afago ii 03 09 · iii. a divulgação – boletim informativo; iv. o congraçamento – reuniões...

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Editorial A AFAGO se comunica com o mundo O empenho e competência de nosso diretor, professor doutor Raimundo Nonato Miranda Chaves, brinda os gouveianos com recursos de internet para acompanhar as atividades que se realizam em Gouveia e os estudos e propostas dos gouveianos que vivem associados à AFAGO. Nosso doutor, graduado em agronomia pela Universidade Federal de Viçosa e um dos seus mais destacados professores, criou o portal AFAGOUVEIA que poderá ser acessado pelos internautas no endereço www.afagouveia.org.br. A iniciativa se soma ao trabalho dos criadores dos sítios www.gouveia.com.br e www.caminhosdaserra.org.br. Esses endereços estão também acessíveis para quem consultar o sítio da AFAGO. Nesta página, exibe-se a apresentação elaborada pelo doutor Raimundo. O foco na AFAGO objetiva divulgar a Associação, no ambiente da internet, mostrando i. a organização – Estatuto; ii. a forma de trabalhar – Projetos; iii. a divulgação – Boletim Informativo; iv. o congraçamento – Reuniões Festivas. Visando ampliar o quadro de associados e tornar-se mais eficaz no seu trabalho de promover a interação entre os Gouveianos. O foco na Zona Rural de Gouveia objetiva evidenciar a atividade rural no município, quase sempre, pouco lembrada ou considerada de relevância secundaria. A administração do Prefeito Geraldo Bitencourt, na década de 1980, elaborou um plano de ações para apoio das atividades rurais. Para tal, usou um modelo, que segmentava a comunidade rural segundo os núcleos habitacionais, chamados, na época, Núcleos Irradiadores. Para detalhes sugerimos consulta à publicação: Gouveia Sempre Viva, editada naquela ocasião. Neste site usa-se o mesmo modelo, inclusive os mesmos Núcleos Irradiadores e, para cada um deles, apresentam-se as informações disponíveis, Isto é, um pouco de história, um pouco de economia e também, os problemas e as dificuldades; sempre com o intuito de mostrar que existe um núcleo habitacional com suas características e com seus problemas peculiares e sobre tais núcleos, dispõe-se de algumas BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DA GOUVEIA - N° 03 - MAIO - JUNHO DE 2009 Acesse www .afagouveia.org.br informações; muitas outras são necessárias para que se possa formular uma política para o desenvolvimento da zona rural. Considera-se que a divulgação das informações disponíveis não é mais do que o primeiro passo de uma caminhada, que pode levar à obtenção de informações úteis para formular ações efetivas visando o melhor atendimento à comunidade rural. Cada Núcleo Irradiador tem uma página neste site, acessadas através da página denominada Gouveia Rural. As informações sobre alguns núcleos são muito escassas. Tem-se feito estudos acadêmicos, envolvendo pesquisas das quais resultaram Teses a nível de Mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais e mesmo de Doutorado na Universidade de Brasília; principalmente, com dados coletados em Cuiabá e Espinho. São estudos de grande valor na área de Sociologia; contudo, são estudos localizados e que não supre a necessidade de informações, principalmente, na área de Economia. Alem dos focos, considerados principais, cuidou-se, também, de criar uma forma de interação entre os internautas interessados nas questões de Gouveia e dos Gouveianos. Assim, instalou-se uma espécie de Blog ou Livro de Visitas, aberto aos internautas para críticas, sugestões e mensagens em geral. Trata-se também de um primeiro passo e, o caminhamento pode evoluir, dependendo da aceitação e da colaboração de cada um dos internautas. Para acessar o Blog, clique em Mensagens. Para facilitar a navegação, informamos que O site da FAGO está subdividido em sete páginas: Apresentação do site; Apresentação da AFAGO; Estatuto; Projetos; Boletim Informativo; Gouveia Rural; Mensagens. Cada uma delas com links para as outras seis páginas. Algumas destas páginas são, relativamente, extensas e por isso são apresentadas subdividias em outras tantas páginas para agilizar o processamento eletrônico. Assim, Estatuto está subdividido em três páginas; Projetos; está distribuído: uma página para cada projeto; Boletim Informativo é na verdade uma coleção dos Boletins já impressos pela AFAGO; Gouveia Rural, a mais extensa, se apresenta com uma página para cada Núcleo Irradiador, conforme relação: Água Parada; Camilinho; Cuiabá ; Engenho da Bilia; Pedro Pereira; Ribeirão de Areia; Ribibiu; Vila Alexandre Mascarenhas; Distrito Sede.

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Page 1: Afago II 03 09 · iii. a divulgação – Boletim Informativo; iv. o congraçamento – Reuniões Festivas. Visando ampliar o quadro de associados e tornar-se mais eficaz no seu trabalho

EditorialA AFAGO se comunica com o mundoO empenho e competência de nosso diretor, professordoutor Raimundo Nonato Miranda Chaves, brinda osgouveianos com recursos de internet para acompanharas atividades que se realizam em Gouveia e os estudos epropostas dos gouveianos que vivem associados àAFAGO. Nosso doutor, graduado em agronomia pelaUniversidade Federal de Viçosa e um dos seus maisdestacados professores, criou o portal AFAGOUVEIAque poderá ser acessado pelos internautas no endereçowww.afagouveia.org.br.A iniciativa se soma ao trabalho dos criadores dos sítioswww.gouveia.com.br e www.caminhosdaserra.org.br.Esses endereços estão também acessíveis para quemconsultar o sítio da AFAGO.Nesta página, exibe-se a apresentaçãoelaborada pelo doutor Raimundo.O foco na AFAGO objetiva divulgar a Associação, noambiente da internet, mostrando

i. a organização – Estatuto;ii. a forma de trabalhar – Projetos;iii. a divulgação – Boletim Informativo;iv. o congraçamento – Reuniões Festivas.

Visando ampliar o quadro de associados e tornar-se maiseficaz no seu trabalho de promover a interação entre osGouveianos.O foco na Zona Rural de Gouveia objetiva evidenciar aatividade rural no município, quase sempre, pouco lembradaou considerada de relevância secundaria.A administração do Prefeito Geraldo Bitencourt, na décadade 1980, elaborou um plano de ações para apoio dasatividades rurais. Para tal, usou um modelo, que segmentavaa comunidade rural segundo os núcleos habitacionais,chamados, na época, Núcleos Irradiadores. Para detalhessugerimos consulta à publicação: Gouveia Sempre Viva,editada naquela ocasião.Neste site usa-se o mesmo modelo, inclusive os mesmos NúcleosIrradiadores e, para cada um deles, apresentam-se asinformações disponíveis, Isto é, um pouco de história, umpouco de economia e também, os problemas e as dificuldades;sempre com o intuito de mostrar que existe um núcleohabitacional com suas características e com seus problemaspeculiares e sobre tais núcleos, dispõe-se de algumas

BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCIAÇÃODOS FILHOS E AMIGOS DA GOUVEIA - N° 03 - MAIO -JUNHO DE 2009

Acesse www.afagouveia.org.br

informações; muitas outras são necessárias para que se possaformular uma política para o desenvolvimento da zona rural.

Considera-se que a divulgação das informações disponíveis nãoé mais do que o primeiro passo de uma caminhada, que podelevar à obtenção de informações úteis para formular açõesefetivas visando o melhor atendimento à comunidade rural.Cada Núcleo Irradiador tem uma página neste site, acessadasatravés da página denominada Gouveia Rural.As informações sobre alguns núcleos são muito escassas. Tem-sefeito estudos acadêmicos, envolvendo pesquisas das quaisresultaram Teses a nível de Mestrado na Universidade Federalde Minas Gerais e mesmo de Doutorado na Universidade deBrasília; principalmente, com dados coletados em Cuiabá eEspinho. São estudos de grande valor na área de Sociologia;contudo, são estudos localizados e que não supre a necessidadede informações, principalmente, na área de Economia.Alem dos focos, considerados principais, cuidou-se, também, decriar uma forma de interação entre os internautas interessadosnas questões de Gouveia e dos Gouveianos. Assim, instalou-seuma espécie de Blog ou Livro de Visitas, aberto aos internautaspara críticas, sugestões e mensagens em geral. Trata-se tambémde um primeiro passo e, o caminhamento pode evoluir,dependendo da aceitação e da colaboração de cada um dosinternautas. Para acessar o Blog, clique em Mensagens.Para facilitar a navegação, informamos que O site da FAGO estásubdividido em sete páginas:

• Apresentação do site;• Apresentação da AFAGO;• Estatuto;• Projetos;• Boletim Informativo;• Gouveia Rural;• Mensagens.

Cada uma delas com links para as outras seis páginas.Algumas destas páginas são, relativamente, extensas e por issosão apresentadas subdividias em outras tantas páginas paraagilizar o processamento eletrônico. Assim, Estatuto estásubdividido em três páginas; Projetos; está distribuído: umapágina para cada projeto; Boletim Informativo é na verdadeuma coleção dos Boletins já impressos pela AFAGO; GouveiaRural, a mais extensa, se apresenta com uma página para cadaNúcleo Irradiador, conforme relação:

• Água Parada; Camilinho; Cuiabá ; Engenho da Bilia;Pedro Pereira; Ribeirão de Areia; Ribibiu; VilaAlexandre Mascarenhas; Distrito Sede.

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BOLETIM DA AFAGO Página 02

Agenda, Notas, Correspondência� LAR DOS IDOSOS SÃO VICENTE DE PAULO DE

GOUVEIA

Inaugurou-se no dia 31 de maio o Centro de Eventos anexo ao Lardos Idosos São Vicente de Paulo. A Conferência São Vicente dePaulo existe em Gouveia dede o início do século XX e comemorouseu centenário no ano de 2006. A vila São Vicente de Paulo foiconstruída nos anos 40 do século passado por iniciativa de JoséAugusto Gomes – Zé de Odília, ou Zé de Augusto Paulino. A primeiracasa à direita de que chega à vila ainda mantém uma parte dos traçosoriginais. Quando de sua construção o primeiro morador foi o confradeRaimundo Moreira de Souza, ao qual se atribuiu cuidar das casas emconstrução. De fato, ele foi um confrade-assistido. Após a morteprecoce de sua esposa, Sebastiana dos Santos, ocorrida no dia 20de dezembro de 1942, Raimundo se mudou para a residência de suamãe, onde já residiam seus filhos. Uma das primeiras moradorasilustres foi a senhora Tereza Patrícia. Tereza foi uma das primeirastecelãs da fábrica de São Roberto e retribuía ao abrigo da conferênciacom parte de sua aposentadoria. Os pobres assistidos residiam emcasas com quintal e constituíam famílias sui generis. Com freqüência,aconteciam desentendimentos que exigiam a presença de confrades.

Finda a gestão de Zé de Odília, em razão de sua mudança para BeloHorizonte, o comando da conferência passou para Manuel Cassemirode Oliveira, posteriormente para Zenon de Carvalho e finalmentepara João Antônio de Azevedo, filho de Raimundo de Carlota eDona Eugênia, mais conhecido como Marambaia.

Ao Zelo e empenho desse último presidente, se devem as inovaçõesintroduzidas no espaço do Asilo. Essas inovações podem serconferidas pela consulta ao sítio www.gouveia.com.br.

Confira as anotações abaixo e colabore.

Presidente: João Antônio de Azevedo

Endereço: Rua São Vicente, 43 Centro - Gouveia / MG CEP: 39.120-000 Telefone: (38) 3543-1944

Doações

CNPJ: 01.983.362.0001-02

BANCO: ITAÚ AGÊNCIA: 5134 CONTA CORRENTE: 00998-3

Inscrição Entidade Filantrópica Municipal: CIMAS sob n° 001 Lein° 903/97 de 20 de agosto de 1997.

Eurico Bitencourt lança seu terceiro livro emgrande estiloDevido procedimento eqüitativo e vinculação deserviços públicos no Brasil é o terceiro livro de nossoconterrâneo Eurico Bitencourt Neto. Esta obra contou comlançamento solene nos salões do Ouro Minas Palace Hotel,no dia 19 de maio. Eurico é filho de Ivete MirandaBitencourt e Geraldo Manuel Brandão Bitencourt. Mestreem Direito pela UFMg, atualmente, Eurico conclui odoutorado na Universidade de Lisboa em Portugal. Euricofoi também professor da Escola de Governo da FundaçãoJoão Pinheiro e Assessor Jurídico da Prefeitura Municipalde Contagem na administração de Marília Campos.Essa é mais uma prenda de nossa Gouveia.

Culinária Gouveiana faz a festa do CobuO Primeiro Festival do Cobu da Gouveia estará sendorealizado ao longo da Trezena de Santo Antônio. Trata-sede promoção do Departamento de Cultura em parceriacom as associações de moradores e da paróquia de SantoAntônio. Como resultado, serão escolhidas as três melhoresquitandeiras.Veja nesta edição o artigo sobre a culinária gouveiana.

AFAGO no Conselho Municipal de Cultura

A senhora Kelli de Almeida Pedrosa, secretária de Culturade Gouveia, encaminho à AFAGO o ofício 69/2009 como seguinte teor;

Venho através deste, convidar dois membros daAFAGO, para compor o COMTUR (ConselhoMunicipal de Turismo - de Gouveia). As reuniõesserão realizadas de 2 em 2 meses, de acordo como Estatuto interno.As duas pessoas, participarãona primeira reunião de posse em maio próximo eem seguida de votação democrática pelos atuaismembros para assim constituírem a novapresidência.

Em atenção ao ofício a diretoria se reuniu no dia 7 demaio e votou os nomes do doutor Raimundo Nonato deMiranda Chaves e de José Moreira de Souza paracomporem o referido Conselho.Deliberou ainda que esses membros submeterão a pautadas reuniões do conselho para levarem à Gouveiapareceres e propostas que retratem o pensamento dessaAssociação.

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BOLETIM DA AFAGO Página 03

Seminário Diversidade Cultural - Entendendoa Convenção

Realiza-se em Belo Horizonte, nos dias 3 e 4 de junhoo Seminário sobre diversidade cultural, promovido peloMinistério da Cultura com participação da Secretariade Estado da Cultura o Seminário DiversidadeCultural: Convenção sobre a Proteção e a Promoçãoda Diversidade das Expressões Culturais. Em atençãoao convite da Assessoria de Comunicação do evento,nosso diretor de comunicação se inscreveu comoparticipante. Melhores esclarecimentos podem serobtidos pelo acesso ao portal: www.cultura.gov.br.

Festejos de Santo Antônio

Os festejos de Santo Antônio alcançarão o ápice nodia 13 de junho com a presença do Eminentíssimocardeal dom Serafim Fernandes de Araújo e doexcelentíssimo arcebispo emérito de Diamantina, domPaulo Lopes de Faria.O coral Crescere que já abrilhantou as festas em 2008estará novamente presente. Nessa mesmaoportunidade dom Serafim e dom Paulo serãoagraciados com a Medalha Alexandre Mascarenhas.

Peripécias do padre Serafim segundo Neuza deGuengué (Neuza Pereira).

Puxa vida José, cada vez que vejo este Boletim da Afago,gosto e sinto tanto orgulho de Gouveia ter muitas históriaspara a gente conhecer, mas graças a você e outros é claroque estão a frente, falo você que mais conheço. Gosteisobre o que disse do D.Serafim, vocês sabiam que ele aochegar em Gouveia naquela época que disse, foi quandominha mãe tinha acabado de casar? Ele não tinha ondeficar, meu saudoso Pai , de quem tanto orgulho dele, queainda irei contar a história dele na “AFAGO”, ajudou tantoGouveia, batalhou não deu certo e mudou para Curvelo,viemos para Belo.Horizonte, e conseguiu formar os 2 filhosdele e foi embora com muito orgulho Graças a Deus. Umcom uma clinica montada e outra com um trabalho quetanto ama..Foi o meu Pai quem levou D.Serafim para tomaras refeições lá na casa da minha avó “Tia Lú” ele tomava ocafé da manhã,almoçava e jantava.Eram ótimos amigos. Meupai ia a cavalo com ele aos domingos nos povoados,comoCuiabá,Guinda e outros lugares.Até tem uma históriaengraçada que ele conta para todo mundo, que o Papai,sempre foi muito brincalhão. O pessoal dos lugaresperguntava:que o padre gosta mais de comer em Danilo?Ele dizia: “Quiabo” e era o contrário; ele detestava, e ondechegava tinha quiabo. Aí quando de lá saia ele falava: Daniloainda vou aprontar com você rssssss. Quando meu Paiestava na cama uma semana antes de morrer ele foi lá emcasa para fazer uma visita e agradeceu tudo que ele tinha

feito por ele quando passou por Gouveia. Sendo meu pai pobre, eabriu as porta da casa para ele.(até fazer a casa Paroquial eu acho ).Mas mesmo assim não deixava de comer a comida da “TIA LÚ”. Enquanto tinha gente que podia e não dava nada. Gostamos muitodele, pois ele é reconhecido com tudo isso.Outra história: QuandoNeuber nasceu, ele saiu de Curvelo e foi visitar a mamãe e conhecer.E quando chegou a minha vez ele fez a mesma coisa, e disse: Eu quevou dar à Neuza o primeiro café. Sabe por quê, Guengué? Vocês nãogostam de dar criança café e Danilo já me fez passar muito apertocomendo o que não gostava. E ele cumpriu, foi em Gouveia para medar o primeiro café e eu cuspi tudo no rosto dele. Ele conta morrendode rir. E muitos casos também que a mamãe conta dele lá na casa delaquando em Gouveia ele morava. Até o padre da igreja daqui de pertoda minha casa ele um dia veio aqui e contou a história. Já contou norádio que uma vizinha nossa veio perguntar. E disse: puxa D.Serafimcomia na casa de uma dona com o nome de “Tia Lú” quem é? Aímamãe disse: era minha mãe. Ele é reconhecido com isso acho muitobacana da parte dele, por não esquecer. Quando ele foi para Roma,ficar um tempo ainda Padre, ele falou com o papai . Já pensou? Ele éagradecido por tudo isso e não esquece. Um grande abraço da amiga.Neuza.

Pegando xepa nessa história.Em Gouveia, até o ano de 1950, havia duas pensões, a pensão Brasil,localizada onde se estabeleceu posteriormente a loja Ribas & Brasil ea pensão São Geraldo, de Geraldo Pereira, que se transformou noHotel Mitra Varuna - Unilumar, comandado competentemente pelonosso Roni.Pouco depois da morte da “Vó” – mãe de Afonsinho e da “Tia Lu”, apensão Brasil se fechou para dar lugar à casa comercial. Acredito queum dos últimos hóspedes dessa pensão foi o monsenhor – entãocônego – Sebastião Fernandes, também natural de Itamarandiba. EmGouveia, esse sacerdote foi apelidado de “Pente Fino”. O apelidomaldoso se liga ao seu empenho de obter ajuda para as “obras dasvocações”. Ia de casa em casa pedindo auxílio para o seminário e nãoaceitava desculpas.O cônego era a alegria da criançada, Fazia mágicas, corria atrás dosmeninos com uma cobra armada com pita, enfim, era uma grandeanimador.Danilo, antes de se casar tinha uma venda localizada na estrada velha,algo próximo do Arraial Velho. Quando o padre Serafim passou atomar pensão na casa de Danilo, eu era coroinha e mais de uma vezpeguei carona no horário da janta que antecedia as práticasdevocionais, reza do terço e bênção do Santíssimo –àquela época aIgreja ainda não autorizava a missa vespertina.Deve ter pegado a bóia do Danilo, pelo menos, umas três vezes, atéque, um dia, a dona Eutália me advertiu dizendo que eu estavaonerando a pensão. Numa das primeiras vezes em que acompanhei opadre Serafim até a pensão – eu era um verdadeiro carrapato -, Danilome pediu que fosse até ao bar do Geraldo Pereira – contíguo à PensãoGeraldo – e comprasse “uma Brahma, branca e gelada”. Eu não sabiao que era isso. Desci a rua repetindo para não me esquecer:“Brahma, branca e gelada”.; “Brahma, branca e gelada”,“Brahma, branca e gelada”. Felizmente, não me esqueci.De volta, a Brahma foi servida – eu incluído; Ah! Se tivesseem vigor o Estatuto da Criança e do Adolescente! Eram outrosos tempos!

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BOLETIM DA AFAGO Página 04

São Paulo já sabe do site da AFAGO.Ganhei os parabéns que eram para o doutor Raimundo

Meu Venerável São José dos Gatafunhos,

Ora pro nobis!

Gostei.

Gostei do site.

Estou demorando muito para enviar-lhe qualquerresposta ou referência, meu Venerável São José dosGatafunhos. Estou demorando, pois gostaria de lê-lointeirinho, mas não o consegui. Ele é muito grande egrande.

Alguém um dia me disse que não é possível de fazertudo o que a gente quer fazer nesta vida. Oesotérico me explicava que é porque “não vai dartempo”. E não deu tempo para que eu visse tudo oque gostaria em seu site, mas o pouco que eu vi, jáachei formidável. Formidável e excepcional e muitobom mesmo.

Eu acho que você deve setir-se muito orgulhoso depoder fazer isso tudo. Começa pela própria idéia. Eas análises que vocês fazem da cidade, de suahistória, de seu movimento... eu mesmo gostaria depertencer a essa categoria, de participar disso....deve dar muito prazer.

Lendo a história de Gouveia, dá orgulho de ser deGouveia. A maneira de apresentá-la é muito boa, asdificuldades do município. O modo como tudo ali énarrado provoca uma sensação muito interessante,de memória de enraizamento e de identidade, umestímulo muito grande... o Dr. Ragosino, o PE.Manoel, os pintinhos....

A história do comerciante que enviou seus novefilhos para a escola.... Quem lê isso tudo subentendeque há uma SUPER visão do funcionamento não sódo próprio município, minúsculo, como de todo ocontinente, uma westanchauung superior. E estaconstatação do leitor – sobretudo se ele for deGouveia – faz brotar um sentimento de estar emboas mãos, confiáveis, zelosas e verdadeiramentepreocupadas e atentas às reais necessidades domunicípio.

Você escreve bem prá caramba; seu povo está emboas mãos, teje certo disso!

Como diz a moçada hoje, meu Venerável São Josédos Gatafunhos, você é “fodão”. Não deixa pingosem nó.

Mas.... porque Jeovah ??? Estranho o nome.

E tem mais, como o Echus do Ibaté em seu início,seu jornal se chama Informativo..... Mais dia menosdia, ele se chamará Echus de Gouveia.. rarararará!Tome cuidado!

E você, editor, redator-chefe, ganhando medalha em8.12.08... É fodão mesmo.

Tai, está escrito no livro de sua vida que você seria editordesse jornal. E sempre o será.

Não duvido de ser grande o número de pessoas beneficiadascom o seu trabalho.

Com esta sua experiência, você será convidado a ser o editordo Echus do Ibaté, logo logo.

Meu São José, inda vou ler o resto dos informativos que mefaltam e depois lhe falo mais deles. É uma delícia.

O site é bem feito, fácil de navegar, bem elaborado. Links paraSerro do queijo, Diamantina... Legal.

Tem alguma coisa na linguagem que não permite os tils, ascedilhas.... mas não importa, ele é bão. Pugnabimus usque advictoriam. É isso aí meu bom mineiro.

Não vi ainda, mas senti falta do Hino e da Bandeira.... hehehe!Está cheio de compositores; pode encomendar. A minerada écraque nisso aí. Mas Jeovah, achei meio esquisito; parecenome de site de crente, de “crente da bunda quente” comodizia minha avó. Do conteúdo, ainda não descobri o porquê.

Nenhuma associação partidária? A coisa se tornará políticainevitavelmente.... Você vota em Gouveia ou Beagá? Se vocêmudar sua zona eleitoral para lá, Gouveia, vai dar na vista.Mas eu acho que poderia mudar, sim. Faça como o Sarney,que comprou uma casa em Macapá.... Você será prefeito emGouveia: está escrito no livro de sua vida. E a Adélia será aprimeira-dama. Pode ir arranjando um costureiro famoso paraela. Não por você ser ambicioso, mas por necessidade. Paratocar os projetos.... é você mesmo. O Dr. Waldir... não, vocêmesmo. Alugue um quitinete lá em Gouveia, mude deu títulopara lá.... Ta eleito na hora! Você é vital! E vai trabalhar lá atéseus 97 anos: está escrito no livro de sua vida, ó Venerável SãoJosé dos Gatafunhos.

Moreira, Parabéns por seu trabalho. Parabéns pela idéia tãogloriosa, tão solidária, tão cidadã.

A sua bênção e o meu abraço.

Ora pro nobis!

Antônio Correa

Imediatamente remeti ao doutor Raimundo a resposta dada aomeu amigo de São Paulo, Antônio Carlos Correa.Doutor Raimundo,A cópia que mandei para o Antônio Carlos é esta:Beato Antônio Carlos,Está próxima a sua canonização. Todas as honras dos altares.Eu lhe mandei, você foi o primeiríssimo, o teste do sítio que,agora pode ser acessado no endereço www.afagouveia.org.br .jeovah erá apenas cedido para teste. Os méritos da concepçãoe do trabalho é do professor doutor Raimundo Nonato MirandaChaves, sobre o qual eu escrevo no Boletim 09. O cara foipioneiro da informática no Brasil iniciando suas atividades naUniversidade Federal de Viçosa - MG nos anos 60 do séculopassado. O que há de bom em nossa brincadeira é que todosnos admiramos mutuamente.Um abraço,José Moreira de Souza

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BOLETIM DA AFAGO Página 05

PoesiasO TEMPO!Quiséramos a Deus pedir,Pra relógio do TempoAtrasar!Pra que pudéssemosReviverFelizes lembrançasQue teimamosReencontrar!

Neutralizaríamos, assim,Com passados instantes,Todo tédio do PRESENTEE seriam de alegriasConstantes,Nossos dias, enfim!

Mas Deus não poderiaOuvirPedido insolente e vão!Já que a ELE cabeDefinir,Do Tempo, a missão!

Missão do TempoÉ, inexoravelmente,Passar... Passar...E, através de fatosDefinidos, imparciais,Emotivos, culturais,Profundas marcasAmargas, doces,Tristes, alegres,Sempre paradoxais,Na gente, deixar!

Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro

“Levanta-te! Vem para o Meio!” (Mc-3-3)

Não faças de tua vida uma prisão!

Prisão sem guardas,

Sem grades,

Sem cães,

Por ser prisão

De tuas próprias emoções!

Prisão de tua carência,

Do medo, da ansiedade,

Prisão de teu próprio Ego

Imposta pela Sociedade!

Prisão de teus pensamentos,

Onde não se ouve

Teus lamentos!

Prisão do desemprego,

Prisão da melancolia,

E de grande agonia!

Prisão de teu sofrimento

E, do humano Ser-o calor,

Prisão de teu isolamento,

Prisão da tua dor!

Prisioneiro da liberdade,

Talvez, não andes

E a uma cadeira de rodas

Preso estejas!

Talvez, não fales,

Talvez, não ouças

Ou, talvez, não vejas!

Não te sintas rejeitado,

Aqui estamos nós,

Unidos pela Fraternidade!

Jamais estarás a sós,

Vem, sem receio!

Levanta-te!

Vem para o nosso meio!

Curvelo, 01 de maio de 2009

Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro

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Artigos

BOLETIM DA AFAGO Página 06

Padre Serafim em Gouveia: memórias de umcoroinha

José Moreira de Souza

Eu não estava em Gouveia no dia em que o padre Serafimse despediu de nossa cidade para ocupar o lugar depároco em Curvelo e aguardar sua nomeação como bispocoadjutor da arquidiocese de Belo Horizonte. A despedidame foi comunicada em carta pela minha correspondente,tia Flora.A população em longa fila se reuniu para beijar as mãossagradas do vigário que se despedia e que deixara emcada coração a lembrança de sua ação pastoral. Soutentado a reproduzir esse momento com uma frase dememorialista do século XVIII: “Não houve olhos que nãofizessem fontes”. Imagine o leitor, baseado nesta hipérbole,as lágrimas dos gouveianos escorriam face abaixo, evazavam pelas ruas em enxurradas inundando o Chiqueiroe o Cachoeira.Eu não estava em Gouveia, mas pude imaginar esse mistode saudade profunda e de indignação – os “olhos emfontes” denunciavam uma e outra coisa.Embora não tenha testemunhado a partida, fui presençaprivilegiada na chegada. Em 1951, era um menino de dezanos e cursava o terceiro ano no Grupo Escolar AurélioPires. Dom João Souza Lima, bispo coadjutor de domSerafim Gomes Jardim, visita Gouveia pela segunda vez.Eu o acompanhei e estive presente à cerimônia dasexéquias de João Monteiro, celebrada na igreja doRosário. Dom João permaneceu em Gouveia por umasemana – ou mais - e se fez acompanhar por um sacerdotejovem. Era o padre Serafim Fernandes de Araújo.Algumas cenas se fixaram como contraste. Dom Joãochegou à Gouveia sem aparato episcopal. Recordei-meda última visita pastoral de dom Serafim Gomes Jardimna qualidade de arcebispo. Foi em 1949, salvo engano.Sua chegada à matriz foi acompanhada pela banda demúsica e o arcebispo coberto pelo pálio branco com borlasdouradas, com os principais do clero arquidiocesano,monsenhor Levi, monsenhor Pinheiro, monsenhor GabrielAmador e cônego Valter Almeida. A casa do padre JoséMachado se encheu da elite dirigente da arquidiocese. Avinda de dom João se deu sem esses aparatos, mas medeixou lembranças profundas. Uma delas foi uma homiliaem que comentava a parte do evangelho sobre Marta e

Maria. “Marta, tu tens te preocupado muito com ascoisas desse mundo. Maria escolheu a melhor parte”.Outra foi quando ele se dirigiu a mim com a perguntae sotaque de pernambucano: “você já sabe ajudar àmissa direitinho?” A pronúncia do t – linguodental - seme figurou diferente da nossa em que o t soa comotch.Nessa oportunidade, dom João ouviu freqüenteslamentações de que Gouveia estava mal assistida,devido à idade avançada do padre José Machado –vejam, com pouco mais de setenta anos, padre Joséera tido como velho e decadente -, como os temposmudam. Era verdade, presente em Gouveia,esporadicamente, desde 1909 e definitivamente,desde 1912, padre José não exibia mais o vigor dajuventude. Celebrava a missa na matriz aos domingos,oficiava todas as festas religiosas com dedicação, masnos dias de semana, suas missas eram celebradas naigreja de São Francisco, ou no seu oratório doméstico.As cerimônias de batizados e casamentos tambémaconteciam nesses espaços.O venerando pároco às vezes se mostrava imprevisívelno cumprimento de seus deveres, segundointerpretavam os fiéis. Boa parte de suas funções erampreenchidas pelo seu sacristão – José Vicente dePaula, conhecido como Juca de Celina. Seu Juca, damesma idade do vigário, abria todas as noites a matriz,rezava o terço e a via sacra e zelava pela vida religiosa.O padre Serafim celebrou com pompa, em 1952 oscinqüenta anos desse magnífico sacristão de Gouveia.Apesar de ouvir as queixas, eu me recordo do padreJosé como uma das pessoas mais maravilhosas quepassaram por nossa cidade. A atenção para com ascrianças, o carinho paternal, o empenho em vê-lasaprender, a animação em aplaudir e acompanhar suasdescobertas, ficaram para mim, como mensagempermanente, de que esse velho vigário tinha grandecerteza de que o futuro seria muito melhor, confiadono porvir da infância.A escolha do padre Serafim como coadjutor e depoiscomo pároco de Gouveia não foi casual. Dom SerafimGomes Jardim designou o sacerdote mais qualificadoda arquidiocese para suprir os últimos dias do padreJosé. O arcebispo dedicava especial apreço a seuvelho colega de seminário ainda nos primeiros anosdo século XX. O padre Serafim, formado na PontifíciaUniversidade Gregoriana, ordenado em 12 de marçode 1949, teria lugar de relevo na arquidiocese. Sercura da Sé Catedral seria uma posição ainda modestapara um sacerdote com formação tão refinada. Avalio

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que a designação do jovem sacerdote irmanava oapreço de dom Serafim pelo padre José e pelo padreSerafim. O apreço ao padre José estava contido namensagem: “eu não posso suprir suas deficiências, -eu mesmo percorro as ruas de Diamantina jáalquebrado pela idade -, mas envio-lhe um novoSerafim” O recado dado ao padre Serafim poderiaser expresso nessa frase: “Padre Serafim, você renovameus sonhos de jovem. Vá à Gouveia, ofereça atodos o de melhor, ajude o meu irmão de alma, padreJosé Machado”.Isto ele o fez generosamente. Tão logo chegou,percorreu capelas e povoados inacessíveis aopercurso por automóvel. A preparação para ossermões se fazia com cuidado. O padre Serafim lia erelia a epístola e o evangelho do dia e destacava ospontos principais de sua pregação. Lembro-me deuma de suas pregações sobre o trabalho aosdomingos, quando chegaram à cidade as máquinasda Companhia Ájax. Insistentemente, o padrelembrou o preceito do descanso no Dia do Senhor,o domingo. O sermão começava assim: “Eles nãoestão aqui”.Os fiéis freqüentes à igreja viram que o zelo pastoraldo jovem sacerdote se revestia de virtudes de umsanto. Certo dia, a única bomba de combustível dacidade, localizada ao lado da casa de João Monteiro,já habitada pelo nosso Popô – José RaimundoMonteiro -, se incendiou. As pessoas em pavor,correram ao padre. Ele da porta da matriz, juntamentecom a oração confiante delineou um amplo sinal dacruz em direção ao incêndio distante. O fogo foiabrandando e o pânico dos moradores setransformou em admiração. Padre Serafim tambémoperava milagres.Entre inúmeras cenas que me comoveram, calouprofundo a recordação da primeira Semana Santacelebrada com a presença do novo padre. O padreJosé jamais se furtou aos exercícios de seus deveres,contudo, a Semana Santa, pelos longos rituais setornavam cansativos e extenuantes para o velhovigário. Por outro lado, a própria cidade foi deixandode lado liturgia pomposa herdada do períodobarroco. Com exceção da procissão das Dores, deRamos, do Encontro, do Enterro e do Santíssimo, aSemana Santa não contava com uma liturgiaconvocando os fiéis à meditação dos mistériossagrados.Minha atenção se centra na vigília pascal. O padreSerafim celebrou, pela manhã, na matriz a missa doFogo Novo, dando sentido ao sábado das Aleluias.

Esse é um ritual com mensagem fortíssima. Até hoje eu meemociono com o poder simbólico aí contido. Minhainterpretação é a seguinte; Jesus morreu. O mundo está emtrevas. Ele há de ressuscitar. Sua ressurreição há de lembrar aoser humano o momento da Luz, da Criação. Faça-se a Luz.Jesus é simbolizado no Círio Pascal. O círio está apagado. ComoJesus ressuscitou? Nosso sacristão – seu Juca de Celina –procura um daqueles fumantes que usavam a binga. ApareceSebastião Bernardo com sua mecha de algodão, uma lasca decristal e uma barrinha de ferro em forma retangular – tudoretirado da natureza informe, nada trabalhado por mãoshumanas. Busca-se pelo atrito entre o ferro e o cristal lançarfaíscas sobre a mecha de algodão, soprando-se sobre eleconcomitantemente. Uma fumaça aparece, o algodão seincendeia, a luz foi feita. Acende-se com essa chama o círiopascal e canta-se “Lúmen Christi”.O entendimento desse ritual devia ser objeto de meditação doscristãos por todo ano. Cristo ressuscitou porque Ele tinha luzprópria. O homem pode ter acesso a essa Luz, se prestaratenção na Natureza Divina.Com o círio pascal aceso, benzeu-se a água da pia batismal,misturando-se nela os óleos consagrados pelo arcebispo namissa solene da quinta feira santa. Essa missa é semprecelebrada na manhã da quinta feira santa e apenas nas cidadesque são sede de diocese. Essa pia batismal havia sido colocadaem Gouveia no ano de 1765 – atualmente, quebrada, elaaguarda restauração. A cerimônia seguinte é a do batismo dascrianças.Não me lembro de qual foi a criança, os pais e os padrinhos dequem teve a graça de receber o batismo nessa celebração.Mais uma vez, eu entendo que todos os sacerdotes têm aobrigação de preparar pais e padrinhos para a cerimônia dobatismo sublinhando e grifando esse vínculo estreito entrebatismo, ressurreição e benção do fogo novo. Que Fogo éesse que arde sem se consumir?Porém, um dos hábitos pastorais que ficou como lição constanteera o de atender aos doentes e necessitados. Após celebrar asanta missa, o padre Serafim se dirigia às casas para levar aosdoentes e moribundos o conforto do sacramento. Àquela época,uns poucos trabalhadores, jovens pais de família, aindasobrevivam padecendo de um mal fatal – pedra no pulmão,nome popular da silicose, uma doença do trabalho. Esse mallevou ao cemitério dezenas de trabalhadores que atuaram namodernização da usina do Paraúna, então propriedade da HulhaBranca. Padre Serafim, ao administrar a extrema unção – eraassim que se chamava a unção dos enfermos –, consolava ascandidatas a viúva com suas preces e renovação dasesperanças.Havia também uma família à qual mensalmente o virtuoso padrese dirigia às primeiras sextas-feiras. Morava num tugúrio

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improvisado sobre a lapa da capelinha das Dores. A casaera baixa, o padre tinha que se curvar ao entrar. A visitamensal respondia ao convite de um jovem piedoso,recentemente migrado para Gouveia. Esse rapaz, entãocom vinte e oito anos, freqüentava a missa, trajando ternobranco e uma fita azul de congregado mariano. Cuidavada mãe, dona Maria, idosa debilitada, e de uma irmãtetraplégica – Dejanira -, que jazia num cômodo que era,ao mesmo tempo, sala, quarto e cozinha. Seu nome:Feliziano. Recordo essas cenas, dando ao Feliziano o lugarque merece na memória de Gouveia. Foi uma pessoaespecial – um santo no sentido literal - e o padre Serafimantevia isso. Morto, em outubro de 2001, Felizianopermanecerá para sempre na memória dos Gouveianos.Na casa da cultura, um quadro retratando Feliziano; nasala nobre do Asilo São Vicente, outra pintura de Feliziano;no bar do Neném de Popô, ao lado da matriz, um grandepôster de Feliziano; no cemitério, um mausoléu com estainscrição: “Feliziano, Cidadão da Gouveia”. Para mim, elefoi exemplo de dignidade. Seu protesto pelas ruas: “Aquipreto e pobre não têm valor” ardem como as chamas docírio pascal. Venero e admiro o orgulho sublime deFeliziano.Estas são algumas recordações que tenho do padreSerafim em seu primeiro ano em Gouveia. Ele contou paraacompanhá-lo como primeiros coroinhas com JoséNicodemos de Deus - Zé de Pedrelina – e José Moreirade Souza – Zé de Flora. Nós nos alternávamos nas viagensa cavalo para povoados e capelas, e nos rivalizávamosem peripécias de comer hóstias e beber furtivamente vinhoda sobra das galhetas na sacristia. Proezas que nãopassavam despercebidas ao atento padre. Nos anosseguintes vieram Gil Martins de Oliveira, Helvécio Ribas,Geraldo Augusto Silva. José Hamilton e Carlos (deRaimundão) em São Roberto.

Memórias de um coroinha

Ainda menino de9 anos, era levado à Matriz de StoAntonio pela minha vó Madalena de Ozório e minhas tiasTote e Maria.Não perdia trezena nem novena.Vestia calçade brim caqui curta e suspensório. Avenida era de terra enão chamava JK. Passavam comigo quando subia a ruana casa do Seu Afonsinho(retratista) e tomava benção dedona Elgita. Estava sempre na casa de Pe José Machadoe esquentava as mãos e pés junto ao seu fogão de lenha.Ele sentava num banquinho e contava belas histórias. Nasmissas e procissões carrega seu barrete. Não esqueçonunca da Igreja de S.Francisco em frente a sua casa, combelas imagens barrocas. Chega então Pe.Serafim em 1951e já fazia parte de coroinhas ajundantes, carregava galhetas

(onde coloca àgua e vinho prá missa), e aindaturíbulo e incenso. Gil Martins queria só o turíbulo,aídava quase uma briga. O coroinha principal era seuJuca de Celina; homem bom.Nesta época nãoperdia o catecismo de Dona Flora e Chica.Pe.Serafim chegava às sextas-feiras ia para a casade “dona Doninha”, até se preparar para eleaposentos independentes na casa de Maria de Xisto.Luiza Brasil, mãe de Guengué, se responsabilizoupor fornecer-lhe alimentação. Aí então nós maisnovos já ajudávamos à missa; e o entusiasmo eragrande pois usávamos batina vermelha e vestebranca. Em 1955 fui indicado para ir para oSeminário de Diamantina, o que foi uma grandebenção. Levava uma canastra com enxoval, baciade rosto e um vaso noturno. Nas férias, íamos práPedro Pereira, Camilinho, Barão,Espinho edormíamos em colchão de palha.Voltando aoSeminário, íamos no caminhão de duas boleias queia bem devagar ao subir o pé do morro; era depropriedade de Chiquinho de Nelo. Pe.Serafimdeixou plantadas incontáveis sementes. Todossentem por ele um amor incondicional. Me levoupara Curvelo onde continuei como seu coroinha etive a alegria de escutar pelo “Repórter Esso” navoz de Eron Domingues sua designação episcopal:“Acaba de ser designado Bispo Auxiliar de BeloHorizonte, Dom Serafim Fernandes de Araújo” Seientão que foram tempos de grandeaprendizado,alegria e felicidade.Se fosse possívelvoltaria para reviver tudo.Sei que este tempo não foi eterno,mas garanto queserá inesquecível..Geraldo Augusto Silva

Aguardem na póxima edição, odepoimento de Gil Martins de

Oliveira

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UTILIDADES E INUTILIDADES� Não acredite nas indicações

Pense duas vezes nas afirmações do tipo “sem colesterol”e “90% sem gordura”. O colesterol é uma gorduraexistente apenas em produtos animais – carnes, peixes,ovos e leite -. Assim, por que tantos produtos à base devegetais trazem no rótulo a ressalva “sem colesterol”?Porque as empresas de alimentos sabem que as pessoasestão preocupadas com seus níveis de colesterol e quepoucas se dão conta de que os vegetais não contêm essasubstância.Um alimento “90% sem gordura” ainda contém 10% degordura. Alguns produtos usam esse recurso para fazervocê acreditar que são melhores para a saúde, mas, emalguns casos, não contêm menos gorduras do que produtossimilares.Não se deixe confundir por embalagens que afirmamcoisas do tipo “sem corantes artificiais”. O alimento emquestão pode conter outros tipos de aditivos. Verifique alista de ingredientes, pois todos os aditivos, por lei, têmque estar ali.

� Prefira listas de ingredientes curtas

Uma longa lista muitas vezes significa que o produto éaltamente industrializado e abarrotado de aditivos. Algunsdesses aditivos terão pontos positivos. Conservantes, porexemplo, ajudam a manter o alimento seguro, prevenindoa proliferação de bactérias que podem causar intoxicaçãoalimentar. Sem os emulsificantes e os estabilizantes, nãoseria possível fabricar produtos como creme de baixoteor de gordura. Mas alguns aditivos alimentares, emespecial os corantes artificiais, já foram associados aproblemas de saúde, como hiperatividade, alergia e asma.

� Aprenda o significado de “orgânico”

Existe uma confusão considerável em torno do termo“orgânico”. De uma maneira muito ampla, cultivaralimentos de forma orgânica significa não usarfertilizantes e pesticidas químicos, radiação e sementesgeneticamente modificadas. Os animais devem sercriados unicamente com alimentos orgânicos e semnenhum subproduto de origem animal, além de nãoreceberem hormônios ou antibióticos.É permitido aos fabricantes de produtos orgânicos incluiraté 5% de ingredientes não-orgânicos em seus alimentos.Se ingredientes orgânicos compõem apenas de 70 % a95% do produto, esse produto não pode receber o rótulode “orgânico”Os pesticidas são amplamente usados em frutas ehortaliças, mas pode-se evitar traços deles na comida,

comprando orgânicos. Se você tiver um orçamento apertado,vale a pena saber que a quantidade de produtos químicosusada nos diferentes cultivos varia muito; assim, concentreos seus recursos na compra de maçãs orgânicas, peras,batatas, cenouras, espinafre, alface, e frutas macias, masnão se preocupe tanto com bananas, brócolis, couve-flor,cebolas, ervilhas ou laranjas que não foram cultivadosorganicamente.

� Cuidado com a injeção de água

Talvez você não saiba, mas algumas empresas mal-intencionadas injetam água nas carnes para acrescentar pesoe, assim, aumentar o lucro da venda de seus produtos. Alegislação brasileira proíbe essa prática de adição de água acarnes in natura, mas prevê algumas exceções. Nosprodutos temperados, como frangos, perus e corte de carne,permite-se, respectivamente, a injeção de 20%, 25% e 10%de uma mistura líquida chamada de salmoura temperada,que acrescenta sabor ao alimento. Além disso, no caso defrangos inteiros, admite-se o acréscimo de 6% de água,adicionados durante a etapa de resfriamento de sua carcaça.É importante ficar atento, pois o acréscimo de percentuaismaiores do que os descritos nas embalagens é ilegal econstitui crime contra o consumidor.Fonte: “Dicas Secretas da Revista Seleções do Reader’sDigest”(Contribuição de Adilson Nascimento)

H U M O R� Um rapaz vai passar por uma delicada cirurgia e omédico tenta tranqüilizá-lo:- Não tenha medo, companheiro. Sou muito experiente nessaárea. Olhe bem para minha longa barba e tenha confiança.Quando você voltar da anestesia, conversaremos.Após a cirurgia, o rapaz abre os olhos e depara com umaenorme barba. Não se contendo de alegria, ele exclama:- Obrigado doutor! Eu sabia que podia confiar no senhor!- Que doutor nada, homem! Eu sou São Pedro!

� Placa em frente a um consultório dentário:

“ESTACIONAMENTO EXCLUSIVO PARA ODENTISTA. INFRATORES RECEBERÃO UMACONSULTA”.

� A esposa vinha tentando convencer o marido a sejuntar a ela numa caminhada diária de 20 minutos. Um dia,depois de ler um artigo intitulado “Melhore sua vida sexual”ela achou que teria mais um argumento a apresentar.

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Explicou-lhe que, de acordo com o que leu, se elecaminhasse apenas 20 minutos melhoraria sua vida sexual.- E quem você conhece que vive a 20 minutos daqui? –perguntou ele.Fonte: “Rir é o Melhor Remédio, da Revista Seleçõesdo Reader’s Digest”(Contribuição de Adilson do Nascimento)

O dia em que o padre José quase fez um milagre

Vou contar um caso em duas interpretações.Primeira interpretação:Padre José estava dando a comunhão aos fiéis. (Naqueletempo para receber a comunhão, os devotos deviam seajoelhar junto a uma grade que existia logo abaixo do últimodegrau do altar – chamado presbitério – entendia-se que,para receber o corpo, sangue, alma e divindade de NossoSenhor Jesus Cristo, o fiel deveria estar em posição deabsoluto respeito.)Uma senhora idosa aproximou-se da mesa da comunhãoe não se ajoelhou. Padre José se aproximou. O acólito -assim se chamava o coroinha – colocou a patena sob oqueixo da devota senhora (Patena era colocada para quenão caísse nem mesmo uma fração mínima da hóstiaconsagrada.). O padre ordenou:- Ajoelha!A senhora respondeu com voz humilde:- Eu não posso!E o padre:- Ajoelha!Ela:- Mas eu não posso!Convicto de não ter mais nada a fazer, o padre passoupara o fiel seguinte e deu-lhe a comunhão, saltando asenhora que repetia a cada ordem: “Eu não posso”.Esse episódio gerou incômodos de muitos fiéis. Algunsjulgaram ter sido um ato de crueldade do padre.Segunda interpretação.Repito tudo que é narrado na primeira interpretação eacrescento:Chegado em casa, algumas senhoras dedicadas quefreqüentavam a casa do padre comentaram:- Padre José, por que o senhor fez aquilo com aquelasenhora? Ela não tinha condição de se ajoelhar.E o padre:- Eu fiz a minha parte. Ela não fez a dela. Se ela tivesse féfirme de que iria receber a hóstia consagrada como corpo,sangue, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo,não teria pensado em sua dificuldade!Moral da minha história.Um santo sozinho não faz milagre.José Moreira de SouzaA origem de tudo

• Deus após criar o mundo, em sua imensasabedoria, resolveu dar-lhe diversidade, povoando-o de animais.

• E Deus disse:• Faça-se o Burro, e o Burro se fez.• Deus acrescentou:• Serás Burro por toda a vida. Terás o dom do trabalho

incansável; terás sobre as costas uma cangalha, levarásmercadorias, obedecerás ao teu dono, comerás capim,não farás escolhas e viverás 30 anos.

• O Burro respondeu:• Senhor Deus, se essa é minha condição, viver 30 anos é

demais. Dez anos são suficientes para eu cumprir o queordenas.

• Deus concordou: seja como queres.• E Deus disse:• Faça-se o Cachorro. E o Cachorro se fez.• E Deus disse:• Serás Cachorro. Serás um fiel companheiro do Homem,

quando eu o tiver criado, comerás qualquer comida quelhe for servida, exercitarás o teu faro, serás sempreagradecido e viverás 20 anos.

• E o Cachorro respondeu:• Senhor meu Deus, eu Te agradeço por me criares, e

cumprirei o que me destinas, mas, fazer tudo isso por longosvinte anos é demais. Dê-me dez anos de vida e serei feliz.

• E Deus concordou: será como queres.• E Deus disse:• Faça-se o Macaco. E o Macaco se fez.• E Deus disse:• Serás Macaco. Saltarás de galho em galho, farás

macaquices para todos rirem, e, para isso, viverás 20 anos.• E o Macaco respondeu:• Senhor meu Deus, serei o que ordenas, mas viver 20 anos

é demais para mim. Dê-me a graça de viver dez anos.• E Deus concordou: Será como queres.• E Deus disse:• É o momento de criar o ser que dominará todas as

criaturas. Faça-se o Homem. E o Homem se fez.• E Deus disse:• Serás Homem, ser racional, capaz de submeter tudo à

tua vontade, viverás 30 anos.• E o homem respondeu:• Senhor meu Deus. Vós, criador do mundo e de todas as

coisas, sois a Suprema Sabedoria, porém, viver só 30 anos,Senhor? Dai-me os 20 anos que o Burro recusou, os dezdo Cachorro, os dez do macaco e tudo mais que osirracionais recusarem

• E Deus ordenou:• Serás um pré-homem durante 12 anos para te tornares

inteligente – tempo de maturação que retirarei de outrosanimais -, viverás 30 anos, a partir daí, como Homemracional, inteligente e dominador da Natureza; ao tecasares, viverás os 20 anos do Burro, trabalhando parasustentar teus filhos e esposas. Quando te aposentares,viverás ainda 20 anos da vida do Cachorro e do Macaco,cuidando da casa e comendo o que lhe derem; saltandoda casa de um filho para a de outro e fazendo gracinhaspara divertir teus netos imaturos. Para tudo que ultrapassarisso, viverás a vida do carrapato, dormindo e sugando osangue dos outros.

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(Domínio popular – versão de José Moreira deSouza)

ARTIGO

INFORMAÇÕES AOS PRODUTORES

RURAIS DO MUNICIPIO DE GOUVEIA

1- Prorrogação do prazo para averbação das

reservas florestais

Pelo Decreto 6.686 de 15.12.2008 foi prorrogadoaté 11.12.2009, o prazo final para que os produtoresrurais averbem no cartório de registro de imóveis eno IEF as áreas de reservas legais de suaspropriedades, que antes pelo Decreto 6.514 venciaem 21.12.08 Reserva esta que deverá correspondera 20% da propriedade.Pelo Decreto 6.686 foi também suspensastemporariamente as multas das propriedades queestão utilizando irregularmente áreas de reservaslegais que não foram ainda averbadas, e cujavegetação nativa tenha sido suprimida até21.12.2007.Esclarecemos que por noticias dos jornais o sr.Ministro da Agricultura e Câmara dos deputadosestão discutindo com os órgão ambientais apossibilidade da inclusão como reserva legal a áreade preservação permanente, e a possibilidade deaquisição por aqueles que não tem condições deregenerarem as área desmatadas, a aquisição dereservas em outra área externa, porém na mesmamicro bacia hidrográfica para fazer a compensação.

2- dicas para manejo nutricional de vacasleiteiras na época anti-safra

Como a nutrição dos animais representa de 60% a70% do custo de produção do leite,deve mereceratenção especial do produtor, principalmente nestaépoca do ano em que as pastagens não nutrisuficientemente os planteis, exigindocomplementação alimentar do volumoso comsilagem de milho, sorgo, capim ou o fornecimento decana de açúcar e capim napier.Exigindo assim maior gerenciamento afim de evitara queda de produção.A seguir enumeramos erros clássicos que causa aqueda de produção e soluções para evitá-los..

A)- o produtor deve pesar constantemente a raçãoou usar medidas diferentes ao fornecerconcentrados as vacas de acordo com suascapacidades produtivas, a fim de evitar fornecermaior quantidade a vacas de menor produção emenos as de maior produção que tem capacidadede retribuir o investimento.

O fornecimento inadequado da ração pode gerar queda naprodução,e sua recuperação torna-se mais difícil, e as vezessomente é recuperada em outra lactação.Já o fornecimento de concentrato acima da capacidadeprodutiva da vaca, representa aumento do custo da produção.B)- O rebanho após ordenha deverá encontrar imediatamenteo volumoso a sua disposição, e em quantidade e qualidadesuficiente ao numero de vacas ordenhadas.quando aumentaras vacas ordenhadas deverá aumentar proporcionalmente ovolumoso, e quando diminuir o numero reduzir o volumoso eassim evitar faltas ou sobras, que automaticamente afetaráo resultado da produção.C)- O concentrato ao ser fornecido junto com o volumoso,deverá ser bem misturado neste, a fim de evitar o consumoirregularmente pelo plantel, principalmente pelas vacas queprimeiro chegarem ao cocho.D)- Tratar separadamente as novilhas de 1ª cria ou separar asvacas que batem mais,e que impedem as novilhas de chegarao cochoE)- Acompanhar de perto o fornecimento de volumoso aosanimais a fim de evitar sobra nos cochos ou falta e evitarfuturos problemas.3- Considerações atuais sobre a produção de leite eperspectivas.Após a crise financeira mundial que estamos passando,podemosfazer a seguinte consideração para cadeia de lácteos;O mundo vai crescer, mais não como antes,pois não vai havertanta disponibilidade financeira como antes.Assim como 2009 será um ano de desaceleração financeira,2010 será o ano da recuperação. A cadeia de lácteos passoupor igual situação. Depois de um pico violento, que dobrou opreço da tonelada do leite em pó no mercado internacional em2007, que foi o período melhor para os produtores rurais, houveuma queda brusca nos preços em 2008, que foi sentida nomundo inteiro.Todos os paises começaram a reduzir suas ofertas de lácteos ,ajustando a demanda. A curto prazo, acreditamos que os paises deverão reconstituirseus estoques acompanhando a demanda.entretantoacreditamos que não mais como no passado. Estes estoquesserão doravante proporcional ao consumo.Portanto para o futuro o preço do leite deverá ter aumentosmais reais e comedidos dentro da demanda, apesar de termosmercado para exportação, pois nosso leite hoje é competitivoem custo e qualidade, e o Brasil detém hoje menos de 2% do

mercado internacional deleite em pó exportado.

Manoel L.F.Miranda-Advogado e Contador em B.Hte/MG

Membro do Conselho Fiscal da AFAGO

Ex.Presidente da coop. Reg. Agro.Pecuária Jequitibá (12

anos)

Ex Conselheiro da Ítambé (12 anos)

(Esclarecimentos ao leitor. Esta edição já se encontravadiagramada quando nos foi enviada a preciosa

contribuição de nosso associado. Pela importância está

sendo publicada, embora fora da Seção Artigos)

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Na mão de Deus, na sua mão DireitaDona Nia – Maria Idalina Dornas – 30 de abril:muitas recordações

Eu era muito criança quando faleceu, gloriosamente idosa,Dona Indinha de quem Maria Idalina Dornas herdou onome. A ampla casa de dona Indinha dominava do alto oarraial, ou quarteirão, do Cruzeiro.Tenho vagas lembranças de Dona Indinha: idosa, sentadanuma cadeira de balanço, ela batia uma mão na outra,determinando um ritmo inconsciente, como se estivessebatendo palmas. Habituado a ser cumprimentado por tiaFlora, sempre que ela retornava do trabalho no GrupoEscolar, eu me pus a dançar na frente da venerávelsenhora. Florinda estranhou esse gesto e tia Florainterpretou imediatamente ser uma censura e tomou-mepela mão para evitar o constrangimento.No dia da morte de Dona Indinha, Gouveia estava emfesta. Mocinhas bem trajadas foram instruídas paravisitarem todas as casas com o objetivo de informar ofalecimento e a hora do enterro. Certamente, meu leitornão entenderá porque emprego a palavra “festa” ao mereferir aos rituais da morte, especialmente hoje em que amorte se banalizou. Nos anos quarenta do século passadoa morte ainda era uma festa como analisa João José Reis,tratando da cidade de Salvador na Bahia, ou o poetaAfonso Ávila, estudando os rituais das solenes exéquias.A morte de Dona Indinha foi um dos instantes que medespertaram para decifrar algumas das relações sociaisde Gouveia. Todas as igrejas tocaram os sinos em dobresfúnebres. – Só presenciei fato semelhante quando dasexéquias da “Vó”, mãe de Afonso Ferreira Brasil, no finaldessa mesma década. Perguntei a Tia Flora: por quê essadiferença? Ela respondeu: “É porque Dona Indinha tinhainfluência em todas as irmandades”. Do Santíssimo, doRosário, de São Francisco e de Nossa Senhora dasDores.Espero ter sintetizado em rápidas linhas, a importânciadas famílias Alves e Dornas na formação de Gouveia. Aampla casa de Dona Indinha era também um espaçopúblico, lugar de convergência das pessoas semdiscriminação.Foi nesta casa que se criou a minha saudosa dona Nia,pessoa a quem pude conhecer com maior atenção comoprofessora do Grupo Escolar Aurélio Pires ao longo dosanos de 1949, 1950 e 1951. Primeiro, a casa. Alidominava um matriarcado sui generis. Uma harmonia emclima de festa. O Cruzeiro em frente e o campo de vôlei,

ao lado demarcavam esse clima. Blocoscarnavalescos, disputas esportivas – Jaques era umexímio jogador de vôlei – indústria caseira – aprimeira padaria de Gouveia tem origem nessa casa,comandada por Leonel e Florinda -, passos daPaixão, Benção do Santíssimo Sacramento na Festade Corpo de Deus, tudo isso acontecia no largo doCruzeiro, praça de Dona Indinha. Disse matriarcado.Ali as mulheres dominavam soberanas. Dona Adélia,Florinda e Marieta repassaram a dona Dona Doca– Maria das Dores Alves – e a Dona Nia – essesaber.Segundo, a professora. Dona Nia levou para aatividade docente os ensinamentos da casa. Tinhauma especial atenção para com as crianças,especialmente, aqueles que não conheceram a mãe.Chamo a isso de transcendência. Alguns estudiososdão o nome de resiliência. Resiliência quer dizer queuma pessoa encontra caminhos novos em situaçõesem que as outras pessoas só descobremlamentações, dores e tristezas. Transcendênciaaponta para o encontro de soluções que ultrapassama fixação no sofrimento. Com isso quero dizer queDona Nia era uma órfã feliz e encontrou nessacondição a possibilidade de passar alegria onde aspessoas vivem apenas a dor.Ela foi professora de meu irmão, Sebastião Moreirados Santos. Sebastião repetia o primeiro ano semalcançar promoção, até que chegou à sala de DonaNia. Nunca mais parou. Diplomou-se em 1952 erecebeu um carinhoso presente de sua professora.Não posso agradecer por Sebastião, mas agradeçopor mim. Uma pessoa desse porte não morre nunca.E o dia de seu funeral tem que ser de festa. Deus aacolheu com muitas palmas e, espero que a Gouveiae, especialmente, seus familiares, tenham feitoreviver aqueles momentos de alegria quetranscendem a dor da perda.

José Moreira de Souza

Maria Íris Teixeira Ribas – 14 de maio

Foi sepultada no dia 14 de maio, no cemitério doBonfim, a senhora Maria Íris Teixeira. Filha dodoutor Manuel Policarpo Teixeira, Maria Íris residiuquando criança em Gouveia, migrando para BeloHorizonte no início dos anos 40.

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No roseiral da espe-rança

• Geraldo Almeida Ribas. A família de AntônioAlmeida se reuniu em festas para comemorar oaniversário de Geraldo Almeida Ribas na cidadede Curvelo. No dia 26 de abril, o Baixinho, comoera conhecido em Gouveia, completou 80 anosde vida. A contribuição de Geraldo para odesenvolvimento de Gouveia está estreitamenterelacionada à empresa de transportes SantoAntônio. Por muitos anos, ele foi motorista doônibus que fazia a linha Diamantina a Curvelo,colaborando intensamente com o projeto pioneirode seu pai.

• No próximo dia 12 de julho o nosso colega Adilsondo Nascimento, Diretor de Expansão e Projetos,da AFAGO, estará comemorando seus 62 anosde vida e, coincidentemente, na mesma data fará

Bodas de Esmeraldas, ou seja, 40 anos de uma felizunião com a Senhora Ilda Vieira Nascimento, tambémgouveiana, filha de Chico Vieira e D. Mundinha.

Chico Vieira, como era conhecido o Senhor Franciscode Paula Vieira, faleceu precocemente em agosto de1957 quando era o Encarregado Geral da FábricaSão Roberto, braço direito do Gerente Doutor RômuloCruz Franchini. Era um dos componentes da Bandade Música Santa Cecília, onde tocava tuba e haviasido eleito vereador à primeira Câmara Municipalconstituída em Gouveia, junto com os seus colegasAugusto Alexandrino Viveiros, Cupertino Pinto Ribas,Francisco Xavier de Oliveira, Geraldo Alves Pereira,João Antônio dos Santos, José Raimundo Paixão, Joãode Miranda Chaves, Luiz Antônio de Miranda.Theódulo Alves Prado, e Vicente Alves Dória

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Aniversariantes mês de junho Aniversariantes mês de julho Juliana Zahen 1/jun Adriana Ribas Regis 5/jul Andréia Loiola Ribas 2/jun Geraldo de Deus (Ladinho) 8/jul

Rita Ordália Drumond Monteiro 2/jun Ludimilla Oliveira 10/jul

Luiz Carlos Gomes 3/jun Adilson Nascimento 12/jul

Haroldo Antônio Ribas 6/jun Elizabeth Alves Gomes 12/jul Feliciano Cordeiro 9/jun Antonio Ozilton de Araújo 13/jul

Sílvio Lourenço de Oliveira 10/jun Vanda Ribas 13/jul

Cláudio Augusto Pinto de Carvalho 10/jun

Geraldo da Consolação Miranda

14/jul

Maria de Jesus Souza Lima

14/jum Sílvio Augusto Moreira (Padre)

17/jul

Fabrício de Lima Ávila 15/jun Toledo Ribas de Oliveira 24/jul Albanor de Oliveira 17/jun Alberis de Oliveira 26/jul João Martins de Oliveira 25/jun Kleber Ferreira 28/jul Albany Alves de Oliveira 28/jun

Marineu Eustáquio de Matos

30/jul

Clever Garcia Regis 30/jun Yeda Oliveira Lucena 30/jul

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Reportagem Fotográfica

Homenagem do Jornal Estado de Minas aos 60 anos de Sacerdote - 11 de abril de 2009

Padre Serafim e as crianças da Primeira Comunhão, onde se situa a atual casa paroquial

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Cardeal dom Serafim no Ginásio Poliesportivo que leva seu nome - 13 de junho de 2008

Lar dos Idosos São Vicente de Paulo

Capa do livro de Eurico Bitencourt

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abraço nesse dia especial.

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NORMAS PARA PUBLICAÇÃONosso Boletim aceita artigos, notas, comentários, informesem geral de interesse dos filhos e amigos da Gouveia, desdeque encaminhados em meio digital.Formato em Word, fonte arial ou times new roman, corpo 12,espaço 1,5. Identificação do autor.As fotos devem ser encaminhadas já escaneadas em formatojpg.Artigos assinados são de inteira responsabilidade dos

autores.

Boletim da AFAGOÓrgão Informativo da Associação do Filhos e Amigos da

Gouveia

Ano II– N 03 - maio - junho 2009.

Diretor Responsável – Waldir de Almeida Ribas

Editoração Gráfica: José Moreira de Souza

Fotos: Arquivo Afonso Ferreira Brasil; José Moreira de Souza;

site www.gouveia.com.br.

Expedição; Guido de Oliveira Araújo e Raimundo Nonato

Chaves

Diretoria da AFAGOPresidente: Waldir de Almeida RibasVice-presidente: José Mário Gomes Pereira

Endereço para CorrespondênciaAvenida Amazonas 115 - sala 1709CEP: 30.180-000 - Belo Horizonte - MG

E-mail: [email protected]