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ESTUDOS AMBIENTAIS E SUSTENTABILIDADE - EASU Universidade Ibirapuera Arquitetura e Urbanismo 14.02.2014 Profª Claudete Gebara J. Callegaro - Mestranda em Arquitetura e Urbanismo [email protected] AMBIENTE HUMANO PREOCUPAÇÕES MUNDIAIS

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ESTUDOS AMBIENTAIS E SUSTENTABILIDADE - EASU

Universidade Ibirapuera – Arquitetura e Urbanismo 14.02.2014

Profª Claudete Gebara J. Callegaro - Mestranda em Arquitetura e Urbanismo [email protected]

AMBIENTE HUMANO

PREOCUPAÇÕES MUNDIAIS

Vá atrás dessas dicas.

Assista. Pesquise algum aspecto que lhe

interesse relacionado com o curso. Faça um bom relatório.

VALE COMO ATIVIDADE

COMPLEMENTAR DO CURSO.

Mary Shelley – “Frankenstein”(1831, Suíça) – inovações científicas x espírito divino.

Cacique Seattle – Resposta à carta do presidente Franklin Pierce (1854 ou 1855, E.U.A.) – pertencimento do ser humano à natureza x natureza para exploração.

Émile Zola – “Germinal” (1885, França) - condições de vida subumanas x esperança de mudança.

Lord Byron - Movimento ludista ou ludita (século XIX) - contra a substituição do homem pela máquina.

Walter Gropius – “Bauhaus” (1919, Alemanha) - reaproximação entre os arquitetos e os executores do projeto, entre artesãos e indústria, através de uma organização socialista que preservava a liberdade de criação e promovia a inter-relação das várias artes, não apenas com a função decorativa, mas melhorando o cotidiano das pessoas.

Charles Chaplin – “Tempos Modernos” (1936) entre outros filmes – operários x condições de produção industrial e vida urbana.

Nossas ações sobre o meio físico e social vêm chamando atenção de artistas e pensadores há muito tempo, alguns com foco na natureza primitiva, outros no sistema de

vida urbano e ainda aqueles preocupados com as consequências das novas invenções.

Pablo Picasso

“Cubismo”, movimento que busca apreender vários ângulos de um mesmo objeto; pela visão direta e indireta (reflexos, sombras) aproxima o mundo material das esferas espirituais, conscientemente (pelo pensamento).

1907, França

CARACTERÍSTICAS DA CIDADE CARACTERÍSTICAS DO CAMPO

Afastamento da natureza Falta de vida social

Oportunidades sociais Beleza da natureza

Isolamento das multidões Desemprego

Locais de entretenimento Terra ociosa

Distância do trabalho Matas

Altos salários monetários Bosques, campinas, florestas

Aluguéis e preços altos Jornada longa / salários baixos

Oportunidades de emprego Ar fresco – aluguéis baixos

Jornada excessiva de trabalho Falta de drenagem

Exército de desempregados Abundância de água

Nevoeiros e seca Falta de entretenimento

Drenagem custosa Sol brilhante

Ar pestilento e céu sombrio Falta de espírito público

Ruas bem iluminadas Carências de reformas

Cortiços e bares Casas superlotadas

Edifícios palacianos Aldeias desertas

Fonte: HOWARD, Ebenezer. Cidades-Jardins de amanhã. São Paulo: Hucitec, 1996.

Há quem goste de viver na cidade, há quem goste de viver no campo. Há quem precise viver na cidade, há quem não consiga sair do campo. Ambos meios representam estilos de vida bem diferentes, com vantagens e desvantagens, dependendo do olhar.

Cidade x campo | Cidade + campo

“Fui para os bosques viver de livre vontade,

Para sugar todo o tutano da vida…

Para aniquilar tudo o que não era vida,

E para, quando morrer,

não descobrir que não vivi!”

Henry David Thoreau (1817 -1862, E. U. A.) - ensaísta, filósofo,

poeta e naturalista

Mas, será que “Thoreau teria conseguido escrever tão bem sobre viver sozinho se não tivesse também se conectado com tantas pessoas inteligentes nas cidades?” GLAESER, 2011, p.197

John Ruskin (1819-1900), escritor que produziu ensaios sobre arte e arquitetura, foi um dos primeiros defensores do planejamento urbano: cidade compacta e murada, cingida por um “cinturão de belos jardins e pomares em volta dos muros”.

“... de qualquer parte da cidade se deveria poder alcançar com poucos minutos de caminhada o ar perfeitamente fresco, áreas com gramado e a vista do horizonte mais distante”. GLAESER, 2011, capítulo 8

Peter B. Wight (1838-1925), arquiteto EUA, com sede em Nova Iorque, trabalhou na reconstrução de Chicago após o grande incêndio de 1871. Era simpatizante das ideias de Ruskin.

Cidade + campo | Cinturão Verde

Ebenezer Howard (1850-1928), figura de destaque no planejamento urbano, escreveu seu clássico Garden Cities of Tomorrow em 1898 e tornou a visão de Ruskin concreta: cidades ajardinadas cercadas por terras abundantes para fornecimento de alimentos, ar puro, e espaço para recreação dos indivíduos urbanos.

Distribuição geral da Cidade-Jardim, conforme concebida por Ebenezer Howard. A cidade deveria ter uma estrutura radial, com 6 grandes bulevares indo em direção ao centro, já esboçando o sistema de divisão de usos e a adoção de baixas densidades. Fonte: HOWARD, Ebenezer. Cidades-Jardins de amanhã. São Paulo: Hucitec, 1996.

Exemplo: Cinturão verde de Mococa – SP, cidade com população entre 65 e 70 mil habitantes.

Esse modelo dos cinturões verdes permanece presente no planejamento territorial urbano, contudo... •o acesso do centro até o cinturão nem sempre é possível de ser feito a pé em poucos minutos; •a extensão do cinturão algumas vezes se restringe às faixas de reserva obrigatórias.

O padrão do cinturão verde é até certo ponto natural, mantendo-se em torno dos núcleos urbanos densos, fornecendo alimento e outros insumos. São Paulo também tem seu cinturão, embora tão distante de nossos olhos que nem percebemos. A região metropolitana de São Paulo expandida até um raio de aproximadamente 60km a partir da Sé constitui a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo. Essa faixa verde entre as grandes cidades tem legislação e programas diferenciados, num esforço de contenção de invasões e de inclusão social e econômica das populações que ali vivem de maneira sustentável. As Reservas da Biosfera declaradas pela UNESCO seguem um modelo de zoneamento ambiental, manejo da terra e inclusão social desenvolvido pelo programa Man and Biosphere, que, desde o início de sua implantação em 1971, vem servindo de referência para a legislação e as políticas ambientais de cada lugar. A legislação brasileira nas esferas federal, estadual e municipal está em sintonia com a orientação do MAB/UNESCO. http://www.rbma.org.br/mab/unesco_03_rb_cinturao.asp.

Frederick Law Olmsted – “pai” da arquitetura paisagística (segunda metade do século XIX, E.U.A) – Criação de parques e sistemas de áreas verdes urbanos em meio à cidade desertificada e poluída. Paisagens bucólicas no coração da cidade, equilibrando as altas densidades populacionais:

Nova Iorque = Central Park – início em 1857

Boston = Emerald Necklace

Chicago = Jackson Park

Detroit = Belle Isle

Buffalo, Louisville, Miwaukee, Montreal, Washington

Campi de Berkeley, Stanford

As cidades cresciam e os cidadãos que, por gosto ou necessidade, optavam por nelas permanecer também precisavam desfrutar de ar puro, lazer, visão

ampla e outras benesses.

O processo inverso passou a ser de grande valor: levar o campo para a cidade.

Cidade + campo | Grandes parques urbanos

Central Park – Nova York Fonte: http://www.viajarpelomundo.com.br/passeios- gratuitos-em-nova-york/. Acesso: 01/10/2013

Belle Island – Detroit Fonte: http://magicviolence.blogspot.com.br/2010/06/

little-history-on-belle-isle.html. Acesso: 01/10/2013

Os subúrbios são outro modelo de entrosamento natureza-cidade. Evoluíram da ideia da segunda residência no campo, possível apenas para a elite. Na segunda metade do século XIX, incorporadores imobiliários começaram a construir casas em terrenos generosamente arborizados, de modo a que propriedades quase campestres satisfizessem o sonho da classe média de amplidão e saúde. Transportes mais rápidos e mais baratos, primeiramente o bonde e depois o automóvel, permitiram morar com árvores e trabalhar na cidade.

Cidade + campo | Subúrbios

Descrição de 1841. “Toda essa vizinhança de Brookline é uma espécie de jardim paisagístico, e não há nada desse tipo nos Estados Unidos, tão indescritivelmente encantador como as vias que levam de uma casa de campo, ou palacete, para outro.”

Brookline, Massachusetts (EUA) – Crescimento à medida que oferecia espaços verdes e acesso ao meio urbano. Fonte: http://blogs.wickedlocal.com/brookline/files/2008/11/map.jpg

Fritz Lang (diretor) - “Metropolis” (1927).

Filme clássico de ficção, em que edifícios gigantes são endeusados por sua estética e alta tecnologia, vias para veículos terrestres cortam o espaço aéreo entre edifícios, hangares de aviões de pequeno porte se incorporam aos edifícios x fragilidade do ser humano frente ao gigantismo.

http://www.dailymotion.com/video/xqxkb5_metropolis-reconstructed-and-restored-official-uk-trailer-masters-of-cinema_shortfilms

O que esses super-heróis e essa arquitetura pretendem ? Em que contexto surgiram?

Croqui da cidade imaginária - Hugh Ferriss – 1929. Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.026/767

Os modelos não se excluem. Há público para todos. Hoje, porém, dada a crescente população mundial, a redução da pobreza, a disseminação de “sonhos” de consumo pela midia, o princípio de equanimidade, precisamos refletir sobre o que seria mais saudável para todos.

A pergunta é: o que aconteceria com o ambiente se todas as pessoas (incluindo o

enorme contingente de indianos e chineses) ganhassem o poder de se estabelecer em propriedades do tipo das existentes nos subúrbios ingleses e norte americanos (como nos filmes)?

EXPANSÃO E BAIXA DENSIDADE 1930 – modelo de Thoreau + tecnologia de transporte (bondes e automóveis), subúrbios (ênfase na permanência):

•Bryn Mawr (Pensilvânia) •Woodlands (Houston) •Brookline (Massachusetts) •Riverside (Chicago)

VERTICALIZAÇÃO E ALTA DENSIDADE 1920 - cidade com altos edifícios e vias de

todos os tipos (ênfase na mobilidade): •Raymond Hood ( Rockfeller Center) •Hugh Ferris (“Gotham City” – Batman) •Le Corbusier (torres + áreas verdes)

“Metropolis” (filme de Fritz Lang , 1927)

Cidade espraiada x Cidade compacta | Sustentabilidade

X

A partir da última Grande Guerra (1939 - 1945), observadores de áreas diversificadas reportam os impactos da urbanização e da agricultura de larga escala sobre a água e o ar e buscam soluções. Por exemplo:

Hippies e programas espaciais - novas formas de sobrevivência humana (cada qual à sua maneira), décadas de 1950 e 1960.

Trabalhos dos biólogos Eugene e Howard Odum sobre os conceitos ecossistêmicos, 1953.

“Morte e vida das grandes cidades americanas” (The Death and Life of Great American Cities), de 1961, pela reporter Jane Jacobs.

“Primavera Silenciosa” (Silent Spring), de 1962, pela bióloga Rachel Carson.

“Design with Nature” (Projeto com a Natureza), de 1969, pelo arquiteto paisagista Ian McHarg.

Harmonização | Esforço internacional

A partir dos anos 1970, a Organização das Nações Unidas – ONU vem liderando

uma série de ações e discussões sobre a questão ambiental em geral.

I Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, Estocolmo, Suécia,

1972 - ECO 72 conceito de eco-desenvolvimento.

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, 1973 - ações e

posturas pelo mundo, inclusive no Brasil.

PNUMA adota como referência a estrutura ecológica das

regiões e aplica estratégias de gestão participativa, educação

ambiental e eco-profissionalização,

para garantir a conservação dos ecossistemas, incluindo o ser

humano como parte desses.

O conceito de

desenvolvimento sustentável e

equitativo

apareceu pela primeira vez em 1986, em Ottawa, Canadá.

Foi utilizado como sinônimo de eco-desenvolvimento, durante a

Conferência Mundial sobre a Conservação e o Desenvolvimento

promovida pela International Union for Conservation of Nature - IUCN,

organização não governamental fundada em 1948, com o objetivo de

elaborar estratégias para a conservação da natureza. (DIAS, 2007-2009)

EQUITATIVO? Pense a respeito!

Em 1987, a United Nations Conference on Environment and Development – UNCED, promovida pela ONU, retoma o conceito de desenvolvimento sustentável no relatório “Our Common Future” (Nosso Futuro Comum):

O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. Ele contém dois conceitos-chave: 1. o conceito de “necessidades”, sobretudo as necessidades essenciais

dos pobres do mundo, que devem receber a máxima prioridade; 2. a noção das “limitações” que o estágio da tecnologia e da

organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.

(CMMAD, 1991, p. 46 in DIAS, 2007-2009). Quem presidia a Comissão nessa época era a primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, razão de esse relatório ser conhecido como Relatório Brundtland.

Os princípios do Relatório Brundtland (ONU) estão contidos na legislação brasileira: Constituição brasileira de 1988.

Lei Federal 9.985 de 2000 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC.

Lei Federal 10.257 de 2001 - Estatuto da Cidade.

Outros instrumentos legais e normativos complementares em constante alteração, p.ex.:

₋Lei Municipal (São Paulo) 13.885 de 2004 – permeabilidade

₋Lei Municipal (São Paulo) 13.276 de 2002 - reservatório para as águas coletadas por coberturas e pavimentos nos lotes, edificados ou não, que tenham área impermeabilizada superior a 500m² - “piscininhas”

Essa proposta de desenvolvimento sustentável foi

consolidada em âmbito mundial durante a UNCED

de 1992,também conhecida como ECO 92, ou Rio

92, ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, na qual foi

formulado um compromisso internacional bastante

amplo: a Agenda 21.

UNCED – United Nations Conference on Environment and Development Em português: Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

A Agenda 21 é um documento estratégico com um programa de ações

abrangentes, que deveria ser adotado global, nacional e localmente, visando

fomentar em escala planetária, a partir do século XXI, um novo modelo de

desenvolvimento em que os padrões de consumo e produção atendam às

necessidades básicas da humanidade (justiça social), sem excessiva pressão sobre

o meio físico (equilíbrio ambiental).

Resumo da Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global/item/600)

Seção I - DIMENSÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS Seção II - CONSERVAÇÃO E GESTÃO DOS RECURSOS PARA O DESENVOLVIMENTO Seção III - FORTALECIMENTO DO PAPEL DOS GRUPOS PRINCIPAIS Seção IV - MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO

Agenda 21 VEJA DO QUE ESTAMOS

FALANDO!!!!

CAPÍTULO 1 Preâmbulo.

Seção I - DIMENSÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS

CAPÍTULO 2 Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento e políticas internas correlatas

•Promoção do Desenvolvimento Sustentável por meio do comércio.

•Estabelecimento de um apoio recíproco entre comércio e meio ambiente.

•Oferta de recursos financeiros suficientes aos países em desenvolvimento.

•Estímulo a políticas econômicas favoráveis ao Desenvolvimento Sustentável.

CAPÍTULO 3 Combate à pobreza

•Capacitação dos pobres para a obtenção de meios de subsistência sustentáveis.

CAPÍTULO 4 Mudança dos padrões de consumo

•Exame dos padrões insustentáveis de produção e consumo.

•Desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais para estimular mudanças nos padrões insustentáveis de consumo.

CAPÍTULO 5 Dinâmica demográfica e sustentabilidade

•Desenvolvimento e difusão de conhecimentos sobre os vínculos entre tendências e fatores demográficos e Desenvolvimento Sustentável.

•Formulação de políticas nacionais integradas para meio ambiente e desenvolvimento, levando em conta tendências e fatores demográficos.

•Implementação de programas integrados de meio ambiente e desenvolvimento no plano local, levando em conta tendências e fatores demográficos.

CAPÍTULO 6 Proteção e promoção das condições da saúde humana

•Satisfação das necessidades de atendimento primário da saúde, especialmente nas zonas rurais.

•Controle das moléstias contagiosas.

•Proteção dos grupos vulneráveis.

•O desafio da saúde urbana.

•Redução dos riscos para a saúde decorrentes da poluição e dos perigos ambientais.

CAPÍTULO 7 Promoção do Desenvolvimento Sustentável dos assentamentos humanos

•Oferecer a todos habitação adequada.

•Aperfeiçoar o manejo dos assentamentos humanos.

•Promover o planejamento e o manejo sustentáveis do uso da terra.

•Promover a existência integrada de infraestrutura ambiental: água, saneamento, drenagem e manejo de resíduos sólidos.

•Promover sistemas sustentáveis de energia e transporte nos assentamentos humanos.

•Promover o planejamento e o manejo dos assentamentos humanos localizados em áreas sujeitas a desastres.

•Promover atividades sustentáveis na indústria da construção.

•Promover o desenvolvimento dos recursos humanos e da capacitação institucional e técnica para o avanço dos assentamentos humanos.

CAPÍTULO 8 Integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões

•Integração entre meio ambiente e desenvolvimento nos planos político, de planejamento e de manejo.

•Criação de uma estrutura legal e regulamentadora eficaz.

•Utilização eficaz de instrumentos econômicos e de incentivos de mercado e outros.

•Estabelecimento de sistemas de contabilidade ambiental e econômica integrada.

Seção II - CONSERVAÇÃO E GESTÃO DOS RECURSOS PARA O DESENVOLVIMENTO

CAPÍTULO 9 Proteção da atmosfera

•Consideração das incertezas: aperfeiçoamento da base científica para a tomada de decisões.

•Promoção do Desenvolvimento Sustentável.

•Prevenção da destruição do ozônio estratosférico.

•Poluição atmosférica transfronteiriça.

CAPÍTULO 10 Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres

•Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres.

CAPÍTULO 11 Combate ao desflorestamento

•Manutenção dos múltiplos papéis e funções de todos os tipos de florestas, terras florestais e regiões de mata.

•Aumento de proteção, do manejo sustentável a da conservação de todas as florestas e provisão de cobertura vegetal para as áreas degradadas por meio de reabilitação, florestamento e reflorestamento, bem como de outras técnicas de reabilitação.

•Promoção de métodos eficazes de aproveitamento e avaliação para restaurar plenamente o valor dos bens e serviços proporcionados por florestas, áreas florestais e áreas arborizadas.

•Estabelecimento e/ou fortalecimento das capacidades de planejamento, avaliação e acompanhamento de programas, projetos e atividades da área florestal, ou conexos, inclusive comércio e operações comerciais.

CAPÍTULO 12 Manejo de ecossistemas frágeis: luta contra a desertificação e a seca.

•Fortalecimento da base de conhecimentos e desenvolvimento de sistemas de informação e monitoramento para regiões propensas à desertificação e seca, sem esquecer os aspectos econômicos e sociais desses ecossistemas.

•Combate à degradação do solo por meio da intensificação das atividades de conservação do solo, florestamento e reflorestamento.

•Desenvolvimento e fortalecimento de programas de desenvolvimento integrado para a erradicação da pobreza e a promoção de sistemas alternativos de subsistência em áreas propensas à desertificação.

•Desenvolvimento de programas abrangentes de antidesertificação e sua integração aos planos nacionais de desenvolvimento e ao planejamento ambiental nacional.

•Desenvolvimento de planos abrangentes de preparação para a seca e de esquemas para a mitigação dos resultados da seca, que incluam dispositivos de autoajuda para as áreas propensas à seca e preparem programas voltados para enfrentar o problema dos refugiados ambientais.

•Estímulo e promoção da participação popular e da educação sobre a questão do meio ambiente centrados no controle da desertificação e no manejo dos efeitos da seca.

CAPÍTULO 13 Gerenciamento de ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável das montanhas.

•Geração e fortalecimento dos conhecimentos relativos à ecologia e ao Desenvolvimento Sustentável dos ecossistemas das montanhas.

•Promoção do desenvolvimento integrado das bacias hidrográficas e de meios alternativos de subsistência.

CAPÍTULO 14 Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável

•Revisão, planejamento e programação integrada da política agrícola à luz do aspecto multifuncional da agricultura em especial no que diz respeito à segurança alimentar e ao Desenvolvimento Sustentável.

•Obtenção da participação popular e promoção do desenvolvimento de recursos humanos para a agricultura sustentável.

•Melhora na produção agrícola e dos sistemas de cultivo por meio da diversificação do emprego não-agrícola e do desenvolvimento da infraestrutura.

CAPÍTULO 15 Conservação da Diversidade Biológica.

•Conservação da diversidade biológica.

CAPÍTULO 16 Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia

•Aumento da disponibilidade de alimentos, forragens e matérias-primas renováveis.

•Melhoria da saúde humana.

•Aumento da proteção do meio ambiente.

•Aumento da segurança e desenvolvimento de mecanismos de cooperação internacional.

•Estabelecimento de mecanismos de capacitação para o desenvolvimento e a aplicação ambientalmente saudável de biotecnologia.

CAPÍTULO 17 Proteção de oceanos, de todos os tipos de mares - inclusive mares fechados e semifechado, e das zonas costeiras e proteção. Uso racional e desenvolvimento de seus recursos vivos.

•Gerenciamento integrado e desenvolvimento sustentável das zonas costeiras, inclusive zonas econômicas exclusivas.

•Proteção do meio ambiente marinho.

•Uso sustentável e conservação dos recursos marinhos vivos de alto mar.

•Uso sustentável e conservação dos recursos marinhos vivos sob jurisdição nacional.

•Análise de incertezas críticas para o manejo do meio ambiente marinho e mudança do clima.

•Fortalecimento da cooperação e da coordenação no plano internacional, inclusive regional.

•Desenvolvimento sustentável das pequenas ilhas.

CAPÍTULO 18 Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos.

•Desenvolvimento e manejo integrado dos recursos hídricos.

•Avaliação dos recursos hídricos.

•Proteção dos recursos hídricos, da qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos.

•Abastecimento de água potável e saneamento.

•Água e desenvolvimento urbano sustentável.

•Água para produção sustentável de alimentos e desenvolvimento rural sustentável.

•Impactos da mudança do clima sobre os recursos hídricos.

CAPÍTULO 19 Manejo ecologicamente saudável das substâncias químicas tóxicas, incluída a prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos.

•Expansão e aceleração da avaliação internacional dos riscos químicos.

•Harmonização da classificação e da rotulagem dos produtos químicos.

•Intercâmbio de informações sobre os produtos químicos tóxicos e os riscos químicos.

•Implantação de programas de redução dos riscos.

•Fortalecimento das capacidades e potenciais nacionais para o manejo dos produtos químicos.

Prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos. CAPÍTULO 20 Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos. Incluindo a prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos.

•Promoção da prevenção e redução ao mínimo dos resíduos perigosos.

•Promoção do fortalecimento da capacidade institucional do manejo de resíduos perigosos.

•Promoção e fortalecimento da cooperação internacional para o manejo dos movimentos

•transfronteiriços de resíduos perigosos.

•Prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos.

CAPÍTULO 21 Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com esgotos

•Proteção da qualidade e da oferta dos recursos de água doce (18)

•Promoção do desenvolvimento sustentável dos estabelecimentos humanos (7)

•Proteção e promoção da salubridade (6)

•Mudança dos padrões de consumo (4) CAPÍTULO 22 Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos

•Promoção do manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos. Seção III - FORTALECIMENTO DO PAPEL DOS GRUPOS PRINCIPAIS CAPÍTULO 23 Preâmbulo. CAPÍTULO 24 Ação mundial pela mulher, com vistas a um desenvolvimento sustentável equitativo. CAPÍTULO 25 A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável.

•Promoção do papel da juventude e de sua participação ativa na proteção do meio ambiente e no fomento do desenvolvimento econômico e social.

•A criança no desenvolvimento sustentável.

CAPÍTULO 26 Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas comunidades. CAPÍTULO 27 Fortalecimento do papel das Organizações Não-Governamentais: parceiros para um Desenvolvimento Sustentável.

CAPÍTULO 28 Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21. CAPÍTULO 29 Fortalecimento do papel dos trabalhadores e de seus sindicatos. CAPÍTULO 30 Fortalecimento do papel do comércio e da indústria.

•Promoção de uma produção mais limpa.

•Promoção da responsabilidade empresarial. CAPÍTULO 31 A comunidade científica e tecnológica.

•Melhoria da comunicação e cooperação entre a comunidade científica e tecnológica, os responsáveis por decisões e o público.

•Promoção de códigos de conduta e diretrizes relacionados com ciência e tecnologia. CAPÍTULO 32 Fortalecimento do papel dos agricultores.

Seção IV - MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO CAPÍTULO 33 Recursos e mecanismos de financiamento. CAPÍTULO 34 Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento institucional. CAPÍTULO 35 A ciência para o Desenvolvimento Sustentável.

•Fortalecimento da base científica para o manejo sustentável.

•Aumento do conhecimento científico.

•Melhora da avaliação científica de longo prazo.

•Aumento das capacidades e potenciais científicos.

CAPÍTULO 36 Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento.

•Reorientação do ensino no sentido do Desenvolvimento Sustentável.

•Aumento da consciência pública.

CAPÍTULO 37 Mecanismos nacionais e cooperação internacional para fortalecimento institucional nos países em desenvolvimento. CAPÍTULO 38 Arranjos institucionais internacionais. CAPÍTULO 39 Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais. CAPÍTULO 40 Informação para a tomada de decisões.

•Redução das diferenças em matérias de dados.

•Aperfeiçoamento da disponibilidade da informação.

http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/agenda21.pdf

http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global

Escolha um capítulo que lhe interesse e pesquise a respeito!

Na última UNCED, a Rio+20 ocorrida em junho de 2012, no Rio de

Janeiro, para avaliação da Agenda 21, verificou-se que, infelizmente,

nem todas as metas combinadas têm sido cumpridas.

PROCURE NOTÍCIAS SOBRE O ASSUNTO E TRAGA PARA A

CLASSE.

Diversos eventos ocorreram desde a Eco 92, com

a criação de instrumentos legais de vários níveis em cada país,

a definição de parâmetros e indicadores ambientais,

elaboração de protocolos específicos, p.ex.:

em Istambul (1996) sobre aglomerados urbanos,

em Kyoto (1997) sobre mudanças climáticas e efeito estufa,

em Haia (2002) sobre biodiversidade.

Continuando sobre os esforços internacionais por um sistema de vida sustentável, equitativo, em harmonia com as limitações do meio físico...

Dentre as instituições brasileiras preocupadas com parâmetros e procedimentos para o equilíbrio ambiental (natureza e sociedade), destacam-se: Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, com mais de 1 século de existência, ligado à USP e ao Governo do Estado de São Paulo, que vem colaborando com pesquisas e estabelecimento de parâmetros de avaliação para questões específicas, como o Programa de Tecnologia de Habitação – HABITARE, voltado a empreendimentos de interesse social.

Fundação Vanzolini há quatro décadas também participa desse esforço, lançando a certificação Alta Qualidade Ambiental - AQUA em 2002, aplicada a edificações públicas e privadas desde 2007. Caixa Econômica Federal, que lançou em 2010 um conjunto de recomendações sobre boas práticas construtivas, o Selo Casa Azul CAIXA, desenvolvidas para a realidade da construção habitacional brasileira.

Mas nem só de recursos físicos vive o homem!!!

A vida humana exige algumas condições que precisam ser atendidas e uma

delas é de estabilidade (stabilitas loci), a possibilidade de permanecer num

lugar, de interromper a peregrinação.

A estabilidade implica no sentimento de pertencimento ao lugar e esse

estado é conquistado ao longo de um período.

Para que essa familiaridade do sujeito com o ambiente ocorra, é necessário

que o espaço e seu envoltório tenham uma identidade pouco variável ao

menos durante determinado período. (NORBERG-SCHULZ in NESBITT, 2008)

Essa ambientação familiar é às vezes construída

em outro local do cotidiano.

É o caso de hotéis, em que, muitas

vezes, signos relacionados à origem /

cultura do visitante são aplicados na

decoração dos apartamentos - abajur,

quadro, cortinas, disposição do

mobiliário, idioma dos informes, canais

de TV, aromas, música ambiente -,

propiciando-lhe conforto físico e

anímico, aproximando-o da própria

casa.

Imagem obtida em www.turisbarra.com

Signo = algo usado, referido ou tomado no lugar de outra coisa: nuvens são sinal de chuva, fumaça sinal de fogo; maquete ou planta são representações de um edifício, um retrato é a representação de uma pessoa; e assim a bandeira, a cruz... Na figura, cortina, abajur, toalha de mesa, guardanapo de pano, são signos que remetem ao lar, ao aconchego, a algo que relaxe e facilite o repouso.

Contudo,

na espontaneidade cotidiana nas cidades

contemporâneas,

a velocidade vertiginosa de mudanças

e o encontro de culturas diversas têm dificultado

a sintonia dos indivíduos com elementos

do próprio local do abrigo.

A identidade dos lugares fica prejudicada e,

consequentemente,

o conforto anímico das pessoas.

SAUDOSA MALOCA

Adoniran Barbosa

Si o senhor não "tá" lembrado

Dá licença de "contá"

Que aqui onde agora está

Esse "edifício arto"

Era uma casa véia

Um palacete assombradado

Foi aqui seu moço

Que eu, Mato Grosso e o Joca

Construímo nossa maloca

Mais, um dia

Nóis nem pode se alembrá

Veio os homi c'as ferramentas

O dono mandô derrubá

Peguemo todas nossas coisas

E fumos pro meio da rua

Aprecia a demolição

Que tristeza que nóis sentia

Cada táuba que caía

Duia no coração

Mato Grosso quis gritá

Mas em cima eu falei:

Os homis tá cá razão

Nós arranja outro lugar

Só se conformemo quando o Joca falou:

"Deus dá o frio conforme o cobertor"

E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim

E prá esquecê nóis cantemos assim:

Saudosa maloca, maloca querida,

Dim dim donde nóis passemos os dias feliz de nossas

vidas

Saudosa maloca,maloca querida,

Dim dim donde nóis passemo os dias feliz de nossas

vidas.

Fonte: http://letras.mus.br/adoniran-barbosa/43969/

A proposta do ICOMOS era de que, através da proteção do patrimônio tangível

(coisas com material, forma, textura, cor) e intangível (sentimentos,

peculiaridades, “atmosfera”), se assegure o desenvolvimento sustentável e

social no mundo inteiro. (http://www.international.icomos.org)

A preservação de bens culturais seria uma forma de criar uma janela no tempo

de tantas mudanças, mantendo referenciais que fazem com que os lugares se

mantenham familiares, assentados numa ancestralidade reconhecida, levando à

sensação de estabilidade necessária.

Em Quebec, 2008, a reunião do Internacional Council on Monuments and Sites

(ICOMOS), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), teve como

tema central a preservação do spiritu loci , ou espírito do lugar, aquilo que o

torna único para aquela população, que lhe dá identidade.

Quando se trata meio ambiente sustentável,

tem-se, pois, a preocupação de gerar condições dignas de vida

para a população presente e para as gerações futuras,

considerando nosso passado.

Na Arquitetura, o que se busca, nesse contexto,

é proporcionar ambientes interiores e exteriores

integrados e confortáveis,

para o físico e a alma,

gastando-se o mínimo de energia

(material e trabalho).

A linha de pensamento da arquitetura bioclimática tem

como princípios que

tais intenções possam ser alcançadas com a própria criação arquitetônica,

aproveitando-se a “sabedoria” de cada sociedade,

as características físicas de cada lugar,

evitando-se, sempre que possível,

criação de ambientes artificiais despersonalizados

trocas de energia que interfiram no sensível equilíbrio dos ecossistemas.

São muitas variáveis e é nosso trabalho observá-las, interpretá-las, agir de maneira apropriada a cada caso.

DIAS, Guilherme Vieira. Desenvolvimento sustentável: do ecodesenvolvimento ao capitalismo verde. Revista Brasileira de Geografia, volume 2, número 2, ano 2007-2009. http://www.socbrasileiradegeografia.com.br/revista_sbg/Artigos.html.

GLAESER, Edward L. Os Centros Urbanos: A maior invenção da humanidade. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2011.

JOHN, Vanderley Moacyr; PRADO, Racine Tadeu Araújo (organizadores). Manual Selo Casa Azul: Boas práticas para habitação mais sustentável. Caixa Econômica Federal. São Paulo: Páginas & Letras, 2010. http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/desenvolvimento_urbano/gestao_ambiental/SELO_CASA_AZUL_CAIXA_versaoweb.pdf

NORBERG-SCHULZ, Christian. O fenômeno do lugar. In: NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo: Cosac Naif, 2008, 2ª edição, p. 443-460. (O capítulo foi originalmente publicado em 1976.)

http://www.international.icomos.org

http://www.ipt.br/solucoes_tecnologicas/meio_ambiente

http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21

http://www.vanzolini.org.br

ATIVIDADE 2 - TRABALHO INDIVIDUAL

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (BRASIL). Lei 9.985 de 2000: Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm

a) Leia o Capítulo 2 da Lei e faça suas observações para esclarecimentos na aula de 21/02/2014.

b) Anote o que foi discutido / esclarecido em classe, complemente com seus comentários.

c) Pesquise sobre pelo menos 3 órgãos gestores / executores mencionados na Lei (do tipo

CONAMA, IBAMA ou outros de escalão federal, estadual, municipal...)

d) Elabore relatório.

e) Envie pelo WebClasses até dia 06/03/2014.

Esta atividade valerá até 1,0 ponto na composição da nota do 1º bimestre.