afecçoes neurovasculares no pé diabético ii ciclo de debates em ortoprotesia
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Titulo da Comunicação
AUTOR:Parreira, ManuelAssistente Graduado de Cirurgia Geral, Serviço Cirurgia 2Instituição: C. H. Algarve – Unidade Faro
Faro, 19 de Junho de 2015
Afecções neurovasculares nos membros inferiores em doentes diabéticos
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Pandemia da Diabetes Mellitus
• Previsão de 380 milhões de diabéticos em 2025 a nível Mundial
• Ano 2009: 905.035 diabéticos Portugal (11,7%)
• Maior prevalência acima dos 65 anos• Primeira causa de
– Cegueira– IRC
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Definição de Pé Diabético
• “ Pé diabético é a situação de infecção, ulceração e/ou também a destruição de tecidos profundos dos pés, associados com anormalidades neurológicas (panneuropatia) e vários graus de doença vascular periférica no membro inferior.”
*DEFINIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
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Epidemiologia – Pé diabético
• Tempo médio de cura da úlcera: 6 meses• Prevalência da úlcera: 4 a 10%; 2/3 cicatrizam• Recorrência da úlcera aos 2 anos: 17 a 81%• 28% dos doentes com úlcera são amputados• 8% destes são amputações major (CR)• Risco de amputação:15 x>maior no diabético• Demora média internamento do diabético com
lesão no pé: 20 dias• Taxa de reinternamento: 20,2%19-06-2015
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Amputações - Portugal
• Ano 2002: 13.6%• Ano 2006: 8.9%• Objectivo: 3,6%• Região Alentejo, Algarve: taxas muito elevadas• Diminuição inicial nas taxas de amputação
hospitalares (50%) quando se inicia a consulta, depois normaliza por predominância de doentes com pé neuroisquémico
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Estudo Eurodiale14 Centros Multidisciplinares/Prospectivo
• Idade : +/- 65 anos (+/- 12 anos)• Sexo Masculino: 65% dos doentes• Duração diabetes: 70% doentes/DM 10 anos• Co-morbilidades: 32% dos doentes• HA1c: >8,2% em 50% dos doentes• DAP: 49% dos doentes• Infecção: 58% dos doentes• Úlceras não plantares: 52 % dos doentes• Úlceras Neuropáticas/Isquémicas : 50% cada19-06-2015
Etiopatogenia
NEUROPATIA
ISQUÉMIA
ARTROPATIAINFEÇÃO
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IMUNIDADE DIMINUIDA
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A origem do problema
Diabetes mal controlada
Diminuição da sensibilidadenos pés (neuropatia)
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Perda da sensação protectora
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Neuropatia diabética
Aos 20 anos de evolução da diabetes a neuropatia atinge > 40% doentes
NEUROPATIAAUTÓNOMA (FIBRAS AMIELÍNICAS)
(Atingidas em primeiro lugar)
DEGENERESCÊNCIADAS FIBRASNERVOSAS
H I P E R G L I C É M I A
· VIA DOS POLIÓIS ( ATPase)· FORMAÇÃO DE AGE’s· ACUMULAÇÃO DE RADICAIS LIVRES· FACTORES IMUNOLÓGICOS (?)
SOMÁTICA OU SENSITIVO-MOTORA (FIBRAS MIELÍNICAS)
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1019-06-2015
1119-06-2015
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Neuropatia Diabética (NP)
• Heterogénea• Diversas manifestações clínicas• Focal ou Difusa• Tipo
– Neuropatia Diabética Periférica (DPN)– Crónica, sensitivo-motora e bilateral
– Neuropatia Motora Autonómica • A NP é um diagnóstico de exclusão
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Neuropatia Diabética Autonómica
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Diagnóstico Diferencial das Neuropatias Periféricas
• Neuropatia inflamatória desmielinizante crónica
• Medicamentosa• Défice de Vit. B12• IRC• Alcoólica• Vasculites
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Neuropatia
DIAGNÓSTICOELECTROFISIOLOGIA
BIÓPSIA / HISTOLOGIA
N O R M O G L I C É M I A
TRATAMENTO SINTOMÁTICO DA DOR• ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS• CARBAMAZEPINA• GABAPENTINA• PREGABALINA
CLÍNICA – CLÍNICA – CLÍNICA
TRATAMENTO
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Neuropatia Diabética
• Sintomática– Dor em queimadura, formigueiro, facada, choque
eléctrico, lancinante– Alodinía e Hiperalgesia– Exacerbação nocturna e alivía com a actividade
• Assintomática– Hipoalgesia DEVASTAÇÃO SILENCIOSA– Deformação do pé PÉ DIABÉTICO– Úlceras neuropáticas AMPUTAÇÃO
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Testes de Avaliação Neurológica
• Pesquisa da sensibilidade protectora com o monofilamento de Semmes-Weinstein (10 g)
- 3 áreas plantares- Especificidade:
60% - 1 área80% - 3 áreas
- Sensibilidade 90% Tem sensibilidade protectora se sente pelo menos
em duas das três áreas pesquisadas19-06-2015
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Testes de Avaliação Neurológica
Teste do Diapasão de 128 Hz, avaliação da sensibilidade profunda
- Testar 3 vezes, alterna
uma sem vibrar
Tem sensibilidade protectora se sentir em duas das três pesquisas
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Isquémia
ATEROSCLEROSEARTERIAL = ISQUÉMIA
PERIFÉRICA
· HTA· DISLIPIDÉMIA· TABAGISMO· 50% MAIS FREQUENTE NOS DIABÉTICOS (Estudo de Framingham)· IGUAL INCIDÊNCIA EM AMBOS OS SEXOS· BILATERAL·DIMINUIÇÃO 1% HgA1
· Reduz 25% complicações microvasculares· Reduz em 36% a taxa das amputações
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Alterações vasculares periféricas
Abertura de shunts
Dilatação venosa
Artérias do Pé
Calcificação datúnica muscular
Maior velocidade
de fluxo
Artérias da Perna
Placa de Ateroma(Íntima)
NEUROPATIA ISQUÉMIA
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Artropatia de CharcotATINGE - AINDA QUE DE FORMA MÍNIMA -
17 A 30% DOS PÉS DIABÉTICOS NEUROPÁTICOSTEORIA
HIPERVASCULARNEUROPATIAAUTÓNOMA
OSTEOPENIADESEQUILÍBRIO MUSCULARDEFORMIDADE POSTURAL
RIGIDEZARTICULAR
INSENSIBILIDADE
FRACTURA /LUXAÇÃO
ARTICULAÇÃOOU PÉ DE CHARCOT
TEORIA TRAUMATICANEUROPATIA
MOTORA
TEORIA TRAUMATICANEUROPATIA SENSITIVO
TEORIA DOS FATORES INFLAMATÓRIOS
(Citoquinas pró-inflamatórias)
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Fisiopatologia do Pé de Charcot
• Teoria Neurotraumática – Polineuropatia somática com insensibildade e trauma
repetido levam a excesso de carga, com entorses, luxações e fracturas num ciclo vicioso
• Teoria Hipervascular– Neuropatia autónoma leva a hipervascularização por
abertura dos shunts A-V com osteoclasia, considera também a polineuropatia somática
• Teoria Inflamatória ou Factores Conjugados– Citoquinas pró-inflamatórias
– Activam os osteoclastos por desequilíbrio do sistema osteoprogesterina/RANK-L (também na génese da mediocalcinose)
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Factores de Risco Pé de Charcot
• < 1% dos diabéticos, calamidade• Factores de risco:
– Polineuropatia sensitiva e motora– Neuropatia autónoma– Circulação aumentada (osteoclasia)– História de trauma anterior– Amputação ou cirurgia prévia– Infecção articular
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Pé de Charcot
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Avaliação Clínica Diagnóstica e Grau de Risco
– História clínica - Características do doente• Idade do doente, duração e tipo de diabetes• Glicemia e Hemoglobina glicada• Dislipidemia e HTA• Retino e nefropatia diabética• Doença cardio e cerebrovascular• Estado nutricional, Peso e Altura (IMC)
• Hábitos tabágicos, toxicofilias• Alergias• Medicação corrente para diabetes e comorbilidades• Internamentos ou cirurgias anteriores• Escolaridade• Autonomia motora e acuidade visual• Antecedentes de lesão prévia nos pés
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Avaliação Clínica Diagnóstica e Grau de Risco
– Historia Clínica – Sintomas• Parestesia• Disestesia• Dor em repouso, lancinante, facada, queimadura• Dor claudicante• Factores de alívio da dor
– Repouso e pé pendente: dor claudicante isquémica– Levante e movimento: dor neuropática
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Avaliação Clínica Diagnóstica e Grau de Risco
– Exame físico em busca de sinais específicos• Hiperqueratoses, calos, fissuras• Onicogrifose, Onicomicose, Onicocriptose• Dermatomicose• Temperatura cutânea, ingurgitamento venoso• Cuidados ungueais• Hidratação da pele, edema, perda de pêlos• Alterações estruturais (dedo garra, martelo,
hallux valgus, rigidus,…), flexibilidade articular• Amputação major ou minor• EXAMINAR O CALÇADO E MEIAS
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Avaliação Clínica Diagnóstica e Grau de Risco
– Testes de avaliação neurológica e vascular• Neuropatia
– Sensibilidade Pressão (monofilamento Semmes - Weinstein)
– Sensibilidade Vibratória (profunda) (diapasão 128 Hz)
• Arteriopatia– Pulsos periféricos e Doppler portátil (TP, pediosos)– IPTB– Pressão sistólica no tornozelo
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Abordagem Vascular do Pé Diabético
• Classificação de Fontaine-Lériche da Doença Arterial Obstrutiva Periférica – Grau I: Assintomática– GrauII: Claudicação Intermitente
• A >200 metros• B <200 metros
– Grau III: Dor em repouso– Grau IV: Lesão trófica (úlcera)
Grau III e IV = Isquémia crítica … Mau prognóstico 19-06-2015
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Testes e Exame dos Pulsos Periféricos- Avaliação Vascular
1. Avaliação dos Pulsos Periféricos 2. Índice de Pressão Tornozelo-Braço (IPTB)3. Doppler Arterial Portátil4. Pressão Sistólica no Tornozelo
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Avaliação Vascular
• IPTB*< 0,9 = Isquémia (o IPTB pode ser elevado e haver isquemia por mediocalcinose nas artérias do pé e tornozelo) se IPTB< 0,7 = Isquémia grave e <0,5 é Isquemia crítica
• TcPO2 < 30 mm hg = pé isquémico
• Pressão digital <40 mm Hg = pé isquémico
• Pé Isquémico = Consulta Cirurgia Vascular
– Eco-doppler arterial dos membros inferiores
– Avaliar potencial de revascularização:• Arteriografia• MRI/Angiografia• TAC/Angiografia19-06-2015
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Claudicação Intermitente
• 5% desenvolvem I.C. aos 5 anos• 25% agravam a claudicação• Amputação major aos 5 Anos: 1 a 3,3% • A neuropatia diabética pode levar à
ausência de claudicação ou dor em repouso
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Definição Isquémia Crítica
• Dor em repouso>4 semanas com opiáceos• Pressão Sistólica Tornozelo< 40 mmHg• 55% dos doentes morrem ou são amputados
quando tratados em isquémia crítica• Mediocalcinose a artéria com parede de pedra• Doente com I.C. é candidato a:
– Revascularização: (clássica/dilatação,stents)– Se inviável: Amputação
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Clínica Pé Neuropático Pé Neuroisquémico
Etiologia Degenerescência axonal terminal e bilateral
Oclusão, estenose arterial
Pulsos (T.P., Pedioso)
1 ou 2 pulsos palpáveis
Ausentes
Pele Seca (anidrose) e descamativa (paralisia SNS)
Fina, violácea, palidez, rosáceas cianóticas
Sensibilidade:- Pressão
- Vibratória
Ausência no halluxAusência no maléolo externo
Presente ou ausente
Presente ou ausenteComplicação Úlcera neuropática,
indolor, zonas de hiperpressão sobre o pé
Úlcera necrótica, dolorosa; dorso do hallux, joanete Sastre, calcanhar
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Risco de Ulceração
Categoria Perfil de Risco Frequência de exame
1 Ausência de neuropatia sensitiva Anual
2 Presença de neuropatia sensitiva Semestral
3Presença de neuropatia sensitiva
Com doença arterial periférica e/ou deformações do pé
Trimestral
4 Ulceração prévia Cada 1 a 3 meses
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NEUROPATIA
DIABETESMELLITUS
DOENÇAVASCULAR
PERIFÉRICA
HTADISLIPIDÉMIATABAGISMO
SOMÁTICA AUTONÓMICAAUTO-SIMPATICECTOMIA
Perda da Dore da
Propriocepção
Perda deMassa muscular
• Suor
• Pele seca
• Fissuras
• Alterações de fluxo
• Distensão venosa
• Pé quente
Aumentode
Pressões
Problemasortopédicos
ÚLCERA
Isquémia do Pé
CALOSIDADE
Patogénese da úlcera
Calçado inadequado, não adesãoao tratamento, negligência,
inadvertência, educação terapêutica precária (pacientes e profissionais)
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Úlcera Diabética
• Neuropática• Neuroisquémica• Descrever a úlcera, referir a coloração, a profundidade,
a localização, a classificação (P.E.D.I.S.)• Infecção
– Superficial– Profunda
• Etiologia ou factor desencadeante– Mecânica (traumática)– Térmica– Química
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Úlcera Diabética
Úlcera neuropática Úlcera isquémica
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Sistemas de Classificação da Úlcera Diabética
– Sistema de Classificação de Wagner– Sistema de Classificação Universidade do Texas– P.E.D.I.S.
– Perfusão– Extensão (cm2)– Depth (Profundidade)– Infecção– Sensibilidade
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Classificação de Wagner
Grau Lesão
0 Lesão fechada; pode ter deformação ou celulite
1 Úlcera superficial
2 Úlcera profunda, atinge o tendão ou a cápsula articular
3 Úlcera profunda com abcesso, osteomielite/sépsis articular
4 Gangrena localizada
5 Gangrena de todo o pé
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Classificação P.E.D.I.SCLASSIFICAÇÃO
PEDIS
Perfusão
Extensão (Área cm2)
Depth (Profundidade)
Infecção
Sensibilidade
Grau
1 2 3 4Sem DAPPulsos periféricos palpáveis, ITB= 0,9-1,1TcpO2>60 mm Hg
Com DAPSem Isquemia crítica; ITB<0,9 ;TAS tornozelo>50 mm HgTcpO2 =30-60 mm Hg
Isquemia crítica; TAS tornozelo < 50 mm Hg; TcpO2<30 mm Hg
Medição em 2 cm
Superficial se atingimento para além da derme
Profunda. Atinge estruturas subcutâneas: fascia, músculo ou tendão
Atingimento ósseo ou articular
Sem infecção
Sinais infecção local subcutânea com eritema < 2cm ; sem sinais sistémicos
Sinais de infecção subcutânea local eritema > 2 cm ou com atingimento profundo
Sinais de infecção 2 ou + : Temp. >38ºC ou <36 ºC; FC>90bpm; FR>20 cpmLeucócitos>12.000 ou < 4.000/ul
Sem perda da sensibilidade à Pressão ou Vibração
Com perda de sensibilidade à Pressão ou Vibração
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Tratamento da Úlcera
• Objectivo Principal: encerramento da úlcera
• Controlo da diabetes e co-morbilidades
• Avaliação do estado arterial
• Deixar de fumar, controlo do peso, álcool e outras toxicofilias.
• Avaliar a mobilidade do doente, evitar caminhadas prolongadas, usar calçado apropriado e com protecção
• Remoção e/ou alívio da pressão (carga)
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Tratamento da Úlcera Diabética Neuropática
• Desbridamento (excepção à úlcera isquémica)– Cirúrgico (pedra angular)
– Hidrocirurgia (Versajet)
– Enzimático (colagenase ou papaverina)
– Autolítico (hidrogel)
– Larvas (Lucilia sericata)
• Penso em ambiente húmido
• Tratamento Avançado– Factores de crescimento
– DNA plaquetário recombinado(peclaplermim)
– Endotélio Vascular
– Fibroblastos
– Plasma autólogo rico em plaquetas
– Tecidos de bioengenharia (Apligraft e Dermagraft)
– Matrizes extracelulares de derme acelular19-06-2015
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Tratamento da Úlcera Isquémica
• Tratar primeiro a causa (aterosclerose)
• Evitar desbridamentos cirúrgicos ou outros, manter a placa de necrose e não macerar por risco de infecção
• Medicamentos: vasodilatadores, antiagregantes plaquetários, iloprost (vasodilatador e.v.)
• Cirurgia Vascular– By-pass (veia autóloga ou PTFE)– Endovascular/stents– Amputações minor ou major
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BY-PASS VEIA SAFENA INTERNA AUTÓLOGA
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Risco de Infecção no Diabético
• Mais comum e mais severa do que no paciente não diabético
• Maior risco de osteomielite• Muito frequente• O motivo mais responsável pelo internamento
hospitalar destes doentes• Factores predisponentes: diminuição da resposta
imunológica, neuropatia e doença arterial periférica
• Disseminação pelas fascia, infecções e abcessos profundos
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Diagnóstico da Infecção no Pé Diabético
• Sinais sistémicos*
• Presença de secreções purulentas
• Sinais clássicos de inflamação*– Calor– Tumor– Rubor– Dor
* Podem estar ausentes19-06-2015
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A Infecção no Pé DiabéticoDiagnóstico
• O diagnóstico é clinico• Falência de cicatrização• Tecido de granulação anormal• Tecido friável• Cheiro fétido• Produção prolongada de exsudado• Aumento da dimensão da úlcera• Presença de dor
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Biofilme
• Colonização bacteriana? • Cicatrização de feridas?• 80% das doenças infecciosas são por biofilme
(anticorpos e antibióticos não atingem as bactérias)• 60% das feridas crónicas e 6% das feridas agudas• Bactérias planctónicas circulam à superficie e as mais
profundas estão em biofilme • Biofilme não é igual a infecção nem é sempre mau• Pseudomonas em biofilme/Estafilococcus à
superficie
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Biofilme
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A Infecção no Pé Diabético - Diagnóstico Microbiológico
• Efectuar colheitas por aspiração, curetagem ou biópsia
• Prova probe to bone (estilete)• Evitar zaragatoas das superfícies ulceradas• Efectuar hemoculturas se houver sinais
sistémicos• Proceder ao transporte rápido em meio
apropriado para o laboratório
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Meios Complementares de Diagnóstico
• Exames Laboratoriais
– Glicemia, Hb A1c, VS, PGCR, hemograma,, FA, ionograma, Função renal e hepática
– urina II
– hemoculturas
– cultura do pús do leito profundo da ferida com cureta ou biopsia
• Imagiologia
– Radiografia
– Cintigrafia óssea:
• Tc-99 MDP
– TAC
– RMN com gadolinium
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Tratamento da Infecção
• Desbridamento cirúrgico• Repouso• Antibioterapia• Pensos locais• Controlo glicémico apertado (insulina)• Controlo de co-morbilidades
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Selecção do Esquema de Antibioterapia
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Infecção Ligeira Antibioterapia Agentes
• Sem CC Flucloxacilina Cocos Gram +
• Antibioterapia préviaAmoxicilina/ácido
clavulânicoCocos Gram + Bacilos Gram -
• AlergiasClindamicina
ouFluorquinolona
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Selecção do Esquema de Antibioterapia
Infecção moderada a
graveAntibioterapia Agentes
• Sem CCAmoxicilina
Ácido Clavulânico
Cocos Gram +, Bacilos Gram -
• Antibioterapia prévia ou necrose
Fluorquinolona + Clindamicina
Ertapenem, Imipenem ou Meropenem
Cocos Gram +, Bacilos Gram –
Anaeróbios
• Suspeita de MRSA Vancomicina, LinezolideCotrimoxazol
Idem,MRSA?
• OsteomieliteFluorquinolona
+Clindamicina
Flora mista
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Duração do Tratamento
. Infecção Ligeira 1 a 2 semanas
• Infecção moderada a grave 2 a 4 semanas
• Osteomielite 6 ou mais semanas
TERAPÊUTICA DIRIGIDA QUANDO SE ISOLA O AGENTE
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Consulta Multidisciplinar C. H. Algarve - Unidade Faro, EPE
• Nível 2: início em Agosto 2009– Cirurgião Geral– Diabetologista (Internista)– Enfermeiro Especialista (2)
– Outros:• Fisiatra (apoio imediato)• Ortopedista • Ortoprotésico
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PODOLOGISTA
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Objectivos da consulta de Pé Diabético
Criação de equipa multidisciplinarEducação dos pacientes e familiares quanto ao risco Sensibilização dos profissionais de saúdeIdentificação precoce das lesões de risco, isquémicas ou
neuropáticasTratamento eminentemente preventivo, evitando as
complicaçõesClassificar o paciente quanto ao grau de riscoPropiciar melhores condições para reintegração do doente no
ambiente familiar e socialContribuir para a optimização do leito hospitalarRedução das amputações em 50%
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Prevenção:
1. Inspecção e exame frequente do pé em consulta multidisciplinar
2. Avaliação do grau de risco3. Educação do doente e familiares e dos profissionais
de saúde4. Utilização de calçado apropriado5. Tratamento da patologia não ulcerativa no doente
de risco
“Mais que tratar do pé diabético há que cuidar dos pés dos diabéticos”
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Bibliografia • Clinic Practice Recomendations 2011, American Diabetes Association, in Diabetes Care, Janeiro de 2011.• Diabetologia Clínica, Duarte, R. et al, 3ª edição, Editora Lidel, 2002.• International Consensus on the Diabetic Foot and Practical Guidelines on the Management and Prevention of the Diabetic Foot, International Working Group on the Diabetic Foot, 2007.• Lopes CF. Pé diabético. In: Pitta GBB,Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro• Norma e Orientação da Direcção-Geral de Saúde sobre Pé Diabético, Janeiro de 2011.• Pé Diabético – Manual para a Prevenção da Catástrofe, Serra, L, 2ª edição, Editora Lidel, Setembro de 2008.• Pé Diabético – Recomendações para o Diagnóstico, Profilaxia e Tratamento, Costa Almeida, C. et al, Sociedade Portuguesa de Cirurgia, Capítulo de Cirurgia Vascular, Março de 2006.• Prediction of outcome in individuals with diabetic foot ulcers: focus on the differences between individuals with and without peripheral arterial disease. The EURODIALE Study. Prompers L et al, Division of Endocrinology, Department of Internal Medicine, University Hospital Maastricht, P. Debeyelaan 25, P.O. Box 5800, 6202 AZ, Maastricht, the Netherlands.• Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes, Direcção-Geral de Saúde, Novembro de 2007.
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“I marvel that society would pay a surgeon a fortune to remove a person’s leg – but nothing to save it!”George Bernard Shaw
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