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03/02/2017
Direito
AdministrativoIII
Risco, intervenção e
regulação
Administração e
normatização
Enfoque estrutural
Atividade regulada
Direito à Vida
Ambos são do
mesmo ano e
fabricante.
Por que um dos
carros é mais
seguro que o
outro?
Pokémon Go
FORTUNE
“A Russian Bank
is Offering a
Solution to
Pokemon Go-
Related
Accidents”
- Poke-players
- PokeStops
- Near bank
branches
HÓRUSSistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica do SUS
por pessoa
Constituição
Leis
Direitos
Julgados
SÃO
INSUFICIENTES
DIMENSÃO DA REGULAÇÃOMinistério da Saúde – Gabinete do Ministerial
17.107 portarias desde setembro de 1990
Normas Gerais do SUS: 699 Código Civil
Código de Processo Civil
Consolidação das Leis do Trabalho
Código de Processo Penal
Código de Processo Penal Militar
Código Comercial
Código Penal Militar
Código Eleitoral
Código de Trânsito Brasileiro
Código Brasileiro de Aeronáutica
Código Penal
Código Tributário Nacional
Código de Águas
Código Brasileiro de Telecomunicações
Código de Defesa do Consumidor
Código de Minas
Código Florestal
2.046 artigos
1.072 artigos
922 artigos
811 artigos
718 artigos
456 artigos em vigor
410 artigos
383 artigos
341 artigos
322 artigos
316 artigos
218 artigos
205 artigos
129 artigos
119 artigos
98 artigos
84 artigos
Somam
8.240 artigos
CONHECIMENTO e
PLANEJAMENTO2 anos de
pesquisas
universitárias
Base de dados
(50 estudantes –
Universidade de
Colônia)
Regulação vai ao detalhe
Art. 2º, II, do Anexo II, do Anexo à Resolução ANATEL
nº 252/2000 (Sinal de Chamada a Cobrar)
“A frase inicia com anacruse de duas fusas DO4 – DO5 ligadas.
O primeiro compasso inicia com duas semicolcheias, RÉ4 –RÉ5,
seguida de 4 fusas FA4 – FA5 ligadas e RÉ4 – RÉ5 ligadas.
A segunda metade do compasso é formada por duas semicolcheias MI4
– MI5 ligadas e 4 fusas SOL4 – SOL5 ligadas e MI4 – MI5 ligadas.
No segundo compasso há duas colcheias de FA4 – FA5 ligadas em
decrescendo.” (art. 2º, II)
A regulação define direitos
Toque de aparelho telefônico (ringtone): sua
utilização não caracteriza violação da integridade da
obra, mas gera direito à indenização do compositor
caso não se tenha obtido seu prévio consentimento.
“Desde que expressamente autorizadas ou se as
finalidades do contrato assim exigir, são
admissíveis as adaptações da obra em razão da
exigência do meio em que serão utilizadas.”
(REsp 1358441/RS, j. 04/02/2016)
Lei 9.610/98
(Lei de Direitos
Autorais)
Art. 24. São direitos
morais do autor:
IV - o de assegurar a
integridade da obra,
opondo-se a quaisquer
modificações ou à
prática de atos que, de
qualquer forma, possam
prejudicá-la ou atingi-lo,
como autor, em sua
reputação ou honra;
Art. 28. Cabe ao autor o
direito exclusivo de
utilizar, fruir e dispor da
obra literária, artística ou
científica.
A duração do toque é objeto de regulação e, portanto, define
concretamente as exigências do meio de reprodução da obra.
03/02/2017
Direito
AdministrativoIII
Risco, intervenção e
regulação
Administração e
normatização
Enfoque estrutural
Atividade regulada
DIREITO e ESTADO
– Dualismo
• Estado = força política primordial
• Direito = sistema jurídico derivado
– Teoria Pura do Direito
• Estado = Sistema Jurídico
– Teorias Constitucionalistas
• Poder Constituinte Constituição Estado
13
Estado, Poder e Direito Público
Estado como pessoa jurídica de direito público
– Definição de direito público:
• Regramento jurídico do poder político
• Caracterizado pela estruturação do poder, pelalimitação dos direitos, pelo estudo das relaçõesenvolvendo o Estado e seus delegatários e pelaautolimitação do poder.
• Centro de imputação normativa em posição deinterferir unilateralmente na esfera jurídica deoutrem.
14
Estado, Poder e Direito Público
Regulação e Ramos de Direito
Regulação
– Via órgãos e entes de direito público
– Via atividades semi-legislativas e
judiciais
– Característica preponderante:
unilateralidade (discussão)
15
Abuso de direitos
Direito subjetivo
público ao processo
Sherman Antitrust Act
(1890)
Sham Litigation
(dissimulação) – uso
pelo CADE, no Brasil
imunidade
antitruste e regulatória
Revista Puck, de 23 de janeiro de 1889
O que é protegido pela regulação?
Competição x Mercado de Direito
16
A magia do
Direito
“Why is this so? Frankly, I have no idea. My current
hypothesis is that in other countries, when the
government tells you to do something, you do it and
you do it quick. In the United States, when the
government tells you to do something you don't want
to do, you whine about how unfair it is, complain to
your congressman about how you are being picked
on, you bring suit against the FCC, and you almost
never have to do what they told you.”
Por que a obrigação de
compartilhamento de
infraestrutura funciona
na França, Alemanha,
Japão etc, mas não nos
EUA?
Regulação econômica
versus social (meio
ambiente, segurança
de transportes, saúde,
bancos)
Crítica contra a
regulação de
infraestruturas
essenciais (essential
facility doctrine) como
sendo uma outra
regulação de preços,
que não funciona nos
EUA
Open accessFAULHABER, Gerald R. Will access regulation work? Federal Communications Law Review 61: 37-42, 2009.
Máfia das próteses
Preço de operação de
prótese ortopédica:
R$1.500,00
...
para o paciente.
Todos saem
ganhando?
O que é protegido pela regulação?
Justiça
18
Direito à Saúde
Educação universitária
(Financiamento)
Disciplina de comercialização
de órgãos e tecidos
humanos
P&D em produtos de
saúde
Rede de energia elétrica
confiável
Rede de banda larga para
telemedicina
Liquidez do sistema de
saúde suplementar
Intervenção estatal e fruição
de direitos fundamentais
19
Fruição de direitos fundamentais
23
Inmetro suspende registro de berço dobrável da Burigotto e determina retirada do
produto do mercado
Com base nos registros de acidentes cadastrados no Sistema Inmetro de Monitoramento
de Acidentes de Consumo, o Inmetro conduziu um estudo para averiguar a existência de
potenciais riscos no berço da empresa Burigotto S/A, modelo Nanna, com o objetivo de
ampliar a segurança do produto, que é regulamentado pelo Instituto e só pode ser
comercializado após ser submetido a um processo de certificação e autorizado, por meio
da obtenção do respectivo registro do produto junto ao Inmetro, a utilizar o Selo de
Identificação da Conformidade.
O estudo, que considerou cenários de uso normal do berço, simulando diversas posições
e travamentos, evidenciou risco de asfixia em espaçamento indevido entre as laterais e
extremidades dos berços e os colchões.
Visando evitar que outros modelos apresentem risco similar ao detectado e
considerando a necessidade de respaldar as ações de acompanhamento no mercado, o
Inmetro publicou a Portaria n° 243/Presi, em 21/05/2015, aumentando o rigor da
regulamentação e determinou a imediata retirada do mercado do berço da marca
Burigotto, modelo Nanna.
Sendo assim, o consumidor que possuir este modelo de berço dobrável deve suspender
imediatamente o uso e entrar em contato com a empresa para obter mais informações ou
com a Ouvidoria do Inmetro pelo e-mail [email protected].
Sítio eletrônico do
INMETRO
Notícia de 3/6/2015
Setembro de 2013
NPR “Trader Joe's Ex-President To Turn Expired
Food Into Cheap Meals”
The Daily Table
Fruição de direitos fundamentais
24
1950-1951
Australian Toy of the Year 2007
Ácido gama-hidroxibutírico
“date rape drug”
Fruição de direitos fundamentais
26
“How to Ingest a Tapeworm [for diet]
The traditional way of becoming infected
with a tapeworm is by eating raw meat,
being in contact with infected faeces and
other foods containing tapeworm.
However, for the purposes of dieting,
methods would include the tablet form.
Fruição de direitos fundamentais
30
Risco de causar tumores nos rins de ratos.
Causa maior incidência de tumor cerebral em ratos.
Causa tumores de bexiga em ratos.
idem.
Uso proibido em cosméticos por seu efeito
cancerígeno na tireóide (FDA 1990).
Pode ocasionar hiperatividade ou disparar reações
alérgicas em crianças. Risco de aceleração de tumores
no sistema imunológico de ratos.
Fruição de direitos
fundamentais
Intervenção estatal
New York Times, 29 de outubro de 2013
iPhone 5S e 5C
Planned obsolescence
A regulação deve ser técnica,
precisa e contraditória
Invenção de mecânico argentino
34
Intervenção estatal
New York Times, 29 de outubro de 2013
iPhone 5S e 5C
Planned obsolescence
A regulação deve ser técnica,
precisa e contraditória
35
CENTRALIZAÇÃO
DESCENTRALIZAÇÃO
OPERACIONAL
NORMATIVA
Intervenção operacional x normativa
Descentralização operacional e centralização normativa:
AGUILLAR, Fernando Herren. Controle social de serviços públicos. São Paulo: Max Limonad, 1999.36
Estado AdministrativoSeparação de Poderes
– Separação x equilíbrio (interpenetração)– Equilibrium of powers – reciprocal restrictions –
reciprocal control – reciprocal delay and detention
(Bolingbroke)
– Funções
• Somente legislativas, executivas e jurisdicionais
• Administração das leis (Waldo) – entre a política
e a execução das leis.
38
BOLINGBROKE, Henry St John, Visconde de. The Idea of a Patriot King. p. 381. In: The
Works of Lord Bolingbroke. Philadelphia: Carey and Hart, 1841, p. 372-429.
Estado Administrativo
Funções estatais (teorias):
– F. J. Goodnow “Politics and Administration”(1900):
• Duas funções fundamentais são a expressão davontade do Estado e sua execução = decisão eexecução.
• Administração do governo se divide em: puramenteexecutiva; quase-judicial; e semi-científica (razãoda estabilidade de cargos públicos).
– W. F. Willoughby “Principles of PublicAdministration” (1927):
• Cinco funções do governo: executiva; legislativa;judicial; administrativa; eleitoral.
39
Estado Administrativo
(significado)
Estado = super-holding– “the super-holding company of our economic life”
(Waldo, p. 124)
Tarefa do Estado = planejamento mestre da economia nacional– “devising and imposing a consistent master plan of
national life” (Waldo, p. 124)
– Luther Gulick: existe um grande processoadministrativo, em que as duas fases principais são:
• Planejamento e execução
• Veto político
40
Dwigth Waldo. The Administrative State: A Study of the Political Theory of American Public
Administration. New York: Ronald Press Company, 1948. (Chapter 7: The Separation of Powers, p. 104-
129)
Conhecimento técnico e administração das leis
Limites de emissão
em carros à diesel
Setembro de 2015
Volkswagen admite
ter usado software que
mascarava as emissões
durante os testes nos
EUA
BBC News (September 22, 2015)
Volkswagen US boss says:
“The firm was dishonest with US regulators ... We have totally screwed up”
Poder Regulador Legítimo
Guardiães (Platão)
Filósofos (Bacon)
Estrategista (Maquiavel)
Cientistas (Comte)
Monarcas (Bossuet, Filmer)
Político (Burke)
Proletariado (Marx)
Führer (Schmitt)
Administrador (Waldo)
42
Virtude política (processo)
Republicanismo (instituição)
Despersonalização
Cidadão e Estado Regulador
43
Estado Regulador
Cidadão – ator de atividades de interesse público Partilha com o Estado o interesse público
Estado Social
beneficiário Utente de serviços estatais
Estado Liberal
bourgeois Socialmente descomprometido
Estado-Polícia
Súdito
GONÇALVES, Pedro. Entidades Privadas com Poderes Públicos. Coimbra: Almedina, 2005, 1197p.
É legítimo limitar a liberdade de expressão?
Documentário da
Discovery Channel
“Voodoo shark”
Prof. Jonathan Davis
(shark biologist –
University of New
Orleans)
Entrevista sobre a sua
pesquisa de 3 horas –
2 minutos finais, surge
a questão sobre
vooddo sharks.
Editam o vídeo da
entrevista...
NPR Story (August 30th, 2014) – When Wildlife Documentaries Jump the Shark
"But then as an after-thought, the last two minutes or so, the guy kind of just asked nonchalantly
... 'Hey, well what do you think about this Rookin voodoo shark that's down in south Louisiana
that the fisherman talk about?' and I said, 'Of course, that's BS and I've never heard of it. And even
if I had heard of it, it would be completely false,' " he says.
In an excerpt from the documentary, Davis' comment is edited to sound like he thinks the
"Voodoo shark" might be real. In a clip, he says: "Sharks are pretty amazing creatures. All of
them have been found in weird places. So I'm not a hundred percent certain that it would happen,
but it could happen."
Estado SubsidiárioSignificado:
– Princípio da subsidiariedade
• Predomínio da iniciativa privada sobre a pública
• Bem-vindas as funções de fomento, coordenação e
fiscalização para preservação do ambiente negocial
privado
versus
• Ideal de eliminação da intervenção estatal
45
“O Estado deve fazer por seus cidadãos
somente aquilo que eles não puderem fazer
por si sós, e nada mais”
Abraham Lincoln e Barack Obama
06:08
Estado Social e Regulador
“...O Estado não tem de construir e
manter infraestruturas rodoviárias, de
energia, de telecomunicações, de
tratamento de resíduos, mas deve assumir
a responsabilidade regulativa dos serviços
públicos de interesse geral. Neste sentido
se diz que o Estado Social assume hoje a
forma moderna de Estado regulador de
serviços públicos essenciais...”
46
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição.
6ª ed., Coimbra: Livraria Almedina, 2002, p. 351-352.
Relação de conceitos
Estado Regulador
Estado Democrático e
Social de Direito
Estado de direitos
objetivados
Estado Subsidiário
Estado Interventor
Estado Administrativo
47
Leis x regulamentosDoutrina administrativista francesa
48
Gérando, Macarel e
Cormenin
(1820-1830)
Identidade institucional
da justiça administrativa
1849 (Tribunal de Conflitos)
Identidade de leis e
regulamentos: poder regulador
da sociedade
Hauriou, Jèze, Barthélemy
(1900)
Rígida separação entre lei e
regulamento (matéria)
Laferrière (1896)
Regulamentos executórios x de
administração pública
Duguit (1913)
Regulamentos com força de lei: os
fatos são mais fortes que as
constituições
Moreau (1902)
Regulamentos são regras impostas
por autoridade distinta
Pressupostos do Estado
Regulador
Estado interventor
Estado Administrativo (planejamento e gerenciamento x veto político)
Estado legitimado– Na figura do administrador
– No processo democrático
– No espaço institucional regulatório
Estado de direitos objetivados
49
Noção de Regulação: momentos
51
Regulação
clássica
Orientação
liberal ?
Restrita à
regulação legal
e contratual
Burocratização excessiva [red
tape, overload, and excessive
bureaucratisation of economic
and social life]
Tecnologia de administração/controle/governo de
sistemas sociais
52
Desregulação
(privatização)
Liberalização de
mercados
Desestatização de
empresas estatais
Agências reguladoras e
contratos de duração
estendida
Regulação
como etapa
provisória à
liberdade de
mercado?
Noção de Regulação: momentos
Mercado livre
Better Regulation ou
High Quality
Regulation
53
Noção de Regulação: momentos
Better Regulation ou
High Quality Regulation =
rational planning tools
Obedece à
agenda da
desregulação?
More effective
regulation (red tape
agenda)
Administrative cost
reduction methods
Regulação no
Estado
Regulação na
Empresa
(meta-regulação)
Auto-regulação
Less restrictive
and incentive-
based controls
Regulatory
issues as risk
management
Regulatory
impact
assessments and
cost-benefit
analysis
Minimalist or
self-regulatory
controls
Responsive
regulation (Ayres
and Braithwaite)
Formas de regulação:A normatividade complexa da experiência brasileira
54
MELO, Marcus André. Política regulatória: uma revisão da literatura. In: Revista Brasileira de Informação
Bibliográfica em Ciências Sociais, nº 50, 2o semestre de 2000, p. 7-43.
Insuficiência da divisão binomial entre regulação por agências reguladoras x
estatização
Regulação por agências
Regulação pelo
mercado
Regulação por
estatização
Regulação por contrato
Auto-Regulação
Regulação por
incentivos
Manifestações da regulaçãoRecorte do objeto
55
Geral Regional Setorial
Concorrência,
consumo, meio-
ambiente...
Recursos
naturais, telecom,
transportes,
saúde...
Regimes especiais de
tributação,
federalismo fiscal...
e.g. CF/88, art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou
a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover
o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País;
Teoria processual administrativa da regulação
56
Autonomia do processo de tomada de decisões regulatórias
Ambiente institucional
Procedimento Administrativo
Neutralidade do processo
administrativo
versus previsão de dependência de
grupos de interesse via Congresso
(public choice theory)
Transparência, visibilidade, obtenção
de apoio social, melhoria do conteúdo
da proposta, interação com as críticas,
oportunidade de ajuste da proposta
Construção de propostas regulatórias
via estrutura de reguladores, contatos
perenes com comitês científicos e
acadêmicos, servidores motivados à
defesa do interesse público, apoio da
Presidência e Tribunais reafirmando
a competência das agências, controle
exteno e interno
Aspecto funcional do processo
administrativo decisório
Regulação ordenadora e criminalizadora (command
and control) – sucesso ou fracasso?
57
Teoria jurídica clássica da regulação
Teorias jurídicas da regulação
58
Richard
Stewart
• Regulação como
juridicização dos
conflitos setoriais
Otimização dos interesses dos
regulados
Cass
Sunstein
• Princípio contra-
majoritário da regulação
• Compensar posição de
desvantagem de grupos
via enunciado de
direitos
• Consumo – meio-
ambiente – saúde do
trabalhador
Clássica • Regulação ordenadora e
criminalizadora (command
and control)
Luhmann
Habermas
Teubner
Giddens
Croley
• Direito como sistema
autopoiético
• Reflexividade
Braithwaite • Regulação responsiva
(persuasão)
Gunningham • Regulação inteligente
• Community of shared
fate
Crítica • Processo de tentativa e
erro da legislação (vide
Ogus – período Tudor –
Séc. XVI)
Common Law x Civil LawTradições insular e continental
Common Law como instituição histórica (crítica):
Commonwealth anglófonos
(René David)
Commonwealth + interested states
Os grandes sistemas do
direito contemporâneo
Common Law como conceito em oposição a algo:
– common law x Equity
– common law x statute-law
– common law x civil law
Common Law x Civil LawTradições insular e continental
law of the land
law of England
common law
direito romano
civil law
RADBRUCH, Gustav. El espíritu del derecho inglés. Madrid: Marcial Pons, 2001, p. 39 e seguintes.
Direito administrativo de matriz francesa:
– Ampliação do alcance da separação de poderes (duplicidade de jurisdição: comum x administrativa)
– Conselho de Estado: função jurisdicional (1872)
– Marco histórico: caso Blanc
• Agnès Blanc – Bordeaux – Companhia Nacional de Manufatura de Fumo – faute du service.
– Surgimento do moderno direito administrativo: direitoespecial da Administração destacado do direito comum
• personalidade de direito público; atos administrativos; poderesda Administração (discricionariedade; poder de polícia);contratos administrativos; bens públicos; responsabilidadepatrimonial extracontratual do Estado.
Common Law x Civil LawTradições insular e continental
Sistema anglo-americano
– Tradicionalmente, as questões administrativas não estão
submetidas a um direito público-administrativo, mas ao direito
comum (common law).
– Hauriou: pode existir Estado de Direito em países que não
disponham de direito administrativo.
– Não há um regime jurídico especial administrativo, embora
estejam sendo influenciados neste sentido:
• public utilities são prestadas com base em regulamentação administrativa
voltada à adequada prestação do serviço em nome do interesse público;
• ato administrativo tradicionalmente carece de auto-executoriedade, mas já
há leis eximindo a AP de pleitear na justiça comum sua execução;
• afirma a responsabilidade subjetiva do funcionário e atenua a do Estado.
Common Law x Civil LawTradições insular e continental
LEI, POLÍTICA E REGULAÇÃO (Duton and Fekete):
Política: refere-se a qualquer documento adotado por instituiçõesde um país, de quaisquer dos ramos de governo, ou por instituiçõesde organizações internacionais que pautam ou guiam atividades,deixando ampla margem de manobra para aqueles a que sedestinam, sem vincular por si só a conduta, exceto quando dispostoem contrário.
Instrumentos normativos: significam qualquer documento adotadopor um corpo legislativo de um país ou por instituições deorganizações internacionais que vincule conduta.
Instrumentos regulatórios: referem-se a qualquer documentoadotado por reguladores independentes ou por órgãos executivoscom poder semi-legislativo.
63
A POSIÇÃO RELATIVA DA
REGULAÇÃO
Ref.:
Duton, Jean-Chrisophe, and Rémy Fekete. ICT Regulatory Harmonization: A Comparative Study of
Regional Initiatives. Geneva: ITU-EC Project - Harmonization of ICT Policies in ACP countries, 2009.
NOVAS TENDÊNCIAS
Direito Setorial
– Instituições intersetoriais comuns atuais
• desintegração vertical;
• conexão de infraestruturas;
• compatibilização de regimes jurídicos.
– Instituições intersetoriais comuns gerais
• gerenciamento normativo da realidade;
• regulamentação;
• outorgas de serviços;
• fiscalização técnica.
RegulaçãoRegulação
– Deregulation x regulation;
– Exo-regulação x endo-regulação;
– Gerenciamento normativo de conflitos;
(SUNDFELD)
– Controle prolongado e localizado sobre atividade
de relevância;
– Espaço apto à negociação do equilíbrio entre os
partícipes do modelo regulatório (dimensão
política);
– Relação entre a liberdade dos agentes econômicos
no processo de tomada de decisões e a intervenção
estatal;
– “dar ordenação à atividade econômica” (EROS
GRAU).
Regulamentação
– Regulamentar é regular por intermédio de preceitos normativos (Eros Grau)
Modelo regulador:
– Regulação pelo mercado;
– Regulação meramente contratual;
– Regulação por intermédio das agências.
Contribuição para a compreensão doarcabouço da Administração Pública
– Revelada na necessária cogitação do podernormativo do Executivo.
Regulação
Velocidade e regulação circunstancial
ALF (assisted living facilities) = regulação ausente
Não estão voltados à assistência à saúde
03/02/2017
Direito
AdministrativoIII
Risco, intervenção e
regulação
Administração
Enfoque estrutural
Atividade regulada
Normatizaçãoe
Atividades próprias: atribuídas ao Estado de formaexclusiva
• Defesa nacional; relações internacionais; poder de polícia.
Atividades privativas: atribuídas exclusivamente ao Estado,mas passíveis de delegação da prestação a particular
• Telecomunicações, energia elétrica (art.21, XI, XII da CF).
Serviços sociais: atribuídas ao Estado, mas não de formaexclusiva
• Saúde (arts.196 e 199 da CF); educação (arts.205 e 209 da CF); abastecimento alimentar (art.23, VIII); construção de moradias (art.23, IX); operações de instituições financeiras (art.163, VII e 192, IV); operações de instituições de seguros, previdência e capitalização (art. 192, II).
Atividades econômicas: livres à iniciativa privada.
Atividades administrativasClassificações e regime jurídico
Atividades soberanas:
– Reservadas à operacionalização pelo Estado.
– Ex.: segurança nacional, segurança pública, jurisdição,
poder de polícia (tributação, fiscalização, vigilância
sanitária, controle de profissões).
Atividades que constituem utilidades públicas:
– Operacionalização variável conforme política de governo
– Ex.: serviços de saneamento, de abastecimento de água,
de transportes, de comunicação, saúde e educação.
Atividades administrativasDivisão operacional de atividades
Atividades administrativasTeoria da ação administrativa
Administração de gestão (Leistungsverwaltung):
– Oferecimento de utilidade ou comodidade material
fruível diretamente pelos administrados (modalidades)
• Prestação de serviços públicos: concessões e permissões.
• Prestação de serviços sociais: elimina a técnica concessional
(saúde, educação)
– Estabelecimento e manutenção de relações com Estados
estrangeiros (art. 21, I a IV da CF/88)
– Emissão de moeda e administração cambial (art. 21, VII
e VIII da CF/88) ...
GRAU, Eros. O direito posto e o direito pressuposto. 3ª ed., Malheiros: São Paulo, 2000.
– Administração de atividades de resseguros (art.192, II e
IV da CF/88), de instituições financeiras (art.163, VII
da CF/88) e de abastecimento alimentar (art.23, VIII da
CF/88).
– Exploração de setores monopolizados (art. 177 da
CF/88)
– Exploração de atividades econômicas em regime de
concorrência com os particulares (art. 173 da CF/88 –
necessárias aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo).
Atividades administrativasTeoria da ação administrativa
Administração fomentadora
– Induz certos comportamentos do particular, acenando com
benefícios
– Não se utiliza de instrumentos cogentes
– Exemplos: financiamentos; bolsas de estudos; incentivos fiscais.
Administração ordenadora (Ordnungsverwaltung)
– Operações estatais de regulação do setor privado ligadas à
aquisição, exercício e sacrifício de direitos mediante emprego do
poder de autoridade.
– Aplicação mais rígida da legalidade.
Atividades administrativasTeoria da ação administrativa
Direito setorialAspectos
O direito sanitário, das telecomunicações, da energia elétrica, do
petróleo, tal como o agrário, o econômico, e o urbanístico, dizem
respeito, embora não exclusivamente, ao estudo da ação
governamental sobre a vida privada
Administração prestacional
– Gera relação jurídica especial com o administrado (ela tem tantos poderes
quanto os necessários ao exercício da competência de que é titular).
– Diferença de tratamento jurídico entre prestação pelo Estado e prestação por
particulares: maiores cuidados no âmbito privado – responsabilidade estatal
especial.
Administração ordenadora (poder de polícia)
– Condicionamento administrativo e sacrifício de direitos dos particulares
– Ex.: polícia das profissões; vigilância sanitária; fiscalização de serviços
regulados.
Poder de políciaEvolução conceitual do poder de polícia:
– Originariamente: toda manifestação estatal de podercoercitivo (arbitrário ou não).
– Estado de Direito: direitos subjetivos públicosimpuseram atividades não-arbitrárias, nos limites dalei voltadas ao interesse público.
– Autonomização gradual de certas atividades: relaçõesinternacionais; atividade jurisdicional; atividadesfinanceiras.
– Atualmente:
• Concepção ampla: injunções do Estado sobre a vida privada.
• Concepção de direito administrativo: limitações administrativas da liberdade e da propriedade voltadas a “definir concretamente seus contornos”.
Poder de polícia (timbre autoritário):
– Poderes não previstos em lei, mas supostos na competência para
cuidar da boa ordem da coisa pública.
– Nada seria senão o “exercício de qualquer função administrativa: a
aplicação da lei” (Augustín Gordillo).
– Poder de polícia x serviços públicos (tradicional)
– Toda intervenção do Estado na propriedade, inclusive a
desapropriação (Maria Sylvia Zanella Di Pietro).
Polícia administrativa
Limitações administrativas à liberdade e à propriedade
Atividade administrativa ordenadora
Poder de políciaTerminologia
SUNDFELD, Carlos Ari. Direito administrativo ordenador. Malheiros: São Paulo, 2003.
CF/88: ampliou o âmbito de temas de interesse público
– Art. 5º, XXXII (proteção do consumidor); art. 23, II (saúde); art.23, III e IV (patrimônio cultural); art. 23, VI e VII (meioambiente); art.196 (políticas públicas de saúde); art. 197(relevância pública das ações e serviços de saúde e conseqüenteregulamentação, fiscalização e controle).
JUSTIFICATIVA
Boa ordem da
coisa pública
- consumidor
- meio ambiente
- patrimônio cultural
- educação
- saúde
Poder de políciaCampo de abrangência (ampliação)
Conselhos de Medicina (Lei 3.268/57): autarquias (art.1º) – Lei 11.000/04: fixação
das contribuições anuais pelo próprio Conselho.
Conselhos de Farmácia (Lei 3.820/60): personalidade de direito público (art.1º)
Ordem dos Músicos do Brasil (Lei 3.857/60): personalidade de direito público
(art.2º)
Conselhos de Biblioteconomia (Lei 4.084/62): personalidade de direito público
(art.9º)
Conselhos Federal e Regionais de Administração (Lei 4.769/65 com alteração de
nomenclatura pela Lei 7.321/85)
Conselhos de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Lei 5.194/66): autarquias
dotadas de personalidade jurídica de direito público (art.80)
Conselhos de Psicologia (Lei 5.766/71): personalidade jurídica de direito público
(art.1º)
Poder de PolíciaIndelegabilidade
Poder de políciaIndelegabilidade
Lei 9.649/98
Art.58.Os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas serão exercidos em
caráter privado, por delegação do poder público, mediante autorização legislativa. §2o
Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, dotados de personalidade
jurídica de direito privado, não manterão com os órgãos da Administração Pública
qualquer vínculo funcional ou hierárquico. §4o Os conselhos de fiscalização de
profissões regulamentadas são autorizados a fixar, cobrar e executar as contribuições
anuais devidas por pessoas físicas ou jurídicas, bem como preços de serviços e multas,
que constituirão receitas próprias, considerando-se título executivo extrajudicial a
certidão relativa aos créditos decorrentes. §6o Os conselhos de fiscalização de
profissões regulamentadas, por constituírem serviço público, gozam de imunidade
tributária total em relação aos seus bens, rendas e serviços.
Também revogou a Lei 6.994/82, que fixava os valores máximos de anuidades das
corporações profissionais.
Poder de políciaAutarquias corporativas
MS22643-9/SC
Moreira Alves
DJ 04/12/1998
j. 06/08/1998
Plenário, unânime
Conselhos profissionais são autarquias federais.
Referência à definição legal dos Conselhos de Medicina
(não há referência à Lei 9.649/98, nem às MPs a partir da
35ª reedição).
RP1169/DF
Soarez Muñoz
DJ 06/09/1984
j. 08/08/1994
Plenário, unânime
“Conselhos federais de fiscalização de profissionais
liberais: autarquias corporativas mantidas por contribuições
instituídas pela União e cobradas dos respectivos
profissionais inscritos” (Ementa).
ADIMC1.717-6/DF
Sydney Sanches
DJ 25/02/2000
j.22/09/1999
Plenário, maioria
vencido o Min.
Maurício Correa
Art.58 e parágrafos da Lei 9.649/98 acrescidos
pela 35ª edição da MP1549: serviços de
fiscalização de profissões regulamentadas.
Argumentos: arts.5º, XIII; 21, XXIV; 22, XVI;
70, parágrafo único; 149; 175.
Impossibilidade de delegação a entidade privada
de atividade típica de Estado: poder de polícia
profissional (tributação, aplicação de
penalidades, fiscalização de profissões
regulamentadas, exercício profissional e poder
disciplinar)
Poder de políciaPolícia das profissões (indelegabilidade)
OAB (Lei 8.906/94):
– serviço público dotado de personalidade jurídica
(art.44).
– fixação das contribuições cobradas dos advogados
(art. 46 c/c art. 58, IX).
Poder de políciaOAB – é mas não é
“Conforme precedentes desta
Corte Especial, as anuidades
dos conselhos profissionais, à
exceção da OAB, têm
natureza tributária, somente
podendo ser majoradas
através de lei federal.”
(STJ, MC nº 7.123/PE, 1ª
Turma, unânime, 09/12/2003)
Poder de políciaOAB – é mas não é
“2. As contribuições pagas pelos filiados à
OAB não têm natureza tributária. 3. O título
executivo extrajudicial, referido no art. 46,
parágrafo único, da Lei n.º 8.906/94, deve ser
exigido em execução disciplinada pelo Código
de Processo Civil, não sendo possível a
execução fiscal regida pela Lei n.º 6.830/80.”
(STJ, EREsp 503.252/SC, 1ª Seção, maioria, j.
25/08/2004)
“1. Não se conhece da suposta violação dos arts. 44, da Lei 8.906/94, e
3º do CTN, tampouco da divergência jurisprudencial argüida nesse
ponto, porque a natureza jurídica tributária da anuidade devida à OAB
foi definida, essencialmente, com base em fundamentos constitucionais
(CF/88, arts. 149 e 150, I), cujo reexame insere-se na competência
constitucionalmente outorgada ao STF (CF/88, art. 102, III, a).”
(STJ, Resp 793.201/SC, 1ª Turma, unânime, j. 03/10/2006)
Poder de políciaAtos administrativos condicionantes e
ampliativos x sacrifício de direitos
Atos condicionantes + ampliativos:
– Imposição, por comandos cogentes, de padrões de comportamentos
• LIMITES:
Congelamento de preços
Plano Cruzado 1986
Poder de políciaAtos administrativos condicionantes e
ampliativos x sacrifício de direitos
Atos condicionantes + ampliativos:
– Imposição, por comandos cogentes, de padrões de comportamentos
• LIMITES:
Tabelamento de preço-teto de
medicamentos
Lei 10.742/2003
Poder de políciaAtos administrativos condicionantes e
ampliativos x sacrifício de direitos
Atos condicionantes + ampliativos:
– Imposição, por comandos cogentes, de padrões de comportamentos
• LIMITES:
Limitação de uso do espectro
LGT
Poder de políciaAtos administrativos condicionantes e
ampliativos x sacrifício de direitos
Atos condicionantes + ampliativos:
– Imposição, por comandos cogentes, de padrões de comportamentos
• ENCARGOS:
Dever acessório do
estabelecimento médico que
tenha aplicado medidas de
isolamento de notificar a
autoridade sanitária
Poder de políciaAtos administrativos condicionantes e
ampliativos x sacrifício de direitos
Atos condicionantes + ampliativos:
– Imposição, por comandos cogentes, de padrões de comportamentos
• ENCARGOS:
Alienação compulsória de
produtos essenciais
Poder de políciaAtos administrativos condicionantes e
ampliativos x sacrifício de direitos
Atos condicionantes + ampliativos:
– Imposição, por comandos cogentes, de padrões de comportamentos
• ENCARGOS:
Dever acessório de
comunicação periódica de
índices de qualidade e
universalização no STFC
Poder de políciaAtos administrativos condicionantes e
ampliativos x sacrifício de direitos
Atos condicionantes + ampliativos:
– Imposição, por comandos cogentes, de padrões de
comportamentos
• Sujeições
– Sujeição: dever de suportar fiscalização em geral.
• Aplicação nos limites da servidão administrativa (fixação de
placas de informações é servidão-condicionamento; abertura
de espaço físico para atuação constante da fiscalização é
servidão-sacrifício).
• Aplicação de sanções (perda do direito, multa, destruição de alimentos
deteriorados etc): destruição de remédios com prazo de validade vencido, de
plantações doentes ou de alimentos deteriorados; multas por utilização de
freqüência não autorizada.
– Uso da autoridade estatal para criação de situação jurídica em
benefício de alguém e oponível perante terceiros
• Registro de marca e patentes, registro de medicamentos, registro de produtos
para saúde, emissão de diplomas universitários, registro de imóveis, emissão
de passaportes, autorização para porte de armas, autorização para exportação
de café; habilitação para condução de veículos automotores; licença para
construir; licença para abertura de estabelecimentos de ensino e de saúde.
Sacrifícios de direitos:
– Toda expropriação, pelo Estado, de direitos patrimoniais pertencentes aos
particulares (desapropriação, tombamento).
Poder de políciaAtos administrativos condicionantes e
ampliativos x sacrifícios de direitos
Registro de medicamentoLimitação administrativa à sua transferência
Registro = ato administrativo ampliativo
– Condição resolutiva para o pleno exercício do direito de propriedade privada
– Discussão jurisprudencial: proibição de transferência de registro é limitação abusiva da propriedade individual?
– Questão básica: sacrifício x definição de contornos jurídicos
– Não se estaria sacrificando direito, mas simplesmente exercendo a atividade administrativa garantidora dos verdadeiros contornos de propriedade ligados a requisitos de saúde pública.
Limites dos condicionamentos
administrativos
Critérios para aplicação do poder de polícia:
– Que todo condicionamento esteja ligado a uma finalidade pública, vedados os constrangimentos que a ela não se vinculem;
– Que a finalidade ensejadora da limitação seja real, concreta e suficientemente grave;
– Que a interferência estatal guarde relação de equilíbrio com a inalienabilidade dos direitos individuais;
– Que não seja atingido o conteúdo essencial de algum direito fundamental;
– Que o ato delimitador seja fundamentado.
Espécies:
– Multas, apreensão e inutilização de produtos ilegais, suspensão ou interdição de atividade, cassação de licença, intervenção administrativa.
Princípios orientadores:
– Anterioridade (art. 5º, XXXIX da CF/88) – reflexo da legalidade
– Irretroatividade (art. 5º, XL) – reflexo da segurança jurídica
– Presunção de inocência (art. 5º, LVII) – proteção do indivíduo contra exercício arbitrário de poder
– Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV)
– Licitude das provas (art. 5º, LVI) – exceção da prova utilizada pela defesa admitindo sua veracidade
Sanções administrativas
Condicionamento adm. e
medidas cautelares
Interdição de estabelecimento:
– Processo administrativo sancionatório;
– Ampla defesa e contraditório (art. 5º, LV);
– Sanção de interdição não pode ser aplicada de imediato, por isso,
lança-se mão de medida acauteladora do processo.
– Distinção:
• Sanção: tem finalidade subjetiva de punir o infrator.
• Medida cautelar: tem finalidade objetiva de eliminar o perigo presente ou
iminente.
– Aplicada a sanção ao invés da medida cautelar, há desvio de poder.
Efeito tributárioTaxa de exercício do poder de polícia
Cobrança condicionada a previsão legal (não basta
ato administrativo instituidor ou majorador do
tributo)
Constitucionalidade de cobrança condicionada a
aparato fiscalizador atuante.
Art. 78 do CTN
Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiente, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos
Tributo x Tarifa
Pagamento de serviços públicos de execução direta (formas – opção política):
– Tributação geral: sem referência ao custo do serviço prestado;
– Despesa compulsória do serviço: taxas proporcionais ao custo do serviço;
– Preço público contratual: vínculo voluntário.(Hugh Dalton. Princípios de finanças públicas. p. 624)
STF (Jurisprudência)– Súmula 545. Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque
estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrançacondicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que asinstituiu.
Preço: terminologia de mercado
– Preço de exploração de atividade econômica;
– Ampla liberdade de fixação: liberdade de iniciativa (art.170 da CF) e planejamento estatal meramente indicativo para o setor privado (art.174 da CF);
– Limites: abuso do poder econômico (art.137,§4º) e função social da propriedade (art.5º, XXIII e art.170, III da CF).
Preço público: terminologia de direito administrativo
– Publicização dos preços como consequência da intervenção do Estado no domínio econômico e ampliação dos serviços públicos;
– Preço fixado pelo poder concedente para contrapartida de prestação de serviço público.
Tributo x Tarifa
Posições doutrinárias:
– García de Enterría: usuários de serviços públicos pagam taxas,
pois estabelecidas segundo critérios de justiça distributiva e
finalidade de satisfação de necessidades coletivas.
– Ariño Ortiz: serviços concedidos e com organização empresarial,
cobra-se preço público administrativamente fixados, que devem
cobrir os custos razoáveis (princípios da cobertura suficiente).
– Basavilbaso: serviços prestados em forma de monopólio de iure
(taxas); empresas públicas com monopólio de fato ou em
concorrência (preço público); empresa estatal de caráter comercial
ou industrial ou ainda concessionários (preços privados).
– Marienhoff: há taxa quando o serviço é legalmente obrigatório,
enquanto há preço quando resulta de utilização facultativa.
Tributo x Tarifa
Posições doutrinárias:
– Lucia Valle Figueiredo: critério distintivo é o dacompulsoriedade da utilização. Serviço público prestadopor concessionária seria remunerado por tarifa;
– Geraldo Ataliba, Porto Neto, Roque Carrazza: serviçopúblico é remunerado por taxa, independemente danatureza do prestador.
• a concessão não afeta o regime jurídico tributário;
• a política tarifária do art.175 da CF corresponderia ao regime de remuneração da concessionária, não ao da contrapartida paga pelos usuários.
Tributo x Tarifa
Tributo x Tarifa Fundo Nacional de Telecomunicações
RE117315/RS
Moreira Alves
DJ 22/06/1990
j.19/04/1990
Plenário
FNT foi criado pelo art.51 da Lei 4.117/62;
Sobretarifas sobre qualquer serviço de telecomunicação criadas pelo
CONTEL;
Posições: a)inconstitucionalidade desde sua criação pela Lei 4.117/62;
b)constitucionalidade plena; c)inconstitucionalidade a partir da Lei
6.093/74 (FND) até o advento do Decreto-lei 2.186/84, criador do imposto
sobre serviços de comunicações.
Argumentos: a)tarifa teria destinação constitucional expressa voltada a
remunerar as concessionárias de serviços públicos; b)mudança da
destinação dos recursos não interferiria a natureza da cobrança e como o
serviço era monopolizado, o Estado poderia impor um preço social para
seu melhoramento.
Orientações: a)acréscimos de tarifas seriam para reinvestimento em
expansão e melhoramento dos serviços, integrando a propriedade do
prestador do serviço tarifado; b)senão, cobranças compulsórias estatais
exigiriam definição, por lei, da obrigação tributária.
ARANHA, Marcio Iorio. Direito das Telecomunicações: histórico normativo e conceitos fundamentais.
Coleford, UK: Laccademia, 2014, p. 209-219.
RE117315/RS
Moreira Alves
DJ 22/06/1990
j.19/04/1990
Plenário
STF marcou,basicamente, duas posições:
Inconstitucionalidade plena da sobretarifa, pois seria imposto
camuflado; (maioria)
Constitucionalidade inicial da sobretarifa destinada a cobrir a
expansão e melhoramento do serviço de integração da rede nacional de
telecomunicações como dever estatal fixado no Plano Nacional de
Telecomunicações de 1963, mas cuja cobrança tornou-se
inconstitucional na medida dos percentuais repassados ao FND e,
depois, ao Tesouro Nacional. (Min. Sepúlveda Pertence).
ARGUMENTO: somente se a concessionária for prestadora integral do
serviço, a tarifa integral a ela é devida. A sobretarifa remuneraria a
parcela de infra-estrutura pertinente à União de integração da rede de
telecomunicações da país. Seriam tarifas especial: caráter temporário e
destinação específica.
Serviços de telecomunicações, como típicos serviços públicos facultativos,
ensejam contraprestação por preço público, gerando relação de
bilateralidade e aspecto contratual. Devem-se remeter ao patrimônio da
prestadora.
Tributo x Tarifa Fundo Nacional de Telecomunicações
Atos administrativos
ampliativos de direitosLicença e Autorização
Vinculação x discricionariedade
Licença para construção; licença para majoração de preços;
licença para comercialização de produto; autorização de
funcionamento de empresa.
Espécies de atos:
– Autorizações por operação: realizada a operação, esgota-se o
conteúdo do ato, que se torna irrevogável (licença de importação)
– Autorizações por funcionamento: desenvolvimento, indefinido no
tempo, de certa atividade (licença para funcionamento de
estabelecimento) – passíveis de revogação.
Questões pontuais
O Estado pode ser sujeito passivo do poder depolícia?
– Requisito: exercício de atividade própria dos particulares
– Exemplos
• construção de prédio pela União em capital estadual versusconstrução de presídio ou usina nuclear.
– Caso especial (serviços sociais).
• Estado-Membro ou Município pretende instalar um hospital: a fiscalização estará definida segundo a competência concorrente de disciplina da saúde.
Que consequência pode ser extraída dacompreensão da distinção entre atividadeordenadora e gestora?
– Ela influencia na extensão do poder dos entes dedireito público: atividade ordenadora somente terá ospoderes expressamente outorgados por texto legal.
– Contra-crítica: será tão simples assim? Trata-se depoderes expressos ou de âmbitos expressos de poder?
– Teoria dos Poderes Implícitos.
Questões pontuais
CARMO, Rogerio Assis. O reconhecimento da autoridade ancilar da FCC pela Suprema Corte norte-
americana: convergência com a aplicação da teoria dos poderes implícitos no direito brasileiro. Revista de
Direito, Estado e Telecomunicações 5(1): 195-226.
Os atos da Administração ordenadora são declaratórios
ou constitutivos de direitos?
– A Administração reconhece que o particular tem direito à
emissão da licença para construir ou ao registro do produto.
– Logo, o ato constitui direito, ao menos sob o aspecto formal:
constitui o “exercício do direito” (Oswaldo Aranha Bandeira
de Mello)
– Por isso, a execução de atividades setoriais está vinculada a
prévia manifestação da autoridade pertinente, em geral, do
regulador.
Questões pontuais