adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

14

Click here to load reader

Upload: afermartins

Post on 05-Jun-2015

349 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

Câmara Ambiental do Setor SucroalcooleiroGT de P+L: Mudanças Tecnológicas – Procedimentos

A PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) NOSETOR SUCROALCOOLEIRO

- INFORMAÇÕES GERAIS -

1. Apresentação

Este documento tem como objetivo apresentar informações gerais sobre a P+L e sua aplicação no

setor sucroalcooleiro, para compartilhamento de conhecimento sobre o assunto de modo a permitir

sua discussão no Grupo de Trabalho (GT) de P+L: Mudanças Tecnológicas – Procedimentos, criado

em 24/11/2002 no âmbito da Câmara Ambiental do Setor Sucroalcooleiro.

2. Introdução

O desenvolvimento da agricultura no Período Neolítico significou uma importante transição para a

humanidade, a partir da qual o homem passou progressivamente a transformar os diversos recursos

naturais em bens e serviços para sua subsistência e melhoria de qualidade de vida. Desde então a

história da humanidade pode ser vista como o desenvolvimento progressivo das estruturas que

garantam estas transformações, e consequentemente a satisfação de nossas necessidades.

Este processo, de uso e transformação de recursos naturais, traz efeitos negativos, como tem ficado

cada vez mais evidente conforme se tornam mais intensas e complexas as interações entre a

humanidade e a natureza. Este fato fez com que se fizessem necessárias medidas que limitassem os

danos causados pela nossa atividade no meio ambiente.

As primeiras iniciativas neste sentido, denominadas de “controle corretivo”, tratavam de reduzir os

danos causados ao meio ambiente por resíduos já gerados. São exemplos a colocação de um filtro

numa chaminé, a instalação de um processo de tratamento de efluentes e a disposição final adequada

dos resíduos.

Page 2: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

Com o passar do tempo percebeu-se que a geração de resíduos é resultado da ineficiência de

transformação de insumos (matérias-primas, água e energia) em produtos, acarretando em danos ao

meio ambiente e custos para as empresas. A geração de resíduos passou a ser considerada como um

desperdício de dinheiro com compra de insumos, desgaste de equipamentos, horas de empregados,

etc, além dos demais custos envolvidos com o seu armazenamento, tratamento, transporte e

disposição final. A solução para minimização destes problemas veio com a adoção de técnicas

conhecidas como de “controle preventivo”, significando evitar ou minimizar a geração de resíduos na

fonte geradora. São exemplos a minimização do consumo de água, o uso de matérias-primas atóxicas,

dentre outras.

Desta forma para se atingir a produção sustentável são requeridas ações muito mais amplas, dentre as

quais se destaca a chamada Produção Mais Limpa, cujos principais conceitos serão apresentados no

próximo item.

3. Conceitos

A estratégia de redução (ou eliminação) de resíduos (ou poluentes) na fonte geradora consiste no

desenvolvimento de ações que promovam a redução de desperdícios, a conservação de recursos

naturais, a redução ou eliminação de substâncias tóxicas (presentes em matérias-primas ou produtos

auxiliares), a redução da quantidade de resíduos gerados por processos e produtos, e

consequentemente, a redução de poluentes lançados para o ar, solo e águas.

Diversos termos, tais como Produção mais Limpa (Cleaner Production), Prevenção à Poluição

(Pollution Prevention), Tecnologias Limpas (Clean Technologies), Redução na Fonte (Source

Reduction) e Minimização de Resíduos (Waste Minimization) têm sido utilizados ao redor do mundo

para definir este conceito. Algumas vezes estes termos são considerados sinônimos, e às vezes

complementares, requerendo uma análise aprofundada das ações e das propostas inseridas dentro de

cada contexto.

A CETESB utiliza os termos Prevenção à Poluição (P2) e Produção mais Limpa (P+L). O primeiro já

é consagrado nos EUA (Estados Unidos da América) e foi disseminado pela EPA (Agência

Ambiental Americana), através de um Decreto Lei promulgado pelo Governo Federal Americano, em

Page 3: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

1990 (Pollution Prevention Act). O segundo foi definido pelo UNEP (Organização Ambiental das

Nações Unidas), durante o lançamento do Programa de Produção mais Limpa em 1989.

As definições e conceitos apresentados a seguir tem a finalidade de promover uma uniformização

terminológica relativo ao tema, de modo a facilitar a compreensão deste assunto e ressaltar que

qualquer ação que promova a redução ou eliminação de poluentes na fonte geradora deve sempre ser

priorizada dentro da hierarquia de gerenciamento ambiental.

Produção mais limpa (P+L)

É a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos processos, produtos

e serviços, para aumentar a eficiência ambiental e reduzir os riscos ao homem e ao meio

ambiente. Aplica-se a:

• Processos Produtivos: na conservação de matérias-primas, água e energia, na eliminação de

matérias-primas tóxicas e na redução na fonte da quantidade e toxicidade dos resíduos e

emissões gerados;

• Produtos: na redução dos impactos negativos dos produtos ao longo do seu ciclo de vida,

desde a extração de matérias-primas até a sua disposição final;

• Serviços: na incorporação das questões ambientais no planejamento e execução dos serviços.(UNEP- United NationsEnvironmental Programme)

Produção +Limpa requer mudanças de atitude, garantia de gerenciamento ambiental responsável,

criação de políticas nacionais direcionadas e avaliação de alternativas tecnológicas.(Conferência das Américas-1998)

Prevenção à Poluição (P2) - ou Redução na Fonte

É o uso de práticas, processos, técnicas ou tecnologias que evitem ou minimizem a geração de

resíduos e poluentes na fonte geradora, reduzindo os riscos globais à saúde humana e ao meio

ambiente.

Inclui modificações nos equipamentos, nos processos ou procedimentos, reformulação ou

replanejamento de produtos, substituição de matéria-prima e melhorias nos gerenciamentos

administrativos e técnicos da entidade/empresa, resultando em aumento de eficiência no uso dos

insumos (matérias-primas, energia, água etc).

As práticas de reciclagem fora do processo, tratamento e disposição dos resíduos gerados, não

são consideradas atividades de Prevenção à Poluição, uma vez que não implicam na redução da

Page 4: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

quantidade de resíduos e/ou poluentes na fonte geradora, mas atuam de forma corretiva sobre os

efeitos e as conseqüências oriundas do resíduo gerado.(USEPA, 1990)

É interessante ressaltar que as técnicas de Prevenção à Poluição (P2) fazem parte das de Produção

mais Limpa (P+L), mas não são as únicas. Existem, além destas, estratégias de P+L para quando não

se consegue evitar ou minimizar a geração do resíduo, e consistem basicamente em buscar outros

usos para estes. Para melhor compreender estas técnicas, é interessante apresentar mais dois

conceitos:

Reuso

É qualquer prática ou técnica que permite a reutilização do resíduo, sem que o mesmo seja

submetido a um tratamento que altere as suas características físico-químicas.(CETESB, 1998)

Reciclagem

É qualquer técnica ou tecnologia que permite o reaproveitamento de um resíduo, após o mesmo

ter sido submetido a um tratamento que altere as suas características físico-químicas. A

reciclagem pode ser classificada como:

• Reciclagem dentro do processo: Permite o reaproveitamento do resíduo como insumo no

processo que causou a sua geração. Exemplo: reaproveitamento de água tratada no

processamento industrial;

• Reciclagem fora do processo: Permite o reaproveitamento do resíduo como insumo em um

processo diferente daquele que causou a sua geração. Exemplo: reaproveitamento de cacos de

vidro, de diferentes origens, na produção de novas embalagens de vidro.(CETESB, 1998)

Quanto tratamos do gerenciamento de um resíduo dentro do conceito de produção mais limpa,

devemos ter em mente que existe uma certa hierarquia de preferência dentre as possíveis alternativas,

de modo a determinar qual a melhor solução do ponto de vista ambiental. A figura a seguir apresenta

esta ordem.

Page 5: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

Figura 1: Hierarquia de gerenciamento ambiental

Resumidamente esta hierarquia propõe que antes de determinar soluções de tratamento ou destinação

final dos resíduos já gerados sejam verificadas alternativas de redução da geração destes resíduos na

fonte. Em outras palavras, deve-se sempre tentar evitar (ou ao menos minimizar) a geração dos

resíduos, para apenas depois buscar técnicas de reuso e reciclagem destes resíduos fora do processo, e

apenas na impossibilidade de usar estas técnicas enviar estes para tratamento e disposição final.

4. Programa de P+L/ P2

A implementação de ações de P+L pelas empresas implica no estabelecimento de um programa, que

deve incluir desde o comprometimento da direção com os princípios da P+L até a avaliação de seu

desempenho. Além disso, um programa de P+L deve contemplar seu aprimoramento contínuo, ou

seja, o estabelecimento de novas metas no final de sua execução, reiniciando o ciclo de

implementação.

PR

OD

ÃO

MA

IS L

IMP

AREDUÇÃO NA FONTE (P2)

• Eliminação/ redução no uso de matérias-primas ou materiais tóxicos;

• Melhoria nos procedimentos operacionais e na aquisição e estoque de

materiais;

• Uso eficiente dos insumos (água, energia, matérias-primas, etc);

• Reuso/ reciclagem dentro do processo;

• Adoção de tecnologias limpas;

• Melhoria no planejamento de produtos;

• etc.

RECICLAGEM/ RESUO FORA DO PROCESSO

MED

IDA

S D

EC

ON

TRO

LE

TRATAMENTO RESIDUOS

DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS

RECUPERAÇÃO DE ÁREA CONTAMINADA

VA

NTA

GEM

AM

BIE

NTA

L R

ELA

TIV

A

MAIOR

MENOR

Page 6: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

Nesta parte do texto comenta-se brevemente alguns pontos importantes do processo de implantação

de um programa de P+L. Para maiores detalhes sobre como implementar estas ações, consultar o

“Manual de Implementação de um Programa de Prevenção à Poluição” da CETESB, disponível para

"download" no site (www.cetesb.sp.gov.br).

Quem pode implementar ações de P+L/P2?

Qualquer pessoa / organização que:

➣ visa otimizar o uso de insumos / recursos disponíveis (água, energia, matérias-primas, etc.);

➣ visa reduzir a geração de resíduos ou o uso de substâncias perigosas em suas atividades ou

processos produtivos;

➣ deseja melhorar a qualidade ambiental local e global;

➣ visa o bem estar da comunidade e das futuras gerações;

➣ visa operar de forma ambientalmente segura e responsável;

➣ deseja alcançar um estágio superior ao de seus concorrentes em relação à melhoria da

qualidade ambiental;

➣ visa reduzir os custos envolvidos no tratamento de resíduos, na compra de matérias-primas e

nos processos produtivos;

Como implementar um programa de prevenção à poluição?

Qualquer pessoa pode implementar ações de P+L/P2, adotando simples atitudes no seu dia-a-dia, tais

como: otimizar o uso de água, energia e demais recursos, evitando o desperdício; dar preferência à

compra de materiais que causem menor impacto ambiental; deixar o carro próprio na garagem,

reutilizar embalagens; separar materiais recicláveis e enviar para um centro de coleta seletiva.

A implementação de ações de P+L/P2 por uma organização implica no desenvolvimento de um

Programa de P2. A metodologia sugerida pela CETESB obedece a seguinte seqüência:

➣ comprometimento da direção da empresa

➣ definição da equipe de P2

➣ elaboração da Declaração de Intenções

➣ estabelecimento de prioridades objetivos e metas

➣ elaboração de cronograma de atividades

➣ disseminação de informações sobre P2

➣ levantamento de dados

Page 7: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

➣ definição de indicadores de desempenho

➣ identificação de oportunidades de P2

➣ levantamento de tecnologias

➣ avaliação econômica

➣ seleção das oportunidades de P2

➣ implementação das medidas de P2

➣ avaliação dos resultados

➣ manutenção do programa

Quais os benefícios de implementar um Programa de Prevenção à Poluição?

A implementação de ações de P+L/P2 resulta em:

➣ melhoria da cidadania e desenvolvimento sustentável

➣ melhor qualidade de vida e melhoria da conscientização ambiental

➣ melhoria da qualidade ambiental local e global

➣ economia de consumo de água e energia

➣ redução do uso de matérias-primas tóxicas

➣ redução da geração de resíduos

➣ aumento da segurança no ambiente de trabalho, com conseqüente redução de afastamentos por

acidentes

➣ redução ou eliminação de resíduos, com conseqüente redução dos gastos relativos ao

gerenciamento dos mesmos

➣ minimização da transferência de poluentes de um meio para o outro

➣ melhoria do desempenho ambiental

➣ redução ou mesmo eliminação de conflitos junto aos órgãos de fiscalização

➣ melhoria da motivação dos funcionários

➣ melhoria da imagem pública da empresa

➣ redução de possíveis conflitos com a comunidade circunvizinha

➣ melhoria da competitividade da empresa e da qualidade do produto

Page 8: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

5. A Produção mais Limpa (P+L) no setor sucroalcooleiro

O Setor Sucroalcooleiro, como uma das grandes forças econômicas e de produção de bens no nosso

Estado, muito já realizou no sentido de aprimorar e otimizar seu processo produtivo.

As fábricas de açúcar e álcool, desde muito tempo, vêm desenvolvendo e implantando medidas que

minimizam os impactos ambientais decorrentes de sua atividade produtiva. Muitas dessas medidas

estão inseridas no conceito de P+L, porém não são conhecidas e difundidas no setor como tal.

Este documento não visa apresentar uma compilação de técnicas de P+L empregadas no setor, uma

vez que a maioria delas são de amplo conhecimento dos inúmeros especialistas da área, mas sim

mostrar que muito já foi feito e que da somatória dos conhecimentos técnicos específicos do setor

produtivo com os de proteção ambiental, muitas outras ações profícuas poderão ser implementadas.

Como um documento que reúne uma base teórica inicial de informações para embasar a primeira

reunião do GT, apresenta-se na próxima página um fluxograma genérico e simplificado do processo

de produção de açúcar e álcool, e logo em seguida uma tabela apresentando medidas de P+L para os

principais rejeitos do setor.

Page 9: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

Fig. 2: Fluxograma do balanço de massa genérico de uma usina de açucar e álcool

ÁGUA DO COND.BAROMÉTRICO

(7.715 m3)

500 m3

165 m3

235 m3

40 m3 TORTA(35 t)

1.030 m3

100 m3

1.130 m3

BAGAÇO DE CANA(270 t)

ÁGUA DE LAVAGEM(5.000 m3)

CONDENSADO DOEVAPORADOR

(580 m3)

LAVAGEM

MOENDA

CLARIFICAÇÃO

DECANTAÇÃO FILTRO

EVAPORAÇÃO

COZIMENTO

CRISTALIZAÇÃO

DILUIÇÃO MELAÇO

FERMENTAÇÃO

DESTILAÇÃO

RETIFICAÇÃO

CANA1.000 t

ÁLCOOL36 m3

ÁGUA(5.000 m3)

ÁGUA(270 m3)

ÁGUA(3 m3)

ÁGUA(400 m3)

VAPOR

VAPOR

VAPOR

VAPORVINHOTO

(360 m3)

Cal + SO2(20 m3)

P/ CALDEIRA

ÁGUA(50 m3)

AÇÚCAR96 L

P/ CALDEIRA

C.B.

ÁGUA(7.300 m3)

ÁGUA DO COND.BAROMÉTRICO

(3.470 m3)

C.B.

ÁGUA(3.400 m3)

P/ CALDEIRA

P/ CALDEIRA

110 m3

Page 10: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

EXEMPLOS DE MEDIDAS DE P+L REJEITO ORIGEM COMPOSIÇÃO

REDUÇÃO REUSO/ RECICLO

Água delavagem dacana

• Lavagem da canaantes da moagem;

• Teores consideráveis desacarose, principalmenteno caso de despalha dacana com fogo;

• Matéria vegetal, terra epedregulhos aderidos;

• Eliminação da despalha com fogoreduz aderência de terra epedregulhos, podendo haver dispensada lavagem;

• Realização da lavagem em mesaseparada daquela onde ocorre odesfibramento (evita perda debagacilho aderido);

• Redução vazão de água usada,através da remoção à seco de partedas impurezas;

• Reciclagem no processo deembebição (permite recuperação departe da sacarose diluída);

• Reciclagem no processo delavagem (necessário tratamento pararemoção de sólidos grosseiros eresíduos sedimentáveis, eeventualmente para remoçãosubstâncias orgânicas solúveis);

Água doscondensadoresbarométricos

e

Águacondensadanosevaporadores

• Concentração docaldo

• Água contendoaçúcares, arrastados emgotículas;

• Redução perda do xarope:

- redução da velocidade do fluxo;

- redução da temperatura da águade condensação;

• Recuperação do xarope:

- uso de obstáculos que diminuam oarraste (separadores erecuperadores de arraste);

- aumento da altura dosevaporadores;

• Reciclagem da água no próprioprocesso (cuidado com teor deaçúcar);

• Reciclagem no processo, mas emoutra etapa, como:

- embebição da cana;

- lavagem do mel após cristalizaçãodo açúcar;

- geração de vapor;

- lavagem filtros;

- preparo de solução para caleagem(na clarificação);

Page 11: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

EXEMPLOS DE MEDIDAS DE P+L REJEITO ORIGEM COMPOSIÇÃO

REDUÇÃO REUSO/ RECICLO

Bagaço • Moagem da cana eextração do caldo

• Celulose, com teor deumidade de 40- 60%; •

• Cogeração energia elétrica;

• Obtenção de composto- uso comoadubo;

• Produção de ração animal;

• Produção de aglomerados;

• Produção de celulose;

Torta defiltração

• Filtração do lodo geradona clarificação;

• Resíduos solúveis einsolúveis da calagem;

• Rico em fosfatos;•

• Uso como condicionador do solo;

• Produção de ração animal;

Água deremoção deincrustações

• Remoção química (sodaou solução ác. clorídrico)de sais, na concentração docaldo (volume reduzido);

• Variam muito, maspredomínio de fosfatos,sílica, sulfatos, carbonatos eoxalatos;

• Pelo elevado teor de fosfato epequena quantidade, incorporação aovinhoto para uso como fertilizante;

• Uso como complemento daatividade em tratamento biológico deefluentes;

Água dalavagem dasdornas

• Lavagem dos recipientesde fermentação, p/obtenção álcool (volumereduzido);

• Semelhante ao vinhoto,mas bem mais diluído(cercade 20% de vinhoto);

Vinhoto• Resíduos da destilaçãodo melaço fermentado(para obtenção do álcool);

• Alta DBO e DQO;

• • Uso como fertilizante (observartaxa de aplicação em função dacomposição e do tipo de solo);

Page 12: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

Melaço • Fabricação açúcar; • Alta DBO (~90.000 mg/l); • Praticamente todo usado naprodução do álcool;

• Produção álcool;

• Fabricação levedura;

Ponta dacana

• Corta da cana paramoagem; • • • Alimento animal;

Page 13: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

6. Proposta de Trabalho

Para aprofundar estas questões, a CETESB propõe que dentro da Câmara Ambiental do Setor

Sucroalcooleiro, no GT de P+L: Mudanças Tecnológicas – Procedimentos, sejam discutidos

inicialmente os seguintes tópicos:

- Difusão do conceito de P+L no setor;

- Levantamento de Casos de Sucesso em P+L, entre as empresas do setor;

- Elaboração de documento técnico sobre a produção de açúcar e álcool e o meio ambiente;

São Paulo, 25 de Novembro de 2002.

Engº Flávio de Miranda RibeiroSetor de Técnicas de Prevenção à Poluição

Page 14: Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg

A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações GeraisCETESB / Novembro 2002

referências bibliográficasALMANÇA, R.A., Avaliação do uso da vinhaça da cana de açúcar na geração de energia elétrica

(estudo de caso), dissertação de mestrado, Programa Interunidades de Pós Graduação em Energiada Universidade de São Paulo (PIPGE/USP), São Paulo, 1994.

CENTURION, R.B., TARALLI, G., A experiência adquirida e os programas da CETESB relativos atratamento e reutilização de águas residuárias de açúcar e álcool de cana, XVI CongressoInteramericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, Santo Domingo, 1978.

CENTURIÓN, R.E.B., DERÍSIO, J.C., Evolução do controle da poluição das indústrias sucro-alcooleiras no Estado de São Paulo, Álcool e Açúcar nº68, p.24 a 35, 1993.

CETESB, Diretrizes ambientais para o disciplinamento da atividade agroindstrial canavieira no Estadode São Paulo, CETESB, São Paulo, 1986.

CETESB, Projeto açúcar e álcool, CETESB, São Paulo, 1976.CETESB, Simpósio sobre resíduos da industrialização da cana de açúcar, CETESB, São Paulo, 1969.CETESB, Sistema de recirculação de águas de lavagem de cana, CETESB, São Paulo, 1981.CETESB, Tratamentos físico-químicos e opções de reciclagem da vinhaça oriunda da fabricação de

açúcar e/ou álcool”, CETESB, São Paulo, 1983.CHESF, Fontes energéticas brasileiras, Inventário / Tecnologias – Cana de Açúcar vol2 Tecnologias,

Rio de Janeiro, 1987.CLINE, J.H. et alli, Uso de resíduos agroindustriais na alimentação animal, Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1990.COOPERSUCAR, IV Seminário COPERSUCAR da Agroindustria açucareira, Anais, Águas de Lindóia,

1976.COPERSUCAR, I Seminário de tecnologias industriais, Piracicaba, 1983.ELETROBRÁS, Aproveitamento energético dos resíduos da agroindústria da cana de açúcar, Livros

Técnicos e Científicos Ed., Rio de Janeiro, 1992.FABIANO, A.S.; LOPES, C.R., Sistema de recirculação em circuito fechado, após decantação das

águas de lavagem de cana de açúcar, X Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental,Manaus, 1979.

FEEMA/ FUNDES, Estudo sobre a poluição proveniente das 15 indústrias açucareiras e alcooleiraslocalizadas no Norte Fluminense, relatório, Rio de Janeiro, 1979.

HESPANHOL, I., Manufatura de açúcar de cana e álcool etílico- características e tratabilidade dosresíduos: situação vigente no Estado de São Paulo, CETESB, São Paulo, S/d.

INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA, Seminário Internacional sobre tratamento de vinhoto,Anais, Rio de Janeiro, 1976.

MINISTRY OF SUGAR – CUBA, Sugar cane as the basis for a sustainable agroindustrial development,United Nations Conference on Environment and Development, Rio de Janeiro, 1992.

MONTEIRO, C.E., Brazilian experience with the disposal of waste water from the cane sugar andalcohol industry, Processo Biochemistry, Nov. 1975.

MONTEIRO, C.E., Disposição final dos despejos líquidos da indústria açucareira e alcooleira, SãoPaulo, CETESB, 1977.

ONISHI, E.Y.; CAMPOS, J.F.F., Usinas de açúcar e álcool- tratamentos recomendados visando ocontrole da poluição das águas, brochura, s/e s/d.

PARANHOS, S.B. (coord.), Cana-de-açúcar: cultivo e utilização, Fundação Cargill, Campinas, 1987.PERCEBON, C.M., fluentes industriais gerados pela produção de açúcar e álcool- seu tratamento e

disposição, CETESB, 1996.SOPRAL – SOCIEDADE DOS PRODUTORES DE AÇÚCAR E ÁLCOOL, Avaliação do bagaço da

cana de açúcar, SOPRAL, 1983.