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Distribuição Gratuita abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 75 - Janeiro/2008 PROIBIDA A VENDA Francisco Cândido Xavier, uma luz sobre a Terra Adversários Dentro do Lar Nossa Luta Íntima Diária Evangelização Espírita Amália Domingo Soler O Grande Mandamento Ante o Próximo Levantemos

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Distribuição Gratuita

abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 75 - Janeiro/2008

PROIBIDA A VENDA

Francisco Cândido Xavier, uma luz sobre a TerraAdversários Dentro do LarNossa Luta Íntima DiáriaEvangelização Espírita

AmáliaDomingo Soler

O Grande MandamentoAnte o PróximoLevantemos

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Editorial

SeareiroSeareiro2

editorial SeareiroPublicação MensalDoutrinária-espírita

Direção e Redação

Endereço para correspondência

Conselho Editorial

Jornalista Responsável

Diagramação e Arte

Imagem da Capa

Impressão

Tiragem

Ano IX - nº 75 - Janeiro/2008Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737

Seareiro é uma publicação mensal,destinada a expandir a divulgação dadoutrina espírita e manter o intercâmbioentre os interessados em âmbito mundial.Ninguém está autorizado a arrecadarmateriais em nosso nome a qualquertítulo. Conceitos emitidos nos artigosassinados refletem a opinião de seurespectivo autor. Todas as matériaspodem ser reproduzidas desde que citadaa fonte.

Rua das Turmalinas, 56 / 58Jardim Donini

Diadema - SP - BrasilCEP: 09920-500

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CEP: 09910-970Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa

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Ana Daguimar de Paula AmadoFátima Maria Gambaroni

Geni Maria da SilvaJosé Roberto Amado

Marcelo Russo LouresReinaldo Gimenez

Roberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de Araújo

Rosane de Sá AmadoRuth Correia Souza Soares

Silvana S.F.X. GimenezVanda Novickas

William de Paula AmadoWilson Adolpho

Eliana Baptista do NorteMtb 27.433

Reinaldo GimenezSilvana S.F.X. Gimenez

Adaptada dehttp://www.spiritist.com/amaliapic.jpg

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São Paulo - SPCNPJ: 61.089.868/0001-02

Tel.: (11) 6764-5700

12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

Quando vemos uma grande parte do meio espírita simplesmente deixando emsegundo plano, no campo de estudos, ou até mesmo ignorando as obras psicografadaspelo nosso Chico Xavier, muito nos preocupa sobre qual entendimento do Espiritismose estaria buscando, já que estas obras nos trazem o conhecimento puro da Doutrina doCristo, em suas diversas formas de linguagem.

É óbvio que as obras de Kardec são a base da Doutrina Espírita, mas aspsicografadas pelo nosso Chico são a sua complementação necessária, indispensável,para este entendimento maior.

Poderíamos até mesmo afirmar que não se aprende Doutrina Espírita, de forma sériae responsável, sem mergulharmos nesta fonte inesgotável de ensinamentos cristãos,que são as 417 obras até hoje editadas, provenientes de sua abençoada mediunidade.

A revista Seareiro vem dar a sua singela colaboração, para auxiliarmos os nossosleitores a terem acesso a estes conhecimentos valorosos, que, com certeza, nosajudarão em nossa caminhada evolutiva, ao nos trazer mensagens, histórias, contos,casos, versos, entrevistas, e tudo o mais que faz parte deste manancial de Luz.Companheiros, que nos auxiliarão em suas matérias, farão com que o nossoconhecimento se amplie até mesmo para entendermos onde a missão de um espíritoenviado por Jesus, como o nosso Chico Xavier, pode alcançar a todos nós quebuscamos a verdade do Cristo.

Na coluna “Pegadas de Chico Xavier” iremos relatar passagens da vida e obra desteverdadeiro missionário, que nos deixou muitos exemplos de renúncia, humildade,caridade, perdão e do sentimento maior, oAmor.

Tentaremos mostrar sua perseverança na tarefa que o nosso Mestre lhe confiou, eque serve de exemplo a todos nós que nos dizemos espíritas. Buscaremos entrevistar amuitos que com ele conviveu, e que presenciaram os seus exemplos de verdadeirocristão com seus atos e palavras condizentes com o Evangelho de Jesus.

Em outras colunas que formos apresentando aos nossos leitores, buscaremos trazerinformações de suas obras, matérias que nos trarão Chico Xavier muito próximo a nóspelos seus exemplos de amor ao próximo que todos devemos seguir, notícias domovimento espírita sério que busca manter viva a obra deste que, por MisericórdiaDivina, pudemos ter junto de nós até recentemente, como um exemplo vivo da féespírita cristã.

Não estamos com isso querendo desmerecer quaisquer outros médiuns ouescritores, mas o que não concordamos é que se deixem livros que vêm de fontesfidedignas, como as de Kardec e as psicografadas pelo nosso Chico Xavier, para nosaventurarmos em obras que muitas vezes negam o próprio Kardec, não sendo portanto,espíritas, apesar do rótulo que às vezes levam. Podemos ler tudo para analisarmos “oque vem de Deus”, mas será que já estudamos o bastante daquilo que é sério, comoKardec e as psicografadas pelo nosso Chico Xavier, para que saibamos separar o joiodo trigo?

Perguntamos: das 417 obras psicografadas pelo nosso Chico Xavier e das 5 básicascodificadas por Kardec, qual o nosso percentual de leitura do que é realmente DoutrinaEspírita, para que tenhamos informações suficientes para discernirmos o que vem doCristo?

Devemos ficar atentos, já que não poderemos amanhã acusar a quem quer que sejade ter nos enganado. Nós é que nos iludimos a nós próprios, aceitando o que nosapresentam de falso, por atender aos nossos inferiores interesses.

Estaremos aceitando de nossos leitores toda e qualquer colaboração que puderemnos enviar, e que possa nos auxiliar nesta tarefa de falarmos da vida e obra de ChicoXavier. Se por acaso tiverem mensagens, fotos, casos, ou outros materiais quepudermos utilizar para enriquecer as matérias que elaboraremos, solicitamos que nosenviem, para que além do esclarecimento que nos faz necessário, tenhamos a gratidãoa este que renunciou a si próprio para que, com isso, pudesse amar a todos nós,seguindo ele fielmente a máxima de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vosamei”.

Equipe Seareiro

Grandes Pioneiros:Tema Livre:Pegadas de Chico Xavier:Atualidade:Clube do Livro:Kardec em Estudo:Contos:Cantinho do Verso e Prosa:Livro em Foco:Família:Evangelização Infantil:

Amália Domingo Soler - Pág. 3Francisco Cândido Xavier, uma luz sobre a Terra - Pág. 9

Pedro Leopoldo - Pág. 10Levantemos - Pág. 12; Nossa Luta Íntima Diária - Pág. 12

Os Caminhos do Vento - Pág. 15O Grande Mandamento - Pág. 15

O Remédio Imprevisto - Pág. 16Ante o Próximo - Pág. 17

Bem-Aventurados os Simples - Pág. 17Adversários Dentro do Lar - Pág. 18

Evangelização Espírita - Pág. 19

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ICE

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Sevilha, região daAndaluzia, Espanha.O calendário marcava o dia 10 de novembro de 1835.

Abria os olhos para a nova reencarnação uma menina que,recebida pelos braços maternais, teria o nome deAmália.

Chegava Amália Domingo Soler, numa triste época, ondeas guerras predominavam. O vasto império espanhol cobriaas Américas e se estendia pelo Pacífico. Sevilha era oprincipal porto de acesso aos territórios de além-mar. Asriquezas que por ali passavam eram confiscadas parasustentar as infindáveis guerras, que eram travadas pelosseus reis.

E foi justamente no dia do nascimento de Amália que todoesse império vem a ruir, ferido pelas guerras napoleônicas ea perda das colônias americanas. Sobe ao trono da Espanhauma rainha, Isabel II, tendo como regente sua mãe, a rainhaMaria Cristina.

Foi uma época conturbada. Muitos conflitos, crisesreligiosas em que a Companhia de Jesus e diversosconventos foram suspensos em suas atividades. Asepidemias chegaram com a guerra civil, comandada por DonCarlos, que era cunhado da regente Maria Cristina (taisguerras ficaram conhecidas como “as guerras carlistas”).Esse não reconhecia Isabel II como rainha e queria o tronopara si. Contava ele com o apoio de grande parte do clero ede ricos proprietários de terras e parte do exército. Essasguerras se projetaram no século seguinte. Com isso, asdificuldades econômicas atingiram grande parte dapopulação. A miséria e a anarquia tomaram conta e gruposde bandoleiros andaluzes e grupos de assassinos partiamda Serra Morena, invadindo os campos e casebres, ondemuitos moradores morriam por apedrejamentos ou porqueimaduras pelos incêndios nas casas ou nos campos.

Foi durante esse tempo que Amália cresceu. Infânciarodeada pela miséria, mas muito feliz pelo imenso amor quea envolvia pelo coração de sua mãezinha. O pai, ela nunca oconhecera, pois mesmo antes de nascer, ele precisara partirpor ordens do exército carlista e não retornou mais para o lar.

Embora Amália tenha reencarnado com uma missãoimportante peloAlto, de fazer luz nas terras espanholas, coma semeadura do Evangelho que iria conhecer, ela retorna àvida física com grave doença nos olhos. Com oito dias apósseu nascimento, sua mãezinha constata-lhe a cegueira. Emseu desespero, procura por um farmacêutico que, após trêsmeses de tratamento emuita luta, consegueretornar a visão à criança,mas Amál ia ter ia desuportar essa enfermidadepor toda a sua vida, semprecom a ameaça de ficarcega.

Embora criança, porcontar com o carinho desua mãezinha, ela sentia-se conformada com suafrágil saúde. Com asdificuldades pelas quaispassavam, como todo o

povo pelas constantes guerras,crescia a menina a ver sua mãecosturando até altas horas danoite para ter algum provento afim de não passarem fome. Issodeu a Amália a dignidade e a féem Deus. Aprendeu muito cedoa ler e a escrever. Vendo avontade que Amália revelavaem saber fazer uso das letras,sua mãezinha deu-lhe toda ai n s t r u ç ã o , a p e s a r d aprecariedade em que viviam.Talvez isso tenha dado toda a segurança a Amália para quenão se distanciasse de Deus. Era católica, mas eram muitasas dúvidas que cercavam sua mente, embora sua poucaidade. Mas seu espírito desejava extravasar as amargurasque tomavam conta de seu coração. E aos dez anos, suaspoesias já revelavam seu profundo conhecimento da artepoética. Entre horas alegres e tristes, passam-se os anos.

Amália estava com 16 anos quando novamente foi feridaem seu coraçãozinho pela partida de sua mãezinha queretornava à pátria de origem.

Os poucos parentes que restavam queriam interferir norumo de sua vida. No princípio, sentindo-se órfã e com ospensamentos a confundir-lhe o cérebro, começou aexaminar as propostas. Os tios que lhe restaram eram porparte de seu pai. Pouco conhecimento tinha ela da vida quelevavam, na região catalã. Queriam esses que Amáliaescolhesse o que achavam viável para sua vida: casar-secom um senhor rico, mais velho, que era aparentado de unsamigos de seu pai e ter um futuro garantido, ou entrar paraum convento. Positivamente nada disso ela almejava para oseu futuro. Ela lutaria para ser dona de seus ideais. Era muitopobre, mas sabia costurar. Aprendera com sua mãezinha,portanto, tinha uma profissão e, acima de tudo, acreditavaem Deus. Seu grande aliado era o Cristo e ela seguiria emfrente.

As dificuldades cresciam. Sevilha passava por momentostormentosos, com o desequilíbrio do governo da impopularregente, rainha Isabel II, que o povo detestava. Com isso,novo levante foi feito pelos carlistas, que efeito algum teve,mas que serviu somente para novos conflitos entre militares

e a dinastia.Amália não estava bem.

A enfermidade da visão e asaúde precária e vivendoos desentendimentospolíticos e religiosos,fizeram amadurecer seuplano há muito tempoguardado em seu espírito:o de transferir-se paraMadri. Lá talvez suasesperanças de ter uma vidamelhor e de ver suaspoes ias ed i tadas setornassem realidade. Os

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 3

Amália Domingo SolerAmália Domingo Soler

Amália aos 37 anosAmália aos 37 anos

Sevilha, EspanhaSevilha, Espanha

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r e c u r s o sem Madrieram maisprojetados,por ser acapital daEspanha .Com essespensamen-t o s , e l aparte paraM a d r i .H a v i a j áa l g u n s

meses que Amália fixara residência em Madri. Conseguiraalugar pequeno quarto, que a duras penas pagava com ascosturas que conseguia pegar, oferecendo seu serviço,batendo de porta em porta. E a visão de Amália piorava.Seus esforços em ler, escrever e costurar até altas horas danoite estavam prejudicando muito seus olhos e a quasecegueira apareceu novamente.

Muitas vezes os pagamentos feitos pelas costuras maldavam para pagar as pequenas contas que seriam para amanutenção do que era usual. Com isso alimentava-sepouco e, para não passar fome, teve que recorrer ainstituições de caridade.

Com toda essa difícil situação, Amália via-se em solidãoprofunda. Amargurada, vai perdendo a vontade de viver.Sem ter a quem recorrer para sentir-se amparada, pensa emsuicidar-se. Pelo desespero de ver-se em lugar estranho,esquecera-se de orar. Perdera a fé a que se apegava. Numanoite, quando se debatia em pensamentos conflitantes que adistanciavam de Deus, ouve uma voz que lhe é cara aocoração, que lhe fala:

— Filha, onde está a firmeza da fé em Cristo que lheensinei, desde pequenina? Será que sua confiança em Deusestaria reunida nos bens materiais que lhe fossemconcedidos? Onde seu amor a Jesus que já lhe proporcionoua restauração da sua vista, em épocas passadas, para quepudesse alicerçar sua vida para ter o necessário? Cuide,filha, para que suas escolhas sejam para divulgar o bem quevocê guarda dentro de si, através da poesia. Você saberáensinar o caminho da paz com afacilidade de colocar no papel o queDeus lhe deu como talento.

Amália refaz-se! Ela não sóouvira os conselhos de sua adorávelmãezinha, como a vira em suafrente. Será isso possível? E comoresposta, continuou a voz maternal:

Sim, minha filha, sou eumesma, que, pedindo permissãoaos instrutores espirituais, por vê-latão desespera a e com receio quepraticasse o ato indigno de umacristã de ir ao suicídio que aquiestou, para fazê-la retornar aosbons princípios da Lei Divina. Procure rapidamente umaigreja, um templo onde seu coração possa abrigar-se. Tenhocerteza de que Deus enviará recursos para sua almaatormentada.

Desfazendo-se o vulto diante dos olhos espirituais deAmália, pôde entender que sua mãezinha lhe trouxera aconfirmação da vida eterna.

Amália, saindo do êxtase em que ficara e recordando apreocupação daquela mãe amorosa, quando viu que seus

dias sobre a Terra estavam findando, com os olhos rasospelo pranto, tomando de um lápis e papel, grafou uma poesiadedicada à sua mãe:

A uma Rosa

Flor de formosura ideal,Bela e delicada rosa,Eu contemplo orgulhosaEm um jardim oriental.

Sou um ser que compreendoQue admira tua formosura,Temendo te apanho,E a desejo em minhas mãosOlhando-te com ternura.

Outra vez nos encontramosE em lembrar a rosaCarinho eterno juramos ;De amizade pura e preciosaUm santo laço formamos.

Fora uma recordação dos belos dias de sua vida juvenil,quando passeava com sua mãezinha nos jardins do Álcazarde Sevilha.

Amália seguiu os conselhos de sua mãe. Como católica,mas já com muitas dúvidas em seu espírito, procurou nasigrejas católicas o refúgio para seus males, mas nãoencontrou. Decidiu-se pela igreja luterana e aí pôde sentir napalavra do pastor que a atendeu a tranqüilidade que lhefaltava. E finalmente sentiu-se empolgada por ser útil e pôrem versos o que lhe ia n'alma. Voltara a ter fé em Jesus.

O que a incomodava era a visão, quase nada via.Aconselhada por amigos luteranos, vem a conhecer e aprocurar consultar-se com um médico oftalmologista ehomeopata sobre seu problema. Era o doutor Hysern muitofamoso por curar doentes da visão que diziam ser incuráveis.

O doutor Hysern, após longo tratamento, conseguiu fazercom que a visão deAmália voltasse a se restabelecer.

O contentamento dela foi enorme e, dizendo-seagradecida, iria rogar a Deus para abençoá-lo eternamente.O doutor Hysern, ao ouvir Amália falar em Deus, lembrou-sede comentar com ela a respeito de uma nova religião, a quedavam o nome de Espiritismo. Amália, curiosa, diz não ter

conhecimento de nada. O doutor Hysernpassa-lhe às mãos o exemplar de umJornal Espírita de nome “El Critério”. Ecomenta comAmália:

Amália recebe das mãos do médico ojornal e fica profundamente grata peloânimo que ele lhe dava, diante desse

impasse em que vivia, para com o futuro.Decide-se pesquisar a nova Doutrina. Os artigos ali

escritos falavam de algo que alimentava o espírito por ter umconteúdo sadio.

Buscou Amália estudar tudo o que pôde encontrar nasobras de Kardec, que já estavam causando muitaspolêmicas nos meios religiosos, principalmente para a igrejacatólica e seus adeptos.

Cada vez mais, Amália encontrava sentido em escrever

d

— —

— Não tenho religião alguma, soumaterialista, mas em lendo algunsartigos desse jornal, pensei que lheserão oportunos, pois são consoladores!E, como aprendi a reconhecer suatendência de escritora e poeta, quemsabe se os produtores desse periódiconão se interessem pelas suas poesias?

SeareiroSeareiro4

Madri, EspanhaMadri, Espanha

Jardins do Alcazar de SevilhaJardins do Alcazar de Sevilha

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Livro “Minha Vida” - Clarim

suas poesias. Nelas, seu coração ditava as palavras queserviam para ela própria. Incentivada a ver a vida de formadiferente, de sentir na dor a oportunidadeoferecida por Deus, para os reajustes de umpassado comprometedor, passou a sentir quenão faltava a ninguém assistência do Alto.Com esses pensamentos que conseguiramrestabelecer o seu ânimo, Amália envia umadas suas poesias para um periódico espírita“La Revelácion”, da cidade de Alicante e vê,pela primeira vez, sua poesia editada por esseórgão. Mais entusiasmada e com os conceitosespirituais obtidos pelos estudos a que se filiouprofundamente, resolveu enviar para o jornal“El Critério” seu primeiro artigo intitulado “LaFé Espiritista”. E qual foi a sua surpresa ao verno jornal a publicação de seu artigo! Era o anode 1872. Daí para frente, tanto suas poesiascomo seus artigos passaram a ser muito comentados.Diante desses acontecimentos, Amália era sempreconvidada a participar das reuniões de estudos,pertencendo seu nome ao rol dos espíritas espanhóis,aqueles que, como ela, queriam entender mais da DoutrinaEspírita.

A Espanha vivia por essa época momentos de extremadopreconceito religioso. O clero exercia mais do que nuncamuita influência nas camadas governamentais. E foi aí queAmália se utilizou de todo seu conhecimento espírita,baseado nos ensinamentos das obras kardequianas, aofazer seus pronunciamentos divulgando a Doutrina Espírita.Sérias polêmicas a envolveram com o clero, mas ela sempredefendia a posição dos espíritas e as atitudes de confrontoonde zombassem dos princípios espiritistas. Sua voz não secalava, diante dos abusos clericais.

Tudo isso traduzia para ela uma luta benéfica. Agora elapodia sentir a firmeza das palavras de sua sábia mãezinha,quando lia os textos de Platão, para que Amália entendesseque realmente “aprender é recordar no presente o que foideixado nas reencarnações passadas”. Amália avaliavadesse modo que, se essa reencarnação estava sendo difícile dolorosa, era porque no passado ela fora talvez uma ferozinimiga das Leis de Deus. Isso lhe dava forças para continuara modificar sua vida que, certamente, para o futuro seriamais pródiga.

De 1876 a 1885, Amália via crescer sua popularidade nosmeios espiritistas na Espanha. Seus artigos percorriam todoo país. Por essa época, o meio clerical já via pela frente osinimigos que se revoltavam e exigiam a liberdade, cansadosdas opressões sofridas e lutavam pela maior influênciagovernamental, respondendo às calúnias que o cleropregava para poder manter a última palavra. O generalPrim, aliado às idéias de Amália, ajudou-a no combate àsinfâmias que os sacerdotes faziam em seus sermões,dizendo ser ela mantida pelos poderes satânicos.

Sendo ele militar e já tendo defendido a Espanha emguerras passadas, lembrou-seAmália que fora ele, o generalPrim, que no dia 31 de março de 1875 designou-a parahomenagear Allan Kardec no salão da Sociedade Espiritista

Espanhola. E foi por essa época que, pela primeira vez,diante dos severos membros dessa sociedade, ela leu a

poesia nascida de seu coração intitulada “A LaMemoria de Allan Kardec”. Essa poesia encontra-se toda ela no livro “Minha Vida”, escrito porAmália Domingo Soler, numa tradução doespanhol para o português por Wallace Leal V.Rodrigues e pela Profa. Dra. Isolina BresolinVianna. Devido à extensão da poesia,transcreveremos apenas um trecho da mesma,no original:

A La Memoria de Allan Kardec

Muchos los gênios son que en este mundoHan desejado un recuerdoDe su saber profundoIntrépidos guerrerosConquistaron los pueblos y marcaronCom lagrimas y sangre sus lideros.

Quién más grande que tú? Nadie em la tierra,Nadie te puede arrebatar tu gloriaEspiritistas! Nuestra voz unamos,Bendigamos del justo la memória.Nos ha hecho tanto bien! Le hemos debidoLa regeneración de las ideas;Mi espiritu por el fortalecido,Jamás, jamás le entregará al olvido!Siempre diré, Kardec! Bendito seas.

Transcrevemos apenas a primeira estrofe e a última.Belíssima!

Amália, por suas poesias e artigos que entusiasmaram aspessoas, ficou conhecida como a “poetisa das violetas” e“cantora do espiritismo”.

Amália conquistava cada vez mais a simpatia de todos osque passaram a se interessar pela Doutrina Espírita. Osespíritas espanhóis diziam “viver os escritos de Amália”.Certa ocasião, após magnífica explanação sobre areencarnação na Sociedade Espírita Espanhola, foi elaagraciada com a coleção das obras de Allan Kardec, porFernandes Colavida, por sabê-la defensora do Codificador.Amália abraça-o comovida, dizendo ser o primeiro presentede sua vida, tão importante pela riqueza ali contida.Atendendo aos espíritas de Alicante, passa algum tempojunto a eles desenvolvendo oratória em várias regiões dolocal. Dali vai para Murcia, onde, após sua chegada, começaa sentir-se enferma, retornando o problema visual.

Durante alguns meses, ela permanece aos cuidados dosdedicados amigos da cidade de Murcia. Quando Amáliasentiu-se mais fortalecida e com pequena melhora visual,que parecia corresponder ao tratamento oftálmico, decidiu-se mudar para Barcelona.

Lá, com um campo econômico mais desenvolvido, o seutrabalho como costureira seria mais rendoso. Não queriaviver às custas da Doutrina e muito menos se tornar um fardopara ninguém. E, mesmo sob os protestos daqueles seusafeiçoados companheiros de Madri e arredores, ela partepara Barcelona no dia 10 de agosto de 1878. Amália havia

recebido um convite para atuar no GrupoEspírita “Circulo La Buena Nueva” e issocausou-lhe profunda alegria; teria maisoportunidades para ganhar experiênciasno trabalho do Cristo e em suadivulgação. Amália estava em plenaatividade, junto aos amigos do grupo do“Circulo La Buena Nueva” e também

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Livros básicos da doutrina espírita. Temos os 417 livrospsicografados por Chico Xavier, romances de diversos

autores, revistas e jornais espíritas. Distribuição permanentede edificantes mensagens.

Praça Presidente Castelo Branco - Centro - Diadema - SPTelefone (11) 4043-4500 com RobertoHorário de funcionamento: 8 às 19h30

Segunda-feira à Sábado

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Segunda-feira à Sábado

Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”

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SeareiroSeareiro6

ganhando o suficiente paraa sua sobrev ivênc ia ,quando novamente suavisão começou a lhe trazerproblemas. A cada dia ac e g u e i r a p a r e c i a - l h eaumentar. Em sua aflição,ela roga por Jesus, para quea clemência do Pai Celestiallhe oferecesse resignação.E foi numa dessas manhãs,recolhida no quarto, que lhefora destinado na residênciada família do senhor LuísLach, presidente do “CirculoLa Buena Nueva”, que,a c o m p a n h a n d o a sdificuldades pelas quaispassava, levou-a paramorar com seus familiares.E foi durante suas oraçõesque Amália percebeu queum frio intenso lhe percorriatodo o corpo, parecendo-lhefixar em maior volume em sua cabeça. E ela acreditava queuma voz a fazia ouvir: Luz... Luz... Luz... “não saberia dizer”,acrescentava Amália, “se realmente ouvia ou se era fruto daminha mente, tão voltada estava naquele instante dereflexão para esse problema visual. Repentinamente”,continuava Amália, “encontrei-me chorando, não dedesconsolo ou amargura, mas sentia que eram lágrimas quevertiam pelo meu rosto, parecendo-me retornar a visão. Corripara a frente de um espelho e a verdade ali estava. Euenxergava e meus olhos estavam abertos, perfeitos, comohá muitos anos não acontecia, isso porque as pálpebraseram caídas, dificultando mais a visão.” E Amália, ainda emestado de assombro e alegria, exclamava em oração aJesus:

E pareceu-lhe ouvir a mesma voz, pouco distante, que lherespondia:

Sim, Amália, Deus está lhe oferecendo mais umaoportunidade para que você possa completar seu serviço naTerra, divulgando o Evangelho de Jesus nesse território detanta dor.

Após essa bênção recebida pelo socorro do PlanoEspiritual Superior, de imediato, foi ela tercom o médico que a assistia. Diante danarração, dita com detalhes do acontecido, omédico, após os exames feitos comminúcias, diz com firmeza:

Volta Amália às famosas polêmicasinjuriosas contra a Doutrina. Ouvindo certafeita os sermões do cônego Don VicenteManterola, Amália responde às investidasmaldosas do cônego, publicadas em seisartigos na “La Gaceta de Cataluña”, quecausaram uma grande confusão nos meioscatólicos e espíritas. Para defender a igreja, osacerdote Don Manuel Lasarte cria um meiode difamarAmália como mulher, ofendendo-aem sua moral. Mas ela falava aos amigos quese indignavam com as calúnias publicadas:

A esse particularnenhuma resposta terão.Quem duvidar dos meuspassos é só seguir oprocedimento com que levoa minha vida. Por mais quese esforcem, não terãoprovas que ofendam osbons costumes da época. Aminha preocupação édefender os princípioscristãos. E a isso o clerodeixa a desejar.

Revoltado, o cônegoManterola publica artigoscomo “El satanismo, o sea lac á t e d r a d e S a t a n á s ,combatida desde la Cátedrade l Esp i r i tu San to eRefutacion de los orroresdel espiritismo”. Amália, emrespos ta a todas asp r o v o c a ç õ e s d o

eclesiástico, não deixa derefutar palavra por palavra, conceito por conceito,defendendo com maestria as verdades do Espiritismo.

Em 22 de março de 1879, vem a público o primeiro númerode um Semanário Espírita que seria dirigido por Amália eredigido com a colaboração de Matilde Fernandes e CândidaSanz, que recebera o título de “La Luz del Porvenir”. Durantevinte anos esse órgão jornalístico foi dirigido por Amália,contando apenas com as mulheres em todos os setoresdessa organização jornalística. Esse acontecimento, nessaépoca e num país como a Espanha, aceitar um trabalhosendo liderado por mulheres, tornava-se visado demais.Porém, Amália viera justamente para isso: libertar asmulheres da submissão masculina. E ela estavaconseguindo, vencendo todas as barreiras do clero e dosmachistas, que aproveitaram essa interferência doscônegos Manuel Lasarte e Manterola, para criar inúmerasdificuldades com a publicação do artigo “La Idea de Dios”,escrito por Amália. Os cônegos e os membros ligados aórgãos católicos denunciavam às autoridades locais e ojornal veio a ser suspenso por 42 semanas. O rei Alfonso IIexpediu um decreto para que fosse esse artigo substituídopelo título de “El Eco de la Verdad”. Novamente surgiu outra

polêmica, mas Matilde Cândida respondecom um artigo intitulado “Los Obreros”. Comtodo o grupo feminino reunido à frente do reiAlfonso fez com que ele não encontrasse malalgum no último artigo. Colocou fim àpolêmica, absolvendo o jornal, que voltou acircular normalmente.

Todos os problemas se avolumavamdurante o Império de Alfonso II. Aproveitava-se o clero dessa confusão, para atacar oEspiritismo, porque esse ganhava a simpatiade muitos religiosos e isso para ossacerdotes era uma imensa ameaça para aIgreja. O rei Alfonso subira ao trono, com 17anos, após sua mãe Isabel II ter abdicado domesmo, diante da crise política que fazia aEspanha viver como sempre as guerras civis,entre os carlistas e os republicanos, quequeriam o fim da monarquia. Lutavam osrepublicanos para ver a Espanha livre,

— Será, Senhor, que chegou a hora da minha libertação?

— Graças a Deus, Amália, você realmentefoi agraciada por Ele. Poderá retornar ao seutrabalho, mas, por favor, moderadamente!

Barcelona, vendo-se em primeiro plano onde se localizava “La Cidadela”, praça emque foram queimados os livros de Allan Kardec em 9 de outubro de 1861.

Barcelona, vendo-se em primeiro plano onde se localizava “La Cidadela”, praça emque foram queimados os livros de Allan Kardec em 9 de outubro de 1861.

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Livro “Perdôo-te” - LGE Editora

Livro “ emórias do PadreGermano” - Editora FEB

M

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 7

moderna, por isso a grande manifestação que o povo faziapara defender Amália, pois ela já liderava um grande grupofeminino, que se juntava para a extinção da monarquia.

Amália tinha por amigo que a acompanhava desde a suavinda a Barcelona o senhor José Fernandez Colavida, quefora diretor da revista “Estudos Psicológicos”. Ele a animavanos momentos dos ataques, das infâmias e procuravaatendê-la até nas crises materiais, pois se o senhor LuísLach não a tivesse levado para sua casa, ele o faria de bomgrado. Amália jamais poderia esquecer o senhor Colavida,por ser ele que a fez conhecer as obras doutrinárias de AllanKardec.

E foi com muita tristeza que ela vem a saber da notícia deseu desencarne. Por essa época, na Espanha, as mulheresnão podiam acompanhar os enterros até os cemitérios.Amália não questionou, armou-se de coragem e, reunindo asmulheres que já a apoiavam diante dos absurdos ditos porlei, quebraram a toda essa aberração e invadiram o velório,acompanhando o féretro. Amália, estimulada pelasvibrações do Alto, à chegada do caixão ao túmulo, antes queesse fosse enterrado, emocionou a todos, brindando oespírito de Colavida com uma brilhante poesia, saída dofundo de seu coração, como agradecimento àquela almaque tanto a ajudara.

Por tudo isso,Amália tornara-se a mulher mais comentadadessa época, de Barcelona a todo o círculo onde oEspiritismo despontava, valorizando a mulher e o seutrabalho diante do Cristo. Fora ela amada por muitos edetestada por outros, por ciúme e orgulho. Amália não sedeixava abater. Com o decorrer do tempo e sua dedicaçãodoutrinária, ficou sabendo, através de sua própria vidência,que seu guia espiritual era um espírito que, em uma de suasreencarnações, tivera com Amália trabalhos religiososimportantes. Desde aí, propusera-se a auxiliá-la nasexperiências que viesse a ter na Terra. Viveu ele no séculoIV, nos arredores de Paris e era conhecido como SanGermán Del Prado.

Amália, certa ocasião, veio a conhecer um médium, o qualmuitos espíritas comentavam, cujas mensagens, através desua psicografia, afirmavam serem elucidativas e dentro dosprincípios kardecistas. Buscando conhecê-lo, elaentusiasma-se por tomar conhecimento de mensagensrecebidas por ele do espírito de San Germán Del Prado, seuguia espiritual.

Amália consegue um bom entrosamento com o médiumEudaldo Pagés e passa a publicar as mensagens recebidaspor ele e com o consentimento de San Germán, o espírito,edita-as no jornal “La Luz del Porvenir”. Essas mensagenseram copiadas por Amália e levadas ao conhecimento doeditor, que também era espírita, o senhor João Torrente, que

sugeriu à escritora ser produtivotransformar esses artigos emvolumes, para serem distribuídosem outros países.

Aqu i no Bras i l , o l i v ro“Fragmentos das Memórias doPadre Germano”, copiado porAmália e traduzido pelo espíritaManuel Quintão, foi editado pelaFEB. Nessa obra, Padre Germanorelata suas experiências em suaúltima reencarnação na Terra,onde procurou consolar osoprimidos, com muita coragem,enfrentando as pressões do clero,pelo fato dele desmascarar

sempre a hipocrisia dos religiosos sustentados em suasidéias egoístas e preconceituosas da Igreja Romana. Comisso, as perseguições contra ele foram terríveis. Ossuperiores hierárquicos o desterraram para uma obscuraaldeia, distante de tudo e de todos. Mas prossegue esseespírito, na pátria de origem, a exercer a mesma vontade decontinuar a divulgar a verdadeira vida. Diz ainda, porintermédio da psicofonia de Eudaldo (o médium), quetrabalhavam intensamente os três, com o intuito deesclarecer e propalar o Espiritismo e que Amália era a molamestra. Finalmente em 10 de janeiro de 1884 essa obra pôdevir a se materializar, como “Memórias do Padre Germano”.Por volta de 1900, Amália, seguindo a psicofonia do médiumEudaldo, transcreve em oito fascículos a obra que, nooriginal, receberia o nome de “TePerdono, Memórias Del umEspíritu”, publicada e reeditadapor Carbonell y Esteva, e em1904 publicada no Brasil com otítulo de “Perdôo-te”. Essereferido romance só foi editadoapós nova correção feita porAmália, durante as comunicaçõesno Centro ou “Sociedad La BuenaNueva”, em Barcelona. Nessaobra, o espírito central, de nomeÍris, revela suas reencarnaçõescomo Maria de Magdala e TeresaD’Ávila. Seus escritos foramenviados para vários países como México, Cuba, Itália,Venezuela, Argentina. Todos esses éditos foram de grandevalia para esses povos, que, de certa forma, começaram ater interesse pelos assuntos relatados nessas obras.

Outros foram os livros editados sob a inspiração dosmentores espirituais e de Padre Germano, como a coleçãoem prosa e verso, com temas variados, sob o título de“Ramos de Violetas”. Também uma novela intitulada“Clotilde”. Além de comentários em artigos editados nosperiódicos, principalmente na Argentina, com suasimpressões sobre os sermões de um esculápio (estudanteda escola católica) e de um jesuíta, sobre os temas“Cânticos” e “Considerações de Além-Túmulo”. Foram,portanto, inúmeras as obras de Amália Domingo Soler.Conseguiu ela, com isso, fazer com que o movimentoespírita espanhol, no final do século XIX, junto a outrospioneiros como e ,realizar o Congresso Espírita Internacional, no ano de1888. Seus movimentos com relação à Doutrina Espíritainfluenciaram para que vários países de língua espanhola daAmérica Latina viessem a tornar-se a base atual pelorenascimento do Espiritismo espanhol.

A Espanha viveu longos anos em guerras civis, que só setornaram menos vinculadas pelos conflitos existentesdurante a II Guerra Mundial. Após isso, a Espanha viveuquarenta anos sob a ditadura do General Franco queeliminava a qualquer preço quem não se enquadrasse navisão do seu governo espanhol. O Espiritismo foi perseguidoe todos os seus adeptos ou foram exterminados ou ficaramna clandestinidade. Essa situação só foi modificada com ofim do regime franquista, onde se viu surgir uma novaEspanha, liderada por políticos mais experientes e por um reimais humano, guiado por espíritos que ajudaram a fazer comque a Espanha tivesse tréguas de homens perversos, quesob a regência do clero, fizeram muitos crimes horrendos,com o surgimento da “Santa Inquisição”.

E foi em meio a essas guerras civis que Amália soube que

Fernandes Colavida Miguel Vives y Vives1°

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SeareiroSeareiro8

em 9 de outubro de 1861 surgiao “Auto de Fé”, na cidade deBarcelona, onde, por ordens dobispo Palau, foram queimadosem praça pública mais de 300livros e folhetos de Allan Kardece de outros escritores que nãofossem católicos. Foi nesseembalo de dor interior queAmália reuniu as assinaturasformadas por um grupo des e n a d o r e s e d e p u t a d o sespíritas, num projeto de lei, dodia 26 de agosto de 1873, ondeficaria obrigatório o ensino doEspi r i t ismo na educação

pública, substituindo o ensino católico. Esse novo regime sópassaria a ser realizado sob um governo mais humano, oque aconteceu com a regência do rei Juan Carlos I. Isso deua Amália forças para a realização do ° Congresso Espíritaem Barcelona, em 1888.

Amália estava sempre atenta a todos os acontecimentos.Estudava muito e recebia muito amparo dos amigosespirituais, principalmente de sua mãezinha, que a orientavae a alertava para os perigos preparados pelos espíritosinferiores, que geralmente eram os clérigos desencarnadosque procuravam fazer de tudo o que podiam, transmitindointuições perturbadoras, para desanimar e destruir os planosespirituais edificantes, fortalecidos por Amália para quehouvesse mais equilíbrio para com os manifestantes quefossem contrários à Doutrina Espírita.

Por volta do ano de 1891, Amália, inspirada por seu guia,Padre Germano, preparava boa parte de seusapontamentos sobre sua vida pessoal. Queria deixar comisso uma obra onde fosse destacada sua conversão àDoutrina Espírita e sua luta para transformar a Espanhanuma seguidora fiel a Kardec. Mas em 29 de abril de 1909,esses apontamentos foram interrompidos pela suapassagem de retorno ao mundo espiritual. Contudo, chegaela a completar seu desejo, transmitindo espiritualmente,através de sua grande amiga, Maria, médium, que muito aajudou nas edições de seus livros. Pronta, essa obrarecebeu o título de “Memórias de Amália”. Em 1913 foi esselivro traduzido em português pela Profa. Dra. Isolina BresolinVianna e por Wallace Leal V. Rodrigues, editado pela CasaEditora “O Clarim”, com o título atual de “Minha Vida”, em sua1ª edição brasileira, de 1985, em Matão, São Paulo.

Amália continua na espiritualidade exercendo seutrabalho de divulgar a seriedade encontrada tão somente naDoutrina Espírita, codificada porAllan Kardec.

Fora ela que, em épocas tão difíceis, reencarna em umpaís como a Espanha, conservadora para com as mulheres,que eram consideradas como uma sombra, servindosomente aos seus senhores, desde o nascimento. E foiatravés dos feitos deAmália, vencendo todas as dificuldadesfísicas, principalmente da visão, que as mulheresconseguiram se sobrepor e assumir o papel preponderantede ser humano e não apenas de um simples instrumentomanuseado pelos mais fortes.

O corpo de Amália Domingo Soler foi enterrado nocemitério de Barcelona, ala reservada aos protestantes,como uma desconhecida. Mas os espíritas residentes emBarcelona, juntos a um variado grupo de brasileiros, erigiramum monumento em memória de Amália. Nele foi colocadauma placa enviada do Brasil, por pessoas amigas, com osdizeres “Amália Domingo Soler, La Gran Señora Del

Esp i r i t i smo” . Os amigosparticulares deAmália deixaramo local mais preservado e maisfácil de ser encontrado e, comisso, o túmulo dessa grande“operária do bem” tornou-sedigno. Porém, os poderese c l e s i á s t i c o s , a i n d a s emanifestando, tornaram otúmulo de Amália em completoabandono. Assim o fizeramporque serviria ela comoexemplo para todos os que sedistanciassem e morressemsem as bênçãos da igrejacatólica. Por isso também ela foi enterrada entre osprotestantes. Masb r a s i l e i r o s ee s p a n h ó i sespíritas voltarame re f i ze ram omausoléu comoagradec imen topela sua devotadavida. Claro ques e u e s p í r i t od e s p r e n d i d o ,como sempre forana Terra, não precisaria dessas formalidades terrenas, masera necessário que seus despojos fossem respeitados emsua memória.

Amália cumpriu seu dever para com a espiritualidade,nunca renegando qualquer que fosse a tarefa a serrealizada. Viveu 73 anos e mesmo sofrendo dores e fortescrises por falta de ar, pela doença física representada poruma broncopneumonia, depois transformada emtuberculose, veio a desencarnar tranqüilamente, semreclamações, apenas agradecendo a Deus a oportunidadede levar, através de suas poesias, o aprendizado cristão, aoscarentes de amor e fazê-los conhecer Jesus. Seu desejo erade que seu traje, ao ser enterrada, fosse branco, num caixãomuito simples. Seu enterro foi no dia 1º de maio, às dez horasda manhã. Seu desejo foi cumprido pelos amigos espíritasque deixou na Terra.

No livro “Minha Vida”, consta uma longa mensagempassada por Amália, à sua amiga e médium, Maria. Nela,Amália conta seu regresso ao mundo espiritual e o encontroconsigo mesma. A narração de sua vida, contida nessa obra,foi sugerida, enquanto encarnada, por seu protetorespiritual, Padre Germano. Em um trecho dessa obra, elanarra sua estada nas Filipinas, atendendo a um convite pararealizar um encontro com espíritas desse local. Apósencerrar sua brilhante oratória, brindou os filipinos com umapoesia de sua autoria dedicada às tarefas cristãs. Os amigosali presentes ofereceram-lhe uma belíssima caixa desândalo, madeira nobre, artisticamente trabalhada. Essacaixa, onde Amália habituou-se aguardar suas canetas, estáatualmente no Museu CairbarSchutel, em Matão, onde estãotambém o pente com o qualAmália prendia seus cabelos e amantilha, objetos de uso pessoale que foram doados por seusamigos espíritas para o mesmomuseu de Matão.

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Caixade sândaloque está no Museu Cairbar Schutel

Monumento erguido emmemória de Amália

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Amália amava as flores e emespecial as violetas. Fora elaigualada por seus amigossemelhante a essas florzinhasdelicadas, mas persistentes emvencer as pragas, para continuara vencer todas as dificuldades.Amália era assim: procurouignorar os difamadores e asarmadilhas que os invejosos eciumentos de sua inteligênciap r e p a r a v a m . To d o s o speriódicos da época teceram

muitos comentários sobre a vidade Amália, ao publicarem seu desencarne. O senhorBarnabé Moreira, pertencente à Sociedade Espírita“Constância”, no final de sua redação, onde procuroupersonificar a presença deAmália na Terra, escreveu:

“Precisamos desviar o olhar sobre o corpo físico frágil eseus olhos apagados pela quase cegueira, parapenetrarmos em seu interior e sentir a sua essênciaespiritual, bela, simples e generosa. Através de suas obras,sempre poéticas, transmitia a moral que aprendera a

dignificar pelos estudos espirituais, aos quais tanto seafeiçoara. Quantas foram as cartas recebidas, emagradecimento a Amália, que chegavam às suas mãosvindas dos presídios da Espanha, dos hospitais, onde osdoentes se mostravam esperançosos diante da luta pelavida! Muitos lhe enviavam narrações dolorosas, ondeconfessavam desistirem do suicídio, após se inteirarem domal que fariam a si próprios. Pelas tão preciosas obraseditadas por ela, passaram a entender a continuidade davida, por ser o espírito eterno.”

Toda essa matéria sobreAmália foi publicada no jornal “LaLuz del Porvenir”, onde trabalhou por longos anos.

E todos os jornais comentavam da ampla visão jornalísticaque essa admirável mulher tinha. Mas os espíritas sabemque isso pertence aos espíritos que já conseguiram evoluir e,retornando à Terra, prosseguem a multiplicar seus talentos,pois sabem dividi-los diante dos que quase nadareconhecem da misericórdia de Deus as oportunidades doaprendizado durante a reencarnação.

Amália Domingo Soler continua sua luta, para que aEspanha se torne no futuro um país fraterno e caminhandopara a paz com o Mestre Jesus, entre os povos.

Eloísa

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 9

tema livreTema Livre

Francisco Cândido Xavier, o pequeno gigante, em suasvidas dedicadas aos semelhantes!

Durante sua estada terrena, nessa última reencarnação,fez de sua autêntica mediunidade o exemplo de obrasditadas pela espiritualidade superior, o verdadeirotestemunho de fidelidade a Jesus.

ComoAllan Kardec, sofreu todos os reveses daqueles quetentaram duvidar dos preceitos doutrinários, alegando sersua mediunidade manifestações ditadas pela sua vontadeem “querer ser famoso”. Mas a sua lealdade diante dotrabalho a ser desenvolvido pelo bem da humanidade,aproximou-o ainda mais dos benfeitores espirituais,principalmente de seu guia espiritual, Emmanuel, que lhedava a segurança do trabalho, sem se deixar conduzir peloorgulho ferido.

Passou com toda dignidade por dolorosas provas — dasaúde física, perda da visão, calúnias, maledicências — masnunca se ouviu qualquer reclamação ou mágoas de seuslábios.

Lendo o livro “Momentos com Chico Xavier”, do nossoconfrade Adelino da Silveira, deparamo-nos com umabelíssima descrição que faz a respeito do homem ChicoXavier e o seu trabalho na Terra. Eis um pequeno trechodessa narrativa, que deveria ser lida por inteiro:

Deixou-nos esse homem, através de seu amor à Doutrina,quatrocentos e dezessete livros, pela sua psicografia e semnunca fazer uso de um centavo dos direitos autorais. Diziaele que esse dinheiro não lhe pertencia, pois não era autor deobra alguma.

Realmente, que homem fora Francisco Cândido Xavier,tão diferente dos padrões dos entes apegados à vidaprazerosa.

Um homem que viveu para amar a Deus e servir aopróximo como a si mesmo.

Érica

“Que homem é este que:Doente, deu saúde a um incontável número de pessoas;Pobre de bens materiais, consolou numerosos ricos;Rico de bens espirituais, jamais esqueceu os pobres;Sem poder humano, orientou e consolou poderosos;Sem dinheiro, enriqueceu o século em que nasceu;Sem títulos acadêmicos, apenas com o quarto ano

primário, foi co-autor de verdadeira enciclopédia, versandoos mais variados temas sobre ciência, filosofia e religião;

Apagando-se, iluminou nossos caminhosQue homem é este?”

Bibliografia: -Adelino da Silveira, GrupoEspírita da Paz, 1ª ed.,1999.

Momentos com Chico Xavier

Francisco Cândido Xavier,uma luz sobre a erraT

Memórias do Padre Germano --

Minha Vida -

Perdôo-te -

Amália Domingo Soler(cópias e anotações) pelo médium Eudaldo Pagés, Ed.FEB, 10ª ed., 1958.

Amália Domingo Soler - Título original emespanhol: Memórias - Tradução Profa. Dra. Isolina BresolinVianna e Wallace Leal V. Rodrigues, Ed. O Clarim, 1ª ed.,1985.

Anotações de Amália Domingo Soler, pelomédium Eudaldo Pagés, espírito Íris, Ed. FEB, 5ª ed., 1999.

Imagens:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/12/Sevilla2005July_040.jpg/800px-Sevilla2005July_040.jpghttp://www.ststours.ca/cms_images/Gran%20Via%20Madrid.jpghttp://64.251.21.117/pueblos/fotos/00022916.jpghttp://www.lachatre.com.br/img/Autodefe.gifhttp://espiritismo.cc/images/articles/tumba-amalia.jpgLivro “Minha Vida”B

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Casa onde Amália residiu edesencarnou

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SeareiroSeareiro10

Ao nos dirigirmos à casa que lhe serviu delar, que hoje leva o nome de Casa de ChicoXavier, vemos um trabalho sério, onde o legadodeixado pelo nosso Chico fez com que ostrabalhadores que lá estão continuassem otrabalho deste incansável missionário doCristo, junto daqueles que sofrem.

A Casa de Chico Xavier tem por finalidadepreservar a obra trazida pelo nosso ChicoXavier, principalmente as que, por intermédiode sua mediunidade, materializaram-se nos412 livros psicografados quando encarnado,que hoje completam 417, com as 5 obras queforam editadas com mensagens inéditas, após o seuretorno à pátria espiritual.

Na Casa, podemos ver expostostodos os livros psicografados pelonosso Chico, bem como todos oslivros e revistas que falam dele, oseu quarto preservado com algunsde seus pertences, além de umasala de estudos ampliada com umauditório para 65 pessoas,formada pela sala onde Chicorealizava suas reuniões, e quecontinuam a ser feitas, e ondepsicografou boa parte dos livrosr e c e b i d o smediunicamente emPedro Leopoldo.

A Casa de ChicoXavier fica abertadurante um grandep e r í o d o d o d i a ,funcionando como umverdadeiro hospital,finalidade esta a queos espíritos semprenos alertaram de queser ia a da casaespírita.

E s t a m o s e m P e d r oLeopoldo!

Terra esta que recebeu doMais Alto um filho amado doP a i , q u e v i r i a p a r acomplementar a própria tarefaque havia deixado décadasantes, em sua reencarnaçãocomoAllan Kardec.

Chico Xavier!

pegadas de chico xavierPegadas de Chico Xavier

Pedro Leopoldo

Vista da cidade de Pedro Leopoldo - MGVista da cidade de Pedro Leopoldo - MG

Exposição de fotosExposição de fotos

Quarto preservado de Chico XavierQuarto preservado de Chico Xavier

Casa de Chico XavierCasa de Chico Xavier

Salão de PrecesSalão de Preces

Jardim externoJardim externo

Exposição de livros psicografados por ChicoExposição de livros psicografados por Chico

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 11

Fomos até o CentroE s p í r i t a L u i zGonzaga, fundado porChico Xavier, e quefunciona até hoje nac i d a d e , l e v a n d oesc la rec imento atodos que por lápassam em busca dose n s i n a m e n t o scristãos.

Seguimos até o local onde o nossoChico teve o primeiro encontro com onosso Emmanuel, em 1931, e que foiquando se iniciou a tarefa de ambos, emque Emmanuel passa a acompanhar onosso Chico na reencarnação, para ocumprimento dos desígnios superiores.Atualmente existe um marco identificandoo local. E será neste local que seráconstruído um Memorial sobre ChicoXavier, e não apenas por espíritas, maspela sociedade civil da cidade, quereconhece os benefícios que ele trouxe àscriaturas, à sociedade.

Fomos também à Fazenda Modelo, local onde Chico trabalhou pormuitos anos até a sua transferência de moradia para a cidade deUberaba. Neste local, psicografou o livro , à noite, após oe x p e d i e n t eprofissional, por 8meses, no ano de1941.

Paulo e Estevão

Na cidade também fomos visitar a fábrica de tecidos onde Chicotrabalhou por muitos anos, e que funciona até hoje. É bom lembrarmos deque Chico Xavier viveu para a Doutrina e não da Doutrina. Por isso,trabalhou diariamente por muitos anos até se aposentar por invalidez, járesidindo em Uberaba, tendo doado todos os direitos autorais de suasobras para as editoras e instituições assistenciais.

Nos dias 19 e 20 de abril de 2008, em Uberaba - MG, ocorrerá o IENCONTRO DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA. Esteevento vem de encontro com o esforço que a revista Seareiro vemempreendendo, no sentido de divulgar as obras de Chico Xavier, pelasua importância doutrinária, e divulgar também a vida de quem seguiu aspegadas do Mestre, sem pestanejar. Esses encontros ocorrerãointercaladamente entre as cidades de Uberaba e Pedro Leopoldo, sendoque em 2009, ocorrerá em sua cidade natal, e assim sucessivamente.

Não queremos idolatrar Chico Xavier, mas colocar a sua obra nopatamar próprio da importância no esclarecimento a que todos nósbuscamos no Espiritismo, que é o Cristianismo Redivivo, tendoconsciência de que nada aprenderemos de concreto se não aliarmos osestudos das obras de Kardec com as obras psicografadas pelo nosso Chico Xavier. Existem outras obra sérias? Sim, masnão devemos deixar de ler o que é luz, para que as fantasias não nos alcancem, nas obras equivocadamente editadascomo espíritas. E este discernimento só teremos quando muito estudarmos Kardec e Chico Xavier.

Sala de ReuniõesSala de Reuniões

EmmanuelEmmanuelEmmanuel (espírito)Emmanuel (espírito)

Local do encontro entre Emmanuel e ChicoLocal do encontro entre Emmanuel e Chico

Fachada do Grupo Espírita Luiz GonzagaFachada do Grupo Espírita Luiz Gonzaga

Fazenda odeloMFazenda odeloM

Fábrica de TecidosFábrica de Tecidos

Estação Ferroviária de Pedro LeopoldoEstação Ferroviária de Pedro Leopoldo

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Tranqüilize o coração.Por mais rudes sejam as lutas, haverá paz.A alma voltará a sentir-se banhada de novas esperanças.

Um novo dia abrir-se-á, dando outras dimensões aos nossosprogramas.

Ador é sempre transitória.Vale, porém, não abandonar o campo do amor.Quem descansa ferramentas, dá trégua à erva daninha. E

ela germina rapidamente e, mais lesta ainda, afoga as tenrasvirtudes que se esboçam em nosso íntimo.

Não ampliemos o próprio sofrimento.Se a desventura nos visita, oremos.Se os amigos nos recusam, oremos.Se tudo se desmorona a nossa volta, oremos.Oremos sempre.A nossa consciência, voz divina a falar em nós e por nós,

desvenda ser esse o caminho da recomposição.Embora tentemos negar a própria fé, num movimento

verbal sem autenticidade real, basta um momento de pausa,e de pronto identificaremos os sinais do socorro divino.

Jesus nos compreende.Ele sabe de nossas lágrimas.Ele conhece as nossas hesitações.Mesmo quando todos desertam de consolar-nos, ele nos

conforta sempre, permitindo que todos os dias despertemossob a luz do sol.

Você sabe disso.Todos sabemos disso!Apenas que, numa viciação milenar na qual nos

acomodamos, deixamos que o queixume ocupe os segundosvagos de nossa existência, deitando fel em nosso amargor,qual se a nossa fosse a dor maior.

Retornemos ao trabalho.Sacudamos a inércia de sobre os ombros.Não sejamos ingratos, alegando falta de amparo e nem

anunciemos que estamos esmagados por uma luta inglória esem significado para a própria existência.

As sombras nos ensinam a beleza da claridade.Os temporais nos fazem abençoar o bom tempo.Aenfermidade dá sentido à saúde.Sem intranqüilidade, não buscaríamos a paz.Não estamos órfãos.Agora... levantemos: podemos recomeçar.

Roque Jacintho

Levantemosatualidade

Atualidade

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Este pequeno relato da vida de Chico Xavier na cidade de Pedro Leopoldo e o que hojeencontramos, é para que iniciemos esta coluna "PEGADAS DE CHICO XAVIER", ondeapresentaremos diversas situações da vida deste a quem Jesus confiou missão de talenvergadura espiritual.

Acompanhemos esta coluna, e muito descobriremos dos exemplos vivos cristãos, queChico Xavier deixou para a posteridade. Basta que tenhamos olhos de ver e ouvidos deouvir!

Roberto Patrício

Quando participamos das reuniões de estudo coletivosobre o Evangelho, um assunto há do qual não deixamos decomentar — por ser uma necessidade gritante dentro de nós— que é a nossa renovação ou reforma íntima. Ao ouvirmosos comentários a respeito do assunto, passamos a refletir poralguns momentos sobre o que somos e qual está sendo anossa conduta diante do nosso próximo e, de que formaestamos enfrentando as nossas dificuldades, que, naverdade, são as nossas oportunidades de aprendizado.Observamos então que muito temos a trabalhar em nósmesmos; detectamos graves erros que cometemos e, muitasvezes, intimamente, pensamos em resolvê-los numa sóempreitada, mas, como isto é impossível (ou improvável?)em razão de que milagre não se realiza, ou seja, sepassamos várias reencarnações viciando nossa mente enossos instintos no erro, não será de um instante para outro

que conseguiremos neste intento a mudança completa,assim, diante das nossas dificuldades do dia-a-dia, vamosdesanimando... Entretanto, temos que nos esforçarmos emantermos essa vontade viva dentro de nós, vontade essaque manteremos, recorrendo sempre à oração pura esincera, fruto de um sentimento nobre, para que assimpossamos corrigir pelo menos os pequenos vícios e, tambémaos poucos irmos evoluindo. Isto é o mínimo que aEspiritualidade Superior espera de nós, para que Elesencontrem campo propício para nos auxiliar nessaempreitada. Como já ouvimos, não se constrói uma casa deuma só vez, mas sim por meio do assentamento de tijolo portijolo até a sua completa edificação e, assim também deveser o trabalho com a nossa casa moral.

Seguindo este raciocínio que não é nosso, mas simensinamentos da Espiritualidade Superior já mencionados

em vários livros da doutrina, passaremosabaixo a um assunto trazido por André Luiz nolivro “Entre a Terra e o Céu”, psicografia deFrancisco Cândido Xavier, que nos chama aatenção para um desses nossos vícios quepodemos e devemos combater por fazer partedo nosso cotidiano e que nos prejudicaprofundamente sem nos darmos conta disso.

Nossa Luta Íntima Diária

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Informe-se através:E-mail: [email protected](11) 4044-5889 (com Eloísa)Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP

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Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”

Praça Chico Xavier emPedro Leopoldo

Praça Chico Xavier emPedro Leopoldo

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No capítulo intitulado “Irmã Clara”, do livromencionado, a instrutora espiritual faz umaabordagem sobre a voz, a cólera e a indignação,tema que segue abaixo:

“E, voltando a poltrona que nada tinha de cátedra,sem qualquer atitude professoral, tão grande era odoce ambiente de maternidade que sabia irradiar desi, começou a dizer para os aprendizes:

Conforme estudamos na noite de hoje, a palavra,qualquer que ela seja, surge invariavelmente dotadade energias elétricas específicas, libertando raios denatureza dinâmica. A mente, como não ignoramos,é o incessante gerador de força, através dos fiospositivos e negativos do sentimento e dopensamento, produzindo o verbo que é sempreuma descarga eletromagnética, regulada pela voz.Por isso mesmo, em todos os nossos campos deatividade, a voz nos tonaliza a exteriorização,reclamando apuro de vida interior, de vez que apalavra, depois do impulso mental, vive na base dacriação; é por ela que os homens se aproximam e seajustam para o serviço que lhes compete e, pela voz,o trabalho pode ser favorecido ou retardado, noespaço e no tempo.

Dentro da pausa ligeira que se fizera espontânea,simpática senhora interrogou:

— Mas, para que tenhamos a solução doprob lema, é ind ispensáve l jama is nosencolerizarmos?

— Sim — elucidou a instrutora, calma —,indiscutivelmente, a cólera não aproveita a ninguém,não passa de perigoso curto-circuito de nossasforças mentais, por defeito na instalação de nossomundo emotivo, arremessando raios destruidores,ao redor de nossos passos...

Sorrindo bem humorada, acrescentou:— Em tais ocasiões, se não encontramos, junto

de nós, alguém com o material isolante da oração ouda paciência, o súbito desequilíbrio de nossasenergias estabelece os mais altos prejuízos à nossavida, porque os pensamentos desvairados, em seinteriorizando, provocam a temporária cegueira de nossamente, arrojando-a em sensações de remoto pretérito, nasquais como que descemos quase sem perceber a infelizesexperiências da animalidade inferior. A cólera, segundoreconhecemos, não pode e nem deve comparecer emnossas observações, relativas à voz. A criatura enfurecida éum dínamo em descontrole, cujo contacto pode gerar as maisestranhas perturbações.

Um moço, com evidente interesse nas lições argumentou:— E se substituíssemos o termo “cólera” pelo termo

“indignação”?Irmã Clara pensou alguns instantes e redargüiu:— Efetivamente, não poderíamos completar os nossos

apontamentos, sem analisar a indignação como estadod'alma, por vezes necessário. Naturalmente é imprescindívelfugir aos excessos. Contrariar-se alguém a propósito debagatelas e a todos os instantes do dia será baratear os donsda vida, desperdiçando-os, de modo inconseqüente, sem omínimo proveito para si ou para os outros. Imaginemos aindignação por subida de tensão na usina de nossosrecursos orgânicos, criando efeitos especiais à eficiência denossas tarefas. Nos casos de exceção, em que semelhantediferença de potencial ocorre em nossa vida íntima, nãopodemos esquecer o controle da inflexão vocal. Assim comoa administração da energia elétrica reclama atenção para a

voltagem, precisamos vigiar a nossa indignaçãoprincipalmente quando seja imperioso vertê-la através dapalavra, carregando a nossa voz tão somente com a forçasuscetível de ser aproveitada por aqueles a quemendereçamos carga de nossos sentimentos. É indispensávelmodular a expressão da frase, como se gradua a emissãoelétrica...

E, ante a assembléia que lhe registrava os ensinamentoscom justificável respeito, prosseguiu, depois de ligeirointervalo:

— Nossa vida pode ser comparada a grande cursoeducativo, em cujas classes inumeráveis damos erecebemos, ajudamos e somos ajudados. A serenidade, emtodas as circunstâncias, será sempre a nossa melhorconselheira, mas, em alguns aspectos de nossa luta, aindignação é necessária para marcar a nossa repulsa contraos atos deliberados de rebelião ante as Leis do Senhor. Essaelevada tensão de espírito, porém, nunca deve arrojar-se àviolência e jamais deve perder a dignidade de que fomosinvestidos, recebendo da Divina Confiança a graça doconhecimento superior. Basta, dentro dela, a nossaabstenção dos atos que intimamente reprovamos, porque anossa atitude é uma corrente de indução magnética. Emtorno de nós, quem simpatiza conosco geralmente faz aquiloque nos vê fazer. Nosso exemplo, em razão disso, é umfulcro de atração. Precisamos, assim, de muita cautela com a

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 13

A g e n d e - s e ! V e m a í o

I ENCONTRODOS AMIGOS DE

CHICO XAVIER E SUA OBRA

19 e 20 de Abril de 2008Uberaba – MG

:: Promoção ::Conselho Regional Espírita Triângulo Sul

Aliança Municipal Espírita de UberabaConselho Regional Espírita Bacia Alto Rio das Velhas

Aliança Municipal Espírita de Pedro LeopoldoAliança Municipal Espírita de Santa Luzia

Fundação Cultural Chico Xavier Pedro LeopoldoCasa de Chico Xavier Pedro Leopoldo

:: Apoio ::Instituto Chico Xavier Uberaba

E n t r a d a F r a n c a / N ã o h a v e r á n e c e s s i d a d e d e i n s c r i ç ã o !

:: Contatos ::(34) 3312-6176 - Jô

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palavra, nos momentos de tensão alta do nosso mundoemotivo, a fim de que a nossa voz não se desmande emgritos selvagens ou em considerações cruéis que nãopassam de choques mortíferos que infligimos aos outros,semeando espinheiros de antipatia e revolta que nosprejudicarão a própria tarefa.

Um amigo que acompanhava os ensinamentos, cominteresse invulgar, perguntou, respeitoso:

— Irmã Clara, como devemos interpretar as perturbaçõesda voz, como, por exemplo, a gaguez e a diplofonia?

— Sem dúvida — informou a instrutora, solícita —, osórgãos vocais experimentam igualmente lutas e provaçõesquando reclamam reajuste. Por intermédio da voz,praticamos vários delitos de tirania mental e, através dela,nos cabe reparar os débitos contraídos. As enfermidadesdessa ordem compelem-nos ao trabalho de recuperação nosilêncio, de vez que, sofrendo a alheia observação,aprendemos pouco a pouco a governar os próprios impulsos,afeiçoando-os ao bem.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo

: “Escutai ecompreendei bem isto: Não é o que entra na boca quemacula o homem; o que sai da boca do homem é que omacula.”

e

“Chico sempre se sentiu sob vigilância constante.Emmanuel poderia pegá-lo em flagrante a qualquermomento. E entrava em cena contrariado quando seuprotegido usava palavras inconvenientes, falava em tomáspero ou dava sinais de agressividade e impaciência. Como tempo, Chico passou a apostar na frase “o mal é o que saida boca do homem” e começou a construir um discurso sobmedida. Logo ele se tornou um mestre em eufemismos.

No seu mundo, não havia prostitutas, mas “irmãsvinculadas ao comércio das forças sexuais”. Os presos eram“reeducandos”, os empregados eram “auxiliares”, os pobreseram “os mais necessitados”, os mongolóides eram “nossosirmãos com sofrimento mental”, os adversários eram ”nossosamigos estimulantes” e os maus eram os “ainda não bons”.Ninguém fazia anos e sim “janeiros” ou “primaveras”. Osfilhos de mães solteiras deveriam ser encarados como filhosde pais ausentes. A nota de vinte cruzeiros, entregue comfreqüência aos pobres, ganharia um apelido inspirado emsua cor: “laranjada”.

O cuidado com as palavras não era mera formalidade nemprova de educação. Tinha fins preventivos, quaseterapêuticos. O uso de expressões agressivas era perigoso,“arriscado”. Os maus pensamentos também. Era Kardecquem ensinava: “Os maus pensamentos corrompem osfluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem oar respirável...”

Um dia, Chico andava esbaforido em direção à FazendaModelo quando foi chamado por uma vizinha. Desde avéspera ela tentava falar com o representante do Dr. Bezerrade Menezes. O moço tinha assumido o compromisso deajudá-la naquela manhã.

Atrasado para o serviço, ele seguiu em frente e se limitou adizer:

— Estou com pressa... Na hora do almoço passo aqui.Deu cinco passos e ouviu a voz de Emmanuel.— Cinco minutos não vão prejudicá-lo.Chico voltou, tirou dúvidas da mulher sobre um remédio

receitado pelo Dr. Bezerra e foi embora. A vizinha ficou felizda vida.

— Obrigada, Chico, Deus lhe pague. Vá com Deus.O rapaz despediu-se e, cem metros adiante, seguiu outro

conselho de Emmanuel. Olhou para trás para ver o que saíados lábios da moça em sua direção. Enxergou uma massabranca de fluidos luminosos aproximando-se e entrando nocorpo dele.

Emmanuel concluiu a lição daquele turno:— Imagine se, em vez de “vá com Deus”, ela dissesse “vá

com o diabo”. De seus lábios estariam saindo cinzas, ciscos,algo pior.

Chico passou a aconselhar os amigos no Centro LuísGonzaga:

— Até punhaladas e tiros temos recebido de volta por mauuso das palavras. Um dia, porque adverti um companheirosem vestir-me da defesa da humildade, recebi, quandomenos esperava, um tiro projetado sobre mim com a força deum pensamento carregado de ódio.

A humildade, para ele, funcionaria como escudo em váriasocasiões. Numa delas, ele levou um tombo, caiu de costas ebateu com a cabeça no chão. Já estava pronto para reclamar,quando Emmanuel ordenou:

—Agradeça.— Como?—Agradeça.Ainda no chão, Chico levantou um pouco e acatou:— Obrigado, muito obrigado.Avoz do amigo invisível decifrou o enigma:— Se você se irritasse, emitiria vibrações quase iguais às

deles e eles ficariam com mais força.O tombo, segundo o amigo invisível, tinha sido provocado

por espíritos de baixa vibração.”

,Fonte Viva

: “Linguagem sã eirrepreensível para que o adversário seenvergonhe, não tendo nenhum mal quedizer de nós.”

Lembramos ainda de ,no capítulo “Bem-aventurados os que têm puro o coração”,no item 8 “Mãos não lavadas”, onde podemos tambémobservar a máxima do Cristo quando Ele diz

Através da palavra estaremos demonstrando o quesomos, por isso a aplicação da outra máxima “Orai Vigiai”,no uso que fazemos da nossa voz e no direcionamento quedamos às nossas conversações!

Cabe aqui um outro exemplo muito interessante, aliás,bem a propósito.

Do livro “As Vidas de Chico Xavier” obra de Marcel SoutoMaior, passamos abaixo um trecho do capítulo “Humberto deCampos, o escândalo”, uma experiência vivida por Chico:

Temos ainda uma outra lição a ser destacada, mas amesma aqui apenas será mencionada e aqueles que tiverem

a satisfação de apreciá-la busquem-na nolivro com o título “Linguagem”,onde Emmanuel esclarece o ensinamentode Paulo de Tarso a Tito

Diante das informações expostas porAndré Luiz, por Kardec através doEvangelho e pelas experiências de Chico,não nos resta fazer qualquer comentário arespeito do assunto, a não ser, a de sermosrealistas conosco mesmo e, lutarmos

SeareiroSeareiro14

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 15

Jesus nos recomenda que amemos a Deus acima de tudoe ao próximo como a nós mesmos, e que sem a práticadesses dois mandamentos, jamais chegaremos a umaevolução do nosso espírito. Essa passagem é do Evangelhode Mateus (22:22 a 34).

“Amar o próximo como a nós mesmos”. Ainda nosencontramos muito distante desse entendimento.Infelizmente ainda cultivamos o orgulho e o egoísmo dentrode nós, estas duas grandes chagas morais que assolam ahumanidade, e é por isso que encontramos tanta dificuldadepara a prática da caridade, do perdão e do amor.

Todos nós exigimos muito das outras criaturas, como aprática do amor fraterno. E o que fazemos para tê-lo? O quedoamos de nós mesmos em favor dos nossos irmãos decaminhada? Quase sempre vivemos voltados para o eu epara os meus, e quando dizemos que amamos, cometemos oequívoco, ao querermos a posse de tudo e de todos, como seamar fosse se tornar proprietário. Amar é se desprender doque é material, é libertar as criaturas do nosso jugo, e nãoaprisioná-las. Mas temos feito exatamente o contrário, por

não querermos modificar o nosso interior pelo amor,esperando a dor nos encontrar para o despertar.

Agindo desta forma, ainda iremos necessitar de muitasreencarnações para começar a entender as palavras deJesus quando nos convidou para este Amor. Diante damisericórdia do Pai Celestial, Ele nos dará muitasreencarnações, em situações muitas vezes adversas ao queconsideramos como “bom para nós”, diante de nossacolheita compulsória depois das semeaduras de desamorque fizemos anteriormente.

Quando alcançássemos este entendimento maior, jáestaríamos começando a praticar a “Lei de Amor”, e sócomeçaríamos a fazer para os outros o que gostaríamos queos outros nos fizessem.

Já se passaram dois mil anos desde a vinda do Mestreentre nós, e ainda continuamos agindo como o servo querecebeu o perdão do seu senhor, e não soube perdoar ocompanheiro que lhe devia. Não soube usar de indulgência emandou o companheiro para a prisão.

Somos assim! Gostamos de ser perdoados, de ser

kardec em estudoKardec em Estudo

“Amar o próximo como a si mesmo; fazer para os outros o que queremos que os outros façam por nós”, esta é a expressão damais completa caridade. Ela resume todos os deveres para com o próximo. Não se pode ter um orientador mais seguro, doque tomar por medida do que se deve fazer aos outros, o que se deseja para si mesmo.

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XI - Amar o próximo como a si mesmo

Clube do Livroclube do livro

Livro enviado aos associadosdo Clube do Livro Espírita“Joaquim Alves (Jô)” no mês deoutubro/07, escrito por ValterTu r i n i , pe l o Esp í r i t o deMonsenhor Eusébio Sintra,lembrando que do mesmoescritor e autor espiritual, foramenviadas as obras “

e “ ,nos meses de fevereiro en o v e m b r o d e 2 0 0 6 ,respectivamente.

retratauma história de época, vivida na

França do século XIII, em meio a invasões de território porestrangeiros e à criação do Tribunal da Santa Inquisição.

Dentro deste contexto, desenvolvem-se dois romances: ode Roland eAnne Louise e o de Evelyn com Frédéric, onde sóo amor puro e sincero poderá resistir com paciência eresignação a todas as intempéries, traições e interesses de

classe social da decadente Idade Média.É comum nos sentirmos horrorizados com os fatos

ocorridos nesta época histórica, conhecida como a “Era dasTrevas”, mas, segundo o autor espiritual, Eusébio Sintra,precisamos ficar muito alertas para que não estejamos nosrepetindo: “Se, na atualidade, temos visto a criminalidaderecrudescer como nunca, e a patente inversão dos valoresconstituindo uma sociedade maldosa e corrupta, e tantasaberrações e disparidades sendo cometidas de modos tãocomezinhos, em nome dos modismos estrambóticos e dosabsurdos de uma pseudo-arte, resta-nos a tristeza deassentir que, infeliz e invariavelmente, o homem permaneceo mesmo, malgrado os estupendos avanços que a ciência e atecnologia modernas vêm, sistematicamente, oferecendo-lhe!...”

Note-se que isto foi escrito recentemente, em 2005! Aofinal, o Espírito nos incentiva, rememorando o convite,sempre atual, que recebemos de Jesus: “Vinde a mim todosvós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vosaliviarei.”

Neves

O Sorriso dePedra” O Pescador de Almas”

Os Caminhos do Vento

Os Caminhos do Vento

Valter Turini, pelo espíritoMonsenhor Eusébio Sintra

O Clarim - 344 páginas1ª edição - 2007

contra essa nossa deficiência na utilização da nossa voz,cujo impulso na emissão da palavra tem como fonte deorigem a mente e o coração.

Roberto Cunha

Bibliografia: - André Luiz - Francisco CândidoXavier ; -Allan Kardec - Tradução Roque Jacintho ;

- Marcel Souto Maior; - Emmanuel - Francisco Cândido Xavier

Entre a Terra e o CéuO Evangelho Segundo o Espiritismo

As Vidas de Chico XavierFonte Viva

, Ed. FEB, 20ª ed., 2002., Ed. Luz no Lar, 6ª ed., 2004.

, Ed. Planeta, 2ª ed.,2003. , Ed. FEB,20ª ed., 1995.

O Grande Mandamento

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SeareiroSeareiro16 SeareiroSeareiro16

contosContos

O pequeno príncipe Julião andava doente e abatido.Não brincava, não estudava, não comia. Não tinha ânimo

para nada, nem de colher os deliciosos pêssegos do pomar.Esquecera os brinquedos e o cavalo.

Vivia tristonho e calado no quarto,esparramado numa cama.

Enquanto a mãezinha, aflita, estavasempre junto dele, o rei consultava váriosmédicos na esperança de encontrar umasolução.

Estes, porém, chegavam e saíam, semnenhum resultado alcançado.

O menino sentia grande mal-estar.Quando aliviava a dor de cabeça, vinha ador nos braços. Quando os braçosmelhoravam, as pernas doíam.

O soberano, preocupado, fez umconvite público a todos os médicos doPaís. Daria grande recompensa a quemcurasse o seu filho.

Vários médicos famosos tentaram,mas em vão. Então apareceu um velhinhohumilde que propôs ao monarca um tratamento diferente.

O rei perguntou qual seria o valor do tratamento. O anciãoavisou que não queria pagamento, apenas plena autoridadesobre o doentinho. Julião deveria fazer o que lhe fossedeterminado.

O pai aceitou as condições e, no dia seguinte, o menino foientregue ao ancião.

O sábio anônimo conduziu-o a uma pequena plantação;iria introduzi-lo a pequeno trato da terra e recomendou-lheque arrancasse a erva daninha que ameaçava um tomateiro.

— Não posso! Estou doente! gritou o menino.O velhinho, contudo, convenceu-o, pacientemente, de que

o esforço era necessário e, em poucos minutos, amboslibertavam as plantas da erva invasora.

Veio o sol, passou o vento. As nuvens no alto rondavam aterra, como a olhar o campo mais necessitado de chuva...

Um pouco antes do meio-dia, Julião disse aoancião que sentia fome.

O sábio humilde sorriu, contente, enxugou-lhe osuor da face e levou-o para almoçar.

O jovem devorou a sopa e as frutas, gostosamente.Após ligeiro descanso, voltaram a trabalhar.

No dia seguinte, o ancião levou opríncipe para trabalhar na construção depequena parede.

Julião avisou que não sabia como fazê-lo. O ancião advertiu que quem não sabesempre deve ter boa vontade paraaprender. Assim, Julião aprendeu amanejar os instrumentos menores de umpedreiro e construiu a pequena parede.Neste mesmo dia ele se alimentou aindamelhor.

Terminada a primeira semana, oorientador traçou-lhe um novo programa.Levantaria de manhã para o banho frio,realizaria trabalhos na terra com umaenxada, almoçaria e repousaria por umbreve momento. Logo após, antes doentardecer, pegaria livros e cadernos paraestudar e, à noitinha, terminada a última

refeição, brincaria e passearia, em companhia de outrosjovens da mesma idade.

Passados dois meses, Julião retornou para seu lar. Estavarosado, robusto e feliz. Agora, desejava ser útil e ansiava porfazer algo de bom. Descobrira, enfim, que o serviço para obem é a mais rica fonte de saúde do corpo e da alma.

O rei, muito satisfeito, tentou recompensar o velhinho.Entretanto, o ancião não aceitou e acrescentou:— Grande soberano, o maior salário de um homem reside

na execução da Vontade de Deus, através do trabalho dignoe honesto. Ensina a glória do serviço aos teus filhos etutelados e o teu reino será abençoado, forte e feliz.

Dito isto, o ancião se retirou e ninguém mais o viu.Texto adaptado por Silvana e Reinaldo

Bibliografia: - capítulo “O Remédio Imprevisto” N ioLúcio - psicografia de Francisco Cândido Xavier, Ed. FEB 8ª ed., 1986.Ilustração do livro “A Vida Fala III” - Ed. FEB 8ª ed., 1996.

Alvorada Cristã - e,

,

O Remédio Imprevisto

compreendidos, mas dificilmente fazemos o mesmo paracom os outros.

A nós, que já estudamos ao menos um pouco o Evangelhodo Cristo, deveríamos nos preocupar em darmosverdadeiros exemplos cristãos, agindo com a verdadeiracaridade, aquela que perdoa, é indulgente, é paciente, quesabe tolerar o semelhante. E se conseguíssemos agir destaforma, mesmo assim não teríamos o direito de exigir que osoutros fizessem o mesmo para nós.

Só iremos entender o Evangelho de Jesus, no dia em quetransformarmos estes instintos que ainda estão latentes emnosso interior, capitaneados pelo orgulho e pelo egoísmo, emsentimentos fraternos que elevam o espírito, já que buscarecursos do MaisAlto em favor de todos.

Lázaro, em sua mensagem no capítulo XI de O EvangelhoSegundo o Espiritismo, nos afirma textualmente: “Será entãoque, compreendendo a lei do amor, que une todos os seres,nela você buscará os suaves prazeres da alma, que são osprimeiros passos das alegrias celestiais.”

Busquemos, no esforço contínuo, vigiando e orando na

busca den o s s oapr imora-m e n t om o r a l , arenovaçãonecessáriapara que areencarna-ç ã o p r e -sente nãos e j a d etodo perdi-da, presosaos bensmateriais e nem aos instintos que muitas vezes alimentamosem nosso dia a dia.

“Buscai a achareis”. E o que estamos buscando para onosso futuro espiritual?

GeniBibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec -Tradução Roque Jacintho, Ed. Luz no Lar, 2004.

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 17

Waldo Vieirapelo espírito Valérium

FEB - 136 páginas

9ª edição - 1992

livro em focoLivro em Foco

C o m u m a m e n s a g e mbelíssima na introdução, ditadap e l o e s p í r i t o d o n o s s oEmmanuel, é um livro que nostraz reflexões importantíssimassobre grandes questões da vida.

Contudo, o autor espiritual,Velérium, não fugiu ao título, ouseja,

, pois ele nos mostralições simples, com histórias queacontecem no cotidiano, sendo

comentadas pela ótica espírita-cristã.

Enquanto muitos livros trazem“ i n o v a ç õ e s ” e s e propõem a desvendar mistériosacerca dos ensinamentos de Jesus, Valérium nos mostra que

a doutrina Dele pode ser aplicada no dia-a-dia com a mesmasimplicidade com que Ele a vivenciou.

Relata-nos algumas passagens, como atender a porta aosque nos pedem alimento, ler uma notícia no jornal, possuirarmas, comportamentos de um presidiário, censuras feitasaos outros, nadar contra a correnteza e muitas outras.Utilizando-se destes exemplos tão corriqueiros, após relatar-lhes, comenta-os tendo como fundamento a moral-cristã.

Se prestarmos atenção, ultimamente, andamoscomplicando muito o nosso caminho até à simplicidade.Acumulamos bens, lutamos para possuir algo a mais,dificultamos o acesso à religião, inventando rituais e criandonovidades que não encontram respaldo nos exemplos deJesus.

Por isto tudo, Valérium nos diz que

Bem-aventurados osSimples

“às vezes, por egoísmoou por vaidade, conservamos conosco isso ou aquilo que nosgaranta impressões favoráveis à maioria, em muitas

Bem-Aventurados os Simples

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Ante o mandamento “Amar a Deus sobre todas as coisas eao próximo como a si mesmo”, o nosso primeiro pensamentoé o de amar o próximo que convive conosco, ou aqueles quemoram sob o mesmo teto. Mas, diante dos ensinamentos doEvangelho, Jesus nos conclama a amar o próximo seja elequem for. Isso causa um grande espanto, pois muitosachariam uma aberração: “— Como amar a quem nãoconhecemos?” Diante das pessoas que não acreditam na leida reencarnação, poderíamos até aceitar a dúvida, mas osque estudam a Doutrina Espírita encontram na profundaafirmação de Jesus: amar o próximo com o mesmo desejo deque todos nos aceitem como somos. Porém, muitas vezes,esse desejo se torna profundamente egoísta, porquequeremos ser amados e tolerados em nossas atitudes epalavras, mas somos críticos e intolerantes com apersonalidade do próximo. Se esse próximo é nossoconsangüíneo, por mais que ele nos cause desconforto,fingimos aceitá-lo, ou melhor, dizemos que somos obrigadosa aceitá-lo, pois pertence à família material, mas, se assimnão for, o anulamos de imediato, por não termos maioresvínculos.

Deveríamos analisar melhor essa questão: aquelepróximo que nos procura, que bate à nossa porta ou quevenha a se mostrar ingrato, quem sabe já não pertenceu aomesmo clã de um passado distante ou não, e que pelasreencarnações tenha sido nosso irmão, pai, esposo ouesposa, e que reencontramos como um próximo, cujachance de servir e tolerar Deus nos oferece? Ponderemosque todos somos filhos de um mesmo Pai, portanto, somostodos irmãos e formamos a “família universal”.

ElielceBibliografia: - Espíritos diversos, psicografia deFrancisco Cândido Xavier, Ed. CEU, 1987.

Estradas e Destinos

... E quem é o meu próximo? indagueiAo coração da vidaE o coração da vida obedecendo à LeiRespondeu com voz clara e decidida:Olha em redor de ti, onde o dever te leveDo espaço livre e amplo à senda estreita e breve.Fita em teu próprio lar:É teu pai, tua mãe, teu irmão, teu parente,E mais alguém do Grupo familiar,É o vizinho piedoso e intransigente,

É o mendigo a esmolar que te visita a porta,O amigo suscetível de amparar-teÉ aquele que padecePrivação ou problema em qualquer parte.É aquele que te esqueceE o outro que te humilha,A esconder-se no ouro em que se alteia e brilhaPara depois cair quando se desilude.É aquele que se faz bandeira da virtude,E o outro que te apóia ou te faz concessões.

É aquele que te furta o lugar e o direito,Alimentando a sombra do despeitoSem que te saiba ver as intenções.É a mulher que te guia para o bemE a outra que atravessa as áreas de ninguémAvinagrando corações...O próximo, afinal, seja onde for,Será sempre a criaturaQue te busca onde estásProcurando por ti o socorro da paz,

Rogando-te bondade, amparo e compreensão,Amizade e calorDando-te o nobre ensejo,De seguir para a luz na presença do amor.E posso sem o próximo viver? perguntei comovidaE disse novamente o coração da vida:Acende sem cessar a luz do Bem,Trabalha, serve, crê, chora, sofre e auxilia...Sem o próximo em tua companhiaNunca serás alguém.

Maria Dolores

Ante o Próximo

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SeareiroSeareiro18

“Concilia-te depressa com o teu adversário, enquantoestás no caminho com ele, para que não aconteça que oadversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue aooficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo quede maneira alguma sairás dali enquanto não pagares oúltimo ceitil. (Mateus, capítulo 5, versículos 25 e 26.)”

Quando Jesus nos alertou para a necessidade dereconciliação com os nossos desafetos enquanto elesestivessem conosco, Ele queria nos prevenir para asrepercussões do ato do não-perdão.

Se não perdoarmos hoje, o nosso desafeto levará consigouma mágoa contra nós, podendo desencarnar com ela e,estando livre do corpo físico, terá mais liberdade para nosatormentar, cobrando, através do ódio, o amor não vivido,alcançando-nos nos nossos interesses e nas nossas maiscaras afeições.

Este ódio pode, portanto, ser estendido até futurasreencarnações, trazendo muito sofrimento para todos.

Se hoje recordamos de algum desafeto, ódio ou mágoa dealguém, comecemos com uma oração ao Pai, pedindo forçaspara resolver a situação e, após, pensemos no companheiro

com mais compreensão,l e m b r e m o - n o s d emomentos felizes que comele passamos e cheguemosà conclusão de que adesavença não é tão boaquanto a amizade, orespeito e o amor quepodemos ter pela pessoa.

Mais doloroso fica oquadro de rancor, quandoele se desenvolve dentro dolar.

Deus, na sua infinitamisericórdia, junta dentrodo lar aqueles que nãosouberam se perdoar emoutras reencarnações,para que sejam obrigados

a conviver intimamente e, através dos atritos e discussões,cheguem a um denominador comum, a um entendimento.Todos sabemos que dentro de nosso lar temos que respeitare ponderar opiniões daqueles familiares que todos os diasestão conosco e, da mesma forma, emitimos as nossasopiniões e queremos ser respeitados. É desse atrito deopiniões e do respeito que a elas se dedica que nasce oentendimento entre os familiares.

A reencarnação em nossa famílianão é um castigo imposto pelo Pai,mas sim uma oportunidade paraaqueles que se odiaram em outras

reencarnações por viver o amor que foi negado e por terminarsituações que não foram resolvidas no passado; por estemotivo, devemos considerar a reencarnação e a famíliacomo uma grande benção em nosso favor, que o coraçãoMisericordioso de Deus nos concede.

A oração dentro do lar, o respeito aos familiares, o silênciona hora crítica de discussões, o pedido de desculpas é obalde de água fria na fogueira do ódio.

Fazer que não ouviu a pequena crítica ou ofensa, dar bomdia, fazer uma gentileza, prestar um serviço doméstico comprazer e alegria e fazer comentários construtivos guardandoas críticas, também são pequenos gestos que alimentam oentendimento.

Não deixemos que pequenos desentendimentos ougrandes ódios nos tragam sofrimentos em futurasreencarnações, podendo gerar obsessões dolorosas, poisnão poderemos alegar que somos inocentes.

Neste assunto, nosso Emmanuel orienta-nos: “... o esposodifícil; a companheira complicada; os filhos que se desvairamnos labirintos da ingratidão; os amigos que fogem, ... . Àfrente de semelhantes sinais, unge-te de coragem e escuda-te na paciência incansável, oferecendo o bem pelo mal paraque a luz vença a treva em teu caminho, porque se aevolução pede esforço, a redenção exige renúncia sequisermos fitar novamente o sol de pensamento tranqüilo.”

A cada um segundo as suas obras é o que Jesus nosensinou. Se nossos atos são de rancor, ódio, vingança emágoa, a nossa colheita não será de paz.

Quantas guerras são promovidas pelo ódio e pelo desejode vingança guardados de temposremotos?

Recentemente verificamoso r e s u l t a d o d o ó d i oacumulado e até hoje vemosos efeitos da vingança.Milhares de mortos por umatentado e um país sendodevastado por uma guerra.

Tudo está em nossasmãos; ao contrário do quemuitos pensam que tudo jáestá determinado em nossavida, sabemos que não hádestino traçado que não possaser modificado pelo amor, pelorespeito e pela caridade.

“O amor cobre a nossa

Adversários Dentro do Larfamilia

Família

ocasiões enganada no campo dos preconceitos.Entretanto, sempre chega o momento em que entramos

no papel das vítimas do tiro pela culatra.”Sejamos sinceros com a nossa consciência e sigamos o

caminho correto.ADoutrina Espírita está a nos orientar.

Por tudo isso, recomendamos este precioso pequeno livro,que, além de servir de leitura edificante, pode ser utilizadocomo estudo para palestras em casas espíritas, pois foiescrito em linguagem simples.

Adolpho

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP

Tratamento Espiritual: 2ª e às 19h453 e às 14h45

4ªª 6ªAtendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniõesReuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas

Domingo às 10 horas

ª ªª ª

Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 19

Kardec, em seus estudos, verificou que as criançaseducadas dentro da doutrina espírita se apresentavam maisdóceis e respeitavam com mais naturalidade as ordensemanadas por seus pais.

Isso se dava, segundo Kardec, devido à capacidade deraciocínio das crianças, o que facilitava aos pais conduzi-las.Aobservação atingia crianças de sexo e idade distintas.

A respeito do tema, existem vários estudos e teorias. Emum apanhado geral, podemos dizer que, a cadar e e n c a r n a ç ã o , o b t e m o sexper iências que podemd e s e n c a d e a r n o s s a spotencialidades e que, quandodesencarnados, nosso campode ação se amplia, mas, aoreencarnarmos novamente,dependendo dos estímulosrecebidos, desenvolveremos ounão estas potencialidades.

Dois exemplos são citadospara ilustração:

Janes Martins Vilela, emartigo publicado na edição dojornal “O Imortal” de Set / 2002,relatando a manifestação de umEspírito em sessão mediúnica,este declarou que mantinha aordem em um navio negreiro,castigando os negros com umchicote com pontas de chumbo e que não os consideravagente, achando que aquilo era o certo.

Desencarnou e percebeu o erro, mas ao reencarnaresqueceu sua vontade de melhorar e tornou-se um dospiores marginais num subúrbio do Rio de Janeiro. Sabia quehavia errado muito e tinha medo de reencarnar e fracassarnovamente. Ao ser orientado pelo senhor da casa espírita,indagou o porquê não haviam lhe ensinado essas coisasantes, pois as pessoas lhe incentivaram a se vingar domundo e, desde cedo, lhe ensinaram a usar arma.

O outro caso é do livro de André Luiz,relatando a história do médium Adelino Correa. Devotado efiel aos trabalhos doutrinários, Adelino apresentavaevidentes problemas cutâneos. Humilde, porém, tristonho ecabisbaixo, trazia na mente tormentos ocultos. No passadotraíra o pai com a própria madrasta, engendrando a morte dopai. O pai, desencarnado, envolveu-o em flu dos de ódio.

Arrependido, após o desencarne, Adelino se devotou aotrabalho duro e decorrido algum tempo, pôde reencarnar,porém, em condições de grandes necessidades. Mas, desde

cedo, freqüentou uma casa espíritarecordando-se dos ensinamentosassimilados na colônia espiritual de ondeviera.

Nos dois casos relatados, verifica-se que, no primeiro,faltou o estímulo de ordem superior ao espírito que, nainfância, só conheceu o incentivo à violência e, no segundo,houve a condução de Adelino aos estudos evangélicos, emtenra idade, aflorando os ensinamentos que já estavamincutidos em seu espírito, servindo estes de base para suaperseverança, dedicação e resignação nos percalços davida, os quais não lhe foram fáceis.

Conforme o pensamento de Emmanuel em :“(...) porquanto a alma

reencarnada terá retomadotodo o seu patrimônio nocivo dopretérito e reincidirá nasmesmas quedas, se lhe faltou aluz interior dos sagradosprincípios educativos”.

Ao contrário do que muitos denós pensamos, a melhor escolaé o lar. Os estabelecimentos deensino instruem o cidadão, o lareduca o homem.

Cada criança é como umamassa que ainda pode sermoldada. Depois que seca,endurece e não tem comomudar-lhe a forma.

Devemos conduzir e nãoimpor. Dialogar, sempre!

A f i n a l i d a d e d aevangelização espírita é iluminar a consciência para que, emusando do livre arbítrio, o homem escolha o caminho doBem, pois, sabedor dos deveres morais, suas chances deaproveitamento na reencarnação que lhe foi concedida,serão maiores.

A base para a educação no lar nunca terá seus alicercesrenovados por métodos pedagógicos, uma vez que apenas oEvangelho e o exemplo do Cristo possuem a fonte derenovação necessária ao desenvolvimento da criatura.

Emmanuel, em mais um de seus conceitos, nos alerta que“o Lar não se fez para a contemplação egoística da espécie,mas, sim, para o santuário onde, por vezes, se exigem arenúncia e o sacrifício de uma existência inteira”.

Rosangela

Ação e Reação

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O Consolador

Bibliografia: - Emmanuel - psicografia de FranciscoCândido Xavier, Ed. FEB, 25ª ed., 2004.; Parte introdutória do livro “

” - Célia XavierCamargo, Ed. Leopoldo Machado, 1ª ed., 2004.Imagem: http://img157.imageshack.us/img157/6083/5862762lgjj6.jpg

O ConsoladorO

MeninoAmbicioso, o Servo Insatisfeito e outras histórias

evangelizacao infantilEvangelização Infantil

Evangelização Espírita

multidão de pecados.”Se praticarmos mais a caridade, estaremos, aos poucos,

diminuindo o ódio e os maus sentimentos que temos dentrode nós.

Lembremos que a paz mundial só vai se estabelecerquando soubermos viver em paz dentro do nosso lar, noambiente de trabalho e até no transporte coletivo queutilizamos.Até atingirmos este estágio de paz, não joguemosa culpa dos atos violentos nas autoridades ou em outros

fatores.Cada um leva dentro de si um mundo que pode ser de paz

ou de guerra, mas que cabe a cada um, individualmentemodificar e melhorar.

WilsonBibliografia: - capítulo X - item 5 -Allan Kardec - tradução Roque Jacintho Ed. Luz no Lar 2004.; -Espíritos diversos - Francisco Cândido Xavier Ed. CEU 1986.Imagem: http://www.mensagensvirtuais.com.br/imagens/reconc1.gifhttp://www.mensagensvirtuais.com.br/imagens/reconc2.gif

O Evangelho Segundo o Espiritismo, , Família

, ,

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