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0 INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO ELVIRA DAYRELL ESCOLIOSE E PREVENÇÃO DE PROBLEMAS POSTURAIS VIRGINÓPOLIS, 2006

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO ELVIRA DAYRELL

ESCOLIOSE E PREVENÇÃO DE PROBLEMAS POSTURAIS

VIRGINÓPOLIS, 2006

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ALBERT RODRIGUES FERREIRA

ESCOLIOSE E PREVENÇÃO DE PROBLEMAS POSTURAIS

Trabalho apresentado a faculdade de

Educação Física do INSTITUTO

SUPERIOR DE EDUCAÇÃO – ISEED

como requisito para obtenção do título de

licenciatura sob orientação da Prof. (a)

Priscila Maria Mesquita de Miranda.

VIRGINÓPOLIS, 2006

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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO....................................................................................................10

II. JUSTIFICATIVA................................................................................................11

III. OBJETIVO GERAL..........................................................................................13

IV. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................14

V. CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS..................................................................15 VI. POSTURA........................................................................................................20

VII. ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCOLIOSE.................................................24

VIII. ESCOLIOSE...................................................................................................25

IX. AMBIENTE ESCOLAR E POSTURA..............................................................30

X. EDUCAÇÃO POSTURAL NA PREVENÇÃO DA ESCOLIOSE.......................33

XI. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................39

XII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................40

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I. INTRODUÇÃO

A postura de escolares precisa de maior atenção por parte dos órgãos

governamentais e dos próprios profissionais ligados à área de Saúde, Educadores

e Professores de Educação Física sendo este capaz de elaborar, conduzir e

produzir nos seus alunos a importância de adequar uma boa postura, podendo

assim ter um grau mais elevado de saúde a través de medidas preventivas, além

de que, nesta faixa etária, os indivíduos em geral não apresentam nenhum

sintoma, a não ser o desequilíbrio postural.

Em estudo realizado por MARTELI e TRAEBERT (2006) a escoliose

apresentou 7,4% dos casos em escolares de Tangará-SC. JASSI e PESTRE

(2004) encontram 24,3% de escoliose em 169 escolares de Adamantina-SP.

Foram realizados alguns estudos sobre a prevalência da escoliose em

países como Argentina e Grécia nos quais os resultados não chegaram a 2%,

enquanto que no Brasil, ouve uma prevalência de 7,32%, sendo este numero

consideravelmente elevado em nosso país. (MANGUEIRA, 2004)

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II. JUSTIFICATIVA

Segundo WEISS (2006) a assimetria do tronco é comum em adolescentes

podendo ser considerada a expressão clínica da escoliose, que afeta de 3000 a

5000 adolescentes em uma população de 100.000 pessoas.

De acordo com PAOLA et al (2005) problemas físicos podem acometer

crianças e adolescentes tendo início na fase de crescimento tornando fator de

risco para a coluna vertebral na fase adulta, visto que alterações posturais são

distúrbios anátomo-fisiológicos que se manifestam geralmente nesta fase.

Nos dias atuais, problemas posturais tem sido considerados um sério

problema de saúde pública atingindo uma alta incidência na população

economicamente ativa, incapacitando-a temporária ou definitivamente para

atividades profissionais. (BRACCIALLI e VILLARTA, 2000)

Segundo MANGUEIRA (2004), encontra-se um grande número de pessoas

adultas ou idosas que procuram as unidades de saúde com queixas freqüentes de

dores nas costas, ocasionando um grande consumo de medicamentos, ausência

no trabalho e principalmente impossibilitando as pessoas de realizarem atividades

essenciais da vida diária, daí a grande necessidade de investir na prevenção de

problemas posturais preferencialmente na infância ou adolescência a fim de

promover uma melhoria na qualidade de vida destes principalmente quando

alcançarem a idade adulta e a velhice.

Um estudo realizado nos EUA revelou que numa população de 20 milhões

de incapacitados 8,4 milhões dos casos eram relacionados a coluna. (BRACCIALI

e VILLARTA, 2000)

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A escoliose trata-se de uma patologia séria, que se desenvolve

principalmente nas fases de crescimento, portanto deve-se realizar programas

preventivos, que se tornam necessários para minimizar problemas posturais

principalmente em crianças e adolescentes. Em estudo realizado em escolares de

10 a 16 anos de uma escola pública de Tangará/SP constatou-se 23,8% de

escoliose. (MARTELLI e TRAEBERT, 2006) Em Adamantina/SP foi encontrado

24,3% de escoliose em escolares da 1ª a 6ª series do ensino fundamental. (JASSI

e PESTRE, 2004) PAOLA et al (2005) realizou um estudo com 143 escolares de

Jequié/BA onde foi encontrado 49,7% de casos suspeitos de escoliose com maior

prevalência no sexo feminino.

Observou-se também em alguns estudos que a prevalência da escoliose

em países como Argentina, e Grécia não chegaram a 2%, enquanto que no Brasil,

ouve uma prevalência de 7,32%, tendo assim uma prevalência de escoliose

consideravelmente elevada. (MANGUEIRA apud VERNENGO, 2004)

Visto estes números torna-se necessário que o Educador Físico inclua em

seus conteúdos programáticos temas ligados à área de educação postural devido

a grande problemática da mesma nas escolas.

Considerando que as crianças permanecem por longos períodos de tempo

nas instituições escolares e que estas podem não apresentar condições

ergonômicas adequadas, é fundamental realizar estudos sobre alterações

posturais, sobretudo na coluna vertebral por entender que as mesmas podem

gerar agravos no futuro, além do elevado número de adultos incapacitados para

uma vida social ativa por problemas nesse segmento.

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III. OBJETIVO GERAL

Fazer uma pesquisa bibliográfica em artigos nacionais e internacionais,

trabalhos de conclusão de curso e livros relacionados ao tema. Demonstrar

maneiras de prevenir problemas posturais, principalmente a escoliose que afeta

grande parte da população brasileira e que se desenvolve principalmente na

infância e adolescência fase onde estas se encontram a maioria do tempo na

escola.

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IV. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conscientizar o educador da interferência dos desvios posturais.

Aprimorar conhecimentos.

Conscientizar a comunidade escolar sobre as possíveis conseqüências da

aquisição de hábitos posturais inadequados.

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V. CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

As afecções na coluna não são problemas recentes, desde 5.000 anos

atrás existem relatos dos antigos egípcios sobre o assunto, no ano de 1.600 d.C.

era a maior preocupação do fundador da medicina ocupacional, Bernardino

Ramazzini. (BRACIALLI e VILARTA, 2000)

De acordo com HEBERT e XAVIER (2003) a coluna vertebral constitui um

eixo ósseo que oferece sustentação, resistência e a flexibilidade necessária à

movimentação do tronco, além de alojar, em seu interior, a medula espinhal.

(TEODORI, et al 2004). Formada por 33 vértebras, sendo 7 cervicais, 12

torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígenas, interpostas por discos

intervertebrais. Vista no plano frontal a coluna é reta, mas apresenta curvaturas

fisiológicas, denominadas lordose cervical e lombar e a cifose torácica e sacral,

quando vista lateralmente, fundamentais para a manutenção da postura ereta.

A Academia Americana de Ortopedia define a postura como o estado de

equilíbrio entre músculos e ossos com capacidade para proteger as demais

estruturas do corpo humano seja na posição sentada, de pé ou deitada.

(BRACCIALLI e VILARTA, 2000)

Segundo Kendal (1998) um alinhamento defeituoso resulta em sobrecarga

e tensão indevida sobre ossos, articulações e músculos provocando

alongamentos. (CARVALHO, 2003)

“A palavra escoliose é originária da palavra grega que significa curvatura,

utilizada na medicina para denominar qualquer curvatura lateral da coluna

vertebral.” (HEBERT e XAVIER, 2003) A escoliose é uma das alterações mais

graves da coluna vertebral, que pode causar dor, deformidade e limitação

funcional.

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As escolioses podem ser classificadas em dois grandes grupos: funcionais

(não estruturais), morfológicas (estruturais). As escolioses funcionais é reversível

podendo ser alterada com inclinação para à frente ou para o lado, além disso, ela

geralmente não progride e não apresenta rotação vertebral, porém, presente

durante longo tempo em uma criança com menos de 10 anos ela pode

desenvolver características morfológicas. Já a morfológica é irreversível com

desvio lateral, alterações anatômicas e rotação fixa das vértebras no sentido da

convexidade das curvas. (KISNER e COLBY, 1998)

A coluna vertebral apresenta uma combinação marcante de qualidades

estruturais, tornando um mecanismo altamente versátil, fornecendo: suporte

adequado para o corpo, alto grau de flexibilidade, além de proteção para a

medula espinhal que se localiza no interior do canal vertebral. (JACOB, 1990)

Para desempenhar este papel a coluna apresenta características próprias

sendo constituída por 33 peças esqueléticas, as vértebras. Estas estão colocadas

umas sobre as outras no sentido longitudinal, estendendo-se pela nuca, tórax,

abdômen e pelve. Ela é dividida em partes onde são sete vértebras cervicais,

doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e quatro coccígenas sendo estas

fundidas, denominada sacro, o alicerce da pelve. (DÂNGELO FATTINI, 2005)

A relação direta da coluna vertebral com os membros inferiores é feita

através da cintura pélvica, e com a cabeça e com os membros superiores, por

meio de cintura escapular. A existência de alterações funcionais, estruturais, ou

ambas, reflete diretamente sobre a postura provocando alterações anatômicas e,

posteriormente posturais. (LAMOTE apud LIANZA, 2003)

No embrião a coluna vertebral mostra uma única curva em forma de C,

após o nascimento e a partir do momento em que a criança começa a manter a

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postura da cabeça ereta e a sua movimentação pela musculatura do pescoço

surge a curvatura primária, com concavidade posterior. O mesmo ocorre na

região lombar a partir do momento em que a criança começa a levantar e a andar

sendo resultado de adaptação de forças da carga e locomoção, logo o segmento

lombar da coluna do adulto é côncavo. Deste modo, duas curvaturas são

mantidas a primaria (torácica e sacral), que mantêm as curvaturas na direção

primaria do feto, em contrapartida as curvaturas cervical e lombar sendo

classificadas como secundárias ou compensatórias. (DÂNGELO FATTINI,

2005)

Embora seja possível descrever características básicas para cada vértebra

de cada uma das porções dos seguimentos todas elas possuem a estrutura em

comum aumentando de tamanho entre a região cervical e a região lombar,

basicamente por suportar mais peso na região inferior da coluna. As vértebras C2

a L5 (vértebras clássicas) possuem estruturas parecidas dividas em: corpo,

forame vertebral, processo transverso e um processo espinhoso. (FLOYD

THOMPSON, 2002) As vértebras C1 e C2 são classificadas de altamente

especializadas, tendo características diferenciadas e exercem grande

movimentação em todos os planos. (RASCH et al, 1991) As vértebras articulam-

se umas com as outras com dois tipos de articulações cartigíneas e sinoviais que

geram rigidez e flexibilidade a coluna, qualidades necessárias ao suporte de peso,

movimentação do tronco e ajuste de equilíbrio e postura. As articulações são

feitas a níveis dos corpos vertebrais através dos discos intervertebrais. Os

ligamentos e músculos são auxiliares na manutenção do alinhamento das

vértebras. (DÂNGELO FATTINI, 2005)

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A cada dois pares de vértebras temos os discos intervertebrais,

responsáveis por aproximadamente um quarto do crescimento vertebral, sendo a

sua desidratação responsável pela perda de altura na idade senil. Estes

promovem a união, alinhamento e certa mobilidade de vértebras vizinhas, são

formados por cartilagens e atuam como amortecedores de forças de tração

muscular, gravidade e carga diminuindo assim possíveis fraturas ou até mesmo

esmagamento das vértebras, além de reduzir a vibração e a pressão transmitida

ao cérebro. Os discos mais espessos encontram-se na região lombar sendo os

mais eficazes na absorção de impactos. (JACOB, 1990)

Cada disco intervertebral apresenta duas partes: uma periférica, o anel

fibroso, formado por anéis concêntricos mais fibrosos que cartilaginoso circundam

uma parte central; o núcleo pulposo que mais cartilaginoso que pulposo, com

característica elástica atua como amortecedor dos choques de compressão a que

é sujeito. (DÂNGELO FATTINI, 2005)

A sustentação ligamentosa da coluna é feita por seis estruturas.O

ligamento longitudinal anterior que segue do áxis ao sacro ao longo das faces

anteriores dos corpos das vértebras. O ligamento longitudinal posterior também

segue do áxis ao sacro, mas ao longo das faces posteriores dos corpos dentro do

forame vertebral. Os ligamentos amarelos que conectam as lâminas de vértebras

contíguas em toda a extensão do forame vertebral, formado por tecido elástico

amarelo. Ligamento supra-espinhal que conecta as pontas dos processos

espinhosos da C7 ao sacro, sendo um forte cordão fibroso. Ligamento da nuca

localizado acima da C7 e formado por uma membrana fibroelástica. Ligamento

interespinhal conecta processos espinhosos adjacentes.

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Os músculos que atuam na coluna podem ser divididos em duas

categorias, anterior e posterior. Ambas categorias existem em pares bilaterais,

embora funcionam de maneira independente estes músculos anteriores causam

flexão da coluna enquanto os da categoria posterior são responsáveis pela

extensão. (RASCH et al, 1991)

A estabilização da coluna e fornecida pelas musculaturas intrínseca e

extrínseca. A musculatura intrínseca é profunda, sendo dividida em três grupos

principais: os espinhotransversais, que se originam na meia-linha e direcionados

proximal e lateralmente até os processos transversos; os transversocostais ou

espinhoespinhais é direcionado longitudinalmente, de costela a costela, de

processos transversos a costelas ou de um processo espinhoso a outro; o outro

grupo são os multífidos, os semi-espinhas e os rotadores, que se originam nos

processos transversos e se inserem nos processos espinhosos em direção

superior e medial. Além dos pequenos músculos que ligam vértebra a vértebra, os

interespinhais e os intertransversais. Encontra-se também os músculos profundos

que são o epi-espinhal, o inter-espinhal, o inter-transversal e sobretudo

tranvsverso-espinhal. (DEISE apud SIZINIO, 2003)

A musculatura extrínseca se refere ao trapézio e ao latíssimo dorsal, o

elevador da escapula, os romboides e os músculos estabilizadores do ombro,

como o serrátil. Destaca-se também o quadrado lombar e o iliopsoas que se

originam dos processos transversos e inserem respectivamente na crista ilíaca

posterior do trocânter menor do fêmur.

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VI. POSTURA

Nos dias atuais problemas posturais têm sido considerados um sério

problema de saúde pública, pois atingem uma alta incidência na população

economicamente ativa, incapacitando temporariamente ou definitivamente para

atividades profissionais, visto que uma boa postura protege o organismo de

lesões e nos permite executar todos movimentos fisiológicos sem restrições ou

desconforto. (JASSI e PASTRE, 2004)

A Academia Americana de Ortopedia define a postura como o estado de

equilíbrio entre músculos e ossos com capacidade para proteger as demais

estruturas do corpo humano seja na posição sentada, de pé ou deitada.

(BRACCIALLI e VILARTA, 2000) De acordo com Lianza, 1982 a boa postura é

aquela que preenche todas as necessidades mecânicas do aparelho locomotor

permitindo que o indivíduo mantenha a posição ereta com esforço mínimo da

musculatura. (LAMOTTE, 2003) Carneiro, 1997 conceitua postura como o

alinhamento, balanceamento e grau de amplitude de movimento fisiológico e

individual entre ossos, músculos, nervos, fáscias, vasos sanguíneos e órgãos

sistêmicos, proporcionando níveis de função e contração muscular ideais, fazendo

com que diminua os gastos energéticos e a fadiga tendo assim um melhor

rendimento. O padrão postural ideal é apresentado como aquele que exige do

indivíduo um mínimo gasto energético e permite uma máxima eficiência corporal.

(CARNEIRO e ANDRADE, 2001)

A manutenção da postura humana requer coordenação contínua, entre o

sistema nervoso central e o sistema esquelético-muscular. Onde qualquer dano

em um desses componentes resultam em desequilíbrios posturais. (HAWES e

O'BRIEN 2006)

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Entende-se como desequilíbrio postural a desordem do sistema músculo

esquelético, onde o organismo se reorganiza em compensação, procurando uma

resposta adaptativa a esta desarmonia. (JASSI e PASTRE, 2004)

A má postura é um hábito adquirido na infância, podendo acarretar

problemas físicos que constituem fatores de risco para as disfunções da coluna

vertebral que podem ser irreversíveis na fase adulta. (VERDERI, 2005)

Existem diversos fatores que afetam e causam a má postura sendo estes

posturais ou posicionais e estruturais. As causas posturais são na maioria das

vezes devido a maus hábitos posturais, desequilíbrios musculares, dores,

condições respiratórias, excesso de peso, perda de propriocepção, entre outros.

Os fatores estruturais são resultantes de anomalias congênitas, problemas de

desenvolvimento, trauma ou doença; envolvendo principalmente alterações nos

ossos. (MAGEE, 2002)

Deve-se destacar ainda os efeitos que a força da gravidade exerce na

postura humana: indivíduos são de manhã tanto quanto 25 mm mais alto que à

noite, sendo resultado de forças compressivas recebida durante o dia. (HAWES e

O'BRIEN 2006)

Segundo Kendall et al 1995, na postura padrão a coluna apresenta

curvaturas normais e os ossos dos membros inferiores ficam em alinhamento

ideal para sustentação de peso. A pelve fica em posição neutra conduzindo o bom

alinhamento do abdome, do tronco e dos membros inferiores. O tórax e a coluna

ficam em uma posição que favorece a função dos órgãos respiratórios. A cabeça

fica em posição ereta e equilibrada que minimiza a sobrecarga sobre a

musculatura cervical. (JASSI e PASTRE, 2004) Tendo alterações nessas

posições caracterizam-se os desvios posturais que ocorrem nos diversos

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seguimentos do corpo humano tento que observar os seguintes pontos durante as

avaliações:

Na vista anterior os desvios são: rotação e inclinação da cabeça e pescoço,

elevação e depressão dos ombros, mamilos desalinhados, assimetria no

Triangulo de Tales nos braços, obliqüidade da pelve no plano frontal, rotação

interna e externa do quadril, geno valgo ou varo nos joelhos, pronação e

supinação excessiva da subtalar no tornozelo. Visto de perfil as alterações são:

hiperlordose ou retificação cervical na cabeça e pescoço, protusão ou retração do

ombro, hipercifose ou retificação torácica na coluna torácica, hiperlordose ou

retificação lombar na coluna lombar, anteversão ou retroversão pélvica na pelve,

geno recurvatum ou geno flexo nos joelhos, flexão plantar ou dorsiflexão nos

tornozelos. Posteriormente são encontrados os seguintes desvios: inclinação e

rotação da cabeça, ombros deprimidos ou elevados, escapulas aladas, abduzidas

ou aduzidas, desvios laterais na coluna torácica, assimetria do Triangulo de Tales

nos braços, desvios laterais da coluna lombar, obliqüidade no plano frontal na

pelve, Geno varo ou valgo nos joelhos e tornozelos pronados, supinados da

subtalar. (CARNEIRO e ANDRADE, 2001)

As alterações posturais podem nos trazer algumas conseqüências como:

processos inflamatórios e degenerativos, alterações morfológicas, hipercifose;

Hiperlordose lombar; HIperlordose cervical; Escápulas abduzidas; Deformidades

nos membros inferiores; Alterações da força muscular:; Retrações músculo

tendinosas; Alterações tróficas; Alterações funcionais; Alterações

temporomandibulares.

Considerando que as crianças permanecem por um longo período de

tempo nas instituições escolares e que estas podem não apresentar condições

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ergonômicas adequadas, torna-se importante realizar estudos relacionados a

alterações posturais de escolares. (JASSI e PASTRE, 2004)

Ao relacionar o ambiente escolar e postura percebe-se que os problemas

estão diretamente ligados a dificuldades ergonômicas ligadas ao transporte do

material escolar, arquitetura desfavorável do imóvel, disposição e proporções

desfavoráveis do imóvel, podendo ser responsáveis pela aquisição ou

agravamentos de hábitos posturais inadequados. (BRACCIALLI e VILARTA,

2000)

Contudo a implantação de programas de conscientização para pais e

professores, métodos ergonômicos adequadas e mais cuidados com a saúde dos

acometidos pelos desvios posturais são necessários para a prevenção de

problemas futuros relacionados a postura. (JASSI e PASTRE, 2004)

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VII. ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCOLIOSE A palavra escoliose é originária da palavra grega que significa curvatura,

sendo usada em medicina para determinar qualquer curvatura lateral da coluna

vertebral. (HERBERT et al, 2003)

Hipócrates (1460-1375 a.C.) foi o primeiro a fazer citações sobre as

escolioses no livro De Articulationes, do Corpus Hippocratum, mencionando

aspectos clínicos e formas de tratamento em trações. (HERBERT et al, 2003)

Nicolas Andry (1958-1742) escreveu o primeiro livro sobre o sistema

musculoesqueletico, chamado L’ Orthopedie, onde sugeria erros posturais e

imbalanço muscular eram os principais formadores de deformidades vertebrais,

tendo proposto orientações posturais, exercícios e aparelhos de suporte para sua

correção e manutenção. (HERBERT et al, 2003)

Uma grande evolução no tratamento das deformidades vertebrais ocorreu

com a descoberta dos raios-X, em 1895, por Wilhelm Konrad Roentgen, professor

de física em Strassburg. (HERBERT et al, 2003)

A grande evolução nos conhecimentos sobre as escolioses ocorreu com a

fundação da Scoliosis Research Society, em Minneapolis, Minesota, EUA, em

1966.

No Brasil, o primeiro curso sobre escoliose foi realizado no Hospital das

clínicas de São Paulo na década de 50. Em 1967 ocorreu o primeiro Congresso

Brasileiro de Ortopedia em Belo Horizonte onde um dos principais temas foi a

Cirurgias nas Escolioses. Nos dias atuais vários centros vem-se destacando no

ensino e no tratamento das escolioses. (HERBERT et al, 2003)

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VIII. ESCOLIOSE

WEISS et al 2006 define escoliose como uma curvatura lateral da coluna,

apresentando rotação das vértebras juntamente com perturbação do perfil da

mesma no plano sagital. LAMOTTE, 2003 cita HERBERT cols, 1998 que

definem a escoliose como uma condição potencialmente progressiva que afeta

crianças durante sua fase de crescimento. Caracteriza-se pelo encurvamento

lateral não fisiológico em relação a linha mediana acompanhado da rotação dos

corpos vertebrais no sentido ao lado convexo da curva.

A escoliose vista como uma curvatura da coluna, pode se desenvolver em

qualquer indivíduo desde a infância a idade senil. Em alguns indivíduos ela

progride de forma tridimensional causando desordens posturais. A postura

humana requer coordenação contínua, precisa entre o sistema nervoso central

(CNS) e uma ordem complexa de ossos, músculos, cartilagens. Logo, qualquer

doença, dano que irá afetar um desses componentes podem resultar no

desenvolvimento da escoliose. Como exemplo observa-se a má postura ou ainda

os danos no CNS que resultam em paralisia cerebral, poliomielite, entre outros.

Também se observa outros exemplos como discrepância de membros inferiores,

danos traumáticos. Fatores psicológicos podem causar espasmos nos músculos

posteriores sendo também uma possível causa de escolioses. Em crianças ou

jovens a flexibilidade dos discos intervertebrais, além da imaturidade que

possuem ou em resposta a lesões dolorosas pode resultar em um alto grau de

escoliose. (HAWES e BRIEN 2006)

A escoliose pode ser classificada segundo sua etiologia em não estrutural e

estrutural. A escoliose não estrutural é corrigida facilmente se determinada a

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causa, pois não possuem anormalidades estruturais servindo como compensação

para uma deformidade primária de outro local. Sendo causada por má postura,

histeria, irritação de raiz nervosa, inflamação na região da coluna, discrepância de

comprimento de membros, ou contratura do quadril. (MAGEE, 2002) A escoliose

estrutural apresenta anormalidade nas estruturas da coluna ou em tecidos

adjacentes, onde os corpos vertebrais rotam para a convexidade da curva

tornando assim deformados, ela pode ser idiopática, neuromuscular e

osteopática. A escoliose idiopática é uma enfermidade crônica estrutural da

coluna caracterizada por curvatura lateral e rotação vertebral de uma série de

vértebras da linha mediana da coluna sua etiologia ainda é desconhecido sendo

mais comum em adolescentes principalmente do sexo feminino. (KREPIA et al,

2006) Segundo COILLARD e RIVARD, 1996 a escoliose idiopática é responsável

por cerca de 80% de todos os tipos de escoliose e a curva tende a aumentar até a

cessação do crescimento esquelético, sendo pior nas regiões torácicas, devido

rotação da caixa torácica tendo assim efeito na respiração. (SOUZA, 2003)

A escoliose congênita é causada por malformações como: defeitos de

formação devido a ausência parcial ou total de vértebras, ou defeitos de

seguimento como barras ósseas podendo ocorrer simultaneamente. Estas

malformações podem causar assimetrias durante o desenvolvimento do indivíduo

formando assim deformidades na coluna. Além dessas malformações existem

ainda a má formação de órgãos como cardíaco, renais que também estão ligados

a defeitos vertebrais. (TOMAS e WALSH, 2006)

As escolioses neuromuscular são mais freqüentes em indivíduos com

doenças neuromusculares, principalmente aqueles que não conseguem andar,

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devido a gravidade da doença, sendo a correção cirúrgica mais indicada nesses

casos. (TOMAS e WALSH, 2006)

Pode-se classificar as escoliose de acordo com o aspecto da curvatura,

que podem ser em C (existe apenas um desvio lateral) ou em S (existem duas

curvaturas de direções opostas) que envolvem a coluna torácica, lombar, ou

ambas.(HALL, 2000)

BRADFORD cols, 1994 reconhecem ainda dois tipos de escoliose: móvel

e fixa. Na móvel não há anormalidade estrutural, as vértebras não sofrem rotação

e a curva é reversível. Existem três variedades de escoliose móvel: a postural, a

compensatória e a causada por radiculopatia. A escoliose postural é comum

especialmente em mulheres adolescentes; a curvatura é suave, usualmente

convexa para a esquerda; a escoliose compensatória é causada, pela existência

de uma perna mais curta que a outra e báscula pélvica, devido a contratura dos

músculos dos quadris, em abdução ou adução; a escoliose causada por

radiculopatia pode ser acompanhada de báscula ou inclinação lateral.

(LAMONETE 2003)

Existem várias classificações das escolioses podendo ser de acordo com a

localização, angulação e de acordo com a idade de aparição. Sendo a última de

mais importância na apresentação deste estudo.

A escoliose infantil aparece entre o nascimento e os três anos de idade,

desaparecendo na maioria dos casos de forma espontânea, afeta mais meninos

tendo mais freqüência a convexidade torácica esquerda.

A escoliose juvenil surge entre quatro e dez anos de idade, na maioria dos

casos é dorsal com convexidade direita e muito flexível. É preciso vigia-la ao

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aproximar-se da puberdade porque pode progredir muito rapidamente ao nível

lombar e tóraco-lombar.

Já a escoliose do adolescente desenvolve-se depois dos dez anos e antes

da maturação óssea, sendo a forma mais freqüente de escoliose, afeta

principalmente meninas, cerca de 80% dos casos. Pode progredir rapidamente

entre os doze e os dezesseis anos, podendo aparecer alterações degenerativas

no futuro. (SOUZA 2003 apud RICARD, 1999)

Segundo CARNEIRO e ANDRADE, 2001 as escolioses têm como

características:

Envolvem sempre um grupo de três ou mais vértebras.

A deformidade da vértebra segue o padrão da mecânica neutra,

significando dizer que as vértebras acometidas encontram-se inclinadas

para um lado e rodadas para o lado oposto. No lado que as vértebras

sofrem inclinação forma-se a concavidade da curva, enquanto no lado para

o qual as vértebras sofrem rotação forma-se uma gibosidade perceptível ao

exame. A gibosidade deve ser entendida como uma proeminência formada

pelos músculos paravertebrais e costelas quando esses são forçados pelos

processos transversos posteriorizados.

As vértebras acometidas apresentam restrição de movimentos

principalmente nos planos frontal e transverso.

O tratamento da escoliose é feito através da medida em graus das curvas

da coluna, onde as curvas que medem 25º ou menos em um individuo em fase de

crescimento ainda não é considerada uma curva severa. Para estes pacientes a

monitoração da coluna deve ser regular, sendo recomendada a cada 4 ou 6

meses, para assegurar que as curvas não estão progredindo. Já as curvas que

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progridem rapidamente ou são maiores que 30º requerem tratamento

especializado principalmente em crianças. O tratamento cirúrgico é indicado após

o uso de todas as técnicas, onde duas ou mais vértebras são fundidas a fim de

corrigir as curvas anormais e estabilizar a coluna. (TOMAS e WALSH, 2006)

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IX. AMBIENTE ESCOLAR E POSTURA

A coluna sofre grande pressão quando permanecemos em posições

inadequadas em um longo período de tempo, o que pode resultar em músculos e

ligamentos tensos, dolorosos, além das alterações emocionais que provocam na

maioria das vezes os desequilíbrios musculares. (VERDERI, 2005)

Ao considerar que crianças e adolescentes ficam cerca de quatro a seis

horas no ambiente escolar, cabe discutir alguns problemas que afetam este

ambiente e estão relacionados ao desenvolvimento de problemas posturais. Entre

os problemas temos como exemplo: dificuldades ergonômicas, transporte do

material escolar, arquitetura desfavorável do imóvel, mobiliário inadequado.

Ao avaliar o ambiente em que as aulas são realizadas e relaciona-lo com a

ergonomia sendo esta inadequada aos escolares em fase de crescimento e

desenvolvimento que tentem a apresentar alterações posturais. (MARTELLI e

TRAEBERT, 2006) Em relação as cadeiras, (exceto as ajustáveis, pois e difícil

encontrar um estabelecimento ou escola que possua este tipo de cadeira), ao

sentar o encosto deveria estar apoiado a região intermediaria entre a coluna

torácica e a lombar. BRACIALLI E VILLARTA (2000) cita REALI (1984) onde a

autora em seu estudo encontrou apenas 5% das cadeiras adequadas em relação

a altura do assento. Os tipos das carteiras utilizadas, na maioria das escolas são

inadequados para a utilização continua causando incômodos, dores e

machucados favorecendo o desenvolvimento de uma postura inadequada.

CASAROTTO (1993) também citado por BRACIALLI e VILLARTA (2000)

mensurou 400 crianças que freqüentavam escolas publicas. E conclui no seu

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estudo que: o assento da cadeira era demasiadamente alto para as medidas

encontradas nas crianças; a altura da mesa encontrava-se elevada.

Outro problema encontrado nas escolas são as mochilas, seja de fixação

dorsal ou escapular, pois estas podem apresentar um conjunto de alterações

posturais, criando condições significavas que afetam as estruturas músculo-

esqueléticas, pois a descarga unilateral de peso sustentada por um longo período

de tempo gera desequilíbrios na musculatura escapular e cervical, ocasionando

em compressões nervosas e principalmente escolioses na região torácica.

NÚÑEZ e VAZQUEZ (1998) em um estudo com 2000 escolares observaram que

99% deles conduziam sue material numa pasta e apenas 1% em mochila, que de

acordo com os autores seria o mais correto. (MANGUEIRA, 2004) NOONE et al

(2003) argumenta que as crianças deveriam ser encorajadas a usarem mochilas

com fixação nas costas que são menos prejudiciais do que as transportadas em

uma das mãos ou ombros, não podendo ultrapassar 10% do peso corporal da

criança ou adolescentes. (BRACIALLI e VILLARTA, 2000)

Contudo ao analisar o ambiente físico da escola em relação à luminosidade

espaço e demandas acadêmicas RITTY, SOLAN e COLL (1993) citado por

BRACIALLI e VILLARTA, (2000) descreveram da seguinte forma:

“...existe uma homogeneidade nos parâmetros físicos de cada unidade. As classes apresentam aproximadamente o mesmo tamanho e o mesmo formato retangular com carteiras e materiais similares. As carteiras dos estudantes eram tipicamente arrumadas em quatro ou cinco fileiras e a mesa do professor colocada centralizada ou em um dos lados, ou, à frente juntamente com a lousa e as janelas dispostas na parede posterior ou na lateral. Existe uma reduzida luminosidade na frente da sala, inferior aos níveis necessários para manter uma acuidade de desempenho satisfatória. Os alunos com dificuldades auditivas, visuais, de aprendizagem ou de comportamento, invariavelmente,

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eram colocados, pelos professores, nas carteiras da frente. Em relação ao conteúdo programático existe uma homogeneidade onde a maioria das tarefas em sala requeriam a sustentação da postura sentada e de concentração por longos períodos...”

Contudo os desajustes ergonômicos fazem com que surgem alterações e

que se fixam pela ação muscular resultando em exageros de curvas e

deslocamentos laterais (escolioses), podendo levar ao desenvolvimento de

processos degenerativos na coluna vertebral, dessa forma se torna importante a

implantação de programas de conscientização para pais e professores sobre

métodos ergonômicos de prevenção, podendo evitar possíveis transtornos na vida

adulta.

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X. EDUCAÇÃO POSTURAL NA PREVENÇÃO DA ESCOLIOSE

Em decorrência da inadequada ergonomia escolar, os escolares em fase

de crescimento tendem a apresentar alterações posturais após alguns anos de

freqüência a escola, sendo importantes a realização de campanhas de promoção

de saúde que objetivam a adoção de estilos de vida e posturas mais saudáveis,

incluindo a prevenção e o tratamento das alterações posturais. (MARTELLI e

TRAEBERT, 2006)

Ao considerar que a escola seja o local para iniciar um tipo de trabalho, se

faz necessário a ação conjunta entre educadores, funcionários, alunos, pais,

profissionais da área de saúde e do governo, partindo de ações planejadas onde

deve-se estruturar etapas e estabelecer metas a serem atingidas a curto,médio e

longo prazo, podendo desta maneira obter sucesso na prevenção de desvios

posturais. Estes trabalhos poderiam iniciar-se através de um trabalho de

conscientização dos profissionais da educação em relação aos fatores que

possam vir a interferir no desenvolvimento normal da postura da criança e do

adolescente através dos meios de prevenção. Dessa maneira BRACIALLI e

VILLARTA (2000) sugerem que:

“seria necessário oferecer a esses profissionais da educação conhecimentos teóricos e práticos sobre a importância da boa estimulação do corpo e de hábitos posturais adequados no processo de aprendizagem. Estes conhecimentos, inicialmente, poderiam ser transmitidos por meio de cursos de aperfeiçoamento ou atualizações. A médio e longo prazo poderia estudar-se a possibilidade de uma reestruturação no conteúdo programático de algumas disciplinas, já existentes, nos cursos de graduação de educação física, pedagogia e fisioterapia, incluindo discussões de questões relevantes relacionadas ao tema postura...”

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A educação física é um conteúdo capaz de melhorar o nível de consciência

corporal, logo há necessidade do profissional incluir em seus conteúdos

programáticos temas ligados a área da avaliação e educação postural por ser um

grande problema principalmente nas escolas. Sendo também necessário a

detecção e intervenção precoce nas alterações da coluna vertebral, pois seu

diagnostico tardio pode implicar o aparecimento de graves complicações

estruturais, funcionais, estéticas e psicológicas, pois a prevenção desenvolvida de

forma adequada pode trazer resultados benéficos para a maior parte dos

indivíduos. (LAMOTTE, 2003)

Segundo VAYER (1986) a educação corporal é base dinâmica da

educação, onde ela deve constituir o denominador comum de todas as atividades,

dessa forma educadoras deveriam estar conscientes de como a estruturação da

imagem corporal e a vivencia corporal são importantes na aquisição de hábitos

posturais adequados, portanto a educação postural poderia fazer parte dos

objetivos de aulas de todo profissional de educação, independente da população

com que trabalha. (BRACIALLI e VILLARTA, 2000)

Não podemos ignorar a presença da educação postural durante as aulas

de educação física, aplicando exercícios de mobilidade articular, alongamentos e

fortalecimento das musculaturas. (VERDERI, 2005)

Sabe-se que a coluna sofre pressões consideráveis quando

permanecemos em posições inadequadas por longos períodos causando

músculos tensos, dolorosos, também sabemos que existem grandes alterações

emocionais, responsáveis pelas tensões musculares resultando em

desequilíbrios. (VERDERI, 2005) Para evitar esses processos deve-se evitar

atividades que afetam a postura, principalmente hábitos inadequados que no

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mundo moderno são comuns. Sendo assim mais uma forma de atuar na

educação postural nas escolas. (CARNEIRO e ANDRADE, 2001)

Existem algumas posturas da vida diária que quando realizadas contínuas

e incorretamente, associadas a características biopsicossociais podem acarretar

prejuízos a nossa saúde, sendo assim os professores devem intervir esclarecer

aos seus alunos a maneira de como evitar estes hábitos. (MANGUEIRA, 2004)

Posturas Relevantes a Vida Diária

- Sentar: a cadeira deve ter uma altura em que os joelhos permaneçam em

90º, de forma que os pés fiquem apoiados no chão. Deve-se evitar cruzar

as pernas, ombros para trás, coluna reta apoiada na cadeira. Se estiver

utilizando uma mesa ou bancada é necessário observar se a mesa é

compatível com a cadeira, os antebraços e os punhos devem ficar

apoiados sobre a mesa, o tronco não deve estar inclinado e a cadeira

próxima a mesa. (MANGUEIRA, 2004) a postura inadequada ao assentar

compromete a coluna vertebral e gera encurtamento muscular.

(CARNEIRO e ANDRADE, 2001) Deve-se evitar sentarem: cadeiras sem

encosto, sofás muito fofo e fundo, no chão ao fazer tarefas, bem como

mesas muito baixas. (VERDERI, 2005)

- Posição de pé: Deve-se procurar fixar a pelve de forma a manter a lordose

lombar fisiológica. Uma forma de prevenção e repousar um dos pés em um

apoio qualquer com cerca de 10 a 15 centímetros de altura. (VERDERI,

2005)

- Marcha: para andar com uma boa postura deve-se erguer a cabeça,

posicionar os ombros para trás, olhar no horizonte, tocar o chão

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primeiramente com o calcanhar e depois com oantepé. (MANGUEIRA,

2004 apud CARDIA, 1998) Segundo VERDERI (2005) deve-se ainda

balançar os braços alternadamente deixando os ombros bem relaxados.

Para as caminhadas prolongadas recomenda-se um calçado que amorteça

o impacto, evitando saltos altos.

- Levantar e transportar pesos: deve-se flexionar os joelhos, com um dos

pés ligeiramente para frente segurando firmemente o objeto, em seguida

uma das mãos por baixo dele e uso o braço para firma-lo. Mantenha as

coluna ereta e incline-se ligeiramente para frente. Ao levantar mantenha o

objeto próximo ao corpo e levante devagar com as pernas e nunca com o

tronco. Na locomoção do objeto mantenha-o próximo ao corpo e para

coloca-lo no chão novamente realize o movimento na ordem inversa.

(VERDERI, 2005) O transporte inadequado de pesos são responsáveis por

muitas queixas de algia na coluna, onde só deveríamos levantar do chão

um peso de até 20% do nosso peso corporal. (MANGUEIRA, 2004 apud

CARDIA, 1998)

- Ao dormir: as posturas ideais para dormir são aquelas que permitem que

a coluna fique apoiada sem exacerbar as curvas fisiológicas, portanto

deve-se evitar colchões macios e travesseiro muito altos. (CARNEIRO e

ANDRADE, 2001) De acordo com VERDERI (2005) ao dormir a posição

em decúbito lateral é a forma mais adequada para dormir onde as pernas

unidas e joelhos flexionados podendo colocar um travesseiro entre as

pernas. A cabeça deve repousar no travesseiro, mantendo um ângulo reto

com os ombros.

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- Material escolar: a maneira mais adequada do transporte do material

escolar e carregar a mochila na altura do dorso, com as alças bem

ajustadas, evitando folgas. Deve-se tomar cuidado com as mochilas

universitárias evitando carrega-las do mesmo lado, tendo os mesmo

cuidado com as bolsas de mão. O ideal seria que os pais levassem as

mochilas para as crianças até o portão da escola, algumas alternativas

seriam validas como o transporte em mochilas que tenham rodinhas e

evitar carregar pesos desnecessários. (VERDERI, 2005)

- Uso incorreto do telefone: ao manter o ombro segurando o telefone em

posição de elevação, ocorre uma ativação excessiva dos músculos

atuantes no movimento podendo trazer conseqüências como pontos gatilho

ao redor da escapula, escolioses torácicas e dores de cabeças tensionais,

portanto deve-se evitar esta posição. (CARNEIRO e ANDRADE, 2001)

- Influencias culturais: no mundo moderno desenvolveu-s inúmeras fontes

de problemas posturais. Deve-se evitar hábitos que socialmente são

maravilhosos, mas trazem grandes problemas a saúde. Exemplificando

podemos ver o culto ao corpo musculoso onde encontramos pessoas que

exageram na musculação e acabam tendo padrões desproporcionais e

ricos em patologias, além da execução de exercícios de maneira incorreta

nas academias. O mundo da moda também pode ser responsável pelo

surgimento de disfunções posturais, principalmente relacionado ao uso do

salto alto. (CARNEIRO e ANDRADE, 2001)

Segundo PAOLA et al (2005) outra forma importante que poderia evitar

problemas posturais seria a criação de leis sobre o transporte do material escolar,

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no estado de Santa Catarina por exemplo já existe uma lei que dispõe sobre o

material escolar (Lei nº 10.795.1998) que declara:

“O peso do material escolar transportado por alunos da pré-escola e 1º grau em mochilas, pastas ou similares não poderá ultrapassar: 5% do peso da criança do pré escolar; 10% do peso do aluno do 1º grau. Caberá a escola, através de seus coordenadores, a definição do material escolar a ser transportado diariamente. O material que exceder o peso máximo permitido deverá ficar guardado em armários fechados individuais ou coletivos.”

Dessa forma o desenvolvimento destes hábitos posturais na escola

deveriam ser adotados pelos professores durante seus trabalhos, podendo evitar

males futuros entre eles a escoliose.

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XI. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escoliose na escola fundamental associa-se claramente à postura do

aluno, a qual pode prosseguir até a terceira idade, onde vai se agravar. Para se

evitar crises e consumo de medicamentos na fase adulta, o Educador Físico pode

ter participação ativa e importante na correção postural, orientando estudantes,

educadores e mesmo profissionais da saúde. Em síntese, precisa-se

necessariamente de medidas preventivas, que incidirá diretamente no decréscimo

de soluções corretivas e/ou médicas.

A musculatura que atua na coluna vertebral pode ser trabalhada nas aulas

de Educação Física, onde pode-se oferecer aos alunos um fortalecimento da

mesma, auxiliando na postura dos indivíduos e promovendo um equilíbrio entre

músculos e ossos. Com o desenvolvimento e o crescimento, os estudantes

tendem a aumentar o grau de escoliose, que muitas vezes na fase adulta (após a

maturação óssea) pode se tornar irreversível (caso da escoliose fixa) neste caso

se tem a curvatura severa, e que pode progredir caso não se tome medidas

corretivas para a sua estabilidade.

A escoliose também interfere no aprendizado do aluno, visto que esta

diminui a expansão pulmonar causando falta de oxigenação cerebral, e

conseqüentemente baixando o seu nível de aprendizado.

Faz-se importante observar que no século 21 a preocupação com a

escoliose vem crescendo, e se encontram inúmeras publicações científicas

relacionada ao tema aqui pesquisado.

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