alimentos e alimentacao animal

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alimentação animal

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  • 2013

    ALIMENTOS E ALIMENTAO ANIMAL

    Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de GoesLuiz Henrique Xavier da Silva

    Kennyson Alves de Souza

  • Universidade Federal da Grande DouradosEditora UFGD

    Coordenador editorial : Edvaldo Cesar MorettiTcnico de apoio: Givaldo Ramos da Silva Filho

    Redatora: Raquel Correia de OliveiraProgramadora visual: Marise Massen Frainer

    e-mail: [email protected]

    Conselho Editorial Edvaldo Cesar Moretti | Presidente

    Wedson Desidrio Fernandes | Vice-ReitorPaulo Roberto Cim Queiroz

    Guilherme Augusto BiscaroRita de Cssia Aparecida Pacheco Limberti

    Rozanna Marques MuzziFbio Edir dos Santos Costa

    Capa: Marise FrainerDiagramao: Triunfal Grfica e Editora (Alcindo D. Boffi)

    Impresso e Acabamento: Triunfal Grfica e Editora

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Central - UFGD

  • Prefcio

    Este caderno se baseia nas aulas ministradas na disciplina de Ali-mentos e Alimentao, aplicada ao curso de Zootecnia da Universidade Federal da Grande Dourados. No texto so abordados os diferentes tipos de ingredientes utilizados na formulao de raes para animais, incluin-do suas caractersticas nutricionais, pontos crticos, alguns processos de obteno e de controle de qualidade.

    No so apresentados e discutidos aqui todos os aspectos e alimen-tos utilizados na nutrio animal, mas todos aqueles considerados mais importantes, os quais contribuem para formao de tcnicos crticos e para o aperfeioamento de profissionais que j militam na rea.

    Alm disso, trata-se de um material recomendado como fonte adi-cional de consulta para estudantes dos cursos de Zootecnia, Agronomia, Engenharia Agrcola e Medicina Veterinria e demais profissionais da rea; bem como professores, pesquisadores, extensionistas, produtores rurais e demais pessoas interessadas em conhecer as principais particula-ridades de cada alimento apresentado, determinando, desta forma, como e quando utiliz-lo para uma determinada espcie animal.

    Esperamos que este livreto seja o ponto de partida para novos tra-balhos, que possam enriquecer e completar futuras edies.

    Os autores.

  • Sumrio

    1. LINGUAGEM DA NUTRIO ANIMAL GLOSSRIO DE TERMOS ............... 9

    2. INTRODUO ................................................................................. 11

    2.1. Classificao dos alimentos ...................................................... 11

    3. PRINCIPAIS ALIMENTOS UTILIZADOS NA ALIMENTAO ANIMAL ............. 13

    3.1. Aveia (Avena sp.) .................................................................... 14

    3.2. Milho (Zea Mays L.) ................................................................. 16

    3.2.1. Subprodutos do milho .................................................... 18

    3.2.1.1. Palhada de milho .............................................. 19

    3.2.1.2. Rolo de milho .................................................. 20

    3.2.1.3. Milho desintegrado palha e sabugo MDPS ......... 21

    3.2.1.4. Farelo de grmen de milho ................................ 21

    3.2.1.5. Glten de milho ................................................ 22

    3.2.1.6. Farelo de glten de milho .................................. 22

    3.2.1.7. Processamento do gro de milho ......................... 23

    3.3. Sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) ........................................... 24

    Formas de utilizao do sorgo ................................................... 26

    Comparao entre gros de milho e sorgo .................................. 26

    3.4. Mandioca (Manihot esculenta Crantz) ....................................... 27

    3.5. Arroz (Oryza sativa L.) ............................................................. 30

    Comparao entre os gros de arroz e de milho ........................... 31

    3.5.1. Farelo de arroz ............................................................. 32

    3.6. Trigo (Triticum sp) .................................................................. 34

    Comparao entre os gros de trigo e de milho .......................... 35

    3.6.1. Triguilho ....................................................................... 37

    3.6.2. Farelo de trigo .............................................................. 37

    3.7. Milheto (Pennisetum americanum L. Leeke) .......................... 40

  • 83.8. Casca de soja ......................................................................... 42

    3.9. Polpa ctrica ........................................................................... 44

    3.10. Melao ................................................................................. 46

    3.11. Cevada (Hordeum vulgare) ..................................................... 48

    3.12. Farinha de carne e ossos ........................................................ 49

    3.13. Farinha de sangue ................................................................. 52

    3.14. Farinha de peixe ................................................................... 54

    3.15. Soja (Glycine Max L) .............................................................. 55

    3.15.1. Farelo de soja ............................................................. 58

    3.16. Amendoim (Arachis hypogaea L.) ............................................ 58

    3.16.1. Farelo de amendoim ................................................... 59

    3.17. Produtos de destilaria (LEVEDURAS Sacharomyces cerevisiae) .. 60

    3.18. Ureia ................................................................................... 60

    3.19. Algodo (Gossypium hirsutum L.) ............................................ 62

    3.19.1. Caroo de algodo ...................................................... 63

    3.19.2.Farelo de algodo ........................................................ 65

    4. OUTRAS OLEAGINOSAS UTILIZADAS NA NUTRIO ANIMAL ................... 67

    4.1. Canola / Colza (Brassica sp.) .................................................... 68

    Princpios txicos ............................................................................... 68

    4.1.1. Farelo de canola ........................................................... 69

    4.2. Girassol (Helianthus annuus L.) ................................................ 70

    4.2.1. Farelo / torta de girassol ............................................... 71

    4.3. Crambe (Crambe abyssinica Hochst) ......................................... 72

    4.3.1. Co-produtos do crambe ................................................. 73

    4.4. Babau (Orbynia martiana) ...................................................... 74

    4.5. Coco (Cocos nucifera) ............................................................. 75

    4.6. Linhaa (Linum usitatissimum) ................................................. 76

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................... 77

  • 1. LINGUAGEM DA NUTRIO ANIMAL GLOSSRIO DE TERMOS

    Alimento Produto ou subproduto, natural ou artificial, que possa fazer parte de uma dieta devido a alguma propriedade nutritiva.

    Rao Quantidade total de alimento fornecido e consumido por um animal em 24 horas.

    Dieta Ingredientes ou mistura de ingredientes, incluindo gua.

    Rao balanceada Mistura de alimento equilibrado para for-necer os nutrientes exigidos pelos animais.

    Nutriente Utilizao adequada dos principais nutritivos para satisfazer as necessidades dos animais.

    Alimentao Ingesto ou administrao de alimento. Ingrediente Componente de qualquer combinao ou mistu-

    ra que constitui uma dieta. NDT Nutrientes Digestveis Totais. Alimento concentrado Alimento com teor de fibras menor

    que 18% e rico em energia e/ou protena. Alimento volumoso Alimento com baixa concentrao em

    nutrientes, e com teor de fibra maior que 18%. Aditivo Substncias no nutritivas adicionadas aos alimentos

    para melhorar suas propriedades ou seu aproveitamento. Converso alimentar Quantidade de alimento necessria

    para se obter uma unidade de produto animal. Eficincia alimentar Quantidade de produto animal obtida

    por unidade de alimento.

  • 10

    Frmula seleo quantitativa dos componentes de uma rao ou de um suplemento.

    Deficincia nutritiva Inexistncia ou insuficincia de um nu-triente essencial.

    Carncia Quadro sintomtico apresentado pelo animal como consequncia de uma deficincia nutritiva.

    Digestibilidade Parte do alimento ingerido que foi absorvi-do, expressa em %.

    Ensilagem Processo de conservao em que os alimentos so submetidos fermentao anaerbica.

    Farelo Subproduto da industrializao de gros, cocos e ou-tros alimentos, de onde se retira a farinha ou leo por processos solvente.

    Torta Subproduto da industrializao de gros, cocos e outros alimentos, de onde se retira o leo por extrao mecnica.

    Farinha Produto de processamento industrial, usualmente destinado ao consumo humano. Refere-se tambm a subprodu-tos da indstria de produtos animais.

    Feno Parte area de plantas forrageiras desidratadas. Fenao Processo de desidratao de forrageiras.

  • 2. INTRODUO

    Um dos principais gastos na produo animal com a alimentao, podendo chegar, em alguns casos, em at 70% a 80% do custo total (ex:

    confinamento); sendo o concentrado o que mais onera o custo de produ-o. Os alimentos volumosos de clima tropical alteram sua composio e valor nutritivo com o avanar do estado fisiolgico e a maturidade da planta. Por isso, deve-se conhecer as caractersticas qualitativas dos ali-mentos para balancear uma rao com todos os nutrientes e com custo mnimo.

    2.1. Classificao dos alimentos

    Os alimentos so classificados de acordo com a Associao Ameri-cana Oficial de Controle de Alimentos (AAFCO) e o Conselho Nacional

    de Pesquisas dos EUA (NRC) e adaptada por F.B. MORRISON:

    Alimentos volumosos so aqueles alimentos de baixo teor energtico, com altos teores em fibra ou em gua. Possuem me-nos de 60% de NDT e/ou mais de 18% de fibra bruta (FB) e

    podem ser divididos em secos e midos. o So os de mais baixo custo na propriedade. Os mais usa-

    dos para os bovinos de corte so as pastagens naturais ou artificiais (braquirias e panicuns em sua maioria), ca-pineiras (capim elefante), silagens (capim, milho, sorgo),

    cana-de-acar, bagao de cana hidrolisado. Entre os me-nos usados esto: milheto, fenos de gramneas, silagem de girassol, palhadas de culturas, etc.

  • 12

    Alimentos concentrados so aqueles com alto teor de ener-gia, mais de 60% de NDT, menos de 18% de FB, sendo dividi-dos em:

    o Energticos: alimentos concentrados com menos de 20% de protena bruta (PB), 25% de FDN (Fibra em De-tergente Neutro) e em torno de 18% de fibra bruta (FB).

    o Proteicos: alimentos concentrados com mais de 20% de PB, 50% de FDN e 60% de NDT.

    Alimentos de origem vegetal e animal (Alimen-tos de origem animal; atualmente, proibido pelo Ministrio da Agricultura o uso para animais rumi-nantes).

    Minerais compostos de minerais usados na alimentao ani-mal: fosfato biclcico, calcrio, sal comum, sulfato de cobre, sul-fato de zinco, xido de magnsio, etc.

    Vitaminas compostas das vitaminas lipossolveis e hidrosso-lveis;

    Aditivos compostos de substncias como antibiticos, hor-mnios, probiticos, antioxidantes, corantes, etc.

    Outros alimentos aqueles que no se classificam nos itens anteriores (TEIXEIRA, 1998; MELLO, 1999).

  • 3. PRINCIPAIS ALIMENTOS UTILIZADOS NA ALIMENTAO ANIMAL

    Podem ser considerados alimentos concentrados energticos: Gros de cereais.

    o Milho, sorgo, arroz, trigo, aveia, cevada, entre outros. Co-produtos dos gros (subprodutos). Razes e tubrculos.

    o Mandioca e batata. Subprodutos da indstria.

    o Polpa ctrica e melao. Gorduras e leos. Casca de soja e casca de caf.Podem ser considerados alimentos proteicos:Origem vegetal (leguminosas):

    Algodo, soja, amendoim, coco, girassol, etc.Origem animal:

    Farinha de carne, sangue, penas, vsceras, etc.Os principais concentrados energticos utilizados na alimentao

    animal so: Aveia, casca de soja, farelo de arroz, farelo de trigo, polpa ctrica,

    sorgo, milho e seus subprodutos, mandioca e seus subprodutos, melao e milheto.

    Os principais concentrados proteicos utilizados na alimentao animal so:

    Farelo de soja, farelo de algodo, farelo de canola, farelo de gi-rassol, farelo de amendoim, gro de soja, caroo de algodo, farinha de peixe, farinha de carne e ossos, leveduras, etc.

  • 14

    3.1. Aveia (Avena sp.)

    Trata-se de uma planta da famlia das gramneas, muito rstica, exigente em gua, com excelente capacidade de perfilhamento e produ-o de massa verde. Em geral, a variedade preta (Avena strigosa Schreb) produz mais forragem que as aveias branca (Avena sativa L) e amarela (Avena byzantina C. Koch).

    um cereal cultivado para produo de gros, sendo utilizado para alimentao animal e tambm humana. Caracteriza-se ainda como uma excelente planta forrageira de inverno. A aveia no um bom ali-mento para a engorda, por isso usada, geralmente, com limitao para esse tipo de rao. Destaca-se por sua qualidade nutricional para cavalo, pois detm valor mais elevado em relao aos outros cereais.

    Para aves, a utilizao limitada devido ao seu teor de fibra. Por isso, no aconselhvel usar mais do que 15% nas raes. A fibra solvel,

    presente na aveia, responsvel por parte das vantagens, retardando o esvaziamento gstrico, o que resulta em maior saciedade, e, ao entrar em contato com a gua, forma gis que tornam o bolo fecal maior e mais viscoso. Dessa maneira, ocorre uma menor absoro de substncias pre-sentes, como glicose e colesterol, em decorrncia de uma menor ao de enzimas digestivas.

    A aveia constitui o alimento bsico dos cavalos de corrida, por formar uma massa fofa no estmago dos equinos, facilmente adaptvel e digestvel.

    Destaca-se entre os outros cereais por seu teor e qualidade proteica, que varia de 12,40 a 24,50% no gro descascado, como tambm por sua

    maior porcentagem de lipdios, que varia de 3,10 a 10,90%, distribudos

    por todo o gro e com predominncia de cidos graxos insaturados. A aveia rica em lipdios, que so fonte maior de energia que os carboidratos.

    Em relao ao teor proteico, a aveia tambm superior aos demais cereais, sendo 18% o maior valor encontrado. As protenas de aveia so de alta qualidade, apresentando composio aminoacdica, de acordo com

  • 15

    os padres exigidos pela FAO/OMS. Mas assim como nos demais cereais, o principal aminocido limitante a lisina, seguido da treonina. Entre os carboidratos, o amido o constituinte em maior abundncia na aveia, com teores mdios entre 43,7 e 61%.

    uma das poucas culturas que podem ser usadas em rotao sem restries por parte das culturas anterior e posterior. Seus benefcios para o solo e para a sanidade da cultura seguinte so conhecidos por todos os agricultores. A aveia e sua palhada promovem a reduo da populao de plantas espontneas em razo de seu efeito supressor/aleloptico, princi-palmente sobre as de folhas estreitas. Assim, reduz-se os custos com ca-pinas ou herbicidas nas culturas seguintes. Essa prtica particularmente benfica antes das culturas de vero. No feijo, o benefcio pode chegar a 69% e na soja a 38%.

    Como foi observado acima, este alimento possui diferentes formas de ser fornecido, e cada uma possui suas peculiaridades. Dentre as formas de fornecimento ao animal, ressaltam-se aveia em flocos, aveia em gros, aveia forrageira e aveia conservada na forma de feno.

    Composio qumica bromatolgica da aveia:

    MS (%) NDT (%) PB (%) EE (%) FDN (%)14 65 20 4,5 63

    Valadares Filho et.al., 2006.

    Componentes (%)Protena bruta 15,070,43Lipdeos totais 7,040,22Cinzas 1,950,22Umidade 11,890,07Fibra alimentar total 13,320,16Fibra alimentar solvel 5,590,02Fibra alimentar insolvel 7,730,14Carboidratos 50,730,42Amido 41,000,00

  • 16

    3.2. Milho (Zea Mays L.)

    O milho um conhecido cereal cultivado em grande parte do mun-do. extensivamente utilizado como alimento humano ou rao animal, devido s suas qualidades nutricionais.

    Segundo Teixeira (1998), o milho, dentre os gros de cereais, o

    mais largamente empregado, por ser rico em energia e pobre em protena, principalmente lisina. rico em pr-vitamina A (betacaroteno) e pigmen-tantes (xantofila). Apresenta baixos teores de triptofano, clcio, ribofla-vina, niacina e vitamina D (LANA, 2000). considerado um alimento

    concentrado energtico padro.O milho (gro) contm grande quantidade de pr-vitamina A (beta-

    -caroteno) e pigmentantes (xantofila), apresentando, por sua vez, baixo

    teor de protena bruta (9% de protena bruta na matria seca), como tam-bm de triptofano, lisina, clcio, riboflavina, niacina e vitamina D. O milho em gro pode ser fornecido para bovinos em at 70% da rao, aumentan-do a textura da moagem com o aumento do teor na rao. Para sunos e aves, a quantidade pode chegar a at 80% da rao (moagem mais fina). J

    para cavalos e ovinos, pode-se utilizar o gro inteiro. O milho composto por 61% de amido, 19% de glten, 4% de grmen, e 16% de gua.

    As principais formas de amido encontradas no milho so a amilose (27%) e a amilopectina (73%), encontradas num arranjo facilmente digervel

    para os animais. Em relao protena, a principal a zena, encontrada numa concentrao de 50% do total existente no gro. Esta protena pobre

    em aminocidos essenciais, principalmente o triptofano e a lisina. Em dietas com alta proporo de milho, estes aminocidos devem ser adicionados.

    Os leos ou lipdeos encontrados no milho so classificados como cidos graxos, sobretudo o palmtico, o esterico, o oleico, o linoleico e o linolnico.

    A composio qumica do gro de milho pode variar de acordo com o solo em que foi cultivado, a variedade da semente e o clima de regio. Na tabela abaixo, encontram-se os valores mdios de vrios nu-trientes que compem o milho. Porm, devido aos fatores de variao que a cultura pode sofrer, sempre recomendvel a realizao de anlise detalhada do lote de milho utilizado na formulao de dietas balanceadas.

  • 17

    Para a alimentao animal, devemos considerar os seguintes fatores:

    Produto como colhido no campo (cores: branca, vermelha e

    amarela);

    Quirera: gro de milho quebrado grosseiramente;

    Fub o gro de milho modo adequadamente.

    Quirera: no recomendada, ou, em casos de dieta pobre em

    forragem, gros presentes nas fezes. Fub, mais digestvel.

    Caractersticas Fornece grande quantidade de energia/unidade; contm baixo

    contedo de fibra; rico em amido (3/4) no endosperma, ami-lose (23%) e amilopectina (73%); 3.400 cal de energia metaboli-zvel e NDT equivalente a 80%.

    Protena Baixo valor biolgico.

    Baixo teor proteico, < 10% embrio, 27%, e endosperma, 73%.

    Tipos de protena:

    Zena presente no endosperma.

    abundante (50%), insolvel e pobre em lisina e tripto-fano.

    Glutena presente no endosperma e no grmen.

    rica em aminocidos, especialmente lisina.

    Lipdeos Rico em gordura (3 a 6%).

    Rico em AGI.

    cidos graxos:

  • 18

    palmtico (12%), esterico (2%), oleico (27%), linoleico (55%), e

    linolnico (0,8%).

    Minerais e vitaminas teores mdios de P (0,25%).

    baixos de Ca (0,02%).

    baixos nveis de D, Niacina, B12 e cido Pantotnico.

    rico em caroteno, tiamina e pr-vitamina A.

    - Subprodutos com caractersticas diferentes do original.- Carotenos e Xantofilas conferem cor amarela aos gros.

    3.2.1. Subprodutos do milho

    Palhada de milho, rolo de milho, MDPS, farelo de grmen de milho, glten de milho e farelo de glten de milho.

    Composio qumica bromatolgica do milho (%MS):

    Matria Seca 87,68 %Protena bruta 8,49 - 9,05%NNP (% PB) 18,34%CHO 85,08%Matria mineral 1,15 %FDN 11,61%Fibra bruta 2,25 %Extrato etreo 3,67 4,01%NIDN 9,29%NIDA 5,25%Nutrientes digestveis totais 90 %Ca 0,03%P 0,25%Energia metabolizvel ruminantes 1,43 Mcal/kgEnergia digestvel sunos 3,472 kcal/kgEnergia metabolizvel sunos 3,421 kcal/kgEnergia metabolizvel aves 3,230 kcal/kg

    Valadares Filho et.al., 2006 CQBAL 2.0

  • 19

    3.2.1.1. Palhada de milho

    uma excelente cultura para confeco de silagem, por apresentar boa produo de forragem por rea e boa quantidade de acares para produo de cido ltico, fundamental para o processo. Alm disso, fonte volumosa para ruminantes e se trata de um resduo da colheita do gro que pode ser utilizado como fonte de fibra na dieta de ruminantes, sendo de baixo valor nutritivo.

    As principais caractersticas fsicas e qumicas deste alimento esto apresentadas abaixo:

    Planta de milho sem a espiga. Baixo valor nutricional. Incorporao direta ao solo. Baixa digestibilidade da FDN. Resduos fibrosos consumo e digestibilidade.

    o 49,3% colmo; 20,6% folhas; 19,1% sabugos, e 11% espigas.Composio qumica-bromatolgica (%MS):

    PB FDN Ca P4,6 68,4 0,5 0,1

    Valadares Filho et.al., 2006.

  • 20

    Composio bromatolgica da palhada de milho

    Palhada Colmo Folha Sabugo

    PB 4,6 3,7 7,0 2,4FDA 46,4 47,6 41,6 42,8LIG 7,8 8,7 5,4 7,3DIV 50,0 48,2 49,8 52,6Cel 33,5 33,6 24,5 37,7Hecel 34,9 23,7 27,3 39,6

    3.2.1.2. Rolo de milho

    Planta inteira moda, incluindo espiga (alto custo de moagem). Dificuldade de armazenamento e transporte. No muito usado. Palha de milho moda aps a colheita das espigas. Pobre em nutrientes, rico em fibra. Confundido com MDPS. constituda da palhada do milho depois de feita a colheita das

    espigas. Contudo, pode ser feito de toda a planta, incluindo a espiga, tornando-o mais rico em nutriente. usado como fonte volumosa na dieta de ruminantes.

    Composio qumica-bromatolgica

    MS PB EE CZ CHO FDN FDA LIG Ca P88,76 6,76 3,06 1,99 87,50 62,5 40,9 3,85 0,12 0,14

    Valadares Filho et.al., 2006.

    Composio da silagem de milho e rolo de milho

    % MS % PB % Dig MS

    Silagem de milho 40,9 7,7 53 62,2Rolo de milho 84,58 7,5(3,83) 40 54,3

    Valadares Filho et.al., 2006.

  • 21

    3.2.1.3. Milho desintegrado palha e sabugo MDPS

    obtido pela moagem das espigas inteiras, sendo fonte energtica na dieta de ruminantes. Apresenta menor valor nutritivo do que o milho gro, e rico em fibra. Trata-se do alimento mais utilizado para bovino de corte e para vacas de baixa produo. Inclui os gros de milho (70%),

    o sabugo (20%) e a palha (10%). indicado para animais em crescimento

    ou vacas secas.

    Composio qumica bromatolgica:

    MS PB EE CZ CHO FDN FDA LIG Ca P NDT87,84 8,09 2,63 1,73 87,81 38,94 18,08 3,68 0,08 0,21 68,24

    Valadares Filho et.al., 2006.

    3.2.1.4. Farelo de grmen de milho

    O farelo de grmen de milho o subproduto resultante do proces-samento industrial do milho integral para a obteno da farinha de milho para consumo humano. Consiste no grmen (com ou sem leo), nos te-gumentos (fibras) e na parte do endosperma do gro de milho, contendo

    pequenas partculas amilceas.

    Composio Qumica-bromatolgica:

    Produto MS PB EE CZ CHO FDN FDA Ca PIntegral 88,85 10,7 9,0 8,47 80,61 30,01 4,53 1,19 0,56Desengordurado 90,16 10,85 1,29 6,59 81,27 6,77 0,74 0,73

    Valadares Filho et.al., 2006.

    Tipos de farelo de grmen de milhoIntegral: resultante do processamento de milho integral, empre-

    gado no preparo da farinha de milho para consumo humano.Desengordurado: o produto obtido do grmen de milho aps a

    extrao de leo por solvente.

  • 22

    3.2.1.5. Glten de milho

    Glten de milho ou farelo de glten de milho o produto obtido aps a remoo da maior parte do amido, do grmen e das pores fibro-sas pelo mtodo de processamento mido, para a fabricao do amido e xarope de glicose aps o tratamento enzimtico do endosperma.

    Composio qumica bromatolgica:MS PB EE CZ CHO FDN FDA Ca P NDT

    89,75 58,14 1,47 4,98 40,36 8,50 5,0 0,04 0,36 84,56Valadares Filho et.al., 2006.

    Resduo do milho aps a remoo do amido. Rico em PNDR. Protena: 60%, de VB baixo,

    o Metionina e lisina. Rico em energia. Utilizado para vacas leiteiras ou novilhas e associado com outras

    fontes. Nomes comerciais: protenose e glutenose 60.

    3.2.1.6. Farelo de glten de milho

    Farelo de glten de milho ou farelo de glten de milho 21 a parte fibrosa obtida aps a remoo da maior parte do amido, do grmen e do glten, e da separao do farelo pelo processo empregado nas fabricaes do amido de milho ou do xarope, por via mida, ou, ainda, pelo tratamen-to enzimtico do endosperma. uma excelente fonte de protena (pro-tena no degradada no rmen) e de energia, no sendo muito palatvel

    (TEIXEIRA, 1997).

    Composio qumica bromatolgica:MS PB EE CZ CHO FDN FDA Ca P NDT

    87,46 23,18 3,37 8,22 66,22 39,53 11,23 0,10 0,60 73,45Valadares Filho et.al., 2006

  • 23

    Nome comercial: Refinazil e Promil (Cargill). PB Dependendo do glten adicionado. Parte externa do gro de milho (amido glten e grmen). Rico em energia. Utilizado para vacas leiteiras ou novilhas.

    3.2.1.7. Processamento do gro de milho

    Moagem (ruptura fsica matriz proteica).

    Laminao a seco / vapor Gros quebrados rolos compressores/estrutura fsica.

    Gelatinizao Floculao

    Linha de vapor 30-40min (90-105C) gelatinizao acen-tuada.

    Gelatinizao do amido Grnulos expostos umidade e temperaturas eleva-

    das 60C ruptura pontes de H desarranjo amilose (gr-

    nulos de amido mais susceptveis a digesto enzimtica).

    Processo irreversvel.

    Intervalos de temperatura para a gelatinizao do amido Ingredientes Intervalo de temperatura (C)

    Batata 56/66Mandioca 58/70Milho 62/72Sorgo 68/75Trigo 52/63Arroz 61/77

    Adaptado de Butolo (2002).

    Maior absoro de gua

  • 24

    Material Absoro de H2O (%)Milho modo 125,0Milho laminado a seco 155,4Milho cozido 289,8

    Consequncias do processamento DIGESTO.SNTESE MICROBIANA, etc.

    3.3. Sorgo (Sorghum bicolor L. Moench)

    O sorgo til na produo de farinha para panificao, amido industrial, lcool e tambm como forragem ou cobertura de solo.

    Pode ser fornecido aos animais na forma de forragem, silagem e gros. O gro de sorgo apresenta composio semelhante do milho, com menor teor de energia e maior de protena, em que o teor de protena bruta varia de 9 a 13%, dependendo da variedade, e contm menor teor

    de caroteno. Alm disso, deficiente em pigmentos xantoflicos, e pobre em isoleucina e leucina em relao ao milho.

    O gro de sorgo recomendado para vacas leiteras e sunos, subs-tituindo at 100% do milho, devendo ser fornecido de forma triturada. No caso das aves, recomenda-se substituir at 50% do milho da rao, e

    adicionar pigmentante para colorao da carcaa e gema de ovo.

    Composio qumica-bromatolgica:

    MS PB NNP NIDN NIDA EE CHO FDN NDT Ca P87,65 9,61 - 26,79 23,66 2,98 85,6 13,16 78,43 0,07 0,28

    Valadares Filho et. al., 2006

    De acordo com Teixeira (1998), o sorgo pode ser utilizado para

    produo de forragem ou de gros para alimentao animal. O sorgo vas-soura cultivado para a indstria de vassouras. Ademais, pode ser usado no processamento industrial, como, por exemplo, do milho, produzindo o amido, o acar e o leo. Algumas variedades de sorgo contm em seu

  • 25

    pericarpo substncias amargas denominadas taninos. Essas substncias so responsveis por inibio de algumas enzimas no sistema digestivo, interferindo no metabolismo de protenas e carboidratos, e diminuindo sua digestibilidade e, consequentemente, a resposta animal.

    O gro de sorgo apresenta como limitao a presena do tanino, um composto fenlico que, ligado protena, diminui a digestibilidade e a palatabilidade. A concentrao de tanino depende da variedade, sendo encontradas variedades de baixo, mdio e alta concentrao de tanino. As variedades mais comuns so as de mdio teor de tanino, que reduz o ataque de pssaros aos gros que ficam expostos nas panculas.

    O cido tnico, quando presente nas dietas, combina com grupa-mentos metil da metionina e colina, provocando reduo nas disponibilida-des destes compostos, o que reduz a taxa de crescimento. Pode ainda inibir a ao da tripsina. O gro de sorgo, destinado ao consumo animal, deve ser isento de fungos, micotoxinas, sementes txicas, pesticidas, e conter no mximo 1% de taninos, expressos em cido tnico (ANFAR, 1985). O gro

    contm composio semelhante do milho, com pouco menos de energia e pouco mais de protena, que varia de 9 a 13%, dependendo da variedade.

    Alm disso, possui baixo teor de caroteno, de pigmentos xantoflicos, de isoleucina e de leucina. Deve ser fornecido triturado ou modo por causa da baixa digestibilidade do gro inteiro (LANA, 2000). Um dos grandes pre-textos para o uso do sorgo em substituio seria o baixo custo do produto.

    Componentes do gro de sorgo

  • 26

    Formas de utilizao do sorgo

    Forragem Todos os herbvoros. Altos nveis HCN nas plantas jovens que afetam a funo rumi-

    nal, o Equinos e sunos: o HCN destrudo pelo cido clordri-

    co no estmago.

    Silagem Menor valor nutritivo em relao silagem de milho, princi-

    palmente se colhida quando o gro passa do ponto ideal (entre a

    fase leitosa e farincea).

    Menor poder de mastigao (gro menor se comparado ao mi-lho).

    Gro Pode substituir todo milho para vacas leiteiras, desde que mo-

    dos. Reduz eficincia de utilizao em 10%, devido ao tanino.

    Comparao entre gros de milho e sorgo

    Semelhante ao milho na composio e valor nutritivo (90 a 95% do milho).

    Mais pobre em gordura e energia metabolizvel.90 a 95% da energia do milho.Nveis de vitaminas do complexo B semelhantes.Tende a apresentar maior contedo de PB.

    Disponibilidade de aminocidos menor (88,9%) e o mi-lho (94%).

    Mais pobre em isoleucina e leucina.Menor digestibilidade. Menor quantidade de cido linoleico.CUSTO REDUZIDO ( mais barato).

  • 27

    Ricos em energia (EE 3,6%).Triglicerdeos, AG e fosfolipdeos.

    Amido o principal glicdio (65 a 75% gros).A porcentagem de PB bastante varivel, 8 a 18%.Colorao do gro: branca, creme, marrom e vermelha.Sorgo granfero.

    Alta capacidade de produo de gros.Tamanho reduzido.Produtividade de 1,3 a 5 ton/ha.

    Desvantagens do uso do sorgo1) Limitante em lisina, treonina e metionina.

    2) Gro muito pequeno e a casca dura e indigestvel.

    3) No contm pigmentos (caroteno e xantofila).

    4) Grande perda, quando da moagem, em decorrncia da grande

    quantidade de p.5) Produo de compostos fenlicos: tanino.

    1) Palatabilidade: adstringente, amargo.

    2) Digestibilidade: complexa com protena (aminocidos nas fezes).

    CHO impede ataque enzimtico.3) Colorao: escura.

    4) Vantagens agronmicas: resistncia e proteo.

    Teores de pigmentos dos gros de sorgo e de milhoSorgo Sorgo endosperma amarelo Milho

    Caroteno (ppm) 0,2 1,3 1,8 Xantofila (ppm) 1,1 7,0 19,0

    Goes (1995). Notas de Aula.

    3.4. Mandioca (Manihot esculenta Crantz)

    De acordo com Teixeira (1998), a mandioca tem a grande vanta-gem de poder ser utilizada integralmente como alimento, inclusive a parte

  • 28

    vegetativa, in natura ou na forma desidratada e moda e ainda para produ-o de concentrado proteico (LANA, 2000). O valor nutritivo do farelo

    de ramas e hastes desidratadas se aproxima da alfafa. Pode ser oferecida na forma de planta inteira ou s a raiz picada e secada na forma de raspas, alm do uso na forma de farelos e farinhas.

    pobre em protena, necessitando sua complementao. Como concentrado energtico, pode ser a base da dieta. Nas cascas e razes in-teiras das mandiocas chamadas bravas, existe o cido ciandrico (HCN)

    com teores variando de 0,02 a 0,03%. Todas as plantas apresentam prin-cpio txico, devido presena de glicosdeos cianognicos conhecidos como Linamarina e Lotaustralina, os quais sofrem hidrlise, e sob ao de cidos e enzimas libera acetona, acar e cido ciandrico (HCN).

    O HCN constitui-se como um produto que inibe a cadeia respi-ratria de seres vivos e reduz a palatabilidade do alimento (aproximada-mente 70%). O HCN possui afinidade por ons metlicos principalmente

    Ferro (Fe) e iodo (I), podendo causar anoxia, decorrente da ligao HCN

    + Fe na hemoglobina; bem como a reduo da produo de hormnios T3 e T4 pela tireoide. A dose letal de HCN de 1 mg kg/PV.

    Estes efeitos txicos podem ser evitados pela desidratao da man-dioca, que consiste em pic-la e deix-la espalhada ao ar livre por 24/72 horas; fervura (5-15 minutos reduo de 83% na toxidez); ensilagem

    ou fermentao (reduo de 70-80%); torrefao (farinhas, reduo de

    100%); macerao; embebio em gua; ou combinao destes processos.

    Nas variedades mansas, o teor de HCN no passa de 0,005%.

    As razes frescas so ricas em amido e pobres nos outros nutrien-tes. Tm limitao devido ao glicosdeo cianognico e a linamarina que so convertidos a HCN. A raiz fresca recomendada de 2 a 3% do peso do animal/dia. A raspa de mandioca moda no tem caroteno e deficien-te em protena, metionina e pigmentantes (LANA, 2000).

    A farinha integral consiste no tubrculo desidratado e modo, e a farinha ou farelo de raspa incide no produto aps a extrao do amido da mandioca (fcula). Nestes produtos, a protena baixa e a maior par-te (50%) encontra-se na forma indisponvel (nitratos, nitritos, cianetos,

  • 29

    e aminocidos livres). Com isso, recomenda-se ignorar a protena como

    fonte de aminocidos. Como fonte de energia, seu uso significante, pois apresenta

    elevada concentrao de amido (65-75%), com baixa amilose, o que acar-reta uma melhora na digesto, principalmente, a farinha integral. A raspa possui ainda poder aglutinante, facilitando o processamento de raes (extruso e peletizao).

    Classificao da mandioca de acordo com os teores de HCN

    Conforme o teor de HCN nas razes das diferentes cultivares, Bol-lhuis (1954) desenvolveu a seguinte escala de classificao (mg/kg de ra-zes frescas):

    No txica < 50Pouco txica De 50 a 80Txica De 80 a 100Muito txica > 100

    Para eliminar o HCN, necessria a inativao da LIMARASE. Esta pode acontecer de duas formas, atravs do emurchecimento e da fervura por cinco minutos.

    Esquema do processo de produo de HCN pela presena de limanarina na mandioca.

  • 30

    Composio e forma de utilizao da mandioca (%MS)

    Mandioca MS PB EE CZ CHO FDN FDA NDT

    Razes frescas Valor nutritivo semelhante ao milhoRaspa integral 86,96 3,27 0,66 4,60 90,45 10,38 7,07 80,0Raspa residual sem amido 88,15 2,40 0,66 - - - - -Rama - 19,80 5,36 5,05 69,79 51,80 30,28 -Folha 33,20 27,37 7,73 5,70 59,20 - - -Silagem parte area 26,02 12,12 - 5,26 - 50,80 - -Silagem raiz 43,65 2,40 0,25 4,75 91,82 - - -Farinha de varredura 91,51 2,36 0,92 1,98 93,22 10,21 - 70,64

    Adaptado de Valadares et. al., 2006.

    3.5. Arroz (Oryza sativa L.)

    Trata-se de cereal cultivado para a alimentao humana. Porm, seu excedente gros deficientes e subprodutos utilizado na alimen-tao animal. Estes gros apresentam menor valor nutritivo e varivel devido quantidade de casca, podendo ser fornecidas modas devido sua dureza.

    A figura abaixo aponta as caractersticas do gro de arroz:

    Para a alimentao animal, so destinados o arroz integral desclas-sificado, ou quirera de arroz. Este ingrediente de baixa qualidade para frangos de corte, podendo ser utilizado para poedeiras, sunos, caninos e bovinos.

  • 31

    O uso em aves est condicionado ao processamento em decorrn-cia de o arroz apresentar elevados teores de inibidores de tripisina, estru-turas estas que so termolbeis. A peletizao seria indicada devido ex-posio a temperatura (75-85C) e elevada umidade. O contedo proteico

    varia de 6,5-8,5%, e a energia de 2.700 kcal de energia metabolizvel/kg.

    Para a alimentao animal, utiliza-se: Quirera; Subprodutos do processamento do gro para a alimentao hu-

    mana (farelo de arroz)

    o Farelo (pelcula que envolve o gro) Farelo de arroz engordurado (com remoo do leo) Farelo de arroz desengordurado (sem leo)

    Comparao entre gros de arroz e de milho

    Maior quantidade de fibra que o milho. Menor quantidade de vitamina A e metionina. Menor quantidade de PB (6,5%). Alta quantidade de slica. Menor quantidade de caroteno (quase inexistente). Incluso no concentrado: vacas (30%), bezerros (20%). Contm 12% de leo, sendo altamente insaturada. (Rancificao) USO DE ANTIOXIDANTE. Incluso no concentrado: vacas (30%), bezerros (20%). Contm 12% de leo: rico em AGI (rancificao). Excesso reduz a digestibilidade. Casca pobre em NDT, rica em silicato, oxalato, fibra e lignina. Possui nveis elevados de inibidores de tripsina.

  • 32

    Composio do gro de arroz.

    Formas de utilizao do arroz na alimentao animalQuirera de arroz

    So gros quebrados originados do processo de seleo de arroz para consumo humano.

    Casca de arroz casca de arroz finamente moda. Pobre em protena e de baixa digestibilidade. Dissilicada para evitar lesionar mucosa oral e do TGI. Usar como aditivos e suplementos.

    Farelo de arroz (ver apresentao abaixo)

    3.5.1. Farelo de arroz

    O arroz disponvel nas formas de casca, farelo e farelo desengo-rurado. O farelo de arroz apresenta 70% de nutrientes digestveis totais, 13 a 15% de protena bruta na matria seca. pobre em clcio e rico

  • 33

    em fsforo, tiamina, riboflavina e niacina. O alto teor de lipdios 30% de extrato etrio faz com que o farelo de arroz rancifique facilmente, prejudicando o seu paladar e o consumo pelos animais. A rancificao ocorre quando o armazenamento feito por tempo prolongado e em condies de alta temperatura e umidade.

    O farelo de arroz desengordurado obtido pela extrao do leo por solvente orgnico, apresentando 18% de PB e 20% de FDN. As reco-mendaes so semelhantes s do farelo de trigo, ou seja, recomendado para sunos nas fases pr-inicial e inicial em at 5% da rao e nas fases de

    terminao e reproduo, em at 30%. No caso das aves, recomenda-se usar em at 5% da rao para frangos e de 15% para poedeiras, e no caso

    dos ruminantes, pode ser usado sem restrio, desde que no ultrapasse 5% de extrato etrio na rao.

    Composio qumica bromatolgica:MS PB NNP NIDN NIDA EE CHO FDN NDT Ca P

    88,07 14,41 - 19,51 10,22 16,13 61,28 34,65 79,50 0,11 1,54

    Valadares Filho et. al., 2006.

    Tipos de farelo de arroz

    Farelo de arroz integralProduto originado do polimento realizado no beneficia-

    mento do gro de arroz sem casca.NDT = 70%, PB = 13 a 15%.Pobre em Ca e Rico em P, tiamina, riboflavina e niacina.Alto teor de lipdeos facilita rancificao. Pode participar em at 30% do concentrado para vacas.Uso restrito a aves (pigmentao e oxalacetato).

    Farelo de arroz desengorduradoProduto obtido atravs do processo de extrao de leo

    por solvente do farelo de arroz integral.PB = 18% e FDN = 20%.

  • 34

    Tem forma pulvurulenta. Pode participar em at 50% do concentrado para vacas.Utilizado para substituir o farelo de trigo.

    3.6. Trigo (Triticum sp)

    O trigo uma gramnea do genro Triticum com tradio milenar de cultivo e consumo humano pelo seu valor nutricional como alimen-to. Esse cereal se adaptou a uma grande variedade de solos e condies adversas de clima, podendo ser produzido de forma extensiva na maior parte das regies do mundo, motivos pelo qual foi adotado como um alimento bsico para consumo humano.

    O trigo vem sendo utilizado como fonte principal de energia nas dietas de aves de vrios pases, especialmente na Europa. No Brasil, at recentemente, no era utilizado em raes para animais em decorrncia do alto custo de produo e da disponibilidade de outros ingredientes alternativos. Normalmente, o gro integral s destinado ao consumo animal quando possui classificao inferior, sendo desclassificado para a produo de farinha devido ao baixo peso especfico (baixo rendimento

    na moagem). Mas por causa do alto preo do milho, principalmente em

    pocas de entressafra, o trigo passou a ser uma opo em potencial como alternativa ao milho na alimentao animal.

    Em termos nutricionais, classificado como trigo mole ou duro, em funo de seu efeito na composio da matriz nutricional, principal-mente a protena. O trigo duro possui maior frao proteica associada ao amido, portanto possui maior teor de lisina (utilizada para a produo de

    pes). J o trigo mole utilizado para a confeitaria.

    O trigo apresenta boa qualidade nutricional e grande potencial de utilizao nas dietas para monogstricos e ruminantes. Por outro lado, quando utilizado em raes peletizadas, proporciona capacidade agluti-nante, melhorando a qualidade do pelete. Contudo, as cultivares de trigo apresentam grande variao na composio qumica e no valor nutricio-

  • 35

    nal. Considerando os trigos cultivados no mundo, os valores de protena bruta variam entre 6% e 22%, com maior frequncia de valores entre 13% e 14%.

    Apresenta teor de protena mais elevado que o milho e teor de energia inferior. Contm de 5-8% de pentosanas (arabinoxilanos) que

    causam problemas de viscosidade na digesto, ligando-se com compo-nentes da parede celular, fazendo com que as clulas absorvam 10% mais gua.

    Aves no produzem xilanases, por isso os polmeros formados au-mentam a viscosidade da digesto. Estes problemas so contornados com a limitao de trigo na dieta, podendo-se utilizar enzimas exgenas.

    O trigo tambm contm inibidores de a-amilase (albuminas en-contradas principalmente no amido); estes inibidores so termolbeis e

    podem ser destrudos no processo de peletizao.Vale ressaltar que problemas com o processamento podem apare-

    cer com o trigo finamente modo, pois pode causar enterite necrtica e impactao no bico de aves jovens. Isso ocorre porque a protena mais viscosa e a aderncia no bico so maiores, o que pode gerar transtornos como reduo da atividade de alimentao, aumento desta massa em be-bedouros, alm de propiciar o aparecimento de bactrias e fungos pato-gnicos.

    Umas das vantagens do uso do trigo e de seus subprodutos a du-reza conferida aos peletes, sendo, portanto bons aglutinantes.

    Comparao entre os gros de trigo e de milho

    Maior % de PB (9 a 12%).Energia 10% inferior. Peso especfico alterado (trigo geado ou triguilho), energia re-

    duzida (15-20% inferior);

    Nveis de cido glutmico superior e menor de biotina.Maior quantidade de fsforo.Menor quantidade de gordura (mais ou menos metade).

  • 36

    Nveis de energia metabolizvel semelhantes.Quantidades de minerais semelhantes.No tem pigmentos.Palatabilidade semelhante.

    Aspecto do gro de trigo

  • 37

    Composio qumica-bromatolgica do gro do trigoNutrientes Valores Mdios (%MS)%MS 89%NDT 88%PB 16%EE 2%FDN 8%Ca 0,04%P 0,42%Mg 0,16%Na 0,05%K 0,42%S 0,18Cu (ppm) 7Zn (ppm) 50Fe (ppm) 61Mn (ppm) 42I (ppm) 0,1Co (ppm) 0,14S (ppm) 0,3

    3.6.1. Triguilho

    Triguilho composto por gros quebrados, cochos, pequenos.Sementes de outras plantas e outras impurezas que so obtidas

    aps a limpeza do trigoPB mais elevada que o gro, entre 13 e 14%.Pode vir contaminado com sementes de plantas txicas, o

    que limita sua utilizao.

    3.6.2. Farelo de trigo

    O trigo disponvel nas formas de farelinho e farelo, sendo o mais comum a comercializao da mistura dos dois. Trata-se de um subprodu-to que consiste principalmente no tegumento envoltrio do gro.

  • 38

    O farelo de trigo, alm de apresentar teor mdio de nutrientes di-gestveis totais (71%) e de protena bruta (187%), tambm rico em nia-cina, tiamina, fsforo, ferro e pobre em caroteno, pigmentantes, clcio e riboflavina. O teor de lipdios de 4,5% e o de FDN de 11%, apresentan-do ligeiro efeito laxante, e a gordura pode rancificar quando o armazena-mento feito por tempo prolongado e em condies de alta temperatura e umidade. Possui um valor de energia metabolizvel de 1300 Kcal para aves e 2800 Kcal para sunos.

    O farelo de trigo recomendado para sunos nas fases pr-inicial e inicial em at 5% da rao e nas fases de terminao e reproduo em

    at 30%. No caso das aves, recomenda-se usar em at 5% da rao para

    frangos, e 15% para poedeiras, e, no caso dos ruminantes, o farelo de tri-go pode ser usado sem restrio, desde que no ultrapasse 5% de extrato

    etrio na rao. Trata-se de um alimento rico em fsforo, niacina e tiamina. Po-

    rm, um dos alimentos mais populares para gado leiteiro, sendo forne-cido com gros e com alimentos mais ricos em protena.

    Composio qumica-bromatolgica:

    MS PB NNP NIDN NIDA EE CHO FDN NDT Ca P87,91 16,79 11,77 20,18 4,49 3,65 73,73 44,47 72,74 0,15 0,99

    Valadares Filho et.al., 2006.

    Baixa palatabilidade. Presena de selnio (0,5 a 1,0 ppm). O Brasil importa grandes quantidades, o que gera um alto custo

    para sua obteno.o Consumo: 7,0 milhes de tonelada por ano.o Produo: 2,0 milhes de tonelada.o Rendimento: 30%.

    Principais caractersticas do farelo de trigo Protena

    (18%).

  • 39

    Alta digestibilidade. Deficiente em leucina, alanina e treonina.Localizao: aleuroma (7%) e grmen (3%).

    Deficiente em caroteno, vitamina D e riboflavina.Boa fonte de tiamina, niacina, P e Fe.Boa fonte de gordura (2%), presente no aleuroma e no grmen.Fator inibidor de alfa-amilase. Termolbeis. Carboidrato

    Endosperma: amido (82% do gro). Pericarpo: pentosanas e celulose (5% do gro).

    Pentosanas Compostas por arabinoxilanos. Ligam-se a outros compostos da parede celular.Absorvem 10 x mais gua.Gera aumento de viscosidade na digesta. Bom aglutinante por facilitar a formao de peletes.

    Farelo de trigo o produto do processamento do trigo. um produto grosseiro.Composto de pericarpo, partculas finas de grmen e das

    demais.Camadas externas dos gros e outros resduos resultantes

    do processamento industrial.Elevada palatabilidade e digestibilidade. Excelente fonte de protena.Considerado um alimento proteico com quantidade in-

    termediria de protena.Apresenta quantidade excessiva de fsforo.Protena de melhor qualidade que a do milho.Rico em niacina e tiamina.Efeito laxativo.

    Farelo de grmen de trigoConsiste do grmen e de pequenas partculas resultantes do

    processamento do gro integral para obteno da farinha.

  • 40

    Qualidade dos produtos do trigo

    Gro Farelo de Trigo Farelo de Grmen

    Umidade 14% 13,5% 13,5% PB (max) 15% 14% 20% EE (max) 1% 3% 5% FB (max) 4% 11% 5% MM (max) 2% 6% 4% Aflatoxinas (max) 20 ppb 20 ppb 20 ppb

    Butolo, 2002.

    3.7. Milheto (Pennisetum americanum L. Leeke)

    O milheto em gro vem sendo testado como uma alternativa eco-nmica, uma vez que produz boa quantidade de gros em condies de deficincia hdrica, de altas temperaturas, de solos cidos e com baixos ndices de matria orgnica. Apresenta, ainda, excelente crescimento em curtos perodos em condies climatolgicas favorveis. Por possuir teor de protena superior do milho e do sorgo, o milheto considerado como bom alimento para monogstricos. O milheto possui em mdia 12% de protena, com variaes de 8,8% a 20,9%.

    Composio qumica-bromatolgica

    %MS %NDT %PB %Degr.PB %EE %FDN U.I. Vit.A/kg %Ca %P

    Milheto 83,73 - 11,96 4,26 12,12 0,05 0,29Butolo , 2002.

    Caractersticas do gro de milhetoAlimento alternativo: forragem ou concentrado energtico.Tolerante seca, temperaturas elevadas, solos cidos, arenosos e

    pobres em MO. Bom valor nutricional.

    Valor energtico semelhante ao trigo e sorgo, porm infe-rior ao milho.

  • 41

    Protena e composio de aminocidos essenciais so su-periores ao milho e ao sorgo.

    Excelente substituto do milho.Entretanto, no tem carotenoides pigmentantes.

    Gro pequeno e circular (1/3 do tamanho do gro de sorgo).8 % de casca.75 % de endosperma.17 % de grmen. o dobro do sorgo

    Comparativo entre milho, sorgo e milhetoMilheto Milho Sorgo

    MS (%) 88,13 87,68 85,20 PB (%) 11,58 8,49 7,60 EM A Kcal/kg 3038 3421 3323 EM B Kcal/kg 3020 3230 3080 EM C Kcal/kg 3460 3693 3480

    Composio de aminocidos do milheto comparada com milho e sorgoAminocidos Milheto Milho Sorgo Metionina 0,30 0,19 0,15Cistina 0,26 0,18 0,15Lisina 0,39 0,26 0,22Treonina 0,52 0,32 0,29Triptofano 0,25 0,08 0,07Arginina 0,65 0,44 0,36Isoleucina 0,60 0,28 0,37Leucina 1,44 1,03 1,19Valina 0,78 0,42 0,45Histidina 0,31 0,26 0,24Fenilalanina 0,72 0,39 0,49Protena bruta 14,14 8,5 9,0

    Adaptado de Butolo (2002).

  • 42

    3.8. Casca de soja

    A casca de soja o envoltrio do gro separado do embrio no processo industrial de preparao, sendo retirada aps a quebra dos mes-mos. Durante o processo de obteno da casca, necessrio que esta seja tostada a fim de destruir metablicos antinutricionais. Cada 100 Kg de farelo de soja hipro (alta protena) produzido resulta em 8 kg de casca

    de soja. Com relao s caractersticas nutricionais, a casca de soja pos-

    sui alto teor de FDN (74%) e FDA, porm baixa quantidade de lignina

    (2%), obtendo-se digestibilidade em torno de 90%. Segundo NRC (1984),

    a casca apresenta 2,82 Mcal de energia digestvel por kg de MS, sendo considerada uma fonte de energia. Muitos pesquisadores classificam-na como produto intermedirio entre concentrado e volumoso, semelhante ao que ocorre polpa ctrica e ao resduo de cervejaria, desempenhando papel fisiolgico de fibra vegetal e funcionando como um gro de cereal em termos de energia.

    A casca de soja pode chegar a 80% do valor energtico do milho, alm de proporcionar aos animais um valor de fibra bem acima do milho. Por esses motivos, a casca pode, tranquilamente, substituir volumosos de alta qualidade, sem interferir nas concentraes de acetato ruminal e teor de gordura do leite.

    A alta palatabilidade, unida s caractersticas nutritivas deste pro-duto, gera um ingrediente que pode ser adicionado em dietas de vacas em lactao e bovinos de corte, controlando a acidose ruminal em dietas com altos nveis de concentrados.

    Muitos outros autores relatam que a casca pode ser substituta de alimentos ricos em amido, principalmente em dietas de vacas em lacta-o, devido ao efeito benfico sobre a digestibilidade da matria seca da dieta e na produo de leite.

    Em sunos, o uso da casca de soja tambm j uma realidade, em que pequenas taxas de incluso nas categorias de reproduo e termi-

  • 43

    nao tm gerado resultados positivos, especialmente no desempenho, como tambm menores nveis de poluio ambiental (reduo das emis-ses de nitrognio).

    A casca de soja pobre em clcio, vitamina D e caroteno. Tem como alimentao a presena de sojina, inibidor da tripsina, que causa crescimento retardado, hipertrofia pancretica, sendo destrudo pela tos-tagem e micro-organismos do rmen. H presena de urase, que altera a hidrlise da ureia no rmen.

    recomendada para bovinos em at 20% da MS total da rao, desde que o teor final de lipdeo no ultrapasse 5%. Os limites mximos

    de incluso da casca de soja em dietas de vacas leiteiras so de 3,5 a 5,5

    kg/vaca/dia. A casca de soja est disponvel em trs formas bsicas intacta,

    moda ou peletizada. A forma intacta e a moda so volumosas e leves, o que encarece o transporte, aumentando as perdas, por isso requerem mais cuidados no transporte, no armazenamento e tambm no oferecimento aos animais.

    Representa em torno de 7% do gro.

    Composio qumica bromatolgica:

    MS PB FDN FDA EE CZ NDT90,9 13,9 60,3 44,6 2,70 4,8 77,0

    NRC, 2001.

    Caractersticas Baixo teor de lignina (2%). Larga proporo de fibra potencialmente digestvel 95% de

    digestibilidade da FDN (STERN e ZIEMER, 1993).

    Protena de alta degradao ruminal. Valor estimado de 80% do milho. Pode substituir em at 40% o volumoso

    o Aumenta o valor energtico da rao.

  • 44

    Pode substituir 20-30% do concentrado energtico o Reduz o custo da rao.

    3.9. Polpa ctrica

    A polpa ctrica um subproduto da laranja aps extrao do suco, composto por bagao, casca e sementes. comercializada sob a forma peletizada para evitar problemas de umidade, evitando a atrao de mos-cas e o efluente produzido que um dos piores poluentes ambientais.

    As caractersticas qumico-fsicas, o valor nutricional, a palatabili-dade e a qualidade nutricional variam conforme a variedade da laranja, os mtodos de processamento, as condies e o perodo de armazenamento. Recomenda-se no armazenar por mais de 2 meses, e o uso deve ser sus-penso caso haja mudana de cor.

    Este ingrediente raramente utilizado na dieta de sunos, mas tem sido uma alternativa visando reduo de custos. No pode ser tratada como uma importante fonte de protena pelo baixo nvel (5 a 7%) e o

    processo de aquecimento submetido durante a peletizao da polpa ctri-ca, o que faz com que este nutriente torne-se indisponvel em boa parte.

    A polpa ctrica um alimento energtico que possui caracters-ticas diferenciadas quanto fermentao do rmen. Em geral, a polpa caracterizada pela alta digestibilidade da matria seca, sendo superior a do milho laminado e tambm por possuir caractersticas energticas de concentrado e fermentativo ruminal de volumoso (EZEQUIEL, 2001).

    Pode substituir o volumoso, aumentando a digestibilidade da ma-tria seca; os concentrados energticos, principalmente o milho (100%); e

    ainda ser utilizada como aditivos para silagens, pois proporciona fermen-tao actica, o que acelera a queda de pH.

    Composio qumica-bromatolgica:MS PB FDN FDA Ca NDT85,8 6,9 24,2 22,2 1,92 79,80

    NRC, 2001.

  • 45

    Caractersticas da polpa ctrica Apresenta um alto teor de carboidrato estrutural de alta digesti-

    bilidade (pectina). Segundo Carvalho (1995), consistem 25% de

    pectina na polpa ctrica. poca de produo favorvel (maio a janeiro). Limitado pelo preo que depende do mercado externo e das

    vendas a volumes altos na indstria. Dcada de 70 90 apresentam dados que 95% da produo so

    exportadas. Possui elevado contedo de gua: 18 a 25% de MS. Composio nutricional varivel: origem e variedades de frutos

    e processamento. Durante o processo de secagem uso de hidrxido ou xido de

    clcio (desprendimento de gua).

    Presena de dioxina (queima do calcrio para reduzir acidez da polpa)

    o Fontes de cal podem conter dioxina, cancergena e trans-missvel pelo leite e carne.

    Composio da matria secao Casca: 60 a 65%.o Bagao: 30 a 35%.o Sementes: frao varivel.

    MS de alta digestibilidade. Excelente alimento para vacas de leite

    o At 4 kg/dia/vaca, sem afetar o sabor do leite.o 30% da MS da dieta.

    Permite manuteno do teor de gordura do leite. No afeta a digesto ruminal. Alta palatabilidade. leos essenciais presentes na casca. Rica em energia

    o NDT = 77%.

  • 46

    Rica em pectina de alta degradabilidade o Fermentao actica.o Tamponamento ruminal.o Reduo da incidncia de acidose.

    Pobre em protena (7%) e P (0,12%). Rica em Ca (devido adio de Ca para separar a gua).

    Forma de utilizao da polpa ctricao Silagem.o Polpa mida.o Peletizada (teor de MS = 90%).

    Composio bromatolgica da polpa ctricaParmetros

    Umidade (mx.) Protena bruta (mn.) Extrato etreo (mn.)

    Fibra bruta (mx.) Matria mineral (mx.) Dioxina/furonas (mx.)

    Aflatoxinas (mx.)

    12,00% 5,00% 1,50% 14,00% 8,00%

    500 pg I-TEQ/KG 20 ppb

    3.10. Melao

    O melao, subproduto da produo de acar, foi usado norma-mente no Brasil at a dcada de 70, antes da implantao do plano pr-l-cool. A partir desta poca, passou a ser usado eficientemente na produo de lcool combustvel. Entretanto, fora do Brasil, como na Amrica Cen-tral, o melao ainda disponvel para alimentao animal a baixo custo. Verifica-se que 1 tonelada de cana produz 100kg de acar e de 20 a 50kg

    de melao.O melao rico em acares, clcio, magnsio, potssio, niacina

    e cido panttenico, sendo pobre em tiamina, riboflavina e vitaminas

  • 47

    lipossolveis (A, D, E, e K), e apresenta 57% de nutrientes digestveis

    totais. Uma limitao do melao a presena de nitrato de potssio em excesso, que causam diarreia, nefrite.

    No Brasil, h empresas que comercializam melao em p para ser usado como palatabilizante na rao para bezerros e como aglomerante na produo de rao peletizada. O uso do melao s vivel quando o preo menor ou igual a 65% do preo do milho. Para bovinos, o

    mximo recomendvel de melao de 15% da matria seca da rao,

    sendo, normalmente, empregado em 10% do concentrado e em 7% na rao dos bezerros para aumentar a palatabilidade. No caso de sunos, recomenda-se usar melao em at 20% da rao, e das aves de 2 a 5% da

    rao.

    Composio qumica-bromatolgica:

    %MS %NDT %PB %Degr.PB %EE %FDN U.I. Vit.A/kg %Ca %P

    Melao 94 70 10,3 38 0,9 0 0 1,1 0,15

    Caractersticas do melaoAltamente energtico (presena de sacarose e glicose).Elevada palatabilidade. Pequena quantidade de PB (at 3%).Protena de baixa qualidade, podendo causar muita fermentao

    em ruminantes e diarreia em bezerros.Deficiente em fsforo e rico em nitrito e K.Rico em Ca, Mg, niacina, colina, biotina e riboflavina.Alta digestibilidade. No tem vitaminas A e D.Possui propriedades aglutinantes (peletizao).Muito usado com ureia ou aspergido sobre forragem de baixa

    qualidade.Deve-se limitar a quantidade na rao

    Vacas em lactao: 2,5 a 3kg.

  • 48

    Acima de 30% reduz % de gordura e slidos do leite.Para evitar acidose, recomenda-se adaptar os animais.Grandes quantidades reduz a digestibilidade dos alimen-

    tos fibrosos.Bezerros: 7% da rao.

    Armazenamento Cuidados para evitar fermentao

    Armazenar com 79,5 Brix (quantidade de slidos dissol-vidos).

    Fermentao pode ser interrompida. Adio de melao com brix maior. Cobrindo a superfcie com leo de soja ou algodo.

    3.11. Cevada (Hordeum vulgare)

    Destinada para produo de malte.Composio qumica varivel.Substitui parcialmente o milho.Gera diversos produtos

    Bagao de cevada ou polpa mida.Resduo gerado aps a converso do amido em acar

    e a extrao do mosto.Pode conter resduos de outras culturas: milho, arroz

    e cascas de aveia.Rico em gua (75%), deve ser consumido em at 6

    dias.Evita acidificar e mofar.Manter em local apropriado e adicionar 5-10kg sal/

    ton.Para armazenar, secar antes. Resduo mido (RUC) (25 e 30% de MS) e resduo seco

    (RSC) (8 a 12% de gua).

  • 49

    ComposioPB = 6 -13%.EE < 2%.Deficiente em caroteno, Vit D e B2 e rico em niacina.

    Corresponde at 87% do valor do milho.Pode compor at 60% do concentrado para vacas.nica fonte de gros para corte, reduz consumo.Recomenda-se que seja apenas triturada ou amassada.Finamente moda, forma pasta, menos apetecvel.

    3.12. Farinha de carne e ossos

    A farinha de carne e ossos um ingrediente produzido por gra-xarias ou frigorficos, sendo um subproduto da extrao de gorduras a partir de ossos e outros tecidos da carcaa de animais (bovinos, sunos,

    ovinos, caprinos, equinos, bubalinos, etc) no aproveitadas para consumo

    humano.Este material modo, cozido, prensado para extrao da gordura e

    novamente modo. No deve conter sangue, cascos, unhas, chifres, pelos e contedo estomacal, a no ser os obtidos involuntariamente dentro dos princpios de boas prticas de fabricao. Tambm no deve ter matrias estranhas sua composio, e o clcio no pode exceder a 2,5 vezes o

    nvel de fsforo. Sua composio ser avaliada conforme a proporo de seus componentes que devem ser declaradas.

    Quando produzida em frigorficos, normalmente utilizada como matria prima, resduo da desossa completa dos animais abatidos; e o tempo entre o abate e o processamento da farinha pode ser controlado, bem como as condies de estocagem do resduo das carcaas at o mo-mento de seu processamento.

    Se produzida por graxarias, geralmente utilizada como matria prima, resduos de carcaas de animais coletados em aougues, supermer-cados, etc. Neste caso, no h controle das condies de estocagem do resduo das carcaas at o momento de seu processamento.

  • 50

    Pelo alto valor biolgico das protenas de origem animal, a farinha de carne foi matria prima indispensvel no preparo de raes, principal-mente devido ao alto valor nutritivo, em protena, gordura e minerais, como clcio e fsforo e sobretudo como fonte de aminocidos e vitamina B12.

    Caso a farinha de carne e ossos apresente menos de 25% de cinzas,

    ou menos de 3,8% de fsforo, o produto passa a ser denominado apenas de Farinha de Carne (FC), possuindo aproximadamente 55 a 60% de pro-tena (NUNES, 1991; DIFISA, 1989).

    Em funo da origem do material, as farinhas podem ser classifi-cadas como mistas (quando oriundas de diferentes espcies animais; ex:

    bovinos, sunos, ovinos, etc.), ou simples (quando oriundas de uma nica

    espcie animal; ex: farinha de carne e ossos bovina, farinha de carne e ossos suna, etc.).

    Esta farinha caracteriza-se por conter mais de 3,6% de fsforo na matria seca, sendo classificada em farinhas com 42 e 58% de protena

    bruta na matria seca, em funo do teor de osso na mesma. Apresenta baixa degradabilidade ruminal. A relao clcio-fsforo deve ser no m-ximo de 2,2: 1, pois uma relao fora desta faixa implica em alimento adulterado.

    recomendada para aves em no mximo 9%, e para sunos em at

    5% para animais em crescimento, 4% para animais em engorda, e de 10 a

    15% para animais em gestao e lactao.

    Composio qumica-bromatolgica:

    Farinha MS PB NNP EE CHO CZ NDT CA P

    Carne 91,96 51,25 - 12,42 6,76 28,32 53,51 10,39 4,90Carne e ossos 93,09 45,11 20,79 11,6 5,93 38,11 - 13,07 6,21

    Funo de fornecer clcio e fsforoo Fsforo um dos ingredientes de maior custo na dieta

    animal.

  • 51

    Possui PTN de baixa degradao no ruminal. Atualmente, seu uso proibido na alimentao de ruminantes.

    o Instruo Normativa n 15 de 17 de julho de 2001.o Encefalite espongiforme bovina.o Scrapie (ovinos).o Creutzfeldt-Jakob (humanos).

    Fatores que afetam a qualidade da farinha de carne e ossos1) Umidade elevada: umidade acima de 8%, grande facilidade de

    se decompor, crescimento microbiano e decomposio.2) Queima nas paredes do digestor: baixa movimentao.

    3) Alta temperatura ou tempo excessivo no digestor: temperatu-ras acima de 120C reduzem a disponibilidade de aminoci-dos.

    4) Incorporao de farinheta: incorporao da frao fina da fari-nha de carne que acompanha o sebo at a extrao da mesma. A presena do sebo acelera a rancificao.

    5) Moagem (textura): nvel residual de gordura de 8-15%, produto

    de difcil moagem. Dureza dos ossos necessita de peneira resis-tente.

    6) Excesso de gordura: as farinhas so classificadas de acordo

    com os teores de protena bruta e minerais (clcio e fsforo),

    podendo ocorrer variao nos teores de gordura devido a dife-renas entre os tipos de equipamentos utilizados.

    7) Contaminaes: no deve conter cascos, chifres, sangue, pelos,

    sal, couro e resduos de contedo estomacal.8) Tempo entre o sacrifcio e o processamento: ideal seria o pro-

    cessamento ocorrer no mesmo dia do abate.9) Protena bruta: inversamente proporcional ao teor de mineral

    (ossos).

    10) Acidez: ocorrncia de cidos graxos livres nos alimentos indica

    rancidez hidroltica, em decorrncia da umidade excessiva e enzimas que liberam cidos graxos livres.

  • 52

    11) ndice de perxidos: a presena de perxidos indica ocorrncia

    de rancidez oxidativa ou oxidao dos radicais duplos dos ci-dos graxos.

    12) Contaminaes microbianas: salmonellas e outros micro-or-ganismos so destrudos em temperaturas acima de 100C. A

    contaminao se torna inevitvel na sada dos digestores por causa da manipulao e estocagem. As principais fontes conta-minantes so:

    a. Construes e equipamentos (concentrao de microrga-nismos na rea de processamento).

    b. Contato entre matria prima e produto final.c. Roedores.d. Aerao.e. Embalagem imprpria ou contaminada.

    3.13. Farinha de sangue

    A farinha de sangue constituda basicamente da coco e de-sidratao do sangue coletado sobretudo em abatedouros de bovinos e sunos. O processo de fabricao para a obteno das farinhas de san-gue consegue a coagulao da seroalbumina atravs de um aquecimento lento.

    Do ponto de vista do teor de aminocidos, trata-se de uma farinha rica em lisina, triptofano, fenilalanina e treonina, sendo limitada em iso-leucina.

    Nveis de aminocidos encontrados em farinha de sangue:Arginina 2,40 %Lisina 5,50%

    Metionina 1,00%Cistina 1,20%Triptofano 1,05%

  • 53

    Treonina 3,40%Glicina 3,60%Isoleucina 0,80%

    Trata-se de um subproduto animal mais rico em protena bruta (91% na matria seca), mas de baixa qualidade, por ser deficiente em

    aminocidos essenciais, como o caso da isoleucina. A farinha de san-gue pobre em vitaminas, apresenta baixa palatabilidade para todas as espcies e escurece a rao. Recomenda-se para aves e sunos jovens de 1 a 2% da rao, para poedeiras de 6 a 7%, e para sunos em crescimento de 5 a 8%.

    Composio bromatolgica:

    MS PB NNP NIDN NIDA EE CHO CZ NDT Ca P

    90,57 84,68 9,77 0,0 0,0 1,70 7,89 4,22 86,67 0,23 0,17Valadares Filho et.al., 2006.

    Possui PTN de baixa degradabilidade ruminal e digestibilidade intestinal

    A incluso de farinha de sangue em dietas de sunos nas fases de crescimento e terminao varia de 3 a 6%, podendo ser ainda utilizada na fase final de creche (50 a 70 dias) e na lactao com menores incluses (2

    a 4%). Para frangos de corte, nas fases de crescimento e final, a incluso

    deve restringir-se a 2 a 3%. Em aves, reduz o crescimento e o empena-mento deficiente.

    Muitas vezes, a incluso desse subproduto na formulao de aves e sunos como fonte alternativa de protena depender principalmente do preo desse ingrediente com relao ao farelo de soja.

    A farinha de sangue um alimento com alto teor de protena bru-ta. Quando bem processada, possui teores elevados de aminocidos que o torna um ingrediente de grande utilidade para a nutrio animal. Por

  • 54

    outro lado, pobre em outros aminocidos essenciais, devendo o equil-brio nutricional ser considerado quando utilizado em nveis elevados nas raes.

    sempre conveniente ressaltar que o uso de ingredientes de ori-gem animal proibido para a alimentao de ruminantes, de acordo com a determinao do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA.

    A principal forma de processamento da farinha de sangue con-siste no tratamento trmico visando reduo da umidade. As razes primrias do uso do calor para o processamento deste material esto na remoo da umidade e facilitao da separao de resduos gordurosos. A dessecao reduz significativamente o volume total de material beneficia-do, possibilitando, desde que armazenado corretamente, sua estabilizao por longos perodos.

    A elevao da temperatura pode reduzir a disponibilidade de ami-nocidos.

    3.14. Farinha de peixe

    o produto seco e triturado, obtido de peixes inteiros ou de peda-os de peixes, dos quais foi extrada ou no parcela de leo. Se o teor de sal for superior a 3%, esta qualidade deve constar no rtulo da embala-gem, em nenhum caso permitido um teor de sal superior a 7%.

    O teor de protenas sempre elevado e as quantidades de metioni-na e triptofano so particularmente significativas. Ademais, os ndices de vitamina B12 so apreciveis, bem como possuem fatores no identifica-dos de crescimento. Apresenta acima de 58% de PB na matria seca, rica

    em clcio e fsforo e bem balanceada em aminocidos. recomendado para ruminantes, sunos e aves de 2 a 5% da rao, podendo transmitir

    cheiro de peixe ao leite, carne e ovos e apresentar baixa palatabilidade em animais ruminantes.

  • 55

    Composio qumica bromatolgica:

    MS PB NNP NIDN NIDA EE CHO CZ NDT Ca P

    92,41 58,81 1,15 1,47 0,77 9,40 9,63 22,24 69,91 6,80 3,72Valadares Filho et.al., 2006.

    cido graxo ramificado (clupanodnico = cheiro), que est rela-cionado com a palatabilidade do alimento.

    Fontes de aminocidos essenciais (lisina, metionina, treonina e triptofano).

    Matria mineral constituda de clcio, fsforo (90% de disponi-bilidade).

    Adio de antioxidantes obrigatria (evitar formao de pro-dutos de oxidao e cidos graxos livres).

    Recomendao sendo 5% concentrado ou 3% na matria seca total e ainda de 0,5 kg por dia. (evitar odor desagradvel em

    ovos e carne de frango).

    Eroso de moela em aves jovens nveis de histidina (amina bignica).

    Atividade excessiva de tiaminase (exposio a temperaturas no adequadas durante o processamento).

    Gizzerosina atividade tipo histamina estimula a secreo de cido, sendo 10 vezes mais potente que a histamina para estimu-lao de cidos no pr-ventrculo, alm de ser 300 vezes mais potente para causar a eroso de moela.

    Fonte de cidos graxos de cadeia longa (3, eicosapentoico e docohexanoico-DHA). O DHA essencial para a formao

    de espermatozoides, assim como para o msculo cardaco e as membranas cerebrais.

    3.15. Soja (Glycine Max L)

    A soja uma planta pertencente famlia das leguminosas, deno-minada cientificamente Glycine Max (L), e compreende mais de 7000 va-

  • 56

    riedades. O gro apresenta de 90 a 100% de nutrientes digestveis totais,

    devido ao alto teor de leo, e 42% de protena bruta na matria seca, mas pobre em clcio, vitamina D e caroteno.

    O gro de soja cru tem como limitaes a presena de sojina (ini-bidor de tripsina), que causa hipertrofia pancretica, reduo da atividade

    da tripisina, reduzindo a digesto das protenas alimentares j desdobra-das pela ao da pepsina, alto teor de leo (>20%), que quando triturado

    deve ser fornecido rapidamente para evitar rancificao. H a presena de urease, enzima que acelera a hidrlise da ureia no rmen. Embora no tenha sido recomendada a utilizao do gro cru e da ureia conjunta-mente para ruminantes, para evitar intoxicao pelo acmulo de amnia no rmen, h pesquisas com suplementao mltipla para bovinos em pastagens, em que se tem utilizado a combinao dos dois, sem ocorrer problemas de intoxicao. Isto ocorreu, provavelmente, pelo baixo con-sumo de um ou dos dois ingredientes.

    Todos estes fatores antinutricionais so termolbeis e inativados se expostos a temperaturas elevadas por curto espao de tempo ou pela fermentao ruminal, provocada pelos micro-organismos.

    O gro recomendado para bovinos em at 20% da matria seca total da rao, desde que o teor final de lipdios na rao no ultrapasse 5%, podendo ser fornecido inteiro ou modo. Para sunos acima de 45 kg,

    recomenda-se fazer tostagem (100C por 30-45 minutos) e moagem, e

    adicionar em at 10% da rao.

    Composio qumica-bromatolgica:

    MS PB FDN LIG EE Ca P NDT

    90,76 38,73 13,96 19,87 0,35 0,56 90,0Valadares Filho et at., 2006.

    Demais fatores antinutricionais Lectinas: albuminas solveis em gua que interagem com as gli-

    coprotenas glbulos vermelhos causando aglutinao. Clulas

  • 57

    do intestino grosso, na presena, tendem a reduzir a absoro de nutrientes.

    Urease (acelera a hidrlise no rmen). cido Ftico reduz a disponibilidade de Zn, Cu, Fe, Cr etc. Agentes Goitrognios (inibem a produo de iodo, bloqueando

    a utilizao de tiroxina, portanto so agentes antitroidianos).

    Fatores antivitaminas A e E (eleva as necessidades destas vita-minas).

    Presena de Lpase e lipoxidase (promovem a oxidao e a ran-cificao do leo).

    Saponinas, estrgenos, fatores flatulentos e alergenos (glicina e conglicina), reduzindo a absoro de nutrientes e provocando

    efeitos deletrios sobre as microvilosidades intestinais em su-nos.

    Determinao da inativao dos fatores antinutritivosAtividade uretica ou ndice de urease (recomendado 0,20 no

    mximo).

    Variao do pH (gro cru aticidade uretica de 2-2,5).

    Termolbeis (pode comprometer a disponibilidade da li-sina e dos aminocidos sulfurosos).

    Atividade antitripsina. Atividade hemoaglutinante. Solubilidade da protena KOH 0,2% e borato.

    Solubilidade mnima de 77%.Solubilidade prxima de 90% indica subaquecimento do

    gro.Ideal (80-85%).

    Lisina disponvel. ndice de protena dispersvel.

  • 58

    3.15.1. Farelo de soja

    O farelo de soja o subproduto obtido aps a extrao do leo do gro da soja para consumo humano. Dependendo do processo de extra-o (solvente ou expeller), o farelo pode ter de 44 a 48% de protena. A

    protena do farelo na forma de expeller menos degradvel no rmen que obtida de solvente. considerado o melhor alimento proteico, por ter altos nveis de protena de boa qualidade, energia e palatabilidade.

    O farelo de soja apresenta de 45 a 51% de protena bruta e rico em

    tiamina, colina e niacina, e pobre em caroteno. Para animais monogstri-cos, recomenda-se usar de 20 a 30% da rao e, para animais ruminantes, o suficiente para atender s exigncias nutricionais de protenas. Devido ao alto custo das fontes proteicas, como o farelo de soja, utiliza-se substi-tuir parte das exigncias proteicas dos animais ruminantes pela ureia, que utilizada para sntese de protena microbiana.

    Composio qumica-bromatolgica:

    MS PB FDN LIG EE Ca P NDT

    88,56 47,64 14,81 2,32 1,63 0,33 0,58 82,20Valadares Filho et. al., 2006.Fonte em NNP.

    3.16. Amendoim (Arachis hypogaea L.)

    O amendoim uma excelente fonte de leo, resultante do proces-samento (prensagem a frio e a quente), 216 a 317 kg de leo por tonelada

    de amendoim. O leo apresenta uma composio de cidos graxos prxi-ma do azeite de oliva. A extrao de leo resulta no farelo de amendoim que pode ser utilizado na alimentao animal.

  • 59

    3.16.1. Farelo de amendoim

    O farelo de amendoim contm elevado teor proteico, porm com nveis inferiores dos aminocidos: metionina, triptofano, treonina e lisi-na, se comparado ao farelo de soja. Apresenta tambm baixos teores de clcio (0,15%) e ausncia de carotenoides. Como toda leguminosa, pro-porciona diversos fatores antinutricionais, como inibidores de tripsina, agentes goitrognios e saponinas; porm, estes fatores so termolbeis.

    Por ser deficiente em diversos aminocidos, devem-se utilizar ami-nocidos sintticos ou combinao de ingredientes para suprir as necessi-dades dos animais; principalmente, para aves. Um dos pontos mais nega-tivos do uso de farelo de amendoim na alimentao animal a infestao ps-colheita pelos fungos Aspegillus flavus e Aspegillus parasitus que produ-zem o princpio txico Aflatoxina, que so de alta letalidade (hepatxicas,

    cancergenas e teratognicas).

    O farelo de amendoim contaminado com Aflatoxina B1 pode ser tratado pelo processo de amonizao, que remove 95% da toxina. Outra

    forma de inativao a utilizao de aluminosilicatos de clcio e sdio que tm a funo de se ligar aflatoxina impedindo sua absoro intesti-nal, inibindo a intoxicao.

    Recomendao:Sunos e Aves: 10-12% (deficincia de metionina e lisina).Bovinos: 20-30% do concentrado.

    Composio do farelo de amendoim

    Alimentos MS (%) PB (%) FDN (%) EE (%)

    Farelo de amendoim 91,9 43,1 27,2 1,5%Adaptado de Goes et. al. (2004) e Butolo (2002).

  • 60

    3.17. Produtos de destilaria (LEVEDURAS Sacharomyces cerevisiae)

    As leveduras so produtos oriundos de fermentao alcolica. A levedura desidratada o produto obtido da sangria do leite de levedu-ra no processo de fermentao etanlica, aps termlise e secagem em condies definidas. constituda basicamente de clulas de Sacharomyces cerevisiae com 5 a 10 m ao longo do eixo maior e menor. O seu volume de cerca de 40 m, com peso de 10pg (picograma) e densidade de 1,03

    1,10g/cm.A composio da levedura depende de uma srie de fatores, prin-

    cipalmente, a natureza do substrato, grau de aerao do meio, espcie da levedura, tratamento imposto ao meio de cultura e concentrao de sais.

    As leveduras so utilizadas como:

    Fonte de protena, Palatabilizante,Fonte de vitaminas do complexo B e de mananoglicossacardeos

    (parede celular).

    Levedura desidratada (Sacharomyces cerevisae).Processamento: PB (33%), Umidade (8%), EE (0,05%), FB (1,50%)

    MM (5,50%), Ca (0,35%), P (0,5%).

    3.18. Ureia

    A ureia utilizada como fonte proteica mais barata para os rumi-nantes. Ao atingir o rmen do animal, imediatamente degradada pela ao da enzima urease produzida pelas bactrias ruminais, formando a amnia. Determinadas bactrias promovem a combinao de amnia com os esqueletos de carbono (cetocidos) resultantes da degradao de

    carboidratos, sintetizando aminocidos, utilizados na constituio de sua protena. As bactrias do rmen (protena microbiana) sofrem hidrlise

  • 61

    no intestino delgado com formao de aminocidos que so absorvidos e vo ser utilizados como fonte proteica para o animal. Possui 45% de N

    que, ao ser utilizado pelos micro-organismos do rmen, produz 281g de protena microbiana por 100g de ureia.

    Deve ser feita uma adaptao no seu fornecimento para que no ocorra intoxicao, sendo na primeira quinzena 33% do total ou 13g/100kg de peso vivo; na segunda quinzena, 66% do total ou 26g/100kg de peso vivo; a partir da terceira quinzena, 100% do total ou 40g/100kg de peso vivo, sendo usado este limite por animal por dia. Pode ser usado 50g de

    ureia/100kg de peso vivo, quando se usa amido (cereais) na dieta e o for-necimento feito parcelado durante todo o dia. O fornecimento deve ser contnuo, pois os animais perdem a adaptao em 3 dias. Por isso, deve-se realizar uma nova adaptao caso haja interrupo desta. Os nveis de in-toxicao causados pelo excesso de amnia comeam a aparecer quando o nvel de nitrognio amoniacal alcana valores de 1mg/100ml de sangue e o pH ruminal chega a 8. A capacidade do fgado em converter a am-nia absorvida do rmen em ureia est em torno de 84 mg de nitrognio amoniacal/100ml de fludo ruminal.

    No caso do suplemento mltiplo para bovinos em pastagens, em que a principal finalidade o suprimento de minerais e nitrognio, a ureia e o sal mineral podem ser usados cada um at 30% do suplemento, com-plementando o restante com concentrados energticos e proteicos.

    O suplemento mltiplo deve ser oferecido em nvel crescente, com aumento gradativo do suplemento j misturado e contendo todos os in-gredientes, como farelos, ureia e mistura mineral.

    Recomendaes de uso da ureia:Substituir 25-33% a protena da dieta. Incluso de no mximo 1% da MS rao. 3% MS do cc.50g/100 kg PV (mximo de 200g de ureia/dia.Relao 9:1 (ureia / enxofre sntese de aminocidos sul-

    furosos).

  • 62

    Animais de rmen funcional (idade).

    Reduo dos custos com alimentao (protena sendo o nutrien-te de maior custo na rao)

    Usos: Volumosos secos (70 a 90% de matria seca (MS)): at 2% de

    ureia. Volumosos midos (20 a 40% de MS): at 1% de ureia. Ensilagem: at 1% de ureia. Cana-de-acar (15 primeiros dias): 0,5% de ureia. Cana-de-acar (aps 15 dias): 1% de ureia. Mistura mineral: de 10 a 40%. Mistura mltipla: de 2 a 20%. Melao: 9 kg de melao + 1 kg de ureia. Rao concentrada: at 3% de ureia.

    3.19. Algodo (Gossypium hirsutum L.)

    Formas de utilizao do algodo na nutrio animal: Caroo de algodo. Farelo de algodo. Casca de algodo. Torta de algodo.

    Limitaes de uso do algodo na nutrio animal:Fibra (monogstricos)

    FDN.Gossipol

    Pigmento amarelo. cidos ciclopropenos.

  • 63

    3.19.1. Caroo de algodo

    De acordo com Teixeira (1998), a cultura do algodo cultivada

    para obteno da fibra. As sementes so aproveitadas para extrao do leo alimentcio, de cujo processo resulta o farelo de algodo, que re-presenta a segunda fonte mais importante de protena disponvel para alimentao animal. Possui de 30 a 38% de PB, como tambm boa pala-tabilidade, e pode substituir totalmente o farelo soja em dietas de vacas, apesar de apresentar o problema do gossipol em nveis que no afetam a vaca a no ser quando utilizado em conjunto com o caroo de algodo. rico em fsforo e pobre em lisina, triptofano, vitamina D e pr-vitamina A (LANA 2000).

    O caroo de algodo um alimento com moderado nvel de pro-tena, alta gordura, fibra e energia. Pode ser encontrado com lnter ou deslintado, que possui um pouco mais de energia e protena. Devido sazonalidade de sua produo, deve ser armazenado em lugar limpo, seco. Sua utilizao inteira apresenta melhores resultados que na forma moda ou triturada (TEIXEIRA, 1997).

    Os problemas provocados pelo uso de farelo de algodo e caroo so atribudos ao gossipol e aos cidos graxos ciclopropenoides. O gossi-pol um alcaloide polifenlico de cor amarela encontrado nas sementes em formas de grnulos. Os cidos graxos ciclopropenoides so encontra-dos no leo contido nas sementes que causam diminuio da fertilidade do touro e da vaca (LANA, 2000).

    Os estudos de Santos (1997) apontam que os sinais de intoxicao

    do gossipol incluem dispneia, diminuio da taxa de crescimento e ano-rexia. Em fmeas ruminantes, estudos in vitro, h um comprometimento no desenvolvimento de embries e produo de progesterona por clulas lutenicas, mas in vivo no que se refere fertilidade, ciclicidade e morfolo-gia de ovrios no houve efeitos do gossipol devido capacidade de de-toxificao. Nos machos, o gossipol provoca alteraes especficas sobre a cauda do espermatozoide, aumento do dimetro do lmen dos tbulos

  • 64

    seminferos, alm da diminuio de camadas celulares e epitlio semin-fero e do tamanho das clulas de Sertoli. O estudo mostrou que ocorre reversibilidade dos efeitos no epitlio seminfero aps a retirada da dieta do farelo ou caroo de algodo.

    O gossipol se liga quimicamente ao ferro (Fe), tornando-o indis-ponvel, provocando a deficincia de ferro nos animais (anemias). O gos-sipol restante est inerte, porm sob condies de excessivo aquecimento ocorre complexao com a Lisina, atravs da reao de Maillard, reduzin-do o valor nutricional da PB.

    Na forma livre, o gossipol tambm causa a descolorao da gema e do albmen e o aparecimento de manchas de sangue na gema. A descolo-rao mais intensa e depende do nvel de gossipol livre, como ainda do tempo de estocagem dos ovos e das variaes de temperatura.

    O gossipol acumulativo para aves e sunos. Em aves, pode causar o aparecimento de gemas esverdeadas.

    A inativao do gossipol ocorre:Micro-organismos ruminais (destruio).Altas temperaturas (destruio de 80%).Precipitao de sulfato ferroso (FeSo4 7.H2O) farelos

    complexo insolvel no absorvido (2:1 ferro: gossipol).

    A presena de cido graxo ciclopropenoico no leo causa descolo-rao da gema em poedeiras, pois este depositado na membrana vitelina, alterando a permeabilidade do ferro permitindo que este seja complexado com a albumina, produzindo a caracterstica de cor rsea na gema do ovo.

    Composio qumica-bromatolgica do caroo de algodo:

    MS PB FDN LIG EE Ca P NDT

    90,78 23,13 44,98 5,51 18,84 0,26 0,87 82,86Valadares Filho et. al., 2006.

  • 65

    Limitaes, como: Fibra (monogstricos, frangos: uso de no mais que 10% FB).

    Cuidados com touros (afeta negativamente as espermatogne-ses, devido ao gossipol).

    Recomendao: 10 a 20% na matria seca total e de 3,0 a 3,5kg por dia.

    3.19.2.Farelo de algodo

    O farelo do algodo o subproduto resultante da extrao do leo contido no gro que, ao ser esmagado, denominado de torta, usada na forma obtida ou moda e peletizada, para uso animal. Em funo do tipo da extrao, podem ser produzidos dois tipos de torta: a torta gorda (5%

    de leo residual), mais energtica, proveniente apenas da prensagem me-cnica, porm com menor teor de protena; e atorta magra (menos de 2%

    de leo residual), oriunda da extrao por solventes, apresenta concentra-o relativamente maior de protena.

    O farelo de algodo tem sido cada vez mais utilizado na nutrio animal como fonte de protenas em raes principalmente em dietas para ruminantes. O uso do farelo de algodo para sunos e aves restrito devido presena de gossipol, um pigmento natural txico para esses animais. Outro aspecto que em alguns casos limita o uso do farelo de algodo para sunos e aves o teor de fibra desse ingrediente, que supe-rior ao do farelo de soja.

    Alguns estudos mostram a possibilidade de utilizar-se o farelo de algodo na nutrio de aves e sunos atravs da incluso de maiores nveis de protena, de sulfato de ferro, ou de lisina sinttica, pois essas substn-cias seriam capazes de reduzir o teor de gossipol livre. Nas fases finais de criao de sunos e em aves de postura e de corte, o farelo de algodo pode substituir parte do farelo de soja, chegando a uma incluso de at 5% na rao, desde que se tenha controle rigoroso do nvel de gossipol

    atingido nas raes. O gossipol nos nveis usualmente contidos no farelo

  • 66

    no causam prejuzos para ruminantes, uma vez que esse gossipol livre residual do farelo inativado no rmen.

    As limitaes de uso dos subprodutos so devidas presena do gossipol. Os sunos so bastante sensveis a esse pigmento txico, po-dendo ser intoxicados com nveis to baixos quanto 0,002% de gossipol livre na rao. Os sintomas de intoxicao variam de leves tremores at a morte, em casos severos, por causa dos danos causados no fgado e no corao. Em geral, bois e carneiros no so muito afetados, porm coe-lhos e porcos morrem ao serem alimentados com frequncia com torta ou farelo de algodo. Em ruminantes, a desintoxicao ocorre no prprio rmen pelo fato de o gossipol se ligar a protenas solveis ou pela diluio no local.

    Composio qumica-bromatolgica do farelo de algodo:

    MS PB FDN LIG EE Ca P NDT

    89,75 28-43 43,68 10,69 1,61 0,24 0,77 65,77Valadares Filho et. al., 2006.

    Recomendaes de uso:o Sunos (at 10% na rao).o Aves (5% da dieta).o Bezerros e vacas leiteiras (at 20%).

    Mercado (casca):o 43% PB (pobre em triptofano e lisina).o 36% de PB (52% de FND).

    Tipos de farelos:o PB (45%) FB (10%).o PB (38%) FB (16%).o PB (26%) FB (25%).

    Presena do cido ciclopropeno:

  • 4. OUTRAS OLEAGINOSAS UTILIZADAS NA NUTRIO ANIMAL

    Vantagens: Permitem aumentar a concentrao energtica das raes (2,25). Fonte de cidos graxos essenciais. Melhora a absoro de substncias lipossolveis como vitami-

    nas A, D e xantofilas. Aumenta a velocidade do trnsito digestivo. Melhora a palatabilidade (at certo ponto). Melhora a ingesto. Facilidade da produo de pellets.

    Desvantagens: Em geral a unidade energtica mais cara. Elevadas quantidades trazem prejuzo qualidade da rao. Gorduras insaturadas podem diminuir a digestibilidade em

    ruminantes. Podem causar rancificao na rao. Rancificao dos AGI = substituio das duplas por oxignio.

    o Forma radicais livres e perxidos.o Reduz a palatabilidade.o Perda de vitaminas lipossolveis.o Preveno = adicionar antioxidantes como Vit E.

    Uso limitado: < 6% da MS total.o Recomenda-se para ruminantes at 8% MS total.

  • 68

    4.1. Canola / Colza (Brassica sp.)

    Planta da famlia das crucferas.o (repolho e couves).

    Oleaginosa de origem canadense. Originria da COLZA melhorada.

    o Canadian Oil Low Acid.o Brassica napus e Brassica campestris.

    Melhora composio e reduo dos princpios txicos.

    A canola apresenta algumas caractersticas que a tornam interes-sante, como:

    Elevado teor de leo, principalmente grande quantidade de -3 e

    gorduras monoinsaturadas; Tem baixo teor de gordura saturada dos leos vegetais, mas apre-

    senta cidos graxos essenciais (rica em cidos oleico e linoleico).

    Princpios txicos

    Isotiocianatos e cido tnico Tanino 3%

    Dietas excreo de MS, energia, N endgeno, protena e cido rico.

    Compostos fenlicos interferem no metabolismo de mine-rais.

    Glucosinolatos e cido ercicoo 20 g e 5% (dobro zero/dupla baixa).

    Sinapina (1,0-1,5%)o Ao no desfavorvel para a maioria das aves, exceto poedeiras

    de ovos marrons que podem produzir ovos com odor de peixe, decorrente da degradao da sinapina no trato gas-trointestinal em Trimetilamina. Essas aves no produzem

  • 69

    em quantidade suficiente a enzima trimetilamina oxidase, apresentando deposio desta substncia nos ovos.

    Agentes goitrognicos (uso do farelo em nveis acima de 8-10%, afeta peso da tireoide).

    Efeitos da presena de cido tnico Aumento da secreo gastrointestinal (elevado nveis de mine-

    rais).

    Neutraliza clcio que fixa protenao Alterao da protena fixadora de clcio.

    Bl