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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS – SEPLAG/DF 1 www.pontodosconcursos.com.br AULA 2 – PODERES DA ADMINISTRAÇÃO Fala Galera, aqui quem vos fala é SEANO’NEAL (vulgarmente chamado de Cyonil Borges!). A aula, mais uma vez, foi elaborada e supervisionada por seis mãos e seis olhos, sendo dois deles bem femininos. Nesse encontro, estudaremos os poderes administrativos. Por uma questão de baixa incidência nos últimos concursos, a matéria não precisa ser explorada detalhadamente, sem que isso signifique, no entanto, (mau) trato do assunto. Bom, sem mais delongas, vamos à aula do dia! Trio (e não é o Los Angeles!)

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AULA 2 – PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

Fala Galera, aqui quem vos fala é SEANO’NEAL (vulgarmente chamado de Cyonil Borges!☺). A aula, mais uma vez, foi elaborada e supervisionada por seis mãos e seis olhos, sendo dois deles bem femininos.

Nesse encontro, estudaremos os poderes administrativos. Por uma questão de baixa incidência nos últimos concursos, a matéria não precisa ser explorada detalhadamente, sem que isso signifique, no entanto, (mau) trato do assunto.

Bom, sem mais delongas, vamos à aula do dia!

Trio (e não é o Los Angeles!☺)

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AULA 2 – PODERES ADMINISTRATIVOS

QUESTÕES EM SEQUÊNCIA

1) (2006/FCC/TRE-SP/Téc.Jud.) No que tange aos poderes e deveres do administrador público, é INCORRETO afirmar que a) o agente público, quando no exercício do cargo ou função, deverá utilizar-se dos poderes administrativos que lhe são atribuídos tão somente nos limites da lei. b) a prestação de contas não se restringe exclusivamente a dinheiro público, mas diz respeito a todas as ações da Administração Pública, a exemplo da expedição de certidão aos cidadãos. c) os poderes conferidos ao administrador público não constituem privilégios pessoais, e sim prerrogativas funcionais. d) o poder-dever de agir é renunciável e concede ao agente público a faculdade de escolher o modo de atuar diante de determinadas circunstâncias concretas, tendo em vista o interesse privado. e) o dever de probidade se encontra constitucionalmente integrado na conduta do administrador público como elemento necessário à legitimidade de seus atos.

2) (2009/FUNIVERSA/ADASA – TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS) Nenhum ato administrativo será válido se não for executado por autoridade legalmente competente. É requisito de ordem pública, ou seja, não pode ser derrogado pelos interessados nem pela administração. Pode, no entanto, ser delegada (transferência de funções de um sujeito, normalmente para outro hierarquicamente inferior) e avocada (órgão superior atrai para si a competência para cumprir determinado ato atribuído a outro inferior). Se a competência for, legalmente, exclusiva de certo órgão ou agente, não poderá ser delegada ou avocada. O texto acima caracteriza (A) a finalidade do ato administrativo. (B) a forma e a finalidade do ato administrativo. (C) a forma e o motivo ato administrativo. (D) o motivo do ato administrativo. (E) a competência do ato administrativo. 3) (2010/FUNIVERSA/COFECON – ADVOGADO PLENO) Maria, irregularmente investida em função pública, praticou ato administrativo enquanto seu chefe viajava. Nessa situação hipotética, é correto afirmar que ocorreu: (A) excesso de poder. (B) usurpação de função pública. (C) desvio de finalidade. (D) desvio de poder. (E) função de fato.

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4) (2006/FCC/TRE/Analista) Quando a autoridade, competente para aplicar a pena de suspensão, impõe penalidade mais grave, que não se encontra na esfera de suas atribuições, está caracterizado o: a) excesso de poder. b) desvio de poder. c) regular exercício do poder discricionário. d) uso regular e ilimitado do poder. e) exercício do poder regulamentar.

5) (2009/FUNIVERSA/ADASA – ADVOGADO) O poder administrativo é um poder-dever reconhecido ao poder público para que o exerça em benefício da coletividade; tratando-se, pois, de poderes irrenunciáveis. Acerca do assunto, assinale a alternativa incorreta. (A) O poder vinculado é típico nos atos discricionários da Administração Pública. (B) Atos inoportunos e inconvenientes praticados pela Administração Pública, no uso do poder discricionário, podem ser revogados pela Administração Pública. (C) Incluem-se entre os objetivos fundamentais do poder hierárquico da Administração Pública a prerrogativa de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas. (D) Aplicar penalidade de cassação de aposentadoria decorre do poder disciplinar da Administração Pública. (E) O poder regulamentar, atribuído ao chefe do Poder Executivo, compreende a edição de normas complementares à lei, para sua fiel execução. 6) (2008/FUNIVERSA/SEJUS/DF – TÉCNICO PENITENCIÁRIO) Assinale a alternativa que não representa um traço característico do poder hierárquico administrativo. (A) O de editar atos normativos com o objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados. (B) O de controlar as atividades dos órgãos inferiores. (C) O de dar ordens aos subordinados, que implica o dever de obediência. (D) O de ser marcado pelo discricionarismo. (E) O de delegar atribuições que não lhe sejam privativas. 7) (2010/FUNIVERSA/SEJUS – DIREITO E LEGISLAÇÃO) Poderes administrativos são o conjunto de prerrogativas que tem a administração pública para alcançar os fins almejados pelo Estado. Nesse aspecto, o poder de editar decretos do governador do Distrito Federal é exercício do poder: (A) discricionário. (B) disciplinar. (C) hierárquico. (D) policial. (E) regulamentar.

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8) (2007/FCC/TRF/3R) Em tema de Poderes Administrativos, considere: I. O poder discricionário é sempre relativo e parcial, porque, quanto à competência, à forma e à finalidade do ato, a autoridade está subordinada ao que a lei dispõe, como para qualquer ato vinculado. II. A punição decorrente do poder disciplinar da administração e a criminal têm fundamentos idênticos, com também idênticas a natureza das penas, pois a diferença não é de substância, mas de grau. III. O poder regulamentar é a faculdade de que dispõe os chefes de executivo de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. IV. Poder hierárquico é o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. V. O ato administrativo decorrente do poder de polícia não fica sujeito a invalidação pelo Poder Judiciário, sujeitando-se apenas a revisão pela própria administração, em razão da sua autonomia, ainda que praticado com desvio de poder. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I, III e IV. (C) II e III. (D) II, IV e V. (E) III, IV e V.

9) (2009/FUNIVERSA/SEPLAG/DF – APO) A atividade negativa que impõe sempre uma abstenção ao administrado (obrigação de não fazer) caracteriza (A) o Poder Hierárquico. (B) o Poder Vinculado. (C) a avocação. (D) o Poder de Polícia. (E) o Poder Discricionário. 10) (2009/FUNIVERSA/ADASA – REGULADOR DE SERVIÇOS PÚBLICOS) A respeito dos atos e dos poderes administrativos, assinale a alternativa correta. (A) O poder de polícia é um poder regulamentar. (B) O dever de hierarquia é aplicável a todos os órgãos e entidades de todos os Entes, de todos os Poderes, em todas suas funções. (C) Por ser o exercício de um poder de polícia, a atividade regulatória poderá ser remunerada via cobrança de taxas. (D) Instrumentos de retirada da validade dos atos administrativos, a revogação e a anulação têm efeitos denominados ex tunc. 11) (2010/FUNIVERSA/COFECON – ADVOGADO) A administração pública resolveu demolir uma construção

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irregular que colocava em risco a vida da população. A respeito dessa atitude do poder público, assinale a alternativa correta. (A) A administração pública valeu-se do poder regulamentar. (B) A administração pública valeu-se do poder de polícia, cujos atributos são a autoexecutoriedade e a coercibilidade. (C) O poder exercido pela administração pública pode ser delegado a entidades privadas. (D) O poder exercido pela administração pública não pode ser utilizado pela administração indireta. (E) A administração pública valeu-se do poder disciplinar. 12) (2009/FUNIVERSA/ADASA – ADVOGADO) Poder de polícia, pelo conceito moderno adotado no direito brasileiro, é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público. A respeito desse tema, assinale a alternativa correta. (A) A polícia administrativa atua preventiva ou repressivamente. (B) O poder de polícia é abrangente e não se distingue polícia administrativa de polícia judiciária. (C) Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o poder de polícia não é atividade exclusiva do Estado, podendo, por isso, ser delegado a entidades privadas. (D) A discricionariedade, a autoexecutoriedade e a supra legalidade são atributos característicos do poder de polícia. (E) A apreensão de mercadoria ilegal em alfândega não pode ser realizada com fundamento no poder de polícia. 13) (2008/FUNIVERSA/SEJUS/DF – TÉCNICO PENITENCIÁRIO) A Administração Pública tem por incumbência condicionar o exercício dos direitos dos cidadãos ao bem-estar coletivo, fazendo uso de seu poder de polícia. A respeito desse tema, assinale a alternativa incorreta. (A) São características do poder de policia: discricionariedade; auto-executoriedade e coercibilidade. (B) A vedação de manter certos animais na zona urbana é um dos exemplos de restrições decorrentes do poder de polícia. (C) A faculdade de a Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário, caracteriza a auto-executoriedade do poder de polícia. (D) O poder de polícia é abrangente e não se distingue polícia administrativa de polícia judiciária. (E) O poder de polícia administrativa ocorre tanto em caráter preventivo como repressivo. 14) (2010/FUNIVERSA/SEPLAG – PROFESSOR EB) Para alcançar os fins almejados pelo Estado e, por conseguinte, o interesse público, a administração pública é dotada de prerrogativas que lhe permitem cumprir suas finalidades. São tais prerrogativas entendidas, por isso, como poderes

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instrumentais. No tocante aos poderes administrativos, assinale a alternativa incorreta. (A) A polícia administrativa pode agir preventiva ou repressivamente. (B) O poder discricionário implica liberdade de atuação administrativa, não havendo nenhuma subordinação à lei. (C) Aplicar pena de suspensão a servidor público é poder disciplinar da administração pública. (D) Determinados atos oriundos do poder de polícia gozam de autoexecutoriedade. (E) O poder regulamentar é o que dispõe o chefe do Poder Executivo para a edição de decretos e regulamentos visando à fiel execução das leis. 15) (2010/FUNIVERSA/SECTEC – SSP –PERITO CRIMINAL) Os poderes administrativos, antes de se constituírem prerrogativas, consubstanciam verdadeiros deveres administrativos, sendo certo que cabe à administração pública exercê-los corretamente, nos estritos limites da lei. Acerca dos poderes conferidos à administração pública, assinale a alternativa correta. (A) O ato de uma autoridade administrativa que aplica uma penalidade de advertência a um servidor subordinado, por inobservância de certo dever funcional, está inserido no contexto do exercício regular dos poderes regulamentar e hierárquico. (B) Se uma autoridade remove um servidor apenas por motivo de desavenças pessoais entre eles, alegando, contudo, conveniência da administração, fica caracterizado o excesso de poder. (C) A atividade do Estado em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público é traço marcante do poder disciplinar. (D) O poder regulamentar traduz-se na possibilidade de a administração pública apurar e punir as infrações praticadas pelos agentes públicos. (E) Na administração pública, uma autoridade pode controlar o mérito e a legalidade dos atos praticados por seus subordinados.

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QUESTÕES COMENTADAS

1) (2006/FCC/TRE-SP/Téc.Jud.) No que tange aos poderes e deveres do administrador público, é INCORRETO afirmar que: a) o agente público, quando no exercício do cargo ou função, deverá utilizar-se dos poderes administrativos que lhe são atribuídos tão somente nos limites da lei. b) a prestação de contas não se restringe exclusivamente a dinheiro público, mas diz respeito a todas as ações da Administração Pública, a exemplo da expedição de certidão aos cidadãos. c) os poderes conferidos ao administrador público não constituem privilégios pessoais, e sim prerrogativas funcionais. d) o poder-dever de agir é renunciável e concede ao agente público a faculdade de escolher o modo de atuar diante de determinadas circunstâncias concretas, tendo em vista o interesse privado. e) o dever de probidade se encontra constitucionalmente integrado na conduta do administrador público como elemento necessário à legitimidade de seus atos.

Comentários: Antes de vencermos a correção dos quesitos, seguem breves

considerações doutrinárias acerca dos Poderes Administrativos. O Estado, como agrupamento politicamente organizado, não

passa de uma ficção jurídica, enfim, invenção humana, de representação coletiva. Por essa razão, por ser uma abstração, o Estado não age por si mesmo, precisa de braços e pernas “motoras”. É nessa situação que surgirá a figura dos agentes públicos, aos quais a ordem jurídica confere prerrogativas especiais, a serem utilizadas para a consecução dos interesses da sociedade.

A esse conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes públicos, para o fiel desempenho das tarefas da Administração Pública e com o fim de permitir que o Estado alcance seus fins, a doutrina reconhece como Poderes Administrativos.

Sabendo que o gestor público (agentes públicos, de modo geral) tem sua conduta funcional traçada (delineada) em leis, temos que, regra geral, os Poderes Administrativos são concedidos por lei, com objetivo de instrumentalizar o administrador público para o atingimento do fim último a que se presta o Estado: a satisfação dos interesses públicos.

Obviamente, ao lado das prerrogativas (poderes, supremacia sobre o particular), não podemos desconsiderar que o exercício da função pública é verdadeiro encargo público (múnus público), em outros termos, por tutelarem (protegerem) interesses coletivos, impõe-se aos agentes públicos, de modo geral, uma série de deveres, representados, em certa medida, pelo princípio da indisponibilidade do interesse público. Sinteticamente: enquanto o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado remete-nos à ideia de poderes, o princípio da

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indisponibilidade, ao contexto dos deveres, formando o “binômio” poder-dever.

É, é isso mesmo: em determinadas hipóteses, pode-se afirmar que os Poderes Administrativos convertem-se em verdadeiros deveres administrativos. Por exemplo: se determinado servidor comete corrupção passiva ou abandona o cargo (ausência não justificada acima de 30 dias consecutivos), tem a Administração a prerrogativa de apurar a infração e de aplicar a punição (poder disciplinar). Será mesmo uma prerrogativa? Pode o administrador escolher entre punir ou não punir? Pensamos que não, isto é, o poder disciplinar, que estudaremos questões abaixo, é nitidamente um dever-poder de agir.

De fato, enquanto na esfera privada o poder é faculdade daquele que o detém, no setor público representa um dever do administrador para com a comunidade que representa. A doutrina fala, então, em Poder-dever de agir.

LEMBREM: Enquanto para o particular, o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente a oportunidade de exercitá-lo em benefício da comunidade.

Conclui-se, assim, que há pouca margem de decisão ao agente quando surge a oportunidade (dever) de agir. Disso resulta que a omissão da autoridade ou o silêncio administrativo ocorridos quando é seu dever atuar gerará a responsabilização do agente omisso, autorizando a obtenção do ato não realizado, se for o caso, por via judicial, como, por exemplo, por meio de mandado de segurança, quando ferir direito líquido e certo do interessado.

Observamos, ainda, que Poderes Administrativos não se confundem com os Poderes Políticos ou da República. Aqueles são poderes instrumentais da Administração, instrumentos de trabalho para cumprimento de tarefas de natureza administrativa, de tal modo que existe em todos os Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário); enquanto os da República são imanentes, estruturais, formam a base, o alicerce do próprio Estado.

Vamos agora ao exame dos quesitos. Alternativa A – CORRETA. De acordo com o princípio da

legalidade administrativa, previsto no art. 37, caput, da Constituição, o agente público só pode fazer ou deixar de fazer o que a lei expressa ou implicitamente autorizou ou permitiu. A doutrina é unânime quanto a tal entendimento.

Alternativa B – CORRETA. Como vimos, o agente público, que é uma espécie de “defensor da coisa pública”, possuindo atribuições, responsabilidades concedidos pela ordem jurídica, enfim, deveres a cumprir para com os cidadãos (nem tudo são poderes!). Um dos deveres aplicáveis aos agentes é o de prestar contas, isso mesmo, o de tornar públicas suas ações, seus gastos, toda sua

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conduta funcional, porque ser administrador público é curar, zelar, tutelar, coisa alheia, do público para o público. Logo, nada mais justo que os cidadãos tenham acesso a informações a partir da expedição de certidões, como corretamente afirmado na assertiva.

Alternativa C – CORRETA. Excelente item. De fato, os poderes administrativos são entregues não nas mãos dos agentes, como a primeira vista possa parecer. Os poderes são atributos do cargo, são prerrogativas funcionais e não benesses, privilégios pessoais.

Alternativa D – INCORRETA. Não há apenas um erro. O primeiro é que o poder-dever de agir não pode ser renunciado, como tivemos a oportunidade de aprender, os poderes não são privilégios, são sim prerrogativas funcionais. Não pode o interesse público ficar ao sabor das vontades pessoais e dos eventuais “disparates” de certos agentes públicos. E mais: os poderes administrativos não são concedidos em prol de interesses privados no seio da Administração. Contrário disso: são prerrogativas concedidas em benefício dos interesses PÚBLICOS!

Alternativa E – CORRETA. O dever de probidade, traduzido no princípio da probidade sua base, no Texto Constitucional (§4º do art. 37 da CF/88), ao estabelecer que atos de improbidade acarretam:

a) suspensão dos direitos políticos, b) perda da função pública, c) indisponibilidade dos bens, e d) ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Ao lado dos deveres de prestar contas e da probidade, existem inúmeros outros. Destacamos os: - eficiência – agir com rendimento funcional, perfeição, rapidez. Esse é o princípio (dever) do “cobertor curto”: não haverá recursos para prover todas as necessidades coletivas. Daí a necessidade de o Estado, por intermédio de seus agentes, ter de agir de maneira eficiente; - obediência – o subordinado deve observância às ordens do Chefe, do superior hierárquico. Porém, a obediência não deve ser “cega”. Nesse sentido, os estatutos jurídicos que cuidam de servidores públicos estabelecem, quase sempre, ressalva. Dessa forma, ordens manifestamente ilegais, não devem ser cumpridas, sob pena de responsabilidade conjunta (solidária): do autor, bem como do subordinado, ante o descumprimento da norma.

Gabarito oficial: alternativa D.

2) (2009/FUNIVERSA/ADASA – TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS) Nenhum ato administrativo será válido

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se não for executado por autoridade legalmente competente. É requisito de ordem pública, ou seja, não pode ser derrogado pelos interessados nem pela administração. Pode, no entanto, ser delegada (transferência de funções de um sujeito, normalmente para outro hierarquicamente inferior) e avocada (órgão superior atrai para si a competência para cumprir determinado ato atribuído a outro inferior). Se a competência for, legalmente, exclusiva de certo órgão ou agente, não poderá ser delegada ou avocada. O texto acima caracteriza (A) a finalidade do ato administrativo. (B) a forma e a finalidade do ato administrativo. (C) a forma e o motivo ato administrativo. (D) o motivo do ato administrativo. (E) a competência do ato administrativo. Comentários:

Essa questão não é propriamente de Poderes da Administração. No entanto, seguindo “in litteris” o edital, há a necessidade da abordagem “en passant” sobre o requisito/pressuposto do ato administrativo chamado competência.

Entre os elementos de composição de um ato administrativo, destaca-se, ao lado da forma, da finalidade, do objeto e da finalidade, a competência ou sujeito. A competência pode ser definida como o círculo de atribuições entregue ao agente público para o cumprimento pelo Estado do interesse público. São características da competência: - irrenunciável: a competência é exercida pelo agente público, mas a ele não pertence. Exatamente por isso não é possível abrir mão daquilo que é não lhe pertence. Vigora no direito público o princípio da indisponibilidade do interesse público. - imprescritível: o agente público pode ficar dois anos sem exercer uma de suas atribuições, mas nem por isso o tempo retira do rol de atribuições do agente a competência. - sempre decorrente de lei: é uma decorrência lógica do princípio da legalidade. O agente público só pode fazer ou deixar de fazer o que está previsto, expressa ou implicitamente, na lei. - intransferível por acordo de vontade: há quem denomine esta característica de inderrogabilidade. O agente público não pode entregar a sujeitos incompetentes parcela de suas atribuições. - pode ser delegada ou avocada: apesar de irrenunciável, parte das atribuições do agente pode ser delegada, repartida, com subordinados e outros órgãos da Administração. A competência pode ainda ser avocada (trazida para si), nesse caso, sempre excepcional, temporária e motivada.

Gabarito oficial: alternativa E.

3) (2010/FUNIVERSA/COFECON – ADVOGADO PLENO) Maria, irregularmente investida em função pública, praticou ato

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administrativo enquanto seu chefe viajava. Nessa situação hipotética, é correto afirmar que ocorreu: (A) excesso de poder. (B) usurpação de função pública. (C) desvio de finalidade. (D) desvio de poder. (E) função de fato. Comentários:

Vamos por partes. Primeiro, que tal esclarecermos o instituto do ABUSO DE PODER.

Os Poderes concedidos aos agentes para o bom desempenho de suas atribuições de interesse público devem ser usados com normalidade, dentro dos contornos da lei. Não pode a autoridade, por achar-se no uso legítimo dos poderes que lhe foram cometidos, ir além dos limites que lhe foram estabelecidos.

Para que não sejam invalidados, os atos das autoridades e dos agentes em geral devem, então, ser legítimos, legais e morais, atendo-se, em qualquer espécie, aos interesses públicos da coletividade. O mau uso do poder (O ABUSO DO PODER), de forma desproporcional, ilegal, ou sem atendimento do interesse público, constitui o abuso de poder, que pode ocorrer de duas formas: I) O agente atua fora dos limites de sua competência; e, II) O agente, embora dentro de sua competência, afasta-se do interesse público que deve nortear todo o desempenho administrativo.

No primeiro caso, verifica-se o EXCESSO DE PODER, com o agente público exorbitando das competências que lhe foram atribuídas, invadindo competências de outros agentes, ou praticando atividades que não lhe foram conferidas por lei. O vício aqui é de competência, tornando, portanto, o ato arbitrário, ilícito.

Na segunda situação, embora o agente esteja atuando nas raias de sua competência, pratica ato visando fim diverso do fixado em lei ou exigido pelo interesse público. Ocorre, então, o que a doutrina costumeiramente chama de DESVIO DE PODER OU DE FINALIDADE. Então, em rápida síntese, o abuso de poder é gênero, do qual são espécies o excesso de poder e o desvio de poder ou de finalidade.

Então, Maria cometeu desvio ou excesso? Nem desvio, nem excesso de poder.

Vamos prosseguir. A usurpação de função pública é crime de particular contra a Administração Pública. Isso mesmo. Um particular não é investido do cargo público, travestindo-se de servidor público (servidor “faz de conta”). Exemplo de um particular, com farda de PM, fiscalizando o trânsito da cidade. Já na função de fato, o servidor ingressa na Administração, é investido no cargo público, porém há alguma falha no ato de posse. Por exemplo: particular “A” faz o concurso de Delegado da PF, porém não é formado em Direito. Assim, faz a aquisição de um diploma e toma posse sem que a

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Administração perceba a falsidade. Depois de longos anos, a Administração descobre a fraude. Os atos praticados pelo agente (“DENOREX”) serão considerados válidos perante terceiros de boa-fé. Então, Maria é usurpadora ou agente de fato? Parabéns aos que responderam agente de fato (investidura irregular).

Gabarito oficial: alternativa E.

4) (2006/FCC/TRE/Analista) Quando a autoridade, competente para aplicar a pena de suspensão, impõe penalidade mais grave, que não se encontra na esfera de suas atribuições, está caracterizado o: a) excesso de poder. b) desvio de poder. c) regular exercício do poder discricionário. d) uso regular e ilimitado do poder. e) exercício do poder regulamentar. Comentários:

Então, o amigo concursando está afiado com a distinção entre excesso de poder e desvio de finalidade? Sem “colar” os comentários da questão anterior, responda o presente quesito.

Isso mesmo, EXCESSO DE PODER. Perceba que o agente pratica um ato fora dos limites de sua competência.

Gabarito oficial: alternativa A.

5) (2009/FUNIVERSA/ADASA – ADVOGADO) O poder administrativo é um poder-dever reconhecido ao poder público para que o exerça em benefício da coletividade; tratando-se, pois, de poderes irrenunciáveis. Acerca do assunto, assinale a alternativa incorreta. (A) O poder vinculado é típico nos atos discricionários da Administração Pública. (B) Atos inoportunos e inconvenientes praticados pela Administração Pública, no uso do poder discricionário, podem ser revogados pela Administração Pública. (C) Incluem-se entre os objetivos fundamentais do poder hierárquico da Administração Pública a prerrogativa de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas. (D) Aplicar penalidade de cassação de aposentadoria decorre do poder disciplinar da Administração Pública. (E) O poder regulamentar, atribuído ao chefe do Poder Executivo, compreende a edição de normas complementares à lei, para sua fiel execução.

Comentários: Vamos direto às análises. Alternativa A – INCORRETA. Contraposto ao Poder

Discricionário, existe um Poder denominado, por parte da doutrina,

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de Vinculado (ou regrado), que seria aquele conferido por Lei à Administração para a prática de atos nos quais a liberdade de atuação é mínima, ou mesmo inexiste. Nos atos vinculados, todos os elementos que o compõem (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) encontram-se expressa e minudente previsão legal, sendo que o órgão/entidade responsável pela prática do ato não goza de liberdade alguma para implementação dos atos vinculados, para os quais haveria uma única saída prevista na Lei, por esta determinada.

Em razão disso, alguns outros autores consideram que não existe “Poder Vinculado”, uma vez que esse não encerra prerrogativa do Poder Público, mas mera restrição à atuação administrativa, constituindo a vinculação, quando muito, atributo (característica) dos outros poderes da Administração.

Finalizo com a informação de que, para determinados autores, da mesma forma que a vinculação, a discricionariedade não seria um Poder, em si, mas também uma característica da atuação da Administração Pública no exercício dos seus reais Poderes Administrativos, o Disciplinar, o Normativo, e o de Polícia.

O erro do quesito é afirmar que o Poder Vinculado é característico dos atos discricionários. Exatamente ao contrário disso!

Alternativa B – CORRETA. Cenas dos próximos capítulos. A revogação é o desfazimento de atos legais, porém inconvenientes e inoportunos, daí a correção do quesito.

Alternativa C – CORRETA. Na próxima questão, vamos explorar mais detalhadamente o Poder Hierárquico. A assertiva está perfeita.

Alternativa D – CORRETA. Boa parte da doutrina entende que o exercício do Poder Disciplinar seria essencialmente discricionário, sobretudo por que as sanções (punições) disciplinares não são tão “fechadinhas” (tipificadas) quanto no Direito Penal. Todavia, estamos diante de uma (pseudo) discricionariedade no exercício do Poder Disciplinar, pois relativizada pelo dever que tem as autoridades de determinar a apuração de eventuais infrações cometidas por seus subordinados.

De fato, o Poder Disciplinar decorre, em boa medida, do escalonamento hierárquico verificado no exercício da atividade administrativa. Com efeito, se ao superior é dado poder de fiscalizar os atos dos subordinados, nada mais lógico que, em verificando o descumprimento de ordens ou normas, tenha a possibilidade de impor as devidas sanções que a conduta infratora exija.

Nesse quadro, parte da doutrina entende que o Poder Disciplinar seria uma faculdade de sancionar, no âmbito interno da Administração Pública, as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração, daí a correção do quesito.

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Cabem algumas pequenas observações com relação ao conceito.

O termo “faculdade”, por vezes, dá a impressão de que se trata de decisão discricionária da autoridade, a qual avaliaria a conveniência em agir. Não o é! Em verdade, trata-se de um poder-dever, que obriga a autoridade a apenar o infrator, caso a sanção a ser aplicada esteja na esfera de sua competência. Para ratificar o afirmado, basta ver o que estabelece o art. 143 da Lei 8.112/90, que estatui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União:

A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua apuração imediata....

Comprovada a infração cometida, não pode a autoridade se furtar da aplicação pena devida ao infrator. Ressaltamos que a necessária apuração de uma infração que tenha conhecimento poderá implicar responsabilidade criminal ao administrador, pelo que se vê do art. 320, do Código Penal:

Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo, ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente...

Fica claro que caso a autoridade tenha conhecimento de infração cometida por seus subordinados, deverá determinar sua apuração, sob pena de ser também responsabilizado pela infração que não fora apurada. VINCULADA, portanto, a atuação da autoridade no que diz respeito à apuração.

Contudo, há “pequenas margens de discricionariedade” no exercício do Poder Disciplinar. Em que residiria essa discricionariedade, então? Peguemos exemplos na Lei 8.112/90, que trata do regime jurídico aplicável aos servidores da Administração Pública Federal, na Administração Direta, Autárquica e Fundacional.

Uma das punições previstas pela Lei 8.112/90 (art. 127) é a demissão. Dentre as hipóteses para aplicação desta encontra-se a insubordinação grave em serviço (inc. VI do art. 132 da Lei 8.112/90). Mas, o que seria uma insubordinação “grave”? A Lei não define, tratando-se de um conceito indeterminado, o que, para parte da doutrina, gera a discricionariedade da Administração, ao interpretá-lo.

Noutra passagem (art. 130), A Lei 8.112/90 diz que a suspensão será aplicada nos casos de reincidência das faltas puníveis com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 dias. Mas quantos seriam os dias para cada infração? Nesse sentido, é que existe discricionariedade (pequena) no exercício do Poder Disciplinar.

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Registramos, ainda, que não há de se confundir o Poder Disciplinar, administrativo, com o Poder Punitivo Geral do estado (o que os diversos ramos jurídicos chamam de jus puniendi). Enquanto aquele é de ordem interna, abrangendo as infrações relacionadas ao serviço, este é mais amplo, realizado também, por exemplo, pelo Poder Judiciário, ao reprimir crimes e contravenções, com tipos estabelecidos nas leis penais.

Também é digno de nota que, em determinadas situações, há possibilidade de uma mesma infração levar à punição administrativa e penal (e até civil), sendo que a primeira é menos severa, por assim dizer, com relação à última (penal). Certas infrações implicarão apenas sanções administrativas, não alcançando consequências na esfera penal. Observe-se que, por não terem uma “tipicidade” tão rígida quanto às sanções penais, as condutas administrativas infratoras permitem à autoridade fazer juízo de valor quanto à penalidade administrativa a ser aplicada. Aqui, sim, pode-se afirmar que há uma discricionariedade “relativa” no agir da autoridade aplicadora, a qual, de toda forma, deve se ater ao princípio da adequação punitiva, aplicando sanção adequada ao caso verificado.

Consignamos que nos atos de punição disciplinar sempre deverá haver motivação, que pode ser entendida como a exposição dos motivos, de fato e de direito, que levaram à aplicação da sanção disciplinar. Ainda que de forma resumida, a motivação deverá ocorrer como condição de validade do ato sancionatório. Tal providência encontra-se positivada, por exemplo, na Lei 8.112/90, que estabelece no art. 128, parágrafo único: o ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

Nesse mesmo sentido no art. 50, inc. II da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo na Administração Pública Federal. Estabelece o dispositivo: Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - ...; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; ...

Assim, mesmo que se possa afirmar que subsista pequena margem de discricionariedade no exercício do Poder Disciplinar, indispensável a motivação das sanções administrativas que encontram respaldo nesse Poder.

Por fim, não sei se escapou aos amigos, mas PARTICULARES também podem se submeter às vias do Poder Disciplinar. É o caso, por exemplo, dos que firmam contratos com a Administração Pública, que estarão submetidos às sanções disciplinares pelo vínculo estabelecido por meio do instrumento contratual (o contrato cria um vínculo “especial” do contratado, que permite à Administração lançar mão de seu Poder Disciplinar).

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Nesse sentido, o art. 87 da Lei 8.666/93 fixa as penas que podem ser aplicadas aos contratados, pelo descumprimento de suas obrigações. Claro que, para tanto, as sanções devem estar previstas no contrato firmado, sobretudo especificando as infrações puníveis.

Alternativa E – CORRETA. Por enquanto é suficiente entender que o poder regulamentar pode ser dependente ou independente. Depende de lei, ou seja, o Chefe do Executivo dá fiel cumprimento à lei (o Decreto, nesse caso, é ato secundário). Independente ou autônomo (o Decreto é a própria lei. Situação excepcionalíssima).

Gabarito oficial: alternativa A.

6) (2008/FUNIVERSA/SEJUS/DF – TÉCNICO PENITENCIÁRIO) Assinale a alternativa que não representa um traço característico do poder hierárquico administrativo. (A) O de editar atos normativos com o objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados. (B) O de controlar as atividades dos órgãos inferiores. (C) O de dar ordens aos subordinados, que implica o dever de obediência. (D) O de ser marcado pelo discricionarismo. (E) O de delegar atribuições que não lhe sejam privativas.

Comentários:

Nas relações pautadas na hierarquia vislumbra-se vínculo de subordinação entre órgãos e agentes que componham a relação de direito em questão.

A despeito de as relações hierárquicas serem inerentes ao interior do Poder Executivo, não se pode afirmar que restrinjam a este no âmbito da Administração Pública. De fato, onde ocorra o desempenho da função administrativa poderá ocorrer uma relação hierárquica, mesmo no âmbito do Legislativo ou no Judiciário.

No entanto, quando os membros desses dois últimos Poderes estiverem exercendo suas funções típicas, de legislar ou de julgar (funções legislativa e jurisdicional, respectivamente), inexiste hierarquia. Não há, portanto, hierarquia entre parlamentares ou membros da magistratura no desempenho de suas atribuições típicas (isso pelo menos na prova de Direito Administrativo, não é verdade?).

É o Poder Hierárquico que permite à Administração distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo as relações de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.

Junto com o Poder Hierárquico (até mesmo decorrência deste) anda o Poder Disciplinar, entendido como a possibilidade de a Administração aplicar sanções àqueles que, submetidos à ordem

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interna, descumpram as ordens advindas da hierarquia posta. Com efeito, de nada valeria falar em hierarquia se o superior não pudesse aplicar punições aos infratores administrativos que lhe são subordinados.

Do Poder Hierárquico resultam, ainda, as prerrogativas dos superiores de ordenar, fiscalizar, rever, delegar ou avocar, com relação aos subordinados, daí a incorreção do item D. Vejamos cada um desses aspectos.

Ordenar implica impor ao subordinado a conduta a ser adotada diante do caso concreto. Consigne-se que o dever de obediência do subordinado não será absoluto: nos casos em as ordens emanadas pelos superiores foram manifestamente ilegais não há que se cumpri-las.

A afirmativa encontra amparo mesmo no texto da atual Carta Magna, que estabelece, em seu art. 5º, inc. II que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. Regra no mesmo sentido está contida na Lei 8.112/90, que estabelece o Regime Jurídico dos Servidores Públicos da União, ao estatuir, no inc. IV, art. 116, que o servidor é obrigado a cumprir com as ordens que lhes são dadas, salvo quando manifestamente ilegais.

Fiscalizar significa verificar se a conduta dos subordinados se alinha com o que dispõem as normas legais e regulamentares, bem como em relação às diretrizes fixadas pelos agentes superiores.

Revisar implica a apreciação pelos superiores quanto aos aspectos dos atos praticados pelos inferiores, no sentido de mantê-los ou invalidá-los.

A revisão ocorrerá de ofício (iniciativa da Administração) ou por provocação do interessado, e só poderá ocorrer até quando o ato ainda não tenha se tornado definitivo para a Administração ou não tenha gerado direito adquirido para o Administrado.

Delegar consiste na transferência de atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo. Não é admitida com relação a atos políticos, bem como de um Poder para outro, salvo nos casos constitucionalmente previstos (por exemplo, no caso de lei delegada).

Em nível federal, há, hoje, norma que trata de tal instituto, a Lei 9.784/99. Nessa norma, encontramos situações de indelegabilidade, como é o caso da competência exclusiva e da decisão de recursos administrativos.

Avocar é a possibilidade que tem o superior de trazer para si as funções exercidas por um subalterno. É medida excepcional, que só pode ser realizada à luz de permissivo legal e que desonera o subordinado com relação a qualquer responsabilidade referente ao ato praticado pelo superior.

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Não pode ser avocada, destaque-se, a atribuição expressamente dada por lei a certo órgão ou agente, como no caso dos julgamentos de licitações pelas comissões competentes.

Finalmente, é de se registrar que não se deve confundir vinculação administrativa com subordinação. Enquanto a primeira tem caráter externo e é consequência do controle que as pessoas federativas têm sobre as pessoas administrativas que compõem a administração indireta, a última é de caráter interno, estabelecida entre órgãos de uma mesma entidade, como decorrência do poder hierárquico.

Assim, a relação da União com uma de suas autarquias é de vinculação destas para com aquela, enquanto que a relação de uma divisão de um Ministério (órgãos criados) com relação ao próprio Ministério é de subordinação (hierárquica).

Gabarito oficial: alternativa D.

7) (2010/FUNIVERSA/SEJUS – DIREITO E LEGISLAÇÃO) Poderes administrativos são o conjunto de prerrogativas que tem a administração pública para alcançar os fins almejados pelo Estado. Nesse aspecto, o poder de editar decretos do governador do Distrito Federal é exercício do poder: (A) discricionário. (B) disciplinar. (C) hierárquico. (D) policial. (E) regulamentar. Comentários:

Não há como o legislador prever todas as soluções a serem adotadas em face das situações reais enfrentadas pela Administração Pública. Não cabe ao legislador tornar exequível todas as normas que edite. A tarefa tornar-se-ia onerosa, e assim com desvirtuamento do sentido de abstração e de generalidade inerente das Leis.

Incumbe à Administração, então, complementar as leis, criando os mecanismos para seu efetivo alcance. Essa é a principal característica do Poder Regulamentar, o qual pode ser entendido como a prerrogativa dada à Administração Pública (mais precisamente Chefe do Executivo) de editar atos gerais para complementar as leis e permitir sua efetiva concretização.

Alguns autores preferem falar em Poder Normativo em vez de Poder Regulamentar, uma vez que este representa apenas uma das formas pelas quais se expressa aquele, coexistindo com outras. O Poder Regulamentar, no essencial, seria exercido pelos Chefes do Executivo. Nesse sentido, a CF/88 dispõe no inc. IV do art. 84 da

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CF/88 que compete ao Presidente da República privativamente, dentre outras atribuições: sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução.

Todavia, a produção de atos administrativos normativos também pode ser feita por outras autoridades, órgãos ou entidades. Os Ministros de Estado, por exemplo, podem editar atos normativos (inc. II do art. 87 da CF/88). É conhecido tanto que órgãos editam atos normativos em suas áreas de competência.

Quanto às entidades, não há mais dúvida que as Agências Reguladoras, por exemplo, podem editar normativos em suas áreas de atuação (o famigerado Poder Normativo Técnico). Daí por que alguns autores, como nós, preferem a expressão Poder Normativo, no lugar de Regulamentar.

No que consistiria, então, a diferença dos normativos ADMINISTRATIVOS, para as Leis? De início, que tal lembrarmos a semelhança entre ambos?

São normas, não é verdade? Todavia, as Leis são normas ORIGINÁRIAS, criando, regra geral, o direito novo. Isso se dá com as Leis (por serem originárias), sobretudo no que diz respeito à criação de novas obrigações, em razão de disposição constitucional expressa, o inc. II do art. 5º da CF/88, que dispõe: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de LEI.

De sua parte, os atos normativos administrativos possuem natureza derivada (atos secundários), uma vez que deverão estar adstritos aos limites que lhes impõem as Leis. Como exemplo do que se afirma, releiam o inc. IV do art. 84 da CF/1988: os decretos editados pelo Presidente da República serão expedidos para fiel cumprimento das Leis, as quais lhe constituem limite, portanto.

Assim, resta patente que os decretos constituem uma das formas de expressão do Poder Normativo da Administração Pública, assim como o são as Resoluções, as Instruções, Portarias e Deliberações, desde que dotadas de caráter normativo, ou seja, genéricas e abstratas.

Opa, quase passa (batido): a figura dos Decretos Autônomos.

Afinal, a Administração Pública pode adotar atos administrativos AUTÔNOMOS com relação às Leis? Como vimos, os decretos/regulamentos de execução são regras jurídicas gerais, abstratas e impessoais, concebidas em função de uma lei, para lhe dar fiel execução e referentes à atuação da Administração.

No âmbito federal, a competência para expedição desses decretos é do Presidente da República (art. 84, inc. IV), sendo tal competência indelegável (parágrafo único do art. 84).

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Fundamento básico para a edição de decretos de execução é que estes devem ser editados em função de uma Lei que futuramente exigirá a participação da Administração na sua efetivação. Assim, não seria razoável, ou mesmo legal, a Administração, sob a argumentação de estar no exercício do Poder Regulamentar, expedir decretos de execução em razão de normas que nada tem a ver com o exercício de suas atribuições, tais como alguns dispositivos de Direito Comercial, por exemplo.

Já os Decretos Autônomos foram (re) introduzidos em nossa ordem jurídica por intermédio da Emenda Constitucional 32/2001. A partir da promulgação desta, compete ao Presidente da República “dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos”.

Ressaltamos que, a despeito do que estabelece a alínea “a”, a criação e extinção de Ministérios e órgãos da Administração Pública continua a depender de Lei (art. 88, CF – reserva legal). São duas situações distintas, então: tratando-se de organização/funcionamento da administração federal (alínea “a”), competência do Presidente da República, por meio de decreto (autônomo), competência que é delegável, nos termos do art. 84, parágrafo único da CF/88; já a criação/extinção de Ministérios é matéria a ser tratada em lei.

Hoje, para fins de concurso público, deve ser aceita a existência de Decretos Autônomos tão só nas hipóteses que listamos acima. Mas, em que residiria a autonomia desses atos administrativos?

A “autonomia” vem do Decreto dessa natureza não se ater aos limites postos por uma Lei, como no caso dos regulamentares, mas de se arvorar diretamente no texto constitucional, ou seja, de irem além da lei (praeter legem) e não só até os limites desta (secundum legem).

Gabarito oficial: alternativa E.

8) (2007/FCC/TRF/3R) Em tema de Poderes Administrativos, considere: I. O poder discricionário é sempre relativo e parcial, porque, quanto à competência, à forma e à finalidade do ato, a autoridade está subordinada ao que a lei dispõe, como para qualquer ato vinculado. II. A punição decorrente do poder disciplinar da administração e a criminal têm fundamentos idênticos, com também idênticas a natureza das penas, pois a diferença não é de substância, mas de grau. III. O poder regulamentar é a faculdade de que dispõe os chefes de executivo de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir

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decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. IV. Poder hierárquico é o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. V. O ato administrativo decorrente do poder de polícia não fica sujeito a invalidação pelo Poder Judiciário, sujeitando-se apenas a revisão pela própria administração, em razão da sua autonomia, ainda que praticado com desvio de poder. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I, III e IV. (C) II e III. (D) II, IV e V. (E) III, IV e V.

Comentários: À exceção do item I (poder discricionário), vamos diretamente

às análises, uma vez que o aprendizado anterior é-nos suficiente. Item I – CORRETO. Os atos administrativos contam com cinco

elementos integrantes, de formação: competência (sujeito ou agente); finalidade; forma; motivo; objeto (COFIFOMO), dos quais a doutrina aponta que são vinculados: competência, finalidade, e forma. Assim, mesmo que o legislador tenha garantido o uso da conveniência e da oportunidade ao administrador público, esta não será plena, mas sempre relativa, pois determinados elementos são vinculados na Lei, sem margem de manobra por parte do agente público, daí a correção do quesito. Vamos tecer outras considerações sobre o Poder Discricionário.

Não é difícil percebermos que é impossível a Lei prever todas as condutas a serem adotadas pelo Administrador em face das situações concretas que se apresentam e que exigem pronta solução. Dessa maneira, por vezes, a Lei faculta ao administrador a possibilidade de adotar uma dentre várias (ou pelo menos mais de uma) condutas possíveis, a qual deve estar alinhada ao melhor atendimento do interesse público, o que resulta num juízo discricionário por parte do responsável pelo ato. Mas, atenção: o juízo discricionário de forma alguma pode ser confundido com um “livre arbítrio”.

De fato, a Administração Pública, ao contrário dos particulares de modo geral, só pode fazer aquilo que a Lei lhe determina ou autoriza (princípio da legalidade administrativa – art. 37, caput, da CF/88). Neste último caso (autorização) é que há discricionariedade. Todavia, em ambas as situações, a conduta do agente deve estar pautada na Lei, não se admitindo ações que desbordem os limites da Lei.

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Falta ao administrador público, portanto, a possibilidade de escolher livremente, da forma que melhor entender (livre arbítrio), uma vez que limitado, SEMPRE, pela Lei. Portanto, pode-se afirmar que arbitrariedade é, para a Administração Pública, sinônimo de ilegalidade.

A discricionariedade, na visão da maior parte dos doutrinadores, é resumida em um binômio: CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE. A primeira indica em que condições vai se conduzir o agente (o modo de agir deste); a segunda diz respeito ao momento em que a atividade deve ser produzida.

Muito bem, temos assim que a discricionariedade diz respeito à possibilidade de avaliação por parte do agente público quanto à conveniência e à oportunidade de agir. A discricionariedade refere-se, ainda, ao conteúdo dos atos administrativos, ou seja, um de seus elementos, o objeto, conforme será estudado na aula de atos administrativos.

Assim, a discricionariedade, quando existente, diz respeito aos dois últimos, motivo e objeto, que constituem, em essência, o que a doutrina denomina de mérito administrativo, existente nos atos discricionários (APENAS PARA REGISTRO: não são os elementos, em si, que constituem o mérito, é sim a condução de tais elementos, o seu manejo). Passemos a um exemplo, tendo em conta nossa premissa de análise: é impossível a norma prever todas as condutas a serem adotadas pelo administrador público.

A licença capacitação, prevista para os servidores públicos federais regidos pela Lei 8.112/90, poderá concedida, A CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO, para que um servidor faça um curso ligado às atribuições de seu cargo (art. 87 da Lei 8.112). A expressão, A CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO, faz com que esta possa, por razões evidentes, decidir se numa circunstância fática qualquer dará ou não a licença pleiteada pelo servidor, ou seja, decidir o conteúdo (objeto) do ato: defere ou não o pedido de licitação? Fica a critério da Administração.

Contudo, como falamos, apesar da liberdade dada ao administrador nos atos administrativos discricionários, não há uma liberdade sem limites. A título de exemplificação, podemos citar alguns limites quanto à concessão da licença capacitação:

I) Apontados pela Lei (art. 87 da Lei 8.112): curso ligado às atribuições do cargo, com duração de ATÉ três meses;

II) No caso de indeferimento do pedido, a necessidade de se motivar o ato denegatório, em razão do princípio da motivação dos atos da Administração Pública.

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Em suma, discricionariedade não é sinônimo de liberdade ampla e irrestrita. Contrário disso, a Administração sempre contará com limites no seu agir, de modo explícito ou implícito.

Basicamente, podemos apontar que há discricionariedade para a Administração Pública nas seguintes situações:

I) a própria lei concede a possibilidade à Administração de agir dessa forma (discricionária), como no caso de remoção de ofício do servidor, para atender necessidade de serviço;

II) a lei é omissa, dado que não há viabilidade de se prever por meio de normas de cunho geral e abstrato todas as hipóteses que surgirão para a decisão administrativa;

III) a lei prevê certa competência, mas não a conduta a ser adotada, diante de determinada situação. Melhor exemplo a ser dado no que se a este caso é em matéria de poder de polícia, para o exercício do qual é impossível traçar todas as condutas possíveis diante de lesão ou ameaça de lesão à vida, à segurança pública, etc; e,

Muitos doutrinadores afirmam haver discricionariedade por parte da Administração quando esta faz interpretação de conceitos indeterminados. Um exemplo.

A Lei (10.520/2002) determina que a modalidade de licitação pregão serve para a aquisição de bens e serviços “comuns”. Mas o que seria o “comum”, para a Lei? Em casos como este, de conceitos imprecisos - indeterminados, caberia uma interpretação por parte da Administração com certa margem de liberdade, daí dizer, discricionária, para parte da doutrina.

Item II – INCORRETO. Na origem dos poderes disciplinar e criminal, podemos dizer que ambos são idênticos, pois têm por objetivo uma punição. Todavia, são substancialmente distintos: o criminal é eminentemente repressivo, fazendo-se sentir sobre, inclusive, a liberdade das pessoas, com âmbito externo de aplicação; já o disciplinar tem natureza (substância) menos agressiva, com aplicação às situações internas ao seio da Administração. Além dessa diferenciação, costuma-se apontar que a tipificação no Direito Penal é fechada, ou seja, para cada infração penal existe uma sanção tipificada adequadamente; enquanto no exercício do Poder Disciplinar ocorre parte das vezes de o administrador encontrar certa margem de discricionariedade na gradação da penalidade, p. ex., punição de suspensão de ATÉ 90 (noventa) dias. A natureza das penas, então, são muito distintas. Um exemplo conhecido: não há prisões administrativas, o que é absolutamente diferente na esfera criminal. As prisões, normalmente, vem daquela instância: criminal.

Item III – CORRETO. Aprendemos que existem dois tipos de Decretos editados atualmente pelo Chefe do Executivo: de execução e autônomos. O primeiro refere-se à faculdade de que dispõe os

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chefes de executivo de explicar a lei para sua correta execução, ou seja, não podem extrapolar o conteúdo da lei, sob pena de sustaçãopor ato do Congresso Nacional. O segundo tipo (autônomo ou independente) é editado dentro do que a doutrina reconhece como reserva da Administração, para dispor sobre matérias ainda não disciplinadas por lei. Cabe informar que apenas na organização da Administração é que os Decretos Autônomos terão efeitos regulamentares, normativos. Quando da extinção de cargos ou funções, quando vagos, o efeito será individual ou concreto.

Item IV – CORRETO. Corretíssimo o item. Item V – INCORRETO. Como decorrência do Princípio da

Jurisdição UNA, também denominado princípio da inafastabilidade da tutela (proteção) jurisdicional, nenhuma lesão ou ameaça pode ser afastada da apreciação do Poder Judiciário. Assim, em razão da prática de desvio de poder, vício que atinge o elemento finalidade do ato administrativo, não só pode como deve o Poder Judiciário invalidar o ato de Polícia, desde que, obviamente, seja provocada a atuação judicial. O único cuidado do amigo concursando é a lembrança de que o Judiciário não aprecia o mérito administrativo, que é matéria insindicável, ou seja, que não pode ser controlada pelo Poder Judiciário. Gabarito oficial: alternativa B.

9) (2009/FUNIVERSA/SEPLAG/DF – APO) A atividade negativa que impõe sempre uma abstenção ao administrado (obrigação de não fazer) caracteriza (A) o Poder Hierárquico. (B) o Poder Vinculado. (C) a avocação. (D) o Poder de Polícia. (E) o Poder Discricionário.

Comentários: Maior parte das questões aplicadas pela Funiversa foi sobre o

tema Poder de Polícia. Por esse motivo, vamos dedicar um carinho especial ao assunto.

De início, registramos que o Poder de Polícia encontra-se positivado no art. 78 do Código Tributário Nacional – CTN, que estabelece:

Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade

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pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

O Poder de Polícia encontra uma (péssima) definição na Lei. O conceito encontra-se contido no CTN em razão do exercício do Poder de Polícia constituir hipótese de incidência das taxas, em virtude do que dispõe a CF/1988 (Art. 145, II, além do art. 77 do mesmo CTN).

Vê-se, no conceito dado pela norma, a amplitude do conceito legal. São diversas áreas que podem exigir a atuação da polícia administrativa: segurança, higiene, mercado, etc. Todavia, sendo bem sincero, esse conceito é horrível! Nossa, é extenso demais e informar que é bom, muito pouco.

Preferimos entender o Poder de Polícia da forma que boa parte da doutrina o entende: a faculdade colocada à disposição do Estado para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício do coletivo e do próprio Estado.

Em linguagem menos técnica, podemos dizer que o exercício do Poder de Polícia impõe “por na balança”: o que é mais importante, o indivíduo ou o coletivo? De regra, será o coletivo, óbvio. O todo é mais importante que o indivíduo. Em resumo, o Poder de Polícia consiste na limitação do exercício das liberdades individuais, quando assim exigir o interesse público.

PODER DE POLÍCIA NÃO É SERVIÇO PÚBLICO

De forma ampla, Poder de Polícia abrange todas as ações do Estado que impliquem limitação de direitos individuais. Interessante destacar que o Poder de Polícia possui sensível diferença com relação a outras tarefas da Administração Pública, como, por exemplo, a prestação de serviços públicos.

Aliás, muitas vezes se confunde serviço público com Poder de Polícia, sobretudo, a administrativa. Ainda que se pudesse tratar um sem número de distinções entre tais tarefas da Administração Pública, há uma fundamental: nos serviços públicos há uma PRESTAÇÃO feita aos particulares, de modo geral, como, por exemplo, serviços de energia elétrica ou telefonia. No exercício do Poder de Policia há uma RESTRIÇÃO às liberdades individuais ou à propriedade, como no caso da interdição de um estabelecimento comercial por ausência de condições sanitárias de funcionamento.

Com outras palavras, pode-se entender o Poder de Polícia como uma intervenção NEGATIVA do Estado na sociedade, restritiva da autonomia que vale para os particulares. Muitas vezes, contudo, o exercício do Poder de Polícia pode levar à exigência de obrigações POSITIVAS do Estado com relação ao particular. Exemplo disso é o cumprimento de certos requisitos para a obtenção da carteira de motorista, obrigando ao particular a FAZER os exames, as horas-aula de trânsito, etc.

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Mas o que a carteira de motorista (que é uma licença) tem a ver com o Poder de Polícia? É que sem ela nós não podemos conduzir um veículo automotivo, de forma legítima.

Pois bem. Apesar de, aparentemente, o particular ter a obrigação de “tirar” a carteira, há uma restrição potencial por detrás dessa exigência. O Poder Público não quer que, na condução de um veículo, um particular, inábil, venha a causar danos aos demais. Logo, o Estado pode acabar restringido uma liberdade individual (de ir e vir) em prol do coletivo. Como dissemos, o Poder de Polícia é uma intervenção negativa do Estado na sociedade. Basta apenas que se veja pelo ângulo correto.

Releva destacar o importante papel do Poder Legislativo no que diga ao exercício do Poder de Polícia. Incumbe ao referido Poder a função precípua de criar o direito, dado que apenas por lei pode-se impor obrigações ou proibições, o que constitui princípio constitucional, haja vista que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5º, II, CF, o já citado e conhecido princípio da reserva legal). Entendendo-se o Poder de Polícia como toda e qualquer restrição pelo Estado, por Leis ou atos administrativos, com relação às liberdades individuais e ao uso da propriedade, é claro que o Poder de Polícia é exercido, também, pelo Legislativo, o que a doutrina chama de conceito amplo de Poder de Polícia.

Estritamente, ao se referenciar Polícia ADMINISTRATIVA quer-se tratar de atividades administrativas que culminam no uso pelos agentes da Administração das prerrogativas que lhe foram concedidas e que tenham por resultado a restrição e o condicionamento da liberdade e propriedade.

Cumpre relembrar que a atuação da Administração ocorre dentro dos limites estabelecidos pelas Leis, preexistentes quanto ao efetivo uso do Poder de Polícia. Por oportuno, cite-se o comando contido no § único do art. 78 do CTN, que estatui como regular o uso do poder ora abordado quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Em síntese, a Polícia Administrativa é atividade a ser desempenhada nos limites da LEI.

Gabarito oficial: alternativa D.

10) (2009/FUNIVERSA/ADASA – REGULADOR DE SERVIÇOS PÚBLICOS) A respeito dos atos e dos poderes administrativos, assinale a alternativa correta. (A) O poder de polícia é um poder regulamentar.

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(B) O dever de hierarquia é aplicável a todos os órgãos e entidades de todos os Entes, de todos os Poderes, em todas suas funções. (C) Por ser o exercício de um poder de polícia, a atividade regulatória poderá ser remunerada via cobrança de taxas. (D) Instrumentos de retirada da validade dos atos administrativos, a revogação e a anulação têm efeitos denominados ex tunc.

Comentários: Alternativa A – INCORRETA. O poder de polícia não se

confunde com o poder regulamentar, daí a incorreção do quesito. O poder de polícia pode até ser exercido por intermédio do poder regulamentar, mas há situações em que o poder de polícia é realizado concretamente, exemplo da interdição de um bingo que funcione apenas com autorização estadual.

Alternativa B – INCORRETA. Responda rápido: existe hierarquia entre o STJ e o STF? Existe hierarquia entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal? Nem pensar. No exercício das funções típicas desses Poderes, não há como cogitarmos de hierarquia. O Poder Hierárquico até se faz sentir nestes poderes, porém quando desempenham função administrativa (leia-se: função atípica).

Alternativa C – CORRETA. Vimos que o Poder de Polícia encontra uma péssima definição na Lei. O conceito encontra-se contido no CTN em razão do exercício do Poder de Polícia constituir hipótese de incidência das taxas, em virtude do que dispõe a CF/1988 (Art. 145, II, além do art. 77 do mesmo CTN).

Alternativa D – INCORRETA. Veremos que o efeito da revogação é ex-nunc, enquanto o efeito regra da anulação é ex-tunc, daí a incorreção do quesito.

Gabarito oficial: alternativa C.

11) (2010/FUNIVERSA/COFECON – ADVOGADO) A administração pública resolveu demolir uma construção irregular que colocava em risco a vida da população. A respeito dessa atitude do poder público, assinale a alternativa correta. (A) A administração pública valeu-se do poder regulamentar. (B) A administração pública valeu-se do poder de polícia, cujos atributos são a autoexecutoriedade e a coercibilidade. (C) O poder exercido pela administração pública pode ser delegado a entidades privadas. (D) O poder exercido pela administração pública não pode ser utilizado pela administração indireta. (E) A administração pública valeu-se do poder disciplinar.

Comentários:

Antes de analisarmos os quesitos propriamente ditos, tratemos das características usualmente apontadas quanto ao exercício do

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Poder de Polícia: autoexecutoriedade, coercibilidade e discricionariedade.

A autoexecutoriedade consiste na possibilidade da maior parte dos atos administrativos decorrentes do exercício do Poder de Polícia ser imediata e diretamente executados pela própria Administração, independentemente de autorização ou intervenção ordem judicial, daí a correção da alternativa B.

É pressuposto lógico do exercício do Poder de Polícia, sendo necessária para garantir agilidade às decisões administrativas no uso desse poder. Contudo, a autoexecutoriedade não está presente em todos os atos que venham a decorrer do Poder de Polícia Administrativa.

Com efeito, no caso, por exemplo, das multas, permite-se, de maneira autoexecutória, apenas a imposição (aplicação) destas, mas não a sua cobrança, a qual deverá ser realizada por meio da ação adequada na esfera judicial. Nem todos os atos que venham a decorrer do Poder de Polícia são, portanto, autoexecutórios.

Parte da doutrina opta por desdobrar o atributo da auto-executoriedade em dois: a exigibilidade (privilège du prèalable) e a executoriedade (privilège d’action d’office).

Em decorrência da exigibilidade, a decisão administrativa constante de um ato de polícia se impõe ao administrado, independentemente de sua concordância. Para fazer valer esse instituto, a Administração pode lançar mão de meios indiretos de coação, tais como as multas ou a impossibilidade de licenciamento de veículo, enquanto não pagas as multas anteriores.

Pela executoriedade, haverá coação direta, ou material, do administrado para a prática de um ato. Há executoriedade, por exemplo, na dissolução de uma reunião ocorrente em determinado local.

Não se confunda autoexecutoriedade das sanções de polícia com punição sumária e sem defesa. A adoção de medidas sumárias, sem defesa por parte de um atingido por estas é fato raro, só podendo ser utilizada em situações excepcionais, quando a demora pode levar à ineficácia da medida, em si. É o que ocorre, por exemplo, na interdição de estabelecimentos que, por sua estrutura física, estejam a ameaçar a vida das pessoas, ou na apreensão e destruição de alimentos impróprios para o consumo humano. Nesse caso, pode-se adotar a medida, preliminarmente, para só então se dar vazão ao contraditório, com os meios que lhes são próprios.

Em razão do atributo da coercibilidade, as medidas adotadas pela Administração no exercício do Poder de Polícia podem ser impostas de maneira coativa aos administrados, independente de prévia manifestação judicial. De todo modo, em face das pretensões

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da Administração, que poderão sofrer forte resistência dos particulares, a Administração poderá, a priori, demandar manifestação do Judiciário, no intuito de diminuir essa resistência, daí a correção da alternativa B.

Tal situação é comum, por exemplo, na interdição de prédios que, em decorrência de suas instalações físicas, sejam inseguros para o exercício de certas atividades. De qualquer maneira, o particular insatisfeito com a atuação administrativa poderá levar a situação à apreciação do Poder Judiciário, a quem competirá, última forma, decidir sobre a questão discutida. A coercibilidade justifica, ainda, o uso da força física no caso de resistência do administrado, a qual deverá ser proporcional a tal resistência.

Bom registrar que nem todo ato de polícia é dotado de coercibilidade: de fato, as licenças, autorizações e permissões, decorrentes do poder de polícia, contam com a concordância do destinatário do ato, daí dizer que, nestes atos, não há falar em coercibilidade.

A terceira (e última) característica dos atos decorrentes do Poder de Polícia é a discricionariedade (não confundir com Poder Discricionário).

A Administração detém razoável liberdade de atuação no exercício do Poder de Polícia. Dentro dos limites dados pela lei, a Administração poderá valorar critérios de conveniência e oportunidade para a prática dos atos de polícia, determinando critérios para definição, por exemplo, de quais atividades irá fiscalizar, bem como as sanções aplicáveis em decorrência de certa infração, as quais, é lógico, devem estar previstas em lei.

A regra é que atividade decorrente do Poder de Polícia, sobretudo a administrativa, é discricionária, mas, sob determinadas circunstâncias, será vinculada. É o caso das concessões de licenças, atos administrativos vinculados e definitivos, por meio dos quais a Administração reconhece o direito subjetivo de um particular à prática de determinada atividade, a partir do preenchimento de certas condições necessárias ao gozo desse direito.

Por exemplo, para exercer uma profissão, que é um direito constitucional, há que se obter licença para tanto. Cumpridos os requisitos para a obtenção desta, a Administração deverá concedê-la ao particular. Chamamos atenção para que não se confunda a licença com o alvará, pois este apenas se apresenta como uma das formas de exteriorizar a licença.

Assim, pode-se afirmar que a regra é a discricionariedade do exercício do Poder de Polícia, mas nada impede que este, sob determinadas situações, seja vinculado.

Vamos aos itens.

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Alternativa A – INCORRETA. Poder de Polícia e não regulamentar, daí a incorreção do quesito.

Alternativa B – INCORRETA. Perfeita! Alternativa C – INCORRETA. O exercício do Poder de Polícia

administrativo, doutrinariamente, é dividido em originário e delegado.

De maneira originária, o Poder de Polícia é exercido pelas pessoas políticas que integram o Estado (União, Estados e Distrito Federal e Municípios), abarcando os atos administrativos praticados por estas, no exercício do Poder de Polícia, por intermédio de seus órgãos.

Ocorre que o poder público, conhecidamente, não age exclusivamente por órgãos e agentes internos a sua estrutura. Quando o poder de polícia é levado a efeito pelas pessoas administrativas do Estado, componentes da Administração indireta, em decorrência de delegação (outorga) legal da entidade estatal a qual pertence está-se diante do poder de polícia delegado.

Duas são as condições para validade dessa delegação, conforme a jurisprudência do STF:

I) Deve decorrer de lei formal, oriunda do regular exercício da função Legislativa;

II) O delegatário (aquele que recebe a delegação) deve ser integrante da administração indireta, devendo possuir, ainda, personalidade jurídica de direito público.

Observe-se que a doutrina não admite outorga do poder de polícia a pessoas da iniciativa privada, sem vínculo oficial com os entes públicos, dado que tais pessoas não possuem o poder de império (ius imperii), próprio e privativo do Poder Público.

Essa questão foi tratada, incidentalmente, pelo STF no julgamento da ADIn 1.717, na qual se tratou da natureza jurídica dos conselhos de fiscalização de profissões, como, por exemplo, o de Engenheiros e Arquitetos, o de Economistas, de Médicos, etc.

Excetuada a OAB, os conselhos de fiscalização devem ser vistos como entidades de natureza autárquica, ou seja, SÃO AUTARQUIAS (corporativas – de fiscalização de profissões). Assim devem ser vistas tais entidades, sobretudo em razão de sua principal atividade – PODER DE POLÍCIA COM RELAÇÃO ÀS PROFISSÕES.

Alternativa D – INCORRETA. As pessoas de Direito Público podem desempenhar o Poder de Polícia. As autarquias são pessoas de Direito Público. As autarquias são integrantes da Administração Indireta. Logo podem exercer poder de polícia.

Alternativa E – INCORRETA. O poder disciplinar alcança apenas as pessoas sujeitas a um vínculo especial junto à Administração, exemplo dos servidores e empresas contratadas. O poder de polícia, por sua vez, baseia-se na supremacia geral do

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Estado, alcançado qualquer particular dentro do limite de competência do Estado.

Gabarito oficial: alternativa B.

12) (2009/FUNIVERSA/ADASA – ADVOGADO) Poder de polícia, pelo conceito moderno adotado no direito brasileiro, é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público. A respeito desse tema, assinale a alternativa correta. (A) A polícia administrativa atua preventiva ou repressivamente. (B) O poder de polícia é abrangente e não se distingue polícia administrativa de polícia judiciária. (C) Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o poder de polícia não é atividade exclusiva do Estado, podendo, por isso, ser delegado a entidades privadas. (D) A discricionariedade, a autoexecutoriedade e a supra legalidade são atributos característicos do poder de polícia. (E) A apreensão de mercadoria ilegal em alfândega não pode ser realizada com fundamento no poder de polícia.

Comentários: Vamos aproveitar a questão para esclarecer a distinção entre

Poder de Polícia Administrativa e Judiciária. Vejamos.

A Polícia Administrativa é atividade da Administração que “se exaure em si mesma”, ou seja, com início e fim no âmbito da função administrativa, levada a efeito por entidades e órgãos administrativos, incidindo basicamente sobre as liberdades e propriedade dos indivíduos.

Já Polícia Judiciária atua na preparação da atuação função jurisdicional, sendo executada por órgãos de segurança (polícia civil de um estado, a exemplo), referindo-se ao indivíduo, ou seja, aquele que poderia cometer um ilícito penal.

A doutrina indica que há uma linha de diferenciação básica entre a Polícia Administrativa e a Judiciária, que diz respeito à ocorrência ou não de ilícito penal. Com efeito, quando atua na área de ilícito puramente administrativo (preventiva ou repressivamente) a Polícia é Administrativa. Quando o ilícito penal (crimes e contravenções) é praticado, é a Polícia Judiciária que age. Como exemplo de Polícia Administrativa pode-se citar a fiscalização de atividades de comércio, sobre condições de estocagem de alimentos, etc.

Quando há investigação criminal, com a audiência de testemunhas, inspeções e perícias, por exemplo, estão a se desenvolver atividades de Polícia Judiciária, após o término das quais os elementos deverão ser enviados ao Ministério Público, para a adoção das providências pertinentes.

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Outro critério adotado para diferenciação entre as Polícias Administrativa e Judiciária seria quanto a seu caráter: quando preventivo, trata-se de atividade de polícia administrativa; quando repressivo, de polícia judiciária.

A Polícia Administrativa também atua repressivamente quando, por exemplo, apreende arma usada indevidamente ou quando interdita um estabelecimento comercial ou quando apreende medicamentos.

Já os agentes da Polícia Judiciária podem agir de modo preventivo, de modo a evitar a prática de delitos, como, por exemplo, em campanhas de conscientização para que se evite violência contra crianças e idosos.

Em resumo, pode-se afirmar: a Polícia Administrativa reveste-se, eminentemente, de caráter preventivo, mas, sob determinadas circunstâncias, terá caráter repressivo. Já a Polícia Judiciária é eminentemente repressiva, mas pode agir, em alguns casos, de modo preventivo.

Vamos às análises. Alternativa A – CORRETA. À vista dos comentários, conclui-

se pela perfeição do quesito. Alternativa B – INCORRETA. Sim, há diferença entre a polícia

judiciária e administrativa. Alternativa C – INCORRETA. O entendimento do STF é

exatamente o inverso. Não cabe a delegação a particulares. Alternativa D – INCORRETA. Supralegalidade forçou a

amizade! Alternativa E – INCORRETA. Sim pode. Faz-se uso dos

atributos da coercibilidade e autoexecutoriedade.

Gabarito oficial: alternativa A.

13) (2008/FUNIVERSA/SEJUS/DF – TÉCNICO PENITENCIÁRIO) A Administração Pública tem por incumbência condicionar o exercício dos direitos dos cidadãos ao bem-estar coletivo, fazendo uso de seu poder de polícia. A respeito desse tema, assinale a alternativa incorreta. (A) São características do poder de policia: discricionariedade; auto-executoriedade e coercibilidade. (B) A vedação de manter certos animais na zona urbana é um dos exemplos de restrições decorrentes do poder de polícia. (C) A faculdade de a Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário, caracteriza a auto-executoriedade do poder de polícia. (D) O poder de polícia é abrangente e não se distingue polícia administrativa de polícia judiciária.

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(E) O poder de polícia administrativa ocorre tanto em caráter preventivo como repressivo.

Comentários: Parece a mesma questão, mas não é! A banca fez uso da

célebre passagem de “Lavoisier” (nada se cria, tudo se copia!). Sem grandes dificuldades, chegamos à alternativa D.

Gabarito oficial: alternativa D.

14) (2010/FUNIVERSA/SEPLAG – PROFESSOR EB) Para alcançar os fins almejados pelo Estado e, por conseguinte, o interesse público, a administração pública é dotada de prerrogativas que lhe permitem cumprir suas finalidades. São tais prerrogativas entendidas, por isso, como poderes instrumentais. No tocante aos poderes administrativos, assinale a alternativa incorreta. (A) A polícia administrativa pode agir preventiva ou repressivamente. (B) O poder discricionário implica liberdade de atuação administrativa, não havendo nenhuma subordinação à lei. (C) Aplicar pena de suspensão a servidor público é poder disciplinar da administração pública. (D) Determinados atos oriundos do poder de polícia gozam de autoexecutoriedade. (E) O poder regulamentar é o que dispõe o chefe do Poder Executivo para a edição de decretos e regulamentos visando à fiel execução das leis.

Comentários: Inacreditável a falta de criatividade. Talvez por isso a

organizadora proteja suas provas com duas ou mais senhas! Nós concursandos que temos acesso aos cursos do ponto agradecemos! A resposta é B. Em todo caso, vamos acrescentar outros detalhes sobre o Poder de Polícia, ainda não cobrados pela ilustre organizadora. Vejamos as condições de validade do Poder de Polícia.

Em razão do contínuo aumento das atividades estatais, o que tem se observado é o proporcional aumento nas atividades de Polícia Administrativa, alcançando as mais diversas áreas, tais como: proteção à moral e aos bons costumes, controle de publicações, saúde pública, entre outras.

A regra para definir a área de abrangência da polícia administrativa é a seguinte: verificando-se relevante interesse da coletividade ou do Estado, ocorre a possibilidade, de maneira correlata, do exercício do Poder de Polícia Administrativa para a proteção desses interesses.

De outra parte, o exercício do Poder de Polícia não poderia ser ilimitado, haja vista que este não poderia simplesmente fulminar direitos da sociedade e dos indivíduos, de modo geral. Assim, têm-se

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como limites ao exercício do Poder de Polícia, dentre outros: os direitos do cidadão, prerrogativas individuais e liberdades públicas asseguradas na Constituição e nas leis.

Outros pressupostos de limitação do Poder ora estudado são a proporcionalidade dos atos de polícia, bem como a observância do devido processo legal.

Em decorrência da proporcionalidade, que pode ser entendida como a adequada relação entre a medida restritiva e o benefício a ser atingido, a decisão adotada pela autoridade não poderá ultrapassar o necessário para atingimento do benefício desejado pela coletividade, sendo desproporcional o ato de polícia praticado com abuso de, podendo ser corrigido pela atuação do Poder Judiciário, por exemplo.

Na visão de alguns doutrinadores (destaque para a Prof. Di Pietro), eficácia, necessidade e proporcionalidade são as “regras” básicas para o adequado exercício do Poder de Polícia. Desses, a eficácia pode ser entendida como a escolha da decisão ADEQUADA para impedir um dano ao interesse público, constituindo. A eficácia limita, sem dúvida, a atuação do Estado no desempenho do Poder de Polícia administrativa, no qual só pode utilizar da medida precisa para o atendimento do interesse público.

Por fim, para a aplicação das sanções decorrentes do Poder de Polícia deve ser observado o devido processo legal (due process of law), garantindo-se ao administrado o direto à ampla defesa, assegurado constitucionalmente (art. 5º, LIV e LV, CF).

Gabarito oficial: alternativa B.

15) (2010/FUNIVERSA/SECTEC – SSP –PERITO CRIMINAL) Os poderes administrativos, antes de se constituírem prerrogativas, consubstanciam verdadeiros deveres administrativos, sendo certo que cabe à administração pública exercê-los corretamente, nos estritos limites da lei. Acerca dos poderes conferidos à administração pública, assinale a alternativa correta. (A) O ato de uma autoridade administrativa que aplica uma penalidade de advertência a um servidor subordinado, por inobservância de certo dever funcional, está inserido no contexto do exercício regular dos poderes regulamentar e hierárquico. (B) Se uma autoridade remove um servidor apenas por motivo de desavenças pessoais entre eles, alegando, contudo, conveniência da administração, fica caracterizado o excesso de poder. (C) A atividade do Estado em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público é traço marcante do poder disciplinar.

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(D) O poder regulamentar traduz-se na possibilidade de a administração pública apurar e punir as infrações praticadas pelos agentes públicos. (E) Na administração pública, uma autoridade pode controlar o mérito e a legalidade dos atos praticados por seus subordinados.

Comentários:

Alternativa A – INCORRETA. Contexto do poder disciplinar e do poder hierárquico.

Alternativa B – INCORRETA. Opa! Se o agente tem competência, mas pratica o ato visando finalidade diversa da prevista na lei, pratica DESVIO DE FINALIDADE OU DE PODER.

Alternativa C – INCORRETA. Definição de poder de polícia.

Alternativa D – INCORRETA. Definição de poder disciplinar.

Alternativa E – CORRETA. Com base no poder hierárquico, a autoridade pode rever os atos dos subordinados. Se legais, no entanto, inoportunos, caberá a revogação. Se ilegais, caberá a anulação (desfazimento do ato) ou, ainda, a convalidação (correção do vício e manutenção do ato), daí a correção do presente quesito.

Gabarito oficial: alternativa E.

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SIMULADO FINAL

As questões aplicadas pela ilustre banca cobrando o tema Poderes foram poucas. Mas nem por isso devemos esmorecer. Reproduzimos, abaixo, um simulado com questões do Cespe, todas do ano de 2010. Depois de sua realização, é importante a leitura dos comentários.

(2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) O modelo regulatório propõe a extensão ao setor dos serviços públicos de concepções desenvolvidas na atividade econômica privada. Somente incumbe ao Estado desempenhar atividades diretas nos setores em que a atuação da iniciativa privada, orientada à acumulação egoística de riqueza, colocar em risco valores coletivos ou for insuficiente para propiciar sua plena realização.

Marçal Justen Filho. Curso de direito administrativo. Saraiva: São Paulo, 2005, p. 450 (com adaptações).

Julgue os itens com relação aos poderes regulador, regulamentar e de polícia.

1. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) Uma distinção significativa entre o poder de polícia e a regulação é que, no modelo de Estado regulador, as sanções não possuem necessariamente natureza repressiva, admitindo-se também sanções positivas ou premiais, como o fomento, por exemplo. (Certo/Errado)

2. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) No direito brasileiro, a atividade regulamentar restringe-se aos decretos de execução, não sendo permitida a existência de outros atos normativos infralegais. (Certo/Errado)

3. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) O decreto regulamentar somente poderá ser sustado por meio de controle judicial, jamais por ato do Poder Legislativo. (Certo/Errado)

4. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) O efetivo ou potencial exercício do poder de polícia da administração poderá ser remunerado por meio de taxa. (Certo/Errado)

5. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) A distinção entre regulação e regulamentação, no modelo de Estado regulador, não tem razão de ser. Em qualquer situação, cabe ao Estado, por meio do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, concretizar os valores constitucionais dos serviços públicos ou do mercado. Nesse contexto, não é inconstitucional uma lei que delegue ao Poder Executivo a atribuição de regulamentá-la, mediante decreto, e que esse decreto venha a definir, por si mesmo, as condições ou os requisitos necessários ao nascimento do direito material. (Certo/Errado)

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6. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) Há excesso de poder quando o agente público decreta a remoção de um servidor não como necessidade do serviço, mas como punição. (Certo/Errado)

7. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) Do poder hierárquico decorre a possibilidade de os agentes públicos delegarem suas competências, devendo haver sempre responsabilização do delegante pelos atos do delegado, por agirem em seu nome. (Certo/Errado)

8. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) É discricionário o ato administrativo que impõe sanção disciplinar, razão pela qual não se submete ao controle jurisdicional. (Certo/Errado)

9. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) É possível a delegação do poder de polícia a particular mediante celebração de contratos administrativos, em especial nos locais em que a presença do poder público seja deficiente. (Certo/Errado)

10. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) Decorrente diretamente do denominado poder regulamentar, uma das características inerentes às agências reguladoras é a competência normativa que possuem para dispor sobre serviços de suas competências. (Certo/Errado)

11. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à administração pública de editar atos de caráter geral que visam complementar ou alterar a lei, em face de eventuais lacunas e incongruências. (Certo/Errado)

12. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) No exercício do poder disciplinar, cabe à administração apurar e aplicar penalidades aos servidores públicos e às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. (Certo/Errado)

13. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) A hierarquia é atribuição exclusiva do Poder Executivo, que não existe na esfera do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, pois as funções atribuídas a esses últimos poderes são apenas de natureza jurisdicional e legiferante. (Certo/Errado)

14. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) O poder de polícia administrativa manifesta-se por meio de atos concretos e específicos, mas não de atos normativos, pois estes não constituem meios aptos para seu adequado exercício. (Certo/Errado)

15. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) No exercício do poder de polícia, a administração age sempre com autoexecutoriedade, não dependendo de outro poder para torná-lo efetivo. (Certo/Errado)

16. (2010/CESPE/MS/ANALISTA) A sanção administrativa é consectário do poder de polícia regulado por normas administrativas. (Certo/Errado)

17. (2010/CESPE/MP-ES/Promotor/Questão adaptada) O poder regulamentar formaliza-se por meio de decretos e regulamentos.

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Nesse sentido, as instruções normativas, as resoluções e as portarias não podem ser qualificadas como atos de regulamentação. (Certo/Errado)

18. (2010/CESPE/MP-ES/Promotor/Questão adaptada) No exercício de controle de natureza política, o Congresso Nacional dispõe do poder de sustar os atos normativos do Poder Executivo e do Poder Judiciário que exorbitem do poder regulamentar. (Certo/Errado)

19. (2010/CESPE/TRE-BA/Técnico) A hierarquia é o escalonamento em plano vertical dos órgãos e agentes da administração. Desse modo, se, de um lado, os agentes de grau superior têm poderes de fiscalização e de revisão sobre os agentes de grau menor, os órgãos superiores, como os ministérios, exercem o controle sobre os demais órgãos de sua estrutura administrativa e sobre os entes a eles vinculados. (Certo/Errado)

20. (2010/CESPE/ANEEL/Analista) Com fundamento no poder disciplinar, a administração pública, ao ter conhecimento de prática de falta por servidor público, pode escolher entre a instauração ou não de procedimento destinado a promover a correspondente apuração de infração. (Certo/Errado)

21. (2010/CESPE/TRE-BA/Técnico) O poder de polícia manifesta-se apenas por meio de medidas repressivas. (Certo/Errado)

22. (2010/CESPE/TER-BA/Analista) Quando um fiscal apreende remédios com prazo de validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmácia, tem-se exemplo do poder disciplinar da administração pública. (Certo/Errado)

23. (2010/CESPE/TRE-BA/Analista Jud.) O poder de polícia, considerado como a atividade do Estado limitadora do exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público, é atribuído com exclusividade ao Poder Executivo. (Certo/Errado)

24. (2010/CESPE/PGFN/Procurador) O prazo prescricional para que a administração pública federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, inicie ação punitiva, cujo objetivo seja apurar infração à legislação em vigor, é de cinco anos, contados da data em que o ato se tornou conhecido pela administração, salvo se se tratar de infração dita permanente ou continuada, pois, nesse caso, o termo inicial ocorre no dia em que cessa a infração. (Certo/Errado)

25. (2010/CESPE/PGFN/Procurador) Atos administrativos decorrentes do poder de polícia gozam, em regra, do atributo da autoexecutoriedade, haja vista a administração não depender da intervenção do Poder Judiciário para torná-los efetivos. Entretanto, alguns desses atos importam exceção à regra, como, por exemplo, no caso de se impor ao administrado que este construa uma calçada. A exceção ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidade

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e executoriedade, e, nesse caso, falta a executoriedade. (Certo/Errado)

26. (2010/CESPE/MP-ES/Promotor/Questão adaptada) O poder de polícia administrativa consubstancia-se por meio de determinações de ordem pública, de modo a gerar deveres e obrigações aos indivíduos. Nesse sentido, os atos por intermédio dos quais a administração consente o exercício de determinadas atividades não são considerados atos de polícia. (Certo/Errado)

27. (2010/CESPE/MP-ES/Promotor/Questão adaptada) Na esfera da administração pública federal, direta ou indireta, a ação punitiva, quando se tratar do exercício do poder de polícia, prescreve em cinco anos contados a partir da data da prática do ato ou, em se tratando de infração permanente ou continuada, a partir do dia em que esta tiver cessado. (Certo/Errado)

28. (2010/CESPE/CETURB/ADVOGADO) Constitui exemplo de exercícios do poder hierárquico pela administração pública a imposição de penalidades a concessionário de serviço público em razão de falhas na sua prestação. (Certo/Errado)

29. (2010/CESPE/CETURB/ADVOGADO) Embora a autoexecutoriedade seja atributo do poder de polícia, a cobrança da multa imposta pela administração traduz exceção a tal regra, pois, considerado que tal atributo pode ser dividido nos elementos executoriedade e exigibilidade, falta à sanção pecuniária este último elemento. (Certo/Errado)

30. (2010/CESPE/CETURB/ADVOGADO) Segundo entendimento do STJ, o poder disciplinar é sempre vinculado, não havendo qualquer espaço de escolha para o administrador, quer quanto à ocorrência da infração, quer quanto à pena a ser aplicada, razão pela qual o ato pode ser revisto em todos os seus aspectos pelo Poder Judiciário. (Certo/Errado)

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QUESTÕES COMENTADAS

(2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) O modelo regulatório propõe a extensão ao setor dos serviços públicos de concepções desenvolvidas na atividade econômica privada. Somente incumbe ao Estado desempenhar atividades diretas nos setores em que a atuação da iniciativa privada, orientada à acumulação egoística de riqueza, colocar em risco valores coletivos ou for insuficiente para propiciar sua plena realização.

Marçal Justen Filho. Curso de direito administrativo. Saraiva: São Paulo, 2005, p. 450 (com adaptações).

Julgue os itens com relação aos poderes regulador, regulamentar e de polícia.

1. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) Uma distinção significativa entre o poder de polícia e a regulação é que, no modelo de Estado regulador, as sanções não possuem necessariamente natureza repressiva, admitindo-se também sanções positivas ou premiais, como o fomento, por exemplo.

Comentários:

Questão excelente. Aqui é suficiente pensarmos, por exemplo, na Ancine (Agência Nacional de Cinema), responsável pela atividade de FOMENTO.

Gabarito: CERTO.

2. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) No direito brasileiro, a atividade regulamentar restringe-se aos decretos de execução, não sendo permitida a existência de outros atos normativos infralegais.

Comentários:

Ao lado dos decretos de execução, há as resoluções, as instruções e as portarias, por exemplo, o que torna o item incorreto.

Gabarito: ERRADO.

3. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) O decreto regulamentar somente poderá ser sustado por meio de controle judicial, jamais por ato do Poder Legislativo.

Comentários:

Jogo dos dois erros! Um primeiro erro é que não cabe ao Poder Judiciário sustar atos da Administração. A sustação é ato de competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional, daí a incorreção da alternativa.

Gabarito: ERRADO.

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4. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) O efetivo ou potencial exercício do poder de polícia da administração poderá ser remunerado por meio de taxa.

Comentários:

É bem verdade que a Administração não precisa realizar efetivamente o Poder de Polícia, sendo suficiente a existência de uma estrutura. No entanto, nos termos do CTN, o exercício deve ser regular e não potencial. A potencialidade é traço que marca a hipótese de incidência serviços públicos e não o Poder de Polícia, daí a incorreção do quesito.

Gabarito: ERRADO.

5. (2010/Cespe - TRF/2R/Juiz) A distinção entre regulação e regulamentação, no modelo de Estado regulador, não tem razão de ser. Em qualquer situação, cabe ao Estado, por meio do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, concretizar os valores constitucionais dos serviços públicos ou do mercado. Nesse contexto, não é inconstitucional uma lei que delegue ao Poder Executivo a atribuição de regulamentá-la, mediante decreto, e que esse decreto venha a definir, por si mesmo, as condições ou os requisitos necessários ao nascimento do direito material.

Comentários:

Opa! O sistema brasileiro não compadece com os chamados decretos autorizados, ou seja, a Lei deixa o disciplinamento da matéria inteiramente pelo Decreto, daí a incorreção do quesito.

Gabarito: ERRADO.

6. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) Há excesso de poder quando o agente público decreta a remoção de um servidor não como necessidade do serviço, mas como punição.

Comentários:

Desvio de poder/finalidade não se confunde com excesso de poder, embora ambas sejam espécies do gênero ABUSO DE PODER. No excesso, o agente não tem competência para a prática do ato, exemplo da demissão por Ministro que não tenha recebido delegação Presidencial. O excesso de poder dá-se ainda quando o agente, embora competente, pratica o ato de forma não proporcional. Já no desvio de finalidade, o agente, embora competente, busca com a prática do ato diretriz diversa da fixada originariamente (exemplo da remoção de servidor com o intuito de puni-lo), daí a incorreção do quesito.

Gabarito: ERRADO.

7. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) Do poder hierárquico decorre a possibilidade de os agentes públicos delegarem suas competências,

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devendo haver sempre responsabilização do delegante pelos atos do delegado, por agirem em seu nome.

Comentários:

Responda rápido: quem responde é o delegante ou o delegatário? Bom, delegatário termina em ÁRIO da mesma forma que OTÁRIO, enfim, é o delegatário o responsável pelas irregularidades. Obviamente esta é a regra, afinal existem situações de incidência da culpa em eleger e em vigiar (mas é exceção, viu!).

Gabarito: ERRADO.

8. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) É discricionário o ato administrativo que impõe sanção disciplinar, razão pela qual não se submete ao controle jurisdicional.

Comentários:

O servidor “X” chegou atrasado 30 minutos à repartição. Por isso, foi aberto PAD, resultando na suspensão do servidor em 89 dias. Pergunta-se: não pode o Poder Judiciário apreciar esta penalidade, tendo em vista a discricionariedade da gradação da penalidade suspensão? É lógico que cabe o controle judicial, utilizando-se, no caso, o princípio da proporcionalidade, daí a incorreção do quesito.

Gabarito: ERRADO.

9. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) É possível a delegação do poder de polícia a particular mediante celebração de contratos administrativos, em especial nos locais em que a presença do poder público seja deficiente.

Comentários:

Essa foi tranquila: poder de polícia é indelegável a particulares!

Gabarito: ERRADO.

10. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 2) Decorrente diretamente do denominado poder regulamentar, uma das características inerentes às agências reguladoras é a competência normativa que possuem para dispor sobre serviços de suas competências.

Comentários:

O item está perfeito. No entanto, frisamos que as Agências Reguladoras, tecnicamente falando, desempenham PODER NORMATIVO TÉCNICO, o qual, na visão do STF, apesar de cercado de discricionariedade, encontra baliza no princípio da legalidade.

Gabarito: CERTO.

11. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à administração pública de editar atos de caráter geral que visam complementar ou alterar a lei, em face de eventuais lacunas e incongruências.

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Comentários:

Opa! O poder regulamentar é para preenchimento de lacunas?! Isso não existe, pelo menos em termos de concurso público! Os decretos de execução servem para dar fiel execução às leis.

Gabarito: ERRADO.

12. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) No exercício do poder disciplinar, cabe à administração apurar e aplicar penalidades aos servidores públicos e às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.

Comentários:

O poder disciplinar, embora costumeiramente afete servidores públicos, acha-se apto a alcançar particulares, desde que estes tenham vínculo com a Administração, exemplo das empresas contratadas.

Gabarito: CERTO.

13. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) A hierarquia é atribuição exclusiva do Poder Executivo, que não existe na esfera do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, pois as funções atribuídas a esses últimos poderes são apenas de natureza jurisdicional e legiferante.

Comentários:

Exclusiva do Poder Executivo?! Ora, a tripartição de Poderes é apenas moderada, flexível, de tal sorte que os Poderes desempenham, além das competências típicas, funções não primordiais. Por exemplo: o Poder Executivo pode legislar (MP, leis delegadas) e todos podem administrar. Como todos podem administrar, haverá os influxos do Poder Hierárquico, daí a incorreção.

Gabarito: ERRADO.

14. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) O poder de polícia administrativa manifesta-se por meio de atos concretos e específicos, mas não de atos normativos, pois estes não constituem meios aptos para seu adequado exercício.

Comentários:

Aqui em SP temos o Rodízio municipal de trânsito. Fica tranquila(o) que sua vez vai chegar! Bom, a regulamentação foi feita por Decreto, ato normativo, daí a incorreção do quesito.

Gabarito: ERRADO.

15. (2010/Cespe - TRE/MT/Cargo 6) No exercício do poder de polícia, a administração age sempre com autoexecutoriedade, não dependendo de outro poder para torná-lo efetivo.

Comentários:

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Age sempre com autoexecutoriedade?! Vimos que há momentos em que o atributo não se faz presente, exemplo clássico da cobrança de multa, daí a incorreção do quesito.

Gabarito: ERRADO.

16. (2010/CESPE/MS/ANALISTA) A sanção administrativa é consectário do poder de polícia regulado por normas administrativas.

Comentários:

Há determinados autores que apresentam o seguinte ciclo do Poder de Polícia: ordem, consentimento, fiscalização e sanção. Ou seja, um dos consectários pode sim ser a sanção. Por exemplo: o Estado consente com sua carteira de habilitação; a Lei “Seca” proíbe o consumo de bebidas se for dirigir; o poder público fiscaliza a aplicação da lei; você bebe e é pego, resultado: SANÇÃO.

Gabarito: CERTO.

17. (2010/CESPE/MP-ES/Promotor/Questão adaptada) O poder regulamentar formaliza-se por meio de decretos e regulamentos. Nesse sentido, as instruções normativas, as resoluções e as portarias não podem ser qualificadas como atos de regulamentação.

Comentários:

Questão de fixação. São sim formas de regulamentação.

Gabarito: ERRADO.

18. (2010/CESPE/MP-ES/Promotor/Questão adaptada) No exercício de controle de natureza política, o Congresso Nacional dispõe do poder de sustar os atos normativos do Poder Executivo e do Poder Judiciário que exorbitem do poder regulamentar.

Comentários:

Excelente! De acordo com o inc. V do art. 49 da CF/1988, o poder de sustação (não é revogação, não é anulação!) só incide sobre os atos do Poder Executivo e não do Poder Judiciário, daí a incorreção da alternativa.

Gabarito: ERRADO.

19. (2010/CESPE/TRE-BA/Técnico) A hierarquia é o escalonamento em plano vertical dos órgãos e agentes da administração. Desse modo, se, de um lado, os agentes de grau superior têm poderes de fiscalização e de revisão sobre os agentes de grau menor, os órgãos superiores, como os ministérios, exercem o controle sobre os demais órgãos de sua estrutura administrativa e sobre os entes a eles vinculados.

Comentários:

O gabarito oficial é CERTO. Em nossa opinião, ninguém entrou com recurso, pois entre a Administração Direta e a Indireta (também

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chamada de Descentralizada) inexiste hierarquia. Vamos conviver com esse gabarito, afinal a organizadora manda mais que Supremo, pelo menos até a data da prova.

Gabarito: CERTO.

20. (2010/CESPE/ANEEL/Analista) Com fundamento no poder disciplinar, a administração pública, ao ter conhecimento de prática de falta por servidor público, pode escolher entre a instauração ou não de procedimento destinado a promover a correspondente apuração de infração. Comentários:

É verdade que o poder disciplinar tem uma face de discricionariedade, no entanto não em decidir se apura ou não a infração. A discricionariedade, quando existente, incide no momento da aplicação da penalidade, exemplo da suspensão, que pode variar de 1 a 90 dias.

Gabarito: ERRADO.

21. (2010/CESPE/TRE-BA/Técnico) O poder de polícia manifesta-se apenas por meio de medidas repressivas.

Comentários:

Na verdade, a polícia administrativa é eminentemente PREVENTIVA, daí a incorreção da alternativa.

Gabarito: ERRADO.

22. (2010/CESPE/TER-BA/Analista) Quando um fiscal apreende remédios com prazo de validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmácia, tem-se exemplo do poder disciplinar da administração pública.

Comentários:

Poder Disciplinar não se confunde com o Poder de Polícia. O disciplinar é baseado na supremacia especial, ou seja, só incide sobre as pessoas sujeitas a algum tipo de ligação com o Estado, ainda que de natureza contratual. Já o Poder de Polícia atinge qualquer particular, daí a incorreção da alternativa.

Gabarito: ERRADO.

23. (2010/CESPE/TRE-BA/Analista Jud.) O poder de polícia, considerado como a atividade do Estado limitadora do exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público, é atribuído com exclusividade ao Poder Executivo.

Comentários:

O poder de polícia, como estudado, tem um conceito também amplo, abarcando, nesse caso, a atividade legiferante, daí a incorreção do quesito.

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Gabarito: ERRADO.

24. (2010/CESPE/PGFN/Procurador) O prazo prescricional para que a administração pública federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, inicie ação punitiva, cujo objetivo seja apurar infração à legislação em vigor, é de cinco anos, contados da data em que o ato se tornou conhecido pela administração, salvo se se tratar de infração dita permanente ou continuada, pois, nesse caso, o termo inicial ocorre no dia em que cessa a infração.

Comentários:

Eita questão difícil, por sutil! Só temos um erro (pequeno erro!). A prescrição é contada da data do fato e não do conhecimento do fato. A prescrição que corre do conhecimento do fato é aquela lá da Lei 8.112/1990.

Gabarito: ERRADO.

25. (2010/CESPE/PGFN/Procurador) Atos administrativos decorrentes do poder de polícia gozam, em regra, do atributo da autoexecutoriedade, haja vista a administração não depender da intervenção do Poder Judiciário para torná-los efetivos. Entretanto, alguns desses atos importam exceção à regra, como, por exemplo, no caso de se impor ao administrado que este construa uma calçada. A exceção ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidade e executoriedade, e, nesse caso, falta a executoriedade.

Comentários:

Excelente! A exigibilidade é o meio indireto de coerção, ou seja, não é possível impor medidas materiais aos particulares.

Gabarito: CERTO.

26. (2010/CESPE/MP-ES/Promotor/Questão adaptada) O poder de polícia administrativa consubstancia-se por meio de determinações de ordem pública, de modo a gerar deveres e obrigações aos indivíduos. Nesse sentido, os atos por intermédio dos quais a administração consente o exercício de determinadas atividades não são considerados atos de polícia.

Comentários:

Opa! Questão de fixação. Acima falamos sobre o ciclo do Poder de Polícia. Apesar de maior parte dos atos de polícia traduzirem-se em ordens, é possível em determinados casos a necessidade de consentimento do Poder Público, exemplo da autorização de porte de arma.

Gabarito: ERRADO.

27. (2010/CESPE/MP-ES/Promotor/Questão adaptada) Na esfera da administração pública federal, direta ou indireta, a ação punitiva, quando se tratar do exercício do poder de polícia, prescreve em cinco

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anos contados a partir da data da prática do ato ou, em se tratando de infração permanente ou continuada, a partir do dia em que esta tiver cessado.

Comentários:

Questão de fixação. Agora sim, a prescrição a partir da prática do ato e não do conhecimento do fato. Perfeito.

Gabarito: CERTO.

28. (2010/CESPE/CETURB/ADVOGADO) Constitui exemplo de exercícios do poder hierárquico pela administração pública a imposição de penalidades a concessionário de serviço público em razão de falhas na sua prestação.

Comentários:

É até possível que o Estado aplique penalidades às concessionárias. No entanto, as concessionárias não são compartimentos do Estado, o que afasta a existência de hierarquia, o torna o quesito incorreto. Agora, se a banca afirmasse ser aplicação do poder disciplinar, o item estaria perfeito, pois a relação contratual é vínculo especial.

Gabarito: ERRADO.

29. (2010/CESPE/CETURB/ADVOGADO) Embora a autoexecutoriedade seja atributo do poder de polícia, a cobrança da multa imposta pela administração traduz exceção a tal regra, pois, considerado que tal atributo pode ser dividido nos elementos executoriedade e exigibilidade, falta à sanção pecuniária este último elemento.

Comentários:

Excelente! A multa é sim exigível, o que não pode é a Administração EXECUTAR diretamente, daí a incorreção.

Gabarito: ERRADO.

30. (2010/CESPE/CETURB/ADVOGADO) Segundo entendimento do STJ, o poder disciplinar é sempre vinculado, não havendo qualquer espaço de escolha para o administrador, quer quanto à ocorrência da infração, quer quanto à pena a ser aplicada, razão pela qual o ato pode ser revisto em todos os seus aspectos pelo Poder Judiciário.

Comentários:

Bom, esse realmente é o entendimento do STJ, que merece ser respeito, afinal é STJ. O Cespe é uma banca surpreendente. Primeiro, diz existir certa discricionariedade, e, logo a seguir, diz inexistir. Percebam que houve citação de decisão do STJ, pois, acaso não citada, o item estaria incorreto. Durmam com um barulho desses!

Gabarito: CERTO.

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Muito bem. Chegamos ao fim da aula. Lembrem-se: o esforço é por curto período de tempo, mas o exercício da função pública será por toda a vida!

Cyonil Borges, Elaine Marsula e Sandro Bernardes.