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Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

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Page 1: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Afecções da coluna vertebral:Escoliose e lombalgia.

Acª Bruna Navarro FischerProf. Rodrigo Montezuma

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Escoliose

Page 3: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Escoliose• Definição: curvatura lateral fixa da coluna vertebral

• Etiopatogenia:

Escoliose idiopática do adolescente (EIA)

Escolioses de causas conhecidas:

- Metabólica (osteoporose juvenil, raquitismo, osteogênese

imperfeita).

- Neuromuscular (paralisia infantil, paralisia cerebral, artrogripose).

- Osteogênica (congênita)

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Escoliose congênita

• Ocorre por malformações das vértebras entre a 6ª e a 8ª semana de gestação.

• Pode haver malformação do canal vertebral (25% dos casos)

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Escoliose congênita

• Classificação:- Falha de formação (hemivértebra)- Falha de segmentação (barra óssea)- Tipo mista - Complexa (malformações múltiplas inclassificáveis)

Page 6: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Escoliose congênita• Hemivértebra com barra óssea contralateral : maior risco de

progressão da curva = pior prognóstico.

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Escoliose neuromuscular• Deformidade da coluna em raio longo e inclinação pélvica.

• Com a progressão da doença, pode haver:-obliquidade pélvica;-descompensação do tronco;-perda da capacidade de andar;-perda da capacidade ventilatória.

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Escoliose idiopática• É a mais comum.

• Classificação quanto à idade:

-Escoliose infantil: nascimento até 3 anos

-Escoliose juvenil: dos 3 aos 10 anos.

-Escoliose idiopática do adolescente: dos 10 anos até o fim

da maturidade óssea.

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Escoliose idiopática infantil

• Mais frequente no sexo masculino.

• Curva torácica convexa à esquerda.

• Em 80-85% dos casos, regride com o crescimento.

• Em 15% necessita de tratamento específico.

Page 10: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Escoliose idiopática juvenil

• Até os 6 anos, incidência masc.= fem.

• Dos 6 aos 10 anos:

-mais frequente nas meninas

-curvas torácicas à direita.

Page 11: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Escoliose idiopática do adolescente

• Mais frequente no sexo feminino.

• Curva torácica convexa à direita.

• Fatores de progressão da curva:

-sexo feminino.

-valor angular alto da curva.

-alto potencial de crescimento.

-curvas torácicas.

Page 12: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Diagnóstico de escoliose• Exame físico:

-Sinal de Adams: assimetria do dorso + proeminência da

musculatura paravertebral de um dos lados.

-Giba costal.

-Teste do prumo: compensação da curva.

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Diagnóstico de escoliose

Triângulo de talhe diminuído

Teste do prumo

Page 14: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Diagnóstico de escoliose

• Exames de imagem:-Rx AP e perfil (coluna vertebral e bacia)

RX de coluna:Magnitude da curva (método de Cobb)LocalizaçãoGrau de rotação vertebral (simetria da posição dos pedículos)Compensação da curvaPresença de anormalidades

RX de bacia:Sinal de Risser.

Page 15: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Diagnóstico de escoliose• RX de coluna:

-Mensuração da curva: Método de Cobb

Page 16: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Diagnóstico de escoliose• RX de bacia:

Sinal de Risser Fases da ossificação da apófise de crescimento da crista ilíaca.

Utilidade: avalia potencial de crescimento ósseo.

• Risser 0, 1 e 2: Grande potencial • Risser 3 e 4: Menor potencial

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Tratamento das escolioses

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Escoliose congênita

1. Observação: Controle radiográfico e acompanhamento dos

demais casos (menos graves e baixa idade).

2. Cirurgia: casos de mau prognóstico (piora da curva,

presença de cifoescolioses)

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Escoliose Neuromuscular

1. Observação no início

2. Coletes: curvas flexíveis acima de 20°.

3. Cirurgia: estabilização e compensação do tronco, correção da

obliquidade pélvica, evitar piora das funções

cardiopulmonares.

Page 20: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Escoliose idiopática

1) Observação periódica.

-Pacientes em fase de crescimento.

-Curvas menores do que 20°.

-RX a cada 4-6 meses: se houver progressão de mais

de 5° na curva, modificar conduta.

Page 21: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Escoliose idiopática2) Tratamento não-cirúrgico (coletes)

-Pacientes em fase de crescimento.

-Curvas entre 20 e 40°.

Uso de colete para evitar a progressão da curva.

-Colete de Milwaukee (CTLS): curvas torácicas com ápice acima de T10.

-Colete de Boston(TLC): curvas com ápice abaixo de T11.

Page 22: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Escoliose idiopática

3) Tratamento cirúrgico.

-Pacientes com algum potencial de crescimento ou com maturidade

óssea

-Curvas acima de 40°.

-Curvas com progressão.

-Comprometimento estético.

-Dor.

Page 23: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Lombalgia

Page 24: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Lombalgias e lombociatalgias

• Lombalgia: dor em uma área entre o último arco costal e a

bacia.

• Lombociatalgia: dor que irradia para a região glútea e para a

face posterior de um ou ambos os membros inferiores.

Page 25: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Lombalgia

• Acomete mais de 80% das pessoas em alguma fase da vida.

• Mulheres, fumantes, pessoas de alta estatura e pessoas de

baixo grau de instrução.

• Aguda: início súbito, de forte intensidade e incapacitante.

• Crônica: episódios repetitivos de dor, que é de média a fraca

intensidade e pouco incapacitante.

Page 26: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Lombalgia

• Etiopatogenia:

-Origem mecânica

-Origem não mecânica

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Origem mecânica

-Mais comuns.

-Diversas causas:

Congênita (barras ósseas, hemivértebras)

Traumática

Tumoral

Infecciosa (osteomielite vertebral, tuberculose vertebral)

Degenerativa (hérnia de disco, espondilolistese)

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Unidade Funcional Espinal

• Menor unidade de movimento da coluna vertebral.

• Segmentos:

Anterior: 2 corpos vertebrais separados por um disco intervertebral.

Posterior: 2 articulações sinoviais zigoapofisárias e ligamentos associados.

Page 29: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

• A causa secundária mais comum de lombalgia e

lombociatalgia é a doença discal degenerativa.

• No jovem, em geral a dor advém de fatores externos que

sobrecarregam a unidade funcional espinal, sem que haja

necessariamente envelhecimento do disco intervertebral ou

artrose.

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• Fatores externos relacionados a lombalgia:Obesidade

Esforço físico

Sedentarismo

Vícios posturais

Tabagismo

Fatores genéticos

Doenças psicossomáticas

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Etapas da doença discal degenerativa

Page 32: Afecções da coluna vertebral: Escoliose e lombalgia. Acª Bruna Navarro Fischer Prof. Rodrigo Montezuma

Doença discal degenerativa

Hérnia de disco L5-S1 Espondilolistese

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Outras causas de lombalgia:

Tumor giganto-celular

Mal de Pott

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Origem não mecânica• Afecções inflamatórias:

Espondilite anquilosanteSíndrome de ReiterEspondilopatia associada a doença de Chron e Retocolite ulcerativa

• Afecções metabólicas:OsteoporoseOsteomalaciaHiperparatireoidismo

• Fibromialgia

• Síndrome miofascial

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Diagnóstico• Anamnese:Dor: fatores de piora, de melhora e localização.

Claudicação neurogênica intermitente de origem vertebral.

Ciatalgia: caracterizar bem a parestesia (qual dedo do pé “formiga” mais?).

Pode haver cruralgia ao invés da ciatalgia (compressões acima de L4).

Doenças pregressas.

Hábitos sociais e sexuais.

Emagrecimento.

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Diagnóstico• Exame físico.

Atitude antálgica.

Limitações dos movimentos do tronco.

Sinal de Lasegue.

Déficits de força muscular e sensibilidade no trajeto da raiz nervosa

comprometida.

Alterações esfincterianas (Sd. da cauda equina).

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Sinais e sintomas de alerta

• Paciente com mais de 50 anos com febre, dor maior no período

noturno, emagrecimento: pensar em tumor ou infecção.

• Paciente com trauma tipo queda, mesmo não grave: pensar em

fratura de vértebra.

• Paciente jovem com dor lombar ou disfunção da bexiga e anestesia

em sela, perda de controle esfincteriano: pensar em Síndrome da

cauda equina.

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Diagnóstico por imagem

• Na presença de dor lombar:

RX AP e perfil: pode mostrar artrose, imagens de

comprometimento ósseo (líticas, expansivas), fraturas, etc.

TC: imagens muito boas da parte óssea.

RNM: avaliação de partes moles (hérnia de disco, avaliação do

conteúdo do canal vertebral).

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Diagnóstico laboratorial

• Hemograma

• VHS

• Eletroforese de proteínas

• Fosfatase alcalina

• Cálcio e fósforo séricos

• Antígeno prostático específico (PSA)

• Mielograma

Auxiliam no diagnóstico de tumores ósseos.

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Tratamento

• Primeiro tipo: não-cirúrgico

1. Repouso: decúbito dorsal com quadris e joelhos fletidos por 2 a 6 dias.

2. Analgesia: analgésicos, AINEs, glicocorticóides, antidepressivos.

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Tratamento

• Não-cirúrgico

3. Reabilitação física:

DOR AGUDA:

Calor local ( USG, ondas curtas, TENS)

Gelo

Acupuntura

Órteses – apenas por curto período de tempo, pois causa

hipotonia muscular.

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Tratamento

• Não-cirúrgico3. Reabilitação física:

DOR CRÔNICA:

Início de exercícios físicos.

Direcionado para a afecção base (tumor, infecção, etc)

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Tratamento

• Cirúrgico:

Indicação:

Recomendado quando o tratamento conservador não surte efeito;

Instabilidades vertebrais (espondilolistese);

Afecções com compressão radicular intensa (hérnia de disco).

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A cirurgia

• Depende da causa da lombalgia.

• Artrodese vertebral: fusão das vértebras acometidas, com

enxerto ósseo autógeno (osso ilíaco).

• Na hérnia de disco, realiza-se a laminectomia do segmento

acometido e retirada do núcleo pulposo que comprime a raiz

nervosa.

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Bibliografia

• Ortopedia e Traumatologia: conceitos básicos , diagnóstico e tratamento; Avanzi, Camargo, Mercadante e Miyazaki.(2a edição)