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Informativo da OAB/AM www.oabam.org.br a voz do Advogado Ano V – Número 88 / Manaus, Junho de 2012 PETICIONAMENTO OPORTUNIDADES REGULAMENTAÇÃO O presidente da Comissão de Direito Digital e Eletrônico da OAB/AM, Acram Isper Júnior, reuniu-se com a nova dire- toria do Tribunal de Justiça do Amazo- nas (TJAM), para falar sobre o e-SAJ. Página 3 A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE/AM) deverá lançar, em 45 dias, o edital para o concurso público da instituição, que oferecerá 60 vagas para defensor público. Página 7 Instituições do Amazonas buscam adequação à Lei de Acesso à informação. As discussões sobre a regulamentação estadual estão envolvendo o executivo, o legislati- vo e o judiciário. Páginas 10 e 11 OAB/AM irá inaugurar nova sede, durante encontro de presidentes O Conselho Federal da OAB irá realizar, em Manaus, a 26ª reunião do Colégio de Presidentes de Seccionais da OAB, nos dias 5 e 6 de julho. Durante o evento, a diretoria da OAB/AM fará a inauguração oficial da nova sede da entidade, que passou por processos de re - forma e ampliação. A solenidade contará com a presença do pre- sidente nacional do CFOAB, Ophir Cavalcante, dos presidentes das seccionais de todo o país e dos advogados do Amazonas. Página 5

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Informativo da OAB/AMwww.oabam.org.br

a voz doAdvogado

Ano V – Número 88 / Manaus, Junho de 2012

PETICIONAMENTO OPORTUNIDADES REGULAMENTAÇÃO

O presidente da Comissão de Direito Digital e Eletrônico da OAB/AM, Acram Isper Júnior, reuniu-se com a nova dire-toria do Tribunal de Justiça do Amazo-nas (TJAM), para falar sobre o e-SAJ. Página 3

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE/AM) deverá lançar, em 45 dias, o edital para o concurso público da instituição, que oferecerá 60 vagas para defensor público. Página 7

Instituições do Amazonas buscam adequação à Lei de Acesso à informação. As discussões sobre a regulamentação estadual estão envolvendo o executivo, o legislati-vo e o judiciário.Páginas 10 e 11

OAB/AM irá inaugurar nova sede, durante encontro de presidentesO Conselho Federal da OAB irá realizar, em Manaus, a 26ª reunião do Colégio de Presidentes de Seccionais da OAB, nos dias 5 e 6 de julho. Durante o evento, a diretoria da OAB/AM fará a inauguração oficial da nova sede da entidade, que passou por processos de re-forma e ampliação. A solenidade contará com a presença do pre-sidente nacional do CFOAB, Ophir Cavalcante, dos presidentes das seccionais de todo o país e dos advogados do Amazonas.Página 5

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Advogadoa voz do

EDITORIAL

DIRETORIA – TRIÊNIO 2010/2012

Presidente: Antonio Fabio Barros de MendonçaVice-Presidente: Alberto Simonetti Cabral NetoSecretária-Geral: Ida Márcia Benayon De CarvalhoSecretário-Geral Adjunto: Raimundo de Amorim Francisco Soares Tesoureiro: José Carlos Valim

CONSELHEIROS SECCIONAIS EFETIVOS Aberones Gomes de AraujoAbrahim JeziniAdriana Lo Presti Mendonça CohenAlfredo José Borges GuerraAntonilzo Barbosa de SouzaAntonio Sampaio NunesDanilo de Aguiar CorreaEpitácio da Silva AlmeidaEulides Costa da SilvaEzelaide Viegas da Costa AlmeidaFabio Gouvêa de SáJose Augusto Celestino de Oliveira GomesJose da Rocha FreireJosé Eldair de Souza MartinsJulio Cesar de AlmeidaKarina Lima MorenoLuiz Domingos Zahluth LinsLuiz Serudo Martins NetoManoel Romão da SilvaMaria José de Oliveira RamosMario Jorge Souza da SilvaPaulo Cezar SantosPaulo Dias GomesRubem Fonseca FlexaWaldir Lincoln Pereira TavaresWashington Cesar Rocha Magalhães CONSELHEIROS SECCIONAIS SUPLENTES

Alyssonn Antonio Karrer de Melo MonteiroDaniella Karina KandraFábio Moraes Castello Branco Francisco Moacir Maia FilhoGiscarde O. Karrer M. MonteiroHeraldo Mousinho BarretoJano de Souza MelloJosé Amarilis Castello BrancoLeonidas de AbreuMaria do Perpetuo S. L. ColaresPaulo Roberto Gouveia Plínio Morely de Sá NogueiraRodrigo Silva Ribeiro CONSELHEIROS FEDERAIS EFETIVOS Jean Cleuter Simões MendonçaJose Alberto Ribeiro Simonetti CabralMiquéias Matias Fernandes CONSELHEIROS FEDERAIS SUPLENTES João Bosco A. ToledanoVasco Pereira do Amaral CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS DO AMAZONASAv. Jornalista Umberto Calderaro Filho nº 2000, bairro de Adrianopolis. Tel.: 3633-5018 / 3234-1845 Presidente: Jairo Bezerra LimaVice-Presidente: Hileano Pereira PraiaSecretária-Geral: Maria Tereza Câmara Fernandes Secretária-Geral Adjunta: Mirtes Rufino Alves da SilvaTesoureiro: Mario Baima de Almeida CONSELHO FISCAL EFETIVO DA CAA-AM Ademario do Rosário AzevedoCarlos VarandaFelismino Francisco Soares Filho CONSELHO FISCAL SUPLENTES DA CAA-AM

Abel Soares de SouzaMarcelo Augusto do Amaral SêmenSandra Maria Fontes Salgado ESCOLA SUPERIOR DE Advocacia DO AMAZO-NAS – ESA-OAB/AMRua São Benedito, 99 – Adrianópolis – 69057-470 3236-5805 / 3642-0142 Presidente: Antonio Fabio Barros de MendonçaDiretor-Geral: Grace Anny Fonseca Benayon ZamperliniVice-Diretor Geral: Rafael Cândido da SilvaSecretária-Geral: Ezelaide Viegas Costa Almeida MEMBROS CONSULTIVOS Felismino Francisco Soares FilhoMaria Suely Cruz AlmeidaMaria Nazaré Vasques Mota

Transparência no processo eleitoral

Fábio de MendonçaPresidente da OAB/AMA OAB Amazonas terá a

grande satisfação de receber os dirigentes de todas as sec-cionais da entidade no Brasil, neste início de julho, para a 26ª reunião de presidentes. Em terras amazônicas, o objetivo do encontro é definir as dire-trizes das lutas sociais defen-didas pela Ordem, bem como estabelecer ações efetivas rela-cionadas aos temas de interes-se da Advocacia. Será mais uma oportunidade de fazer valer o debate democrático, sempre respeitoso, e os valores éticos que regem a instituição.

Entre os temas de interesse da categoria, que serão trata-dos no evento, estão as pro-postas de alteração no Sistema Eleitoral da OAB. Os debates certamente serão favorecidos pela retidão com que o Con-selho Federal e as seccionais tratam todas as questões rela-cionadas à transparência dos processos eleitorais – seja no poder publico ou nas entidades de classe.

Uma das medidas anun-ciadas pela OAB, a fim de as-segurar a imparcialidade do processo é a instituição da Comissão Eleitoral Tempo-rária, que supervisionará as eleições, em cada seccional, conforme determina o Provi-mento 146/2011, que trata do sistema eleitoral da entidade e que foi publicado, em dezem-bro passado, no Diário Oficial da União. O documento dispõe sobre os procedimentos e nor-mas das eleições dos conse-

lheiros e da diretoria do Con-selho Federal, dos conselheiros seccionais, das subseções da OAB e da diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados.

As comissões terão a res-ponsabilidade de administrar o processo eleitoral, inclusive, por receber e validar o regis-tro de inscrições das chapas concorrentes, entre outras fun-ções. As eleições 2012 da OAB serão realizadas, simultanea-mente em todo o País, na se-gunda quinzena de novembro. A Comissão Eleitoral do Ama-zonas será composta por cinco advogados.

Em nível nacional, a Co-missão Eleitoral Temporária, já instituída pelo CFOAB, é composta, também, por cinco conselheiros federais. Presidi-da por Ulisses Cesar de Sousa (MA), tem como demais mem-bros os conselheiros Luiz Cláu-dio Allemand (ES), Francisco Anis Faiad (MT), Orestes Muniz Filho (RO) e Manoel Furtado Correia (TO). O período elei-toral terá início a partir da pu-blicação do edital das eleições pelo Conselho Federal da OAB na imprensa oficial, o que deve ocorrer até setembro.

Outra iniciativa louvável da OAB, desta vez em parce-ria com o Conselho Federal de Contabilidade no âmbito do processo eleitoral brasileiro, foi o lançamento, neste mês de junho, da obra “Partidas Do-bradas – Eleições 2012 Conta-bilidade Necessária”. O objetivo é levar aos advogados, conta-

dores, contabilistas e partidos políticos as orientações do projeto de Transparência nas Prestações de Contas das Cam-panhas Eleitorais de 2012, en-campado pela OAB e CFC.

O esforço conjunto é ne-cessário para que as eleições tornem-se cada vez mais lim-pas e para que a democracia seja respeitada pelos poderes de diferentes esferas e agen-tes políticos. Uma prestação de contas correta legitima a res-posta que os atores envolvidos diretamente nas eleições do Brasil devem para a socieda-de. E devem fazê-la de forma transparente.

O apelo é para que os profis-sionais da Advocacia e da Con-tabilidade cumpram retamente o seu papel, orientando corre-tamente seus clientes, partidos políticos e candidatos para a realização correta de procedi-mentos que visam a prestação de contas.

A ação tem, ainda, cará-ter repressivo. Mostra para os candidatos que a legalidade se sustenta, também, no conheci-mento técnico. Neste sentido, a parceria da OAB com o CFC, vem fortalecendo as ações de fiscalização nos períodos elei-torais. A parceria permite que se preencha a lacuna existente entre a legislação eleitoral e a sanção prevista a candidatos que não a cumprem. Com esta e outras ações, a OAB segue seu caminho no cumprimento de sua principal missão – defen-der os interesses da sociedade.

Coordenação editorialTrês Comunicação e Marketing

Fotos Sérgio Fonseca e Arquivo OAB

Editoração eletrônica Concept Brands

ImpressãoGraftech

Tiragem 7.000 exemplares

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Manaus, Junho de 2012

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O presidente da Comissão de Direito Digital e Eletrônico da OAB/AM, Acram Isper Júnior, esteve no dia 19 de junho, em reunião com o presidente eleito do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) para o biênio 2012-2014, desembargador Ari Moutinho, e com o corregedor-geral do órgão, desembargador Yedo Simões, a fim de falar sobre as reivindicações da categoria, quanto ao funcionamento do processo de peticionamento eletrônico no e-SAJ (Sistema de Automação da Justiça).

De acordo com o presidente da Comissão, os advogados têm enfrentado dificuldades, em rela-ção à utilização do sistema, como problemas de conexão, incompa-tibilidade do e-SAJ com o sistema operacional Mac Os, entre outras situações. “O novo processo de peticionamento eletrônico está gerado impactos na rotina de trabalho dos advogados, especial-mente, neste período de transição e adequações”, disse Acram Jr.

Durante o encontro, o repre-sentante da Seccional solicitou, também, a inclusão de outros formatos de documentos no pro-cesso digital. Atualmente, o e-SAJ permite apenas o cadastro de do-cumentos em formato A4, dificul-

tando a inserção de anexos como mapas e similares.

O presidente da Comissão avaliou positivamente o resultado da reunião. Segundo ele, a nova diretoria do TJAM firmou com-promisso com a OAB/AM, para buscar as soluções adequadas aos

problemas apresentados, além de demonstrar empenho em manter uma linha direta de comunicação com a Advocacia do Amazonas. “Vimos que há grande interesse da nova gestão em trabalhar em parceria com os advogados, de

maneira que cada membro inte-grante do processo jurídico possa cumprir seu papel, com eficácia”, frisou.

NormatizaçãoEm 1º de abril deste ano, as

petições iniciais, intermediárias e as demais peças processuais

destinadas aos processos ele-trônicos da Comarca de Manaus, passaram a ser encaminhadas, exclusivamente, por meio ele-trônico, utilizando-se o portal de serviços e-SAJ, no site do TJAM.

A determinação está con-tida na Resolução nº 15/2011 que autorizou a implantação do processo eletrônico/virtual em todos os órgãos do Poder Judi-ciário do Estado do Amazonas e regulamentou o peticionamento eletrônico e o descarte de docu-mentos.

De acordo com a resolução, as novas demandas propostas nos Órgãos Judiciais da Capital devem tramitar exclusivamente pela internet. Com a implanta-ção do processo digital, as novas petições iniciais, intermediárias e as demais peças processuais protocoladas em meio físico são digitalizadas e mantidas à dispo-sição dos interessados pelo pra-zo de trinta dias, para devolução nos termos do art. 11, § 3º, da Lei Federal 11.419/2006.

OAB/AM requer melhorias no funcionamento do e-SAJ

Em 1º de abril deste ano, as petições iniciais, intermediárias e as demais peças processu-ais destinadas aos processos eletrônicos da Comarca de Manaus, passaram a ser enca-minhadas, exclusivamente, por meio eletrô-nico, utilizando-se o portal de serviços e-SAJ, no site do TJAM.

Acram Isper Junior levou reivindicações dos advogados aos dirigentes do TJAM: o presidente eleito, desembargador Ari Moutinho e o corregedor-geral, desembargador Yedo Simões

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Manaus, Junho de 2012

Duas das 21 Ações Dire-tas de Inconstitucionalidade (Adins) ajuizadas pelo Con-selho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra dispositivos das Cons-tituições estaduais que exi-gem autorização prévia das Assembleias Legislativas para processar os governadores já aguardam parecer da Pro-curadoria Geral da República (PGR). São as Adins de número 4771, contra a Assembleia Le-gislativa do Amazonas; e a de número 4777, ajuizada contra a Assembleia Legislativa da Bahia.

As 21 ações dessa natureza estão sendo ajuizadas junto ao Supremo Tribunal Federal desde o dia 23 de abril último, após decisão tomada em 06 de março deste ano pelo Pleno do Conselho Federal da OAB, sob a condução do presidente Ophir Cavalcante. Todas ques-tionam dispositivos das Cons-tituições estaduais que exigem a aprovação, por dois terços das Assembleias, da admissi-bilidade prévia para processar e proceder o julgamento de go-vernador - pelo Superior Tri-bunal de Justiça nas infrações penais comuns, e pela Assem-bleia Legislativa nos crimes de responsabilidade.

Em todos os questiona-mentos, o entendimento da OAB é o de que, pela letra Constituição Federal, a compe-tência para processar e julgar governador é exclusivamente do STJ, não podendo ficar su-jeita às manobras e humores

das Assembleias Legislativas. Para a entidade, os disposi-tivos atacados das Constitui-ções estaduais representam “evidente usurpação de com-petência legislativa privativa da União Federal e afronta à legislação federal aplicável à espécie, bem como contrariam princípios constitucionais ine-rentes à República e ao regime de responsabilidade que estão submetidos os agentes políti-cos”.

Lei MaiorAlém de já ter ingressado

com 21 ações, a OAB poderá ingressar com Adins contra a Lei Maior das demais unida-des da Federação que conte-nham esse dispositivo, que jul-ga inconstitucional. Além das 21 ações já ajuizadas, a OAB ingressou em 11 de maio últi-mo, como amicus curiae (ami-gos da causa) em outras três Adins que já tramitam no STF, com o mesmo objetivo, de au-toria da Procuradoria-Geral da República. Elas questionam as Constituições de Santa Catari-na (Adin 4386), Rio Grande do Sul (Adin 4674) e Maranhão (Adin 4675).

Eis a relação dos 21 Esta-dos, sobre os quais a OAB já ajuizou Adins questionando dispositivos das Constituições que condicionam o processo contra governador à autori-zação prévia das Assembleias - por ordem de ingresso e os respectivos números das Adins: Acre (4764), Amapá (4765), Alagoas (4766), Ama-

zonas (4771), Rio de Janeiro (4772), Goiás (4773), Ceará (4775), Bahia (4777), Paraíba (4778), Mato Grosso do Sul (4781), Pará (4790), Paraná (4791); Espírito Santo (4792),

Pernambuco (4793), Mato Grosso (4797), Piauí (4798), Rio Grande do Norte (4799), Rondônia (4800), Tocantins (4894), Roraima (4805) e Ser-gipe (4806).

Adins do Amazonas e da Bahia chegam à PGR

Em todos os questionamentos, o entendimento da OAB é o de que, pela letra Constituição Fede-ral, a competência para processar e julgar go-vernador é exclusivamente do STJ, não podendo ficar sujeita às manobras e humores das Assem-bleias Legislativas.

INÍCIO EM AGOSTO DE 2012

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Manaus, Junho de 2012

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Nos dias 5 e 6 de julho, acontecerá em Manaus a 26ª reunião do Colégio de Presi-dentes de Seccionais da OAB, no Tropical Hotel. Estarão reu-nidos na capital amazonense os presidentes das Seccionais da OAB nos 26 estados e do Distrito Federal. A capital ama-zonense irá sediar, também, o 24º Encontro Nacional dos Presidentes de Caixas de Assis-tência dos Advogados.

A programação do encontro de presidentes da OAB inclui a inauguração da nova sede da OAB/AM, no dia 5 de julho, às 17h. Localizada na avenida Jor-nalista Umberto Calderaro Fi-lho, nº 2000, bairro Adrianópo-lis, a sede passou por reforma completa, além da troca de mo-biliário. O prédio também ga-nhou um anexo, que comporta a nova sede da Caixa de Assis-tência dos Advogados, permi-

tindo que os profissionais te-nham acesso aos serviços das duas entidades, em apenas um endereço.

A solenidade de abertura do evento acontecerá no dia 5, às 19h30, no Salão Solimões, no Hotel Tropical. No dia 6, a reu-nião de presidentes terá início às 9h, com a exposição do pre-sidente da OAB Nacional, Ophir Cavalcante, que falará sobre os projetos de lei que tratam do

fim do Exame de Ordem. Fala-rá, também, sobre a prestação de contas no Tribunal de Con-tas da União (TCU). Durante o evento serão tratados, ainda, temas como as propostas de alteração no sistema eleitoral da OAB; o funcionamento da ouvidoria-geral da OAB, entre outros assuntos. Ao final da reunião, será elaborada a Carta de Manaus, que irá registrar os temas tratados no evento.

Presidentes das seccionais se reúnem no

Amazonas Dirigentes colocam em pauta temas de interesse social e da Advocacia

PROGRAMAÇÃOQUINTA-FEIRA – Dia 517 h – Inauguração da sede da OAB/AM19h30 – Solenidade de Abertura. Local: Tropical Manaus Hotel, Salão Solimões.SEXTA-FEIRA – Dia 6Local: Tropical Manaus Hotel, Salão Nobre9 h – Projetos de lei sobre o fim do Exame de Ordem e Prestação de Contas no TCU. Expositor: Presidente Ophir Cavalcante Junior (CFOAB). 10h – Sistema Eleitoral da OAB. Propostas de alteração. Expositor: Conselheiro Federal Orestes Muniz Filho (RO).11h – Reforma do Provimento n. 101/2003 – Prestação de Contas. Expositor: Diretor-Tesoureiro Miguel Ângelo Cançado (CFOAB).12h – Ouvidoria-Geral. Sistema. CFOAB. Expositor: Conselheiro Federal Henri Clay Santos Andrade (SE), Ouvidor-Geral do CFOAB. 13h – Intervalo14h – Comissões de Combate à Corrupção. Expositor: Presidente Sigifroi Moreno Filho (PI).15h – OAB e suas parcerias. Expositor: Presidente Paulo Eduardo Pinheiro Teixeira (RN).16h – Palavra livre dos Presidentes.19h – Leitura da Carta de Manaus. Encerramento.

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Manaus, Junho de 2012

Honorários Advocatícios na Justiça do Trabalho

Alberto de Paula MachadoNa década de 40, quando o

Brasil sistematizava a sua le-gislação trabalhista e a Justiça do Trabalho dava os seus pri-meiros passos, a singeleza dos direitos debatidos perante o Judiciário justificava a existên-cia de dispositivo que atribuía às partes a capacidade de pos-tular em Juízo sem a presença de advogados.

Ao longo dos tempos, os di-reitos tornaram-se mais com-plexos e o exercício desta capa-cidade postulatória das partes passou a implicar em sérios riscos aos interesses tanto do empregado como do emprega-dor.

Aparentemente, com o ad-vento da Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, da Lei 8.906/94, a questão esta-ria resolvida, pois os dois di-plomas legais indicavam a in-dispensabilidade do advogado para a postulação em juízo, o que, a rigor, implicaria em re-vogação da norma contida no artigo 791 da CLT.

No entanto, para surpresa geral, consolidou-se o enten-dimento de que na Justiça do Trabalho persiste o jus postu-landi das partes, do que resul-ta a ideia de que empregado e empregador podem litigar em Juízo sem a assistência de ad-vogados.

Possível, portanto, que um trabalhador, com seus parcos conhecimentos de legislação, apresente petição inicial de ação trabalhista sem que este-ja acompanhado de profissio-

nal do direito.Por outro lado, não é difí-

cil imaginar a dificuldade (ou até impossibilidade) de um empregador, pouco letrado (e são esses os que normalmen-te comparecem na Justiça sem advogado), em fazer a sua au-todefesa, de forma oral, no pra-zo previsto de 20 minutos, tal como estabelece o artigo 847 da CLT.

É induvidoso o prejuízo da parte desassistida. Apesar de tais evidências, a jurisprudên-cia inclinou-se pelo caminho da persistência do jus postu-landi.

Não bastasse o notório pre-juízo à parte que postula em juízo sem o acompanhamen-to técnico de um advogado, o entendimento de que isto é possível traz consigo outra conclusão de igual modo ina-ceitável: a ideia de que, por não ser obrigatória a assistência por advogado, quando a parte optar pela contratação de um profissional para assisti-la, não terá direito de obter na Justiça a condenação da parte vencida no valor correspondente aos honorários deste profissional.

Por tal pensamento, o em-pregado, mesmo que tenha os seus direitos reconhecidos pela Justiça, será obrigado a retirar uma parte destes direi-tos para pagar o advogado que contratou para a busca dos mesmos.

O quadro de injustiça é as-sustador.

O festejado jurista CHIO-

VENDA esclarece que o fun-damento da condenação do vencido ao pagamento dos ho-norários do advogado da parte vencedora é o fato objetivo da derrota, e a justificação desse instituto está em que a atuação da lei não deve representar uma diminuição patrimonial para a parte a cujo favor se efe-tiva, por ser interesse do Esta-do que o emprego do processo não se resolva em prejuízo de quem tem razão.

Em tempos atuais, o Con-gresso Nacional pode, enfim, corrigir esta grave distorção, uma vez que tramita na Câma-ra dos Deputados Projeto de Lei que altera o artigo 791 da CLT ao estabelecer que na Jus-tiça do Trabalho as partes se-rão assistidas por advogado e a parte vencida será condenada a pagar à parte vencedora va-lor correspondente aos hono-rários advocatícios.

No dia 20 de junho, eleito como dia do advogado traba-lhista, este importante seg-mento da Advocacia brasileira, mobilizou-se pela aprovação do referido projeto de lei.

Importa destacar, nesse passo, que tal alteração não só corrigirá a histórica distorção, reconhecendo a importância e relevância do profissional da área trabalhista, como virá em benefício do próprio juris-dicionado, ao garantir que, de fato, estejam todos em con-dições reais de igualdade no processo, materializando prin-cípio de ordem constitucional.

ARTIGO

Alberto de Paula Machado é vice-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil

Advogadoa voz do

Manaus, Junho de 2012

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A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE/AM) anunciou que irá lançar, em 45 dias, o edital para o concurso público da insti-tuição que oferecerá 60 vagas para defensor público. Os primeiros 35 colocados deverão ser empossa-dos ainda na primeira semana de novembro deste ano e os outros 25 durante o período de validade do concurso, que é de dois anos, pror-rogável por igual período.

O anúncio foi feito após o go-vernador do Amazonas, Omar Aziz, autorizar a deflagração do concurso que vai selecionar os novos servidores. A Agência de Comunicação do Amazonas (Age-com) informou que a realização do certame “é um compromisso do governador e uma das principais metas da nova gestão da DPE”, O

órgão é presidido, atualmente, pelo defensor público geral, Ricardo Trindade, e pelo subdefensor geral, Ariosto Braga.

Os aprovados no concurso irão atuar nos fóruns da Justiça Estadu-al, localizados no interior do Esta-do, de acordo com Ricardo Trinda-de. A remuneração total oferecida deverá ser de R$ 17 mil, já incluin-do auxílio-moradia. A previsão é que o novo edital seja publicado em agosto.

Em 2011, a Defensoria anulou concurso público para preenchi-mento de vagas no órgão, após in-dícios de fraude. Na época, 5.780 pessoas se inscreveram para con-correr aos cargos anunciados. O defensor chefe disse que, desta vez, a DPE/AM irá escolher uma empresa de renome nacional para

executar todas as etapas do con-curso, a fim de que não se repitam os problemas da última seleção.

A Defensoria possui, atualmen-te, 49 defensores, dos quais 45 de-sempenham a função. O concurso

permitirá que o órgão dobre o qua-dro funcional, ampliando a cober-tura de assistência jurídica, prin-cipalmente, no interior do Estado, que sofre com a falta de defensores públicos.

O Instituto de Previdência do Estado de Roraima (Iper) lançou concurso público para 46 vagas em cargos de nível médio, técnico e superior. Os salários vão de R$ 954,94 a R$ 2.854,56. Os cargos de ní-vel médio são de almoxarife, arquivista e assistente ad-

ministrativo, com salário de R$ 954,94, e técnico em in-formática, com salário de R$ 1.075,45.

Os cargos de nível superior são de administrador, analista de comunicação social, ana-lista de sistema, analista pre-videnciário, analista técnico-

-jurídico, assistente social, auditor previdenciário, conta-dor, economista, médico-peri-to previdenciário, psicólogo e secretário executivo. O salário é de R$ 2.854,56.

As inscrições devem ser feitas de 27 de junho a 16 de julho exclusivamente no en-

dereço eletrônico www.uerr.edu.br, link Concursos. A taxa de inscrição é de R$ 60 para cargos de nível médio e técni-co e de R$ 90 para cargos de nível superior. A prova obje-tiva, com duração de 4h, será no dia 26 de agosto, exclusiva-mente na cidade de Boa Vista.

ab absurdo lat – Partindo do absur-do. Método de demonstração, usado principalmente em geometria.ab aeterno lat – De toda a eternida-de; sempre. ab amicis honesta petamus lat – Só devemos pedir aos amigos coisas honestas.beati possidentes lat – Felizes os que estão de posse. Locução celebri-zada por Bismarck, que adotou a po-lítica do fato consumado como fonte de direito.

benedicite lat Rel Catól – Bendizei. Invocação ritual, antes das refeições, que começa por esta palavra. Usada principalmente em conventos, comu-nidades religiosas e colégios.cadunt altis de montibus umbrae lat – As sombras caem dos altos dos montes; anoitece.caetera desiderantur lat – Faltam ou-tras coisas. Deseja-se o restante.calomniez, il en reste toujours quelque chose fr – Caluniai, (da ca-lúnia) fica sempre alguma coisa. Pa-

lavras que Beaumarchais em ‘O Bar-beiro de Sevilha’ coloca nos lábios de Basílio, personagem hipócrita.da capo ital – Do princípio. Mús – In-dica a repetição desde o início da peça.dare nemo potest quod non habet, neque plus quam habet lat – Nin-guém pode dar o que não possui, nem mais do que possui.data venia lat – Dada a vênia. Ex-pressão delicada e respeitosa com que se pede ao interlocutor permis-são para discordar de seu ponto de

vista. Usada em linguagem forense e em citações indiretas.ex adverso lat Dir - Do lado contrá-rio. Refere-se ao advogado da parte contrária.ex aequo lat Dir – Segundo a eqüi-dade.ex animo dicere lat – Dizer com sin-ceridade.ex auctoritate legis lat – Pela força da lei.ex auctoritate propria lat – Pela sua própria autoridade; sem delegação.

Defensoria Pública do Amazonas deverá lançar edital em 45 dias

Órgão deverá empossar 35 colocados, de imediato

Iper lança concurso público em Roraima

Expressões jurídicas em Latin

OPORTUNIDADES

DICAS

Advogadoa voz do 8

Manaus, Junho de 2012

Um princípio básico es-tabelecido na Constituição brasileira é o da dignidade da pessoa humana. A partir dele, surgem os direitos e garantias fundamentais, di-recionados à proteção e ao bem-estar de todos. Algumas pessoas, entretanto, são in-capazes de invocá-los e de gerir seus próprios interes-ses, por um motivo perma-nente ou temporário. Nesta edição, A Voz do Advogado retoma o assunto, publican-do a segunda parte da sele-ção de casos feita pela Coor-denadoria de Imprensa do Superior Tribunal de Justiça. Veja a seguir.

Incapacidade processual

A curadoria especial é uma das funções da Defenso-ria Pública. Conforme dispõe o artigo 9º, inciso I, do CPC, o menor será representado judicialmente por seus pais, seu tutor ou, na ausência destes, por curador. Em ou-tra hipótese, o juiz nomeará curador quando os interes-ses do menor colidirem com os do seu representante le-gal.

Entretanto, em julgamen-to realizado em outubro de 2011, ao interpretar o artigo referido, o ministro Sidnei Beneti, da Terceira Turma do STJ, concluiu que o curador especial só se dará obriga-toriamente ao incapaz que detiver a condição de parte e não a todo e qualquer menor envolvido no processo, ain-da que sejam alegados fatos

graves que possam colocá-lo em risco.

“A curadoria especial exerce-se apenas em prol da parte, visando a suprir-lhe a incapacidade na manifesta-ção de vontade em juízo. Não é exercida para a proteção de quem se coloque na posição de destinatário da decisão judicial”, disse Sidnei Beneti.

No caso, o Ministério Pú-blico do Rio de Janeiro re-correu ao STJ contra uma decisão que determinou a in-tervenção da Defensoria Pú-blica em processo ajuizado pelo Conselho Tutelar contra pais de menores, acusados de abuso sexual.

O ministro Sidnei Beneti entendeu que, para a prote-ção do destinatário da deci-são judicial (e não das par-tes) atua, em primeiro lugar, o juiz e, em segundo, o Mi-nistério Público, como repre-sentante da sociedade.

Entretanto, “não se nega, evidentemente, a possibili-dade de a Defensoria Pública vir a usar dos instrumentos processuais disponíveis para atuação, podendo promo-ver ações e, mesmo, intervir como assistente de alguma das partes em casos específi-cos em que se legitime con-cretamente a atuação”.

Destituição de poder familiar

Ao julgar um agravo de instrumento em dezembro de 2011, em decisão mono-crática, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino manteve acórdão que indeferiu a no-

meação de curador especial em processo relativo à des-tituição de poder familiar, no qual o Ministério Público é autor, os pais dos menores são os réus e os incapazes não são partes.

Para o ministro, a tese da obrigatória e automática atuação da Defensoria Pú-blica no processo não pode-ria ser confirmada, por três motivos: os menores não são partes do processo, mas destinatários da proteção; a ação de destituição do po-der familiar está inserida nas funções institucionais do MP e não houve prejuízo aos me-nores.

Os recorrentes não fica-ram satisfeitos com a decisão do ministro e pediram a sua reconsideração em agravo regimental. Para eles, vedar à Defensoria Pública o exer-cício da função de curador especial de criança institu-cionalizada significaria ofen-sa ao estado democrático de direito e ao princípio da pro-teção integral do menor.

Entretanto, em abril de 2012, ao julgar o agravo re-gimental, a Terceira Turma manteve a decisão, susten-tando que “somente se justi-fica a nomeação de curador especial quando colidentes os interesses dos incapazes e os de seu representante le-gal”.

A Quarta Turma se ma-nifestou sobre o mesmo tema no julgamento do Ag 1.415.049. A Curadoria Es-pecial da Defensoria Pública do Rio de Janeiro recorreu ao

STJ sustentando sua legitimi-dade para atuar como cura-dora especial na defesa dos direitos da criança e do ado-lescente, em procedimento de avaliação de reintegração de menor ao convívio fami-liar, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A ministra Isabel Gallotti, relatora do recurso, susten-tou que “a natureza jurídica do curador especial não é a de substituto processual, mas a de legitimado extra-ordinariamente para atuar em defesa daqueles a quem é chamado a representar”. No caso, ela explicou que os me-nores tiveram o seu direito individual indisponível de-fendido pelo Ministério Pú-blico, como substituto pro-cessual, na forma prevista na Lei 8.069/90.

Menor infrator

O artigo 184 do ECA asse-gura ao adolescente infrator a representação adequada em audiência de apresenta-ção. Quando não localizados os responsáveis legais do menor, é dever do magistra-do nomear curador especial.

Por essa razão, em junho de 2010, a Quinta Turma do STJ negou provimento a re-curso especial da Defensoria Pública em favor de um ado-lescente que supostamente recebeu, transportou e con-duziu uma bicicleta, mesmo sabendo que era roubada.

A Defensoria sustentou que a mãe do adolescente

Incapazes podem gerir seus bens e direitos JURISPRUDÊNCIA

PARTE II

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não pôde comparecer à au-diência por absoluta falta de recursos e que, nesse caso, deveria ter sido nomeado curador especial. Pediu a nu-lidade do processo, a partir da audiência de apresenta-ção.

O ministro Jorge Mussi, relator do recurso especial, entendeu que não houve nu-lidade, pois a mãe do menor foi localizada e devidamente cientificada da data de reali-zação da audiência, não ten-do a ela comparecido. Além disso, a Defensoria Pública foi nomeada para atuar no caso.

O STJ entende que, mesmo quando os representantes do adolescente não são notifica-dos, se a Defensoria Pública fizer o acompanhamento, a audiência não é nula.

“Assim, não havendo nu-lidade quando inexistente a notificação de realização de audiência de apresentação, incabível sua decretação no caso de ter sido devidamen-te realizada a comunicação à responsável legal e esta, por motivos diversos, não com-pareceu ao ato”, afirmou Jor-ge Mussi.

Réu revel

O artigo 9º, inciso II, do CPC prevê a nomeação de curador especial para o réu revel, citado por edital (quando não comparece em juízo para se defender). Nes-sa hipótese, o curador, como representante legal, irá ze-lar pelos seus interesses no caso, quanto à regularidade do processo. Ele poderá con-testar a ação em nome do re-vel.

“Tendo em vista a preca-

riedade da citação ficta [por edital ou por oficial de Justi-ça], os revéis assim incorpo-rados à relação processual terão direito à nomeação de um curador especial”, disse a ministra Nancy Andrighi no julgamento do Recurso Es-pecial (REsp) 1.280.855.

Para a ministra, ainda que exista fundamento suficiente para confirmar o mérito da ação, o magistrado não pode dispensar a oportunidade de contestação ou nomeação de curador especial, “coro-lários dos princípios consti-tucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, garantias ine-rentes a um estado democrá-tico de direito”. Caso dispen-se, haverá nulidade absoluta do processo.

No processo, envolvendo a compra e venda de imóvel rural, havia 23 réus. Sete fo-ram citados pessoalmente e os demais, por edital. Após o julgamento da ação pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), os réus citados por edital recorreram contra o acórdão. Sustentaram que a citação foi indevida, já que possuíam endereço conhe-cido. Alegaram que, embora revéis, não lhes foi designa-do curador especial.

O TJSP rejeitou o recurso, sob o fundamento de que, independentemente do cum-primento das formalidades (citação pessoal e nomeação de curador), o vício reconhe-cido na ação não poderia ser afastado.

Para a relatora, a decisão do tribunal caracterizou ne-gativa de prestação jurisdi-cional, pois, ainda que tives-se convicção formada acerca da decisão, deveria ter con-

firmado a regularidade das citações e da nomeação de curador especial, “requisito indispensável ao desenvol-vimento válido e regular do processo”.

Conflito de interesses

“A nomeação de uma das advogadas constituídas da parte autora, como curadora da parte ré, por si só, eviden-cia um desvirtuamento do real propósito do instituto da curatela, porquanto patente o conflito de interesses”, dis-se a ministra Maria Thereza de Assis Moura ao julgar o REsp 1.006.833.

Uma mulher ajuizou ação contra a União pretendendo receber pensão pela morte de seu companheiro, servi-dor da Marinha do Brasil. A União se manifestou, alegan-do falta de citação da parte contrária à ação – no caso, a ex-esposa do falecido, bene-ficiária da pensão. Não tendo sido encontrada a pensionis-ta, a companheira requereu sua citação por edital.

O juízo de primeiro grau nomeou curador especial à parte ré (ex-esposa), perten-cente ao quadro da assistên-cia judiciária federal. A pes-soa nomeada era uma das advogadas da autora (com-panheira). Diante disso, o magistrado entendeu que, a partir do momento em que a advogada foi nomeada cura-dora especial da pensionista, a procuração concedida a ela pela autora tornou-se inváli-da. A decisão foi mantida na segunda instância.

A ministra Maria Thereza de Assis Moura explicou que a nomeação de curador espe-cial para aquele que é citado

por edital e não comparece em juízo para apresentar defesa tem a finalidade de evitar a quebra do princí-pio constitucional da ampla defesa e do contraditório, visto que não se tem certeza de que o réu foi informado a respeito da demanda.

“Desse modo, não me pa-rece razoável que a parte ré possa ser representada ju-dicialmente por um dos pa-tronos da parte autora no mesmo processo, porquanto patente o conflito de interes-ses”, disse a ministra.

A ministra discordou das instâncias ordinárias a respeito da invalidação da procuração concedida à ad-vogada pela autora, sob o fundamento de que a situa-ção não se enquadra nas hi-póteses legais de extinção de mandato judicial previstas no CPC e no CC.

Fonte: site do STJ

Advogadoa voz do 10

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Órgãos do Amazonas buscam implementação conjunta da Lei de Acesso à Informação

A Lei de Acesso à informação está em vigor, em todo o país, des-de maio. A regulamentação visa garantir ao cidadão informações sobre licitações, contratos, des-tinação de verbas, entre outros temas de interesse público, nos poderes executivo, legislativo e ju-

diciário e nos três níveis de gover-no. No Amazonas, as discussões sobre a regulamentação estadual estão envolvendo o executivo, o legislativo e o judiciário, a fim de que haja uma normatização con-junta, segundo informou a Agên-cia de Comunicação do Governo

do Amazonas (Agecom).Para o presidente da OAB/

AM, Fábio de Mendonça, a lei re-presenta uma grande conquista dos movimentos de controle so-cial, e que fazem parte, também, do rol de reivindicações sociais da OAB. Ele salienta que caso a nor-matização se dê de forma conjun-ta, os órgãos deverão estabelecer canais de comunicação de fácil acesso para a população e esses canais deverão ter ampla divul-gação.

Mesmo ainda não havendo uma normatização dos procedi-mentos, na esfera no executivo estadual, os órgãos da adminis-tração pública estão orientados a atender a demanda de qual-quer cidadão, segundo informou a Agecom. Caso não avancem os trabalhos conjuntos, cada poder deverá proceder com regulamen-tação própria, definindo mecanis-

mos institucionais para facilitar o acesso às informações. Balanço

No primeiro mês de vigên-cia da Lei, dos 10.311 pedidos feitos por cidadãos a órgãos do Poder Executivo, 7.320 (71%) foram atendidos, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU). Os 2.990 (29%) restantes ainda estão sendo respondidos dentro do prazo legal (20 dias corridos, prorrogáveis por mais dez).

Neste balanço inicial, a Supe-rintendência de Seguros Priva-dos (Susep) é o órgão com mais pedidos de informação: 1.171. O Instituto Nacional do Seguro So-cial (INSS) aparece em segundo lugar, com 739 pedidos; o Banco Central, em terceiro, com 483; o Ministério do Planejamento, em quarto, com 400; e o Ministério da Fazenda, com 288 pedidos.

O que estabelece

A lei dispõe sobre os proce-dimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a in-formações previsto na Consti-tuição Federal.

Entidades privadas

Aplicam-se as disposições da lei às entidades privadas sem fins lucrativos que rece-

bam, para realização de ações de interesse público, recur-sos públicos diretamente do orçamento ou mediante sub-venções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, con-vênios, acordo, ajustes ou ou-tros instrumentos congêneres.

Prestação das informações

É dever do Estado garan-tir o direito de acesso à infor-mação, que será franqueada, mediante procedimentos ob-

jetivos e ágeis, de forma trans-parente, clara e em linguagem de fácil compreensão.

Obrigações do poder público

Cabe aos órgãos e entida-des do poder público, obser-vadas as normas e procedi-mentos específicos aplicáveis, assegurar a: gestão transpa-rente da informação, propi-ciando amplo acesso a ela e sua divulgação; proteção da informação, garantindo-se sua

disponibilidade, autenticidade e integridade; e proteção da informação sigilosa e da in-formação pessoal, observada a sua disponibilidade, autenti-cidade, integridade e eventual restrição de acesso.

Direitos do cidadão

O acesso à informação de que trata a lei compreende, entre outros, os direitos de ob-ter: orientação sobre os proce-dimentos para a consecução

PRINCIPAIS PONTOS DA NOVA LEI

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de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encon-trada ou obtida a informação almejada; informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; informação produzi-da ou custodiada por pessoa física ou entidade privada de-corrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entida-des, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; informação sobre atividades exercidas pelos ór-gãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organi-zação e serviços; e informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licita-ção, contratos administrativos. Assegura, também, informa-ção relativa à implementação, acompanhamento e resulta-dos dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; e ao resultado de inspeções, audi-torias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.

Publicação na internet

Os municípios com popula-ção de até dez mil habitantes ficam dispensados da divul-gação obrigatória na internet, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execu-ção orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previs-tos na Lei Complementar nº

101, de 4 de maio de 2000.

Procedimentos

O acesso a informações públicas será assegurado me-diante criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condi-ções apropriadas para: aten-der e orientar o público quanto ao acesso a informações; infor-mar sobre a tramitação de do-cumentos nas suas respectivas unidades; protocolizar docu-mentos e requerimentos de acesso a informações.

Prazo de divulgação

O órgão ou entidade públi-ca deverá autorizar ou conce-der o acesso imediato à infor-mação disponível. Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias.

Acesso negado

Se for negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Se for negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações.

Informações pessoais

O tratamento das informa-ções pessoais deve ser feito de forma transparente e com

respeito à intimidade, vida pri-vada, honra e imagem das pes-soas, bem como às liberdades e garantias individuais.

Agentes públicos

Constituem condutas ilíci-tas que ensejam responsabi-lidade do agente público ou militar: recusar-se a fornecer informação requerida nos ter-mos da lei, retardar delibera-damente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmen-te de forma incorreta, incom-pleta ou imprecisa; Iutilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, infor-mação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pú-blica; agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação; divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso in-devido à informação sigilosa ou informação pessoal; impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de tercei-ro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; ocultar da re-visão de autoridade superior competente informação sigi-losa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de ter-ceiros; e destruir ou subtrair, por qualquer meio, documen-tos concernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Esta-do.

Entidades privadas

A pessoa física ou entidade

privada que detiver informa-ções em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de ob-servar o disposto na lei estará sujeita às seguintes sanções: advertência; multa; rescisão do vínculo com o poder públi-co; suspensão temporária de participar em licitação e im-pedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e declaração de inidonei-dade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a re-abilitação perante a própria autoridade que aplicou a pe-nalidade.

Danos causados

Os órgãos e entidades pú-blicas respondem diretamente pelos danos causados em de-corrência da divulgação não autorizada ou utilização inde-vida de informações sigilosas ou informações pessoais, ca-bendo a apuração de respon-sabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regres-so. A situação aplica-se à pes-soa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento in-devido.

Adequação de estados e mu-nicípios

Cabe aos estados, ao Dis-trito Federal e aos municípios, em legislação própria, obede-cidas as normas gerais esta-belecidas na Lei, definir regras específicas.

Advogadoa voz do 12

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Tudo pronto para a V Conferência Internacional de Direitos Humanos

O Conselho Federal da OAB irá promover, no período de 15 a 17 de agosto, a V Conferência Internacional de Direitos Hu-manos, em Vitória, no Espírito Santo. O tema principal da Con-

ferência será “A efetividade dos Direitos Humanos no Brasil”. Será uma Conferência histórica, em que estarão reunidos grupos formados por expressivos polí-ticos, especialistas e militantes

do Brasil e do mundo, que terão oportunidade de partilhar suas visões e reflexões com centenas de interessados em torno de idéias e propostas destinadas a propiciar a concretização de

princípios que expressam os va-lores superiores da civilização. Informações sobre o evento po-dem ser obtidas na internet, no endereço http://www.oab.org.br/confdirhumanos/.

Aury Lopes JuniorAdvogado, Professor da PUC/RS

Carlos MouraSecretário Executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz

Cezar BrittoAdvogado, ex-presidente nacional da OAB

Ela Wiecko V. de CastilhoProfessora da Universidade de Bra-sília, Subprocuradora-Geral da Re-pública

Fernanda Otoni de Barros--BrissetSocióloga, psicoterapeuta

Gary StahlRepresentante da UNICEF no Brasil

Henri ClayAdvogado, Conselheiro Federal da OAB

Javier de LucasDoutor em Direito pela Universida-de de Valência – Espanha, professor universitário

Jayme Benvenuto Lima JuniorProfessor Adjunto da Universidade Federal Latino-americana

Joelson DiasMembro da Comissão de Relações Internacionais da OAB

Laís Vanessa Carvalho de Fi-gueirêdo LopesAssessora Especial do Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República

Luiz Guilherme Arcaro ConciCoordenador Geral da Coordena-doria Geral de Especialização, Aper-feiçoamento e Extensão da PUC-SP - COGEAE/PUC-SP)

Marcello LavenèreAdvogado, ex-presidente nacional da OAB

Marcos PereiraProfessor da PUC/SP

Margarita MateosCoordenadora do Programa de Atendimento às Vítimas de Violên-cia Sexual

Maria Artemísia Arraes HermansAdvogada, membro da Comissão Nacional de Direito Ambiental da OAB

Marisa Viégas e SilvaDoutora em Estudios Avanzados en Derechos Humanos

Nara Borgo Cypriano MachadoVice-presidente da Comissão de Di-reitos Humanos da OAB/ES

Orlando ZacconeDelegado titular da 18ª DP - RJ

Patrus AnaniasAdvogado, professor da PUC/MG

Paula ArrudaProfessora da Universidade Federal do Pará, Advogada

Paulo VannuchiEx-ministro da Secretaria de Di-reitos Humanos da Presidência da República

Pedro Valls Feu RosaPresidente do TJ/ES

Percílio de Souza Lima NetoVice-Presidente do CDDPH

Roberto DiasAdvogado, Professor da PUC/SP

Saverio PaoliloPadre Xavier da Pastoral do Menor da Arquidiocese de Vitória/ES

Sueli DallariPesquisadora do Centro de Estu-dos e Pesquisas de Direito sanitá-rio da USP

CERTIFICADOSSerão concedidos certifica-dos aos participantes da V Conferência Internacional de Direitos Humanos perfa-zendo um total de 24 horas para efeito de complemen-tação das horas curricula-res exigidas nos cursos de Direito.

INSCRIÇÕESEstudandes: R$ 50Advogados: R$ 100Demais profissionais: R$ 100

QUANDOData: 15/08/12 a 17/08/12Hora: 09:00 - 18:00

ONDEEstado: Espírito SantoCidade: VitóriaEndereço: Centro de Con-venções de Vitória - Rua Constante Sodré, 157 - San-ta Lúcia - Vitória/ES

PALESTRANTES CONFIRMADOS

EVENTOS