akadémicos 48

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Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1380, de 23 de Dezembro de 2010 e não pode ser vendido separadamente. A k adémicos Pedro Caixinha Treinador “A União de Leiria é um clube familiar que nos ajuda a evoluir.” Sá Pinto Treinador-Adjunto “Estou concentrado no Leiria a 100%” 06 e 07 48 Erasmus sem fronteiras BOAS FESTAS E FELIZ 2011 são os votos do Akadémicos Facebook aproxima alunos 04 e 05

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Edição N.º 48 do Jornal Akadémicos Kapa: Facebook aproxima alunos - Erasmus sem fronteiras

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Page 1: Akadémicos 48

Ao serviço do NatalAnimação gera trabalho

04 e 05

Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1380,de 23 de Dezembro de 2010 e não pode ser vendido separadamente.

Akadémicos

Pedro CaixinhaTreinador

“A União de Leiria é um clube familiar que nos ajuda a evoluir.”

Sá PintoTreinador-Adjunto

“Estou concentrado no Leiria a 100%”

06 e 07

48

Erasmus sem fronteiras

BOAS FESTASE FELIZ 2011são os votos do

Akadémicos

Facebook aproxima alunos

04 e 05

Page 2: Akadémicos 48

Há alguns anos surgiu na Internet todo um conjunto de ser-viços que fizeram com que os cibernautas passassem de meros consumidores de informação para seus produtores. O blog e o wiki começaram por ser apanágio desta revolução (rotulada de Web 2.0) e a “produção” de informação dava-se essencialmente transmitindo factos e manifestando opiniões. Porém, um outro tipo de serviço, o das redes sociais, passou a ser o rosto desta revolução e o “espaço” onde se passa a maior parte do tempo online. Nestas redes aposta-se menos na construção de conhecimento e mais na construção de relações. Partilha-se mais os sentimentos, os estados de espírito e as emoções e não tanto os factos e opiniões. A tecnologia assim está orientada e assim dá uma ajuda: carrega-se num botão “I like” e constrói-se um afecto, solidifica-se uma relação. São inegáveis as mais-valias oferecidas por estas ferramen-tas para nos aproximar do outro. Em particular, salientaria as relações que a vida distanciou, como no caso dos alunos do ensi-no superior que deixam os seus amigos “lá na terrinha” e, como no meu caso, amigos dos tempos de escola que agora trabalham nos vários cantos do mundo. Do outro lado da moeda, os perigos. Um admirável mundo novo (nas palavras de Aldous Huxley) que parece trazer consigo, entre outros males, o fim da privacidade, visível em fenómenos como a pedofilia (o seu aspecto mais mediático) e a selecção ou

exclusão a empregos baseados nos perfis e histórico dos candi-datos que se “publicitam” nestas redes. Apesar destes desafios, estas redes parecem ter surgido para ficar e crescerão e amadurecerão após uma fase embrionária. Como serão no futuro? Pessoalmente acredito que estas se imiscuirão em muitos contextos de actividade humana onde a relação com o outro está presente. Destaco o do trabalho co-laborativo e o da aprendizagem colaborativa. As actuais plata-formas tecnológicas de redes sociais, como o Facebook, já en-tram modestamente nestes domínios, permitindo, por exemplo, o agendamento de eventos e consequente “gestão das equipas”. Mas, basicamente, ainda são só uma plataforma de comunicação (o que não é pouco) faltando-lhes ainda as ferramentas especí-ficas para futuros domínios de actuação: o equivalente do botão “I like” para o trabalho e ensino colaborativos. O futuro parece ser o da virtualização: a virtualização do nosso trabalho, da nossa aprendizagem, das nossas relações, da nossa vida e de quem nós somos. Utopia ou Distopia? No fundo, e como nos lembra Pierre Levy, talvez apenas mais um caminho de hominização. Um caminho onde o homem se constrói e define, tão bom como qualquer outro.

CINEMADe 26 a 29 de DezembroTeatro Miguel Franco, LeiriaAssalto ao Santa Maria “Assalto ao Santa Maria” é uma versão ficcionada de um dos mais famosos episódios da luta contra a ditadura de Salazar. Um filme de Francisco Manso, escrito por João Nunes, com António Pedro Cerdeira, Leonor Seixas e Vítor Norte no elen-co. Uma história portuguesa com uma paixão clandestina, que une um dos assaltantes do navio à filha de um coronel do regime. Para recordar um país cheio de ideais. O nosso.

De 20 a 29 de Dezembro, 15h30Teatro José Lúcio da Silva, Leiria GRU – O MaldispostoDavid Fonseca e Nicolau Breyner dão voz às principais per-sonagens, num divertido filme que promete deliciar miúdos e graúdos. “GRU – O Maldisposto” é um filme de animação, que conta a história de uma personagem que quer chegar ao primeiro lugar do ranking dos super-vilões e planeia o maior golpe da história do mundo… Ele vai roubar a lua! Um filme de Pierre Coffin e Chris Renaud, com o título ori-ginal “Despicable Me”.

02 JORNAL DE LEIRIA 23.12.2010

JULIANA BATISTAUma agenda do mês

Director:José Ribeiro [email protected]

Director Adjunto:João Nazá[email protected]

Coordenadora de RedacçãoAlexandra [email protected]

Coordenador PedagógicoPaulo [email protected]

Apoio à EdiçãoAlexandre [email protected]

Secretariado de RedacçãoDaniel Sousa e Filipa Araújo

Redacção e colaboradoresAna Vieira, Ana Neves, Anne Abreu, Bárbara Jorge, Daniela Santos, David Agostinho, Diana Coutinho, Duarte Santos, Filipa Araújo, Iva Costa, Joana Roque, Juliana Batista, Mariana Rodrigues, Pedro Miguel, Ricardo Rampazzo, Tiago Pedro

Departamento GráficoJorlis - Edições e Publicações, LdaIsilda [email protected]

MaquetizaçãoLeonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESECS–[email protected]

Presidente do Instituto Politécnico de LeiriaNuno [email protected]

Director da ESECSLuís Filipe [email protected]

Directora do Curso de Comunicação Sociale Educação MultimédiaAlda Mourã[email protected]

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

[email protected]

Vai lá, vai...

Abertura

Filipe SantosDocente ESECS/IPL

DRDR

Page 3: Akadémicos 48

A realização das festas aca-démicas pode estar em risco na cidade de Leiria. A Câmara quer reduzir o horário para as duas da madrugada e diminuir os dias das festas. Os estudantes estão contra e o impasse parece não ter fim à vista. No final de Novembro, estive-ram reunidos com a Câmara o presidente da Associação de Es-tudantes (AE) da ESTG, Adrian Santos, e o presidente da AE da ESECS, João Pedro Magalhães, entre outros dirigentes acadé-micos. No encontro, a autarquia propôs aos representantes das Escolas Superiores a redução dos dias dos eventos académi-cos, como a Recepção ao Caloi-ro e a Semana Académica, bem como a diminuição do horário de encerramento para as duas da madrugada. Se a redução dos dias foi aceite pelos estudantes o mesmo não sucedeu com a di-minuição do horário. “Da reunião não resul-tou qualquer acordo”, afirma Adrian Santos, salientando que os estudantes ainda tentaram

“arranjar uma alternativa, que não foi possível”. O impasse per-manece, explica o dirigente es-tudantil. “Mostrámos o nosso descontentamento em relação à redução do horário, justificando que temos acordos financeiros estabelecidos, e uma longa tra-dição académica”, acrescentou. Este impasse está a preocu-par a comunidade estudantil. Élio Mouzinho, estudante da ESECS, considera que a “situa-ção é incompreensível, porque Leiria vai perder muito”. A cida-de “vive dos estudantes e temo que muitos deixem de colocar Leiria nas suas opções de estu-do, porque o espírito académico está a desaparecer”, diz. Já outro estudante da ESECS, Márcio Menino, con-sidera que “a situação é uma palhaçada que nunca se viu em lado nenhum”. A Semana Académica “traz muita gente ao recinto, porque é um espaço de convívio que atrai muitas pessoas fora da Academia de Leiria”. Por outro lado, “mui-ta gente aproveita o facto de

os bares fecharem às duas da madrugada, para irem até aos eventos académicos, para lá prolongarem a sua noite.” Confrontada com esta polé-mica, a Câmara de Leiria remete a sua posição para o comunica-do de imprensa divulgado a 23 de Novembro. Na ocasião, a au-tarquia explicava que a reunião visava “comunicar às Associa-ções de estudantes as múltiplas reclamações recebidas por parte de munícipes que se sentem in-comodados”. Por isso, as “Asso-ciações de Estudantes deverão ainda sensibilizar os seus asso-ciados para evitar comporta-mentos que possam de alguma forma prejudicar os munícipes, incentivando-os a viverem as festas académicas sob o cunho da cidadania”, refere a autar-quia. Por seu turno, Adrian San-tos revelou os estudantes vão “propor à Câmara a realização da próxima Semana Académica, num novo espaço fora da zona urbana de Leiria” de modo a ga-rantir o horário habitual.

03JORNAL DE LEIRIA 23.12.2010

Está a darDIANA CoutINho, juLIANA bAtIStA E FILIPA ARAújo

Câmara versus Estudantes

Sucessão na Associação de Estudantes

ANNE AbREu E IvA CoStA

Novo presidente assume continuidade

O recém-eleito presidente da Associação de Estudantes (AE) da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), João Pedro Magalhães, promete manter uma linha de continui-dade em relação à gestão an-terior. O objetivo “é fazer igual ou quiçá melhor que a AE ante-rior”, afirmou. As eleições decorreram no passado dia 15 de Novembro e a tomada de posse realizou-se a 02 de Dezembro, mas, para já, o novo presidente prefere dar os créditos aos seus ante-cessores e não revela quais os

seus projectos. No entanto, João Magalhães adianta que a nova AE pretende organizar algumas actividades culturais e académicas, inovando com eventos de solidariedade. Os problemas com a realização da Semana Académica será outra das prioridades da recém-elei-ta direcção. Para o presidente cessante, Francisco Soares, o trabalho feito no último ano como “bas-tante positivo”. As promessas feitas durante a campanha fo-ram cumpridas, diz. E lamen-ta: “foi uma pena não termos

feito mais” devido também à falta de apoios. Orgulhoso, Francisco Soares fala dos pro-jectos realizados, destacando a concretização do Band Over, a remodelação da associação, bem como da reprografia (que pertence à AE), a introdução de melhores condições para os estudantes e sobretudo o facto de terem conseguido a estabili-dade financeira. Quanto ao futuro, o antigo presidente espera que a nova direcção seja “capaz de fazer o dobro ou o triplo que a antiga” sem “estragar” o que foi feito.

Ká entre nós

Verdades “Wikilitadas”

tIAGo PEDRo

Considero o “movimento” Wikileaks uma lufada de ar fresco que o jornalismo actual precisava. Um regresso aos tempos áureos do jornalismo independente e corajoso, verdadei-ramente ao serviço do interesse público. Um jornalismo de genuína investigação, onde se obtêm factos, documentais ou testemunhais, que denunciam situações de acentuada rele-vância para o interesse público. Situações que, local ou globalmente, afectam e condicionam a minha, a tua, a nossa vida. É um regresso aos bons velhos tempos do Washington Post, onde o presidente do país mais poderoso do mundo podia cair aos pés de uma reportagem, cujos factos exigissem o seu tombo. As revelações sobre os diários da guerra no Médio Oriente, o protocolo do campo Del-ta em Guantanamo, escutas políticas do Peru, documentos de bancos islandeses antes do país entrar em bancarrota e o famoso vídeo “Collateral Murder”, onde se vêem soldados norte americanos a sobrevoar de helicópte-ro uma cidade iraquiana, disparando contra civis e fazendo várias vítimas, incluindo dois jornalistas. Estas imagens chocaram o mundo e vieram pôr a descoberto várias falhas dos go-vernos mundiais. Todas estas informações estão no entanto a dar origem a um movimento de censura sem precedentes, vindo de grandes nações que se sentem afectadas por estas informações ou que têm cedido a pressões de grandes corpo-rações para desestabilizarem a opinião públi-ca sobre o Wikileaks e o seu fundador, Julian Assange. A Austrália adicionou os sites rela-cionados com a Wikileaks à sua lista negra, a Suíça fechou contas de apoio ao Wikileaks, as-sim como o PayPal que não aceita donativos. A Suécia, sede da organização, retirou-lhe o seu domínio online e as autoridades suecas acusaram Assange de ter tido relacionamen-tos com duas mulheres suecas sem ter utiliza-do um contraceptivo, o que motivou a Interpol a colocá-lo na sua lista de Mais Procurados. No entanto, os apoiantes de Assange têm lutado contra estas formas de censura e um grupo de hackers, intitulado de Anónimos, atacou os sites da Paypal, Mastercard e Visa, deixando-os inoperacionais durante algum tempo. É uma luta entre o bem e o mal, dos novos tempos. Opondo as novas forças da Internet, utilizadas por Assange para transmitir a ver-dade a todo o mundo aos governos mundiais, que o pretendem calar a qualquer custo de modo a que os seus documentos cheguem ao público, permitindo assim que este continue a ser controlado pelas notícias que chegam aos telejornais contendo apenas meias verdades. Eu sento-me em frente ao meu computador e vejo o mundo a desabar. E tu?

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04 JORNAL DE LEIRIA 23.12.2010

Está a dar

A aventura do projecto Erasmus pode ser cada vez mais planeada e antecipada. Até porque, com as novas redes sociais on-line, como o Facebook, os alunos em Eras-mus nunca chegam a sair de Leiria, apesar de estarem a milhares de quilómetros de distância. “Foi preciso fazer Erasmus para ter uma página no Face-book”, exemplifica Vanessa Ne-ves, de 22 anos, estudante do curso de Relações Humanas e Comunicação Organizacional (RHCO), na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria (ESECS), a frequentar a Universidade de Valladolid, em Espanha. Quando as sau-dades apertam, são as novas tecnologias que dão resposta às necessidades dos estudan-tes. Por isso, a Internet é, por estes dias, a melhor amiga dos alunos Erasmus e é através das redes sociais que tomam con-tacto com os que estão mais distantes.

O Facebook, em particu-lar, é utilizado com maior frequência por muitos estu-dantes. Iuri Santos, de 21 anos e estudante do curso de Educação Social a frequentar na Universidade de Salaman-ca, em Espanha, é utilizador assíduo e reconhece que esta rede social é claramente a ferramenta a que os estudan-tes recorrem para “saber o que se passa com os que estão longe”. Já Bárbara Ribeiro, 21 anos, aluna do curso de Animação Cultural a estudar na Free University of Bozen-Bolzano, em Itália, elogia a aproximação que o contacto on-line proporciona: “as re-des sociais fazem-me sentir mais perto de casa”. Helena Rodrigues, de 21 anos e estudante do curso RHCO, agora em Valladolid, vai mais longe, contando que recorre muito mais ao Face-book agora, que é estudante de Erasmus e partilha “fotos, vídeos e pensamentos”. Por

isso, a estudante acrescenta que o Facebook se tem reve-lado muito útil no contacto com os que estão distantes. A jovem diz ainda que habi-tualmente partilha no Face-book os seus estados de es-pírito. “Por exemplo, agora que o regresso para as férias se aproxima postei uma foto da praia perto da minha casa com o comentário «Saudades, tantas, enormes, avassalado-ras! Quero-a»”. Publicações como “Uma cadeira feita! Vamos fazer uma RAVE? :D” também fazem parte do perfil do Facebook de Helena, com o intuito de mostrar aos que estão longe que os resultados estão a ser positivos. Conhe-cer o país também faz parte da experiência da estudante e, por isso, partilha habitual-mente fotografias dos locais que visita. Também o Instituto Poli-técnico de Leiria (IPL) aderiu às redes sociais, disponibilizando uma página no Facebook de-

dicada ao Erasmus, que tem como objectivo fazer a interli-gação entre estudantes portu-gueses e estrangeiros. Este “é um espaço para trocar ideias, partilhar fotografias e expe-riências”, em que não só os actuais alunos podem trocar informação relacionada com a sua experiência, mas também aqueles que estão interessa-dos em fazer Erasmus podem colocar questões e dúvidas. Segundo Alexandre Soares, do Gabinete de Relações Públicas e Cooperação Internacional, o Facebook tornou-se uma fer-ramenta muito útil para a ges-tão dos alunos que estão fora. Alexandre Soares admite que quando precisa de comunicar com estes alunos o faz através da rede social on-line, pois “é mais fácil e rápido ver uma no-tificação do Facebook” do que aceder ao próprio e-mail pes-soal. A existência desta página “é uma mais-valia” para o IPL pois permite dar a conhecer não só as infra-estruturas das

O desejo de conhecer uma nova cultura aliado à vontade

de viver diferentes experiências são

alguns motivos que levam os nossos

estudantes a partir para a aventura

Erasmus. O Facebook é uma das formas de

enganar a saudadetEXto: joANA RoquE E MARIANA RoDRIGuES

Saudades satisfeitas à distância de um clique de rato

CÓPIAS

CERVEJA CAFÉ TOSTA MISTA

ESPANHA €0,06 €3,50 €2 €1,50 €3 €0,60

ITÁLIA €0,04 €4,50 €2,50 €3 €2,50 €1,30PORTUGAL €0,03 €3,50 €1 €0,55 €2 €0,60

omparação

Facebook é solução para aproximar estudantes em Erasmus

DR

Page 5: Akadémicos 48

05JORNAL DE LEIRIA 23.12.2010

escolas mas também o ambiente social que se vive na cidade, acres-centa Alexandre Soares.

A aventura e a adaptação O desejo de conhecer uma nova cultura aliado à vontade de viver diferentes experiências são alguns motivos que levam os es-tudantes a partir para a aventura Erasmus. Agora em Valladolid, Vanessa Neves diz que optou por mudar-se para Espanha também para avaliar o seu “grau de inde-pendência” mas também “conhe-cer uma nova cultura”. Bárbara Ribeiro, em Itália, partilha da mesma opinião, justificando a opção pelo Erasmus com a von-tade de conhecer “a gastrono-mia, os hábitos, as tradições e a sociedade de um novo país”. Em Salamanca, Iuri Santos assumiu o desafio com “espírito positivo e receptivo a novas experiências”. A chegada a um novo país im-plica um processo de adaptação que nem sempre é fácil. Em Espa-nha há a hora da sesta, dizem os estudantes que tiveram de habi-tuar-se a novos horários. Posição diferente tem Dora Matos, 20 anos, aluna de Comunicação Social e Educação Multimédia agora a fre-

quentar a Universidade Carlos III, em Espanha, considerando que “os horários são estranhos, pois têm aulas às horas que seriam (em Por-tugal) para almoçar”. Bem diferen-te no que toca aos horários é Itália, onde, para além de não haver hora da sesta, “aproveitam muito mais o dia”, explica Bárbara. Naquele país, “tudo começa cedo, incluindo as aulas, refeições e a própria noite”. As festas dedicadas aos nos-sos estudantes também fazem parte da sua vida académica nocturna nas cidades que os acolheram, uma factor que aca-ba por ser importante na sua integração. Bárbara Ribeiro re-fere que as quartas-feiras à noi-te são dedicadas aos alunos do ensino superior, considerando que “não há nenhum estudante de Erasmus que não conheça a noite da cidade que o acolhe”. Já Vanessa Neves faz referência ao “bom espírito académico” que se vive e salienta que as “pesso-as são acessíveis e todos falam com todos. Se não te conhecem passam a conhecer”.

Diferenças e custos Uma escola diferente num país diferente é sempre um

mundo de novidades. Vanessa Neves diz que a escola que fre-quenta “tem melhores condi-ções” para os alunos. Uma ideia que é partilhada por outros alu-nos como Dora Matos partilha, considerando que a Universi-dade D. Carlos III, em Espanha, “apresenta condições que satis-fazem completamente as neces-sidades, desde estúdios de rádio e televisão a inúmeras salas de informática”. No entanto, em Valladolid, “não há refeitório, nem tão pouco serviço de bar ou cafetaria”, conta Helena Rodri-gues, que vê o orçamento para refeições disparar em relação ao inicialmente esperado. Para muitos alunos, esta é a principal preocupação da aven-tura escolar: o custo de vida. Se em Espanha e em Itália o preço da alimentação é relativamente semelhante ao de Portugal, o mesmo não acontece com o alo-jamento. O valor gasto na ren-da é aproximadamente o dobro daquele que pagavam em Leiria. Além da bolsa de estudo normal, muitos destes estudantes conse-guem obter apoios adicionais do programa de intercâmbio inter-nacional de alunos.

Está a dar

DR

TAKTomografia Axial Komputorizada

Rostos da cidade

Augusto dos Jornais

Passando a ponte Afonso Zúquete, pró-ximo da Fonte Luminosa, sem nos darmos conta encontramos um quiosque, na mar-gem esquerda do rio. Mas não é um quios-que qualquer. Provavelmente é o mais co-nhecido e estimado pelos moradores da cidade. O “Quiosque de Leiria” foi fundado há 36 anos e há muito habituou os leirien-ses às notícias de cada dia. O proprietário, Augusto Gaspar, carinhosamente chama-do por “Augusto dos Jornais”, apresenta-se como um “amigo dos pobres, simpático e bom rapaz”. Os seus clientes concordam. Desde que se lembra nunca fez outra coisa. Tinha oito anos quando começou a vender jornais. Começou no Largo de Santana, jun-to ao muro do Banco Nacional Ultramarino e acabou por se mudar, não muito longe, para o local que ainda hoje ocupa. Apesar do sítio nunca se ter alterado, mui-ta coisa mudou desde então. Aos 79 anos, Augusto Gaspar diz que o negócio de venda de jornais já não é rentável pois “há muita informação na televisão”. Por isso, os jornais desapareceram do balcão já há 12 anos e fo-ram substituidos pelos cafés, bolos e a impe-rial. No passado, eram filas à espera do Diário Popular ou do Diário de Notícias. Sinais de um tempo em que o mundo era conhecido através dos jornais, Mas antes do quiosque, a vida de Augusto Gaspar já girava em torno dos jornais, num tempo em que os ardinas eram as portas para a actualidade. Agora, o serviço de restauração está asse-gurado pelas filhas: Paula e Celeste Gaspar. São as herdeiras de uma tradição familiar que vive de uma clientela fiel. Mas nem tudo foram rosas, reconhece Paula Gaspar que re-corda outros tempos. No passado, ”haviam pessoas que não entravam no quiosque por-que antigamente este era um posto da polícia e, sentiam-se, de certa forma, constrangidas, optando por não entrar”. Apesar de tudo, o quiosque do “senhor Augusto” é ainda um dos mais procurados pelos habitantes da cidade, e é considera-do um ponto de referência obrigatório para quem a visita.

ANA NEvES E bÁRbARA joRGE

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A viver o seu ano de es-treia na primeira divisão na-cional enquanto treinador principal, como tem corrido a experiência? Pedro Caixinha – Fantás-tica! Está dentro daquilo que esperava. Tem sido uma expe-riência muito positiva. Esperá-vamos, no entanto, melhores resultados mas estamos certos de que vamos alcançar os nos-sos objectivos!

Como surgiu o convi-te para assumir o cargo de treinador principal depois de vários anos como adjunto de José Peseiro? P.C. – Surgiu através de um contacto telefónico direc-tamente do presidente, salvo erro dia 9 de Junho. Ele tele-fonou-me quis saber a minha disponibilidade e ficou prati-camente logo tudo acordado. No dia seguinte cheguei aqui a Leiria e apresentei-me. Foi rá-pido, como da noite para o dia.

O que traz consigo depois das suas passagens pelo Spor-ting, Grécia (Panathinaikos), Roménia (Rapid Bucareste) e Arábia Saudita( Al-Hilal e se-lecção nacional)? P.C. – Trago experiência in-ternacional, experiência de com-petição de alto nível em diferen-tes países, quer europeus quer asiáticos. Não só a nível de clubes mas também a nível de selecções. Que faz com que eu veja o jogo e o treino de uma forma diferente, de uma forma mais profunda, mais objectiva. Esta experien-cia permite que eu chegue aqui e aplique essas ideias com maior conhecimento de causa, e de uma forma mais definida, mais concreta mas também de uma forma mais objectiva.

Que importância teve José Peseiro na sua carreira/vida? P.C. – Temos personalida-des diferentes. Ajudou-me no inicio e obviamente fico-lhe grato por isso, mas também temos formas diferentes de ver o jogo e o futebol. Há uma coisa que nos liga, ambos gos-tamos “jogar o jogo pelo jogo”, ou seja gostamos de que a nossa equipa tenha a inicia-tiva de jogo e isso eu absorvi dele, apesar de ter já a minha ideia de jogo. Ele é um treina-dor ofensivo, talvez se deva

pela experiência que ganhou ao estar no Sporting e no Real Madrid. Estou essencialmente grato por ter acreditado em mim e me ter acompanhado ao longo destes anos.

O Pedro é fã das equipas de José Mourinho e do Barce-lona. O facto de serem treina-dores praticamente da mes-ma geração teve influência nisso? P.C. – Sou quase de uma geração seguinte. Mas eu não entendo as coisas assim, eu entendo essencialmente em termos de competência. Essas competências podem coin-cidir ou cruzar-se na forma como os treinadores vêem o jogo, com uma vertente mais virada para o espectáculo ou calculista. Eu procuro as duas. Se for possível ganhar e produzir um bom jogo, óp-timo! Se isso não for possível, então prefiro só ganhar, e daí ter o deslumbre de observar a forma como o Barcelona joga, como domina o jogo, como trata a bola, tanto defensiva-mente como num plano mais ofensivo. Morrem para tê-la e matam para recuperá-la e, nesse sentido, verificamos a importância que tem a bola para o jogo deles. Em termos estratégicos o Mourinho faz-me claramente ver o futebol de outra forma a nível de pre-paração da equipa.

Qual o rumo que pretende dar à sua carreira tendo em conta que está agora a iniciá-la a solo? P.C. – Os meus objectivos não se prendem com o futu-ro, prendem-se com o ime-diato. Isto é, eu apenas quero ajudar no trabalho da União de Leiria até final da tempo-rada (o contrato que tenho assim o diz) e atingir não só os objectivos a que nos pro-pusemos, mas ainda mais. É isso que me comprometo a fazer no imediato para que no futuro as coisas aconte-çam. Mas como disse não me preocupo com o futuro mas sim com o presente, fa-zer com que este clube seja cada vez mais organizado. E que no futuro seja visto pe-las pessoas que passem por aqui o conhecimento de que tivemos um papel activo na nossa tarefa.

O Leiria tem condições para ser o início de uma carreira que se espera longa e recheada de sucesso enquanto treinador principal de primeiro nível? P.C. – Claramente! A primei-ra coisa que eu fiz, quer perante o presidente quer publicamen-te, foi agradecer o convite que ele fez bem como acreditar nas minhas capacidades. Penso que o presidente da União, o senhor João Bartolomeu, tem essa virtude: saber acreditar em pessoas novas que para o meio, pelo menos no imediato, são desconhecidas mas que de-pois mais tarde dão em grandes valores. Falo do Mourinho, do Jorge Jesus e do Domingos Pa-ciência. É um clube familiar em termos de estrutura o que nos permite não só ter vontade para fazer o nosso trabalho mas que nos ajuda também noutros as-pectos, permitindo-nos evoluir como treinadores. Porquê a escolha de Ri-cardo Sá Pinto para adjunto? P.C. – A escolha do Ricardo é anterior ao timing em que ele chegou aqui. Quando eu saí do Sporting, em 2006, para além da amizade entre nós, ficou a ideia de que, quando ele termi-nasse a carreira, e enveredasse pelo caminho do treino, iría-mos trabalhar juntos. Ele é uma mais valia, em termos de conhe-cimento do grupo.06 JORNAL DE LEIRIA 23.12.2010

Sentado no mochoSentou, vai ter k explicar

“tem sido uma experiência muito positiva”Pedro Caixinha, Treinador da União Desportiva de Leiria

Concretizando o desejo de trabalhar

juntos, Pedro Caixinha e Ricardo Sá Pinto,

numa entrevista em conjunto, falam sobre

a experiência que vivem neste momento

no União de Leiria.

tEXto: DAvID AGoStINho, FILIPA ARAújo E PEDRo MIGuEL

FotoS: LuíS ALMEIDA

Page 7: Akadémicos 48

Como surgiu o convite para ser treinador adjunto da União de Leiria? Sá Pinto – Através do pre-sidente João Bartolomeu e através do Pedro Caixinha.

Tem sentido muitas dife-renças entre a União de Lei-ria e o Sporting? S.P. – São realidades di-ferentes, nomeadamente a nível orçamental, de objec-tivos, de condições de traba-lho, número de associados. Há uma dimensão diferente e essas diferenças são evi-dentes.

Para si quais os valores que um jogador deve ter? S.P. – Ter uma grande capacidade de trabalho, é um valor importante dado que é algo com que se lida todos os dias, ter espírito de equipa, ser ambicioso, ho-nesto, seriedade naquilo que faz, confiança, persistência, entre outros. São valores que devem estar presentes em quem quer estar inseri-do numa competição como esta, que é o futebol. Quem gosta de viver numa família em alta competição tem de ter estes valores.

Entende que a formação de jogadores em Portugal tem sido feita da melhor for-ma? S.P. – Muito melhor do que no tempo em que eu co-mecei. Quando comecei, com 16 anos, eram escassas as oportunidades de um joga-dor subir a sénior de forma

directa. A nível de metodolo-gia, reparei que, por volta de 1995, começou a haver uma nova forma de trabalhar em termos de formação e come-çou a olhar-se para o joga-dor não só como um produto de qualidade mas também com o objectivo de formar homens. As questões peda-gógicas começaram a entrar paralelamente aos interesses técnicos para que pudessem um dia mais tarde ser cria-dos grandes jogadores. Pen-so que isso foi um grande passo, tanto que os jovens que aparecem hoje em dia fazem-no com uma forma-ção, um interesse diferente, com uma capacidade de as-similar o que lhes é pedido, com regras e com disciplina. O percurso foi muito positi-vo e penso que houve uma grande evolução.

O Ricardo já trabalhou com o agora seleccionador nacional. Acredita que ele nos colocará no Europeu? S.P. – Assim o desejo. É o desejo de todos os portugue-ses, e portanto temos de de-sempenhar o nosso papel de 12º jogador. Temos de estar presentes!

Por falar em selecção, ambiciona um dia lá voltar, ainda que com funções dife-rentes daquelas que desem-penhou outrora? S.P. – Eventualmente… No nosso mundo, no mundo dos profissionais do futebol, temos de estar preparados para todo o tipo de situações. Eu prepa-

rei-me a nível académico para um determinado tipo de situa-ção. Preparei-me a nível des-portivo para adquirir também capacidade para ser treinador de futebol, para ser director desportivo. Estou a fazer o meu caminho e eventual-mente essa situação, se um dia acontecer, irei ponderar. Mas no futebol nunca se sabe o que vai acontecer. Eu sou uma pessoa que vive inten-samente os projectos actuais e logicamente acho que isso um dia poderá acontecer, mas também é importante não nos concentrarmos demasia-do nessa situação e viver o dia a dia. Neste momento, o meu projecto é o Leiria, estou con-centrado no Leiria a 100% e o futuro, como costumo dizer, a Deus pertence.

Que treinador tem como referência? S.P. – Tive vários, aprendi um pouco com todos. Todos diferentes, todos com coisas positivas, com coisas menos positivas, uns tinham pro-blemas de comunicação, uns a nível técnico, outros a nível de competências, mas todos eles tinham uma mais-valia que se destacava. Sempre acreditei nas competências e profissionalismo dos meus treinadores. Fiz tudo aquilo me mandaram fazer e orgu-lho-me disso. Seria injusto neste momento nomear um. Com todos eles aprendi coi-sas positivas e evoluí.

O Ricardo já viveu em di-ferentes cidades (Porto, Lis-boa, San Sebastian e Liège). O que está a achar de Leiria? S.P. – Estou cá há muito pouco tempo. Tem sido uma azáfama total, só tenho feito o percurso hotel – treino – hotel, viagens, jogos. Ainda não con-segui assentar, mas já conhe-cia Leiria. É uma cidade simpá-tica, com pessoas simpáticas, mais pequena que as cidades a que eu estou habituado o que não quer dizer que tenha me-nos qualidade, mas até agora estou a gostar. E se tivermos sucesso desportivo mais va-mos gostar: tudo é mais boni-to, tudo é melhor. Vou ter todo o tempo para visitar o castelo, entre outras coisas. Aliás, te-nho ano e meio de contrato e espero cumprir. 07JORNAL DE LEIRIA 23.12.2010

“Sporting e Leiria são realidades diferentes”Ricardo Sá Pinto, Treinador-Adjunto da União Desportiva de Leiria Quando comecei,

com 16 anos, eram escassas as oportunidades de um jogador subir a sénior

Sá Pinto

Se for possível ganhar e produzir um bom jogo, óptimo! Se isso não for possível, então prefiro só ganhar

Pedro Caixinha

KuRtAS

um jogadorZidaneum paísPortugalum clubeSporting e Leiriauma cidadeNova Iorqueum momentoNascimento das minhas filhas

um jogadorMessium paísInglaterraum clubeReal Madriduma cidadeMadridum momentoNascimento do meu primeiro filho

RICARDo SÁ PINto

PEDRo CAIXINhA

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Todos os anos o areal da praia da Nazaré recebe mais de 100 mil pes-soas que escolhem aquele destino para festejar o final do ano. Este ano não vai ser diferente e são novamen-te esperados milhares de turistas, entre os quais muitos estudantes que ali arrendam uma casa duran-te as noites de 30 e 31 de Dezembro e trazem a festa para a marginal da Nazaré. Esse é o caso de Pedro Julião,

ex-aluno de Enfermagem na Escola de Saúde. “Vim nos últimos dois anos porque aqui há a possibilidade de nos divertirmos ao som de boa música toda a noite e, para além disso, é de acesso gratuito”, explica. As celebrações do dia 31 decor-rem ao longo do areal com cinco palcos de música electrónica e ain-da um palco de música popular para aqueles que preferem um ambiente

mais ligeiro. À meia-noite há o tra-dicional fogo-de-artifício seguido de música que dura até os primeiros raios de sol iluminarem o mar da Nazaré. Outra hipótese para a cos-ta oeste é a passagem de ano de São Martinho do Porto, com menos aflu-ência, mas ainda assim destino para muitos jovens, existindo três palcos distribuídos pela marginal onde os jovens podem dançar.

Passagem de Ano vai animar a Nazaré

08 JORNAL DE LEIRIA 23.12.2010

A Fechar

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INtERNEtES

útilO site Viver Portugal

apresenta uma variedade de opções à tua escolha, desde restaurantes, alojamento, eventos, destinos e muito mais. O objectivo desta pá-gina visa promover o turis-mo português, tornando a viagem o mais agradável possível.

http://www.viverportugal.com

agradável A Universia é um site dedicado aos alunos do ensino superior e secun-dário, que futuramente pretendem ingressar na universidade. Escolas, bi-bliotecas, oportunidades de emprego e formação são algumas das informa-ções que podes encontrar no site da Univerisa.

http://www.universia.pt

Últimas

Akadémicos já está no Facebook

Dada a generalização da utilização das redes sociais, o Akadémicos não quis ficar de fora e já entrou no mundo do Facebook, a rede social lançada por Mark Zu-ckerberg em 2004. Nesta página, pretende-se, não só dar a conhecer o que é feito no jornal, como também quem com ele colabora e leva à sua concretização. Assim, será incluída todos os meses a publicação em formato digital. São propostas ainda o envio de sugestões e comentários para esta página ou para o nosso e-mail: [email protected]. Para encontrar o nosso Facebook basta escrever “Jornal Akadémicos” no motor de pesquisa do site.

Curso de Desporto tem novo plano de formação

À semelhança do que se tem vindo a realizar em anos anteriores, o curso de Desporto e Bem-Estar da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do IPL, vai pro-mover, no decorrer deste ano lectivo, uma série de workshops. As iniciativas visam incutir hábitos de exercício físico na comu-nidade escolar, e ainda permitir que os alunos deste curso exerçam aquilo que aprenderam. Já se efectuaram dois workshops, o primeiro relacionado com a inicia-ção à tripela, e o segundo com a modelagem de ba-lões. O próximo realizar-se-á no dia 8 de Janeiro, pelas 9h30 e tem como temática a natação.Estas formações dão direito a documenta-ção e comprovativo de participação, estando, contudo, limitadas as inscrições. Para mais informações consulte o blog: http://blogs.esecs.ipleiria.pt/despor-toebemestar/.

DANIELA SANtoS

ANA vIEIRA E ANA NEvES

o campeão improvávelRICARDo RAMPAZZo E DAvID AGoStINho

DRz

David Gaspar, aluno do Instituto Politéc-nico de Leiria, é mais um dos muitos talentos que o desporto da instituição de ensino tem ao seu dispor. Praticante de patinagem artís-tica, um desporto muito pouco explorado em Portugal, David é um exemplo a seguir para os praticantes. Iniciou-se no mundo da patinagem quan-do tinha apenas 4 anos, uma opção que não se deveu a uma qualquer vocação prematura mas a decisões de outros. “Inicialmente não foi por gosto pessoal mas sim por influências familiares”, afirma. No entanto, o gosto pela modalidade foi-se desenvolvendo e David aca-bou por estar ligado ao mundo da competição ao longo de 16 anos. Sagrou-se campeão na-cional mas, para David, esse não foi o titulo que mais recorda. “Nem sempre os melhores resultados são os que mais nos marcam”, ex-

plica. “Recordo-me ainda melhor de um ter-ceiro lugar num campeonato onde competi contra três dos grandes nomes da patinagem artística nacional”. Actualmente, o aluno de Desporto e Bem-Estar já não está ligado ao mundo da compe-tição mas a patinagem continua a ser uma parte importante da sua vida. Percorre Por-tugal inteiro, realizando peças de teatro mu-sicais em patins, para crianças. E chegou a ser um bailarino residente do programa Dan-ça Comigo no Gelo, na RTP, entre Setembro e Dezembro de 2009. Para David Gaspar, “foi uma experiência espectacular”, apesar das adversidades que se atravessaram pelo cami-nho: “Eu na altura não sabia patinar no gelo e tive de ter formação para tal. Mas, em 15 dias fiz milagres, em 15 dias consegui ser melhor em gelo do que em rodas”.