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FACULDADE REDENTOR
CURSO: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ALEX DE OLIVEIRA DE CASTRO
IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTO: ESTUDO DE CASO EM UMA PANIFICADORA DE ITAPERUNA-RJ
Itaperuna
2013
ALEX DE OLIVEIRA DE CASTRO
IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTO: ESTUDO DE CASO EM UMA PANIFICADORA DE ITAPERUNA-RJ
Monografia apresentada a Faculdade Redentor como parte dos requisitos para a obtenção do título de bacharel em Engenharia de Produção.
Orientador: Sérgio Luís Lopez de Araújo
Itaperuna
2013
FOLHA DE APROVAÇÃO
Autor (a): ALEX DE OLIVEIRA DE CASTRO
Título: IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTO: ESTUDO DE CASO EM UMA PANIFICADORA DE ITAPERUNA-RJ Natureza: Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
Objetivo: Título de Bacharel em Engenharia de Produção
Instituição: Faculdade Redentor
Área de Concentração: Engenharia de Produção
Aprovada em:____/_____/______
Banca Examinadora:
___________________________________________
Prof. Sérgio Luís Lopez de Araújo (Orientador)
Instituição: Faculdade Redentor
___________________________________________
Prof. Luiz Gustavo Borges
Instituição: Faculdade Redentor
____________________________________________
Prof. Mauricio Ferraz
Instituição: Faculdade Redentor
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meus pais, Rosania e Mailson que
confiaram em mim, e acreditaram na minha capacidade e
determinação.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por ser o meu porto seguro, o centro de da
minha vida, por renovar a cada momento a minha força e disposição e pelo
discernimento concedido ao longo dessa jornada.
Aos meus pais Rosania e Mailson por tudo, pelos conselhos, pela capacidade
de acreditar em mim e investir no meu futuro.
A minha mãe que nem palavra tem para descrever o quanto seu amor,
carinho, cuidado e dedicação são importantes nessa caminhada e em toda minha
vida, um exemplo de mãe e mulher sempre tão batalhadora e honesta que tantas
vezes se desfez de seus sonhos apenas para realizar o meu.
Ao meu Pai, meu maior orgulho que me amou de forma infinita, minha maior
motivação pra chegar aonde cheguei, sendo meu amigo nas horas difíceis, me
ajudando sempre no que eu precisasse, seja no que for.
A minha Família, meus tios e tias, meus primos, avós, todos que confiaram na
minha capacidade. Agradeço minha namorada Joyce que confio em mim, acreditou
e foi compreensiva nas horas de ansiedade e desespero.
Em especial agradeço aos meus amigos Adilson Junior (Cotoco DJ) e
Marcelo Vitor (Marcelão), que nesse período de faculdade criamos um vínculo de
amizade sincera e concreta, que independente das dificuldades, esteve sempre
junto, com brincadeiras e armações, sempre sem perde o foco e a determinação.
Ao meu orientador Sérgio Araújo por sempre acreditar que eu era capaz, e
sempre me ajudou em todos os momentos que precisei para concluir com êxito esse
trabalho.
Aos Professores pela convivência harmoniosa, pelas trocas de conhecimento
e experiências que foram tão importantes na minha vida acadêmica. E alguns em
especial que se destacaram e que sempre esclareceram minhas duvidas e me
deram apoio na elaboração desse trabalho; Niander Aguiar, Mauricio Ferraz, Heleni,
Sandro Reis, Lívison Miranda, Alber Neto, Ana Karina, Jorge Matos. Ao coordenador
do curso Luíz Gustavo, pela competência na liderança do curso. Ao André Raeli pela
capacidade de entendimento de nossas exigências ao decorrer do curso.
A todos vocês, pessoas importantíssimas, na elaboração desse projeto e na
conclusão desse curso, meu muito obrigado.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo calcular o custo-padrão por unidade produto em uma
panificadora na cidade de Itaperuna-Rj, devido a grande variedade de produto de inicio
foram escolhido 5 (cinco) produtos. Para implantação do sistema de custo foi necessário ter
conhecimento do processo produtivo da empresa, do modelo de gestão e a forma de como
o planejamento e controle da produção atua dentro da empresa. Para o calculo do custo-
padrão foi feita uma coleta de dados de matéria prima, o calculo da Mão de obra direta e os
Custos Indiretos de Fabricação. O método de custo-padrão se mostrou eficaz na analise dos
resultados, buscando entender como os custos de produção se comportavam dentro da
empresa e trazendo resultados positivos.
Palavras Chave: Custo-Padrão. Processo Produtivo. Controle de Produção. Panificadora.
ABSTRACT
The present work aims to calculate the standard cost per unit product in a bakery in the town
of Itaperuna-Rj, given the wide variety of product were chosen beginning five (5) products.
For system implementation cost was necessary to have knowledge of the company's
production process, the management model and the way of how the planning and production
control operates within the company. To calculate the standard cost we collected raw data,
calculation of Labor Direct and Indirect Costs of Manufacturing. The standard cost method is
effective in the analysis of the results, seeking to understand how production costs behave
within the company and bringing positive results.
Keywords: Standard Cost. Production Process. Production Control. Bakery.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Fluxograma de produção........................................................................... 36
Tabela 2: Programação, Planejamento e Controle da produção............................ 38
Tabela 3: Mix de Produtos e Produção Mensal........................................................ 39
Tabela 4: Custo de Matéria prima Pão Frances 50 gr.............................................. 40
Tabela 5: Custo de Matéria-Prima Pão de Forma 400 gr......................................... 40
Tabela 6: Custo de Matéria-Prima Pão de Forma Integral 400 gr........................... 40
Tabela 7: Custo de Matéria-Prima Pão Sovado........................................................ 41
Tabela 8: Custo de Matéria-Prima Bolo Neutro 400 gr............................................ 41
Tabela 9: Folha de Pagamento e Horas Trabalhadas.............................................. 42
Tabela 10: Custo de Mão de Obra Direto por Unidade Produzida......................... 42
Tabela 11: Custo-Padrão de Produção por Unidade................................................ 43
Tabela 12: Projeção de Vendas no Mês..................................................................... 43
Tabela 13: Custo-Padrão dos Produtos Projetados no Mês................................... 44
Tabela 14: Demonstrativo de Resultados Projetados.............................................. 44
SUMÁRIO
RESUMO ...................................................................................................................... 7
ABSTRACT .................................................................................................................. 8
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................12
1.1 TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO.....................................................................12
1.2 JUSTIFICATIVA..............................................................................................14
1.3 OBJETIVOS....................................................................................................15
1.3.1 Objetivos Geral...................................................................................15
1.3.2 Objetivos Específicos..........................................................................15
1.5 ESTRUTURA...................................................................................................15
2 REVISÃO TEÓRICA....................................................................................................16
2.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO.............................................................................16
2.1.1 Sistema de produção sob encomenda................................................18
2.1.2 Sistema de produção contínua............................................................19
2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO (PCP)............................20
2.2.1 Pré-requisitos do PCP..........................................................................21
2.2.2 Funções do PCP..................................................................................22
2.2.3 Implicações no PCP.............................................................................23
2.3 SISTEMA DE CUSTO......................................................................................25
2.4 SISTEMA DE CUSTO PADRÃO......................................................................25
2.4.1 Contabilização do Custo-Padrão..........................................................28
2.4.1.1 Custo-Padrão de materiais.......................................................29
2.4.1.2 Custo-Padrão de Mão de obra direta.......................................30
2.4.1.3 Custo-Padrão de fabricação.....................................................31
2.5 SISTEMA DE ORDEM DE PRODUÇÃO..........................................................31
3 METODOLOGIA...........................................................................................................34
4 ANÁLISE DOS CUSTOS DE UMA PADARIA: M ESTUDO DE CASO.......................35
4.1 A EMPRESA.....................................................................................................35
4.2 IDENTIFICAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO...........................................36
4.3 PCP – QUADRO ATUAL..................................................................................37
5 RESULTADOS ALCANÇADOS....................................................................................39
5.1 MATERIA PRIMA (MAT) – CUSTO PADRÃO POR UNIDADE.......................39
5.2 MÃO DE OBRA (MOD) – CUSTO PADRÃO POR UNIDADE..........................41
5.3 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (CIF) POR UNIDADE..................42
5.4 CUSTO PADRÃO TOTAL POR UNIDADE....................................................43
5.5 CONCLUSÕES...............................................................................................44
5.6 RECOMENDAÇÕES.......................................................................................45
REFERÊNCIAS..............................................................................................................46
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO
Os proprietários estão sempre buscando aumentar os lucros de seus
investimentos, por meio da utilização de novas tecnologias, melhores e mais
baratas, novos produtos que geram menos desperdícios, especialização da mão de
obra ou mesmo pela automatização do processo.
Em geral essas medidas e atividades desenvolvidas por uma organização
geram custos quando colocadas em pratica. E esta é uma das grandes
preocupações dos empresários e gestores de empresas:
“COMO MANTER AS ATIVIDADES SEM GERAR CUSTOS ELEVADOS?”
É através do sistema de custo que eles vão conhecer as fontes, as causas e,
assim, identificar medidas para eliminá-los ou minimiza-los. Este é um dos modos
que a Engenharia de Produção pode auxiliar nas organizações, buscando melhorias
por meio do planejamento, controle, análise e gestão dos custos (MARTINS, 2010).
Para qualquer organização com fins lucrativos, é fundamental desenvolver
suas atividades com os mínimos gastos possíveis, para que possam ter o máximo
de lucro na comercialização de seus produtos ou serviços. Logo, administrar uma
empresa deve garantir os recursos necessários para que todos os setores que a
compõem: produção, logística, marketing, vendas, entre outros, possam realizar
suas atividades, de forma que crie o menor custo sem atrapalhar o seu bom
andamento (SLACK, 2002).
A contabilidade de custos nos mostra como os custos agem dentro de uma
organização, quais são as principais fontes de desperdícios, aonde deve ser feito
investimentos, quanto custa cada parte do processo e cada produto. Estas
informações são de grande importância para a tomada de decisão do administrador
de longo, médio e curto prazo, e é fundamental para a saúde financeira da empresa
e a sua longevidade (MAHER, 2001).
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No setor de produção é o local onde pode inserir mudanças, pois os
resultados são visualizados rapidamente, os profissionais menos qualificados se
adéquam melhor ao novo modelo de trabalho do que os mais especializados.
Portanto, os responsáveis pelo planejamento e controle da produção devem saber
detalhadamente os objetivos das mudanças, pois eles terão a responsabilidade de
reduzir os custos (TUBINO, 2000).
Nas empresas de grande porte, o auxilio dado a esse setor e o entendimento
da necessidade da gestão de custo é bem maior que nas micro e pequenas
empresas. Os problemas enfrentados pelas pequenas empresas são muitos:
Crédito; dúvidas a qual ramo, de que forma, quando e como vão se inserir; falta de
incentivos fiscais e governamentais e concorrência com grandes empresas, bem
como dificuldade no gerenciamento das tarefas cotidianas.
O que mais preocupa o pequeno empresário:
“Meu negócio está me trazendo lucro ou prejuízo?”
Segundo Leone (1996), “qualquer atividade que manipule valores e volumes
necessita de controle de custos”. Com o crescimento das atividades econômicas, as
empresas passaram a ter a necessidade de registros mais precisos para estruturar
suas atividades operacionais.
O simples controle dos custos não é mais suficiente para o gerenciamento de
uma empresa, eles servirão como base para análise que permitirá ao gestor da
empresa definir os preços de seus produtos. Preços que devem cobrir os custos de
fabricação, despesas, lucros e retorno de capital investido (NETO, 2008). Iudicibus
(2000) ressalta ainda que “o conhecimento dos custos é vital para saber se o
produto é rentável ou não, se é possível reduzi-los.”
Segundo Naveiro (2000), “A Engenharia de produção se dedica ao projeto e
gerencia de processos que envolvem materiais, equipamentos, pessoas e
ambiente.” E tem como área especifica os “[...] métodos gerenciais, a implantação
de sistemas informatizados para a gerência de empresas, o uso de métodos para
melhoria da eficiência das empresas e a utilização de sistemas de controle dos
processos da empresa.”
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Como grande parte da formação de Engenharia de Produção é voltada para
indústrias, observa-se uma ampla aplicação desses métodos de gestão nas
empresas procurando constantemente aumentar sua produtividade e, em
consequência, os lucros decorrentes do processo produtivo.
Partindo deste principio, a Padaria Esplanada LTDA é uma microempresa de
estrutura familiar, que tem como meta descobrir uma maneira mais realista de
calcular os custos envolvidos no seu processo produtivo, para que as análises
ajudem no direcionamento do processo decisório e no acompanhamento de seu
desenvolvimento. Foi escolhido para a aplicação o sistema de custeamento por
Ordem de Produção que aliado ao Custo-Padrão seja um método eficiente para
controle de seus custos e variações das suas despesas, criando um arcabouço
técnico/administrativo que possibilite a projeção da produção do período e o seu
acompanhamento real. Então fica a proposta: Quais resultados podem ser obtidos
na aplicação do Sistema de Custo-Padrão aliado ao Sistema de Custeamento por
Ordem de Produção em uma Padaria para a análise dos seus custos e Projeção de
Resultados?
1.2 JUSTIFICATIVA
A importância do estudo da gestão de custos dentro de qualquer organização
é vital, em especial para o controle das operações e melhor direcionamento das
políticas estratégicas de resultados a serem alcançados, este trabalho é de suma
importância para exposição de como os custos são utilizados no processo decisório
e o que pode-se concluir da aplicação de um modelo que pré-determina os custos
(Custo-Padrão) e passa a controlá-lo por um Sistema de Custeamento baseado em
Ordem de Produção.
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1.3 OBJETIVOS:
1.3.1 Objetivo geral
Utilizar o método de Custos-Padrão aliado ao Sistema de Custeamento por
Ordem de Produção (OP) para analisar os custos envolvidos no processo produtivo.
1.3.2 Objetivos específicos
- Identificar o sistema de produção utilizado pela empresa;
- Analisar PCP usado para execução da produção;
- Comportamento dos custos.
1.4 ESTRUTURA
No capitulo 1 foram abordados a introdução, o tema e problematização do
trabalho, a justificativa de sua escolha, os objetivos que se pretende alcançar.
No capitulo 2 serão abordados o referencial teórico envolvido no trabalho, os
assuntos descritos foram sistema de produção, planejamento e controle da
produção, sistema de custo, sistema de custo-padrão, sistema de ordem de
produção.
No capitulo 3 foi descrito a metodologia e o tipo de pesquisa realizada.
No capitulo 4 descreve a empresa: o seu processo produtivo, quadro de
funcionários e seu histórico.
No capitulo 5 aborda as análises realizadas após a aplicação dos métodos
propostos.
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2 REVISÃO TEORICA
Nesse capitulo serão abordados o referencial teórico envolvido no trabalho,
os assuntos descritos foram sistema de produção, planejamento e controle da
produção, sistema de custo, sistema de custo-padrão, sistema de ordem de
produção.
2.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO
Segundo Moreira (1988), os sistemas de produção são definidos da seguinte
forma “[...] é um conjunto de atividades e operações inter-relacionadas envolvidas na
produção de bens ou serviço.” Entende-se como monitoramento das atividades que
estão sendo desenvolvidas através dos resultados adquiridos, para garantir que
estão agindo de acordo com o planejado.
Observa-se no sistema de produção alguns elementos essenciais, como os
insumos, o processo de criação ou conversão, os produtos ou serviços e o
subsistema de controle.
Os insumos são os recursos que são transformados diretamente em produtos,
como as matérias primas incluindo aqui os recursos que movimentam o sistema,
como a mão de obra, o capital (custos) e ainda as máquinas e equipamentos,
instalações e o conhecimento técnico ou a qualificação para a realização do
processo produtivo, conforme mostra (VILLAR et al, 2008).
Outro elemento, o processo de conversão é onde a matéria prima sofre a
transformação ou muda a composição e a forma de recursos.
Com relação ao subsistema de controle esse é entendido como o conjunto de
atividades que assegura que planejamentos sejam seguidos, que padrões de
execução sejam estabelecidos e ainda que os recursos – matéria prima, mão de
obra e equipamentos -, sejam utilizados de forma eficaz e que a qualidade desejada
seja obtida, conforme (SLACK, 2003).
Os sistemas sofrem os efeitos de decisões externas e internas ao seu limite.
Falando-se de organizações, com certeza esse ponto não pode ser negligenciado.
As empresas estão em um mundo muito competitivo no qual qualquer mudança
pode interferir positiva ou negativamente.
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O Sistema de produção não funciona no vazio, isoladamente. Ele sofre influências, de dentro e de fora da organização, que podem afetar seu desempenho. Em outras palavras, ele sofre a influência de um ambiente externo e de um ambiente interno como o setor de marketing, finanças, recursos humanos e etc. (MOREIRA, p. 9, 2003).
O ambiente interno interfere no sistema de produção através das outras áreas
da empresa, como por exemplo, a área de marketing que é a responsável pela
geração e manutenção da demanda para os produtos da empresa buscando
assegurar a satisfação dos clientes e ainda no desenvolvimento de novos produtos,
conforme demanda ou necessidade do mercado, sendo sua inter-relação com o
sistema de produção fundamental. Outra influência importante que o setor produtivo
sente é a da área de finanças, pois é a responsável pela obtenção de recursos
financeiros, controle da sua utilização e análise das oportunidades de investimento,
buscando assegurar que a organização opere numa base eficaz de custos obtendo
o lucro almejado, conforme mostra (CHIAVENATO, 2005).
O lucro é crucial, pois a sua ausência por algum tempo pode significar a morte da organização, [...] muita coisa é afetada no sistema de produção devido á decisões da área de finanças: a escolha de equipamentos, o uso de horas extras, as políticas de controle de custos, as decisões preço-volume e etc. (MOREIRA, p. 9, 2003).
Segundo Slack (2003), o sistema produtivo, dentre as influências externas
que sofre, estão as condições econômicas gerais do país onde a empresa está
situada, as políticas e regulamentações governamentais, a competição e a inovação
tecnológica.
A organização, frente acirrada competição existente, deve reagir às
estratégias competitivas dos concorrentes com um sistema produtivo planejado e
controlado objetivando não ter como resultado produtos não conformes que não
atendam as expectativas dos clientes, e isso só é possível através do concreto
monitoramento desse processo no inicio, durante e ao término do mesmo, pois só
assim ações corretivas e/ou preventivas podem ser estabelecidas para que
problemas não voltem a acontecer.
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Referente às saídas dos sistemas de produção, Slack et al (2002) classifica
seus dois tipos: produtos e serviços, da seguintes maneira:
- Tangibilidade: produto tangível é quando pode senti-los por meio de algum
dos cincos sentidos. Já o serviço é observado através das percepções e
expectativas do consumidor.
- Estocabilidade: os produtos e serviços são adquiridos no instante em que
são produzidos, eles não podem ser fabricados antes que o pedido seja feito pelo
cliente.
- Transportabilidade: o produto pode ser fabricado em um local, vendido em
outro e consumido em um terceiro, de acordo como sua forma física. Por não ter
essas características o serviço não pode ser transportado.
- Simultaneidade: os Produtos e serviços são produzidos e consumidos na
mesma hora, não sendo possível dividir essas etapas. No caso dos produtos isso
tem que ser bem definido.
- Contato com o consumidor: nos produtos os consumidores tem pouco
conhecimento do processo, não podendo interferir na modificação do produto de
acordo com suas vontades. Já nos serviço é feita de acordo com as necessidades
do cliente.
- Qualidade: os produtos tem sua qualidade testada por avaliações feita com
ele mesmo. Já os serviços sua avaliação é feita através dos clientes, de acordo com
seu grau de satisfação.
Segundo Leone (2010), a principal classificação dos sistemas de produção e
dada “em função do fluxo do produto.” E, assim, surgem 02(dois) tipos: Sistema de
ordem sob encomenda e Sistema de produção continua.
2.1.1 Sistema de produção sob encomenda – Ordem de Produção (OP)
Nesse sistema, a produção acontece através de lotes. Ao término do lote de
um produto, outros produtos tomam o seu lugar nas máquinas.
No processo de produção por encomenda o cliente apresenta seu próprio
projeto para o produto que necessita e a organização deve executar a produção do
mesmo seguindo as especificações definidas no projeto fornecido pelo cliente,
segundo Moreira (2003).
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Uma das principais vantagens desse tipo de produção é a flexibilidade frente
ao processo de produção contínua, mas se não realizada de forma adequada pode
perder em volume.
Segundo Erdman (2007), é interessante a adoção de um sistema por
encomenda quando o volume de produção for relativamente baixo e ainda quando a
empresa atua em mercados de reduzidas dimensões.
Para Chiavenato (2005), tem as seguintes características: cada produto é
exclusivo, utiliza-se uma variedade de máquinas e operários especializados e o
produto tem data de entrega programada.
2.1.2 Sistema de produção continua
Esse tipo de produção apresenta uma sequencia linear para se fazer o
produto ou serviço. Os produtos seguem uma padronização e fluem de uma área de
trabalho para outra seguindo um planejamento definido. As diversas etapas de
produção devem ser balanceadas para que as mais lentas não retardem a
velocidade do processo produtivo, conforme (PELLEGRIN et al, 2007).
Os sistemas de produção contínua podem ser subdivididos em dois tipos: a produção em massa que se caracteriza pela produção, em larga escala, de poucos produtos com grau de diferenciação relativamente pequeno: automóveis, fogões, geladeiras. [...] “e a produção contínua propriamente dita, para linhas de montagem de produtos os mais variados possíveis e das indústrias de processos” (MOREIRA, p. 11, 2003).
Segundo Moreira (2003), esses processos contínuos tendem a ser altamente
automatizados e a produzir produtos com elevado grau de padronização objetivando
um produto com a melhor qualidade possível.
O sistema de produção contínua, quando em condições favoráveis ao alto
volume e produção padronizada, traz para a organização um processo produtivo
eficiente.
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2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
As empresas já se conscientizaram da necessidade de atuarem com uma
infraestrutura física competente para produzirem com a maior qualidade, pois isso é
essencial para atender aos requisitos dos clientes. A alta direção da empresa assim
como os gestores das organizações já entenderam que a estrutura de suas
empresas deve estar adaptada para atender a demanda dos seus clientes, através
da aplicação apropriada de instalações, materiais, trabalhos e informações e que a
melhoria contínuas dos métodos e processos de produção é primordial para
acompanhar os avanços tecnológicos e as mudanças no mercado e assegurar a
competitividade conforme (PELLEGRIN et al, 2007).
O PCP é uma função administrativa que envolve planejamento, direção e
controle do suprimento de materiais, peças e componentes assim como as
atividades do processo de produção em uma organização (VILLAR et al, 2008).
O Planejamento e Controle da Produção constitui num conjunto de
informações que gerencia a produção no que se refere às quantidades a serem
produzidas, sobre cada tipo de produto e ainda ao tempo necessário para sua
execução. O processo produtivo acontece em função dessas informações, pois esse
processo é o transformador de entradas em saídas quando se menciona a
integração de um sistema de produção, quer-se designar um trabalho, que além da
padronização possibilita de forma direta e automaticamente a conexão desde a
demanda até a expedição das saídas (VILLAR et al, 2008).
O Planejamento e Controle da Produção, conhecido como PCP, é um conjunto de atividades que conciliam o fornecimento dos produtos e serviços de uma operação com sua demanda, garantindo que os recursos produtivos estejam disponíveis no momento e no nível de qualidade adequada. (SLACK. 2003, p.87).
O PCP pode ser definido como um processo de tomada de decisão que
envolve a definição de metas e das ações necessárias para alcançá-las. Para que
se obtenha um resultado positivo, há a necessidade do monitoramento do processo
desde o seu inicio, durante e ao final do mesmo.
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O Planejamento e Controle da Produção (PCP) tem vários objetivos, entre
eles fazer com que o planejamento estabelecido para o setor produtivo sejam
rigorosamente seguidos.
Sendo um conjunto de funções inter-relacionadas que objetivam comandar o
processo produtivo e coordená-lo com os demais setores da empresa objetivando
assim formular os planos para organizar a aplicação dos recursos humanos e
materiais de modo a controlar as ações para correções de eventuais desvios e
minimizar perdas (CORRÊA et al, 2010).
Outros objetivos do PCP se referem ao que, quanto, onde, quanto e como o
produto vai ser produzido e terá cumprido seu papel positivamente quando forem
respondidas as seguintes perguntas:
O que produzir? - Determinação do produto a ser feito. Quanto produzir? - Quantificação da produção. Com que produzir? - Definição do material a ser usado. Como produzir? - Determinação do processo (modo de fazer). Onde produzir? - Especificação dos equipamentos. Com quem produzir? - Quantificação da mão de obra. Quando produzir? - Estipulação do prazo de execução. (Pellegrin et al, p. 98, 2007).
O Planejamento e Controle da Produção significa o controle do processo de
criação e alteração de produtos, o planejamento dos materiais a serem utilizados e a
uso correto dos recursos de produção, garantindo assim a análise sobre a
capacidade de produção atual e futura da organização.
2.2.1 Pré-Requisitos do PCP
Conforme Pellegrin et al (2007) os pré-requisitos do PCP são: o roteiro da
produção e o planejamento da capacidade produtiva.
O Roteiro da Produção é de responsabilidade do setor de engenharia onde o
trabalho do mesmo é evidenciado através dos fluxogramas do produto acabado, da
relação geral de peças, da sequencia e de informações referentes a matéria-prima e
dos equipamentos necessários para uma produção com qualidade.
Para Corrêa (2010), o Planejamento da Capacidade é o acerto do programa
de produção para um determinado período, a partir das perspectivas de vendas, da
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capacidade de produção, dos recursos financeiros disponíveis e ainda de decisões
vindas da alta direção da empresa auxiliada pelos gestores do departamento de
marketing e dos setores industrial e financeiro da empresa.
2.2.2 Funções do PCP
Antes de citar as principais funções do PCP, é preciso descrever 2 (dois)
conceitos ligados ao fluxo no sistema de produção, produção “puxada” e
“empurrada”.
Segundo Villar et al (2008), “empurrar a produção significa emitir ordens
periodicamente, para atender ao PMP, através de ordens de compra, de fabricação
e de montagem.” Já “puxar a produção significa não produzir até que o cliente
(interno ou externo) solicite a produção de um determinado item”.
Conforme Slack (2003), as principais funções do PCP são:
− Definição das quantidades a produzir.
− Gestão de estoques: refere-se a disponibilidade dos materiais necessários à
produção.
− Emissão de ordens de produção: através dessas é que serão tomadas as
providências para que todas as peças, componentes e matérias primas estejam
prontamente disponíveis para a programação da produção.
− Programação das ordens de produção: é feita uma análise crítica sobre a
viabilidade de atendimento no contido nas ordens de produção.
− Movimentação das ordens de produção: é o fluxo de informações referentes
ao que vai ser produzido. Aqui é realizado o registro, se processa as informações
recebidas e transfere o material produzido.
− Acompanhamento da produção: compara o planejamento com o executado,
ou seja, se os produtos da saída atendem aos requisitos de entrada. É nesse
momento que, havendo distorções que podem originar um produto não conforme,
podem ser estabelecidas ações corretivas e/ou preventivas para que a causa dessa
distorção seja arranjada para que o planejado seja cumprido com qualidade.
23
2.2.3 Implicações no PCP
Segundo Ries (2000), vários fatores que influenciam internamente e
externamente a empresa podem causar desvios e necessidade de melhoramento no
planejamento e controle da produção, tais como:
- falta ou atraso de material e de mão de obra,
- quebra não prevista de máquinas ou atraso da manutenção na liberação de
máquinas,
- atraso do processo produtivo devido à ineficiência do homem e/ou da
máquina,
- greves, feriado e outros eventos não previstos.
Todas essas implicações internas que podem interferir no processo produtivo
e trazer prejuízos para a empresa.
Tubino (2000) é cuidadoso sobre algumas questões e características relativas
ao sistema produtivo que atuam diretamente no PCP, ajudando a sua administração
ou tornando suas decisões mais complexas. O autor conceitua que “o grau de
padronização dos produtos, o tipo de operações necessárias e a natureza dos
produtos são fatores determinantes para a definição das atividades do PCP”.
Quando há uma padronização nas compras da empresa, corretas
informações sobre os produtos ou matérias primas a serem adquiridos dificilmente
ocorrerão problemas na produção em função do produto comprado estar fora do
especificado, havendo assim uma produção uniforme e sem atraso fazendo com que
a empresa cumpra com os prazos estabelecidos, conforme mostra (MELLO et al
2008).
2.3 SISTEMA DE CUSTO
Tudo que acontece ou deixa de acontecer em uma empresa tem um custo
associado. Assim, o planejamento e o controle do custo permitem indiretamente o
controle de toda a empresa.
Segundo Mota (2006), o planejamento e o controle são duas funções
administrativas básica da empresa, pois planejar é fixar os objetivos da mesma e
traçar os planos que levam a esses objetivos.
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Controlar é uma maneira de comparar os objetivos fixados com aqueles
objetivos que realmente foram alcançados e verificar em que medida o planejamento
e a realidade se encontram ou se afastam. É através dessa verificação é que pode
ser observado se os planos estabelecidos e a realidade se encontram, permitindo
assim o sucesso da empresa.
Um sistema de custos deve acontecer em condições normais de
planejamento e controle, permitindo assim a elaboração do orçamento, isto é, do
planejamento financeiro da empresa, conforme Mota (2006).
Segundo Leone (2010), através do controle de custos é possível uma melhor
fixação do preço de venda, porque a empresa pode conhecer com maior precisão a
margem de lucro que deve ter para que a rentabilidade total do negócio seja
adequada ao valor do dinheiro no mercado em que a empresa se encontra.
Padoveze (2007), mostra que a “[...] gestão de custos abrange todo o
conjunto de elementos dependentes entre si, que se integram, desde as operações
de custeio, técnicas de registro e acompanhamento, análise e gestão de
informações.”
Para se tornar viável a analise de um sistema de custos, é preciso ter
conhecimento do que é importante para a empresa, quais os dados seriam
necessário para criar analises relevantes para a empresa.
Bornia (2009) adota a nomenclatura de princípio para determinar o que será
considerado, o que é importante, e método para mostrar como isto será obtido. De
acordo com Oliveira (2009), “vários métodos e princípios de custeio que podem ser
aplicados às empresas dependendo do porte da organização, ramo de atividade,
volume de vendas, etc.” Dentre estes podem ser destacados:
Princípios:
- Custeio Variável
- Custeio por Absorção Integral ou Total
- Custeio por Absorção Ideal
Métodos:
- Rateio simples
- Custo padrão
- Centro de custos
25
- Baseado em Atividades
- Unidade de Esforço de produção.
2.4 SISTEMA DE CUSTO-PADRÃO
Segundo Leone (2010), existem 02 (dois) tipos de sistema de custeamento:
produção sob encomenda e produção padronizada ou continua, e o custo-padrão
pode ser aplicado tanto em um quanto em outro método de produção.
O custo-padrão pode ser considerado como um custo pré-determinado e está
baseado em projetos, produções experimentais e outros critério, sendo seu principal
objetivo controlar os custos de produção (LEONE, 2010).
O custo-padrão demonstram os valores dentro dos quais deveriam manter-se os custos reais. É o quanto a administração acha que um determinado produto deverá custar, levando-se em conta as condições de produção oferecidas pela empresa. É a medida pela qual as pessoas serão responsabilizadas. (SILVA, p. 15. 2002).
Para que a empresa possa determinar os custos-padrão ela tem que
conhecer muito bem o seu produto assim como o seu processo produtivo e ainda
saber como funciona cada equipamento utilizado no mesmo. Outro fator importante
é a qualificação da mão de obra que produz o seu o produto e aproveitar ao máximo
suas instalações para que possa aproveitar tudo que tem disponível para sua
produção (MOTA, 2006).
Para que a empresa tenha um custo-padrão eficiente, é necessário ordená-lo
com o orçamento, principalmente no que diz respeito ao volume de produção
planejada.
O custo-padrão se constitui num instrumento muito importante para que os
gestores das empresas tenham conhecimento sobre tópicos significativos para a
organização. Entre eles, destacam-se conforme Silva (2002), que a matéria prima
empregada para a produção do produto está sendo utilizada da melhor maneira
possível e ainda que o número de produtos não conformes seja insignificante.
Quanto menos produtos fora das especificações menos refugo, menos retrabalho e
consequente ganho na produtividade e lucratividade.
26
Outra informação importante fornecida pelo custo-padrão diz respeito à mão
de obra. Através de monitoramento do processo produtivo é possível que os
gestores percebam se a mão de obra utilizada está devidamente treinada e/ou
qualificada para executar suas tarefas.
Segundo Martins (2004), o custo-padrão fornece informações sobre a
capacidade da produção da empresa, qual o tempo desse processo, o setup das
suas máquinas e ainda a qualidade do seu produto final, ou seja, se os requisitos
dos seus clientes estão realmente sendo atendido o que faz com que os mesmos
demonstrem a sua satisfação.
Através do custo-padrão é possível a empresa ter o exato entendimento de
que os equipamentos são utilizados de forma eficiente, se estão passando por
manutenções preventivas e preditivas para evitar paradas inesperadas o que
acarreta atraso na produção, conforme mostra Ries (2004).
É através do custo-padrão que é possível realizar a redução de custos
procurando eliminar as ineficiências atribuindo autoridade e responsabilidade para
os colaboradores para que possam responder quando o processo produtivo não
responde de maneira positiva.
O gestor da empresa deve comparar quando a produção está sendo
realizados os custos efetivamente atrelados a ela com os custos-padrões
estabelecidos com o objetivo de verificar as possíveis variações ou divergências
entre eles.
Quando essas variações são observadas, o gestor deve proceder a uma
minuciosa investigação das mesmas, buscando identificar “quais as causas de não
aderência aos padrões preestabelecidos, identificar os responsáveis pelo ocorrido e
eventualmente proceder as alterações necessárias dos padrões preestabelecidos”
(RIES, p.27. 2004).
O objetivo do custo padrão é a administração da empresa através do principio
da exceção. Para Mota (2006), na administração financeira o custo padrão permite a
elaboração do planejamento financeiro de todos os gastos que a empresa possui,
porque o custo padrão é essencialmente um custo planejado. Permite uma análise
mais apurada sobre os preços que os produtos finais devem ter o que trará para a
empresa uma maior lucratividade, pois é possível através do custo padrão prever a
margem de lucro que a empresa terá.
27
Outro importante objetivo do custo-padrão é possibilitar a organização manter
o seu estoque direto, ou matéria-prima, a custo-padrão. Nesse caso, quando o
material é comprado, a variação de preço é calculada e lançada. Quando esse
material é requisitado pela área de produção para ser transformado em produto final,
a variação da quantidade é também calculada e lançada, simplificando
consideravelmente o manuseio e o custeio das fichas de estoque, podendo também
acelerar o manuseio do material no sistema em que as duas coisas estejam
relacionadas, conforme mostra Mota (2006).
Quando a empresa possui estoque, é através do custo-padrão que ela possui
o controle sobre o mesmo o que facilita consideravelmente o custeio das ordens de
produção, permitindo a permanente atualização do custo dessas ordens.
Conforme Leone (2010), quando o estoque de produtos acabados é mantido
a custo-padrão isso possibilita que a sua manipulação seja extremamente rápida e
praticamente feita para as quantidades que entram, saem e ficam em estoque.
Segundo o mesmo autor, o planejamento de novos produtos, quando utilizado
o custo-padrão, é facilitado pelo conhecimento dos padrões de custo dos vários
materiais e mão de obra o que facilita a elaboração de novos projetos.
Outro importante objetivo do custo padrão é oferecer subsídios para a
empresa para que a mesma seja administrada através dos custos reais que serão
obtidos pela sua comparação com os custos planejados ou custo-padrão. Quando a
diferença entre o custo padrão ou o planejado é grande frente ao custo real, seja
positiva ou negativa, a organização está operando de forma ineficiente. Quando
essa diferença é pequena, a empresa está atuando de forma eficiente, porque o
custo-padrão é um custo eficiente, segundo Mota (2006).
Através desse monitoramente de custos a empresa tem uma melhor
administração que a fará, de forma satisfatória, permanecer no mercado, pois o
custo-padrão é o custo planejado que permite o controle dos custos reais, conforme
Mota (2006).
Segundo Leone (2010), tudo que acontece ou deixa de acontecer em uma
empresa tem um custo associado. O sistema de custo-padrão tem algumas
vantagens adicionais, além de estabelecer a eficiência no controle das operações,
serve para racionalizar trabalhos burocráticos, como:
- Os cartões de estoque podem ser mantidos pela quantidade;
- A requisição de matéria-prima pode ser determinada antecipadamente;
28
- O custo de produto vendido é facilmente adquirido.
2.4.1 Contabilização do Custo-Padrão
Vários são os métodos de contabilização dos custos-padrões. Cada empresa
deve ter seu sistema próprio, projetado para fornecer as informações necessárias
para sua administração.
No entanto, toda essa variedade de métodos de contabilização dos custos-padrões, se resume, em última análise, no lançamento de débito e de crédito, de uma ou mais conta, dos custos reais e dos custos-padrões, possibilitando assim que o saldo dessas contas represente uma comparação entre eles. (SILVA, 2002, p. 65)
Apesar de cada empresa estabelecer seu próprio mecanismo para controlar o
seu financeiro, ela precisa para determinar os custos-padrão ter um conhecimento
perfeito do produto, do seu processo produtivo, sobre os equipamentos utilizados,
sobre os recursos humanos disponíveis e ainda sobre a infraestrutura física
necessária para que a produção aconteça de forma satisfatória, segundo Silva
(2002).
Para a adaptação contábil do custo padrão, a empresa deve entender que ele
não é um substituto do custo real ou efetivo, mas sim uma adição que se faz àquele
custo. Se o custo efetivo vem acompanhado do custo-padrão há a possibilidade de
se administrar com planejamento e controle. Se não houver padrões, não haverá
administração planejada e controlada. A administração se limitará a uma mera
constatação de custos efetivos ocorridos, com os quais nada se pode fazer, a não
ser ter conhecimento, ou, quando muito, acompanhar a sua evolução paralelamente
a outro fator, conforme Mota (2006).
Quando isso acontece, não existe uma contabilidade de custo-padrão
diferente da contabilidade de custo efetivo dentro da empresa, pois a contabilidade
se constitui em uma só.
Segundo Mota (2006), se a empresa possui um custo-padrão, a sua
contabilidade incluirá em seu plano de contas também as contas relativas aos
padrões e ainda as contas relativas às diferenças entre o custo-padrão e o custo
29
efetivo, fazendo com que esse plano de contas se torne mais complexo, embora
amplamente manipulável.
É de responsabilidade do departamento de engenharia industrial, aqui
entendido como aquele que faz um preciso planejamento e controle da qualidade do
produto, entendendo qualidade como o conjunto de características que definem o
produto, fixar os padrões de quantidade dos elementos de custo, que são: material
direto, mão de obra direta e custo indireto, sendo esse último conhecido através de
um dos dois primeiros, conforme Martins (2010).
Na empresa, é a contabilidade a responsável pelos custos e também, em
muitos casos, pela administração e pela contabilização dos padrões de custos dos
elementos.
Os custos referentes a mão de obra direta, dos custos indiretos, de preços, de
material devem ser definidos claramente para que sejam sempre precisamente
definidos, permitindo a comparação entre eles para se obter um resultado positivo
para a empresa.
2.4.1.1 Custo-Padrão de Materiais
Para Martins (2010), o padrão dos materiais é uma função de duas variáveis,
pelo menos: a Quantidade Padrão (QP) e o Preço Padrão (PP), utilizando-se a
seguinte fórmula:
Custo Padrão dos Materiais = Padrão de Quantidade X Preço Padrão
As quantidades padrão são baseadas nas especificações dos tipos e
quantidade de materiais a serem empregados no processo a cada produto a ser
produzido, prevendo as perdas normais. O padrão dos preços é estabelecido pelo
setor de Compras utilizando-se a média de preços praticados pelo mercado. São
duas as variações de materiais: O Valor de Preço e a Variação de Quantidade,
calculadas pelas fórmulas:
VARIAÇÃO DE PREÇO: (PR – PP) X QR
VARIAÇÃO DE QUANTIDADE: (QR – QP) X PP
30
2.4.1.2 Custo-Padrão de Mão de Obra Direta
Leone (2010), diz que o padrão da MOD admite dois fatores: TEMPO e
SALÁRIO. Com base nas informações do tempo da mão de obra necessário para
produção de uma unidade do produto ou de um lote de unidades do produto,
conhecendo as características dos funcionários que irão trabalhar no produto,
estabelecerá o estabelecerá o salário-padrão necessário para cada um dos níveis. O
tempo-padrão de cada operação deverá levar em consideração qualquer paralisação
obrigatória e todos os movimentos improdutivos. O padrão de preços de custo da
mão de obra é gerado pelo departamento de recursos humanos
Os tempos-padrões da MOD podem ser estabelecidos do seguinte modo:
- Pela média das produções passadas;
- Pelo estudo de tempos e movimentos de cada operação;
- Por meio de uma produção-piloto;
- Através da estimativa baseada na experiência e no conhecimento das
operações de fabricação e do produto.
A formula para determinação dos padrões da MOD é a seguinte:
Custo-Padrão = Tempo-Padrão X Salário-Padrão
CP = TP X SP
O Custo Real é calculado levando-se em consideração o tempo real de
fabricação e o salário realmente pago aos funcionários, sendo consideradas duas
variáveis: Variação de Taxa e Variação de Eficiência. A Variação de Taxa é a
diferença entre aquilo que a empresa estava prevendo pagar salário-hora ao
funcionário e o que realmente foi pago. A Variação de Eficiência é a diferença ente o
tempo previamente estipulado para a fabricação e aquele que foi consumido na
realidade. As fórmulas para cálculo são as seguintes:
VARIAÇÃO DE TAXA = (TEMPO REAL – TEMPO PADRÃO) X HORA REAL
VT= (TR –TP) X HR
VARIAÇÃO EFICIÊNCIA = ((HORA REAL - HORA PADRÃO) X TEMPO REAL
- PADRÃO CIF)
31
VE= (HR – HP) X TP
Os padrões de custos indiretos, quantidade e preços são de responsabilidade
exclusiva da contabilidade de custos, que está normalmente subordinada à
administração contábil e financeira da empresa.
2.4.1.3 Custo Indireto de Fabricação
Silva (2002), devido a sua complexidade as CIF serão calculadas através de
uma Taxa de Absorção, utilizando-se uma base de volume, tais como:
- Produção estimada em unidades;
- Valor estimado de materiais;
-Valor estimado da MOD;
- Hora estimada de MOD;
- Horas estimadas de máquinas.
2.5 SISTEMA DE ORDEM DE PRODUÇÃO
Segundo Leone (2010), o sistema de custo por Ordem de Produção baseia-se
no principio de que cada elemento do custo e acumulado separadamente. A cada
Ordem de Produção é atribuído um código e todos os documentos relacionados com
os fatores de produção, devem ser identificados à Ordem de Produção por meio
daquele código.
As Ordens de Produção são emitidas no inicio de cada produção ou serviço,
seguindo as especificações do cliente, facilitando a determinação do lucro obtido por
pedido. Sendo assim, nenhum trabalho poderá ser iniciado sem que seja
devidamente autorizado através da emissão de uma Ordem de Produção. Este
sistema permite que a empresa relacione a renda obtida numa Ordem de Produção
com os custos realizados para sua produção ou realização do serviço (MARTINS,
2010).
Para Leone (2010), o sistema de Ordem de Produção possui as seguintes
características:
- Identifica a Produção de lotes diferentes de produtos durante o processo;
32
- Somente após seu termino ou mediante levantamento de inventario físico,
pode-se saber seu custo real de fabricação do produto;
- Os custos incluídos nas Ordens de Produção enquanto não são
completadas, passam a compor o estoque de produtos em processo;
- As Ordens de Produção são utilizadas em indústrias de produção não
padronizada ou de produção não repetitiva.
As vantagens pela utilização do sistema de custeamento por Ordem de
Produção podem ser resumidas nos seguintes tópicos:
- Permite a administração identificar os produtos que dão maior ou menor
margem de lucro;
- Oferece controle dos custos de forma imediata e sem necessidade de
inventario físico;
- Os custos acumulados em cada Ordem de Produção podem servir de base
para o estabelecimento do valor que deve ser cobrado ao cliente.
Para a emissão de uma ordem de produção, segundo Russomano (2003),
algumas etapas devem ser seguidas para que o resultado seja satisfatório, são elas:
1ª etapa: Definir o que irá produzir, ou seja, antes de emitir qualquer ordem de
produção, deve-se ter definido quais itens serão produzidos. Essa definição foi
previamente realizada na atividade de Análise da Necessidade de Produção.
Quando é realizada uma análise sobre o que precisa ser produzido pode-se
ter uma previsão de demanda que pode ser o motivo que vai impulsionar o
processo. Neste caso a ordem de produção deve ser feita para que haja a
solicitação de produção, devendo conter todas as informações de especificações do
produto e as instruções de produção para que o operador, ao receber o documento,
saiba exatamente o que deve ser feito, segundo Russomano (2003).
2ª etapa: Emitir a ordem de produção.
O documento chamado de ordem de produção é também conhecido como
ordem de fabricação, ordem de serviço ou ordem de trabalho. Na situação de
Produção Contínua, a ordem de produção deve ser incluída de acordo com a
programação da produção. Já no Sistema de Produção por Encomenda, a ordem de
produção é gerada por meio do pedido de vendas, conforme Russomano (2003).
33
A ordem de produção é que dá a partida no processo de produção, sendo que
nenhum trabalho poderá ser iniciado sem a emissão da correspondente ordem de
produção.
3ª etapa: Produção.
Com a ordem de produção em mãos, o gestor da área de produção é
responsável por informar o período aos funcionários para dar inicio ao processo
produtivo. Simultaneamente, o responsável pelo estoque separa os materiais que
serão usados no processo produtivo.
Durante todo o processo produtivo, são necessários fazer os seguintes
registros:
- referente a quantidade do produto a ser realizado: devem ser registradas as
quantidades realmente produzidas de cada produto.
- referente a hora de início e término da produção: se ocorrer atraso ou algum
problema já no inicio da produção isso deve ser registrado para que ações sejam
tomadas imediatamente para sana-lo, conforme mostra Russomano (2003).
Havendo outras ocorrências, as mesmas devem ser registradas informando
se teve parada de produção e por quanto tempo, se teve produtos defeituosos e
rejeitados, dentre outras informações importantes sobre o processo de produção.
4ª etapa: Registro.
Com a produção finalizada é necessário armazenar a ordem de produção,
pois os dados registrados serão analisados pelos gestores da empresa com o
objetivo de obter informações quanto ao desempenho da produção, custo, controle
de quebra de produção, dentre outros.
O registro das ordens de produção é muito importante também para que se
possa rastrear um produto com algum problema, a que lote pertence, a matéria-
prima utilizada etc., conforme Russomano (2003). Cada empresa deve elaborar e
incorporar o sistema de ordem de produção, de maneira a atender suas próprias
necessidades e características. Ao torna-la um registro que contenha todas as
informações desde o inicio, durante e ao final da produção de um produto, ela terá
um importante referencial de análise para a produção de outros produtos.
34
3 METODOLOGIA
No presente estudo, observa-se uma pesquisa de exploração técnica,
sistemática e exata ao planejar os métodos que serão aplicados, direcionando quais
os dados serão relevantes ao estudo. E também lógica e objetiva quando procura
não interferir na coleta de dados para não manipular os dados a fim de tender para o
resultado previsto, preservando a realidade.
Assim, trata-se de uma pesquisa aplicada, pois o objetivo principal é a
implantação de um método em uma empresa, para que ele possa ser utilizado por
seus gestores e traga resultados válidos para auxílio na tomada de decisão. Outro
método a ser utilizado de pesquisa é o de documentação indireta, com fontes
secundarias, como livros, artigos, website, etc.
35
4 ANÁLISE DOS CUSTOS DE UMA PADARIA: ESTUDO DE CASO
4.1 A EMPRESA
Localizada na cidade de Itaperuna, no bairro Niterói, a Padaria e Mercearia
Esplanada atua no setor alimentício, e esta no mercado a mais de 10 (dez) anos,
atuando na fabricação e venda de pães, bolos, biscoitos e doces e conta também
com uma mercearia onde se encontra diversos tipos de produtos como de limpeza,
enlatados, higiene pessoal, etc.
A empresa e de estrutura familiar e nela atuam além dos donos, mais 3 (tres)
funcionários, num total de 5 (cinco) pessoas, assim, se dividem nas seguintes
funções: padeiro, serviços gerais, atendimento, administração e entregas.
Sendo uma empresa familiar a elaboração dos custos são feitas de forma
simples, onde calcula apenas a quantidade de matéria-prima gasta, acrescentando
20% do valor dessa matéria-prima e dividindo pela quantidade produzida, e assim,
chegando ao valor unitário do produto, de forma aleatória.
O processo de fabricação dos produtos é bem simplificado, onde se divide
nas seguintes operações: pesagem da matéria-prima, mistura da matéria-prima,
cilindro, corte, divisora, modelagem, fermentação, forneamento e acabamento final.
Abaixo está sendo descrito o processo de fabricação por etapa:
01) Pesagem da matéria-prima: é feito a separação dos ingredientes de
acordo com a quantidade e o tipo de produto a ser fabricado;
02) Mistura da matéria-prima: é feito a mistura de todos os ingredientes na
masseira, adicionando água ate o ponto ideal da massa;
03) Cilindro: nessa etapa busca a homogeneização da massa, passando
varias vezes no cilindro ate obter uma massa leve e de boa aparência;
04) Corte: é feito o corte e a pesagem da massa de acordo com o tipo de
produto da ser fabricado;
05) Divisora: após a etapa de corte da massa, ela e levada para divisora, e
assim, ela é dividida e toma a forma do produto;
06) Modelagem: é onde o produto e modelado e toma sua forma original;
36
07) Fermentação: após a etapa de modelagem os produtos são colocados em
formas, e logo em seguida colocados em carrinho/armário para descansar ate atingir
o ponto ideal de ir ao forno;
08) Forneamento: o produto é levado ao forno em uma temperatura entre 150
a 200 graus em media, permanecendo entre 25 a 40 minutos ate o cozimento total
do produto;
09) Acabamento final: o produto embalado e enviado para venda.
Tabela 1: Fluxograma de produção.
Fonte: própria
4.2 IDENTIFICAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
O sistema de produção utilizado na Padaria e Mercearia Esplanada
caracteriza-se como intermitentes por lotes, pois são fabricados um certo tipo de
produto e em seguida os equipamentos podem ser utilizados para fabricação de
outro produtos, quando existir uma ordem verbalizada.
Mesmo possuindo uma característica de sistema de produção continua, não
existe alteração de máquinas e equipamentos de um produto para outro, o sistema
da Padaria e Mercearia Esplanada LTDA e definido como intermitente por lote
devido a variedade de produtos, mesmo que a diferença entre eles seja pequena.
Pesagem da Matéria-Prima
Mistura da Matéria-Prima
Cilindro
Corte Divisora Modelagem
Fermantação Forneamento Acabamento
Final
37
4.3 PCP – QUADRO ATUAL
Não se deparou com nenhum modelo de programação e planejamento da
produção na empresa, indicando que não tem um setor de PCP estruturado dentro
da mesma.
O planejamento de quanto e qual produto será produzido é feito na hora pelo
responsável, utilizando uma base do que é produzido semanalmente e a demanda
dos produtos. Não existe um planejamento da produção formal dentro da empresa,
tudo e feito de forma verbal, sem nenhuma documentação.
Das obrigações do PCP citadas, apenas o acompanhamento da produção foi
visualizado na empresa. Visto a não existência de um planejamento da produção
estruturado, aconselha-se a utilização de uma tabela onde será anotada a
quantidade planejada e a quantidade a ser produzida de cada produto e qual o dia,
para se ter melhor controle entre o planejado e o produzido. Abaixo segue um
exemplo de tabela de planejamento e controle da produção há ser usada:
38
Tabela 2: Programação, planejamento e controle da produção.
Fonte: Própria
Dessa Forma, não tem como discutir os temas abordados na revisão
bibliográfica sobre programação planejamento e controle da produção.
Produtos Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Planejada Produzida
Pão Francês 50gr
Pão de Forma 400gr
Pão de Forma Integral 400gr
Pão Sovado 400gr
Bolo Neutro 400gr
Funcionários:
Observações:
Supervisor de Produção:
Padaria e Mercearia Esplanda
Programação, Planejamento e Controle da produção
Periodo:
39
5 RESULTADOS ALCANÇADOS
O presente trabalho realizado junto a Padaria e Mercearia Esplanada LTDA,
tem como objetivo fazer uma analise especifica dos custos referentes a padaria,
considerando suas variações, forma de controle ate chegar finalmente ao resultado
bruto, isto é, traçar um cenário real mostrando que é possível utilizar o instrumento
do custo-padrão aliado a ordem de produção como forma de planejar o resultado e
acompanhar o desenvolvimento do processo produtivo para alcança-lo,
demonstrando as suas variações de eficiência durante o processo, determinando se
foi favorável ou desfavorável a evolução dos elementos do custo, ou seja, a matéria-
prima, mão de obra e custos de indireto de fabricação.
A seguir será simulado a movimentação mensal referente a padaria, que tem
a seguinte estrutura operacional, demonstrado na tabela 3:
Tabela 3: Mix de produtos; e produção mensal.
Mix de Produtos Produção Mensal
Pão Francês 50gr 10.000
Pão de Forma 400gr 2.000
Pão de Forma Integral 400gr 1.000
Pão Sovado 400gr 5.000
Bolo Neutro 400gr 2.000
Total de Produtos 20.000
Fonte: Própria
5.1 MATERIA-PRIMA (MAT) CUSTO-PADRÃO POR UNIDADE
Nas tabelas 4, 5, 6, 7 e 8 foram realizados os cálculos de custo-padrão de
matéria-prima por unidade produzida, para fazer esses cálculos foi necessário ter
conhecimento da receita do produto, a quantidade gasta para produzir uma unidade
e o preço da matéria-prima.
40
Tabela 4: Custo de matéria-prima pão Frances 50gr.
Fonte: Própria
Tabela 5: Custo de matéria-prima pão de forma 400 gr.
Fonte: Própria
Tabela 6: Custo de matéria-prima pão de forma integral 400 gr.
Fonte: Própria
TOTAL DE GRAMAS PADRÃO EM GR. PREÇO EM KG. VALOR TOTAL
Farinha de Trigo Pre-Mistura 35 2,04R$ 0,07R$
Açucar Cristal 4 1,30R$ 0,01R$
Melhorador de Farinha 4 6,43R$ 0,03R$
Fermento Granulado SAF 1 12,48R$ 0,01R$
0,11R$ Total
Pão frances 50gr - Relação dos custo de matéria-prima por unidade
TOTAL DE GRAMAS PADRÃO EM GR. PREÇO EM KG. VALOR TOTAL
Farinha de Trigo Pre-Mistura 350 2,04R$ 0,71R$
Margarina 5 2,98R$ 0,01R$
Açucar Cristal 10 1,30R$ 0,01R$
Antimofo Itaiquara 0,5 19,80R$ 0,01R$
0,75R$ Total
Pão de Forma 400gr - Relação dos custo de matéria-prima por unidade
TOTAL DE GRAMAS PADRÃO EM GR. PREÇO EM KG. VALOR TOTAL
Mistura Pao Integral 340 1,52R$ 0,52R$
Farinha de Trigo Pre-Mistura 100 2,04R$ 0,20R$
Margarina 10 2,98R$ 0,03R$
Fermento Fresco SAF 10 5,50R$ 0,06R$
0,81R$ Total
Pão de Forma Integral 400gr - Relação dos custo de matéria-prima por unidade
41
Tabela 7: Custo de matéria-prima pão sovado 400 gr.
Fonte: Própria
Tabela 8: Custo de matéria-prima bolo neutro 400 gr.
Fonte: Própria
Observação: Os preços mencionados são calculados pela media dos
praticados no mercado através de cotação junto a no mínimo 5 (cinco) fornecedores.
5.2 MÃO-DE-OBRA DIRETA (MOD) – CUSTO-PADRÃO POR UNIDADE:
Para realizar o calculo da mão de obra direta foi preciso apurar o total da folha
de pagamento com encargos, sabendo-se desse valor, dividiu pela quantidade de
horas trabalhadas mensalmente, para chegar ao custo por hora trabalhada, sendo
assim, foi necessário descobrir qual o custo por minuto e por segundo trabalhado.
Lembrando-se que a mão de obra direta é gerada por 1 (um) padeiro e 1 (um)
auxiliar geral.
TOTAL DE GRAMAS PADRÃO EM GR. PREÇO EM KG. VALOR TOTAL
Farinha de Trigo Pre-Mistura 280 2,04R$ 0,57R$
Açucar Cristal 45 1,30R$ 0,06R$
Fermento Fresco SAF 10 5,50R$ 0,06R$
Margarina 5 2,98R$ 0,01R$
Melhorador de Farinha 3 6,43R$ 0,02R$
Antimofo Itaiquara 0,6 19,80R$ 0,01R$
0,73R$ Total
Pão Sovado 400gr - Relação dos custo de matéria-prima por unidade
TOTAL DE GRAMAS PADRÃO EM GR. PREÇO EM KG. VALOR TOTAL
Mistura para Bolo Vera Mix 250 2,72R$ 0,68R$
Leite Pasteurizado Tipo "C" 125 1,85R$ 0,23R$
Ovo 50 4,00R$ 0,20R$
1,11R$ Total
Bolo Neutro 400gr - Relação dos custo de matéria-prima por unidade
42
Tabela 9: Folha de pagamento e horas trabalhadas.
Fonte: Própria
Sendo: R$ 3.000,00 / 220 h = R$13,64 h R$ 13,64 / 60 min = R$ 0,23 min
0,23 min / 60s = R$ 0,004 s
Achando os custos da mão de obra direta por hora, minuto e segundo foi
possível realizar os cálculos de acordo com a necessidade de tempo de cada
produto. Como podemos observar na tabela 10, cada produto possui um tempo de
fabricação unitária, para chegar ao valor total da MOD por unidade produzida
multiplicou-se o tempo de produção pelo valor da MOD.
Tabela 10: Custo de mão de obra direta por unidade produzida.
Fonte: Própria
5.3 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (CIF) POR UNIDADE
Os custos indiretos de fabricação serão apropriados através de Taxa de
Absorção, tendo como Base de Volume a Produção Orçada para o período, e o valor
orçado da CIF (energia-elétrica, gás GLP, água, encargos e tributos e outros custos)
para o período é de R$ 2.500,00. Sendo:
Taxa de Absorção = CIF ORÇADA / QUANTIDADE PRODUZIDA
Taxa de Absorção = R$ 2.500,00 / 20.0000 Uni = R$ 0,12
Folha de Pagamento com encargos 3.000,00R$
Horas trabalhadas mensalmente 220h
Produto Tempo de produção Valor da MOD Total da MODPão Francês 50gr 30s 0,004 0,12R$
Pão de Forma 400gr 3min 0,23 0,69R$
Pão de Forma Integral 400gr 3min 0,23 0,69R$
Pão Sovado 400gr 2min 0,23 0,46R$
Bolo Neutro 400gr 2min 0,23 0,46R$
Relação dos custos de Mão de Obra Direta (MOD) por unidade
43
5.4 CUSTO-PADRÃO TOTAL POR UNIDADE
Após os cálculos realizados de custo-padrão de matéria-prima, mão de obra
direta e custos indiretos de fabricação, foi possível orçar qual o preço por unidade
produzida de cada produto analisado.
Tabela 11: Custo-padrão de produção por unidade de produto.
Fonte: Própria
Concluindo, será levado em consideração que a Padaria e Mercearia
Esplanada LTDA está fazendo seu planejamento para o mês X considerando que ira
produzir seu MIX DE PRODUTOS em sua capacidade total, e que o mesmo será
vendido em sua totalidade.
Na tabela 12 demonstra a quantidade que foi planejada para o mês, o preço
de venda por unidade de produto e o valor total de vendas no mês.
Tabela 12: Projeção de vendas no mês X.
Fonte: Própria
Já na tabela 13 é mostrada a quantidade que foi planejada para o mês, o
preço do custo-padrão por unidade de produto e o valor total do custo-padrão de
produção.
Produto Matéria-Prima (MAT) Mão de Obra Direta (MOD) Custo Indireto de Fabricação (CIF) Custo-Padão TotalPão Francês 50gr 0,11R$ 0,09R$ 0,12R$ 0,32R$
Pão de Forma 400gr 0,75R$ 0,69R$ 0,12R$ 1,56R$
Pão de Forma Integral 400gr 0,81R$ 0,69R$ 0,12R$ 1,62R$
Pão Sovado 400gr 0,73R$ 0,46R$ 0,12R$ 1,31R$
Bolo Neutro 400gr 1,11R$ 0,46R$ 0,12R$ 1,69R$
Produto Quantidade Preço de Venda TotalPão Francês 50gr 10.000 0,40R$ 4.000,00R$
Pão de Forma 400gr 2.000 3,00R$ 6.000,00R$
Pão de Forma Integral 400gr 1.000 3,00R$ 3.000,00R$
Pão Sovado 400gr 5.000 3,00R$ 15.000,00R$
Bolo Neutro 400gr 2.000 3,50R$ 7.000,00R$
35.000,00R$ Vendas
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Tabela 13: Custo-padrão dos produtos projetados para o mês.
Fonte: Própria
Na tabela 14 foi feito um demonstrativo de resultados para analisar se a
Padaria e Mercearia Esplanada estão tendo um resultado bruto positivo ou negativo,
com os produtos planejados no período.
Tabela 14: Demonstrativo de resultados projetados.
Fonte: Própria
Conforme pode ser observado, é possível utilizar de forma eficaz os
mecanismos do custo-padrão aliado ao sistema de controle de lotes de produção
(ordem de produção) em micros e pequenas empresas, com resultados totalmente
satisfatórios e implantado sem grandes dificuldades, adaptando-se com facilidade ao
crescimento da empresa, cabendo ainda observar que pode ser integrado
naturalmente com os sistemas de controle de estoque, compras, financeiro e
comercial.
5.5 CONCLUSÕES
O sistema de gestão de custos mostra-se como poderoso aliado não só aos
estudos para definição de formas de ação, mas principalmente na ação prospectiva,
em que cenários e movimentos de mercados podem ser analisados e avaliados com
vistas à definição de meios de ação, com a identificação de estratégias apropriadas.
Produto Quantidade Preço do Custo-Padrão TotalPão Francês 50gr 10.000 0,32R$ 3.200,00R$
Pão de Forma 400gr 2.000 1,56R$ 3.120,00R$
Pão de Forma Integral 400gr 1.000 1,62R$ 1.620,00R$
Pão Sovado 400gr 5.000 1,31R$ 6.550,00R$
Bolo Neutro 400gr 2.000 1,69R$ 3.380,00R$
17.870,00R$ Total
Vendas Projetada para o Periodo 35.000,00R$
(-) Custo-Padrão Projetado para o Periodo 17.870,00R$
Resultado Bruto do Periodo 17.130,00R$
Demonstrativo de Resultado Projetado para o Periodo
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Nesse sentido, observa-se que atualmente, são diferenciais de mercado
questões ligadas à rapidez na tomada de decisões, assim como a antecipação das
necessidades e desejos de seus clientes. Portanto, a gestão clara e precisa de
custos tende a favorecer processos decisórios em geral. Nessa linha, a delimitação
de custos por sistemas de custeio volta-se para a exploração e organização de
fatores e condições que conduzam ao alcance de metas por meio da permanente
avaliação de medidas e processos em busca dos resultados previamente
programados, onde se faz indispensável à utilização do custo-padrão.
É preciso perceber as peculiaridades do mercado e especificidades
empresariais. O desenvolvimento de um plano considerado como adequado para
gestão de custos deve fazer parte da pauta organizacional, já que enfrentar um
mercado externo altamente competitivo e de padrões evolutivos exige postura
empreendedora e muita pro atividade.
A avaliação das características de uma empresa torna claro o acerto de suas
decisões, embora estas devam constituir objeto de contínua avaliação,
aprimoramento e atualização. Portanto, a definição da ferramenta de gestão de
custos deve levar em conta como metas principais, as relacionadas tanto aos
aspectos financeiros, bem como, aos direcionadas ao lucro da empresa. Na maioria
das vezes estas estão baseadas nos seguintes princípios: permanência no mercado;
aumento do market share; diversificação de produtos e serviços, possibilitando a
maximização de lucros.
5.6 RECOMENDAÇÕES
Diante do quadro estrutural e operacional em que se encontra a Padaria e
Mercearia Esplanada LTDA, a implantação do sistema proposto para planejamento e
controle de seus custos com certeza ira contribuir de forma favorável para atingir os
objetivos que foram colimados. A recomendação que parece mais adequada a
situação é que os proprietários/administradores continue no caminho da evolução,
investindo no treinamento de funcionários e mantendo a padaria como uma atividade
industrial que por circunstancia mercadológica está vinculada a mercearia.
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REFERÊNCIAS
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