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0 Revista dos Antigos Alunos da Universidade do Porto, Nº 05, II Série, Julho de 2008, 2.5 Euros FÁBRICA DE CAMPEÕES, pág 14 COMO MARIA MOITA REDESCOBRIU A ARQUITECTURA, pág 10 DESENVOLVIMENTO REGIONAL PELA FEP, pág 20 ENTREVISTA A BEATRIZ PACHECO PEREIRA, pág 22 ARQUEOLOGIA NO DOURO, pág 32 A ARTE DOS NEGÓCIOS IN SERRALVES, pág 36 EMPREENDEDORISMO SOCIAL COM A A3S, pág 40 EM MEMÓRIA DE SILVA PINTO, pág 44 EVOLUÇÃO DA TOPOGRAFIA NA FEUP, pág 46

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Page 1: Alumni 05 OK - sigarra.up.pt · COORDENAÇÃO EDITORIAL Assunção Costa Lima (G-AAUP) Vasco Ribeiro (SCI) SUPERVISÃO REDACTORIAL João Correia Ricardo Miguel Gomes REDACÇÃO Anabela

0Revista dos Antigos Alunos da Universidade do Porto, Nº 05, II Série, Julho de 2008, 2.5 Euros

F Á B R I C A D E C A M P E Õ E S , p á g 1 4 C O M O M A R I A M O I T A R E D E S C O B R I U A

ARQUITECTURA, pág 10 DESENVOLVIMENTO REGIONAL PELA FEP, pág 20 ENTREVISTA

A BEATRIZ PACHECO PEREIRA, pág 22 ARQUEOLOGIA NO DOURO, pág 32 A ARTE DOS

NEGÓCIOS IN SERRALVES, pág 36 EMPREENDEDORISMO SOCIAL COM A A3S, pág 40 EM MEMÓRIA DE SILVA PINTO, pág 44 EVOLUÇÃO DA TOPOGRAFIA NA FEUP, pág 46

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1

O desporto é uma actividade pluridimensional e aí reside muita da sua importância actual. Por um lado, a prática desportiva é essencial para a saúde física e mental dos cidadãos, além de desempenhar um papel relevante na integração social dos indivíduos. Por outro

lado, o desporto é competição e, neste sentido, um constante teste aos limites da capacidade hu-mana, bem como um espectáculo que empolga muitos milhões de pessoas em todo o mundo.Neste contexto, a investigação científi ca e o desenvolvimento tecnológico contribuem efectiva-mente para a iniciação e rendimento dos atletas. Por isso, o desporto é cada vez mais uma prática que exige estudo, planeamento e recursos tecnológicos. Aliás, a constante expansão dos limites da capacidade humana a que assistimos hoje resulta, precisamente, da introdução de conheci-mentos científi cos nos métodos de treino, da adopção de regimes alimentares que potenciam o rendimento desportivo e do recurso a processos tecnológicos para assegurar a manutenção da forma física. Convém, a propósito, sublinhar que o estudo da evolução das performances desportivas é van-tajoso não só para a competição, mas também para o exercício físico praticado informalmente. Parece hoje claro que o desporto de alto rendimento incentiva a prática desportiva entre a popu-lação e permite que essa mesma prática seja executada de forma correcta. Ou seja, que o exercí-cio físico seja orientado e adequado às características de cada indivíduo. Consciente da validade destas premissas, a Universidade do Porto está a valorizar e dinamizar o desporto essencialmente em duas vertentes: a promoção da prática desportiva entre a sua co-munidade académica e o estudo, investigação científi ca e aplicação de conhecimentos na área do desporto. No primeiro caso, o GADUP – Gabinete de Actividades Desportivas da Universidade do Porto organiza, para toda a comunidade académica (estudantes, antigos alunos, docentes, investigadores e funcionários não docentes), um conjunto de iniciativas que cobrem uma vasta panóplia de modalidades. Para tanto, dispõe de técnicos qualifi cados e de infra-estruturas ade-quadas à prática desportiva.Os resultados deste esforço têm sido muito positivos, quer no que se refere à prática informal do exercício físico pela comunidade académica, quer ainda no que toca aos sucessos desportivos da U.Porto nas competições universi-tárias. Nos Campeonatos Nacionais de Desporto Universitário, que tiveram lugar nos meses de Abril e Maio de 2008, participaram 165 estudantes da U.Porto e foram conquistados, com o emblema da instituição, 72 medalhas individuais e sete títulos por equipas.No segundo caso, merece destaque o trabalho que está, no âmbito da U.Porto, a ser liderado pela sua Faculdade de Desporto (FADEUP), mas contando com a colaboração de outras Faculdades. A FADEUP tem vindo a afi rmar-se, nacional e internacionalmente, pela qualidade da sua investigação científi ca e respectiva aplicabilidade na performance de atletas. Como este número da UPorto Alumni testemunha, a FADEUP está envolvida na preparação de atle-tas de quem muito se espera nos Jogos Olímpicos de Pequim, como Naide Gomes, Nelson Évora ou Emanuel Silva. Por outro lado, investigadores e do-centes da FADEUP são solicitados para integrarem prestigiadas instituições internacionais, como a Comissão Mundial para as Ciências do Desporto da UNESCO, onde contribuem com o seu conhecimento científi co.Parece óbvio, como enfatiza o Professor Jorge Olímpio Bento nesta edição da UPorto Alumni, que o desporto “mais não é do que um dos campos onde es-tudamos a condição humana. Até onde é que ela pode ir”. Ora, conhecer com mais propriedade o que somos e quais são os nossos limites é, de facto, uma das funções mais nobres da ciência. Não constitui, por isso, surpresa que as universidades e seus centros de investigação sejam cada vez mais chamados a produzir conhecimento científi co na área do desporto, conhecimento esse que, no entanto, acaba por transcender os limites da realidade desportiva e ser aplicável noutros campos da actividade humana. A U.Porto orgulha-se de, também neste caso, estar na linha da frente do que se faz a nível mundial.

José CarlosMarques dos Santos

Reitor daUniversidadedo Porto

EDITORIALOPINIÃO DO LEITOR

Magnífi co Reitor José Marques dos Santos e equipa,

Como ex-aluno da Universidade do Porto tenho tido o prazer de ler e estudar cada número da revista UPorto Alumini e quero dar os parabéns à equipa que a com-põe e felicitar esta linha de investimento que tem a meu ver mantido unidos muitos ex-alunos à sua Uni-versidade.O Magnífi co Reitor José Marques dos Santos abriu caminho a uma convivência mais estreita entre a Universidade e o corpo dos Alumini que levará com certeza a projectos/acções/interesses como doações, formação para troca de experiências entre antigos e actuais alunos, palestras, etc... mais de acordo com um mundo competitivo, baseado em conhecimento e dinamismo que o anterior modelo.Como conclusão transmito que graças também à vossa revista decidi voltar à faculdade e realizar um mestrado em engenharia de redes, para o qual me vou candidatar já em Agosto.Obrigado pelo vosso trabalho.

Com cumprimentos cordiais,Amândio Horácio MachadoCurso de Ciência de Computadores da Faculdade

de Ciências da Universidade do Porto

RECTIFICAÇÕES

Na edição n04, Março de 2008, o texto intitulado “U.Porto impulsiona parceria regional com ambições globais” incluía uma “caixa” com os nomes dos coor-denadores dos painéis do III Encontro Porto Cidade Região, omitindo, por lapso, um dos painéis, ainda que referido no texto mais extenso: painel “Conteú-dos”, coordenado por Artur Pimenta Alves (U.Porto, FEUP), Paulo Camacho e Nuno Cintra Torres (TV Cabo). A estes coordenadores, a UPorto Alumni pede sinceras desculpas.

Na mesma edição, o texto intitulado “A ‘lasca’ arre-batou a cidade” estava acompanhado de um legenda com os nomes dos participantes no espectáculo “Bal-let Shungária”. Um dos participantes era erroneamen-te referenciado como António Ramalhão, quando na verdade se chama Joaquim Ramalhão. As nossas des-culpas pelo lapso.

Os e-mails destinados à secção “Opinião do Leitor” devem ser enviados para [email protected], acompanhados do nome do remetente, da sua idade, do curso que frequentou na U. Porto, do respectivo ano de matrícula e do endereço electrónico pessoal. A revista U.Porto Alumni reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente reduzir os textos enviados.

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4NO CAMPUS

Notícias que marcaram a

actualidade da U.Porto,

com destaque para a

Universidade Júnior

2008, os projectos

para os novos edifícios

do ICBAS e FFUP, o

lançamento do The

Magellan MBA e ainda a

II Conferência IBERGRID.

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al 20FACE-A-FACEEm entrevista, a directora

do Fantasporto lança du-

ras críticas à forma como

os políticos encaram a

cultura. Mas o menospre-

zo pelas questões cultu-

rais não intimida Beatriz

Pacheco Pereira, que

continua a lutar por me-

lhores condições para o

seu festival e se prepara,

até, para criar um Museu

do Cinema.

22

10

PERCURSOMaria Moita descobriu,

em Timor-Leste, aquilo

que considera ser a mais

nobre vocação da arqui-

tectura: promover o de-

senvolvimento socioeco-

nómico de comunidades

carenciadas. Partindo

desta premissa, a mais

recente laureada com o

Prémio Fernando Távora

faz uso da formação que

obteve na FAUP.

12MÉRITOPrémios, distinções e des-

cobertas que valorizam a

comunidade académica da

U.Porto e são o reconhe-

cimento da sua excelência

em diferentes áreas do

conhecimento.

EM FOCOA FADEUP é uma verdadei-

ra “fábrica de campeões”,

se tivermos em conside-

ração o trabalho que tem

desenvolvido com despor-

tistas de diferentes moda-

lidades, incluindo atletas

olímpicos como Naide Go-

mes, Nelson Évora ou Sara

Oliveira. Graças ao capital

humano desta Faculdade,

o desporto português re-

forçou a sua componente

científi ca.

14

s

o

.

PORTO, CIDADE, REGIÃOA FEP tem sido chamada

a pronunciar-se sobre

questões estratégicas

para a região Norte,

como o modelo de ges-

tão do Aeroporto Francis-

co Sá Carneiro e a linha

ferroviária de elevada

velocidade. Com os seus

estudos, a Faculdade

está, portanto, a contri-

buir para o desenvolvi-

mento regional.

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4432

EMPREENDERA A3S assume uma lógica

empresarial, mas não visa o

lucro. Confusos? Pois bem,

trata-se de uma associação

do Terceiro Sector, o que

signifi ca que persegue o

bem comum e reinveste

todo o excedente no co-

lectivo. A sua actividade

centra-se na prestação de

serviços de consultoria, for-

mação e investigação.

46

VINTAGEA Biblioteca da FEUP apresenta,

até 5 de Outubro, uma exposição

sobre a evolução histórica da to-

pografi a. Um bom pretexto para

recordar, nestas páginas, como

os verdadeiros “aventureiros

do cálculo” conviveram durante

anos com tripés, níveis, teodoli-

tos e miras.

VIDAS & VOLTASSilva Pinto exerceu as fun-

ções de reitor da U.Porto

durante a avalancha revolu-

cionária, entre Novembro de

1976 e Maio de 1978. Apesar

de curto, o mandato reitoral

do antigo professor da FMUP

foi marcante para a História

da Universidade, como se

comprova pela resenha bio-

gráfi ca aqui apresentada.

INVESTIGARInvestigadores da FLUP

vasculham as entranhas

do Vale do Côa em busca

de vestígios pré-histó-

ricos, para assim nos

ajudarem a compreender

melhor os modos de vida

dos nossos antepassados.

As escavações em Castelo

Velho são, aliás, consi-

deradas “uma mudança

paradigmática na arqueo-

logia portuguesa”.

.

ALMA MATERFoto-reportagem sobre o quo-

tidiano da FMDUP, faculdade

onde os estudantes já aplicam

em pacientes reais muitas das

técnicas que aprendem no curso.

A atmosfera que se vive é, por

conseguinte, propícia a boas

imagens. Excepto para quem

tem pavor de dentistas…

CULTURAA Fundação de Serralves

criou uma incubadora

para as chamadas in-

dústrias criativas, tendo

recebido mais de 70

candidaturas. Neste mo-

mento já se encontram in-

cubadas, na In Serralves,

sete start-ups que fazem

da imaginação, inovação

e talento artístico os seus

principais factores de

produção.

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NO CAMPUS

ALUMNIDA FBAUP

LEVAM ARTE ÀS RUAS

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Assistir à construção de uma pirâmide de

cadeiras ao som de um concerto de piano para

dez peixes de aquário, esquiar na Praia da

Foz, ou… tocar na ponta do nariz com a língua.

Foi entre desafi os originais que as ruas do

Porto acolheram, de 10 a 12 de Abril, a primei-

ra edição do AdA – Festival em Acção, uma

iniciativa da Yellow Road, associação cultural

fundada por antigos alunos da Faculdade de

Belas Artes (FBAUP).

Liberta de palcos e galerias, a arte saiu à rua

num festival que trouxe à cidade o que de mais

vanguardista se produz na área das “artes de

rua” em toda a Europa. Para tal, a Praça da

Batalha, o Jardim do Palácio de Cristal e a Ri-

beira foram alguns dos locais que puderam ser

redescobertos no contacto entre a população e

48 jovens artistas, através de mais de 30 per-

formances nas áreas da dança, música e teatro.

E para quem acha que 10 quilos de batatas

fritas não podem tocar uma sinfonia, o AdA

tirou as dúvidas. “Basta ter imaginação e uma

visão ampliada do mundo”, desafi a Mariana

Oliveira, da organização de um evento que

pretendeu “atrair e seduzir novos públicos

para todas as formas de arte e cultura”, com

destaque para “aquelas que estão escondidas

e menos disponíveis nas salas de espectáculo

ou nas galerias”. Depois de três dias de festa

nas ruas, o balanço era positivo. “Correu muito

bem, o público aderiu bastante e houve uma

forte comunicação entre as pessoas e os artis-

tas”, remata Mariana Oliveira.

Para além das performances de rua, o progra-

ma do AdA foi completado com uma confe-

rência e uma exposição multimédia. Ainda em

2008, a cidade espanhola de Valência acolhe a

segunda edição do evento. TR

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NO CAMPUS

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Nos passados dias 12, 13 e 14 de Maio, a

“Internet do futuro” esteve em debate na

U.Porto. Tratou-se da II Conferência IBERGRID

(Iberian Grid Infrastructure Conference),

um evento que reuniu nas instalações da

Faculdade de Engenharia (FEUP) alguns dos

maiores especialistas da Península Ibérica

e da América Latina na área da computação

distribuída de larga escala (computação grid)

e da supercomputação.

Através da sua Universidade, o Porto tornou-

se a primeira cidade portuguesa a receber

uma iniciativa inserida no âmbito do Acordo

de Cooperação Científi ca e Tecnologia que

une Portugal e Espanha, desde 2003. Foi

aí que nasceu o propósito de formar uma

comunidade ibérica no campo da grid compu-

ting, um tipo de infra-estrutura que permite

fomentar o trabalho em rede de uma forma

muito mais vantajosa do que a Internet actual.

“As grid permitem o acesso a recursos não

sujeitos a um controlo centralizado e sem

constrangimentos de distância, oferecendo

uma qualidade de serviço superior ao nível do

desempenho, segurança e disponibilidade”,

explica Lígia Ribeiro, pró-reitora da U.Porto.

Multiplique-se o número de utilizadores “em

grelha” e fi ca-se com uma ideia do “papel

que esta pode ter, por exemplo, ao nível da

colaboração à distância numa comunidade de

investigadores”.

Potencialidades que, no arranque da confe-

rência, foram destacadas por altas persona-

lidades da política e da ciência de Portugal

e Espanha. Do lado português, o ministro da

Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Ma-

riano Gago, realçou a importância de “uma

conferência que, mais do que uma reunião

científi ca, representa a prova do valor da coo-

peração estratégica entre os dois países”.

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“Queremos que seja um MBA competitivo a

nível nacional e internacional”. As palavras

são do reitor da U.Porto, José Marques dos

Santos, e servem de rampa de lançamento do

The Magellan MBA, o novo programa de for-

mação avançada em Gestão que vai arrancar

no próximo ano lectivo, fruto da cooperação

entre cinco universidades do Norte e Centro

do país.

Aveiro, Coimbra, Minho e o Centro Regional

do Porto da Universidade Católica Portuguesa

juntam-se assim à U.Porto numa formação

que reúne professores das cinco instituições

e de dois parceiros internacionais, a London

Business School e o Instituto de Empresa (Es-

panha). Com início marcado para Setembro,

as aulas vão decorrer maioritariamente nas

instalações da EGP – University of Porto Bu-

siness School e serão leccionadas em inglês.

Um facto que demonstra “a postura claramen-

te internacional” de um “curso vocacionado

para atrair alunos de todo o mundo”, como

destacou, a 8 de Maio, o director do MBA, Jor-

ge Farinha, na assinatura de um protocolo que

prevê a criação futura de um DBA (Doctor in

Business Administration).

O The Magellan MBA surge então como uma

das primeiras iniciativas lideradas pela EGP-

UPBS, a escola de negócios nascida da fusão

das actividades de formação para executivos

levadas a cabo pela Escola de Gestão do

Porto (EGP) e pelo Instituto de Investigação e

Serviços da Faculdade de Economia (ISFEP).

Constituído formalmente a 5 de Junho, o novo

organismo será dirigido por uma associação

onde estão representadas 21 empresas na-

cionais e multinacionais. Por tudo isto, “será

frustrante se daqui a cinco anos não apare-

cermos nos rankings internacionais. Tem que

ser algo com ambição”, desafi a José Marques

dos Santos.

TR / JORNALISMOPORTONET

IBERGRID 2008 DESVENDAFUTURO

MAGELLAN MBA “COM AMBIÇÃO INTERNACIONAL”

Não coincidiu com a data certa (22 de Março)

para evitar as férias pascais, mas a tradição

não faltou na habitual sessão solene que, a 9

de Abril, assinalou a passagem do 97º aniver-

sário da U.Porto.

Homenagear fi guras, estudantes e funcioná-

rios da Universidade que se tenham desta-

cado ao longo do último ano foi apenas um

dos objectivos de uma sessão comemorativa

que teve como primeiro grande momento a

intervenção do reitor da U.Porto. Na abertura

do Dia da Universidade, José Marques dos

Santos fez o balanço do último ano e abordou

o futuro de uma “universidade cujo prestígio

é reconhecido a nível internacional”. Num

discurso onde não faltaram referências à situ-

ação do ensino superior em Portugal, o líder

da U.Porto destacou ainda a “promoção do

empreendedorismo” entre as apostas fortes

que marcam o presente da U.Porto.

O mesmo tema esteve em foco no discurso de

Emilio Botín, presidente do Grupo Santander

e convidado especial da cerimónia. Perante

uma audiência que preencheu o Salão Nobre

da Reitoria, o líder da décima maior institui-

ção fi nanceira do mundo destacou o papel das

empresas no apoio às universidades, ressal-

vando que “investir em educação é a melhor

estratégia para alcançar uma sociedade mais

próspera”.

Centro de um programa de eventos que

incluiu a 6ª Mostra da U.Porto e a I SPIE UP

– Semana de Promoção da Inovação e do Em-

preendedorismo , o Dia da Universidade foi

também palco da entrega de prémios incenti-

vo aos melhores estudantes da instituição em

2006/2007 e do Prémio Excelência e-learning

a Fernando Remião, docente da FFUP. Pelo

meio, houve tempo para vários momentos

musicais e para a proclamação dos mais re-

centes professores eméritos da Universidade.

TR/JORNALISMOPORTONET

U.PORTOCOMEMOROU97 ANOS DE VIDA

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Quem em Outubro deste ano navegar entre

Viana do Castelo e os mares das Caraíbas

arrisca-se a um encontro com o FASt (FEUP

Autonomous Sailboat), o veleiro criado na Fa-

culdade de Engenharia (FEUP) com o objecti-

vo de participar na Microstransat, uma regata

que reúne equipas de todo o mundo. Nota:

nenhuma das embarcações é tripulada. As-

sim, e para que o FASt não se perca nas águas

do Atlântico, “o barco está equipado para sa-

ber onde se encontra”, nomeadamente “com

um minicomputador que transmite comandos

ao leme e às velas”, explica José Carlos Alves,

professor responsável pelo projecto.

Do mar até aos confi ns do

espaço vão

centenas de

quilómetros, os

mesmos que

serão per-

corridos

pelo VORSat, nome do satélite que está a ser

desenvolvido numa parceria entre a FEUP e a

Agência Espacial Europeia (ESA). Trata-se de

um satélite de órbita baixa – Cubesat – que

tem como missão demonstrar a possibilidade

de uma estação terrestre – instalada na FEUP

– determinar a orientação de um satélite atra-

vés de sinais rádio transmitidos por aquele.

“Num país como Portugal, esta é uma oportu-

nidade única de experimentar o mercado es-

pacial”, destaca Mariana Sousa, uma dos mais

de 20 estudantes envolvidos no projecto.

De regresso à Terra, o alvo é o sofá, sítio ideal

para ver trabalhar o CleanRob, um robô que

tem a capacidade de empurrar um aparelho

de limpeza. Equipado com sensores simples

e baratos, o sistema é controlado por um

comando à distância. Para Armando Sousa,

professor e coordenador do projecto, trata-se

de um “exemplo daquilo que a FEUP é capaz

de dar à sociedade civil”.

Do viveiro de ideias de Engenharia chega, por

fi m, um sistema que promete revolucionar os

métodos de medir a gordura corporal

no ser humano. Uma tarefa

que o novo lipocalibrador

executa a partir da medição

das pregas subcutâneas,

“de forma mais rápida,

rigorosa e com custos mais

reduzidos do que outros

equipamentos mais caros”,

garante Teresa Restivo, profes-

sora que lidera a equipa de investigação. Com

patente já submetida pela U.Porto, o projecto

foi distinguido recentemente como melhor

comunicação livre no Congresso Anual da

Associação Portuguesa de Nutrição Entérica

e Parentérica.

TR/JORNALISMOPORTORÁDIO

O NEFUP – Núcleo de Etnografi a e Folclore

da Universidade do Porto organizou, entre

5 e 17 de Junho, na Biblioteca Municipal do

Porto, uma exposição comemorativa dos seus

25 anos de actividade. A mostra era composta

pelo espólio do NEFUP, por um conjunto de

obras sobre o património etnográfi co por-

tuguês e por cinco peças encomendadas a

artistas plásticos. No dia 14 de Junho, o NEFUP

complementou a exposição com um espectá-

culo nos Claustros da Biblioteca.

Entre o espólio do NEFUP exposto na Biblio-

teca Municipal encontravam-se trajes típicos,

cabeçudos, artesanato, fotografi as, cartazes,

medalhas, galhardetes, revistas… Enfi m,

um conjunto de objectos que resgatavam da

memória a profusa actividade do NEFUP não

só em território nacional como também em

eventos internacionais.

Todas as obras bibliográfi cas expostas perten-

ciam à Biblioteca Municipal e, segundo Jorge

Caldas, da direcção do NEFUP, procuravam “re-

presentar o trabalho de pesquisa e recolha do

património cultural” que o Núcleo desenvolve.

Ao longo destes 25 anos, o NEFUP tem estuda-

do de forma sistemática as danças, cantares e

outras manifestações da cultura popular por-

tuguesa, consubstanciando esse trabalho de

investigação em espectáculos ao vivo.

Para valorizar a exposição, o NEFUP enco-

mendou a cinco artistas plásticos pequenas

peças (lenço, t-shirt, aguarela, cerâmica e

painéis) ilustrativas da actividade do Núcleo.

Entre os artistas convidados contavam-se Elsa

Lé e Nelson Xavier.

Resta dizer que o NEFUP é uma associação

cultural académica apoiada pela Reitoria da

U.Porto, cujos objectivos são a “recolha, com-

preensão e divulgação do folclore português,

apresentando-o sob a forma de espectáculo

de danças, cantares e outras manifestações de

cultura popular”.

RMG

NEFUPCOMEMORA25 ANOS

FEUP CRIAINVENTOSINOVADORES

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NO CAMPUS

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São mais de 35 mil m2 de área e vão albergar os

três edifícios que, a partir de 2011, servirão as

futuras instalações do Instituto de Ciências Bio-

médicas Abel Salazar (ICBAS) e da Faculdade de

Farmácia (FFUP). Assim se traça o rascunho do

novo complexo de Ciências da Vida e da Saúde

da U.Porto, o qual começará a ser construído,

em Setembro, nos terrenos do antigo edifício da

Reitoria (rua D. Manuel II).

A primeira pedra do novo pólo foi lançada a 26

de Julho, numa cerimónia presidida pelo reitor

José Marques dos Santos e pelos ministros da

Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,

Ana Jorge e Mariano Gago, respectivamente. Face

à dimensão de uma obra orçada em mais de 27,5

milhões de euros, Ana Jorge realçou a criação de

“melhores condições de ensino” para os mais de

3000 estudantes e 500 docentes e investigadores

das duas faculdades. Já Mariano Gago inseriu o

projecto “num conjunto de grandes institutos de

investigação que a U.Porto tem vindo criar, nos

últimos anos, na área das Ciências da Saúde”.

De modo a potenciar as sinergias entre as duas

escolas, o projecto prevê que a FFUP e o ICBAS

passem a partilhar a maioria dos espaços do

novo complexo (auditórios, salas, estaciona-

mento, biblioteca, laboratórios, entre outros). O

objectivo é a “criação de uma grande escola de

saúde, em todos os sentidos”, como destacou

António Sousa Pereira, presidente do Conselho

Directivo do ICBAS. Para tal, os futuros médicos e

farmacêuticos vão benefi ciar da proximidade ao

novo Pólo de Ambulatório do Hospital de Santo

António, que fi cará instalado no terreno ao lado.

De acordo com Sousa Pereira, a ideia passa por

colocar as três instituições a trabalhar “em estrei-

ta cooperação”, num “retorno à interdisciplinari-

dade das Ciências da Vida”.

TR/JORNALISMOPORTONET

Têm menos de 18 anos, estão de férias, mas

abdicaram da praia para vestir a pele de estu-

dantes da maior universidade do país. É esse

o perfi l dos mais de 5300 alunos do 5º ao 11º

ano que, nos meses de Julho e Setembro, inva-

dem as salas e laboratórios da U.Porto duran-

te a 4.ª edição da Universidade Júnior (UJr).

Dispensa apresentações o programa que,

desde 2005, proporciona a milhares de jovens

de todo o país a oportunidade de conhecer o

que se faz na Universidade, através de cursos

semanais estruturados por faixa etária. Um

objectivo que, num ano em que se bateram

todos os recordes de participantes, assume a

forma de mais de 120 actividades dinamizadas

nas 14 faculdades e 69 unidades de investiga-

ção da U.Porto.

Arrumadas as estatísticas, é nos vários pólos

da U.Porto “sub-17” que se procura “incen-

tivar os jovens a continuar o seu percurso

académico, ajudando-os a escolher o curso

que querem seguir e, se possível, atraí-los

para a Universidade”, destacou o reitor José

Marques dos Santos, durante uma visita às

actividades da UJr. Palavras registadas por

Mariana Lisboa, aluna do 10º ano que vestiu

a pele de jornalista num projecto do curso de

Ciências da Comunicação. “Já estive no ano

passado e gostei. Por isso, decidi regressar

para fazer alguma coisa que tivesse a ver com

a vertente profi ssional que quero seguir. E

estou a adorar”.

“Abrir a Universidade à sociedade” é outro dos

objectivos de um projecto que traz à U.Porto

estudantes de todo o país. Para tal, o programa

conta com o apoio de 40 câmaras municipais,

parte de uma lista de parcerias onde constam

ainda o Ministério da Defesa Nacional e a

Casa da Música.

Depois de uma pausa em Agosto, a UJr 2008

regressa na primeira semana de Setembro,

com as Escolas de Ciências da Vida e da Saú-

de, de Física, de Matemática e de Química.

Acessíveis, por candidatura, a alunos dos 10º

e 11º anos, estes programas visam introduzir

alguns dos melhores estudantes do país em

projectos de investigação científi ca.

TR

Sessenta e duas medalhas individuais, sete tí-

tulos por equipas e um total de 165 estudantes

envolvidos. Foi com números gordos que se

desenhou a participação da U.Porto nos Cam-

peonatos Nacionais de Desporto Universitário

(CNU’s), que tiveram lugar nos meses de Abril

e Maio.

Entre as 16 modalidades nas quais a U.Porto

se fez representar, destaca-se a participação

da equipa de atletismo, coroada com a con-

quista de dois títulos colectivos – em pista co-

berta e pista ao ar livre – e 19 medalhas. Nas

instalações da U.Aveiro (palco da maioria das

provas), a Universidade sagrou-se ainda cam-

peã nacional de Andebol feminino, Squash,

Ténis, Ténis de Mesa e Xadrez. Um feito que

se repetiria nas areias de Vila Nova de Gaia,

palco da vitória no Voleibol de Praia.

Sem o título colectivo, mas com muitas meda-

lhas na mala, vieram as equipas de Natação

(20), Judo (6) e Taekwondo (6). As restantes

medalhas repartiram-se pelo Badmington e

pelo Hóquei em Patins.

Feito o balanço, a U.Porto afi rma-se, pelo

terceiro ano consecutivo, como a instituição

portuguesa do ensino superior com mais títu-

los conquistados nos CNU’s.

ICBAS E FFUP COM NOVA “CASA” EM 2011

5300 JOVENSNA UNIVERSIDADE JÚNIOR

TRIUNFOS NO DESPORTOUNIVERSITÁRIO

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ESTÓRIAS

A prescrição constava em reprovar três vezes no exa-me da mesma cadeira, sendo anulada a inscrição e a possibilidade de o estudante continuar a frequentar a

mesma Faculdade. Estava no 30 ano da Faculdade de Economia da U.Porto a fazer exames de 2a época e tinha uma cadeira atrasada, cujo professor era por vezes demasiado exigente com alguns alunos. Chumbei à terceira em orais de mais de duas horas cada, evidentemente depois de ter passado na prova es-crita. Na altura, nós – rapazes – tínhamos adiamento militar para terminar a licenciatura em prazos estipulados. Se não o fi zéssemos, íamos para a tropa e para a guerra colonial. A FEP funcionava no sótão do actual edifício da Reitoria. Este edifício aparecia muitas vezes pela manhã coberto de cartazes colocados pelo regime com vários dizeres: “Angola é nossa” ou “o exército é o espelho da nação”, para tentar mostrar a força ainda aparentemente existente e calar os jovens que não que-riam ver a vida “cortada” por uma guerra que nada lhes dizia e já não tinha razão de existir. Havia um colega – eu nunca fi z política, apesar de discordar do regime– que desafi ou por vá-rias vezes a polícia de choque que entrava pela Faculdade de Ciências – no mesmo edifício – e chegava ao sótão, invadia o café “Piolho” ao lado do edifício em questão e até entra-va nas Igrejas do Carmo e dos Carmelitas em busca de “qualquer coisa que fugisse, nem que fossem velhinhas”. Esse colega sempre foi muito “activo” – já nos havíamos cruzado no colégio, onde sempre arranjava pretextos para confusões quando via injustiças e não só – nas suas lutas contra o regime, o que lhe valeu umas quantas vezes ser internado “todo partido” no Hospital de Santo António, de-pois de cargas policiais e de passar pela PIDE/DGS. Mas nunca desistia. A forma mais fácil para o regime de resolver mais este problema era afastá-lo e, como exemplo para quem tivesse vontade de fazer o mesmo, enviá-lo para a guerra colonial. A maneira encontrada foi a de fazer actuar o siste-ma das “prescrições”, algo que ninguém se lembrava ter sido alguma vez utilizado. Assim, num 30 “chum-bo” em exame à mesma cadeira, a prescrição foi-lhe aplicada. Mas, para não parecer um acto isolado, todos

(nesse ano éramos nove) tivemos a mesma sorte: recebemos uma carta comunicando que tínhamos a inscrição cancelada por prescrição, mais a indicação de que haviam enviado cópia para o DRM (Distrito de Recrutamento Militar). Este organis-mo enviou-nos, posteriormente, cartas para lá nos apresentar-mos em data estipulada. Não chegámos a ter esta “oportuni-dade”: o DRM ardeu parcialmente e toda a documentação cor-respondente aos mancebos cujos primeiros nomes começavam na letra A e iam até meio do alfabeto fi caram destruídos. Como nada era informatizado, tudo foi refeito manualmente com base em dados existentes em Lisboa, o que demorou três anos. Pelo meio deu-se o 25 de Abril e aqueles cujos nomes se situa-vam na parte destruída só foram para a tropa em 1975, já com a guerra colonial a terminar. (…) Face a estes acontecimentos, a prescrição veio a funcionar a nosso favor.

Augusto Küttner de MagalhãesAntigo aluno da FEP

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Há arquitectos que não perseguem a grandiloquência das formas, o risco arrojado que delimita o espaço, a volúpia da abstracção estética. Para estes, a arquitec-

tura não se esgota em si mesma, porquanto só encontra a sua verdadeira poética na relação com o Homem. Entre este grupo de arquitectos fi gura Maria Moita que, um pouco por acaso, descobriu em Timor-Leste um novo sentido para a nobre arte da construção. Foi, porém, quase nos antípodas do Sudeste Asiático que Maria Moita diz ter aprendido “a medir o tamanho do mundo”. A arquitecta tinha então abandonado a pacatez da adolescência em Lisboa, cidade onde nasceu, para completar o 12.o ano nos EUA, no âmbito de um programa de intercâmbio de estudan-tes. Estava-se no fi nal dos anos 80 e a vida no Idaho, um Estado no Noroeste norte-americano, permitiu-lhe perceber “como o mundo é pequeno”. “Fiquei muito cedo com amigos de todo o mundo e isso foi uma experiência que me marcou muito, tendo depois consequências na minha carreira profi ssional”, assegura Maria Moita.“Medir o tamanho do mundo”. Importa reter esta frase de res-sonância poética, pois ela ajuda a compreender a actual rela-ção de Maria Moita com a arquitectura. Mas já lá vamos, dado que não menos determinante para essa relação foi a passagem de Maria Moita pela Faculdade de Arquitectura da Universi-dade do Porto (FAUP), onde completou, em 1996, o ensino superior. Depois de uma formação liceal na área das Artes, a arquitectura surgiu-lhe como uma opção mais pragmática do que vocacional. E o ingresso na FAUP, em 1990, resultou de uma mera conveniência aritmética, uma vez que as notas de entrada eram inferiores às de Lisboa. “Fui para o Porto a achar que fi caria apenas um ano e que de-pois mudaria de cidade. Mas não mudei! Fiz os seis anos no Porto e continuo muito ligada à Faculdade. Foi aí que, de facto, descobri o prazer que me dá pensar e fazer arquitectura”, sa-lienta Maria Moita, que antes de terminar o curso ainda passou

PERCURSO

por Paris, ao abrigo do Programa Erasmus. Mas a aprendiza-gem na capital francesa só serviu para valorizar a formação na FAUP, como se depreende das suas palavras: “A escola de Paris estava muito associada às Belas-Artes. Era tudo muito livre. E eu que estava farta do Porto e do academismo da Faculdade, daquela estrutura tão fechada, fi quei a apreciar muitíssimo essa dita estrutura tão fechada. Quando confrontada com o modelo oposto, a falta de estrutura total e os resultados que, para mim, eram catastrófi cos, fi quei a dar muito valor à minha Faculdade”. Maria Moita acrescenta ainda que a FAUP “dá aos seus alunos uma base muito sólida do que é fazer e pensar a arquitectura”.Já não zangada com a Faculdade mas enfastiada com a vida no Porto, Maria Moita regressa a Lisboa em 1996 e começa a cola-borar com os arquitectos José Adrião e Pedro Pacheco. Contu-do, o namoro com um portuense fá-la voltar à capital nortenha, desta feita para integrar o atelier de Álvaro Siza Vieira, onde trabalhou de 1999 a 2001. “Foi a minha segunda escola”, con-fessa. “A concentração, o rigor e o profi ssionalismo do Siza são impressionantes. Ele ensinou-me a ter uma enorme disciplina de trabalho”, acrescenta.

Sobressalto timorenseMas eis que Maria Moita é sobressaltada pelo repto que o ar-quitecto e amigo Pedro Reis lhe lança: integrar uma equipa internacional de arquitectos e engenheiros num projecto de reconstrução do parque escolar de Timor-Leste. Numa pri-meira reacção ainda recusou, mas não foi preciso insistir muito para que Maria Moita fi zesse as malas rumo ao Sudes-te Asiático. Estava previsto fi car apenas três meses na antiga colónia portuguesa, mas devido a atrasos constantes no pro-jecto acabou por lá permanecer cerca de um ano, entre 2002 e 2003. Em Timor-Leste passou a “encarar a arquitectura de outra forma”, vendo-a agora sobretudo como um factor de de-senvolvimento. “Nos países pobres somos confrontados com

A MEDIRO TAMANHODO MUNDO

RIC

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Maria Moita

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uma grande precariedade ao nível do património edifi cado, o que afecta a qualidade de vida de milhões de pessoas. E isso mostrou-me que há um outro mundo para a arquitectura, um mundo que eu não conhecia e que implica uma revisão me-todológica”.De regresso a Lisboa, onde retomou a actividade profi ssional, Maria Moita inicia o mestrado em Desenvolvimento, Diversi-dades Locais e Desafi os Mundiais do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa). E é no âmbito desta formação pós-graduada que surge o projecto “Arquitectura para o Desenvolvimento, Intervenções de Emergência e de Per-manência no Sudeste Asiático”, com o qual conquistou, aos 36 anos, o 3.O Prémio Fernando Távora. No estudo premiado – que servirá ainda de base para a sua tese de mestrado –, Ma-ria Moita defende uma arquitectura vocacionada para o desen-volvimento, o que obriga, como aqui já foi referido, à alteração de práticas metodológicas. A nova metodologia pressupõe “a participação efectiva da população no projecto”, o qual terá, por seu turno, de ser pensado tendo em conta “o que vai implicar não só em termos de conforto, mas também na criação de um know-how que permita o desenvolvimento socioeconómico” das comunidades locais. Neste sentido, os projectos arquitec-tónicos devem adequar-se às especifi cidades dos países em desenvolvimento, traduzindo-se isto numa utilização preferen-cial de técnicas e materiais autóctones. Só assim se alcançará a chamada arquitectura sustentável. Com os cinco mil euros da bolsa de viagem atribuída, em Abril de 2008, pelo Prémio Fernando Távora, Maria Moita partiu de novo para Timor-Leste e ainda para o Sri Lanka, neste caso para estudar a recuperação das milhares de habitações destruí-das pelo tsunami de Dezembro de 2004. Com o conhecimento obtido, a arquitecta espera orientar em defi nitivo a sua activida-de profi ssional para as questões do desenvolvimento, quer em Portugal, quer nos países mais carenciados. E assim continuar a “medir o tamanho do mundo”.

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No passado dia 10 de Junho, várias per-sonalidades cujo percurso profi ssional está, ou esteve, ligado à U.Porto foram condecoradas pelo Presidente da Repú-blica, durante a tradicional Sessão Sole-ne do Dia de Portugal.Entre os nomes distinguidos, a primeira nota vai para ex-reitor José Novais Bar-bosa (na foto à esq.), agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Hen-rique. Licenciado e doutorado em Enge-nharia Civil pela FEUP, Novais Barbosa é o actual presidente da UPTEC, tendo liderado os destinos da Universidade en-tre 1998 e 2006.Já Patrício Soares da Silva (na foto à dir.), docente da Faculdade de Medicina, foi homenageado com o título de Grande Ofi cial da Ordem do Infante D. Henri-que. Licenciado e doutorado pela FMUP, Soares da Silva é professor catedrático e director do Instituto de Farmacologia e Terapêutica daquela faculdade.O Professor Albino Aroso foi outras das individualidades agraciadas, neste caso como Grande Ofi cial da Ordem da Li-berdade. Reconhecido como o “pai do planeamento familiar” em Portugal, Albino Aroso licenciou-se em medicina pela FMUP e é professor associado jubi-lado no ICBAS. Finalmente, e a título póstumo, foi atri-buído o título de Comendador da Or-dem de Sant’Iago da Espada a Maria Ire-ne Vilar. Licenciada em escultura pela FBAUP, Irene Vilar morreu no passado mês de Maio, aos 77 anos.

Ana Luísa Amaral, professora associa-da da Faculdade de Letras (FLUP), foi distinguida com o Grande Prémio de Poesia 2008 da Associação Portuguesa de Escritores (APE), um dos principais galardões nacionais na área da poesia. Anunciado a 3 de Junho, o prémio dis-tinguiu o livro “Entre Dois Rios e Outras Noites”, décimo capítulo de um trajec-to literário iniciado em 1990. “É uma grande honra”, sintetizou a autora, para logo traçar o percurso “Entre Dois Rios e Outras Noites”. “É uma obra muito mais livre do que as anteriores ao nível da linguagem. Quis falar um pouco so-bre aquilo que nos transfi gura e ao mes-mo tempo nos torna humanos”, realça a autora.Nascida em Lisboa em 1956, Ana Luí-sa Amaral é licenciada em Germânicas pela FLUP, onde lecciona actualmente Literatura e Cultura Inglesa e Ameri-cana. Como poetisa, desenvolveu uma vasta obra marcada por livros como “Às Vezes o Paraíso” e “A Génese do Amor”. No currículo conta já com o Prémio Li-terário Casino da Póvoa 2007 e, mais recentemente, com o Prémio de Poesia Giuseppe Acerbi (Itália).

CONDECORAÇÕESNO DIA DE PORTUGAL

APE DISTINGUE ANA LUÍSA AMARAL

Parece-se com um qualquer ratinho de laboratório, mas pode signifi car um passo importante no combate à parami-loidose. Essa é a esperança da equipa de investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) envolvida na descoberta de um ratinho transgéni-co, capaz de reproduzir características da “doença dos pezinhos” nunca antes identifi cadas em modelos biológicos.Publicada em Maio, na revista Neurobio-logy of Aging, a descoberta assinada por três investigadores do grupo de Neuro-biologia Molecular do IBMC partiu do cruzamento de um ratinho portador do gene humano da paramiloidose com um ratinho sem mecanismos naturais de protecção. Resultado: “Acelerámos a doença e conseguimos estendê-la pela primeira vez até ao sistema nervoso periférico, característica mais típica da paramiloidose nos doentes humanos”, descreve Sofi a Santos, investigadora que integra, a par de Rui Fernandes, uma equipa liderada por Maria João Saraiva.Se o trio de investigadores for bem su-cedido, a descoberta pode ajudar “a per-ceber a importância das defesa naturais do ser humano na progressão da para-miloidose”. Posteriormente, o objectivo é “testar novos tratamentos direcciona-dos para o sistema nervoso periférico”, fi naliza Sofi a Santos.

AVANÇONO ESTUDO DA PARAMILOIDOSE

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A Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) esteve em grande destaque na edição deste ano dos Prémios Secil, ten-do arrecadado dois dos galardões em concurso. A primeira nota vai para José Mota Freitas (na foto), professor catedrá-tico convidado da FEUP e distinguido com o Prémio Secil de Engenharia Civil 2007 pela autoria do projecto de estru-turas da Igreja da Santíssima Trindade em Fátima. Professor na FEUP desde 1968, Mota Freitas é assim reconheci-do com um galardão de referência da Engenharia nacional e que, de dois em dois anos, distingue a mais signifi cativa solução de engenharia civil.Numa cerimónia que teve lugar a 2 de Abril, na Aula Magna da Universidade de Lisboa, a FEUP arrecadou ainda um dos Prémios Secil Universidades em concurso. Da autoria de Carlos Albu-querque, Diana Peres, Magda Macedo, Nuno Santos e Sílvio Gonçalves – estu-dantes fi nalistas do Mestrado Integrado em Engenharia Civil / Opção Estruturas – o projecto premiado centra-se na cons-trução de uma Ponte Pedonal Móvel na Marina de Viana do Castelo.

A Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP) arrecadou a totalidade dos pré-mios (sete) atribuídos, em 2008, pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), o que se traduziu num valor pecuniário de 50 mil euros. Entregues ofi cialmente durante o Congresso Por-tuguês de Cardiologia que decorreu, no fi nal de Abril, no Algarve, os prémios visam incentivar projectos científi cos inovadores na área. No fi nal, o grande vencedor foi o Servi-ço de Fisiologia da FMUP, liderado por Adelino Leite-Moreira, cujas equipas de investigação arrecadaram seis dos sete prémios a concurso, entre os quais a Bolsa João Porto, o Prémio Delta de Hi-pertensão Arterial e o Prémio Servier na Insufi ciência Cardíaca. Já o Serviço de Medicina A, dirigido por Rocha Gonçal-ves, arrecadou o Prémio AstraZeneca.Esta não é a primeira vez que a FMUP monopoliza os prémios atribuídos anu-almente pela SPC. O mesmo aconteceu em 2004 e no ano passado, facto ilustra-tivo da posição cimeira que a Faculdade ocupa no âmbito da investigação na área da Cardiologia.

FEUPBRILHA NOS CECIL 2007

FMUP MONOPOLIZA PRÉMIOS DE CARDIOLOGIA

GULBENKIAN PREMEIA PROJECTO DA FMUP

Conhecer os “segredos” da dor de for-ma a desenvolver novos analgésicos e, quem sabe, a abrir a possibilidade de regenerar neurónios da medula espi-nal. É de grandes ambições que se faz o projecto de uma equipa de investigado-res do Laboratório de Biologia Celular e Molecular da Faculdade de Medicina da U.Porto, projecto esse que foi distingui-do pela Fundação Calouste Gulbenkian com o Prémio de Apoio à Investigação na Fronteira das Ciências da Vida.Liderada pelo investigador Filipe Mon-teiro (na foto), a equipa pretende des-vendar os mecanismos envolvidos no estabelecimento do circuito da dor ao longo do desenvolvimento embrionário. Para isso, e durante os próximos dois anos, “vamos estudar uma proteína – a Prrxl1 – que regula os genes da medula espinal e que acreditamos estar envolvi-da no circuito da dor”, realça o cientista doutorado em Ciências Biomédicas pelo ICBAS.Em caso de sucesso, a investigação pode, segundo Filipe Monteiro, “abrir as portas à criação de drogas analgésicas para o tratamento de lesões da medula espinal e de novas abordagens de terapia de regeneração”. Para já, o grupo de in-vestigadores conta com os 50 mil euros de um galardão entregue a 11 de Abril, na Aula Magna da FMUP.

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EM FOCO

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Em Portugal, o contributo da ciência para o rendimento dos atletas em alta competição é ainda relativamente des-conhecido. O sucesso desportivo surge quase sempre atri-

buído ao talento individual, à intensidade do esforço físico de-senvolvido nos treinos e à força das prédicas dos treinadores, por vezes mais vocacionadas para o estímulo anímico do que para o apuramento da técnica. Mas hoje um gesto tão prosaico como um chuto numa bola é passível de análise biomecânica, assim como a energia despendida numa braçada na água pode ser me-dida segundo parâmetros biofísicos, por exemplo. O desporto, quer ao nível da alta competição, quer ao nível da educação físi-ca, é alvo de aturados estudos e vasta investigação científi ca. Como salienta o presidente do Conselho Directivo da Facul-dade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), Jorge Olímpio Bento, o desporto “mais não é do que um dos campos onde estudamos a condição humana. Até onde é que ela pode ir”. Neste sentido, cabe à ciência “descobrir quais os factores que intervêm no rendimento desportivo. Saber, por exemplo,

se há novos factores ou se há ainda factores que não estão esgo-tados”. É por isso, acrescenta, que “o paradigma da maximiza-ção ou da quantifi cação vai sendo equilibrado pelo paradigma da qualidade”. Até há pouco tempo “apostava-se muito naquilo que era quantifi cável” e, consequentemente, “o treino desenvol-via-se à base das intensidades”. Hoje, “o conhecimento começa a fazer a diferença, porque já todos os atletas conseguem realizar a mesma marca do ponto de vista da intensidade. Então, há que descobrir os pormenores que estabelecem a diferença, os tais novos factores que determinam o rendimento desportivo”. Neste contexto, universidades e centros de investigação são solicitados para produzir conhecimento aplicável à prática desportiva. E foi no seguimento desta tendência internacional que, em 2006, a Comissão Multidisciplinar do Comité Olím-pico Português constituiu uma rede de instituições do ensino superior, com o objectivo de apoiar cientifi camente o trabalho dos técnicos e a preparação dos atletas envolvidos nas Olimpí-adas de Pequim 2008 e Londres 2012. Os laboratórios da rede estão incumbidos de desenvolver programas permanentes de avaliação e controlo do treino, de assessoria técnico-científi ca e de apoio ao recrutamento de jovens talentos. Entre as insti-tuições que compõem a rede encontra-se a FADEUP, que por esta via tem estado envolvida na preparação de atletas de quem muito se espera nos Jogos Olímpicos de Pequim, como Naide Gomes (Salto em Comprimento), Nelson Évora (Triplo Salto) ou Emanuel Silva (Canoagem).Jorge Olímpio Bento apressa-se a esclarecer que “não com-pete à Faculdade formar os atletas”. A sua missão é, tão-só, a de “fornecer dados de avaliação aos respectivos técnicos”. Ou seja, “tentar controlar o estado de treino dos atletas e forne-cer elementos que ajudem a introduzir modifi cações positivas nesse mesmo treino”. Escudado neste princípio, Jorge Olímpio Bento garante que, “em termos de investigação e produção de conhecimento com grande aplicabilidade no treino, nós [FA-DEUP] estamos ao nível do que se passa nos melhores centros do mundo”. “Temos sabido conquistar a confi ança dos técni-cos”, na medida em que “dispomos de conhecimento, pessoas e instalações para realizar exames que concorrem para a me-lhoria das performances dos atletas”.

O desporto já não pode ser

praticado tipo “meia bola e

força”. Encarar a prática des-

portiva de forma empírica é

incompatível com as actuais

necessidades da educação

física e, sobretudo, com as

exigências da alta competição.

Daí que a ciência esteja a ga-

nhar protagonismo no campo

desportivo, revelando-se fun-

damental para a optimização

de metodologias de treino. É

esta, aliás, uma das principais

áreas de trabalho da FADEUP,

cuja investigação científi ca

aplicada tem servido para

apoiar atletas integrados na

missão olímpica.

RIC

AR

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O gesto é tudoSegundo Jorge Olímpio Bento, “o rendimento desportivo é su-portado por factores de ordem morfológica, fi siológica, psico-lógica e cognitiva”. Por isso, “um conjunto de áreas de investi-gação científi ca são chamadas a lançar o seu olhar clínico sobre

o tipo de atleta em causa e a diagnosticar aquilo que deve ser feito, visando a melhoria das suas performances”. Entre essas áreas encontra-se a biomecânica, que consiste no “estudo da mecânica nos sistemas biológicos”. A defi nição é de João Pau-lo Vilas Boas, director do Laboratório de Biomecânica da FA-DEUP, que acrescenta que “todo o acto desportivo é um acto mecânico”, pois há um “relacionamento físico com o exterior e consigo mesmo”. Por conseguinte, “o que a biomecânica faz é procurar optimizar a técnica desportiva e os materiais e equi-pamentos desportivos, com vista a duas coisas fundamentais: em primeiro lugar, a melhoria do rendimento e, em segundo lugar, a prevenção de lesões”.João Paulo Vilas Boas foi treinador de Natação e actualmente ocupa o cargo de vice-presidente da Federação Portuguesa de Natação. Não é por isso de estranhar que este organismo esteja a trabalhar estreitamente com a FADEUP, em particular no controlo e avaliação do treino da Selecção Nacional de Natação. Neste âmbito, o Laboratório de Biomecânica desenvolve estu-dos em três vertentes: a estritamente biomecânica, a fi sioló-gica e, numa perspectiva mais ampla, a biofísica. “O domínio

fi siológico tem a ver com o fornecimento de energia para o sis-tema biológico realizar a sua tarefa desportiva, enquanto a bio-mecânica concretiza a forma como essa energia é aproveitada. Quando juntamos as duas componentes, fazemos aquilo que designamos por avaliação biofísica – como é que aproveitamos a energia e que economia motora conseguimos com uma alte-ração do gesto desportivo”, explica João Paulo Vilas Boas.No domínio fi siológico, os investigadores do Laboratório par-ticipam nos estágios da Selecção Nacional com o objectivo de “avaliar o limiar anaeróbio” (momento no qual o ácido láctico começa a aumentar mais rapidamente do que pode ser reab-sorvido ou ressintetizado), tendo em vista “o desenvolvimento

das capacidades aeróbias” dos nadadores (capacidade de pro-duzir energia na presença de oxigénio). Para tanto, diz ainda João Paulo Vilas Boas, “criámos um protocolo progressivo onde doseamos as concentrações de lactato no sangue, para percebermos qual é a velocidade a partir da qual surge esse desequilíbrio entre a produção e a remoção de lactato”. Isto é, “a velocidade em que o indivíduo entra num protagonismo anaeróbio que não interessa”.Já no domínio da biomecânica pura, o Laboratório procede à “cap-tação de imagens e à análise qualitativa do gesto” do nadador (bra-çadas e pernadas), para além de “analisar a função da variação da velocidade instantânea com o tempo e da força produzida na água com o tempo”. Existe, aliás, a possibilidade de esses dados serem transmitidos em tempo real ao nadador, com um assobio que é mais agudo consoante a velocidade instantânea.

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EM FOCO

Em Pequim, Sara Oliveira

vai tentar bater os recordes

nacionais de Mariposa.

MERECEM IGUALMENTE REFERÊNCIA, ENTRE AS ACTIVIDADES DO

LABORATÓRIO, O ESTUDO E O DESENVOLVIMENTO DE

EQUIPAMENTOS DE TREINO, AVALIAÇÃO E COMPETIÇÃO.

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Os nossos atletasem Pequim

Sara Oliveira falhou há quatro anos a qualifi cação para os

Jogos Olímpicos (JO) de Atenas, pelo que a participação em

Pequim tem, para ela, “um signifi cado muito especial”. Aos

22 anos, a nadadora do FC Porto espera na XXIX Olimpíada

“bater os recordes nacionais” de 100 e 200 metros Mariposa,

que, de resto, já lhe pertencem. Esta estudante do 5.º ano

da FADEUP (Opção Desporto de Rendimento/Natação) tem

benefi ciado do protocolo estabelecido entre a Faculdade

e a Federação Portuguesa de Natação (ver pág. 16), graças

ao qual, diz, está “a evoluir muito como atleta”. Destaca, a

propósito, o apoio que lhe tem sido dado nos domínios fi sio-

lógico e psicológico.

Para o atirador Joaquim Videira, a participação nos JO é “a

concretização de um sonho de criança”. Aos 24 anos, este

antigo aluno da FEUP (Engenharia Electrotécnica e de Com-

putadores) considera ser “muito gratifi cante representar

Portugal em Pequim”, mas não parte a pensar em meda-

lhas. O actual 1.º classifi cado no Ranking Nacional de Es-

pada espera, tão-somente, “fazer o melhor possível” nuns

jogos que considera “muito bem organizados”. Com boas

classifi cações nos torneios da Taça do Mundo (está entre

os 10 melhores da modalidade), quem sabe se Joaquim Vi-

deira não traz para Portugal uma medalha na Espada.

“Ficar entre os 12 primeiros classifi cados”. Este é o ob-

jectivo de Nuno Mendes, 24 anos, que, fazendo dupla

com Pedro Fraga, irá competir em Pequim numa das mais

disputadas provas de Remo: o Double Scull Peso Leve. Há

doze anos que o Remo português não conseguia apurar

qualquer tripulação, daí que o estudante do 5.º ano da

FADEUP (Opção Desporto de Rendimento/Remo) afi rme ser

uma “grande responsabilidade” a presença nos JO. A dupla

do Sport Clube do Porto é campeã nacional (categoria de

ligeiros), foi vice-campeã mundial de sub-23 (2004 e 2005)

e já venceu duas Taças do Mundo. “Os últimos quatro anos

de trabalho foram direccionados para a participação nos

JO”, confessa Nuno Mendes.

Merecem igualmente referência, entre as actividades do Labo-ratório, o estudo e o desenvolvimento de equipamentos de trei-no, avaliação e competição. Com a colaboração da Faculdade de Engenharia está, por exemplo, ser ultimada uma máquina inédita para medir a intensidade de nado, podendo o engenho vir a ser patenteado pela FADEUP. Além disso, o Laboratório está a testar um scanner tridimensional desenvolvido pelo INE-GI (Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial) do Porto. O scanner permite registar imagens de corpo inteiro e por isso está a ser utilizado para estudar os efeitos do fato de natação de Sara Oliveira, uma atleta que vai estar presente em Pequim (ver caixa ao lado). A história conta-se em poucas palavras: a muito custo, Sara Oli-veira e o seu treinador conseguiram convencer a Speedo a ceder o moderno fato LZR à nadadora do FC Porto, que é patrocinada pela referida marca. Coincidência ou não, Sara Oliveira bateu de imediato o recorde nacional com o fato, o qual, curiosamente, é produzido em Portugal. Agora, os investigadores da FADEUP querem saber se o LZR é na verdade potenciador do rendimento dos nadadores, ou se tudo não passa de mera indução psicológi-ca. Com o scanner, “vamos ver não apenas o efeito do fato na for-ma do corpo, mas também o efeito do fato no arrasto” da água, adianta João Paulo Vilas Boas.

Naide Gomes: O mundo em 7 metrosEncontrar os “pormenores” que melhorem o salto de uma das mais conceituadas saltadoras do mundo, Naide Gomes, é o de-safi o que se coloca, desde Outubro de 2007, a um consórcio que envolve os gabinetes de Atletismo e Biomecânica. “Tudo começou no âmbito de um protocolo com a Federação Portu-guesa de Atletismo, que reuniu aqui os melhores saltadores portugueses, como a Naide e o Nelson Évora [actual campeão do mundo de Triplo Salto ao Ar Livre], para um estudo pionei-ro de avaliação biomecânica. O treinador da Naide esteve cá e percebeu que havia aqui algo de importante”, refere Paulo Co-laço, docente e investigador do Gabinete de Atletismo e um dos líderes da equipa de 25 professores e estudantes da FADEUP envolvidos no “projecto Naide Gomes”.Desde o primeiro encontro, em Fevereiro de 2008, outros três se seguiram até Maio deste ano, sempre “com o objectivo de replicar saltos de alto nível e recolher dados biomecânicos decisivos na performance”. Rebobinando os 7 segundos que dura, em média, cada salto, João Paulo Vilas Boas explica um trabalho “a três dimensões”. Na prática, “começamos por mo-

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Naide Gomes é uma das grandes

esperanças portuguesas nos

Jogos Olímpicos.

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nitorizar a velocidade da corrida de balanço com um radar”. Segue-se o estudo do momento da chamada ao salto, “através de uma plataforma de forças que mede o esforço na tábua de chamada”. E depois “estudamos os movimentos da Naide du-rante o voo, através de um registo de vídeo de alta velocidade que capta até 8.000 imagens por segundo”. Todos os dados se conjugam, então, num modelo computacional “que permi-te avaliar o movimento em detalhe e perceber quando é que

um salto é desviante da tendência normal”, diz o investigador. Além disso, “identifi cámos facilmente três ou quatro pontos-chave que fornecemos ao trei-nador e que, se optimizados, são determinantes na evolução de um atleta deste nível”, completa Paulo Colaço.A 3 de Março de 2008, a resposta é dada, inequivo-camente, em Valência. Naide Gomes sagra-se cam-peã mundial de Salto em Comprimento em pista coberta, com um registo de 7.02 metros – recorde nacional – eternizado nos agradecimentos à FA-

DEUP. “Sinto que foi uma aposta ganha e que valeu a pena. Este resultado não se alcança sem uma equipa competente por detrás”, diz a atleta à UPorto Alumni. A próxima meta está apontada aos Jogos Olímpicos de Pequim, em Agosto. “Antes de partir para Pequim irei novamente à Faculdade. Há sempre aspectos a melhorar que eu e o meu treinador não consegui-mos notar e que eles conseguem aferir com precisão. Por isso continuo disponível e espero que a FADEUP também”.

A remo até PequimApesar de ter sido o mais mediático, o “projecto Naide Gomes” está longe de ser caso único na estratégia de apoio a atletas de alta competição levada a cabo pelos laboratórios da FADEUP. Do Futebol ao Atletismo e à Natação, passando por projectos em desenvolvimento no Ciclismo, Triatlo ou Canoagem, são várias as áreas em que os atletas podem usufruir do conhe-cimento gerado na U.Porto, quer encaixando-se em projectos de investigação, ou no âmbito de protocolos de cooperação. “Estamos abertos a todos os treinadores e atletas. Trata-se de encontrar os tais pontos-chave de cada modalidade e trabalhá-los”, explica Paulo Colaço.Foi isso que procurou Emanuel Silva, melhor canoísta nacional da actualidade e uma das esperanças nacionais para Pequim 2008, quando começou a colaborar com o Laboratório de Fi-siologia da FADEUP, inserido num projecto de investigação de-senvolvido por um estudante de mestrado. Gostou e há um ano que é acompanhado pelo Gabinete de Atletismo. Segundo Paulo Colaço, o trabalho, “de cariz mais fi siológico”, é idêntico ao rea-lizado com a Selecção Nacional de Natação, não fosse ter lugar nas águas do rio Minho. “O que fazemos é ir para dentro do rio determinar o linear anaeróbio do Emanuel”. Entre o frio da água e as picadas na orelha para “medir a quantidade de lactato san-guíneo concentrada em cada velocidade de remada”, o sacrifício compensa. “Com os dados que recolhemos, o treinador pode prescrever volumes de intensidade de treino mais adequadas”.Muda-se o cenário. Numa sala decorada com aparelhos de ava-liação da função muscular e da função metabólica, destaca-se a

presença de uma máquina de avaliação isocinética. Por ali já passou Emanuel Silva. Hoje, serve para testar a condição fí-sica dos jogadores de equipas de futebol da I Liga, como Gui-marães, Braga e Boavista, bem como de equipas de andebol e basquetebol, entre outros

atletas. “Basicamente fazemos a observação, um diagnóstico e, encontrados os défi ces fi siológicos do atleta, defi nimos uma prescrição em função do perfi l do atleta e da modalidade”, diz José Manuel Soares, coordenador do Laboratório de Fisiologia da FADEUP. Tal como na biomecânica, “o objectivo é melhorar a performance mas também prevenir lesões, área onde somos pioneiros”, realça o investigador. Como em tudo, jogar em casa traz as suas vantagens. Que o digam Sara Oliveira e Nuno Mendes, os dois estudantes da FADEUP que vão estar nos Jogos de Pequim (ver pág. 16) e que passam “com frequência” pelo “consultório” de Fisiolo-gia. “A Sara, por exemplo, trabalhou connosco na recuperação de uma lesão no joelho. Já o Nuno está a ser constantemente

“O OBJECTIVO É MELHORAR A PERFORMANCE MAS

TAMBÉM PREVENIR LESÕES, ÁREA ONDE SOMOS PIONEIROS”.

EM FOCO

Emanuel Silva medindo a

quantidade de lactato (ao lado).

Investigadores da FADEUP

acompanhando os testes dos

atletas olímpicos.

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monitorizado desde 2004”, lembra José Manuel Soares. A re-lação é abençoada por Eduardo Oliveira, treinador de Nuno Mendes. “Este acompanhamento possibilita uma visão alar-gada da condição física do atleta, o que acaba por se repercutir no aumento do rendimento”, descreve este antigo campeão nacional de remo (14 vezes!), para quem o papel de treinador se confunde com o de licenciado, mestre e doutorando em Ciências de Desporto pela FADEUP. “Como treinador, tento estar constantemente actualizado. E a ligação à Faculdade per-mite-me acompanhar o estado da arte do treino desportivo”.

Carro de Gran-Turismo na F1O exemplo de Eduardo Oliveira não colhe frutos junto de todos os treinadores. “Alguns sentem-se desvalorizados por não con-trolarem o que nós fazemos, ou acham simplesmente que a in-formação que damos não serve para nada”, alerta José Manuel Soares. Paulo Colaço recorre ao discurso ofi cial para unir as for-ças. “Aqui não há ninguém a competir com os treinadores. Nós não queremos fabricar atletas na Faculdade. A nossa vocação é formar pessoas e, no caso da alta competição, ajudar a formar o melhor treinador possível”, defende o docente, até porque, na balança de ganhos e perdas, “todos fi cam a ganhar. O treinador, porque vem buscar aqui algo que o olho dele não permitiria ob-ter. Nós, porque ‘utilizamos’ atletas de alto nível para colocar no terreno o conhecimento produzido em laboratório”.Esclarecidas as hierarquias, esta não é a única difi culdade que se coloca ao trabalho da Faculdade. A maior delas exige calcula-

dora e muitas dores de cabeça. Só o software utilizado nas avaliações de Naide Gomes custa 30 mil euros. So-mem-se os 70 mil (“fora a manutenção”) da máquina de avaliação isocinética e a conta começa a subir até es-barrar na realidade. “Tudo isto envolve muito dinhei-ro, muitas pessoas e fazemo-lo de forma gratuita. Para investigar e dar aulas é preciso ratos e gente. Os ratos custam pouco mas, quando se trata de equipamento e pessoas qualifi cadas, é mais complicado”, avisa José Maia, do Gabinete de Cineantropometria. Já João Pau-lo Vilas Boas chama a atenção para “o desinvestimento crónico na Universidade em Portugal” e para uma po-lítica de fi nanciamento à ciência “no mínimo questionável”. José Manuel Soares é o mais pessimista: “A Universidade não tem dinheiro para investir, os clubes e os atletas não têm dinheiro para nos pagar. Logo, é um ciclo vicioso. Mas prefi ro não ganhar dinheiro a correr o risco de não ter ninguém. O desporto em Portugal está falido”, vaticina.À falta de recursos fi nanceiros, a Faculdade tem apostado nos recursos humanos. “Quando avaliamos atletas do nível da Naide Gomes, temos que pensar que ela tem de encontrar o conhecimento que encontraria em qualquer país avançado. E aí não tenho dúvidas de que estamos entre as melhores equi-pas a nível mundial”, diz Paulo Colaço. Junte-se o “ambiente de cooperação entre os vários gabinetes”, a “ajuda preciosa de estudantes e antigos alunos” e “uma grande capacidade de improvisação” e “consegue-se fazer muito mais do que aquilo que os meios nos permitiriam à partida”. João Paulo Vilas Boas sintetiza com uma metáfora: “Temos tido a sorte de andar a fazer corridas de Fórmula 1 com um carro de Gran-Turismo. E há um reconhecimento internacional disso, mais até do que se pensa”. Indiferente a tudo, o boneco de Naide Gomes continua aos saltos dentro dos computadores da FADEUP. O próximo teste tem lugar em Pequim.

Exames ao fato de

natação de Sara Oliveira.

“NÃO TENHO DÚVIDAS DE QUE ESTAMOS ENTRE AS MELHORES EQUIPAS A NÍVEL MUNDIAL”.

Nelson Évora,

campeão do mundo

de Triplo Salto.

Fotos gentilmentecedidas pela FADEUP

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PORTO, CIDADE, REGIÃO

Perante a intenção do Governo de privatizar a ANA (Ae-roportos e Navegação Aérea), a Junta Metropolitana do Porto encomendou um estudo à Deloitte & Touche e à

Faculdade de Economia (FEP) que incidiu sobre alternativas de gestão do aeroporto do Porto. O trabalho posiciona o modelo público-privado como o mais vantajoso para a região. Numa pri-meira fase, a Delloite & Touche fez um levantamento de possí-veis soluções de gestão e uma análise comparativa de cada uma segundo seis critérios: envolvimento de parceiros, satisfação do cliente, retorno do investimento, capacidade de investimento, impacto económico e políticas regionais. Na fase seguinte, a equipa de investigadores da FEP, coordenada por Pedro Que-lhas Brito, testou os seis modelos de gestão à luz de outros cinco critérios: Taxa Média Anual de Crescimento do Movimento de Passageiros 2008-2020, Variação no Emprego Total, Variação do Rendimento em 2020, grau de consistência com as políticas regionais e, por último, expectativas dos agentes económicos em relação à solução mais adequada para a região. O presidente da Junta Metropolitana, Rui Rio, salientava re-centemente, em declarações à revista Viva, que o estudo de-monstra claramente que a pior das opções de gestão é a de “monopólio privado”, que resultaria da eventual privatização da ANA, dado que esta gere actualmente todos os aeroportos do Continente e dos Açores.A Junta Metropolitana do Porto tem vindo a acertar estratégias com outras entidades para que a região “fale a uma só voz”, no-meadamente com a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Associação Comercial do Porto. As três entidades, apoiadas no estudo já referido e num outro encomendado pela Sonae/Soares da Costa, juntaram esforços no sentido de convencer o Governo a lançar um concurso público para a gestão descen-tralizada do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e entendem que

é vital para a região que haja uma gestão não dependente da ANA em Lisboa. A Sonae já se mostrou interessada em con-correr, em consórcio com a Soares da Costa, a uma eventual privatização do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, mas tem-se afi rmado apenas interessada em entrar no negócio exclusiva-mente com o seu consórcio. Segundo a Associação Comercial do Porto, haverá também empresas estrangeiras interessadas.À defesa da autonomia em relação ao Aeroporto de Lisboa não será estranho o valor das taxas praticadas pela ANA que, segundo declarações do presidente da Ryanair publicadas no fi nal do ano passado, estará a travar a expansão do movimen-to aéreo da companhia que lidera (e, presume-se, de outras low cost) no Porto. Mais recentemente, foi publicado um es-tudo da ANA que refere que a eventual privatização poderia estar associada a um aumento dos preços por passageiro e ao afastamento das low cost, estudo este já desvalorizado por Rui Rio.

Comboio veloz e aeroporto numa mesma estratégiaRecorde-se que o aeroporto do Porto foi considerado o terceiro melhor da Europa e colocado em idêntica posição a nível mun-dial, na sua categoria (5 milhões de passageiros), segundo a classifi cação da associação internacional de aeroportos, a ACI

Um novo modelo de gestão do Ae-roporto Francisco Sá Carneiro e a

articulação com a linha de velocidade elevada estão a motivar movimenta-

ções entre as entidades regionais, para propor ao Governo soluções que

impulsionem o desenvolvimento do Norte do país. Dois estudos com a

participação de investigadores da Fa-culdade de Economia da U.Porto con-

tribuíram para consolidar propostas e serviram de base ao debate sobre a

construção das estratégias.

JOÃ

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Estudos da FEP ajudam

estratégiaregional

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(Airports Council Internatio-nal), baseada em inquéritos à sa-tisfação dos passageiros. Por outro lado, a região Norte foi a que mais cresceu no sector do turismo, a nível nacional, durante o ano de 2007. Nesse ano, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro atingiu os 4 milhões de passageiros e, a este ritmo, deverá chegar aos 6 milhões em 2010, antes do previsto. No primeiro trimestre de 2008, voltou a crescer mais de 20%. Existem também expectativas de que se possa constituir como o maior aeroporto no espaço Norte Portugal-Galiza, tendo em conta que, segundo dados recentes, garante um movimento idêntico ao conjunto dos três aeropor-tos da Galiza e terá ainda possibilidades de crescer.É neste contexto que surge a recente proposta do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Carlos Lage, baseado num outro estudo encomendado há dois anos à FEP e à Escola de Economia e Gestão/NIPE-Núcleo de Investigação em Políticas Económicas da Univer-sidade do Minho (UM), defendeu a construção de uma linha ferroviária de velocidade elevada totalmente nova entre Porto e Vigo, com paragem no aeroporto, e não a construção faseada, usando temporariamente a infra-estrutura já existente entre Porto e Braga, que é outra hipótese que se coloca. Do lado da U.Porto, o estudo “Efeitos Económicos da Melhoria da Liga-ção Ferroviária Porto-Vigo na Euro-região Norte de Portugal-Galiza” contou com a participação de José Costa, professor e director da FEP.

Vantagens estão numa linha de raizO estudo “Efeitos Económicos da Melhoria da Ligação Ferro-viária Porto-Vigo na Euro-região Norte de Portugal-Galiza” re-alça o grande potencial da ferrovia também no transporte de mercadorias de e para o Norte do país, no cenário de uma nova linha de bitola europeia (estreita), potencial esse acrescido no contexto de aumento progressivo do preço dos combustíveis fósseis. A articulação de um novo troço de raiz entre Valença e uma nova plataforma logística auxiliar da de Maia-Trofa, a localizar no eixo Nine-Braga, com a construção faseada a Sul de Braga, seriam sufi cientes para viabilizar o investimento. No

entanto, no caso do transporte de passageiros, o estudo conduz a vantagens superiores para a região se a linha for construída de raiz em toda a extensão Porto-Vigo. Uma dessas vantagens reside precisamente na maior facilidade de captação de uten-tes galegos para o aeroporto do Porto, muito menor se fosse usada, ainda que temporariamente, a linha actual entre Por-to e Braga. O estudo defende que o sucesso da ligação Porto-Vigo depende da rapidez na concretização da linha totalmente nova, mas também da passagem por pólos de maior geração de movimentos, como é o caso do aeroporto, na zona do Porto, e, no caso do ponto intermédio em Braga, do centro desta cidade. Em território português, os projectos desenvolvidos até agora incluem ainda um outro ponto intermédio, em Valença.A análise da FEP e da UM parte dos desenvol-vimentos recentes sobre as ligações ferroviá-rias em alta velocidade que apontam para, na Área Metropolitana do Porto, duas estações terminais, Campanhã e aeroporto, orientan-do, assim, o estudo para a ligação aeropor-to-Braga-Vigo. Os objectivos fundamentais, segundo consta do resumo, foram: a) “avaliar em termos socio-económicos e territoriais o impacte da introdução de um comboio de altas prestações (CAP) no eixo Porto-Vigo”, sendo que por “CAP” se entende o comboio de velocidade elevada, não necessariamente TGV; b) “identifi car e discutir alguns aspec-tos, sujeitos a decisões de política pública, que podem ter consequências muito signifi -cativas sobre o sucesso do projecto, a compe-titividade da ferrovia e o modelo de transpor-tes subjacente”. Por outro lado, explica ainda o resumo do estudo apresentado em confe-rência de imprensa a 16 de Junho, a avaliação da introdução do CAP teve em consideração as seguintes dimensões: microeconómica, macroeconómica, espacial e de rede.

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Como surgiu a ideia de criar o Fantasporto, em 1981? Em 1978, eu e o Mário [Dorminsky] publicámos a revista Ci-nema Novo, na altura a única revista de cinema em Portugal. A nossa aventura no cinema começa, então, pela escrita. Mas havia, à época, muitos fi lmes para mostrar. Começámos a ter contacto com as cinematografi as da Polónia, da Checoslová-quia, da União Soviética e de outros países que estavam proi-bidos. Achámos, por isso, que a escrita não era sufi ciente. E verifi cámos que era fácil fazer acordos com o Instituto Francês, o British Council e o Goethe-Institute para a cedência de fi l-mes. Um dia, à mesa do café Luso, nasceu a ideia de fazer um festival de cinema, o Fantasporto. Nós já tínhamos visto em Espanha um festival do género e achámos que podíamos fazer o mesmo cá.

Mas a ideia já era organizar um festival dedicado ao cinema fan-tástico? Na altura, em 1980, o cinema fantástico estava a emergir. A “Guerra das Estrelas” é de 1976, mas passou cá mais tarde. Nós saímos, portanto, com a tendência mais moderna na altura. E depois andámos a bater às portas e conseguimos do Rui Feijó, que estava então na Secretaria de Estado da Cultura, um apoio de 20 contos, mais a cedência do Carlos Alberto. A sala, só por si, era importante. Os fi lmes nós arranjávamos a custos contro-lados. Foi muito gratifi cante, porque ao darmos uma estrutura de festival ao 1.o Fantasporto – um nome ainda incipiente, que nós não sabíamos se pegava ou não – conseguimos um êxito imediato. Isso só foi possível porque trabalhámos bem a im-prensa – tanto eu como o Mário já escrevíamos em jornais – e conhecíamos o meio do cinema, além de termos aquela genica própria da juventude.

Passado o efeito novidade, o que é que explica a longevidade do festival?É fácil: nós temos um faro fantástico. Vamos buscar as cine-matografi as que estão a emergir e os realizadores que estão a começar. Quase todos os grandes realizadores de hoje – David Lynch, Cronenberg, Pedro Almodóvar, Lars von Trier... – ti-veram os seus primeiros fi lmes a passar no Fantasporto. Esse feeling – que é fruto de muita atenção ao que se passa – dá-nos uma vantagem que permite estarmos sempre na crista da onda. E é isso que nos faz ser, neste momento, um festival que o Bright [Lights Film Journal] considera dos 25 mais importan-tes do mundo. Não digo dos mais ricos!

De facto, são recorrentes as queixas públicas de falta de verbas para o Fantasporto… Logo nas primeiras edições, as receitas de bilheteira não co-briam os custos do festival. Felizmente tivemos alguns apoios do Estado. Por exemplo, o Santana Lopes duplicou os apoios. Uma vez em palco, num impulso que eu achei delicioso, dupli-cou-nos o subsídio do Estado [risos]. Neste momento, os patro-cinadores privados têm um peso muito grande, cerca de 70 a 80% do orçamento total. Acontece que o Estado acha que, por termos apoios privados, não precisa de interferir, não precisa de aumentar os subsídios.

FACE-A-FACE

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BEATRIZ PACHECO PEREIRA RECORDA O MOMENTO LUMINOSO DE CRIAÇÃO DO FANTASPORTO, FESTI-VAL DE CINEMA DE QUE É DIRECTORA, E LAMENTA AS INCERTEZAS FINANCEIRAS QUE ENSOMBRAM CADA

EDIÇÃO DO CERTAME. APROVEITA A DEIXA PARA CRITICAR O ESTADO DA CULTURA EM PORTUGAL E NO PORTO, CENTRANDO O LIBELO ACUSATÓRIO NOS POLÍTICOS. NÃO SE MOSTRA MUITO ENTUSIASMADA

COM A IDEIA DE UM PÓLO DA CINEMATECA NA CIDADE E APRESENTA A SUA ALTERNATIVA: UM MUSEU DO CINEMA, PROJECTO PREVISTO PARA A ZONA HISTÓRICA DE GAIA. CONTUDO, AINDA NÃO SE CONVERTEU

TOTALMENTE À VIZINHA DA MARGEM ESQUERDA. O PORTO CONTINUA A SER A SUA GRANDE PAIXÃO.

BEATRIZPACHECOPEREIRA

OS NOSSOS POLÍTICOS

SÃO POUCO CULTOS

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FACE-A-FACE

Beatriz Pacheco Pereira nasceu no Porto em 1951, no seio

de uma família aristocrata que, nas suas palavras, estava

já “falida”. “Vivíamos com algumas privações”, garante,

para logo acrescentar que a sua infância seria marcada,

sobretudo, por uma “profunda solidão” e pelo “peso da

religião”. Ainda assim, diz não ter conhecido “restrições

ao pensamento ou no acesso a livros”. Estudou num co-

légio de freiras e, apesar dos traumas que guarda desse

tempo, admite ter tido uma boa educação. O Colégio de

Nossa Senhora da Paz é, aliás, em boa parte responsável

pelo seu precoce interesse pelo cinema. Foi com os “edi-

fi cantes fi lmes” que as freiras escolhiam para as alunas

e com as “coboiadas” a que assistiu ao lado do pai, no

Carlos Alberto, que emergiu a paixão pela Sétima Arte, ao

ponto de com apenas 10 anos já esboçar as primeiras crí-

ticas escritas de cinema.

No Liceu Rainha Isabel continuou a sentir-se “muito infeliz

e só”, mas começou a “abrir os olhos para a política” e a

tomar consciência da discriminação das mulheres. Essa po-

litização acentua-se com o ingresso na Faculdade de Letras

de Coimbra, em 1969. Foi cursar Filologia Germânica, por

considerar o inglês uma “língua de futuro”. No entretanto,

distribuiu propaganda da UEC (União dos Estudantes Co-

munistas) e sentiu a adrenalina das fugas à polícia. Inter-

rompeu os estudos por doença e só retomaria o curso em

1971, mas desta feita na Faculdade de Letras da U.Porto.

Antes de terminar a licenciatura, ainda teve tempo para vi-

ver “todo o espanto que o 25 de Abril estava a provocar”.

No início da década de 80 criou com o marido, Mário Dor-

minsky, o Fantasporto. Mas só a partir de 2005, quando

Dorminsky assumiu o pelouro da Cultura da CM Gaia, é

que Beatriz Pacheco Pereira ganhou visibilidade como

directora do festival. A discrição é explicada deste modo:

“Quando há um homem e uma mulher no mesmo orga-

nismo, a Comunicação Social promove o homem em de-

trimento da mulher”.

“A sociedade portuguesa não valoriza o talento femini-

no”, afi rma quem resistiu ao protagonismo público do

marido e do irmão, José Pacheco Pereira. Mas para ganhar

visibilidade no mundo do cinema, diz, teve não só de falar

“muito e grosso” como também de começar a escrever li-

vros. Estreou-se na fi cção em 2003, com um conjunto de

contos fantásticos, “As Fabulosas Histórias Dela”. Desde

então já publicou mais um livro de contos, dois romances

e um glossário sobre o Porto e as suas mulheres. No prelo

está já um novo romance, “Bianca e o Dragão”.

Entre os seus próximos projectos, destaca-se a adaptação

do seu conto “A Mulher Azul” para o argumento de uma

co-produção portuguesa, canadiana e britânica. O fi lme

será rodado no Porto, com realização de um galês.

Fantasporto só no Rivoli

Por que será, então, que a cultura não é uma prioridade política no Porto e no país em geral?Os nossos políticos são pouco cultos. Eles não sabem que a cul-tura pode render à cidade e ao país muitos milhões de euros. E isso é uma coisa que qualquer pessoa bem informada sabe, mas eles insistem no betão! Gastam o dinheiro em obras de fachada e esquecem-se da cultura. Não se preocupam em modernizar o país a partir das pessoas, mas sim segundo os seus interesses de visibilidade e imagem. Há muita política na cultura, mas muito pouca cultura na política. A frase nem é minha…

O “Fantas” chegou até a estar em perigo de-vido à privatização da gestão do Rivoli.Não, está muito enganado. Nunca tive medo de perder o Rivoli. A autarquia sa-bia que a única sala no Porto que pode acolher o Fantasporto é o Rivoli. Portanto, eu sempre disse que ia negociar a perma-nência no Rivoli e isso de facto constou daquele pseudo-concurso que eles [CM Porto] fi zeram. Eu sabia que o bom-senso iria prevalecer.

O “Fantas” só faz sentido no Porto?Ir para outro lado seria desbaratar todo o capital que temos. Queremos um Fantas-porto no Porto, mas em condições técni-cas dignas. E é isso que eu digo às pessoas que entretanto vão ocupando os cargos: aos ministros, aos secretários de Estado, aos responsáveis do ICA [Instituto do Ci-nema e do Audiovisual], aos autarcas da Câmara do Porto… Quando eles mudam, eu vou lá e digo: “O Fantasporto é isto!”. E aí eles percebem, mais ou menos, por que é que o Fantasporto não pode sair do Porto. E no Porto só há um espaço digno para o festival: o Rivoli.

Concorda com a concessão da exploração do Rivoli a uma produtora privada?Quero dizer-lhe, antes de mais, que não concordava com a maneira como o Rivo-li estava a ser gerido. O Rivoli estava às moscas, tinha um grupo de pessoas mui-to artísticas que ia lá fazer espectáculos

Quando fala de Estado, está a falar só do Ministério da Cultura ou também da autarquia?Estou a falar do Estado em geral: Ministério e autarquia. O Ministério favorece Lisboa, nitidamente e cada vez mais. Já a autarquia está em contenção fi nanceira, mas o apoio que nos dá representa bastante dinheiro. Eles cedem-nos o Rivoli e os funcionários. No entanto, não chega. O Estado tem de garantir a existência, com dignidade, de algumas instituições da cida-de. Nós cá, contrariamente à tendência internacional, estamos todos os anos a perguntar: “Que dinheiro vamos ter para esta edição?”.

Cada edição é uma batalha para angariar verbas?Há uma edição que cresce, há uma edição que diminui… E nós vamos fl utuando neste mar de incertezas fi nanceiras, o que eu acho inacreditável dado o prestígio nacional e internacional do festival. Temos muitas queixas e espero que, no futuro, as pessoas compreendam que é na cultura que está muito do ren-dimento económico de uma cidade.

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“QUASE TODOS OS GRANDES REALIZADORES DE HOJE – DAVID LYNCH, CRONENBERG,

PEDRO ALMODÓVAR, LARS VON TRIER... – TIVERAM OS SEUS PRIMEIROS FILMES A

PASSAR NO FANTASPORTO”.

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para sete, dez, quinze pessoas no máximo. Aquilo de facto não tinha rentabilidade. Teve sempre uma programação elitista, no mau sentido. Ora, sendo um teatro municipal, havia que ter uma gestão que equilibrasse, não as contas, mas o gosto. Que fosse mais plural em termos de oferta e, ao mesmo tempo, mais próximo da população. O Rivoli tem de ser atractivo, tem de chamar pessoas ao centro do Porto. E eu acho que o La Féria cumpre essa parte, mas não cumprirá outras.

Como a pluralidade da oferta…Sim, essa parte não cumpre. Mas o La Féria é um homem que eu respeito, pelo menos na medida em que criou o seu espaço dentro do panorama do teatro nacional. Agora, se é adequado para um teatro municipal, talvez não. Aquilo é teatro comer-cial. Há, de facto, um afunilamento da oferta.

Como avalia o estado da cultura no Porto?Avalio muito negativamente. Há uma espécie de hiato de bom gosto e de ecletismo na oferta cultural do Porto, o que faz com que se sigam as modas porque é mais fácil. É mais fácil trazer espectáculos de uma ou duas pessoas, porque é mais barato, e apresentá-los como grandes espectáculos. Mas, de facto, nós precisávamos de grandes orquestras, grandes companhias de bailado, grandes companhias de teatro a visitar-nos regular-mente. Trazer cá os clássicos, que hoje em dia ninguém conhe-ce. Tivemos a oportunidade na Porto 2001 de criar uma boa companhia de teatro residente, de criar uma boa companhia de bailado… Não sobrou nada! Fizeram uma programação eféme-ra. Só fi cou a parte urbanística, que foi mal feita.

Museu do Cinema na forja

Considera a oferta cinematográfi ca no Porto sufi ciente e de quali-dade?A oferta em sala de cinema é pobre. Nós estamos monopoliza-dos pelo cinema americano e não há salas de cinema de autor viáveis economicamente. Portanto, estamos numa espécie de encruzilhada. Hoje em dia, com o acesso facilitado ao fi lme através do DVD, nós temos de repensar o espectáculo cinema-tográfi co. O mercado de cinema está cada vez mais difícil e faz-se, sobretudo, através da compra de direitos para vídeo e para televisão. Aí é que se faz dinheiro, e não na exibição em sala.

Concorda com a ideia de criar um pólo da Cinemateca Portuguesa no Porto?Hoje as cinematecas têm novas preocupações, devido à evo-lução tecnológica. Já não se trata tanto de preservar as cópias de fi lmes antigos, mas de divulgar esses fi lmes antigos. E aí o DVD entra em cheio. Já não há o perigo de estragar a cópia, mas apenas a concessão de direitos de exibição. Portanto, se no Porto houvesse uma cinemateca e eu estivesse atrás dela, seria uma cinemateca de exibição do património do cinema em termos modernos. E aí não estaríamos tão dependentes da Ci-nemateca Portuguesa. Há, aliás, um projecto para a zona histó-rica de Gaia em que eu estou envolvida: um Museu do Cinema

a partir do espólio do Fantasporto. Queremos reunir também diversos espólios que estão por aí perdidos nas distribuidoras, nas salas de cinema antigas, no Cineclube do Porto ou em co-lecções particulares, como a de Alves Costa. Vamos juntar tudo isso num edifício e chamar-lhe Museu do Cinema ou do Au-diovisual, fazendo do Porto a capital do cinema que já foi.

Portanto, não defende propriamente a criação de um pólo?Para mim, seria diferente. Claro que nós temos de trabalhar com a Cinemateca. Acho que eles têm um trabalho importan-tíssimo, que nós não excluímos. Mas eu iria mais para algo próximo da modernidade, que levasse as pessoas a ver que o cinema é entretenimento. É história, sim senhora, é cultura e isso tudo, mas também é entretenimento. Sempre foi. E nós podemos puxar um pouco para esse lado. Esse projecto no centro histórico de Gaia, que está ainda embrionário, incluiria logicamente uma pequena sala de cinema, espaços museológi-cos e cafetaria. Seria um espaço de fruição normal, de cultura e de formação. Mas ainda estamos a defi nir, nesta altura, qual o modelo de colaboração com a Câmara de Gaia.

O Fantasporto tem apostado em estrelas internacionais para apa-drinhar o evento. Não é difícil trazer actores de nomea-da a um festival de um país periférico? Aí funciona a importância do festival e a rede de co-nhecimentos dentro do meio profi ssional. Nós te-mos contacto, durante o ano, com muitos realizado-res e actores. Logo, há um relacionamento pessoal que é importante para que eles ganhem confi ança.

E eles fi cam surpreendidos com o que encontram?Ficam surpreendidos com a cidade. Eu tive um reali-zador britânico que me disse: “As vossas portas e ja-nelas são uma coisa fantástica. Eu ando por aí perdido”. É muito frequente os nossos convidados saírem do festival durante um dia ou dois e andarem por aí, no Minho, Trás-os-Montes, Aveiro… Fazem esse circuito e acham o país fantástico. E voltam com os amigos! São pessoas que descobrem a genuinidade do Porto. À capital toda a gente vai, ao Porto e ao Norte do país só vai quem sabe. As pessoas gostam de descobrir a luz, o rio, o mar… É por isso que eu acho que o Porto deve cuidar-se em termos turísticos. Tem um potencial enorme.

Pelo que percebo tem uma relação especial com o Porto.Tenho, tenho… Publiquei vários textos sobre o Porto e fartei-me de “malhar” na Porto 2001. Ainda hoje me lembro das coisas horro-rosas que se fi zeram, por exemplo, junto ao Castelo do Queijo, em que puseram cadeiras individuais de costas para o mar. Acho tudo isso aberrante, assim como a “cinzentação” do centro da cidade. A desumanização e desertifi cação do Porto passam também por esta falta de gosto que nós temos nos empreendimentos públicos. É preciso refazer a cidade para deixá-la como estava, porque como está hoje é igual a todo o lado. É igual ao que se faz de mau em Espanha, em França e em outros lados. Nós temos a obrigação de ter uma cidade mais verde e mais histórica, menos modernaça.

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“NÓS ESTAMOS MONOPOLIZADOS PELO CINEMA AMERICANO E NÃO HÁ SALAS DE CINEMA DE AUTOR VIÁVEIS ECONOMICAMENTE”.

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Faculdade de Ciências (FCUP)Rua do Campo Alegre, s/n • 4169-007 Porto • Tlf: +351 220402000 • Fax: +351 220402009 • www.fc.up.pt

Análise de Dados e RegressãoDuração: 25 horas (Setembro) • Candidatu-ra: Até 15 de Agosto • Vagas: 25 • Horário: a defi nir • Coordenação: Pedro Lago /Maria Eduarda Silva • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: 100 €

Introdução aos Métodos CombinatóriosDuração: 25 horas (22 de Setembro a 3 de Outubro) • Candidatura: Até 13 de Setembro • Vagas: 25 • Horário: 17h30 às 20h • Coordenação: Samuel Lopes • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: 100 €

Introdução à Teoria dos GrafosDuração: 25 horas (6 a 17 de Outubro) • Candidatura: Até 20 de Setembro • Vagas: 25 • Horário: 17h30 às 20h • Coordenação: Maria Leonor Moreira • Info: +351 220402 505 /[email protected] • Propina: 100 €

As rochas e as estruturas geológicas: do campo ao laboratórioDuração: 25 horas (12 a 27 de Setem-bro) • Vagas: 30 • Horário: sexta-feira e sábado • Coordenação: Maria dos Anjos Marques Ribeiro • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: 80 €

A Drosophila no Ensino da GenéticaDuração: 25 horas (Setembro e Outubro) • Vagas: 16 • Horário: sábado de manhã • Coordenação: José Pissarra • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: 100 €

“Perfi s de DNA”: Técnicas e aplicaçõesDuração: 25 horas (Setembro e Outubro) • Vagas: 30 • Horário: A defi nir • Coorde-nação: José Pissarra • Info: +351 220402 505 /[email protected] • Propina: 100 €

Gestão Sustentável dos RecursosDuração: 25 horas (Junho de 2008) • Vagas: 30 • Horário: sábado de manhã • Coordenação: Joaquim Esteves da Silva • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: 80 €

Qualidade da ÁguaDuração: 25 horas (Julho de 2008) • Vagas:

30 • Horário: sábado de manhã • Coor-denação: Joaquim Esteves da Silva • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: 80 €

Modelação Computacional do Efeito de EstufaDuração: 25 horas (14 a 18 de Julho de 2008) • Vagas: 30 • Horário: 8h30 às 13h30 • Coordenação: André Melo • Info: +351 220 402505 /[email protected] • Propina: 80 €

O Computador no Ensino da QuímicaDuração: 25 horas (14 a 18 de Julho de 2008) • Vagas: 30 • Horário: 14h às 19h • Coordenação: André Melo • Info: +351 220 402505 /[email protected] • Propina: 80 €

O computador como ferramenta de EnsinoDuração: 25 horas (21 a 25 de Julho de 2008) • Vagas: 30 • Horário: 14h às 19h • Coordenação: André Melo • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: 80 €

A Química em nossa casaDuração: 25 horas (21 a 25 de Julho de 2008) • Vagas: 30 • Horário: 14h às 19h • Coordenação: Carlos Melo Pereira • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: A defi nir

Experiências Divertidas em QuímicaDuração: 25 horas (21 a 25 de Julho) • Vagas: 25 • Horário: das 14h às 19h • Coordenação: Nuno Mateus • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: 100 €

Geometria Analítica - História e MétodosDuração: 25 horas (3 de Novembro a 15 de Dezembro) • Candidatura: Até 19 de Outubro • Vagas: 25 • Horário: E-learning • Coordenação: João Nuno Tavares • Info: +351 220402505 /[email protected] • Propina: 100 €

Faculdade de Ciências da Nu-trição e Alimentação (FCNAUP)Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225074320 • Fax: + 351 225074329 • www.fcna.up.pt

Culinária Saudável (18ª edição)Duração: 12 horas (20 de Setembro a 18 de Outubro) • Inscrições: * • Horário: Sába-dos de manhã • Info: [email protected] /+351 225074320 • Propina: 100 €

Nutrição Clínica (1ª Edição)Duração: 15 horas (1 a 5 Setembro) • Inscrições: * • Horário: 14h às 15h30 (teóricas); as 18h às 20h (práticas) • Info: [email protected] /+351 225074320 • Propina: 135 €

Suporte Nutricional (1ª Edição)Duração: 15 horas (8 a 12 Setembro) • Inscrições: * • Horário: 14h às 15h30 (teóricas); as 18h às 20h (práticas) •

Info: [email protected] /+351 225074320 • Propina: 135 €

* até 10 dias antes do início do curso, desde que existam vagas disponíveis.

Faculdade de Direito (FDUP)Rua dos Bragas, 223 • 4050-123 Porto • Tlf: + 351 222041600 • Fax: + 351 222041614 • www.direito.up.pt

Direito Imobiliário - Curso de Formação Contínua Duração: 90 horas (Outubro a Fevereiro) • Candidatura: Até 8 de Outubro • Vagas: Numero mínimo 30 • Horário: Pós-laboral • Coordenação: Glória Teixeira • Info: +351 222041609/ [email protected] • Propina: 750 €

Faculdade de Economia (FEP)Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-464 Porto • Tlf: +351 225571100 • Fax: +351 225505050 • www.fe.up.pt

Pós-Graduação em Gestão e Economia do Turismo e HotelariaDuração: 270 horas • Candidatura: Até 12 de Julho • Nº de Vagas: 25 • Horário: 14h às 22h (sexta-feira); 9h30 às 13h30 (sábado) • Coordenação: Pedro Quelhas Brito; Mário Rui Silva • Info: [email protected] • Propina: 250 € (taxa matrícula) + 4750 €

Pós-Graduação em Gestão da Informação e MKT IntelligenceDuração: 270 horas • Candidatura: Até 11 de Julho • Nº de Vagas: 25 • Horário: 14h às 22h (sexta-feira); 9h30 às 13h30 (sábado) • Coordenação: Pedro Quelhas Brito; Pedro Campos • Info: [email protected] • Propina: 250 € (taxa matrícula) + 4750 €

Pós-Graduação em Direcção de EmpresasDuração: 270 horas • Candidatura: 1.ª fase: até 4 de Julho; 2.ª fase: até 12 de Se-tembro • Nº de Vagas: 25 • Horário: 18h15 às 21h30 (segunda, quarta e sexta-feira) • Coordenação: João Loureiro; Rui Alves • Info: [email protected] • Propi-na: 250 € (taxa matrícula) + 4750 €

Faculdade de Engenharia(FEUP)Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225081400 • Fax: +351 225081440 • www.fe.up.pt

Formação para Projectistas - Aplicação do RCCTEDuração: 15 horas (22 e 23 de Setembro) • Vagas: 30 • Horário: 9h às 18h • Co-ordenação: Eduardo Maldonado e Vasco Peixoto de Freitas • Info: +351 225081 977 /[email protected] • Propina: 500 €*

FORMAÇÃO CONTÍNUA DA

UNIVERSIDADEDO PORTO

FORMAÇÃO CONTÍNUA DA

UNIVERSIDADE DO PORTO

CANDIDATURASENTRE

JULHO E SETEMBRO DE

2008

AtençãoA presente lista não

dispensa a consulta da página do Catálogo de Formação Contínua da

U.Porto 2008, em ht-tp://www.up.pt > Ensino > Educação > Contínua > Catálogos, através da

qual poderá aceder a todas informações (em constante actualização) sobre os vários cursos que compõem a oferta

da U.Porto.

*** Cursos a aguardar creditação por parte da Secção Permanente do

Senado da U.Porto

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Formação para Peritos Qualifi cados no Âmbito do SCE - Novo RCCTEDuração: 29 horas lectivas mais 8 horas de trabalho individual (22 de Setembro a 17 de Outubro) • Vagas: 20 • Crédi-tos: 1 ECTS • Coordenação: Eduardo Maldonado e Vasco Peixoto de Freitas • Info: +351 225081977 /[email protected] • Propina: 850 €*

Formação para Peritos Qualifi cados no Âmbito do SCE - RSECE (Energia e QAI)Duração: 42 horas lectivas mais 36 horas de trabalho individual (29 de Setembro a 3 de Novembro) • Vagas: 20 • Horário: Diur-no • Créditos: 2,5 ECTS • Coordenação: Eduardo Maldonado • Info: +351 225081 977 /[email protected] • Propina: 1000 €*

Segurança Rodoviária em Ambiente Urbano e Peri-UrbanoDuração: 59 horas lectivas mais 88 horas de trabalho individual (Data a defi nir) • Va-gas: 25 • Horário: 14h às 18h (sexta-feira); 9h às 13h (sábado) • Créditos: 5 ECTS • Coordenação: Barbedo Magalhães • Info: +351 225081977/ [email protected] • Propi-na: 1500 €*

Gang-Of-Four Design PatternsDuração: 24 horas lectivas mais 36 horas de trabalho individual (23 a 27 de Junho) • Vagas: 24 • Horário: 9h30 às 17h • Créditos: 2 ECTS • Coordenação: Ademar Aguiar • Info: +351 225081977/ [email protected] • Propina: 1200 €*

Projecto e Simulação Hidráulica de Redes Públicas de Abastecimento de ÁguaDuração: 15 horas (30 e 31 de Outubro) • Vagas: 24 • Horário: 9h às 18h • Coorde-nação: Mário Valente Neves • Info: +351 225081977 /[email protected] • Propina: 480 €*

* Desconto: 10% para membros da Ordem do Engenhei-ros, no caso de pagamento a título individual

Faculdade de Letras (FLUP)Via Panorâmica, s/n • 4150-564 Porto • Tlf: +351 226077100 • Fax: + 351 226091610 • www.letras.up.pt

Gostas de Ler? Eu Também Não! – 7ª. ediçãoDuração: 27 horas presenciais (8 de Setembro a 16 de Outubro) • Inscrições: Turma completa • Horário: das 18h30 às 21h30 (2ª. e 4ª. feira) • Créditos: 1 UC • Info: +351 226077148 /[email protected] • Propina: 115 € + 2,02 € (seguro escolar)

Curso de MuseologiaDuração: 1620 horas (Início a 15 de Se-tembro) • Prazo de candidatura: Até 15 de Julho • Horário: das 9h30 às 13h30 e 14h30 às 18h30 (2ª. e 3ª. feira) • Info: +351 226077148 /[email protected] • Pro-pina: 1.247,00 € + 2,02 € (seguro escolar)

Faculdade de Medicina (FMUP)Rua Prof. Hernâni Monteiro, s/n • 4200-319 Porto • Tlf: +351 225513604 • Fax: + 351 225513605 • www.med.up.pt • [email protected]

Pós-Graduação em Avaliação do Dano Corporal Pós-TraumáticoDuração: 2 semestres (Início a 17 de Outu-bro) • Candidaturas: 8 a 19 de Setembro • Vagas: 25 • Horário: A defi nir • Coor-denação: Teresa Magalhães • Info: +351 225513676 /[email protected] • Propina: 2250 €

Curso Superior de Medicina LegalDuração: 2 semestres (Início a 17 de Outubro) • Candidaturas: 8 a 19 de Se-tembro • Vagas: 25 • Horário: sexta-feira (tarde) e sábado (manhã) • Coordenação: Teresa Magalhães • Info: +351 225513 676 /[email protected] • Propina: 2000 € (Licenciados ou detentores de Mestrado Integrado em Medicina e em Medicina Dentária; 1500 € (Outros Licenciados)

Pós-Graduação em Competências de Comunicação ClínicaDuração: 2 semestres (Início a 9 de Janeiro de 2009) • Candidaturas: 1 de Outubro a 20 de Novembro • Vagas: 30 • Horário: 18h às 21h (sexta-feira); 9h às 13h (sába-do) • Coordenação: Rui Mota Cardoso • Info: +351 225513676/ [email protected] • Propina: 900 €

Pós-Graduação em Reabilitação Oral e Extra-Oral com Implantes OsteointegradosDuração: 2 semestres (Início a 12 de Outu-bro) • Candidaturas: 1 a 10 de Setembro • Vagas: 12 • Horário: 9h às 18h (sexta-feira); 9h às 13h (sábado) • Coordenação: José Manuel Amarante • Info: +351 225513676 /[email protected] • Propina: 2500 €

Pós-Graduação em Medicina DesportivaDuração: 2 semestres (Início a 9 de Janeiro de 2009) • Candidaturas: 3 a 21de No-vembro • Vagas: 30 • Horário: 15h às 19h (sexta-feira); 9h às 13h (sábado) • Coordena-ção: Ovídio Costa • Info: +351 225513676 /[email protected] • Propina: 2000 €

Pós-Graduação em Medicina da DorDuração: 2 semestres (Início a 31 de Outubro) • Candidaturas: 15 a 30 de Se-tembro • Vagas: 20 • Horário: 17h às 20h (sexta-feira); 9h30 às 12h30 (sábado) • Coordenação: José Castro-Lopes • Info: +351 225513676 /[email protected] • Propi-na: 1000 €

Pós-Graduação em Ortodontia: bases, fundamentos e práticaDuração: 2 semestres (Início em Outubro) • Candidaturas: 1 a 10 de Setembro de 2008 • Vagas: 20 • Horário: 9h às 19h (sábado, domingo e segunda-feira) • Coordenação: José Manuel Amarante • Info: +351

225513676 /[email protected] • Propina: 9600 €

Pós-Graduação de Especialização em Educação para a SaúdeDuração: 2 semestres (Início a 3 de Outubro) • Candidaturas: Até 18 de Julho • Vagas: 50 • Horário: 15h às 19h (quarta-feira e quinta-feira); 14h às 18h (sexta-feira) • Coordenação: Nuno Lunet • Info: +351 225513676 /[email protected] • Propina: 1500 €

Pós-Graduação em Voz Profi ssionalDuração: 2 semestres (Início em Outubro) • Candidaturas: Até 18 de Julho • Vagas: 30 • Horário: Sexta-Feira: 14h às 20h (sexta-feira); 9h às 13h (sábado) • Coordenação: Manuel Pais Clemente • Info: +351 225513 676 /[email protected] • Propina: 1500 €

Faculdade de Medicina Dentária (FMDUP)Rua Dr. Manuel Pereira da Silva, s/n • 4200-393 Porto • Tlf: +351 220901100 • Fax: +351 220901100 • www.fmd.up.pt • [email protected]

Índice de Qualidade de Vida aplicado à Saúde Oral (curso teórico)Duração: 54 horas (3 de Setembro a 8 de Outubro) • Candidatura: Até 8 dias antes da realização do curso • Vagas: 10 • Horário: 18h às 21h • Coordenação: Acácio Couto Jorge • Info: +351 220901 197/ [email protected] • Propina: 100 €

Emergências e Insucessos em Endodontia (curso teórico)Duração: 27 horas (12 e 19 de Setembro) • Candidatura: Até 8 dias antes da rea-lização do curso • Vagas: 25 • Horário: 09h às 13h e das 14h às 19h • Coorde-nação: Irene Pina Vaz /Manuel Fontes de Carvalho • Info: +351 220901197/ [email protected] • Propina: 75€

Bioestatística Básica (curso teórico-prático)Duração: 54 horas (15 de Setembro a 20 de Outubro) • Candidatura: Até 8 dias antes da realização do curso • Vagas: 15 • Horário: 09h30 às 12h30 • Coordenação: Álvaro Azevedo • Info: +351 220901197 /[email protected] • Propina: 500 €

Genética Médica em Medicina Dentária (curso teórico)Duração: 54 horas (17 e 24 Setembro de 2008) • Candidatura: Até 8 dias antes da realização do curso • Vagas: 50 • Horário:09h às 19h • Coordenação: Puri-fi cação Tavares • Info: +351 220901197 /[email protected] • Propina: 50 €

Diagnóstico e Plano de Tratamento em Ortodontia III (curso teórico)Duração: 9 horas (26 e 27 Setembro) • Candidatura: Até 8 dias antes da realização do curso • Vagas: 25 • Horário: 08h30 às 13h • Coordenação: Jorge Dias Lopes •

Info: +351 220901197/ [email protected] • Propina: 100 €

Incisões, Suturas e Colocação de Membranas em Cirurgia de Implantes (curso prático pré-clínico)Duração: 27 horas (30 de Setembro) • Candidatura: Até 8 dias antes da realização do curso • Vagas: 20 • Horário: 9h às 19h • Coordenação: Miguel Pinto • Info: +351 220 901197 /[email protected] • Propina: 125€

Biocompatibilidade de Biomateriais DentáriosCalendário: Outubro de 2008 a Julho de 2009) • Vagas: 10 • Coordenação: Mário Ramalho de Vasconcelos • Info: +351 220 901197 /[email protected] • Propina: 3.000 € + 750 € (Experimentação Animal)

Clínica em Prótese Fixa CerâmicaCalendário: Outubro de 2008 a Julho de 2009 • Vagas: 4 • Coordenação: César Leal da Silva • Info: +351 220901197/ [email protected] • Propina: 3.000 €

Clínica em Prótese RemovívelCalendário: Outubro de 2008 a Julho de 2009 • Vagas: 4 • Coordenação: Maria Helena Figueiral • Info: +351 220901197 /[email protected] • Propina: 3.000 €

Dentisteria EstéticaCalendário: Outubro e 2008 a Julho de 2009 • Vagas: 10 • Coordenação: Mário Jorge Silva • Info: +351 220901197/ [email protected] • Propina: 3.500 €

EndodontiaCalendário: Outubro e 2008 a Julho de 2009 • Vagas: 6 • Coordenação: Manuel Paulo • Info: +351 220901197/ [email protected] • Propina: 3.500 €

OdontopediatriaCalendário: Outubro e 2008 a Julho de 2009 • Vagas: 2 • Coordenação: Casimi-ro de Andrade • Info: +351 220901197/ [email protected] • Propina: 3.000 €

PeriodontologiaDuração: 837 horas (Janeiro a Dezembro de 2009) • Vagas: 4 • Coordenação: Miguel Pinto • Info: +351 220901197/ [email protected] • Propina: 3.000 €

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP)Rua do Dr. Manuel Pereira da Silva, • 4200-392 Porto • Telf: +351 226079700 • Fax: +351 226079725 • www.fpce.up.pt

Escala de Avaliação do Ambiente em Educação de Infância (Revista Early Childhood Environment Rating Scale - revised edition [ECERS-R])Duração: 9 horas (Julho) • Inscrições: a

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defi nir • Vagas: 20 • Horário: Pós-laboral • Coordenação: Isabel Abreu Lima • Info: +351 226061890/ [email protected] • 90 €(inclui exemplar da escala de Avaliação)

Recrutamento e Selecção de Pessoal (7ª Edição)Duração: 18 horas (Setembro) • Inscrições: A defi nir • Vagas: 20 • Horário: 18h30 às 21h30 • Créditos: 1,5 ECTS • Coorde-nação: Filomena Jordão • Info: +351 226 061890 /[email protected] • Propina: 120 €

Supervisão em Educação ParentalDuração: 180 horas (Setembro) • Ins-crições: a defi nir • Vagas: 16 • Horário: 18h30 às 21h30 • Créditos: 6,5 ECTS • Coordenação: Emília Costa • Info: +351 226061890 /[email protected] • Propina: 280 €

Curso Avançado de Gestão e Concepção da Formação ContínuaDuração: 15 horas (1 a 5 de Setembro) • Inscrições: Até 20 de Agosto • Vagas: 18 • Horário: 9h30 às 12h30 • Info: +351 226061890 /[email protected] • Propina: 115€ /75€ (colaboradores UP); 95€ (outros proponentes da Função Pública)

Gestão Efi caz do Tempo Duração: 15 horas (1 a 5 de Setembro) • Inscrições: Até 20 de Agosto • Vagas: 18 • Horário: 14h30 às 17h30 • Info: +351 226061890 /[email protected] • Propina: 115€ /75€ (colaboradores UP); 95€ (outros proponentes da Função Pública)

Planeamento e Organização de Unidades DocumentaisDuração: 60 horas (início a 12 de Setembro) • Inscrições: Até 2 de Setembro • Vagas: 20 • Horário: 18h30 às 21h30 (sexta-feira); 9h30 às 12h30 (sábado) • Créditos: 5,5 ECTS • Coordenação: Selene Vicente • Info: +351 226061890 /[email protected] • Propina: 300 €

Técnicas de Liderança e Coaching para Chefi as Intermédias Duração: 30 horas (12 Setembro a 14 de Novembro) • Inscrições: Até 5 de Setembro • Vagas: 20 • Horário: 18h30 às 21h30 • Créditos: 2,5 ECTS • Coor-denação: Filomena Jordão • Info: +351 226061890 /[email protected] • Propina: 170 €

Acidentes e Doenças Profi ssionais na Administração PúblicaDuração: 15 horas (15 a 19 de Setembro) • Inscrições: Até 30 de Agosto • Vagas: 18 • Horário: 9h30 às 12h30 • Info: +351 226061890 /[email protected] • Propina: 115€ /75€ (colabora-dores UP); 95€ (outros proponentes da Função Pública)

Pós-Graduação / Formação Especializada em Educação Especial para a Educação BilingueDuração: 270 horas (Setembro) • Inscri-ções: (a defi nir) • Vagas: 25 • Horário: Quartas e Sextas das 18h30 às 21h30 • Créditos: 30 ECTS • Coordenação: Or-quídea Coelho • Info: +351 226061890/ [email protected] • Propina: 1000 €

Pós-Graduação Prevenção da Violên-cia de Género na Escola e na FamíliaDuração: 270 horas (Setembro) • Inscri-ções: (a defi nir) • Vagas: 30 • Horário: (a defi nir - pós-laboral) • Créditos: 30 ECTS • Coordenação: Maria José Magalhães • Info: +351 226061890/ [email protected] • Propina: 1000 €

Instituto de Ciências Biomédi-cas Abel Salazar (ICBAS)Largo Prof. Abel Salazar, 2 • 4099-003 Porto • Tlf.: +351 222062200 • Fax: +351 222062232 • www.icbas.up.pt

Especialização em Ciências Médico-Legais Duração: 2 semestres (26 de Setembro de 2008) • Inscrições: Até 18 de Julho (1ª fase) • Vagas: 60 • Horário: 14h às 20h (sexta-feira); 9h às 18h (sábado) • Crédi-tos: 60 ECTS • Director: Maria José Pinto da Costa • Info: Telef: +351 222062221 /[email protected] • Propina: 600 €

Pós-Graduação em Acupunctura e Moxibustão(*)Duração: 2 Semestres (Outubro 2008) • Inscrições: Até 18 de Julho (1ª fase) • Va-gas: 25 • Horário: 16 às 20h (sexta-feira); 9h às 19h (sábado); 9h às 13h (domingo) • Créditos: 30 ECTS • Director: Asdrubal Pinto • Info: Telef: +351 222062221/ [email protected] • Propina: 2400 €

Pós-Graduação em Enfermagem de Anestesiologia (*)Duração: 2 Semestres (11 de Outubro de 2008) • Inscrições: Até 18 de Julho (1ª fase) • Vagas: 40 • Horário: 9h às 18h30. (segunda-feira e sábado) • Crédi-tos: 40 ECTS • Director: Maria Eduarda Amadeu • Info: Telef: +351 222062221 /[email protected] • Propina: 1750 €

Especialização em Medicina Tradicional Chinesa Duração: 3 Semestres (data a defi nir) • Ins-crições: Até 18 de Julho (1ª fase) • Vagas: 30 • Horário: 18h às 22h • Créditos: 70 ECTS • Director: Henry Greten • Info: Telef: +351 222062221 /[email protected] • Propina: 3000 €

Pós-Graduação em Gestão Ecológica de Bacias Hidrográfi cas (ECOCATCH-PT) (Nível Europeu)Duração: 2 Semestres (Início a 1 de Se-tembro) • Inscrições: Até 11 de Julho • Vagas: 10 • Horário: 40 horas/semana, de 2ª a 6ª, excepto durante os primeiros

13 dias, que decorrerão na Suécia • Créditos: 60 ECTS • Director: Adriano Bordalo e Sá (ICBAS) e Paula Castro (ESB) • Info: Telef: +351 222062221/ [email protected] • Propina: 2500 €

(*) Curso em fase de Acreditação.

FORMAÇÃO PÓS-GRADUADA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

CANDIDATURAS ENTRE JULHO E SETEMBRO DE 2008

AtençãoOs valores das propinas podem sofrer

alterações. O período de candidatura é, em muitos casos, alargado e noutros são

criadas segundas fases de candidatura.

Faculdade de Belas Artes (FBAUP)Av. Rodrigues de Freitas, 265 • 4049-021 Porto • Tlf: +351 225192400 • Fax: + 351 225367036 • www.fba.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Prática e Teoria do DesenhoDuração: 4 semestres • Candidaturas: 23 a 28 de Julho (1ª fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 10 • Horário: A defi nir • Cré-ditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 1600 € /ano 2º Ciclo / Mestrado em Desenho e Técnicas de ImpressãoDuração: 4 semestres • Candidaturas: 23 a 28 de Julho (1ª fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 10 • Horário: A defi nir • Cré-ditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 1600 € /ano 2º Ciclo / Mestrado em PinturaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 23 a 28 de Julho (1ª fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Cré-ditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 1600 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Práticas Artísticas ContemporâneasDuração: 4 semestres • Candidaturas: 23 a 28 de Julho (1ª fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 15 • Horário: A defi nir • Cré-

ditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 1600 € /ano 2º Ciclo / Mestrado em EsculturaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 23 a 28 de Julho (1ª fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Cré-ditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 1600 € /ano 2º Ciclo / Mestrado em Arte e Design para o Espaço PúblicoDuração: 4 semestres • Candidaturas: 23 a 28 de Julho (1ª fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 15 • Horário: A defi nir • Cré-ditos: 120 ECTS • info: [email protected] • Propina: 1600 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Estudos Artísticos, Especialização em Estudos Museológicos e CuradoriaisDuração: 4 semestres • Candidaturas: 23 a 28 de Julho (1ª fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Cré-ditos: 120 ECTS • info: [email protected] • Propina: 1600 € /ano 2º Ciclo / Mestrado em Design Gráfi co e Projectos EditoriaisDuração: 4 semestres • Candidaturas: 23 a 28 de Julho (1ª fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • info:[email protected] • Propina: 1600 € /ano 2º Ciclo / Mestrado em Design da ImagemDuração: 4 semestres • Candidaturas: 23 a 28 de Julho (1ª fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Cré-ditos: 120 ECTS • info: [email protected] • Propina: 1600 € /ano

Faculdade de Ciências (FCUP)Rua do Campo Alegre, s/n • 4169-007 Porto • Tlf: +351 220402000 • Fa: +351 220402009 • www.fc.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em AstronomiaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 15 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.ast.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Biodiversidade, Genética e EvoluçãoDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 12 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.bge.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em BiologiaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 40 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.bio.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

FORMAÇÃO PÓS-GRADUADA

DA UNIVERSIDADEDO PORTO

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2º Ciclo / Mestrado em Biologia e Gestão da Qualidade da ÁguaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 15 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.bgqa.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Biologia-Geologia em Contexto EscolarDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 20 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.bgce.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ciência de ComputadoresDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Créditos: 120 ECTS • Horário: A defi nir • Vagas: 60 • Info: m.cc.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ciências do Consumo e NutriçãoOrganização: FCUP e FCNAUP • Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.ccn.director fc.up.pt /pos.gradua-cao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ciências e Tecnologia do AmbienteDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 60 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.cta.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Contamina-ção e Toxicologia AmbientaisOrganização: FCUP e ICBAS • Duração: 4 semestres • Candidaturas: 20 a 29 de Agosto a (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: + 351 222062221 /m.ctx.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Desenvolvi-mento Curricular pela AstronomiaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 20 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.dca.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ecologia, Ambiente e TerritórioDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 40 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.eco.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Engenharia AgronómicaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 50 • Horário: A defi nir • Créditos: 120

ECTS • Info: m.ea.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Engenharia Geográfi caDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 30 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.eg.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Engenharia MatemáticaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 15 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.em.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ensino da Biologia e da Geologia no 3ºCiclo do Ensino Básico e SecundárioDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 30 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.ebg.director fc.up.pt / pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ensino da Física e da Química no 3ºCiclo do Ensino Básico e SecundárioDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 44 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.efq.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ensino da Matemática no 3ºCiclo do Ensino Básico e SecundárioDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 35 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.emat.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em FísicaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 20 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.fi s.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Física MédicaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 12 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.fm.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Física-Quími-ca em Contexto EscolarDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 10 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.fqce.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Fisiologia Molecular das PlantasOrganização U.Porto e Universidade do Minho • Duração: 4 semestres • Can-

didaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /11 de Agosto a 8 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.fmp.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina:

2º Ciclo / Mestrado em Genética ForenseDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 10 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.gf.director fc.up.pt / pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Geomateriais e Recursos GeológicosOrganização U.Porto e Universidade de Aveiro • Duração: 4 semestres • Candi-daturas: 1 a 10 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 25 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.grg.director fc.up.pt / pos.graduacao fc.up.pt • Propina:

2º Ciclo / Mestrado em Informática MédicaOrganização: FCUP e FMUP • Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 30 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.im.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 1750 €

2º Ciclo / Mestrado em MatemáticaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 30 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.mat.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Matemática para ProfessoresDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 35 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.matp.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Modelação, Análise e Optimização de Processos IndustriaisDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 15 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.maopi.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano 2º Ciclo / Mestrado em QuímicaDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 65 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.qui.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Recursos Biológicos AquáticosDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 15 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.rba.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Sistemas de Informação Geográfi caDuração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de Agosto a 5 de Setembro (2ª Fase) • Va-gas: 15 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.sig.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Tecnologia, Ciência e Segurança AlimentarOrganização: U.Porto e Universidade do Minho • Duração: 4 semestres • Vagas: 16 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.tcsa.director fc.up.pt /pos.gradua-cao fc.up.pt • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Viticultura e EnologiaOrganização: U.Porto e UTL • Duração: 4 semestres • Vagas: 15 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: m.ve.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt

3º Ciclo / Programa Doutoral em AstronomiaDuração : 6 semestres • Candidaturas: 1 a 9 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 6 • Horário: A defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: pd.ast.director fc.up.pt / pos.gradu-acao fc.up.pt • Propina: 2500 €

3º Ciclo / Programa Doutoral em GeociênciasColaboração: Universidade de Aveiro • Duração : 6 semestres • Candidaturas: 22 a 30 de Setembro (1º fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: pd.gc.director fc.up.pt /pos.graduacao fc.up.pt • Propina: A defi nir

3º Ciclo / Programa Doutoral em Matemática AplicadaOrganização: FCUP, FEP, FEUP e ICBAS • Duração : 6 semestres • Candidaturas: Até 26 de Setembro (1ª Fase) • Vagas: 30 • Ho-rário: A defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: pos.graduacao fc.up.pt • Propina: A defi nir

3º Ciclo / MAP-i: Programa de Douto-ramento em Informática das Univer-sidades do Minho, Aveiro e PortoSede Administrativa em 2008/2009 : FCUP • Duração : 6 semestres • Candidaturas: Até 14 de Julho de 2008 (1ª Fase) • Vagas: 50 • Horário: A defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: pos.graduacao fc.up.pt • Propina: A defi nir

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP)Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225074320 • Fax: + 351 225 074329 • www.fcna.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Nutrição ClínicaDuração: 3 semestres • Candidaturas: 1 a 30 de Agosto (1ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: sexta-feira e sábado (9h às 19h) • Créditos: 90 ECTS • Info: +351

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225074320; fl [email protected] • Propina: 3700 €

Faculdade de Direito (FDUP)Rua dos Bragas, 223 • 4050-123 Porto • Tlf: + 351 222041600 • Fax: + 351 222041614 • www.direito.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em DireitoDuração: 4 semestres • Créditos: 120 ECTS • Candidaturas: 15 de Agosto a 30 de Setembro • Vagas: 150 • Horá-rio: a defi nir • Info: +351 22 2041609 /[email protected] • Propina: 972 €

/ano

Faculdade de Economia (FEP)Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-464 Porto • Tlf: +351 225571100 • Fax: +351 225505050 • www.fe.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em EconomiaDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 8 de Setembro (2.ª fase) • Vagas: * • Horário: segunda a sexta-feira (18h30 às 21h30); sábado (9h00 às 12h) • Créditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina:1250 € /ano (972 € se fi nancia-do pelo Orçamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão das CidadesDuração: 4 semestres • Candidaturas: até 8 de Setembro (2.ª fase) • Vagas: * • Horário: segunda a sexta-feira (18h30 às 21h30); sábado (9h00 às 12h) • Créditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina:1250 € / ano (972 € se fi nancia-do pelo Orçamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão da InovaçãoDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 8 de Setembro (2.ª fase) • Vagas: * • Horário: segunda a sexta-feira (18h30 às 21h30); sábado (9h00 às 12h) • Créditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina:1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão do AmbienteDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 8 de Setembro (2.ª fase) • Vagas: * • Horário: segunda a sexta-feira (18h30 às 21h30); sábado (9h00 às 12h) • Créditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina:1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Modelação e Simulação EconómicaDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 8 de Setembro (2.ª fase) • Vagas: * • Horário: segunda a sexta-feira (18h30 às 21h30); sábado (9h00 às 12h) • Créditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina:1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Métodos Quantitativos em Economia e GestãoDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 8 de Setembro (2.ª fase) • Vagas: * • Horário: segunda a sexta-feira (18h30 às 21h30); sábado (9h00 às 12h) • Créditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina:1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Análise de Dados e Sistemas de Apoio à DecisãoDuração: 3 semestres • Candidaturas: Até 8 de Setembro (2.ª fase) • Vagas: * • Horário: segunda a sexta-feira (18h30 às 21h30); sábado (9h00 às 12h) • Créditos: 90 ECTS • Info: [email protected] • Propina:1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamento de Estado)

* Vagas: sobrantes da 1.ª fase

Faculdade de Engenharia (FEUP)Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto • Tlf: +351 226081500 • Fax: + 351 226081400 • www.fe.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Inovação e Empreendorismo Tecnológico Organização: FEUP e FEP • Duração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Ju-lho (1ª Fase) /19 de Julho a 18 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 25 • Horário: a defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: jjpf fe.up.pt /[email protected] • Propina: 1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamen-to de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Multimédia Organização: FEUP, FBAUP, FCUP e FLUP • Duração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Agosto • Vagas: 50 • Horário: a defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina:1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Ciência da Informação Organização: FEUP e FLUP • Duração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /19 de Julho a 18 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 30 • Horário: a defi nir • Cré-ditos: 120 ECTS • Info: +351 225 081 870 / [email protected] /[email protected] • Propina:1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Design Industrial Duração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho • Vagas: 20 • Horário: a defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: +351 22 508 17 16 /[email protected] /[email protected] • Propina: 2000 € / ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Engenharia Biomédica Duração: 4 semestres • Candidaturas:

de 26 de maio a 18 de Julho • Vagas: 30 • Horário: a defi nir • Créditos: 120 ECTS • Propina:1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Orçamento de Estado) • Info: +351 225 081 870 /[email protected] /[email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Engenharia de Minas e Geo-AmbienteDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho • Vagas: 20 • Horário: a defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: jmsoeiro fe.up.pt /[email protected] • Propina: 1250 € /ano (972€ se fi nanciado pelo Or-çamento de Estado)

2º Ciclo / Mestrado em Engenharia de Serviços e GestãoDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) / 18 de Julho a 18 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 50 • Horário: a defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: +351 225081639 /[email protected] /[email protected] • Propina:250 € /ano (972€ se fi nan-ciado pelo Orçamento de Estado)

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia BiomédicaDuração: 6 semestres • Candidaturas: Até 18 de Agosto • Vagas: 10 • Horário: a defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: +351 225081870 /[email protected] /[email protected] • Propina: 3000 € /ano

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia CivilDuração: 6 semestres • Candidaturas: Aberto em permanência • Vagas: 30 • Horário: a defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: rdelgado fe.up.pt /[email protected] • Propina: 3000 € /ano

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia InformáticaDuração: 6 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /19 de Julho a 18 de Agosto (2º Fase) • Vagas: 25 • Horá-rio: a defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 3000 € /ano

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Química e Biológica Duração: 6 semestres • Candidaturas: de 26 de maio a 18 de Julho • Vagas: 40 • Ho-rário: a defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 3000 € /ano

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Electrotécnica e de ComputadoresDuração: 6 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) • Vagas: 50 • Horá-rio: a defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 3000 € /ano

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia e gestão de transportesDuração: 6 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /19 de Julho a 18 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: a defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 3000 € /ano

3º Ciclo / Programa Doutoral em En-genharia Industrial e GestãoDuração: 6 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /19 de Julho a 18 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: a defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 5000 € /ano

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia MecânicaDuração: 6 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /19 de Julho a 18 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 30 • Horário: a defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 3000 € /ano

Faculdade de Farmácia (FFUP)Rua Aníbal Cunha, 164 • 4050-047 Porto • Tlf: +351 222078900 • Fax: + 351 222003977 • www.ff.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Controlo de QualidadeDuração: 4 semestres • Candidaturas: 18 de Agosto a 5 de Setembro • Vagas: 16 • Horário: Diurno • Créditos: 120 ECTS • Info: +351 222078901 • Propina: 1300 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Química Analítica AmbientalDuração: 3 semestres • Candidaturas: Até 15 de Setembro • Horário: Diur-no • Créditos: 90 ECTS • Info: +351 222078901 • Propina: 1000 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Toxicologia Analítica Clínica e ForenseDuração: 4 semestres • Candidaturas: 1 a 15 de Setembro • Vagas: 12 • Horário: Diurno • Créditos: 120 ECTS • Info: +351 222078901 • Propina: 1300 € /ano

Faculdade de Letras (FLUP)Via Panorâmica, s/n • 4150-564 Porto • Tlf: +351 226077100 • Fax: + 351 226091610 • www.letras.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em ArqueologiaDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Se-tembro (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: msan-ches letras.up.pt • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em Estudos AlemãesDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 10 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077157 /fl [email protected] • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em Estudos Anglo-AmericanosDuração: 4 semestres • Créditos 120 ECTS • Vagas: 50 • Horário: a defi nir • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Info: gcunha letras.up.pt • Propina: 1250 €

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2º Ciclo / Mestrado em Estudos Literários, Culturais e InterartesDuração : 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Se-tembro (2ª Fase) • Vagas: 50 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: msa-raiva letras.up.pt • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em Filosofi aDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase); 1 a 12 de Se-tembro (2ª Fase) • Vagas: 30 • Horário: a defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: ame-loletras.up.pt • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em História ContemporâneaDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 25 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077168 /[email protected] • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em História da Arte PortuguesaDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 40 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077172 /[email protected] • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em História e EducaçãoDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Se-tembro (2ª Fase) • Vagas: 25 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em LinguísticaDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: [email protected] /[email protected] • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em Português Língua segunda / Língua EstrangeiraDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase); 1 a 12 de Se-tembro (2ª Fase) • Vagas: 35 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: oliviaf letras.up.pt • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em riscos, cida-des e ordenamento do territórioDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 40 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077194 ou +351 226077189 /[email protected] /[email protected] • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em Sistemas de Informação Geográfi ca e Ordenamento do TerritórioDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Se-tembro (2ª Fase) • Vagas: 30 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077194 ou +351 226077189 /[email protected] /[email protected] • Propina: 2000 €

2º Ciclo / Mestrado em Sociologia Duração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 40 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: [email protected] /[email protected] • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em Tradução e Serviços LinguísticosDuração: 4 semestres • Candidatura: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 20 (por Língua) • Horá-rio: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: bhsmaia letras.up.pt • Propina: 1250 €

2º Ciclo / Mestrado em Ensino da Filosofi a no Ensino SecundárioDuração: 4 semestres • Vagas: 15 • Horário: a defi nir • Créditos: 120 ECTS • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Info: +351 226077100 /[email protected] • Pro-pina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ensino da História e da Geografi a no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino SecundárioDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase); 1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 30 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077171 /[email protected] • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ensino de Inglês e Alemão / Espanhol / Francês no Ensino BásicoDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase); 1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 32 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077171 /[email protected] • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ensino de Português e Línguas Clássicas no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino SecundárioDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 37 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077171 /[email protected] • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ensino de Português no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário e de Língua Estrangeira no Ensino Básico e no Ensino SecundárioDuração : 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 74 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077171 /[email protected] • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ensino de Inglês e de Língua Estrangeira no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino SecundárioDuração : 4 semestres • Candidaturas: Até 15 de Julho (1ª Fase) /1 a 12 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 63 • Horário: a defi nir • Créditos 120 ECTS • Info: +351 226077171 /[email protected] • Propina: 972 € /ano

Faculdade de Medicina (FMUP)Rua Prof. Hernâni Monteiro, s/n • 4200-319 Porto • Tlf: +351 225513604 • Fax: + 351 225513605 • www.med.up.pt • [email protected]

2º Ciclo / Mestrado em Saúde PúblicaOrganização: FMUP e ICBAS • Duração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho • Vagas: 25 • Horário: quarta-feira, quinta-feira (15h às 19h) e sexta-feira (14h às 18h) • Créditos: 120 ECTS • Info: 225513676 /[email protected] • Propina: 3000 € (total)

2º Ciclo / Mestrado em EpidemiologiaDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho • Vagas: 25 • Horário: sexta-feira (14h às 20h) e sábado (9h às 18h) • Créditos: 120 ECTS • Info: 225513676 /[email protected] • Propina: 3000 € (total)

2º Ciclo / Mestrado em Psiquiatria e Saúde Mental Duração: 4 semestres • Candidaturas: de Até 18 de Julho • Vagas: 22 • Horário: sexta-feira (completo) e sábado (9h às 13h) • Créditos: 120 ECTS • Info: 225513676 /[email protected] • Propina: 3000 € (total)

2º Ciclo / Mestrado em Evidência e Decisão em SaúdeDuração: 4 semestres • Candidaturas: 15 de Julho a 12 de Setembro • Vagas: 30 • Horário: quinta-feira (16h às 20h), sexta-feira (14h às 20h) e sábado (9h às 13h) • Créditos: 120 ECTS • Info: 225513676 /[email protected] • Propina: 1750 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Informática Médica Organização: FMUP e FCUP • Duração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /1 a 5 de Setembro (2ª Fase) • Vagas: 30 • Horário: sexta-feira (14h às 20h) e sábado (09h às 13h) • Créditos: 120 ECTS • Info: 225513676 /[email protected] • Propina: 1750 € /ano

3º Ciclo / Doutoramento em Saúde PúblicaDuração: 6 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho • Vagas: 10 • Horário: a defi nir • Créditos: 180 ECTS • Info: 225513676 /[email protected] • Propina: 2500 € /ano

3º Ciclo / Doutoramento em NeurociênciasDuração: 8 semestres • Candidaturas: Até 30 de Setembro • Vagas: 10 • Horário:9h às 18h • Créditos: 240 ECTS • Info: 225513676 /[email protected] • Propina: 2500 € /ano

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP)Rua do Dr. Manuel Pereira da Silva • 4200-392 Porto • Telf: +351 226079700 • Fax: +351 226079725 • www.fpce.up.pt

3º Ciclo / Programa Doutoral em PsicologiaDuração: 6 semestres • Candidaturas: Até 30 de Setembro • Horário: segunda a sexta-feira (17h30 às 20h30) • Vagas: 30 • Créditos: 180 ECTS • Info: [email protected] • Propina: 3000 € /ano

Instituto de Ciências Biomé-dicas Abel Salazar (ICBAS)Largo Prof. Abel Salazar, 2 • 4099-003 Porto • Tlf.: +351 222062200 • Fax: +351 222062232 • www.icbas.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em BioquímicaOrganização: FCUP e CBAS • Duração: 4 semestres • Candidaturas: 15 a 31 de Julho • Vagas: 30 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ciências de EnfermagemDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /20 a 29 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 25 • Horário: das 9h às 17h (1 semana por mês) • Créditos: 120 ECTS • Info: 222062221 /[email protected] • Propina: 1500 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Ciências do Mar - Recursos MarinhosDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /20 a 29 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: 20 /25 horas por semana • Créditos: 120 ECTS • Info: +351 222062221 /[email protected] • Propina: 1500 € /1º ano + 1750 € /2º ano

2º Ciclo / Mestrado em Contamina-ção e Toxicologia AmbientaisDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /20 a 29 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: segunda a sex-ta-feira (16h às 20h) • Créditos: 120 ECTS • Info: +351 222062221 /[email protected] • Propina: 972 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Medicina LegalDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /20 a 29 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 25 • Horário: sexta-feira (14h às 20h) e sábado (9h às 18h) • Créditos: 120 ECTS • Info: +351 222062221 /[email protected] • Propina: 1300 € /ano

2º Ciclo / Mestrado em Medicina Tradicional Chinesa Duração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /20 a 29 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 12 • Horário: Pós-la-boral • Créditos: 120 ECTS • Info: +351 222062221 /[email protected] • Propina: 1500 € (1º ano) + 2000 € (2º ano)

2º Ciclo / Mestrado em OncologiaDuração: 4 semestres • Candidaturas: Até 18 de Julho (1ª Fase) /20 a 29 de Agosto (2ª Fase) • Vagas: 20 • Horário: A defi nir • Créditos: 120 ECTS • Info: +351 222062221 /[email protected] • Propina: 2000 € /ano

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INVESTIGAR

“A torre? Ó professor, onde está a torre?”, per-guntava o aluno com o nariz no ar, em cima de uma quase rasteira base de pedra circular que

marca o centro de uma formação redonda maior que cinge outros conjuntos mais pequenos. O professor afi ançava depois que seria ali, mesmo por baixo da-queles pequenos pés desejosos de castelos altanei-

ros, que estaria a tal torre. Momentos antes, o professor tentara preparar os jovens,

ansiosos, para o que iriam ver naquele cume com vista para o Vale do Côa, chamado Castelo Velho, em Freixo de Numão. Foi explicando que lá vivera gente numa pequena comunidade, construindo espaços de habitação, estruturas circulares rodea-das pelo que seria um conjunto de muralhas, usadas para deli-mitar aqueles espaços e não como defesa. Homens e mulheres com poucas diferenças físicas de nós, a viver numa comuni-dade fi xa que criava gado e desenvolvia alguma agricultura ar-caica, usaria utensílios em cerâmica grosseira (ver exemplar de Castelo Velho, na foto ao lado) e cobre. O que o jovem do tempo da rapidíssima Internet não consegue, naturalmente, compreender é que entre aquela remota gente e ele há um gi-gantesco fosso temporal de cinco mil anos. E, no entanto, a grandeza de sinais mais ou menos com a mesma idade, por exemplo, Stonehenge e a sua extensa paisagem arqueológica, serão difi cilmente igualáveis. Em Portugal, as marcas estão lá, mas são ténues e exigem tra-balho aturado. É preciso não ter medo da pergunta e enfrentar o ainda desconhecido, como explica no seu blogue “Trans-Fe-

Deles restam marcas circulares feitas em pedra em locais mágicos, como cumes de vistas largas. Des-cobrem-se restos de utensílios em pedra polida ou em metais moles,

ou ainda objectos em cerâmica decorada grosseiramente. A diver-

sidade de tipos de ocupação e a impiedade destrutiva dos milénios

tem deixado os arqueólogos com poucos argumentos sobre quem

eram estes habitantes pré-históri-cos. Mas os trabalhos avançam.

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o Vale do

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rir” Vítor Oliveira Jorge, professor da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) e arqueólogo coordenador das escavações em Castanheiro do Vento, outro sítio da época: “Castelo Velho é de certo modo o símbolo de uma mudança paradigmática na arqueologia portuguesa, a sua importância é enorme. (…) Está ali uma OBRA ABERTA em muitos sentidos. À paisagem, à experiência dos visitantes, às perguntas que levanta, etc – é mais belo ainda questionar, mas questionar a partir de uma certa informação, do que ter uma resposta pronta que é inó-cua”. Afi nando pelo mesmo diapasão, Susana Oliveira Jorge, professora da FLUP e coordenadora das escavações naquele local desde 1989 até 2003, escreveu no blogue “Trans-Ferir”: “Castelo Velho foi certamente o projecto arqueológico mais im-portante em que me envolvi até hoje. Peguei nele quando já era sufi cientemente madura para não ter medo de fazer perguntas incómodas, e ainda sufi cientemente crente e voluntariosa para me atirar de cabeça a um trabalho colossal”.

Algures entre o Neolítico e a romanizaçãoMuito pouco resiste a tantos milénios. O que resiste merece admiração e rodeia-se de considerável mistério. Os menires e as antas terão sido erguidos antes, entre 5.000 e 3.000 a.C. (aproximadamente), num período marcado pela alteração dos hábitos, em que a recolecção de alimentos que o meio propor-cionava e a caça começavam a ser complementados com pasto-rícia e agricultura, surgindo em simultâneo a organização em pequenas comunidades fi xas, no período normalmente desig-nado de Neolítico. Este período começou no Próximo Oriente,

numa época ainda mais antiga (entre o IX e o VII milénios a.C.), difundindo-se pos-teriormente, com os respectivos cereais domesticados (trigo e cevada), pela região mediterrânica. Os vestígios arqueológicos mostram que a Península Ibérica, dada a sua posição geográfi ca no contexto da região mediterrânica, terá sido das zonas onde chegaram mais tardiamente tais produtos, mas os modos de vida anterio-res também aqui já se estavam a alterar.Já o uso sistemático dos utensílios de pe-dra polida ou cobre, alguma cerâmica de formas e decoração variadas (com mamilos ou gravações geométricas simples), os restos de formações pedregosas circulares e muralhas de deli-mitação mais contundente de espaços são sinais do Calcolítico ou Idade do Cobre, entre 3.000 e 1.800 a.C. São deste período, entre o Neolítico e a chamada Idade do Bronze, lugares como Castelo Velho, hoje já musealizado (com vista para o Vale do Côa) e em vias de classifi cação como Imóvel de Interesse Públi-co, Castanheiro do Vento (também situado no concelho de Foz Côa), ainda em fase de escavações dirigidas por Vítor Oliveira Jorge e outros arqueólogos da U.Porto, bem como o Crasto de Palheiros, em Murça. Nesta época, passou a ser mais evidente um “dentro” e um “fora” nos espaços ocupados, explica Vítor Oliveira Jorge a propósito destes três exemplos. Tanto Castelo Velho (que marcou em Portugal uma grande inovação nestes estudos), explica ainda, como Castanheiro do Vento são colinas

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Castelo Velho / Maqueta

Crasto de Palheiros

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INVESTIGAR

monumentalizadas do Calcolítico ligadas à vontade de imple-mentar na paisagem lugares de coesão identitária, visíveis à distância. Implicam “condução de obra” em escala já apreciável e certamente a construção e manutenção de tais locais era bási-ca para a afi rmação de elites emergentes, capazes de congregar em torno de si populações e de organizar territórios.No seu silêncio, desgastado por milhares de anos, todos estes vestígios valem o que pacientemente podem interpretar, a par-tir deles, investigadores do mundo real e não um qualquer In-diana Jones aventureiro. As parcas descrições que se conhecem sobre como era então, muito antes da romanização, este canto

ocidental da zona mediterrânica são de romanos que dominaram o mundo conhecido muitos sécu-los depois (entre os séc. II a.C. e o séc. V d.C). Abrindo cada vez mais o apetite para simulações e teorias sobre quem eram e como viviam, os vestígios, não obstante as difi -culdades, vão-se revelando entre as pedras e o solo que as envolve.

Lugares mágicos, entre culto e dia-a-diaCastanheiro do Vento, Castelo Ve-lho e o Crasto de Palheiros fi cam em lugares privilegiados, onde com a visão se domina a paisagem, sobretudo nos dois últimos casos. Encaixado no cume de uma crista quartzítica, mais a norte, em Mur-ça, o Crasto de Palheiros é uma espécie de escultura natural e hu-mana. Com escavações iniciadas em 1995 coordenadas por Maria de Jesus Sanches, professora da FLUP, está actualmente em fase de musealização (o centro inter-pretativo tem abertura prevista para este ano) e em vias de clas-sifi cação. Revelou intensos sinais de ocupação desde o Calcolítico ao

FAUP enquadraarqueologia

As estruturas de apoio e interpretação quer de

Castelo Velho, quer do Crasto de Palheiros, re-

sultaram de projectos de arquitectos da “escola

do Porto”. No primeiro caso, uma torre com vista

panorâmica sobre a paisagem e sobre o cume

onde se encontram os vestígios, os autores são

professores da Faculdade de Arquitectura da

U.Porto (FAUP), Alexandre Alves Costa e Sérgio

Fernandez. No segundo, uma estrutura de betão

com uma longa fachada em vidro que refl ecte a

paisagem frontal, o projecto é de Paulo Gomes,

arquitecto de Vila Real formado na FAUP.

Também o futuro Museu de Arte e Arqueologia

do Vale do Côa, no município de Foz Côa tal como

Castelo Velho, segundo as previsões a concluir

depois do Verão mas com abertura marcada

para mais tarde, tem projecto de arquitectos da

“escola do Porto”, Tiago Pimentel e Camilo Re-

belo, vencedores do respectivo concurso inter-

nacional. O Museu do Côa será o segundo maior

museu (em área) de Portugal. Castelo Velho tem

sido um dos pontos de passagem de grupos

que visitam as gravuras do Côa, apesar de não

pertencer ao Parque Arqueológico, procurando

sinergias entre os pontos de interesse arqueoló-

gico da região.

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período de domínio romano. As forças e as dinâmicas geológicas que actuam em escalas temporais para além da co-mum compreensão humana quiseram deixar ali um registo muito particular. Actuaram com tal dimensão que um gigantesco plano de duríssima rocha quebrou-se em dois e o local onde se deu a quebra levanta-se numa crista de camadas de rocha inclinadas, visí-

vel em centenas de metros e pontuada num cume. Os homens associaram-se ao mistério e à grandiosidade dessa tarefa.A primeira fase de ocupação, entre 3.000 e 2.000-1.800 a.C., no Calcolítico, não seria propriamente um espaço de habitação, mas a construção contínua dum grande monumento pétreo. Essa construção e a vivência que proporcionava aos grupos hu-manos, bem como as práticas rituais, que se misturavam, sem distinção clara, com a vida doméstica, alicerçavam a coesão dos grupos. Algo de parecido terá acontecido em Castelo Velho e em Castanheiro do Vento, na opinião da coordenadora dos trabalhos do Crasto de Palheiros. Nesta região de Murça-Mi-randela, merecem destaque ainda os “santuários” com pintura rupestre e o abrigo do Buraco da Pala na Serra de Passos/Sta. Comba, situada do outro lado do vale em relação ao cume de Palheiros, em estudo pela mesma investigadora.Apesar de o espaço de Palheiros ser conhecido como “Fragadas do Crasto”, não teria, no povoado que se seguiu ao monumen-to calcolítico, as características de um castro, quer dizer, um espaço habitacional rodeado de muralhas. Nesta segunda vida, durante a Idade do Ferro, é um povoado pujante, de agriculto-res, pastores e metalurgistas (de ligas de bronze). Durou entre o séc. VI a.C. e o séc. II d.C. De permeio sofreu um incêndio avassalador, por volta do ano 80 d.C., revelando que todas as habitações eram de materiais perecíveis. Após esse incêndio, e só então, foram edifi cadas grandiosas muralhas que rodearam todo o povoado. Mas esta manifestação de poder local frente ao colonizador romano foi de pouca dura, pois o povoado foi abandonado cerca de 40-50 anos depois. Nesta terceira vida, a segunda do povoado durante a Idade do Ferro, este existe de facto como castro ou crasto. No entanto estes habitantes não estavam alheios ao que vinha do Mediterrâneo e das suas civi-lizações, pois foi encontrado aqui um vaso de cerâmica grega datado do séc. IV a.C. Já durante a romanização, dois relatos (séc. VI a.C. e II a.C.) descrevem de modo impreciso os habitantes. O mais recente dos dois refere genericamente os Galaicos; os Lusitanos, entre Douro e Tejo; no litoral os Túrdulos; e a Sul do Tejo um povo com semelhanças com os Celtas. A pouco e pouco, desven-dam-se marcas e, com elas, hábitos e actividades dos homens pré-históricos, pequenas pinceladas no quadro da vida nestas épocas remotas. Mas mantém-se um denso e entusiasmante mistério.

Castelo Velho e a magia

da paisagem do Côa.

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QUADRO DE HONRA

Durante os próximos cinco anos, o Banco Santander Totta vai patrocinar as actividades de ensino, investi-gação e promoção cultural da U.Porto com um subsí-

dio anual superior a um milhão de euros. Em troca, o banco garante a exclusividade da emissão e gestão dos novos cartões de identifi cação da maior comunidade académica do país. São estes os principais resultados do protocolo de colaboração esta-belecido entre as duas entidades, no passado dia 1 de Julho.Na cerimónia de assinatura do protocolo, José Carlos Marques dos Santos destacou o facto de a instituição passar a aceder a um “fi nanciamento complementar muito importante”, que visa “reforçar a aposta em áreas como a cultura, o desporto e a investigação”. O reitor da U.Porto acrescentou ainda que “acor-dos como este são um sinal de que a Universidade deve estar cada vez mais aberta ao exterior”.Já Nuno Amado, presidente da Comissão Executiva do Banco Santander Totta, realçou ser esta uma cooperação “muito rele-vante”, na medida em que permite ao banco “aceder à maior comunidade académica do país”. Neste sentido, parte da verba será aplicada na atribuição de bolsas de estudo e na instala-ção de funcionalidades tecnológicas para o Cartão Universitá-

rio Inteligente que, a partir do próximo ano lectivo, vai estar ao dispor de todos os estudantes, funcionários e docentes da U.Porto, num total de mais de 32 mil utentes. Totalmente gratuito, o cartão servirá não só para identifi cação como também para controlo de acesso (a computadores, es-tacionamento, recintos e gabinetes) e de assiduidade, registo de empréstimos em bibliotecas, pagamento interno (porta-moedas), operações de multibanco (opcional), pagamento de títulos de viagem na rede de transportes públicos e descontos em lojas. O montante disponibilizado (1.020.000 euros) pelo Banco San-tander Totta destina-se a ser aplicado livremente pela U.Porto em fi nalidades que contribuam para a excelência do ensino superior, estando apenas comprometida a afectação de 69 mil euros à atribuição de 30 bolsas quinquenais ao abrigo do pro-grama de bolsas luso-brasileiras Santander Universidades e de 100 mil euros para a instalação de funcionalidades tecnológi-cas no cartão, de forma a aproveitar as suas potencialidades.

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Marques dos Santos

ao lado do presidente do

Santander Totta, Nuno Amado.

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CULTURA

Há quase 20 anos que a Fun-dação de Serralves se dedica às artes. Mas o sector empre-

sarial não lhe é inteiramente estranho, uma vez que entre os fundadores da

instituição se encontram alguns dos principais grupos econó-micos portugueses. Acaba assim por ser natural o cruzamen-to entre as artes e a economia que a incubadora In Serralves promove ao integrar, nos seus cerca de 400 m2 de área total, sete iniciativas empresariais facilmente catalogáveis como in-dústrias criativas. Ou seja, iniciativas que fazem da imagina-ção, inovação e talento artístico os seus principais factores de produção. De fora da primeira fase de candidaturas, aberta em Novembro de 2006, fi caram ainda quase 70 ideias de negócio, o que diz bem das potencialidades de uma fi leira que abarca desde o software à arquitectura, passando pelo design, fotogra-fi a, audiovisuais, produção artística, animação cultural, conte-údos multimédia, entre outras áreas de actividade intelectual. De resto, a incubadora In Serralves está inserida no projecto de “Desenvolvimento de um Cluster das Indústrias Criativas na Região Norte”, que é liderado pela CCDR-N – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Como o nome indica, a intenção do projecto é promover a criação de negócios baseados no capital intelectual, de forma a di-versifi car o tecido produtivo nortenho e a promover a subida na cadeia de valor dos sectores tradicionais. Para tanto, foi já apresentado publicamente um estudo macroeconómico sobre indústrias criativas, em cuja Comissão de Acompanhamento fi gura a U.Porto.

Para o responsável pela gestão da incubadora e acompanha-mento das respectivas start-ups, Miguel Veloso, a In Serrral-ves “nasce da consciência de que as indústrias criativas são um sector em que o Norte deve apostar, porque o modelo de desenvolvimento das economias mais avançadas deixou de estar baseado na produção em massa, em baixos custos e na mão-de-obra intensiva”. Partindo destas premissas, “a criativi-dade terá de ser o motor de desenvolvimento da região Norte”, sendo que os próprios sectores tradicionais, como o têxtil ou o calçado, devem “aproximar-se das indústrias criativas para acrescentarem valor a partir do design, da inovação, da dife-renciação de produtos…”. Neste contexto, a In Serralves está “a pôr em prática os conceitos” do projecto de desenvolvimento de um cluster de indústrias criativas.

Open space à criatividadeDas 76 candidaturas à incubação na In Serralves foram selec-cionadas oito iniciativas empresariais (embora a infra-estrutu-ra tenha capacidade para 12 empresas), estando em actividade, desde Maio último, sete start-ups (houve uma desistência) de áreas tão diversas como a conservação/restauro, os projectos educativos, a joalharia urbana, a música e o audiovisual, o de-sign de vestuário infantil, os conteúdos multimédia para pro-moção da ecoefi ciência e a decoração de lojas. Estas start-ups foram seleccionadas por uma Comissão de Avaliação, que na sua escolha teve em consideração, sobretudo, o carácter criati-vo e inovador dos projectos, bem como o potencial comercial dos respectivos produtos/serviços.Agora, as start-ups vão estar incubadas durante dois anos

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A Fundação de Serralves lançou o repto e 76 projectos empresa-

riais apresentaram as respectivas candidaturas. Em causa estava a integração na incubadora de

indústrias criativas que a insti-tuição portuense, com o apoio da

CCDR-N, criou com o intuito de promover negócios onde a ima-ginação, a inovação e o talento

artístico constituem os principais factores de produção. Sete start-

ups já se encontram incubadas na In Serralves, estrutura que é, por

ora, a face mais visível do esforço de criação de um cluster de in-

dústrias criativas na região Norte.

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(eventualmente extensível por mais um ano) numa área indi-vidual de cerca de 20 m2, em regime de open space. Para tanto pagam apenas um preço simbólico e as despesas com comu-nicações, dispondo em contrapartida das valências habituais de uma incubadora: telefone, Internet, fax, computadores, ser-viços de secretariado, copa, cacifos individuais, sala de estar e sala comum de reuniões. Mas, para além da “cedência de um espaço propício à criatividade, à inovação e às sinergias entre projectos”, nas palavras de Miguel Veloso, a In Serralves pro-porciona aos promotores dos negócios acções de formação na área do empreendedorismo (gestão, marketing, vendas, etc.), bem como a orientação e o acompanhamento das iniciativas empresariais. Acresce que as start-ups podem ainda benefi ciar da rede de contactos da Fundação de Serralves ou até, no futu-ro, passar a fornecer produtos/serviços à instituição. Entre as potenciais vantagens da incubação na In Serralves, Miguel Veloso destaca a consultoria interna e externa de que usufruem as start-ups. Para além do acompanhamento diário dos projectos, existe um grupo de consultores que está a traba-lhar com os empreendedores no desenvolvimento de business plans, nos quais se defi nem detalhadamente as ideias de negó-cio e se estabelecem metas a cumprir. “Já houve casos em que, devido ao apoio dos consultores, o conceito inicial do negócio evoluiu de forma a acrescentar valor”, revela Miguel Veloso. Com base nos business plans, os responsáveis da incubadora vão monitorizar o cumprimento dos objectivos aprovados, po-dendo uma eventual inobservância dos mesmos levar à dis-pensa das empresas. Porém, não é esse o espírito que preside à monitorização, segundo Miguel Veloso. De facto, os promoto-

res “têm de prestar contas à Fundação de Serralves”, mas isso “é bom para eles. Obriga-os a ter um rumo”. E se porventura não estiverem a cumprir os objectivos, então “é nosso dever apoiá-los de modo a que consigam fazê-lo”, assegura Miguel Veloso. Os promotores de negócios ouvidos pela UPorto Alumni confi r-mam esta atitude construtiva da Fundação de Serralves e aplau-dem o ambiente que se vive na incubadora. Pedro Ferreira, da empresa Tools to Change (web TV com conteúdos versando o ambiente, o desenvolvimento sustentável e as energias reno-váveis), não tem dúvidas em considerar que foi uma “mais-valia” a instalação na In Serralves, tanto mais que já “geraram sinergias” com a vizinha Poptones, que lhes compôs as bandas sonoras dos genéricos. Para o também músico Pedro Ferreira – que conta na empresa, tal como na banda Fat Freddy, com o talento de Nuno Oliveira – as acções de formação têm sido “muito importantes”, o que se depreende do à-vontade com que o promotor da Tools to Change faz uso de termos como “business angels” ou “bens intangíveis”. Já Alexandre Monteiro, da Poptones, destaca o “prestígio de estar associado a Serralves” como principal motivação da candidatura à incubadora. Para este empreendedor, o facto da Fundação “es-tar ligada a várias grandes empresas pode ser uma porta aberta a negócios”. Pensamento semelhante tem Pedro Pardinhas, da 20/21 Conservação e Restauro (conservação e restauro de arte moderna e contemporânea), para quem “a principal vantagem [da incubadora] é estar inserida em Serralves”. De resto, a em-presa pretende, já no próximo ano, participar no concurso para fornecimento de serviços de restauro à Fundação.

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Emílio Peres é a Figura Eminente da Universidade do Porto 2008. Entre 4 de Setembro e 7 de Novembro, a vida e obra deste investigador, pensador e divulgador

das Ciências da Nutrição vão ser relembradas em exposições, conferências e outras intervenções públicas organizadas pela U.Porto. Será assim homenageado um homem multifacetado, cujo percurso vivencial se repartiu entre a Endocrinologia, a docência universitária, a escrita e o empenhamento cívico.Do programa da homenagem consta, logo a 4 de Setembro, pelas 18h00, a inauguração da exposição “A paixão pela faian-ça”, na Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luís de Mesquita Carvalho. Esta iniciativa centra-se numa faceta por-ventura menos conhecida de Emílio Peres: a de coleccionador e estudioso das faianças. No dia seguinte é inaugurada uma outra exposição, desta feita de natureza eminentemente docu-mental: “Olhares” (5 de Setembro, 18h00, átrio da Reitoria da U.Porto). A partir da vasta obra que Emílio Peres legou no campo do nutricionismo, vai realizar-se um conjunto de eventos ao lon-go do Dia Mundial da Alimentação, que se comemora a 16 de Outubro. No Salão Nobre da Reitoria da U.Porto terá lugar uma conferência com o historiador Hélder Pacheco, cuja interven-ção tem o título “No silêncio da Memória, a grandeza do Ser”, e com o presidente da Confraria da Sopa, Carlos Silva Santos, que irá discorrer sobre a “Sopa: comida de pobre ou fi lósofo?”. Na mesma ocasião vão ser apresentados os resultados do Con-curso de Sopas, iniciativa que envolve as escolas do ensino bá-sico do Porto. Para o E-Learning Café da U.Porto e para a Facul-dade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) estão previstas, nesse mesmo dia, Ofi cinas da Sopa e do Pão.Importa referir, ainda relativamente às comemorações da Figu-ra Eminente 2008, que três restaurantes (Porto e Vírgula, Chic Dream e Irene Jardim) da zona do Jardim da Cordoaria, junto à Reitoria da U.Porto, vão servir “Ementas Emílio Peres” entre 4 de Setembro e 7 de Novembro. Trata-se aqui de divulgar os ali-mentos, pratos e formas de confecção que o ilustre endocrino-logista considerava fundamentais para uma vida saudável. Por último, deve salientar-se ainda o lançamento do catálogo da homenagem a Emílio Peres, cerimónia que decorrerá no dia 7 de Novembro, pelas 17h30, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto. Nessa altura, vai realizar-se ainda uma con-ferência com os seguintes oradores: Maria Daniel Vaz de Almeida, Helena Ávila, João Madureira, José Pedro Lima Reis e Sérgio Vinagre.

Emílio Peres nasceu em Ermesinde a 22 de Julho de 1932, tendo aí vivido até aos 19 anos. Estudou durante sete anos no Liceu Alexandre Herculano, no Porto, donde transitou para a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), ins-tituição que frequentou entre 1949 e 1955. Concluído o curso, Emílio Peres tornou-se Assistente de Clínica Médica na FMUP (1960-1976) e, simultaneamente, exerceu a especialidade de endocrinologia no Hospital de S. João. Em 1976 integrou o Grupo de Trabalho Instalador do Curso de Nutricionismo da Universidade do Porto, que foi o embrião da actual FCNAUP. Para além da prática clínica e da docência universitária na área da Endocrinologia, Emílio Peres foi um incansável divulgador das boas dietas alimentares, designadamente através das obras “Sopa, co-mida de pobre ou de fi lósofo?”, “Pão, in-substituível mitigador da fome” e “Devastar hortas e pomares”. Acresce que, enquanto cidadão activo e em-penhado, Emílio Peres marcaria a vida cultural e política do Porto.

CULTURA

A FIGURA EMINENTE 2008

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MONTRA

ARQUITECTURA EM LUGARES COMUNS IDEIAS E PROJECTOS PARA O VALE DO LIMA

ÁLVARO DOMINGUES, CIDÁLIA SILVA,ANDRÉ TAVARES & IVO OLIVEIRA (TEXTOS)DAFNE EDITORA

“Bom dia senhor arquitecto. Como sabe, o

‘difuso’ é um território amalgamado de for-

mas e de funções, para o qual se procuram,

com afl ição, soluções de projecto operati-

vas e qualifi cadas (…). O que fazer?” Para

que o “senhor arquitecto” cumprisse esta

“missão” foi criado o “Concurso de ideias

transições no Vale do Ave”, com a preocu-

pação de conjugar “as dimensões pública e

privada em simultâneo com as pressões fi -

nanceiras e ambientais a que estão sujeitos

os novos territórios do urbano”. Falamos

de “estradas estreitas, congestionadas

e sem espaço para peões, cruzadas por

auto-estradas que descarregam camiões de

grande porte; resquícios do ambiente rural

que são suporte para grandes edifícios in-

dustriais e que se misturam com pequenas

residências; habitações que servem para

prestar serviços especializados às multina-

cionais”. Que novos territórios são estes?

“Nem cidade, nem campo, nem urbano,

nem rural”, “perante imagens como estas

é difícil conservar a serenidade”, desabafa

Álvaro Domingues, docente da Faculdade

de Arquitectura da Universidade do Porto.

A análise foi instrumento recorrente para

as treze soluções “sensatas e exequíveis”

encontradas (e agora publicadas em livro)

para a transformação deste território, situ-

ado a Noroeste do país e composto por dez

concelhos. Balanço crítico dos resultados:

“Missão Impossível no meio do difuso” é o

título do epílogo.

PRÉMIOS NOBEL DE FISIOLOGIA OU MEDICINADESENHOS DE ABEL SALAZAR

FMUPFACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Os desenhos: uma das facetas de Abel

Salazar, ou o “intérprete relevante dessa

promiscuidade sublime que existe entre a

Medicina e a Arte”, como lhe chama Sera-

fi m Guimarães (Professor Emérito). Ao todo

são trinta os desenhos de Prémios Nobel de

Fisiologia ou Medicina. Foram encomenda-

dos a Abel Salazar pelo director do Instituto

Pasteur de Lisboa e a Faculdade de Medi-

cina da U.Porto publica-os, agora, em livro.

O médico e professor licenciou-se, com 20

valores, naquela que viria a designar-se por

FMUP. “Ensaio de Psicologia Filosófi ca” é o

nome da tese de doutoramento que defen-

deu em Julho de 1915. Começou a dar aulas

na Faculdade um ano antes de ter defendi-

do a tese e cinco anos depois é nomeado

director do Instituto de Histologia e Em-

briologia da FMUP. A multidisciplinaridade

aplicada à actividade científi ca é, de resto,

espelho da paixão transversal que tinha

pela vida toda. Começou pelo estudo da

anatomia do sistema nervoso central, mas

depressa o seu interesse se miscigenou

com outras áreas, como o glomérulo renal

(a unidade funcional dos rins), o ovário do

coelho ou até a hematologia (ciência que

tem por objecto de estudo o sangue). Para

além da pintura, do desenho e da gravura,

publicou vários artigos de fi losofi a sobre

história e crítica de arte e deu conferências

sobre temas sociais, políticos e economi-

cos. Fazer caricaturas de colegas e estudan-

tes era hábito seu.

ESTUDOS EM HOMENAGEM A MARGARIDA LOSA

ANA LUÍSA AMARAL E GUALTER CUNHA (ORGANIZAÇÃO)FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Por terem sido as áreas que Margarida Lie-

blich Losa mais trabalhou, foi à Literatura

Inglesa, à Literatura Norte-Americana e à

Literatura Comparada que os autores deste

livro foram buscar os ensaios e textos que

dão corpo à homenagem a esta investigado-

ra e docente que dedicou 23 anos de traba-

lho à Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP).

Nascida em Março de 1943, Margarida Losa

licenciou-se em Filologia Germânica na

Universidade de Lisboa, tendo conseguido

o Grau de Doutor em Literatura Comparada

pela Universidade de Nova Iorque, em 1988,

e, no mesmo ano, a equivalência ao Grau de

Doutor em Literatura Norte-Americana pela

Universidade do Porto. Em 1975 torna-se

docente de Introdução aos Estudos Literá-

rios, Sociologia da Literatura e Literatura

Comparada da FLUP, onde, em 1995, passa

a Professora Associada, já depois de ter

sido co-responsável pela criação do Curso

de Mestrado em Estudos Anglo-Americanos.

Até 1999, último ano de vida, foi desem-

penhando vários cargos em associações

profi ssionais e científi cas, entre eles o

de presidente da Direcção da Associação

Portuguesa de Estudos Anglo-Americanos,

de presidente da Direcção da Associação

Portuguesa de Literatura Comparada e de

presidente do Conselho Pedagógico da

FLUP. Apesar de formalmente criado em

1985, o Instituto de Literatura Comparada

só em 1997 veio a iniciar uma actividade de

investigação regular, graças ao empenho de

Margarida Losa. De resto, a inclusão do seu

nome na designação do instituto já preten-

deu funcionar como uma homenagem ao

trabalho da investigadora.

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EMPREENDER

“Um projecto de vida”. É assim que Carlota Quintão defi ne o que é para si a entidade a que preside, a A3S – Associa-ção para o Empreendedorismo Social e a Sustentabilidade

do Terceiro Sector. A antiga aluna de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto não teve dúvidas em re-nunciar ao emprego numa empresa de consultoria para abra-çar um projecto que, como o nome indica, visa servir o outro, sem contrapartidas pessoais óbvias. Parece à primeira vista um propósito ultrapassado ou até mesmo irrealista no competitivo mundo de hoje, mas o que é certo é que a abnegação de Carlota Quintão teve seguidores. Treze associados com currículos di-versos, mas onde avultam investigadores das Ciências Sociais com ligações à U.Porto, compõem actualmente a A3S, uma as-sociação constituída a 19 de Dezembro de 2006.Com um percurso pessoal ligado a projectos de luta contra a exclusão laboral e a discriminação de minorias, Carlota Quin-tão teve a ideia de criar a A3S no decurso da investigação para uma dissertação de mestrado, onde analisava, precisamente, o Terceiro Sector. “Fiquei apaixonada e tomei a decisão de aban-donar o emprego, para avançar na área do Terceiro Sector. Para mim não faz sentido estar a trabalhar no sector privado, onde toda a minha energia e criatividade vão contribuir, em última instância, para engrossar os bolsos dos accionistas. Sobretudo porque assistimos, cada vez mais, a uma selvajaria na gestão dos recursos humanos”, explica. Simultaneamente, Carlota Quintão verifi cou que as suas ideias e valores eram partilhados

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por pessoas com que se ia cruzando na vida pessoal e académi-ca. Entre estas, as sociólogas Ana Luísa Martinho e Cristina Pa-rente, com quem realizou um estudo sobre economia social. A assembleia fundadora da A3S teve lugar a 30 de Setembro de 2006, uma vez decidida a natureza jurídica que o projecto as-sumiria dentro das hipóteses organizativas do Terceiro Sector (associação, mutualidade, cooperativa, fundação, entre outras). A opção recaiu sobre o associativismo, considerado por Carlota Quintão a “forma mais leve e fl exível” de organização. Logo, a mais indicada para “integrar, de forma absolutamente demo-crática, todos aqueles que, partilhando princípios e valores co-muns, pretendiam colaborar com A3S”. A missão da A3S é, portanto, promover a sustentabilidade do Terceiro Sector e o empreendedorismo social. Estes dois con-ceitos provavelmente nada dizem à maioria dos portugueses, embora estejam relacionados com o que há de mais básico na vida em comunidade: a defesa da dignidade humana e a pre-servação dos recursos ao dispor da humanidade. Neste sentido, o Terceiro Sector abarca um conjunto vasto e heterogéneo de organizações que perseguem o bem comum. Isto signifi ca que procuram responder às necessidades (sociais, económicas, am-bientais, culturais, jurídicas, laborais….) da comunidade, com a particularidade de o fazerem segundo princípios de democra-ticidade, valorizando as pessoas, recusando a maximização do lucro e assumindo uma natureza voluntária. Já o empreendedorismo social é entendido como a iniciativa ou a vontade de criar valor social acrescentado, a partir de práti-cas inovadoras de intervenção na sociedade. Há, portanto, uma ruptura com as convencionais metodologias de apoio social, o que decorre da assunção dos princípios do Terceiro Sector e da adopção da lógica da efi ciência empresarial em projectos assistencialistas.

Nem sempre o empreendedorismo tem um fi m empresarial e a inovação é um factor de competitividade económica. Também na busca do bem comum o espírito empreen-dedor é bem-vindo, tal como o são novos métodos e técnicas de intervenção na so-ciedade. Assim pensou Carlota Quintão, a mentora da A3S, uma associação que visa promover a sustentabilidade do Terceiro Sector e o empreendedorismo social. São já treze os associados, muitos deles antigos alunos da Universidade do Porto.

EMPREENDEDORISMODE VOCAÇÃO SOCIAL

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Inovar no Terceiro SectorNeste contexto, a secretária de direcção da A3S, Ana Luísa Mar-tinho, destaca como grandes propósitos da associação: “estudar e investigar o Terceiro Sector”, pois este “é bastante desconhe-cido, difuso e heterogéneo”; “trabalhar a identidade do Terceiro Sector”, de modo a que “as organizações se conheçam melhor”; “prestar serviços de consultoria e apoio às organizações do Ter-ceiro Sector”, nomeadamente “ao nível da organização interna e da sustentabilidade económico-fi nanceira”; e “promover par-cerias e o trabalho em rede entre as organizações”, procurando assim “defi nir o que estas podem fazer em conjunto, no âmbi-to do Terceiro Sector”.Para concretizar estes propósitos, a A3S benefi cia das compe-tências pessoais dos seus associados, que vão desde o planea-mento estratégico ao marketing/comunicação, passando pela gestão de recursos humanos, a organização de eventos, a qua-lifi cação e apoio à certifi cação de adultos, a concepção, planea-mento e gestão de projectos, o desenvolvimento e qualifi cação organizacional, a implementação de sistemas de prestação de contas sociais, económicas e ambientais, entre outras activida-des. “Obviamente que não podemos intervir em todas as áreas do Terceiro Sector, nem é esse o nosso objectivo. Só aceitamos realizar trabalhos que estão ao alcance das nossas competên-cias”, garante Carlota Quintão.

Tendo como pano de fundo este conjunto de competências, a A3S “pretende integrar uma nova geração de organizações dentro do Terceiro Sector. Nova por causa do nosso objecto de intervenção e do tipo de organização de I&D, mas também porque nos assumimos como uma empresa social. Queremos intervir de forma inovadora, sustentada e com recurso a ins-trumentos de gestão empresarial”, esclarece Carlota Quintão. Nesta medida, esperam ser “auto-sustentáveis” e “estar no mercado a concorrer com outras organizações na prestação de serviços de consultoria, formação e investigação”. Contudo, “se criarmos excedente – e o objectivo é criar excedente, segundo princípios de justiça social e outros –, ele será reinvestido no bem colectivo”, garante. Carlota Quintão admite existir uma “matriz ideológica” sub-jacente ao projecto, lembrando que, “já no século XIX, o co-operativismo e o mutualismo eram formas de resistência à hegemonia do capitalismo”. Com base nesta premissa, acredi-ta que o Terceiro Sector “é a alternativa mais credível no mo-mento actual e aquela onde faz mais sentido trabalhar”. É que “o funcionamento do mercado e as políticas neoliberais estão a criar uma dualidade cada vez maior entre ricos e pobres”, acrescenta.

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ALMA MATER

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De um lado, a cabeça curvada em perscrutação, o olhar

absorto e esquadrinhador, as mãos intrusivas, imperti-

nentes, vasculhando a boca com instrumentos pontiagu-

dos: o escavador, a espátula, a sonda dentária, o espelho

bocal, a pinça… Do outro lado, a vulnerabilidade abso-

luta. O corpo recostado na cadeira, a cabeça pendendo

para trás em esvaimento, o olhar perdido e suplicante,

a boca rasgando os limites da sua amplitude. Há como

que uma submissão tácita do observado em relação ao

observador. Um ritual de entrega, de desprendimento, de

fé, perante quem domina a técnica.

Nesta coreografi a de gestos e esgares, de movimentos

e pausas, os estudantes da FMDUP aprendem um ofício

que lhes irá ocupar o fi o dos dias. Ataviados com batas

imaculadamente brancas e máscaras a sonegar as

expressões faciais, ganham desde logo a aura de credibi-

lidade que é exigida a quem trata das corrupções do cor-

po. Também neste caso, o hábito faz o monge. Mas, para

lá da indumentária, há todo um saber que é transmitido

e cientifi camente experimentado com o recurso a sofi sti-

cados equipamentos. Na FMDUP não faltam, sequer, uns

bonecos boquiabertos e eternamente espantados a fazer

lembrar, aos mais saudosistas, o vídeo “The Robots”, dos

Kraftwerk.

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VIDAS & VOLTAS

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“Estávamos nesta fase inicial dos trabalhos, quando chegou à Reitoria o arquitecto Fernando Lanhas: estava desespera-do porque a Casa Primo Madeira ia ser demolida e realiza-

do no local (…) uma urbanização, tipo Foco; a última esperança era a Reitoria, já tinha tentado tudo!”. Aristides Guedes Coelho, professor jubilado da Faculdade de Engenharia e então membro da equipa reitorial em início de funções, relata assim um mo-mento marcante da história da U.Porto que conduziria à criação do Círculo Universitário e do Pólo 3, no Campo Alegre.Manuel da Silva Pinto, professor da Faculdade de Medicina, fora indicado pela tutela como professor decano, para exercer as funções de Reitor e perante as razões de saúde invocadas por Correia de Araújo e Correia da Silva. A nomeação chegava via ofício, a 23 de Novembro de 1976: “Dada a exoneração do Vice-Reitor dessa universidade e atendendo às razões de saúde invocadas pelos Professores Correia de Araújo e Correia da Sil-va, passa a caber ao Professor Manuel da Silva Pinto, da Facul-dade de Medicina, o exercício das funções de Reitor”. “Simples e sumária, como está sendo a actuação do ministro Sottomayor Cardia, aqui está um exemplo de desburocratização da máqui-na do Estado”, publicava, com alguma ironia, O Comércio do

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O oftalmologista e professor da Faculdade de Medicina Manuel da Silva Pinto exerceu

as funções de reitor por um curto período de tempo, conturbado política e socialmente,

mas desenvolveu acções que marcaram a vida da Universidade do Porto. No ano em que se assinalam 25 anos sobre o falecimento des-

te académico que não consta da galeria de reitores, a U.Porto encomendou o respectivo retrato e está prestes a corrigir este “peque-no lapso” da história da Universidade, como

classifi cou Machado da Silva, membro da então equipa de Silva Pinto.

REITOR PARA UM PERÍODO

CONTURBADO

MANUELDA SILVA

PINTO(1913-1983)

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Homem íntegro e frontal O período da gestão de Silva Pinto foi politicamente muito conturba-do. O próprio professor foi nome-ado para as funções de reitor num clima de contestação estudantil ao então decreto de gestão das univer-sidades e ao ministro da Educação e Investigação Científi ca, Sotto-mayor Cardia, que acabou por levar ao encerramento da Faculdade de Economia. A pacifi cação terá sido um dos grandes méritos do trabalho realizado por Silva Pinto, concorda Machado da Silva, que, com a sua personalidade austera e uma ética acima de sus-peita, soube ser coerente num contexto de instabilidade. Uma das medidas, por exemplo, foi a atribuição de um espaço para a Associação dos Antigos Orfeonistas, quando ainda se confron-tavam as tradições académicas e o clima estudantil gerado na Revolução de Abril. “Não podemos perder a oportunidade de aproximar os antigos orfeonistas dos novos”, justifi cou o então reitor. “Foi o primeiro passo para a pacifi cação da Academia”, considera Aristides Guedes Coelho. Mais tarde, Silva Pinto terá recusado o convite para assumir, em pleno, o cargo de reitor, depois de falar com os restantes membros da equipa, apesar das vantagens económicas que lhe traria.Manuel da Silva Pinto, nascido em S. Roque, Oliveira de Aze-méis, em 4 de Setembro de 1913, foi caracterizado pelo O Co-mércio do Porto, em 24 de Novembro de 1976, como uma “pes-soa modesta”, usando a expressão “aqui está o aldeão” para se designar a si próprio. Mas também um homem que estava habituado a “chamar as coisas pelos seus nomes”. Profi ssional-mente, foi XIII membro da Academia Ophthalmolgica Inter-nacionalis, com sede nos EUA, que tinha apenas 50 sócios de entre os mais destacados da oftalmologia mundial, e inspirou o Prémio Professor Silva Pinto, atribuído pela FMUP. Foi chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital de S. João e, segundo o Jornal de Notícias de 25 de Novembro de 1976, terá impulsiona-do, em Portugal, a instituição de um banco de olhos. Rigoroso e muito respeitado na sua área, dele se dizia ser “Silva” para os seus estudantes e “Pinto” para os mestres.Com a colocação do retrato na galeria de reitores, já encomenda-do pela actual equipa reitoral, Machado da Silva considera que se corrige um “pequeno lapso” da história da Universidade e faz-se jus ao homem, ao académico e ao trabalho que deixou.

Porto a 24 de Novembro desse ano. Ao Diário de Notícias (de 25 de Novembro de 1976), o recém-nomeado reagia já a alguma contestação estudantil pela forma não electiva como fora esco-lhido: “Estou a exercer as funções interinamente, pois só assim aceitei o cargo, já que defendo e sempre defendi a ideia de que as vagas da reitoria na universidade deverão ser preenchidas através de uma eleição efectuada por todo o corpo docente”. “Cumpri um dever – e mais nada”, comentava ao Diário Popu-lar na mesma data.A equipa, para a qual foram escolhidos Aristides Guedes Co-elho e Machado da Silva, professor da Faculdade de Ciências, esteve em funções pouco tempo, entre Novembro de 1976 e Maio de 1978, data da tomada de posse do novo reitor Campos e Matos, e após demissão de Silva Pinto. Ruy Luís Gomes, o primeiro reitor do pós-25 de Abril, jubilara-se em 1975, fi cando o vice-reitor José Morgado a exercer o cargo de reitor interina-mente. Mas, segundo a imprensa da época, não concordaria com a política do ministro Sottomayor Cardia e foi pedindo à tutela para escolher um novo reitor. Meses depois, a tutela avançou para a nomeação de Silva Pinto.

Rampa de lançamento do Pólo 3Após o alerta lançado por Fernando Lanhas acerca da casa Pri-mo Madeira, Aristides Guedes Coelho relata: “O Prof. Silva Pin-to pediu-me que o [edifício] fosse ver; (…) fi cámos encantados e imaginámos: a Casa, remodelada, para a Reitoria, e a constru-ção dum edifício, nos Jardins, para os Serviços”. O edifício esta-va quase a ser vendido e era preciso actuar rapidamente. Após um telefonema para o secretário de Estado das Obras Públicas, foi dada autonomia para negociar até 20.000 contos. À saída de uma reunião com o proprietário, houve um encon-tro inesperado, mas crucial, conta ainda Aristides Guedes Coe-lho, com o presidente da Câmara: “Estranhou ver-me ali. Expli-quei-lhe o ‘negócio’ (…), sugeriu-me reunirmo-nos na Câmara para observar as plantas topográfi cas da zona do Campo Ale-gre, onde a CMP dispunha de vários terrenos que tinham sido expropriados para a construção dos acessos à Ponte da Arrábi-da”. Na reunião que se seguiu, conta ainda, “os responsáveis da CMP manifestaram a ‘intenção’ de pôr esses terrenos à dis-posição da U.Porto. (…) Era uma grande área disponível, o que nos levou a classifi car a zona do Campo Alegre como o Pólo 3, em complemento dos já consagrados Pólo 1 (Centro) e Pólo 2 (Asprela). (…) Pouco tempo depois foi entregue uma proposta na Câmara, tendo o princípio da cativação dos terrenos sido aceite favoravelmente. Contudo, a posse efectiva aconteceu só mais tarde, durante o mandato do reitor Alberto Amaral”. Outro episódio marcante, de maior visibilidade na vida da U.Porto, durante o mandato de Silva Pinto, aconteceu em De-zembro de 1976, com a inauguração ofi cial do Instituto de Ci-ências Biomédicas Abel Salazar.

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Silva Pinto e

a equipa de

Oftalmologia do

“S. João”, em 1963

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VINTAGE

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Intrépidos aventureiros por detrás de sólidos tripés, a olhar através

de um óculo comandado por um conjunto de peque-nos parafusos, vão passan-do nas imagens da evolução da topografi a. A exposição agora patente na Biblioteca da Faculdade de Engenha-ria, até 5 de Outubro, traça um panorama cronológico desta actividade de medi-ção matemática da cota e localização de um ponto do terreno. Alguns dos lo-cais são os mais recônditos que se pode imaginar: alta montanha, fl oresta tropi-cal e até o Grand Canyon, parecendo que o topógrafo enfrenta sozinho o gigantismo e a beleza da paisagem, não fosse saber-se que existem, pelo me-nos, mais dois – alguém que, do outro lado, segura no ponto de referência, a mira, visualizada através do aparelho, chamado teodolito, e, claro, quem tira a fotografi a. As imagens dão vontade de ser topógrafo. Mas, embora a gran-diosidade da paisagem seja uma excepção e não a regra, para além do necessário trabalho de gabinete, a profi ssão exigia sempre um certo grau de aventureirismo, simpatia e capacida-de para ultrapassar as difi culdades. Filho e sobrinho de topógrafos, António Vasconcelos foi habi-tuado desde cedo a conviver com tripés, níveis – que medem apenas cotas –, teodolitos – que medem também a localização

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A medição da localização de um ponto no terreno pode ser, à sua escala, uma aventura. A exposi-ção “Descrição do Lugar” (etimologia da palavra “topografi a”) traça um panorama cronológico da actividade e dos seus aparelhos desde o tem-po da Academia Real da Marinha e Comércio, nos alvores do século XIX.

no plano – e miras. Esta experiência, muitas vezes a acompa-nhar quer o pai, quer o tio, acabou por ser muito importante na actividade profi ssional deste engenheiro civil, responsável pelas instalações da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e docente convidado do curso de Engenharia Civil. Fora das cidades, conta, muitas eram as ocasiões que exi-giam facilidade de comunicação e algum poder de persuasão para convencer os proprietários a entrar nas suas terras e fazer medições. E coragem para, por vezes, enfrentar cães mais en-furecidos que os donos. Mas também empatia para conseguir refeições, embora pagas, de particulares em zonas onde nem as velhas tabernas existiam.De um tempo em que muito se jogava na paciência, resistência e equilíbrio de alguém, com pouco que fazer, que se dispunha a segurar a mira para onde se apontava o aparelho, chegou-se à era dos aparelhos comandados à distância e que adivinham o movimento do alvo que serve de referência. Acompanhando a evolução da ciência e tecnologia, os aparelhos de leitura do ter-reno deram um enorme salto durante o século XX, culminado na que já foi considerada a quarta geração, o GPS, embora estes não substituam totalmente os anteriores aparelhos de leitura de terreno.

Da observação directa à “estação total”Numa visão ampla da evolução cronológica da topografi a, a primeira geração corresponderia a aparelhos de observação directa para avaliar ângulos, distâncias e desníveis de pontos no terreno e com recurso a tecnologia rudimentar. A segunda geração teria existido até aos anos 50 do século XX, impulsio-nada sobretudo pelos avanços na óptica e a partir do trabalho de Georg Friedrich Reichenbach (século XIX) e Henrich Wild (início do século XX). A terceira geração de aparelhos já conse-gue fazer a medição de algumas grandezas de forma automáti-ca e o registo da informação em formato digital, possibilitado pelos desenvolvimentos da electrónica. A evolução e populari-zação dos computadores permitiram alterações nos métodos de processamento, tratamento e registo dos dados até às cartas topográfi cas digitais. Os mais recentes teodolitos estão incor-porados em máquinas designadas “estações totais”, que já fa-zem cálculos automáticos e podem trabalhar em conjugação com os computadores.

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Com o GPS (iniciais de Sistema de Posicionamento Global, em inglês), a localização no espaço popularizou-se, fornecendo também a cota (a posição segundo o terceiro eixo, vertical, em relação ao nível do mar), mas nem por isso os topógrafos e as suas maquinetas de grande precisão deixaram de ser necessá-rios. Os aparelhos de GPS mais comuns e acessíveis trazem consigo algumas imprecisões, mais acentuadas quanto à cota do ponto considerado, intoleráveis em cálculos rigorosos para a realização ou monitorização de obras de construção civil, por exemplo. Em contrapartida certos níveis podem garantir rigor nas cotas até aos centésimos de milímetro e as estações totais (ou os teodolitos) até aos milímetros.

Até aos anos 60, os alu-nos de Engenharia Civil aprendiam a elaborar plantas topográfi cas atra-vés de levantamentos “à prancheta”, ou seja, um sistema de pontaria que era colocado em cima de uma prancha com papel, onde se registavam direc-tamente os pontos que se observavam no espaço próximo. Tinha-se uma noção mais concreta da determinação e repre-sentação dos pontos, re-

conhece António Vasconcelos. Mas, nos dias de hoje, há que aprender a trabalhar com os aparelhos disponíveis que permi-tem essa outra grande vantagem de cálculos mais rápidos e adequados aos prazos estabelecidos. A aprendizagem da topo-grafi a, agora semestral, faz-se no 1.0 ano do Mestrado Integra-do em Engenharia Civil, na FEUP. Na formação de primeiro ciclo de Engenharia de Minas e Geoambiente, ainda na FEUP, a área surge associada a Cartografi a e Sistemas de Informação Geográfi ca. Na Engenharia Geográfi ca, Faculdade de Ciências, a área é leccionada no curso de primeiro ciclo e no de segundo, sendo neste último caso Topografi a Aplicada, com a associação à Geodesia (cálculos de localização de pontos na Terra a escalas mais alargadas).

A primeira (em baixo)

e a segunda gerações

de teodolitos.

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AAssociação dos Antigos Alunos da Faculdade de Eco-nomia da Universidade do Porto (AAAFEP) lançou, em Abril último, o Prémio Economista Revelação Manuel

Baganha, cujo objectivo principal é “reconhecer e incentivar a excelência dos(as) graduados(as)” pela Faculdade. Trata-se, portanto, de um prémio ao qual podem concorrer os licencia-dos pela FEP, desde que, no ano civil a que o galardão respeita, tenham idade igual ou inferior a 35 anos.Com um valor pecuniário de 2.500 euros, o prémio será, nes-ta primeira edição, oferecido pelo ISFEP (Instituto de Inves-tigação e Serviços da FEP) e patrocinado pela Caixa Geral de Depósitos. Resta dizer que o prémio vai ser entregue em cerimónia públi-ca a realizar no dia 3 de Outubro de 2008, após apreciação das candidaturas e tomada da decisão fi nal por um júri composto pelo presidente da Direcção da AAAFEP, Joaquim Branco, pelo director da FEP, José Costa, e por três antigos alunos da Facul-dade: Miguel Cadilhe, Daniel Bessa e Oliveira Marques.

Realizou-se, no dia 21 de Junho, o 2º Encontro dos Jo-vens do Século Passado, Presentes no Novo Milénio. A iniciativa reuniu novamente antigos alunos da Uni-

versidade do Porto, mais concretamente os caloiros de 1956 a 1960. O encontro arrancou com a recepção dos alumni no Salão No-bre da Reitoria da Universidade do Porto, seguida, ainda du-rante a manhã, de uma eucaristia pelos professores e colegas já falecidos e em acção de graças por todos os participantes na iniciativa. Depois de reconfortado o espírito com a missa celebrada na Igreja dos Carmelitas, os antigos caloiros trataram de apazi-guar os imperativos do corpo com um almoço na cantina de Miragaia (CICAP). O repasto estendeu-se pela tarde fora, de forma a permitir, segundo os organizadores da iniciativa, “a refl exão e partilha sobre a aplicação e nível de importância dos conhecimentos adquiridos no período universitário para a [presente] actividade profi ssional”.

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U.PORTO EM NÚMEROS

Campus Universitários

Faculdades

Business School

Docentes (1860 ETI - 1312 doutores)

Docentes com doutoramento

Funcionários

Estudantes

Estudantes de 1º Ciclo e Mestrado Integrado

Estudantes de 2º Ciclo /Mestrado

Estudantes de 3º Ciclo /Doutoramento

Investigadores Post-Doc

Estudantes estrangeiros (7% do total)

em programas de mobilidade

em cursos de 1º Ciclo e Mestrado Integrado

em cursos de 2º Ciclo (mestrado)

em cursos de 3º Ciclo (doutoramento)

investigadores Post-Doc

Nacionalidades diferentes

Universidades estrangeiras com protocolo de cooperação

Programas de Formação em 2008/09

Cursos do 1º Ciclo / Licenciatura

Cursos de Mestrado Integrado

Cursos de 2º Ciclo / Mestrado

Cursos de 3º Ciclo / Doutoramento

Cursos de Formação Contínua

Vagas disponíveis em 2007/08 (15,1% das vagas nacionais)

Vagas preenchidas na 1ª fase do concurso nacional 2007/08 (99,5% das vagas preenchidas)

Mais alta média ponderada do último colocado das universidades públicas

Unidades de investigação

Unidades com classifi cação “Excelente” e “Muito Bom”

Unidades integradas em Laboratórios Associados ao Estado

Artigos científi cos indexados na ISI Web of Science em 2007 (22,4% da produção nacional)

Patentes em nome próprio

Spin-offs (empresas desenvolvidas na Universidade)

Bibliotecas

Títulos de Monografi as

Revistas científi cas disponíveis on-line

Downloads de artigos científi cos

Residências Universitárias

Camas

Unidades de alimentação (cantinas, bares, etc)

Lotação das cantinas

Refeições servidas por dia

Estudantes bolseiros

314

1

2 2651 522

1 693

28 90122 477

4 3752 049

742

1 9139214652931775761

599

6413518

13949

400

3 9683 947149,3

693113

1 7212832

30634 449

30 607709 465

81 214

192 270

13 600

4 733

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Num mundo em constante evolução, a actualização

contínua de conhecimentos é a chave para o sucesso

no mercado de trabalho.

A Universidade do Porto organiza todos os anos perto

de 300 cursos de formação contínua pensados para

dar resposta aos desafios dos profissionais de hoje.

São cursos de curta e média duração, para refrescar

conceitos ou iniciar-se numa nova actividade, a

decorrer quase sempre em horário pós-laboral. Em

comum têm o reconhecimento pelo mercado de

trabalho que só a formação de excelência da maior

universidade do país consegue assegurar.

Descubra o seu curso em

http://formacaocontinua.up.pt

Universidadedo Porto

ArquitecturaBelas Artes

CiênciasCiências da Nutrição

e AlimentaçãoDesporto

DireitoEconomia

EngenhariaFarmácia

LetrasMedicina

Medicina DentáriaPsicologia e Ciências

da EducaçãoCiências Biomédicas

Business School

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