos que a digestibilidade de
aminocidos no farelo de soja foi de
91,6% quando a alfa-galactosidade foi
extrada com etanol e de 88% no farelo
de soja normal. Alm de melhor
digestibilidade da metionina, alanina,
valina e lisina no farelo de soja que
passou pela extrao com etanol.
A quantidade de rao ingerida pode
influenciar na digestibilidade de
aminocidos
No mtodo da alimentao
forada ou mtodo de Sibbald, ao
fornecer 25g de alimento aos galos e
comparar ao consumo de 50g de
alimento, observa uma reduo na
digestibilidade aparente dos
aminocidos contidos no gro de trigo.
Isso indica que nveis de consumo
afetam a digestibilidade (Borges, 1999).
Consideraes finais
As formulaes de raes para
aves esto sendo feitas baseadas em
aminocidos digestveis, mediante a
justificativa de que os valores nutritivos
dos ingredientes das raes so mais
precisamente determinados e tais
formulaes so as que mais se
aproximam das exigncias dos animais
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do que aquelas baseadas em
aminocidos totais.
Para a utilizao do conceito
aminocidos digestveis nas
formulaes de raes tm que ter o
conhecimento da digestibilidade dos
aminocidos presentes nos alimentos. E,
a disponibilidade de aminocidos
sintticos para a suplementao na
rao quando os aminocidos presentes
nos alimentos no forem suficientes
para atender as exigncias das aves.
Diante deste contexto temos
duas grandes dificuldades; uma delas
que nem todos os aminocidos esto
disponveis para a indstria de nutrio
animal. A outra que os coeficientes de
digestibilidade dos aminocidos dos
alimentos so encontrados em tabelas
nutricionais e, esses valores variam
demais entre as tabelas.
Os valores de aminocidos
disponveis so provenientes de
experimentos de digestibilidade que,
inicialmente, foram realizados com
galos adultos cecectomizados, mas
gradualmente tem sido modificado para
ensaios de determinao de
digestibilidade ileal com frangos de
corte em crescimento.
Conforme foi apresentado nesta
reviso, a metodologia utilizada pode
influenciar na estimativa dos valores da
digestibilidade dos aminocidos, assim
como, os valores de aminocidos
endgenos, presena de fatores anti-
nutricionais, a quantidade de rao
consumida, entre outros.
Neste contexto, so necessrias
mais estudos para o estabelecimento de
um protocolo internacional para a
determinao da digestibilidade
aparente e verdadeira de aminocidos
dos alimentos.
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