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AIDA MANSANI LAVALLE
A MADEIRA ITA ECONOMIA PARANAENSE.
ORIENTADOR: Prof. BRASIL PINHEIRO MACEADO.
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
APRESENTADA À UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ Eli 19 7 W
AGRADECBETJTO
Este agradecimento é dirigido a todos os professores do
Curso de Mestrado era História, da Universidade Federal do
Paraná, e em especial à professora Cecília Maria Westphallen,
cujos ensinamentos•tornaram possível este trabalho.
LISTA DE OUAI'-ROS
1 - Exportação Paranaense de Madeira - Porto de Parana-guá - m3 . . - . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2k
2 - Exportação Paranaense de Madeira - Porto de Parana-" guá - contos de réis/milhares de cruzeiros ....... .27
3 - Exportação Paranaense de Madeira - Porto de An toni-
na - e3 • * V • • • • . . . . . 30 k- - Exportação Paranaense de Madeira - Porto de Antoni-
na - contos de ¡réis/milhares de cruzeiros . . . . 33 5Exportação Paranaense de Madeira - Foz do Iguaçu -
m3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 6 - Exportação. Paranaense de Madeira - Foz do Iguaçú -
contos de réis/milhares de cruzeiros . ... . . . . 39
7 -r Preços da Madeira Exportada pelo Paraná . . . . . 8 - Exportação Paranaense de Madeira - m3 . . . • • • *ff>' 9 - Exportação Paranaense de Madeira - contos de réis/.
milhares de cruzeiros . . » . . . . . . . . . . . 10 - Preços da Madeira . . • • 21 11 - Exportação Paranaense de Pinho Serrado 12 - Mercadorias Transportadas pela Rede de Viaçao Para-
ná-Santa Catarina . . . . . . . . . . . . . . . . 7ó 13 - Número de Vagões Empregados no Transporte de Maàeira 77 l1* - Extensão e Composição das- Rodovias Paranaenses ... : 79 15 - Produç ao Pa ranaense de Pinho . ' . . . 80 16" - Serrarias Registradas no Instituto Nacional do Piriho / 17 - Produção de Pinho do Paraná e do Brasil . . . . . 86 18 - Produção Paranaense de Madeira de Lei . . . . . .88
19 - Produção e Exportação de Pinho do Paraná em m3 . 91
20— Exportação Paranaense de Madeira para o Mercado .In-
temo Brasileiro - m3 . . . . . . . . . . . . . ;;; ¡9V;;
21 - Exportação de Pinho Paranaense - Mercados Externos 99
22 - Exportação Paranaense de Madeiras de Lei - Mercados
Züwtõíríios, « « 9 m # • ' • • * • « * • # « • « * « • JLOjL'.'
23 - índices de Exportação da Madeira Paranaense . . . . ' 102
2** - Mercados Externos de Pinho Serrado Paranaense .... .. 119
25 - Exportação Paranaense dé Pinho Serrado - Mercado Ar^
gentino . . . . . . . . • • • • » . . . . . . . 121
26 - Exportação Paranaense de Piniio Serrado - Mercado In-
-Lé S « • • * • • • * m • • • • « • m m 9 • « • • • . 12 2 ;
27 - Préço Médio de Pinho Serrado - Exportação Paranaen-
28 - Exportação Paranaense de Pinho Serrado - ni3 . . . . 125"
29 - Exportação Paranaense de Madeiras de Lei . V . 128
30 - Exportação Paranaense de Madeiras de Lei. . . . . I30
31 - Exportação Paranaense de Madeiras de Lei . . . . I32
32 - Exportação Paranaense de Madeiras de Lei . . . i
Lie j. A . DE . AM ;;ICOG
1 - Exportação. Paranaense de Iladeira Através dos Por-
tos - ¡ 1910-1959 > - 23
2 - Exportação Paranaense de Madeira At r.ave s dos Por-
tos 51
. 3 - Preços da Madeira Exportada pelo Paraná 52 /
b - Medias Mensais do ITmiero de Vagões Empregados Ko
Transporte da iladeira . . . . . 79
5 - ^Qdiig.ãQ.JParaiiaense_ de__jinliq_ 1 81"'
6. - Produção._de^Pinlio: Paraná e Brasil 87
J_.. -.....Produção...paranaense de Madeira de Lei . . . . . . 89
Vx3 - Exportação Paranaense de Pinho para o Mercado In- .
terno Brasileiro 96
9 - Exportação de Madeira Paranaense para os Mercados
Externos - m3 100
10 - Exportação P; ranaerJse de Madeira para os Mercados
Externos . / I03
11 - Mercados Externos de Pinho Cerrado Paranaense- m3 120 4 12 - Exportação Paranaense de Pinho Gerrado para os
Principais Mercados Externos . I23
SUMARIO
Introdução . ••'. . . 1
I .0 . - 0 Problema 3
2.0. - Fontes
2.1. - Pontes Manuscritas
2.2.' - Fontes Impressas . . . , . 5
2.3.: - Fontes Bibliográficas . . . . . .' . . . . . . . . 9
3.0. - Considerações Metodológicas 10
^f»0. - Os Portos Paranaenses e a Exportação de Madeira 13
- A Exportação de Madeira Paranaense . . . . . . . 53
. 6.0. - 0 Transporte da Madeira Paranaense . . . . » . . 66
7.0. - Produção e Mercados da Madeira Paranaense: 19^5
a 196U- . . • . 80
8.0. - 0s Mercados da Madeira Paranaense 90
8.1.' - 0 Mercado Interno Brasileiro . . . . . . . . . . 92
8.2.' - Os Mercados Externos do Pinho Paranaense . . . 97
$.3.' - Os Mercados Externos do Pinho Serrado Paranaense ÍOV
8.3.1» - 0 Mercado Argentino . . . . . . . . . . . . . . 10b
8v3.2. - 0 Mercado Inglês . . . . . . . . . 113
8.3.3.1 - Outros Mercados 116
9»;0. - 0 Esgotamento das Reservas Florestais Paranaen-
ses . . . . 126
10,0. - As Condições da Compra de Pinheiros no Paraná . 135"
I I . 0 . - Conclusões . . . l*+0
Referências bibliográficas . l^ f
Anexo 1 : Modelos de fichas IV8
Anexo 2 : Certidão extraída em Cartório . . . . 1*1-9
' A MADEIRA ITA ECONOMIA PARANAENSE 1
. BTTRDDUC O
A existencia, no Paraná, de extensa f loresta de araucária
angustifólia, permitiu que, a partir do século XIX, a explo-
ração da madeira tenha sido uma das atividades económicas
mais destacadas da região.
De iníc io , a madeira exportada era retirada do l i t o ra l ,
pois a dificuldade de comunicação com o planalto, onde se
concentravam as matas de pinheiros, constituíram grave empe-
cilho para essa atividade econômica.
As primeiras serrarias paranaenses foram, pela deficiên-
cia de comunicação com o interior, instaladas no l i t o ra l pa-
ranaense. Com o advento da ligação ferroviária entre o l i t o -
: ral e o planalto, novas perspectivas delinearam-se para a ma-
deira paranaense, especialmente a de pinho.
As serrarias passaram, no século XX, a se concentrar no
centro-3ul. paranaense, deslocandq-se para oeste, à medida em
que se esgotavam as reservas de pinho mais próximas das f e r -
rovias. ' : r
As oportunidades para colocação do pinho paranaense, nos
•mercados externos, cresceram cora o advento da Primeira Guerra
Mundial. Foi, no entanto, durante a década de 20 que esse
produto atingiu importancia s igni f icat iva na economia para-
naense. As exportações dessa década, embora tenham sido ele-
vadas e representado muito para a arrecadação paranaense, não
abrangiam, ainda, mais que pequena parte do mercado , interno
brasi leiro, cujas necessidades do produto eram compensadas
por importações de madeira européia.
• ' 2
A industria madeireira paranaense iniciou sua maior ex-
pansão após a Segunda Guerra Mundial, öribora os dois outros
Estados Meridionais brasileiros, já contassem com indústrias
de madeira há mais tempo que o Paraná, as reservas de pinho,
maiores neste último, asseguravam-lhe a preponderância na
produção. A madeira de pinho, exportada pelo Brasil, por es-
sa razão, recebeu, nos mercados externos, o tratamento gené-
rico de "Pinho do Paraná".;
1,0 - O -PROBLEMA 3
Sabendo-se que a exportação de madeira, no Paraná, inten-
sificou-se a partir da. conjuntura da Primeira Guerra, o pre-
sente trabalho procurará ve r i f i car a medida, em volume e va-
lor , dessa exportação, e a sua importância relat iva no setor
do comércio externo paranaense, no século XX.
A localização das matas de pinheiros, distantes dos por-
tos de exportação paranaenses, tornou a comercialização do
pinho dependente das condições de transporte, especialmente
ferroviário. Assim, também se ver i f i cará em que medida as
condições das ferrovias locais influiram sobre a exportação
paranaense.
Outro ponto a analisar refere-se aos principais mercados
exteriores da madeira exportada pelo Par.má, no século XX;
quais os mercados, e qual a influência que exerceram sobre as
condições de produção e comercialização da madeira.
A exportação paranaense de madeira, destinada aos merca-' y
dos exteriores, realizou-se através de vários de seus portos,
marítimos e f luv ia is ; procurar-se-á determinar quais foram
os mais importantes para o escoamento do produto.5
A extração, produção e comercialização da madeira estive-
ram sujeitas ao controle o f i c i a l , principalmente nas três úl-
timas décadas, quando se torna um produto destacado na expor-
tação. Desse modo, será objeto de indagação a medida em que
os contratos de compra e venda de pinheiros, no interior pa-
ranaense, seguiram rigorosamente as determinações legais.
2.|0 - FONTES * b
2.1 - FONTES MANUSCRITAS
Foi util izada, sobretudo, no presente trabalho, a do-
cumentação existente em cartórios e referente às condições de
compra e venda de pinheiros, no Paraná. Os dados foram obti-
dos através de certidões extraídas pelos cartórios, as quais
fornecem os seguintes elementos: número do l i v r o e da folha
de onde f o i retirada a certidão, data da transação, nome dos
compradores e vendedores, valor era dinheiro, condições de pa-
gamento, além de outras cláusulas observadas, Estas últimas
se referem ao tempo estabelecido para extração dos pinheiros,
a maneira pela qual os pinheiros deveriam ser extraídos, além
de outras. Esse tipo de documentação f o i uti l izado para o
estudo das condições de compra e venda de pinheiros. Deve-se,
contudo, assinalar que, sobre o valor da transação declarado
nesses documentos, eram pagos impostos sendo do interesse dos i; - . • -
compradores e vendedores declararem importância abaixo da re~
al. Existe, portanto, certa dúvida quanto à exatidão dos
preços de pinheiros encontrados nos documentos analisados,mas
os mesmos certamente fornecem base para estudo. No que se
refere, porém, às demais cláusulas, vendedores e compradores
estipulavam-nas claramente, na defesa de seus interesses.
0 outro tipo de fonte manuscrita pesquisada pertence às
empresas madeirelras particulares. Através dos inventários •
anuais das serrarias, que constam do Livro Razão, de algumas
dessas firmas, foram éstudados aspectos referentes à produção
da madeira, no que diz respeito às condições de maquinaria, e
transporte.
2.2 - FOIÍTEG IMPRESSAS ¡T
Dentre asíbntes impressas pesquisadas destacam-se os Re-
latórios dos Presidentes e Governadores do Estado do Paraná,
e as Mensagens dirigidas à Assembléia Legislativa pelos Go-
vernadores do Paraná, e pelos Secretários da Fazenda, exis-
tentes no Arquivo Público do Estado do Paraná e na Biblioteca
Pública do Paraná, dos quais foram extraídos informações, e
dados quantitativos sobre a conjuntura paranaense. A u t i l i -
zação dos dados retirados dessas fontes é d i f í c i l , p e l a fa l ta
de continuidade e homogeneidade dos mesmos. De ano para ano
os dados variam, de acordo com preferências, ou prioridade de
certos problemas, não havendo sistematização na sua apresen-
tação.
0 problema do transporte e dos fretes ferroviários f o i
estudado através das Mensagens de Diretores da Rede Viação
Paraná-Santa Catarina, publicadas, e existentes na Biblioteca
Pública do Paraná e no Arquivo da atual Rede Ferroviária Fe-
deral. Essas publicações não foram realizadas todos os anos
e só podem ser encontradas até 1957, quando a ferrovia passou
a ser urna sociedade mista, não sendo permitido, a partir de
então, o acesso aos seus arquivos, com o objetivo de evitar
que empresas rodoviárias, concorrentes, obtenham informações
pormenorizadas sobre as suas possibilidades e deficiências.As
Mensagens pesquisadas, de 1930 a 1956, informam sobre as
mercadorias transportadas anualmente pela ferrovia, o número
de vagões utilizados no transporte e o preço dos fretes, por
mercadoria, calculado em tonelada-quilómetro. Trazem, igual-
mente, informações qualitativas sobre problemas ligados ao
transporte ferroviário durante as décadas de 1930, 19 -0, e a
6 primeira metade da década de 1950.
Os dados utilizados para a construção de series sobre a
exportação de madeira no Paraná, de 1901 a 1959» foram ex-
traídos da publicação anual da Secção de Estatística do Mi-
nistério de Helações Exteriores, sob o t í tulo "Comércio Exte-
r ior do Brasil", existente na Biblioteca do Instituto Brasi-
l e i ro de Geografia e Estatística, no Rio de Janeiro. A partir
de 1959i esta publicação cessou; os dados referentes à expor-
tação, por portos brasileiros, após essa data, encontram-se
no Arquivo do Ministério de Relações Exteriores. Através
dessas publicações fqram obtidos os dados referentes à expor-
tação de madeira no Paraná, por portos de embarque/ Nos pri-
meiros anos mencionados, os dados referem-se à quantidade de
madeira por peças, em tábuas e pranchões, além de determina-
das quantidades expressas em quilograjnas. Após 1910 as in-
formações referem-se, apenas, a quilogramas de madeira expor-
tada. Os dados obtidos através 'dessas publicações apresen-
tam,. portanto, deficiências. Uma delas, é a f a l ta de discri-
minação do grau de industrialização da madeira exportada, o
que impede análise mais profunda dessa atividade econômica.Ou-
tra falha reside na ausência de discriminação dos mercados
compradores de madeira, por Estado exportador, englobando to-
dos os mercados externos no total da exportação brasileira.5
Uma das fontes mais importantes para o presente trabalho,
e que forneceu subsídios para a análise, constituiu-se no
Anuario Brasileiro de Economia Florestal, edição do extinto
Instituto Brasileiro do Pinho, que abrange os anos de 19*4-7' a
•196^.- Os- dados'estatísticos apresentados por essa publicação
• • 7
estão dispostos era quadros anuais de produção e exportação
dos vários tipos de madeira brasileira, especificando o pro-
duto, procedência por Estado e mercado de destino, com quan*
tidade e preço. A facilidade de análise destes dados está
ligada & uniformidade da informação que transmitem como, por
exemplo, o gráu de industrialização da madeira, unidade de
volume, e valor, o que permite tratamento estat íst ico, sem
maiores problemas.
Esses dados, coletados pelo Instituto Nacional do Pinho
a partir de 19**7 j tiveram iníc io com " a elaboração de esta-
t íst icas de preços das madeiras nacionais destinadas à expor-
tação. . . com o fim de habil itar a Autarquia a orientar sua
pol í t ica econômica, na nova fase que se abria para as vendas
amplamente reclamadas do exterior.
Esses daclos não classificam a madeira serrada, produzida
e exportada, em termos de 13, 11^ e I l i a qualidades. Essa
deficiência dos dados não permite uma comparação, em bases
seguras, entre os preços das madeiras .enviadas aos diversos
mercados exteriores. ;
líos Anuarios referidos foram igualmente pesquisados os
dados referentes à•industrialização da madeira, ou. seja, o
número de empresas madeireiras registradas no Instituto Na-
cional do Pinho, de 19^7 a 19.0 . A finalidade de inserir-se
um rápido estudo das empresas ligadas à produção e beneficia-
mento da madeira, teve como objetivo procurar conhecer o au-
, a1-PííREIIíA, j . Soares. 0 preço, das madeiras nacionais no decênio 1939-191+8» Anuario Brasileiro de Economia Florestal, 2, 19^8. " "'/ "" : : """
8 mentó de produção e a expansão do mercado interno brasileiro.
Além dos dados quantitativos supra citados, os Anuarios
apresentam, em todos os números, artigos e relatórios, pro-
blemas relacionados com a produção e comercialização da ma-
deira.
lio Departamento de Estatística do Instituto Brasileiro de
Defesa Florestal, foram obtidos dados referentes à exportação
de madeira para o mercado interno brasi leiro. Esses dados
foram util izados, para comparar a importância relativa dos
mercados interno e externo, quanto à exportação de madeira.
Os dados referem-se apenas aos anos de 19Í?Q a I963, e apre~.
sentam algumas contradições em relação às vendas de pinho la-
minado»' Além disso, não trazemos preços da madeira destina-
da ao mercado interno e não especificam tais mercados. 0
aproveitamento dessas informações, contudo, está vinculado à
possibilidade de comparação do mercado exterior da madeira pa-
ranaense, em relação ao mercado interno brasi leiro.
Os dados obtidos no Anuário Brasileiro de Economia Flo-
restal foram comparados, na parte da produção de madeira pa-
ranaense, com similares, coletados no Departamento de Esta-
t í s t i ca do Estado do Paraná. Constatou-se que as quantidades,
que constam dos Anuarios são menores que as apontadas pelo
orgao o f i c i a l referido. Apes ar disto, os dados foram apro~
veitados, como se apresentam na publicação do Instituto Na-
cional do.Pinho, assinalando-se, porém, as diferenças encon-
tradas.
2. 3 - FOIITSS BIBLIOGRÁFICAS 9
Dentre as varias obras que versam sobre as condições da
e-conomia madeireira paranaense, "0 l i v ro das árvores do Para-
ná", de Romário Martins, apresenta um histórico sobre a. ex-
ploração das matas paranaenses, legislação e transporte da
madeira. 0 autor baseou seu trabalho em dados pontuais, po-
rém, o conhecimento do assunto, especialmente da legislação
sobre a madeira na primeira década do século XX, da elabora-
ção da qual participou, tornara a análise objetiva.
0 primeiro volume da coleção História do Paraná, editado
pela Grafipar, contém, igualmente, subsídios para uma análise
das condições em que se fundamentou a economia madeireira do
Paraná.
Outro trabalho, de carater amplo, sobre a composição,eco-
logia e importância econômica das f lorestas da América do
Sul, de Kurt Hueclí, contém, além de um estudo sobre a delimi-
tação e esgotamento das florestas paranaenses, uma descrição
das essências encontradas na região.'
0 estudo sobre "0 Paraná e a economia madeireira", rea-
lizado pela CODEPAR, em 196^, analisa os principais problemas
da produção madeireira paranaense, inclusive detalhes re fe-
rentes à extração, transporte até a serraria, maquinarias e
mão-de-obra utilizadas no interior do Estado.:
3.0 - CON S IDEPlAÇ PE S METODO LÓGICAS 10
Para a organização das series estatísticas de exportação
da madeira, entre I90I e 196}+, a maior dificuldade encontra-
da f o i a fa l ta de sistematização com que se apresentam esses
dados. Foram, por essa razão, adotados os seguintes procedi-
mentos 2
1)-Nos anos de I90I a I9 I I , foram deixadas de lado as
quantidades referentes à pranchoes de pinho, por não se dis-
por de um método que permitisse converter as unidades re fer i -
das em m .
2)-Em todos os anos que constavam dos dados, unidades de
pinho especificadas em tábuas, dividiu-se a quantidade cor-
respondente por doze. Como a unidade comercial utilizada « r 2 ' *
prevê 1 dúzia = 168 p , multiplicou-se o número de dúzias por
168. Dispondo do total de p , a conversão para nr5 f o i reali~ A o 2 ( 2 )
zada pela equivalência de 1 mJ = lj-21* p j
3)-Para todos os anos em que a quantidade tota l de madei^
¡ ra exportada, ou parte dela, está expressa em quilogramas,
adotou-se a equivalência 1 m = SOO quilogramos. ^
V)-As transformações das várias medidas encontradas na
publicação "Comércio Exterior do Brasil", para m , foram f e i -
ntas no ato de coleya dos dados. Assim, todos os dados anota-
dos já estavam transformados e i 1
1 2-Essa última equivalência f o i utilizada por PEREIRA, ibid, p.190.
3-De acordo com a Portaria nQ I89, de 17 de outubro de I923, que consta do Relatório da Secretaria Geral do Estado do Paraná, Curitiba, s/ed., 192!+. p.39.
11 Organizadas as diversas series sobre a exportação para-
naense de madeira, foram calculadas médias moveis sobre cinco
anos, a fim de serem evitadas as flutuações de curta duração.
No que se refere à organização de séries sobre a exporta-
ção de madeira, nos anos de 19^7 a 196lh, os dados já estão
expressos em m , facilitando sua coleta. Foram confeccionadas
fichas para esta finalidade, constando das mesmas: na parte
superior, a especificação do produto exportado e o ano cor-
respondente. Em fichas separadas foram anotados dados refe-
rentes à exportação de pinho serrado, beneficiado, laminado e
compensado. A seguir, urna relação de todos os mercados ex-
ternos da madeira paranaense, relacionados em ordem alfabéti-
ca, no canto esquerdo da ficha. 0 restante do espaço f o i
destinado à anotação do volume da madeira exportada (em m ) e
o valor da mesma (em cruzeiros), correspondendo a cada merca-.
do. No canto direito,um espaço reservado ao cálculo do preço o
da madeira, em cruzeiros por m . ' Na parte in fer ior foram
anotados o total paranaense em volume e valor e o total bra-
s i l e i ro , ambos em e cruzeiros, seguidos do preço médio de
cada um.
A partir dos dados, coligidos através da ficha supra des-
crita, foram construidas as séries referentes à exportação
paranaense de madeira, por volume e por valor, e as referen-
tes aos diversos mercados. As séries sobre a exportação bra-
s i l e i ra foram construidas do mesmo modo, embora sem análise
dos mercados.1
Com algumas dessas séries f o i realizado o cálculo de ín-
dices, visando maior facilidade e compreensão. Assim, é que
12 as scries de exportação de pinho paranaense, construidas se-
paradamente para pinho serrado, laminado e compensado, apre-
sentam índices, tendo como ano base o primeiro da série, ou
seja 19*+7« A escolha desse ano está relacionada com um estu-
do do aumento da exportação da madeira, nos anos de 19*+7 a
I96W
As séries apresentadas neste trabalho não foram deflacio-
nadas. Na ausência de um método seguro de deflação, tentou-
se contornar o problema através da análise do índice de in-
flação correspondente aos anos que apresentam as maiores dis-
torções.
Para estabelecer-se comparação entre a quantidade de ma-
deira exportada pelos diferentes portos paranaenses, maríti-
mos ou f luviais , f o i organizada uma ficha, com os seguintes
itens: no alto, a designação "Exportação paranaense de madei-
ra", e o ano respectivo. 0 espaço restante está dividido era
três colunas vert icais , com as seguintes designações: porto O
de embarque, volume em m , e valor FOB em cruzeiros. No ex-
tremo infer ior , consta o total das duas últimas colunas.!
WO - OS POTITO o PARAIIAEÏiSES S A EXPORTAÇÃO DE MADEIRA. 13
A exportação da 22 ad ei ra paranaense f o i realizada através
de três portos principais: os portos marítimos de Paranaguá e
Antonina e o porto f luv ia l de Foz do Iguaçu."*"
0 escoamento, para os mercados externos, da grande parte
da produção paranaense de madeira, principalmente pinho, efe-
tuou-se pelos portos de Antonina e Paranaguá. A saída da
produção madeireira, por estes portos, está ligada ao apro-
veitamento do pinho e de outras essências, em menor quantida-
de, da região centro-sul e, em parte, do oeste do Estado. As-
sim, observa-se pelos Qoiadros ns 1, 3 e 5 que, até o f ina l da
década de 19*f0, Antonina e Paranaguá lideraram a exportação
da madeira paranaense.
A exportação de madeira por Foz do Iguaçu dependeu da ex-
ploração intensiva das matas do sudoeste e extremo oeste do
Paraná. Essa exploração cresceu após 1950, como evidenciam
03 dados do Quadro n2 5-
Através do Gráfico n 1, referente ao movimento de expor-
tação de madeiras no Paraná, observa-se que o porto de Para-
naguá f o i , em maior número de anos, o mais importante escoa-
douro do produto. 0 porto de Antonina apresentou movimento
maior de exportação de madeira, nos anos de 1932 a I93V ,
de I936 a 1937 e, ainda, de 19^8 a 19^9. Nos outros anos, de
l-0s dados que constam da publicação "Comércio Exterior do Brasil" referem-se à exportação paranaense de madeira,ape-nas por esses três portos, lío "Anuario Brasileiro de Econo-mia Florestal", porem, constara, nos anos de 1^+7 a 196^, além dos portos supra referidos, dados referentes a exportação de macieira pelo Porto üritânia e pelas divisas secas de Barracão e Santo Antônio. ... .
Ik
I90I a 1950, Paranaguá fo i o maior porto de exportação da ma-
deira paranaense.
A partir de 1951» porém, Foz do Iguaçu assume a liderança
dessa exportação.-lios anos de 1956 a 1959» 0 volume da ma-
deira exportada por v ia f luv ia l superou a exportação do pro-
duto pelos dois portos marítimos paranaenses. Essa modifica-
ção, no escoamento da madeira paranaense, re f le te o esgota-
mento das reservas de pinho situadas no centro-sul do Estado,
tendo a produção se deslocado para oeste e sudoeste. Apesar
de, em igual data, a produção de madeira no Paraná não ter
apresentado declínio em relação à década anterior, o desloca-
mento referido é bastante s igni f icat ivo, relaciónando-se com
a situa.çâo das reservas f lorestais paranaenses.
0 predomínio do porto de Paranaguá na exportação da ma-
deira paranaense, prende-se a razões diversas. 0 porto de
Antonina, apesar de estar situado a menor distância de Curi-
tiba que o de Paranaguá, não conseguiu sobrepujá-lo, em volu-
me de exportação de madeira, a não ser nos anos já re fer i -
dos. A preferência pelo porto de Paranaguá, apesar de cer-
tas condições desfavoráveis ao exportador, tais como maior
quilometragem e, em conseqüência, f rete mais elevado, além da.
dificuldade de atracarem navios de grande tonelagem, resultou
da influência governamental, na conjuntura estudada. A apli-
cação, em larga escala, de verbas estaduais nas instalações
do Porto, justificaram tal atitude.
Desta maneira, até 1922, vigorou uma equiparação de fre-t
tes ferroviários, entre as mercadorias enviadas de Curitiba,
até Paranaguá ou Antonina, apesar da diferença de quilometra-
15 gem. Quando a ferrovia, após mais de trinta anos,alterou es-
sa medida, o Governo do Paraná, através do decreto nS 916, de
1923, tentou, por outras maneiras, manter, entre os dois por-
tos, situação equivalente a das tar i fas ferroviárias equipa-
radas. 0 artigo 12 desse Decreto, estipulava que:
A exportação dos produtos do Estado cons-tantes do parágrafo lû e a importação das mercadorias referidas no parágrafo 22, f e i -tas pelo Porto de Paranaguá, terão a com-pensação especificada nas respectivas a l i -neas. 12 Exportação a)-herva matte 10 réis por kg.' b)-madeira para caixa 2$200 réis por mil
kg. c)-madeira serrada ou
apparelhada 2$600 réis por mil kg. 2
d)-phosphoros $300 reis por lata.
0 produto que recebeu maior benefício com a redução, f o i
a erva mate que liderava, na ocasião, as exportações para-
naenses. A madeira serrada, que era amais procurada pelos
mercados externos, recebeu, depois da erva mate, o melhor
desconto nas taxas de exportação evidenciando, assim, o inte-
resse governamental em assegurar, para Paranaguá, um grande
movimento de mercadorias, mesmo às custas de parte das rendas
do Estado.'
A desequiparação dos fretes ferroviários, entre Curitiba
e os portos de Antonina e Paranaguá, coincidiu cora'o plane-
jamento e execução, em parte, de obras visando a melhoria
desses portos, especialmente do último, onde seriam fe i tas as
• 2-MUNIíOZ, Alcides. Relatório da Secretaria Geral do Es-. do do Paraná. Curitiba, Mundial, '1926. p.208 e 209.
16 maiores aplicações. A l e i n2 2169, de fevereiro de 1923, au-
torizava o Governo do Paraná realizar um empréstimo de, até
26.000:000^000, para a construção das obras do porto de Para-
naguá, bem como, desapropriar os trapiches, armazéns e terre-
nos do porto D.Pedro I I (Paranaguá) e os de Antonina.^
As obras do porto de Paranaguá, realizadas com capital
levantado através de emissão de apólices, incluiam a constru-
ção da muralha do cais de atracação e armazéns, além do ser-
viço de dragagem, visando f ac i l i t a r o embarque de mercadorias
e dar condições de armazenamento mais condizentes com a exi-
gência dos mercados compradores, no referente à qualidade dos
produtos de exportação paranaenses.
Os trabalhos, iniciados em 1927, nao trouxeram, contudo,
maiores benefícios para a madeira por a l i exportada. Os ar-
mazéns destinados à estocagem da madeira eram insuficientes,
ficando, muitas vezes, o produto exposto às intempéries, so-
frendo o produto, com isto, um agravamento das condições, nem
sempre ideais, que possuia ao chegar ao Porto. Ãs obras rea-
lizadas não previam aparelhamento esi^ecial para secagem da
madeira, e os próprios armazéns eram, além de insuficien-
tes, inadequados para o fim a que se destinavam.
Até 19*+1> a madeira, no -porto de Paranaguá, era armazena-
da próxima às demais mercadorias. As desvantagens da situa-
ção fizeram-se sentir, quando,
3-Ibid, p.203 e 20*f. Ç-Ibid, p.209. Essas obras foram realizadas pela Cia. Na-
cional de Construções Civis e Hidráulicas do Rio de Janeiro.'
17 t ) O Porto de Paranaguá, por onde se fas,atual-mente o maior movimento de madeiras para ex-portação no País, se viu privado, no primei-ro dia de 19*+1? de seus principais armazéns para essa espécie de carga que, por lamentá-ve l acidente, ^foram devoradas pelas chamas de grande incêndio. 5
0 desaparecimento dos armazéns destinados à estocagem da
madeira, no porto de Paranaguá, coincidiu com uma conjuntu-
ra relativamente favorável para a sua exportação,causando vá-
rios problemas. Por muitos anos, a madeira destinada aos
mercados exteriores, no referido Porto, passou a ter condi-
ções ainda mais desfavoráveis, sendo, na quase totalidade,em-
pilhada ao ceu aberto, sujeita, portanto, às intempéries do
tempo.'
A entrada de grandes quantidades de café, na composição
da exportação paranaense, ao f ina l da década de 19*H3, e o
crescente escoamento desse produto pelo porto de Paranaguá,
levou as autoridades estaduais a revisarem as condições do
sistema portiiário do Estado,, inadequadas a um movimento de
maior amplitude.'
A dragagem da barra do porto de Paranaguá e as obras de
prolongamento do cáis, tiveram prioridade nas medidas tomadas
pelo Governo do Estado; f o i prevista., igualmente, em 195*0, a
construção de uma série de armazéns, destinados à estocagem
da madeira.^
0 "Parque da Madeira", ou "Vila da Madeira", cuja cons-
trução deveria ser logo iniciada, tinha por objetivo,
5-RIBAS , Manoel. Relatorio ao Presidente da Renubllca» Curitiba, s/ed. , 19^1. p. 7.
6-LUPIOIi, Moyses. Hensagem a.Tircnentada à Assembléia . l e -gis lat iva do Est cid o. Curitiba, s/ed. , 1950*. p."Ü2 J~ .
24
! - ' . . »benef ic iar os serviços da exportaçao do pinho paranaense, conta da construção de 6 armazéns medindo cada um 80 por 22 metros de largura, 5,5 de pé dire i to , 2 metros de beirai e cobertura de Eternit, piso dester-ra em plataforma e demais obras necessárias. A despesa com esto. obra está orçada em CR$ * 5.862.017,20 inclusive as obras complemen-tares. 7
As perspectivas otimistas que pareciam surgir para as
condições de armazenamento e conseqüente melhoria de qualida-
de da madeira paranaense destinada à exportação, não chegaram,
porém, a uma concretização. 0 f ina l dos trabalhos de cons-
trução do Parque da Madeira coincidiram com uma retração do
mercado, argentino, no iníc io da década de 50» com o aumento
da exportação do café e sua ascendência na pauta de exporta-
ção paranaense.
Quando, foram concluidas as obras do Parque da Madeira, o
declínio da exportação do produto, em relação ao aumento da
exportação do café, levou a Administração do Porto de Parana-
guá a ut i l i zar os armazéns para e'stocagem das sacas de café.
Ao perder sua hegemonia na exportação paranaense, a madeira
ficou, até certo ponto, marginalizada, no atendimento às suas
condições de estocagem no principal porto marítimo paranaen-
Quanto à exportação da madeira paranaense pelo porto de
Antonina, as condições foram praticamente idênticas as de
7-Ibid, p.82 e 83. Essa informação do Governo Estadual apresenta certas contradições, em relação à do Instituto Na-cional do Pinho, que assinala o início 'da construção do Par-que da Madeira em janeiro de 19^9, corii recursos fornecidos pela referida autarquia, na importância de CRft 8.000.000,00. ANUÁRI0 BRASILEIRO DE ECONOMIA FLORESTAL, v.2, p.13.
19
Paranaguá, cora a agravante de não terem sido a l i realizadas
obras da mesma envergadura que as do principal porto marítimo
do Paraná. Poucos armazéns, ficando a madeira empilhada, às
vezes, pelo espaço de alguns meses, aguardando embarque, sem
nenhuma proteção contra a ação do sol ou da chuva.
Já em Foz do Iguaçu, as condições foram diversas. Nos
portos de Paranaguá e Antonina, a principal madeira exportada
era pinho, especialmente o serrado. Em Foz do Iguaçu, até
o f inal da década de predominou a exportação das madeiras
de l e i , cabendo ao cedro as maiores quantidades. 0 grau de
industrialização das madeiras exportadas, por esse porto f lu-
v i a l , f o i , também, diferente do produto embarcado nos portos
marítimos. Foz do Iguaçu f o i escoadouro de toros, de várias
essências, inclusive pinho, para os mercados platinos, tendo
a madeira serrada, e beneficiada, aumentado sua participação,
no total exportado por esse Porto, após 19*+0.
Até 19^7, eram exportados por Foz do Iguaçu toros de pi-
nho e cedro, em maior quantidade, c outras madeiras, em menor
quantidade. Após essa data, a proibição de exportar pinho em
toros, limitou a salda da madeira, sem industrialização,a ou-
tras essências.
A madeira paranaense, exportada pelos portos do Atlânti-
co, apresentando maior índice de industrialização, e transpor-
tada em navios, alcançava preços mais elevados que o produto
saido pelos portos f luv ia is , cujo transporte, realizado em
balsas, barcaças e chatas, desvalorizava-o, em parte.
Melhor comparação entre o preço médio das madeiras para-
naenses,. exportadas'pelos portos do Atlântico ou por via f lu-
- 2 0
v i a l , pode ser f e i t a observando-se os dados do Quadro n2 7 ,
principalmente nos anos de 1937 a 1959, quando os preços man-
tinham entre si relação mais ou menos constante. Os preços da
madeira exportada, por Foz do Iguaçu, apresentam-se in f e -
riores aos da madeira embarcada em Paranaguá, nessa conjun-Q
tura, cerca de *+0% a 50^, aproximadamente.1 Essa diferença
pode ser atribuida ao grau de industrialização, pois Parana-
guá e Antonina exportavam madeira serrada, beneficiada e,ain-
da, quantidades menores de madeira laminada e compensada, en-
quanto que Foz do Iguaçu exportava apenas madeira serrada e
toros; as quantidades de madeira em bruto ocasionaram as
baixas médias de preço assinaladas no referido Quadro.
Além disso, a madeira de pinho serrada, exportada por Foz
do Iguaçu, recebia cotações mais baixas, como já f o i mencio-
nado. Os preços mínimos da madeira de pinho serrado, estabe-
lecidos pelo ^ s t i t u t o Nacional do Pinho, em 1955, quando fo i .
assinado o acordo madeireiro com a Argentina, foram os se-
guintes:
8-0bserva-se¿ contudo, no Quadro n^ 7 , que existe f l a -grante contradiçao nos dados referentes aos>anos de I910 a I9I6 e aos^anos de 1920 a 1937, quando os cálculos da publi-cação "Comércio Exterior do Brasil" assinalam preços^ muito altos para as madeiras exportadas em Foz do Iguaçu.Após 1938, parece ter ocorrido uma coleta de dados mais cuidadosa, man-tendo-se o preço médio do m3, das madeiras exportadas por v ia f luv ia l , mais baixo que o das exportações marítimas.
21 Quadro n2 10
PREÇOS. DA. MADEIRA' POR 1.000 p FOB
Primeira - Segunda Terceira
80 20 US § us $
a)-Madeira Tipo Atlântico
Portos do Rio Grande do Sul
(Porto Alegre e outros) 129,00
Portos do Paraná e Santa Catarina 12^,00
Porto de Florianópolis 119,00
b)-Madeira do Alto Paraná
Foz do Iguaçu 100,00
Porto Britânia 95jOO
c)-Madeira de Balsa
113,00 108,00 103,00
85,00
80,00
Federação
Barra do Quarai
Uruguaiana
São Borja
Primeira - Segunda Terceira
60 * 1*0 *
CIF.ARGENTINA
97,00
92,00 89,00
87,00
FONTE: Anuario Brasileiro de Economia Florestal.
Os preços estabelecidos pelo Instituto Nacional do RLnlio,
de acordo com esses dados, para a madeira de pinho serrada,
22 embarcada em Paranaguá e Antonina, eram superiores em 20fJf
9 aos referentes ao produto embarcado em Foz do Iguaçu.
Considerando o volume de madeira exportada pelos portos
paranaenses, nos anos de 1910 a 1959, a porcentagem de parti-,
cipaçao no total da exportação paranaense de madeira f o i a
seguinte:10
Paránaguá - 60%
Antonina - 20$
Foz do Iguaçu - 20%.
9-Apesar da parte da madeira exportada por Foz do Iguaçu ser transportada por balsas, o pinho serrado exportado por esse porto obteve cotação superior aos saldos dos portos gau-chos, que eram acondicionados exclusivamente em balsas.
10-De acordo com os dados dos Quadros ns 1, 3 e 5.
Quadro nö 1 2b
: EXPORTAÇÃO PAR/ilAELISE DE MADEIRA - PORTO DE PARANAGUÁ
Ano „3 m Soma do 5 anós
Ilédias llóveis
1901 i ; i58
1902 272
1903 773 l f l . ^ 8 3.269
190^ 6V3 If2.lf79 8.14-95
1905 38.502 lj-5.128 '9.025
1906 2 ."'2 89 272 9.65V
1907 2.'921 50.960 10.192
1908 3.917 1^. 513 2.902
1909 3« 331 12.7bl 2.54-8
1910 2.055 20.617 W123
1911 5.127 26^801 5-360
1912 6.187 35.616 7.123
1913 12.101 72.167 1 ^ 3 3
191^ 10.1^6 '11+3.083 , 28,':616
1915 38.-606 •I77.O3I . 35.566
1916 76.0lf3 2if8.l53 if9.'630
1917 ^ .935 295.900 59.I80.
1913 • 82.V23 326.I1O6 6 5.'2 81
1919 57.893 307.793 61.558 1920 69.112 328.899 65.779 1921 57 A30 315.312 63.062
1922 62.Ohl 301A26 60.285
1923 68.836 27k. 5V.908
192lf ^ .007 253.315 50.663 1925 ^2.227 217.165 • *+3.lf-33
25 EXPORTAÇÃO PARANAENSE DE MADEIRA - PORTO DE PARANAGUÁ
continuação:
Ano . m3 .Soma de 5 anos
Médias Móveis
1926 3Ó.20I+ 173.;969 793
I927 25.891 155.950 31.190
1923 25. 61lO 133.883 27.776
1929 25.933 113.633 22.726
1930 25.160 93.600 13.'720
1931 10.95b 73» 73*+ lb.7b6
1932 5/358 6W033 12»;926
1933 5.77b 55.001 . ll.'OOO
193^ 16.887 61.935 12.387
1935 15.'528 103.588 2O.7I7
1936 17.888 157.982 . 31/596
1937 1*7.511 222.533 M+/506
1938 60.168 287.569 57.513
1939 8l.ij.3O 363.683 73.737 I9V0 80.56V V23.I3I 8W626
19V1 99.007 Í+3^.096 .86.819
19^2 101.951!- ^05.3^3 81.068
19^3 71.133 370.1^0 7Jr. 02 8
19 1- 52.635 •50rr orícr 6 5/0 51
19^5 ^5-361 230.755 56.151 19kó . 51K122 269.375 53 .'9 7 5
19^7 57;b$b 259.276 51.855
19^0 . 60.253 261.29^ 52.;253 19Lr9 te. 086 203.710 ^0.742
26 EXPORTAÇÃO PAIUIÍAJiKjE DE I LADEIRA - PORTO DE PARANAGUÁ
continuação:
Ano m ocma de 5 anos
i iUv.li '-¿O Móveis
1950 te. 379 212.o6í(- te. 532
1951 ^3.2^3 179. 5^1 35.908
1952 1V.693 162.102 32.te0
1953 27.130 162.966 32.593
1951* 2¡r.6te lii-l. 71b 28.31+2
19 55 V3.2te I9O.893 39.773
1956 26.996 211.625 te. 325
1957 71.377 223.266 Mf.653
1958 39-362
1959 36.238
EOUTE: Cor.iércio Exterior do Brasil .
Quadro ni 2
EXPORTAÇÃO PARAI!AENSE DE MADEIRA - PORTO DE PARANAGUÁ
Ano Contos de reis/ milhares de cruzeiros
Soma de 5 anos
Medias Móveis
1901 50
1902 9
1903 32 266 53
I90V 2b 29 6 59
I905 151 if 06 81
I906 80 51V 102
1907 119 612 122
1903 ll+o 551 110
1909 .122 71V llf2
1910 90 926 185
1911 2*+3 303
1912 331 I/987 397 1913 753 3/7 +2 7^8
I91V 565 8.106 v 1/621
1915 1/8V5 ' 10 .^5 2.169
1916 W607 16/9^6 3/389
1917 3/070 21/305 . l+.'26l
1918 6/859 26.933 . 5/386
1919 bl92b 29.263 5/852
1920 7.b73 33.657 6/731 I92I 6.937 35/216 7« OM-3
1922 • 7.b6b 36.^72 7.29V
1923 8. if 13 35/397 7.079 I92V 6.180 33/850 6/770 I925 6.398 30.185 6.037
.28
EXPORTAÇÃO PARANAENSE DE MADEIRA - PORTO DE PARANAGUÁ •
continuação:
Ano Contos de reis/ milhares de cruzeiros
Sorna de 5 anos
Medias Móveis
1926 5.390 25/570 5/llV
I927 3»799 23/3V7 V.669
1928 3.I803 20/729 V.1V5
I929 3.957 I7/OV2 3.V08
I93O 3/780 IV. I7I 2/83V
I93I 1/703 , 11/276 2/255
I932 928 9/971 > I/99V
1933 908 8 Ä 0 " ' v ' 1/728
I93V 2/652 10.639 2/127
1935 ' 2.¥f9 18/977 3/795
I936 3/702 31/677 6*335
1937 9.266 • V9/V37 9.887
1933 13.603 67.38V - I/3V7
1939 20.V12 98.177 • ; .19/63? I9V0 20.396* 1V9.382 29/876
I9VI 20V.656 VO.93I I9V2 60A71* 251 .'VV7 5O.289
I9V3 68/882* 296/900 59.380
I9M+ 67.203* 368.668 73.733
19^5 65.8if 9* ^1-9/631 89.926
I9V6 IO6.263* V58/635 91.727
I9V7 IVI.V3V* V56.931 • 91/336
19^8 77.836* V39/8V2 87.968 I9V9 65.V99* 389.972 77.99V
29 EXPORTAÇÃO PARAÎIAEIÏSE DE MADEIRA - PORTO DE PARANAGUÄ
ccntinuação:
Ano Contos de reis/ milhares de cruzeiros
Soma de 5 anos
Médias Móveis
1950 V8.76O* 266.383 53.'276
1951 56.393* 227.232 if5.Vfó
1952 208.Î+02 u-i.'^o
1953 38.735* 299 .'606 59.92I
195^ lf6.1669* 339.666 ' 67. ;933
1955 139.96^* 613/810 122.762
1956 96Ã53* . 758.751 151.750
1957 291.989* 1.016 .'290 203.258
1958 I83.676*
1959 30W208*
* - Os dados referem-se a milhcíres de cruzeiros.1
FOU TE ; Comercio Exterior do Brasil. '
- Ou.: M /lro na 3 30
EXPORTAÇÃO PARAIIAElíSE DL MAJEICUA - POUTO DE ; 2 ; TON Hi A
3 Cor.ia de liedlas Ano 5 anos Móveis
1911 0,13
1912 1
1913 352 I.7V9 3V9
I9IV 628 2.73V 556
1915 763 3/056 611
1916 1.035 2.'722 5W
1917 273 2/727 9*5
1913 18 V/253 350
1919 633 6/729 1/3V5
1920 2.29V IÓ.I3I+ 3.226
1921 3.511 29.035 5.807
1922 9/673 52.20V 10. Vi-O
1923 12.919 58/Ö36 11/767
19 2V 23.802 70/559 • iV . l l l
1925 0.926 67.750 13/550
1926 15.23V 63.219 I2/6V3
I927 6.869 V7.V7I 9.V8I+
1928 0.1+38 60.25O 12/051
1929 7.95V 67.62V I3/52V
I930 21.713 73.763 15.752
I93I 22/600 32/576 16/515
1932 lO.OOO 90.083 13.017
1933 12.301 97.319 19-563
I93V 15.V66 106.V87 21.297 1935 127.376 25.V-75
EXPORTAÇÃO PAR/ilTAEIÍSE DE MADEIRA - PORTO DE ANTONE-JA
continuação ;
1 Ano m3 m Goma de
5 anos Médias Móveis
1936 31.268 138.860 27.772
1937 38/897 * ' 1^3.Vh6 28/689
1938 23.785 íko,72h 23/m
1939 20.'052 I37.V59 27 Mi
19*fO 26.722 119 .'679 23.935
19^1 28.003 107.765 21.553
19b2 • 21.117 113.769 22.753
19^3 11.871 107.083 2i.:1+i6
19¥f 26.056 103.*:681+ 20.736
19^5 20.036 119.755 23/951
19li-6 2W60^ 16 8.'2 50 33/650
19^7 37.188 197.887 39/577
19^8 60/366 I 9 1 M 5 38/3^9
19^9 55.693 19^.350 38.870
1950 13.89^ 161.170 32/235+.
1951 27.209 111/059 22/211
1952 W008 • 12/888
1953 IO.255 76.671 15/331!-
195*f 9.077 59.^56 11/891
1955 26.122 78/678 15/73?
1956 9.99^ 91.858 18.371
19 57 23.230 9 5.-910 19/182
195a 23A35
• 32 EXPORTAÇÃO PARA! ÍAEI ICE DE MADEIRA - PORTO DE All TON UTA
continuação:
Ano • — ' Soma de Medias Ano • — ' 5 anos Móveis
1959 13.129
FONTE: Comércio Exterior do Brasil.1
^ j
Ano.
1911
I912
I913
I9IV
I915
1916 1917
1918 I919
I920
I92I
1922
I923
I92V
I925
1926 I927
I928
I929
I93O
I93I
I932
1933 193V
OuacLro nQ V 33 tTACr.O PARANAEÏÏ ;JH DE MADEIRA - PORTO DU AliTOlIEIA
Contos de reis/ milhares de cruseiros
3 o ra a d e 5 anos
Médi as Moveis
21 3V
V8
102 20
6
55
282
1+21
I . I72
l.v563
3.237
1.321
2.305
1/020
1/255
1.133
3.2I+3
3/519
2/823
I .92 I
2/1+33
103
205
225
210 ' 23I
1+65
78V
1/936
3/V93
6.675
7.71V
.9/598
9/W6
9/138
7.08V
9/011
10/225
12 .'02 8 12/69V
13/'9l*9.
15.V05 17/668
20
VI
V5
V2
V6
93
156
387
693
I/335
I/5V2
1/919
I/889
l/!827.
1/V16
1/802
2.'!0V5
2/1+05
2/538
2/789
3/081
3/533
E}[PORTAÇ7i.O PARAIÏÀE1ÏG:] DE MADEIRA - PORTO DE ANTONINA
continuação:
Ano Contos de reis/ milhares de cruzeiros
Soma de 5 anos
Médias Móveis
1935 I f .Wf 22.1+17 ^ A83
1936 • 5/732 25/997 5.199
1937 7.572 27/721 5/5^
193Ö 5/501 28/657. 5/731
1939, W162 33/562 6/712
19^0 5/6*+0* 37A27 7.V85
19^1 10/687* 39.212 7.8^2
19^2 11A37* 6^/052 12/810
19^3 7.286* 78/991 : 15/798
1 9 ^ 29.002* 96.355 19/271
19^5 20/579* 128.957 25/791
19^6 28.051* 185/130 37/026
19^7 M+/039* 217.793 ^3. 558
191r8 63.^59* • 211+/296 1+2« 859
19^9 61/665* 217/550 li-3/5l0
1950 17.082* 179.7^1- 35/9^8
1951 31/305* 132/296 • 26.V59
1952 6/233* 89.V07 17.881
1953 16.011* 1^-0.977 28/195
19Í& 18/776* 139/0^1 27/808
1955 68.652* 215.673 1+3 /13^
1956 29/369* 299/970 59/'99l+
19 57 82/805* . 368/700 73/7^0
3? E3ÜP0RTAÇÃ0 PARAIÎA ÏGE DE MADEIRA PORTO DE AIITONBÏA
continuação:
Ano Contos de re is/ milhares de cruzeiros
Soma de 5 anos
Medias Moveis
1958 100.308*
1959 87.506*
. - Valor in f e r i o r a un. conto de réis.-
* - Os dados referen-se a milhares de cruzeiros.
FOUTE- Comercio Exterior do Brasi l .
Quadro n'1 5 36
EXPORTAÇÃO PARAIÍA.5T;JE DE MADEIRA - EOE DO IGUAÇU
Ano m* . Gona de 5 anos
llédiás Hovels
I9IO I.615
I 9 I I 1.683
1912 I.0V9 6.065 I.213
I9I3 1. I l l 5.57O l . U V
I9IV 607 3.95V 790
1915 1.120 5.106 1.021
1916 67 6.98V 1.396
1917 2.201 II.V83 2.296
1913 • 2.989 3.098
1919 5.IO6 16.925 3.335 1920 5. I3I 18.289 3.657 1921 I.V98 20.183 V.037 1922 3.565 18. W 3 3.688
1923 1. 0 n 0 4.000 IV.96V 2.992
192V 3. 361 15.730 3.156
I925 1.652 16.655 3.331 1926 2. 31V 15.366 3.073
I927 V.VVD 15.950 3.190
I928 3.599 20.100 V. 020
I929 3.9V5 22.190 V.V38
I930 5.302 19. 596 3.919
1931 V.VoV 16.775 3.355 1932 1. 3^6 13.071 2.61V
1933 778 9.531 I.906
* i
37
.S::POHÏAÇAO D:'J MAIWIJIV - FOZ DO IGUAÇU
continuação:
Ano r,3 Corna de 5 anos
I ludias Móveis
I93V 21+1 3.076 I/6I5
1935 2.262 11.321 2.26V
1936 . 2/9V9 I3.2I+2 2/611-8
1937 5.091 16.352 3/270
1933 2.699 16.92V 3.33V
1939 3.351 15.366 3/073
I9V0 2/83V 10.322 2.161+
191hl 1.391 11.206 2/21+1
19V2 5V7 13.811 3. 762
19^3 3.033 23.139 V/627
19 ¡- 10/596 32/737 6 . > 7
1911-5 7.162 'lf-9.701 9/9VO
19V6. 10.989 63.397 13/679
I9I1-7 17/511 81.265 16/253 19V3 21.779 109.567 2I.9I3
I9V9 23.82V I63.162 32.632
1950 35/V6V 176.21V - 35/21+2
1951 6V.53V 173.319 35/663
1952 30.563 20Ü.200 Vi. 61+0
1953 23.331t- 22I+. 567 14+. 913
195V 53.705 199.392 39/978
1955 51/331 289.292 75/353
1956. 39.909 373.517 75.703
3ö
EXPORTAÇÃO PARUÍATTEE DE IÍ/ÍT:IRA - FOR: DO IC-UAÇU
continuação:
ano 3 m Goma de 5 anos
T r fj -i 0 i, tVrfVtl ClU ílóveis
1957 119.963 M1-O.7SI An -, ¡-'r OO.I50
1953 113.109
1959 11?. 969 j
FOIITE: Comércio Exterior cio Brasil.
'•• Quadro no 6 . . . . ^ : . . 3 9
ffiCPÇRTAÇÃO PARAIÍAEITSE DE MADEIRA - FOZ DO IGUAÇU . .. /. ,
.Ano ; Contos de reis/ milhares de cruzeiros
Goma de 5 ' anos
•;•,. liedlas . .i . llovéis
I9IO ' : . . 596
1911 36V
1912 - • 270 - 1J566 313
1913 236 1.001 200
191V 100 653 . ' i ; 130
1915 31 '••• 559 : * 111
1916 16 ; 505 ' : 101
1917 • • 176 802 160
1918 : 182 I/266 > • 253
I9I9 ; ••;.••:-: 397. " ; ; - 1 M 8 V . -289-
I92O V95 ; I.79V ' •'••'= '358 1921: I 9 8 . ; M v ? V i . 2/697/: • ; ; 539 1922 ' ' 522 ' :' .3.^2' . ; J
i / V - " ' 6 0 o
1923 : - . 1.085 • 2.:o63 V ' f 532 192V • ; , 7V2 / . .^/V;'.: . 3/011 : •I: :¡j' ; 602 1925 •... ; : .• 116 • ' '.„•. ':" •;•,•:• 3 Ä 3 A ' "•1 702 1926 : - V : 5V6 - / } 3.195 ; r : V 639 1927 I/02V . ' • 3/309* , : • . 661
1928 ; - :: ... 767 : V/268 ; ' . h ;. ,;:8?3 1929 • ;¡' 856 ; ; if.'556 : • ; • ' y 911
I93O .. ; ' 1.075 : '! ; ... /': 3.''962. • 792
.1931 ' .V1;- - ,. 83V ' ' ' 3.'365 : V 673 1932
1 -\ /_ V30 2/559 H :-r
1933 170 1/9V0 388
EXPORTAÇÃO PARAIIAEIÍÜE DE 11/úDi'JXIlA. - FOZ DO IGUAÇU
continuação:
Ano " Contos de reis/ . milhares de cruzeiros
Soma de 5 anos
1 •• "O
.Médias Moveis
I93V 50 I/713 3V2
.1935 . . 1+56 • 2/1+66 V 1+93
1936 607 2/803 561
1937 I . I83 3/OI5 603
1933 512 2/901 '580
1939 2 57 - 2/376 • W
I9V0 : 1/229 . - 2i+5
191+1 82* 1/258 , ' 251
I9V2 .36* " 3.V85 - • 697
I9V3 5Vl* 5/617 1/123
I9W 2A31+* . . , i o . m 2/022
:.i9lf5 ; ; ; 2.1+71*-* . ' . ; :. 2'f. 052 . . i+;;8io
19^6 • ; 579* J 1 r . _ • : J
39.710 , ; - 7..9V2
19V7 ; : ; 13.97IK* 1 r 56 .>38 V . 11.297
19V8 16.199* 79/975.; :• 15/995
19^9 19.262*- • , ; ; • : 127.601 ; 25/520 1 :
1950 '. 25/901* ; ', IV0/872 /.;.."> 28.171+
1951 .52.205* : 1V5/8V0 • 29.163
1952 27.2V5*. ' 183.37I+ "l" ; 37/67V
1953 21.167* 2V5.376 ; • 1+9.075
I95V 61.796* 278.I+25 : - 55/685
1955 o2.963* 551.655 '.' 110/331
1956 85.25V* 902.737 180.51+7
kl
EXPORTAÇÃO PARALAD !;JE DE MADEIRA. - FOZ DO IGUAÇU
continuação;
Ano Contos de reis/ milhares de cruzeiros
Soma de 5 anos
Médias Móveis
1957 300.V75* 1. 373. 5*1-5 27h.709
195o 372.2^9*
1959 532.6oV*
Os dados referen-se a militares de cruzeiros.
F01ÍTE: Comércio Exterior do Brasil.
.Quadro ns 7
PREÇOS DA MADEIRA EXPORTADA PELO PARANÁ
Até I9V0 - mil reis/rP . '.'••
Após I9VO- cruzeiro/m^
Ano Paran agua Foz do Iguaçu
,1910
Ï 9 I I
1912
1913
191V
1915
I9IÓ
1917
: 1913
1919
,1920
•I92I
1922
' 1923
I92V
' 1925
1926
1927
• 192.8
: 1929
,1930
'1931 1932
)+3
V7
62
55
V7
60 ;7V
83 ,
85
10 0.
120 120 122 IVO
151
lV3
1V6
IV8
152
; 150
155 158
: 59
. 5V
, 62
98
: 73
" 33
86
122 119
121 :
• 120
v 1 3 5 ! IV7
151
IV 8
IV7
;, lV8
: IV9
1V3
1V9
155 156
369 =
216 257
.212 16V
27
233
79
60
77
96
132
IV6
221 220
70
•23O
213
216 185
189 o I"**
PKLCÇOC DA MADEIRA EXPORTA PELO PARAI la • i
Até I9V0 = mil reis/m-5
Após I9I+O- cruzeiro/m-^ continuação| :"
Ano Paranaguá Antonina Foz do Iguaçu
1933 157 * 156 218
I93V 157 157 207
1935 ! 157 159 201
1936 206 181 i- 205
1937 195 19V 232
.1933 226 .231 139
1939 250 207 76
I9VO : : . 253 211 ,120
I9VI 3V8 ' 331 5o
I9V2 593 : 5li-i 65
I9V3 963 '0.13 '175
19'"^ r 1/275 / 1/113 ' , - 23V
I9V5 ' 1.1+51 . ; . 1.027 • . 3Lí-5
19VÓ 1.903 i.a¡+o ' 1+16
19V7 ' 2.V61 1/181+ • 793
19V3 . .. : 1.292 1/051. : 7V3
19V9 1.556 1.107 Go 3
1 9 5 0 L 1.029 ; ; 1/129 732
1951 1/160 '1/150 : ,808
1952 ' , 1/211+ : . ? s s 391
1953 1. . •
1/V27 . • 1.561 886
195V 1/893 2.060 I/150
PREÇOS DA MADEIRA EXPORTADA PELO PAMHÍ
Até 19^0-- mil reis/m3
Após I9VO- cruzei ro/rP
continuação:
Ano Paranaguá An'tonina Foz do Iguaçu.
1955 . •.2/9OI 2/028 : 1/600
1956 3.572 2/933 i . : 2.I36
1957' ' V/o62 - 3/507 2/5OV
1953 W607 7. v/280 ' 3/29I
1959 8.383 6/665 V. 592
FOHTEt Comercio Exterior do Brasil .
Quadro n- o
HIPOIITAÇ^O PARA2ÍAj:Sí3:j DE MADEIRA
Ano m3 Soma de 5 anos
. Médias Moveis
1901 I.153
1902 272
1903 773 V1.3V3 3.269.
190V 6V3 If 2.1+79 8.V95
1905 33.502 V5.128 9.025
1906 2.239 V8.272 9.65V
1907 2.921 50.960 10.192
I90O 3.917 16.128 0 pp it .J.
1909 3.331 20.6V9 V.129
1910 3.670 2b.965
1911 6.310 3V. 612' , 6 .'922
1912 • 7.237 1+2.662 8. 532
1913 13.'56V ' 79Á36:- .: ' 15.397
I91V 11.331 ' • 11+9.321 1 ' ' 29.96V
1915. V0.V9V 135.993 37.193
1916 77.IV5 '. 257.859 r ' 51. 571
1917 ' V3.V09 310.110 :•••• 62.022
1913 O5.V3O 3V6.153 • : : 69.230
1919 63.632 331.VV7 66.289
1920 76.5371 363.322 , : / 72.66V
1921 62.V39 36V.535 ' : 72.907
1922 75.23V 372.073 . 7V.V1V
1923 86. 6I+3 3V8.3I1-1 69.668
192V 7I.I7O 339.651+ • 67.930
.. EXPORTAÇÃO PARAIIAEÍEJE DE MADEIRA
continuação: 4 ;
Ano n3 • 1
Soma de 5 anos
' Medias Móveis'
I925 52.0O5 3OI.57O ÔO.3IV
1926 . 53.752 252.65V. . .-.:; . 50.530
I927 37.200 219.371 , . V3.37V 192o 37.727 219 .'2VI V3.8V8
1929 ; : . 37.337 203. V! 1-7 ; ' VO.689
1-930: 52.675 191.959' • 38.391
1931 37.958 173.035. 3V.6I7
1932 25.712 167.792 - 33.558
1933 : 13.353 ' 162.351 V 32.V7O
193V 32.591'- 176.1+93 • " 35.-299
1935 ,. : k7.23V ; 2V2.285 ; 1:' V0.V57
1936 52.105 '310.08V. i V » ' i •
- 62.016 . i . ' , • ' . .
1937; 91.V99 :. 382. 33I j. . • V - 76. V66
I938 86.652 ' VV5-.2Í7::. ; f . 89.0V3
1939 10V. 8í¡-X . . " • " } • :
521.5I3 ' 10V.302
19lr0 110.120 553.632' ; 110.726 lykl 12o.VOl '• , 553.067 ' ; ; . 110. 6I3.
19V2 s I23.6I8 . 537.563: 10 7.'512 I9V3 : 86.087 500.002 i ,100.000 19!;V 39.337 , V61.316 : 92.263
19^5 72.559 11V9.351 . 89.070
19V6 89.715 506.162 101.232
19!¡-7 ; 112.153 533.V28 107.685.
EXPORTAÇÃO PAJ'lAIÍAEMOE DE MADEIRA
continuarão:
b-7
Ano ¡ m3, Goma de 5 anos
\
Médias Móveis
19 V 8 IV2.393 \
562.606 • I I2.52I
I9V9 121.ÓO3 612.932 122.586
1950 96.737 550.obQ 110.009
1951 IVO.OVI 1+68.919 93.783
1952 V9.269 V3V.7V5 86.9^9
1953 61.269 1+6V.20V 92.8V0
195V 87A29 V01.062 80.212
1955 126.196 566.863 113.372
1956 76.899 682.000 136 Aoo
1957 - . 215.070 759.957 151.991
1958 . 176.V06
1959 I65.386
FONTE: "Comércio Exterior do Brasil"/
Quadro nß 9 V8
EXPORTAÇÃO PARANAENSE DE MADEIRA
Ano;
1
Contos de ré is/ milhares de cruzeiros
. ••
' Soma de 5 anos
•. ' Medias ' : Móveis
1901 50 ' : V ; . -"... " ' •
1902 9 ! • . ; ¡i»'.
I903 32 266 • • . . 53
190V 2V 296 59
190? 151 V06 '81
I906 30 51V 102
I907 119 612 ;122
1903 1V0 I. IV7 ,229
I909 122 1.67V •33V
I9IO 636 .2.156 / V3I
1911 ' 607 3.O3I 606
1912 ' 601 3,608 : ".";. ..',721
1913 1.015 V.Slfó 969
I91V 699 3.96V ^ I.792
1915 • I.92V 11.629 : : 2.325
.1910 ' V.725. 17.661 3.532
1917 3*266 22.338 V.V67.
1918 7.0V7 23.66V , 5.732
1919 5-376 3I.V95 6.299
1920 8.250 37.387 7-V77
1921 7.556 VI.V06 ' 8,281
1922 9.158 V6.I89 : 9.237
1923 11.066 V5.77V : 9.;15V
I92V 10.159 V6.V59 9.291
îïCPORTACaO DM MADEIRA
continuação:
Ano Contos do reis/ milhares de cruzeiros
2oma de 5 anos
r , • •
Médias Moveis '
1925 7.835 i V3.IW 3.623
1926 8/2VI 37.903 • 7/530
19 27 . 5/8V3 33.7VO , . Ó.7V3
I92G 5.325 3V.003 6/801
I929 5.996 31.823 Ó/30V
I93O 8.103. 30/161 6/032
I93I 6.056 27-335 5/V67
I932 V/181 26.V79 : 5/295
1933 2.999 25.985 ' : ' 5.197 I93V 5. IVO 30.020 6.00V
1935 7.609 V3.86O . 8.772
1936 10.091 - 6O.V82 12.096
1937 18.021 30.173 16/03V
I938 19.621 98.9V2 . 19.788
1939 , 2V.831 13V.115 26.823 I9V0 26.378* I88.038 37/607 I9VI V5.26V* 2V5.126 V9/025 I9V2 ' 71. SM-* 318.931h . 63/796 I9V3 76.709* 381.503 76/301 19VV 98.689* V75.I37 95/027 I9V5 38.902* 602/6V0 120.528 I9V6 I3S.O93* 683.V75' 136/695 Í9V7 199.VV7* 731.212 IV6.2V2
EXPORTAÇÃO PARANAENSE DE MADEIRA
continuação:
Ano
•
• Contos ds réis/
milhares de cruzeiros. < 1.
Soma de 5 anos
Médias Móveis
19V3 157.51<>* 73V.II3 IV6.822
I9V? 1V6.V26* 735.123 IV7.O2V
1950 91.803* 586.999 II7.399
1951 139.903* 505.368 101.073
1952 51.323* •>86.183 97.236
1953 75.913* 685.959 I37.I9I
195V 127.2V1* 757.132 151A26
1955 291.579* 1.381.138 :: 276.227
1956 211.076* 1.961 .i¡-58 392.291
1957 675.329* 2.758.535 551.707
1958 656.233*
1959 92V.318*
! ; —
* - Os dados referem-se a milhares de cruzeiros.!
FONTE ; "Comércio Exterior do Brasi l" .
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5.-0 - A EXPORTAÇÃO DE MADEIRA PARANAENSE 53
O século XX assinala a entrada da madeira paranaense, em
larga escala, no mercado internacional, tendo o Estado, por : .
muitos anos, suprido com esse produto os mercados platinos e
alguns mercados europeus.
à medida em que se intensificava a exportação, as autori-
dades estaduais passaram a se preocupar com as condições de
seu escoamento e o volume anualmente embarcado nos portos pa-
ranaenses, embora poucas medidas de carater prático fossem
realmente tomadas. Já em I90V, assinalava-se "que já é apre-
ciável o movimento de exportação de madeiras, principalmente
do pinho.11"*"
0 principal produto de exportação do Paraná, na primeira
década do século XX, era a erva mate que, por mais de duas
décadas manter-se-ia, ainda, como responsável pela maior ar-
recadação do imposto referente à exportação de mercadorias. A
madeira, nessa conjuntura, apresentava-se em fase de expansão
de exportações, como se pode notar pelos dados do Quadro n2
8. A elevada quantidade de jaadeira, exportada em 1905? que
consta desse Quadro, porém, pode ser atribuida a uma coleta
deficiente de dados, pois nível correspondente a esse volume
só será registrado novamente, quando da conjuntura favorável.-
a exportaç ao do produto, apos 1913»
No exercício de 1907-1908, os produtos, que mais concor-
reram para a exportação paranaense, foram: erva-mate, suínos,.
1-SILVA, Francisco Xavier da. Mensagem apresentada , ao Congresso Legislativo. Curitiba, Typ. d'A Republica,Î90V-,p, 12
60 madeira e fosforo, por ordem..de valor. ' „;
A expansão da exportação de madeira paranaense, . iniciada
em 1913? re f l e t iu a situação do mercado internacional, pois a
Primeira Guerra Mundial afasta dos mercados platinos os ex-r.
portadores do pinho europeu, op mais sérios concorrentes da
madeira paranaense. Outra possibilidade que ge ... apresentou
para a madeira paranaense f o i o próprio mercado interno bra-
s i l e i ro , abastecido regulamente pelo pinho europeu, até o
in íc io da guerra. A situação favorável da madeira,nessa con-
juntura, f o i paralela a um movimento de expansão da., economia
paranaense, tendo sido criada, em 1912, a Secretaria de Agri-
cultura, Comércio e Indústria, a qual "começou a mostrar des-
de logo o acerto de sua creação, procurando animar essa aspi-
ração geral de progresso que se nota em todos ps., pontos de
nosso t e r r i t ó r i o . . . " 3
Essa Secretaria iniciou propaganda para*aumentar,os mer-
cados consumidores dos principais produtos paranaenses de ex-
portação. Apesar da madeira já ser um dos produtos destaca.-
dos na pauta de exportação, o maior interesse concentrava-se
ainda na propaganda da erva mate.
As autoridades estaduais procuraram incentivar a agricul-
tura, igualmente, por achar que a indústria extrativa não de-
ver ia ser o único sustentáculo da economia paranaense. Exis-
2-Idem. Men s a em envi ad a ao Congresso Legis lat ivo. Curi-tiba, lyp, D'A Republica, I9Ö9, p d l
3-ALBUQUERQUE, Carlos Cavalcanti. Mensagem enviada ao Congresso Legislat ivo. Curitiba, Typ. Diario Official,1913» p. ¿ta
tiam no Paraná, em I913» "6V6 fabricas e 3.135 casas eommèr-
ciaes, inclusive mercadores ambulantes." Esse numero de es-
tabelecimentos, industriais e comerciais, r e f l e t i a na época,
acentuado crescimento econômico, porém o Governo Estadual en-
carava com preocupação o aumento das atividades ligadas ao
extrativismo. Por isso, o Presidente do Estado, anunciava,em
1916, como
Symptoma milito animador para o nosso futuro economico,é o facto das nossas classes pro-ductoras estarem se convencendo de que não devem applicar toda a sua actividade somen-te na exploração das industrias extract i -vas, meras auxiliares da riqueza publica, pois já se estão voltando para a agricultu-ra e outras industrias, nel la aplicando me-thodos novos e adiantados. 5
A exportação de madeira, contudo, continuava ascendente,
atingindo, em I9I6 e 1918» índices bastante expressivos, au-
mentando sua participação na economia paranaense. Nos primei-
ros quatro anos da década de 20, esse produto atinge níveis
altos de exportação, que sé voltô.rão a se repetir após 1937»'
A madeira acompanha a nova dinâmica de produção que, nessa
conjuntura, caracteriza os mercados mundiais.
Ê interessante observar que, apesar das restrições que o
Governo do Paraná colocou ao crescimento da indústria extra-
t lva, a madeira f o i responsável, no in íc io da década de 2.0,
não apenas por uma dinàmização do setor exportador do Estado,
V-Ibid, p.25.:
5-CAMARGO, A f fon s o Alve s de. Mensagem dir ig ida ao Con-
gresso Legislativo do Estado. Curitiba, Typ. d'A Republica,
I9I6, p.23.; Em outro trecho da mensagem, era f e i t a ainda a
seguinte afirmativa.: "Fel iz o dia em que o Paraná,deixando de
ser, dentro da Federação, o maior exportador de matte e ma-
deiras, seja o maior exportador de trigo:"p.33-
56
corno igualmente pelo surgimento de várias indiístrias, basea-
das em seu aproveitamento. Assim, de 105 novas firmas, ¡re-
gistradas na Junta Comercial do Paraná, em 1923, a maior par-
te ut i l i zava, como matéria prima, a madeira, como se observa
na relação abaixo:
1 - fábrica de erva
20 - serrarias
5 - fábricas de café
60 - of icinas de moveis
8 - fábricas de telhas e t i j o l o s
1 - fábrica de fósforos
6 - fábrica de louças
1 - fábrica de calçados
1 - fábrica de aduelas para barricas
1 - fábrica de tecidos de malha de lã e seda
1 - fábrica de sabonetes.'^
Deixando de lado as serrarias que se instalaram na oca-
sião, em número de.20, a maior influência da madeira no setor
industrial f o i dir ig ida para a confecção de móveis,destinados
ao consumo local. ' As indústrias que utilizavam a madeira, co-
mo matéria prima, representavam 78$ do total- das novas firmas
instaladas.
0 declínio da exportação da madeira, após 192*+, coincidiu
com a retração dos negócios da erva mate, f e i t os , quase ex-
6-MUNHOZ, Alcides. Relatório, da Secretaria Geral do Esta-do do Paraná apresentado a S.Exa.. o Sr. D r. Cae taño Munhoz . da, Rocha. Curitiba, Typ. d"'A República, 192V. p.~3ÕT
. " 57
elusivamente, com os mercados platinos. A oportunidade de
enviar o café, produzido no Paraná, aos mercados europeus,
através de navegação direta entre Paranaguá e a Europa, abriu
possibilidades de novos mercados para a madeira, embora a
longo prazo.
 retração na exportação da madeira paranaense, ve r i f i ca -
da entre 1925 e 1933, pode ser considerada como reflexo da
situação do mercado internacional, anterior e posterior à -
crise de 1929. A inflação galopante, registrada em certos
países europeus, a estagnação econômica de alguns mercados,
parecem ter exercido grande influência na comercialização da
madeira.'
Apesar de ter a madeira paranaense seus maiores compra-
dores na América do Sul, representados pela Argentina e Uru-
guai, nem por isso deixou de sofrer as conseqüências da frea-
gem do comércio internacional, decorrente da crise de 1929«/
A retirada dos capitais norte-americanos dos países da Améri-
ca do Sul, concorreu para a diminuição das importações era ge-
ral nesses mercados.
A longa retração, nos negócios da madeira, provocou rea-
ção nos comerciantes do produto, que "em sua quasi totalidade,
constituíram o Syndicato de Madeira do Brasil, cuja actuação
intel l igente e bem orientada se fez sentir desde logo promo- '
vendo a normalização dos preços e regulando o movimento das
serrar ias . . . " '
7-CAMARGO, Mensagem Presidencia.!. Curitiba, s/ed., 1927.' p. 8W:
58 fin 1923, o Sindicato de Madeiras do Brasil solicitou ao
Governo do Paraná um crédito de 2.000:000^000 para poder
atender despesas com a exportação da madeira, Para decidir
sobre a concessão desse amparo, o Secretário da Fazenda, In-,
dústria e Comércio enviou uma comissão de técnicos para exa-
minar a escrita do Sindicato e*opinar sobre a viabilidade do
empréstimo. Determinou o Governo, baseado nesse levantamento,
que o Banco do Brasil liberasse a quantia solicitada, ficando
o Estado do Paraná como fiador do empréstimo.
Ainda nessa ocasião, o Presidente do Paraná,decidiu "con-
vocar serradores e comerciantes de madeira para, em congresso,
estudarem as necessidades da indústria e para suggerirem ao
Governo as medidas que julgassem úteis inclusive o replantio
das florestas, assumpto inevitavelmente conjugado com a vida 9
da industria da madeira."y Das resoluçoes tomadas, a maior
parte referia-se a necessidade do Governo Estadual, criar l e -
gislação para defesa do patrimônio f loresta l do Paraná. 0
pinho, no f inal da década de 20, ainda abundante no Paraná,
não preocupava tanto as autoridades, quanto a imbuia para a
qual era prevista extinção mais rápida, principalmente por
serem, dessa essência, os dormentes utilizados para assenta-
mento dos trilhos ferroviários.
Outro assunto de interesse, tratado no Congresso re fer ia-
se à classificação e padronização da madeira destinada aos
8-CA1IAP.G0, Mensageni an recen tad a ao . Congresso Legislat i-vo do Estado do Parana. Curitiba, s/ed., 1929. p.~!+9.
9-Ibid, p.!50.! .
59 '
mercados externos. Além de atender os padrões estabelecidos
para as dimensões, seria considerada apta para exportação, a
madeira que atendesse condições básicas, tais como:
1)- que seja secca;
2)- que esteja perfeita;
3)- que corresponda às classes oí f ic ial isadas na Bolsa;
1+)- que não apresente indicio de se achar contaminada de
qualquer praga ou em deterioração.^
Todas as medidas, de proteção ou de melhoria do produto,
não tiveram reflexo na exportação de madeira paranaense, até
1935, pois a retração dos mercados era decorrente, como já
f o i assinalado, da depressão econômica mundial. A lenta re-
cuperação dos mercados, porém, f o i substituida, na segunda
metade da década de 30, por uma dinamização dos mesmos, as-
cendendo a madeira paranaense ao primeiro lugar da exportação
estadual.
A legislação acompanhou, pasâo a passo, o desenvolvimento
da atividade extrativa da madeira, tanto em âmbito federai
como estadual. 0 Código Florestal da República, posto em v i -
gor em I93V o que se originou do Decreto Federal nQ 25«793 Üe '
23 de janeiro de 193*+, teve reflexo imediato na legislação
paranaense. Ainda, em 193V, o Governo do Paraná,estendeu aos
funcionários do Departamento de Terras, e de outras reparti-~ 11 goes estaduais, a guarda e f iscalizaçao das f lorestas. Foi,
10-Ibid, p. 5V. 11-MADER, Othon. Relatório apresentado ao Gr.Manoel Ri-
bas. Curitiba, s/ed., 193^. p.309.
60
portanto, somente.quando'a extração da madeira atingiu maior intensidade no Paraná, e era outros Estados do Sul, de onde eram retiradas as maiores quantidades de pinho brasileiro,que a legislação tomou as primeiras medidas de carater prático referentes a essa atividade econômica.
Em 193*+ a exportação paranaense de madeira, teve acrésci-mo de valor; porém, de maneira geral, perdurava a situação de quase estagnação econômica vinda do final da década ante-rior. Alegando o Governo do Estado que "não podia ser mais afflictiva a situação econômica do Paraná, pois, além da cri-se que assolou e assola todo o mundo, tinha ainda a aggra-
12 val-a o não pagamento de compromissos assumidos...", tomou
- várias medidas tentando melhorar as perspectivas da exporta-ção.;
Dentre as medidas tomadas, o Governo Criou a Câmara de Expansão Comercial, destinada a ser o orgão coordenador das necessidades industrials e comerciais, recebendo cooperação direta do Conselho Federal do Comércio Exterior, organismo criado em 1933« Como principais funções, caberia à Câmara "amparar, defender e coordenar" ^ todas as iniciativas ten-dentes a desenvolver as fontes produtoras do Estado. Sendo a madeira um dos produtos mais viáveis para promover a expan-são do comércio exportador, a Câmara de Expansão Comercial estipulou bases para a futura padronização, do pinho, pois a falta de uma unidade de apresentação constituía séria barrei-ra para a aceitação do produto no mercado exterior.
12-Ibid, 1935, P-63 13-Ibid.
1 61 O pinho era problema comum aos tres Estados meridionais
brasileiros e, apesar de que em épocas de mercado normal não
fossem encontradas nos relatórios o f i c i a i s , referências a
acordos entre estes Estados para a comercialização do produto,
a situação d i f í c i l dessa conjuntura parece ter inspirado uma
po l í t i ca de cooperação, reconhecendo as autoridades a neces-11+
sidade de atitudes coerentes.
Os principais mercados da madeira paranaense, na primeira
metade da década de 30, foram, em ordem crescente, os merca-
dos platinos e o mercado interno brasi le i ro . Já na segunda
metade, porém, a expansão dos mercados europeus, com a forma-
ção de grandes estoques de madeira, modifican essa disposi-
ção.- lios anos que antecederam à Segunda Guerra Mundial, os
mercados europeus que mais se destacaram na aquisição da ma-
deira paranaense foram a Inglaterra, Alemanha, França e Ho-
landa. Ã medida que o conf l i to intensif icava-se, os países
europeus, diretamente envolvidos," retrairam suas compras de
madeira.
Enquanto mercados corao a França e a Holanda deixaram de
adquirir qualquer quantidade, a Inglaterra apresentou sensí-
ve l declínio em 19*+1. A Argentina, em 191+1, retomou sua s i -
tuação de maior compradora do pinho paranaense.
0 mercado interno brasi le iro f igura em 191+0 e I9VI em
terceiro lugar era importância. 0 aumento ver i f icado em I9VI
lV-Pode se%depreender do trecho da Mensagem de Manoel Ribas enviada à Assembléia Legislat iva do Estado em 193?» p.61-62: "Hão tem sido descurado o problema da madeira, tanto assim que também f o i convencionado com o Governo do Estado de Santa Catarina que nenhuma medida será adotada sobre esse ca-so, sem prévio acordo entre os dois Estados".
' 62
mostra a elasticidade do mercado interno compensando, em vo-
lume, o retraimento dos mercados europeus.
Após a Segunda Guerra Mundial, a abertura e dinamização
dos mercados europeus importadores de madeira, esteve em con-
sonância com a grande necessidade de madeira para reconstru-
ção de edi f íc ios , indústrias e ferrovias, destruidos durante
o conf l i to . "Reconstruir aquilo que f o i derrubado implica o
consumo de quantidades de madeira idênticas às que, durante
decênios inteiros, foram empregados na construção de obras
ora em ruinas." ^ Somente com uma diferença fundamental;
enquanto a construção havia sido realizada pausadamente, em
condições normais de compra de materiais necessários, segundo
as possibilidades de cada país, a reconstrução exigia um r i t -
mo de trab alho mais intenso. Com o mercado mundial em expan-
são "nos anos de pós-guerra, ressalta a oportunidade extraor-
dinária para os fornecedores menores de entrar no mercado com
exportações substanciais.""^
Para o Brasil, particularmente, os anos após I9V6 assina-
laram, no setor da madeira, uma expansão, com a volta de mui-
tos mercados europeus que se haviam retraído total ou par-
cialmente durante o iníc io da década de VO.
Apesar do empobrecimento de muitos dos países europeus
envolvidos no confl i to, haver retardado sua participação no
mercado internacional, acordos de auxílio desenvolvidos em
15-JOCHMAini, João. Comércio mundial de madeiras antes e depois da guerra. Anuario Brasileiro de Economia Florestal,, 3, 1950: VB3.
16-Ibid, P.V93.
63
planos de cooperação internacional contribuirán para recolo-
car esses países em situação de comprar e reconstruir. A par-
ticipação dos mercados europeus na comereialiaação da madeira
paranaense, efet iva-se, realmente, no iníc io da década de 50.
As perspectivas eram amplas, pois "o de f i c i t permanente de
produção em relação ao consumo, para o conjunto da Europa,de-
verá permanecer por muitos anos... o abate vem excedendo os * 17
limites tecnicamente aconselháveis..." Esse de f i c i t no
fornecimento de madeiras, notadamente de madeiras brandas,pa-
ra os mercados europeus, colocada em excelente situação o pi-
nho paranaense.
0 preço da madeira exportada pelo Paraná, nos anos do
após-guerra, sofreu aumento como se observa no Quadro n2 7>
porém, a situação do produtor, ou do exportador, da madeira,
não era satisfatória. A causa estava " . . . na inflação no
Brasil dos preços de utilidades e serviços, em confronto com
a pequena elevação ou mesmo estabilização dos preços de pro-
dução conseguida pelos países concorrentes nossos no mercado •1 O I
internacional..." . Os principais óbices à rentabilidade da
economia madeireira paranaense, eram iguais aos registrados
nos demais Estados brasileiros produtores de madeira : fa l ta
de racionalização da produção e transporte deficiente, para
concorrer com os demais países produtores, em igualdade de
concllçoes.1
1-7-GUALBERTO, V i rg í l i o . A economia madeireira e o Inst i -tuto Hacional'do Pinho. Armário Brasileiro de Economia Flo-restal, 2. I9V8. 16.!
lH-Ibid, p.lW-
Q-'r
A exportação de madeira paranaense assinala cr ise em 1951»
quu r e f l e t e a posição tomada pelo mercado argentino, em rela-
ção à compra de madeira do Paraná. A retração desse impor-
tante mercado só teve solução quando as autoridades bras i l e i -
ras e argentinas assinaram, em 1955? um acordo para regula-
mentar as condiçoes de comercialização do produto.
Com a efetivação desse acordo, a madeira exportada pelo
Paraná, em 1955* teve um s ign i f i ca t i vo aumento, voltando po-
rém a retração, era 1956. Os negócios da madeira, nos merca-
dos externos, porém, entravam em fase de expansão, permitindo
ao Paraná uma participação destacada na comercialização do
produto. Isto porque, face as necessidades cada vez maiores
do mercado internacional, muitos fornecedores de madeira, na
defesa de seus patrimônios f l o res ta i s , diminuirara o coe f i -
ciente de participação no mercado mundial, enquanto o Brasil,
de maneira geral, aumentava as quantidades exportadas do pro-:
duto. Essa conjuntura favorável 'à madeira já r e f l e t e , contu-
do, ps primeiros sintomas de esgotamento das reservas f l o res -
tais de pinho paranaense, corno se observa nos dados 1 do Quadro
n2 3 , quando, após a exportação at ingir um n íve l elevado era
1957j in i c i a retração nas quantidades exportadas.'
Quadro n2 11
EXPORTAÇÃO PARANAENSE DE PURK) SERRADO
Mercados 19*+0 in3
— • •
19VI m3
Inglaterra 38.776 ' 31.950
Argentina 35.215 , v. 60.001
Brasil I6.830 29/868
Uruguai 3.V33 1.671
Franç a 828
Portugal I.V27 - 791
África do Sul 586 V/063
Holanda 363
Estados Unidos • 197' '
TOTAL 97¿660 129/327
E02TTE: Relatório de Manoel Ribas ao Presidente da República.''
6.0 - O TRAIISPORTE DA I-LmEIM. 66
0 advento da ferrovia, no Parcuá, foi condição básica pa-ra a exploração das florestas do Estado. Por muito tempo, se-ria o transporte ferroviário o responsável pelo escoamento da produção madeireira paranaense, tanto da que se destinava aos portos marítimos, como a que tinha por finalidade suprir o mercado paulista.
A situação das rodovias do Estado,no início do século XX, era precária, não oferecendo o transporte rodoviário uma al-ternativa às ferrovias. As regiões que não eram servidas pe-la ferrovia, nessa ocasião, sofriam graves dificuldades no escoamento de seus produtos. Assim, a madeira produzida em Guarapuava encontrava entrave no transporte, para alcançar regiões servidas pela ferrovia. Geralmente, a madeira da re-gião de Guarapuava era enviada até Ponta Grossa para ser transportada, pela ferrovia, até os mercados consumidores ou portos marítimos de embarque.
Em I920, segundo o Presidente do Parana, " a rede ferro-viária continua a ser deficiente e muito deixa ainda a dese-jar quanto às necessidades da circulação das riquezas do Es-tado, resultando por vezes crises que muito prejudicam as nossas industrias.
A extensão das ferrovias paranaenses, em 1920, era de I.I23 lcms., compreendendo:
l-Estrada de Ferro Paraná, com os seguintes trechos:
1-CAMARGO - Hensagen dirigida ao Congresso Legislativo do ¡¿stado. Curitiba, Typ. d"'A "Republica, 1920, p. fl.
67 Curitiba a Paranaguá - 110 Im s. 3^7 ins.
Rainal Morre tes e Antonina - 16 Ions. 995 ias.'
Curitiba a Ponta Grossa - 190 Inns. 9Ô9 ms.
Ramal Serrinha a Rio Negro 83 Ions. 630 ms.
Ramal Restinga Seca a Porto Amazonas - 9 Ions. 38I ms.
2-Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande, com os seguintes
trechos:
Itararé a União da Vitória ' - 519 kms. 912 ras-
Variante Serrinha a Porto Amazonas - M+ laus. *+79 ms.
Jaguariaiva a Colônia Mineira - 99 Ions. I23 ms.
. 3-Sstrada de Ferro Norte do Paraná: 2 Curitiba a Rio Branco _ I+3 km s. 397 ms.
A madeira,produzida no oeste paranaense,.para servir-se
da rede ferroviária como formà de escoamento, deveria ser
transportada, em longos percursos, por rodovias, até atingir
os pontos de embarque. 0 rainal ^ferroviário de Guarapuava,
ainda em 1920, estava em Início de construção, e a rodovia
que servia de ligação, entre essa região e Ponta Grossa,não
oferecia condições de trânsito contínuo, principalmente em
períodos de chuva, pois não era revestida.
As estradas de rodagem do Paraná, em 19 2V, atingiam uma
extensão de 1.586 kms. com conservação-permanente, além de
outros trechos, conservadas temporariamente. A conservação
dessas rodovias era fe i ta , porém, sem máquinas,com auxílio de
ferramentas rudimentares. A morosidade desses trabalhos, re-
2-Ibid, p.52 3-MUN1I0Z, ibid. I92V-I925. p.90.
dúzia a conservação apenas aos trechos mais d i f í c e i s e mais
próximos aos maiores centros populacionais do Estado, i s r é -
gioes do interior, de onde era escoada a produção, foram as
iaais sacrificadas. . ,
Além das deficiências das rodovias, os veículos ut i l i za-
dos para os transportes erara arcaicos. Em 192<+, começaram a
circular nas rodovias paranaenses alguns caminhões, emprega-
dos sobretudo no transporte da madeira. Muitos desses veícu-
los foram empregados no escoamento da produção madeireira da
região de Guarapuava, alguns trazendo o produto até Ponta-
Grossa, onde seria embarcado em vagões ferroviários. Em cer-
tas ocasiões, quando a demora de embarque através da ferro-
via, chegou a ser um pesado óbice aos negócios de madeira
realizados com Sao Paulo, a madeira paranaense era levada
por caminhões até Itararé, onde conseguia transporte mais rá-
pido pela Estrada de Ferro Sorocabana.
0 predomínio, porém, do transporte de madeira na década
de 20, f o i atingido pelo das carroças. Na estrada entre Gua-
rapuava e Ponta Grossa, o Governo atribuía o mau • estado da
mesma ao abuso dos carroceiros que, chegavam a carregar mais
dé 1^0 arrobas em seus veículos, atrelando, por vezes 3 ani-
mais. A carga excessiva, f o i motivo de reclamações do Gover-
no, que achava, porém, que ¡ . .
Peor que tudo é o systema de transito adap-tado pelos carroceiros desta zona; viajam sempre em caravana, em número de 3 e mais e nas éj)ocas chuvosas cada carroça seguin-do estrictamente o tr i lho da que"a precede, transformam em pouco tempo o l e i t o da es-trada em um verdadeiro lamaçal com dois
69 profundos sulcos, que impedem completamente' o transito de automóveis- V
0 problema do transporte da . madeira, desde os cen-
tros produtores até os locais de exportação ou consumo, era,
portanto, dos mais groves. Como o escoamento de grande parte
da madeira paranaense era f e i t o para o mercado paulista, o
aumento de V0/¿ nos fretes da Sorocabana, pretendido em 193*+,
causou impacto na classe inadeireira3 ameaçada de ter reduzi-• > .
das suas possibilidades de comercialização do produto. Sol i-
citando a intervenção do Governo paranaense que, agindo como
mediador, conseguiu que não fossem elevados os fretes para a
madeira beneficiada.
A abertura de rodovias, apesar dos problemas de conserva-
ção que apresentavam, e o aumento do número de caminhões,
preocupou os responsáveis pela Rede de Viação Paraná-Santa
Catarina, no iníc io da década de 30' 0 comércio da madeira
encontrava-se, como já f o i analisa.do, em fase de retração, e
era natural que houvesse uma diminuição no volume do produto
transportado pela ferrovia. Os administradores da .ferrovia,
porém, colocavam em destaque, em seus relatórios,apenas"... .a
concurrencia rodoviária que a Rede está sofrendo em diversas
zonas do Estado, agravada agora, com a abertura ao trafego
publico,' da rodovia Curitiba-São Paulo... A desvantagem
lf-Ibid, p .93. 5-RIBAS, Manoel. Hensa/rern enviada a Assembléia Legislat i-
va do Estado. Curitiba, 1935 p. 61-62. IT-GUT ÎERREZ% Alexandre. ,Rola,t,ó,rio, do ano, de 193V .da_Rede
de, Viacao Par an a-,S an ta Catarina. • Curitiba, Imp. Paranaense, 1935T~p~. lW. '
70 do transporte ferroviário evidenciava-se pela diferença de
f rete , que era mais baixo pela rodovia, e também pelo tempo
de percurso, levando os caminhões dois dias para efetuar a
viagem, enquanto que por ferrovia o tempo de percurso era de
cinco a seis dias. Os tipos de madeira carregados, preferen-
cialmente, pelos caminhões, eram os que apresentavam grau
mais elevado de industrialização, cuja exposição às intempé-
ries, na longa espera do carregamento ferroviário, seria to-
'talraente prejudicial ao produto. Em uma semana, " . . . foram
carregados, somente por uma firma desta capital, 20 caminhões
com 2.500 a 3.OOO quilos cada um¿ de madeira laminada para os
mercados de São Paulo e Rio.
A madeira, apesar de encontrar no transporte ferroviário,
por vezes, um obstáculo a seu escoamento, representou, contu-
do, a maior fonte de receita para a ferrovia, como se observa
nos dados do Quadro nö 12.
Através dos dados do Quadro ií3 12, -evidencia-se a impor-
tância da madeira, para a ferrovia, pois em alguns anos esse
produto chegou a representar mais de 50% do total, das merca-
dorias transportadas.1 v .
• As condições que a ferrovia apresentava para o transporte
da madeira, foram contudo extremamente desfavoráveis. Para
que a requisição de vagões fosse efetuada, exigia a. ferrovia
grandes quantidades de madeira beneficiada empilhadas ao lon-
go das linhas, ladeando os tri lhos, formando o que era deno-.
7-Ibid.
minado "estoque v i s í ve l " . A madeira a l i estocada garantia o
pronto embarque do vagão fornecido, estando sujeita, às in-
tempéries-, perdendo muitas vezes o valor para o comércio, e
comprometendo a exportação do produto.
Em 1936 f o i conseguida supressão dessa medida, pela Rede
de Viação Paraná-Santa Catarina, mas em temos' parciais. Em
breve reiniciou-se a exigência de estoques v is íve is , perdu-
rando até meados.da década seguinte.
Dentre os vários inconvenientes apresentados por restrin-
girem os meios de transporte da madeira paranaense, até por-
tos de embarque ou centros de consumo-, em sua maior parte, a
um único tipo, ou seja, o ferroviário, ressalta a incapacida-
de da ferrovia em aumentar o número de vagões, em relação ao
aumento da produção da madeira. Esse entrave era proporcio-
nal às dificuldades de importação de locomotivas e aumento do
número de vagões.
0 problema do transporte agravou-se em conseqüência da
superprodução da madeira de pinho, nos anos de 19^0-I9VI,
quando a quantidade de madeira empilhada ao longo das linhas
férreas, ultrapassou em muito às possibilidades de -embarque.
Este impasse, contudo, não pode ser atribuido apenas ao trais-
porte, como. igualmente à própria irracionalidade da produção
madeireira do Paraná; a produção não era controlada o f i c i a l -
mente. Os madeireiros não levavam era consideração transpor-
te ou qualidade do produto, empilhando a madeira serrada ao
longo das ferrovias, mesmo quando não havia possibilidade de
embarque.
A situação da madeira, quanto ao transporte ferroviário,
72 sofreu algumas alterações na década de Vo e ü>0, porém conser-
vou, até certo ponto, suas deficiências básicas. A criação ao
Instituto Nacional do Pinho, orgão destinado a control ar as
condições de~ produção, transporte e comercialização da madei-
ra, no iníc io da década de +0, trouxe 'algumas modificações,no
que tange ao transporte do produto. Assim é que, em meados
da década, conseguiu a suspensão da exigência, pela ferrovia,,
dos estoques v is íve is , ao longo das linJias.
0 Instituto Nacional do Pinho, porém, não teve uma atua-
ção positiva no controle e planejamento da produção e trans-
porte da madeira. Em 19%» foram fe i tas 90 »^¡-8 requisições
de vagões plat aforra as, para a ferrovia, destinados ao trans-
porte de madeira; restavam, ainda, grande minero de requisi-
ções anteriores, com a mesma finalidade, sem terem • sido
atendidas. Segundo o relatório da Rede "com o atual ciclo do
carregamento dos vagões plataformas, e supondo que não mais
fossem apresentadas requisições para o transporte'de. madeira,
levaria a Rede próximamente três anos a liquidar as requisi-
ções remanescentes." Os responsáveis pela ferrovia atr i -
bulam o excesso de requisições à inexistencia dos estoques
v is íve is de madeira nos pátios ferroviários e ao "forneci-
mento, pelo Instituto Nacional do Pinho, de guias, para trans-
porte ferroviário, em completa desproporção com a capacidade Q
de transporte da estrada de ferro.
8-L0PES, Angelo.' líela.torio da Bede de Viae ao Paraná-Santa-Catarina., Curitiba, Imp. Paranaense"," l~95o>~ fä p~.
9-Ibid, p.
73
O número de vagões empregados no transporte da madeira,
sofreu poucas alterações, durante os anos en que a comercia-,
lização do produto atingiu os níveis mais altos. Os dados do
Quadro n^ 13 , fornecera subsídios para uma melhor compreensão,
do problema.
Considerando-se, no Quadro n213, o índice 100, correspon-
dendo às médias mensais mais baixas, registradas no ano de
I932, o aumento do número de vagões empregados no transporte
da madeira não excedeu ao índice 250, registrado em I9VI. ,0
número de vagões fornecidos, portanto, esteve sempre em con-
sonância com a disponibilidade da ferrovia, e não com o au-
mento de produção da madeira. Apesar disso, em ocasiões de
retração dos mercados compradores da madeira, observa-se uma
diminuição dos índices referentes as médias mensais dos va-
gões empregados no transporte do produto, como nos anos de
1951 a 1951»-» quando a exportação de madeira para os mercados
externos fo i reduzida. •
As dificuldades de transporte rodoviário para a madeira,
entro 1939 e 19lt-6, como alternativa aos inconvenientes apre-
sentados. pelo transporte ferroviário, vinculava-se não apenas
ao péssimo estado das estradas paranaenses, como também às
restrições impostas pela guerra. 0 número de veículos em,
circulação era pequeno, face às dificuldades de obtenção de
novas unidades através de importação. 0 racionamento 1 de
pneus e gasolina tornou problemático o estabelecimento de.
transporte rodoviário regular, apesar de terem surgido tenta-
tivas de solugão parciais, como a adaptação de veículos a ou-
tros combustíveis. 0 problema do transporte rodoviário no
7¡r
Paraná, estava, pois, vinculado à Taita de 'uma inf r a-e s tru tu-
ra adequada que permitisse, não somente sua continuidade, co-
mo também sua expansão.
Em. 19J+6>> com a criação do Departamento, de' Estradas.: de;:'Eo-:
dagem do Paraná, "condição precipua para que o Estádo parti
cipe do.auxílio financeiro relat ivo à quota do "Fundo Bodo-
yiár io IT acionai" .proveniente do imppsto único sobre ccmbus-. ' i n
t í ve is " , iniciou-se ma lenta expansão da rede de estra-
das de l e i t o revestido. A possibilidade de importação cio'
veículos e combustíveis, na conjuntura do após-guerra, perni-
.tiu melhores perspectivas ao transporte paranaense.
A situação das rodovias paranaenses} na segunda metade da
década ;de .-50, era ainda d i f í c i l . 0 número de-.... rodovias.;con-
servadas pelo Governo e a quilometragem correspondente, podem
ser melhor avaliadas pelos dados do Quadro n^ 1^.
•• ': Quadro n2 llf
IIpCTENSAO E COMPOSIÇÃO PAG RODOVIAS PAB.AIIAEIT SE S ~ /ICH *: v; ;."
Ano Extensão total
Asfal-tadas
Parale-lepípedo
Mo.ca- • dame Saibro,":. : Leito
Natural
1956 7»'Oi*-5 lOk 2h , ; 663 I<2h0
1957 7A83 11^ 2h 1.-275, 5.396
1958 7.505 • 131 2h : 656 I.322 , 5.372
1959 : 8.155 . . .
181 21+ 619 l.V/o :;• : •: 5-G60
FONTE? Mensagem 'apresentada à Assembléia; Législatifs:'; ¿Lo'.Irßi?
'''y / tado 'em I960.
10-ROCEA NETO, Bento Munhoz da/Mensa^ein apresenta.do, b 'semblóla LerSsiatiya do Estado. Curitiba, s/sü.. 19 jfâf. p. 123»
75
As rodovias sem revestimento, de acordo com esses dados,
representavam ainda, em média, 71/' da extensão tota l das es-
tradas paranaenses, oferecendo dificuldades ao trânsito de
veículos em épocas chuvosas.
Deve ser assinalado que; até o advento das rodovias ' as-
faltadas, ligando os centros produtores da madeira paranaense
até locais de consumo ou exportação, o' transporte do. produto
era sujeito às oscilações sazonais,- em decorrência das chuvas.
En conseqüência, o preço da madeira de pinho, no mercado in-
terno brasi le iro, so fr ia um acréscimo durante os meses de ve-
rão, quando o escoamento dos centros produtores so fr ia pãra-
lização quase tota l , pelo esgotamento dos estoques mantidos
em firmas concessionárias, principalmente em Cão Paulo e no
Bio de Janeiro. Em 195I>-> as condições das estradas paranaen-
ses, devido às chuvas prolongadas registradas nos primeiros
meses do ano, impediram, o escoamento da produção, causando
fa l t a de madeira no mercado paulista, e diminuição nas quan-
tidades exportadas para os mercados externos.
Quadro nQ 12
MERCADORIAS TRASPORTADAS PELA REDS DE VTAÇffO PARAI Tit-S AN TA
CATATONIA. Porcentagem em relação ao total,'
Madeira Ion. Km. Receita
îrva Mate ion. lue. Receita
Café Ion. Km. Receita
53,38^
51,852
51,56£
M ,90%
b9,Sl%
53,62^
52,29^
38,30^
W,9 7%
b-2,03%
51,2 7%
51,95%
b9,5l%
3^,72%
35,97%
37,80%
3 h ,75%
36,09^
39,76%
3QM%
29,09%
33,35%
30,35%
1*6,81$.
b2,5l$
ll,0b%.
10,8h%
l i , W
12,50%
10,70%
7,87%
6,25%
6,67%
7,79%
8,73%
5,05%
b,7 6%
3,56%
28,0k%
2b,79%
2b,5b%
25,09%
22,67%
18,52%
lJf,90>í
10,70 VJ
18,67/3
21,0 5%
lb,b6%
12,79%
• 9,55%.
l, 21%
2,o8£
2,30^
6,25%
8,07%.
. 6,25%
7,37?
b,2>5%
6,lb%
b,l5%
b,Q9%
1,03 5 1,59%
1,86:
5 ,2^
7,28%
5,66%
6,66;:J
ta
' 6,0c$
b,bO%
J i
FOITISÍ Relatório do ano de 1935 da Rede de Viação Paraná-San-
ta Catarina.1
• Quadro nQ 13
M-C'ÜRO DB VAGOES EMPREGADOS ITQ TRANSPORTE DE MADEIRA
MÉDIAS MENSAIS - REDE DE VI AO AO PARANÁ-SAN TA CATARINA.
77
1930
1931
1932
1933
193^
1935
1936
1937
1933
1939
19^
19lt-l
19J+2
19^3
19W
19lf5
19^6
19^7
19^8
19^9
1950
1951
I.V93
i.3^5
1.187
1.715
1.853
2.6M+
2.669
2.890
2.761+
2.972
2.509
2.326
2.15^
2. 51I1-» . .
I.9V3
2.693
2.587
2.11-23
1.767
125
113
100
M
156
222
22h
2Í+3
232
250
211
195
iS l
211
163
22 7 217
20l|-
l!+8
. NÚMERO DE VAGOES EMPREGADOS NO TRANSPORTE DE MADEIRA
MÉDIAS MENSAIS - REDE DE VIAQAO PARANÁ-SANTA CATARINA,
continuação:; •. . •
Ano Todas as madeiras - exclusive lenha índices
1952 . 1.963 , 1 6 5
1953 1.9^1
195V 1.705 . / 11!"3
1955 2.202 ."•Iii---1'' ^ 1956 2.186 ; . '
1957 , 2.067 ; ; , 1 7 ^ .
1958 2.196 ••'.;'• ^ ' • . : :: ' 185
1959 • 2.719 229
I960 2.807 - o'VvV.; 236
1961 ; 2,:88l 2 -2
1962 , ' , 2.0^-9 2m-0
FONTES: Relatórios da Rede de Vi ação Paraná-Santa. Catarina./
Anuário Brasi leiro de Economia Florestal/ '!
79
u"it or»f. • »7
ynJflODUçaq. E i l l HADJI JT, PAR^IAIíICE - 19^5 a 1961h 8o
A madeira produzida no Paraná, na conjuntura do pós-guer-
ra f o i , principalmente, a madeira de pinho, em vários graus
de industrialização e, em menor escala, a madeira de l e i .
• Quadro r.n 15 "5
Produção paranaense do Pinho - nJ
ilno Cerrado Benefi-ciado
Compen-sado
Lami-nado
Total do Paraná
Total do Brasil
19*1-5 . 53Ó.-359 I3I.925 35.761 9.618 71!+. 163 1.791.582
191*6 1+66J577 II+5.951 58.633 I7.97O ' 639.131 1.768.260
19l*7 563.291* 161*. 215 1*6.833 23.376 797.713 2.018.121
191+8 568.568 171.368 2i*. 259 19.293 733.938 l.!888.965
191*9 821*. 901* 233.635 33.61*8 1*6.960 1.139.11*7 2.370.ÓÓI
1950 379.905 288.326 26.367 1*8.305 1.21*2.903 2.881.9II
1951 I.322.79I 1*33.319 37.251 66.088 1.861*. 1*1*9 3.912.61*3
1952. I.155.OOO 372/008 •30 090 O1-. _>/ <- 51*. 308 1.613.688 ^.753.681*
1953 l.;22ó.8 77 1*15.122 1*2.1*52 71*. V*7 I.753.398 3.81*5.858
192*. 1.132.072 1*35.136 1*6.019 55.995 I.719.272 1*. 622.703
1955 1.206.227 1*23.663 55.032 87.279 I.852.251 1+.20Ó.866
1956 1.138.999 1*18.068 57.911 91.598 I.706.576 3.723.238
1957 895.1+87 372.21*6 1*8.695 75.335 1.391.763 3.1+13.972
1958 I.OOO.7I*1* 395.871 53.015 . 1*8.871 1.503.501 3.65'*. 9l*0
1959 863.1*15 31ó.l*67 50.613 1*7. 800 1.278.295 3.31'+.376
I960 . 711+.251 330.802 51*.223 1*5.621 l . iv* .902 2.865.238
1961 1.336.379 311*. 1*07 87.363 59.521 1.81*7.670 3.929.621*
1962 1,339.939 328.235 01.121 69.330 1.868.625 i*. 025.096
1963 1.159.626 323.327 60.392 57.907 1,601.252 3.373.038
1961* 1.330.038 296.717 32.365. 86.531* 1
I.8I+3. 70»h 3.1*75.321
FONTE: Anuário Drasileiro de Economia Florestal.
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82
O aumento da produção de pinho, no Paraná, após o f ina l
da Segunda Guerra Mundial, f o i devido, sobretudo, a possibi-
lidade de importação de maquinaria para as serrarias e à rea-
bertura do mercado internacional. Até 19^6, muitas serrarias
que operavam no Estado, contavam com .'maquinaria def ic iente e
arcaico, impedindo a expansão da produção e uma uniformidade
na apresentação do produto.^* A importação de novas máquinas,
destinadas à serrarias, possibi l i tou o aproveitamento da ma-
deira em bases mais racionais e, também, a abertura de novas
unidades produtoras de pinho.
A produção de pinho no Paraná, de 191!-5 a 196*+, acompanhou
"as flutuações da produção bras i le i ra . Melhor comparação en-
tre ambas, pode ser observada pelos índices citados no Qua-
dro n2 17/
A produção paranaense de pinho, de acordo com os dados do
Quadro n^iy, teve um:índice de crescimento maior do.', que a
produção bras i le i ra , especialmente após I960. Em tres anos,
apenas, o índice de crescimento da produção paranaense f o i
in f e r i o r , ou seja, em 19^6, 19li-7 o 1959* apesar das . di feren-
ças entre os índices, nesses anos, serem pouco s igni f icat ivas.
Esse aumento de produção da madeira de pinho, no Paraná,
era relação ao tota l da produção bras i le i ra , pode, em parte, ,
ser atribuido às reservas f l o res ta i s conservadas pelo Estado/
0 Instituto Nacional do Pinho realizou, em 19^2, levantamento
1-Na documentação de unia das industrias madeireiras, em que se pesquisou sobre o assunto, consta a importação, em 19^6, de maquinária para serraria, da firma »Ate l i e r de Conc-trution Louis Brenta", de Bruxelas, na importancia de h25 mil francos.5
sobre as reservas de pinheiros do Brasil que acusou os se-2 guintes resultados:
' iírvores em condições de corte:
Paraná - 60.100.000.000
Santa Catarina - 3^.200.000.000
Pio Grande do Sul - 10 AOO. 000. 000
Total - ' lOta700.000.000
Árvores ainda não era condições de corte:
Paraná - 1^0.900.000.000
Santa Catarina - 37.600.000.000
Pd o Grande do Sul - 5.100.000.000
Total - 193.500.000.000
A superioridade das reservas de pinho, no Paraná, em re-
lação aos outros Estados produtores, proporcionou condições
para que a indústria madeireira da região suplantasse, era ca-
pacidade de produção, as instaladas em Santa Catarina e Iii o
Grande do Sul.^ 0 número de serrarias de pinho, aliado à
capacidade de produção respectiva, dos Estados meridionais,
pode .ser observada no Quadro nQ 16 .
2-Anuario Brasi le iro de Economia F lo res ta l ,1952 :p .96 . 3-Deve ser lembrado, porém, quo, apesar da superioridade
das reservas f l o res ta i s paranaenses, era grande .• o número de.pinheiros que, por sua localização topográfica e, sobretu-do, pelo afastcuento dos atuais meios de transporte, não o fe-rece rem condições econômicas de- exploração'!. Ibid.
Quadro n^ 16
SERILARIAS REGI S TRADA S. 110 II ï S TI TU TO H AC IGIIAL DO PINHO
Ano Paraná Senta Catarina Rio Grande do Sul
Ano I-72 serrarias ITQ serrarias serrarias
19^9 687 737 I.O86
1950 ók2 739 I .07I
I952 77 0 -- 890 I.080
1953 720 93^ 1.106
195^ 720 93*+ 1-OSO
1955 733 1/019 . 1/066
1957 676 I/O39 1/010 ' '
1958 699 I/023 1/008 " '
1959 720 1.023 ' ' ; . /Ï/000 . ,
1961 720 1.023 •382 V
1962 859 . 1/066 613.
FONTS];. : Anuario Brasileiro de Economia Flore.stal/
• A capacidade produtiva mensal, das serrarias paranaenses
era,. porém, maior que das instaladas nos dois Estados : suli-
nos, em I9V9 e 1950, evidenciando a superioridade das indus-
trias instaladas no Paraná/
. Quanto à produção das madeiras de l e i , no Paraná, a mesma
teye acréscimo signi f icat ivo com a abertura do norte do Para-
ná, nas regiões de expansão da cultura cafeeira, e com o
avanço das serrarias em direção do oeste paranaense, na dé~
cada de 50.
• A produção de madeira de l e i , ta l como a de pinho, f o i
35 maior no gráu de indus t r i alizar, ao mais simples, ou seja ; ser-
rada. A produção brasileira, após sofrer declínio, de 1955
a I960, retoma praticamente as bases anteriores. Observa-se,
porém, que a produção paranaense de madeiras de l e i cresceu
de importancia em relação à produção brasileira.' Sm 195*+>
representava do total nacional, enquanto que, em 196*+, es-
se porcentual atingia 5o£.
Quadro nQ 17 86
PRODUQAO DE PE.HO JO PARAN A E DO BRASIL
Ano Paranáj m 3 t
índice • 1 !
Brasil: m3 índice
w 71*+« 163 100 1.791.582 100
19l¡-6 609.I3I 96 1.768.260 98
19 7 797.718 111 2.018.121 112
19*1-8 783.988 109 1.888.965 105
19^9 . I . I39. 1*1-7 159 2.370.661 132
1950 1.2lf2.903 17*1- 2.881.211 160
1951 1.86*+.*^9 261 3.912.6^-3 218
1952 1.613.688 225 3.9^2.226 220
1953 I.758.893 2h6 3.81,1-5.353 2I*v
195^ I.719.272 2h0 O22.7O3 22*+
1955 1.852.251 . 259 *+.206.860 23k
1956 1.706.576 233 3.723.288 20 7
1957 I.39I.763 19*+ 3A13.972 I90
1958 I.503.50I 210 3.651K91K) -20*4-
1959 I.273.295 178 3.31^.376 181+
I960 _l.lMi-.902 160 2.862.288 159 1961 1. 8^7.670 258 3.929.63V 219
1962 1.868.625 261 *K 025.096 22*+
1963 ,1.601.252 22*1- 3.378.038 188
196*1- 1.8*t-3.70*¡- 253 3.V75.821 19li-
EON IE: Anuario Brasileiro de Economia Plorostal.
Quadro, ni? 18
Produção Paranaense de Madeira de Lei - m-'
Año Serrada Benefi- Lami- Conden- T O T A L . Año Serrada ciada nada sada Paraná Brasil
19V5 t • » 1.200 7. I I3 7, 526 15-569=* 311.237
19V6 51.20V 330 7.7I I 7.665 66.9IO 1.028. W l
19 V7 ' • i . . . • • • 7 . 836 3.789 11.625* 979.577
19V8. • • • 5.72I V.703 IO.V2V* 896.0V3
194-9 ... « * • 11.V5V 7.737 I9 .2VI* 735.0V9
1950 . i • »,. . • * • 17.961 8.26V 26.225* 7V6.O69
1951 70.720 • • • 1 7 . 1 2 1 9.01V 96.855* 839.189
1952 lVO.OOO • • • 19.997 12.337 172.33^ 909.758
1953 256.031 • « • 20.235 12.965 289.231* I.059.37V
195V 259.733 5V.100 12.j235 19.097 3V5.I70 I/0V8.968
1955 207.559 V9.071 26.528 17.2V9 301.'007 875.607
1956 252.152 65.831 2 5 . 9 1 1 57.911 . Vol.855 91V.053
1957 197.500 W.685 26.161 17.O67 235.V13 826.102
1958 189 .'557 V5.928 23.I68 17.703 276.356 815/517
1959 158.818 Vo.Vll I9.7IV 18.315 237.258 726.775
I960 1V2.086 66.132 17.096 19.0V5 2W. 359 732.V39
1961 275.005 50.712 13.782 21.'7 83 366.282 92V.780
1962
1963 317.369 7 0 . I I 8 I6.20V 27.081 V30.772 921/050
196V 355.223 79.533 21.127 25.371 V81.25V. 9V5.317
.V.' - 0 dado é desconhecido/
* - Total parcial.1
FONTE: Anuário Brasi leiro de Economia Florestal.
89
WW
OCT'C0< *
• JUJNIM
OO
00«
0»
8.0 - OS HINCADOS DA iIADElRA P^AIIALITGE 90.
A madeira produzida no Paraná f o i absorvida, era párteme-
lo mercado interno bra.si3.eiro e pelo consumo do próprio Esta-
do, e, também, por mercados externos. As proporções en que
esses mercados absorveram a produção de pinho paranaense, po-
dem ser observadas no' Quadro nS 1 9 .
Através dos dados referidos, observa-se que o mercado in-
terno brasileiro teve importancia maior que os mercados ex-
ternos. Dentre os varios mercados brasileiros, para onde era
exportada a madeira paranaense, o mercado paulista represen-
tou o escoadouro natural, porem, não f o i exclusivo.
O pinho paranaense, serrado ou beneficiado, principalmenr-
te, era enviado, em quantidades menores que as destinadas a
São Paulo, para o Rio de Janeiro, ! linas Gerais e alguns Esta-la
dos do Nordeste.
^-Conforme levantemento realizado em indústria madeireira de Ponta Grossa, no Livro "Copiador de Imaturas", na década de ^0 e primeira metade da de '$0.
Quadro n?I9 91
PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO DE .PMHO DO PARARÁ M..M3
Ano Produção
1 •
Mercado ; Interno j
Brasileiro j
Mercados
Externos
I9V7 797.713 . .V 135. 539
19V3 7Ö3.93Ö » • f I 6 6 . I I 3
I9V9 I . I 3 9 . I V 7 e: 6 139.517
1950 . ' I . 2 V 2 . 9 0 3 1+01.287 IOV.327
1951 I . 8 6 V . W 9 335.906 1 3 2 . V59
1952 I . 6 I 3 . 6 8 8 37W262 V2.99S
1953 1 . 7 5 8 . 8 9 8 352.2V6 7.1.2V2
195V I.719.272 321.5Vl - 76.93 V
1955 I.852.251 365.7VV 123.565
1956 1.706.576 388.990 76.V95
1957 1.391.763 355.1V0 216.271
1953 1. 503. 501 V55. V 5 1 I 9 0 . 8 7 I
1959 I . 2 7 8 . 2 9 5 605.953 I7V.018
i960 i . ivv.902 710 .782 2VO.I62
1 9 6 I I . 8 V 7 . 6 7 0 706.3V6 256.956
1962 1.868.625 602.798 180.800
1963 I.6OI .252 V 7 1 . 1 2 7
I96V I . 8 V 3 . 7 0 V 2 6 3 . 7 0 1
- Desconhecido.
FOIÍTESÍ Produção e exportação para os mercados externosíAnuá-
rio Brasileiro de Economia Florestal.'
Exportação para o mercado interno brasileiros Insti-
tuto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal,
8,1 - O MERCADO IHTIiiMO mASILBIRO
A concentração das f lorestas de araucária, apenas nos
tres Estados Meridionais brasi le iros, tornou o mercado inter-
no brasi le iro, de acordo com suas necessidades e recursos l o -
cais, dependente da produção dessa região/ As madeiras de
l e i , porém, por serem encontradas em outras regiões, não t i -
veram a mesma procura que o pinho, em relação às fontes pro-
dutoras meridionais. Uma comparação entre as quantidades de
pinho e madeiras de l e i exportadas para o mercado interno
brasi le iro, nos vários graus de industrialização, peiraite ob-
servar a proporção em que se deu a absorção desses produtos
pelo referido mercado. 0 Quadro n2 20} fornece subsídios pa-
ra essa comparação.
NQS anos de 1958 a 1962 houve expansão do mercado brasi-
l e i r o , em relação à madeira de pinho. Além dos mercados já
citados anteriormente, grandes quantidades de pinho serrado,
foram exportadas para as obras de construção de Brasí l ia, es-
pecialmente de I l l a qualidade. Algumas indústrias produtoras
de pinho, localizadas em Ponta Grossa, com serrarias em Gua-
rapuava, destinavam a maior parte de sua produção para esse
mercado temporário, o qual, porém, absorveu s igni f icat ivas
parcelas do pinho paranaense.
A exportação de madeiras de l e i , para o mercado bras i l e i -
ro, contudo, não sofreu alteração s ign i f i cat iva , na década de
5>0. É interessante notar, porém, que as madeiras de l e i com
5-Conforme documentação do arquivo da indústria madeirei-rá P.Slavicro & Pilhos, de Ponta Grossa.
93
maior índice de industrialização (laminada.e compensada), so~
freram decréscimo em sua exportação, reduzindo-se, em 1963» a
quantidades ínfimas, o mesmo ocorrendo com o pinho, no mesmo
ano e nas iguais categorias.;'
Quadro n? 20 • • 9V
EXPORTAÇÃO PARMAENSE DB MADEIRA PARA 0 ISCADO INTERNO BRA--
SILEIRO - - m 3 ; ./v.-
1 - Exportação de Pinho
Ano •Serrado Benefi-ciado Toros Lsuiii-
n ado Compen-sado Total •
1950 233.693 I97. 73V 20.V67 1.796 7.5^2 V6I.287
I95I 178.560 180.760 I8.V50 1.796 6 . 3V0 1 385.906
I952 156.260 I83.6I2 31.889 • # * 2.501 37V.262.
1953 13V. 713 135.039 28.703 529 3.257 ' 352.2V6
195V IV7.057 137.656 32.083 3l¿r V.VOl ' 321.5VI '
1955 200.V67 126.191 33.283 55 3 5.250 ' 365. 7Mk
19 56 221.361 I IV . I I7 V6.700 303 5.9V9 3uo.9vu
1957 207.297 101.673 V0.003 2V7 5.923 355.1V8'
1953 257.096 I37.V27 57.150 210 3.563, _ . V55.V51,
1959 390.81+0 153-552 5V.36V 102; 7.095 ' - '605.953
I960 V62.663 178.606 6V.I23 153 5.237 ,710.782,
I96I V0O.IO6 172.8V8 V/.228 153 6.011 706. 3V6.
1962 V37.795 102.551 V3.218 67 IV.167 -:602,79B
1963 . 303.936 112.321 53.938 . V 873 :V71.127
2 - Expo: :tanão de Madeiras de Lei
Ano Serrado Benefi-ciado Toros Lami-
nado Compen-s ado ' Total .
I95O 5. I.5V0 196 333 I.876
1
9. 7!;-V
1951 6.3VO 900 I89 1+00 I.78O 9.609
I952 V.15V 253 I.800 281 ,1.1V? • 7.635
EXPOuTACÍlO PAPAH/JilIISE DE MADEIRA PAR* O MERCADO INTERNO BRA-
SILEIRO - m3
continuaçãos
2 - Exportarão de Madeiras de Lei
Ano Serrado Benefi-ciado Toros. Lami-
nado
' Compen-sado
..,..„.
Total
1953 2.662 16*+ 2.968 152 I . I33 ; 7.079
19^- 2.702 150 93^ 312 1.011 5.109
1955 I.099 1.29V • 0. 373 1.0ÓÓ 3.832
1956 3«;579 2.182 160 2lf0. 870 7.O3I
19 57 I.986 806 • • 263 I.892 5.OO7
1953 2.352 lh99 26 l*f7 900" V 3<:92h
1959 hoQoQ 570 62h 262 956 , 7.280
I960 7.156 951 1.V8Ó 185 1.119 10.897 '.
1961 9.635 756 899 í i *• " . • • . I .3I9 . 12.609
1962 10.030 l.póó 520 137; ' ' " " • 6h9 12. W
1963 5.:5oi
:
678 1 . 3 ^ 126 • 7 . 6^
.V. - Desconhecido
FONTE: Instituto Brasileiro de Economia Florestal,^
96
i OOT'OOE « »Y «¡CUUOJ • }4*3|UJ»I
o ^ 3
.
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i: :Bi
tA
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:i .si:
A exportação de pinho paranaense, após 19^7 j f o i , era par-
te, alterada com a proibição de exportação em toros. As mo-
dalidades em que o pinho poderia ser exportado; incluiam a
madeira serrada, beneficiada, compensada e laminada.' A medi-
da visava defender a indústria nacional, que estava sentindo,
cada vez mais, a concorrência das usinas de benefieiamento de
madeira, instalada nos países importadores. A Argentina,
principalmente, o mais impórtente mercado da madeira de pinho
brasileira, instalou, após o f ina l da Segunda Guerra Mundial,
várias unidades industriais, para produção de madeira benefi-
ciada e compensada, com graves repercussões na exportação bra-
sileira.) _ . ,
As flutuações observadas, através do Quadro 112 21, no ín-
dice de exportação do pinho serrado, foram mais acentuadas
antes de 1957» quando a normalização de negócios com a Argen-
tina determinava uma nova expansão, como será posteriormente
analisado. No que se refere ao pinho compensado, porem, re-
gistra-se uma diminuição constante nos 'índices de exportação
do produto, até sua quase total paralizaç.ão, no início: da dé-
cada de 60. 0 pinho laminado f o i absorvido, principalmente,
pela Austrália e Uruguai, e com a retração desses mercados,
após I9?ó, o índice de exportação do produto caiu vert ica l -
mente, com exceção de 1961, quando se registra maior part ic i -
pação do mercado uruguaio.
Os mercados compradores do pinho compensado, em grande
parte, eram europeus, destacando-se a Inglaterra e a Alema-
nha, como mais signif icativos. Foram realizados, também, nos
anos que constam do quadro supra, compras de pinho compensado
104
pelos Estados Unidos. .Após 1952, quando se intensi f ica o co-
mercio internacional de madeira, a exportação de pinho com-
pensado decai, possivelmente pela entrada do similar europeu,
em maior quantidade è preços competitivos.
Quanto à exportação de madeiras de l e i para os . mercados
externos, sua participação na economia paranaense não chegou
a ser tão s igni f icat iva quanto a do pinho. •
As madeiras de l e i exportadas pelo Paraná tiveram, segun-
do os dados do Quadro nQ 22 j uma fase de expansão até 1958,
quando declinam. Este movimento descendente da exportação
de madeiras de l e i , não pode ser atribuido ao esgotamento das
reservas dessas espécies vegetais-, nas matas paranaenses,pois
a produção estava em expansão. ' .
Enquanto a exportação do pinho paranaense, de 19^7 a 196V,
continuava em expansão, a das madeiras de l e i declinava. Uma
comparação, entre os índices de exportação dos dois tipos de
madeira, pode ser estabelecida com os dados do Quadro • n2 23 »
É interessante notar que, a maior expansão do índice de
exportação das madeiras de l e i paranaenses pelos dados supra,
coincide com a retração dos índices do pinho, na primeira me-
tade da década de 50» o que será posteriormente analisado.'
Em 1963 e 196V, o declínio da exportação das madeiras de• l e i
é bastante s igni f icat ivo, atingindo os mais baixos índices/
Quadro n^ ?1 99
SXP0HTAÇ710 DE PEÏÏIO im^IIAEHSE - HETlCADOS ETERNOS
Serrado Lai f
íinado { Compensado Ario ' m3
•
índice 3 índice 3 f m •P Indice
I9V7 10 5.'770 100 9 m 0 29.769 100 5 0
I9V8 159.2V7 150 • • e 6.866 23,0
I9V9 126.8V0 119 -s r'O 35o 100 •12.319.
I95O 98.670 93 502 IVO 5.155 . 17,3
19 51 127.19? 120 I.V91 Vl6 3.773 \ 12,6
1952. • V2.512 VO 238 66 ' 2V8 • 0,8
1953 70 .'633 . ¿ó 573 160 , 3 6 . 0,1
195V 7V.928 70 1. 9rl V30 V65 h 5
1955 121.OOV l lV •I.53I V27 1.030 , 3>k
1956. 75. V28 71 V82. 13h 585 : 1,9
1957 I99.V23 138 378 105 ; I.V08 :: V,7
1953 178.879 169 161 ' W 1.269 V 0
1959 161.130 152 60 1 6 i 1.779 ; 5? 9
I960 221.152 209 69 19 2.5V9 3,5
196I 252.520 238 : 895 250 .' 1.600 5} 3
1962 I7V.203 16V 150 939 L 0,3
1963 I«« - • 770 0,2
196V 2V6A51 233 110 30 no*. Oü'r ! 0,2
• ; » ! • ' r"- Desconhecido,
M M Nenhuma quantidade.
FOríTE; Anuario Brasileiro de Economia Flor estai. ;
100
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Quadro n2 22 101
EXPORTAÇÃO PARANAENSE DE MADEIRAS DE LEI - MERCADO 5 KXTEEH0.8
M3
ti) I .
Anos I.
Imbuia 1
Ipê Cedro >
Outras Madeiras Total
19^7. 686 V77 5.553 V56 7.I72
19VÖ 5.619 933 8.153 596 15.351
19V9 5.732 553 9.I7V 38V 16.3^3
1950 5.193 25V 8.529 2.059 16.035
1951 7.277 Voó 26 A57 2.089 36.229
1952 2.713 151 11.005 1.215 15.OoV
1953 2.062 - 3.1i-35 V61 5.958
19 2.173 52 Ib.&A 2.293 19.367
1955 V. 236 1.V09 13.071 1.373 20. iMf
1956 I.V35 253 5.558 2.I3V 9.380
1957 V.597 50V 20.301, 353 26.335
1953 2.900 2.075 12.076 1.035 13.036
1959 61V 3.910 6.97lr 2.OI3 13.511
I960 1.357 1.952 3.8V2 3-659 10.810
1961 1.115 1.687 5.887 3.131 11.870
1962 r IA8V 2.250 2.73^ 962 7.V36
1963 2.595 220 1.987 >57 5.259
196V 3.211 951 788' 953 5.908
FONTE: Anuario Brasileiro de Economia Florestal
Quadro n^ 23
ÍIJDICES DE EXPORTAÇÃO DA MADEIRA PARAN AI5ÍSB
MERCADOS EXTERNOS ~ a3
Ano
»
Pinho Madeiras de l e i
19V/ . 100 100
I9V8 122 21'+
I9V9 102 227
1950 76 : ' • 223
1951 505'
1952 31 .. • • •• • : 210
1953 52 33
195V 56 : 270
1955 91 280
1956 56 . • , : 130
1957 159 . : .. , . . 367 1958 IVO • 252
1959 128 . ; 188
I960 177 150
1961 189 " • 165
1962 133 103
1963 • 73
196V r 19V ; 82
FONTE: Anuario Brasileiro de Economia Florestal.
•103
Cfl
öCI
«
Y ,13 - 0G I ESCAPO 3 EXTERNOS DO PINHO SERRADO PARANAI2TGB 10^
Apesar dos mercados externos da madeira paranaense terem
yIdo muito numerosos, foram poucos os que se destacaram como
os de maior importância. Através da ficha já descrita, podem
sor analisados tais mercados que, do ano de 19*+7 a 1961!-, f o -
rjan em número de M5.
A importância relat iva de alguns deles está evidenciada
nos dados que constam do Quadro n2 2h.
Observa-se, pelos dados do Quadro ns 2b, que os demais
mercados externos da madeira de pinho serrada paranaense, so-
mente aumentaram sua participação, de modo s igni f icat ivo,
quando o mercado argentino estava em retração, como se pode
r.otar nos anos de 1952 a 1956. 0 mercado principal,portanto,
sempre f o i o mercado argentino, para onde se dir ig iu a maior
parte do pinho exportado pelo Paraná.
3.3.1 - 0 MERCADO ARGICNTINO • - ,
A partir da Segunda Guei' ra Mundial, a Argentina passou a
ser o maior mercado de madeira de pinho paranaense.^ A perda
do mercado europeu representou, naquela conjuntura, pesadorea-
ves para os Estados brasileiros produtores de pinho que pas-
sarara a ter maior interesse no mercado platino, onde espera-
vam colocar os excedentes de sua produção.1•
Os grandes importadores argentinos, ao findar a década de
30, prevendo o conf l i to mundial, haviam adquirido estoque de
pinho dos países escandinavos e da América do Horte, baixando
'-•3 compras de pinho brasi leiro. A continuação da guerra, po~
recolocou o mercado argentino em condições de adquirir
r> pinho brasi leiro, pela impossibilidade.de manter intercíi:i-
105
bio con as fontes produtoras de madeira da Europa.
As condições decorrentes da situação internacional, que
resultaram na paralização de indústrias e na conseqüente f a l -
ta de ferragens utilizadas nas construções de cimento armado,
provocaran a queda dos preços do pinho, cuja aplicação,no ra-
mo de construções, estagnou. 0 mercado argentino, refletindo
as condições do preço da madeira, não apresentava grande
atração para o exportador de pinho brasileiro.
As primeiras medidas de imposição de um preço mínimo do
'pinho serrado, pelos sindicatos de madeireiros do Brasil, és-,
tipulavam, naquela conjuntura, o preço de 2*4- dólares por mil ? p do produto FOB Brasil, bastante vantajoso em relação a s i -
tuação anterior. Essa resolução trouxe conseqüências diver-
sas, pois, visando defender o exportador brasi le iro de madei-
ra das flutuações de preço ocorridas no mercado exterior,qua-
ße sempre desvantajosas, gerou reação até certo ponto desas-
trosa.' A madeira apresentava dificuldade de colocação a pre-
ço compensador, e quando surgiu a oportunidade de conseguir
negócios na base estipulada pelo Instituto Hacionai: do Pinho,
vários-produtores passaram a forçar o mercado argentino a
aceitar um volume de importações de pinho superior as suas;
necessidades de consumo.
Alem dessa intensificação a r t i f i c i a l dos negócios de.pi-
nho com a Argentina, alguns exportadores brasileiros recorre-
ram ao expediente de enviar o pinho serrado para aquele mer-
cado, descontando no Banco do Brasil o valor correspondente
ao carregamento, apesar de nem sempre terem compradores para
a mercadoria. Esses lotes, quando em consignação, eram mui-
. ' • :"V ' 106
tas vezes'abandonados, e as companhias de navegação, para se
ressarcirem do f re te , leiloavam-muitos'deles; Outros expor-
tadores de pinho enviavam carregamentos antecipadamente, com
quantidade e qualidade de pinho não correspondentes às condi-
ções pre-estabelecidas» '••<•-•
üm observador in loco dessa prática dos exportadores bra-
s i le iros, narrou detalhes da situação do.pinho na Argentina,
durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundiais
„'..ainda v i alguns lotes dessa natureza,cujos . documentos se achavam no Banco sem serem re-
tirados e uma companhia de vapores com madei-ras há 2 meses em alvarengas, porque o expor- ; tador brasi leiro não dava solução ao impasse, porque, certamente, não estava em condições de embolsar o banco da diferença que o impor-
; tador exigia pelo fato das madeiras terem.si-do embarcadas fora da época estipulada, e,
.. .. .. . também, por não ser o sortimento . adquirido pelo comprador.! :
Outro fator negativo para o desenvolvimento dos negocios
de pinho paranaense no mercado argentino,r, f o i a f a l ta de pa-
dronização da madeira exportada, especialmente no, . ixiício ; cia
década de VO. Essa deficiencia decorria ;da maquinaria deíi«-,'
ciente das serrarias locais, pois as existentes nessas :unida--
des indus tr ie is não peirni t i am dar, ao produto as condições exi-
gidas pelos mercados internacionais. As deficiências de:
transporte e armazenagem da madeira, no Paraná, tarabém ^con-
correram para a queda de qualidade da madeira exportada.
.. . . De qualquer maneira, a dinamização da economia da madei~
ra, no Paraná, na conjuntura do pos-guerra, esteve ligada
1-FERHiIiIPtA, Manoel Jacinto. Pela grandeza 'da madeira no. Brasil. Elo de Janeiro, Olimpia, 19^1, p.l;-2.;
diretamente às necessidades de aquisição do produto pela Ar-
gentina, no que tange ao mercado exterior. 0 desenrolar da
Segunda Guerra Mundial afastou do mercado argentino os con-,
correntes europeus do pinho "brasileiro. A conjuntura pairai-.;
tiu entrosamentõ entre o mercado produtor e consumidor,, tendo
aumentado, no Paraná, o número de serrarias e fábricas de pi-
nho compensado, em função dessa exportação. A situação alte-
rou-se quando, decreto do Governo"Brasileiro, datado de 19^6, 2
proibiu a exportação da madeira. Apesar desta medida não
ter sido mantida por tempo superior a dois meses, serviu pa-
;ra mostrar ao governo argentino as desvantagens da vincula-...
ção de suas compras a um único mercado fornecedor, apesar de
nenhum outro oferecer as condições do mercado brasileiros
•:•:'•,• À essas condições favoráveis, evidenciadas pela,.. proximi-
dade dos dois países, implicando em fretes mais baratos e pe«*
I a qualidade do pinho brasi leiro, superior: ao chileno,' adi-
cionava-se a pol í t ica de preços, 'em que o; mercado argentino
'vhavia conseguido, quase sempre, condicionar1 os exportadores
brasileiros ao seu interesse. As tentativas de impor um pre-
ço mínimo compensador, fe i tas pelo Instituto'.'líacional do Pi-
nho, foram de curta duração, nessa conjuntura.
As exportações paranaenses de pinho serrado pára -'o.merca-
do'argentino, a, partir de 19 -7> constam do Quadro nQ -.2?
Pelos dados do Quadro n2 2?, nota-se l igeiro, decréscimo
2-SAITT08, Pedro Sales dos. O.S. problemas da exportação de pinho. . Anuario "Brasi3.,eiro de, Economia, r i o res tal . 8,1955$ 211 tv • " " "*
- . . 10 8
no volume das exportações, em 19^9; a partir desse ano houve
alteração na modalidade das exportações de pinho para a Ar-
gentina.' A mudança de orientação nas compras de madeira, por
parte da Argentina, em 19^9> dif icultou a situação do expor-,
tador de madeira paranaense, que viu desaparecer de seu prin-
cipal mercado a concorrência para aquisição do produto. A
criação de um órgão monopolista, DEI IE (Direção Nacional de
Industrias do Estado), assinala a'entrada da economia argen-» tina na esfera d© dirigismo estatal.! Esse órgão, através de
uma empresa, a CIFEN M (Empresa Comercial, Imobiliária e Fi-
nanceira, Empresa Nacionalizada), estabeleceu monopólio de-
compras da madeira brasileira, no sentido.de defender a eco-
nomia argentina, . , . .
• •: A eliminação da concorrência no mercado argentino, , gerou
movimento entre os produtores brasileiros de madeira que ten-
taram obter, do Instituto Nacional do Pinho, apoio para solu-
cionar o problema. As tentativas inic ia is da autarquia bra-
s i l e i r a foram no sentido de conseguir acordo com o'DINIE afim
de assegurar certa'-tranqüilidade ao exportador brasileiro, no
referente às quantidades e preços da madeira que seria adqui-
.rida pela Argentina.
0 reflçxo desse monopólio na aquisição da- madeira. f o i
imediato sobre o preço do produto paranaense enviado para o
mercado argentino. 0 preço do pinho serrado que era, em mé-
dia, de CR$ 78^,00 por m3, era 19^9, passou a CB§ 681,00, em
195P? só regressando a seu nível mais alto em 1953*
0 primeiro entendimento, tentado no sentido de assegurar a continuidade do intercâmbio em bases'mais seguras para o
exportador brasi le iro, deu-se era 1950,. entre o presidente. . da •3
DEEP (Divisão de Estudos de Economia Florestal)- ' e autorida-
des ! argentinas, em Buenos Aires, estabelecendo; entre outros
pontos? ". . . a liberação dos estoques negociados anterioraen-•
te por preço não compensador, cujas "declarações de vendas"
não tenham sido visadas pelo I n s t i t u t o . E s s a concessão dos
produtores brasi le iros seria compensada por uma compra cons-
tante, por parte da Argentina, de.20,000.000 de pés quadrados^
mensais de pinho serrado, a preços razoáveis para ambas as
partes. 'Com essa solução deveriam f i ca r tranquilos os expor-
tadores brasi leiros de madeira, que temiam uma diminvdção nos
negócios de pinho serrado.'. 0 entendimento, porém, não chegou
a ser concretizado, apesar dos exportadores haverem. tentado , - . • i'
atender às exigências do acordo, inclusive as que ; lhes ./. eram
desfavoráveis. Eni 1951? o DHJIE "suspendeu as compras e este
ano. abriu concorrência para comprar a '.mais ? baixo preço do que
aquele preço baixo"-% deixando ós produtores brasi le iros 21a
1 expectativa de um colapso nos negócios de pinho com a ^ : Argen-:.'
tina.] . . . 1 • /';..'•/:•.//•:.'/-' V:///,/7/'- v .'-/-
''•; 0 mercado interno brasi le iro, nessa conjuntura,apesar :de
estar' em. fase de expansão, não apresentava possibilidades de
substituir os mercados externos, pois5 alem de sua/'capacidade"
de absorção da madeira ser limitada em , relação, à -produção ?
ainda exist ia, como óbice, a qualidade da madeira ,consumida
3-Órgão subordinado ao instituto ITacional do Pinho, cujo presidente, na ocasião, era o Dr. Jesijs Goare« Pereira.'
- SANTOSJ Pedro Sales dos. 0 comércio de madeiras com a Argentina, /muári.o. Brasileiro de Economia Flore3tal. , 195 l í 70.
5-Ibid.' """" ' " . .
110
no país ser diversa da exportada. 0 maior consumó brasileiro
de pinho serrado era dé madeira de I l ia qualidade, cuja pro-
dução, geralmente, não ultrapassava a 30^ por toro beneficia-
do.' Os restantes 70^, compreendendo madeira de 13 e Ilâ qua-
lidades, de preço mais elevado e preferidas pelos mercados
externos, eram adquiridas no mercado interno brasileiro em
quantidade menor que a do pinho de I l l â , agravando a situação
do produtor, cada vez que o mercado externo diminuía a aqui-
sição do produto.1
0 lançamento de pinho de ia e l ia qualidade, em maior
quantidade, no mercado interno, fazia com que essa madeira
fosse adquirida por menor preço e utilizada, sem nenhuma van-
tagem, para fins que não exigiam tais qualidades do produto.
Assim, o mercado interno brasileiro, de madeira de pinho, não
podia servir como compensação a retração do mercado externo,
na conjuntura assinalada.
A d i f í c i l situação da madeirá não afetou apenas os produ-
tores e exportadores, mas fez sentir seu reflexo sobre a ba-
lança comercial brasileira, onde a madeira representava im-
portante papel na pauta de exportação, sendo que "era 19^+8,foi
o nosso quarto produto de exportação, num total de 1.117.071
m , no valor de CH$ 976.693.037,00".6 Apesar do interesse
das autoridades brasileiras, empenhadas em chegar a um acordo
com os dirigentes argentinos da DIN IE - CIFEN ELI, o impasse
dos negócios do pinho só tiveram solução após 1955»
6-Ibid, p.ó9.i
Além do problema do monopólio de compras, estabelecido
pelo governo argentino, a situação da madeira brasileira, 110
mercado internacional, sofria sérias limitações, relacionadas
com a situação da moeda e com o comércio na base de compensa-
ção de produtos. Essas limitações chegaram, em 1951? a um
ponto cr í t ico , pois,
colocado o pinho brasi leiro em desvantajo-sas condições de preço junto aos seus habi-tuais compradores; quando da desvalorização da l ibra esterlina e das demais moedas que acompanharam essa determinação da po l í t ica economica da Grã-Bretanha, f o i o regime co- ' mercial de compensação que permitiu à nos- ' sa principal madeira continuar figurando nas nossas pautas de exportação. Suspenso, entretanto, o sistema de operações vincula-das, uma situação das mais graves surgiu para o nosso comércio. 7
A suspensão do sistema de exportações vinculadas à impor-
tação de determinados produtos, afastou da madeira seus mer-
cados mais promissores, especialmente o argentino, em 1951»
0 novo acordo sobre a exportação da madeira para esse merca-;
do, apesar da pressão exercida pelo Instituto Nacional do Pi-
nho sobre o Presidente do Banco do Brasil, o Ministro do Tra-
balho e outras autoridades brasileiras, não surtiu e fe i to
imediato. I
0 acordo com a Argentina, para a comercialização da ma-
deira,
ocorrido em 1955} reabriu o mercado para o produto
brasileiro. .Foram estabelecidas quotas de exportação, pelas
quais, cada firma argentina, através da DINIE-CIFEN ELT, man»
7-A CAMPANHA DO INSTITUTO NACIONAL DO PINHO EM FAVOR DO ÇOMÊRCIO DE EXPORTAÇÃO. Anuario _ Brasileiro de Economia Florestal, 5, 1952* 92.
112
teria um volume de compras estável, em torno de um milhão de
pés quadrados, sem escolhas de Estados ou portos em que a ma-
deira fosse embarcada. Os embarques, porém, de maneira geral» • »> , ~ 8 deveriam ajustar-se as seguintes proporçoes:
Madeira proveniente da Costa Atlântica. . . . . . . . 75 %
Idem do Vale do Uruguai e Estrada de Ferro . . . . . 15 %
Idem da Fronteira (D.Cerqueira,Barracão,S.Antonio). . b %
Idem do Alto Paraná (Foz do Iguaçu, Xguas Acima). . . 6 %
Os pontos mais minuciosos do acordo referiam-se à est i -
pulação. dos sortimentos de madeira de pinho serrado, que se-
riam futuramente embarcados para a Argentina, fixando-se as
quantidades máximas permitidas de madeira de I l l â e 19 quali-
dades em cada embarque.
A fa l ta de padronização da madeira de pinho serrada bra-
s i le i ra e as diferenças na composição dos sortimentos de ca-
da embarque, determinaram uma das cláusulas do acordo, que
previa:
"0 Instituto Nacional do Pinho será o ' f i a -dor direto, ante a DINIE-CIFEN EN com rela- , ção às diferenças surgidas entre as merca- • dorias vendidas pelos exportadores brasi-leiros e verificadas era Buenos Aires, e os padrões de medidas de pinho serrado". 9
Após a assinatura desse ,acordo, houve normalização nos
negócios de madeira com o mercado argentino, corno ..pode ser
•visto nos dados do Quadro relativo à essa exportação, embora
em-1950 tenha ocorrido um decréscimo, após 1957, os negócios
8-0 ACORDO MADEIFEIRO COM A ARGENTINA. Anuario Brasilei-ro. de Economia Florestal, 8, 1955; 300.
9-Ibid, p. 30~3.'
113 de madeira com a Argentina atingem níveis superiores aos al-cançados até então.
8.3.2 - 0 MERCADO ETGLSS
A Inglaterra f o i , na década de 30, ura amplo mercado para
a madeira brasileira, tendo, porém, com a ocorrência da Se-
gunda Guerra Mundial, decrescido de importância. K medida em
que a situação econômica do pós-guerra permitia, o mercado
inglês retomou lugar de destaque nos negócios de madeira
brasileira, especialmente do pinho paranaense.
As quantidades de pinho serrado que a Inglaterra adquiriu
do Paraná, na conjuntura do pós-guerra, estiveram condiciona-
das a vários fatores. Observando-se os dados referentes a
esse comércio, no Quadro nû 26, podem ser notadas as princi-
pais flutuações ocorridas.
Pelos dados do Quadro referido pode ser veri f icado o de-
créscimo de volume da madáira de pinhoí serrado ; paranaense,
adquirido pelo mercado inglês, em 1952. ¡No ano seguinte, po-
rém, houve aumento na quantidade do produto negociado com a
Inglaterra. Essa quantidade manteve-se em certo nível , só
caindo novamente em 1958.
A preferência pelo pinho paranaense, no mercado inglês,
esteve condicionada ao seu preço, mais acessível que outros
similares como, por exemplo, o pinho escandinavo. De acordo
com o relatório de um observador dos negócios da madeira, em
Londres,
0 pinho do Paraná^ segundo a opinião . dos comerciantes britânicos, é3 em muitas ma-neiras, in fer ior às madeiras similares,pro-
l l V cedentes de outros mercados, não podendo, por exemplo, ser util izada para qualquer trabalho exposto ao tempo e revelando por outro lado, a tendência de empeñar e rachar mais facilmente do que a maioria das outras madeiras brandas. Somente quando os preços se revelam realmente^inferiores às cotaçoes do pinho da Escandinávia e da Colômbia Bri-tânica I que essas dificuldades técnicas são suficientemente contrabalançadas e,nes-sas condições, a util ização do pinho do Pa-raná toma-se recomendável. 10
Dentro destas limitações, o mercado . inglês absorveria
quantidades regulares de pinho, dependendo das condições de
preço. Outros problemas também deviam ser levados em consi-
deração, porém em menor escala. Tais problemas se referiam
à qualidade do produto, sortimento dos lotes de madeira, e
transporte.
Para o fornecimento do pinho, para os mercados estrangei-
ros em geral, em condições uniformes de qualidade, faltavam
ao produtor paranaense instalações adequadas para secagem do
produto, além de armazenamento em local coberto. Os compra--
dores ingleses mostravam-se descontentes, pois " . . . ; qualquer
reclamação sobre a qualidade e estado da madeira, a '/.resposta
dada pelos exportadores é que, geralmente, a mercadoria dei-
xou as serrarias em boas condições e f o i inspecionada ¡ pelo
Instituto do Pinho". Os problemas decorriam porque, " . . . em
muitos casos a mercadoria fora deixada exposta no cais sem'
ser coberta, durante 3 ou ^ meses e não fora inspecionada de 11 novo antes de ser carregada."
10-A MADEIRA BRASILEIRA NO MERCADO BRITANICO EM 1953.Anua-rio 'Bragileirp. de. Economia Florestal, 6, 1953: 220.
11-SAI;íl^S,'Pedro^Sale3 "dos. As "madeiras do Brasil e o mer-cado eurooeu. Anuario . Brasileiro de Economi a Flo, res t ai « ,7 ? 195^: 1V8;
115 O problema das bitolas de madeira, que devi ara compor os
lotes de pinho serrado enviados ao mercado inglês, dependia,
para sua solução, de um' planejamento da produção para atender
essa finalidade.' A fa l ta de previsão das quantidades que se-
riam enviadas, anualmente, a esse mercado, e a fa l ta de apa-
relhamento das serrarias para a variedade de bitolas exigida,
dif icultava a seleção dos lotes destinados à Inglaterra*
Quanto ao transporte marítimo, os maiores óbices estavam
nos atrasos verif icados nos embarques de madeira, não podendo
o importador contar com os lotes dentro de prazo certo. Os
portos paranaenses^ dê onde o produto era exportado, não per-
mitiam que navios de grande calado atracassem para carregar.
Grande parte da madeira embarcada nesses portos,destinada aos
mercados europeus, era transportada em navios brasileiros,
pois o exportador recebia o bônus de % que lhes dá o • 1 2 ' uso de navios brasileiros...1.' Os lotes carregados eram,
muitas vezes, parcelados em quantidades menores, che g ando ao-
mercado de destino com fretes diferentes, acarretando aumen-
tos imprevistos no custo da madeira. Reclamavam os.; importa-
dores ingleses das condições em que a madeira era . embarcada
(FOB), pleiteando que a diferença de fretes ficasse vinculada
ao exportador; para o importador a condição CIF traria maior
estabilidade nos preços do produto, Não houve, porém,altera-
ção nessa cláusula da exportação do pinho paranaense.
Os preços da madeira, enviada para omercado inglês, so-
freram varias alterações na conjuntura estudada.' Comparando»
12-Ibid, p. l^fó«:
116 se esses pregos, com os da madeira enriada para o mercado ar-
gentino e com o preço médio da madeira exportada pelo Paraná,
podem ser notadas suas flutuações.
Os dados'do Quadro nû 27» evidenciam que os preços médios
da madeira exportada para o mercado inglês, até 195^» eram
de maneira geral, mais baixos que os referentes ao mercado
argentino. A partir desta data, porém, os preços de pinho
serrado enviado para a x\rgentina são mais baixos, em parte
devido à cláusula que constava do acordo Bra.sil-Argentina, so-
bre a comercialização da madeira, assinado em 1955}pelo qual
esse mercado platino passava a ser considerado como "nação
mais favorecida" nos negócios de madeira com o Brasil e, em
virtude das bitolas especiais exigidas jielo mercado inglês,
que encareciam o produto.
A alta de preços f o i s igni f icat iva até o f ina l da década
de 50, em parte pelo movimento ascendente dos preços da ma-r
deira no mercado internacional e,' por outro lado, devido aos
'altos índices de inflação ocorridos nò Brasil, 'especialmente
nos primeiros anos da década de 60, quando "a taxa . in f lac io-
naria, em ascensão permanente, havia chegado em 1963 a 83,2^
. . . no primeiro trimestre de: 196^, a taxa inflacionaria, pro-
jetada para o ano, teria alcançado lM+ o. ' •
8.3.3 - OUTROS HINCADOS '
Apesar de numerosos, poucos desses mercados foram cons-
13-SILVA,Victor_da & BUESCU, ilircea. 10 anos, de renovação economic a. Rio de Janeiro, Apec, 197*+. p. 12.
117 tantes na aquisição do pinho serrado paranaense. Dentre esses
mercados, os mais importantes constam do Quadro nQ. 28.
Através desses dados, observa-se que os mercados que
constam do Quadro referido, eram compradores ocasionais do
pinho paranaense, com exceção da Alemanha que, reentrando no
comércio internacional, passou.a adquirir quantidades regula-
res do produto. 0 Uruguai, igualmente, manteve certa cons-
tância nas quantidades de pinho que importou do Paraná.
A Austrália que, nos anos de 19*+o e 19!Í-9J importou quan-
tidades elevadas de pinho paranaense, f o i ura dos~ mercados
ocasionais, já referidos. Os Estados Unidos, produtores de
madeira., adquiriam o produto brasi leiro, por certo quando o
preço era tão compensador que justi f icava a compra, ou atra-
vés de operações vinculadas.
0 mercado alemão; contudo, era. o mais exigente no que se
refere à qualidade da madeira adquirida no Paraná. Apesar das
reclamações de outros mercados europeus quanto aos problemas
apresentados pelo pinho paranaense, como tábuas carunchadas,
ou com manchas azuis, havia uma certa tolerância. Os lotes
de madeira, enviados ao mercado alemão, eram objeto de cons-
tantes reclamações, queixando-se Kos exportadores brasileiros
de que as exigências dos importadores alemães são superiores
às do Instituto Nacional do Pinho paro fornecer atestado de lU qualidade."
Outra reclamação constante, f e i ta tanto pelos importado-
li|--SAlí:rOS, Ibid. p. 16Ö.
IIB
res alemães, como por quase todos os compradores europeus,re-
feria-se ãs condições de pagamento estabelecidas para os ne-
gócios de madeira brasileira. Enquanto outros exportadores
de madeira trabalhavam com a abertura de crédito de 80 a 90%
sobre o valor do produto, dèixando o restante para ser pago
quando a mercadoria fosse recebida e conferida, o Brasil fa-
zia a exigencia de crédito sobre 100$ do valor da madeira.;
Como eram constantes as reclamações sobre o sortimento.e qua-
lidade dos lotes de madeira exportados pelo Brasil, os merca-
dos europeus, especialmente o alemão, pretendiam que a foraa
de pagamento fosse alterada. Mas a pol í t ica adotada em rela-
ção a esses negócios, por parte do Instituto Nacional do Pi-
nho e do Banco do Brasil, não permitiu a alteração preten-
dida, pelos, comprador es, nem a concessão de descontos para
pagamentos antecipados.
Quadro nQ 2h 119
MERCADOS EXTERNOS DE PINHO SERRADO PARANAENSE
PORCENTAGEM REITERENTE A QUANTIDADES: M3
Ano Argentina Inglaterra Outros Mercados
19^7 83» 53 % 9,1 7,37 fa
19^8 80,66 % lf,16 % , 15,18 %
19^9 83, -8 % 2,06 % lk,k6 %
1950 ^9,01 % 31,59 % 19,V) %
1951 ^3,96 % 11,99 % Mf,o5
1952 . 56,70 % 9,52 $ 33,78 %
1953 23,06 % 30,^0 % 195V ' 5V 'V % 19,98 % 25,58 %
1955 68,37 % 16,07 % 15,56 %
1956 . 58,01 % 18,53 g 2 3 , ^ %
.1957 77,05 % ' 16,11 ^ í • ' : • .
; 6,8í+
1958 86,68 % 81 % 8,51 g
1959 7l+,llr % . 16,20 %
I960 83,23 % 6,62 £ 10,15 $
1961 87,29 % 6,06 £ 6,65 >
1962 78,22 % \
12,27 % : 9,51 £
1963. ,1 . • ' 1
1961+ : 81,69 % ; 9,87 £ 8,y+
FONTE: Anuario Brasi leiro de Economia Florestal. :
12
0
LwriCJ»! •
ff Ti i!, A4 . 20c»n0"3 r¡<*
Quadro nn 25 121
EXPORTAÇÃO PARANAENSE DE PINHO SERRADO - MERCADO ARGIÎHTINQ
Ano
— —
3 1 . . .
Valor FOB (mil cruzeiros)
I9V7 88.3^6 .77,909
19^3 12oob60 '9W95V
19^9 IO5. 89^ V 83.OV7
1950 ^ r )32.9^5
1951 55.917 • 37.V69
1952 2U-.102 . 18.16U-
1953 32.875 . 25.802
1 9 ^ U0.798 • . y y . kl. 38b
1955 82.733 111.325
1956 ^3.761 : . 95.913
1957 153.66V , ' ; 339.116
I953 155.062 ; • 1 ; V : ^ /' y V16.9V7
1959 II9.I+66 1+96.031
I960 • I8V.080 I .377.707
1961 • . 220 A23 1 . 9 8 1 . 1 2 1
1962 136.265 1.836.873
1963
I96U- 201.3I+5 V 9.290.^1-5
FONTE: Ajrmário Brasileiro de Economia Florestal..
Quadro n^ 26 122.
EXPORTAÇÃO PAPJ •KAM3E DE PEÍHO 3ERR/Q0 - MERCADO XIÍGLEO
Ano m3 Valor FOB (mil cruzeiros)
19 9.632 8.650
19^3 6.632 5.1+16
19^9 2.622 2/OI5
1950 31.173 I7.V72
1951 15.261 — 10.33*+
1952 V.0V8 3.019
1953 16.293 16.738
195V IV.97V I3.V22
1955 I9.W8 35.^96
19 13.933 33.825
1957 32.II+6 83.268
1958 3.613 26.003
1959 26.117 li 1-9.92h
I960 I V 653 V, . 133.23V 1961 15.325 207.762
1962 21.1391 399.368
1963
196*1- 2V. 332 1.205.32V
F0I1TE: Anuario Brasileiro de Economia Florestal.
GRAFICO .. ¡Exportação P a r a d z , P¡rho Serrado para oS Principais ÍVWcàcios udejrnos
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Quadro nü 2 7
PREÇO MÉDIO DA MADEIRA JDE ra;niO_^EKRADO M ^ X W M i ^ J M i M ^
ENGE,;
Ano CRV1113
Argentina
CR$/n3
Inglaterra
Cr$/ra3 Todos os mercados
19^7 881 898 900
19V3 739 816 768
19V9 73V 768 793
1950 ' 631 560 712
1951 670 6 77 7 1 1
1952 753 7V5 76O
1953 78V 1.030 9V3
195V . 1 .01V 896 I.OO7
1955 1 .3V5 1 .825 1 . W 5
1956 2 . 1 9 1 2.V19 . 2.286
1957 2.202 ; 2.7V5 2.306
1953 2.683 • 34017 l 2.70V
1959 V.-152 5.7V0 -i ; V. V86
i960 . 7.V3V 9.'092 7.692
1961 8.987 13.557 9.533
1962 I3.V80 18.669 IV.V08
1963
196V V 6 . I V I
_
V9.536 V7.366
FOHTEs Anuario Brasileiro de Economia Florestal/
Quadro nS 28 . 1¿5
EXPORTAÇÃO PARANAENSE DE PINHO' SERRADO - m3
Ano • Australia Al em anli a Estados Unidos
1 .União Siil Africana Uruguai.
I9V7 M „ IV 35V
I9V8 ; V 11.-197 ~ ; 1.6VV 9.V0V 61
19^9 10.507 - 1.062 ; / V.878 : • 26
I95O 5.3^3 8.220 2.688 755
I95I : 26.029 975 19.699 ; 3.2.83!. ; : 28o
I952 I.313 98V 3.086, . 1.000 ; 3.513
1953 8.053 2.006 23V 2.601 ; 1.515
195V 3-1^7 l.:33lt- V. :6ll 1.156 : 2.982
1955 r 2.V99 2.V11 : 35V 2.320 5.30V
1956 . 2.615 2.312 51V 976 6.828
1957 995 v. 70V 2.222 , , 6V2 .!: ;!!. 696;
1958 ;.. ; 30V . I.6V9. »
556 ; 1.96V
1959 : ,2 57 3«9Vl 132' 1.207 í • 2.690
I960 7.VV0 5.278 ; ' 387' I . I 9 V ::?. 2.026 1961 5 7.V90 . 1 .V19 800 ' 1.3O0
1962 ; 256 V.V8V 9.735 : • • : 173 -V 2.6V8
1963 i • : i .... ¡'
196V m IO.I63 2.278 , ' 7V0 ; 1.651
: ' FONTE: JSnuário Brasi leiro de: Economia Florestal.]
9.0 - 0 ESGOTAMENTO DAG PESEKVAS FLORESTAIS PAR/NAENSES 12ä
Segundo estudos realizados por Maack, da área tota l do » • 2
Estado do Paraná, 176.737 I- -i foram originariamente cober-
tos de matas. Essa área f l o res ta l estava dividida entre:
2 ' 100A57 km de "mata de l e i " , i s t o é, matas pluviais sub-
tropicais e tropicais, riças em peroba, cane-la , pau marfim, cedro e várias outras madei-ras de valor;
2 76.200 lan de "mata de pinho", predominantemente com
araucária, ao lado das quais existem também ".imbuia e algumas outras madeiras. 176.737 km2
A exploração destas matas-, com finalidade de - aproveita-
mento da madeira, ou a sua devastação para permitir o avanço
da lavoura " f o i muito intensa durante o século XX." Calcula-' 2 * se que, até 1963J 87.990 loa tenham sido destruídos, sendo
que apenas nas décadas de 1931 a 1950- houvessem desaparecido , 2 2 M-9.I9O Ion das matas paranaenses.
Apesar de toda legislação que os diversos Governos para-
naenses ' tentaram estabelecer, visando a preservação das matas
1 do Estado, desde I90V, o esgotamento f l o res ta l f o i crescente,
principalmente após 1935* quando a madeira começou a part ic i -
par, com maior intensidade, das exportações brasi le iras. A
abertura do mercado europeu, para o pinho brasi le iro, concor-
reu, juntamente com a expansão dos mercados platinos, para a
maior devastação das regiões centro-sul e oeste do Paraná,on-
de eram encontradas grandes concentrações da araucária angus-
t í f o l i a .
1-Citado por HUF. CK, Kurt. As_ f lorestas da América do Sul. São Paulo, Ed. Poli g 0110, 1972. -p. 237."
2-Ibid.
127
•De maneira geral, essa devastação dos pinheirais f o i co-
mum nos três Estados meridionais,, sendo
lamentável que as destruioces tenham ocor-rido em espaço de tempo tao curto, e que os estados sulinos praticamente não mais 'te-nham reservas de matas suficientes para or-ganizar. um serviço de refiorestomento. Pe-l o contrário, em certas épocas forran r e t i -radas das reservas do Governo, sendo lança-das no mercado a preços muito baixos, para contrabalançar dificuldades financeiras do próprio Governo. 3
Além da madeira de pinho, que f o i extraída das matas pa-
ranaenses em quantidades que, por vezes ultrapassaram as
possibilidades de comercialização e transporte_do produto,
multas essências foram abatidas até sua quase extinção, na
medida em que os mercados exigiam. De I 9 V 7 a 196V, muitas
dessas essências, compuseram a exportação paranaense de ma-
deiras de l e i , em quantidades decrescentes, como se observa
pelos Quadros'nö 29 , 30, 3 I , e 32 .
A fa l t a de aplicação da legis lação paranaense e bras i l e i -
Í ra, 11a extração da madeira, pode ser, em parte, avaliada pe-
las condições habituais em que se realizavam as compras de
pinheiros para abate, no in ter ior paranaense.
3-Ibid.
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1961 51 5.829.436 177 1.179.61;.9 - - - - - - 20 150.1.:-30
1962 18 3.473.930 6 227.51+0 - .- - - - - 96 1.070.492
1963 11j- 1.009.350 132 '"' 91'-' /' ') r::' ..:.. li. t..\,)/ - - - - - - 24- 1-('1 0 C,"" i-ü_ou1° ,
1961i- 2Lj- 3 .. 1;'05.391 1õ 30'441.145 - - - - - - 19 o ')1.-, ~ 000 ;;.'-l....J.
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'V"\ ",'. ' .. BvHTL: iillU(;T~O Br2.sileiro de :Ccononia J?1orestal~
Quadro ri2 32
. EXPOKÏAÇTÎO PARAI í/ljji'l JjJ JE 1-1/ .DEXTlAo D, ; Lia
Ano . Peroba Tii iibauva Dormentes Madei 0 não especificadas
m3 Cri; r.i3 CI"? i:l3 CrO ' í-O • "" Or:"; '-•
19 V7 3 1.020 - _ - V9.W5
19V8 16 • 8.605 7 3.'800 - 1 '.551
19V9 -1 1.76V - - 515 " } 1 n r.'
,195o - - - - 7VI 671.069, 1.000 ... 675.790
1951 55 ; V7.886 - - 80 V . 772v087
1952 - - - - - 1.029 I.092.V92
1953 - - - .. - ,V66 0,00 bix
195V 9 6.760 - - - • -1 QrTQ O ^ r 1 ^'iO W l'-ù'^.
1955 32 - - , O r-M/U ; ; -f* rjsJ-'-i-ol;
1956 o.e. ni") ^ r\ • xo. ¿yo - - - . 1 -^ r» r* ci . 'J \J 'J • V. 7I0. QoO
1957 • : . - - - - - 053 p if)"J •00,1
1958 - - - . ' - » . • :v-:;;9V;ï 1 ' —, O • J.. -2,00. 'JUïi
1959 100 3,3V. 000 - • " - ' 228 ^ Í1, 720,'866
.I960 2V6 1.913.Vo3 - - 1-310 9.272.750
1961 150 Í.191.538 - -.'..'•. 'tf- ' : 576:^ ^ r~} • ' /*v"V r* ; j « /uo.VJ.;;
1962 °5 "I.OVI.97O - ' . - . - -il .¡•i;56 . 1, UO . 'rOJ.
1963 12 : 278. V30 ' - - mf •••; ' ' ~
I96V .283 13.732.096 - • - ' ; : "2.606.217
! ; 1 . '1
K)!JÏE; Anuario Brasileiro de Economia Florestal. .
Dentre as regiões paranaenses em que a extração da madei-
ra ainda peunite, pela quantidade de pinheiros existentes no
município, funcionamento regular de serrarias, foram escolhi-
das ïmbituva e Tibagi para uma análise das condições de com-
pra •e venda de.pinheiros. A razão uesta escolha prende-se ao
fato de ter esse tipo de transação sido constante, durante os
anos de 19*1-7 a 196*+, permitindo visual izar a evolução ocorri-
da nessa modalidade de negócios.
0 ponto de partida para compreender essas transações, es-
tá em que a terra raramente era pretendida pelo comprador. 0
objetivo do contrato era a aquisição de pinheiros e madeiras
de l e i , pois a terra não possuia valor para os madeireiros,
após haverem sido extraídas as madeiras.
A modalidade de pagamento desse tipo de operação era, in-
variavelmente, à v ista. 0 prazo do retirada das árvores, po-
rém, era variado, ocorrendo, em vendas menores, prazos mui-
to limitados, de até dois anos. Quando, a quantidade de árvo-
res adquiridas era grande., o prazo para sua retirada do ter-
reno tornava-se maior. Assim, encontram-se, em certos con-
tratos, variações de prazo, de 5 a 30 anos. 0 prazo mais co-
mum oscilava, porém, entre 10 a 20 anos.
0 contrato de compra e venda de pinheiros, não implicando
na transferência de escritura da terra, obrigava os comprado-
res a se precaverem contra eventuais vendas da propriedade.
Para isto , fazia.«, constar dos contratos, cláusulas em que
"o praso para extração do s pinheiros e cedros vendidos é de
vinte e cinco anos a contar da, dota da assinatura deste ins-
trumoiito, findo,. esto praso, o no caso de não havei' sido ex~
traídos, os vendedores obrigam-se conceder praso mínimo e su-
f ic iente aos compradores para que os retiram. 11 Em alguns con-
tratos em que era prevista uma possível venda do terreno, an-
tes de completar o prazo para retirada da madeira, constava a
cláusula de que seria respeitada, na venda, a validade do
contrato referente à extração da madeira.
0 número de árvores vendidas; e que deviam ser extraídas
no prazo estipulado, constava de cada contrato. Geralmente,
essas arvores possuiam de "1? polegadas para cima", tanto no
referente aos pinheiros, como cedros e imbuias. ___ Encontram-
se, porém, contratos, dos quais consta a venda de árvores com
diâmetro menor que o estipulado por l e i polegadas). Uma
dessas vendas "consta de (58*+) quinhentos e oitenta e quatro
pinheiros de 12 polegadas para cima.
De modo geral, os contratos não estipulavam o preço por
árvore, mas pelo total de árvores. Os pinheiros de 12 pole-
gadas de diâmetro, não alcançavala preço superior a CK?> 50,00
(em média), na década de 50, enquanto que os de 18 :polegadas
custavara,, em média, CB$ 200,00. ;
'Alguns contratos incluiam, além de um determinado número
de pinheiros, cedros e imbuia, outras madeiras, para lenha.
Era raro, porém, o interesse por outras madeiras, não u t i l i -
zadas para fins industriais. Dos contratos analisados, em
número de 50, apenas um se refer ia a "todas as madeiras exis-
tentes, como sejam pinheiros, cedros, imbuias e mais madeiras
lf-Livro de "Registros Diversos, n^ li-, p A l . P.egistro Geral de Imóveis de Imbituva-Pr. •. 5-Ibid, pA2.i
137 para lenha, enfim, tocio o pé de árvore, arbusto que nascido
for , dentro da'área de terras de trezentos e quinze (3-5) al-, £ queires de terra de faxinai e cultura.. ."
0 comprador de pinheiros, ou de madeiras de l e i , apesar-de
não adquirir a terra, ficava com certos direitos em relação a
ela. Esses direitos constavam das cláusulas contra.tuais e
assinalavam que o vendedor obrigava-se a ceder ao: comprador
" . . . o terreno onde se acham localizadas ditas madeiras para
que essas possam construir estradas, ou estaleiros, pon t i -7
lhoes, cârreadores para transporte...", sem que-fosse neces-
sário nenhum pagamento pelo uso da propriedade, " usando ain-
da de madeira que não for de l e i , tudo sem indenização". Po-
deriam, ainda, os compradores instalar e manter unidades in-
dustriais necessárias ao corte e beneficiamento dos pinhei-
ros, bem como transitar com veículos, motorizados ou não, du-
rante o prazo estabelecido para retirada da madeira; A lo-
calização de unidades produtoras poderia,. portanto,verif icar-
se em terras não pertencentes ao madeireiro, o qual,pelo pre-
ço pago pela madeira, tinha vantagens adicionais. .
As madeiras de que o comprador podia dispor para a cons-
trução de pontilhães, estaleiros e outras obras necessárias
para a extração e transporte de toros, era estipulada em ca-,
da contrato. Em alguns, proibia-se o uso de pinheiros pe-
quenos, em outros facultova-se apenas o uso de palmeiras para
6-Ibid,p.li-9. ilota-se, por esse contrato, que não havia;-nas vendas de pinheiros, nenhuma preocupação pela estipulação legal de polegadas portuguesas como o diâmetro mínimo para extraoao da madeira. " .
7-Ibid, pA5.
138
as obras citadas. A maior parte dos contratos, porém, l i b e -
raya o uso de "madeiras brancas" ou "madeiras comuns", para
ta l f inalidade.
lios contratos realizados, até meados da década de 50,
era usual uma cláusula referente ao uso do pasto necessário
aos animais empregados na tração de toros. Devido à f a l ta
de veículos motorizados, grande parte do deslocamento. • de to-
ros era realizado por animais. Em alguns contratos, referen-
tes ao município de Tibagi, o comprador que ut i l i zasse parte
da propriedade, da qual seriam extraídos os pinheiros,' como
pasto de animais, obrigava-se a fechar essa área cop três
f i o s de arame.
Como a terra não interessava ao comprador, este apenas
construía o-mínimo de obras necessárias para a extração de
toros. ITão era prevista, - no contrato, a condição futura da
propriedade, no referente à preservação das matas. Jän um dos
contratos, apenas forain encontradas referências ao re f lores-
tarnento da área desmatada, devendo o mesmo ser efetuado pe-
los compradores.1 ;
As cláusulas que constam desses contratos, geralmente,
eram favoráveis ao comprador, com exceção das que estipulavam
a obrigação de ser obedecida a l e i do reflorestamento, ou do
cercamento de certas áreas do terreno. Quase sempre, nas
cláusulas contratuais, eram concedidas faci l idades aos com-
pradores, obrigando-se " . . . o s vendedores cavar terreno, onde
se acham situados os pinheiros, para os compradores poderem D
construir estradas para transporte de t o ros . . . " .
8-Ibid, p.if2
. 139
Obsenra-se, portanto, através desses contratos,que o com-
prador procurava fazer constar do mesmo todas as vantagens,
que lhe garantissem maior lucro na extração da madeira; ambos,
compradores e vendedores preocupavam-se muito pouco com a l e -
gislação referente à exploração f l o r es ta l .
11.0 - COIÍCLUGOES lho
O transporte ferrov iár io possibi l i tou até certo ponto o
aproveitamento das reservas f l o res ta i s paranaenses, f a c i l i -
tando seu escoamento para os portos marítimos e para o merca-
do paulista/ Ao mesmo tempo, porém, constituiu-se em pesado
óbice à essa atividade econômica, pois as condições da ferro-
v ia não acompanharam as necessidades crescentes de transporte
não apenas da produção da madeira, como, de modo geral,de to-
da a produção do Estado. A exigência dos estoques v i s í v e i s
de madeira nos pátios ferrov iár ios e ao longo das linhas,
aliada a demora em atender às requisições de vagões, ocasio-
nou a perda de grandes quantidades de madeira serrada, que
se tornaram inadequadas ao consumo. Os estoques v i s í v e i s , se
eran necessários à organização interna da ferrov ia , para ev i -
tar atrasos de embarque e . l imi tar as requisições de vagões,
deveriam, contudo, ter obedecido a um sistema racional de ar-
mazenamento, limitando-se às quantidades de madeira que real-
mente teriam condições de transporte, 'em per fe i to estado.,
A concorrência do transporte rodoviário, para o.',escoamen-
to da madeira, tão temido pela ferrov ia , na década de 30, sé
se concretizou quando da implantação das rodovias asfaltadas,
após i960, e os veículos de fabricação nacional modificaram a
estrutura do sistema.
0 acúmulo de madeira que, em certos anos, f icou empilhada
ao longo das linhas ferroviár ias aguardando transporte, não
pode, porém, ser considerado como responsabilidade exclusiva
da def ic iência da ferrov ia em atender às requisições de va-
gões. A f a l t a de previsão do madeireiro, ou a ausência de um
esclarecimento da situação e controle e f e t i vo da produção por
1hl
org ao o f i c i a l , levaran a madeira produzida a uma desproporção
em relação às condições de transporte disponíveis.
0 porto de Paranaguá pode ser considerado, de 1901 a 1950,
o "porto da madeira", do Paraná. Ge bem que Antonina tenha
liderado a exportação do produto em alguns anos, não teve
condições de instalação e taxas alfandegárias que permitissem
disputar a primazia, com Paranaguá. Após 1950, a deslocação
da produção nadeireira paranaense, pelo esgotamento das ré-
servas de araucária .angustifólia situadas nas regiões centro
sul do Estado, para o sudoeste.- colocam Foz do Iguaçu na l i -
derança da exportação da madeira paranaense.
A exportação da madeira paranaense sofreu os reflexos das
crises econômicas mundiais, principalmente da depressão de
Í929, cujos efe i tos ainda se faziam sentir em 1933- As duas
Guerras Mundiais, porém, deram ensejo ao produto de aumentar
sua participação nos mercados externos, pela retração da
oferta do pinho europeu, maior concorrente da madeira para-
naense.
Dentre os mercados da madeira paranaense, o mais impor-
tante f o i o argentino. As crises de comercialização do pro-
duto, na década de 50, estiveram ligadas aos problemas inter-
nos da economia argentina.
A resistência dos mercados europeus em aceitar, em igual-
dade de condições, o pinho paranaense e o similar europeu,foi
motivada, em grande parte, pelos problemas de produção,trans-
porte e seleção do produto, que apresentaram, até I96V, de f i -
ciências básicas. A qualidade da madeira, por não receber
tratamento adequado, desde a extração até o embarque, somada
1-1-2
aos altos custos de produção, foram barreiras à entrada do
produto em alguns mercados.
0 mercado argentino, principal escoadouro da madeira pa-
ranaense, recebeu tratamento privilegiado, por parte do ex-
portador. Os preços mínimos,que o Instituto Nacional do Pi-
nho, por vezes, conseguiu impor aos importadores platinos,vi-
goraram pouco tempo, prevalecendo quase sempre o preço est i -
pulado pelo mercado consumidor.
A expansão da exportação de madeira, após 1913jdeterminou
um aumento de participação do produto na economia paranaense.
Nos primeivos anos da década de 20, os altos níveis de expor-
tação atingidos pela madeira, concorrem para dinamizar o se-
tor de exportação do Paraná.. A importância relativa da ma-
deira, nessa conjuntura, re f lete-se igualmente sobre o setor
industrial do Estado, pois, das indústrias instaladas na oca-
sião, 78$ estão ligadas à esse produto. A comercialização da
madeira para os mercados externos, teve uma expansão no f i -
nal da década de 30, quando a madeira .passa a deter a situa-
ção de produto mais destacado na exportação paranaense. A
crescente produção cafeeira, porém, suplanta em importancia a
exportação da madeira, que por alguns anos havia liderado o
comércio exterior paranaense. Apesar de continuar como pro-
duto destacado da economia do Estado, a madeira não voltou a
l iderar a exportação paranaense.
0 rápido esgotamento das reservas f lorestais paranaenses
f o i motivado, em parte, pela fa l ta de execução rigorosa da
legislação existente, e também pela fa l ta de previdência do
próprio madeireiro, que trocou"uma exploração'f lorestal metó-
dica, a longo prazo, por ira lucro momentâneo e nem sempre
compensador»!
m-v:ii£iíciaü EIELIOGRAeicas l h!-
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IV3-I87.
14
M E X O 1
EXPORTAÇÃO PARANAENSE DE 000000 • «••••9«»« Ano « * « .
DESTINO . VOLUME m 3 m R Or? 1 PREÇO ( C r i /ra)
A f r i c a do s u l
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ALEMANHA 1 ANTILHAS HOLANDESAS.... ARGENTINA... AUSTRÁLIA ÁUSTRIA... ¿ . . . . . . B É L G I C A . . : . . . . BOLIVIA. CANADÁ ¿ . . . . . . . . . . . . . . . . CUBA.¿ ¿ . O ©
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PERÚ.. . . '¿. i . . . . . . o . . . . . Í PORTO R I C O . . . . . . . . . . . . . SXJECX A #'•«•• e « o •• •» • • •• • 9 STTTOA i • ' ï • • 1 ï - - -
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A N E X O 2
OFiCIAL DO «EGISTSO GESAL . OS IMÓVEIS. H.POTÊCAS, TÜU105 E DOCUMENTOS.
C O M A R C A de i M B i T U V A
E S T A D O 0 0 P A R A N Á
Ü » E
ESTADO DO PARANÁ
COMARCA DE IMBITUVA
R E G I S T R O G E R A L DE I M Ó V E I S
2) i 6 ao Ls in a n n e / 9. y í l m e i c a
OFICIAL
C E R T I D Ã O
CERTIFICO, a pedido verbal de parte Interessada e para os fins devidos que, r e v e n d o n e s -
D l V E R S O S , n e l e à s f i s . 4 2 , c o n s t a o / t e O f i c i o o l i v r o 4 , d e R E G I S T R O s e g u i n t e : NÚNERO DE ORDEM: I 4 0 ; D A T A : I 9 d e d e c e m b r o d e I 9 4 7 ; C I R C U N S C R I Ç Ã O : / I m b i t u v a ; DENOM i N AÇÃO OU RUA E NÚMERO: R i b e i r a ; . C A R A C T E R Í S T I C O S E //; C O N F R O N T A Ç Õ E S : C o n s t a d e ( 5 8 4 ) q u i n h e n t o s e o i t e n t a e q u a t r o p i n h e i ~ r o s d e I 2 p o l e g a d a s p a r a c i m a . p o r t u g u e s a s , c u j o s p i n h e i r o s s e a c h a m l o c a l i z a d o s n o s t e r r e n o s d o s o u t o r g a n t e s v e n d e d o r e s , em " R I B E I R A " , / / / d e s t e m u n i c i p i o , numa a r e a d e I 2 a l q u e i r e s e 3 q u a r t a s , m a i s o u meno e q u e d i v i d e corn v i u v a A n t o n i e F r a n c i s c o L o p e s , s e u s h e r d e i r o s F r e d ¿ r i c o . N ò g u e i r a e o s M o l e t a s - " A v e n d a f e j - t a p o r J o s e L o p e s Ramos e d e 170 p i n h e i r o s ; d e A n t o n i o Pereira dos S a n t o s ; e s u a mu I h e r e d e 3 5 0 p i n h e i r o s ; d e J o a q u i m A m é r i c o e d e 64 p i n h e i n o s " - ; ( t o t a I : ; 5 B 4 , e n t r o s 3 . ) ; Ç R E D O R : J a c o b Na i v e r t h e F i l h o s , ( i n d u s t r i a i s c o n s e r r a r i a / n e s t e rnun i c i p i o A I t o d o M a t o B r a n c o ) ; D E V E D O R : J o s e L o p e s d e R a m o s , A n t o n i o P e r e i r a d o s S n a t o s e s u a s m u l h e r e s , e , J o a q u i m A m é r i c o , s o l -s t e i r o s , t o d o s r e s i d e n t e s e l a v r a d o r e s n e s t e m u n i c i p i o ; O N U S : C o m p r a e v e n d a d e p i n h e i r o s ; T I T U L O , D A T A E S E R V E N T U Á R I O : E s c r i t u r a p ú b I i c a l a v r a d a n a s n o t a s d o T a b e l i a o D i d e r o t P e d r o s o , d e s t a c i d a d e , n o d i a 5 d e d e z e m b r o d e 1 . 9 4 7 ; V A L O R DA C A U S A OU DA D I V I D A , P R A S O , J U R O S E P E N A S : Cr$ 2 6 . 6 7 2 , 5 0 ; C O N D I Ç Õ E S : D i n h e i r o a V i s t a , " I M P . V . e C o n s i g : G u i a e s p e c i a l : 1 - 3 9 5 o b r i g a m - s e o s v e n d e d o r e s c a v a r t e r r e n o , o n d e s e a c h a m s i t u a d o s o s p i n h e i r o s , p a r a o s c o m p r a d o r e s p o d e r e m c o n s t r u i r / e s t r a d a s p a r a t r a n s p o r t e s d e t o r a s , c o n s t r u i r e s t a l e i r o s , p o n t i l h o e s e t c . , u t i I i z a n d o - s e o s c o m p r a d o r e s d a s m a d e i r a s g r a t u i t a m e n t e , n e s e s s e r i a a t a l f i m , o b r i g a m - s e m a i s f a z e r e s t a v e n d a b o a e v a l i o s a p / / s e u s s u c e s s o r e s d i t o s » - A V E R B A Ç 0 E S : N a d a c o n s t a . -
E r a s o a e n t e o q u e s e c o n t i -~ r mm
d a q u a l e x t r a i a p r e s e n t e c e n t i d a o , q u e d o u
f é ,
n h a em d i t a t r a n s c r i c a o , V • A
d a t o e a s s i n o .
C u s t a s .
c 4 1 3 , 9 2 .
0 R E F E R I D O E V E R D A D E E DOU F E . I m b i t u v a , I I d e j a n § _ i d e 1974.
Xi R e g i s t r o .