agosto / 2012 - nº2 debates do ensino mÉdio · ... realizado no 2º bimestre, que levou os alunos...
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agosto / 2012 - nº2
DEBATES DO ENSINO MÉDIO
leia também:
Por uma escola refl exivaEntrevista com António Nóvoa
LABORA - publicação do Colégio Santo AméricoRua Santo Américo, 275 - CEP: 05629-900 - São Paulo / SP
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agosto / 2012 - nº2
3 Ponto de Vista Por uma escola reflexiva Entrevista com António Nóvoa
5 Projetos Pedagógicos Narrativas de enigma: por quê? Profa. Vera Lucia Simoncello
6 Acontece
8 APM – Associação de Pais e Mestres Festa das Mães
9 APM – Associação de Pais e Mestres Festa Junina
10 Em Foco Debates do Ensino Médio 2012
12 Ensino Médio Semana das Profissões 2012
13 5º ano Videoconferência com cientista na Austrália
14 Esporte VI Olisa Teens
15 Viver a Religião Biblioteca solidária
16 Responsabilidade Social Novo núcleo das Obras Sociais
17 AEA – Associação de Ex-alunos Francisco Lopes Neto e o Centro Social Dona Diva
18 Formação Continuada
19 Espaço do Aluno O último pôr do sol Tiago Niemeyer Bergamo dos Santos, 7º Be
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r Em mais uma edição da Revista Labora, o Colégio Santo Américo
tem a oportunidade de apresentar
o trabalho de excelência que vem
realizando e ainda deixar transparecer
sua preocupação em refletir sobre
educação, visando aprimorar cada vez
mais suas práticas pedagógicas.
Nesse sentido, muito nos orgulha a
entrevista com o educador António Nóvoa, reitor da universidade
de Lisboa, que também ministrou palestra no Centro de Estudos
do CSA, o PROSA, em abril. Suas ideias motivam-nos a reafirmar o
papel do colégio em sua busca pela formação de um aluno crítico
e autônomo, que descubra o prazer de aprender a pensar.
Exemplo vivo dessa busca é o excelente projeto Debates do
Ensino Médio, realizado no 2º bimestre, que levou os alunos do
2º ano a conhecerem, desenvolverem e defenderem diversos
pontos de vista sobre sustentabilidade, uma das grandes e
polêmicas questões da atualidade.
Essa e outras iniciativas, estampadas nas páginas deste
Labora, mostram um Santo Américo em movimento contínuo,
procurando realizar, sempre com muito interesse e seriedade, e
fundamentalmente em prol do aluno, sua vocação educacional.
Boa leitura!
Dom André M. Celis, O.S.B.Reitor
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Labora: Hoje, 100 anos após a fundação do Instituto Rousseau, em Genebra, com a Carta da Educação Nova, que estabeleceu os princípios da educação moderna e com ela a necessidade de se dar mais atenção à infância, temos justa-mente o problema contrário: um foco excessivo na criança. Como isso se reflete na educação?António Nóvoa: Dava-se pouca atenção es-pecífica à infância nas sociedades rurais do início do século XX. As populações tinham taxas elevadíssimas de analfabetismo e as crianças eram integradas ao trabalho desde tenra idade. Portanto, era preciso proteger a criança, retirá-la do trabalho infantil e dar-lhe um tempo, o tempo da infância, para que fizesse o seu percurso escolar. Era preciso reconhecer a especificidade própria da criança e explicar que ela não era um “homem em ponto pequeno”. Essa foi, no dizer de Claparède, a revolução copernicana do princípio do século XX, que acabou colocando a criança no centro de tudo. A criança foi sendo objeto de uma atenção desmesurada: na famí-lia, na sociedade, na publicidade, na televisão, no consumo. Agora, muitas vezes, assistimos a uma “infantilização da escola”. No entanto, nunca devemos esquecer que a escola serve para abrir novos mundos à criança e não para fechá-la no mundo infantil.
Labora: Outro problema, no começo do século XX, era a pouca atenção que se dava ao jogo, e por isso instaurou-se o ideal de uma escola ativa. O senhor prega hoje a existência de uma escola reflexiva. Poderia comentar?Nóvoa: A ideia de jogo, de atividade lúdica, era
P O N TO D E V I S TA
Por uma escola reflexiva
entrevista comAntónio Nóvoa
Reitor da Universidade de
Lisboa, doutor em História pela
Universidade Paris IV-Sorbonne e
doutor em Ciências da Educação
pela Universidade de Genebra,
além de consultor para a educação
do Presidente da República de
Portugal de 1996 a 1999 e autor
de cerca de 200 livros e artigos,
António Nóvoa ministrou palestra
no Prosa Professores – Centro de
Estudos do Colégio Santo Américo
– sobre as bases de uma escola
centrada na aprendizagem no
dia 23 de abril. Nesta entrevista
exclusiva à Revista Labora, Nóvoa
discorre sobre esse e outros
assuntos relevantes para uma
reflexão renovada sobre educação
e o papel da escola.
por Simone Greco
muito frágil. A escola era concebida como um lugar em que os alunos consumiam, passiva-mente, um conhecimento que lhes era transmi-tido pelo professor. Nessa época, há cem anos, foi preciso introduzir movimento, atividade, jogo na escola e na vida das crianças. Hoje, a situação mudou radicalmente. As crianças estão permanentemente em situação de jogo e de atividade. Muitas vezes, fazem várias ativida-des ao mesmo tempo: jogo, televisão, internet, celular. Por isso, a pedagogia contemporânea deveria preocupar-se em introduzir momentos de silêncio, de reflexão, de introspecção. Claro que o jogo é muito importante como fator de motivação, mas só nos educamos por meio de um trabalho de reflexão sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre as coisas.
Labora: Da pouca comunicação nossa socie-dade migrou ao polo oposto: um excesso de comunicação e informação. O que a escola deve fazer com isso?Nóvoa: Hoje há um excesso de informação na sociedade. É preciso que a escola faça um trabalho de transformação da informação em conhecimento. Para isso, é necessário promover a capacidade de “aprender a pensar”. O papel da escola é menos a transmissão de informação e mais o estímulo da capacidade para organizar e estruturar o conhecimento. Por outro lado, é preciso aproveitar todas as potencialidades da “sociedade da comunicação” (conectividade, re-des sociais etc.) para promover a aprendizagem, para transformar a comunicação em aprendi-zagem. Esse movimento obriga a compreender
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“... a pedagogia contemporânea deveria preocupar-se em introduzir momentos de silêncio, de reflexão, de introspecção.
Claro que o jogo é muito importante como fator de motivação, mas só nos educamos por meio de um trabalho de reflexão sobre nós
mesmos, sobre os outros e sobre as coisas”
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o outro e a importância da palavra, do diálogo, no processo educativo. Essas questões são de uma enorme complexidade. Infelizmente, por vezes continuamos preocupados com outras questões e não com essas que são centrais para o nosso tempo. A pedagogia tem de estar enraizada nos problemas do presente e na realidade concreta da vida das crianças.
Labora: A escola tem assumido cada vez mais o papel de educar inte-gralmente, tentando dar conta das mais variadas esferas da vida. Em vez disso, o senhor defende um espaço público de educação. Poderia explicar?Nóvoa: Ao longo do século XX, a escola foi assumindo cada vez mais missões. Esta evolução foi necessária para enriquecer o trabalho edu-cativo e para dar às crianças, sobretudo dos meios mais pobres, uma formação que de outro modo não teriam. Mas hoje é preciso pôr um freio nesse delírio que nos faz enviar todos os problemas para dentro das escolas, esperando que os professores consigam resolvê-los. Claro que não conseguem. Chegamos a um momento da nossa história em que é necessário dizer: À escola o que é da escola. À sociedade o que é da socie-dade. Dito de outra maneira, é urgente construir um novo contrato social em torno da educação, reforçando o espaço público da educação, um espaço em que as responsabilidades são partilha-das pela escola, pelas famílias e pela sociedade.
Labora: Um dos pontos centrais de sua palestra foi delimitar o papel da escola basicamente à aprendizagem, aliás con-ceito fundamental em suas reflexões.Nóvoa: Depois de termos falado durante muito tempo da ciência do ensino, e depois da ciência da educação, creio que devemos centrar-nos na ciência da aprendizagem. Como é que os alunos aprendem? Para responder a essa questão, devemos prestar mais atenção a áreas e conhecimentos científicos que se desenvolveram nos últimos anos e têm chamado a atenção para aspectos menos presentes nas nossas reflexões, tais como: a importância das emoções, dos sentimentos, da memória e da consciência para a aprendizagem; a recusa do princípio habitualmente aceito de que se aprende do simples para o complexo e do concreto para o abstrato; a inexistência de linearidade na aprendi-zagem que, muitas vezes, se faz através de caminhos inesperados; a relevância das tecnologias digitais, da navegação, da autoformação, do estudo individual etc. É um mundo novo que está se abrindo diante de nossos olhos e que temos a obrigação de trazer para dentro dos debates sobre educação, para o coração do trabalho escolar e pedagógico. É essa preocupação que nos permitirá concretizar a mais nobre das nossas missões: ensinar os alunos que não querem aprender.
Labora: O senhor mencionou em sua palestra um ponto que tem sido muito discutido nos últimos anos: a questão da autoridade – no caso, especificamente a do professor. Poderia comentar?Nóvoa: Este ano, estamos celebrando o tricentenário do nascimento de Jean-Jacques Rousseau, que escreveu na sua principal obra pedagógi-
ca: “A criança só deve fazer aquilo que quer”. Essa citação serviu para denegrir os educadores, tidos por facilitistas, por cederem à criança, por não serem capazes de impor a sua autoridade. Mas repare-se no que Rousseau escreveu logo em seguida: “Mas a criança deve querer apenas aquilo que vocês (professores) querem que ela queira. A criança não deve dar um passo sem que vocês o tenham previsto. Não deve abrir a boca sem que vocês saibam o que ela vai dizer”. Rousseau queria dizer que a palavra do educador é a primeira palavra, que o educador tem uma responsabilidade que deve cumprir e, para isso, tem de exercer a sua autoridade. Não uma autoridade arbitrária, imposta pela força, mas uma autoridade feita de diálogo e cooperação. No entanto, o paradoxo maior do trabalho pedagógico é que esta autoridade tem de estar, sempre, a serviço da liberdade do aluno. A primeira palavra é do professor, mas a última palavra é do aluno. Nenhum professor se sentiria recompensado se um aluno ficasse aluno para toda a vida e não fosse capaz de se erguer como ser humano livre e autônomo.
Labora: Pensando agora nos pais, como eles podem colaborar para que a escola seja um espaço de aprendizagem?Nóvoa: Há muito tempo se discute esse assunto. Os pais devem ter um papel importante na escola, mais como cida-dãos do que como pais. A expressão é propositadamente provocativa. Agindo como cidadãos devem ter uma palavra a dizer sobre a orientação da escola e o seu funcionamento. Agindo apenas como pais, muitas vezes tendem a assumir um comportamento de “proteção” dos filhos, que nem sempre ajuda a ação dos
professores. Mas, se sairmos da escola e pensarmos no espaço público da educação, então a intervenção dos pais ganha todo o sentido. A edu-cação é muito mais do que a escola. O trabalho educativo é infinitamente mais amplo do que o trabalho escolar. O que está entre a “educação” e a “escola” deve ser primordialmente da responsabilidade das famílias.
Labora: Como o senhor relaciona a frase de Gaston Bachelard, “... é preciso substituir o aborrecimento de viver pela alegria de pensar”, a essa nova escola do século XXI que está por ser inventada?Nóvoa: A frase de Gaston Bachelard é notável. De um modo geral, relacio-namos a alegria com a vida e o aborrecimento com o pensar. Bachelard altera os termos da equação. A vida, no caso da criança o jogo, pode provocar aborrecimento devido à repetição, à ausência de objetivos pelos quais valha a pena lutar. Pelo contrário, o pensamento e a apren-dizagem podem ser motivos de alegria, de motivação, de satisfação por se obterem progressos e aquisições. No caso da escola, a frase pode ser posta em diálogo com essa espantosa proposta de Alain: “Difícil é conduzir as crianças a agradarem-se no fim com aquilo que no princípio não lhes agradava nada”. É um grande ensinamento pedagógico. Temos de introduzir as crianças no mundo (na matemática, na história, na música...), temos de lhes ensinar estas disciplinas que lhes permitem atingir um prazer (um conhecimento) que não teriam atingido se não se tivessem dado ao trabalho de aprendê-las.
“Temos de introduzir as crianças no mundo (na matemática, na história, na música...),
temos de lhes ensinar estas disciplinasque lhes permitem atingir um
prazer (um conhecimento)que não teriam atingido se não se
tivessem dado ao trabalho de aprendê-las”
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P R O J E TO S P E D A G ó GI C O S
As questões relacionadas ao ensino e
aprendizagem de Língua Portuguesa muito
nos têm mobilizado, fazendo com que nós,
professores, leitores e produtores de textos,
busquemos respostas para as nossas inquie-
tações, as quais nos acompanham na rotina
escolar. Como trabalhar a favor de um ensino de
qualidade, considerando o interesse dos alunos,
as novas mídias e a faixa etária? Como propiciar
a aquisição constante de
habilidades e desenvolver
a capacidade de se ler tex-
tos de diferentes graus de
complexidade? Após es-
tudos, práticas e pesqui-
sas, algumas respostas
surgem, como: selecionar
textos interessantes, de-
safiadores; ensinar novos
procedimentos de leitura;
ampliar a cultura circun-
dante; apresentar novos
autores; ler com os alunos;
ajudá-los no processo de
aprendizagem de proce-
dimentos de leitura, a se
tornarem leitores críticos
e se assumirem como autores de seus escritos.
Trabalho árduo, mas gratificante.
Para se produzir bons textos é necessário
um distanciamento da atividade espontânea de
escrita. Implica uma reflexão ativa nas diversas
etapas de produção. Planejamento, elaboração,
revisão, condições de produção, finalidade,
especificidade do gênero, lugar de circulação,
possíveis interlocutores e suporte ou portado-
res de texto. Os papéis dos alunos se alternam.
Inicia-se, assim, o jogo enigmático: aluno-leitor;
aluno-escritor.
Como leitor-escritor, no processo de leitura
e de análise de textos, o aluno precisa ser pers-
picaz e não se deixar enganar pelas artimanhas
que o texto lhe apresenta. Precisa ler e selecio-
nar palavras-chave; eleger as pistas verdadeiras
e eliminar as falsas; levantar e checar hipóteses
a todo o momento; ativar processos perceptivos,
cognitivos e linguísticos; recorrer à memória
ativa e a conhecimentos multidisciplinares;
trabalhar as palavras, as frases e os parágrafos;
construir o jogo enigmático gerador de sentidos.
Tudo isso requer esforço, dedicação, mergulho
no trabalho a fim de desvendar o mistério e de
reconstruí-lo a partir de conhecimentos espe-
cíficos e teóricos, de determinados conteúdos.
Enquanto escritor, o aluno precisa estabe-
lecer etapas para a sua produção: antecipar
a solução para um caso complicado; decidir
quem será o culpado; prever os motivos;
construir e complicar a intriga, com coerência
e método; apresentar, de maneira sutil, indí-
cios que levem ao culpado; dissimular outros
indícios, por meio de astúcias e estratégias;
garantir a duração da investigação e o caráter
enigmático; construir a resolução do enigma;
assegurar o interesse do leitor durante o pro-
cesso de leitura e surpreendê-lo. Nada fácil,
porém instigante e desafiador. Tanto alunos
quanto professores, nesse momento, saem
da zona de conforto, pois é o novo que se apre-
senta e com ele muitas dúvidas e questões.
O leitor-escritor desestabiliza-se, reestrutura
e reorganiza o pensamento. No trabalho com
narrativas, desenvolve-se a estrutura do pen-
samento e, em um trabalho com narrativas
de enigma, propicia-se o desenvolvimento da
organização lógica do pensamento dedutivo,
coerente às condições de produção.
Por acr ed ita r mos
que essa é a forma mais
completa de se trabalhar
em Língua Portuguesa,
por ser contextualizada
e valorizar a reflexão – o
que dizer, como dizer,
para quem dizer, em um
determinado tempo e es-
paço, com reguladores
externos que forçam o
texto a se adequar a um
determinado gênero, a
um léxico específico, a
uma forma com caracte-
rísticas próprias –, e por
assumirmos a posição
do qualitativo sobre o
quantitativo, oferecemos aos estudantes a
oportunidade de reverem e reescreverem
seus textos, a partir de análises que vão além
da correção gramatical e linear, que exigem
um domínio mais profundo do conhecimento
linguístico e literário, da sua trama, tecedura e
intencionalidades.
Certamente, não é mais fácil tratar as ques-
tões da Língua assim, mas o fazemos porque
temos consciência da importância da reflexão,
principalmente na contemporaneidade. Sabe-
mos da sua necessidade para a formação de um
ser humano crítico, político, histórico e social.
Por isso, preocupamo-nos com a dimensão e
amplitude do conhecimento que o nosso aluno
deve ter em Língua Portuguesa.
Narrativas de enigma: por quê?Vera Lucia SimoncelloProfessora de Português do 7º ano
foto: Danilo Pegoraro - CSA
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aconteceaconteceaconteceProjeto Horta OrgânicaDando sequência ao projeto sobre agricultura e
sustentabilidade iniciado em 2011 pelos departamentos
de História, Ciências, Geografia e Educação e Saúde,
no primeiro semestre de 2012 os alunos do 7º ano
vivenciaram as etapas da prática agrícola – semeadura,
manutenção e colheita. Com a orientação do agrônomo
Marcelo Noronha, criaram uma horta orgânica no colégio e
nela plantaram sementes de rabanete e rúcula, mudas de
alface, agrião, rúcula, tomate cereja, manjericão e alecrim.
O encerramento do projeto ocorreu no dia 25 de maio, com
a colheita e degustação dos alimentos produzidos. Confira
as fotos no site do CSA.
Artistas imigrantes no Museu da AbadiaDe 14 de maio a 16 de julho, foi realizada a exposição Artistas Imigrantes, no Museu da
Abadia, localizado no CSA. A mostra reuniu obras de pintores provenientes do Japão,
Alemanha, Itália, Holanda e principalmente Hungria, que se estabeleceram no Brasil ao
longo do século XX. Entre eles, Galileo Emendabili, Tomoo Handa, Maria Bonomi, Béla
Mágori Varga, Bálint Fehérkuti e Dom Marcelo Molinero. Também foram apresentados
objetos relacionados à imigração e um vídeo com depoimentos de imigrantes húngaros,
como os de Eva Piller e do artista Ferenc Kiss. “O objetivo da exposição foi trazer ao
público e aos alunos do CSA a possibilidade de refletirem sobre a contribuição dada pelos
imigrantes para a formação cultural do Brasil”, ressaltou Giselle Peixe, responsável pelo
museu.
Passeio pela cultura espanhola No 1º bimestre, a disciplina de Espanhol desenvolveu com os alunos do 6º ao 9º ano um projeto que buscou retratar a Espanha e
países de língua espanhola por meio de suas manifestações culturais. Os alunos pesquisaram e selecionaram produções de todos
os tempos, como os falares populares, os cancioneiros e a poesia, e no mês de maio gravaram áudios com esse vasto material, já
disponíveis no site do colégio (veja em Destaques – Poesia em Espanhol). Em agosto, no Sarau de Poesia, os alunos também se
apresentarão. “O aprendizado da língua espanhola, falada em tantos países, traz consigo a possibilidade de contato com diferentes
culturas e, portanto, de apropriação de novos conhecimentos”, observou Lia Mara Leite Cerialle, professora e supervisora de Espanhol.
Bálint Fehérkuti, s/ título, s.d.
ProsaNo dia 17 de maio, a educadora argentina Ana Maria Espinoza,
química, professora de Didática do Ensino Fundamental na
Universidade de Buenos Aires e de Pedagogia Universitária na
Universidade de Luján, ministrou palestra no Prosa – Centro
de Estudos do Colégio Santo Américo –, intitulada “Ensinar
a ler em Ciências da Natureza: a formação de estudantes
autônomos”, direcionada a professores da área.
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Festival de DançaIdealizado e coordenado pelo recreacionista Rodrigo Motta, o
IV Festival de Dança subdividiu-se em dois eventos, realizados
durante os intervalos do almoço no auditório da Educação Infantil.
Nos dias 3 e 4 de maio, 19 grupos do 2º e 3º EF, com um total de
66 alunos, apresentaram suas coreografias, recebendo ao final
prêmios de participação. Já nos dias 15, 17 e 18 de maio,
103 alunos do 4º e 5º EF, distribuídos em 20 grupos, concorreram
em dez diferentes categorias, sendo premiados o primeiro e segundo
colocados em cada uma delas. “O objetivo do festival é integrar as
crianças e também estimular sua autonomia e responsabilidade, já
que há data de inscrição, formação de grupos, escolha da música,
ensaios e regras. Os resultados têm sido surpreendentes: os alunos
ajudam uns aos outros, cooperando inclusive com os grupos que
têm alguma dificuldade”, completou Rodrigo.
Fundação CEUDe 25 a 27 de maio, o CSA realizou um estudo do meio com
as turmas do 6º ano na Fundação CEU – Centro de Estudo do
Universo, localizado na cidade de Brotas. Considerado um dos
maiores complexos de ciências do país, ofereceu aos alunos
diversas atividades, como sessão de planetário, projeção de
multimídia sobre geologia e oficina de identificação de rochas,
buscando aprofundar os conteúdos estudados nas aulas de
Ciências, Geografia e Matemática.
Jantar da APMNa noite de 23 de maio, foi realizado o Jantar de Confraternização
da APM. O evento, realizado nas quadras cobertas do colégio, contou
com a presença de 380 pessoas, entre monges, pais, professores,
colaboradores do CSA e integrantes do Movimento Pax. Cristiane e
Marcos Augusto Sutiro, presidentes da atual APM, apresentaram os
diretores da gestão 2012 e 2013; na sequência, o reitor Dom André fez
a apresentação de membros de sua equipe, discorrendo ainda sobre a
parceria entre o colégio e a APM: “A Associação de Pais e Mestres nos
ajuda a manter unida a grande família Santo Américo”.
PETARDe 1º a 3 de junho, o CSA promoveu para as turmas do 8º
ano um estudo do meio no Parque Estadual Turístico do
Alto Ribeira (PETAR), localizado na Serra de Paranapiacaba.
Os alunos visitaram cavernas e participaram de atividades
que complementaram os estudos desenvolvidos
nas aulas de Ciências, Geografia e História. Também
conheceram a comunidade quilombola de Ivaporunduva,
no município de Eldorado. “Foram dias repletos de
descobertas para os alunos que, além dos conteúdos,
desenvolveram noções de cidadania, sustentabilidade
ambiental e de superação dos próprios limites”, observou
o professor Arno Goettems, que acompanhou o grupo.
Tapete de Corpus ChristiO dia de Corpus Christi é comemorado em muitas cidades com
procissões pelas ruas, enfeitadas muitas vezes com motivos
religiosos, que formam um extenso e colorido tapete. Para
comemorar essa festa cristã, o CSA pediu a Vital Dourado que
fizesse um tapete na rampa principal de acesso ao colégio. O
artista plástico utilizou materiais recicláveis, como serragem,
papel e diversos tipos de embalagens.
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A P M – A S S O C I A ç ã O D E PA I S E M E S T R E S
Realizada no dia 19 de maio, a festa ofereceu
apresentação musical e oficinas de culinária e arte
para alunos e mães do maternal ao 5º ano, além de
brunch para todos os presentes. Cristiane Trentin
Sutiro, presidente da APM, responsável pelo evento,
destacou seu aspecto mais importante: “Crianças
e mães puderam juntas vivenciar um momento
especial, estreitando ainda mais e desfrutando
dessa relação tão essencial”.
Festa das
Mães
foto: Cristiano Lima - CSA
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A P M – A S S O C I A ç ã O D E PA I S E M E S T R E S
No dia 16 de junho, aproximadamente 9 mil pessoas comparecem à Festa Junina do Colégio Santo Américo, organizada mais uma vez pela APM. O arraial entusiasmou esse grande número de convidados – superior ao de 2011 – com as tradicionais brincadeiras, comidas típicas e animadas quadrilhas. Como em todos os anos, além de promover a diversão e confraternização da família Santo Américo, a festa teve ainda caráter solidário: parte da renda e as latas de leite arrecadadas foram doadas às Obras Sociais do Mosteiro São Geraldo.“Agradecemos a todos pelo apoio e pela participação, que tornaram essa festa um enorme sucesso!”, enfatizou Cristiane Trentin Sutiro, presidente da APM 2012.
Festa
Juninafotos: Danilo Pegoraro - CSA
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Debatesdo ensino Médio 2012
E M FO C O
Após 20 anos da realização da histórica Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente – a Cúpula da Terra –, a cidade do Rio de Janeiro foi cenário de mais um encontro de lideranças mundiais e um público de milhares de pessoas vindas de diversas partes do mundo. Realizada entre 20 e 22 de junho, a Rio+20 teve como objetivo discutir e aprovar metas e ações que tornem a vida em nosso planeta mais repleta de prosperidade e saúde, garantindo ao mesmo tempo ao meio ambiente a ca-pacidade de atender a nossas necessidades atuais e futuras.
Na conferência de 1992 foram aprova-dos alguns documentos importantes: as Convenções sobre Biodiversidade e Mudanças Climáticas, a Carta da Terra e a Agenda 21. O conceito de sustentabilidade desenvolvido pelo relatório Brundtland (1987), fruto dos debates que se iniciaram na Conferência da ONU para o Meio Am-biente de Estocolmo em 1972, permeou esses documentos, pois afinal as lideranças mundiais entendiam a necessidade de uma mudança no paradigma do crescimento econômico poluidor e consumista, que sustentou o desenvolvimento, principal-
“Enfim, quando falamos do desenvolvimento em termos de libertação, estamos diante de algo mais que uma metáfora. Na realidade, ele passa pela libertação humana com relação à opressão material, o que supõe partilha equitativa dos bens e a
supressão de todos os entraves que impedem seu desabrochar, na busca de uma melhor situação.”Ignacy Sachs
mente das nações ricas, por um modelo ambiental e socialmente mais adequado, que não comprometesse a sobrevivência das futuras gerações e garantisse maior equidade na distribuição de riquezas.
Desde 1995, anualmente são realizadas as Conferências das Partes (COP) sobre mudanças climáticas e emissão de gases. A conferência de 1997 em Kyoto, no Japão, aprovou o Protocolo de Kyoto, docu-mento em que os países se comprometem a reduzir a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global. O principal país emissor, os EUA, não assinou tão impor-tante documento, argumentando que os custos para a sua economia seriam altos demais. Esse fato é bastante emblemático de que as ações para transformar o modelo socioeconômico em um modelo ambien-talmente sustentável dependem de decisões políticas que refletem interesses distintos das nações e dos diversos grupos sociais. É por esse motivo que, apesar de farta documentação, convenções e protocolos de intenções, as ações práticas estão aquém ou até representam um retrocesso em relação ao que foi definido em acordos. Um bom exemplo é o nosso novo Código Florestal,
recentemente aprovado.Diante desse panorama ocorreu a
Rio+20, que contemplou, a partir dos eixos sustentabilidade, economia verde, erradicação da pobreza e nova governança, a aprovação de ações por parte dos Estados e dos representantes da sociedade civil que pudessem resultar em mudanças estru-turais em nossa sociedade, visando uma melhor qualidade de vida e ambiente em um futuro próximo.
É neste contexto que o Colégio Santo Américo aproxima seus jovens dessa conferência, instaurando nos Debates do Ensino Médio, edição 2012, as polêmicas e discussões presentes na Rio+20 por en-tender que educar no século XXI significa possibilitar aos jovens o exercício da curio-sidade intelectual para que se apropriem de conhecimentos que os ajudem a refletir sobre a complexidade e os dilemas que envolvem a saúde e o viver da humanidade neste início de século. E mais: para que se posicionem diante deles a partir de uma nova lógica que emerge da crise de antigos paradigmas, incapazes hoje de possibilitar o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões.
a Conferência Rio+20 no CsaProf. Rui Calaresi
Alunos do 2º ano participaram da segunda edição do projeto, que, inspirado naConferência Rio+20, colocou em discussão o desenvolvimento sustentável
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Conheça melhor o projetoNesta segunda edição de Debates do Ensino Médio, projeto
idealizado e dirigido pelo coordenador pedagógico Miguel Au-gusto de Toledo Arruda, alunos do 2º ano discutiram o futuro da sustentabilidade, representando diversos grupos da sociedade brasileira: Governo Federal; ONGs; comunidades indígenas; comunidades ribeirinhas e quilombolas; comunidades atingidas por barragens; comunidades sem-terra; comunidade acadêmica; indústria; e agropecuária.
Orientados pelos professores Rui Calaresi e Tércio Rigolin (Geografia), Monica Lungov e Raquel Funari (História) e Denise Maiolino (Redação), após pesquisa bibliográfica, assumindo o ponto de vista do setor representado, cada grupo elaborou um trabalho escrito, apresentado posteriormente para os colegas de sua turma. A primeira fase dos debates aconteceu entre grupos de uma mesma classe, sendo dois deles classificados para a final, em que oito equipes representaram diferentes âmbitos sociais. Os vencedores foram escolhidos em função da média calculada com as notas dadas em cada fase do projeto.
Participar do projeto foi um desafio. A proposta é diferenciada, ousada. É interessante discutir ideias sobre a situação do meio ambiente e da população mundial. Assumir as chamadas ‘personagens’ torna o projeto ainda mais interessante, pois você passa a ver a situação de diferentes pontos de vista, e, assim, sai da sua zona de conforto e pode pensar em soluções que integrem toda a sociedade. Foi difícil, trabalhoso, mas valeu a pena. Agora posso olhar para a questão ambiental sob outro ponto de vista, muito diferente de um baseado no senso comum.Victor Rodrigues, IID
Premiação – Realizada no dia 19 de junhoClassificação final
1º lugar: IID1 – Agropecuária / Indústria – Caroline Vlavianos Guillaumon, Giovana Malucelli Campos, Roberta Brito Silva Veridiano Martins e Victor Rodrigues da Silva
2º lugar: IIA1 – ONGs / Comunidade Acadêmica – Caroline Minumoto Kato, Mariana Tiemi Ogushi Carrera, Paula Ribeiro Libório e Victoria Soares de Luna
3º lugar (também melhor trabalho escrito e melhor comunicação oral): IIB1 – Governo Federal / Comunidades atingidas por barragens e comunidades sem-terra – Ana Paula Gondim Amatuzzi, Marilia Biselli Monteiro, Marina Beré Ferraz de Sampaio e Nicole Ortiz Castello
4º lugar: IIC1 – Comunidades ribeirinhas e quilombolas / Comunidades indígenas – Camilla Fernandes Nunes, Léa Camargo Collet, Manoella Modesto Smith de Vasconcellos e Maria Luisa Schwartzman
Confira a classificação geral e outras informações no site do colégio: www.csasp.g12.br/debates.
Debater sobre o tema de um evento como a Rio+20 – desenvolvimento sustentável – é sem dúvida uma grande oportunidade, que transcende o campo acadêmico. Levou-nos a conhecer mais sobre os conceitos envolvidos, a enxergar diferentes pontos de vista e a adquirir uma visão mais humanitária sobre o futuro do mundo. Iniciativas como esta nos estimulam a conhecer os acontecimentos que estão mobilizando a sociedade e nos fazem crer em nosso potencial de atuação frente às questões sociais.Paula Libório, IIA
fotos: Danilo Pegoraro - CSA
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E N S I N O M É D I O
De 5 a 12 de maio foi realizada a Semana das Profissões 2012,
destinada a alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio. Doze profis-
sionais de diferentes áreas – a maiorias pais de alunos e ex-alunos
– vieram ao colégio conversar com os estudantes, transmitindo-
lhes sua vasta experiência e informações sobre suas carreiras.
Por outro lado, o CSA organizou visitas a faculdades – Direto (USP),
Comunicações e Artes (USP), Medicina (USP), ESPM, FGV e Instituto
de Relações Humanas (USP) – e uma oficina de gastronomia.
“O Projeto de Orientação Profissional do CSA inicia-se no 1º ano
do EM com o Projeto de Vida, tem continuidade no 2º ano com os
grupos de orientação profissional, trabalho realizado em parceria
com a Colmeia, e inclui a Semana das Profissões para todos os anos
do EM. Essas ações têm o objetivo de levar o aluno a refletir sobre
sua história, suas aptidões e seu futuro, além de trazer informações
objetivas sobre as diferentes carreiras. Tudo isso para que o jovem
possa esclarecer dúvidas e sentir-se mais seguro para fazer sua
escolha profissional”, observou Miguel Augusto de Toledo Arruda,
coordenador pedagógico do Ensino Médio.
Iniciativa integrante do Projeto de Orientação Profissional do CSAofereceu palestras com 12 profissionais de diferentes áreas, visitas afaculdades e oficina
Semana das Profissões 2012
Depoimento de palestrantes“Trata-se de um momento difícil para os estudantes dessa faixa etária, que têm aquela ansiedade e vontade de acertar na escolha da profissão de imediato. Às vezes isso não acontece. O importante é que esses jo-vens tenham calma, não querendo ser o que os outros querem que eles sejam, mas sempre buscando aquilo de que realmente gostam. Também é fundamental que escolham sempre a melhor faculdade para estudar.” Edgar Corona / Empreendedorismo – Ex-aluno do CSA
“Ao longo dos meus 25 anos de carreira, tenho tido uma experiência muito valiosa. Realizar algo em favor da sociedade é muito gratifican-te. Por isso recomendo aos alunos que pensem seriamente no futuro que irão construir, que escolham uma carreira de que gostem, que traga realização profissional, pessoal e financeira e os faça feliz.” Felipe Locke Cavalcanti / Direito / Procurador de Justiça – Ex-aluno do CSA
fotos: Danilo Pegoraro - CSA
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5 º A N O
Alunos do 5º ano conversaramm via skype com cientista brasileiro que desenvolve pesquisas em Sydney
Videoconferência com cientista na austrália
foto
: Dan
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egor
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- CSA
Com o objetivo de despertar ainda mais o interesse pelo conhecimento científico em
seus alunos e prepará-los para a Feira de Ciências que será realizada no 2º semestre deste
ano letivo, a professora Regina Bitelli organizou uma videoconferência com um cientista
de verdade. Eric Cavalcanti, brasileiro que desde 2004 desenvolve pesquisas sobre física
quântica na Austrália, atualmente na Universidade de Sydney, conectou-se via skype com as
turmas do 5º ano no dia 30 de maio para responder a perguntas a respeito de sua profissão.
“Adorei conversar com os alunos do Santo Américo. Foi diferente, não só por ter sido a
escola da minha priminha Carol, mas também por ter sido a primeira vez com uma escola
do Brasil (e via videoconferência!). Fiquei muito feliz com a recepção que tive – os alunos
foram muito atenciosos – e espero que essa conversa tenha ajudado a esclarecer as ques-
tões levantadas e, quem sabe, tenha sido uma oportunidade para as crianças refletirem
sobre o valor de cultivar a curiosidade e a busca da verdade, valores importantes não só
para um cientista, mas para todos”, comentou Eric após o bate-papo, realizado no auditório
principal do colégio.
Para a professora Regina, o diálogo com o físico foi importante como complemento das
aulas de Ciências, que visam incentivar o gosto pela descoberta e pelo trabalho científico:
“A grande lição dessa experiência foi mostrar aos alunos, por meio do exemplo de vida do
Eric e de outros físicos que ele apresentou, que quando nos envolvemos no desafio e prazer
da ciência adquirimos autonomia e nos sentimos ainda mais motivados na busca de mais
informações e conhecimento”.
Após a videoconferência, os alunos, mais do que interessados, registraram em seus
“diários de bordo” o que aprenderam sobre o método científico e já iniciaram suas pesquisas
sobre o tema escolhido para a Feira de Ciências.
Depoimentos de alunos
“Gostei muito da palestra do Eric, um físico
que gosta muito de ler livros de física e que
também gosta muito de aprender coisas no-
vas. Com suas pesquisas, ele pode ter liber-
dade e também conhecer o mundo inteiro.”
Rodrigo Assaf, 5º A
“Adoramos conversar pelo skype com um cien-
tista. Aprendemos que é preciso ser curioso e
que não temos de acreditar em tudo que uma
pessoa fala só porque ela é famosa. É preci-
so querer saber mais para ser um cientista.”
Carol Campbell e Isabella Basile, 5º A
“Gostei de saber que o Eric é muito curioso e adora
trabalhar com átomos. Ganhou uma bolsa de es-
tudos e foi trabalhar na Austrália. Gosta bastante
de Ciências, mas não acredita em tudo que dizem,
mesmo que sejam cientistas como Steven Hawking,
David Deutsch e Charles Bennett, pois quem manda
no mundo é a natureza e as respostas estão lá.”
Pedro Carderelli, 5º A
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E S P O R T E
Resultados
Classificação geral1º lugar – Equipe Budapeste – 6º EF
2º lugar – Equipe Eger – 7º EF
3º lugar – Equipe Miskolc – 8º EF
Pontos vitais1º lugar – Equipe Budapeste – 6º EF(que também ficou em 1º lugar na classificação geral)
2º lugar – Equipe Pannonhalma e Equipe Sopron – 9º EF
3º lugar – Equipe Veszprém – 6º EF
Evento esportivo promove o aprendizado de valores
VI OLIsa teeNs
De 23 a 27 de abril foi realizada a VI Olisa Teens – Olimpíada do Colégio
Santo Américo para alunos do 6º ao 9º ano do EF.
Como em edições anteriores, os jogos foram disputados entre quatro
equipes do mesmo ano, formadas por alunos de diferentes classes, me-
diante sorteio, para possibilitar uma maior integração.
Uma vez mais, o grande diferencial da Olisa foram os chamados “pontos
vitais” – atitudes como respeito pelo adversário e cooperação com colegas
foram avaliadas e receberam pontuação.
“Essa olimpíada mobiliza muito os alunos, porque além de se divertirem
realizando atividades esportivas e lúdicas, eles têm a oportunidade de
ampliar seu universo de convívio social, fazendo novos amigos”, observou
Gedeon Piller, coordenador do departamento de Educação Física.
fotos: Danilo Pegoraro - CSA
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V I V E R A R E LI GI ã O
Alunos do 3º EF arrecadam 758 livros para o Espaço Infantil Cáritas João Paulo II
Ao longo do 1º semestre, alunos do 3º ano do EF organizaram e parti-
ciparam de uma campanha de arrecadação de livros que envolveu todas
as turmas do EF1 – do 2º ao 5º ano. O objetivo foi criar uma biblioteca no
Espaço Infantil Cáritas João Paulo II, fundado por pais de ex-alunos do CSA,
que abriga cerca de 60 crianças entre 6 e 10 anos do Jardim Monte Kemel.
O resultado da iniciativa surpreendeu. “Foram arrecadados 758 livros,
muito mais do que esperávamos. O envolvimento dos alunos foi admirável”,
observou a professora de Ensino Religioso Marina Brancher, que idealizou
e coordenou a campanha.
Além de arrecadar os livros junto aos colegas, os alunos do 3º ano
confeccionaram tapetes de lycra, fizeram desenhos em tecidos que se
transformaram em almofadas e pintaram caixas de madeira para fazer as
estantes. No começo de junho, levaram todos esses itens para as crianças
do Espaço Cáritas, que ganharam assim sua biblioteca.
A aluna Julia Leme gostou da experiência: “Eu adorei ajudar a fazer a
biblioteca”. Irene Villegas também aprovou a iniciativa: “Acho muito legal
quando eu ajudo as pessoas e elas ficam felizes”.
Regina Tocci Di Giuseppe, diretora ético-religiosa do CSA, explicou que
a campanha integra o Projeto Bentinho, desenvolvido com alunos do ma-
ternal ao 5º ano: “Nessa ação específica, quisemos reforçar valores como
a solidariedade, a partilha e a fraternidade, fundamentais para a formação
de futuros cidadãos atuantes e preocupados com o bem-estar dos demais”.
fotos: Arquivo CSA
Biblioteca solidáriaRe
prod
ução
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R E S P O N S A B I LI D A D E S O C I A L
Novo núcleo das Obras Sociais
No dia 11 de abril, com a presença de membros do Instituto Solidare-
Conscientização, monges da Abadia São Geraldo, diretores das Obras
Sociais e do Colégio Santo Américo, foi lançada a pedra fundamental do
Centro Social Dona Diva, localizado na Vila Andrade, bairro próximo ao CSA.
O projeto foi idealizado e será financiado pelo Instituto Solidare-Cons-
cientização – fundado por ex-alunos do Santo Américo –, cuja missão é
realizar obras de caráter social em regiões de baixa renda, comprando terre-
nos e avaliando as necessidades das comunidades ali presentes, passando
posteriormente a gestão para entidades assistenciais especializadas.
Por conhecer a experiência bem-sucedida do Mosteiro São Geraldo
com suas Obras Sociais, que atuam desde 1964 e beneficiam anualmen-
te cerca de 20 mil pessoas em suas seis unidades de atendimento, o
instituto convidou-o a tornar-se seu parceiro nessa iniciativa, implan-
tando e administrando as atividades do centro social.
O objetivo da criação do Centro Social Dona Diva é dar suporte aos
moradores das comunidades de Paraisópolis e Peinha – um total de
aproximadamente 21 mil famílias –, disponibilizando um centro de
educação infantil destinado ao atendimento de 115 crianças de zero a
3 anos e 11 meses e um centro socioeducativo com capacidade para
atender a 150 crianças e jovens de 6 a 12 anos em cada período, ofere-
cendo atividades no contraturno escolar.
Para Elizabeth Elias, superintendente das Obras Sociais do Mosteiro
São Geraldo, a parceria com o Instituto Solidare-Conscientização é extre-
mamente positiva: “Com a implantação desse novo espaço, poderemos
ampliar a nossa atuação, acolhendo e contribuindo com a educação de
crianças e jovens que residem nessa região, cujo número de serviços
socioeducativos oferecidos é insuficiente frente à demanda e necessi-
dades da população local, composta por famílias de baixa renda”.
O Centro Social Dona Diva será uma obra de 1.700 m² de área cons-
truída, cujo projeto é da arquiteta Maria Angela Lopes.
Instituto Solidare-Conscientização, de ex-alunos do CSA, estabelece parceria comMosteiro São Geraldo para implantação de creche e centro socioeducativo
“Se os jovens do
colégio acreditarem que
eles também serão
capazes de, no futuro,
fazer uma ação de caridade,
o efeito disso poderá ser
maior que a própria obra”
Francisco Lopes Neto
Dom Paulo e os fundadores do Instituto Solidare-Conscientização, Marcos, Francisco,Maria Eliza, Sonia e Angela, no dia do lançamento da pedra fundamental do Centro Social Dona DivaPerspectiva ilustrativa
foto: Eliseu GusmãoReprodução
foto: Eliseu Gusmão
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Francisco Lopes Neto e o Centro social Dona Diva
Ex-aluno do CSA relembra os velhos tempos de escola e fala sobre a criação de centro social que contará com gestão das Obras Sociais do Mosteiro São Geraldo
AEA: Como foram seus anos de estudante no CSA?
Francisco Lopes Neto: Entrei no Santo Américo
na 5ª série e fiquei até me formar. Naquela épo-
ca, somente meninos estudavam no colégio;
nós entrávamos às 8h e saíamos às 17h; ou
seja, não era nada fácil. Nem preciso dizer que
reclamava para os meus pais. Até que surgiu
meu envolvimento com os esportes. O CSA era
um tradicional participante das olimpíadas
estudantis e eu comecei a me esforçar ao
máximo para fazer parte da seleção do colégio,
pois os alunos que integravam as seleções
eram liberados de algumas aulas para treinar.
E de quantos mais times eu participasse, de
mais aulas eu conseguiria ser liberado. Foi aí
que surgiu uma grande amizade com o prof.
Moacir, de Educação Física, que veio depois a
ser diretor, além da relação com outros mestres
com os quais tenho contato até hoje, como o
Genésio e o Tostão. Mas uma coisa sempre foi
marcante na minha vida no colégio: os colegas e
a grande união que existia entre nós. Hoje, trago
na memória grandes lembranças dessa fase e o
colégio ocupa um lugar especial no meu coração.
AEA: A formação recebida no CSA foi importante?
Francisco: Foi importantíssima. O colégio me
colocou em todas as faculdades que eu prestei
– fiz cinco vestibulares, de Mauá a USP. Aprendi
matemática e falo para todos os jovens que,
qualquer que seja a profissão que venham a
escolher, devem aprender matemática – isso
vai ser importantíssimo durante a vida toda.
Tive também excelentes professores de por-
tuguês, que me ensinaram a escrever direito e
também me despertaram o gosto pela leitura.
No campo pessoal, posso dizer que aprendi a
me virar. Como ficávamos muitas horas no co-
légio, tínhamos de socializar e procurar passar
aquele tempo da melhor maneira possível. Não
tinha professor, nem pai, nem mãe para passar
a mão na cabeça. Era meio que cada um por si,
o que no final foi ótimo.
AEA: Como se sentiu vindo recentemente ao CSA
para fazer uma palestra para os atuais alunos
na Semana das Profissões?
Francisco: Foi uma sensação ótima a de voltar
ao meu querido colégio e ao mesmo tempo ver
uma turma tão bem preparada. Os jovens de hoje
são muito mais precoces e estão muito mais por
dentro das coisas. O interesse demonstrado e as
perguntas que eles fizeram, de um nível muito
bom, são uma prova disso.
AEA: Em abril, foi lançada a pedra fundamental
do Centro Social Dona Diva, uma realização da
família Lopes por meio do Instituto Solidare-
Conscientização. Poderia falar sobre o projeto?
(Matéria a respeito na pág. 16, ao lado.)
Francisco: Trata-se de uma obra assistencial para
cerca de 300 crianças. Estamos fazendo tudo com
recursos próprios, do terreno ao último equipa-
mento. Penso que é uma questão de consciên-
cia. Caridade é consciência. É ter a compreensão
de que você precisa ajudar, fazer alguma coisa
por aqueles que têm muito menos que você. Gra-
ças a Deus um dia meus pais me colocaram em
um excelente colégio, eu pude fazer faculdade,
tive a chance de estudar fora, fui trabalhar, me
esforcei muito, desenvolvi alguns negócios e,
em uma determinada fase da minha vida, minha
consciência me mandou olhar para o próximo. Aí
surgiram algumas obras assistenciais e o Centro
Dona Diva é a quarta obra que fazemos – aliás, o
maior desafio de todos, face ao seu tamanho. E
pensamos em convidar o Mosteiro São Geraldo
para tomar conta desse projeto após a análise
de duas ONGs especializadas em desenvolvi-
mento de programas educacionais na região do
Morumbi, o CENPEC e o AVISA LÁ, que concluíram
que o Mosteiro era a instituição mais indicada
para fazer a gestão do Centro depois de pronto.
E foi uma grata satisfação, pois foi justamente
o lugar em que estudei. Procurei o professor
Moacir, o Abade Dom Paulo e a equipe das Obras
Sociais e todos nos receberam muitíssimo bem.
Apresentamos o projeto, o Mosteiro estudou e
aceitou nosso convite. Mas, além da obra em
si, acho que o Centro Dona Diva pode significar
uma mensagem bacana para muitos jovens do
colégio – a de que um ex-aluno que um dia se
sentou no mesmo banco de escola, se formou,
trabalhou, conseguiu juntar alguns recursos e
resolveu retornar uma parte à sociedade, aos
mais necessitados, contando com a ajuda do
Mosteiro do próprio Colégio em que ele estudou.
Se os jovens do colégio acreditarem que eles
também serão capazes de, no futuro, fazer uma
ação de caridade, o efeito disso poderá ser maior
que a própria obra.
A E A - A S S O C I A ç ã O D E E x - A L u N O S
foto: Eliseu Gusmão
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FO R M A ç ã O C O N T I N u A D A
Formação de professoresCom o objetivo de manter o corpo docente do colégio sempre atualizado e em permanente processo de aperfeiçoamento, oSanto Américo propicia, continuamente, palestras e cursos a seus professores. Confira os eventos do 2º bimestre de 2012.
PALESTRASEnsinar a ler em Ciências da Natureza: a formação de estudantes autônomosPalestrante: Ana Maria EspinozaParticipantes: Professores de Ciências da Natureza de todos os segmentosData: 17 de maio – Local: Prosa / CSA
As Ciências da Natureza e a Matemática aprendidas na escola básica e a construção de competênciasPalestrante: Luis Carlos de MenezesParticipantes: Professores de Ciências da Natureza e de Matemática de todos os segmentosData: 28 de maio – Local: Prosa / CSA
CuRSOSConviver e aprender na Educação Infantil: uma questão desafiadoraParticipante: Márcia David de SouzaData: 13 de março a 22 de maio – Local: Colégio Vera Cruz
Arte na escolaParticipante: Danilo AnzaiData: 14 de abril – Local: Escola da Vila
Avaliando o dia a dia na Educação Infantil: crianças e propostas – para que mesmo?Participante: Silvia Mihok FuertesData: 14 de abril – Local: Escola da Vila
Situações de escrita no dia a diaParticipante: Regiane Camargo Roveri PestanaData: 28 de junho – Local: Escola da Vila
ENCONTRO1º Encontro Paulista da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional – ABRAPEEParticipantes: Cristina Maria de Oliveira Magalhães, Katia Steffen Brianti e Monica Hermini de CamargoData: 28 a 30 de junho – Local: Mackenzie
ICLOCProfessores do Colégio Santo Américo apresentaram-se no ICLOC – IV Congresso de Práticas na Sala de Aula, no dia 26 de maio, no Colégio Dante Alighieri. Confira!
• Elementar, meu caro Watson: venha ver o pôr do sol – Leitura e produção de contos de enigma do EF2 Profa. Vera Lúcia Simoncello• Estratégias de leitura e de pesquisa no ensino de História Profa. Raquel dos Santos Funari• A globalização em Espanhol Profas. Lia Mara Leite Cerialle e Karin Câmara Garzon• Cordel em sala de aula Profa. Sheila Ibiapino Spadafora• Rimas Profas. Carolina Chagas Kondratiuk e Veruska Natali Lolla • Cantos que encantam Profas. Gabriella Tocci Di Giuseppe e Ana Claudia Gorgulho Figueiredo• Detetives da Natureza Profa. Regiane Camargo Pestana• O caminho para a convivência com diferentes e iguais Gabor Radocza
Lançamento de livro de professor
No dia 19 de maio, aconteceu o lançamento do livro O príncipe do Egito – um filme e suas leituras em sala de aula, de Raquel dos Santos Funari, professora e supervisora de História do CSA, pela Annablume Editora, com apoio da Unicamp. A obra é resultado da sua tese de Doutorado, defendida no Programa de Pós-graduação em História da Universidade Estadual de Campinas.
CSA na Conferência da Universidade de Cambridge
No dia 26 de maio, na Universidade Mackenzie, Elenice Lobo, diretora pedagógica do CSA, representou a escola na Conferência Internacional para Colégios 2012, organizada pela Universidade de Cambridge / ESOL Examinations, com a palestra “Linguagens diferentes, práticas comuns”.
CONGRESSOSCongresso Educar/EducadorParticipantes: Márcia David de Souza, Regiane Camargo Roveri Pestana e Tathiana Mazzieri LeiteData: 19 de maio – Local: Expo Imigrantes
IV Congresso de práticas na sala de aula – ICLOCParticipantes: André Luiz Arid, Liamara Montagner Salamani, Marcello Fuitem, Márcia David de Souza, Regina Célia Tocci Di Giuseppe, Roberta Estellita Cavalcanti Pessoa, Silvia Mihok Fuertes e Tathiana Mazzieri LeiteData: 26 de maio – Local: Colégio Dante Alighieri
V Congresso Internacional - Conexão RCE – Metodologia e AprendizagemParticipantes: Elaine Conceição Marquezini, Elenice Lobo e José Ruy LozanoData: 29 de junho a 1º de julhoLocal: Centro de Eventos e Convenções de Brasília
Ix Congresso Brasileiro de Psicopedagogia – ABPPI Simpósio Internacional de Neurociências, Saúde Mental e Educação – CEPPParticipantes: Cristina Maria de Oliveira Magalhães, Isis Testa Galindo,Katia Steffen Brianti e Monica Hermini de CamargoData: 5 a 8 de julho – Local: UNIP
SEMINÁRIOConversas ao pé da páginaParticipantes: Glaucia Barcena Albertonie Sofia Diniz Junqueira BuenoData: 2 e 3 de maio, 14 e 15 de junho – Local: SESC Pinheiros
CONFERÊNCIAConferência Internacional para Colégios 2012 / university of Cambridge – ESOL ExaminationsParticipantes: Alessandra Noronha do Nascimento,Ana Hillebrecht Nicolas, Marcia Pugliesi Teixeira eMonica Hermini de CamargoData: 26 de maio – Local: Universidade Mackenzie
entrelinhasE
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Fui visitar meu amigo Sherlock Holmes e encontrei-o em uma interessante conversa com a srta. Júlia. Ele insistiu para que eu entrasse, pois o ajudaria a desvendar o tão complicado caso da irmã de Júlia.
− Srta. Júlia, por favor, recomece a contar o caso e não deixe nenhum detalhe para trás. − Como estava contando, meu nome é Júlia e sou irmã de Raquel. Nós somos muito próximas e sabemos o que ocorre na
vida uma da outra. Já faz dias que não a vejo. Tentei encontrá-la no seu trabalho, conversei com seus vizinhos, com o porteiro do prédio onde mora, inclusive com seu atual namorado, James. Ele mesmo se mostrou muito preocupado com o sumiço de Raquel e foi dar queixa à policia. É um rapaz charmoso, alto e de boa aparência. É muito esforçado e trabalha até tarde todos os dias. O resultado de toda sua dedicação é que tem acumulado grande riqueza e segue um estilo de vida bastante sofisticado. Em função de sua alta posição na sociedade, minha irmã ficou apaixonada por ele e largou seu antigo namorado, Ricardo. Ouvi dizer que o atual namorado prometeu-lhe uma viagem ao Oriente, caso os dois decidissem se casar. Ela sempre foi muito namoradeira, mas, desde que está com James, se tornou uma companheira fiel e faz qualquer coisa para agradá-lo. O único defeito dele é ser muito ciumento e gostar de saber onde minha irmã está o tempo todo.
Sherlock estivera até então calado e de olhos fechados. Acendeu seu cachimbo, deu uma boa baforada e olhou para a preocupada moça a sua frente.
− Como é o antigo namorado de Raquel?− Ricardo vem da classe média, é jovem, esguio e magro, de cabelos crescidos. Tem uma personalidade estranha. Minha irmã
achava que, às vezes, ele parecia meio tantã. De uma hora para outra sua fisionomia mudava, de um ar inexperiente e desatento passava a ter expressão séria e sua face ficava cheia de rugas. Minha irmã ficava em dúvida sobre o que se passava pela sua cabeça, parecia algo maligno. Ele sempre a convida para um último encontro. Imagine só?! A última notícia sua é que ele falou qualquer coisa a respeito de um lugar chamado Cemitério Green.
− Cemitério Green! − exclamou Holmes. Por coincidência é justamente onde tenho alguns amigos enterrados. Vamos para lá.Júlia avisou James para ele encontrá-la naquele cemitério à tarde. Explicou-lhe que havia contratado um maravilhoso detetive,
Sherlock Holmes, para solucionar o desaparecimento de Raquel.Quando nós chegamos, o cemitério estava tranquilo e vazio. As folhas secas voavam no chão com o leve soprar do vento.
James chegou um pouco depois. Sherlock lhe perguntou se sabia o que tinha acontecido com Raquel. Ele tentava disfarçar o sentimento de responsabilidade pela morte dela e ao mesmo tempo seu rancor.
Sherlock mantinha-se ocupado com a investigação do caso. Eu, com toda minha experiência e por acompanhar tantos mistérios do meu amigo, sabia que ele não deixaria aquele lugar, tão afastado, sem encontrar alguma pista. Conversou com as crianças da rua em frente ao cemitério e pediu que todos nós o aguardássemos do lado de fora. Saindo de lá, avisou-me que precisaríamos ir à casa do ex-namorado. A srta. Júlia e o sr. James foram dispensados.
Ricardo morava em uma pensão muito simples e logo que nos viu tomou um grande susto, percebendo que seria interrogado. Sua face calma e jovial transformou-se numa expressão astuta e severa. Sempre desconfiado, meu amigo investigou toda a pensão. Por mais que Ricardo afirmasse que nada seria encontrado lá, Sherlock insistiu em subir até seu quarto, reparando que por cima de todos os móveis estavam espalhadas marcas de mãos, com cor de ferrugem, misturadas com terra. Isso nos indicou que alguém já tinha ido ao cemitério. Ao ir embora, Sherlock perguntou-lhe quando tinha sido a última vez que havia estado em um cemitério e ele hesitou na resposta, sem saber o que dizer.
− Sherlock, quem é o assassino? − perguntei-lhe ao dobrarmos a esquina.− Meu caro Watson, eu deduzi que a personalidade implicante, ciumenta, frustrada e de querer saber sempre onde Raquel
está me colocaria na pista falsa. Ricardo é o culpado, pois por ter sido abandonado por Raquel ficou com sede de vingança e de-cidiu que a mataria. Vamos às pistas: primeiro, havia marcas de sapatos femininos no chão de terra; segundo, rastros nas folhas secas trituradas sobre os pedregulhos; terceiro, a fechadura nova; quarto, marcas de mãos nas grades de uma porta interna da capelinha e, por último, uma das gavetas recentemente mexida poderiam me levar a qualquer assassino. Porém, as pistas na pensão onde Ricardo mora esclareceram tudo.
− Mas não havia nenhum corpo ali! − exclamei.− O corpo está escondido em um dos gavetões da capelinha.− Você é um benfeitor da raça humana!− Bem, talvez algumas coisas que eu faça tenham uma pequena serventia.
O último pôr do solTiago Niemeyer Bergamo dos Santos, 7º ano B
Nas aulas de redação do 2º bimestre, os alunos do 7º ano desenvolveram narrativas
de enigma, dentro do projeto “Venha ver o pôr do sol, meu caro Watson” (veja artigo
da profa. Vera Simoncello na página 5). O texto aqui publicado é um dos excelentes
resultados desse trabalho. Confira!
Já foi concluída a
cobertura das quadras
do maternal, da educação
infantil e de basquete
do EF2 e EM.
Esses aprimoramentos
na infraestrutura do
CSA, além do Laboratório
de Ciências do EF1,
são resultados do
investimento das APMs
2008, 2009 e 2010.
O objetivo é melhorar
cada vez mais o dia a da
dos alunos dentro
da escola.
Colégio Santo AméricoCobertura das quadras esportivas
Colégio Santo AméricoRua Santo Américo, 275 - MorumbiCEP: 05629-900 - São Paulo / SPTel.: (11) 4084-1888Fax: (11) [email protected]
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sti -
CSA
Quadra do maternal