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Revista Agir Nº2

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�Uma Universidade moderna tem que estar inserida na busca de soluções para os problemas de sua região e contribuir para a superação dos desafios nacionais, ao mesmo tempo em que se mantêm alerta para os movimentos de vanguarda em um mundo globalizado. Dentro desta perspectiva, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação passou a se chamar, a partir de 2009, de Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e Inovação (Proppi) não para fins cosméticos, mas como marco da inclusão das atividades de inovação na agenda da UFF de forma institucional e definitiva. Como desdobramento imediato, a AGIR foi criada com a missão de propor a política institucional de inovação, bem como planejar, supervisionar, induzir, estimular e apoiar as ações de inovação da UFF. É bastante claro que o Brasil precisa avançar em muitas frentes para que a Inovação se torne um processo inserido em nossa rotina como país. Em particular, precisamos tornar ágil o funcionamento da chamada Tripla Hélice (Governo, Academia e Empresas) e eliminar a insegurança jurídica que permeia este ambiente. Mas não podemos simplesmente aguardar e a UFF decidiu ser pró-ativa e assumir nossa responsabilidade. A AGIR estabeleceu um plano com duas frentes de ação: 1) promover a discussão do tema no seio da comunidade no sentido de provocar uma mudança cultural para que a Inovação se tornasse parte da agenda de todos e 2) construir as condições necessárias para que ações concretas fossem implementadas. Hoje, menos de dois anos e meio após a criação da AGIR matemos o trabalho de mudança de cultura, mas já temos a compreensão e entusiasmo de grande parte da comunidade acadêmica de que inovação tem múltiplas faces, desde o desenvolvimento de tecnologias de ponta de interesse da indústria, passando pela inovação social, quando a academia responde com soluções para as necessidades identificadas pela própria sociedade, chegando ao aperfeiçoamento inovador dos modelos de gestão da educação e da saúde. Portanto, a frente de ação 1 da AGIR está plenamente atingida e em evolução. Quanto a frente 2 estamos ampliando a estrutura interna da AGIR com pessoal e recursos

EDITORIAL

financeiros e profissionalizando o atendimento à comunidade. Como resultado, aumentou o número de patentes depositadas através do nosso Escritório de Transferência do Conhecimento (ETCO), cresceram as propostas de contratos de transferência tecnológica, foram ampliadas as parcerias institucionais com empresas públicas e privadas entre outros indicadores de crescimento da atividade de Inovação. Tudo isto sem perder a perspectiva de que as ações necessárias à transformação cultural precisa ser contínua, ampliada e renovada. Neste contexto, realizamos o “II Ciclo de Seminários sobre Inovação” com o objetivo de capilarizar as ações para o interior do Estado do Rio de Janeiro através da rede de campus fora de sede da UFF contribuindo assim, para o desenvolvimento regional participativo e inovador. O extrato deste evento encontra-se neste segundo número da Revista Agir UFF. No conjunto das atividades, estamos convictos de que trilhamos o caminho certo, fazendo nossa parte, mudando paradigmas, nos preparando para o futuro e contribuindo para um Brasil inovador.

Antonio Claudio Lucas da Nóbrega Pró-Reitor de Pesquisa Pós-Graduação e Inovação

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foto Fabiana

EDITORIAL

É notório que a geração de tecnologia e inovação no país ainda está muito aquém

do potencial apresentado pela ge-ração de Ciência. Considerando os indicadores de publicação e pa-tente, que podem não ser os mais adequados para atestar o avanço tecnológico de uma nação, o co-nhecimento produzido no país não vem sendo traduzido em novas tecnologias e mais amplamente em desenvolvimento econômico e social, como desejável. No Livro Azul da 4ª Confe-rência Nacional de Ciência, Tec-nologia e Inovação para o Desen-volvimento Sustentável (2010) apresenta-se a seguinte refl exão: “Há consenso de que, apesar dos imensos avanços na produção de ciência e tecnologia no País no âmbito acadêmico, a atividade inovadora exige, por parte de go-vernos e de empresas, um salto em termos de quantidade e qualidade, incorporando uma visão sistêmica do processo de inovação”. Nesta conferência conclui-se sobre uma série de recomendações que têm

por objetivo mudar este contexto. Relacionadas ao desenvolvimen-to nacional a partir do estímulo à inovação, podem-se destacar as seguintes recomendações: (1) tra-tar a inovação como estratégica, tanto nas empresas como na aca-demia e no governo; (2) fomentar um maior protagonismo privado no processo de inovação; (3) am-pliar os investimentos públicos e estimular os investimentos de empresas em P&D; (4) estimu-lar estados e municípios a criar condições locais favoráveis para inovação; (5) criar ambientes de inovação, atuando em rede, com destaque para os Parques Cientí-fi cos e Tecnológicos; (6) fomentar o desenvolvimento de empresas inovadoras nascentes por meio de pré-incubadoras, incubadoras e parques tecnológicos; (7) pre-parar as empresas e o País para um ambiente de competição glo-bal crescente, por meio de apoio e incentivos dos atores públicos e privados; (8) incrementar os mecanismos de apoio a inovação nas pequenas e médias empresas, fomentando programas de exten-sionismo tecnológico; (9) reexa-minar a Lei de Inovação quanto à segurança jurídica e as contradi-ções legais existentes; (10) revisar e expandir a Lei da Inovação, de

modo a: contemplar as tecnolo-gias sociais; facilitar o ingresso no mercado dos produtos e serviços derivados dos benefícios concedi-dos no contexto da lei (Fonte: Li-vro Azul – 4a CNTI – disponível em: http://www.cgee.org.br/publi-cacoes/livroazul.php). Observa-se que a inovação é considerada como um “dos fa-tores decisivos para o desenvolvi-mento econômico e social de uma nação”. Neste contexto, a acade-mia brasileira tem atualmente um conjunto de desafi os de grande magnitude a enfrentar, relativos à transferência e aplicação comer-cial do conhecimento nela produ-zido. Cabe-lhe, entre suas funções precípuas, a produção bem como a difusão do conhecimento capaz de gerar riqueza e bem estar social e a busca de alternativas de desen-volvimento e fi nanciamento da pesquisa realizada em suas depen-dências por seus servidores e cola-boradores. Ou seja, a universidade não pode se furtar a responder a este desafi o, não devendo restrin-gir seu escopo de atuação à for-mação de pessoas e produção de ciência. Existe um passo além, que implica em recursos huma-nos bem formados que possam produzir ciência visando também sua aplicação direta na sociedade,

Agir em ação:fortalecendo um ambiente para inovação na UFF

Por Fabiana Leta

Fabiana Leta é diretora da Agência de Inovação, professora associada do Departamento de Engenharia Mecânica.

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através da inovação, do desenvol-vimento de novos produtos, meto-dologias e processos. A Universidade Federal Flu-minense vem passando por um processo de crescimento signifi ca-tivo nos últimos anos, observável no aumento de sua infra-estrutura física e do seu corpo docente, dis-cente e técnico-administrativo. Destaca-se a melhoria da qualida-de de seus cursos e sua inserção cada vez maior nos municípios onde atua, através de atividades de ensino, pesquisa e extensão. Todo este crescimento ocorre em uma universidade com uma riqueza de competências e com variadas formas de pensar e atuar. Ao se planejar ações que visem o desen-volvimento de nossa instituição, deve-se considerar esta realida-de, respeitando-se as diferenças, fortalecendo-se as competências e estimulando-se o nascimento e crescimento de novas possibilida-

des de atuação. O ambiente de di-versidade ao invés de um desafi o passa a ser uma oportunidade de construção de novos modelos.

Percebendo-se este ambien-te e diante do contexto nacional e mundial, cria-se, em 2009, a Agência de Inovação da Univer-sidade Federal Fluminense (Agir), com uma perspectiva de agregar competências diversas, buscando estimular a transformação do co-nhecimento científi co estabeleci-do em nossa universidade em so-luções inovadoras para as deman-das da sociedade. Tradicional-mente no Brasil, a partir da Lei da Inovação, as agências de inovação se constituíram como núcleos de inovação tecnológica, sem consi-derar as denominadas tecnologias sociais e outras formas de reali-zar a inovação. Para disseminar a importância de pensar a inovação sob uma ótica multidisciplinar, a Agir adota a estratégia de discus-

são de temas universais de forma não segmentada. Busca ainda a disseminação da cultura da inova-ção em todas as áreas acadêmicas, através de programas de estímulo à inovação. Ou seja, todo planeja-mento da Agir, desde sua concep-ção visa fortalecer um ambiente propício ao desenvolvimento de pesquisas que gerem inovações, através de ações de:

• Articulação do sistema de inovação científi ca e tec-nológica da universidade, visando à difusão e pro-moção dos conhecimentos produzidos para o meio externo.

• Popularização e apropria-ção pela sociedade desses conhecimentos, qualifi -cando o debate sobre a importância da Ciência, Tecnologia e Inovação no mundo contemporâneo.

• Estímulo ao aumento de investimentos privados em P,D&I por meio da identifi cação de ofertas e demandas.

Para tanto, além de atividades de difusão e formação, relativas a seminários, cursos, programas de bolsas acadêmicas, cabe destacar a realização de um mapeamento de laboratório e núcleos de pesquisa da universidade. Este levantamen-to teve por objetivo mapear as possibilidades da universidade em atender às demandas de empresas e da sociedade como um todo. O resultado originou um catálogo e um sistema de consulta online dis-ponível no portal da Agir (http://www.proppi.uff.br/portalagir/), no qual o usuário pode realizar buscas por áreas, laboratórios, projetos e serviços disponíveis na universidade, etc. Este meio bus-ca facilitar e estimular a sinergia universidade-sociedade.

Assim a “Agir em ação” vem trabalhando no sentido de fortale-cer um ambiente para que a inova-ção passe a ser reconhecida como uma das missões relevantes da universidade, atendendo ao mo-mento atual do Brasil e do mundo, transformando nossa capacidade em realizações aplicadas para a nossa sociedade.

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iniciou o “II Ciclo de Seminários sobre Inovação”, apoiado pelo CNPq (CTVERDE AMARELO / Edital MCT/SETEC/CNPq nº 13/2009 - PRÓ-INOVA), expandindo o escopo através da realização de atividades nos diversos campi da UFF, em Niterói e nos Polos Universitários do interior do Estado do Rio de Janeiro. O principal objetivo foi buscar fortalecer a política da inovação, não apenas na região onde a UFF está sediada, mas também, e principalmente nas regiões do interior do Estado do Rio de Janeiro, aproveitando a estrutura acadêmica que a universidade dispõe em diversas cidades no estado. Assim, as ações buscaram a construção e facilitação de um modelo de desenvolvimento regional que contemple às demandas locais, considerando as três vertentes da hélice tríplice, universidade, indústria e governo.

Assim, além de ações realizadas na sede da universidade, que consistiram em uma série de seminários e atividades envolvendo alunos, professores e convidados externos, a Agir realizou seminários em quatro municípios, aproveitando a estrutura acadêmica que a universidade dispõe em

A Agência de Inovação promoveu, no ano de 2009, o “I Ciclo de Seminário sobre Inovação:

Oportunidades e Desafi os”, como ação estratégica de mobilização da comunidade, visando criar uma cultura acadêmica voltada a soluções inovadoras para os grandes desafi os locais e nacionais. O projeto teve como premissa dinamizar as áreas de excelência da universidade, através de uma sistemática estruturante que tornasse possível levar à sociedade o conhecimento gerado no âmbito dos laboratórios e grupos multidisciplinares de pesquisa da Universidade, considerando a ótica da Inovação. O Ciclo foi idealizado considerando a missão da Agir, de promover a gestão da Inovação da UFF, principalmente no que se refere ao estímulo de desenvolvimento de pesquisas inovadoras, à proteção e à transferência dos ativos intelectuais da comunidade acadêmica, atendendo às demandas dos diversos segmentos da sociedade, estabelecendo parcerias e participando proativamente das discussões geradas nos cenários local, regional e nacional.

O sucesso desta atividade motivou sua continuidade e, em 2010, a Agência de Inovação

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Esquema Metodológicodos Seminários

O II Ciclo de Seminários envol-veu um conjunto de ações estra-tégicas de difusão, estímulo e formação da cultura da inovação propulsora do crescimento sus-tentável do país

Rio das Ostras, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda e Santo Antônio de Pádua. A proposta foi disseminar a cultura da inovação através destes pólos.

Fruto do I Ciclo de Seminários sobre Inovação, quando grupos temáticos discutiram questões de biotecnologia e saúde, dentre outros, surge uma relevante parceria da UFF com o Instituto Vital Brazil e Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, que culminou na criação do Parque Tecnológico da Vida em Niterói. Fortalecendo esta ação, foi realizado em novembro o Seminário de Biotecnologia, como parte deste II Ciclo.

Diante das discussões que vêm ocorrendo em diversos eventos relacionados à inovação, tais como a 4ª. CNCTI e o III Fórum de Gestores de Inovação (FORTEC), tornou-se fundamental ampliar os temas a serem tratados neste Ciclo de Seminários. A proposta foi então ampliada, incluindo uma discussão mais profunda sobre a terceira missão da universidade, buscando fortalecer a aproximação dos demais setores (governo e empresas) na busca de soluções inovadoras que visem ao desenvolvimento local,

regional e nacional. No Seminário A Inovação e as Missões da Universidade, algumas das áreas temáticas trabalhadas ao longo dos dois Ciclos na universidade foram debatidas com empresários e representantes do governo com o objetivo de estreitar as relações entre os três setores e principalmente ampliar a refl exão do meio acadêmico a respeito da missão inovação.

O que esperar deste segundo número da Revista Agir UFF

No segundo número da Revista Agir UFF apresenta-se uma coletânea de todas as atividades realizadas ao longo do II Ciclo de Seminários sobre Inovação, no período de setembro de 2010 a dezembro de 2011.

Muitas pessoas participaram deste ciclo e deixaram contribuições valiosas, que desejamos compartilhar através desta revista. Procuramos apresentar um resumo de todas as atividades e eventos organizados neste período e esperamos que os resultados sejam apreciados pelos leitores. Boa leitura!

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SNCTSemana Nacionalde Ciência e Tecnologia

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Tenda da Inovação na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação 2010

Prêmio InovaUFF, Chá Inovador e Mostra de Inovação

Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada de 17 a 23 de outubro de 2010, foi montada na Escola de Engenharia, Campus Praia Vermelha, a Tenda da Inovação. A Agir realizou atividades que tinham como foco a Inovação e estimulava a interação do público com as atividades. Na Ofi cina 3 “I”: Ideia/Invenção/Inovação, as crianças puderam montar seu próprio óculos 3D. Dentre as outras atividades podemos destacar:

• Comemoração do Dia da Inovação;• Ofi cina 3 “I”: Idéia/Invenção/Inovação: Filme 3D (Laboratório MídiaLab), Telescópio (Instituto de Físi-ca), Automação (Escola de Engenharia – Programa de Educação Tutorial em Engenharia Mecânica), Skate (Escola de Engenharia – Programa de Educação Tutorial em Engenharia Mecânica), Motores (Escola de Engenharia – Programa de Educação Tutorial em Engenharia Mecânica), Fármacos com Atividade Antivi-ral (Instituto de Biologia). • Lançamento da Revista AGIR UFF ano I.• Lançamento da Cartilha sobre plágio acadêmico, criada pela Comissão para Avaliação de Autoria (Insti-tuto de Arte e Comunicação Social).

SNCT 2010: Ciência para o Desenvolvimento Sustentável

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Outra atividade da Agir na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi a Mostra de Inovação. Os projetos dos progra-mas de Iniciação à Inovação, PIBITI e PIBInova, fi caram ex-postos no saguão da Escola de Engenharia. Os alunos bolsistas puderam interagir e apresentar seus projetos para uma banca avaliadora que analisou o potencial de inovação de cada pro-jeto.

Em comemoração ao Dia da Inovação, que é celebrado no dia 19 de outubro a Agência de Inovação homenageou os in-ventores da Universidade Federal Fluminense com uma ceri-mônia de menção honrosa. Após a homenagem, foi realizado o Chá Inovador que contou com a presença de funcionários, alunos, professores e convidados de outras instituições.

•Desafi o Inovação - 2010 – realizado pelo Programa de Edu-cação Tutorial do Curso de Engenharia Mecânica (Escola de Engenharia – Programa de Educação Tutorial em Engenharia Mecânica)•Amostra de Protótipos de Tecnologia Assistiva – Tecnologia para Pessoas Especiais (Instituto de Física).•PHUN: Tecnologia Inovando a Educação (Escola de Engenha-ria – Programa de Educação Tutorial em Engenharia Mecâni-ca).•Obtenção de Combustíveis Alternativos (óleo, carvão e gás) a partir de Resíduos Orgânicos (Instituto de Química).•Biólogos da UFF em Ação (Instituto de Biologia) •Sentindo o Mundo (Instituto de Biologia)•Tenda de Origami Interativo (Faculdade de Educação)•Mostra de jogos (Instituto de Computação)•Ofi cina (des)informática (Instituto de Computação)•Socorro ao meio ambiente (Instituto de Computação)•InterAGIR (Instituto de Computação)•Faculdade de Administração e Ciências Contábeis em Mirace-ma: Transformação da Cidade de Miracema em Polo Univer-sitário•PURO: Apresentação do Instituto de Ciência e Tecnologia em Niterói•Conhecendo a paisagem de Jurujuba, Niterói através de ma-quetes (Instituto de Geociências)•Ofi cina de Cartografi a para crianças (Instituto de Geociên-cias)

MOSTRA DE INOVAÇÃO >>>>>

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Tenda da Inovação - Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação 2011

Desafi o Inovação – PibiquinhoAbordagem: Atividade Biológica (inibição do DNA) de produtos isolados de algas marinhas. Coordenadoras da atividade: Fabiana Rodrigues Leta – Tutora do PET-MEC e Diretora da Agência de Ino-vação; Izabel Christina de Palmer Paixão – Coordenadora do Programa de Pré-Iniciação Científi ca da PROPPI-COLUNI/PIBIQUINHO; Iduína Edite Montalverne Braun Chaves - Diretora do colégio Universitário Geraldo Reis.

O Desafi o Inovação (DI) – PIBIQUINHO 2011 é uma atividade integrada à Semana Nacional de Ciência e Tec-nologia da UFF. O DI é uma atividade desenvolvida e organizada pelo grupo PET-MEC (Programa de Educação Tutorial de Engenharia Mecânica), idealizada em 2008, encontrando-se na sua quarta edição neste ano. O DI - PIBIQUINHO considera a adaptação desta metodologia, desenvolvida inicialmente para alunos de graduação em Engenharia, para adequar à formação de alunos do Ensino Fundamental que participam do Programa de Pré-Iniciação Científi ca da PROPPI-COLUNI/PIBIQUINHO. O DI - PIBIQUINHO 2011, em sua primeira edição, foi organizado pelo grupo PET-MEC (Programa de Educação Tutorial de Engenharia Mecânica) e pela coordena-ção do Programa de Pré-Iniciação Científi ca da PROPPI-COLUNI/PIBIQUINHO. Seguindo o modelo que vem sendo desenvolvido pelo Desafi o Inovação PET-MEC, teve como proposta estimular a criatividade, o raciocínio e o trabalho em equipe através de um desafi o proposto aos participantes. A participação do DI - PIBIQUINHO 2011 foi aberta a bolsistas do Programa de Pré-Iniciação Científi ca da PROPPI-COLUNI/PIBIQUINHO e promovido pelos alunos do Laboratório de Virologia Molecular. Avaliação: a avaliação dos resultados da atividade foi feita por uma comissão composta pelas coordenadoras da atividade, pelos alunos do grupo PET-MEC e pelos bolsistas do Laboratório de Virologia Molecular da UFF, por professores da UFF indicados pelos coordenadores.

SNCT 2011: Mudanças Climáti cas, Desastres Naturais e Prevenção de Riscos

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Abordagem: Construção de protótipo físico e modelagem de protótipo computacional com PHUN.Coordenadoras da atividade: Fabiana Rodrigues Leta – Tutora do PET-MEC e Diretora da Agência de Inovação; Izabel Christina de Palmer Paixão – Coordenadora do Programa de Pré-Iniciação Científi ca da PROPPI-COLUNI/PIBIQUINHO; Márcia Pimenta Velloso - Co-Tutora do PET-MECBolsistas PET-MEC: Humberto Demolinari e Bernard BarbosaO Desafi o Inovação (DI) – Ensino Médio 2011 é uma atividade integrada à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFF. O DI é uma atividade desenvolvida e organizada pelo grupo PET-MEC (Programa de Educação Tutorial de Engenharia Mecânica), idealizada em 2008, encontrando-se na sua quarta edição neste ano. O DI - Ensino Médio considera a adaptação desta metodologia, desenvolvida inicialmente para alunos de graduação em Engenharia, para adequar à formação de alunos do Ensino Médio que participam do Programa Institucional de Iniciação Científi ca no Ensino Médio do CNPq-2010. O Desafi o tem como objetivo estimular o pensamento crítico, a criatividade, a solução de problemas e o trabalho em equipe. Além de provocar nos estudantes o desejo pelo trabalho científi co e o aprendizado fora da sala de aula.Foram propostos dois desafi os. O primeiro consistiu na construção de um barco a vela que deveria transportar óleo sem derramar. O segundo desafi o consistiu no uso de um programa gráfi co de computador gratuito visando disseminar conceitos de Física e Engenharia através de simulações do cotidiano. Os alunos do PET-MEC ministraram palestras prévias envolvendo conceitos de Física, questões ambientais e o uso do programa de computador para equalizar o conhecimento dos alunos participantes.

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Abordagem: RobóticaCoordenadora da atividade: Fabiana Rodrigues Leta – Tutora do PET-MEC e Diretora da Agência de Inovação; Márcia Pimenta Velloso - Co-Tutora do PET-MEC

O Desafi o Inovação 2011 foi uma atividade integrada à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFF. O DI 2011, em sua quarta edição, foi organizado pelo PET-MEC (Programa de Educação Tutorial de Engenharia Mecânica) e teve a proposta de estimular a criatividade, o raciocínio e o trabalho em equipe através de um desafi o proposto aos participantes. A participação do DI 2011 foi aberta a todos os alunos dos cursos de Engenharia da UFF. O DI 2011 funcionou da seguinte forma: no dia do desafi o foi passada às equipes, previamente inscritas, a proposta de criação de um robô que deveria realizar um percurso com obstáculos. Para desenvolverem a proposta de criação, as equipes receberam um kit composto por uma série de materiais, ferramentas e instrumentos. Utili-zando apenas estes itens projetaram e construíram os robôs da competição. Avaliação: a avaliação dos resultados da atividade foi feita por uma comissão composta pelas coordenadoras da atividade, pelos bolsistas do PET-MEC/UFF, por professores da UFF indicados pelas coordenadoras.

Desafi o Inovação Ensino Médio

Desafi o Inovação - 2011

Avaliação: a avaliação dos resulta-dos da atividade foi feita por uma comissão composta pelas coorde-nadoras da atividade, pelos bolsis-tas do PET-MEC da Universidade, por professoras da UFF indicados pelos coordenadores. Cada tema teve uma comissão específi ca.

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Agenda

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I SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO À INOVAÇÃO 2011 17 e 18 de outubro

A Agência de Inovação promoveu o I Seminário de Iniciação à Inovação, que teve como objetivo a apresentação de resultados e premiação dos melhores trabalhos dos bolsistas dos projetos contem-plados nos programas PIBInova/PDI/UFF - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Inova-

ção e PIBITI/CNPq/UFF - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, durante a Agenda Acadêmica 2011. Forma de Apresentação: pôsteres.

Número de Projetos PIBITI:

35Número de Projetos

PIBInova:

41Total de Projetos:

76+ =A Avaliação teve 2 fases:

Comitê institucional de inovação: seleção dos 10 melhores projetos PIBITI e 10 PIBInova.1ª:Comitê externo: foram selecionados para premiação os 3 melhores de cada programa (1º, 2º e 3º lugares).2ª:

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Curso

Curso: “Como se preparar para apresentar projetos para a FINEP e União Européia”

O evento foi promovido nos dias 2 e 3 de setembro de 2010 pela Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia de Niterói em par-ceria com a Agência de Inovação da UFF e patrocinado pelo CON-SECTI (Conselho Nacional de Se-cretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inova-ção), pelo Fórum de Secretários Municipais de Ciência e Tecnolo-gia, pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, pela FINEP (Financiadora de Estudos e Pro-jetos) e EU (União Européia). O curso teve como objetivo preparar técnicos e acadêmicos envolvidos com projetos para apresentar pro-

postas de projetos a fi m de concor-rer aos recursos da Financiadora de Estudos e Projetos FINEP e ao Programa FP7 – Sétimo Programa Quadro da União Européia EU, que é um programa que apóia e fi nancia várias pesquisas interna-cionais, inclusive do Brasil, além de promover um intercâmbio en-tre pesquisadores e instituições do Brasil e da Europa.

Para a seleção dos inscritos a AGIR obedeceu aos seguintes critérios: os inscritos deverão ter o compromisso de atuarem como agentes multiplicadores do conte-údo; compromisso com atividades de inovação; perspectiva de pres-

tar consultoria, fornecendo apoio à elaboração de propostas para este tipo de edital.

Tais critérios serão analisados considerando o engajamento dos proponentes na agenda de inova-ção da UFF.

CURSO FINEP

No dia 02 de setembro de 2010, Alexandre Cabral apresentou os seguintes temas: Conceito de Ino-vação, Organização da ação ino-vadora - Captação de recursos, Elaboração de Projetos e Instru-mentos FINEP para o fi nancia-mento da ação inovadora.

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Conceito de InovaçãoInovação seu conceito e extensão, a Ação inovadora e cultura de inovação. Marco legal da Inovação: A “introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambien-te produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços.” (Lei 10.973/04)

Falando para empresas, Inovação é a exploração com sucesso de novas ideias, obtidas a partir de conhecimentos das mais diversas fontes, resultando em mais e melhores notas fi scais.

Falando para ICTs, Inovação é o desenvolvimento de perguntas capazes de gerar no-vas idéias próprias, ou o desenvolvimento de respostas capazes de resolver gargalos e agregar “não-trivialidades” a novas ideias alheias, ou o desenvolvimento de serviços capazes de viabilizar a transformação de novas ideias (próprias ou alheias) em produtos e serviços, ou ainda a formação de pessoas capazes de atuar em ambientes inovadores.

2

Organização da ação inovadora - Captação de recursos

Destacou-se a importância DE PENSAR EM GESTÃO DA INOVAÇÃO

Um projeto não deve nascer como fruto de uma oferta de recursos, mas inserido num plano de inovação.

Captar bem normalmente signifi ca captar em mais de uma fonte de recursos

Plano de InovaçãoCultura de ProjetosEstratégia de Captação

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Elaboração de Projetos

Quem?

Conjunto de partícipes (executores, gestores, fornecedores e fi naciado-res), formando um conjun-to coerente em relação às demandas do projeto ou empreendimento

- responsáveis pelas atividades de pesquisa, desenvolvimento e serviços técnicos- responsáveis pelo gerenciamento e controles físicos e fi nanceiros- responsáveis pelo aporte de recursos fi nan-ceiros e não fi nanceiros (homem-hora, hora-máquina, insumos, etc.) ao projeto

O quê?

Inovação pretendida ou modelo de negócios a ser ofertado

- a que problema eu respondo?- como eu respondo a este problema?- quem me compra?- quem concorre comigo?- qual a minha estratégia competitiva?- que estratégia tecnológica (caso haja) está associada à minha estartpegia competitiva?

Como?

Aspectos metodológicos e gerenciais de implementa-ção do projeto ou empre-endimento

- elementos mínimos para o início- mecanis-mos de governança- metodologia de acompanhamento- pontos críticos e soluções de contingência- apropriação de resultados

Quando?

Cronograma físico - etapas- entregáveis parciais

Quanto?

Orçamento demandado e aportes a serem ofereci-dos

-despesas de custeio- despesas de capital- estratégia de captação

Para quê?

Impactos esperados - impactos econômicos- impactos científi cos- impactos tecnológicos- impactos ambientais- impactos sociais

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4Instrumentos FINEP para o financiamento da ação inovadora

Fundos Setoriais, Apoio a ICTs, Cooperação ICTs-Empresas, Apoio a Empresas Recursos.

Site FINEP : http://www.fi nep.gov.br/

B.Bice - O Programa FP7 da União Européia Ana Carolina Maranhão – Dia 03 de setembro de 2010

Os Programas-Quadro (Fra-mework Programmes) são o prin-cipal instrumento de fi nanciamen-to utilizado pela União Européia para apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento. É proposto pela Comissão Européia e adota-do pelo Conselho e Parlamento Europeu, seguindo um procedi-mento de co-decisão.

O 7º Programa-Quadro (Seven-th Framework Programme – FP7) é a versão atual de uma série de Programas-Quadro promovidos pela União Européia desde 1984. Até o momento, os Programas tinham a duração de cinco anos, mas no FP7 a duração aumentou para sete anos, de 2007 a 2013. Além disso, o FP7 passou por alterações signifi cativas, como a simplifi cação do funcionamento. O FP6, versão anterior do Pro-grama, foi concluído no fi nal de 2006.

O FP7 é uma ferramenta essen-cial para dar resposta às necessi-dades de emprego e competitivi-dade na Europa e também manter a liderança em uma economia glo-bal do conhecimento.

National Contact Points - NCPs

Os NCPs são estruturas nacio-nais indicadas, estabelecidas e fi -nanciadas pelos próprios Gover-nos Nacionais. Os objetivos dos NCPs são:

• Informar e dar assistência aos pesquisadores que estão pro-pondo projetos aos Programas Quadro da Comissão Européia (FPs)

• Assegurar transparência e igualdade no acesso a esses Programas

• Contribuir para a implemen-tação dos Programas Quadro (atualmente ao FP7)

Princípios básicos:

Os NCPs podem assumir dife-rentes tipos de estruturas:

• Redes muito ou pouco centra-lizadas

• Distintos atores como univer-

sidades, ministérios, centros de pesquisa, organizações não governamentais, empre-sas de consultoria ou empre-sas privadas

D e v e m t e r c a p a c i d a d e d e a s segura r :

• Competências nas diferentes áreas temáticas dos FPs

• Atuação nas diferentes priori-dades temáticas dos FPs

Tarefas recomendadas para o sis-tema NCP

• Informar para aumentar a sen-sibilização sobre os FPs

• Aconselhar, assistir e treinar• Propiciar retorno à Comissão

Européia

Site BBice:http://www.bbice.unb.br/

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Ana Carolina Maranhão – Dia 03 de setembro de 2010

Palestra

Palestra com Henry Etzkowitz do MIT and

Regional Development

No dia 22 de setembro o professor Henry Etzkowitz, da Universida-de de Stanford, nos Estados Uni-dos, ministrou a palestra “Palestra Driving or Driven? Stanford, MIT and Regional Development”.

O ponto principal enfocado na palestra é que existem diferentes trajetórias de desenvolvimento econômico e social com base no conhecimento, a partir de “zonas cinzentas” , resultantes de um de-senvolvimento industrial anterior normalmente em fase de declínio e a partir de “zonas verdes”, sem nenhuma história prévia de de-senvolvimento. Boston e o MIT e Stanford e Silicon Valley foram oferecidos como contrastantes es-tudos de caso.

“Driving

or Driven?”

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A Agência de Inovação em parce-ria com o Núcleo de Estudos, Co-nhecimento e Trabalho, realizou a Palestra Universidade Empre-endedora, Inovação e Desenvol-vimento Regional no auditório da Escola de Engenharia. A palestra foi ministrada pelo Professor Hen-ry Etzkowitz da Stanford Univer-sity e teve tradução simultânea.

17/10/2011

Universidade Empreende-dora, Inovação e

Desenvolvimento Regional

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Workshops

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Tecnologia social como inovação estratégica no caminho para o

desenvolvimento

Workshop em Inovação - Inovação Social – dia 23 de setembro de 2010

Por Pedro Cláudio Cunca Bocayuva (Doutor em Planejamento Urbano e Regional e Professor do Instituto de Relações Internacionais-IRI/PUC-Rio)

Na práxis dos humanos te-mos diferentes formas de constituição dos saberes

e dos fazeres, que se relacionam conforme as distâncias e as moda-lidades do percurso organizacio-nal defi nido pela divisão social do trabalho e, conforme as potências produtivas materiais, nas suas con-dições e modalidades simbólicas e jurídicas. Falar de tecnologia no sentido amplo é falar de relações de organização do poder humano de gerar suas instituições, falar de tecnologia no sentido estrito é fa-lar dos processos e produtos, das formas de inovação e criatividade, dos saberes e das suas aplicações para obtenção de determinados fi ns, que podem ser vistos na du-pla acepção de objetos e sentidos que se entrelaçam conforme os parâmetros de avaliação e julga-mento que o pensamento humano lhes confere.

Na América Latina o debate sobre a autogestão, a tecnologia social e o desenvolvimento local se articula em resposta aos pro-blemas do desenvolvimento desi-gual. O paradigma emergente de novas “ecologias produtivas” ou de economia popular e solidária se manifesta no desenho de po-líticas alternativas. A gestão so-cial e o desenvolvimento humano

sustentável partem do plano da organização de políticas públi-cas, de programas e projetos de montagem de dispositivos, meios e instrumentos de cooperação pro-dutiva que visam atuar no plano da construção de alternativas de produção contra-hegemônicas.

A noção de tecnologia social construída como expressão práti-ca que articula forças sociais, ins-titucionais, intelectuais e morais dispostas a modifi car os modos de fabricação do mundo. Romper com os padrões hegemônicos da reprodução social pela desigual-dade ampliada coloca a resolução dos problemas individuais e cole-tivos no centro da produção de co-nhecimentos, uma nova ecologia dos saberes, uma nova estratégia de gestão e produção de conheci-mentos. As políticas nacionais de ciência e tecnologia, as políticas ativas de desenvolvimento e as dinâmicas e interações de políti-cas de integração devem levar em conta essa busca de referenciais para uma transição de modelo de desenvolvimento. O que supõe mudanças nas prioridades esta-belecidas no âmbito do Estado e de suas políticas e nas opções da Universidade e dos Centros de Pesquisa.

A transição paradigmática está

situada no tempo e no espaço dos confl itos nascidos da necessidade e da escassez e da magnitude de meios disponíveis, no contexto de crise da globalização fi nanceiri-zada e da revolução tecnológica e informacional. Para gerar novos saberes e novas práticas a tecnolo-gia social aparece como um campo de experimentação, como a forma atual de um esboço de crítica aos modos de aplicação e desenho dos saberes e práticas tecnológicas convencionais. O programa da tecnologia social para o desenvol-vimento alternativo busca romper com o determinismo economicis-ta que orienta o funcionamento dos modos de implementação da ciência, com seus programas de pesquisa voltados para uma con-cretização subordinada aos modos dominantes no terreno da produ-ção e do consumo.

Pensar o referencial organiza-tivo dos processos de produção na sua relação com as formas de organização do Estado e das polí-ticas públicas tem sido objeto de inúmeras redes de conhecimento, o que pode ser observado atra-vés dos mais diversos portais e sites na internet. O programa de pesquisa centrado na luta contra as desigualdades sócio-espaciais deve partir de uma visão do de-

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senvolvimento qualifi cada pela noção de tecnologia social, o que permitirá identifi car os avanços teóricos e práticos que envolvem a orientação para o aprofundamento de uma nova agenda para o desen-volvimento humano sustentável.

A tecnologia social remete a uma crítica aos processos de esco-lha e aos dispositivos que defi nem as políticas de ensino, pesquisa e extensão, assim como, aos modos de implementação de processos e produtos presididos pela suposta escolha racional do capital e dos agentes privados. Mas o coração desse embate não remete aos mo-dos de divisão social dos atribu-tos, saberes, meios, ferramentas com suas delimitações que qua-lifi cam ou desqualifi cam as posi-ções sociais das classes, grupos e pessoas? A forma de organização do trabalho não seria também

Workshop em Inovação – Parques Tecnológicos - dia 30 de setembro de 2010

Parques Tecnológicos: Estratégias e Planejamento

DESIREE ZOUAIN, Profa. Dra. Núcleo de Política e Gestão Tecnológica – Universidade de São Paulo

Desiree Zouain explicou que o conceito de Parque Tecnológico é amplo e

envolve ações sistematizadas de apoio e incentivo ao desenvol-vimento e à inovação tecnológi-ca para empresas. Ela iniciou a palestra descrevendo um Parque Científi co, que é uma organização gerida por profi ssionais especiali-zados, cujo objetivo fundamental é incrementar a riqueza de sua co-

munidade promovendo a cultura da inovação e da competitividade das empresas e instituições gera-doras de conhecimento instaladas no parque ou associadas a ele. Um Parque Científi co estimula e gera o fl uxo de conhecimento e tec-nologia entre universidades, ins-tituições de pesquisa, empresas e mercados, promove a criação e o crescimento de empresas inova-doras mediante mecanismos de

incubação e de “spin-off”, e pro-porciona outros serviços de valor agregado assim como espaço e instalações de alta qualidade. A evolução do movimento

mundial dos Parques Tecnológi-cos se dá de acordo com a con-fl uência de alguns fatores, como o crescimento dos movimentos para o desenvolvimento susten-tável sócio-ambiental, o acesso à informação e ao conhecimento e

ela uma tecnologia de poder que se relaciona com a materialida-de objetivada e a subjetivação de meios, processos e produtos que defi nem as relações básicas de autonomia e heteronomia frente ao comando das forças produtivas técnicas? As formas tecnológicas exigem papéis e comportamentos sociais que, como racionalizações de linguagem e práticas possuem dimensão social e cultural, cujo funcionamento articula a tecno-esfera com a psicoesfera que defi -nem as características dos modos de produção e reprodução econô-mico-social próprios da natureza construída e transformada que é o mundo vivido.

Uma mudança no modelo de desenvolvimento, uma superação ativa dos modos capitalistas de produção e apropriação do exce-dente depende de uma transição

e ruptura no paradigma organiza-tivo do trabalho, que envolve as relações sociais e técnicas de pro-dução como divisão social perma-nente e desigualdade que desqua-lifi ca a força social produtiva que pode nascer do trabalho autônomo associado na forma do empreendi-mento cooperativo, no singular de uma forma institucional e no plu-ral de uma difusão no conjunto do tecido econômico-social. Trata-se de uma aposta que se apóia na crí-tica da tecnologia articulada com a luta pela construção de uma nova dinâmica de mobilização coope-rativa horizontal e solidária, com base na autogestão e com base na célula da cooperativa reconstruída conforme as progressões, conquis-tas e avanços das classes populares na rearticulação entre economia e política pela autogestão.

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o fenômeno da globalização, que for-mam uma espécie de “economia do conhecimento”. Nesse sentido, faz-se necessária uma nova visão para os em-preendimentos Parques Tecnológicos, que o utilizem como instrumentos de políticas públicas com infra-estrutura diferenciada (competências, persona-lidade jurídica, estratégias bem estru-turadas e condizentes com as necessi-dades das sociedades locais/regionais; promotores da inovação e do empre-endedorismo); como fornecedores/ar-ticuladores de serviços especializados; e como fomentadores de desafi os para as entidades de ensino e pesquisa.

Aspectos Positivos

São impulsionadores de uma maior consciência social e coletiva sobre a importância dos papéis da tecnologia e da inovação.

A contrapartida do apoio público aos parques é de uma frequente e excessiva “dependência” política - cer-ceamento da liberdade de gestão com critérios empre-sariais.

Aspectos Negativos

Criaram e aperfeiçoaram, juntamente com as incu-badoras, uma série de me-todologias para a criação de novas empresas.

Adotaram e desenvolve-ram o conceito de trabalho em rede (e pela globaliza-ção).

Contribuíram para a intro-dução da cultura de quali-dade na gestão global das empresas.

A vinculação prática e real com as universidades é, em muitos casos, menor do que o desejável e, inclusive, in-sufi ciente.

Com frequência se detecta um excessivo peso do as-pecto “imobiliário”.

Pequena presença de inicia-tivas de capital semente e de capital de risco vinculados ao projeto do parque e as suas empresas.

A Prof. Dra. Desiree Zouain apresentou o conceito de Parque Tecnológico >>>

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Workshop em Inovação – Parques Tecnológicos - dia 30 de setembro de 2010

O Ambiente da Pesquisa e a Inovação da UFMG 2010

Prof. RUBÉN DARIO SINISTERRA, Presidente do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia – FORTEC; Universidade Federal de Minas Gerais

Rubén Sinisterra iniciou a palestra explicando que o conceito de proprieda-

de intelectual (PI) relaciona-se a bens intangíveis ou imateriais, ou seja, a toda criação do intelecto, o que compreende capital huma-no, capital organizacional, know-how, patentes, marcas, indicações geográfi cas, direitos autorais e conhecimentos tradicionais, entre outros. Se a Universidade, por um lado, é o local privilegiado de ge-ração e difusão do conhecimento, por outro, ela precisa lidar com mecanismos de proteção desse co-nhecimento, que, intrinsecamente, trazem o conceito de monopólio.

O Brasil apresenta característi-cas peculiares em relação a evolu-ção do manejo da propriedade inte-lectual e de inovação. Ao contrário do que ocorre em alguns países, as Universidades brasileiras, quando comparadas ao setor industrial , lideram a produção de patentes. Nos Estados Unidos, as Univer-sidades são responsáveis por 3% das patentes e as empresas, 97%. Essa situação exige um papel mais proativo das empresas nacionais, como produtoras de conhecimento tecnológico, no sentido de incor-porar recursos humanos da mais alta qualidade, egressos da Uni-

versidade brasileira. Por sua vez, cabe à Universidade a formação continuada de recursos humanos, a proteção do conhecimento por ela gerado, a busca de uma forma mais efi ciente de transferência de tecnologia e de fortalecimento da interação Universidade/indústria, para assim, gerar um círculo vir-tuoso de inovação.

Segundo Sinisterra, o patrimô-nio da UFMG, com a propriedade intelectual assegurada na primeira década de existência da Coordena-doria de Transferência e Inovação Tecnológica (CT&IT), é de 167 pedidos de patentes nacionais no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) – o que resulta numa média de 2-3 patentes/mês, 44 pedidos internacionais por meio do Patent Cooperation Tra-de (PCT) e 35 processos multina-

cionais, com nove cartas-patentes concedidas nos Estados Unidos e na Austrália. Tem celebrados, ain-da, 13 contratos de transferência de tecnologia. Uma análise dessas patentes depositadas revela que 70% delas estão ligadas à área biotecnológica – fármacos, me-dicamentos, biotecnologia, ins-trumentos médicos e outros. Em segundo lugar, encontra-se a área de química, com novos materiais, materiais avançados e tecnologias ambientais. Em seguida, a área de engenharia mecânica, com ma-quinaria industrial e engenharia biomédica; a de engenharia ele-trônica, com equipamentos elétri-cos, eletrônicos, semicondutores e computadores; e, fi nalmente, a área energética, com geração de energia e serviços públicos.

“Ao contrário do que ocorre em alguns países, as universidades

brasileiras, quando comparadas ao setor industrial , lideram a produção

de patentes.”

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A revolução tecnológica e, consequentemente, a inovação inerente, atinge

igualmente as Universidades, da mesma forma que qualquer ou-tra organização do nosso tempo. Não se pode ignorá-la e deixar de aproveitar todos os seus bene-fícios advindos desta revolução relativamente recente na história da humanidade. Evidentemente, com perfi l crítico e questionador por natureza, a Universidade ja-mais será uma usuária incondicio-nal das oportunidades criadas pela tecnologia. Entretanto, é impor-tante ressaltar que a Universidade não é apenas usuária de novas tec-nologias, mas é o principal berço da maioria delas. No mundo de hoje difi cilmente se encontra uma inovação que não tenha origem nos laboratórios de pesquisa das Universidades ou instituições de pesquisa associadas ao meio aca-dêmico. Por outro lado, a inovação, tanto na Universidade quanto fora dela, é um poderoso instrumento mul-tiplicador de tecnologias e desen-volvimento social. Na economia, é uma excelente alternativa para a expansão dos negócios, principal-mente para as empresas que quei-ram um diferencial competitivo no mercado. Entretanto, é impor-tante ressaltar que a Universidade

distingue-se agudamente de uma empresa em termos de vocação, ciclos de tempos e valores. Ciência, técnica e tecnologia são universos que interagirem perma-nentemente, mas designam con-ceitos distintos. Desta forma, po-dem ser defi nidos:

A Técnica, conforme sua acep-ção etimológica (do grego Teckhè = arte), é defi nida como atividades práticas, artes práticas, o saber fa-zer humano. É o procedimento ou conjunto de procedimentos que tem como objetivo obter um de-terminado resultado. Está embu-tido o conceito de conhecimento empírico, que é aquele adquirido através da experiência. Informa o “como fazer” das coisas sem, no entanto, informar as razões de se fazer (know how). Segundo a UNESCO, a Ciên-cia é o conjunto de conhecimentos organizados sobre os mecanismos de causalidade dos fatos observá-veis, obtidos através do estudo ob-jetivo dos fenômenos empíricos. Esta, embute o conceito de conhe-cimento científi co, o qual explica e justifi ca as razões pelas quais se faz ou se pensa algo de determina-da forma (know why). Já Tecnologia é defi nida como “o estudo científi co sobre os pro-cedimentos, instrumentos e ob-

jetos próprios de qualquer arte, ofício ou técnica”. Ou seja, a tec-nologia é a resultante da aplicação conjunta de conhecimento cientí-fi co e técnico.

O conceito de Tecnologia só adqui-riu importância a partir do começo do século XVIII, período em que teve início a primeira Revolução Industrial, na qual ocorreram re-levantes transformações em todos os níveis no trabalho industrial. No entanto, a discussão sobre o papel da Tecnologia no desenvol-vimento econômico e social veio a público somente após a 1ª Guerra Mundial. E esta passa efetivamen-te a fazer parte do universo aca-dêmico principalmente a partir da criação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Es-tados Unidos, em 1962. Entretan-to, é somente a partir da década de 1980 que os estudos e a preocu-pação com o tema gestão tecnoló-gica passam a despertar interesse e a suscitar ampla discussão. Vale notar que esse interesse irrompe num momento conjuntural em que se instala um novo desenho do co-mércio internacional imposto pela dinâmica da globalização. Já no Brasil, até o início da déca-da de 90, o desenvolvimento tec-nológico e a inovação não eram preocupações primordiais da in-

Workshops em Inovação - Transferência de Tecnologia: dia 23 de outubro de 2010

Papel das Universidades na Inovação - Tecnologia BrasileiraProfa. Rozângela Curi Pedrosa, Diretora do Departamento de Inovação Tecnológica da Universidade Federal de

Santa Catarina

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dústria brasileira, dando-se até então, maior importância à impor-tação de produtos tecnológicos, que o seu desenho e produção no país. A partir dos anos 90, o mo-delo econômico passou a ter como foco a substituição das importa-ções e o objetivo passou a ser o de produzir internamente os bens demandados pelo mercado do-méstico. Neste contexto, surgem as primeiras discussões sobre a Inovação Tecnológica e seu papel no desenvolvimento nacional. Como fruto desta discussão, surge em 2004 a Lei de Inovação (Lei No. 10.973 de dezembro de 2004, regulamentada pelo Decre-to N. 5.563 de outubro de 2005), que considera inovação tecnológi-ca a “concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas fun-cionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtivi-dade, resultando maior competiti-vidade no mercado”. Considera-se que uma inovação tecnológica de produto ou pro-cesso tenha sido implementada, se tiver sido introduzida no mer-cado (inovação de produto), ou utilizada no processo de produção (inovação de processo). As inova-ções tecnológicas de produto ou processo envolvem uma série de atividades científi cas, tecnológi-

cas, organizacionais, fi nanceiras e comerciais. Um dos maiores empecilhos para implantação da inovação tecnoló-gica no Brasil se dá pelo fato de muitas empresas ainda não se te-rem adaptado à nova realidade, e a maioria dos pesquisadores que de-senvolvem atividades inventivas trabalharem nas Universidades e outras Instituições de pesquisa. Falta-nos ainda a cultura do uso e depósito de patentes. Possuímos um grande potencial científi co e tecnológico, mas não temos um número expressivo de patentes de-positadas por inventores, empre-sas e instituições nacionais. Des-sa forma, muitas empresas ainda preferem comprar tecnologia fora a desenvolvê-la, o que ocasiona a concentração da produção indus-trial em produtos de baixo valor agregado. Tomando-se a perspectiva da lógica econômica e social, pode-mos perguntar: por que se inova? Respondendo de maneira simples, inova-se por duas razões: para ex-pandir mercados, reduzir custos, aumentar o número e qualidade dos empregos e, sobretudo, para um desenvolvimento sustentado. Um levantamento da Pesquisa In-dustrial e Inovação Tecnológica (Pintec 2005- IBGE) demonstrou que 33,4% das 95000 empresas pesquisadas com mais de dez em-pregados, introduziram inovações

no período 2003-2005. Estas em-presas inovadoras tiveram cres-cimento do emprego formal de 29%, pagaram salários médios 2,7 vezes maiores que as empresas que não inovavam, e responderam por 75% do valor agregado da in-dústria brasileira. Portanto, não é difícil visualizar o papel da inova-ção tecnológica no crescimento e desenvolvimento socioeconômi-co. Porém, o caminho para se che-gar à inovação pode partir desde uma boa idéia para melhorar o desempenho de uma máquina ou processo, ou de anos dedicados à pesquisa acadêmica. E fi nalmente, nota-se que a Ci-ência, a Tecnologia e a Inovação relacionam-se de forma recíproca e interativa, uma vez que o avanço da Ciência conta também com os diversos instrumentos resultantes da Tecnologia, sem os quais se-riam impossíveis suas expansões. Ao mesmo tempo, os resultados da Ciência promovem o aperfei-çoamento da Tecnologia e o seu progresso, por meio do processo de Inovação. Desta forma, reto-mamos o papel primordial da uni-versidade na interação entre os componentes do trinômio acima mencionado, com um dos atores principais na promoção do desen-volvimento social sustentado e melhoria da qualidade de vida da nossa população.

No mundo de hoje difi cilmente se encontra uma inovação que não tenha origem nos laboratórios de pesquisa das universidades ou instituições de pesquisa associa-das ao meio acadêmico

“”Rozangela Cury>>>

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Workshops em Inovação - Transferência de Tecnologia: dia 23 de outubro de 2010

Agência UFRJ de Inovação: integrando a pesquisa à sociedade

Ricardo Pereira, coordenador da Agência UFRJ de Inovação

Cuidar da propriedade in-telectual e indicar cami-nhos para que a inovação

tecnológica se transforme em bem social: essa é a missão da Agência UFRJ de Inovação. Segundo Pe-reira, a origem da Agência UFRJ de Inovação encontra-se na Lei de Inovação, criada pelo Governo Federal em 2004 e regulamentada no ano seguinte. A lei obriga as Universidades federais brasileiras — que por desenvolverem pesqui-sas são denominadas Instituições Científi cas e Tecnológicas (ICTs) — a criarem o Núcleo de Inova-ção Tecnológica (NIT), órgão res-ponsável pela proteção da proprie-dade intelectual de pesquisadores.

— Quando se realiza uma pes-

quisa, além do entender científi -co, o pesquisador pode descobrir algo que tenha uso prático. Mui-tas vezes, esse não é o objetivo do estudo, mas acaba acontecendo. Nesses casos, se o pesquisador divulgar os resultados antes de patenteá-los, ele perde os direitos de propriedade intelectual sobre aquele conhecimento. Além dele, são prejudicados a Universidade e toda a sociedade que investiu de alguma forma na formação desse pesquisador e na construção da infra-estrutura universitária. Em outras palavras, todos perdem os direitos sobre aquela descoberta, permitindo que outros se apro-priem desse conhecimento e o uti-lizem — observa Ricardo.

Apesar das bases da Agência UFRJ de Inovação estarem na Lei de Inovação, Pereira ressalta que as incumbências da Agência são muito maiores que as do NIT. “O NIT se limita a assegurar ao pes-quisador que ele possa transfor-mar a ciência básica — produzi-da no laboratório — em ciência aplicada, referente à utilidade pú-blica”, diz. Para Ricardo, a Agên-cia criada pela UFRJ é mais que isso. “Nós olhamos o processo de produção científi ca de uma forma muito mais abrangente. Quando um invento é criado, ele é apenas mais um invento. Mas quando ele é distribuído passa a ser uma ino-vação, porque passa a existir e ter uma utilidade social”, salienta Pe-reira.

É papel da Agência estabelecer diálogos com os agentes do de-senvolvimento social e econômi-co, em busca de oportunidades de transferência de tecnologia, com a fi nalidade de aplicação do que é produzido na Universidade. É uma forma de estimular a economia do país e viabilizar o acesso da socie-dade aos benefícios procedentes da produção acadêmica.

No estabelecimento de parce-rias entre Universidade e empre-sa, Ricardo questiona o fato de ser dito que a Universidade tem

Ricardo Pereira

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poucas parcerias com empresas. A Universidade interage muito mais do que aparece ofi cialmente, pois há muita informalidade nessa re-lação.

Professores passam informa-ções diretamente para empresas (empresas dão bolsas para alunos, equipamentos, reagentes) Com isso o professor está sujeito a ser processado administrativa, civil e criminalmente. A informalidade também ocorre entre professores. Troca de trabalhos com informa-ções sigilosas deveriam ser assi-nados pelo Reitor.

Destaca os desafi os que devem ser enfrentados: Capacitação cons-tante da equipe, adaptação, estru-turação cada vez maior dos NIT’s, articulação política, dentre outros.

“Se o pesquisador divulgar os resultados antes de patenteá-los, ele

perde os direitos de propriedade intelectual sobre aquele conhecimento.

Além dele, são prejudicados a Universidade e toda a sociedade que

investiu de alguma forma na formação desse pesquisador e na construção da

infraestrutura universitária”

Ricardo Pereira

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Workshop Arranjos Produtivos Locais

Dinâmica Competitiva Evolucionária – Análise de Dois APLsProfessor Décio Coimbra, Universidade Federal do Norte Fluminense

A Indústria cerâmica é um setor de importante rele-vância nacional e possui

polos nas cidades de Campos, Ita-boraí, Nova Iguaçu, Rio Bonito e Três Rios.

O Polo ceramista do Norte Flu-minense possui 120 empresas com 5 000 empregos diretos e 20 000 indiretos os principais produtos são tijolos, blocos estruturais, pla-quetas de revestimento e telhas.

A análise teve como objetivo identifi car diferentes padrões (pro-cesso, produto, mercado) em uma amostra pré-selecionada, estabe-lecer uma classifi cação estratifi -cada para os padrões identifi cados (três grupos), analisar a evolução

dos padrões competitivos identi-fi cados no polo desde a pesquisa original (2003).

A metodologia usada foi:• Visitas técnicas nas unida-

des• Auditoria nos processos

produtivos• Entrevistas com gerentes e

proprietários• Preenchimento de questio-

nários semi-estruturados• Análise dos dados• Medição dos índices (IRT e

ID)• Estratifi cação dos padrões

em três grupos• Comparação entre as estra-

tifi cações (2003-2008)

Com a análise chegaram aos se-guintes resultados:

Dados Gerais

• Mão-de-obra carente de qualifi cação

• Pouco treinamento• Iniciativas de melhorias de

qualidade comprometidas• 8 mantém sistema de quei-

ma a gás e 2 o utilizam efe-tivamente

Conclusão:• Os resultados permitem su-

por que o gás natural não se constitui mais no principal fator determinante de van-tagem competitiva no APL

• Investimento no controle de custos e na diversifi cação de produtos, passaram a permi-tir padrões de desempenho elevados mesmo com um combustível tecnicamente de padrão inferior (lenha)

• Processo (controle de cus-tos e melhorias no processo de queima)

• Produto (maior valor agre-gado, ex. plaquetas de re-vestimento)

• Mercado (mais diversifi ca-dos, nichos)

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Workshop Arranjos Produtivos Locais

Inovação e Padrões Evolutivos de APLs

Professor Jorge Brito da Faculdade de Economia da UFF

Arranjos Produtivos Locais (APLs)

Defi nição Básica:Arranjos Produtivos Locais são aglomerações de empresas loca-lizadas em um mesmo território, que mantêm vínculos (ainda que incipientes) de articulação, intera-ção, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais tais como governo, associações empresariais, instituições de cré-dito, ensino e pesquisa.

Enfoque em arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais• Esforço de pesquisa que busca avançar na compreensão da dinâ-mica de aprendizado e inovação de sistemas locais em contextos nacionais marcados por:

– Considerável diversidade inter-regional – Elevada heterogeneidade inter e intra-setorial – Regime macroeconômico adverso

• Refl ete a necessidade de adaptar o conceito de sistemas de inova-ção para análise do processo de construção de capacitações no contexto de sistemas locais nos países menos desenvolvidosSISTEMA DE INOVAÇÂO: Ino-vação como processo, um proces-so sistêmico e interativo de apren-dizado não-linear, cumulativo, específi co da localidade e confor-mado institucionalmente.

SISTEMA DE PRODUÇÃO: avança de uma visão Setorial para Cadeias e Complexos Produtivos –> Sistemas de Produção SISTEMAS PRODUTIVOS E INOVATIVOS são sistemas complexos que tem que ser pensados em vários recortes de especializações produti-vas e escalas territoriais

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SISTEMAS PRODUTIVOS LO-CAIS – DEFINIÇÃO• Sistemas produtivos locais refe-rem-se a aglomerados de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo territó-rio, que apresentam vínculos con-sistentes de articulação, interação, cooperação e aprendizagem. • Incluem não apenas empresas - produtoras de bens e serviços fi -nais, fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de ser-viços, comercializadoras, clien-tes, etc. e suas variadas formas de representação e associação - mas também diversas outras institui-ções públicas e privadas voltadas à formação e treinamento de re-cursos humanos, pesquisa, desen-volvimento e engenharia, promo-ção e fi nanciamento.• O conceito de sistema produtivo local privilegia a análise de inte-rações, particularmente aquelas que levem à introdução de novos produtos e processos (inovação). Assume-se que as relações entre os diferentes agentes visando o aprendizado são essenciais para garantir a competitividade e apre-sentam forte especifi cidade local. Inovação em APL: uma avalia-

ção empírica

Objetivo da Análise• Desenvolvimento de análise cross-sector objetivando comparar as características de aglomerações produtivas em diferentes ramos da indústria, analisando informações relativas à dinâmica produtiva, à intensidade das relações interati-vas e ao desempenho inovativo, como restante da indústria brasi-

leira• Análise comparativa das carac-terísticas assumidas pelas fi rmas industriais brasileiras inseridas em aglomerações produtivas e as localizadas fora das mesmas (não inserida em aglomerações) Procedimentos Metodológicos• Num primeiro momento a aná-lise utiliza como fonte básica de informações os dados da RAIS à identifi car as aglomerações pro-dutivas da indústria brasileira• Referência espacial: microrre-gião econômica (defi nida pelo IBGE) na qual se encontram loca-lizadas as atividades industriais• Referência setorial: grupos de atividades econômicas (CNAE 3 dígitos) • Busca-se diferenciar os grupos de atividade para elevar o grau de sensibilidade dos critérios utiliza-dos para identifi cação das aglo-

merações à índice IHH• Identifi cação das aglomerações• 1º Indicador QL relativo ao em-prego, aos estabelecimentos e a remuneração• Critérios de densidade: número total de emprego, estabelecimen-tos e remuneração da microrre-gião em determinado grupo de atividade• Critérios de relevância: partici-pação relativa da microrregião no total do grupo do país e do grupo da microrregião no total da mes-ma• Após a identifi cação dos pares das microrregiões e grupos de ati-vidades econômicas da CNAE (3 dígitos) utilizou-se de uma base de dados consolidada, contendo os microdados da PIA e da PIN-TEC para o ano de 2005• Análise baseada na utilização de 2 recortes básicos:

Quintili =

1 se Empresai estiver classifi cadas nos grupos de atividade do 1º Quintil2 se Empresai estiver classifi cadas nos grupos de atividade do 2º Quintil3 se Empresai estiver classifi cadas nos grupos de atividade do 3º Quintil4 se Empresai estiver classifi cadas nos grupos de atividade do 4º Quintil5 se Empresai estiver classifi cadas nos grupos de atividade do 5º Quintil

e Aglomeraçãoi =

1 se a Empresai estiver localizada em alguma das aglomerações identifi cadas

2 se a Empresai estiver “difusa” pelo território nacional

3 se a Empresai estiver localizada em alguma das Metrópoles Industriais

{{

Agruparam-se as empresas da amostra nos Quintis e em função da estrutura espacial estas empresas estão

inseridas: em aglomerações produtivas, “difusas” pelo território nacional ou localizadas em

Metrópoles Industriais.

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• Desenvolvimento de uma série de tabulações especiais para a análise comparativa das sub-amostras• Dois grupos de informações:

- Variáveis da PIA referente à: 1) distribuição percentual das empresas por tamanho dos es-tabelecimentos; 2) pessoal ocu-pado total e médio; 3) receita líquida de vendas, valor da transformação industrial, salá-rio anual, montantes investidos, importações e exportações, em termos totais e médios e; 4) taxa de lucro, produtividade, valor adicionado a produção, salário médio anual- Dados da PINTEC e englo-bam: 1) taxa de Inovação (per-centual de empresas que relata-ram a introdução de inovações de produto e/ou processo em relação à base total); 2) introdu-ção de inovações organizacio-nais; 3) Gastos com atividades inovativas em relação à receita de vendas; 4) pessoal ocupado em P&D; 5) realização de ati-vidades cooperativas e tipo de agente envolvido na coopera-ção e; 6) importância das fontes de aprendizagem / informação para a inovação.

Resultados da Análise Compa-rativa das Empresas Inseridas em Aglomerações Produtivas com o Restante da Indústria Brasileira• Nas AGL maior presença de em-presas de pequeno e médio porte, empregando em média mais tra-balhadores que as empresas DFT• Em termos de produtividade, a taxa de lucro e valor adicionado a produção, as fi rmas inseridas em AGL obtêm um desempenho su-perior as fi rmas difusas pelo ter-ritório nacional, quanto maior o grau de concentração setorial mais evidente são os efeitos positivos das aglomerações produtivas• Em relação ao comércio exterior, quanto maior a concentração da indústria maior tende a ser a par-ticipação das fi rmas inseridas em AGL no fl uxo de comércio, porém nos casos de menor concentração, as empresas localizadas em AGL são as responsáveis pelos saldos positivos gerados no comércio in-ternacional.

• Desenvolvimento de dois mo-delos econométricos Probit Orde-nados para identifi car a infl uência dos processos analisadas nos sub-conjuntos da amostra.

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Seminários

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Seminário

Universidade, Inovação e Desenvolvimento Regional

Os eventos foram planejados considerando a polí-tica de difusão da cultura da inovação enquanto propulsora do desenvolvimento e o projeto de in-

teriorização da Universidade, realizando atividades nos Polos Universitários, buscando viabilizar a participação da comunidade dos municípios do entorno. O Seminário teve como temática a inovação e o desenvolvimento, en-volvendo as três esferas da Hélice Tríplice, universidade, indústria e governo.

Os eventos foram programados atendendo áreas temáti-cas e a vocação dos municípios.

O Seminário Universidade, Inovação e Desenvolvimen-to Regional foi uma realização da Agência de Inovação da Universidade Federal Fluminense visando mobilizar e sensibilizar a comunidade acadêmica e empresarial onde a universidade atua, quanto à importância e perspectivas da inovação como fonte de desenvolvimento científi co e tecnológico para o Brasil. O evento atende à missão da AGIR, que é “promover a gestão da Inovação Tecnológica da UFF, principalmente no que se refere ao estímulo de desenvolvimento de pesquisas inovadoras, à proteção e à transferência dos ativos intelectuais da comunidade aca-dêmica, atendendo às demandas dos diversos seguimen-tos da sociedade, estabelecendo parcerias e participando proativamente das discussões geradas nos cenários local, regional e nacional”.

Polos Universitários>>>>>>>>>>>>>>>>>

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Polo Universitário deRio das Ostras

O primeiro Polo Universitário a receber o Seminário foi o Polo de Rio das Ostras. As atividades aconteceram na Zona Especial de Negócios em novembro de 2010. No evento foram realizadas palestras, mesas redondas, mini-cursos e ofi cinas.

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Ciclo de Seminários sobre Inovação e Ciclo de Formação do Empreendedor de Base Tecnológica

Realizado em dezembro de 2010 na cidade de Rio das Ostras, o seminário Universidade, Inovação e Desenvolvimento Regional – PURO é fruto da parceria entre a Agência de Inova-ção da UFF (AGIR) e o Laboratório de Empreendimentos Inovadores. O evento teve como objetivo sensibilizar a comunidade acadêmica e empresarial sobre a importância da inovação como fonte de desenvolvimento tecnológico da região.

Para mobilizar a sociedade, foram realizadas palestras, orientações para o cadastros de for-necedores à PETROBRAS, mesas redondas, rodadas de negócio, entre outros eventos. Tais atividades tiveram como objetivo discutir as demandas tecnológicas da região, que por sua vez se mostra cada vez mais dependente de produtos e serviços com alto nível tecnológico e de inovação.

Paralelamente às atividades da AGIR, o Seminário Universidade, Inovação e Desenvolvi-mento Regional – PURO marcou as comemorações de um ano de atuação do LEI na Bacia de Campos. Estiveram presentes membros da Universidade e do setor governamental, além de representantes de empresas da região.

Ciclo de Seminários sobre Inovação

Lançado no Seminário Universidade, Inovação e Desenvolvimento Regional – PURO o Ciclo de Formação do Empreendedor de Base Tecnológica tem como objetivo capacitar empreen-dedores potenciais, possibilitando que esses transformem suas idéias de negócio em produtos e serviços inovadores de forma a atender as demandas regionais. O Programa é integrado ao processo de incubação do LEI, o que signifi ca que, caso ao fi m do ciclo de capacitação os empreendedores tenham a ideia estruturada de seu negócio, os mesmos poderão se vincular à unidade da Incubadora de Empresas da UFF e assim, transformar sua ideia num negócio.

Para auxiliar os empreendedores, foram oferecidos diversos cursos com o objetivo de suprir as principais difi culdades para estruturar e implementar um empreendimento na região. Os cursos abordavam conteúdos como: elaboração de plano de negócios, estudo de mercado, análise jurídica, estratégias competitivas, dentre outros.

Encerrando sua primeira turma de capacitação, o LEI cumpre mais uma vez seu papel de integrar a universidade, o governo e a sociedade. Ações como essas visam promover o desen-volvimento sustentável e a disseminação da cultura da inovação na Bacia de Campos.

Ciclo de Formação do Empreendedor de Base Tecnológica

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Palestras A palestra Geração de Empreendimentos Inovadores (INOVE) deu início ao ciclo de cursos de empreendedo-rismo e teve como palestrantes Carlos Eduardo Lopes da Silva e Ramon Baptista Narcizo.

IntroduçãoO programa INOVE tem como

objetivo criar um ambiente favo-rável para disseminar a cultura do empreendedorismo e do planeja-mento empresarial, além de prover informações úteis para redução da mortalidade precoce de pequenos negócios.

O projeto em parceria com o SEBRAE/RJ tem como objetivo ampliar o conhecimento de po-tenciais empreendedores para a montagem ou desenvolvimento de pequenos negócios. Participam desse projeto diferentes incuba-doras do estado do Rio de Janeiro, com grande abrangência. São cita-das abaixo algumas das premissas do programa:

- Atender ao empreendedor em qualquer etapa de desenvolvimento do seu negócio- Foco no desenvolvimento de empreendi-mentos baseados em tecnologia- Procura atender às tradicionais deman-das da região da Bacia de Campos (Petró-leo, Gás e Energia)- Oferta de cursos gratuitos.

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“As incubadoras de empresas são ambientes dotados de ca-pacidade técnica, gerencial, administrativa e infraestrutura para amparar o pequeno empreendedor. Elas disponibilizam espaço apropriado e condições efetivas para abrigar idéias inovadoras e transformá-las em empreendimentos de suces-so.” (ANPROTEC, 2010)

Incubadora de empresas UFF

MISSÃOGerar empreendimentos ino-vadores, criativos e orienta-

dos à sustentabilidade.

VISÃOContribuir para a moderniza-ção técnico-científi ca do país e, conseqüentemente, do seu desenvolvimento sócio-eco-nômico oferecendo inova-

ções tecnológicas, através de empreendimentos tecnológi-

cos regionais sólidos.

VALORES- Perseverança;- Profi ssionalismo;- Comprometimento com o desenvolvimento nacional, com a UFF, com as incubadas e com seus pares;- Inovação para a sociedade;- Inovação para a sustentabi-lidade;- Ousadia;- Ética;- Transdisciplinaridade;- Empreendedorismo;- Paixão pelo tema.

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Principais Pilares de Atuação

A incubadora da UFF atua basicamente em quatro pi-lares. Apoio, Capacitação,

Identifi cação de demandas tecno-lógicas e Infraestrutura.

No que diz respeito a apoio, atua-se auxiliando, na fase de in-cubação, o estabelecimento de condições de sustentabilidade dos novos empreendimentos de base tecnológica.

Em capacitação, oferece aos potenciais empreendedores co-nhecimentos necessários a trans-formação de suas idéias em empre-endimentos de base tecnológica

Em Identifi cação das Deman-

das Tecnológicas é trabalhado as necessidades tecnológicas da Ba-cia de Petróleo, Gás e Energia de Campos.

No pilar Infraestrutura a atua-ção é voltada para construção na região de Rio das Ostras de uma infraestrutura para realizar as ati-vidades de pré-incubação e in-cubação de empreendimentos de base tecnológica, potencializando os benefícios do PURO.

Inovação Tecnológica e De-senvolvimento Econômico

A inovação é cada vez com mais intensidade um dos grandes vetores de desenvolvimento das

nações. A criação de regiões de inovação pode ser apontada como um dos fatoreschave para o desen-volvimento econômico dos princi-pais países do mundo.

Tipos de Inovação“A utilização do radar da inova-

ção permite integrar todos os tipos de inovação numa única ferramen-ta para diagnóstico, benchmark e defi nição de estratégia. O radar da inovação também evidencia as diferentes possibilidades de ino-vação existentes para a empresa, ampliando a idéia original de que inovação trata apenas de novos produtos”

O modelo da Hélice Tríplice

O modelo da Hélice Tríplice foi desenvolvido como um conceito ex post, refl etindo a reali-dade dos países desenvolvidos onde a inovação

tem sido associada com indústrias baseadas na ciência e com atividades de P&D.

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A Hélice Tríplice situa a dinâ-mica da inovação num contexto em evolução, onde novas e com-plexas relações se estabelecem entre as três esferas institucionais (hélices) universidade, indústria e governo.

A inovação surge como resul-tante de um processo complexo e contínuo de experiências nas re-lações entre ciência, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento nas universidades, indústrias e gover-no.

Algumas das principais carac-terísticas do modelo são:

- Relações derivadas de trans-formações internas em cada héli-

ce- Infl uências de cada hélice so-

bre as demais- Criação de novas redes surgi-

das da interação entre as três hé-lices

- Efeito recursivo dessas redesCada uma das partes envolvi-

das na Hélice tríplice cumpre com sua responsabilidade para funcio-namento da mesma.

A Universidade é responsável por criar conhecimento através de pesquisas científi cas. O setor em-presarial é responsável por criar produtos a partir do conhecimento gerado pela universidade. Cabe ao governo abrir caminho à ino-

vação com incentivos fi scais e fi -nanciamentos de pesquisas.

Os empreendedores têm um pa-pel importantíssimo neste cenário. São eles que irão criar produtos e serviços que serão consumidos pelo mercado. Esse é o papel do empreendedor, utilizar o conheci-mento gerado de estudos e pesqui-sas para projetar produtos para a sociedade.

Na medida em que o papel do conhecimento codifi cado na ino-vação tem aumentado de impor-tância, universidades de pesquisa passam a desempenhar uma parte mais importante neste empreendi-mento.

A relação universidade-empresa é um importante aspecto do processo de inovação e vem merecendo crescente atenção por parte dos formuladores de políticas públicas. São bastantes heterogêneas as contribuições dadas por Universidades para esse processo, permeando suas atividades de ensino, pesquisa, transferência/comercialização de conhecimento e geração de empresas. (MELLO, 2008).

A relação Universidade-Empresa

Contextualizando a Universidade Empreendedora

O conceito de Universidade Empreendedora refere-se a uma postura pró-ativa

das Instituições no sentido de transformar conhecimento gerado em agregação de valor econômico e social.

Começam a despontar cada vez mais iniciativas governamentais, com incentivos explícitos, para que as pesquisas nas universida-des, em parcerias com as empre-

sas, assumam uma nova função no desenvolvimento do país.

Segundo Etzkowitz (2000), as universidades postuladas na hélice tríplice, modelo de interação entre universidade-governo-empresa, são agências de produção de co-nhecimento, ensino e extensão, que se caracterizam como empre-endedoras.

Para Etzkowitz (1996), as ati-vidades de ensino e pesquisa de-

senvolvidas no interior das Uni-versidades possibilitam que estas sejam potenciais fornecedoras de conhecimentos e competências técnico-científi cas.

Desta forma, as Universidades tornam-se fonte de inovação para as empresas, para a criação de no-vos negócios e para a geração de pequenas empresas pelos próprios pesquisadores. Coordenar este processo é o papel da Incubadora.

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Cursos Em continuidade as ações propostas no Seminário Uni-versidade, Inovação e Desenvolvimento Regional – Polos Universitários, o Polo Universitário Rio das Ostras reali-zou em 2011 o Ciclo de Formação do Empreendedor de Base Tecnológica PURO.

Foi oferecido um ciclo completo de formação do empreendedor de base tecnológica, capaz de perpas-sar pelas principais questões necessárias ao estabelecimento e condução de empreendimento de base tecnológica.

Curso INOVE:Início do ciclo de empreen-dedorismo. Conceitos básicos sobre empreendedorismo em negócios de base tecnológica.

Empreendedorismo de Base Tecnológica:Capacitar e instrumentalizar os alunos para participar em processos de criação de novos negócios de base tecnológica.

Vantagem Competitiva no Setor de Petróleo: Fornecer aos alunos elementos que lhes permitam identifi car as oportunidades e as ameaças do posicionamento da empresa produtiva, mapear suas competências (re-cursos) e contribuir para o desenho de sua estratégia de inovação, em linha com sua estratégia corporativa e competitiva.

Estratégia Competitiva de Ino-vação:Fornecer elementos que permi-tam identifi car oportunidades e ameaças acerca do posiciona-mento da empresa produtiva, mapear suas competências (re-cursos) e contribuir para o dese-nho de uma estratégia de inova-ção, em linha com uma estratégia corporativa competitiva.

Conhecendo Mercado e Concorrências:Preparar os alunos para o tratamento de temas como estratégia e gestão da inova-ção, estrutura da indústria, conduta estratégica e análise de desempenho e efi ciência estratégica referente ao uso de recursos ociosos da fi rma e processos de diversifi ca-ção. Abordar como a estrutura de mercado condiciona políticas regulatórias, além da concorrência entre fi rmas de um mesmo setor, entre fi rmas de distintas indús-trias, e sua relação com a noção de estruturas de mercado. Discutir novas formas de organização das fi rmas além da concorrência: cadeias, redes e formas híbridas de contratualização.

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Estrutura Jurídica de Empreendimen-tos Inovadores - Duração: 16h.Oferecer aos alunos conhecimento sobre as fontes existentes para fi nanciamento prefe-rencial da inovação tecnológica. Apresen-tar conceitos e ferramentas básicas para cálculo de valor em projetos de inovação tecnológica.

Gestão de Portfólio de Projetos de Inovação - duração: 16h.Contribuir para o desenho da es-tratégia de inovação da empre-sa, em linha com sua estratégia corporativa e competitiva. E ca-pacitar os alunos em conceitos e ferramentas utilizados na seleção e gestão estratégica de projetos de inovação, com ênfase nas téc-nicas de gerenciamento de por-tfólio de P&D.

Mini-Curso:O Mini-curso: Sustentabilidade Operacional e o Meio Ambiente mi-nistrado pelos Professores Carlos Frederico Barros UFF/PURO e Carlos Eduardo Lopes da Silva – Analista Incubadora RO/Mestrando UFF.

Mesas Redondas

1A mesa redonda “O Papel da Universidade no Desenvolvimen-to Regional” que foi mediada pelo

Diretor de Operações da Unidade da Incubadora de Rio das Ostras, Rodolfo Cardoso, além das participações do Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Antonio Claudio Lucas da Nó-brega, a Diretora da Agir Fabiana Rodri-gues Leta e representante da Secretaria de Ciência e Tecnologia Municipal.

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2 A mesa redonda “Proteção Intelectual” mediada por Marcelo Cossenza, discutiu temas como: A Importância da Propriedade Industrial na Sociedade do Conhecimento, O que é Proprieda-

de Intelectual, História da Propriedade Industrial, Legislação Brasi-leira de Propriedade Industrial-Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996, A Estratégia de Gestão da Informação Patenteável, A Estratégia para Aquisição dos Direitos de Propriedade Industrial e A Propriedade Industrial no Âmbito da Universidade Federal Fluminense.

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PROTEÇÃO DO CONHECIMENTOMarcelo Cossenza - UFF

Ex-Pesquisador da Divisão de Química II – DIRPA - INPIProf. Adjunto Dept. Fisiologia e Farmacologia – CMB – UFF

Segundo Marcelo Cossenza, a produção de conhecimento nas diferentes atividades hu-manas predispõe a existência de um criador.

A questão do reconhecimento da autoria, e dos con-sequentes direitos que possam ser garantidos por marcos legais representa uma estratégia de estímu-lo à produtividade, inovação e concretização do intelecto humano. De posse de um produto recém-criado, o inventor possui pelo menos três alterna-tivas a escolher: 1) Segredo industrial, 2) Tornar público por meio de divulgação de conteúdos e 3) Depositar um pedido de patente.

O segredo industrial é uma opção quando se trabalha com um produto ou processo onde a di-fi culdade de realização de engenharia reversa seja tão grande, que não se justifi ca revelar a tecnologia através de um relatório descritivo detalhado (exi-gência da proteção por patentes), onde a matéria re-lativa ao desenvolvimento do produto ou processo pode perpetuar indefi nidamente sob sigilo e virtu-almente sem competidores. Esta opção não é isenta de riscos, existe sempre a possibilidade de terceiros apresentarem uma mesma criação, ou ainda o risco de roubo ou espionagem industrial por pessoas en-volvidas em contratos de trabalho.

A opção de divulgação através de mídias (revis-tas, periódicos, livros, websites, registros visuais e/ou sonoros etc) torna o conteúdo da matéria comple-tamente livre para a cópia, e geralmente é o recurso

preferido a atividade meramente científi ca, sem fi ns comerciais.

Quando um produto ou pro-cesso avança com perspectiva de alcançar mercados, o instrumento da patente deve ser rigorosamen-te considerado e observado a sua aderência à lei de propriedade industrial (LPI 9279/96). Uma patente é um título de proprieda-de temporário, com validade ter-ritorial, outorgado pelo Estado ao criador ou pessoa legitimada. Possui como condição primor-dial que o inventor deva revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria abordada no pedido. Durante o prazo de vi-gência da patente, o titular tem o direito de excluir terceiros, sem sua prévia autorização, de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação, comercializa-ção, importação, uso, venda, etc. O sistema patentário cria vanta-gens ao titular da patente como: 1) Maiores possibilidades de retorno dos investimentos; 2) Permite que terceiros sejam excluídos de atos

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relativos à matéria protegida du-rante 20 anos, 3) Fonte adicional de renda devido à possibilidade de venda ou licenciamento; 4) Vantagem competitiva, acesso e domínio de mercados; 5) Fortale-cimento da imagem da empresa; 6) Instrumento legal para impedir a contrafação. Em contrapartida a sociedade ganha com: 1) Acesso à descrição detalhada da invenção; 2) Estimula o desenvolvimento de novas tecnologias ou o aperfeiço-amento das tecnologias existentes. A patente também pode ser con-siderada como ferramenta para a disseminação da informação, pois seu conteúdo estará disponí-vel após a sua publicação, servirá como fonte de dados para os in-dicadores do grau de desenvolvi-mento tecnológico e econômico de um país e acompanhamento da evolução tecnológica, identifi ca os detentores de tecnologia e con-correntes, identifi ca tendências tecnológicas e identifi ca mercados potenciais. Além do mais, após a expiração do prazo de vigência, a patente cai em domínio público e seu conteúdo estará livre para ser utilizada. Desta forma, a patente é considerada como um instrumen-to pró-competitivo que estimula a criação e oferece tecnologias alter-nativas ao mercado consumidor.

É importante se destacar que apenas matérias consideradas in-venções são patenteáveis. Inven-ções são concepções resultantes do exercício de capacidade de criação do homem que represen-tem uma solução para um proble-ma técnico específi co dentro de um determinado campo tecnoló-gico (estado da técnica), e que por isso mesmo resulte em um avanço no estado deste campo tecnológi-co. São observados três requisi-tos de patenteabilidade segundo a LPI:1) Artigo 11-Novidade - A In-

venção é considerada nova quan-do não compreendida no estado da técnica, 2) Artigo 13-Atividade Inventiva - Uma invenção é dota-da de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do Estado da Técnica 3) Artigo 15- Aplicação Industrial - Uma invenção é considerada sus-cetível de aplicação industrial se o seu objeto for passível ou capaz de ser fabricado ou utilizado em qualquer tipo/gênero de indústria.

Além dos requisitos de patentea-bilidade o artigo 24 da LPI exige a condição que o relatório que apre-senta o invento deverá descrever clara e sufi cientemente o objeto, de modo a possibilitar sua realiza-ção por técnico no assunto e indi-car, quando for o caso, a melhor forma de execução. Se algumas destas condições/requisitos não for observada na análise do pedi-do de patente, este terá o seu méri-to indeferido.

Obviamente nem toda atividade do intelecto humano é patenteá-vel, obras literárias, conhecimento científi co meramente informativo ou mesmo descobertas científi cas são matérias excluídas da possi-bilidade de proteção por patentes.

Na verdade o artigo 10 da LPI enuncia as criações que não são consideradas como invenções. São apresentados nove incisos:Art. 10 – Não se considera inven-ção nem modelo de utilidade:I. descobertas, teorias científi cas e métodos matemáticos;II. concepções puramente abstra-tasIII. esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, fi nanceiros, educativos, publicitá-rios, de sorteio e de fi scalização;IV. obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científi cas ou qualquer criação estética;V. programas de computador em si;VI. apresentação de informações;VII. regras de jogo;VIII. técnicas e métodos opera-tórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diag-nóstico, para aplicação no corpo humano ou animal;IX. o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ain-da que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qual-quer ser vivo natural e os proces-sos biológicos naturais.

Em contrapartida, outros siste-mas de garantia de autoria podem ser muito efi cazes na referenciação de sua autoria para fi ns de retorno fi nanceiro, e em alguns casos po-dem até mesmo serem tão efi caz quanto uma carta patente. Digno de nota o sistema de criação de Marcas funciona como que um atestado de garantia que o consu-midor está adquirindo um determi-nado produto produzido pela em-presa a qual ele confi a. Não é por acaso que a indústria farmacêutica investe massivamente em nomes de fantasia para seus inventos que são objetos de patente. Desta for-ma, um medicamento que expirou

apenas matérias consideradas invenções são patenteáveis”

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os seus vinte anos de proteção patentária, pode permanecer indefi nidamente na preferência do seu segmento, graças à força da sua marca no mercado. A marca de uma empresa pode em mui-tos casos, superar e muito o total dos ativos tangíveis da mesma.

Outras formas de proteção incluem o desenho industrial, que é mais efêmero devido à velo-cidade das tendências das criações no mundo do design, e a indicação geográfi ca, que relaciona as características intrínsecas ao produto à alguma região da geografi a de um país que é única na produção da matéria prima que será benefi ciada e transformada em produto. Geralmente bebi-das (vinhos, espumantes, destilados) ou laticíneos (queijos etc) são os principais exemplos.

Por fi m, no Brasil a proteção de Software é representada por uma legislação a parte (Lei de Programa de Computador, no 9609/98 - em vigor desde fevereiro de 1998.) que é um misto en-tre a LPI 9279/96 e a Lei de Direitos Autorais, no 9610/98 - em vigor desde junho de 1998.

A proteção dos direitos do autor, seja pela LPI, proteção de softwares ou direitos autorais, garante uma sociedade com uma alta atividade de desempenho criativo. Com todas as ativida-des, a segurança jurídica e a observância dos eventuais abusos devem ser um compromisso do estado, para que a atividade intelectual possa se desenvolver, crescer e levar o bem estar ao povo de uma nação.

Cursos Foram realizadas ofi cinas de Proposições de ações de de-senvolvimento regional, onde foram abordados os seguin-tes temas:

1Análise de Riscos Tecnológicos em Sistemas ProdutivosCarlos Frederico Barros 2Os Desafi os da Sustentabilidade

Flávio Silva Machado

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Resultado do Grupo TemáticoNo debate entre os professores do Polo de Rio das Ostras optou-se por abordar as “Demandas do Município” e “Ações que a Universidade poderia desenvolver”, de acordo com sua expertise.

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Conclusões

1As duas iniciativas consensadas foram:

Desenvolver um projeto para que o Puro/UFF coordene a criação de um grupo de discussão re-gional, com representantes das diversas instituições governamentais e privadas, a fi m de discutir e propor soluções para os problemas sistêmicos e elabore um planejamento regional => Respon-sáveis Professores Rodolfo, Moacyr e Carlos Frederico

Construir projeto para o desenvolvimento de uma escola politécnica e parque tecnológico na região para a promoção da inovação e desenvolvimento tecnológico.

2 O laboratório de Empreendimentos Inovadores (LEI) se propôs a montar uma agenda para posterior validação com o grupo de trabalho.

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Análise de Riscos Tecnológicos em Sistemas Produtivos

Carlos Frederico Barros

Projeto é um processo único, consistente com um conjunto coordenado e con-trolado de atividades com data de início e término, conduzida para atingir um objetivo com requisitos especifi cados, incluindo restrições de tempo, custo e recursos. É um empreendimento temporário conduzido para criar um produto ou serviço único (PMI, 1996). Nesta defi nição, o termo Empreendimento indica que o projeto visa um resultado, usualmente – mas não necessariamente – fi -nanceiro, e que este empreendimento envolve objetivos, desafi os e incertezas. Já a palavra Temporária reforça que não se tratam de processos rotineiros, mas de um ciclo de vida, que tem início, meio e fi m. Finalmente, o termo Único se refere ao conceito de que cada projeto é singular, exclusivo, diferente de qual-quer outro projeto anterior sem suas particularidades.

O projeto como um sistema de riscos

A Teoria Geral de Sistemas pretende superar a fragmentação do conhecimen-to e o isolacionismo implícito em especialismos científi cos. O sistema é uma coleção de objetos unidos por alguma forma de interação ou interdependência que é caracterizado por defi nições dos limites (fronteiras do sistema) e subsis-temas (componentes/entidades). Quanto mais complexo o sistema, maior é o seu risco.O sistema tem três níveis hierárquicos representados que são difíceis de traba-lhar. Um sistema tem como característica para sua análise e estrutura do sis-tema (partes componentes, inter-relações entre as partes e a sua localização), condições de funcionamento (estados de funcionamento, condições, reconfi gu-rações), condições de operação (monitoração, intervenção e procedimentos) e ambiente do sistema (subsistema de quem, ambiente em que opera, operadores humanos que atuam).Análise do Sistema Tecnológico requer aquisição de informações para desen-volver um modelo do sistema, limites interiores da análise (físicos, lógicos, funcionais, geoespaciais, interfaces) e limites de resolução da análise (profun-didade, níveis de subsistemas).

Sistemas Complexos

Como conviver com nossas necessidades tecnológicas e a sustentabilidade do nosso planeta?

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Entende-se a falha como um evento que implica na capacidade de uma entidade atender a função requisitada. Tem as tipifi cações: quanto à rapidez (progressiva e abrupta), quanto à amplitude (parcial e total), quanto à rapidez e amplitude (cataléptica - abrupta e total, por degradação-progressiva e parcial), quanto a época na vida útil do sistema (precoce, taxa constante e desgaste crescente com o tempo) e quanto aos efeitos. Quanto às causas: a primária está associada à própria entidade, a secundária causa a falha de outra entidade e o comando onde a causa é a falha de outra entidade da qual recebe input hierárquico e pane é condição de uma entidade após uma falha.

O modo de uma falha é o efeito pela qual uma falha é observada. A cada falha de uma entidade associam-se modos e causas. Os modos são gerados por essas cau-sas: modo de falha independente que é aleatória e ocorre individualmente numa entidade sem ser devido a propagação de outra entidade, modo de falha depen-dente que é a ocorrência condicionada de modos de falha de outras entidades, modo de falha de causa simples onde o efeito da ocorrência de um evento ini-cializado externo ou interno à entidade é considerada, mas que afeta unicamente esta entidade e modo de falha de causa comum onde o efeito de ocorrência de um evento inicializado externo ou interno à entidade considerada, mas que afeta simultaneamente outras entidade.

Falhas

Segurança de Funcionamento de Sistemas

O Conhecimento, a Avaliação, a Previsão, a Mensuração e o Controle das falhas de um Sistema são exemplo de ciência das falhas. A Segurança de Funcionamento de Sistemas é a capacidade de um sistema cumprir com sucesso a missão a qual foi concebido, sem que ocorram eventos com conseqüências indesejáveis tanto para os componentes do próprio sistema como para o ambiente onde o sistema se encontra em interação. A não ocorrência dos eventos com consequências indese-jáveis resultam-nos três possíveis casos da missão: sucesso (pleno cumprimento das funções requeridas); sucesso parcial (degradação sem perda total das funções requeridas) ou insucesso (perda total das funções requeridas).

Ciência das Falhas

Risco pode ser defi nido como a combinação da probabilidade de um evento e suas conseqüências (ISO / IEC Guia 73), é a percepção ou avaliação das possibi-lidades da efetiva ocorrência de um evento indesejável.

Risco

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A segurança absoluta ou total de um sistema corresponde à impossibilidade de uma ocorrência de um acidente catastrófi co qualquer que seja o momento considerado e qualquer que seja o estado do sistema ou de seu ambiente para o conjunto de todas as falhas, erros humanos e agressões externas possíveis. Um projeto deste necessitaria de um conhecimento “perfeito e exaustivo”. A segu-rança absoluta é utopia, mas existe a segurança objetiva associada a um risco aceitável com esforços fi nanceiros e técnicos realistas despendido.

Segurança absoluta e Risco aceitável

É difícil o consenso social sobre qual o nível de risco residual aceitável. O risco tolerável implica nos limites máximos de aceitabilidade, enquanto o risco acei-tável implica numa aquiescência voluntária.

Aceitabilidade e tolerabilidade de Riscos

O Sistema produtivo operacional complexo tem o ambiente operacional des-confortável, tamanho do domínio do desconhecido considerável, impacto ope-racional da falha ambientalmente agressivo e ativo operacional nacional estra-tégico. Na verdade administrar este processo offshore é fazer a gestão de um sistema de risco tecnológico de intensidade extrema.

Pré-sal e pós-sal como um sistema complexo de alto risco tecnológico

Em todos os tipos de empresa, há o potencial para eventos e conseqüências que constituem oportunidades para os benefícios ou ameaças ao sucesso. Portanto consideramos o risco de ambas as perspectivas. No campo da segurança de sistema, é geralmente reconhecido que as conseqüências só são negativas e, portanto, a gestão do risco de segurança é centrada na prevenção e mitigação de dano/do risco.

Gestão de Riscos Empresariais

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Empreendedorismo e Inovação na Bacia de Campos:

Criado em setembro de 2009, o Laboratório de Empreendimentos Inovadores (LEI) é um labora-tório de projetos, pesquisa e consultoria, que paralelamente responde pelas operações da Incuba-dora de Empresas de Base Tecnológica da UFF na região da Bacia de Campos (RJ). Está situado

na cidade de Rio das Ostras e tem como foco de atuação o setor de petróleo, gás natural e energia. O LEI busca o desenvolvimento regional através da inovação baseada em tecnologias sustentáveis, bem como também através do apoio às micro e pequenas empresas e aos empreendedores potenciais que precisam de auxílio na estruturação e implantação dos seus negócios.

O LEI, enquanto unidade da incubadora de empresas da UFF, acompanha todas as atividades desen-volvidas pelas empresas associadas e incubadas, ao longo de todas as etapas do processo de incubação – desde o cadastro inicial até a graduação e o lançamento da empresa no mercado. Na Bacia de Campos, principalmente na aglomeração industrial da cidade de Macaé, o LEI se destaca por ser um dos principais articuladores das relações entre a Universidade, o setor empresarial e os governos municipais, visando impulsionar o desenvolvimento sustentável da região. Buscando potencializar os frutos dessa relação, o LEI concentra grande parte de seus esforços na concepção de um Centro de Referência de Inovação para Operações Sustentáveis – CRIOS.

Paralelamente aos trabalhos junto às micro e pequenas empresas da região, o Laboratório de Empre-endimentos Inovadores tem buscado parcerias com órgãos governamentais visando à disseminação da cultura empreendedora e à capacitação de empreendedores potenciais como forma de suprir as lacunas existentes nas ofertas de formação empreendedora na região. Desde 2009, o LEI oferece diversos cursos, palestras e debates em parceria com o SEBRAE/RJ, órgãos internos da UFF e os governos municipais. Atualmente, o laboratório, em parceria com a Agência de Inovação da UFF (AGIR), está em processo de conclusão do primeiro “Ciclo de Capacitação do Empreendedor de Base Tecnológica”, programa que ofereceu a alunos e empresários um ciclo completo de formação em inovação, empreendedorismo de base tecnológica, gestão de projetos de inovação, captação de recursos, marketing, dentre outros aspectos relevantes na formação e capacitação de empreendedores regionais.

A atuação do Laboratório de Empreende-dorismo Inovadores

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A instalação de um Centro de Referência em Inovação para Operações Sustentáveis (CRIOS) é uma iniciativa que busca conciliar os objetivos do LEI, do Instituto de Ciência e Tecnologia da UFF (ICT-UFF-PURO) e dos diversos atores envolvidos na indústria local de petróleo, gás natural e energia. O projeto tem como objetivo abordar o desenvolvimento tecnológico sustentável regional, com foco em redes temáticas de relacionamento e cooperação, permitindo que competências desenvolvidas em laboratórios e centros de pesquisa (referências em suas respectivas áreas), possam desenvolver projetos em parceria com as empresas instaladas. Objetiva-se também criar uma lógica de projeto que possibilite a execução de traba-lhos complexos sem perda do aprendizado e conhecimento adquiridos durante etapas isoladas. Atingindo esses objetivos, o CRIOS constituirá um ambiente de sinergia e de soluções rápidas e inovadoras para a indústria local.

A concepção do CRIOS partiu das demandas identifi cadas na execução de projetos realizados em labo-ratórios da UFF, principalmente em áreas multidisciplinares como gestão ambiental e gestão de riscos. De forma a minimizar os impactos de possíveis divergências conceituais oriundas dessas diferentes áreas de conhecimento – bem como maximizar os potenciais ganhos de uma equipe multidisciplinar – a iniciativa de laboratórios compartilhados prevista no LEI busca desenvolver um modelo de referência na atuação e gestão de projetos, que possa multiplicar o número de empreendimentos de sucesso na Bacia de Cam-pos.

Atuando sobre o pilar do desenvolvimento sustentável, o CRIOS, quando completamente instalado na região, poderá orientar os novos desafi os da ampliação e modernização da indústria instalada na Bacia de Campos. Dentre os principais resultados previstos pela proposta de projeto CRIOS, podemos citar a:

• Redução do tempo e do custo do desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços intensivos em tecnologia

• Aumento da efi cácia e efi ciência dos esforços de inovação lo-cais

• Identifi cação e solução dos gargalos e das demandas tecnoló-gicas

• Aumento da vantagem competitiva do parque industrial local via processos de inovação

A concepção do CRIOS: Uma alternativa para o desenvolvi-mento tecnológico sustentável da região da Bacia de Campos

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Os Desafi os da Sustentabilidade

O setor industrial sempre buscou soluções para os seus desafi os. No início os desafi os eram o au-mento da produtividade e melhores condições de trabalho. Hoje o desafi o é um pouco mais com-plexo e abrangente, refere-se à sustentabilidade. Nossa sociedade chegou num estágio evolutivo

que não pode mais desconsiderar os impactos ambientais provocados pelos seus hábitos de consumo e crescimento não planejado.

Inicialmente, temos que rever o conceito de sustentabilidade. Muitos pensam que está relacionado ape-nas com a consciência da preservação do meio ambiente, essa visão é muito simplista. O conceito é bem mais abrangente e refere-se ao procedimento sistêmico que se traduz em um modelo de desenvolvimen-to global que incorpora os aspectos de desenvolvimento ambiental. O conceito de “Desenvolvimento Sustentável” surgiu pela primeira vez em 1987 no Relatório de Brundtland – Nosso Futuro Comum, o relatório foi elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no qual defi niu Desenvolvimento Sustentável nos seguintes termos:

Flávio Silva Machado (UFF/Puro)

“... O desenvolvimento sustentável é um processo de transforma-ção no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimen-tos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fi m de atender às necessidades e aspirações humanas”.

Como podemos ver a defi nição de Desenvolvimento Sustentável é bem ampla e diversifi cada. Essa com-plexidade no inicio trás ao setor produtivo dúvidas sobre a sua abrangência e efi cácia. Algumas questões são sempre levantadas quando o assunto é abordado, questões tais como: qual o meu papel nesse cenário, qual a metodologia aplicável ao setor, etc. É comum expressões de indignação, perplexidade e até de descaso por parte de gestores. Este comportamento é até compreensível, porém não aceitável. Sabemos das inúmeras difi culdades que nossas indústrias enfrentam, mas elas não estão isentas de assumirem seu papel na grande “onda verde” que varre o planeta.

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Visualizar qual é o papel da indústria no desenvolvimento sustentável é fácil, o grande desafi o é determi-nar qual a metodologia a ser aplicada no setor. A única resposta para essa questão é a Gestão Ambiental. O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) consiste em um conjunto de procedimentos voltados para resolver, mitigar e/ou prevenir os problemas ambientais, objetivando alcançar a excelência ambiental, promoven-do desta maneira desenvolvimento sustentável.

Para entendermos melhor esse novo paradigma gerencial temos que lembrar as mudanças ocorridas na relação produção/poluição que ocorreram nas últimas décadas. No início tínhamos uma visão de “Nega-ção Racionalizada”, isto é, a visão de crescimento era desconectada dos problemas ambientais (década de 70), passamos para “Gestão Responsável”, onde se compreende a relação direta entre a produção e os impactos ambientais causados (década de 80). Essa nova visão trouxe para dentro da esfera administrati-va valores que podem ser mensurados através do Triple Bottom Line (tripé da sustentabilidade), ou seja, os resultados das empresas podem ser medidos em indicadores sociais, ambientais e econômicos e que são apresentados em relatórios corporativos para toda a sociedade.

Para se alcançar essas melhorias ambientais em 1993 a ISO (Organização Internacional para Padroni-zação) reuniu-se com diversos profi ssionais e criou um comitê, intitulado Comitê Técnico - TC 207, que teria como objetivo desenvolver normas nas áreas envolvidas com o meio ambiente, essas normas fi caram conhecidas como ISO 14000. Esse comitê foi dividido em vários subcomitês sendo o primeiro deles o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O resultado dos trabalhos do subcomitê 1 foi o desenvolvi-mento da norma ISO 14001, que estabelece as diretrizes básicas para o desenvolvimento de um sistema que gerenciasse a questão ambiental dentro da empresa. De uma forma mais prática podemos dizer que a Norma ISO 14001 foi desenvolvida com objetivo de criar o equilíbrio entre a operação, manutenção, a rentabilidade e a redução dos impactos ambientais; com o comprometimento de toda a organização. Com a ISO 14001 é possível atingir as condições ideais de um desenvolvimento sustentável.

A pergunta ainda persiste - “qual a metodologia aplicável ao se-tor para se alcançar um Certifi cado ISO 14000?”

A implantação da Norma ISO 14001 não é uma tarefa hercúlea, pois é a organização que estabelece seus próprios objetivos e metas de desempenho, levando em consideração, os requisitos reguladores le-gais além de requisitos organizacionais. A metodologia a ser aplicada é piramidal, com diferentes níveis e metas a serem alcançadas, onde cada etapa complementa a outra e o somatório leva a certifi cação. De uma forma didática listarei as exigências necessárias para se alcançar a certifi cação ambiental:

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1- Política ambiental – a direção da empresa deve elaborar uma Política Ambiental que re-presente seus produtos e serviços, e que seja divulgada entre funcionários e a comunidade.2- Aspectos ambientais – a empresa deve criar procedimentos que permitam identifi car, conhecer, administrar e controlar todos os resíduos gerados durante o processo produtivo e uso do produto.3- Exigências legais – a empresa precisa desenvolver uma sistemática para ter acesso a todos às exigências legais pertinentes a sua atividade. Os funcionários devem ter conhe-cimento de quais são essas exigências e quais as documentações necessárias para o seu cumprimento.4- Objetivos e metas – os objetivos e metas criados pela empresa devem estar alinhados com o cumprimento da política ambiental que foi previamente defi nida.5- Programa de gestão ambiental – o programa deve ser estruturado com defi nição de res-ponsáveis pela coordenação e implementação de ações que cumpram o que foi estabelecido nas etapas anteriores. Lembrando que esse programa deve contemplar o desenvolvimento de novos produtos e processos, incluindo previsão de ações contingenciais, associadas aos riscos envolvidos e aos respectivos planos emergenciais.6- Estrutura organizacional e responsabilidade – o SGA deve integrar as funções de cada funcionário, através da descrição de cargos e funções relativas à questão ambiental. Deve haver um organograma que demonstre as inter-relações e defi nir os profi ssionais que sejam representantes dos assuntos específi cos do SGA.7- Conscientização e treinamento – é uma das etapas mais importantes, pois o funcionário deve ter consciência da importância do cumprimento da política e objetivos defi nidos pela empresa. O treinamento deve considerar todos os impactos ambientais, os reais ou poten-ciais que estão associados a cada atividade de trabalho.8- Comunicação – deve haver na empresa uma “linha verde”, que é um canal de comuni-cação entre funcionários, comunidade e empresa, referente às questões ambientais pertinen-tes.9- Documentação do SGA – tem que existir na empresa um Manual do Sistema de Geren-ciamento Ambiental que apresente as exigências ambientais da empresa.10- Controle de documentos – todos os procedimentos devem ser controlados, assinados pelos responsáveis, armazenados em locais adequados e de fácil acesso. Procedimento se-melhante ao da ISO 9000.11- Controle operacional – a empresa precisa ter procedimentos para a realização de ins-peção e controle ambiental. Considerando também procedimentos para manutenção e cali-bração dos equipamentos que fazem esses controles.12- Situações de emergência – a empresa deve ter procedimentos para prevenir, investigar e responder à situações de emergência. Treinando funcionários para atuar nessas situações.13- Monitoramento e avaliação – deve haver um programa para se medir o desempenho ambiental através da inspeção das características de controle ambiental e calibração dos instrumentos de medição para que atendam aos objetivos e metas estabelecidas.14- Não conformidade, ações corretivas e ações preventivas – a empresa deve defi nir res-ponsáveis para investigar as causas das não-conformidades ambientais e tomar as devidas ações necessárias.15- Registros – a empresa deve ter um arquivo para armazenar os resultados das auditorias, análises críticas relativas às questões ambientais.16- Auditoria do SGA – deve ter um programa de auditoria ambiental periódica e os resul-tados devem ser documentados e apresentados à alta administração da empresa.17- Análise crítica do SGA – considerando os resultados da auditoria ambiental, a organi-zação deve fazer uma análise crítica do SGA e as devidas alterações necessárias para aten-der as exigências do mercado, clientes, fornecedores e aspectos legais, na busca da melhoria contínua.

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Fazendo uma análise das exigências da ISO 14001 podemos ver que existe uma semelhança com a ISO Série 9000, Normas para o Sistema de Garantia da Qualidade. Esse fato não é de se estranhar, pois uma empresa que busca excelência ambiental já apresenta um ótimo desempenho de qualidade de processo e produto/serviço. Com isso, podemos aplicar ao processo de certifi cação um padrão cíclico, uma espiral de melhoria contínua, representado pelo Ciclo PDCA. Essa disposição cíclica permite uma adequação nas diferentes etapas do processo.

Considerando todas as exigências necessárias para uma certifi cação ambiental, podemos ver que todo o processo demanda de recursos humanos, disponibilidade fi nanceira e tempo. Outras ferramentas podem auxiliar o Sistema de Gestão Ambiental tais como a Produção Mais Limpa (P+L) e a Ecoefi -ciência.

Lembrando que a Produção Mais Limpa (P+L) é uma ferramenta gerencial de aplicação contínua, cuja função é integrar a prevenção ambiental a processos, produtos e serviços. Desta forma aumentando a efi ciência de produção e reduzindo os riscos para o ser humano e o ambiente, garantindo a empresa uma ecoefi ciência, ou seja, “produzindo mais com menos”.

Para fi nalizar não podemos esquecer que a Certifi cação Ambiental tornou-se uma exigência de vários setores da sociedade, tais como: consumidores, setor fi nanceiro, seguradoras, fornecedores, etc. É importante ressaltar também as vantagens que a empresa obtém na conquista da Certifi cação Ambien-tal, tais como: melhora a competitividade, minimização de passivos ambientais, redução de barreiras comerciais e marketing ambiental.

Com relação ao marketing ambiental, podemos considerá-lo uma ferramenta muito efi caz para divul-gação da “marca” da empresa, pois passa para os consumidores uma imagem de ambientalmente cor-reta, além de funcionar como um passaporte para novos mercados, principalmente o mercado comum europeu.Todos os instrumentos gerenciais, que visam melhorias ambientais, levam conseqüentemente ao De-senvolvimento Sustentável. Este é o único desenvolvimento capaz de criar um modelo econômico que gere riquezas e bem-estar, além de preservar a natureza.

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Polo Universitário deCampos dos

Nos dias 21 e 22 de março de 2011 o Seminário Universidade, Inovação e Desen-volvimento Regional – Polos Universitários visitou o Polo Campos dos Goytacazes. Faziam parte da programação do evento painéis de debates que tinham como integran-tes professores da Universidade e representantes da prefeitura de Campos, e por fi m a discussão dos grupos temáticos.

Goytacazes

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Painéis

1O Painel 1: O Papel da Universidade no Desenvol-vimento Regional que teve

como mediador José Luiz Vianna da Cruz e como debatedora Fabia-na Rodrigues Leta, UFF/AGIR

2O Painel 2: Economia So-lidária como Estratégia de Desenvolvimento e Em-

preendimentos Econômicos So-lidários - moeda social, redes so-ciais, incubadoras de economia solidária que teve como mediador Gustavo Givisiez UFF- Campos e como debatedores Javier Ghibau-di, UFF- Campos e Eduardo Cres-po, representante da Prefeitura Municipal de Campos.

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Javier abordou o tema Economia, Política e Uni-versidade que discutiu questões sobre a exclu-são social, economia popular e solidária onde

analisou políticas e projetos sociais, qualifi cação profi ssional e a política de desenvolvimento de tec-nologia. E também defendeu a idéia de Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares que consis-te em Desenvolver Relações de Trabalho e Inserção Política / Econômica mais igualitárias e democráti-cas. Citou como exemplo a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP COPPE UFRJ, que de acordo com sua apresentação, foi concebi-da como um instrumento de transferência do saber acumulado na Universidade, para setores social e economicamente vulneráveis da sociedade.

O representante da Prefeitura de Campos, o Presi-dente do Conselho Gestor Eduardo Crespo apresen-tou a FUNDECAM – Fundo de Desenvolvimento

de Campos. A FUNDECAM tem como objetivo o foco em atividades com maior potencial de geração de emprego, trabalho e renda, políticas de desen-volvimento baseadas em encadeamento produtivo e nas áreas de Ciência, Tecnologia, Inovação, com gestão efi caz, moderna e transparente. Com o novo governo, o Fundo de Desenvolvimento foi reestru-turado, criou programas e passou a desenvolver as condições de implantação do processo de democra-tização do crédito, que permite expandir o atendi-mento a micro e pequenas empresas já estabeleci-das ou que queiram se estabelecer.

Para fi nalizar o Seminário em Campos, realizou-se a Discussão dos Grupos Temáticos. A metodolo-gia usada no debate envolve atividades inicialmen-te pontuais e interdisciplinares internas, que irão se expandir para ações de articulação regional.

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Tecnologias de Gestão

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6161 111TECNOLOGIAS DE GESTÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Coordenador: Elzira Lúcia de OliveiraPesquisadores:

Alan Figueiredo de Arêdes (Economia)Eliara Tavares (Economia)

Norberto Martins Vieira (Economia)Aline da Silva Souza (Geografi a)

Elis de Araújo Miranda (Geografi a)Gustavo Henrique Naves Givisiez (Geografi a)

Raul Reis Amorim (Geografi a)Vanessa Couto S. Costa (Geografi a)

O grupo de pesquisadores que participaram do grupo era vinculado aos cursos de geografi a e economia. Em que pese a formação básica nas áreas de atuação no ensino, os participantes possuem formação heterogênea na pós-graduação, abordando Economia Aplicada, Demogra-fi a, e passando por Planejamento Urbano e Regional. Além disso, a experiência dos pesqui-sadores também era diversifi cada, contando com pesquisadores bolsistas de produtividade do CNPq a bolsistas de iniciação científi ca que também contribuíram com o debate, fato que enriqueceu a troca de experiências no painel. Sendo assim, identifi caram-se projetos desenvolvidos nas seguintes áreas: Geociências e geo-tecnologias cujo projeto de Desenvolvimento Regional e Ordenamento do Território propõe um zoneamento geoambiental da região Norte e Noroeste Fluminense; Economia Agrícola, cujo projeto visa identifi car o retorno e os riscos associados ao cultivo de hortaliças; Demo-grafi a e Economia, com projetos de Demanda Demográfi ca Habitacional e Cálculo do Preço da cesta básica, e Acompanhamento e Análise do Mercado de Trabalho Formal na região Norte Fluminense e na Área de Infl uência do COMPERJ; Desenvolvimento Econômico que propõe uma análise do desenvolvimento regional considerando variáveis de capital humano.

Projetos

Acredita-se que os projetos têm potencial diferenciado de gerar soluções inovadoras no que dizem respeito à gestão da produção e do território, produção e disseminação da informação, educação quanto ao uso de informações para desenho, implantação, gestão, acompanhamento e avaliação das políticas públicas.

Potencial dos projetos gerarem soluções inovadoras

Os desafi os de ordem fi nanceira envolvem aquisição periódica de banco de dados; infra-estrutura universitária (especialmente espaço físico) para montagem dos laboratórios, cus-teio das pesquisas, manter fl uxo de bolsas de pesquisadores e de iniciação científi ca, entre outros.

Desafi os para o desenvolvimento da solução

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Desafi os que envolvem recursos humanos, tais como, capacitar alunos para envolver no pro-cesso da pesquisa, sensibilizar e envolver técnicos do poder público municipal e fortalecer os laços com os atores envolvidos.

Iniciativa privada: empresas que necessitam avaliação geoambiental do território para im-plantação de grandes empreendimentos; as três esferas do poder público; agências de desen-volvimento; agências de fomento à Pesquisa (FAPERJ, CNPq, FINEP) e Petrobras.

Parcerias externas para o desenvolvimento da solução

Governos Municipais e Estaduais, Ministérios do Meio ambiente, das Cidades e Desenvol-vimento Social; Empresas privadas com foco em responsabilidade social e relações com a comunidade.

Possíveis interessados nos resultados

Os produtos gerados contribuirão para o desenvolvimento regional na medida em que for-necem diagnósticos que permitem elaborar as ações efetivas de mitigação de disparidades regionais, promover o desenvolvimento humano, como também permitem o monitoramento contínuo da realidade social. Além disso, os produtos gerados pela pesquisa geoambiental e as tecnologias empregadas permitem propor um zoneamento ambiental com indicação de áreas apropriadas para preser-vação, conservação, melhoramento e reabilitação ambiental, bem como elaborar diagnósti-cos de fragilidade ambiental. Enfi m, o conjunto dos projetos desenvolvidos contribuem para o desenvolvimento regional de maneira holística e sustentável, uma vez que se preocupam com todas as dimensões.

Contribuições para o desenvolvimento regional

Rede de Conhecimentos

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Polo Universitário deVolta Redonda

O Polo Universitário de Volta Redonda recebeu o Seminário nos dias 09 e 10 de maio de 2011. Seguindo a proposta do Ciclo, foram realizados painéis de discussão que ti-nham como debatedores representantes do polo e representantes do governo local. No segundo dia do evento, alunos e professores se dividiram em 10 grupos temáticos que abordavam diversos temas com o objetivo de analisar as possibilidades inovadoras de cada um.

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Painéis

O Papel da Universidade no Desenvolvimento Regional teve como mediadora, Salete Sou-za de Oliveira – Diretora da Escola de Enge-

nharia Industrial e Metalúrgica de Volta Redonda – EEIMVR/UFF. As palestrantas deste debate foram: Fabiana Rodrigues Leta, Diretora da Agência de Inovação; Márcia Amira Freitas do Amaral, Diretora de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do Instituto Federal de Educação que apresentou os Programas de Iniciação Científi ca e Tecnológica desenvolvidos no IFRJ, os cursos de Pós-graduação oferecidos no campus de Volta Redonda e atividades de extensão desenvolvidas pelo Instituto como: SEMATEC SUL, IF cine, cursos, palestras , ofi cinas, projetos, Proeja-fi c.

O painel também contou com a participação do Presidente da Sinduscon-SF, Mauro Campos Pe-reira. Em sua apresentação destacou a importância da integração entre a Universidade e a Empresa, e também discutiu a questão da inovação nas empre-

A mesa de abertura contou com a presença dos professores Wainer da Silva Silveira – Diretor do Polo Universitário de Vol-ta Redonda - PUVR/UFF, José Augusto Huguenin – Diretor do

Instituto de Ciências Exatas – ICEX/UFF, Marcelo Gonçalves do Amaral – Diretor da Escola de Ciências Humanas e Sociais – ECHS/UFF, Renato Dietrich de Azevedo – Representante da Escola de Engenharia Industrial e Metalúrgica de Volta Redonda – EEIMVR/UFF e a Fabiana Rodrigues Leta – Diretora da Agência de Inovação AGIR/PROPPI/UFF.

sas, a difi culdade de sua gestão, da identifi cação dos problemas, o medo que o empresário tem de investir no novo e o desafi o da inovação na construção civil. Destacou que o assunto deve ser tratado setorialmen-te e que a solução para o desenvolvimento empresa-rial está na Inovação.

O segundo painel abordou o tema Tecnologia e Inovação e foi mediado por Marcelo Amaral, Diretor da Escola de Ciências Humanas e Sociais – ECHS/UFF, tendo como debatedor André Ferreira - Diretor da Escola de Ciências Humanas e Sociais – ECHS/UFF. O debate promoveu uma discussão sobre o Conselho Municipal de Inovação Tecnológica que é uma proposição da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e integra diversos institutos da região. Apresentou os modelos usados para o desenvolvi-mento de uma região, tais como: Estímulo a setores alavancadores da economia, investimentos estatais em grandes obras de infra-estrutura ; Fomento e apoio a setores tradicionais da economia com poten-

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cial de competitividade em razão dos fatores microeconômicos ou estruturais. Defendeu a dissemi-nação da Inovação e que para isso deve-se pensar em Inovação no dia a dia.

Henrique Almeida Carneiro – Presidente do Sindicato Metal-Mecânico do Sul Fluminense MetalSul, alertou para o pequeno número de empresas locais que foram contempladas com edital de fomento para inovação e destacou a importância das empresas perce-berem e incorporarem a inovação na sua política e desta forma con-tribuir para a evolução do merca-do regional.

Jessé de Hollanda Cordeiro Júnior, Secretário de Desenvol-vimento Econômico e Turismo de Volta Redonda, complemen-tou o debate, reforçando a ideia de por em prática a inovação. De acordo com sua apresenta-ção falta “quem faça”, as idéias existem mas não são postas em prática, o governo local deve investir nos micro e pequenos empresários que são em grande número e geram retornos fi nan-ceiros para a região. Defendeu a idéia da mudança na formação de alunos, para que já saiam da Universidade com uma visão empreendedora.

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Resultado dos Grupos TemáticosEm Volta Redonda o seminário contou com 10

grupos temáticos, que discutiram os seguintes temas: Tecnologia Social, Tomada de Decisão e Estratégia, Organizações e Sociedade, Desenvolvimento Regio-nal, Tecnologia Ambiental, Inovação e Mecanismos de Transferência de Tecnologia e Interação Univer-

sidade – Empresa, Contabilidade Internacional como Ferramenta para o Desenvolvimento Regional, Ciên-cia, Cuidado e Saúde, Laboratório de Investigação das Psicopatologias Contemporâneas e Grupo de Inova-ção em Engenharia. A seguir os resultados obtidos de cada grupo:

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Tecnologia SocialCoordenador: Professora Maria Alice Costa – ECHSVR/UFFProfessores: Nathália Ramos de Melo (Engenharia de Agronegócios), Luiz Carlos Rodrigues (Administração), Virgílio Cezar da Silva e Oliveira (Administração), Carlos Frederico Bom Kraemer (administração)

Grupo Temático 1

Criação e Implementação de Alternativas Sociais: Tecnologias Sociais Inovadoras e Transformadoras.

Tecnologia Social

Criação e Implementação de Alternativas Sociais: Tecnologias Sociais Inovadoras e Transformadoras.

Elaborar estudos que envolvam uma rede de parcerias disponíveis para a criação de tecnologias sociais ino-vadoras, por meio da idéia da “ecologia de saberes”, do desenvolvimento regional e do bem-estar social.

Objetivo

Em toda a SociedadeOnde se Aplica

Todas as áreas do conhecimento precisam estar envol-vidas, em especial, a Engenharia de Produção, Dese-nho Industrial e as Ciências Humanas e Sociais.

Áreas de conhecimento envolvidas

Elaboração de metodologia de gestão democrática de-liberativa; capacitação de recursos humanos para a Re-gião Fluminense em projetos autosustentáveis; criação de embalagens para defi cientes visuais; criação de um fundo social para a alocação de capital em prol de es-colas públicas, resultante de parceria entre a UFF e em-presas privadas da Região Sul Fluminense, por meio da política nacional de resíduos sólidos;

Possibilidades de Inovação

Capacitação de recursos humanos que envolva a mu-dança cultural e de mentalidade para a inovação, a de-mocracia e a inclusão social. Estabelecimento de redes de pesquisa e desenvolvimento.

Desafi os para o desenvolvimento

Empresas privadas em geral, entidades empresariais (sindicatos, FIRJAN, SEBRAE), governo estadual e local, organizações sociais, escolas, etc.

Parcerias externas

Empresas do Sul Fluminense, governo local e comu-nidade/sociedade

Possíveis interessados nos resultadosDesenvolvimento de alternativas exeqüíveis para proje-tos sociais autosustentáveis; que gerem trabalho, renda e bem-estar coletivo e individual.

Contribuição para o desenvolvimento regional

Tomada de Decisão e Estratégia

Coordenadores: Professores Murilo Alvarenga e Pauli Adriano Garcia AlmadaProfessor: Ilton Cury Leal Jr

Grupo Temático 2

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Análise da ecoefi ciência de terminais de containers brasileiros

Desenvolver um método para avaliar do desempenho econômico e ambiental dos terminais de containers e elaborar um ranking por ordem de ecoefi ciência

Objetivo

Agências reguladoras, empresas que atuam na ope-ração dos terminais.

Onde se Aplica

Ciências Sociais Aplicadas e Engenharias.Áreas de conhecimento envolvidas

Elaboração e software para auxílio a tomada de decisão.Possibilidades de Inovação

Recursos FinanceirosDesafi os para o desenvolvimento

PET/COPPE/UFRJParcerias externas

Empresas de transporte, governos federal, estaduais e municipais.

Possíveis interessados

Melhoria da qualidade de vida e meio ambiente sem perda de efi ciência econômica.

Contribuição para o desenvolvimento regional

Gestão e tecnologia para melhoria da ecoefi ciêcia no transporte rodoviária de produtos perigosos

Objetivo

Empresas transportadoras, montadoras de automóveis e governo.

Onde se Aplica

Ciências Sociais Aplicadas e EngenhariasÁreas de conhecimento envolvidas

Elaboração e software para auxílio a tomada de deci-são.

Possibilidades de Inovação

Recursos FinanceirosDesafi os para o desenvolvimento

PET/COPPE/UFRJParcerias externas

Empresas de transporte, montadoras, governos federal, estaduais e municipais.

Possíveis interessados

Melhoria da qualidade de vida e meio ambiente sem perda de efi ciência econômica.

Contribuição para o desenvolvimento regional

Levantar e mensurar como as tecnologias e processos gerenciais existentes podem contribuir para a redu-ção de impactos ambientais do transporte rodoviário de cargas.

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Avaliação de desempenho do transporte de passa-geiros com base em medidas de ecoefi ciência

Identifi car alternativas de transporte de passageiros que atendam as demandas socioeconômicas e redu-zam impactos ambientais.

Objetivo

Governos, concessionárias de transporte público, so-ciedade em geral.

Onde se Aplica

Ciências Sociais Aplicadas e Engenharias.Áreas de conhecimento envolvidas

Elaboração de métodos de apoio a decisão gerencial.Possibilidades de Inovação

Recursos FinanceirosDesafi os para o desenvolvimento

PET/COPPE/UFRJParcerias externas

Governo e sociedade.Possíveis interessados

Melhoria da qualidade de vida e meio ambiente sem perda de efi ciência econômica.

Contribuição para o desenvolvimento regional

Análise de efi ciência para determinação de cenários prospectivos

Objetivo

Empresas, Governo (Agências), Universidades (Esco-las de Negócios).

Onde se Aplica

Ciências Sociais Aplicadas e Engenharias.Áreas de conhecimento envolvidas

Elaboração de sistemas especialistas para elaboração de cenários.

Possibilidades de Inovação

Financeiros e Parcerias para implementação.Desafi os para o desenvolvimento

Início em 2010.Parcerias externas

Combinar modelos de programação matemática com técnicas qualitativas de prospecção de cenários.

Empresas (Todos os setores), Governo (Secretarias e Agências Reguladoras), Escolas de Negócios (Lato e Strictu-senso).

Possíveis interessados

Aumento da competitividade por meio do planeja-mento de cenários futuros para empresas e governos.

Contribuição para o desenvolvimento regional

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Heurísticas e vieses cognitivos em proces-sos de decisão gerencial

Analisar os principais limites da racionalidade dos gestores e propor métodos para redução dos vieses cognitivos.

Objetivo

Empresas, Governo (Agências), Universidades (Esco-las de Negócios).

Onde se Aplica

Ciências Sociais Aplicadas e Engenharias.Áreas de conhecimento envolvidas

Elaboração de métodos de apoio a decisão gerencial.Possibilidades de Inovação

Financeiros e Parcerias para implementação.Desafi os para o desenvolvimento

Grupo de Pesquisa na FEA-USPParcerias externas

Possíveis interessados

Melhorias na gerência de empresas e órgãos do go-verno

Contribuição para o desenvolvimento regional

Empresas (Todos os setores), Governo (Secretarias e Agências Reguladoras), Escolas de Negócios (Lato e Strictu-senso).

Estudo combinado entre jogos de empresa e o método do caso em Administração

Analisar os benefícios da combinação entre duas das principais técnicas educacionais (Expetimental Lear-ning) na formação gerencial.

Objetivo

Universidades (Escolas de Negócios).Onde se Aplica

Ciências Sociais Aplicadas e Engenharias.Áreas de conhecimento envolvidas

Elaboração de método educacional híbrido para o de-senvolvimento de gestores.

Possibilidades de Inovação

Financeiros e Parcerias para implementação.Desafi os para o desenvolvimento

Projeto Apoiado pela Faperj (APQ1) e em parceria com Simulab (grupo de pesquisa na FEA-USP).

Parcerias externas

Universidades (Escolas de Negócios)Possíveis interessados

Disseminação do método para outras instituições de ensino superior da região.

Contribuição para o desenvolvimento regional

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Estabelecimento de Políticas Ótimas de Admi-nistração da Manutenção

Identifi car os momentos (tempos) em que as manuten-ções e testes periódicos devem ser realizados para ga-rantir disponibilidade máxima com custos mínimos.

Objetivo

IndústriaOnde se Aplica

Pesquisa Operacional, Administração e EngenhariaÁreas de conhecimento envolvidas Acesso a contextos e dados reais para teste dos

modelos

Desafi os para o desenvolvimento

APQ1, Petrobras, CNENParcerias externas

IndústriaPossíveis interessados

Análise de Efi ciência e Estabelecimento de Alvos para Melhoria

Identifi cação dos níveis de efi ciência relativa de dife-rentes atividades homogêneas. Identifi cação de uma fronteira de efi ciência e dos caminhos para se alcançar a mesma.

Objetivo

Indústria e governoOnde se Aplica

Pesquisa OperacionalÁreas de conhecimento envolvidas

Acesso às informações/dadosDesafi os para o desenvolvimento

Governo, indústria, sociedade etc.Possíveis interessados

Análise de Riscos em Instalações Industriais

Integrar as atividades de suporte logístico (manuten-ção e teste) em sistemas de segurança minimizando os riscos e os custos de prevenção de acidentes.

Objetivo

IndústriaOnde se Aplica

Pesquisa Operacional e EngenhariaÁreas de conhecimento envolvidas

Acesso a contextos e dados reais para teste dos mo-delos.

Desafi os para o desenvolvimento

Petrobras, Comissão Nacional de Energia Nuclear, Ministério da Defesa

Parcerias externas

IndústriaPossíveis interessados

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Difi culdadesInternas • Burocracias internas - qual o melhor caminho para a realização dos contratos envolvendo proje-

tos de pesquisa, consultorias, parcerias interinstitucionais etc. (FEC ou PROEX); • Qualifi cação docente (Produtividade) – Atividades de pesquisas

Externas • Cultura organizacional (indústria e governo)Há uma grande difi culdade na região devido à cultura das empresas aqui localizadas. As mesmas se perguntam se a Universidade pode ajudá-las. Há uma ínfi ma divulgação das competências dos pes-quisadores da UFF de Volta Redonda. A comunidade empresarial, industrial etc., desconhece a UFF em VR e as possibilidades de interações entre Empresa e Universidade.

Organizações e Sociedade

Coordenador: Professor Cristiano MonteiroProfessores: Isaque Moura, Carlos José Vieira Martins, Terezinha Benevides Lobianco, Leonardo Marchi, Gus-tavo Bezerra

Grupo Temático 3

Problematizar visões dicotômicas ou pouco refl exivas sobre a relação entre organizações e sociedade, a eco-nomia e a inovação.

Objetivo

Na própria Universidade (cursos, órgãos de apoio à pesquisa, administração superior); órgãos públicos; empresas e entidades empresariais; etc..

Onde se Aplica

Administração; Ciências Contábeis; Ciências Sociais (Antropologia, Ciência Política e Sociologia); Comu-nicação Social; Filosofi a; Letras; Química (presentes na discussão).

Áreas de conhecimento envolvidas

Inovação nas instituições; novas posturas sobre co-nhecimento, estratégia, ciência, tecnologia, regulação (jurídica, política etc.).

Possibilidades de Inovação

Buscar o equlíbrio entre inovação técnica, cultural e institucional; Capacidade dos atores organizacionais entenderem este equilíbrio; Meio ambiente; Dimensão humana.

Desafi os para o desenvolvimento

Governo; escolas; sindicatos; associações profi ssio-nais; ONGs; movimentos populares; entidades empre-sariais etc..

Parcerias externas

Visão mais refl exiva sobre desenvolvimento; papel das instituições sociais e das pessoas.

Contribuição para o desenvolvimento regional

Page 71: Revista Agir Nº2

72

Desenvolvimento Regional Coordenador: Raphael Jonathas (Sociologia)

Professores: José Luiz Alcantara (Economia), Alceu JÚnior Paz da Silva (Educação/Filosofi a da Ciência), Lúcia Assis (Letras), Ana Paula Poll (Antropologia)

Grupo Temático 4 Desenvolvimento Desenvolvimento Regional Regional Coordenador: Raphael Jonathas (Sociologia)

Professores: José Luiz Alcantara (Economia), Alceu JÚnior Paz da Silva (Educação/Filosofi a da Ciência), Lúcia Assis (Letras), Ana Paula Poll (Antropologia)

Grupo Temático 4

Arranjo sociopolítico polarizado (Locke, 1995)Há “implicações das diferentes estruturas ou modelos de interação para a habilidade dos atores em

diferentes localidades em compartilhar informação, recursos e formar alianças em momentos críti-cos” (Locke, 1995, p.125).

Uma economia se distingue regionalmente segundo padrões de associativismo, representação polí-tica e governança econômica estabelecidos em cada localidade, cada uma testemunhando formas par-ticularmente distintas de relacionamento entre as grandes empresas e os grupos sociais componentes do seu tecido social.

O modelo polarizado está na origem de inúmeras cidades industriais planejadas na primeira par-te do século XX, cuja formação foi orientada pelo estabelecimento e predomínio de laços verticais muito mais fortes do que as conexões entre os vários atores locais. Relações verticalizadas impedem o desenvolvimento ideológico e organizacional. Há forte predomínio de relações industriais de do-minação.

Volta Redonda, portanto, é uma cidade monoindustrial com arranjo sociopolítico polarizado

• Reestruturação produtiva e integração competitiva de empresas e outros atores econômicos em con-textos globalizados, em paralelo à defesa de uma economia mais integrada e fl exível

• Introdução de um debate acerca da constituição de novas instituições, arenas e espaços públicos (às vezes, informais) em nível subnacional de articulação e coordenação entre atores políticos e sociais a fi m de enfrentar os desafi os impostos por esse mesmo processo. (Guimarães & Martin, 2001, p. 16)

• Atores econômicos, políticos e sociais: empresariado (ACIAPs, Igreja Católica, MetalSul, secretarias de desenvolvimento econômico, Associação de Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda (AAP-VR), Sindicato dos Metalúrgicos, Sindicato dos Engenheiros e CSN)

• Experiências de arranjos institucionais de caráter desenvolvimentista implantadas na região Sul Flu-minense:

• Codivap (fi nal da década de 1970)• Mercovale (fi nal da década de 1990 e início da década de 2000)• Ceivap• Fórum Demissão Zero

Desafi os para a região no cenário do pós-privatização da CSN

Comissão Ambiental-Sul

Propostas de desdobramentos/Atividades/Projetos

Onde estamosO que queremos alcançar

Quem participaDesafi os e contribuições para o

desenvolvimento regional

Page 72: Revista Agir Nº2

73

Tecnologia Ambiental

Coordenador: Professora Fabiana Soares dos Santos,Gilmar Clemente da Silva, Ana Paula Martinazzo, Carlos Eduardo de Souza Teodoro

Grupo Temático 5

Gerar tecnologias para mitigar e/ou eliminar impactos e passivos ambientais

Objetivo

Poluição do solo, aproveitamento de resíduos agroin-dustriais e geração de energia sustentável.

Onde se Aplica

O tema Tecnologia Ambiental envolve diversas áreas do conhecimento, tais como Química, Biologia, Enge-nharias e Economia entre outras.

Áreas de conhecimento envolvidas

Os projetos de pesquisa tratam de produtos ou proces-sos com grande potencial em inovação nas áreas de: bioplásticos, produção de enzimas, fi torremediação, biorremediação, remediação eletrocinética, biolixivia-ção, produção de vetores energéticos, células a com-bustível microbianas e desenvolvimento de produtos naturais para controle de pragas e doenças na agricul-tura.

Possibilidades de Inovação

Fazer demanda induzida (projetos encomendados), mais atenção para grupos emergentes, aumento no número de bolsas, autonomia para o pesquisador ge-renciar os recursos aprovados nos editais da PROPPI, fi nanciamento de taxas de inscrição em eventos cien-tífi cos.

Desafi os para o desenvolvimento

O grupo tem parcerias com outras Universidades, como exemplo a UFRRJ no Brasil e a UNAH em Cuba. En-tretanto existe interesse em fazer parcerias com outras instituições de ensino e pesquisa, e indústrias.

Parcerias externas

Todos os segmentos da sociedade (governo, empresas, população).

Contribuição para o desenvolvimento regional

Page 73: Revista Agir Nº2

74

Inovação e Mecanismos de Transferência de Tecnologia e

Interação Universidade - EmpresaCoordenador: Professor Ricardo Thielmann

Professor: André Ferreira

Grupo Temático 6

A contribuição da Universidade Publica para a Inovação e o desenvolvimento regional.

Mapear limites e possibilidades da Universidade avan-çar, além do ensino e da pesquisa para atividades de extensão que envolve a sociedade, com foco especí-fi co em empresas e setor público, com foco no desen-volvimento regional.

Objetivo

Desenvolvimento de políticas públicas regionais vol-tadas para a inovação como instrumento do desenvol-vimento regional. Incentivando a interação entre a uni-versidade e empresas e os governos para fomentar o desenvolvimento regional.

Onde se Aplica

Inovação / Desenvolvimento Regional / Interação Uni-versidade/empresa e governo

Áreas de conhecimento envolvidas

Criação do Núcleo Apoio a Gestão da Inovação Tecno-lógica, por meio de um arranjo institucional entre uni-versidade, entidades empresariais, setor público para que possa estimular o processo de gestão da inovação em empresas de pequeno e médio porte da região, bem como fomentar novos negócios com base tecnológica (Criação de uma incubadora de projeto/empresas na região do médio vale do Paraíba)

Possibilidades de Inovação

• Criar uma cultura de inovação nas empresas• Melhorar a inserção da universidade na interação

com as empresas• Desenvolver pesquisas de base e aplicadas como

potencial de utilização pelas empresas

Principais desafi os

• Governo do Estado do Rio de Janeiro – criação de uma alternativa de desenvolvimento regional

• Prefeituras do Médio Vale do Paraíba – criação de uma alternativa de desenvolvimento regional

• Universidade – motivar novas linhas de apoio a pesquisas que envolvam a parceria entre a univer-sidade e as empresas

• Empresas – Abrir os horizontes das empresas para a importância da inovação para o aumento de sua competitividade

Possíveis interessados nos resultados

Este é um processo que demanda lideranças prepara-das e comprometidas com os conceitos de inovação e desenvolvimento regional, que ultrapassa os limites dos municípios e que possa perseverar e simultanea-mente contagiar o seu ambiente.

Comentários adicionais

Page 74: Revista Agir Nº2

75

Os impactos dos fundos setoriais no desenvolvimen-to de inovações, de tecnologias e no desenvolvimento

econômico do país.

A avaliação dos impactos dos fundos setoriais no de-senvolvimento tecnológico e de inovações e no desen-volvimento econômico do Brasil, analisando o perío-do compreendido entre 2000 a 2009.

Objetivo

a) mapear e avaliar o processo de desenvolvimento e implantação das políticas públicas de desenvolvimen-to tecnológico e de inovações no Brasilb) mapear quais são as políticas públicas para o de-senvolvimento tecnológico e de inovações durante o período de 2000 a 2009c) mapear e avaliar a atuação da FINEP como princi-pal órgão de operacionalização das políticas de desen-volvimento tecnológico e de inovaçõesd) avaliar os impactos destas políticas públicas duran-te o período compreendido entre 2000 a 2009e) criar uma metodologia de avaliação das políticas de desenvolvimento tecnológico e de inovações

Objetivos específi cos

Pesquisa em fase de desenvolvimento

Desenvolvimento de políticas públicas de inovação como instrumento do desenvolvimento

Onde se Aplica

Inovação / Desenvolvimento Tecnológico / Política Pública de Inovação e Tecnologia

Áreas de conhecimento envolvidas

Criação de uma metodologia de avaliação de políticas públicas de inovação

Possibilidades de Inovação

FINEP / Ministério de Ciências e Tecnologia

Parcerias externas para o desenvolvimento da solução

FINEP / Órgãos Estaduais de FomentoPossíveis interessados nos resultados

Criação do Núcleo de Apoio à Inovação em Empresas

O objetivo geral desta proposta é a estruturação e operação de um núcleo de gestão da inovação no Polo Uni-versitário de Volta Redonda, visando a elaboração de diagnósticos empresariais na área de inovação, capaci-tação e desenvolvimento de planos de desenvolvimento tecnológico para 80 empresas localizadas na região do Médio Vale do Paraíba. Esta região congrega empresas das áreas de metalurgia, automóveis, fundição, modelação, usinagem, caldeiraria, manutenção eletro-mecânica, benefi ciamento de aço, dentre outras.

Objetivo

MetodologiaAs etapas para realização da proposta será a seguinte:

1) Sensibilização das empresasPara atender ao maior número de empresas possível serão realizados 8 seminários de sensibilização na Região

do Médio Vale do Paraíba nos municípios de Rezende, Volta Redonda, Barra Mansa e Piraí. As empresas serão convidadas por meio de contatos com entidades de classe (Associações, Sindicatos e FIRJAN) como também

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76

O primeiro instrumento de coleta de dados será elaborado seguindo a metodologia da Fundação para o Prêmio Nacional de Qualidade - PNQ que está fundamentado em um modelo de excelência de gestão. Este modelo é embasado em um conjunto de conceitos fundamentais que abordam o contexto social,

econômico e tecnológico das organizações. Esses fundamentos são reconhecidos mundialmente e baseados em fatores de desempenho observados nas organizações líderes de mercado e que estão em constante busca pelo aperfeiçoamento e adaptabilidade rápida a mudanças ambientais. Os fundamentos da Excelência são os seguin-tes: a) Pensamento sistêmico; b) Aprendizado organizacional; c) Cultura e inovação; d) Liderança e constância de propósitos; e) Orientação por processos e informações; g) Visão de futuro; h) Geração de valor; i) Valorização de pessoas; j) Conhecimento sobre o cliente e o mercado; k) Desenvolvimento de parcerias; l) Responsabilida-de social. Utilizando esses fundamentos como instrumento na defi nição do diagnóstico organizacional pode-se obter um diagnóstico mais completo e acurado da empresa e, conseqüentemente, um maior embasamento para o desenvolvimento de mudanças e melhorias, bem como para a implementação das mesmas. Para se realizar o diagnóstico são avaliados oito critérios que recebem uma pontuação. Esses critérios são:

a) Liderança; b) Estratégias e Planos; c) Clientes; d) Sociedade; e) Informações e conhecimentos; f) Pessoas; g) Processos; h) Resultados

O segundo, e principal, instrumento para coleta de dados será o Inventário de Posicionamento e Potencial Tec-nológico, que irá avaliar em profundidade as questões associadas à inovação e à transferência de tecnologia. Este instrumento deve permitir identifi car a base tecnológica da empresa entrevistada, os tipos de atividades realizadas pela empresa relacionados à inovação, identifi cando a base de conhecimentos acumulados relacionando-os com as atividades; identifi car as fontes de tecnologia utilizadas (internas ou externas; tecnologia comprada ou desen-volvida internamente; tecnologia recente, madura, com melhorias incrementais nos últimos 2 anos), identifi car elementos da tecnologia que correspondem a experiência acumulada, base de equipamentos (tecnologia incorpo-rada), qualifi cação dos recursos humanos (conhecimentos explícitos, competências), estratégia de treinamento e aprendizado, processo de aprendizado de tipo learning by doing. Além disso, este instrumento irá permitir avaliar as possibilidades de atualização tecnológica das empresas.

Ao fi nal do diagnóstico será apresentado um boletim de desempenho das empresas. Espera-se que do total de empresas que participaram do diagnóstico pelo menos 60 participem dos módulos de treinamento.

3) Realização das Capacitações EmpresariaisAs capacitações empresariais serão desenvolvidas em dois grandes módulos: 1) Básico: direcionado ao desen-

volvimento de capacidades de gestão da inovação e 2) Específi cos: direcionado às necessidades identifi cadas nas empresas participantes do projeto.

Para o módulo básico serão oferecidos seis treinamentos para cada empresa participante do projeto. Estes seis treinamentos são: Gestão Estratégica da Tecnologia, Organização para a Inovação, Inovação em produtos e serviços, Gestão do Conhecimento e Inovação, Capacitação em Gestão de Projetos Tecnológico e de Inovação e Como implementar as atividades de P&D na sua Empresa. Cada módulo terá uma carga total de 20 horas.

Nesta terceira fase do projeto pretende-se atender 60 empresas ligadas ao APL Metalmecânico do Médio Vale do Paraíba e outros segmentos econômicos da região. Todos os treinamentos serão oferecidos na modalidade presencial com auxilio de instrumentos à distância, como a plataforma Moodle. Os conteúdos dos módulos bási-cos serão os seguintes:

a) Gestão Estratégica da Tecnologia; b) Organização para Inovação; c) Inovação em Produtos e Processos; d) Gestão do Conhecimento e Inovação; e) Capacitação em Gestão de Projetos Tecnológicos e de Inovação - Foco em Resultado; f) Como implementar as atividades de P&D na sua Empresa;

junto a órgãos de apoio/fomento ao seu desenvolvimento (SEBRAE, SENAI, SEST, SESI). Espera-se que a partir desses seminários, pelo menos, 80 empresas façam a adesão ao projeto.

2) Realização de Diagnósticos empresariaisPara isso pretende-se utilizar dois instrumentos de coleta de dados que permitam não só conhecer a fundo os

aspectos associados à inovação nas empresas mas também que possibilitem obter uma visão das práticas de gestão das mesmas, pois entende-se que as empresas são atores sociais complexos e que funcionam de forma sistêmica/integrada.

Para o módulo específi co serão até seis treinamentos cujo conteúdo será defi nido a partir das necessidades es-pecífi cas das empresas participantes e que não foram contempladas nos módulos básicos.

Espera-se que ao fi nal das capacitações pelo menos 40 empresas venham a desenvolver o Plano de Desenvol-vimento Tecnológico.

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4) Plano de Desenvolvimento TecnológicoPara esta fase do projeto serão realizadas Consultorias in Company para a elaboração do Plano de Desenvol-

vimento Tecnológico.Estas atividades serão desenvolvidas levando-se em consideração a disponibilidade das empresas participan-

tes. Porém pretende-se realizar visitas semanais nas empresas de no máximo 4 horas, onde o consultor irá auxiliar a empresa na elaboração do Plano de Desenvolvimento Tecnológico que irá gerar como produtos Projetos que a capacitem a buscar fi nanciamento nas agências de Fomento e Bancos Ofi ciais.

Mecanismos Gerenciais de Execução

Inicialmente será montado um Comitê Gestor do Projeto, composto por pessoas que representem todas as instituições participantes do projeto (Fundação, UFF, Prefeitura Municipal de Volta Redonda, FIRJAN Sul Fluminense e Metalsul). Este Comitê Gestor terá como responsabilidades:

1) Apoiar as ações para mobilização dos meios necessários à implantação do projeto2) Representar o projeto junto a lideranças, órgãos e entidades públicas e privadas que ainda não participam do projeto3) Apoiar as ações de identifi cação de demandas e novas oportunidades de promoção do projeto de desenvolvi-mento de inovação na região.

A principal orientação do Comitê Gestor será o de estabelecer a aproximação inicial com as instituições e lide-ranças empresariais que possuam representatividade na região. A partir daí, somando-se as forças e infl uências, inicia-se o processo de sensibilização e mobilização dos empresários da região. O processo de participação e cooperação poderá ocorrer de maneira informal, na fase inicial de desenvolvimento dos trabalhos, e evoluir com o tempo para a formalização e criação de um Fórum de Desenvolvimento de inovações para a região do Médio Vale do Paraíba. Especial atenção deverá ser dada à capacitação para a participação.

Este é o fator desencadeador de todo o processo, pois sem o desenvolvimento de atitudes e habilidades para a participação, nem mesmo a simples defi nição de uma agenda local poderá ocorrer. Os atores locais precisam estar motivados e comprometidos com a mudança e serem capazes de planejar, executar, monitorar e avaliar seu próprio processo de desenvolvimento.

Para induzir/facilitar a mobilização e capacitação dos atores locais, serão realizados seminários. As ações, nes-ta fase, deverão sempre levar em consideração o fortalecimento da governança, identidade territorial, interação e cooperação.

Um nível abaixo do Comitê Gestor do Projeto existe a fi gura da Coordenação Geral que tem como responsabi-lidades: a) elaborar instruções regulares sobre o escopo; b) acordar de forma clara os resultados exigidos de cada atividade; c) coordenar e liderar efi cazmente a equipe; d) apoiar o pessoal no trabalho e administração do projeto; e) prover os recursos do projeto segundo as especifi cações; f) administrar a efi ciência do pessoal. Para que isso seja possível pretende-se realizar reuniões periódicas com a equipe onde serão repassadas informações sobre o andamento do projeto, assim como estabelecidos os passos seguintes para sua execução. Em todas as reuniões serão feitas atas que serão arquivadas para posteriores consultas. Nestas reuniões ter-se-á o foco no relato do de-sempenho das ações implementadas e o controle integrado das mudanças (controle das alterações realizadas no planejamento inicial, ao longo do projeto)

Para o acompanhamento do projeto será utilizado o software MsProject que permite o controle das atividades, assim como o tempo e a qualidade da execução das atividades previstas. O desempenho do projeto deve ser moni-torado e medido regularmente para identifi car as variações no plano. Na medida em que são identifi cados desvios signifi cativos, ou seja, aqueles que podem colocar em risco os objetivos do projeto, se deve realizar os ajustes necessários e as respectivas atualizações nos processos de planejamento.

A Coordenação Geral será o ponto de ligação da UFF, que é a entidade executora, com as instituições que par-ticipam do projeto e com as empresas que serão apoiadas.

Com cada uma das empresas participantes do projeto será fi rmado um contrato de prestação de serviços onde estarão descritas as principais atividades que serão desenvolvidas pela UFF, através do Núcleo de Apoio a Gestão da Inovação, as responsabilidades das partes, inclusive a contrapartida obrigatória das empresas, e como serão tratados os resultados obtidos no projeto.

O Núcleo de Apoio a ser constituído terá como corpo permanente a Coordenação Geral, uma secretaria geral e dos professores participantes no projeto. Os bolsistas profi ssionais e os alunos que deverão ser contratados farão parte do corpo temporário (24 meses). Neste projeto os bolsistas serão os responsáveis por grande parte das ações que serão desenvolvidas sob a coordenação dos professores participantes.

Além disso, a coordenação geral fi cará responsável pela preparação dos relatórios gerenciais que devem ser preparados e encaminhados para a FINEP.

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Contabilidade Internacional

como Ferramenta para o Desenvolvimento

Regional

Coordenadora: Professora Isabel Cabral (Contabilidade Inter.) Professores: Antonio Ranha (Auditoria Contábil), Arlindo de Oliveira Freitas (Gestão de Custos /Controladoria), Cle-mente Gonzaga Leite (Contabilidade Geral), Luciana Dusi (Auditoria Contábil), Rodrigo Carlos Marques Pereira (Admi-nistração Financeira), Rodrigo Resende Ramos (Controladoria), Wellington Silva (Controladoria)

Grupo Temático 7

Orientar as entidades na aplicação das normas contá-beis

Objetivo

Todas as entidades ( todas as empresas publicas, priva-das, ONGs, OSCIPS, MEI)

Onde se Aplica

Ciências Sociais Aplicadas e Ciências Humanas/Todas as áreas

Áreas de conhecimento envolvidas

Novos processos de gestão de acordo com as normas contábeis

Possibilidades de Inovação

Recursos Humanos (Treinamento) / Financeiro (Tec-nologia)

Desafi os para o desenvolvimento

Possíveis: SEBRAE, Conselhos Profi ssionais, Sindi-catos, IES, Empresas, Governo

Parcerias externas

Sociedade, Governo, EmpresasPossíveis interessados nos resultados

Promover a sustentabilidade dos negócios locais, atra-vés da inserção de entidades no contexto nacional e internacional. Promover, também, a redução da infor-malidade através do apoio à legalização do pequeno empresário, além do apoio às MPEs visando melhorar a performance da gestão, contribuindo assim para o de-senvolvimento regional

Contribuição para o desenvolvimento regional

Ciência, Cuidado e Saúde

Grupo Temático 8Coordenadora: ProfessoraTatiana Rammingor Professores: Ana Paula Todaro Taveira Leite, Augusto Cesar Freire Coelho, Catharina Marinho Meirelles, Mary Suely Souza Barradas, Priscila Pires Alves, Roberto de Oliveira Preu.Servidora: Milene Siqueira VicenteAluna: Amanda Moreira Ferreira

Os projetos do grupo de pesquisa envolvem a área da Psicologia e tem como propósito gerar tecnologia social: processos que favoreçam a melhoria da qualidade de vida da população da região na qual nos encontramos inseridos.

Os desafi os do grupo refl etem-se no fato de que o curso de Psicologia inicia suas atividades em agosto do cor-rente ano e a inserção dos pesquisadores se dá na medida em que os novos professores vão chegando.

Já existe parceria com a Secretaria de Saúde de Volta Redonda desde 2010.

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• Unidades de Saúde Municipais da Região• Comunidade acadêmica e em geral• Organizações e instituições diversas• Os projetos poderão contribuir para o desenvolvimento regional tendo em

vista o propósito de favorecer a qualidade de vida da população.

Possíveis interessados nos resultados:

1 Saúde e Trabalho no Setor Público: Estudos a partir das Clínicas do Trabalho

Tatiana Ramminger Roberto de Oliveira PreuAna Paula Todaro Taveira LeiteCatharina Marinho Meire

Linhas de Pesquisa:

Pesquisa em Andamento1.1 Análise da Atividade de Trabalho no PSF Sob a Perspectiva Ergológica: um estudo de

caso na rede de saúde de Volta Redonda (Coordenação da Profa. Ana Paula, com a colabora-ção das professoras Catharina e Tatiana).

Objetivo: Realizar uma análise partindo-se da perspectiva ergológica sobre a atividade de tra-balho das equipes do PSF de Volta Redonda, tendo como ponto de partida os gestores de equipe. Tal análise propõe colocar em questão as normas antecedentes características do trabalho no PSF e confrontá-las com o trabalho real desenvolvido junto às famílias assistidas (Projeto Terapêutico das Equipes).

1.2 Análise da atividade dos trabalhadores e sua relação com a saúde na rede de saúde men-tal do município de Volta Redonda (Coordenação da Prof. Tatiana, com a colaboração dos profs. Ana Paula e Roberto e da aluna Amanda. Concorrendo no Edital Faperj Novos Pesqui-sadores + integração ao Projeto de Extensão com uma bolsista contemplada no Edital Proex)

Objetivo: Realizar uma co-análise, em parceria com os trabalhadores, da relação entre suas ativi-dades de trabalho e a saúde, na rede de saúde mental do município de Volta Redonda, onde está si-tuada a Universidade. Trata-se de uma modalidade de “pesquisa-intervenção”, em uma intersecção entre Pesquisa, Ensino e Extensão.

2 Trabalho, sujeito e psicose no capitalismo contemporâneo

Mary Suely Souza BarradasTatiana Ramminger

Resumo: Analisar as relações entre o trabalho e o sujeito nas novas modulações do ca-pitalismo contemporâneo, ancorada numa aproximação entre marxismo e a psicanálise.

3 Perspectiva dialógica e suas aplicações

Priscila Pires AlvesRoberto de Oliveira Preu

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Pesquisa em Andamento3.1 DESAMPARO: Possibilidades para o ajustamento ético-político na construção da

autonomia do sujeito a partir da perspectiva gestáltica.Priscila P. AlvesEste projeto de pesquisa consiste em uma proposta de compreender, à luz da abordagem ges-

táltica, o sentimento de desamparo resultante da falência social de determinadas experiências de contato do ser com o mundo, tais como processos de luto, catástrofes, adoecimento somático, crise reativa, surtos psicóticos, acidentes e situações de exclusão social, visando levantar as possibilidades do ajustamento ético-político do sujeito em busca de sua autonomia, ratifi cando assim o compromisso do profi ssional de psicologia com uma práxis transformadora. Nossa pes-quisa pretende refl etir sobre os limites e possibilidades de trabalhar o ajustamento ético-político nas situações de sofrimento ético-político, contribuindo assim para ratifi car o compromisso so-cial da psicologia com a emancipação da condição humana.

3.2 O Outro e as Instituições: por um novo modo de compreender a pesquisa psicológi-ca no campo das produções psis

Roberto de Oliveira Preu Este projeto de pesquisa pretende problematizar as produções do campo da psicologia na

contemporaneidade a partir da idéia, lançada por Eirado e Passos (2009), de inversão de base do conhecimento. Esta idéia nos dá indicação de como o modelo tradicional de se compreender a psicologia opera um deslocamento do eixo da experiência para o modo do juízo, em que se considera que todo conhecimento deve perspectivar a experiência a partir de um ponto de vista exterior, transcendente à dimensão da produção deste conhecimento. Estes autores colocam em questão este modo tradicional do conhecimento apontando para a necessidade de um retorno ao plano próprio da experiência, em que o conhecimento é co-emergente ao surgimento do su-jeito e do objeto. Nosso problema parte desta temática geral abordada por estes autores e visa compreender: o que está em jogo para que se dê de modo quase generalizado esta operação de inversão de base? Se pudermos, a partir do desenvolvimento de nossa pesquisa demonstrar o que está operando aí como condição de possibilidade desta inversão, acreditamos poder demonstrar que antes de ser um capricho contemporâneo de alguns pesquisadores politicamente corretos e bem intencionados, os temas das instituições e da dimensão ético-política nos estudos da psico-logia são antes de tudo necessários.

4 Estruturas Clínicas Psicanalíticas

Augusto Cesar Freire Coelho

Objetivo: esta linha de pesquisa tem por objetivo o desenvolvimento de projetos que fundamentem o diálogo entre as diferentes formas de estabelecer o diagnóstico da psi-canálise, da medicina e da psicologia, bem como projetos que estabeleçam bases para a utilização das estruturas clínicas psicanalíticas de forma epistemologicamente acurada e conforme a prática e o referencial teórico psicanalítico.

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Laboratório de Investigaçãodas Psicopatologias

Contemporâneas

Coordenadores: Professora Claudia Henschel e Professor Antonio José Alves Junior

Grupo Temático 9

O LAPSICON foi integrado ao Diretório dos Grupos de pesquisa do CNPq em 2011, mas funciona desde o ano de 2007. Seu objetivo é investigar a especifi cidade da psicanálise no entendimento e na direção de tratamento das psicopatologias contemporâneas: adicções, anorexias, bulimias, depressão, transtorno do défi cit de atenção e hiperatividade. O LAPSICON apresenta três vetores de pesquisa:

Objetivo

1 Disciplina do conceito:

A. Investigação dos conceitos psicanalíticos em Freud e Lacan

B. Investigação do diagnóstico diferencial entre neurose e psicose

C. Investigação crítica do posicionamento da psiquiatria biológica frente aos sintomas contemporâneos.

2 Estudo de caso:

A. Aplicação dos conceitos freudianos e lacanianos na investigação clínica dos casos extraídos da literatura produzida na Rede “Toxicomanía Y Alcoholismo” (Rede TyA) do campo Freudiano

B. Apresentação clínica de pacientes junto ao Serviço de Psicologia Aplicada.

3 Indicadores Sociais e Econômicos:

A. Indicadores sobre uso de drogas em população infanto-juvenil de rua nas capitias brasileiras

B. Análise do crescimento Econômico e de políticas de desenvolvimento e impacto sobre a miséria e a pobreza.

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1. Adicções e Diagnóstico Diferencial entre Neurose e Psicose2. Conceitos Fundamentais da Clínica Psicanalítica 3. Consumo, emprego e violência 4. Determinantes Causais do Uso de Crack em População Infanto-Juvenil em Situação de Rua no Brasil 5. Histerias Contemporâneas 6. Psicanálise e Psiquiatria 7. Psicoses Atuais

Linhas de Pesquisa

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POTENCIAL DA PESQUISA DO LAPSICON:

Através desses vetores, pretende-se ingressar no desenvolvimento da pesquisa em psicanálise, psi-cologia clínica e psicopatologia, bem como vinculá-la à conjuntura econômico-social de nosso país. Por isso, a produção de artigos e trabalhos científi cos do LAPSICON contempla os dados

obtidos pela ONU, com relação ao IDH, e pelo Governo Federal, no que se refere aos Levantamentos sobre Uso de Drogas em População Infanto-Juvenil de Rua nas Capitais Brasileira entre os anos de 1997 e 2009. A integração da pesquisa em psicanálise com os problemas conjunturais enfrentados pelo país no tocante a população de rua e ao uso de drogas, é feita através de disciplinas ofertadas no curso de Psicolo-gia, cursos de extensão em parceria com CAPSI-AD e o CAPSI de Infância de Volta Redonda, grupos de estudos teóricos, grupos de estudo de caso em consonância com os dados do Governo Federal e da ONU, pesquisas que visem condensar os dados a fi m de torná-los mais visíveis ao estudante, monitorias e está-gios supervisionados em atendimento clínico. Assim, além de promover a psicanálise na Universidade e a discussão clínica em torno do diagnóstico diferencial e da direção de tratamento das psicopatologias pela orientação psicanalítica, contribuindo para a formação ampla de pesquisadores, busca também fomentar o intercâmbio entre pesquisadores de diferentes áreas e Universidades, bem como aproximar a produção da pesquisa acadêmica e os interesses da sociedade.

BREVE HISTÓRICO

O LAPSICON existe desde o ano de 2007, tendo produzido artigos publicados em periódicos B1, 2 capítulos em livros internacionais, e 7 trabalhos científi cos em congressos nacionais e 1 trabalho apresentado no Seminário Internacional sobre Drogas promovido pela SENAD.

O LAPSICON gerou um projeto de pós-doutoramento aprovado pelo Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ (PPGPA-UERJ), sobre a direção de tratamento psicanalítico da dependência quími-ca.

Atualmente conta com sete estudantes de diferentes níveis de formação: 3 graduandos em psicologia, 1 mestre em Psicanálise pelo Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ, 1 mestranda em Psi-canálise pelo Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ, 1 psicóloga cursando especialização em Psicologia Hospitalar do Hospital Pedro Ernesto.

RELEVÂNCIA

O tema dos sintomas contemporâneos e, em especial da dependência química, é de especial rele-vância em função do elevado índice de consumo de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas no país, registrada entre os anos de 1995 e 2011. Atualmente, o governo federal vem realizando uma

série de medidas para o combate efetivo do consumo de crack em crianças e jovens no país, para o desen-volvimento de programas de prevenção ao uso de drogas, e para a observância do Programa Nacional de Redução de Danos.

Neste sentido, a pesquisa do LAPSICON pode contribuir para os objetivos do Governo Federal, bem como atender aos anseios da sociedade com relação à estabilização do problema da dependência química.

PREVISÃO DE PARCERIAS

OLAPSICON prevê o estabelecimento de parcerias com a rede pública de saúde de Volta Redonda.

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Grupo de Inovaçãoem Engenharia

Grupo Temático 10Engenharia Metalúrgica: Luciano P. Moreira, Luiz Carlos Rolim Lopes, Tânia Maria Nogueira Cavalcante, José Adilson de Castro, Jayme Pereira de Gouvêa, Gláucio Soares Fonseca; Engenharia Mecânica: Alexandre José da Silva, Adauto Martins; Física: Ladário da Silva

a) Tratamento de Superfícieb) Net-shapec) Auto-redução – Siderurgia: Energias alternativas para Siderurgiad) Conformação de chapas soldadas (aços, alumínios)e) Conformação a morno (aço)f) Metalurgia do pó - Estas tendências de processos encontram interação com as áreas de Energia e Meio Ambiente

Tendências para Inovação

a) Desenvolvimento de aços para tubulações para as áreas de petróleo e gásb) Materiais compósitos, Biomateriais – nano postes, metálicos, não metálicosc) Materiais para transporte – materiais magnéticosd) Materiais para energia - superligase) Desenvolvimento de produtos nacionais para a cons-trução civilf) Caracterização de materiais: processos eletroquími-cos para análises de superfíciesg) Perícia Criminal – Interações com o meio ambienteh) Produtos – Aços de alta resistência e para aplicações em altas temperaturas e com resistência à corrosão

Onde se Aplica

Recursos Humanos necessários ao pleno desen-volvimento Científi co e Tecnológico voltados à inovação- Técnicos-Administrativos (10%) e de Laboratórios- Nível Superior: Engenheiros e técnicos das áreas de Energia e Meio Ambiente

Aquelas que gerem a criação de Parque Tecnológico – Metal Mecânico e ações com ênfase em tecnologias de inovação. Trazer as ações da Petrobrás p/ Sul Flu-minense

Parcerias

Instrumentos jurídicos e administrativos que permitam aos pesquisadores maior agilidade na captação e apli-cação de recursos fi nanceiros voltados às ações P&D e Inovação

Na área Financeira

Grupo de Inovaçãoem Engenharia

Recursos Humanos necessários ao pleno desen-volvimento Científi co e Tecnológico voltados à

- Técnicos-Administrativos (10%) e de Laboratórios- Nível Superior: Engenheiros e técnicos das áreas de

Aquelas que gerem a criação de Parque Tecnológico – Metal Mecânico e ações com ênfase em tecnologias de inovação. Trazer as ações da Petrobrás p/ Sul Flu-

Instrumentos jurídicos e administrativos que permitam aos pesquisadores maior agilidade na captação e apli-cação de recursos fi nanceiros voltados às ações P&D e

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Polo Universitário deSanto Antônio

O Seminário Universidade, Inovação e Desenvolvimento Regional – Polos Universitários foi re-alizado no Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior no dia 24 de maio no Teatro Municipal Geraldo André em Santo Antônio de Pádua. A programação contou com a realização de mesa redonda, palestra, além das discussões dos grupos temáticos. Professores, alunos e repre-sentantes do governo local estiveram presentes no evento.

de PáduaInstituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior

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A professora Margarida dos Santos Pacheco coordenou a mesa que teve como convidados: Direção do IN-FES; Representante da Prefeitura; Secretário de Meio

Ambiente, Secretária de Educação e Secretário de Comércio e Indústria; Representante da PROPPI/AGIR; Representante do SEBRAE; Representante do Sindicato das Pedras; Repre-sentante do IBGE; Representante da Secretaria de Fazenda; Representante da Coordenação do Curso de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia, Campus Niterói

Mesa Redonda:

“O Papel da Universidade no Desenvolvimento Regional”.

84

A palestra teve como convidada a Professora Fabiana Leta – Diretora da Agência de Inovação e ainda contou com as participações de:

1) Manuel de Sá Alves - Representante da Secretaria de Meio Ambiente de Santo Antônio de Pádua. Tema abordado: Inovação e Desenvolvimento Susten-tável

2) Vera Kezen – Representante da Secretaria de Educação de Santo Antônio de Pádua. Tema abordado: Contribuição da Educação no Desenvolvimento Regio-nal Urbano

3) Fernando Lavaquial - Representante da Secretaria de Industria e Comércio de Santo Antônio de Pádua. Tema abordado: Inovação e Novas Perspectivas de Desenvolvimento

4) Antonio Carlos de Oliveira - Representante da Secretaria de Fazenda5) Rosangela Galiagsso – Representante do IBGE4) José Alcino Cosendey Nascimento - Representante do SEBRAE. Tema

abordado: Cadeias Produtivas e Arranjos Produtivos Locais – os Caminhos Eco-nômicos do Noroeste Fluminense

5) João Batista Fernandes Lopes - Representante do Sindicato das PedrasTema abordado: Novas Possibilidades de organização do Trabalho6) Maria Helena Campos Soares de Mello - Representante da Coordenação

do Curso de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia, Campus Niterói. Tema abordado: O Valor da Estratégia de um Curso de Engenharia de Produção no Noroeste Fluminense

Palestra:

A Inovação enquanto Estratégia de Desenvolvimento Regional

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Resultado dos Grupos Temáticos

Educação

Participantes:Professores do Instituto do Noroeste Fluminense de Educação – Cam-

pus de Santo Antônio de Pádua; Diretora da AGIR – Fabiana Rodrigues Letã; Secretário Municipal de Meio Ambiente – Angelo Figueiredo;

Secretária Municipal de Educação – Vera Kezen; Secretário Municipal de Indústria e Comércio – Fernando Lavaquial; SEBRAE – José Alcino

Cosendey Nascimento; Representante do Sindicato das Pedras – João Batista Lopes; Representante da Coordenação do Curso de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia, Campus Niterói – Maria Helena

Campos Soares de Mello.

Grupo Temático 1

O grupo que se reuniu contou com a presença da secretária municipal de educação e cultura do mu-nicípio, 3 professores do INFES da área de educação, alunos do curso de pedagogia do INFES e funcionários da secretaria municipal de educação. A demanda da secretária foi por um estágio

“mais vivo”, onde houvesse o rompimento da dicotomia teoria prática, além de busca de soluções ino-vadoras para uma educação integral (no sentido da permanência do aluno por 8 horas na escola) e para educação inclusiva. Houve o interesse apontado por uma das professoras no desenvolvimento do tema de tecnologias de gestão.

O projeto de pesquisa apresentado relacionado ao tema do seminário foi Educação Inclusiva e Rede de Apoio: estudo de caso de mediação escolar. As informações listadas abaixo se relacionam a esse projeto.

Áreas de conhecimento envolvidas

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

PSICOLOGIA

CIÊNCIAS SOCIAIS

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86

Objetivos:O objetivo geral do confronto direto com o problema de pesquisa, a tecnologia mediação escolar na inclusão, a partir de um estudo de caso, é a avaliação de uma solução inovadora para alunos que apresentam grande difi cul-dade em permanecer em sala de aula devido ao processamento dos estímulos externos de forma peculiar, como no caso de defi ciência intelectual e autismo.Como objetivos específi cos:A transferência da nova tecnologia mediação escolar, aplicada em contextos internacionais e algumas poucas experiências brasileiras, para o ambiente social em uma escola municipal no interior do Estado do Rio de Janeiro.O avanço no estado da técnica, com a proposta do protocolo de atividades da mediação escolar.Estimular alunos da graduação em Pedagogia ao desenvolvimento e transferência de soluções inovadoras para a educação inclusiva.

A avaliação dessa tecnologia de inovação social está acon-tecendo em uma escola municipal, junto a uma criança de 7 anos que apresenta difi culdades na fala e sintomas de dé-fi cit cognitivo, com agravamento por não frequentar escola em função de experiências pregressas de exclusão escolar. O âmbito de abrangência dessa experiência, com a construção do protocolo e a possibilidade, a partir daí, de sua reprodu-tibilidade, levando-se em consideração as especifi cidades de cada caso, será fomentar a discussão dessa transferência de tecnologia educacional e seu aprimoramento para o cenário brasileiro de discussão em torno de práticas inclusivas na es-cola, além da possibilidade de bolsistas treinamento do curso de pedagogia da UFF poderem atuar como mediadores escolares em outros casos de difícil inclusão nas escolas do município.

Consideramos a Mediação Escolar, tecnologia educacional utilizada em vários países e em poucas experiências brasileiras, uma possibilidade para inclusão escolar de alunos com grave defi ciência e portadores de autismo, o que nos levou a estabelecer parceria da Universidade Federal Fluminense com a Secretaria Municipal de Educa-ção e Cultura de Santo Antônio de Pádua para construção do esclarecimento sobre essa prática a partir de estudo do estado da arte, de teoria que embase as boas práticas de atividades de treinamento de habilidades sociais, de estímulo da competência comunicativa, de focalizar a atenção, e inúmeras outras dependendo sempre da singu-laridade de cada caso, para construção de protocolo que também deverá variar nesse sentido, mas que deverá seguir fases de implantação do trabalho, como o trabalho em rede com a família, com a equipe terapêutica e com a equipe pedagógica.

O trabalho em rede, a intersetorialidade, o exercício do trabalho em grupo é um desafi o. O aceite da proposta não veio prontamente, o que é novo por vezes assusta. Vencer o desafi o do aluno diferente em sala de aula tem sido nossa meta. O trabalho se faz junto aos gestores, professores, alunos e demais funcionários da escola. A professo-ra da classe aceitar o mediador escolar como colaborador e não como intruso no seu espaço é um grande desafi o.

Já existe parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Santo Antônio de Pádua.

Onde se aplica:

Possibilidades de inovação:

Desafi os para o desenvolvimento:

Parcerias externas:

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Com a Declaração de Salamanca em 1994, as escolas de todo o mundo tiveram que dar conta de incluir crianças que precisavam de ajuda em classes já existentes, muitas vezes com grande número de alunos, e professores cuja formação não havia se preocupado com esses aspectos. O mediador escolar pode atuar como intermediário nas questões sociais e de comportamento, na comunicação e linguagem, nas atividades e/ou brincadeiras escolares, e nas atividades pedagógicas, nas limitações motoras ou da leitura, nos diversos níveis escolares. Um mediador estimulando a aquisição de linguagem e habilidades sociais no cotidiano escolar amplia a possibilidade da quan-tidade de estímulo recebido, como também a qualidade já que sempre ocorrerá em situação real de uso, diferente do que se pode proporcionar num consultório. Os interessados então seriam os alunos que apresentam grande difi culdade de permanecer em sala de aula e as escolas que demonstram difi culdade em trabalhar com tais alunos.

Consideramos a Mediação Escolar no caso de crianças portadoras de transtorno global do desenvolvimento ou defi ciência como uma tecnologia social inovadora, que representa uma possibilidade de efetiva solução de trans-formação social para alunos com tal diagnóstico que apresentam grande difi culdade em frequentar a sala de aula do ensino regular, que permaneceriam excluídos da escola.

Possíveis interessados nos resultados:

Contribuição para o desenvolvimento regional:

Pesquisa Operacional e AplicaçõesCoordenador: Ricardo Silveira Sousa – Pesquisa Operacional

Cleber de Almeida Corrêa Junior – Matemática ComputacionalFrancisco de Assis Alves da Silva– Engenharia

Rosilene Abreu Portella Corrêa – Matemática ComputacionalRodrigo Wilson Erthal – Computação

Puca Huachi Vaz Penna – Computação e Pesquisa Operacional

Grupo Temático 2

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Áreas de conhecimento envolvidas

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

MATEMÁTICA

COMPUTAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO

GESTÃO TECNOLÓGICA

Potencial do projeto de pesquisa para gerar soluções inovadoras

O grupo é composto por pes-quisadores na área de matemática, computação e engenharia. Os ob-jetivos consistem identifi car e se possível resolver problemas que possam surgir em empresa da re-gião que tenham uma abordagem por alguma técnica de Pesquisa Operacional (PO) como a Otimi-zação Combinatória.

Geralmente a técnica de PO consiste em defi nir um objetivo a ser otimizado, como, por exem-plo, minimizar perdas de mate-riais ou maximizar os lucros. Em seguida, é construído um conjunto de inequações e/ou equações que retratam matematicamente o pro-blema. Defi nindo desta forma um modelo matemático.

Existe assim, a possibilidade

de surgir o desenvolvimento de al-goritmos (implementação de mé-todos, heurísticas e metaheurís-ticas de otimização) que possam resolver um problema estudado e modelado.

Desafi os para o desenvolvimento da solução inovadora

Suporte fi nanceiro, laborató-rio de computação e discentes de cursos em nível de graduação e de pós-graduação nas áreas de mate-mática, computação e engenharia de produção. Ressalta-se que não há como obter soluções direta-mente porque os prazos são bem menores nas empresas.

Parcerias externas para o desen-volvimento da solução inovadora

Existe um canal de comunica-ção com o SEBRAE regional para

que possa fazer contatos com em-presas do setor de celulose (pre-sentes na região) e outras que pos-sam surgir.

Possíveis interessados nos resul-tados

Empresas que tenham interesse na resolução de problemas com alguma abordagem na área de Pesquisa Operacional com vistas a minimizar custos e a melhorar sua efi ciência.

Contribuição para o desenvolvi-mento regional

Visão empresarial que o co-nhecimento acadêmico pode con-tribuir na solução de problemas reais que envolvam a tomada de decisão em empresas com algum processo produtivo ou com a pres-tação de serviços.

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Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Samuel (Secretaria Municipal de Meio Ambiente); Bióloga Fábia Cam-pany (Instituto de Estadual do Ambiente – INEA); Engenheiro Agrícola José Carlos (Escritório Local do SEBRAE), João Batista Lopes (Sindi-cato das Pedras), Célia Maria (INFES) e Dácio Vivas (Pró-Reitoria de

Extensão da UFF)

Grupo Temático 3

Durante a reunião realizada no Teatro Municipal da Cidade de Santo Antônio

de Pádua foi solicitada a formação de grupos, que contou com repre-sentantes de diversos segmentos do poder público local, de em-presas, da comunidade e da UFF, visando à discussão de propostas inovadoras para a Região Noroes-te Fluminense. Assim, foi constituído um grupo representado pelo Samuel (Se-cretaria Municipal de Meio Am-biente); Fábia Campany (Instituto Estadual do Ambiente – INEA); José Carlos (Escritório Local do SEBRAE); João Batista (Sindica-to das Pedras); Célia Maria (IN-FES) e Dácio Vivas (Pró-Reitoria de Extensão da UFF). Este grupo discutiu e apresentou

a proposta de preparação de um substrato para a produção de mu-das de espécies arbóreas destina-das ao refl orestamento da Região. Este substrato deveria ser confec-cionado a partir de resíduos da produção de pedras decorativas e ornamentais; da poda das árvores da cidade e do lodo e das cinzas resultantes do processo produtivo das fábricas de papel. Foi observado que a presença des-tes resíduos impacta severamente o patrimônio ambiental da região: causa assoreamento dos corpos hídricos através do transporte pluvial de sedimentos, aumenta a temperatura local pela exposição das rochas à radiação solar, pro-duz gás carbônico tendo em vista a combustão de restos vegetais, muda o pH do solo por meio de

vazadouros de lodo e cinzas e fi -nalmente altera a paisagem atra-vés do depósito de rochas a céu aberto.Todos estes agravos ambientais, acima relacionados, poderiam ser mitigados por meio da inclusão dos restos vegetais das podas, do lodo e cinzas das fábricas e do rejeito das mineradoras em uma nova cadeia produtiva. A fabri-cação de substrato para refl ores-tamento atenderia a demanda do setor de produção fl orestal da Re-gião.A participação dos Laboratórios e dos Cursos de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense foi sugerida como uma possibili-dade para o desenvolvimento des-ta proposta.

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II Ciclo de Seminários sobre Inovação

Simpósio Nacional de Estratégias do Governo para o Desenvolvimento e Aplicação da Biotecnologia no Brasil

A Agência de Inovação da UFF (AGIR) e o Instituto Vital Brazil promoveram o “Simpósio Nacional de Estratégias do Governo para Desenvolvimento e

Aplicação da Biotecnologia no Brasil”, em Niterói. O even-to fez parte da programação do II Ciclo de Seminários so-bre Inovação, e trouxe para o estado do Rio de Janeiro o desenvolvimento da biotecnologia na região.

O público alvo foram pesquisadores, profi ssionais da área, alunos de pós-graduação e entidades do governo. O simpósio foi realizado no auditório da Câmara de Dirigen-tes Lojistas (CDL), na Rua Gerenal Andrade Neves, 31, Centro.

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Programação

1

Dia 13 de outubro- Entrega de credenciais e - Cerimônia de Abertura- Mesa redonda: Inovação Tecnológica e o desenvolvimento nacional: ofertas empresa-riais e demandas governamentais: Fabiana Leta – Agir/UFF – Moderadora; José Mecena – UFF; Claudio Moraes - INVESTE RIO- Palestra: O Parque Tecnológico da Vida: O desenvolvimento biotecnológico do Estado do Rio de Janeiro e o mercado nacional: Bernardo Horta – Instituto Vital Brazil; Sérgio Mecena - UFF- Mesa redonda: Arquitetura e engenharia para biotecnologia: Fábio Bitencourt – Institu-to Vital Brazil; Flávio Kelner - ABDEH/ABAH; Dirce Akamine – Sociedade Brasileira para o Controle da Contaminação (SBCC) e Presidente da Farmoterápica; Luis Alberto Torres – Engenews – Mesa redonda: As portarias 978-1284 e a Pesquisa no Brasil: Beni Olej - Coordenador Acadêmico da UFF no BIOTEC; Lélio Augusto Maçaira - Laborvida – RJRicardo Oliva – Butantan – SP; Antônio Werneck – Instituto Vital Brazil - RJ - Palestra: Estudos pré-clínicos e clínicos de medicamentos: conceitos e avanços; Beni Olej – UPC/HUAP/UFF

2

Dia 14 de outubro

- Mesa redonda: Fitoterápicos: Inclusão na Portaria 1284. Discutindo os diferenciais com-petitivos e explorando a riqueza nacional (O incentivo a utilização de fi toterápicos na aten-ção básica e utilização do modelo de encomendas tecnológicas, para o estímulo ao desen-volvimento de fi toterápicos): Teresa Lowen – Instituto Vital Brazil; Vania Rudge – Gerente de Sustentabilidade CENTROFLORA; Silvana Teresa Jales - Laboratório de Tecnologia Farmacêutica - LTF / Universidade Federal da Paraíba – UFPB; Katia Torres - Ministério da Saúde; Carlos Peregrino – LURA/UFF; João Paulo Silvério Perfeito – ANVISA- Mesa redonda: Propriedade Intelectual em Biotecnologia: perfi l do pesquisador brasi-leiro e caminhos a serem seguidos: Maria Helena Teixeira Gomes – AGIR/ETCO/UFF; Marcelo Cossenza – UFF; Júlia Rolão Araripe - INPI– Palestra: Modelo da ANVISA para registros de medicamentos e biofármacos. - Mesa redonda: Aspectos Jurídicos da Biotecnologia: Márcia Ramos – Instituto Vital Brazil; Anna Carolina Viola Chaves – Hygeia; Sinara Travisani Cardozo – Veirano Ad-vogados; Fernando Braune - Veirano Advogados - Mesa redonda: Utilidade do uso do papel de fi ltro na coleta de amostras para o estudo de marcadores biológicos na triagem populacional: Juan Fidel Bencomo - Instituto Vital Brazil; Jordi Marti Gascon – DBS Screening Parque Cientifi co de Barcelona – Espanha; Alan Castro – Médico Nefrologista- Palestra: As Spin-offs acadêmicas e a interação com os núcleos de inovação tecnológi-cos: estudo de caso - Hygeia e agência de inovação: Juan Galdames – Hygeia; Francisco José Batista - Divisão de Incubadoras da AGIR/PROPPI/UFF

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Dia 13 de oDia 13 de outubro

Mesa Redonda 1

Inovação Tecnológica e o Desenvolvimento Nacional: Ofertas Empresariais e Demandas Governamentais

Mediadora: Fabiana Rodrigues LetaUFF- Sérgio MecenaInveste Rio – Cláudio Moraes

O setor produtivo brasileiro procura ade-quar-se aos padrões internacionais de qualidade e produtividade. Mas essa

adequação, por si, não será sufi ciente para garan-tir a sua sobrevivência no mercado globalizado. A indústria nacional precisa de inovação e capa-citação tecnológica. A questão passa ao largo da defi nição. As empresas precisam ser capazes de competir e ganhar dinheiro. Para isso, precisam fabricar produtos que encantem o consumidor e, ao mesmo tempo, tenham qualidade e preços competitivos. Não é necessário discutir o que é ou não inovação.

O governo atualmente apresenta uma série de demandas internas, as quais estão diretamente relacionadas à importação de produtos e tecno-logia, voltada para a saúde, entre outra área. A partir dessas demandas foram lançadas as porta-rias 978 de 2008, 971 de 2006 e 1284 de 2010 do Ministério da Saúde, elencando os principais produtos priorizados pelo governo para produção nacional. Com base nos anexos destes documen-

tos é que se pensa atualmente uma forma de favoreci-mento do desenvolvimento interno destes produtos.

Alguns pontos principais a serem explorados por essa mesa redonda são as estratégias adotadas pelas entidades públicas e privadas visando uma otimização da capacidade produtiva das empresas alinhada com as demandas do governo, de forma a se estabelecer um foco para dirimir essas questões.

Itens sugeridos para discussão:

1. Quais os principais modelos de PPPs para estabelecer essa relação de benefícios mú-tuos?

2. Quais as barreiras atuais das empresas em suprir a demanda pública?

3. Qual a efi cácia dos incentivos fi scais e fundos de investimentos existentes hoje no país no que tange ao tema? E quem as-sume os riscos?

Palestra 1

O Parque Tecnológico da Vida: O desenvolvimento biotec-nológico do Estado do Rio de Janeiro e o mercado nacional

Instituto Vital Brazil – Bernardo HortaUFF – Sérgio MecenaA biotecnologia é uma oportunidade para o Brasil em função da

sua biodiversidade e a abundância dos recursos naturais; dos me-canismos públicos e privados disponíveis para o fi nanciamento

de projetos de grandes instituições e de empresas startup; da política de desenvolvimento de biotecnologia, lançada com foco estratégico na saúde humana, nas produções agrícola, industrial e ambiental; e o novo

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94 9594

quadro regulamentar, que cria um ambiente para o desenvolvimento empresarial e para a coopera-ção científi ca.

Dessa forma, em uma parceria surge uma opor-tunidade real de se ligar os principais elos dessa cadeia, através da implantação de um parque tec-nológico, possibilitado pelas lideranças de maior legitimidade do Estado do Rio de Janeiro.

Em outubro de 2010, foi inaugurado o Parque Tecnológico da Vida, uma concepção que inclui unidades de produção compartilhadas (platafor-mas), captação de recursos, incentivos fi scais, ca-pacitação de pessoas e articulação para vendas,

induzindo um ambiente de inovação para ampliar o número de projetos, produtos e serviços de base bio-tecnológica que atendam a demanda nacional. O Par-que é uma iniciativa do Instituto Vital Brazil (Labo-ratório Ofi cial Brasileiro para o Ministério da Saúde com produção de medicamentos e imunobiológicos de uso humano), com a Universidade Federal Flu-minense - UFF, a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia - SMCT, a Empresa de Pesquisa Agrope-cuária do Estado do Rio de Janeiro - PESAGRO-Rio e o Instituto Initiare (Associação criada para apoiar e executar projetos técnicos e/ou executivos ativos e econômicos, realizar estudos e pesquisas, formar re-cursos humanos e fi rmar termos de parcerias, entre outros).

13 de ouTUMesa Redonda 2

Arquitetura e Engenharia para Biotecnologia: Perspectivas, Projeções e Problemas

Instituto Vital Brazil – Fábio BitencourtABDEH/ABAH – Flávio KelnerSociedade Brasileira para o Controle da Contaminação (SBCC) e Presidente da Farmoterápica – Dirce AkamineEngenews – Luis Alberto Torres

O desenvolvimento de novas tecnologias e respectivos processos de inovação de-

manda constante atualização das edifi cações e das facilidades de serviços para abrigar tais funções. A arquitetura e a engenharia têm a obrigatoriedade conceitual e prá-tica de apresentar contribuições à melhor qualidade das ativida-des a serem desenvolvidas nesses ambientes. Espaços construídos onde, a complexidade e diversi-dade da atuação multidisciplinar é um referencial intrínseco.

A legislação edilícia e as regula-mentações técnicas estabelecidas para a modelagem dos cenários para abrigar ambientes tecnoló-

gicos não conseguem acompanhar a velocida-de das inovações. Sur-gem, consequentemente, os desafi os inerentes ao desenvolvimento de am-bientes com estas carac-terísticas: mutantes, di-nâmicos e complexos.

A proposta das dis-cussões a serem realiza-das neste simpósio visa abranger as percepções envolvidas nesta forma-tação de abrigos tecno-lógicos através do olhar da arquitetura, da enge-nharia e dos processos físico-funcionais que exigem controles de con-

1. Contribuições da engenharia e da arquitetura para ambientes de biotecnologia

2. Perspectivas e tendências do ar-ranjo espacial para desenvolvi-mento das atividades de pesquisa e produção

3. Prevenção e controle de conta-minação e biossegurança como referenciais de qualidade

4. Conforto humano e segurança fí-sico-funcional, compatibilidades e incompatibilidades

Itens sugeridos para discussão:

taminação e referenciais de biossegurança. Um desafi o constante para a qualidade de vida que os objetivos da biotecnologia têm como propósito.

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Mesa Redonda 3

As portarias 978-1284 e a Pesquisa no Brasil

Coordenador Acadêmico da UFF no BIO-TEC – Beni OlejLaborvida – RJ – Lélio Augusto MaçairaButantan – SP – Ricardo OlivaInstituto Vital Brazil – Antônio Werneck

O Ministério da Saúde, através da Secretária de Ciências, Tecnologias e Insumos Estraté-gicos (SCTIE), estruturou o Grupo Executi-

vo do Complexo Industrial da Saúde (GECIS), cuja Portaria 978/2008 e sua revisão 1284/2010 instituem a lista de produtos considerados prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo revisada a cada dois anos pelo ministério.

De acordo com portaria, a proposição é colaborar para o desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde, na área de fármacos e medicamentos, vacinas e soros, hemoderivados, dispositivos de diagnósti-cos, equipamentos e materiais de uso em saúde.

Itens sugeridos para discussão:

1. Por meio dessa portaria, já se tem o resul-tados de uma melhora no desenvolvimen-to de produtos verticalizados no País?

2. A portaria conseguiu atingir a proposição de uma política consolidada para o setor?

Entre as suas metas está a de reduzir o défi cit co-mercial do CIS para US$ 4,4 bilhões e desenvolver tecnologia com pleno domínio tecnológico brasi-leiro de 20 produtos estratégicos do SUS até 2013.

Seus desafi os são de diminuir a vulnerabilidade da Política Nacional de Saúde, elevar investimento em inovação, aumentar e diversifi car exportações, adensar cadeia produtiva do CIS e fortalecer em-presas nacionais, fortalecer, expandir e modernizar a gestão da rede de laboratórios públicos, atrair pro-dução e centros de P&D de empresas estrangeiras tecnologicamente avançadas

Palestra 2

Estudos pré-clínicos e clínicos de medicamentos: conceitos e avanços

UPC/HUAP/UFF – Beni OlejA ênfase nos gastos das Companhias Farma-cêuticas em P&D (Pesquisa e Desenvolvi-mento) que é cerca de 60 bilhões de dólares/

ano, o número de novas enfermidades, o aumento do conhecimento da biologia molecular e os progressos da informática que permitiram a reprodução de estru-turas moleculares, resultaram em um grande número de novas drogas ou mesmo de novos sistemas de li-beração que alteraram velhos perfi s, ampliando usos. Neste panorama, os Ensaios Pré-clínicos e Clínicos funcionam como mecanismos de regulamentação dos medicamentos, onde a indústria farmacêutica in-veste tempo e dinheiro para assegurar aos cidadãos qualidade e segurança dos seus produtos. Segundo a defi nição do EMEA de 1997, Ensaios Clínicos são: “Qualquer investigação em seres humanos, objeti-

vando descobrir ou verifi car os efeitos farmacodinâ-micos, farmacológicos, clínicos e/ou outros efeitos de produto(s) e/ou identifi car reações adversas ao produto(s) em investigação, com o objetivo de ave-riguar sua segurança e/ou efi cácia.

Todo medicamento que vai ser lançado no mer-cado passa por diversas etapas de pesquisa e testes até ser aprovado pelo órgão competente do país de origem do fabricante. Nos EUA, por exemplo, quem regulamenta e autoriza a venda de produtos farma-cêuticos é o FDA (Food and Drugs Administration) e no Brasil é o próprio Ministério da Saúde. O pro-cesso de regulamentação de um medicamento é lon-

13 de ouTU

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96 9796

go, rigoroso e custa muito caro para as empresas da indústria farmacêutica. Ele deve cumprir diversas etapas, desde as que antecedem seu uso por seres humanos até o acompanhamento após o lançamento do medicamento, e que comprovem que aquele pro-duto não incorrerá em reações prejudiciais à vida das pessoas. Este processo é chamado genericamen-te de Ensaio Clínico.

Participam dos Ensaios Clínicos: a Indústria Far-macêutica, Universidades, Centros de Pesquisa, Laboratórios de Análises Clínicas, médicos e vo-

luntários, entre outros. As entidades envolvidas na pesquisa passam por auditorias dos órgãos responsá-veis pela autorização de uso do produto, que checam seus processos de produção e qualidade.

Para a comunidade científi ca, a inclusão do Brasil no roteiro de estudos clínicos com fi nalidade regula-tória é um avanço para o país em várias áreas. Além dos médicos elevarem seus padrões de pesquisa e de análise de dados, se inteiram do uso de novas possibi-lidades terapêuticas ao mesmo tempo em que o resto do mundo.

Beni Olej

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Mesa Redonda 4

Fitoterápicos: Inclusão na Portaria 1284. Discutindo os Diferenciais Competitivos e Explorando a Riqueza Nacional.

Instituto Vital Brazil – Teresa LowenGerente de Sustentabilidade CENTRO-FLORA – Vania RudjeLaboratório de Tecnologia Farmacêutica – LTF/ Universidade Federal da Paraíba – UFPB – Silvana Teresa JalesMinistério da Saúde – Katia TorresLURA/UFF – Carlos PeregrinoANVISA – João Paulo Silvério Perfeito

O incentivo a utilização de fi toterápicos na atenção básica e utilização do modelo de encomendas tec-nológicas para o estímulo ao desenvolvimento de

fi toterápicos.

Uma das diretrizes do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos é estimular a produção em es-cala industrial, incentivando e fomentando a estruturação dos laboratórios ofi ciais para produção de fi toterápicos, pois considera que tal produção proporcionará agilidade ao processo de aquisição e, consequentemente, facilitará o acesso aos fi toterápicos pelos usuários do SUS.

Um dos pontos mais importantes da lei de inovação é o artigo que fi xa o regime de compras preferenciais pelo Estado, com o fi m de viabilizar projetos de pesquisa e de-senvolvimento no interior das empresas.

Um dos motores que viabiliza a atividade inovativa é o poder de compra do Estado. As chamadas “encomendas tecnológicas” são o instrumento através do qual o Estado, em vez de comprar indiscriminadamente a partir do me-

1. Quais as estratégias do Governo para estimular a produção de fi toterápicos nos laboratórios ofi -ciais?

2. Quais as difi culdades encontradas para registro de medicamentos fi toterápicos, em especial os que utilizam plantas nativas?

3. Como incentivar a utilização de fi toterápicos na Atenção Básica à Saúde?4. Qual o papel do Estado na promoção e divulgação dos medicamentos fi toterápicos?

Itens sugeridos para discussão:

nor preço, faz uma opção pelo desenvolvimento do produto numa empresa nacional.

Segundo a Política Nacional de Plantas Medi-cinais e Fitoterápicos (PNPMF), o Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta que, associada a uma rica diversidade étnica e cultural e a um va-lioso conhecimento tradicional associado ao uso de plantas medicinais, possui todas as condições necessárias para estabelecer um modelo de desen-volvimento próprio e soberano na área de saúde e uso de plantas medicinais e fi toterápicos.

Dia 14 de outDia 14 de outubro

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98 99

Mesa Redonda 5

Propriedade Intelectual em Biotecnologia:Perfi l do pesquisador brasileiro e caminhos a serem seguidos

Diretora do escritório de transferência de conhecimento da UFF – Maria Helena Teixeira da Silva GomesUFF – Marcelo CossenzaINPI – Júlia Rolão Araripe

O grande interesse nas patentes é consequência do fato de esta proteção ser concedida na forma de direitos exclusivos de exploração, ou seja, permi-

te excluir terceiros da produção ou do uso do processo de produtos patenteados. Do ponto de vista científi co, as patentes são consideradas um incentivo à inovação, não só pelos rendimentos advindos da comercialização das mesmas, mas pela revelação segura do conhecimento de forma a permitir o avanço das pesquisas.

A área de biotecnologia se caracteriza por ser multi-

disciplinar, possuir diferentes níveis tecnológicos. Hoje, mesmo o Brasil não sendo no momento, um país com número expressivo de patentes internacionais na área de biotecnologia, pode tirar bom proveito do sistema de pa-tentes desde que se capacite no entendimento das regras que regem a propriedade intelectual, capacite seus recur-sos humanos e utilize os direitos previstos por lei, para tirar proveito dos seus recursos genéticos e da tecnologia gerada no país. Patente biotecnológica é a mesma usada para proteger qualquer outro tipo de inovação: a paten-te ainda é a melhor forma de incentivar a pesquisa e de-senvolvimento de novos produtos e processos e também de garantir a disponibilização das inovações no mercado, principalmente quando se leva em consideração os custos e riscos envolvidos em áreas como a biotecnologia.

Itens sugeridos para discussão:

1. Qual o perfi l do pesquisador bra-sileiro quanto á Propriedade Inte-lectual?

2. Quais os principais gargalos são encontrados pelos NITs das ICTs?

3. Quais as tendências da proprieda-de intelectual na biotecnologia?

4. É possível patentear e publicar?5. Quais os melhores caminhos para

enfrentar o backlog de registro em PI no Brasil?

Palestra 3

Modelo da ANVISA para registros de medicamentos e biofármacos

No Brasil, o registro de produtos sob vigi-lância sanitária - medicamentos, alimen-tos, cosméticos, saneantes e produtos para

saúde (anteriormente denominados correlatos) - está entre as atribuições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A ANVISA tem adotado, nos últimos anos, posições específi cas em relação a seus consultores internos e a outras agências reguladoras internacionais.

O modelo atualmente adotado de avaliação de

efi cácia e segurança por consultores ad hoc agilizou a análise dos processos de registro, que se concentra fun-damentalmente na qualidade do produto. Como, parti-cularmente no caso de novas moléculas, são pelo menos dois consultores a quem a ANVISA solicita pareceres, pode ocorrer discordância quanto ao parecer fi nal, o que não deixa de ser comum. Por isso é imprescindível, nesse modelo, que a ANVISA tenha capacidade técnica para tomar decisões, e que deixe transparente no seu parecer conclusivo o porquê das decisões tomadas.

Dia 14 de outub98Dia 14 de outub98Dia 14 de outubO modelo atualmente adotado de avaliação de

Dia 14 de outubO modelo atualmente adotado de avaliação de

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É possível dizer que o registro de medicamen-tos no Brasil está bem regulamentado hoje em dia, podendo necessitar ainda de pequenos ajustes, mas sendo comparável em conteúdo à regulamentação de outras agências reguladoras mais avançadas. A regu-lamentação sanitária brasileira de registro de medica-

mentos, inclusive medicamentos novos, está, pois, numa fase de consolidação, que dependerá muito da atenção que a ANVISA dará à área em termos tanto de recrutamento como em capacitação de re-cursos humanos.

Mesa Redonda 6

Aspectos Jurídicos da Biotecnologia:Modelos de contratos entre empresas públicas e priva-das, termos de cooperação e transferência de tecnologia

Instituto Vital Brazil – Márcia RamosHygeia – Anna Carolina Viola Chaves Veirano Advogados – Sinara Travisiani Car-dozoVeirano Advogados – Fernando Braune

As novas conquistas científi cas e tecnológicas no campo da biotecnologia vêm ocasionan-do grande impacto nos setores formadores de

opinião, fazendo emergir questões nas áreas de biolo-gia molecular e genética. Também traz a tona um aca-lorado debate sobre a necessidade de estabelecer nor-mas regulatórias face o avanço do conhecimento ora disponível.

O estado da arte em biologia molecular e engenharia genética têm mudado rapidamente e envolveu o aper-feiçoamento de proteínas naturais, cujos campos de aplicação abrangem a agricultura (culturas transgêni-cas), pecuária (bioreatores), ecologia (bioremediação ambiental) e medicina (anticorpos monoclonais, se-qüenciamento do genoma humano, etc.).

A possibilidade de benefícios comerciais tem enco-rajado inovação e investimentos, principalmente nas áreas de biotecnologia e indústria farmacêutica. As aplicações no campo da biotecnologia fazem uso de sistemas biológicos e organismos vivos ou seus deri-vados, desde que a fi nalidade seja fabricar ou modifi -car produtos ou processos para utilização específi ca na produção industrial.

No que concerne ao patenteamento de invenções biotecnológicas, os mecanismos adotados pelo orde-namento jurídico brasileiro de proteção à propriedade intelectual, destaca-se as patentes e a proteção de cul-tivares. A concessão de patentes de produtos da bio-tecnologia segue a Lei de Propriedade Industrial nº 9.270/96, que toma como base a Lei de Biossegurança

– Lei 8.974/95. Essa lei estabelece normas na área de engenharia genética no âmbito das atividades de ma-nipulação de moléculas de DNA/RNA recombinantes para a construção de organismos geneticamente mo-difi cados.

No Brasil, é crescente o investimento em Biotec-nologia (cerca de R$ 10 bilhões nos próximos 10 anos) o qual já integra a base produtiva de diversos setores da economia e representam parte do Produto Interno Bruto e das exportações. O processo de ajus-te estrutural da economia brasileira tem infl uenciado a demanda de inovações tecnológicas nos principais setores usuários de biotecnologia, combinando a es-tabilização macroeconômica com a reformulação de políticas setoriais.

Aliado a isso, o país é um dos maiores detentores da biodiversidade, tornando o cenário promissor para o Brasil. O progresso nesta área é acelerado quando há esforços conjugados entre o governo, a comunida-de científi ca e o setor empresarial; no desenvolvimen-to de projetos conjuntos; na formação de parcerias produtivas; na criação de ambiente favorável a novos investimentos e no desenvolvimento e/ou adaptação de tecnologias com o objetivo de ampliar a competi-tividade e dinamizar o mercado de produtos biotec-nológicos.

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Dia 14 de

1. Quais as estratégias do Governo para esti-mular a produção de fi toterápicos nos labo-ratórios ofi ciais?

2. Quais as difi culdades encontradas para re-gistro de medicamentos fi toterápicos, em

Itens sugeridos para discussão:especial os que utilizam plantas nativas?

3. Como incentivar a utilização de fi toterápi-cos na Atenção Básica à Saúde?

4. Qual o papel do Estado na promoção e di-vulgação dos medicamentos fi toterápicos?

Mesa Redonda 7

Utilidade do uso do papel de fi ltro na coleta de amostras para o estudo de marcadores biológicos na triagem populacional

Instituto Vital Brazil – Juan Fidel BencomoDBS Screening Parque Científi co de Barcelo-na – Espanha – Jordi Marti GasconMédico Nefrologista - Alan Castro Com três anos de existência, o Laboratório de

Biomarcadores (Biomarc) do Instituto Vital Brazil nasceu com a proposta de agilizar e

tornar mais barato exames que tradicionalmente são feitos por punção venosa. Surgia a tecnologia de papel de fi ltro para exames de sífi lis, toxoplasmose, hepatite B e HIV nos exames em gestantes no estado do Rio de Janeiro.

A tecnologia de papel de fi ltro permite que com ape-nas uma gota de sangue obtida através da punção do dedo do paciente ao papel de fi ltro, aplicando em labo-ratório uma solução específi ca na amostra (de sangue), o marcador seja processado e por uma reação bioquími-ca dê o resultado. Os exames são oferecidos de forma gratuita pela Rede SUS e podem salvar muitas vidas.

As principais vantagens do uso da tecnologia do papel de fi ltro são: preço, rapidez, facilidade de trans-porte e efi cácia comprovada. Além disso, os pacientes não precisam de jejum para fazer os testes. Todas as doenças identifi cadas precocemente possuem maior possibilidade de tratamento e cura.

Itens sugeridos para discussão:

1. Qual o perfi l técnico do pesquisador brasileiro?

2. Quais as tendências de implantação desse programa na Rede SUS?

3. É possível desenvolver outros marca-dores?

Essa tecnologia é possível de ser utilizada em programas para identifi car doenças não transmis-síveis tais como diabetes, doenças renais crônicas, obesidade, etc.

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Palestra 4

As Spin-offs acadêmicas e a interação com os núcleos de inovação tecnológicos: Estudo de caso – Hygeia e Agência de Inovação

Higeya – Juan GaldamesDiretor da Divisão de Incubadoras da AGIR/PROPPI/UFF – Francisco José BatistaSpin-off é um termo utilizado para descrever uma

nova empresa que nasceu a partir de um grupo de pesquisa de uma empresa, Universidade ou cen-

tro de pesquisa público ou privado, normalmente com o objetivo de explorar um novo produto ou serviço de alta tecnologia. É comum que estas se estabeleçam em incubadoras de empresas ou áreas de concentração de empresas de alta tecnologia.

Estas transformações têm afetado tanto as atividades de ensino como as de pesquisa, e também o envolvi-mento formal de professores participando algumas ve-zes no quadro societário da empresa.

Observa-se também as modifi cações ocorridas no ambiente institucional das ICTs desde a aprovação da lei 10.973/04 com os núcleos de inovação tecnológica e também agências de inovação.

Nessa relação, é interessante notar a aplicação do modelo da Hélice Tripla para o surgimento e evolução da empresa.

Em síntese, o caso é de uma a empresa cria-da por pesquisadores e fi nanciada com recursos pleiteados junto ao Estado através das agências de fomento, utilizando-se fortemente de alunos de graduação e pós-graduação alocados nos pro-jetos para obtenção dos produtos. São evidências das relações trilaterais que resultam na geração de novas instituições constituídas sob a égide da cooperação envolvendo o sistema científi co-tec-nológico.

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II Ciclo de Seminários sobre Inovação

A Inovação e as Missões da Universidade

A AGIR-UFF realizou o Seminário “A Inovação e as Missões da Universida-de” no dia 29 de novembro, no auditório da Escola de Engenharia, Campus da Praia Vermelha ,como parte do II Ciclo de Seminários sobre Inovação

promovido pela Agência de Inovação. O ciclo mobilizou a comunidade acadêmica e empresarial, nas regiões onde a

Universidade atua, quanto à importância e perspectivas da inovação como fonte de desenvolvimento científi co e tecnológico para o Brasil. O seminário teve por objetivo ampliar a discussão sobre as missões da Universidade, fortalecendo a aproximação dos demais setores, governo e empresas, na busca de soluções inovadoras que contribuam para o desenvolvimento local, regional e nacional.

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MESA REDONDA 1

1

Políticas Públicas para Inovação

A Mesa Redonda “Políticas Públicas para Inovação” teve como mediadora a

Diretora da Agência de Inovação da UFF, Fabiana Rodrigues Leta.

Participaram desta mesa, como palestrantes a representante da FI-NEP, Ada Cristina Vianna Gonçal-ves, o Subsecretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Júlio Oscar Lagun, o Subsecretário Municipal de Ciência e Tecnologia de Ni-terói, Hugo Túlio Rodrigues e o representante do BNDES Marco Aurélio Cabral Pinto.

A FINEP, representada por Ada Gonçalves, da área de planeja-mento, apresentou as Tendências Internacionais dos Sistemas de Inovação, os Principais Compo-nentes dos SN C,T&I, o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e a Políti-ca Nacional C,T&I, para o desen-volvimento do sistema brasileiro, as características das Instituições “inovadoras”e os Desafi os para as Universidades no Sistema de Ino-vação do Brasil.

1 - Tendências Internacionais dos Sistemas de Inovação

- Forte participação do Estado na coordenação do sistema

- Infl uência do sistema de defe-sa na agenda de P, D&I

- Elevado grau de empreende-dorismo

- Papel chave das MPE´s - Inovação como fator crítico de

desenvolvimento com forte inves-timento em P&D pelo setor priva-do

- Diferentes estruturas: EUA x países europeus e asiáticos;

- Fatores históricos, estruturais, sócio-culturais com impacto na confi guração dos Sistemas Nacio-nais Inovação – SNI´s;

- Políticas de Inovação x marco regulatório

2 - Principais Componentes dos SN C,T &I

- Existência de Políticas Públi-cas de apoio à inovação: ações e programas, incentivos e priorida-des voltadas a integrar e otimizar todo o esforço tecnológico, desde a geração de conhecimento, aper-feiçoamentos ou a colocação de

um novo produto ou serviço no mercado.

- Marco Legal regulatório: con-junto de leis, instruções normati-vas, decretos e acordos internacio-nais existentes no país, Estado ou nos mercados onde as organiza-ções atuam ou pretendem atuar.

- Mecanismos de apoio fi nan-ceiro: diferentes fontes e instru-mentos fi nanceiros que podem ser acionados pelas empresas, Uni-versidades e centros de pesquisa, desde recursos não reembolsáveis (a fundo perdido) até investimento privado, incluindo aí o capital em-preendedor (fundos de capital de risco).

- Recursos Humanos Qualifi ca-dos: técnicos, mestres e doutores em ciências exatas e demais áreas do conhecimento em empresas e geração de tecnologia.

3 - Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação – Brasil

- Política de C,T,I e Política In-dustrial pouco articuladas até re-centemente

- Baixo investimento em Inova-ção: investimento em P & D = 1 % PIB (nos sistemas desenvolvidos: média é 3%)

- Cultura empreendedora e de Política de Propriedade Intelectual ainda incipientes

- Alta produção científi ca: con-tribui com 1,7 % do total de artigos científi cos publicados no mundo, forma cerca de 10 mil doutores (média/ano); áreas de concentra-ção

- 70 % dos pesquisadores ICT´s x 30 % nas empresas

1- Tendências Internacionais dos Sistemas de Inovação 2- Principais Componentes dos SN C,T &I 3- Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação – Brasil 4- Política Nacional C,T&I 5- Instituições “inovadoras”6- Desafi os para as Universidades no Sistema de Inovação do Brasil

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- Foco de investimentos• Modernização• P,D & I• Ampliação da Capacidade

- Políticas em dois níveis com atenção à dimensão regional• Estrutural• Sistêmico

4- Política Nacional C,T&I

5- Instituições “inovadoras”- Atuam em Redes: parceria públi-co/privado; privado/privado. As instituições de pesquisa interagem com o mercado- Estimulam o empreendedorismo: incubação de novas empresas; ela-boram planos de inovação- Levam em consideração questões como transferência de tecnologia, propriedade industrial - Estão alinhadas com os planos de governo (federais e locais) para inovação e tendências tecnológi-cas

6- Desafi os para as Universida-des no Sistema de Inovação do Brasil- Atuar na geração de conhecimen-to, gestão de redes de pesquisa - Ampliar a participação em pro-jetos de cooperação (universida-des/ empresas)- Gestão de Inovação, Gestão de processos- Gestão e cooperação com incu-badoras e parques tecnológicos- Capacitação de gestores de tec-nologia

- Empreendedores/ inventores/ pesquisadores.

A Secretaria de Estado de Ciên-cia e Tecnologia, através do subse-cretário, Júlio Oscar Lagun, defi -niu o papel da ciência e tecnologia junto ao governo, como uma ins-tância refl exiva articulada com a academia. Os problemas da socie-dade são levados para as Univer-sidades encontrarem as soluções que nortearão as políticas de de-senvolvimento. Destacou ações da secretaria, tais como, captação de recursos externos, implantação de uma nova visão orientada para o social, trabalhar de forma articula-da com a secretaria de segurança, capilarização do Ensino Superior, ampliação da FAETEC, convênio com o INPI e mudanças na FA-PERJ, que atualmente enfatiza a tecnologia.

O Secretário Municipal de Ci-ência e Tecnologia de Niterói, Hugo Túlio Rodrigues, apresentou a proposta de políticas municipais, destacando as ações voltadas para a área de biotecnologia, a criação

do Parque Tecnológico da Vida, e a perspectiva do Estado do Rio se tornar um polo na área de biotec-nologia.

O representante do BNDES, Marco Aurélio Cabral Pinto, des-tacou que os caminhos para o de-senvolvimento estariam em con-centrarmos esforços em campos de conhecimentos defi citários, pois através das crises se abrem possibilidades. Apresentou a ex-periência do Município de Caiçara do Rio dos Ventos do Estado do Rio Grande do Norte.

A Plataforma Solar da região do semi-árido e, particularmen-te, de Caiçara do Rio dos Ventos tem contado, durante os últimos 4 anos, com o empenho de inúme-ros agentes acadêmicos de diver-sas Universidades, instituições e agentes internacionais de tecnolo-gia, inovação e pesquisa, tentan-do incansavelmente, não apenas contribuir para a inserção de nossa melhor base acadêmica no proces-so de atração desse inédito case de pesquisa em energias renováveis para o Brasil, mas inovando na

Imagem utilizada na apresentação feita por Ada Gonçalves - FINEP

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modelagem de tecnologia social, envolvendo uma comunidade de baixíssima renda e IDH, numa for-ma de transferência de tecnologia e inserção sócio-tecnológica pou-cas vezes tentadas.

O Projeto da Plataforma Solar de Caiçara inclui a construção da Primeira Unidade de Produção de derivados do leite, em ambien-te rural no mundo, alimentado pelo resíduo de calor da torre de concentração de radiação solar e propõe pesquisa-teste para a vir-tualização de um sol de 24 horas, através de energia solar, biomassa e biocombustível, tudo isso com emissão ZERO de dióxido de car-bono para a atmosfera. Paralela-mente à construção da Plataforma e do Laticínio Comunitário, 14 ou-

tros subprojetos produtivos serão desfechados pela base associativa liderada pela ADECARVE.

O Projeto Solhyco, consórcio de 9 países envolvendo pesquisa em tecnologias de energias reno-váveis, apoiou o Projeto; A DLR (Agência Aero-Espacial Alemã, alinhada ao Fundo Mundial do Clima), apoiou e investiu cerca de R$ 4.500.000,00 no Projeto, dos quais cerca de R$ 1.800.000,00 destinam-se à assistência técnica internacional; o BNDES aprovou o Projeto e integrou contrapartida do capital nacional de cerca de R$ 7.500.000,00 cuja gestão passa a ser da FUSP, aprovando a constru-ção de uma Plataforma de Pesqui-sa ligada ao Abatedouro-Escola no Campus de Pirassununga; o IDE-

MA concedeu a liberação da li-cença ambiental e se propôs como entidade-parceira; UFRN, IFRN, EMPARN, UFERSA, UFPB, GO-VERNO DO ESTADO DO RN e inúmeros agentes voluntários, na-cionais e estrangeiros, incluindo o Diretor Mundial da FAO, Profes-sor José Grazziano, alinharam-se ao Projeto Portal dos Ventos no sonho de produzir inserção cien-tífi ca e social no semi-árido nor-destino, a partir de Caiçara do Rio dos Ventos, onde tudo começou em 2006, com um grupo de agen-tes voluntários e a disponibiliza-ção de uma estrutura física para quaisquer ocupações dignas de ações cidadãs que se fi zessem ne-cessárias, desde que com qualquer agente comprometido com a re-versão das desigualdades sociais.

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A produção de conhecimen-tos tem crescido substan-cialmente através da atua-

ção das Universidades brasileiras, mas, o seu repasse para as empre-sas e sociedade não tem ocorrido no ritmo desejável.

O Governo Federal tem estimu-lado as Universidades a transfor-marem os conhecimentos gerados em produtos e serviços de interes-se da Sociedade. Ações que vêm sendo defl agradas pelo governo e pela iniciativa privada dão uma di-mensão do avanço do movimento na direção da promoção da inova-ção: a criação e regulamentação da Lei da inovação pelo governo federal, a criação de incentivos fi s-cais federais através da chamada “Lei do Bem”, o Movimento Bra-sil Competitivo – MBC – ação da iniciativa privada para promover

a competitividade que hoje aposta na inovação e o recente Programa Brasil Maior lançado pelo Gover-no Federal contendo a política in-dustrial para o país está focado na inovação.

Na esfera governamental fede-ral, a prioridade para a ciência, tecnologia e inovação está bem explicita e viabilizada em termos de ações. Na esfera estadual está em fase de evolução e na esfera municipal em fase de criação. É no espaço municipal que ocorrem as inovações e onde elas precisam ser aproveitadas. Aos movimentos de Cidades Educadoras, Cidades Saudáveis, Cidades Sustentáveis, Cidades Digitais surgiu recente-mente o movimento de Cidades Inovadoras. O Movimento Cidade Inovadora não é um concorrente dos outros movimentos: precisa

deles e tem um papel relevante na potencialização deles.

O Instituto da Inovação realizou o estudo - Onde Está a Inovação no Brasil? que aponta as cidades brasileiras como maior propensão para a interação entre a Universi-dade e a empresa. Florianópolis, Campinas, Porto Alegre, e Niterói foram as cidades com alto núme-ro absoluto de pesquisadores e ao mesmo tempo elevado número de pesquisadores em relação à sua população economicamente ativa. Quanto ao potencial de aplicação do conhecimento gerado as cida-des que se destacaram foram; Ca-xias do Sul, Franca, Joinville, São Bernardo, Guarulhos Campinas e São Paulo.

Como visto acima, Niterói tem potencial para a interação entre Universidade/empresa, mas não se destaca na aplicação de conhe-cimentos gerados. Niterói precisa, portanto, atuar em duas direções principais: ampliar a geração de conhecimentos através da inte-ração entre as Universidades e centros de pesquisa existentes na cidade e criar ambientes que faci-litem a aplicação de conhecimen-tos direcionados para a inovação no setor empresarial. No primeiro momento o esforço está sendo di-recionado para promover a inte-ração entre a Universidade Fede-ral Fluminense - UFF, o Instituto Vital Brazil – IVB, a Empresa de Pesquisa em Agropecuária do Es-tado do Rio de Janeiro – PESA-GRO e o Departamento de Recur-

Pensar a cidade do futuro é uma boa oportunidade para trabalhar uma nova cultura que considere e valorize o conhecimento, a aprendizagem e o empreendedorismo

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Políticas Públicas de Inovação e a Missão das Universidades

Por Hugo Túlio Rodrigues(Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia de Niterói)

MESA REDONDA 1

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sos Minerais do Estado do Rio de Janeiro - DRM. Em uma segunda etapa envolver as Universidades privadas e as atividades de pesqui-sa de empresas privadas. Quanto à criação de ambientes, precisam ser instalados Parques e Polos Tecno-lógicos e Incubadoras de Empre-sas direcionados para promover a inovação em Niterói.

O IVB e a UFF já deram partida e lançaram o Parque Tecnológico da Vida contando com um sítio na sede do IVB e também a Incuba-dora de Biotecnologia – BIOTEC. Esta ação conta também com a parceria da PESAGRO e com a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia de Niterói que induziu esta iniciativa.

A economia de Niterói esta centrada, predominantemente, no setor terciário ou de serviços, e também no setor naval e offshore,

construção civil e de tecnologia da informação, entre outros. Os Polos e parques tecnológicos de Niterói devem ser direcionados para as vocações da cidade e aproveitar o potencial de sua economia, de-vem ser temáticos. Estão sendo trabalhados os temas: economia criativa, energia naval e offshore, biotecnologia aplicada a saúde e alimentos e medicina, esportes e náutica. A existência de Polos, parques e incubadoras promoverá o turismo de negócio – vocação de Niterói em função de suas be-lezas naturais. A inovação precisa também ser direcionada a partir de uma estratégia.

Os planos de inovação para as cidades precisam estar lastreados a partir de uma visão de futuro construída de forma participativa com seus moradores para períodos de 10 anos. Niterói precisa ter a

sua visão: Niterói 2022. Hoje no Mundo algumas cida-

des além de projetar o seu futuro criam instalações onde os morado-res possam visitar para conhecer como fi cará a sua cidade no futuro. Pensar a cidade do futuro é uma boa oportunidade para trabalhar uma nova cultura que considere e valorize o conhecimento, a apren-dizagem e o empreendedorismo.

Aproveitando seu potencial, Niterói poderá alcançar resultados relacionados: melhor qualidade de vida; desenvolvimento do capital humano e de melhores oportuni-dades de trabalho, criação de no-vos negócios e novas empresas, aumento da capacidade de compe-tir das empresas, garantia de em-prego e novos postos de trabalho criados e consequentemente ob-tendo avanços sociais.

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MESA REDONDA 2

Proteção Intelectual e Transferência de Tecnologia em ICTs

A Mesa Redonda teve como mediadora, Maria Helena Teixeira da Silva Gomes

– UFF/AGIR/Etco, e contou com os seguintes palestrantes: INPI – Sálua Bueno Goldin; ATEM E REMER – Ricardo Remer; CNEM – Daniela Serqueira Archila; UFF/AGIR/ Divisão de Incubadoras de Empresas – Francisco José Batista de Sousa.

A representante do INPI – Ins-tituto Nacional de Propriedade Industrial, Sálua B. Goldin, da CGTEC – Coordenação Geral de Contratos de Tecnologia, apresen-tou os seguintes tópicos:Conceito de Tecnologia Indus-trial:

• Conjunto de conhecimen-tos, informações e técnicas desti-nados à produção (produtos e pro-cessos) e comercialização de bens e serviços.

• Compreende também as funções de metrologia, normaliza-ção, regulamentação técnica, ava-liação de conformidade e tecnolo-gias de gestão da qualidade.Importância da tecnologia in-dustrial nas Empresas: aumento de produtividade, competitividade e inovação; e na Sociedade: cres-cimento, desenvolvimento e sus-tentabilidade econômica.

Formas da Tecnologia Indus-trial:

• Patentes: – Privilégio de Invenção

(PI): “Invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade

inventiva e aplicação industrial” (Lei 9.279/1996)

– Modelo de Utilidade (MU) - “Objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação in-dustrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato in-ventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação”

• Desenho Industrial (DI): “Forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcio-nando resultado visual novo e ori-ginal na sua confi guração externa e que possa servir de tipo de fabri-cação industrial” (Lei 9279/1996)

• Segredo industrial (know how): “Conhecimentos, informa-ções e técnicas não amparados por direitos de propriedade industrial, destinados à produção e à comer-cialização de bens industriais e serviços”

• Serviços de Assistência Técnica e científi ca: Técnicas, métodos de planejamento, progra-mação e processo de produção, bem como pesquisas, estudos e projetos, incluindo serviços espe-cializados relacionados a equipa-mentos adquiridos.

• Marcas– Marca de produto ou servi-

ço: usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, se-melhante ou afi m, de origem di-versa.

– Marca de certifi cação: usa-da para atestar a conformidade de

um produto ou serviço com deter-minadas normas ou especifi cações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utili-zado e metodologia empregada.

– Marca coletiva: usada para identifi car produtos ou serviços provindos de membros de uma de-terminada entidade.

Meios de acesso à Tecnologia industrial

• Pesquisa e Desenvolvi-mento (P&D): Atividade interna à fi rma, Contratação de serviços; e cooperação tecnológica.

• Aquisição de bens de ca-pital: Tecnologia corporifi cada em máquinas e equipamentos.

• Contratos de tecnologia: Processo por meio do qual um conjunto de conhecimentos, ha-bilidades e procedimentos aplicá-veis aos problemas da produção são transferidos, por transação de caráter econômico, de uma organi-zação a outra, ampliando a capaci-dade de inovação da organização receptora.

Modalidades Contratos de tecnologia

• Contrato de cessão: Transferência de titularidade do direito de propriedade intelectual.

• Contrato de licenciamen-to: Licenciamento/Uso do Direito de Propriedade Intelectual de for-ma exclusiva ou não.

• Contrato de Transferên-cia de Tecnologia: Fornecimento de informações não amparadas por direitos de propriedade industrial e Serviços de Assistência Técnica.2

e serviços.

2e serviços.

• Compreende também as

2• Compreende também as

funções de metrologia, normaliza-2funções de metrologia, normaliza-ção, regulamentação técnica, ava-2ção, regulamentação técnica, ava-liação de conformidade e tecnolo-2liação de conformidade e tecnolo-gias de gestão da qualidade.2gias de gestão da qualidade.Importância da tecnologia in-2Importância da tecnologia in-dustrial 2dustrial nas Empresas: aumento 2nas Empresas: aumento de produtividade, competitividade 2de produtividade, competitividade e inovação; e na Sociedade: cres-2e inovação; e na Sociedade: cres-cimento, desenvolvimento e sus-2cimento, desenvolvimento e sus-tentabilidade econômica.2tentabilidade econômica.

Formas da Tecnologia Indus-2Formas da Tecnologia Indus-trial: 2trial:

• Patentes: 2• Patentes: – Privilégio de Invenção 2– Privilégio de Invenção

(PI): “Invenção que atenda aos 2(PI): “Invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade 2requisitos de novidade, atividade

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Sistema de Propriedade Intelectual no Brasil:

Campos legislativos: 1 – Propriedade Intelectual, sobre-tudo a Propriedade Industrial;2 - Comércio Exterior, principal-mente a relacionada ao capital es-trangeiro;3 - Fiscal e tributário;4 - Abuso de poder econômico.Transferência de Tecnologia: Arcabouço LegalLei de Propriedade Industrial (9279/96); Lei de Software (9609/98); Legislação relativa ao

Capital Estrangeiro (4131/62); Legislação Tributária (4506/64, 8383/91, 3000/99, Portaria nº 436/58 – MF); Legislação re-lativa ao Direito da Concorrên-cia (8884/94); Lei de Franquia (8955/94); Decretos que ratifi cam pelo País o Tratado OMC/TRIPS; Ato Normativo nº 135/97; Ato Normativo nº 155/00Organograma do INPI e compe-tências da CGTEC

Modalidades Contratuais (Lei de Propriedade Industrial – Lei nº 9279/96)Licenciamento de Direitos: EP: exploração de patente; EDI: ex-ploração de desenho industrial; UM: uso de marcaAquisição de Conhecimentos: FT: fornecimento de tecnolo-gia; SAT:prestação de serviços de assistência técnica e científi ca; FRANQUIA (FRA)

Imagem utilizada na apresentação

feita por Sálua B. Goldin

Imagem utilizada na apresentação feita por Sálua B. Goldin

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Remessas ao exterior por Transferência de Tecnologia

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Daniela Cerqueira Archila discutiu as atribuições da DPD sobre pesquisa e desenvolvimento e inovação. Apre-sentou a política de inovação da CNEN e as seguintes diretrizes estratégicas: Apoiar e estimular a construção de ambientes especializados e cooperativos de inovação, estabelecer parcerias com empresas, Universidades e institutos científi cos e tecnológicos, promover a proteção da propriedade intelectual e do conhecimento e esti-mular a exploração e a transferência de tecnologia, estimular uma postura empreendedora e pró-ativa, visando a criação de oportunidades para a inovação e propiciar maior visibilidade das competências técnico-científi cas disponíveis na CNEN para o ambiente produtivo.

Descreveu as atribuições do NIT e seus ganhos econômicos e da propriedade intelectual, apresentou os resul-tados das ações de inovação na CNEN:

PROTEÇÃO INTELECTUAL E TRANSFERÊNCIA DE TECNO-LOGIA EM ICT: A EXPERIÊNCIA DA CNEN

Imagem utilizada na apresentação feita por Sálua B. Goldin - INPI

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Em seguida, destacou os seguintes pontos que merecem atenção: relatório de patente, sensibilização do pes-quisador, parcerias informais, matriz de contribuição Þ Co-titularidade da propriedade intelectual, adequada valorização do conhecimento x apoio fi nanceiro, retorno fi nanceiro às ICTs, retribuição pecuniária, bolsas de estímulo à inovação e negociação ICT.

Discutiu a situação atual e apresentou os próximos passos.

- Acordos de co-titularidade em andamen-to entre CNEN e USP- Adequação da IN-DPD ao decreto nº 7.423/2010 para estabelecer os limites de valor de bolsas e recebimentos dos servi-dores públicos- Adequação da IN-DPD ao disposto no Sistema de Gestão da Inovação das Uni-dades de PEsquisa do MCT- Divulgação da IN-DPD nas ICTs da CNEN- Necessidade da CNEN credenciar uma fundação de apoio.- Alteração da Portaria do NCI (composi-ção e funcionamento)

Situação Atual

Ações estruturantes-Política de Propriedade Intelectual- Disseminação da IN, capacitação e trei-namento dos NITs

Ações mobilizadoras-Banco de Oferta de tecnologias da CNEN- Estratégias de divulgação das potencia-lidades tecnolõgicas da CNEN para o se-tor produtivo- Prospecção de oportunidades para apli-cação da tecnologia nuclear nos setores produtivos (energias alternativas, meio ambiente, agricultura, indústria, medici-na, equipamentos, etc.)

Próximos Passos

Imagem utilizada na apresentação feita por Sálua B. Goldin - INPI

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O conceito de Inovação vem atraindo signifi cativo in-teresse nos últimos tem-

pos, sendo objeto de discussão em várias instâncias da sociedade. Embora não se trate propriamente de um conceito novo, o incremen-to de interesse no tema se justifi -ca por diversas razões, entre as quais pode se destacar a cada vez mais preponderante relevância da gestão do conhecimento na ob-tenção de vantagens econômicas. Isso é coerente com a defi nição de Inovação vista como proces-so ou conjunto de processos que proporciona(m) a conversão de ideias em bens, produtos ou ser-viços disponibilizados para a so-ciedade. Dado o caráter volátil e intangível do valor atribuível ao conhecimento, notadamente em suas fases mais embrionárias, este insumo requer um conjunto de fer-ramentas para a tangibilização de ao menos parte de seu valor – e a Propriedade Intelectual (PI) de-sempenha exatamente este papel. A PI, portanto, se constitui em um conjunto de “ferramentas” para tangibilizar e agregar valor ao co-nhecimento e promover sua efeti-va articulação com os diferentes entes econômicos da sociedade, sendo seu adequado uso essencial para que o processo da Inovação ocorra de forma mais efi caz. Em consequência, a PI proporciona atrativos econômicos e pode/deve ser utilizada de forma estratégica para a produção de riqueza.

As instituições públicas de

ensino e/ou pesquisa (ICTs) devem se debruçar sobre este tema com responsabilidade. De um lado, o simples fato de que o mundo atu-al é essencialmente relacionado à economia do conhecimento e, por-tanto, as entidades produtoras de conhecimento e especialmente as de ensino não podem fi car alheias a isso – sob pena, dentre outras, de não formarem adequadamente seus alunos. De outro lado, e não menos importante, porque o investimento público em tais instituições impli-ca em diversas responsabilidades. O conhecimento gerado a partir de investimento público pode ser considerado bem público e, como tal, deve ser tratado de forma es-pecial: produzir emprego, renda e riqueza a partir do conhecimento, ou ao menos criar condições para tanto, é sem dúvida uma forma

moderna de gerir tais bens.Parece razoável considerar,

portanto, que as Universidades/ICTs têm uma nova missão1, como promotoras da Inovação. E como a Inovação somente se completa quando o conhecimento é dispo-nibilizado à sociedade na forma de bens, produtos e/ou serviços, é fundamental a articulação da Uni-versidade/ICT com o meio produ-tivo, sendo a PI um dos instrumen-tos para viabilizar tal articulação. A história recente de várias nações indica que aquelas que investiram na tangibilização e valorização do conhecimento gerado em suas ins-tituições de ensino e/ou pesquisa - buscando efetiva articulação com o meio produtivo - proporciona-ram mais Inovação, desenvolvi-mento econômico e bem estar so-cial para seus cidadãos2.

Proteção Intelectual e Transferência de Tecnologia em ICTs

Por Ricardo Amaral Remer (ATEM E REMER)

MESA REDONDA 2

1Sem deixar de cumprir com suas missões originárias de ensino, pesquisa e extensão.2Ver, por exemplo, o relatório da OMPI intitulado “Technology Transfer, Intellectual Property and Effective University–Industry Partnerships, de 2007 e disponível no site da OMPI, www.wipo.int. No referido relatório são analisadas as experiências de China, Índia, Japão, Filipinas, Coréia do Sul, Singapura e Tailândia.

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Os argonautas da mitolo-gia grega, na nau Argo, buscavam o velo de Ouro

– carneiro com lã de ouro – e par-tiram os 50 em uma expedição rumo à Cólquida. Uma busca para afastar Jasão da possibilidade de herdar o trono? Uma busca pelo poder e fortuna? AnnaLee Saxe-nian da Universidade da Califór-nia, Berkeley, recupera esta ima-gem ao estudar o Vale do Silício nos EUA, considerando os novos argonautas como aqueles que re-tornam aos seus países de origem após terem estudado e desenvol-vido carreira na região do Vale e que serão determinantes para asse-gurar uma vantagem regional em uma economia global.

Uma curta história: Dov Frohman, da Intel Corpora-

tion, que inventou o chip EPROM - em 1974 - decide voltar para a Universidade Hebraica de Jerusa-lém. Surpreendentemente, a Intel estabeleceu seu primeiro Centro Tecnológico fora dos EUA, para Frohman liderá-lo, em Israel. Após 30 anos este país era líder em pro-jeto e manufatura de chips.

Um novo argonauta, um empre-endedor, mas a autora nos mostra que esse exemplo parece ser re-corrente, nas décadas de 1980 e 1990, em países como Tawain, Is-rael, China e Índia. Particularmen-te, não apenas por se relacionar a profi ssionais, mas também, por se caracterizar pela mobilização de redes étnicas e sociais.

A autora descreve um mode-

lo denominado núcleo-periferia, como aquele em que as novas tecnologias emergiriam em na-ções industrializadas, que podem combinar a capacidade de pesqui-sa e especialistas sofi sticados com largos mercados em crescimento, produção em massa, custos bai-xos e processos de manufatura maduros. Um modelo cujas skills e tecnologia residem em labora-tórios de pesquisa corporativa e Universidades e que condena os países periféricos e atrasados a permanecerem como seguidores. Considera-o minado. Expõe como razões o aumento da mobilidade de especialistas e da informação, assim como a fragmentação de se-tores de Tecnologia da Informação e Comunicação que tem permitido um crescimento descentralizado e assim gerando oportunidades. Cor-robora tais razões com a constata-ção de que os start-ups no Vale do Silício frequentemente são negó-cios globais desde o seu primeiro dia de operação e somente obtém capital se demonstram habilidade para subcontratar manufatura ou software fora dos EUA.

A vantagem competitiva se construiria sobre a habilidade para localizar parceiros rapidamente e gerenciar complexas relações de negócios e equipes através de bar-reiras culturais e linguísticas com indústrias high-tech e estratégias de inovação e tempos de ciclo de vida de nove meses ou menos. A tecnologia transferida nessas con-dições levaria a uma nova geração

de start-ups que perseguiriam o melhoramento incremental e dis-tintas vantagens competitivas em ambos os parceiros. Particular-mente, tais transferências de tec-nologia envolviam as Universida-des do Vale do Silício, a instalação de empresas na região e o aprendi-zado de estudantes estrangeiros.

Afi rma como fundamentais a educação superior de qualidade, particularmente nas áreas técni-cas e o desenvolvimento de ins-tituições para suportar empreen-dimentos tecnológicos. A nosso ver, as incubadoras de empresas enquadram-se neste perfi l de em-preendimentos, considerando-se que a tecnologia signifi ca um con-junto complexo de conhecimentos - inclusive o conhecimento tácito, informações, artefatos e expertise, na perspectiva de produção.

Brain drain ou brain circula-tion? O tema é recorrente quando se afi rma que a saída de pessoas capacitadas em um país para ou-tro signifi caria a perda de cérebros e dos esforços demandados para esta capacitação, seja por conheci-mentos obtidos das Universidades ou do trabalho nas empresas do Vale por estudantes estrangeiros ou pesquisadores. Para a autora ocorre um processo de circulação benéfi co a ambos os países. Assim, pondera que: capitalistas de risco educados no exterior transferem conhecimento de primeira-mão quando investem em seu próprio país; as políticas dos países em desenvolvimento deveriam facili-

A incubadora UFF e os spin-offs – a transferência de tecnologia

Por Francisco José Batista de Sousa (UFF)

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tar processos empreendedores de baixo-para-cima e relações / infor-mações com locais distantes; que é melhor integrar-se a comunidades técnicas do que tentar replicá-las; e por fi m, que é melhor desenvol-ver produtos e capacidades com-plementares aos destas comuni-dades do que tentar competir com companhias já estabelecidas.

A perspectiva de uma Universi-dade Federal Fluminense empre-endedora, para a sua Incubadora de Empresas, deve considerar pontos relevantes delineados pela autora, tais como: um fl uxo alto de start-ups de empreendimentos e também respectivos insucessos; o entendimento de que o dinamis-mo não virá do Estado, de fi rmas estabelecidas ou investidores es-trangeiros, mas de empreendi-mentos domésticos com pouco (ou nenhum) suporte do Estado; que empreendimentos tecnológicos

permanecem localizados e não po-dem ser criados por “faça-se”; que deve haver uma estreita conexão entre tecnologia e o mercado.

AnnaLee Saxenian, a autora por nós estudada, nos mostra um importante caminho: ‘Os “argo-nautas” não são da elite, são estu-dantes da classe média que tiveram acesso à educação e um ambiente institucional e tecnológico’.

A Incubadora de Empresas UFF tem papel importante na transfe-rência de tecnologia entre a Uni-versidade e a sociedade, particular-mente por empresas que venham a ser formadas por seus alunos, ex-alunos, professores e pesquisado-res – estruturadas no Laboratório Multidisciplinar de Incubação – e por empresas efetivamente incu-badas desse mesmo público inter-no. A Incubadora pertence a uma comunidade tecnológica local.

Lidar com a transferência de tecnologia demanda experiência, travar relações e compreender di-versos modos de conhecimento (tácito); que residem em indivídu-os e suas comunidades e que têm um papel central em transferir ins-tituições econômicas e tecnologia. Torna-se necessário um conheci-mento profundo do contexto local. O ambiente por vezes é turvo e as margens parecem indistintas para fi nanças, leis, negócios, educação e governo local, onde engenheiros são gerentes e pesquisadores uni-versitários tornam-se empreende-dores e consultores. Uma varieda-de de relações formais e informais envolvendo negócios, associações de alunos, fóruns, lobistas infor-mais, etc., emerge nas regiões e permite oportunidades de intera-ção face a face ou entre indústrias, fi rmas e setores marginais.

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A Lei de Inovação da Teoria e na Prática Mediador: Edson Alvisi Neves – Diretor da Faculdade de Direito/UFFUFF - Nilton Cesar da Silva Flores

Nilton Cesar Flores, professor adjunto da Faculdade de Direito da UFF, discutiu a importância da Lei 10 973/2004, que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científi ca e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências1, para ilustrar, apresentou dados comparativos acerca das patentes concedidas no Brasil e em outros países como: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido e França. Em seguida, apre-sentou dados sobre os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, mostrando que no Brasil, os gastos com P&D e o número de patentes concedidas ainda estão muito abaixo dos investimentos realizados nos países supracitados. Outro ponto importante levantado por ele foi a responsabilidade do pesquisador e da instituição no processo de consolidação das novas leis e formas de fomento.

UFPA - Maria Cristina Cesar de OliveiraMaria Cristinha de Oliveira, da Universidade Federal do Pará, discutiu a Lei de Inovação e suas diretrizes,

destacando o Art. 1o Esta Lei estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científi ca e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação e ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimen-to industrial do País, nos termos dos arts. 218 e 219 da Constituição. Enfatizou ainda, a colisão de interesses no âmbito Lei 8.666/93 que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências2 e a Lei 9.279/1996 que regula di-reitos e obrigações relativos à propriedade industrial3. Para fi nalizar discutiu alternativas para esse confl ito: Na ocorrência do exercício do direito de preferência, estará a Instituição de Ciência e Tecnologia diante de hipótese de inexigibilidade de licitação e, com base no artigo 25, da Lei 8.666/93, deve efetivar os atos de tal procedimento e em caso de recusa da preferência, o caminho jurídico a seguir pela ICT deve consistir em fazer publicar edital, conforme prescreve a Lei de Inovação.

INPI – Procuradoria Federal - Mauro Sodré MaiaO Procurador Federal discutiu conceitos de propriedade intelectual, contratos, procedimentos a serem se-

guidos pelos Procuradores Federais quando do exame de processos envolvendo a propriedade intelectual, abrindo um debate sobre a interpretação da Lei da Inovação. Destacou o Art 5° inciso XXIX da Constituição Federal: a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos dis-tintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País4, discutindo a aplicação da lei, que considera o princípio do equilíbrio, conferindo exclusividade de uso sem benefi cio para o Estado, a sociedade e o país.

1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm 2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm 3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9279.htm 4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm

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A Lei da Inovação na Teoria e na Prática

Por Maria Cristina Cesar de Oliveira (UFPA)

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O sistema normativo do Di-reito é integrado por prin-cípios e regras jurídicas.

Os princípios jurídicos são valores que uma dada sociedade, histori-camente considerada, elege como signifi cativos e, por essa razão, deseja vivenciá-los e os insere no arcabouço jurídico. As normas-princípio encontram na Consti-tuição Federal previsão expressa e implícita. Já as regras jurídicas funcionam, em geral, como instru-mento de materialização dos prin-cípios.

Os princípios do Direito cum-prem dupla funcionalidade: teleo-lógica e metodológica. Na função fi nalística, como fundamento do sistema jurídico, os princípios in-dicam, do ponto de vista jurídico, os fi ns a serem socialmente alcan-çados. No cumprimento da fun-ção metodológica, os princípios apontam o caminho interpretativo a percorrer, “costuram” e dão sen-tido às formulações estabelecidas nas regras e ao sistema como um todo.

A Lei Maior afi rma a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República e, a li-berdade, a justiça social e a solida-riedade, como alguns dos objetivos fundamentais do Estado Brasilei-ro. Dessa forma, as questões que se revelam mais relevantes para a vida social encontram refl exo nos princípios jurídicos.

Nessa perspectiva, a Constitui-ção Federal traça a matriz do tema “Ciência e Tecnologia” e impõe ao Estado o dever de promover e in-centivar o desenvolvimento cien-tífi co e tecnológico, com vistas à solução de problemas brasileiros e para o desenvolvimento do siste-ma produtivo nacional e regional.

Portanto, apoiar a pesquisa científi ca e a inovação tecnológica e proteger a propriedade intelectu-al são tarefas que exigem a clara delimitação de objetivos a serem alcançados, em face à exigência de desenvolvimento nacional equi-tativo e sustentável, representado pela possibilidade de acesso, para todos os brasileiros, à sadia e dig-na qualidade de vida, nos planos material, intelectual e espiritual.

No nível infraconstitucional, a questão é regulada por um con-junto de normas, dentre as quais está a Lei n. 10.973/04, conhecida como a Lei da Inovação.

A referida Lei estabelece me-didas de incentivo que podem ser classifi cados segundo a natureza das ações que visa impulsionar. São elas: estímulo à construção de ambientes especializados e coo-perativos de inovação; estímulo à participação das ICTs no processo de inovação; estímulo à inovação nas empresas e estímulo ao inven-tor independente.

A Lei de Inovação privilegia as parcerias estratégicas e a formação

de alianças entre o setor público e o setor privado, tendo em vista a geração de produtos e processos inovadores, capazes de promover resultados economicamente viá-veis, ecologicamente equilibrados, socialmente justos e eticamente sustentáveis.

Verifi ca-se, portanto, que a in-terpretação e aplicação do marco regulatório da inovação científi ca e tecnológica demanda do opera-dor do Direito, além do conheci-mento das regras jurídicas aplicá-veis à matéria, a competência para recorrer à pauta de princípios jurí-dicos e daí extrair argumentos ra-cionais e proporcionais dentro dos contornos da juridicidade, capazes de permitir a demonstração trans-parente da adequação e pertinên-cia entre a decisão interpretativa adotada e as premissas do sistema jurídico específi co.

Nesse contexto, conjuntamen-te com os tradicionais princípios da legalidade, impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da efi ciência, da segurança jurídica e, principalmente da dignidade hu-mana, convivem, com forte den-sidade, outros novos princípios, como os da transparência, da pre-caução e da prudência, da coerên-cia, da proporcionalidade ou da justa medida, da inovação e o da sustentabilidade, que compõem a tessitura do Direito da modernida-de.

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Não basta copiar, há que se criarPor Nilton Cesar Flores (UFF)

Colaborou com este artigo Pedro Eugenio Pereira Bargiona (UFF)

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A aprovação da Lei nº 10.973 de 2 de Dezembro de 2004, conhecida como Lei

da Inovação, confi gurou-se como importante marco para a pesquisa e desenvolvimento no Brasil, tra-zendo regulamentação para o fo-mento destas áreas. Trata-se de um reconhecimento do caráter funda-mental da Tecnologia no desenvol-vimento da nação, normatizando os Artigos 218 e 219 da Constitui-ção Federal. Contudo, conforme já dizia Ferdinand Lasalle em A For-ça Normativa da Constituição, a Constituição pode não passar de um pedaço de papel, se não hou-verem esforços políticos reais para sua conclusão.

A Inovação é hoje um impor-tante fator de diferenciação entre as nações. O valor de patentes e da tecnologia empregada na produ-ção e no próprio produto é muito superior ao preço de sua fabrica-ção e matéria prima. O desenvol-vimento tecnológico, entretanto, depende de diversos fatores que nem sempre são observados, em especial pelo governo, que deveria ser um dos principais interessados na Inovação.

Se a inovação fosse um fruto, seu trajeto de formação não seria diferente: não basta a semente nem tampouco só o solo fértil. Somente quando se somam estes fatores com as condições favorá-veis de temperatura, insolação e clima; funcionários qualifi cados

e conhecimento tradicional so-bre o plantio é que esta semente germinará e, com o tempo, dará frutos.

Em termos mais claros, não basta o já reconhecidamente alto potencial imaginativo dos brasi-leiros (semente) se não houverem ambientes de pesquisa adequados (Solo - Universidades, Iniciativas Privadas ou Instituições Cientí-fi cas e Tecnológicas), condições básicas da própria pesquisa (con-dições favoráveis - educação e qualifi cação e investimento atra-vés de lei e outros instrumentos econômicos.), bons professores e especialistas em todos os níveis, da alfabetização ao doutorado (funcionários qualifi cados), cul-tura de inovação (conhecimento tradicional) e tempo, com a conti-nuidade dos investimentos.

O Brasil apesar de grandes in-

vestimentos tem baixo índice de inovação. As pesquisas, em espe-cial as realizadas dentro dos mu-ros das Universidades, produzem poucas patentes e muitas publi-cações acadêmicas. Precisamos criar uma consciência coletiva da importância estratégica das ino-vações e de que a falta de inves-timento no INPI e na educação re-fl ete o real descaso com a questão tecnológica.

Enquanto preferirmos comprar – e caro – a tecnologia de outros países a desenvolver nossa própria estaremos fadados ao subdesen-volvimento. Não só pelo alto valor de mercado destas, mas também por todo o investimento de base necessário para sua viabilização, focados principalmente em edu-cação para aculturar a inovação desde a alfabetização até a sua consecução.

A Inovação é hoje um importante fator de diferenciação entre as

nações ”

“* Nilton Cesar Flores é Professor Dr. Adjunto de Direito Empresarial da

Universidade Federal Fluminense e coordenador do Grupo de Estudos em Direito Ambiental e Prosperidade Intelectual 9GEDAPI-UFF)

** Pedro Eugenio Pereira Bargiona é Estudante-Pesquisador do GEDAPI-UFF e Coordenador da Seção Direito Privado da Revista de Direito

dos Moniotes (RDM-UFF)

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Gerando Inovações a partir da Relação Universidade/Empresa

A mesa redonda Gerando Inovações a partir da Relação Universidade/Empresa, teve como mediadora a Professora Miriam Assunção de Souza Lepsch da Universidade Federal Fluminense e os palestrantes Alexandre Novaes da PETROBRAS/CENPES, Victor Gomes da AMPLA e o Contra-Almirante Anto-

nio Reginaldo Pontes Lima Junior, representando a Marinha do Brasil (CASNAV).O representante da Petrobras, Alexandre Novaes exaltou a importância das empresas investirem em pesqui-

sas nas Universidades. Em sua apresentação demonstrou com gráfi cos resultados alcançados pela Petrobras após parcerias com instituições de ensino e pesquisas nacionais e internacionais.

Imagem utilizada na apresentação feita por Alexandre Novaes - Petrobras

Imagem utilizada na apresentação feita por Alexandre Novaes - Petrobras

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O representante da Ampla, Victor Gomes, destacou que a relação Universidade x Empresa tem propiciado excelentes resultados, tais como, redução dos custos com pesquisas, desenvolvimento de tecnologias que atendem as necessidades da empresa e aumento de lucros.

O Contra-Almirante Antonio Reginaldo Pontes Lima Junior, apresentou o CASNAV (Centro de Análises de Sistemas Navais) e o sistema de ciência e tecnologia da Marinha do Brasil. O Sistema conta com o plano de desenvolvimento científi co-tecnológico e de inovação que tem como objetivo estabelecer as normas, os procedimentos e as orientações relativas ao planejamento, execução e controle das atividades de Ciência, Tec-nologia e Inovação (CT&I) na Marinha, no horizonte temporal de 2010 a 2020, e com o Programa de Ciência e Tecnologia que tem como propósito executar as ações estabelecidas na administração estratégica do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha.

Imagem utilizada na apresentação feita por Alexandre Novaes - Petrobras

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A Marinha do Brasil (MB) entende que o modelo de inovação tecnológi-

ca, como Instituição de Defesa do País, fundamenta-se na capa-citação de seu pessoal, na gestão tecnológica de excelência e na integração por parcerias de seus Centros de Pesquisa, com a Aca-demia e com a Base Industrial de Defesa (BID).

Considera como principais con-dicionantes a Política de Defesa Nacional, a Estratégia Nacional de Defesa, a Política de Ciência e Tecnologia da Defesa, o Sistema de Ciência Tecnologia e Inovação de Interesse da Defesa e o Plano de Desenvolvimento Científi co – Tecnológico e de Inovação da Ma-rinha (PDCTM).

Considerando a complexidade das áreas de conhecimento de sua atuação, incluindo o seu ambien-te operacional na superfície e nas profundezas do mar, no litoral e no ar, a MB optou por uma parceria com as Universidades, para a capa-citação de seus recursos humanos em diversos cursos de graduação e pós-graduação. A experiência inicial com a criação do Escritório Técnico na Universidade de São Paulo, há cerca de cinquenta anos, foi coroada de êxito, resultando no completo domínio do ciclo do combustível nuclear, elevando o Brasil a um nível de expressiva importância política, no contexto atual das nações.

Decidiu-se então criar novos es-critórios, a partir deste ano, coor-

denados pelas Instituições de Ci-ência e Tecnologia da Marinha, na Universidade Federal Fluminense e na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O Escritório da Marinha na UFF, coordenado pelo CASNAV e escolhido como referência, tem a fi nalidade de buscar maior enga-jamento da sociedade nos assun-tos de defesa, ampliar os recursos humanos da MB nos projetos de pesquisa e desenvolvimento em parceria, disseminar as atividades científi cas da MB na UFF e vice-versa, captar recursos humanos e procurar implantar uma mentali-dade marítima na sociedade civil. Entre outras tarefas destacam-se a de capacitar o pessoal da MB e desenvolver projetos em parceria, apoiar a criação de empresas de in-teresse na Incubadora da UFF, ma-pear o domínio das tecnologias de

fronteira da UFF por meio da sua Agencia de Inovação, captar recur-sos fi nanceiros extraorçamentários para projetos e para infraestrutura tecnológica de interesse comum e transferir tecnologia para empre-sas da BID.

As atividades de pesquisa, de-senvolvimento e inovação (PDI) conjuntas procurarão sempre a aplicação dual das tecnologias, para benefi ciar tanto a defesa como a sociedade civil. Essas atividades conjuntas agregam ainda subs-tancial valor à criação inovativa, integrando os jovens mestrandos e doutorandos da Universidade com as equipes das ICT da Ma-rinha (CTMSP, IPqM, CASNAV, IEAPM e CHM), nos projetos de PDI, em diversas áreas de conhe-cimento

Particularmente em relação ao CASNAV, cabe destacar que a sua

Modelo de Inovação Tecnológica da Marinha do Brasil

Por Contra-Almirante Antonio Reginaldo Pontes Lima Junior

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As atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PDI) conjuntas procurarão sempre a aplicação dual das tecnologias, para benefi ciar tanto a defesa como a sociedade civil.

“”

Gestão Tecnológica Estratégica, preconizada pelo PDCTM, é outra fonte de criação inovadora, além da capacitação do seu capital intelectual.

O modelo de aprendizagem institucional que abri-ga, origina-se em atividades cíclicas, partindo de um plano estratégico e encerrando-se em cada ciclo na análise crítica de todas as atividades desenvolvidas durante o ano, onde despontam as melhorias incre-mentais e as inovações de ruptura, estas com impacto de retroalimentação nos objetivos e metas do plano estratégico.

Os critérios de excelência de gestão da GESPU-BLICA (MPOG), a certifi cação ISO 9001:2008 de

todos os processos fi nalísticos pela Lloyd’s Register e a certifi cação da produção de software em nível F pela MPS.Br inserem-se no processo de inovação da Gestão Tecnológica do CASNAV.

Na execução das atividades, a liderança participa-tiva, a delegação de poderes, a formação continuada de líderes, a pesquisa anual de clima organizacional, a visão de futuro e os valores institucionais estabelecem um clima de motivação sustentável para a criatividade e a inovação, onde cada colaborador tem o orgulho de pertencer à família casnaviana.

CASNAV: modelando o presente, inovando o fu-turo.

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NNONiterói NavalOffshore Expo and Conference

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A UFF na Niterói Naval Offshore Expo and Conference

Este evento foi um espaço dedicado a:• Exposição de produtos e serviços• Aproximação entre compradores e fornecedores• Desenvolvimento de network e negócios empresariais• Interagir com novos e atuais clientes• Participar das rodadas de negócios promovidas pelo SEBRAE/

FIRJAN• Conhecer lançamentos e tendências deste segmento• Ampliar seu market share, ou seja, divulgar sua marca

A Universidade Federal Flu-minense, participou da Niterói Naval Offshore

apresentando ao público diversos projetos desenvolvidos pela co-munidade UFF (professores, alu-nos e técnicos), sob a coordenação da Diretora da Agência de Inova-ção, Fabiana Rodrigues Leta. Esta atividade fez parte do “II Ciclo de Seminários sobre Inovação”, ten-do em vista seu caráter interdisci-plinar, bem como a oportunidade de mostrar a comunidade às pes-quisas inovadoras desenvolvidas pela Universidade.

A participação da UFF na Nite-rói Naval Offshore foi uma opor-tunidade de divulgação da Uni-versidade Federal Fluminense, através da apresentação de proje-tos e pesquisas relacionados, dire-ta ou indiretamente, à cadeia pro-dutiva naval offshore. Por meio de um stand na NNO criou-se um ambiente propício ao estabeleci-mento de parcerias institucionais, visando o desenvolvimento de projetos envolvendo professores e alunos, cujos resultados tenham a perspectiva de se traduzirem em

inovações para o setor produtivo. Sendo ainda, um meio de abrir novos campos de estágios para os alunos da Universidade.

Foram apresentados projetos desenvolvidos em diversos seto-res da Universidade, relacionados prioritariamente ao tema central da feira, destacando-se: Escola de Engenharia, Instituto de Compu-tação, Instituto de Geociências, Instituto de Química, Instituto de Biologia, Faculdade de Economia, entre outros. Além destas unida-des, estavam presentes setores da administração central da UFF, tais como: Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, atra-vés da Agência de Inovação e a

Pró-Reitoria de Graduação, atra-vés da Divisão de Estágios.

A UFF desenvolve inúme-ros projetos para a indústria na-val offshore e de petróleo e gás, que foram apresentados durante o evento. Destacam-se projetos desenvolvidos em parceria com a Marinha do Brasil e com a Pe-trobras, como o Simulador 3D de Passadiço, realizado em parceria da UFF com a Marinha e Univer-sidade de São Paulo.

Nesta ocasião foi lançado o MAPA UFF DE INOVAÇÃO, que apresenta os Laboratórios e Núcleos de Pesquisa da UFF, or-ganizado pela Agência de Inova-ção, com o objetivo de divulgar as atividades da academia para o setor produtivo.

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Dia 07 de NovembroPalestra: MICROS - Micro Container Reefer OffshorePalestrante: Rodolfo Cardoso (Coordenador do Projeto)Responsáveis: Rodolfo Cardoso, Ramon Narcizo, Carlos Frederico Barros, Diogo Ca-matta e Allan Cormack

Palestra: Produção Científi ca: formando empreendedores no Programa de Pós-graduação em Biologia das InteraçõesPalestrante: Helena Carla Castro

Palestra: Avaliação de Impactos dos Serviços de Dragagem Palestrante: Julio Cesar Wasserman

Coquetel de Abertura e Lançamento do Catálogo de Mapeamento de Laboratórios e Nú-cleos de Pesquisas AGIR MAPA UFF DE INOVAÇÃO

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Dia 08 de Novembro

Palestra: Análise de tensões residuais, corrosão e caracterização de materiais usados na indústria naval e off-shore Palestrantes: Juan Pardal e Maria Cin-dra

Palestra: Competências em gestão so-cioambiental de organizações, redes, mercados e territórios: A formação pelo Curso de Bacharelado em CiênciaPalestrante: Patrícia Almeida Ashley

Palestra: Eco Moradia Universitária Palestrante: Ariel Kozlowski e Silva

Palestra: Metodologia simples para reparo de tubulações com danos trans-passante com resinas epóxi Palestrante: João Marciano Laredo dos Reis

Palestra e demonstração: Simulador de Aviso de Instrução (SiAvIn), uma solu-ção de baixo custo para o treinamento básico de manobras na Escola NavalPalestrantes: Capitão de Corveta Cláu-

Programação do Stand da UFF na Niterói Naval Offshore 2011

dio Coreixas e Capitão de Corveta Antonio Anddre Serpa da Silva

Palestra e demonstração: Simulador de pas-sadiço Palestrantes: Fabiana LetaResponsáveis: Fabiana Leta, Pitágoras Al-cântara, William Freitas da Silva

Apresentação do Escritório da Marinha na UFFResponsável: Fabiana Leta

Palestra: Meta ConsultoriaPalestrante: Caio Soares PontesResponsáveis: Caio Soares Pontes, Gabriel Pinto Martins Afonso de Paiva, Bruno Vila-chã de Mattos, Arturo Jordão Cortez, Arthur Barreto Chvaicer

Palestra Agrha ConsultoriaContato: [email protected]

Palestra: Incubadora UFF e Spin offs Palestrante: Francisco J. B. de Sousa

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Dia 09 de Novembro

4Dia 10 de Novembro

Lançamento do livro: Por que as galinhas cruzam as estradas? Responsável: Luiz Antonio Botelho Andrade

Palestra e demonstração: Simulador de passadiçoPalestrante: Fabiana LetaResponsáveis: Fabiana Leta, Pitágoras Alcântara, William Freitas da Silva

Coquetel de encerramento

Durante a NNO realizou-se uma Conferência, composta de Painéis que abordaram os temas Forma-ção Profi ssional Para Construção; Formação Profi ssional para Operação;Logística de Apoio; Oportu-

nidades do Pós e do Pré Sal; Tecnologias Submarinas; Inovações para Construção e Operação.>>>

Palestra: Mapeamento geomorfológico e sedimentológico da plataforma conti-nental da Bacia de CamposPalestrante: Alberto Figueiredo

Palestra: O impacto do emprego formal, escolaridade e capital social nas prefe-rências individuais: o caso do Rio Suruí, em MagéPalestrante: Emmanoel de Oliveira Boff

Palestra: Deal wit Me Palestrante: João Paulo Lethier

Palestra: MICROS - Micro Container Reefer OffshorePalestrante: Rodolfo Cardoso (Coorde-nador do Projeto)Responsáveis: Rodolfo Cardoso, Ra-mon Narcizo, Carlos Frederico Barros, Diogo Camatta e Allan Cormack

Palestra e demonstração: Simulador de passadiçoPalestrante: Fabiana LetaResponsáveis: Fabiana Leta, Pitágoras

Alcântara, William Freitas da Silva

Palestra: Reestruturação produtiva e mão de obra no setor naval fl uminense Palestrantes: Leonardo Marco Muls e Fernando Augusto M.

Exposição: AsimuffResponsáveis: Fabiana Leta, Márcia Velloso Alunos do PET-MEC: Humberto Demolinari, Bernard Barbosa e bolsistas PIBIC Ensino Mé-dio: Daniel Barreto Viana e Jessé Oliveira.

Exposição: LAMIS - Laboratório de Monta-gem Industrial e SoldagemResponsável: Miguel Luiz Ribeiro Ferreira

Exposição: Casa da DescobertaResponsáveis: Daisy, Janine Virgínia da Silva, Luis Felipe Santoro Dantas, Pedro Ivo Ferraz Saraiva Pegoraro, Nilton Vinicius Ramos de Menezes, Renata de Almeida Veríssimo Leite

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