to_uma contribuição para o pcte diabético

40
5/23/2018 TO_UmaContribuioParaoPcteDiabtico-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/touma-contribuicao-para-o-pcte-diabetico 1/40 T e r a p i a O c u p a c i o n a l Uma Contribuição ao Paciente Diabético Regina Toscano

Upload: diego-almeida

Post on 14-Oct-2015

20 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • O u t r o s t t u l o s d e i n t e r e s s eTerapia Ocupacional Metodologia e PrticaClaudia Pedral Sampaio de SenaPatrcia Moreira Bastos

    Bizu Comentado de Terapia OcupacionalAndra Fabola C. T. Carvalho

    Bizu de Fisioterapia 2.200Questes para Concursos, 2a Ed.Patrcia Santos Barros

    Terapia Manual nasDisfunes da ATMMarcelo TenreiroRobson dos Santos

    Memria na Prtica da Terapia Ocupacional e da FonoaudiologiaAndra Fabola C. T. CarvalhoElaine Rosa da Silva Peixoto

    Neurocincias Dilogos eInterseesVanderson Esperidio AntonioRodrigo Siqueira-Batista

    Saiba mais sobre estes e outros ttulos em nosso site: www.rubio.com.br

    C omo conceituar uma profi sso e seus preceitos bsicos, ain-da mais se compartilha interfaces to delicadas com tantas outras? E como relacion-la com a diabetes, uma doena crnica capaz de alterar de modo substancial a rotina de seu portador, que se torna passvel de preocupao e cuidados constantes?

    Terapia Ocupacional: uma Contribuio ao Paciente Diabtico tem como objetivo apresentar o trabalho preventivo que a Tera-pia Ocupacional pode oferecer ao paciente diabtico. Esse tra-balho diz respeito aos cuidados que devem ser dispensados aos ps, a fi m de evitar a perda de sensibilidade plantar em virtude da neuropatia diabtica.

    Com texto simples e claro, o livro aborda a infl uncia da diabetes no cotidiano de seus portadores, a importncia da avaliao do risco do p diabtico e o papel do terapeuta ocupacional no trata-mento desse paciente, tudo para melhorar sua qualidade de vida e coloc-lo de volta s atividades de vida diria.

    T e r a p i aO c u p a c i o n a lU m a C o n t r i b u i o a o

    P a c i e n t e D i a b t i c o

    R e g i n a To s c a n o

    S o b r e a a u t o r a

    Regina Clia Toscano Costa

    Terapeuta ocupacional.

    Vice-Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 2 (Crefi to 2, 1990/1991).

    Especialista em Patologia pela Universidade Castelo Branco (UCB), RJ.

    Graduada em Terapia Ocupacional pela Faculdade de Reabilitao da Associao de Solidariedade Criana Excepcional (FRASCE ASCE), RJ.

    Regina ToscanoTerapia Ocupacional Um

    a Contribuio ao Paciente Diabtico

    T e r a p i aO c u p a c i o n a lU m a C o n t r i b u i o a o

    P a c i e n t e D i a b t i c o

    R e g i n a To s c a n o

    Terapia Ocupacional Capa.indd 1Terapia Ocupacional Capa.indd 1 1/6/2011 18:45:081/6/2011 18:45:08

  • 00-Terapira Ocupacional.indd 200-Terapira Ocupacional.indd 2 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • 00-Terapira Ocupacional.indd 100-Terapira Ocupacional.indd 1 10/5/2011 14:51:1810/5/2011 14:51:18

  • 00-Terapira Ocupacional.indd 200-Terapira Ocupacional.indd 2 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • Regina Clia Toscano CostaTerapeuta ocupacional.

    Vice-Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e TerapiaOcupacional 2 (Crefi to 2, 1990/1991).

    Especialista em Patologia pela UniversidadeCastelo Branco (UCB), RJ.

    Graduada em Terapia Ocupacional pela Faculdade de Reabilitao da Asso-ciao de Solidariedade Criana Excepcional

    (FRASCE ASCE), RJ.

    00-Terapira Ocupacional.indd 300-Terapira Ocupacional.indd 3 10/5/2011 14:51:1810/5/2011 14:51:18

  • Terapia Ocupacional: uma Contribuio ao Paciente Diabtico

    Copyright 2011 Editora Rubio Ltda.

    ISBN 978-85-7771-086-7

    Todos os direitos reservados. expressamente proibida a reproduodesta obra, no todo ou em partes,sem a autorizao por escrito da Editora.

    Produo e CapaEquipe Rubio

    Editorao EletrnicaEDEL

    IlustraesMarco A.

    Editora Rubio Ltda.Av. Franklin Roosevelt, 194 s/l 204 Castelo20021-120 Rio de Janeiro RJTelefax: 55(21) 2262-3779 2262-1783E-mail: [email protected]

    Impresso no BrasilPrinted in Brazil

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Costa, Regina Clia ToscanoTerapia ocupacional: uma contribuio ao paciente diabtico / Regina Clia Toscano Costa. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2011.

    Bibliografi aISBN 978-85-7771-086-7

    1. Diabetes Obras de divulgao. 2. Terapia ocupacional. I. Ttulo.

    CDD-616.46211-04108 NLM-WK 810

    ndices para catlogo sistemtico:1. Diabetes: Terapia ocupacional : Medicina:

    Obras de divulgao 616.462

    00-Terapira Ocupacional.indd 400-Terapira Ocupacional.indd 4 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • Agradecimento

    A Deus e a todos os pacientes que atendi ao longo da minha vida pro-fi ssional e, muito especialmente, aos pacientes diabticos que atendi e atendo, motivo maior deste pequeno livro. Com todos, sem exceo, aprendi. Espero ter sido boa aluna.

    00-Terapira Ocupacional.indd 500-Terapira Ocupacional.indd 5 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • 00-Terapira Ocupacional.indd 600-Terapira Ocupacional.indd 6 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • Apresentao

    O intuito deste livro transmitir aos pacientes diabticos o conheci-mento a respeito do que a Terapia Ocupacional pode lhes oferecer para uma mudana signifi cativa e benfi ca de seus comportamentos com relao doena, sobretudo nos cuidados que devem dispensar aos seus ps, j que a perda progressiva da sensibilidade plantar em virtude da neuropatia diabtica pode ocasionar complicaes que le-vam amputao de parte ou de todo o membro inferior.

    Como obra, ela no est relacionada como pesquisa, mas como ateno preventiva. Para esse fi m, aborda a avaliao do risco de p diabtico, com a utilizao de instrumentais referendados pelo Con-senso Internacional sobre o P Diabtico. No caso desta publicao, a avaliao discutida estar restrita ao uso de monofi lamento ou estesi-metro de 10g de Semmes-Weinstein.

    A princpio, ser apresentada uma livre concepo sobre a evolu-o da atividade humana e a consequente evoluo psicolgica do ser humano, processo que ser confi gurado desde o momento inicial, imaginrio, at os nossos dias, perpassando pelas possveis dores que

    00-Terapira Ocupacional.indd 700-Terapira Ocupacional.indd 7 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • todos ns sentimos at que possamos nos cuidar razoavelmente bem. Na sequncia, ser abordada um pouco a doena diabetes e sua infl uncia no cotidiano do paciente diabtico.

    Em seguida, sero descritos todos os passos para a realizao da avaliao do risco de p diabtico sob a tica de uma terapeuta ocu-pacional, assim como um possvel melhor uso da tcnica do monofi -lamento.

    Estaro destacados na obra a trade movimento/atividade/ocupa-o e os aspectos biopsicossociais pela viso da rea da sade, que domina de forma substancial as vises anatmica, fi siolgica, neurol-gica, cinestsica, psicolgica e tantas outras necessrias, auxiliando na compreenso da realidade do ser humano que nos confi a suas deman-das fsica, mental, emocional e social.

    A Terapia Ocupacional, com a leitura das atividades da vida diria, abriu todo um campo de estudo, hoje utilizado por muitos profi ssionais e denominado qualidade de vida. Se um paciente melhora de um res-friado sob o ponto de vista mdico, essa melhora se afi gura em quali-dade de vida sob prisma da cura, promovendo o retorno do paciente vida cotidiana com o mesmo vigor existente antes da doena.

    No h efetivamente, sob uma viso histrica, o momento inau-gural da expanso do conceito de qualidade de vida, mas noto como terapeuta ocupacional, desde o incio da dcada de 1980, que todas as intervenes voltadas para o que hoje denominado qualidade de vida j eram alvo e objeto de estudo da Terapia Ocupacional.

    Se na avaliao da vida diria, implementada pelo terapeuta ocu-pacional atuante, houver alguma difi culdade para a realizao do mais simples ao mais complexo empreendimento do cotidiano, esse pro-fi ssio nal observar um decrscimo na qualidade de vida do paciente avaliado. Isso ratifi cado pelas terminologias empregadas, tanto quanto pela fonte de avaliao, ateno, estudo e tratamento, vistas como atividades da vida diria (AVD), atividades da vida ocupacional (AVO), atividades da vida de lazer (AVL), atividades da vida prtica (AVP) e, a mais recente, atividades da vida instrumental (AVI).

    Desse modo, a Terapia Ocupacional sempre investigou a qualidade de vida de maneira contundente, primitiva, qualifi cvel, quantifi cvel e, em consequncia, mensurvel. A avaliao da qualidade de vida, por

    00-Terapira Ocupacional.indd 800-Terapira Ocupacional.indd 8 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • sua vez, sempre esteve e est primitiva e vigorosamente entrelaada Terapia Ocupacional. Contudo, apesar do avano na avaliao/per-cepo mdica nesse quesito, a Terapia Ocupacional ainda no a pri-meira profi sso a ser chamada para a avaliao da qualidade de vida.

    Por algum tempo, e talvez ainda hoje, a profi sso se tornou um tanto marginalizada e estigmatizada, por estar aprisionada denomi-nao ocupacional. Alguns profi ssionais de outras reas e igualmen-te alguns gestores no conseguem visualizar o vis abrangente dessa categoria profi ssional.

    Acredito que o maior aporte de terapeutas ocupacionais nos am-bientes hospitalares permitir uma maior ateno verifi cao dos mo-delos da vida diria praticados por muitos pacientes. Alguns desses modelos fazem com que a qualidade de vida dos pacientes apresente um baixo escore ou, ainda pior, promovam doenas. Alguns desses modelos so encontrados em pacientes diabticos, sendo alguns de-les modelos prprios, outros aprendidos e alguns conjunturais. Entre-tanto, em todos h espaos para mudanas, mesmo pequenas, que melhoraro a qualidade de vida, ainda mais se forem observadas com cuidado por um terapeuta ocupacional.

    A pura ao humana desvinculada de uma ao do tipo produo (rea lizao de algo manufaturado) qualifi cao plenamente pertinen-te na atribuio desse terapeuta; portanto, como tal, uma tendncia legtima da Terapia Ocupacional no tratamento de seus pacientes.

    A atividade da vida diria pressupe todos os modelos de ao compreendidos como de autocuidado, de gerenciamento domstico, em particular no conceito de manuteno da vida, e de aplicaes co-tidianas para a preservao de nossa sade em seus diversos aspectos. A vida ocupacional, de trabalho, de lazer, de estudo, de aquisio de conhecimento e de cultura est tambm compreendida como lazer; a vida instrumental, como o prprio nome diz, a nossa vida com a utilizao de todos os instrumentos, quer de locomoo, de comunica-o etc. Esses so os principais componentes de observao e atuao dessa particular rea de ateno sade da Terapia Ocupacional, em que, para a obteno qualifi cada daquelas gestes, sero utilizados pelo terapeuta ocupacional os movimentos/atividades/ocupaes que

    00-Terapira Ocupacional.indd 900-Terapira Ocupacional.indd 9 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • podem promover a habilitao ou reabilitao ou o adiamento de pos-sveis inabilidades muito frequentes em algumas doenas.

    O paciente diabtico, como os demais, desempenha vrias ativida-des ao longo dos dias, e elas devem ser devidamente observadas sob a viso da Terapia Ocupacional. Dessa forma, torna-se importante a insero do terapeuta ocupacional no atendimento pessoa diabtica e ao seu p diabtico.

    Imagine esse terapeuta fi car afastado do atendimento ao p diab-tico em virtude de no poder oferecer uma ocupao curativa para esse p? Com essa linha de raciocnio, o terapeuta ocupacional nada poderia fazer alm de sugerir a confeco e a adoo de palmilhas, o que, embora extremamente importante, seria, na viso desta terapeu-ta ocupacional, uma atividade limitante da participao desse profi s-sional no tratamento do paciente, uma vez que a palmilha, em muitos casos, surge em um momento paliativo e no preventivo, sobretudo como um auxlio na soluo apresentada para o mal perfurante plantar (lcera que comete o paciente diabtico). Imagine, na presena de uma insensibilidade ttil plantar, um terapeuta ocupacional no poder oferecer nenhuma atividade para o p diabtico, j que a presso plan-tar inviabilizaria a interveno desse profi ssional no quesito ocupao? Trata-se de um posicionamento que deve ser repensado.

    O terapeuta ocupacional um profi ssional de nvel superior, com amplo conhecimento em Anatomia, Neurologia, Fisiologia, Cinesiolo-gia e outros saberes que nos autorizam a muito mais do que ocupar um paciente, autorizam-nos a tratar e fornecer uma real qualidade de vida com aes subordinadas a esses modelos de conhecimento.

    H uns 50 anos, os hospitais brasileiros no incluam em seus qua-dros essa categoria de profi ssional, nem o fi sioterapeuta, o fonoau-dilogo, o nutricionista, o psiclogo, o assistente social e o odontlo-go. Sabemos que, mesmo sem esses profi ssionais, vidas eram salvas, as quais prosperavam sem sequelas. Mas e as vidas que prosseguiam com sequelas? Como resolver essa queixa? Ou o que fazer com relao queixa principal quando no havia resposta na medicina convencio-nal? Todos esses casos necessitavam de vrios olhares, vrios estudos, vrias observaes.

    Espero nas prximas pginas ressaltar um desses olhares: o da Te-rapia Ocupacional.

    00-Terapira Ocupacional.indd 1000-Terapira Ocupacional.indd 10 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • 1. Papel e Contribuio da Atividade na Evoluo Humana, 1 2. Terapia Ocupacional para Pacientes Diabticos: um Desafi o, 17 3. P Diabtico, 31 4. Atendimento ao Paciente Diabtico, 37 5. Movimento/Atividade/Ocupao I, 45 6. Avaliao do Risco de P Diabtico pelo Teste com

    Monofi lamentos, 51

    7. Movimento/Atividade/Ocupao II, 57 8. Movimento/Atividade Cinesiolgica, 59 9. Movimento/Atividade/Ocupao III, 6310. Ficha de Avaliao, 6711. Consideraes Finais, 89Referncias, 95

    Anexo Resoluo Coffi to-316, 98

    Sumrio

    00-Terapira Ocupacional.indd 1100-Terapira Ocupacional.indd 11 10/5/2011 15:38:4210/5/2011 15:38:42

  • 00-Terapira Ocupacional.indd 1200-Terapira Ocupacional.indd 12 6/5/2011 14:06:076/5/2011 14:06:07

  • Papel e Contribuio da Atividade na Evoluo Humana 1

    Como conceituar uma profi sso, conferir com clareza e preciso os seus preceitos bsicos e promover a sua mais exata identifi cao, so-bretudo uma profi sso que compartilha interfaces to delicadas com tantas outras? Como expressar a atividade humana, que intermedeia a atuao do terapeuta ocupacional, e que, por ser to prxima de todos ns, causa em muitos a suspeita de poder ou no efetivamente nos tratar?

    claro que no possvel trazer, neste livro, todos os exemplos con-fi gurados tecnicamente da atuao da Terapia Ocupacional. Contudo, com o auxlio de um curto apanhado histrico, talvez seja possvel que os leitores sintam os efeitos da atividade humana em todas as esferas da nossa vivncia, incluindo-as no combate s nossas doenas.

    Durante o Perodo Pleistocnico, iniciado h um milho e meio a dois milhes de anos, surgia o Homo habilis, primeiro homindeo a produzir ferramentas de ossos, madeira e pedra. Como no h refe-rncia de outra espcie anterior a ele que tenha produzido qualquer tipo de artefato, supe-se que o Homo habilis tenha inaugurado o

    01-Terapira Ocupacional.indd 101-Terapira Ocupacional.indd 1 6/5/2011 13:54:496/5/2011 13:54:49

  • 2Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico fazer hoje conhecido, sinnimo de produto de nossas mos, que, a

    ttulo de didtica, ser reduzido a fazer algo para si, com o outro e para o outro, to somente.

    Dessa maneira, a perfeita oposio polegar/indicador passou a ofe-recer condies para que as mos pudessem produzir. Podemos consi-derar que a produo desses pequenos utenslios, aps vrios ensaios e erros, ao mesmo tempo em que os provia de suas parcas ou imensas necessidades, acabou, entre vrios outros elementos, desenvolvendo seus crebros. Aliado a essa produo, tambm existe a nossa relao visomotora. Afi nal, qualquer ideia demandada, se no for abortada ou desprezada, necessita de sua efetivao para se tornar realidade; sem dvida, as demandas da poca tambm exigiam com premncia a mais perfeita relao entre movimento/atividade/ocupao e inter-mediao da acuidade visual.

    H relatos, por exemplo, de se ter encontrado objeto similar a uma bandeja de frutas pelo Homo habilis (Cremo & Thompson, 2004). Percebemos que, para a confeco de tais artefatos, houve a boa con-juno da identifi cao da necessidade com a evoluo anatmica e o material possvel. Quem sabe at se pode descartar a real identifi ca-o da necessidade tal como hoje a reconhecemos, j que inicialmente deve ter havido mais a necessidade de utilizar as mos do que qual-quer outra coisa. Ou teria sido obra de ensaio e erro?

    No h nesse perodo qualquer registro de linguagem oral similar atual, mas podemos imaginar que junto com o fazer veio uma forma de expresso, de raciocnio, muito diludo, sem consistncia, mas com uma marca evolutiva. Para que serve isso?, Voc me empresta?, Voc me ensina a fazer? ou Vou guard-lo, servir para o futuro. Entre essas questes tambm podem estar inclusos sentimentos de orgulho de quem faz, de inveja de quem no capaz ou, quem sabe, o germe do amor, esse sentimento que em geral brota na forma de admi-rao, instaurando, mesmo que sem preciso, o sentimento de amor ao outro. Outro que no seja o fi lho.

    Levamos quase dois milhes de anos desse momento inaugural do fazer at o momento atual. Em comparao aos mais de 13 bilhes de anos do Universo, no nada. Podemos, entretanto, conjecturar que esses simplrios fazeres so o arcabouo de onde foram forjados

    01-Terapira Ocupacional.indd 201-Terapira Ocupacional.indd 2 6/5/2011 13:54:496/5/2011 13:54:49

  • Terapia Ocupacional para Pacientes Diabticos: um Desafio 2

    A Terapia Ocupacional uma profi sso de nvel superior com pelo menos 60 anos de Brasil (De Carlo & Bartalotti, 2001). No entanto, apesar dessas seis dcadas de atuao nos quadros de atendimen-to, tanto no mbito pblico quanto no privado, nossos legisladores e administradores parecem desconhecer que a Classifi cao Internacio-nal de Funcionalidade, Incapacidade e Sade (CIF), instrumento de avaliao preconizado pela Organizao Mundial da Sade (OMS), baseia-se, em grande parte, nas premissas de avaliao da Terapia Ocupacional.

    Como de senso comum, alguns saberes pertencem, circulam ou esto garantidos nas grades curriculares em muitas reas de atuao, e, evidentemente, os profi ssionais em questo estaro todos autori-zados a utiliz-los para o bem do paciente, sobretudo em situaes emergenciais e/ou apenas para orientao inicial at que o profi ssional da rea possa prestar o devido atendimento. Contudo, esses saberes devem seguir determinados critrios. Mas quais seriam eles, tanto os saberes quanto os critrios?

    02-Terapira Ocupacional.indd 1702-Terapira Ocupacional.indd 17 6/5/2011 13:56:476/5/2011 13:56:47

  • 18Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico Por exemplo, se trato de uma questo do ponto de vista eminen-

    temente fsico, como a neuropatia diabtica, o profi ssional dever ter em sua bagagem conhecimentos substanciais de Anatomia, Fisiologia, Neurologia, Neuroanatomia, Cinesiologia etc. Portanto, como a rea de atuao de um terapeuta ocupacional contm em seu currculo es-ses saberes, ele est, portanto, autorizado a pensar e fundamentar-se neles para formular uma ao criteriosa que benefi cie determinado grupo de pacientes, a fi m de adiar o mximo possvel qualquer sequela ou, diante da sua existncia, seja fsica, mental, cognitiva ou emocio-nal, com caracterstica provisria ou permanente, planejar para que a vida do paciente seja mais funcional. Dessa maneira, com a boa conju-gao de saberes e dos critrios para a tomada de deciso em face do diagnstico que nos habilitamos at a tomar nossas decises tcnicas e a mudar um prognstico antes sombrio.

    Podemos conceituar ao humana como o nosso desempenho so-bre a Terra. Os muitos modos pelos quais nos apresentamos, mostra-mos nossas necessidades, interagimos objetivamente so o que resul-tam concretamente na ao humana. A confeco de uma roupa pode servir para presentear algum, para cobrir o corpo, servir de uniforme, enfi m, pode ser plurissignifi cativa. Todavia, o ato de confeccionar rou-pas reconhecido no mundo todo. Todos sabem o que necessrio para esse tipo de confeco, e essa uma ao puramente humana.

    Quando trabalhamos no caso de algum cujo tratamento tenha que se confi gurar e resultar em uma dada ao, deve-se elaborar em Terapia Ocupacional o que chamamos de anlise da atividade, ou seja, um esmiuar da ao. Entretanto, a anlise da atividade requer subs-tanciais conhecimentos de anatomia musculoesqueltica, de Cinesio-logia (estudo dos movimentos), de Fisiologia (estudo das funes e do funcionamento normal do ser vivo), de Biomecnica (estudo das leis da mecnica aplicadas ao aparelho locomotor), alm do conhecimento de diversas patologias, entre outros. Podemos denominar tambm a anlise da atividade uma anlise cintica ocupacional. E assim, mais consubstanciados ainda pelos nossos saberes, elaboramos critrios para a execuo de uma dada ao.

    A viso do terapeuta ocupacional, entre outras, deve ater-se ao seu bom desempenho, o que conhecemos como funcionalidade. As

    02-Terapira Ocupacional.indd 1802-Terapira Ocupacional.indd 18 6/5/2011 13:56:476/5/2011 13:56:47

  • P Diabtico 3

    Todos os seres adoecem, mas os humanos so os nicos que tm sua rotina de vida alterada em funo de uma doena, ou seja, sofrem uma diminuio de sua capacidade laborativa e de sua qualidade de vida.

    A diabetes altera de modo substancial a vida de seu portador, j que uma doena crnica que introduz mudanas na rotina de uma maneira defi nitiva, com carter de regularidade (j visto), fundamental para o bom controle glicmico.

    Muitos pacientes contam que, na poca em que no havia poltica de atendimento sistemtico ao diabtico, os seus pais s tomavam insulina quando iam ao posto, pois no era fornecido o medicamento em razo do seu custo elevado. Do mesmo modo, no recebiam orien-tao sobre o cuidado com os ps.

    Infelizmente, em nosso pas, no temos estatstica comparativa para traar um perfi l claro do salto que demos ao introduzir a insulina no Sistema nico de Sade (SUS), a presena do teste com mono-fi lamentos e a orientao ao cuidado com os ps, mas acredito ser

    03-Terapira Ocupacional.indd 3103-Terapira Ocupacional.indd 31 6/5/2011 13:57:336/5/2011 13:57:33

  • 32A

    Ter

    apia

    Ocu

    paci

    onal

    : um

    a C

    ontr

    ibui

    o

    ao P

    acie

    nte

    Dia

    btic

    o possvel traar um paralelo em relao s localidades que s dispem do sistema de dispensao de insulina e de hipoglicemiante oral.

    Quanto mais informaes passarmos ao paciente, mais ele saber lidar com a doena. Desse modo, o terapeuta ocupacional o profi ssio-nal que, por fora de sua formao, se insere como fundamental para o tratamento do paciente diabtico, em funo, especialmente, de todas as mudanas na vida diria desses pacientes, podendo orient-lo da melhor maneira em todas essas visveis mudanas. So nas cha-madas atividades da vida diria (AVD), portanto, que esto a fonte e o objeto de estudo que permeiam toda a formao desse profi ssional.

    Uma atividade qualquer, por mais banal que seja, nos diz muita coisa. No um dizer qualquer imaginrio, mas real, que confi gure o ser no mundo. Por exemplo, ao ler um livro o indivduo dever ser capaz de ter adquirido vrios conhecimentos (na condio hgida), dentre eles mentais, de reproduo de uma tarefa, com destreza e caracte-rsticas evolutivas que lhe permitiro manter equilbrio de tronco, ter capacidade de preenso de pina entre o polegar e o indicador, para folhear o livro, alm de orientao espacial, esquema corporal preser-vado, capacidade visual preservada ou adaptada (do ponto de vista fi siolgico e anatomofuncional) e capacidade para apreender o que l (do ponto de vista cognitivo). Essa simples tarefa (leitura) s estar inteiramente concluda com o preenchimento de todos esses itens.

    Assim, vemos que para a boa reproduo de uma determinada ao humana so necessrias aquisies efi cazes reconhecveis e dese-jveis para todos. O terapeuta ocupacional, seja para proporcionar me-lhor desempenho dessas atividades, seja para implement-las a quem necessite, para melhorar o desempenho e a qualidade de vida dos indivduos, tem nos seus conhecimentos sobre a vida diria, a vida laborativa, a vida instrumental e a anlise de atividades todos os ele-mentos que consubstanciam e o gabaritam a produzir mudanas sem achismos ou linguagens cifradas, daquelas em que s um lado se con-sidera assertivo.

    Portanto, o paciente diabtico um doente que dever ser assis-tido por um tratamento do tipo preventivo com um terapeuta ocu-pacional, de modo a minimizar ou postergar os acometimentos que podero promover mudanas negativas na sua qualidade de vida.

    03-Terapira Ocupacional.indd 3203-Terapira Ocupacional.indd 32 6/5/2011 13:57:336/5/2011 13:57:33

  • Atendimento ao Paciente Diabtico 4

    ATENDIMENTO DA TERAPIA OCUPACIONAL

    O atendimento da Terapia Ocupacional aos pacientes diabticos para a avaliao do risco de p diabtico tem, por base, os princpios adota-dos pelo Consenso Internacional sobre o P Diabtico.

    A fonte de demanda para a avaliao ttil plantar em geral provm dos servios de Endocrinologia e Clnica Mdica. Na fi cha de avalia-o, o terapeuta ocupacional deve classifi car se o paciente portador de diabetes tipo I ou II, h quanto tempo portador da doena, se dependente de insulina ou no, notifi car, em caso positivo, h quanto tempo etc.

    O terapeuta ocupacional tambm deve caracterizar a vida ocupa-cional do diabtico, a vida diria e a condio social, sua compreensoe aceitao da doena, a adeso ao tratamento e obter informaes sobre sensaes que possam confi gurar sintomas de neuropatia, tais quais formigamento (parestesia), sensao de anestesia, fi sga-das, queimao, e h quanto tempo sobre o sintoma relatado. Deve, para efeito de diagnstico diferencial, informar-se pelo pronturio ou

    04-Terapira Ocupacional.indd 3704-Terapira Ocupacional.indd 37 6/5/2011 13:58:236/5/2011 13:58:23

  • 38Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico pelo prprio paciente sobre a existncia de alguma patologia associada

    que tambm possa levar a esses sintomas; por exemplo, hansenase, defi cincia nutricional, especialmente do complexo B, entre outras.

    Por fi m, o terapeuta ocupacional deve proceder avaliao do p, a princpio uma inspeo visual, e avaliao com monofi lamentos (ver Captulo 6, Avaliao do Risco de P Diabtico pelo Teste com Monofi lamentos). Aps tais procedimentos, informar ao paciente os cuidados com os ps e o uso de sapato adequado. Notifi car na Ficha de Avaliao (ver Captulo 10, Ficha de Avaliao) todos os dados coletados, e, se houver um s ponto com ausncia de sensibilidade, o paciente dever ser revisto trs meses aps a data da primeira avalia-o. Se todos os pontos tocados forem sentidos satisfatoriamente, o retorno do paciente para um novo exame ser em um ano aps a data da primeira avaliao.

    Nessa fi cha de avaliao sero observadas as diversas condies que afetam o paciente para sua adeso ao tratamento. Deve-se regis-trar se h alguma defi cincia associada de senso perceptocognitiva e/ou motora, se realiza as atividades da vida diria (AVD) e as atividades instrumentais da vida diria (AIVD) com autonomia e independncia, e se h queixas concretas em relao aos membros inferiores (MMII).

    As queixas em relao aos MMII so bastante relevantes, visto que muitas vezes o paciente j as sente h meses ou at mesmo h anos e no as relata. Se houver outra qualquer queixa ou informao signifi cativa, tambm deve ser registrada, at mesmo em relao aos membros superiores (MMSS). Muitos pacientes diabticos sofrem de parestesia em MMSS e apresentam a Sndrome do Tnel do Carpo (STC), em que h uma compresso do nervo mediano, e/ou o sinal da Prece, uma condio em que o paciente no consegue unir as mos plenamente, como se estivesse rezando.

    Quando nessa avaliao for identifi cada qualquer alterao na execuo de algum elemento da realizao das AVD e AIVD, devem ser providenciados, com urgncia, os encaminhamentos necessrios. Por exemplo, quando o paciente apresentar alterao signifi cativa de memria, conveniente encaminh-lo ao neurologista.

    Para estruturar a atuao do atendimento do terapeuta ocupacional em relao ao paciente diabtico, deve-se estabelecer uma avaliao

    04-Terapira Ocupacional.indd 3804-Terapira Ocupacional.indd 38 6/5/2011 13:58:236/5/2011 13:58:23

  • Movimento/Atividade/Ocupao I 5

    O que atividade? Como conceitu-la? Como explic-la? Segundo o Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa:

    Atividade s.f. 1 qualidade do que ativo. 2 ocupao ou trabalho

    produtivo . 3 realizao de vrias

    aes de modo acelerado e vigoroso .

    Conforme essa descrio, observamos que at o movimento de um co uma atividade, e qualquer movimento humano em si tambm no deixa de ser, j que todos os fazeres humanos, queiramos ou no, se convertem em uma ao plenamente observvel sob vrios aspectos desde os subjetivos e talvez contestveis at os objetivos e de difcil contestao. Por exemplo, colocar a mo no queixo pode ser uma ex-presso de algum pensando, mas tambm pode ser algum sentindo uma coceira no queixo ou uma dor. Ou, ainda, apenas algum em estado contemplativo. Contudo, no deixa de ser uma atividade.

    Se algum est escovando os dentes, aquela atividade representa uma ao concreta que culminar em um substrato: dentes escovados

    05-Terapira Ocupacional.indd 4505-Terapira Ocupacional.indd 45 6/5/2011 13:58:526/5/2011 13:58:52

  • 46Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico e possvel melhora da halitose. As razes tambm podem ser vrias,

    mas a ao uma: escovar os dentes.Um macaco pode ser ensinado a colocar a mo no queixo e perma-

    necer em atitude contemplativa, assim como pode ser ensinado a escovar os dentes. Um macaco no meio da selva pode, porm, em um dado momento, colocar a mo no queixo sem uma motivao, po-rm s vai escovar os dentes se for ensinado ou, melhor, se for capaz de aprender o que lhe for ensinado. Mas a mo no queixo e o escovar de dentes so aes; portanto, so atividades.

    A Terapia Ocupacional tem como agente de interveno para cui-dar da sade humana a prpria atividade humana, que est, por moti-vos bvios, intrinsecamente ligada capacidade de executar qualquer movimento. Seja o movimento assistido ou voluntrio, ainda que com difi culdade, mesmo com um volitivo dbil, o terapeuta ocupacional buscar estimular a inteno por parte do paciente, para a execuo do movimento/atividade e, por fi m, alcanar a ocupao humana (seu lugar no mundo) desde sua melhor interao no ncleo familiar, co-munitrio, social at a sua empregabilidade.

    O movimento/atividade = ao/ocupao humana serve como um meio para favorecer inter-relaes, promover socializaes, estimular a cognio, promover a memria e a ateno, expressar emoes, instigar contedos, habilitar o indivduo para aes mais econmicas e funcionais, manter ou promover aptides; enfi m, o fazer humano, to ntimo de ns de forma imanente, poder ser lido de tal modo pelo terapeuta ocupacional, que poder tornar o paciente que pro-cura esse profi ssional um ser mais feliz, vivendo felicidade, digamos, palpvel.

    O que ser relatado no novo para os terapeutas ocupacionais. Entretanto, o intuito ser apresentar com clareza o que pode tornar uma confi gurao mais clara de uma interveno de um desses pro-fi ssionais.

    Uma paciente diabtica com sequela de acidente vascular encefli-co h trs anos passou por um processo de reabilitao sem a presena de um terapeuta ocupacional. Quando lhe foi perguntado, durante a anamnese para se proceder ao teste do risco do p, se havia alguma atividade que ainda no podia praticar, contou-me que tinha muita

    05-Terapira Ocupacional.indd 4605-Terapira Ocupacional.indd 46 6/5/2011 13:58:526/5/2011 13:58:52

  • Avaliao do Risco de P Diabtico pelo Teste com Monofilamentos 6

    SENSIBILIDADE PLANTAR

    A presena da sensibilidade plantar possibilita ao nosso refl exo de pro-

    teo impedir que nos machuquemos, culminando no chamado arco

    refl exo. Assim, ao mnimo contato com algum objeto que produza

    corte retiramos imediatamente os ps; d-se a chamada sensibilidade

    protetora.

    Quando o terapeuta ocupacional, por meio do teste com mono-

    fi lamentos, afere qualquer ponto insensvel, confi gurando a ausncia

    da sensibilidade plantar, estabelece esse p como de risco. Com esse

    procedimento, alm de o paciente tornar-se ciente do risco que corre,

    qualquer profi ssional ao ver o teste confi gurado no pronturio tem

    uma viso imediata das condies dos ps. Esse mapa, ou perfi l do

    p com insensibilidade, verdadeiramente um aliado, pois fornece ao

    paciente a real dimenso de risco, o que favorece a assimilao das

    orientaes de cuidado que o terapeuta ocupacional lhe fornecer (ver

    Captulo 10, Ficha de Avaliao).

    06-Terapira Ocupacional.indd 5106-Terapira Ocupacional.indd 51 6/5/2011 13:59:286/5/2011 13:59:28

  • 52Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico O teste da sensibilidade plantar deve ser realizado, de preferncia,

    com o paciente deitado, relaxado e com os olhos fechados sobre uma maca e em ambiente acolhedor. A fi m de deixar o paciente confi ante e ciente do procedimento, deve ser apresentado o material que ser utilizado, seguido de uma pequena simulao do teste, de prefern-cia nas mos (com a haste de nilon higienizada), para o paciente se familiarizar com a sensao. Se houver qualquer alterao na capaci-dade de compreenso por parte do paciente, o terapeuta ocupacional deve repetir o ensaio at que ele o compreenda. Caso haja algum impeditivo, um franco dfi cit cognitivo, por exemplo, que impea a realizao do teste, a possibilidade da testagem dever ser descartada, devendo-se somente orientar o acompanhante quanto aos cuidados a serem dispensados aos ps e importncia do acompanhamento com o mdico e o nutricionista.

    SENSIBILIDADE VIBRATRIA

    A sensibilidade vibratria se refl ete na presena da percepo vibrat-ria, caso a condutibilidade esteja presente: uma sensao de vibrao como um pequeno choque ser sentida pelo paciente pelo diapaso de 128Hz. O diapaso deve ser colocado vibrando sobre determinados pontos, e o paciente apresentar ou no a sensao que ser transmi-tida por meio desse ponto tocado. Na ausncia da sensibilidade vibra-tria, o paciente tambm deve ser revisto a cada trs meses, pois j poder ser um indicativo de neuropatia diabtica.

    Observao: No caso de o paciente apresentar lcera ou qualquer tipo de ferimento, a haste de nilon, do monofi lamento, nunca de-ver entrar em contato com a soluo de continuidade (rea ferida). O toque sempre dever ser em campo hgido, sendo aconselhvel a avaliao tambm do refl exo aquileu e da sensibilidade trmica.

    Enfatizaremos neste livro a avaliao com monofi lamentos.

    TESTE COM MONOFILAMENTOS

    O teste com monofi lamentos fi gura como primordial para a deteco da sensibilidade plantar. O monofi lamento constitui-se de um dispo-sitivo de plstico com uma haste de nilon de diversas densidades,

    06-Terapira Ocupacional.indd 5206-Terapira Ocupacional.indd 52 6/5/2011 13:59:286/5/2011 13:59:28

  • Movimento/Atividade/Ocupao II 7

    Como j vimos, qualquer ao seria, em suma, uma atividade. Mas quando que a trade movimento/atividade/ocupao se torna tera-putica? H relatos, cientifi camente comprovados, de que h liberao de neurotransmissores quando o corpo se exercita, causando uma sen-sao de felicidade e bem-estar. Portanto, poderamos afi rmar que os movimentos, na condio de exerccios fsicos, auxiliam seus alunos a se sentirem mais felizes? Pelo que indicam as pesquisas, parece que sim.

    Hoje em dia amplamente divulgado que o exerccio fsico uma atividade teraputica e cinesiolgica que traz efeitos benfi cos ao c-rebro. A Educao Fsica, a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional, con-tando com conhecimentos similares em alguns campos, so reas que se utilizam da atividade/movimento (cinsio) para produzir esse efeito ao paciente, almejando melhor compleio fsica, no caso da Educao Fsica, e tratamento de doenas, no caso da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional.

    Na prtica, pode-se dizer que, alm do movimento, a Fisioterapia usa aparelhagens ou aes de cunho biomecnico, estmulo eltrico e/

    07-Terapira Ocupacional.indd 5707-Terapira Ocupacional.indd 57 6/5/2011 14:00:176/5/2011 14:00:17

  • 58Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico ou termoeltrico; a Educao Fsica se utiliza de aparelhagem mec-

    nica e tcnicas de movimentos para angariar massa muscular; e a Te-rapia Ocupacional, por sua vez, se utiliza da ocupao humana como tratamento. Desse modo, essas trs reas esto habilitadas a produzir movimentos/ao, fi cando a Terapia Ocupacional tambm com a re-lao movimento/atividade/ocupao.

    Sob o ponto de vista da autora, a Terapia Ocupacional, em razo de um aprisionamento ao termo ocupao na sua forma mais limitada, vem sendo sistematicamente impedida de evoluir. D mostras de que o terapeuta ocupacional no poder efetuar o atendimento se no tiver o elemento ocupao, como se necessitasse de algum elemen-to concreto de cunho artesanal, como muitos pensam, intermediando para produzir o movimento.

    A Terapia Ocupacional no pode se valer do movimento-ativida-de simplesmente. Ora, sabemos que atividade e movimento so si-nnimos, duas acepes que so cinesiologia pura. Ento, por que a restrio? Esse um erro que precisa ser corrigido com urgncia. No entanto, a dade atividade/ocupao com as vertentes de trabalho produtivo (atividades de cunho visomotor) e das atividades da vida diria (AVD), atividades da vida prtica (AVP), atividades da vida do lazer (AVL), atividades da vida ocupacional (AVO) e atividades da vida instrumental (AVI), so prerrogativas exclusivas do profi ssional de Te-rapia Ocupacional.

    Dessa maneira, vemos que, mediante a demanda de tratamento de alguma restrio sensitiva, perceptocognitiva e/ou motora, ou quer nas restries que possam tornar a vida cotidiana limitada ou limitante, como as conferidas por limitaes de cunho socioeconmico, cultural, relacional etc., o terapeuta ocupacional lanar mo de todos os meios disponveis para proporcionar ao paciente a intencionalidade da trade movimento/ao/ocupao e a sua boa execuo, com o objetivo de torn-la tambm consciente e bem-sucedida.

    E, especialmente, a trade movimento/atividade/ocupao coloca a Terapia Ocupacional como a profi sso que na sua forma emprica precursora das mais recentes descobertas sobre a plasticidade do nosso crebro.

    07-Terapira Ocupacional.indd 5807-Terapira Ocupacional.indd 58 6/5/2011 14:00:186/5/2011 14:00:18

  • Movimento/Atividade Cinesiolgica 8

    A atividade cinesiolgica o movimento proposto pela autora aos pa-cientes que apresentam ausncia da sensibilidade ttil plantar durante o teste com monofi lamentos.

    Esse movimento tem como premissa fundamental auxiliar o pa-ciente a reduzir os efeitos da parestesia (formigamento), proporcionar maior mobilidade articular e possvel maior referncia dos ps ao cre-bro. Os movimentos so de amplo conhecimento tanto de terapeutas ocupacionais e fi sioterapeutas, quanto de professores de Educao Fsica.

    Essa atividade cinesiolgica (movimento), um alongamento de bai-xa intensidade que deve ser executado somente at o primeiro ponto da distensibilidade, ativa, repetitiva e fragmentada. Deve ser execu-tada de forma lenta, suave e no tempo de manuteno recomendado pelo terapeuta ocupacional. Esses procedimentos devem ser estrita-mente seguidos, a fi m de se vencer a constante ao de um possvel encurtamento da musculatura dos ps dos pacientes diabticos, sobre-tudo os que apresentam ausncia da sensibilidade ttil plantar.

    08-Terapira Ocupacional.indd 5908-Terapira Ocupacional.indd 59 6/5/2011 14:01:036/5/2011 14:01:03

  • 60Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico Os movimentos propostos so apenas uma variante do movimento

    que se executa na posio ortosttica, mas no devero ser executados nessa posio. Lembremos que os ps desses pacientes tm ausncia de sensibilidade, e ao realizar essa atividade no devem sofrer qual-quer tipo de presso plantar. A atividade tem sua origem no alonga-mento, mtodo concebido por Bob Anderson, formado em Educao Fsica. Contudo, a forma e a posio em que so executados foram formuladas de modo a no oferecer risco para o paciente neuropata.

    Cada movimento da atividade cinesiolgica no deve exceder 20 segundos e deve ser feito ao longo do dia, distribudo em peque-nos perodos pela manh, tarde e noite, evitando-se, dessa maneira, possveis comprometimentos articular e muscular.

    O terapeuta ocupacional poderia fornecer a exata reproduo des-ses movimentos ao orientar o paciente a pegar com os ps uma toa-lha ou bolas de papel no cho, por exemplo, o que situaria a atividade na dimenso de ocupao.

    No entanto, a fi m de proporcionar ao paciente a execuo dos movimentos tambm em ambientes que no sejam a sua residncia e maior fl exibilidade para as suas atividades da vida diria (AVD), melhor ser a sua apresentao sem o uso do modelo de ocupao do atendi-mento teraputico ocupacional, mantendo-se no modelo movimento/atividade e visando liberao para a vida diria.

    FLEXES PLANTAR E DORSAL

    Em geral, conveniente execut-las sentado, em qualquer ambiente, ou deitado, se estiver na residncia, para no oferecer presso plan-tar. O movimento auxilia o alongamento de musculaturas especfi cas (Figura 8.1 e Tabela 8.1) e alonga o tendo de aquiles, rea que no reage ao teste com a aplicao de um pequeno toque de martelar quando na possvel presena da neuropatia diabtica.

    Os pacientes que receberem orientao para executar esse movi-mento ou atividade cinesiolgica so os que apresentaram ausncia da sensibilidade ttil plantar, tendo, assim, de ser revistos periodicamente pelo terapeuta ocupacional, preferencialmente no perodo de 60 a 90 dias, conforme o caso.

    08-Terapira Ocupacional.indd 6008-Terapira Ocupacional.indd 60 6/5/2011 14:01:036/5/2011 14:01:03

  • 61

    Mov

    imen

    to/A

    tivid

    ade

    Cin

    esio

    lgi

    ca

    Essa modalidade de movimento/atividade proposta, pressupondo possvel informao ao crebro e auxiliando na melhor observao aos ps, promove tambm possvel interveno na melhora na perfuso sangunea por parte dessa atividade cinesiolgica, como tambm me-lhora na mobilidade articular e na deambulao. Essa atividade cinesio-lgica exercida com franca autonomia e independncia do paciente, sem a necessidade de atendimento frequente evitando-se gastos e locomoo do paciente.

    Figura 8.1 Flexes plantar e dorsal

    Tabela 8.1 Msculos envolvidos nas fl exes plantar e dorsal

    Flexo plantar Flexo dorsal

    Gastrocnmio

    Sleo

    Fibular longo

    Fibular curto

    Tibial anterior

    Extensor longo dos dedos

    Extensor longo do hlux

    Fibular terceiro

    08-Terapira Ocupacional.indd 6108-Terapira Ocupacional.indd 61 6/5/2011 16:42:156/5/2011 16:42:15

  • Movimento/Atividade/Ocupao III 9

    Todos ns efetuamos movimentos ao nascer, chamados de refl exos, precursores dos nossos movimentos atuais. Os movimentos refl exos vo se perdendo, e a criana vai paulatinamente aumentando o poder de execuo de movimentos intencionais. A perpetuao desses mo-vimentos refl exos denota que h alguma patologia do sistema nervoso central (SNC). Nesse caso, a criana no conseguir executar movi-mentos intencionais sem que surja o movimento refl exo, que no so-freu uma inibio, para atrapalhar a execuo da ao desejada.

    Pode conjecturar-se que necessitamos desses movimentos refl exos primeiro para inundar nosso crebro de movimentos no intencionais, mas que nos daro informaes de nossa existncia para, posterior-mente, evoluirmos rumo aos movimentos intencionais, que tornaro o indivduo capaz de confeccionar algo concreto a partir de uma ca-pacidade de movimento volitiva altamente variada e, portanto, diver-sifi cada.

    Dessa maneira, com a condio de ter o SNC ntegro, nossos mo-vimentos se tornaro intencionalmente claros, mas nem sempre tang-

    09-Terapira Ocupacional.indd 6309-Terapira Ocupacional.indd 63 6/5/2011 14:01:536/5/2011 14:01:53

  • 64Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico veis, como quando manufaturamos uma matria slida. Por exemplo,

    no h a necessidade de, ao pegar uma madeira, transform-la em algum objeto, mas apenas sentir sua textura. A madeira continuar no seu papel, mas no convertida, porm nossa percepo sensorial, aliada nossa cognio, nos levar a diversas leituras e usos dessa madeira. Todo esse gestual tambm produz aos olhos de um terapeuta ocupacional informaes e elaboraes diversas, at mesmo de cono-tao puramente fsica mas tambm de pura repercusso psicolgica e emocional. Ao que nos remete aquela madeira? Que sensaes ela nos proporciona? O que sentem minhas mos ao toc-la?

    O ser humano est sempre obtendo informaes. A decodifi cao delas que pode estar prejudicada quando o nosso SNC sofre uma leso no crtice cerebral, ocasionada, por exemplo, pela falta de oxi-gnio ao nascer.

    Quando um terapeuta ocupacional estimula um paciente a produ-zir de modo intencional uma ao, dentro de todas as prerrogativas da Terapia Ocupacional, ele j sabe de longa data, na prtica, que aquela informao est sendo fornecida ao crebro do paciente, mas ainda no ocorrera na sua plenitude, o conhecimento que hoje cate-goricamente se sabe: os movimentos, sobretudo aqueles intencionais, auxiliam na plasticidade neuronal, fazendo com que o nosso crebro encontre caminhos antes inimaginados, e auxiliando o paciente a exe-cutar de maneira mais funcional o movimento desejado. Esse assunto mereceria um tratamento mais aprofundado, mas no este o intuito do livro. Assim, o leitor interessado poder aprofundar o seu conheci-mento, por exemplo, na bibliografi a consultada pela autora.

    De maneira intencional e com maior funcionalidade, um determi-nado movimento repetitivamente aprendido no atendimento de te-rapia ocupacional, como pegar e beber um copo dgua, poder ser o incio de muitas outras aquisies, tornando o paciente mais autno-mo e independente nas execues da sua vida diria, prtica, laboral, instrumental com ou sem adaptaes, ou seja, os terapeutas ocupa-cionais que atuaram e atuam junto aos pacientes com sequelas neuro-lgicas, na maioria das vezes, operaram para os parcos conhecimentos dos outrora verdadeiros milagres, transformando de forma cabal o dependente em independente, utilizando-se, ao fi nal, das ocupaes.

    09-Terapira Ocupacional.indd 6409-Terapira Ocupacional.indd 64 6/5/2011 14:01:536/5/2011 14:01:53

  • Ficha de Avaliao 10

    Na fi cha de avaliao do risco de p diabtico do terapeuta ocupacio-nal devemos registrar o perfi l ocupacional do paciente, no somente a sua real atuao laborativa mas toda a condio em sua vida diria como diabtico.

    Nesse espao tambm inserimos a sua condio de tipo diabtico, h quanto tempo tem a doena, se dependente de insulina ou no e h quanto tempo, se independente nas atividades da vida diria (AVD) ou no, se independente nas atividades instrumentais da vida diria (AIVD) ou no, se h alguma patologia associada, se j realizou alguma vez a avaliao do risco de p, se segue a dieta recomendada, se tem alguma queixa sintomatolgica em relao aos membros infe-riores (MMII) e h quanto tempo.

    Nesse perfi l j podemos ter indcios bastante seguros de sua com-preenso da dinmica da doena, se consegue aderir s recomenda-es e se sua famlia compartilha com ele no acolhimento para sua adeso ao tratamento. So colocadas tambm, com clareza, as condi-es dos ps (por exemplo, se esto ressecados ou se h algum outro comprometimento).

    10-Terapira Ocupacional.indd 6710-Terapira Ocupacional.indd 67 6/5/2011 14:02:406/5/2011 14:02:40

  • 69

    Fich

    a de

    Ava

    lia

    oevidncias apontam para maior fi dedignidade real percepo ttil plantar apresentada pelo paciente quando avaliado.

    Toda vez que um paciente diabtico necessitar de avaliao de ris-co de p e j apresentar alguma amputao, esta dever ser confi gu-rada de modo que quem tenha acesso a essa fi cha tambm fi que ciente dessa condio apresentada.

    Os dados do perfi l ocupacional ainda eram inseridos um tanto res-tritamente, o que hoje no mais ocorre, pois h mais riqueza de deta-lhes. Qualquer profi ssional que se disponha a ler encontrar um bom perfi l de dados do paciente atendido e o seu histrico evolucional nos cuidados aos ps que ele, paciente, passou a dispensar.

    MAPAS DOS PS HOSPITAL CARDOSO FONTES, RJ

    PACIENTE 1

    Ficha de avaliao do risco de p diabtico

    Data da avaliao: 18/8/2008.

    Idade: 70 anos.

    Perfi l ocupacional: aposentado desde janeiro de 2008, independente e autnomo nas AVD e AIVD. Apresenta parestesia em MMII. Informa eventuais burlas na aplicao de insulina. Portador de diabetes melito tipo 2 e dependente de insulina h pelo menos 20 anos.

    Perfi l de compreenso e aceitao da doena: baixa, necessitando de orientao. Aceitao resignada.

    Adeso familiar: excelente.

    Tabela 10.1 Informaes sobre o paciente 1

    Sensibilidade plantar

    Sensibilidade vibratria

    Calo ou deformidade

    Histria de lcera

    Retorno

    Neuropatia sensitiva

    Ausente Discreto ressecamento

    Cicatriz em calcneo esquerdo

    Trimestral

    Observao: orientao em relao ao cuidado com os ps e ao uso de calado adequado. Recomendao de atividades cinesiolgicas de quatro a seis vezes ao dia.

    10-Terapira Ocupacional.indd 6910-Terapira Ocupacional.indd 69 6/5/2011 14:02:406/5/2011 14:02:40

  • 70Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico

    Reavaliao do risco de p diabtico (2/10/2008)

    Figura 10.1 Mapa dos ps do paciente 1

    Figura 10.2 Mapa dos ps do paciente 1 Reavaliao

    Pronturio: retorno parcial da sensibilidade plantar. Retorno da sensi-bilidade vibratria em patela esquerda.

    10-Terapira Ocupacional.indd 7010-Terapira Ocupacional.indd 70 6/5/2011 14:02:406/5/2011 14:02:40

  • 71

    Fich

    a de

    Ava

    lia

    oPACIENTE 2

    Ficha de avaliao do risco de p diabtico

    Data da avaliao: 28/7/2008.

    Idade: 78 anos.

    Perfi l ocupacional: aposentada. Apresenta defi cincia na execuo das AVD e AIVD, em virtude da baixa acuidade visual ocasionada por retinopatia diabtica. Paciente depende de terceiros para a aplicao da insulina. De acordo com a paciente, familiares aplicam sem o rigor exigido. Portadora de diabetes melito tipo 2, apresenta parestesia em MMII.

    Perfi l de compreenso e aceitao da doena: baixo nvel de compre-enso, necessitando de orientao. Aceitao precria (fantasia que a insulina vicia).

    Adeso familiar: baixa.

    Tabela 10.2 Informaes sobre o paciente 2

    Sensibilidade plantar

    Sensibilidade vibratria

    Calo ou deformidade

    Histria de lcera

    Retorno

    Neuropatia sensitiva

    Ausente Anidrose e onicomicose

    Ausente Trimestral

    Observao: orientao em relao ao cuidado com os ps e ao uso de calado adequado. Recomendao de atividades cinesiolgicas quatro vezes ao dia.

    Figura 10.3 Mapa dos ps do paciente 2

    10-Terapira Ocupacional.indd 7110-Terapira Ocupacional.indd 71 6/5/2011 14:02:416/5/2011 14:02:41

  • Consideraes Finais 11

    Os casos de insensibilidade ttil plantar apresentados no Captulo 10, Ficha de Avaliao, foram aferidos no perodo de 12 de maro de 2008 a 15 de outubro de 2008. Os pacientes continuaram sendo reavaliados. Em seis casos no houve retorno da sensibilidade. Todos tiveram uma conjuno de execuo inadequada e/ou insufi ciente do movimento e baixa adeso dieta. Mas podemos considerar de enorme relevncia a necessidade premente de o paciente diabtico aderir, com a maior rapidez e disciplina possveis, modalidade nutricional proposta pelos profi ssionais dessa rea, j que os movimentos auxiliam a melhorar os sintomas parestsicos, mas a diminuio do ndice glicmico que assegura a postergao dos efeitos nefastos do aumento glicmico no organismo do paciente.

    Houve 22 casos de no retorno para reavaliao. Os restantes con-tinuaram com o curso das reavaliaes e, a princpio, transcorreram em um perodo de 12 meses, a contar da primeira avaliao. No total, fo-ram 286 pacientes avaliados nesse perodo, com registros no Hospital Federal Cardoso Fontes no Rio de Janeiro (Figuras 11.1 e 11.2).

    11-Terapira Ocupacional.indd 8911-Terapira Ocupacional.indd 89 6/5/2011 14:03:426/5/2011 14:03:42

  • 90Te

    rapi

    a O

    cupa

    cion

    al: u

    ma

    Con

    trib

    ui

    o ao

    Pac

    ient

    e D

    iab

    tico

    O retorno da sensibilidade plantar transforma a vida do paciente diabtico, com a qualidade de vida se tornando presente de maneira clara e qualifi cvel. Os pacientes melhoram, declaram que esto sen-tindo os ps, que a parestesia diminuiu ou se extinguiu, que sentem mais fi rmeza para andar. Sentem-se mais confi antes. E as reavaliaes com o monofi lamento atestam essa percepo.

    Figura 11.2 Resultados positivos para neuropatias Pacientes reavaliados

    Figura 11.1 Resultados positivos para neuropatias

    11-Terapira Ocupacional.indd 9011-Terapira Ocupacional.indd 90 6/5/2011 14:03:426/5/2011 14:03:42

  • Referncias

    Associao Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais (Abrato). Procedimentos de Terapia Ocupacional. Abrato, 2007 [acessado em 14 de maro de 2011]. Disponvel em: www.crefi to1.org.br/procedimentos_apresentacao.pdf.

    Cremo MA, Thompson RL. A histria secreta da raa humana. So Paulo: Aleph, 2004.De Carlo M, Bartalotti CC. Terapia ocupacional no Brasil. So Paulo: Plexus, 2001.Mello LC. Encontros Nise da Silveira. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009.Pedrosa HC, Nery ES, Sena FV. O desafi o do projeto Salvando o p diabtico. Terapu-

    tica em diabetes. Boletim do Centro BD 1998; 4(19):1-9.Soares LB. Terapia ocupacional: lgica do capital ou do trabalho? So Paulo: Hucitec,

    1991.Souza A, Nery CAS, Marciano LHSC, Garbino JA. Avaliao da neuropatia perifrica:

    correlao entre sensibilidade cutnea dos ps, achados clnicos e eletroneuromio-grfi cos. Acta Fisitrica 2005; 12(3):87-93.

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADAAnderson B. Alongue-se no trabalho. So Paulo: Summus, 1998.Arduno F. Diabetes mellitus. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1980.Asencio A, Blanc Y, Casillas JM, Esnault M, Laassel EM, Mesure S, Plissier J, Penneot

    GF, Plas F, Tardieu C, Viel E. A marcha humana, a corrida e o salto biomecnica, investigaes, normas e disfunes. So Paulo: Manole, 2001.

    Bobath B. Hemiplegia no adulto: avaliao e tratamento. So Paulo: Manole, 1978.Carvalho AFCT. Perguntas e respostas comentadas de terapia ocupacional. Rio de Ja-

    neiro: Rubio, 2007.Carvalho J. Na minha cadeira ou na tua? So Paulo: Editora Terceiro Nome, 2010.

    12-Terapira Ocupacional.indd 9512-Terapira Ocupacional.indd 95 10/5/2011 15:33:4610/5/2011 15:33:46