advogados cpc e propaganda eleitoral (mód. 1) · rescisória no direito eleitoral",...

73
Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) Dia 18 - das 9h às 12h CPC: As Principais Novidades Dia 18 - das 13h30 às 17h30 Destaques do Novo CPC para Advogados Municipais Dia 19 - das 9h às 12h As Regras da Lei 9.504/97: Propaganda Eleitoral 2016 Nome:

Upload: dangbao

Post on 24-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

Advogados CPC e

Propaganda Eleitoral

(Mód. 1)

Dia 18 - das 9h às 12h

CPC: As Principais Novidades

Dia 18 - das 13h30 às 17h30

Destaques do Novo CPC para Advogados

Municipais

Dia 19 - das 9h às 12h

As Regras da Lei 9.504/97: Propaganda Eleitoral

2016

Nome:

Page 2: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

A Unipública

Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação e treinamento de agentes

públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras, câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos,

consórcios, institutos, fundações e empresas estatais nos municípios.

Os Cursos

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-learning/online), a escola investe na qualidade

e seriedade, garantindo aos alunos:

- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público

- Professores especializados e atuantes na área (Prática)

- Certificados de Participação digitalizado

- Material complementar de apoio (leis, jurisprudências, etc)

- Tira-dúvidas durante realização do curso

- Controle biométrico de presença (impressão digital)

- Atendimento personalizado e simpático

- Rigor no cumprimento de horários e programações

- Fotografias individuais digitalizadas

- Apostilas e material de apoio

- Coffee Breaks em todos os períodos

-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno)para impressão de certificado, grade do curso, currículo completo dos

professores, apostila digitalizada, material complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat

entre alunos e contato com a escola.

Público Alvo

- Servidores e agentes públicos (secretários, diretores, contadores, advogados, controladores internos, assessores,

atuantes na área de licitação, recursos humanos, tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .

- Autoridades Públicas, Vereança e Prefeitos (a)

Localização

Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao Calçadão da XV, na Rua Des.

Clotário Portugal nº 39, com estrutura própria apropriada para realização de vários cursos simultaneamente.

Feedback

Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos, alcançando índice médio de satisfação

9,3 no ano de 2014, graças ao respeito e responsabilidade empregada ao trabalho.

Page 3: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

Transparência

Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da transparência de seus atos mantendo

em sua página eletrônica um espaço específico para esse fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos, notas de

avaliação dos alunos e todas as certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.

Qualidade

Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos serviços públicos, a Unipública

investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com rigoroso critério, define seu corpo docente.

Missão

Preparar os servidores e agentes, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais e específicos sobre suas

respectivas áreas de atuação e contribuir com:

a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos

b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto para a população quanto para

os agentes públicos

c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão

Visão

Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade proporcionando satisfação aos

seus alunos, cidadãos e entidades públicas.

Valores

Reputação ilibada

Seriedade na atuação

Respeito aos alunos e à equipe de trabalho

Qualidade de seus produtos

Modernização tecnológica de metodologia de ensino

Garantia de aprendizagem

Ética profissional

SEJA BEM VINDO, BOM CURSO!

Telefone (41) 3323-3131 / Whats (41) 8852-8898

www.unipublicabrasil.com.br

Page 4: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

Programação:

Dia 18 - das 9h às 12h

CPC: As Principais Novidades

1 Normas fundamentais no novo CPC

2 Petição Inicial/pedido

3 Respostas do réu

4 Saneamento e provas

5 Sentença e recursos

6 Fase postulatória e possíveis providências iniciais

7 Audiências

8 Providências preliminares e saneamento

9 Teoria Geral das Provas

10 Teoria geral dos recursos

11 Agravo de instrumento

12 Apelação

13 Recurso Especial

14 Recurso Extraordinário

15 Coisa julgada

16 Ação rescisória

17 O julgamento de causas e questões repetitivas

18 Cumprimento de sentença

19 Impugnação

Dia 18 - das 13h30 às 17h30

Destaques do Novo CPC para Advogados Municipais

1 Sobre os advogados no processo:

a) Mandato

b) Honorários advocatícios

c) Gratuidade

d) Honorários sucumbenciais dos advogados públicos

2 Da Execução contra a Fazenda Pública

3 Embargos à Execução contra a Fazenda Pública

4 Tutelas:

a) Provisória (urgência e evidência)

b) Específica

5 Intervenção de terceiros

6 Afetações do novo CPC ao Mandado de segurança

7 Incidência do Novo CPC às Execuções Fiscais

8 Incidência do Novo CPC na Advocacia Municipal

Dia 19 - das 9h às 12h

As Regras da Lei 9.504/97: Propaganda Eleitoral 2016

1 Desmembramentos:

a) propaganda partidária

b) propaganda intrapartidária

c) propaganda eleitoral

2 Momentos:

a) propaganda antecipada (extemporânea)

b) propaganda de campanha

3 Propaganda negativa

4 Propagandas vedadas

5 Direito de Resposta

6 Regras específicas da propaganda política em 2016:

a) outdoor

b) brindes

c) impressos de propaganda

d) alto-falantes ou amplificadores

e) carro de som

f) trio elétrico e minitrio

g) comícios

Page 5: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

h) showmício

i) utilização de símbolos e imagens

j) simuladores de urnas eletrônicas

k) bens públicos

l) bens particulares

m) placas

n) faixas

o) cartazes

p) pinturas

q ) internet

r) mensagens eletrônicas

s) carreata

t) caminhada ou passeata

u) propaganda na imprensa

v) propaganda no dia das eleições

x) retirada da propaganda após as eleições

7 Outros temas interligados:

a) roteiro de prazos (calendário do TSE)

b) pesquisa eleitoral

c) desincompatibilizações

d) inelegibilidade

8 Procedimentos Judiciais e Penas Aplicáveis:

a) ações eleitorais

b) crimes eleitorais

c) recursos eleitorais

d) penas

Professores:

Dirceu Pertuzatti: Advogado, professor universitário e mestre em ciências jurídicas

Aristeu Rogério de Andrade Jr: Procurador Municipal, Especialista em Direito Público.

Rogério Carlos Born: Mestre em Direito Constitucional, especialista em Direito Público, Eleitoral e Militar, Membro da

Comissão de Direito Internacional da OAB-PR, Professor Universitário, Servidor da Justiça Eleitoral, Autor das obras "Ação

Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito Eleitoral Militar", "Objeção de

consciência: restrições aos direitos políticos", "Sentença no Direito Penal Militar: teoria e prática"; "Direito Eleitoral para

Concursos"; "Direito Penal Militar para Concursos"; "Direito Processual Penal Militar para Concursos" e "Assédio Sexual na

Relações de Trabalho".

Page 6: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

Sumário

CPC: AS PRINCIPAIS NOVIDADES...................................................................................................... 1

DESTAQUES DO NOVO CPC PARA ADVOGADOS MUNICIPAIS .............................................. 41

AS REGRAS DA LEI 9.504/97: PROPAGANDA ELEITORAL 2016 ............................................... 53

Page 7: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

1

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

CPC: AS PRINCIPAIS NOVIDADES

Dirceu Pertuzatti

A Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 - Lei do Novo Código de Processo Civil, inaugurou uma nova fase

para o processo Civil Brasileiro, ou seja, com a modernidade a aplicabilidade de normas em vigor desde 1974 (Lei nº

5.869/73) já não atendem mais as necessidades jurídicas do século XXI.

Esse avanço jurídico, nas palavras de Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery1, representa a criação

de um sistema absolutamente novo:

que requer de todos uma profunda revisão nos conceitos dos institutos básicos do direito processual civil, aliada

à moderna visão do papel que desempenha o direito constitucional, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais,

notadamente dos tribunais superiores, na solução dos litígios que se apresentam ao Poder Judiciário.

Com isso, esse sistema acarreta mudanças que inauguram uma nova dinâmica processual, com adaptações à

realidade atual e também, com a aplicação das normas fundamentais com o foco constitucional.

Entre as mudanças mais significativas está acriação de novos mecanismos para a busca da conciliação

entre as partes, a simplificação da defesa do réu, a mudança na contagem dos prazos para as partes, a criação

de uma ordem de julgamento dos processos, a redução do número de recursos e a unificação dos prazos

recursais, a alteração das regras referente aos honorários advocatícios e a desconsideração da personalidade

jurídica da sociedade. As regras passam a valer a partir do mês de março de 2016, um ano após a publicação do Código, sendo

revogado o Código de Processo Civilanterior.

1 Parte Geral: Alterações nas Normas fundamentais no novo CPC

Inicialmente, destacam-se os princípios positivados pelo novo Código de Processo Civil, em seus artigos

1º ao 12º que consagram regras e princípios. As normas processuais podem regras ou princípios.

A norma é fundamental, porque estrutura o modelo do processo civil brasileiro e serve de orientação

para a compreensão de todas as demais normas jurídicas processuais civis2.

1NERY Junior, Nelson. Rosa Maria de Andrade Nery. Comentários ao código de processo civil, p.05.

2 DIDIER JR., Fredie, Curso de Direito Processual Civil, p. 61.

Page 8: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

2

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

As normas processuais ora são princípios (como o devido processo legal) ora são regras (como a

proibição do uso de provas ilícitas).

Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas

fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste

Código.

O Art. 1º é uma novidade do CPC faz de uma maneira simbólica: o de que não é possível compreender

o processo civil, sem interpretar e conhecer os princípios constitucionais. Há uma obviedade: de que as normas

processuais deverão estar em consonância às normas constitucionais.

Pergunta: se o juiz violar o artigo 1º do CPC caberá Recurso Especial ou Recurso Extraordinário

(ofensa à Constituição)? Considerando-se que o artigo 1º é uma repetição do texto Constitucional, entende-se

que há uma violação à Constituição e, portanto, é cabível o Recurso Extraordinário. E isso serve para

evidenciar a importância desta modificação feita pelo legislador.

O incentivo aos métodos de solução consensual entre as partes sempre que possível, conforme abaixo:

Art. 3º - não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.(...) § 2º O Estado

promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3º A conciliação, a mediação e outros

métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos

e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Com isso, o novo código seguiu a tendência da Lei dos Juizados Especiais os quais privilegiam a conciliação

entre as partes. É a promoção pelo Estado da solução por autocomposição consensual, consagrando uma política

pública. Todo o CPC foi estruturado nesta modalidade, havendo até mesmo uma espécie de compensação às partes

que, uma vez celebrada a autocomposição, haverá a dispensa do pagamento de custas complementares.

Outra questão imposta pelo novo código diz repeito ao direito das partes em obter em prazo razoável a

solução da lide. Ou seja, o artigo 4º ao impor que "as partes têm direito de obter em prazo razoável a solução

integral do mérito, incluída a atividade satisfativa", reforça a temática da celeridade processual descrita pela Constituição Federal de 1988, artigo5º, inciso LXXVIII. Consubstanciando assim, o princípio da primazia do mérito.

O princípio da boa-fé e a cooperação judicial também estão presentes no novo código, conforme se verifica dos

artigos 5º e 6º:

Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se se acordo com a boa-fé.

Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão

de mérito justa e efetiva.

Observa-se que esses dispositivos dão mais efetividade às decisões e acabem corroborando para a razoável

duração dos processos.

Em relação ao contraditório, o novo CPC também inovou, em seus artigos 9º e 10º:

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.

Art. 10º O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não

se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

Lembrando que o artigo 9º, não se aplica nos casos referentes à tutela provisória de urgência, às hipóteses da

tutela da evidência previstas no artigo 311, incisos II e III e ainda à decisão prevista no artigo 701.

De acordo com esta regra, a decisão somente poderá ocorrer posteriormente à informação para as partes e à

abertura de prazo para eventual manifestação, mesmo em matérias de que o juiz pode conhecer de ofício.

A publicidade e a motivação das decisões judiciais, também foram abordados pelo novo código, nos artigos 11

e 489 § 1º e § 2º.

Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob

pena de nulidade.Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes,

de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a

questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo

julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem

demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a

existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada,

enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a

conclusão.

Page 9: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

3

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Estes dispositivos caracterizam claramente a intenção do legislador em acabar com àquelas fundamentações

superficiais, como por exemplo, "mantenho a decisão pelos próprios fundamentos", "nada a decidir", etc., assim, o juiz

deverá enfrentar todos os argumentos trazidos pelas partes. Reforça também a garantia constitucional de que as

decisões devem ser devidamente fundamentadas, conforme disposto no art. 93, inciso IX da Constituição Federal,

preservando assim a segurança jurídica e o respeito à legislação infraconstitucional.

Por outro lado, os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir

sentença ou acórdão (art. 12). Com a instituição do princípio da cronologia, os processos devem ser analisados pela

"ordem de chegada" excluindo assim, preferências de qualquer natureza, salvo aquelas legalmente expressas pela lei (§

2º),como por exemplo, as sentenças proferidas em audiência e apreciação de pedido liminar no recurso.O § 1º desse

dispositivo, indica ainda que a lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para

consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.Este princípio veio a ratificar os princípios

constitucionais já existentes, ou seja, o princípio da Isonomia e impessoalidade.

A partir deste tópico, será adotada uma convenção para a apresentação dos quadros contendo as principais

inovações do Novo Código de Processo Civil (NCPC – Lei 13.105 de 16/03/2015). Quando nos depararmos com

alguma inovação, colocaremos No Primeiro quadro (sempre à esquerda) o Código de Processo Civil antigo (Lei

5.869/1973). E ao lado (coluna da sua direita) está comtemplado o Novo Código de Processo Civil.

2 Petição Inicial/pedido

Art. 282. A petição inicial indicará:

I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida.

II - os nomes, os prenomes, o estado civil,

profissão, domicílio e a residência do autor e do

réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do

pedido;

IV - o pedido, com suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende

demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - o requerimento para a citação do réu.

Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união

estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de

Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o

endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

III, IV, V, VI - sem alterações.

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de

conciliação ou de mediação.

§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II,

poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências

necessárias a sua obtenção.

§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta

de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação

do réu.

§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento

ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais

informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o

acesso à justiça.

Referente à audiência de conciliação ou mediação, destacam-se principalmente os parágrafos 4º, 5º e 8º do

artigo 334, que assim dispõem:Art. 334. (...) § 4o A audiência não será realizada:I - se ambas as partes manifestarem,

expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5o O autor

deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada

com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.(...) § 8o O não comparecimento injustificado do autor

ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de

até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.

Page 10: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

4

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

3. Dos Prazos

CPC/1973 CPC/2015

Art. 184. Salvo disposição em contrário,

computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do

começo e incluindo o do vencimento.

§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o

primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado

ou em dia em que:

I - for determinado o fechamento do fórum;

(...)

§ 2o Os prazos somente começam a correr do

primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e

parágrafo único).

Art. 219.Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou

pelo juiz,computar-se-ão somente os dias úteis.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos

prazos processuais.

Importante destacar que o parágrafo único, deixa claro que a

regra aplica-se somente aos prazos processuais, de forma que os

prazos para o cumprimento de obrigações determinadas por

decisão judicial continuam a ser contados de maneira contínua,

inclusive em férias, feriados e finais de semana.

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos

prescritos em lei.

§ 1o Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em

consideração à complexidade do ato.

§ 2o Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações

somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48

(quarenta e oito) horas.

§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz,

será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a

cargo da parte.

§ 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo

inicial do prazo.

Art. 231.Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia

do começo do prazo:

I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a

citação ou a intimação for pelo correio;

II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a

citação ou a intimação for por oficial de justiça;

III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela

se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;

IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz,

quando a citação ou a intimação for por edital;(...)

§ 2o Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é

contado individualmente.

Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias

compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.

Importante modificação também ocorreu em relação aos prazos do Ministério Público (Art. 180 e seguintes do

NCPC) e da Defensoria Pública (Artigos 185 e seguintes do NCPC), os quais terão o prazo em dobro para todas as

manifestações processuais. Destaca-se que em relação à Defensoria Pública, a previsão legal foi uma inovação neste

novo Código.

Page 11: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

5

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

4. Parte Especial: do processo de conhecimento

4.1. Do Procedimento Comum

Art. 271. Aplica-se a todas as causas o

procedimento comum, salvo disposição em

contrário deste Código ou de lei especial.

Art. 318.Aplica-se a todas as causas o procedimento comum,

salvo disposição em contrário deste Código ou de lei.

Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se

subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao

processo de execução.

4.2. Da Petição Inicial

4.2.1. Da Citação

Art. 221. A citação far-se-á:

I- pelo correio

II - por oficial de justiça;

III - por edital;

VI - por meio eletrônico, conforme regulado em

lei própria.

A Lei 11.419/2006 que regulamenta o processo

em autos eletrônicos.

Art. 246. A citação será feita:

I - pelo correio;

II - por oficial de justiça;

III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citado comparecer

em cartório;

IV- por edital;

V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.

§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de

pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a

manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos,

para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais

serão efetuadas preferencialmente por esse meio.

§ 2º O disposto no § 1o aplica-se à União, aos Estados, ao

Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da administração

indireta.

§ 3o Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão

citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade

autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é

dispensada.

De acordo com Fredie Didier Junior3a citação deve observar as exigências do artigo 5º da lei nº 11.419/2006:

Art. 5º As intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se cadastrarem na forma do art.

2o desta Lei, dispensando-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico.

§ 1º Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a consulta eletrônica ao teor da

intimação, certificando-se nos autos a sua realização.

§ 2º Na hipótese do § 1o deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em dia não útil, a intimação será considerada

como realizada no primeiro dia útil seguinte.

§ 3º A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do

envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo.

3DIDIER Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo

de conhecimento., 622.

Page 12: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

6

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

§ 4º Em caráter informativo, poderá ser efetivada remessa de correspondência eletrônica, comunicando o envio da

intimação e a abertura automática do prazo processual nos termos do § 3o deste artigo, aos que manifestarem interesse

por esse serviço.

§ 5º Nos casos urgentes em que a intimação feita na forma deste artigo possa causar prejuízo a quaisquer das partes ou

nos casos em que for evidenciada qualquer tentativa de burla ao sistema, o ato processual deverá ser realizado por outro

meio que atinja a sua finalidade, conforme determinado pelo juiz.

§ 6º As intimações feitas na forma deste artigo, inclusive da Fazenda Pública, serão consideradas pessoais para todos os

efeitos legais.

4.2.2. Das Intimações

Art. 234. Intimação é ato pelo qual se dá ciência

a alguém dos atos e termos do processo, para

que faça ou deixe de fazer alguma coisa.

Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos

atos e dos termos do processo.

§ 1o É facultado aos advogados promover a intimação do

advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos,

a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.

§ 2o O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do

despacho, da decisão ou da sentença.

§ 3o A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de

direito público será realizada perante o órgão de Advocacia

Pública responsável por sua representação judicial.

Art. 236. No Distrito Federal e nas Capitais dos

Estados e dos Territórios, consideram-se feitas

as intimações pela só publicação dos atos no

órgão oficial.

§ 1o É indispensável, sob pena de nulidade, que

da publicação constem os nomes das partes e de

seus advogados, suficientes para sua

identificação.

§ 2o A intimação do Ministério Público, em

qualquer caso será feita pessoalmente.

Art. 272. Quando não realizadas por meio eletrônico,

consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no

órgão oficial.

§ 1o Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles

dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam,

desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do

Brasil.

§ 2o Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação

constem os nomes das partes e de seus advogados, com o

respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do

Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.

§ 3o A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas.

§ 4o A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao

nome completo e ser a mesma que constar da procuração ou que

estiver registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 5o Constando dos autos pedido expresso para que as

comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome dos

advogados indicados, o seu desatendimento implicará nulidade.

§ 6o A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga

pelo advogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado ou

da sociedade de advogados, pela Advocacia Pública, pela

Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implicará

intimação de qualquer decisão contida no processo retirado,

ainda que pendente de publicação.

§ 7o O advogado e a sociedade de advogados deverão requerer o

respectivo credenciamento para a retirada de autos por preposto.

§ 8o A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo

preliminar do próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido

por tempestivo se o vício for reconhecido.

§ 9o Não sendo possível a prática imediata do ato diante da

necessidade de acesso prévio aos autos, a parte limitar-se-á a

Page 13: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

7

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

arguir a nulidade da intimação, caso em que o prazo será contado

da intimação da decisão que a reconheça.

4.2.3. Da possibilidade de emendar a petição inicial

Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial

não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282

e 283, ou que apresenta defeitos e

irregularidades capazes de dificultar o

julgamento de mérito, determinará que o autor a

emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez)

dias.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a

diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche

os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e

irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,

determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende

ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido

ou completado.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz

indeferirá a petição inicial.

As regras decorrentes do art. 321 consagram o princípio da cooperação (art. 6º NCPC)4, ou seja, "todos os

sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva".

4.2.4. Dos Pedidos

Art. 293. Os pedidos são interpretados

restritivamente,compreendendo-se,entretanto, no

principal os juros legais.

Art. 322. O pedido deve ser certo.

§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção

monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários

advocatícios.

§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da

postulação e observará o princípio da boa-fé.

Do mesmo modo, se o pedido inicial tratar-se de cumprimento de obrigações em prestações sucessivas, essas

serão consideradas incluídas no pedido, independentemente da declaração expressa do autor, e serão incluídas na

condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las (art.,

323).

Art. 290. Quando a obrigação consistir em

prestações periódicas, considerar-se-ão elas

incluídas no pedido, independentemente de

declaração expressa do autor; se o devedor, no

curso do processo, deixar de pagá-las ou de

consigná-las, a sentença as incluirá na

condenação, enquanto durar a obrigação.

Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de

obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas

incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa

do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a

obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-

las ou de consigná-las.

4.2.5. Alteraçõesda causa de pedir e pedido

Artigo 294.Antes da citação, o autor poderá

aditar o pedido, correndo à sua conta as custas

acrescidas em razão dessa iniciativa

Artigo 329. O autor poderá:

I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir,

independentemente de consentimento do réu; II - até o

4DIDIER, Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo

de conhecimento, 2015., p.558.

Page 14: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

8

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de

pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório

mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo

de 15 (quinze dias), facultado o requerimento de prova

suplementar.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção

e à respectiva causa de pedir.

4.2.6. Do indeferimento da Petição Inicial

Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor

poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48

(quarenta e oito) horas, reformar sua decisão.

Parágrafo único. Não sendo reformada a

decisão, os autos serão imediatamente

encaminhados ao tribunal competente

Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar,

facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.

§ 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para

responder ao recurso.

§ 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a

contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos,

observado o disposto no art. 334.

§ 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito

em julgado da sentença.

4.2.7. Improcedência Liminar do Pedido

Art. 285-A.Quando a matéria controvertida for

unicamente de direito e no juízo já houver sido

proferida sentença de total improcedência em

outros casos idênticos, poderá ser dispensada a

citação e proferida sentença, reproduzindo-se o

teor da anteriormente prolatada.

§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz

decidir, no prazo de5 (cinco) dias, não manter a

sentença e determinar o prosseguimento da

ação.

§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada

a citação do réu para responder ao recurso.

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,

independentemente da citação do réu, julgará liminarmente

improcedente o pedido que contrariar:

I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do

Superior Tribunal de Justiça;

II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo

Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos

repetitivos;

III - entendimento firmado em incidente de resolução de

demandas repetitivas ou de assunção de competência;IV -

enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o

pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de

prescrição.

§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito

em julgado da sentença, nos termos do art. 241.

§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco)

dias.

§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento

do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação,

determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no

prazo de 15 (quinze) dias.

Esse mecanismo está pautado pelos princípios da eficiência (art. 8º, CPC), da boa-fé (art. 5º, CPC) e da duração

razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, CF/1988; art. 4º CPC).

Page 15: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

9

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Trata-se de importante instrumento de combate às demandas abusivas, permitindo a extinção fulminante de

processos que muitas vezes funcionam como mecanismos de extorsão processual5.

5. Respostas do Réu

5.1 Da contestação

No novo código percebe-se que a contestação é a principal defesa do réu, o que se comprova com a leitura dos

artigos 336 e 337, os quais concentram as matérias de defesa e o rol das matérias preliminares ao mérito.

Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15

(quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz

da causa, contestação, exceção e reconvenção.

Art. 298.Quando forem citados para a ação

vários réus, o prazo para responder ser-lhes-á

comum, salvo o disposto no art. 191.

Parágrafo único. Se o autor desistir da ação

quanto a algum réu ainda não citado, o prazo

para a resposta correrá da intimação do

despacho que deferir a desistência.

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no

prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:

I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última

sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou,

comparecendo, não houver autocomposição;

II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de

conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando

ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;

III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a

citação, nos demais casos.

§1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do

art. 334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada

um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de

cancelamento da audiência.

§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4

o, inciso II,

havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em

relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da

data de intimação da decisão que homologar a desistência

Neste instante, incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de

direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir (art. 336 NCPC).

Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir

o mérito, alegar:

(...)

X - carência de ação;

(...)

§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa

julgada, quando se reproduz ação anteriormente

ajuizada.

§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as

mesmas partes, a mesma causa de pedir e o

mesmo pedido.

§ 3o Há litispendência, quando se repete ação,

que está em curso; há coisa julgada, quando se

repete ação que já foi decidida por sentença, de

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

I – inexistência ou nulidade da citação.

(...)

XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;

(...)

XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.

§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se

reproduz ação anteriormente ajuizada.

§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a

mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso.

§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida

por decisão transitada em julgado.

§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência

relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas

neste artigo.

§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de

5DIDIER, Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo

de conhecimento, 2015., p.605.

Page 16: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

10

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

que não caiba recurso.

§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o

juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada

neste artigo.

arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação

da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.

Ainda na contestação, o réu poderá propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação

principal ou com o fundamento da defesa.(art. 343). Ainda, observe as alterações e/ou inclusão dos parágrafos:

Art. 315.O réu pode reconvir ao autor no

mesmo processo, toda vez que a reconvenção

seja conexa com a ação principal ou com o

fundamento da defesa.

Parágrafo único.Não pode o réu, em seu

próprio nome, reconvir ao autor, quando este

demandar em nome de outrem.

Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor

reconvindo será intimado, na pessoa do seu

procurador, para contestá-la no prazo de 15

(quinze) dias.

Art. 317. A desistência da ação, ou a existência

de qualquer causa que a extinga, não obsta ao

prosseguimento da reconvenção.

Art. 318. Julgar-se-ão na mesma sentença a

ação e a reconvenção.

Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção

para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal

ou com o fundamento da defesa.

§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de

seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze)

dias.

§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que

impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do

processo quanto à reconvenção.

§ 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.

§ 4o A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio

com terceiro.

§ 5o Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá

afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a

reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na

qualidade de substituto processual.

§ 6o O réu pode propor reconvenção independentemente de

oferecer contestação.

O Código de Processo Civil de 1973em seu artigo 299, dispunha que a contestação e a reconvenção seriam

oferecidas simultaneamente, em peças autônomas, sendo a exceção, processada em apenso aos autos principais. Com a

entrada em vigor do novo código, a reconvenção deverá ser proposta na própria contestação, basta abrir um tópico

específico, conforme interpretação do caput do artigo 343.6. Providências preliminares e Julgamento conforme o

estado do processo

Apresentada ou não resposta do réu, inicia-se uma fase o procedimento comum que se denomina de fase de

saneamento ou fase de ordenamento do processo6.

De acordo com Daniel Amorim Assumpção Neves7 há poucas diferenças entre as providências preliminares

previstas no CPC/1973 e as dispostas no Novo Código de Processo Civil.

A mais significativa é amudança do prazo. Os arts. 350 e 351, que tratam da réplica do autor quando houver,

respectivamente, defesa de mérito indireta e defesa processual na contestação, preveem um prazo de quinze dias.O art.

348, que trata da especificação de provas para o autor quando o juiz não presumir verdadeiros os fatos diante da revelia

do réu, não prevê qualquer prazo para a manifestação, mas, para preservar a homogeneidade dessas reações do autor

reunidas no capítulo, é de presumir que o prazo também seja de quinze dias.

6DIDIER, Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo

de conhecimento, 2015., p.685.

7NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 327.

Page 17: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

11

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Art. 326.Se o réu, reconhecendo o fato em que

se fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo,

modificativo ou extintivo do direito do autor,

este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias,

facultando-lhe o juiz a produção de prova

documental.

Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou

extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15

(quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.

Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz,

verificando que não ocorreu o efeito da revelia,

mandará que o autor especifique as provas que

pretenda produzir na audiência.

Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a

inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará

que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda

não as tiver indicado.

Já a redação do dispositivo (art. 354 NCPC) não mereceelogios porque indica a existência de uma extinção

parcial do processo, o que éalgo rejeitado historicamente pela melhor doutrina8.

Art. 329. Ocorrendo qualquer das hipóteses

previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o juiz

declarará extinto o processo.

Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts.

485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.

Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer

respeito a apenas parcela do processo, caso em que será

impugnável por agravo de instrumento.

Nas palavras de Daniel Amorim Assumpção Neves9 :

Teria sido mais cuidadoso o legislador se tivesse expressamente previsto que a decisão terminativa que diga

respeito a apenas parcela do processo é uma decisão interlocutória, recorrível por agravo de instrumento, aliás,

exatamente como ocorre no CPC/1973.

No que tange ao julgamento antecipado do mérito, e julgamento antecipado parcial do mérito as mudanças

foram:

Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do

pedido, proferindo sentença:

I - quando a questão de mérito for unicamente

de direito, ou, sendo de direito e de fato, não

houver necessidade de produzir prova em

audiência;

II - quando ocorrer a revelia (art. 319).

Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo

sentença com resolução de mérito, quando:

I - não houver necessidade de produção de outras provas;

II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não

houver requerimento de prova, na forma do art. 349.

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou

mais dos pedidos formulados ou parcela deles:

I - mostrar-se incontroverso;

II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do

art. 355.

§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá

reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.

§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação

reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,

independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa

interposto.

§ 3o Na hipótese do § 2

o, se houver trânsito em julgado da

decisão, a execução será definitiva.

§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar

parcialmente o mérito poderão ser processados em autos

8NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 328.

9NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 329.

Page 18: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

12

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.

§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por

agravo de instrumento.

Já o artigo 357 do Novo CPC refere-se ao “saneamento compartilhado”,onde arealização de uma audiência para

tal fim passa a ser excepcional, ocorrendoapenas se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito.

Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de

saneamento e de organização do processo:I - resolver as questões processuais pendentes, se

houver;II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando

os meios de prova admitidos;III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; IV -

delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V - designar, se necessário,

audiência de instrução e julgamento.

§ 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes,

no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.

§ 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de

fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o

juiz.

§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar

audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o

juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.

§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não

superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.

§ 5o Na hipótese do § 3

o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de

testemunhas.

§ 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no

máximo, para a prova de cada fato.

§ 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e

dos fatos individualmente considerados.

§ 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no

art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.

§ 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.

Observa-se que o § 3º deste dispositivo representauma das principais inovações do novo código, trata-se de uma

regra que concretiza o princípio da cooperação disposto no art. 6º, CPC.

6.1 Das Provas (art. 369 e seguintes)

Art. 332. Todos os meios legais, bem como os

moralmente legítimos, ainda que não

especificados neste Código, são hábeis para

provar a verdade dos fatos, em que se funda a

ação ou a defesa.

Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios

legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não

especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em

que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na

convicção do juiz.

Art. 333. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu

direito;

I - ao réu, quanto à existência de fato

impeditivo, modificativo ou extintivo do direito

do autor.

Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo

ou extintivo do direito do autor.

§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da

causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade

de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade

de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o

ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão

fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de

se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

§ 2o A decisão prevista no § 1

o deste artigo não pode gerar

Page 19: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

13

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Parágrafo único. É nula a convenção que

distribui de maneira diversa o ônus da prova

quando:

I - recair sobre direito indisponível da parte;

II - tornar excessivamente difícil a uma parte o

exercício do direito.

situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja

impossível ou excessivamente difícil.

§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode

ocorrer por convenção das partes, salvo quando:

I - recair sobre direito indisponível da parte;

II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do

direito.

§ 4o A convenção de que trata o § 3

o pode ser celebrada antes ou

durante o processo.

O Novo Código de Processo Civil inova quanto ao sistema de distribuição dos ônus probatórios, atendendo

correntedoutrinária que já vinha defendendo a chamada “distribuição dinâmica do ônus daprova”10

.

Nas palavras de Daniel Amorim Assumpção Neves11

consagra-se legislativamente a ideia de que deve ter o ônus da prova a parte que apresentar maior facilidade em

produzir a prova e se livrar do encargo. Como essa maior facilidade dependerá do caso concreto, cabe ao juiz fazer a

análise e determinar qual o ônus de cada parte no processo.

Como visto, essa nova sistemática de distribuição do ônus da prova visa facilitar a produção de provas.

Art. 390. O incidente de falsidade tem lugar em

qualquer tempo e grau de jurisdição,

incumbindo à parte, contra quem foi produzido

o documento, suscitá-lo na contestação ou no

prazo de 10 (dez) dias, contados da intimação da

sua juntada aos autos

Art. 391.Quando o documento for oferecido

antes de encerrada a instrução, a parte o arguirá

de falso, em petição dirigida ao juiz da causa,

expondo os motivos em que funda a sua

pretensão e os meios com que provará o

alegado.

Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na

réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da

intimação da juntada do documento aos autos.

Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida

como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a

decida como questão principal, nos termos do inciso II do art.

19.

Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em

que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado.

10

NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 342.

11NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 343.

Page 20: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

14

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Art. 392. Intimada a parte, que produziu o

documento, a responder no prazo de 10 (dez)

dias, o juiz ordenará o exame pericial.

Parágrafo único. Não se procederá ao exame

pericial, se a parte, que produziu o documento,

concordar em retirá-lo e a parte contrária não se

opuser ao desentranhamento.

Art. 395.A sentença, que resolver o incidente,

declarará a falsidade ou autenticidade do

documento.

Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15

(quinze) dias, será realizado oexame pericial.

Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se a parte

que produziu o documento concordar em retirá-lo.

Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documento, quando

suscitada como questão principal, constará da parte dispositiva

da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa

julgada.

6.2.Produção de prova documental (arts. 434 a 438) e Documentos eletrônicos (arts. 439 a 411)

Art. 396. Compete à parte instruir a petição

inicial (art. 283),ou a resposta(art. 297), com os

documentos destinados a provar-lhe as

alegações.

Art. 397. É lícito às partes, em qualquer tempo,

juntar aos autos documentos novos, quando

destinados a fazer prova de fatos ocorridos

depois dos articulados, ou para contrapô-los aos

que foram produzidos nos autos.

Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a

contestação com os documentos destinados a provar suas

alegações.

Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução

cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos

termos do caput, mas sua exposição será realizada em audiência,

intimando-se previamente as partes.

Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos

documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos

ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que

foram produzidos nos autos.

Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de

documentos formados após a petição inicial ou a contestação,

bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou

disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir

comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e

incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte

de acordo com o art. 5o.

Art. 437.(...)§ 1o Sempre que uma das partes requerer a juntada

de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra

parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para adotar

qualquer das posturas indicadas no art. 436.

Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas, em qualquer

tempo ou grau de jurisdição:

Page 21: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

15

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Art. 398. Sempre que uma das partes requerer a

juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a

seu respeito, a outra, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 399. O juiz requisitará às repartições

públicas em qualquer tempo ou grau de

jurisdição:

I - as certidões necessárias à prova das alegações

das partes;

II - os procedimentos administrativos nas causas

em que forem interessados a União, o Estado, o

Município, ou as respectivas entidades da

administração indireta.

§ 1o Recebidos os autos, o juiz mandará extrair,

no prazo máximo e improrrogável de 30 (trinta)

dias, certidões ou reproduções fotográficas das

peças indicadas pelas partes ou de ofício; findo

o prazo, devolverá os autos à repartição de

origem

§ 2o As repartições públicas poderão fornecer

todos os documentos em meio eletrônico

conforme disposto em lei, certificando, pelo

mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que

consta em seu banco de dados ou do documento

digitalizado

I - as certidões necessárias à prova das alegações das partes;

II - os procedimentos administrativos nas causas em que forem

interessados a União, os Estados, o Distrito Federal, os

Municípios ou entidades da administração indireta.

§ 1o Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo

máximo e improrrogável de 1 (um) mês, certidões ou

reproduções fotográficas das peças que indicar e das que forem

indicadas pelas partes, e, em seguida, devolverá os autos à

repartição de origem.

§ 2o As repartições públicas poderão fornecer todos os

documentos em meio eletrônico, conforme disposto em lei,

certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do

que consta em seu banco de dados ou no documento digitalizado.

Inovação do Novo CPC:

Art. 439. A utilização de documentos eletrônicos no processo convencional dependerá de sua

conversão à forma impressa e da verificação de sua autenticidade, na forma da lei.

Art. 440. O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido, assegurado às

partes o acesso ao seu teor.

Art. 441. Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da

legislação específica.

6.4.Da prova testemunhal (artigos 442 a 449)

Art. 402.Qualquer que seja o valor do contrato,

é admissível a prova testemunhal, quando:

I - houver começo de prova por escrito,

reputando-se tal o documento emanado da parte

contra quem se pretende utilizar o documento

como prova;

II - o credor não pode ou não podia, moral ou

materialmente, obter a prova escrita da

obrigação, em casos como o de parentesco,

Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da

obrigação, é admissível a prova testemunhal quando houver

começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se

pretende produzir a prova.

Art. 445. Também se admite a prova testemunhal quando o

credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a

prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, de

Page 22: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

16

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

depósito necessário ou hospedagem em hotel.

Art. 405. Podem depor como testemunhas todas

as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou

suspeitas.

§ 2o São impedidos:

I - o cônjuge, bem como o ascendente e o

descendente em qualquer grau, ou colateral, até

o terceiro grau, de alguma das partes, por

consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir

o interesse público, ou, tratando-se de causa

relativa ao estado da pessoa, não se puder

obter de outro modo a prova, que o juiz repute

necessária ao julgamento do mérito

depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das

práticas comerciais do local onde contraída a obrigação.

Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas,

exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.

§ 2o São impedidos:

I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em

qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das

partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o

interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da

pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz

repute necessária ao julgamento do mérito;

6.5 Da produção da prova testemunhal (artigos 450 a 463)

Art. 407. Incumbe às partes, no prazo que o juiz

fixará ao designar a data da audiência, depositar

em cartório o rol de testemunhas, precisando-

lhes o nome, profissão, residência e o local de

trabalho; omitindo-se o juiz, o rol será

apresentado até 10 (dez) dias antes da audiência.

Parágrafo único. É lícito a cada parte oferecer,

no máximo, dez testemunhas; quando qualquer

das partes oferecer mais de três testemunhas

para a prova de cada fato, o juiz poderá

dispensar as restantes.

Art. 412.(...)

§ 3o A intimação poderáser feita pelo correio,

sob registro ou com entrega em mão própria,

quando a testemunha tiver residência certa.

Art. 450. O rol de testemunhas conterá, sempre que possível, o

nome, a profissão, o estado civil, a idade, o número de inscrição

no Cadastro de Pessoas Físicas, o número de registro de

identidade e o endereço completo da residência e do local de

trabalho.

Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo,

deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do

processo:

§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova

testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15

(quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.

§ 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a

10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.

Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a

testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da

audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo.

§ 1o A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de

recebimento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com

antecedência de pelo menos 3 (três) dias da data da audiência,

cópia da correspondência de intimação e do comprovante de

recebimento.

Observação:essa nova forma de intimação (de

responsabilidade da parte) não afasta por completo a

intimação pela via judicial, conforme o § 4º.

§ 4º A intimação será feita pela via judicial quando:

I - for frustrada a intimação prevista no § 1o deste artigo;

II - sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao

juiz;

III - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar,

Page 23: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

17

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Art. 416.O juiz interrogará a testemunha sobre

os fatos articulados, cabendo, primeiro à parte,

que a arrolou, e depois à parte contrária,

formular perguntas tendentes a esclarecer ou

completar o depoimento.

hipótese em que o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao

comando do corpo em que servir;

IV - a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público

ou pela Defensoria Pública;

V - a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454.

Art. 459. As perguntas serão formuladas pelas partes

diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou, não

admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não

tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade

probatória ou importarem repetição de outra já respondida.

§ 1o O juiz poderá inquirir a testemunha tanto antes quanto

depois da inquirição feita pelas partes.

6.6 Da prova pericial (artigos 464 a 480)

A perícia é reconhecidamente o meio de prova mais complexo, demorado ecaro do sistema processual, sendo

compreensíveis as tentativas do legislador emevitar sua realização no caso concreto12

. Senão vejamos:

Art. 420. A prova pericial consiste em exame,

vistoria ou avaliação.

Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia

quando:

I - a prova do fato não depender do

conhecimento especial de técnico;

II - for desnecessária em vista de outras provas

produzidas;

III - a verificação for impraticável.

Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou

avaliação

§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:

I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de

técnico;

II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

III - a verificação for impraticável.

§ 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em

substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica

simplificada, quando o ponto controvertido for de menor

complexidade.

§ 3o A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição

de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que

demande especial conhecimento científico ou técnico.

§ 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação

acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá

valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons

e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da

causa.

Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito,

12

NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 384.

Page 24: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

18

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

indicando-o mediante requerimento, desde que:

I - sejam plenamente capazes;

II - a causa possa ser resolvida por autocomposição.

§ 1o As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os

respectivos assistentes técnicos para acompanhar a realização da

perícia, que se realizará em data e local previamente anunciados.

§ 2o O perito e os assistentes técnicos devem entregar,

respectivamente, laudo e pareceres em prazo fixado pelo juiz.

§ 3o A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que

seria realizada por perito nomeado pelo juiz.

7.Da Audiência

Art. 444. A audiência será pública; nos casos de

que trata o art. 155, realizar-se-á a portas

fechadas.

Art. 448.Antes de iniciar a instrução, o juiz

tentará conciliar as partes. Chegando a acordo, o

juiz mandará tomá-lo por termo.

Art. 450. No dia e hora designados, o juiz

declarará aberta a audiência, mandando apregoar

as partes e os seus respectivos advogados.

Art. 455. A audiência é una e contínua. Não

sendo possível concluir, num só dia, a instrução,

o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu

prosseguimento para dia próximo.

Art. 456. Encerrado o debate ou oferecidos os

memoriais, o juiz proferirá a sentença desde

logo ou no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções

legais.

Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as

partes, independentemente do emprego anterior de outros

métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação

e a arbitragem.

Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta

a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as

partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas

que dela devam participar.

Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser

excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou

de testemunha, desde que haja concordância das partes.

Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da

instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz

marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível,

em pauta preferencial.

Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o

juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta)

dias.

Sobre o tema da gravação da audiência tratado pelos §§ 5.º e 6.º do art. 367 do Novo CPC, assim escreve Daniel

Amorim Assumpção Neves13

:

nos termos do § 5.º, a audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico,

desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica. E, segundo o §

6.º, a gravação a que se refere o § 5.º também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes,independentemente

de autorização judicial.

8. Sentença

Art. 458. São requisitos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes,

a suma do pedido e da resposta do réu, bem

como o registro das principais ocorrências

havidas no andamento do processo;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as

questões de fato e de direito;

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação

do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das

principais ocorrências havidas no andamento do processo;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e

de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais

que as partes lhe submeterem.

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial,

13

NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 337.

Page 25: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

19

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as

questões, que as partes Ihe submeterem.

Art. 466. A sentença que condenar o réu no

pagamento de uma prestação, consistente em

dinheiro ou em coisa, valerá como título

constitutivo de hipoteca judiciária, cuja

inscrição será ordenada pelo juiz na forma

prescrita na Lei de Registros Públicos.

Parágrafo único. A sentença condenatória

produz a hipoteca judiciária:

I - embora a condenação seja genérica;

II - pendente arresto de bens do devedor;

III - ainda quando o credor possa promover a

execução provisória da sentença.

seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato

normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão

decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o

motivo concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra

decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo

capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem

identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que

o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou

precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de

distinção no caso em julgamento ou a superação do

entendimento.

§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o

objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando

as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as

premissas fáticas que fundamentam a conclusão.

§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da

conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com

o princípio da boa-fé.

Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de

prestação consistente em dinheiro e a que determinar a

conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em

prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca

judiciária.

§ 1o A decisão produz a hipoteca judiciária:

I - embora a condenação seja genérica;

II - ainda que o credor possa promover o cumprimento

provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do

devedor;

III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito

suspensivo.

§ 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante

apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro

imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração

expressa do juiz ou de demonstração de urgência.

§ 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da

hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará

a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.

§ 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o

credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao

pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade

no registro.

§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que

impôs o pagamento de quantia, a parte responderá,

independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver

sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da

indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.

Page 26: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

20

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

9. Da Coisa Julgada

Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a

eficácia, que torna imutável e indiscutível a

sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou

extraordinário.

Art. 468. A sentença, que julgar total ou

parcialmente a lide, tem força de lei nos limites

da lide e das questões decididas.

Art. 474.Passada em julgado a sentença de

mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas

as alegações e defesas, que a parte poderia opor

assim ao acolhimento como à rejeição do

pedido.

Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que

torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita

a recurso.

Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito

tem força de lei nos limites da questão principal expressamente

decidida.

§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão

prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se:

I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;

II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não

se aplicando no caso de revelia;

III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa

para resolvê-la como questão principal.

§ 2º A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver

restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o

aprofundamento da análise da questão prejudicial.

Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito,

considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as

defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à

rejeição do pedido.

10.Cumprimento de Sentença (artigo 513 e seguintes)

Art. 475-I. O cumprimento da sentença far-se-á

conforme os arts. 461 e 461-A desta Lei ou,

tratando-se de obrigação por quantia certa, por

execução, nos termos dos demais artigos deste

Capítulo.

§ 1o É definitiva a execução da sentença

transitada em julgado e provisória quando se

tratar de sentença impugnada mediante recurso

ao qual não foi atribuído efeito suspensivo.

§ 2o Quando na sentença houver uma parte

líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito

promover simultaneamente a execução daquela

e, em autos apartados, a liquidação desta

Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as

regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a

natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial

deste Código.

§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar

quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do

exequente.

Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia

ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do

credor ou do devedor:

§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra

ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução

daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.

Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser

levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o

prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.

§ 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar

certidão de teor da decisão.

§ 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo

de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e

do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data

de decurso do prazo para pagamento voluntário.

§ 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para

Page 27: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

21

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e

sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à

margem do título protestado.

§ 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por

determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório,

no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do

requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da

obrigação.

11. Recursos - Disposições Gerais

Art. 496. São cabíveis os seguintes recursos:

I - apelação;

II - agravo;

III - embargos infringentes;

IV - embargos de declaração;

V - recurso ordinário;

Vl - recurso especial;

Vll - recurso extraordinário;

VIII - embargos de divergência em recurso

especial e em recurso extraordinário.

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:

I - apelação;

II - agravo de instrumento;

III - agravointerno;

IV - embargos de declaração;

V - recurso ordinário;

VI - recurso especial;

VII - recurso extraordinário;

VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;

IX - embargos de divergência.

12. Dos Recursos propriamente ditos

No novo Código de Processo Civil, o recurso de apelação serve não apenas para impugnar as questões decididas

na sentença, mas também se presta para impugnar todas as questõesdecididas ao longo do procedimento que não

comportarem recurso de agravo de instrumento(art. 1.009, § 1º).

12.1. Da Apelação

De acordo com Marcus Vinícius Rios Gonçalves14

, a apelação é o recurso que cabe contra sentença, definida

como ato que põe fim ao processo, ou à fase condenatória.

Porém, com a entrada em vigor do novo código, este recurso sofreu alterações, "serve não apenas para

impugnar as questões decididas na sentença, mas também se presta para impugnar todas as questõesdecididas ao longo

do procedimento que não comportarem recurso de agravo de instrumento"15

.

Nas palavras de Daniel Amorim Assumpção Neves16

:

É regra muito similar a aplicável atualmente nos Juizados Especiais, que tem o recurso inominado como o

cabível contra sentença, aplicando-se também a esse recurso a impugnação das decisões interlocutórias proferidas

durante o procedimento.

O juízo de admissibilidade da apelação, na sistemática do novo CPC será feito apenas perante o tribunal

competente, não havendo exame pelo órgão a quo, conforme se verifica do artigo 1.010, § 3º). Da mesma forma, nada

declarará sobre os efeitos desse recebimento.

14

GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito processual civil esquematizado. Coordenador Pedro Lenza.p.,573.

15MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil. Tutela dos direitos mediante procedimento comum.

Volume 2., p. 527.

16NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 686.

Page 28: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

22

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Art. 513. Da sentença caberá apelação (arts. 267

e 269).

Art. 514. A apelação, interposta por petição

dirigida ao juiz, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - os fundamentos de fato e de direito;

III - o pedido de nova decisão.

Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o

conhecimento da matéria impugnada.

§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e

julgamento pelo tribunal todas as questões

suscitadas e discutidas no processo, ainda que a

sentença não as tenha julgado por inteiro.

§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de

um fundamento e o juiz acolher apenas um

deles, a apelação devolverá ao tribunal o

conhecimento dos demais.

§ 3º Nos casos de extinção do processo sem

julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode

julgar desde logo a lide, se a causa versar

questão exclusivamente de direito e estiver em

condições de imediato julgamento.

§ 4o Constatando a ocorrência de nulidade

sanável, o tribunal poderá determinar a

realização ou renovação do ato processual,

intimadas as partes; cumprida a diligência,

sempre que possível prosseguirá o julgamento

da apelação.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a

decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não

são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar

de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou

nas contrarrazões.

§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em

contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze)

dias, manifestar-se a respeito delas.

§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as

questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da

sentença.

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo

de primeiro grau, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de

nulidade;

IV - o pedido de nova decisão.

§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no

prazo de 15 (quinze) dias.

§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o

apelante para apresentar contrarrazões.

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão

remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de

admissibilidade.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da

matéria impugnada.

§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo

tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo,

ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao

capítulo impugnado.

§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e

o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal

o conhecimento dos demais.

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento,

o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:

I - reformar sentença fundada no art. 485;

II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente

com os limites do pedido ou da causa de pedir;

III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese

em que poderá julgá-lo;

IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a

prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando

as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao

juízo de primeiro grau.

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a

tutela provisória é impugnável na apelação.

Page 29: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

23

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito

devolutivo e suspensivo. Será, no entanto,

recebida só no efeito devolutivo, quando

interposta de sentença que:

I - homologar a divisão ou a demarcação; II -

condenar à prestação de alimentos;

III - (Revogado pela Lei nº 11.232, de 2005)

IV - decidir o processo cautelar;

V - rejeitar liminarmente embargos à execução

ou julgá-los improcedentes;

VI - julgar procedente o pedido de instituição de

arbitragem.

VII - confirmar a antecipação dos efeitos da

tutela;

Art. 521. Recebida a apelação em ambos os

efeitos, o juiz não poderá inovar no processo;

recebida só no efeito devolutivo, o apelado

poderá promover, desde logo, a

execuçãoprovisória da sentença, extraindo a

respectiva carta.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a

produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença

que:

I - homologa divisão ou demarcação de terras;

II - condena a pagar alimentos;

III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os

embargos do executado;

IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;

V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

VI - decreta a interdição.

§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de

cumprimento provisório depois de publicada a sentença.

§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses

do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:

I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da

apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu

exame prevento para julgá-la;

II - relator, se já distribuída a apelação.

§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser

suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade

de provimento do recurso ou se, sendo relevante a

fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil

reparação.

12.2. Agravo de Instrumento

No novo sistema recursal criado pelo Novo Código de Processo Civil é excluídoo agravo retido e o cabimento

do agravo de instrumento está limitado àssituações previstas em lei17

. Ou seja, o artigo 1.015 trouxe um rol taxativo.

Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá

agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma

retida, salvo quando se tratar de decisão

suscetível de causar à parte lesão grave e de

difícil reparação, bem como nos casos de

inadmissão da apelação e nos relativos aos

efeitos em que a apelação é recebida, quando

será admitida a sua interposição por instrumento

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões

interlocutórias que versarem sobre:

I - tutelas provisórias;

II - mérito do processo;

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento

do pedido de sua revogação;

VI - exibição ou posse de documento ou coisa;

VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo

aos embargos à execução;

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §

17

NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 694.

Page 30: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

24

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

1o;

XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra

decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de

sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de

execução e no processo de inventário.

Art. 525. A petição de agravo de instrumento

será instruída:

I - obrigatoriamente, com cópias da decisão

agravada, da certidão da respectiva intimação e

das procurações outorgadas aos advogados do

agravante e do agravado;

II - facultativamente, com outras peças que o

agravante entender úteis.

§ 1º Acompanhará a petição o comprovante do

pagamento das respectivas custas e do porte de

retorno, quando devidos, conforme tabela que

será publicada pelos tribunais.

§ 2º No prazo do recurso, a petição será

protocolada no tribunal, ou postada no correio

sob registro com aviso de recebimento, ou,

ainda, interposta por outra forma prevista na lei

local.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:

I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da

contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da

própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou

outro documento oficial que comprove a tempestividade e das

procurações outorgadas aos advogados do agravante e do

agravado;

II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos

referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena

de sua responsabilidade pessoal;

III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar

úteis.

§ 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das

respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos,

conforme tabela publicada pelos tribunais.

§ 2º No prazo do recurso, o agravo será interposto por:

I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para

julgá-lo;

II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção

judiciárias;

III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;

IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;

V - outra forma prevista em lei.

§ 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum

outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de

instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932,

parágrafo único.

§ 4º Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de

dados tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no

momento de protocolo da petição original.

§ 5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as

peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao

agravante anexar outros documentos que entender úteis para a

compreensão da controvérsia.

Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias,

requererá juntada, aos autos do processo de

cópia da petição do agravo de instrumento e do

comprovante de sua interposição, assim como a

relação dos documentos que instruíram o

Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do

processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do

comprovante de sua interposição e da relação dos documentos

que instruíram o recurso.

Page 31: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

25

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

recurso.

Parágrafo único. O não cumprimento do

disposto neste artigo, desde que arguido e

provado pelo agravado, importa

inadmissibilidade do agravo.

§ 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a

providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar

da interposição do agravo de instrumento.

§ 3º O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde

que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade

do agravo de instrumento.

Novo CPC

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados,

a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.

§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze)

dias.

Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no

tribunal, e distribuído incontinenti, o relator:

I - negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos

casos do art. 557;

II - converterá o agravo de instrumento em

agravo retido, salvo quando se tratar de decisão

suscetível de causar à parte lesão grave e de

difícil reparação, bem como nos casos de

inadmissão da apelação e nos relativos aos

efeitos em que a apelação é recebida, mandando

remeter os autos ao juiz da causa;

III - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso

(art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela,

total ou parcialmente, a pretensão recursal,

comunicando ao juiz sua decisão;

IV - poderá requisitar informações ao juiz da

causa, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;

V - mandará intimar o agravado, na mesma

oportunidade, por ofício dirigido ao seu

advogado, sob registro e com aviso de

recebimento, para que responda no prazo de 10

(dez) dias (art. 525, § 2o), facultando-lhe juntar a

documentação que entender conveniente, sendo

que, nas comarcas sede de tribunal e naquelas

em que o expediente forense for divulgado no

diário oficial, a intimação far-se-á mediante

publicação no órgão oficial;

VI - ultimadas as providências referidas nos

incisos III a V do caput deste artigo, mandará

ouvir o Ministério Público,se for o caso, para

que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. A decisão liminar, proferida

nos casos dos incisos II e III do caput deste

artigo, somente é passível de reforma no

momento do julgamento do agravo, salvo se o

próprio relator a reconsiderar.

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e

distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art.

932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em

antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal,

comunicando ao juiz sua decisão;

II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta

com aviso de recebimento, quando não tiver procurador

constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de

recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no

prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação

que entender necessária ao julgamento do recurso;

III - determinará a intimação do Ministério Público,

preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua

intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias.

Page 32: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

26

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Na sistemática do CPC/1973, o agravo era o recurso cabível contra qualquer decisão interlocutória (art. 522 do

CPC/1973).

Decisão interlocutória é toda decisão que NÃO seja a Sentença. É a decisão do ato que indeferisse requerimento de

prova; que excluísse litisconsorte do processo por ilegitimidade ativa; que indeferisse pedido de assistência judiciária

formulado no bojo dos autos e que não recebesse apelação.

O AGRAVO RETIDO NÃO EXISTE MAIS NO CPC/2015.

Agora de duas, uma: OU A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA É RECORRÍVEL OU NÃO É.

Somente é RECORRÍVEL se a hipótese estiver expressamente prevista no rol do art. 1015 ou em outros casos

expressamente previstos no Código ou em legislação especial (princípio da taxatividade).

Se RECORRÍVEL, o recuso adequado é o agravo de instrumento, salvo a hipótese de agravo interno contra decisão

de relator.

A decisão interlocutória que não comporta agravo de instrumento – porque não consta da relação do art. 1015 –

NÃO fica coberta pela preclusão e pode ser suscitada em preliminar de apelação, ou nas contrarrazões (art. 1009, § 1º).

Sendo a decisão suscetível de causar à parte lesão grave antes do julgamento da apelação, pode-se manejar mandado

de segurança, embora a súmula do STF nr. 267, assim se posiciona: “Não cabe mandado de segurança contra ato judicial

passível de recurso ou correição”.

Polêmica: cabe mandado de segurança? Afinal, trata-se (a decisão) de ato de autoridade, suscetível de causar

gravame à parte. Por exemplo: para a decisão que indefere prova pericial não há previsão de agravo de instrumento.

Assim, se não for o caso de produção antecipada de prova – pleito cautelar, inserido no âmbito da tutela provisória, para

a qual há previsão de agravo de instrumento -, pode a parte prejudicada, em tese, impetrar mandado de segurança. Caso

não o faça, somente como preliminar, nas razões ou nas contrarrazões de apelação, poderá a parte impugnar a questão.

Atenção com o rol taxativo do artigo 1015 – CPC (2015).

DESTACAM-SE:

a) Decisões interlocutórias relacionadas à TUTELA PROVISÓRIA.

Justifica-se em razão da possibilidade de dano que a decisão pode acarretar a uma das partes.

Ex.: o autor de uma ação de cobrança percebe que o réu está dilapidando seu patrimônio e pleiteia a concessão de

tutela de urgência (cautelar, nesse caso) para garantir o recebimento de seu suposto crédito.

Se o juiz indefere o pedido e não há possibilidade de recurso para o autor, poderá o réu dispor de seus bens, deixando

o autor no prejuízo. A hipótese inversa também é passível de agravo.

Se o réu, nesse exemplo, dispõe de patrimônio suficiente para pagar o autor, pode recorrer de eventual decisão que

defira a tutela cautelar, sob o argumento de inexistir qualquer perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

Em termos de TUTELA DE EVIDÊNCIA, a necessidade de previsão do agravo de instrumento também cabe. Art.

311 CPC/2015 em que há uma antecipação do julgamento em prol da satisfação de determinados interesses que

normalmente só são reconhecidos em cognição exauriente.

b) Interposição de AI contra decisões interlocutórias de mérito.

Nos termos do art. 356, em caso de cumulação de pedidos, o juiz poderá conhecer e julgar um ou mais deles

antecipadamente, via decisão interlocutória, se existir pedido incontroverso ou a causa estiver madura para o julgamento

(art. 356, I e II), ainda eu os demais pedidos cumulados no mesmo processo não estejam preparados para julgamento.

Destaca-se que aqui, apesar do juiz decidir o mérito de parte do processo, não põe fim à fase cognitiva, pelo que não

pode ser equiparada a sentença e, por conseguinte, impugnada via apelação.

O CPC/2015 permite expressamente a fungibilidade recursal em determinados casos (exemplo: o relator pode

“transformar” embargos de declaração em agravo interno, desde que o recorrente seja intimado previamente para

regularizar sua peça).

A decisão que julga procedente o pedido de prestação de contas tem natureza interlocutória e, por ser de mérito,

também é recorrível por agravo de instrumento.

c) Contra a decisão que rejeita a alegação de convenção de arbitragem

Nos termos do art. 337, X, incumbe ao réu alegar, em preliminar da contestação a existência de convenção de

arbitragem.

d) Contra a decisão que acolher (ou não) o pedido de desconsideração, caberá AI.

Se a decisão for proferida pelo relator, o recurso cabível será o agravo interno (art. 136, par. Único, art. 1021). Da

decisão do órgão colegiado, nos TJs ou TRFs, caberá RECURSO ESPECIAL.

e) Contra a decisão de indeferimento do pedido ou revogação do benefício de gratuidade judiciária.

Caberá o AI, contudo, se a questão for resolvida na sentença, é cabível o recurso de apelação (art. 1009 CPC/2015).

Nas duas hipóteses fica o recorrente dispensado do recolhimento de custas até a decisão do relator, porquanto é

inaplicável a pena de deserção ao recurso interposto contra julgado que indeferiu o pedido de justiça gratuita.

Artigo 1017 – peças obrigatórias:

É ônus do agravante instruir o agravo. É da parte a responsabilidade pela instrução do agravo e, note-se, a lei

ampliou o número de peças consideradas obrigatórias.

Page 33: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

27

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

O recurso não pode ser conhecido se for desacompanhado de razões ou das peças tidas como OBRIGATÓRIAS (art.

1017, I) (cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão

agravada, da certidão de sua intimação (ou de qualquer outro documento oficial que permite o controle da

tempestividade) e das procurações outorgadas pelas partes a seus advogados). Obs.: não precisa de outra procuração.

ATENÇÃO: se faltar qualquer UM destes documentos, o RECURSO NÃO SERÁ CONHECIDO. Ausente peças

que não consta do elenco do inciso I do art. 1017, mas que seja necessária à compreensão da controvérsia, o recurso

também NÃO SERÁ CONHECIDO.

NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO DO JULGAMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO EM

DILIGÊNCIA, pois, assim, se estaria a permitir, mais propriamente, a emenda ou complementação das razões de

agravo, e não a mera juntada de documentos.

A autenticação das peças é DESNECESSÁRIA. Não há exigência alguma neste sentido no CPC.

Uma vez interposto o recurso, NÃO mais se admitirá a juntada de peças ou razões mesmo que se esteja, ainda,

dentro do prazo. É a configuração da preclusão consumativa: o recurso já terá sido interposto, e mal interposto.

Aqui há a possibilidade de que haja a declaração de inexistência de quaisquer das peças, cuja juntada é considerada

obrigatória pela lei, feita pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal.

DO PREPARO

O preparo é taxa e tem natureza tributária. O NÃO pagamento gera DESERÇÃO, embora, nem sempre é devido: o

art. 1007, § 1º excepciona alguns casos segundo critério subjetivo e, às vezes, a lei local não o exige.

Deve ser feito antes da apresentação do recurso e comprovado quando da interposição.

O CPC/2015 permite, no art. 1007, § 2º, que seja complementado, sendo a parte intimada para a

COMPLEMENTAÇÃO, que deve ocorrer em 5 (cinco) DIAS. A ausência integral de pagamento gera a sanção do

pagamento em dobro: este, se insuficiente, não poderá ser complementado (art. 1007, §§ 4º e 5º).

DO PROTOCOLO – ART. 1017, § 2º - forma de interposição do agravo. Ver artigo.

O Art. 1003, § 4º resolve a controvérsia que consiste em saber se o recurso postado no prazo, mas que chega ao

Tribunal depois de se ter este esgotado seria tempestivo. Neste artigo afirma que a data da postagem é a data da

interposição do recurso.

Levam-se em conta os dias úteis da localidade em que se encontre o órgão ad quem. Todavia, se no último dia do

prazo for feriado no local da sede do processo e os correios estiverem fechados, mesmo que não seja feriado na sede do

tribunal, considera-se o último dia como sendo o dia seguinte.

O horário de fechamento das agências de correio passa a interessar para o caso de o agravo ser interposto pelo

correio, no último dia do prazo, em função do que hoje dispõe o art. 172, § 3º do CPC/73, se aplica analogicamente a

esse caso (Art. 212, § 3º CPC/2015).

A tempestividade é requisito de admissibilidade de qualquer recurso. Não sendo obedecido o prazo, ocorre

PRECLUSÃO TEMPORAL.

ARTIGO 1017 – parágrafo 3º

Uma grande inovação do CPC/2015 sanar nulidades ou vícios em geral deve ser a regra, para que os processos

atinjam bem a sua finalidade (que é a resolução do mérito). Ele remete ao artigo 932.

ARTIGO 1017 – parágrafo 4º e 5º

Estes falam da interposição do recurso quando por fax ou em autos eletrônicos. Ver, pois difere do entendimento em

relação ao feito físico.

ARTIGO 1018.

Aqui neste artigo, o CPC/2015, por deixar claro tratar-se de escolha da parte (faculdade) agravante, que pode gerar a

consequência de retratação, o que fará com que o agravo fique prejudicado.

Parágrafo primeiro – reformada a decisão, deverá o juiz comunicar ao Tribunal. Caso a interlocutória tenha mais

um capítulo, e o juiz só se tenha retratado com relação a um deles, o agravo será julgado só na medida em que não tenha

havido reforma.

Parágrafo segundo – aqui o legislador volta atrás, e qualifica de ônus a juntada da petição de interposição do

agravo, o comprovante de sua interposição e a lista dos documentos juntados, no juízo a quo. O PRAZO É DE 3 DIAS

A CONTAR DA INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO e seu descumprimento leva à admissibilidade como os recursos

(serem julgados no mérito, e não inadmitidos). A lei remete ao parágrafo único do art. 932, que diz dever o relator

conceder o prazo de 5 dias ao recorrente, para que sane os vícios que poderiam levar à inadmissão do recurso e,

eventualmente, complemente a documentação exigida, antes de decidir negativamente pela admissibilidade do recurso,

se isto for alegado e comprovado pelo agravado. Permanecem, pois todas as polêmicas que o caput parecia ter

encerrado.

Parágrafo terceiro – Este dispositivo mantém a regra do sistema anterior, e consequentemente, os problemas que

esta regra cria: a não juntada da cópia do agravo e da lista dos documentos que lhe tenham sido anexados, deve,

necessariamente, ser arguida e comprovada pelo agravado? Não poderia o juiz conhecer este vício de ofício?

A demonstração, no juízo ad quem, no sentido de que o ônus do art. 1018 não foi cumprido não é ônus do agravante

e não pode ser analisada pelo Tribunal (nem, por óbvio, pelo relator como requisito de admissibilidade do recurso).

Page 34: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

28

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

É ônus do agravado arguir e comprovar a não juntada da cópia da petição de interposição do recurso de agravo no

juízo a quo, pois é ele o prejudicado por poder ter tido mais dificuldades em conseguir esta minuta no Tribunal para

poder contraminutar o recurso, o que pode ser difícil se o agravado, por exemplo, resido no interior do Estado.

O usual, é que esta prova se faça por meio de CERTIDÃO NEGATIVA, expedida pelo cartório da vara em que

tramita o processo em 1º grau de jurisdição. Há cartórios que se negam (verbalmente) a expedir certidões negativas;

outros que o fazem em prazo longo demais, etc. A regra mantida não é das melhores.

ARTIGO 1019 –

Recebido o agravo, incide o art. 932, se for o caso, que diz respeito à função saneadora que deve ser exercida pelo

relator.

A nova lei não exige mais que o juiz tenha de prestar informações.

O relator poderá, se tiver sido requerido pela parte, conferir efeito suspensivo ao agravo – suspendendo a eficácia da

decisão concessiva de alguma providência, de que se tenha recorrido – ou antecipar a tutela recursal – se a decisão

recorrida tiver negado a providência requerida.

Ao juiz deve ser comunicada a decisão do relator.

Anote-se, aqui, que se está diante de um tipo de efeito suspensivo diferente do que se ocorre na apelação. Neste caso,

a decisão já estará produzindo efeitos, que serão suspensos por decisão do relator: deixarão de ocorrer. No caso da

apelação, o simples fato de a sentença estar sujeito a recurso com efeito suspensivo ex lege, faz com ela nasça ineficaz.

O agravado será intimado, na forma da lei, inclusive pessoalmente (se ainda não tiver advogado constituído nos

autos) e terá 15 dias para contrarrazoar o recurso, juntando a documentação necessária.

O Ministério Público será intimada, se se tratar de hipótese em que deva intervir ou em que já estiver no processo,

atuando como fiscal da lei.

ARTIGO 1020 – julgamento de até um mês da intimação do agravado. É um prazo IMPRÓPRIO.

12.3. Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário

Nas palavras de Daniel Amorim Assumpção Neves18

O agravo atualmente previsto no art. 544 do CPC/1973 deixa de existir no Novo Código de Processo Civil

porque o tribunal de segundo grau não terá mais em regra competência para fazer o juízo de admissibilidade desse

recurso, limitando-se a intimar o recorrido para apresentação de contrarrazões e imediatamente enviar os autos ao

tribunal superior (art. 1.030 do Novo CPC).

Atenção: esta posição poderá ser alterada, em face do Projeto de Lei no Senado 414/2015 (ver tópico específico

abaixo – comentário ao artigo 1.030 – parágrafo único), que, se aprovado este Projeto e convertido em Lei, certamente

trará novamente esteRecurso para a esfera processual.

Art. 544. Não admitido o recurso

extraordinário ou o recurso especial, caberá

agravo nos próprios autos, no prazo de 10 (dez)

dias.

Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão de presidente ou de

vice-presidente do tribunal que:

I - indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6º, ou no

art. 1.036, § 2º, de inadmissão de recurso especial ou

extraordinário intempestivo

II - inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial

ou extraordinário sob o fundamento de que o acórdão recorrido

coincide com a orientação do tribunal superior;

III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, §

8o, ou no art. 1.039, parágrafo único, sob o fundamento de que o

Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência de

repercussão geral da questão constitucional discutida.

§ 1o Sob pena de não conhecimento do agravo, incumbirá ao

agravante demonstrar, de forma expressa:

I - a intempestividade do recurso especial ou extraordinário

sobrestado, quando o recurso fundar-se na hipótese do inciso I

do caput deste artigo;

II - a existência de distinção entre o caso em análise e o

precedente invocado, quando a inadmissão do recurso:

18

NEVES,Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, p. 706.

Page 35: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

29

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

§ 2º A petição de agravo será dirigida à

presidência do tribunal de origem, não

dependendo do pagamento de custas e despesas

postais. O agravado será intimado, de imediato,

para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta,

podendo instruí-la com cópias das peças que

entender conveniente. Em seguida, subirá o

agravo ao tribunal superior, onde será

processado na forma regimental.

§ 3º O agravado será intimado, de imediato,

para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta.

Em seguida, os autos serão remetidos à superior

instância, observando-se o disposto no art. 543

deste Código e, no que couber, na Lei

no 11.672, de 8 de maio de 2008.

§ 1o O agravante deverá interpor um agravo

para cada recurso não admitido.

a) especial ou extraordinário fundar-se em entendimento firmado

em julgamento de recurso repetitivo por tribunal superior;

b) extraordinário fundar-se em decisão anterior do Supremo

Tribunal Federal de inexistência de repercussão geral da questão

constitucional discutida.

§ 2o A petição de agravo será dirigida ao presidente ou vice-

presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de

custas e despesas postais.

§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer

resposta no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo

será remetido ao tribunal superior competente.

§ 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso,

conjuntamente com o recurso especial ou extraordinário,

assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o

disposto no regimento interno do tribunal respectivo.

§ 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos

extraordinário e especial, o agravante deverá interpor um agravo

para cada recurso não admitido.

§ 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao

tribunal competente, e, havendo interposição conjunta, os autos

serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.

§ 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal

de Justiça e, se for o caso, do recurso especial,

independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao

Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele

dirigido, salvo se estiver prejudicado.

12.4. Agravo Interno

O novo código simplifica significativamente a atualconfusão entre agravo interno e agravo regimental. Numa só

previsão, o art. 1.021prevê que da decisão monocrática do relator cabe agravo interno para o respectivoórgão colegiado.

Novo CPC

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado,

observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada.

§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15

(quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com

inclusão em pauta.

§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o

agravo interno.

§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o

órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e

cinco por cento do valor atualizado da causa.

§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no §

4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.

Page 36: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

30

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

ARTIGO 1021 – Este é o segundo dos agravos que remanesceu no CPC/2015: agravo de instrumento, agravo interno e o

agravo em recurso especial ou em recurso extraordinário.

É recurso que cabe das decisões do relator, qualquer que seja o seu conteúdo.

Agora nãos e fala mais em agravos regimentais, e por consequência, desaparece a polêmico sobre se seriam, ou não

constitucionais.

Parágrafo primeiro – ônus do agravante é a impugnação específica dos fundamentos da decisão agravada.

Não se admite, nem aqui nem em qualquer outro pedido ou impugnação, manifestações genéricas, que dificultem

tanto a defesa, quanto a decisão (do pedido ou da impugnação, em que se faz, também, um pedido).

Parágrafo segundo – o recurso é dirigido ao próprio relator, cuja decisão se ataca e este determinará a intimação do

agravado para contrarrazoar o recurso, em 15 dias.

Na linha que prevalece o NCPC, e que sempre caracterizou o regime jurídico dos agravos, uma vez estabelecido o

contraditório, pode o relator voltar atrás. Se não houver retratação, o relator o incluirá em pauta, para julgamento.

O relator pode julgar monocraticamente este agravo, se for pelo improvimento e se as hipóteses se encartarem no art.

932 que diz estar dentre os poderes do relator o de negar provimento a recurso, que for contrário a súmula do STF ou do

STJ ou do próprio Tribunal; a acórdão do STF, em recurso individual ou repetitivo, ou do STJ, em repetitivos; ou a

entendimento firmado em Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas.

Parágrafo terceiro – é harmônico com a linha do NCPC, no sentido de exigir, quer das partes, quer do juiz

fundamentação específica – para pedidos e decisões. O juiz deve, portanto, reforçar os fundamentos da decisão agravada

e rebater os argumento do recorrente.

Parágrafo quarto – quando o agravo interno for tido e declarado, por unanimidade, como sendo manifestamente

inadmissível ou quando a este recurso não se dê provimento, por razões manifestas (a lei repete a equivocada expressão

recurso “manifestamente improcedente”), o órgão colegiado condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre 1 e

5% do valor da causa atualizado. Esta multa deve ser fixada independentemente de quaisquer outras multas previstas no

NCPC. São todas cumuláveis.

Parágrafo quinto – a interposição de qualquer outro recurso ficará condicionada ao depósito da multa, salvo se se

tratar de beneficiário de gratuidade da justiça e da Fazenda Pública. Farão o pagamento ao final, observando-se, quanto

àquele que goza do benefício da gratuidade da justiça, o prazo previsto no art. 98, § 3.

13. Recurso Especial e Recurso Extraordinário (artigos 1.029 a 1.035)

Com o novo código de processo civil, a competência do presidente ou vice-presidente do respectivo Tribunal para o

juízo de admissibilidade do recurso extraordinário e/ou recurso especial, prevista no art. 542, § 1º, CPC/73 foi extinta.

Assim, o novo código determina a remessa direta do recurso para o respectivo Tribunal Superior, que fará então o juízo

de admissibilidade (art. 1.030, parágrafo único, CPC/15).

Art. 541. O recurso extraordinário e o recurso

especial, nos casos previstos na Constituição

Federal, serão interpostos perante o presidente

ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em

petições distintas, que conterão:

I - a exposição do fato e do direito;

Il - a demonstração do cabimento do recurso

interposto;

III - as razões do pedido de reforma da decisão

recorrida.

(...)

Art. 542. Recebida a petição pela secretaria do

tribunal, será intimado o recorrido, abrindo-se-

lhe vista, para apresentar contrarrazões.

§ 1o Findo esse prazo, serão os autos conclusos

para admissão ou não do recurso, no prazo de 15

(quinze) dias, em decisão fundamentada

§ 2o Os recursos extraordinário e especial serão

recebidos no efeito devolutivo

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos

casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos

perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido,

em petições distintas que conterão:

I - a exposição do fato e do direito;

II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;

III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão

recorrida.

§ 1o Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o

recorrente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou

citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado,

inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o

acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado

disponível na rede mundial de computadores, com indicação da

respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as

circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos

confrontados.

§ 2o Quando o recurso estiver fundado em dissídio

jurisprudencial, é vedado ao tribunal inadmiti-lo com base em

fundamento genérico de que as circunstâncias fáticas são

diferentes, sem demonstrar a existência da distinção.

Page 37: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

31

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

§ 3o O recurso extraordinário, ou o recurso

especial, quando interpostos contra decisão

interlocutória em processo de conhecimento,

cautelar, ou embargos à execução ficará retido

nos autos e somente será processado se o reiterar

a parte, no prazo para a interposição do recurso

contra a decisão final, ou para as contrarrazões.

§ 3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de

Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo

ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

§ 4o Quando, por ocasião do processamento do incidente de

resolução de demandas repetitivas, o presidente do Supremo

Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber

requerimento de suspensão de processos em que se discuta

questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá,

considerando razões de segurança jurídica ou de excepcional

interesse social, estender a suspensão a todo o território nacional,

até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso

especial a ser interposto.

§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso

extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por

requerimento dirigido:

I - ao tribunal superior respectivo, no período compreendido

entre a interposição do recurso e sua distribuição, ficando o

relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;

II - ao relator, se já distribuído o recurso;

III - ao presidente ou vice-presidente do tribunal local, no caso

de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do

tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões

no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão

remetidos ao respectivo tribunal superior.

Parágrafo único. A remessa de que trata o caput dar-se-á

independentemente de juízo de admissibilidade.

(ATENÇÃO EM RELAÇÃO A ESTE ARTIGO (1.030)–

VER EXPLICAÇÃO ABAIXO)

Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça,

entender que o recurso especial versa sobre questão

constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para

que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se

manifeste sobre a questão constitucional.

Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o

relator remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que, em

juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal

de Justiça.

Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como

reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso

extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei

federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça

para julgamento como recurso especial.

Art. 1.034. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso

especial, o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de

Justiça julgará o processo, aplicando o direito.

Parágrafo único. Admitido o recurso extraordinário ou o

recurso especial por um fundamento, devolve-se ao tribunal

Page 38: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

32

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

superior o conhecimento dos demais fundamentos para a solução

do capítulo impugnado.

É importante destacar que, ao lermos o parágrafo único do artigo 1.030 do CPC/2015 tem gerado muita

discussão e é possível quando da entrada em vigor do novo Código, já estar alterado.

Na atual sistemática do CPC de 1973, o Recurso Especial e o Recurso Extraordinário se sujeitam ao duplo juízo

de admissibilidade, ou seja, no juízo a quo, quando o Presidente do Tribunal admite ou não o recurso; e no juízo ad

quem, quando, no seu julgamento no Tribunal Superior também analisará se admite ou não o recurso; E destaca-se ainda

que atualmente, no juízo ad quem, quando, no seu julgamento no Tribunal Superior, verifica-se preliminarmente se o

recurso é cabível ou não.

Neste raciocínio o STJ criou a Súmula 123, afirmando que, para fixar o entendimento da decisão de

admissibilidade, em ambas as instâncias, dever ser fundamentada com a análise dos seus pressupostos gerais e

constitucionais. Portanto, assim prevês a Súmula 123:

Súmula 123: A decisão que admite, ou não, o recurso especial deve ser fundamentada, com o exame dos seus pressupostos gerais econstitucionais.

Desta análise é importante destacar que o novo CPC (Lei 13.105 de 2015) aboliu a competência do Presidente

ou Vice-Presidente do respectivo Tribunal para o juízo de admissibilidade do Recurso Extraordinário e/ou Recurso

Especial. Veja o artigo 1.030, parágrafo único acima destacado, o qual determina a remessa direta do recurso para os

respectivos Tribunais Superiores (STJ e STF), que farão o juízo de admissibilidade.

Porém, e sempre há um porém, no sentido de que os Tribunais Superiores já se manifestaram alegando que

terão excesso de trabalho, e que já estão apresentando atualmente, o que ensejou um clamor por uma alteração: retornar

ao atual sistema, quando da entrada em vigor no Novo Código de Processo Civil. Neste sentido, foi proposto um Projeto de Lei que tramita no Senado (414/2015) que traz em sua Ementa:

Dispõe sobre o juízo de admissibilidade do recurso extraordinário ou especial e instaura o recurso de agravo de

admissão, nos próprios autos, dessa decisão, alterando dispositivos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código

de Processo Civil.

Na explicação da ementa, assim consta:

Altera o novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), para criar o recurso de agravo de admissão, proponível

contra a decisão que não admitir o recurso especial ou o recurso extraordinário.

Atualmente, encontra-se aguardando um parecer da Relatoria no Senado conforme abaixo.

Relator atual:Romero Jucá

Último local:22/02/2016 - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

Último estado:22/02/2016 - MATÉRIA COM A RELATORIA19

Portanto, fica o alerta aqui manifestado para que se observe as mudanças que ocorrerão nos próximos meses.

13.1 Julgamento (por amostragem) dos Recursos Extraordinário e Recurso Especial repetitivos (artigos 1.036

a 1.041)

Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de

recursos com fundamento em idêntica

controvérsia, a análise da repercussão geral será

processada nos termos do Regimento Interno do

Supremo Tribunal Federal, observado o disposto

neste artigo

§ 1º Caberá ao Tribunal de origem selecionar

um ou mais recursos representativos da

controvérsia e encaminhá-los ao Supremo

Tribunal Federal, sobrestando os demais até o

pronunciamento definitivo da Corte.

§ 2º Negada a existência de repercussão geral,

os recursos sobrestados considerar-se-ão

Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão

irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a

questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral,

nos termos deste artigo.

§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a

existência ou não de questões relevantes do ponto de vista

econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os

interesses subjetivos do processo.

§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão

geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.

§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar

acórdão que:

I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo

Tribunal Federal;

19

http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/122069 - site acessado em 15/05/2016.

Page 39: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

33

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

automaticamente não admitidos.

§ 3º Julgado o mérito do recurso

extraordinário, os recursos sobrestados serão

apreciados pelos Tribunais, Turmas de

Uniformização ou Turmas Recursais, que

poderão declará-los prejudicados ou retratar-se.

§ 4º Mantida a decisão e admitido o recurso,

poderá o Supremo Tribunal Federal, nos termos

do Regimento Interno, cassar ou reformar,

liminarmente, o acórdão contrário à orientação

firmada.

§ 5º O Regimento Interno do Supremo Tribunal

Federal disporá sobre as atribuições dos

Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na

análise da repercussão geral.

II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;

III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de

lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.

§ 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a

manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado,

nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

§ 5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo

Tribunal Federal determinará a suspensão do processamento de

todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que

versem sobre a questão e tramitem no território nacional.

§ 6o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-

presidente do tribunal de origem, que exclua da decisão de

sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido

interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5

(cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.

§ 7o Da decisão que indeferir o requerimento referido no §

6o caberá agravo, nos termos do art. 1.042.

§ 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-

presidente do tribunal de origemnegará seguimento aos recursos

extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria

idêntica.

§ 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá

ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os

demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os

pedidos de habeas corpus.

§ 10. Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um) ano a

contar do reconhecimento da repercussão geral, cessa, em todo o

território nacional, a suspensão dos processos, que retomarão seu

curso normal.

§ 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de

ata, que será publicada no diário oficial e valerá como acórdão.

Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos

extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica

questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo

com as disposições desta Subseção, observado o disposto no

Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do

Superior Tribunal de Justiça.

§ 1o O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou

de tribunal regional federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos

representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao

Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça

para fins de afetação, determinando a suspensão do trâmite de

todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que

tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.

§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-

presidente, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o

recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha sido

interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5

(cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.

§ 3o Da decisão que indeferir este requerimento caberá agravo,

nos termos do art. 1.042.

§ 4o A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do

Page 40: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

34

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de

recursos com fundamento em idêntica questão

de direito, o recurso especial será processado

nos termos deste artigo.

§ 1o Caberá ao presidente do tribunal de origem

admitir um ou mais recursos representativos da

controvérsia, os quais serão encaminhados ao

Superior Tribunal de Justiça, ficando suspensos

os demais recursos especiais até o

pronunciamento definitivo do Superior Tribunal

de Justiça.

§ 2o Não adotada a providência descrita no §

1o deste artigo, o relator no Superior Tribunal de

Justiça, ao identificar que sobre a controvérsia já

existe jurisprudência dominante ou que a

matéria já está afeta ao colegiado, poderá

determinar a suspensão, nos tribunais de

segunda instância, dos recursos nos quais a

controvérsia esteja estabelecida

§ 3o O relator poderá solicitar informações, a

serem prestadas no prazo de quinze dias, aos

tribunais federais ou estaduais a respeito da

controvérsia

§ 4o O relator, conforme dispuser o regimento

interno do Superior Tribunal de Justiça e

considerando a relevância da matéria, poderá

admitir manifestação de pessoas, órgãos ou

entidades com interesse na controvérsia.

§ 5o Recebidas as informações e, se for o caso,

após cumprido o disposto no § 4o deste artigo,

terá vista o Ministério Público pelo prazo de

quinze dias

§ 6o Transcorrido o prazo para o Ministério

Público e remetida cópia do relatório aos demais

Ministros, o processo será incluído em pauta na

seção ou na Corte Especial, devendo ser julgado

com preferência sobre os demais feitos,

ressalvados os que envolvam réu preso e os

pedidos de habeas corpus.

§ 7º Publicado o acórdão do Superior Tribunal

de Justiça, os recursos especiais sobrestados na

origem:

I - terão seguimento denegado na hipótese de o

acórdão recorrido coincidir com a orientação do

Superior Tribunal de Justiça; ou

tribunal de justiça ou do tribunal regional federal não vinculará o

relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros

recursos representativos da controvérsia.

§ 5o O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2

(dois) ou mais recursos representativos da controvérsia para

julgamento da questão de direito independentemente da

iniciativa do presidente ou do vice-presidente do tribunal de

origem.

§ 6o Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que

contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da

questão a ser decidida.

Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal

superior, constatando a presença do pressuposto do caput do art.

1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:

I - identificará com precisão a questão a ser submetida a

julgamento;

II - determinará a suspensão do processamento de todos os

processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre

a questão e tramitem no território nacional;

III - poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos

tribunais de justiça ou dos tribunais regionais federais a remessa

de um recurso representativo da controvérsia.

§ 1o Se, após receber os recursos selecionados pelo presidente

ou pelo vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal

regional federal, não se proceder à afetação, o relator, no tribunal

superior, comunicará o fato ao presidente ou ao vice-presidente

que os houver enviado, para que seja revogada a decisão de

suspensão referida no art. 1.036, § 1o.

§ 2o É vedado ao órgão colegiado decidir, para os fins do art.

1.040, questão não delimitada na decisão a que se refere o inciso

I do caput.

§ 3o Havendo mais de uma afetação, será prevento o relator que

primeiro tiver proferido a decisão a que se refere o inciso I

do caput.

§ 4o Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1

(um) ano e terão preferência sobre os demais feitos, ressalvados

os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

§ 5o Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um) ano a

contar da publicação da decisão de que trata o inciso I do caput,

cessam automaticamente, em todo o território nacional, a

afetação e a suspensão dos processos, que retomarão seu curso

normal.

§ 6o Ocorrendo a hipótese do § 5o, é permitido a outro relator do

respectivo tribunal superior afetar 2 (dois) ou mais recursos

representativos da controvérsia na forma do art. 1.036.

§ 7o Quando os recursos requisitados na forma do inciso III

do caput contiverem outras questões além daquela que é objeto

da afetação, caberá ao tribunal decidir esta em primeiro lugar e

depois as demais, em acórdão específico para cada processo.

§ 8o As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de

seu processo, a ser proferida pelo respectivo juiz ou relator

quando informado da decisão a que se refere o inciso II do caput.

Page 41: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

35

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

II - serão novamente examinados pelo tribunal

de origem na hipótese de o acórdão recorrido

divergir da orientação do Superior Tribunal de

Justiça

§ 8o Na hipótese prevista no inciso II do §

7o deste artigo, mantida a decisão divergente

pelo tribunal de origem, far-se-á o exame de

admissibilidade do recurso especial.

§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no

processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou

extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento

do seu processo.

§ 10. O requerimento a que se refere o § 9o será dirigido:

I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;

II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de

origem;

III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso

especial ou recurso extraordinário no tribunal de origem;

IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de

recurso extraordinário cujo processamento houver sido

sobrestado.

§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a

que se refere o § 9o, no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 12. Reconhecida a distinção no caso:

I - dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará

prosseguimento ao processo;

II - do inciso III do § 10, o relator comunicará a decisão ao

presidente ou ao vice-presidente que houver determinado o

sobrestamento, para que o recurso especial ou o recurso

extraordinário seja encaminhado ao respectivo tribunal superior,

na forma do art. 1.030, parágrafo único.

§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o §

9o caberá:

I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro

grau;

II - agravo interno, se a decisão for de relator.

Art. 1.038. O relator poderá:

I - solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou

entidades com interesse na controvérsia, considerando a

relevância da matéria e consoante dispuser o regimento interno;

II - fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de

pessoas com experiência e conhecimento na matéria, com a

finalidade de instruir o procedimento;

III - requisitar informações aos tribunais inferiores a respeito da

controvérsia e, cumprida a diligência, intimará o Ministério

Público para manifestar-se.

§ 1o No caso do inciso III, os prazos respectivos são de 15

(quinze) dias, e os atos serão praticados, sempre que possível,

por meio eletrônico.

§ 2o Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida

cópia do relatório aos demais ministros, haverá inclusão em

pauta, devendo ocorrer o julgamento com preferência sobre os

demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os

pedidos de habeas corpus.

§ 3o O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os

fundamentos da tese jurídica discutida, favoráveis ou contrários.

Art. 1.039. Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados

declararão prejudicados os demais recursos versando sobre

idêntica controvérsia ou os decidirão aplicando a tese firmada.

Page 42: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

36

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Parágrafo único. Negada a existência de repercussão geral no

recurso extraordinário afetado, serão considerados

automaticamente inadmitidos os recursos extraordinários cujo

processamento tenha sido sobrestado.

Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:

I - o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem

negará seguimento aos recursos especiais ou extraordinários

sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a

orientação do tribunal superior;

II - o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem,

reexaminará o processo de competência originária, a remessa

necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão

recorrido contrariar a orientação do tribunal superior;

III - os processos suspensos em primeiro e segundo graus de

jurisdição retomarão o curso para julgamento e aplicação da tese

firmada pelo tribunal superior;

Art. 1.041. Mantido o acórdão divergente pelo tribunal de

origem, o recurso especial ou extraordinário será remetido ao

respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.036, § 1o.

14. AÇÃO RESCISÓRIA

Art. 485. A sentença de mérito, transitada em

julgado, pode ser rescindida quando:

I - se verificar que foi dada por prevaricação,

concussão ou corrupção do juiz;

II - proferida por juiz impedido ou

absolutamente incompetente;

III - resultar de dolo da parte vencedora em

detrimento da parte vencida, ou de colusão entre

as partes, a fim de fraudar a lei;

IV - ofender a coisa julgada;

V - violar literal disposição de lei;

Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha

sido apurada em processo criminal ou seja

provada na própria ação rescisória;

Vll - depois da sentença, o autor obtiver

documento novo, cuja existência ignorava, ou de

que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe

assegurar pronunciamento favorável;

VIII - houver fundamento para invalidar

confissão, desistência ou transação, em que se

baseou a sentença;

IX - fundada em erro de fato, resultante de atos

ou de documentos da causa;

§ 1 Há erro, quando a sentença admitir um fato

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser

rescindida quando:

I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação,

concussão ou corrupção do juiz;

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente

incompetente;

III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em

detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão

entre as partes, a fim de fraudar a lei;

IV - ofender a coisa julgada;

V - violar manifestamente norma jurídica;

VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em

processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação

rescisória;

VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado,

prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer

uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos

autos.

§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato

inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente

ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato

não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter

se pronunciado.

§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será

rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja

de mérito, impeça:

Page 43: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

37

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

inexistente, ou quando considerar inexistente um

fato efetivamente ocorrido.

§ 2º É indispensável, num como noutro caso,

que não tenha havido controvérsia, nem

pronunciamento judicial sobre o fato.

Art. 486. Os atos judiciais, que não dependem

de sentença, ou em que esta for meramente

homologatória, podem ser rescindidos, como os

atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.

Art. 487. Tem legitimidade para propor a ação:

I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor

a título universal ou singular;

II - o terceiro juridicamente interessado;

III - o Ministério Público:

a) se não foi ouvido no processo, em que Ihe era

obrigatória a intervenção;

b) quando a sentença é o efeito de colusão das

partes, a fim de fraudar a lei.

Art. 488. A petição inicial será elaborada com

observância dos requisitos essenciais do art.

282, devendo o autor:

I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso,

o de novo julgamento da causa;

II - depositar a importância de 5% (cinco por

cento) sobre o valor da causa, a título de multa,

caso a ação seja, por unanimidade de votos,

declarada inadmissível, ou improcedente.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no

nº II à União, ao Estado, ao Município e ao

I - nova propositura da demanda; ou

II - admissibilidade do recurso correspondente.

§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um)

capítulo da decisão.

§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou

por outros participantes do processo e homologados pelo juízo,

bem como os atos homologatórios praticados no curso da

execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.

Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:

I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título

universal ou singular;

II - o terceiro juridicamente interessado;

III - o Ministério Público:

a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a

intervenção;

b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de

colusão das partes, a fim de fraudar a lei;

c) em outros casos em que se imponha sua atuação;

IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era

obrigatória a intervenção.

Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério

Público será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica

quando não for parte.

Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos

requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor:

I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo

julgamento do processo;

II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da

causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por

unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.

§ 1º Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados,

ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas

autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público,

à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de

gratuidade da justiça.

§ 2º O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não

será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos.

Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o

cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de

tutela provisória.

Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos

requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor: (...)

II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da

causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por

Page 44: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

38

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Ministério Público.

Art. 489. O ajuizamento da ação rescisória não

impede o cumprimento da sentença ou acórdão

rescindendo, ressalvada a concessão, caso

imprescindíveis e sob os pressupostos previstos

em lei, de medidas de natureza cautelar ou

antecipatória de tutela.

Art. 490. Será indeferida a petição inicial:

I - nos casos previstos no art. 295;

II - quando não efetuado o depósito, exigido

pelo art. 488, II.

Art. 491. O relator mandará citar o réu,

assinando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze)

dias nem superior a 30 (trinta) para responder

aos termos da ação. Findo o prazo com ou sem

resposta, observar-se-á no que couber o disposto

no Livro I, Título VIII, Capítulos IV e V.

Art. 492. Se os fatos alegados pelas partes

dependerem de prova, o relator delegará a

competência ao juiz de direito da comarca onde

deva ser produzida, fixando prazo de 45

(quarenta e cinco) a 90 (noventa) dias para a

devolução dos autos.

Art. 493. Concluída a instrução, será aberta

vista, sucessivamente, ao autor e ao réu, pelo

prazo de 10 (dez) dias, para razões finais. Em

seguida, os autos subirão ao relator, procedendo-

se ao julgamento:

I - no Supremo Tribunal Federal e no Superior

Tribunal de Justiça, na forma dos seus

regimentos internos;

II - nos Estados, conforme dispuser a norma de

Organização Judiciária.

Art. 494. Julgando procedente a ação, o tribunal

rescindirá a sentença, proferirá, se for o caso,

unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.

§ 2o O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não

será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos.

§ 3º Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será

indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II

do caput deste artigo.

§ 4o Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332.

§ 5o Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação

rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a

fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão

apontada como rescindenda:

I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação

prevista no § 2o do art. 966;

II - tiver sido substituída por decisão posterior.

§ 6o Na hipótese do § 5o, após a emenda da petição inicial, será

permitido ao réu complementar os fundamentos de defesa, e, em

seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente.

Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe

prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta)

dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou

sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento

comum.

Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de

prova, o relator poderá delegar a competência ao órgão que

proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três)

meses para a devolução dos autos.

Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao

réu para razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez)

dias.

Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao

relator, procedendo-se ao julgamento pelo órgão competente.

Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a

decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará

a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968.

Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível

ou improcedente o pedido, o tribunal determinará a reversão, em

favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do

disposto no § 2º do art. 82.

Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos

contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no

processo.

§ 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente

Page 45: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

39

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

novo julgamento e determinará a restituição do

depósito; declarando inadmissível ou

improcedente a ação, a importância do depósito

reverterá a favor do réu, sem prejuízo do

disposto no art. 20.

Art. 495. O direito de propor ação rescisória se

extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito

em julgado da decisão.

subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar

durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não

houver expediente forense.

§ 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial

do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o

prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado

da última decisão proferida no processo.

§ 3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o

prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o

Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do

momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.

15. DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (ARTIGOS 976 A 987)

Na abordagem deste tema deve-se ressaltar que se trato algo novo, sem precedente comparativo no CPC de

1973. Portanto, genericamente serão abordadas algumas peculiaridades atinentes ao tema.

Este instituto traz a ideia do legislador quanto à possibilidade de suspensão de casos análogos que versem sobre

idêntica questão de direito. E ainda merece destaque o fato de que julgar questões semelhantes há a possibilidade de se

gerar ofensa ao Princípio da Segurança Jurídica, quando da possível existência de decisões conflitantes em um mesmo

contexto. Busca a uniformização das decisões, conforme se percebe da leitura do artigo abaixo:

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,

simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

§ 1o A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.

§ 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua

titularidade em caso de desistência ou de abandono.

§ 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos

de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado.

§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de

sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou

processual repetitiva.

§ 5o Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

Ainda sobre este instituto é interessante destacar:

O pedido de instauração do incidente será dirigido ao Presidente ao Tribunal pelo juiz ou relator, por ofício, pelas

partes, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública conforme previsão do Art. 977, parágrafo único.

Aqui há a possibilidade da participação da sociedade civil no julgamento do incidente, promovendo a oitiva de

pessoas e entidades com interesse na controvérsia, as quais, no prazo de 15 dias poderão requerer a juntada de

documentos, bem como diligências necessárias para a elucidação da questão. Aqui também há a necessidade da

manifestação do Ministério Público, conforme previsão do Art. 983 do CPC/2015.

O Julgamento do Incidente deve ser julgado no prazo de 1 ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados

os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus, podendo ser prorrogado o prazo por decisão fundamentada

do relator(Art. 980, caput e parágrafo único do CPC/2015).

Deste procedimento, não caberá o reexame necessário conforme orientação adotada em incidente de resolução de

demandas repetitivas (Art. 496, § 4º, III do CPC/2015).

Ao ser julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos que versem idêntica questão de direito e

que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do

Page 46: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

40

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

respectivo Estado ou região, até que esse mesmo Tribunal a revise. Neste sentido, cabem também aplicação aos casos

futuros que versem sobre idêntica questão de direito. (Art. 985, I e II CPC/2015).

Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial (Art. 987). Lembrando que o § 1º do

Artigo mencionado prevês que o recurso terá o efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão

constitucional eventualmente discutida.

Uma vez apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo STF ou STJ será aplicada no território nacional

a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito. (Art. 987, § 2º). É que se

denomina Uniformização da Jurisprudência em que se verifica a necessidade de análise da correspondência entre a

ratiodecidendi do caso em julgamento e do precedente firmado.

E por último cabe a ressalva de que, uma vez não observada a tese adotada pela decisão proferida no incidente,

caberá reclamação para o Tribunal competente. Procedimento este previsto nos artigos 988 e seguintes do CPC/2015

que será objeto de outros eventos.

Espero que todos tenham aproveitado o momento dos debates. Tudo depende das condições de aplicação e

aceitação pela comunidade jurídica. O importante é que sempre possamos buscar o aprimoramento e a evolução do

Direito sempre. O Direito não é uma ciência exata e penso que não pretende ser... mas, sempre busca a sua melhor

aplicação rumo a uma sociedade mais justa e perfeita em todas as suas acepções.

Bons estudos.

Prof. Me. Dirceu Pertuzatti – Curitiba, maio de 2016.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei 5869 de 11/01/1973, Código de processo civil. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869compilada.htm

Acesso em 14 outubro de 2015.

BRASIL. Lei 13.105/2015 de 16/03/2015, Código de processo civil. Disponível

em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm

Acesso em 14 de outubro de 2015.

Códigos de processo civil comparados / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto

Curia, et. all. – São Paulo: Saraiva, 2015.

DONIZETTI, Elpídio. Novo código de processo civil: CPC/73 para o NCPC e NCPC para o CPC/73: contém

legenda das modificações.- São Paulo: Atlas, 2015.

DIDIER, Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo

de conhecimento.- 17.ed.- Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015.

DIDIER, Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias,

decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela.- 10.ed.- Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015.v.2.

GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito processual civil esquematizado.Coordenador Pedro Lenza. - 5º.ed., de

acordo com o novo CPC. Lei 13.105 de 16/03/2015. São Paulo: Saraiva, 2015. (coleção esquematizado).

MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil. Tutela dos direitos mediante procedimento comum.Sérgio

Cruz Arenhart,Daniel Mitidiero. Volume 2.Editora Revista dos Tribunais.Ed. 2015.

NERY Junior, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao código de processo civil. Ed. 01. Revista dos

Tribunais, 2015.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015. – Rio de Janeiro: Forense;

São Paulo: MÉTODO, 2015.

Novo CPC – Fundamentos e sistematização / Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco

Bahia, Flávio QuinaudPedron – Rio de Janeiro: Forense, 2015.

Page 47: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

41

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

DESTAQUES DO NOVO CPC

PARA ADVOGADOS MUNICIPAIS

Aristeu Rogério de Andrade Jr

1. SOBRE OS ADVOGADOS NO PROCESSO:

1.1) MANDATO: a) CONCEITO:

- [Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar

interesses. (Cód. Civ.)].

- [O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem respeito, constantes da legislação processual, e,

supletivamente, às estabelecidas neste Código. (Cód. Civ.)].

b) FUNDAMENTO LEGAL:

- Código Civil:

- Código de Processo Civil:

e) LEI MUNICIPAL:

c) INSTRUMENTO MANDATO:

d) A ADVOCACIA PÚBLICA (LOCAL):

1.2) HONORÁRIOS: a) CABIMENTO:

b) PERCENTUAIS:

c) PARÂMETROS (BASE DE CÁLCULO):

d) FAZENDA PÚBLICA COMO PARTE:

e) PARTICULARIDADES:

Page 48: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

42

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

1.3) GRATUIDADE: a) BENEFICIÁRIO:

b) CABIMENTO:

c) MOMENTO PEDIDO:

d) ALCANCE:

e) EXIGIBILIDADE:

f) HIPÓTESE DE COBRANÇA:

g) IMPUGNAÇÃO:

1.4) HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS DO ADVOGADO PÚBLICO:

a) POSSIBILIDADE:

b) PARÂMETROS:

c) PERCENTUAIS:

d) LEI MUNICIPAL:

2. DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA:

a) EXECUÇÃO FORÇADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA:

a.1) CUMPRIMENTO SENTENÇA (Em relação a FP previsto procedimento próprio NCPC):

a.2) EXECUÇÃO TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL:

b) AÇÃO MONITÓRIA CONTRA A FP.:

3. EMBARGOS A EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA:

a) DEFESA DA FP NO CUMPRIMENTO SENTENÇA:

b) DEFESA DA FP NA EXECUÇÃO TÍTULO EXTRAJUDICIAL:

4. TUTELAS:

a) PROVISÓRIAS:

- ESPÉCIES:

# TUTELA DE URGÊNCIA:

# TUTELA DE EVIDÊNCIA:

b) ESPECÍFICAS:

c) TUTELA CAUTELAR E A FAZENDA PÚBLICA:

5. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:

5.1) ASSISTÊNCIA SIMPLES:

5.2) ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL:

5.3) DENUNCIAÇÃO DA LIDE:

5.4) CHAMAMENTO AO PROCESSO:

5.5) DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA:

5.6) AMICUS CURIAE:

6. AFETAÇÕES DO NOVO CPC AO MANDADO DE SEGURANÇA:

- OBSERVAÇÕES GERAIS:

- DISCIPLINA PRÓPRIA:

- INCIDÊNCIAS INICIAIS DO CPC (primeiras considerações):

- PERSPECTIVAS:

Page 49: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

43

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

7. INCIDÊNCIA DO NOVO CPC AS EXECUÇÕES FISCAIS:

a) FORO COMPETENTE:

b) DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA:

c) DEVER PARTE COOPERAR:

d) ATO ATENTÓRIO A DIGNIDADE DA JUSTIÇA:

e) PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE:

8. INCIDÊNCIA DO NOVO CPC NA ADVOCACIA MUNICIPAL:

a) DISCIPLINA PRÓPRIA DO ÓRGÃO JURÍDICO:

b) REPRESENTAÇÃO DO MUNICÍPIO (Ativa e Passivamente):

c) CITAÇÃO:

d) INTIMAÇÃO:

e) OBSERVAÇÕES GERAIS:

- NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL:

- PROVAS:

- SENTENÇAS CONTRA A FAZENDA PÚBLICA {MUNICÍPIO}:

- DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO:

- MEDIDAS PERANTE O TRIBUNAL:

- INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA:

- INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (IRDR):

## LEGISLAÇÃO PERTINENTE:**

-- CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

Seção II

DA ADVOCACIA PÚBLICA

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a

União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e

funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da

República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso

público de provas e títulos.

§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda

Nacional, observado o disposto em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de

concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,

exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício,

mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.

-- CÓDIGO CIVIL:

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão

patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no

processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos

administradores ou sócios da pessoa jurídica.

CAPÍTULO X

Do Mandato Seção I

Disposições Gerais

Page 50: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

44

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar

interesses. A procuração é o instrumento do mandato.

Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que

tenha a assinatura do outorgante.

Seção V

Do Mandato Judicial Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem respeito, constantes da legislação processual, e,

supletivamente, às estabelecidas neste Código.

-- CÓDIGO PROCESSO CIVIL (Lei 13.105/2015):

Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de

mérito justa e efetiva.

Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos

meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo

contraditório.

Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando

e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a

publicidade e a eficiência.

Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

I - à tutela provisória de urgência;

II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;

III - à decisão prevista no art. 701.

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha

dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício

Seção III

Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que

realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na

execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título.

§ 1o Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento

do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.

§ 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.

Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação

de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas

ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento.

§ 1o Não se exigirá a caução de que trata o caput:

I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte;

II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença;

III - na reconvenção.

§ 2o Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução,

justificando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que

pretende obter.

Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração do assistente

técnico e a diária de testemunha.

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.

§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na

execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do

proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:

I - o grau de zelo do profissional;

II - o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa;

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos

incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais:

Page 51: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

45

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200

(duzentos) salários-mínimos;

II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de

200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;

III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima

de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;

IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima

de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;

V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de

100.000 (cem mil) salários-mínimos.

§ 4o Em qualquer das hipóteses do § 3

o:

I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença;

II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá

quando liquidado o julgado;

III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em

honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;

IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da

decisão de liquidação.

§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor

ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve

observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.

§ 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2

o e 3

o aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão,

inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito.

§ 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de

precatório, desde que não tenha sido impugnada.

§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito

baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2o.

§ 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre a soma das

prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas.

§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo.

§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional

realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6

o, sendo vedado ao tribunal, no

cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites

estabelecidos nos §§ 2o e 3

o para a fase de conhecimento.

§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no

art. 77.

§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de

cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais.

§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos

oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.

§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade

de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14.

§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em

julgado da decisão.

§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria.

§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação

autônoma para sua definição e cobrança.

§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei.

Seção IV

Da Gratuidade da Justiça

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as

despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

§ 1o A gratuidade da justiça compreende:

I - as taxas ou as custas judiciais;

II - os selos postais;

III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;

IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral, como se em serviço estivesse;

V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados essenciais;

Page 52: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

46

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de

versão em português de documento redigido em língua estrangeira;

VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução;

VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros atos

processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;

IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer

outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício

tenha sido concedido.

CAPÍTULO IV

DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério

Público, quando lhe couber intervir no processo.

§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.

§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.

Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de

sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.

§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.

§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição

inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2

o.

§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da

personalidade jurídica.

CAPÍTULO V

DO AMICUS CURIAE

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a

repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem

pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada,

com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

............................................................................................................

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes

estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus,

poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.

Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo,

recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que

alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade

Art. 246. A citação será feita:

I - pelo correio;

II - por oficial de justiça;

III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;

IV - por edital;

V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.

§ 1o Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a

manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as

quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.

§ 2o O disposto no § 1

o aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da

administração indireta.

§ 3o Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade

autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.

CAPÍTULO IV

DAS INTIMAÇÕES

Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.

§ 1o É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos

autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.

§ 2o O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença.

§ 3o A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e

fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação

judicial.

Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei.

Page 53: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

47

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Parágrafo único. Aplica-se ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Advocacia Pública o disposto no § 1o do art.

246.

LIVRO V

DA TUTELA PROVISÓRIA

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou

incidental.

Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.

Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada

ou modificada.

Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de

suspensão do processo.

Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.

Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da

sentença, no que couber.

Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento

de modo claro e preciso.

Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer

do pedido principal.

Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela

provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.

TÍTULO II

DA TUTELA DE URGÊNCIA

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o

perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para

ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente

hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos

efeitos da decisão.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens,

registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da

tutela de urgência causar à parte adversa, se:

I - a sentença lhe for desfavorável;

II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido

no prazo de 5 (cinco) dias;

III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;

IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.

CAPÍTULO XI

DA AÇÃO MONITÓRIA

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título

executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

I - o pagamento de quantia em dinheiro;

II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;

III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

§ 6o É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.

Page 54: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

48

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

CAPÍTULO V

DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA

Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta)

dias.

§ 1o Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de

pequeno valor em favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal.

§ 2o Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no

processo de conhecimento.

§ 3o Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534 e 535.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

LEI Nº 8.437, DE 30 DE JUNHO DE 1992.

Dispõe sobre a concessão de medidas cautelares

contra atos do Poder Público e dá outras

providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras

ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de

mandado de segurança, em virtude de vedação legal.

§ 1° Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando impugnado ato de

autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à competência originária de tribunal.

§ 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação civil pública.

§ 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação.

§ 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da comunicação ao dirigente do órgão ou entidade, o

respectivo representante judicial dela será imediatamente intimado. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35,

de 2001)

§ 5o Não será cabível medida liminar que defira compensação de créditos tributários ou previdenciários. (Incluído

pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

Art. 2º No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida, quando cabível, após a

audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de setenta e

duas horas .

Art. 3° O recurso voluntário ou ex officio, interposto contra sentença em processo cautelar, proferida contra pessoa

jurídica de direito público ou seus agentes, que importe em outorga ou adição de vencimentos ou de reclassificação

funcional, terá efeito suspensivo.

Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em

despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a

requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse

público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

§ 1° Aplica-se o disposto neste artigo à sentença proferida em processo de ação cautelar inominada, no processo de ação

popular e na ação civil pública, enquanto não transitada em julgado.

§ 2° O presidente do tribunal poderá ouvir o autor e o Ministério Público, em cinco dias.

§ 2o O Presidente do Tribunal poderá ouvir o autor e o Ministério Público, em setenta e duas horas. (Redação

dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 3° Do despacho que conceder ou negar a suspensão, caberá agravo, no prazo de cinco dias.

§ 3o Do despacho que conceder ou negar a suspensão, caberá agravo, no prazo de cinco dias, que será levado a

julgamento na sessão seguinte a sua interposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 4o Se do julgamento do agravo de que trata o § 3

o resultar a manutenção ou o restabelecimento da decisão que se

pretende suspender, caberá novo pedido de suspensão ao Presidente do Tribunal competente para conhecer de eventual

recurso especial ou extraordinário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 5o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 4

o, quando negado provimento a agravo de

instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de

2001) § 6

o A interposição do agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o Poder Público

e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.

(Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

Page 55: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

49

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

§ 7o O Presidente do Tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar, se constatar, em juízo prévio, a

plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-

35, de 2001)

§ 8o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o Presidente do

Tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido

original. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 9o A suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigorará até o trânsito em julgado da decisão de mérito na

ação principal. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

Art. 5° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6° Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 30 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da República.

LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009.

Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e

dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou

habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou

houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que

exerça.

§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os

administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no

exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas

públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.

§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de

segurança.

Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se

requer o mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada.

Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar

mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando

notificado judicialmente.

Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei,

contado da notificação

...................

Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:

I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;

III - de decisão judicial transitada em julgado.

...............

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos

documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da

inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;

III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder

resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou

depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o

disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de

mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de

aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença.

§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.

§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela

antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério

Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de

promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem.

Page 56: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

50

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

..............................................................

LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966.

Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui

normas gerais de direito tributário aplicáveis à União,

Estados e Municípios.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, o sistema

tributário nacional e estabelece, com fundamento no artigo 5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal as normas

gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo da

respectiva legislação complementar, supletiva ou regulamentar.

LIVRO PRIMEIRO

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

TÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de

1965, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis

federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais.

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não

constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo

irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

.............

SEÇÃO III

Responsabilidade de Terceiros

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte,

respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:

I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;

IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;

V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;

VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por

eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;

VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos

praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;

II - os mandatários, prepostos e empregados;

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

LEI Nº 8.397, DE 6 DE JANEIRO DE 1992.

Institui medida cautelar fiscal e dá outras

providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1° O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a constituição do crédito, inclusive no curso da

execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias.

(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)

Parágrafo único. O requerimento da medida cautelar, na hipótese dos incisos V, alínea "b", e VII, do art. 2º,

independe da prévia constituição do crédito tributário.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)

Page 57: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

51

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário,

quando o devedor: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)

I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo

fixado;

II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obrigação;

III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de

efeito)

IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu patrimônio; (Redação dada pela Lei nº

9.532, de 1997) (Produção de efeito)

V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal: (Redação dada pela Lei nº

9.532, de 1997) (Produção de efeito)

a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade; (Incluída pela Lei nº 9.532, de 1997)

(Produção de efeito)

b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; (Incluída pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)

VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio

conhecido; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)

VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando

exigível em virtude de lei; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)

VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão fazendário; (Incluído pela Lei nº

9.532, de 1997) (Produção de efeito)

IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)

(Produção de efeito)

Art. 3° Para a concessão da medida cautelar fiscal é essencial:

I - prova literal da constituição do crédito fiscal;

II - prova documental de algum dos casos mencionados no artigo antecedente.

......................

** A legislação supracitada foi transcrita parcialmente, a critério do palestrante.

-- JURISPRUDÊNCIA:

AgRg no Ag 1385162 / RJ

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO

2010/0214859-8

Relator(a)

Ministro HERMAN BENJAMIN (1132)

Órgão Julgador

T2 - SEGUNDA TURMA

Data do Julgamento

28/06/2011

Data da Publicação/Fonte

DJe 01/09/2011

Ementa

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. PETIÇÃO RECURSAL SUBSCRITA POR PROCURADOR

DO MUNICÍPIO. PROCURAÇÃO. DESNECESSIDADE.

1. É dispensável a exibição pelos procuradores de município do necessário instrumento de mandato judicial,

desde que investidos na condição de servidores municipais, por se presumir conhecido o mandato pelo seu título

de nomeação. Precedentes.

2. Ademais, o endereço indicado pelo Procurador Municipal para citação é o da Prefeitura de Nova Iguaçu, o que

ratifica a capacidade postulatória.

3. Agravo Regimental não provido.

Page 58: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

52

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Page 59: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

53

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

AS REGRAS PARA A PROPAGANDA POLÍTICA 2016

ROGÉRIO CARLOS BORN

CALENDÁRIO ELEITORAL – DATAS IMPORTANTES

01/01 – Data a partir da qual toda pesquisa para divulgação deverá ser registrada

02/04 – Data até a qual os que pretendem sair candidatos deverão estar com a filiação deferida pelo Partido

04/05 – Prazo final para alistamento, transferência e revisão eleitoral

20/07 a 05/08 – Período para realização das convenções partidárias

15/08 – Data limite para registro das candidaturas

16/08 – Data de início da propaganda eleitoral de rua

26/08 – Início do Horário Eleitoral Gratuito em rádio e TV

Programa em bloco: apenas Prefeito

De segunda a sábado – das 7h às 7h10min e das 12h às 12h10min (rádio)

– das 13h às 13h10min e das 20h30min às 20h40min (TV)

Inserções: Prefeito (60%) e Vereadores (40%) – total de 60 minutos diários

No intervalo compreendido entre 5 da manhã e meia-noite.

15/09 – Data para divulgação da parcial de prestação de contas

29/09 – Último dia do Horário Eleitoral Gratuito e realização de debates

30/09 – Último dia para propaganda em mídia impressa + reprodução na internet

01/10 – Último dia para propaganda de rua (até as 22 horas)

02/10 – Eleição (primeiro turno)

30/10 – Eleição (segundo turno)

01/11 – Prazo final para entrega das prestações de contas (primeiro turno)

19/11 – Prazo final para entrega das prestações de contas (segundo turno)

19/12 – Diplomação dos eleitos

HIERARQUIA DAS FONTES do direito eleitoral

A interpretação das leis brasileiras, com inspiração na pirâmide normativa de Hans Kelsen, é seguida, no

patamar, o artigo 59, da Constituição da República como norma hipotética fundamental que abarca, no segundo degrau,

as emendas à Constituição e os tratados internacionais de direitos humanos aprovados por três quintos e dois turnos; no

terceiro degrau, por decisão do Supremo Tribunal Federal, os demais tratados de direitos humanos; no quarto degrau, as

leis complementares; no quinto degrau, em mesma hierarquia, as leis ordinárias, as leis delegadas, as medidas

Page 60: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

54

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

provisórias; os decretos legislativos; os decretos-leis ainda existentes e as resoluções do Congresso nacional; em sexto

degrau os atos normativos e, por fim, os contratos e estatutos privados.

As principais normas eleitorais previstas na Constituição estão previstas no artigo 12 a 15, que dispõe acerca

dos direitos políticos; no artigo 16, que prevê o princípio da anterioridade Eleitoral; no artigo 17, que dispõe sobre

direito partidário e nos artigos 118 a 121 que disciplina a competência e organização da Justiça Eleitoral.

As matérias eleitorais que a Constituição reserva à lei complementar são as inelegibilidades, a competência e

organização da Justiça Eleitoral; a fixação do número de deputados federais, estaduais e distritais e a autorização para os

Estados legislarem sobre matéria eleitoral.

As inelegibilidades são disciplinadas pela Lei Complementar 64/1990 – Lei das Inelegibilidades – que foi

alterada pela Lei Complementar 135/2010, conhecida lei da “ficha limpa”.

A competência e a organização da Justiça Eleitoral está prevista na parte segunda da Lei 4.737/1965 - Código

Eleitoral. Ressalte-se que, como o Código Eleitoral foi editado sob a égide da Constituição de 1946, a parte segunda e

somente está foi recepcionada como lei complementar.

Órgão Competência Ministério

Público

Assistência Judiciária

TSE

Eleições

Presidenciais

Procurador Geral da

República

Defensor Público

Categoria Especial

TRE

Eleições

Estaduais e Federais

Procurador

Regional da República

Defensor Público

de Primeira Categoria

Juízes e

Juntas

Eleições

Municipais

Promotor Eleitoral

(Estadual/Distrital)

Defensor Público de

Segunda Categoria

A fixação do número de deputados encontra-se previsto pela Lei Complementar 78/1993 que fixa o número de

513 deputados federais e disciplina a forma de cálculo dos deputados estaduais e distritais, atribuindo ao Tribunal

Superior Eleitoral a execução da distribuição proporcional.

Por fim, o artigo 22, parágrafo único, da Constituição permite que o Congresso Nacional, por lei complementar,

autorize que os Estados e o Distrito Federal, legislem sobre direito eleitoral em matéria específica, mas não existe a

edição de qualquer lei neste sentido.

No grupo de normas editadas pelo Poder Legislativo em última escala, em ordem cronológica, tem-se como

principais leis ordinárias a Lei 9.709/98, que regulamenta o plebiscito e referendo; a Lei 9.504/97, a Lei das Eleições, a

Lei 9.096/95, dos Partidos Políticos e, exceto a parte segunda, a Lei 4.737/65 conhecida como Código Eleitoral, nos

capítulos onde mantem o status de lei ordinária.

Page 61: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

55

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

No degrau das normas não editadas na atividade legislativa, tem se os atos normativos editados pelos tribunais e

juízos eleitorais.

Em primeiro plano, as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral que, na prática, possuem uma discutível força

de lei ordinária, devido a uma suposta autorização normativa contida no artigo 1º, parágrafo único e 23, X, do Código

Eleitoral e artigo 105 da Lei nº 9.504/97. Depois, as resoluções dos tribunais regionais e as portarias dos juízos

eleitorais.

PROPAGANDA POLÍTICA

Modalidades de propaganda política

A propaganda política é dividida em quatro categorias no Brasil que são a “Publicidade” Institucional, prevista

no artigo 37, § 1º, da Constituição; a propaganda intrapartidária, contida no artigo 36, § 1º, da Lei 9.504/1997, a

propaganda partidária, disciplinada no artigo 45, da Lei 9.096/95 e a propaganda Eleitoral, no art.36, Lei 9.504/1997.

“PUBLICIDADE” INSTITUCIONAL

A “publicidade” institucional, na verdade, são as propagandas do governo, a qual destaca-se entre aspas pela

falta de rigor técnico do constituinte, uma vez que o marketing utiliza o termo “publicidade” para o comércio de

produtos e serviços e “propaganda” para ideologia política, religiosa, filosófica e governamental.

O artigo 37, § 1º, da Constituição limita que a publicidade de programas, obras, serviços e campanhas dos

órgãos públicas tenham caráter educativo, informativo ou de orientação social, não podendo constar símbolos ou

imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades e servidores públicos.

A Constituição de Santa Catarina foi além ao estabelecer no artigo 180 que “o uso, pelo Poder Público estadual,

dos meios de comunicação social se restringirá a publicidade obrigatória de seus atos oficiais e a divulgação de notas e

avisos oficiais de esclarecimento; campanhas educativas de interesse público e campanhas de racionalização e

racionamento do uso de serviços públicos e de utilidade pública.

O artigo 40, da Lei 9.504/1997 sanciona a promoção pessoal quando prevê que “o uso, na propaganda eleitoral,

de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou

sociedade de economia mista constitui crime, punível com detenção, de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de prestação

de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de 10.000 a 20.000 UFIR”.

O uso indevido da propaganda institucional também é uma conduta vedada prevista no artigo 73, VI,b, da

L.9.504/97 que traz a proibição aos agentes públicos, servidores ou não, nos três meses que antecedem o pleito, com

exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional

dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das

respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim

reconhecida pela Justiça Eleitoral.

PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA

A propaganda intrapartidária é aquela destina a promoção de pré-candidatos no âmbito interno dos partidos e

coligações.

O artigo 36, §1º, da Lei 9.504/97 estabelece como período em que que poderá ser vinculada, a quinzena anterior

à escolha pelo partido, de propaganda intrapartidária com vista à indicação de seu nome, vedado o uso de rádio,

televisão e outdoor.

O artigo 36-A, da mesma lei, prevê não será considerada propaganda eleitoral antecipada a realização de

prévias partidárias e sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária.

Consoante a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, “a propaganda intrapartidária veiculada em período

anterior ao legalmente permitido e dirigida a toda a comunidade, e não apenas a seus filiados, configura propaganda

eleitoral extemporânea e acarreta a aplicação de multa” (Ac.-TSE, de 3.5.2011, no RESPE n° 43736).

Na propaganda intrapartidária não se veda o uso de faixas e cartazes para realização de propaganda

intrapartidária, desde que em local próximo da realização das prévias, com mensagem aos filiados, mas a confecção de

panfletos para distribuição aos filiados, dentro dos limites do partido, não encontra, por si só, vedação na legislação

eleitoral.

Segundo a jurisprudência, ainda, as mensagens eletrônicas, o envio de cartas, como forma de propaganda

intrapartidária, são permitidos por ocasião das prévias, desde que essas sejam dirigidas exclusivamente aos filiados do

partido, mas é incabível autorizar matérias pagas em meios de comunicação, uma vez que ultrapassam ou podem

ultrapassar o âmbito partidário e atingir, por conseguinte, toda a comunidade.

Por fim, O partido pode receber doações apenas de pessoas físicas para financiar a propaganda intrapartidária,

bem como para a realização das prévias partidárias, não sendo possível, contudo, no tocante ao postulante a cargo

eletivo, haja vista que a destinação de verbas do Fundo Partidário estende-se às despesas congêneres efetuadas pelo

partido político na propaganda intrapartidária (prévias partidárias).

Page 62: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

56

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

PROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA

“A Constituição, no artigo 17, § 3º, garante que “os partidos políticos têm direito a recursos do Fundo Partidário

e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei” e o artigo 52, da Lei 9.096/1995 concede as emissoras de rádio

e televisão o direito a compensação fiscal pela cedência do horário gratuito

A Lei 9.096/95, com a redação pela Lei 13.165, de 29/09/2015, prevê que:

Os partidos com pelo menos um representante em qualquer das Casas do Congresso Nacional têm assegurados os

seguintes direitos relacionados à propaganda partidária:

I - a realização de um programa a cada semestre, em cadeia nacional, com duração de:

Redação pela Lei 13.165, de 29/09/2015

a) 5 minutos cada, para os partidos que tenham eleito até 4 Deputados Federais;

b) 10 minutos cada, para os partidos que tenham eleito 5 ou mais Deputados Federais;

II - a utilização, por semestre, para inserções de 30 segundos ou um minuto, nas redes nacionais, e de igual tempo nas

emissoras estaduais, do tempo total de:

a) 10 minutos, para os partidos que tenham eleito até 9 Deputados Federais;

b) 20 minutos, para os partidos que tenham eleito 10 ou mais deputados federais.

Parágrafo único. A critério do órgão partidário nacional, as inserções em redes nacionais referidas no inciso II do caput

deste artigo poderão veicular conteúdo regionalizado, comunicando-se previamente o Tribunal Superior Eleitoral.” (NR)

O horário partidário gratuito nacional será autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral e os estaduais e distrital

pelos tribunais regionais eleitorais.

Quanto ao período, o art. 36, § 1º, da Lei 9.504/97 prevê que “no segundo semestre do ano da eleição, não será

veiculada a propaganda partidária gratuita prevista em lei nem permitido qualquer tipo de propaganda política paga no

rádio e na televisão”.

Em relação ao conteúdo, consoante o artigo 45, I a IV, da Lei 9.096/95, (Redação dada pela Lei nº 13.165, de

2015, o horário partidário gratuito tem por finalidade difundir os programas partidários; transmitir mensagens aos

filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do

partido; divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários; promover e difundir a participação

política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o

mínimo de 10% (dez por cento) do programa e das inserções a que se refere o art. 49.

É vedada a participação de pessoa filiada a partido diverso daquele responsável pela veiculação do programa; a

divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos; a

utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos audiovisuais ou quaisquer outros recursos que

distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação.

As transmissões serão em cadeia nacional ou em inserções individuais de 30 segundos ou 1 minuto, a serem

veiculadas no intervalo da programação normal das emissoras, as inserções nacionais serão veiculadas às terças-feiras,

quintas-feiras e sábados e, as estaduais, às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, mas somente serão autorizadas

até 10 inserções de 30 segundos ou 5 inserções de 1 minuto por dia.

A programação em bloco ocorrerá às quintas-feiras, podendo o Tribunal Superior Eleitoral, se entender

necessário, deferir a transmissão em outros dias. Havendo coincidência de datas, terá prioridade o partido que tiver

apresentado o requerimento em primeiro lugar, vedada a transmissão de mais de um programa na mesma data.

Os programas em bloco não poderão ser subdivididos ou transformados em inserções e as edições deverão

conter no início e no fim das transmissões em cadeia, dever-se-á trazer, com preservação do tempo reservado aos

partidos, a identificação da agremiação responsável e a menção à Lei n° 9.096/95, que determinou a veiculação.

A grei que violar as normas relativas a propaganda partidária gratuita serão sancionadas com a perda do tempo

que, quando ocorrer nas transmissões em bloco, sofrerão a cassação do direito de transmissão no semestre seguinte e

quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, estarão sujeitos a cassação de tempo equivalente a 5 (cinco)

vezes ao da inserção ilícita, no semestre seguinte.

PROPAGANDA ELEITORAL

Propaganda antecipada

A partir da Lei 13.165, de 29/09/2015 que alterou o artigo 36, da Lei 9.504/1997, a propaganda eleitoral

somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição, sujeitando os responsáveis e beneficiários que efetuarem

a divulgação de candidaturas com pedido explícitos e implícitos de votos antes deste período, desde que comprovado o

seu prévio conhecimento, à multa no valor de R$ 5.000,00 a R$ 25.000,00, ou ao equivalente ao custo da propaganda, se

este for maior.

O artigo 36-A, da Lei 9.504/1997, com a redação determinada pela Lei 13.165, de 29/09/2015 estabelece que

não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa

candidatura, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos

meios de comunicação social, inclusive via internet: I - a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-

Page 63: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

57

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a

exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir

tratamento isonômico; II - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos

partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, discussão de políticas públicas, planos de governo

ou alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação

intrapartidária. III - a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, a divulgação

dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates entre os pré-candidatos; IV - a divulgação

de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se faça pedido de votos. V - a manifestação e o

posicionamento pessoal sobre questões políticas nas redes sociais. (Redação pela Lei 12.891, de 11/12/2013). VI - a

realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de

comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias.

Acrescenta o dispositivo, ainda, no § 1º que é vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de

televisão das prévias partidárias, sem prejuízo da cobertura dos meios de comunicação social, no § 2º que são permitidos

o pedido de apoio político e a divulgação da pré-candidatura, das ações políticas desenvolvidas e das que se pretende

desenvolver e no § 3º que o disposto no § 2º não se aplica aos profissionais de comunicação social no exercício da

profissão.

Material impresso

Independe da obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda

eleitoral pela distribuição de folhetos, adesivos, volantes e outros impressos, os quais devem ser editados sob a

responsabilidade do partido, coligação ou candidato.

O artigo 38, §§ 1°e 2º, da Lei 9504/97 exige que todo material impresso de campanha eleitoral contenha o

número de inscrição no CNPJ CPF do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou, e a respectiva

tiragem e, quando o material impresso veicular propaganda conjunta de diversos candidatos, os gastos relativos a cada

um deles deverão constar na respectiva prestação de contas, ou apenas naquela relativa ao que houver arcado com os

custos.

Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário, conforme o artigo 36-A, § 4º, da Lei 9.504/1997 com

redação pela Lei 13.165, de 29/09/2015, deverão constar, também, o nome dos candidatos a vice ou a suplentes de

Senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% do nome do titular.

O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semelhantes às empregadas por

órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista constitui crime, punível com detenção, de 6 meses a

1 ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de 10.000 a

20.000 UFIR.

Não é permitido na campanha eleitoral, consoante o artigo 39, § 6º, da Lei 9.504/1997, a confecção, utilização,

distribuição por comitê, candidato, ou com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas

básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor.

Atos em recinto aberto

A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fechado, não depende

de licença da polícia, mas candidato, partido ou coligação promotora do ato fará a devida comunicação à autoridade

policial em, no mínimo, 24 horas antes de sua realização, a fim de que esta lhe garanta, segundo a prioridade do aviso, o

direito contra quem tencione usar o local no mesmo dia e horário.

É proibida a realização de “showmício” e de evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a

apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral, mesmo que o

próprio candidato seja artista.

Propaganda em bens públicos

O artigo 37, da Lei 9.504/1997, com redação pela Lei 13.165, de 29/09/2015, desautoriza a propaganda em bem

público de uso comum e equiparado ao estabelecer que “nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder

público, ou que a ele pertençam, e nos bens de uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de

tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de

propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, estandartes, faixas,

cavaletes, bonecos e assemelhados”. É permitida a colocação de mesas para distribuição de material de campanha e a

utilização de bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito

de pessoas e veículos. A mobilidade estará caracterizada com a colocação e a retirada dos meios de propaganda entre as

6 e 22 horas.

A Lei considera com bens de uso comum, para fins eleitorais, os definidos pela Lei n° 10.406, de 10 de janeiro

de 2002 – Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas,

centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada.

Page 64: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

58

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Prevê o artigo 37, § 3º, da Lei 9.504/1997 que “nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de

propaganda eleitoral fica a critério da Mesa Diretora”.

Propaganda em bens particulares

Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a

veiculação de propaganda eleitoral, desde que seja feita em adesivo ou papel, não exceda a 0,5 m² (meio metro

quadrado) e não contrarie a legislação eleitoral, e deve ser espontânea e gratuita, sendo vedado qualquer tipo de

pagamento em troca de espaço para esta finalidade.

Também é vedada a propaganda eleitoral mediante outdoors, inclusive eletrônicos, sujeitando-se a empresa

responsável, os partidos, as coligações e os candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de

multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Sonorização

A Lei 9.504/1997 permite a utilização nas campanhas de sonorização fixa no horário das 8 às 24 h e móvel das

8 às 22h, embora no comício de encerramento este horário é estendido, pois abrange das 8h às 24h e 0h às 2h.

O funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som, ressalvada a hipótese contemplada no parágrafo

seguinte, somente é permitido entre as 8 e as 22 horas, sendo vedados a instalação e o uso daqueles equipamentos em

distância inferior a 200 metros das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios, das sedes dos Tribunais Judiciais, e dos quartéis e outros estabelecimentos militares; dos hospitais e

casas de saúde; das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento; dos hospitais e casas de

saúde; das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento.

O artigo 39, § 4º, da Lei 9.504/1997, prevê, ainda, que “a realização de comícios e a utilização de aparelhagens

de sonorização fixas são permitidas no horário compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) horas, com

exceção do comício de encerramento da campanha, que poderá ser prorrogado por mais 2 (duas) horas”.

A Lei 9.504/1997 permite a circulação de carros de som e minitrios como meio de propaganda eleitoral, desde

que observado o limite de 80 (oitenta) decibéis de nível de pressão sonora, medido a 7 (sete) metros de distância do

veículo. A Lei considera como carro de som os veículos automotores que usam equipamentos de som com potência

nominal de amplificação de, no máximo, 10.000 (dez mil) watts e como minitrio com amplificação maior que 10.000

(dez mil) watts e até 20.000 (vinte mil) watts. A nova redação da Lei 13.165/2015 considera como carro de som,

qualquer veículo, motorizado ou não, ou ainda tracionado por animais, que transite divulgando jingles ou mensagens de

candidatos.

Dia da eleição

Na data do pleito, é vedado até o término do horário de votação, a aglomeração de pessoas portando vestuário

padronizado, bem como os instrumentos de propaganda referidos no caput, de modo a caracterizar manifestação

coletiva, com ou sem utilização de veículos.

Para coibir a propaganda, o artigo 39, § 5º, da Lei 9.504/1997 tipifica a “boca de urna” como crime consistente

em no dia da eleição punível com detenção, de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de prestação de serviços à

comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de 5.000 a 15.000 UFIR, o uso de alto-falantes e amplificadores de

som ou a promoção de comício ou carreata; a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca-de-urna; a divulgação

de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.

DEBATES

A realização de debates está disciplinada pela Lei 9.504/97, que sofreu alterações pela Lei 13.165, de

29/09/2015 que prevê no artigo 46 que “independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário

definido nesta Lei, é facultada a transmissão por emissora de rádio ou televisão de debates sobre as eleições majoritária

ou proporcional, sendo assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação superior a 9 deputados,

e facultada a dos demais”.

Nos debates, será admitida a realização de debate sem a presença de candidato de algum partido, desde que o

veículo de comunicação responsável comprove havê-lo convidado com a antecedência mínima de 72 horas da realização

do debate.

Em relação as eleições proporcionais, os debates deverão ser organizados de modo que assegurem a presença de

número equivalente de candidatos de todos os partidos e coligações a um mesmo cargo eletivo, podendo desdobrar-se

em mais de um dia. Poderão ser realizados em conjunto, estando presentes todos os candidatos a um mesmo cargo

eletivo e serão divididos em grupos, estando presentes, no mínimo, 3 candidatos, sendo vedada a presença de um mesmo

candidato a eleição proporcional em mais de um debate da mesma emissora.

O debate será realizado segundo as regras estabelecidas em acordo celebrado entre os partidos políticos e a

pessoa jurídica interessada na realização do evento, dando-se ciência à Justiça Eleitoral. Para aprovação, consoante o

artigo 46 § 5º, da Lei 9.504/97, com a redação determinada pela Lei 13.165, de 29/09/2015, para os debates que se

Page 65: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

59

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

realizarem no primeiro turno das eleições, serão consideradas aprovadas as regras, inclusive as que definam o número

de participantes, que obtiverem a concordância de pelo menos 2/3 (dois terços) dos candidatos aptos, no caso de eleição

majoritária, e de pelo menos 2/3 (dois terços) dos partidos ou coligações com candidatos aptos, no caso de eleição

proporcional.

PESQUISAS

De acordo com o artigo 33, da Lei 9.504/97, as entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião

pública relativas às eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a

registrar, junto à Justiça Eleitoral, até 5 dias antes da divulgação.

Este registro deve informar o nome do contratante e do pagador com a nota fiscal, o valor e origem dos

recursos, a metodologia e período de realização da pesquisa, o plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau

de instrução, nível econômico e área física de realização do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e margem

de erro, o sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados e do trabalho de

campo, o questionário completo, nome do estatístico responsável pela pesquisa e o número de seu registro no

competente Conselho Regional de Estatística, número do registro da empresa responsável pela pesquisa no Conselho

Regional de Estatística, caso o tenha e a indicação do Município abrangido pela pesquisa.

Deste a vigência da Lei 12.891/2013 é vedada, no período de campanha eleitoral, a realização de enquetes

relacionadas ao processo eleitoral.

As informações relativas às pesquisas serão registradas nos órgãos da Justiça Eleitoral aos quais compete fazer

o registro dos candidatos, ou seja, nas eleições presidenciais no Tribunal Superior Eleitoral; nas eleições

estaduais/distrital, nos tribunais regionais eleitorais e, nas eleições municipais, no juízo da zona eleitoral designada pelo

tribunal regional eleitoral ou a mais antiga do município se não designada. Consoante a jurisprudência do Tribunal

Superior Eleitoral, “o registro de pesquisa eleitoral não é passível de deferimento ou Indeferimento (Ac.-TSE n°

4.654/2004)” e “não pode o magistrado proibir a publicação de pesquisa eleitoral mesmo sob alegação do exercício do

poder de polícia (Ac.-TSE n° 357/2004)”.

A Justiça Eleitoral afixará no prazo de 24 horas, no local de costume, bem como divulgará em seu sítio na

Internet, aviso comunicando o registro das informações a que se refere este artigo, colocando-as à disposição dos

partidos ou coligações com candidatos ao pleito, os quais a elas terão livre acesso pelo prazo de 30 (trinta) dias.

O Ministério Público Eleitoral, os candidatos e os partidos políticos ou coligações estão legitimados para

impugnar o registro e/ou a divulgação de pesquisas eleitorais perante o tribunal ou juízo competente, quando não

atendidas as exigências e considerando a relevância do direito invocado e a possibilidade de prejuízo de difícil

reparação, o órgão competente poderá determinar a suspensão da divulgação dos resultados da pesquisa impugnada ou a

inclusão de esclarecimento na divulgação de seus resultados.

Na divulgação dos resultados de pesquisas devem ser informados, com clareza, o período da coleta de dados, a

margem de erro, o número de entrevistas, o nome da entidade ou empresa que a realizou e, se for o caso, de quem a

contratou e o número de registro da pesquisa, não sendo obrigatória a menção aos concorrentes, desde que o modo de

apresentação dos resultados não induza o eleitor em erro quanto ao desempenho do candidato em relação aos demais.

A divulgação de pesquisa sem o prévio registro sujeita os responsáveis à multa no valor de R$ 53.205,00 a R$

106.410,00 e haverá incidência de multa aos responsáveis, ainda que a divulgação ocorra em entrevista, de forma

parcial, ou tenha apenas reproduzido o que os meios de comunicação veicularam indevidamente (Ac.-TSE, de

15.9.2011, no REspe n° 21227), ou no caso de divulgação de que o candidato lidera as pesquisas, sem registro;

irrelevância de não se divulgar índices concretos (Ac.-TSE, de 17.8.2006, no REspe n° 26.029).

O veículo de comunicação social arcará com as consequências da publicação de pesquisa não registrada, mesmo

que esteja reproduzindo matéria veiculada em outro órgão de imprensa.

O artigo 20, § 2º, da Lei 9.504/97 sanciona ainda qualquer ato que vise a retardar, impedir ou dificultar a ação

fiscalizadora dos partidos políticos constitui crime, punível com detenção de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de

prestação de serviços à comunidade pelo mesmo prazo, e multa no valor de R$ 10.641,00 a R$ 21.282,00. Pelos crimes

serão responsabilizados penalmente os representantes legais da empresa ou entidade de pesquisa e do órgão veiculador

(Lei nº 9.504/97, art. 35).

Por fim, a comprovação de irregularidade nos dados publicados sujeita os responsáveis às penas mencionadas

no caput, sem prejuízo da obrigatoriedade de veiculação dos dados corretos no mesmo espaço, local, horário, página,

caracteres e outros elementos de destaque, de acordo com o veículo usado.

RESTRIÇÕES AOS DIREITOS POLÍTICOS

PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

A cassação dos direitos políticos é vedada na Constituição brasileira, a suspensão é temporária e poderá haver a

reabilitação quando desaparecer a causa e a perda é definitiva, embora os sancionados pela perda, desaparecendo a

motivação, poderão readquiri-la, ou seja, adquirir novos direitos políticos como se tivesse completado 16 anos naquele

momento.

Page 66: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

60

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

O artigo 15, da Constituição relaciona as hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos de forma

genérica, sem separá-las, remetendo a interpretação ao legislador e aos tribunais distingui-las.

Consequentemente, a doutrina e a jurisprudência reconhecem como causa de perda o cancelamento da

naturalização por sentença transitada em julgado (ou a perda da nacionalidade por via indireta, a recusa de cumprir

obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII. Frise-se que a legislação

infraconstitucional reconhece este último caso como suspensão, embora não seja aplicado, na prática, com esta natureza

Como causa de suspensão dos direitos políticos a incapacidade civil absoluta e condenação criminal transitada

em julgado, enquanto durarem seus efeitos ou por improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°.

elegibilidade e inelegibilidade

O preenchimento dos direitos políticos passivos deverão seguir alguns pressupostos positivos ou negativos.

Assim, para que alguém seja candidato a um cargo eletivos, é necessário que preencha como requisito positivo

as condições de elegibilidade e como requisitos negativos que não sejam inelegíveis ou incompatíveis

As condições de elegibilidade, previstos no art.14, § 3º, são a nacionalidade brasileira, pleno exercício dos

direitos políticos (não incorrer em perda e suspensão e possuir a quitação eleitoral), o alistamento eleitoral, filiação

partidária e domicílio eleitoral na circunscrição.

Em relação as inelegibilidades o artigo 14, §9º prevê que “lei complementar estabelecerá outros casos de

inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de

mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do

poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta (abuso do

poder político).

A inelegibilidade não se confunde com a suspensão dos direitos políticos, sendo inclusive aplicada após o

cumprimento desta, como se pode observar abaixo:

A Constituição denomina de inelegibilidade tanto as inelegibilidades em sentido estrito quanto as

incompatibilidades, separação esta que é promovida pela Lei Complementar 64/1990. A inelegibilidade, embora

divergente no Supremo Tribunal Federal, é uma sanção e a incompatibilidade é uma medida preventiva de afastamento

dos agentes públicos no período pré-eleitoral.

Page 67: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

61

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Decoro parlamentar

Dentre as situações de inelegibilidade é importante frisar o caso daqueles que hajam perdido os respectivos

mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, (...) para as eleições que se

realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao

término da legislatura.

Embora nominalmente a inelegibilidade tenha a duração de 8 anos, pela fórmula de calculo, ela poderá atingir a

12 anos para deputado e 19 anos para senador como pode ser observado nos quadros abaixo:

Page 68: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

62

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Rejeição das Contas.

Os eleitores ex-ocupantes de cargos eletivos que tiveram suas contas rejeitadas por irregularidades insanáveis

por ato doloso de improbidade administrativa pelo órgão competente ficarão inelegíveis por 8 anos.

Os órgãos competentes para julgar as contas do chefe do Poder Executivo é o Poder Legislativo e dos demais

cargos são os tribunais de contas da União, dos Estados e do Distrito Federal.

A inelegibilidade por rejeição somente poderá ser afastada se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder

Judiciário.

AÇÕES E RECURSOS ELEITORAIS

As ações e recursos na Justiça Eleitoral são os seguintes:

AÇÃO/RECURSO

PREVISÃO LEGAL

Ação de impugnação de mandato eletivo

(AIME)

Artigo 14, CF e artigo 22, XV, LC nº 64/90

Ação de impugnação de registro de

candidatos (AIRC)

Artigo 2º, LC 64/90

Recurso contra diplomação Artigo 262, CE

Consulta Artigo 23, XII, CE (TSE)

Artigo, 30, VII, CE (TRE)

Pedido de Direito de Resposta

Propaganda

Artigo 58, Lei nº 9.504/97

Resolução-TSE (rito)

Representações

Propaganda

Artigo 96, Lei nº 9.504/97

Resolução-TSE

Ação penal eleitoral Artigo 355, CE

Ação rescisória eleitoral Artigo 22, I, j, CE

Agravo de Instrumento Artigo 279, 282, CE

Recurso Eleitoral Art. 121, § 4º,CF; art.280, CE.

Recurso Especial Artigo 276, I, CE

Recurso Ordinário Artigo 276, II, CE

Page 69: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

63

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

O recurso deverá ser interposto em 3 dias da publicação do ato, resolução ou despacho sempre que a lei não

fixar prazo especial. Para os Tribunais Regionais e para o Tribunal Superior caberá, dentro de 3 (três) dias, recurso dos

atos, resoluções ou despachos dos respectivos Presidentes.

O Enunciado 728, da Súmulado Tribunal Superior Eleitoral prevê, ainda, que é de 3 dias o prazo para a

interposição de recurso extraordinário contra decisão do tribunal superior eleitoral, contado, quando for o caso, a partir

da publicação do acórdão, na própria sessão de julgamento.

O Recurso Especial está previsto no artigo 121, § 4º, da Constituição e no artigo 271, do Código Eleitoral que

prevê que das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: I – forem proferidas contra

disposição expressa desta Constituição ou de lei; II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais

Tribunais Eleitorais;

O Recurso Ordinário, também está previsto no mesmo dispositivo que prevê que “das decisões dos Tribunais

Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas

eleições federais ou estaduais; IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou

estaduais.

A ação rescisória eleitoral esta prevista no artigo 22, I, j, do Código Eleitoral que fixa a competência do

Tribunal Superior Eleitoral para I – processar e julgar originariamente: j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade,

desde que intentada dentro do prazo de 120 dias de decisão irrecorrível.

Parabéns por estudar!

Agora você faz parte da classe capacitada, que contribui para o progresso nos

serviços públicos, obrigado por escolher a Unipública!

Acesse nosso face e veja suas fotos

Page 70: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

64

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

ANOTAÇÕES:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 71: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

65

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 72: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

66

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

EM CASO DE EMERGÊNCIA

Page 73: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) · Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito ... a mudança na contagem dos prazos

67

Curso: Advogados CPC e Propaganda Eleitoral (Mód. 1) – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Se preferir, escreva seu nome:_______________________Cidade:___________________

Por favor, registre sua sincera opinião quanto à escola, queremos fazer ainda melhor!

1º Qual sua avaliação em relação à qualidade e seriedade da escola

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

2º Qual sua avaliação em relação ao valor de investimento deste curso

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

3º Qual sua avaliação em relação às acomodações e atendimento da escola

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

4º Qual sua avaliação para aula do professor Dirceu Pertuzatti?

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

5º Qual sua avaliação para aula do professor Aristeu Rogério de Andrade Jr?

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

6º Qual sua avaliação para aula do professor Rogério Carlos Born?

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

7º Qual sua avaliação geral para este curso:

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

8º Por favor, deixe sua sugestões, crítica ou elogio à escola e/ou Professores:

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

11º Quais outros temas podemos lhe atender? Toda semana avaliamos esta demanda

e viabilizamos os próximos cursos:

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

Muito Obrigado! Com certeza vamos levar em consideração sua opinião, faremos nosso melhor sempre!