administraÇÃo financeira das escolas

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Relatórios ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

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Page 1: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

Relatórios

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

DAS ESCOLAS

ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Page 2: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

FICHA TÉCNICA

Título Administração Financeira das Escolas: Acção Social Escolar – Relatório Nacional 2005-2006

Autoria Inspecção-Geral da Educação

Colecção Relatórios

Edição © Inspecção-Geral da Educação (IGE) Av. 24 de Julho, 136 1350–346 LISBOA Tel.: 213 924 800 / 213 924 801 Fax: 213 924 950 / 213 924 960 e-mail: [email protected] URL: http://www.ige.min-edu.pt

Coordenação editorial, copidesque, design gráfico, revisão tipográfica e divulgação IGE — Gabinete de Planeamento, Documentação e Formação (GPDF) ISBN 978-972-8429-78-2

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Índice

Sumário executivo 5

1 Nota introdutória 11

2 Justificação da intervenção 13

3 Metodologia da intervenção 14

4 Caracterização geral 15

4.1 Âmbito da intervenção 15

4.2 Regime de funcionamento 16

4.3 Caracterização das unidades de gestão intervencionadas 17

5 Modalidades de prestação de apoio socioeducativo 21

5.1 Refeitórios escolares 21

5.2 Auxílios económicos – subsídios de alimentação e para livros e material escolar

23

5.3 Transportes escolares 24

6 Processo de auditoria de conformidade 25

6.1 Despesas 25

6.2 Receitas 28

7 Gestão financeira 29

7.1 Elaboração do projecto de orçamento 29

7.2 Execução do orçamento 30

8 Procedimentos e sistemas de controlo 31

9 Análise da conta de gerência 34

9.1 Refeitórios em funcionamento nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário 36

9.2 Bufetes em funcionamento nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário 39

9.3 Papelarias em funcionamento nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário 41

9.4 Prevenção e seguro escolar dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário 42

9.5 Apoio socioeducativo aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário 43

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

9.6 Transportes escolares dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário 46

10 Resultados das auditorias 49

11 Conclusões 51

11.1 Organização 51

11.2 Modalidades de Acção Social Escolar 51

11.3 Análise do orçamento da Acção Social Escolar 52

11.4 Análise da Conta de Gerência 53

11.5 Resultados das auditorias 55

12 Recomendações 55

Anexo I Unidades de gestão intervencionadas 57

Anexo II Enquadramento histórico-legal da evolução da Acção Social Escolar 61

Anexo III Siglas e abreviaturas 67

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Sumário executivo

Enquadramento da actividade

Nas últimas décadas, verificou-se o alargamento da escolaridade básica de seis para nove anos, a criação da rede pública de jardins-de-infância, o acesso genera-lizado à educação, a adopção de políticas sociais tendentes a assegurar uma efec-tiva igualdade de oportunidades.

Por outro lado, verificaram-se alterações ao nível da gestão do sistema educativo, nomeadamente a criação das Direcções Regionais de Educação e a extinção do Instituto de Acção Social Escolar.

Concomitantemente foram ensaiadas diversas tentativas de descentralização administrativa, no domínio da educação e da acção social, através da transferência de competências e de recursos financeiros para as autarquias locais.

A área da Acção Social Escolar (ASE) foi, porventura, a mais exposta a este pro-cesso evolutivo, quer pela crescente importância da sua actividade, quer pela importância do financiamento concedido pelo Orçamento do Estado, quer ainda pela problemática harmonização entre o imperativo da descentralização adminis-trativa e a consolidação do poder autárquico ou, ainda, pelas tensões provocadas pela permanência da gestão financeira centralizada e a incipiente capacidade téc-nica, ao nível organizacional e de gestão, dos estabelecimentos de ensino.

Por todos estes motivos, decidiu-se iniciar pela área da Acção Social Escolar as auditorias no âmbito da actividade Administração Financeira das Escolas.

Âmbito da intervenção

Foram realizadas auditorias em 47 unidades de gestão, correspondendo a 28 agrupamentos verticais e a 19 escolas singulares.

As intervenções foram realizadas nas escolas singulares ou nas escolas sede dos agrupamentos, por equipas de dois auditores, durante cinco dias úteis. Após a intervenção os relatórios foram enviados às entidades auditadas para que estas se pronunciassem nos termos dos art.os 100.º e 101.º do Código do Procedimento Administrativo.

Objectivos da actividade

• Verificar o modo como está a ser levado à prática: ⇒ o regime jurídico de autonomia (Decreto-Lei n.º 43/89, de 3 de Feverei-

ro); ⇒ o regime de autonomia, administração e gestão (Decreto-Lei n.º 115-

A/98, de 4 de Maio).

• Analisar a implementação da Reforma da Administração Financeira do Estado nos estabelecimentos dos ensinos básico e secundário (Decreto-Lei n.º 155/92, de 28 de Julho, e Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto, com as altera-ções introduzidas pela Lei Orgânica n.º 2/2002, de 28 de Agosto, tendo esta última renumerado os art.os e procedido à republicação);

• Apreciar a adequação dos recursos humanos nos serviços de Acção Social Escolar nos estabelecimentos de ensino básico e secundário;

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

• Auditar a gestão, tendo em vista: ⇒ verificar se foram fixados objectivos e prioridades; ⇒ avaliar todo o processo de planeamento; ⇒ avaliar todo o processo organizativo; ⇒ analisar o processo de controlo.

• Promover práticas de gestão dos recursos compatíveis com os princípios de economia, eficiência e eficácia.

Resultados da intervenção

As auditorias realizadas no âmbito da Acção Social Escolar, em 2006, referem--se a 47 unidades de gestão, constituídas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, abrangendo 426 estabelecimentos de educação e ensino, dos dife-rentes níveis de escolaridade, frequentados por 49 332 crianças/alunos.

Organização

As direcções executivas eram maioritariamente constituídas por Conselho Exe-cutivos eleitos, nos quais participavam docentes desde a educação pré-escolar ao ensino secundário.

A experiência média dos Presidentes dos Conselhos Administrativos situava-se maioritariamente em mais de seis anos de exercício do cargo.

Modalidades de Acção Social Escolar

Cerca de 86% das crianças que frequentavam as 153 escolas onde funcionava a educação pré-escolar tinham acesso a serviço de refeições.

Cerca de 63% dos alunos que frequentavam as 265 escolas onde funcionava o 1.º ciclo do ensino básico tinham acesso a refeitórios da própria escola, de outros estabelecimentos de ensino ou de outras entidades exteriores ao Ministério da Educação. As autarquias atribuíam subsídio de alimentação a todos os alunos com acesso a refeitórios, através da sua acção directa ou da transferência de verbas para os Conselhos Administrativos das unidades de gestão.

Todos os alunos que frequentavam as 48 escolas onde funcionavam os 2.º e 3.º ciclos do ensino básico ou do ensino secundário tinham acesso a refeitórios da própria escola ou de outro estabelecimento de ensino. As Direcções Regionais de Educação atribuíam subsídio de alimentação a todos os alunos carenciados.

As autarquias, através da sua acção directa ou da transferência de verbas para os Conselhos Administrativos, subsidiavam em livros e material escolar todos os alu-nos carenciados das 265 escolas básicas do 1.º ciclo integradas nas unidades de gestão intervencionadas.

As Direcções Regionais de Educação, através de transferência de verbas para os Conselhos Administrativos, subsidiavam em livros e material escolar todos os alu-nos carenciados das 48 escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário integradas nas unidades de gestão intervencionadas.

As autarquias, através da rede de transportes colectivos, de recursos próprios e/ou de outros recursos, asseguravam o serviço de transporte escolar em 44 das 47 unidades de gestão intervencionadas.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Auditoria de conformidade – Despesa

Cerca de 43% das 47 unidades de gestão intervencionadas utilizavam a Rela-ção de Necessidades, 45% elaboravam atempadamente a Requisição Oficial e 55% tinham instituído um procedimento de controlo de recepção de encomendas.

Cerca de 36% das 47 unidades de gestão intervencionadas realizavam adequada-mente a despesa mediante os procedimentos constantes no regime de realização da despesa pública (Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de Junho).

Cerca de 38% das 47 unidades de gestão intervencionadas procediam à prévia autorização das despesas pelo Presidente do Conselho Executivo ou pelo Conselho Administrativo.

Cerca de 47% das 47 unidades de gestão intervencionadas procediam à prévia autorização dos pagamentos pelo Conselho Administrativo.

Auditoria de conformidade – Receita

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que num número sig-nificativo (38%) o processo de arrecadação da receita não era fiável por esta não estar suficientemente documentada.

Cerca de 79% das 47 unidades de gestão intervencionadas emitiam documentos de receita que acompanhavam as folhas de caixa diárias, que eram conferidas pelo técnico da ASE ou por quem as suas vezes fazia, em 60% dos casos.

As receitas arrecadadas nas 47 unidades de gestão intervencionadas eram diária e integralmente depositadas em 79% das situações verificadas.

Auditoria de conformidade – Gestão Financeira

Cerca de 30% das assembleias de escola das 47 unidades de gestão interven-cionadas definiam as linhas orientadoras para a elaboração do projecto de orça-mento, tendo em conta as receitas geradas na ASE.

Na quase totalidade das 47 unidades de gestão intervencionadas, as despesas e receitas provenientes da ASE estavam inscritas no orçamento da unidade de ges-tão e estavam correctamente classificadas.

Auditoria de conformidade – Procedimentos e sistemas de controlo interno

Num número significativo das 47 unidades de gestão intervencionadas não estavam instituídos procedimentos de controlo interno adequados. Só havia regis-to sistemático de entradas e saídas de armazém em cerca de 47%; a confirmação das entregas de material escolar aos alunos carenciados por parte dos encarrega-dos de educação só acontecia em cerca de 83% das situações observadas e cerca de 68% realizavam reconciliação bancária mensal.

Na generalidade das 47 unidades de gestão intervencionadas era escriturado o Registo Diário de Facturas e os Balancetes da execução financeira mensal esta-vam conforme os valores escriturados e eram enviados atempadamente à DRE respectiva.

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas havia segregação de funções entre:

• O economato e a contabilidade, em 70% das situações verificadas; • A contabilidade e a tesouraria, em 62% das situações verificadas;

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

• A entidade autorizadora dos pagamentos e a tesouraria, em 85% das situa-ções verificadas.

Análise da Conta de Gerência

O total das receitas geradas na ASE das 47 unidades de gestão intervenciona-das atingiu o montante global de €7 074 472. Esta receita foi gerada por:

• Tendo em conta o sector de origem: ⇒ refeitórios escolares sedeados nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino

básico e do ensino secundário – €2 220 678 (31,4%); ⇒ bufetes escolares sedeados nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino

básico e do ensino secundário – €2 854 511 (40,3%); ⇒ papelarias escolares sedeadas nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino

básico e do ensino secundário – €429 300 (6,1%); ⇒ apoio socioeducativo aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do

ensino secundário para livros, material escolar, complemento curricular e apoio aos alunos com necessidades educativas especiais – €1 295 361 (18,3%);

⇒ seguro escolar dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensi-no secundário – €130 576 (1,8%);

⇒ transportes escolares dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário – €144 046 (2,0%).

• Tendo em conta o seu tipo: ⇒ vendas directas, nos sectores do refeitório, bufete e papelaria e taxas

cobradas no refeitório €4 452 342 (62,9%); ⇒ transferências efectuadas pelas Direcções Regionais de Educação, para os

sectores do refeitório, auxílios económicos e seguro escolar €1 717 153 (24,3%);

⇒ transferências das autarquias para os sectores do refeitório e do apoio socioeducativo €66 013 (0,9%);

⇒ cobranças a alunos para prémio do seguro escolar e vinhetas de transpor-tes escolares €193 800 (2,7%);

⇒ outras receitas geradas nos sectores do refeitório e auxílios económicos €19 361 (0,3%);

⇒ saldos transitados de anos anteriores nos sectores do refeitório, bufete, papelaria, auxílios económicos, seguro escolar e transportes escolares €625 803 (8,8%).

A frequência dos alunos que utilizam os refeitórios sedeados nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário era inferior a 50% em cerca de 81% dos casos observados.

Cerca de 73% dos refeitórios sedeados nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário intervencionadas eram explorados directamente pelos órgãos executivos das unidades orgânicas tendo os restantes 27% o serviço de refeições concessionado.

A taxa de rentabilidade dos bufetes sedeados nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário situava-se acima dos 20% em cerca de 55% dos casos observados. Por outro lado, a taxa de transferências dos lucros dos bufetes para dotações com compensação em receitas variava entre um mínimo de 0,0% e um máximo de 33,8%.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

A taxa de rentabilidade das papelarias sedeadas nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário era superior a 5% em cerca de 64% dos casos observados.

As transferências efectuadas pelas Direcções Regionais de Educação para seguro escolar dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos dos ensinos básico e secundário, das unida-des de gestão intervencionadas, ascenderam a €59 058, correspondendo a cerca de 45% do total das receitas geradas neste sector.

Nas unidades de gestão intervencionadas, no que diz respeito aos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ao ensino secundário, beneficiaram de subsídio de alimentação cerca de 24% dos alunos matriculados naqueles níveis de ensino. O valor do sub-sídio de alimentação atribuído atingiu o montante global de €852 521, sendo o valor médio por aluno de €112,25 .

Nas unidades de gestão intervencionadas, no que diz respeito aos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ao ensino secundário, beneficiaram de subsídio para livros e material escolar cerca de 23% dos alunos matriculados naqueles níveis de ensino. O valor do subsídio para livros e material escolar atribuído atingiu o montante glo-bal de €579 295, sendo o valor médio por aluno de €78,68.

Os transportes escolares foram responsáveis por uma receita total no valor de €144 046, correspondente à comparticipação dos alunos maiores de 15 anos e do ensino secundário, que pagaram a sua comparticipação junto dos serviços da ASE das unidades de gestão intervencionadas.

Resultados das auditorias

Durante as intervenções efectuadas foram formuladas 521 recomendações aos órgãos de gestão das unidades orgânicas auditadas, sendo integralmente acolhi-das 422 (81%).

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

1. Nota introdutória

Com o presente relatório pretende-se dar conta dos aspectos mais relevantes verificados durante a actividade inspectiva de auditoria aos serviços de Acção Social Escolar das unidades de gestão intervencionadas no âmbito do Plano de Actividades da IGE de 2006.

As unidades de gestão objecto da auditoria foram seleccionadas por listagem aleatória, elaborada pelos Serviços Centrais da IGE, a partir do universo das unidades orgânicas da rede pública do Continente que aplicavam o Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos de Educação e Ensino, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, abrangendo escolas singulares dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário e agrupamentos verticais não intervencionados anteriormente no âmbito desta actividade. A selecção efectuada não é, assim, representativa do universo.

A acção orientou-se pelo objectivo geral de identificar constrangimentos na organização dos serviços da Acção Social Escolar e nos mecanismos de controlo interno com vista à sua correcção por parte dos órgãos de gestão das unidades orgânicas intervencionadas.

A análise dos dados recolhidos durante as auditorias baseia-se nas evidências registadas na intervenção inicial, que teve por base o ano económico de 2005. Da intervenção inicial resultaram propostas de alteração obrigatória relativas aos processos de aquisição dos bens e serviços, regime de realização da despesa pública, requisitos legais quanto à autorização e emissão dos meios de pagamento, escrituração contabilística e procedimentos de controlo interno, que foram objecto de verificação sequencial. Dos resultados das verificações sequenciais ocorridas é dado conhecimento no capítulo 10 do presente relatório – Resultado das Auditorias.

Maio, 2007

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

2. Justificação da intervenção

Nas últimas décadas, verificou-se o alargamento da escolaridade básica de seis para nove anos, a criação da rede pública de jardins-de-infância, o acesso generalizado à educação, a adopção de políticas sociais tendentes a assegurar uma efectiva igualdade de oportunidades.

Ao nível da gestão do sistema educativo, assistiu-se, por um lado, a sucessivas alterações de orgânica do Ministério da Educação – criação de serviços regionais com competências desconcentradas (Direcções Regionais de Educação), extinção de estruturas de administração ao nível da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico (Direcções Escolares e Delegações Escolares), extinção de organismos e serviços centrais (Instituto de Acção Social Escolar), transferência de competências entre serviços e organismos – e, por outro, verificou-se a aprovação de novos modelos de gestão das escolas, consubstanciados em novos regimes jurídicos de autonomia e de administração e gestão.

Concomitantemente foram ensaiadas diversas tentativas de descentralização administrativa, no domínio da educação e da acção social, através da transferência de competências e de recursos financeiros para as autarquias locais.

Ao mesmo tempo, iniciou-se a Reforma da Administração Financeira do Estado, substituindo a Contabilidade Pública baseada no sistema introduzido pelas reformas de 1928-1929 a 1930-1936 (revogação de cerca de 31 diplomas fundamentais, desde a 3.ª Carta de Lei de 1908). O objectivo desta modernização administrativo-financeira tem vindo a concretizar-se através, entre outras medidas, da aprovação de uma nova Lei de Bases da Contabilidade Pública (Lei n.º 8/90, de 20 de Fevereiro) – determinando o fim da sujeição dos serviços e organismos da Administração Pública à autorização prévia da Direcção-Geral do Orçamento para a realização e o pagamento de despesas e o fim dos serviços simples, passando todos os serviços a ter verbas inscritas no Orçamento do Estado; da introdução de dois sistemas de contabilidade, o unigráfico (de caixa) e o digráfico (compromissos), de um novo enquadramento do sistema de execução orçamental (Lei n.º 6/91, de 20 de Fevereiro) e de um novo regime de administração financeira do Estado (Decreto-Lei n.º 155/92, de 28 de Julho).

Todas estas transformações deram origem, por um lado, a uma abundante produção legislativa e, por outro lado, a desfasamentos decorrentes da capacidade e da vontade dos diferentes intervenientes se adaptarem às novas realidades. Deste processo resultaram lacunas, incongruências, duplicações e indefinição de competências.

A área da Acção Social Escolar foi, porventura, a mais exposta a este processo evolutivo, quer pela crescente importância da sua actividade, quer pela importância do financiamento concedido pelo Orçamento do Estado, quer ainda pela problemática harmonização entre o imperativo da descentralização administrativa e a consolidação do poder autárquico ou, ainda, pelas tensões provocadas pela permanência da gestão financeira centralizada e a incipiente capacidade técnica, ao nível organizacional e de gestão, dos estabelecimentos de ensino.

Por todos estes motivos, decidiu-se iniciar pela área da Acção Social Escolar as auditorias, no âmbito da actividade Administração Financeira das Escolas.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

3. Metodologia da intervenção

Antes de cada intervenção, as delegações regionais da IGE comunicaram ao órgão de gestão de cada escola ou agrupamento de escolas a data de início e os objectivos da intervenção.

A acção iniciava-se com uma reunião entre a equipa inspectiva e o Presidente do Conselho Executivo/Director durante a qual eram abordados os seguintes aspectos:

• Objectivos da actividade;

• Indicação genérica dos documentos que seriam consultados;

• Indicação de que seriam entrevistados alguns funcionários das áreas da Contabilidade, Acção Social Escolar e Tesouraria, entre outros;

• Recolha dos elementos necessários ao preenchimento dos pontos I – Enquadramento e II – Organização;

• Solicitação do preenchimento do quadro relativo aos recursos humanos.

A realização da auditoria de conformidade implicou a escolha de um mês que foi sempre considerado como base da análise a desenvolver. Para o ano económico de 2005, consideraram-se como períodos de tempo representativos de uma amostra os meses de Maio, Outubro ou Novembro. Destes foi seleccionado um deles sobre o qual recaiu o desenvolvimento do trabalho de auditoria.

Finalizada cada intervenção, o respectivo relatório, contendo recomendações de carácter obrigatório e sugestões de melhoria para os serviços da Acção Social Escolar, foi sempre enviado à entidade auditada para que esta se pronunciasse nos termos dos art.os 100.º e 101.º do Código do Procedimento Administrativo.

Após a audição dos interessados, foi sempre dado um prazo, não superior a 60 dias, para o órgão de gestão proceder à implementação das recomendações de carácter obrigatório.

Terminado o prazo estabelecido, foram realizadas acções sequenciais de verificação com objectivo de monitorizar a implementação das recomendações de carácter obrigatório formuladas pelas equipas auditoras.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

4. Caracterização geral

4.1 Âmbito da intervenção

Foram intervencionadas 47 unidades de gestão correspondentes a 28 agrupamentos verticais e 19 escolas singulares (gráfico 1).

Gráfico 1 – Unidades de gestão intervencionadas

As 47 unidades de gestão intervencionadas incluíam 426 estabelecimentos de ensino, desde jardins-de-infância até escolas secundárias da rede pública de educação do Ministério da Educação (gráfico 2).

Gráfico 2 – Tipologia dos estabelecimentos de ensino

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

JI EB1 EB1/JI EB2 EBI/JI EB2,3 EB2,3/S ES/3 ES

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Agrupamentos Escolas singulares

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16

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Os 426 estabelecimentos de ensino eram frequentados por 49 332 crianças e alunos, desde a educação pré-escolar até ao ensino secundário (gráfico 3).

Gráfico 3 – Crianças e alunos matriculados por nível de ensino

4.2 Regime de funcionamento

As 47 unidades de gestão intervencionadas integravam 3781 jardins-de-infância, escolas básicas do 1.º ciclo e escolas básicas do 1.º ciclo com jardim-de-infância. Destes estabelecimentos de ensino, 333 (88,1%) funcionavam em regime normal e 45 (11,9%) em regime de desdobramento (gráfico 4).

Gráfico 4 – Regime de funcionamento dos estabelecimentos de ensino da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico

1 Os estabelecimentos que integram as unidades de gestão podem oferecer mais do que um nível de ensino.

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Normal Desdobramento

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Pré-escolar 1.º CEB 2.º, 3.º CEB e Secundário

Page 17: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

17

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Em 18 (38,3%) unidades de gestão, das 47 intervencionadas, funcionava o ensino recorrente nocturno para os alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensi-no secundário (gráfico 5).

Gráfico 5 – Funcionamento do ensino recorrente nocturno

4.3 Caracterização das unidades de gestão intervencionadas

A direcção executiva das 47 unidades de gestão intervencionadas era, na sua esmagadora maioria, assegurada por Conselhos Executivos. Num caso, na DREALE, a direcção executiva era assegurada por uma Comissão Executiva Insta-ladora e, em dois, um na DREL e outro na DREALE, a direcção executiva era asse-gurada por uma Comissão Provisória.

Os 28 agrupamentos verticais intervencionados englobavam 153 estabelecimen-tos onde era ministrada a educação pré-escolar, 265 estabelecimentos com o 1.º CEB e 29 com os 2.º e 3.º CEB. Tendo em conta a estrutura destas unidades de gestão, verificava-se que na composição das suas direcções executivas havia 26 (30,6%) educadores de infância, 28 (32,9%) docentes do 1.º CEB e 31 (36,5%) professores dos 2.º e 3.º CEB (quadro I).

Quadro I – Composição da direcção executiva dos agrupamentos

DRE

Educadores de infância

Docentes do 1.º CEB

Docentes dos 2.º e 3.º CEB e

secundário

Total de vice-presidentes

N.º % N.º % N.º % N.º %

DREN 7 7 30,4% 7 30,4% 9 39,1% 23 100,0%

DREC 8 7 29,2% 8 33,3% 9 37,5% 24 100,0%

DREL 6 5 27,8% 6 33,3% 7 38,9% 18 100,0%

DREALE 5 5 35,7% 5 35,7% 4 28,6% 14 100,0%

DREALG 2 2 33,3% 2 33,3% 2 33,3% 6 100,0%

TOTAL 28 26 30,6% 28 32,9% 31 36,5% 85 100,0%

N.º de agrupamentos

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

50,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Page 18: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

18

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

As direcções executivas das 47 unidades de gestão intervencionadas integravam 123 vice-presidentes, aos quais foram atribuídas 1 324 horas de redução da com-ponente lectiva para exercício do cargo, em média 10,8 horas por vice-presidente.

As direcções executivas das 47 unidades de gestão intervencionadas constituíram 75 assessorias técnico-pedagógicas, de acordo com o estabelecido no art.º 23.º do Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos de Ensino (RAAG), às quais, de acordo com o estabelecido no Despacho n.º 13 555/98, publicado no Diário da República, II Série, n.º 179, de 5 de Agosto de 1998, foram atribuídas 521 horas de redução da componente lectiva, em média 6,9 horas por assessor.

Todos os conselhos administrativos, órgão deliberativo em matéria administrativo--financeira, estavam devidamente constituídos de acordo com o art.º 29.º do RAAG.

A experiência dos presidentes dos conselhos administrativos, em termos de anos de exercício do cargo como membros do referido órgão, era maioritariamente de 4 a 6 anos – pelo menos um mandato. Também merece especial relevo aqueles cuja experiência é igual ou superior a 13 anos (gráfico 6).

Gráfico 6 – Experiência dos presidentes do conselho administrativo

Por outro lado, os vice-presidentes do conselho administrativo tinham entre 0 e 3 anos – um mandato no máximo – de experiência no desempenho de cargos de gestão (gráfico 7).

Gráfico 7 – Experiência dos vice-presidentes do conselho administrativo

17,0%

29,8%

17,0%

14,9%

21,3%

De 0 a 3 anos

De 4 a 6 anos

De 7 a 9 anos

De 10 a 12 anos

13 ou mais anos

46,8%

31,9%

12,8%

6,4%2,1%

De 0 a 3 anos

De 4 a 6 anos

De 7 a 9 anos

De 10 a 12 anos

13 ou mais anos

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19

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Os chefes dos serviços administrativos tinham maioritariamente mais de 10 anos no desempenho do respectivo cargo (gráfico 8).

Gráfico 8 – Experiência dos chefes dos serviços administrativos

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas, em 12 casos, as assembleias de escola, embora constituídas de acordo com o estabelecido no RAAG – limite de até 50% de representantes do corpo docente, funcionavam indevidamente pois, por falta de designação ou ausência sistemática de representantes não docentes, os professores eleitos ultrapassavam o limite de 50% legalmente definido (gráfico 9).

Gráfico 9 – Constituição da assembleia de escola

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas estavam ao serviço 200 funcionários administrativos e técnico-profissionais com intervenção no âmbito da Acção Social Escolar, que procediam à contabilização das receitas e despesas, ao controlo dos armazéns, à cobrança das receitas e aos pagamentos, através da tesouraria, e ao tratamento dos processos relativos aos auxílios económicos a conceder aos alunos.

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas estavam ao serviço 354 funcionários auxiliares e operários que, no âmbito da Acção Social Escolar, procediam à venda de produtos nos bufetes e nas papelarias escolares e à confecção de refeições nos refeitórios escolares.

19,1%

25,5%

8,5%

46,8%

De 0 a 3 anos

De 4 a 6 anos

De 7 a 9 anos

10 ou mais anos

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

AE com funcionamento correcto AE com funcionamento indevido

Page 20: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

20

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Dos 554 funcionários administrativos e auxiliares, com intervenção no âmbito da Acção Social Escolar, 380 (68,6%) tinham uma relação jurídica de nomeação e os restantes 174 (31,4%) eram contratados a termo resolutivo ou sem termo. Tendo em conta o número de anos de serviço, 102 (18,4%) tinham até 5 anos, 207 (37,4%) entre 6 e 14 anos, 145 (26,2%) entre 15 e 29 anos e 100 (18,0%) 30 ou mais anos. No que diz respeito às habilitações literárias, 4 (0,7%) não tinham a escolaridade básica, 359 (64,8%) detinham o ensino básico, 174 (31,4%) o ensino secundário e 17 (3,1%) eram bacharéis ou licenciados.

Dos dados recolhidos nas 47 unidades de gestão intervencionadas, verificou-se que as áreas mais fortemente informatizadas são o processamento de vencimentos (100%), a gestão de alunos (100%) e a contabilidade da ASE (76,6%) (gráfico 10).

Gráfico 10 – Áreas de informatização dos serviços

No que diz respeito a empresas fornecedoras deste tipo de software, existem no mercado pelo menos seis, sendo as mais importantes a JPM Abreu e a Truncatura. Várias unidades de gestão optaram pela aquisição de todos os módulos ao mesmo fornecedor, outras adquiriram apenas alguns módulos e outras, ainda, compraram módulos diferentes a diferentes fornecedores.

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas, 25 (53,2%) utilizavam cartões magnéticos, através dos quais alunos, professores e funcionários faziam aquisições nos vários serviços da Acção Social Escolar (Refeitório, Bufete e Papelaria). Apenas nove (36,0%) das unidades de gestão que usavam cartões magnéticos tinham elaborado um regulamento de utilização dos mesmos e 15 (60,0%) previam outra forma de pagamento para além dos referidos cartões. Nos 9 regulamentos, 6 (66,7%) tinham sido aprovados em Assembleia de Escola, 7 (77,8%) previam o custo do cartão, 9, ou seja a totalidade, definiam a forma de carregamento e 5 (55,6%) explicitavam a forma de reembolso.

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

Gestão de alunos

Contabilidade daescola

Contabilidade daASE

Remunerações

Gestão dearmazém

CIBE

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21

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

5. Modalidades de prestação de apoio socioeducativo

5.1. Refeitórios escolares

Normalmente, os refeitórios escolares servem apenas o almoço, prioritaria-mente aos alunos dos estabelecimentos de ensino em que se integram. Desde que os meios humanos e a sua capacidade o permitam, podem ser utilizados por alunos de outros estabelecimentos de ensino que os não possuam, bem como por professores e outros funcionários das respectivas escolas.

A gestão do serviço de refeições e dos refeitórios escolares, no caso da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, é da responsabilidade das câmaras municipais, podendo estas assumir directamente o seu controlo, confiá-lo aos órgãos de gestão dos estabelecimentos de ensino ou proceder à concessão do serviço nos termos da lei.

A gestão dos refeitórios escolares das escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário é da responsabilidade dos órgãos de gestão dos estabelecimentos de ensino, quando se trata da sua exploração directa e da responsabilidade das Direcções Regionais de Educação (DRE), se se verifica a concessão do serviço a entidades externas.

O financiamento dos refeitórios escolares é feito pelas câmaras municipais, no caso da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, e pelas DRE, quando se trate dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário.

Na educação pré-escolar, dos 153 jardins-de-infância integrados nas unidades de gestão intervencionadas apenas 66 (43,1%) forneciam refeições nas próprias instalações, 24 (15,7%) utilizavam os refeitórios escolares de outros estabelecimentos de ensino e 42 (27,5%) tinham acesso ao serviço de refeições através de entidades externas ao Ministério da Educação. Em termos gerais, observava-se que cerca de 86,3% das crianças que frequentavam a educação pré-escolar tinham acesso ao serviço de refeições (gráfico 11).

Gráfico 11 – Estabelecimentos da educação pré-escolar com acesso a refeitórios

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Na própria escola De outra escola De outra entidade

Page 22: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

22

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

No 1.º ciclo do ensino básico, dos 265 estabelecimentos de ensino integrados nas unidades de gestão intervencionadas apenas 57 (21,5%) tinham refeitório escolar; 40 (15,1%) utilizavam os refeitórios escolares de outros estabelecimentos de ensino e 71 (26,8%) tinham acesso ao serviço de refeitório através de entidades externas ao Ministério da Educação. Em termos gerais, observava-se que cerca de 63,4% dos alunos que frequentavam o 1.º ciclo do ensino básico tinham acesso ao serviço de refeições (gráfico 12).

Gráfico 12 – Estabelecimentos do 1.º CEB com acesso a refeitórios

Nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e no ensino secundário, dos 48 estabelecimentos de ensino integrados nas unidades de gestão intervencionadas 46 (95,8%) tinham refeitório escolar e 2 (5,3%) utilizavam os refeitórios escolares de outros estabelecimentos de ensino. Em termos gerais, observava-se que todos os alunos que frequentavam os 2.º e 3.º do ensino básico e o ensino secundário tinham acesso ao serviço de refeições (gráfico 13).

Gráfico 13 – Estabelecimentos do 2.º e 3.º CEB e do ensino secundário com acesso a refeitórios

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Na própria escola De outra escola De outra entidade

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Na própria escola De outra escola

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23

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

5.2. Auxílios económicos – subsídios de alimentação e para livros e material escolar

Os auxílios económicos são subsídios destinados a comparticipar nas despesas escolares dos alunos, inerentes à frequência das aulas. De entre as várias modalidades de auxílios económicos, foram analisados os subsídios para alimentação e para livros e material escolar.

O subsídio de alimentação é concedido através de senhas a utilizar em refeitórios escolares, sendo da responsabilidade das câmaras municipais no 1.º ciclo do ensino básico e das DRE nos restantes níveis de ensino.

Na educação pré-escolar, nos 132 jardins-de-infância com acesso a serviço de refeições, as câmaras municipais apoiam esse serviço através da sua acção directa, da transferência de fundos para os conselhos administrativos das unidades de gestão ou da transferência de verbas para os próprios estabelecimentos (quadro II).

Quadro II – Serviço de refeições na educação pré-escolar

No 1.º ciclo, das 168 escolas com acesso a refeitórios (da própria escola, de outras escolas ou de entidades externas ao ME), as câmaras municipais subsidiavam 167 (99,4%) desses estabelecimentos de ensino, através da sua acção directa ou através de transferências de fundos para os conselhos administrativos das unidades de gestão (quadro III).

Quadro III – Subsídio de alimentação no 1.º CEB

DRE

N.º de JI com acesso a

serviço de almoços

Acção directa dos municípios

Transferência de verbas para os

conselhos administrativos

Transferência de verbas para os

estabelecimentos

N.º % N.º % N.º %

DREN 39 30 76,9% 8 20,5% 1 2,6%

DREC 48 44 91,7% 1 2,1% 3 6,3%

DREL 26 24 92,3% 1 3,8% 1 3,8%

DREALE 16 14 87,5% 2 12,5% 0 0,0%

DREALG 3 2 66,7% 1 33,3% 0 0,0%

TOTAL 132 114 86,4% 13 9,8% 5 3,8%

DRE

N.º de EB1 com acesso a

serviço de almoços

Acção directa dos municípios

Transferência de verbas para os

conselhos administrativos

Transferência de verbas para os

estabelecimentos

N.º % N.º % N.º %

DREN 38 34 89,5% 4 10,5% 0 0,0%

DREC 74 68 91,9% 6 8,1% 0 0,0%

DREL 25 24 96,0% 1 4,0% 0 0,0%

DREALE 22 17 77,3% 4 18,2% 1 4,5%

DREALG 9 9 100,0% 0 0,0% 0 0,0%

TOTAL 168 152 90,5% 15 8,9% 1 0,6%

Page 24: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

24

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Nos restantes níveis de ensino, as DRE subsidiavam todas as escolas através da transferência de fundos para os conselhos administrativos das unidades de gestão.

O subsídio para livros e material escolar engloba não só material de uso corrente como outro material necessário ao desenvolvimento das actividades curriculares, sendo da responsabilidade das câmaras municipais no 1.º ciclo do ensino básico e das DRE nos restantes níveis de ensino.

No 1.º ciclo do ensino básico, das 265 escolas integradas nas unidades de gestão intervencionadas, as câmaras municipais subsidiavam os alunos de todos esses estabelecimentos de ensino, através da sua acção directa, da transferência de verbas para os conselhos administrativos das unidades de gestão ou da transferência de verbas para os próprios estabelecimentos de ensino (quadro IV).

Quadro IV – Subsídio para livros e material escolar no 1.º CEB

Nos restantes níveis de ensino, as DRE subsidiavam todas as escolas através de transferências de fundos para os conselhos administrativos das unidades de gestão.

5.3. Transportes escolares

O serviço de transporte escolar constitui competência das autarquias nos termos do Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de Setembro.

O serviço de transporte escolar consiste na oferta de transporte entre o local da residência e o local do estabelecimento de ensino frequentado pelos alunos do ensino básico e do ensino secundário diurno, quando estes residam a mais de 3 km ou 4 km, respectivamente sem ou com refeitório, e residam fora das áreas urbanas de Lisboa e do Porto.

O transporte escolar é gratuito para todos os alunos do ensino básico sujeitos à escolaridade obrigatória. Os alunos do ensino secundário, assim como os do ensino básico fora da escolaridade obrigatória, comparticipam no custo dos transportes escolares, quando deles são beneficiários.

Compete a cada estabelecimento de ensino organizar o processo de acesso ao transporte escolar por parte dos seus alunos em colaboração com a respectiva Câmara Municipal, de acordo com o protocolo estabelecido.

Os meios de transporte a utilizar são, em princípio, os transportes colectivos (rodoviário, ferroviário ou fluvial) que sirvam os locais dos estabelecimentos de

DRE N.º de estabelecimentos

A autarquia atribui directamente

A autarquia transfere verbas para o conselho administrativo

A autarquia transfere verbas

para os estabelecimentos

N.º % N.º % N.º %

DREN 98 7 7,1% 91 92,9% 0 0,0%

DREC 91 15 16,5% 76 83,5% 0 0,0%

DREL 37 3 8,1% 32 86,5% 2 5,4%

DREALE 29 18 62,1% 11 37,9% 0 0,0%

DREALG 10 0 0,0% 10 0,0% 0 0,0%

TOTAL 265 43 16,2% 220 83,0% 2 0,8%

Page 25: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

25

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

ensino e de residência dos alunos. Sempre que os meios de transporte colectivo não satisfaçam regularmente a necessidade do transporte escolar podem ser utilizados veículos em regime de aluguer ou de propriedade dos municípios para a realização de circuitos especiais.

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas, o serviço de transporte escolar é assegurado pelas respectivas câmaras municipais recorrendo-se: apenas a transportes públicos, em 22 casos (46,8%), exclusivamente a recursos próprios das autarquias, em 4 (8,5%), a outros meios de transporte, em 5 (10,6%), a transportes colectivos e a recursos próprios, em 11 (23,4%), a transportes colectivos e a outros meios de transporte, num caso (2,1%) e, também num caso (2,1%), foram utilizados no transporte escolar simultaneamente os três tipos de recursos (quadro V).

Quadro V – Tipo de recursos utilizados no transporte escolar

É ainda de realçar que em 3 (6,4%) das unidades de gestão intervencionadas, todas da área geográfica da DREN, não estão organizados os serviços de transporte escolar.

6. Processo de Auditoria de Conformidade

6.1. Despesas

O regime de realização das despesas públicas é regulado pelo Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de Junho, tendo como objectivos simplificar procedimentos, garantir a concorrência e assegurar a boa gestão dos dinheiros públicos. Assim, são definidos procedimentos em função do valor da despesa, que podem ser o ajuste directo, a consulta prévia e o concurso público, para despesas superiores a €50 000.

Por outro lado, a estimativa do valor global da despesa, para definição do procedimento a adoptar, deve ter em conta o número de unidades de bens semelhantes adquiridos durante os 12 meses anteriores (fornecimento contínuo).

O circuito de realização da despesa na ASE inicia-se pela constituição de um processo de aquisição do qual fazem parte a Relação de Necessidades, a escolha do fornecedor e a Requisição Oficial, devendo estar instituído um procedimento de controlo da recepção das encomendas.

DRE N.º de

unidades orgânicas

Transportes colectivos

Recursos próprios da autarquia

Outros recursos

Transportes colectivos e

recursos próprios

Transportes colectivos e

outros recursos

N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º %

DREN 13 5 38,5% 0 0,0% 1 7,7% 2 15,4% 1 7,7% 1 7,7%

DREC 11 7 63,6% 1 9,1% 1 9,1% 2 18,2% 0 0,0% 0 0,0%

DREL 10 5 50,0% 0 0,0% 2 20,0% 3 30,0% 0 0,0% 0 0,0%

DREALE 9 4 44,4% 1 11,1% 0 0,0% 4 44,4% 0 0,0% 0 0,0%

DREALG 4 1 25,0% 2 50,0% 1 25,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

TOTAL 47 22 46,8% 4 8,5% 5 10,6% 11 23,4% 1 2,1% 1 2,1%

Transportes colectivos, recursos

próprios e outros

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26

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Todas as despesas devem estar previamente autorizadas pelo Presidente do Conselho Executivo ou pelo Conselho Administrativo da unidade de gestão.

Os pagamentos, previamente autorizados pelo Conselho Administrativo, devem ser efectuados por cheques nominais sacados sobre a conta ASE da unidade de gestão, cujos titulares são os dois membros docentes do Conselho Administrativo e o tesoureiro que obrigatoriamente têm de assinar os referidos meios de pagamento.

Todas as despesas efectuadas são escrituradas nos livros contabilísticos obrigatórios – Registo Diário de Facturas, Bloco de Folhas de Cofre e Livro de Caixa Centralizador.

Os aspectos atrás referidos constituíram itens de verificação na auditoria de conformidade no âmbito da Despesa, tendo-se observado o seguinte:

• Processos de Aquisição – nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que 43% utilizavam a Relação de Necessidades, 45% utilizavam a Requisição Oficial e 55% tinham instituído um procedimento de controlo de recepção de encomendas (gráfico 14).

Gráfico 14 – Processos de aquisição

• Regime de Realização da Despesa – nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que (gráfico 15): ⇒ 36% aplicavam um procedimento adequado em função do valor da

despesa; ⇒ 28% procediam a consulta prévia a fornecedores; ⇒ 8% procediam ao ajuste directo; ⇒ 21% estimavam o valor da despesa em função do número de unidades

adquiridas nos 12 meses anteriores; ⇒ não foram celebrados contratos escritos, pois nenhuma despesa

ultrapassou os €50 000.

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Formalizam por escrito Relação de Necessidades

É efectuada atempadamente a Requisição Oficial

Está estabelecido um procedimento de controlo de recepção de encomendas

Page 27: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

27

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Gráfico 15 – Regime de realização da despesa

• Autorização e emissão de meios de pagamento – nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que em (gráfico 16): ⇒ 38% as despesas eram autorizadas pelo Presidente do Conselho Executivo

ou pelo Conselho Administrativo; ⇒ 47% o Conselho Administrativo autorizava previamente os pagamentos; ⇒ 89% os cheques emitidos para proceder aos pagamentos eram nominais; ⇒ 89% os cheques emitidos eram assinados pelos membros docentes do

Conselho Administrativo e pelo Tesoureiro.

Gráfico 16 – Autorização e emissão dos meios de pagamento

• Escrituração contabilística nos livros obrigatórios – nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que, à excepção da desconformidade entre os lançamentos no Registo Diário de Facturas e a emissão das Requisições Oficiais, todos os restantes procedimentos eram genericamente cumpridos.

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Aplicado procedimento adequado em função do valor da despesa

Consulta prévia para aquisições superiores a €4988

Os fornecimentos contínuos têm por base o n.º de unidades adquiridas nos últimos 12 meses

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Despesas autorizadas pelo Conselho Administrativo ou pelo Presidente do Conselho Executivo

Pagamentos previamente autorizados pelo Conselho Administrativo

Os cheques emitidos são nominais

Cheques assinados pelos membros docentes do Conselho Administrativo e pelo tesoureiro

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

6.2. Receitas

As receitas apuradas relativas à ASE provêm das vendas realizadas no Bufete, na Papelaria e no Refeitório.

No âmbito da cobrança das receitas, um número cada vez mais significativo de unidades de gestão recorre à instalação de sistemas de gestão integrados, que permitem a emissão de cartões magnéticos de débito, recarregáveis, induzindo a sua plena utilização em todos os sectores da ASE geradores de receita.

Todas as vendas efectuadas dão lugar à emissão de um documento de receita, sendo apurado, no final do dia, o total das vendas realizadas. Quando do encerramento da caixa, no final do dia, o funcionário responsável elabora a Folha de Caixa Diária por sector (Bufete, Papelaria e Refeitório), anexando-lhe os documentos de receita justificativos do valor apurado para conferência do técnico da ASE ou de quem as suas vezes fizer.

As receitas apuradas são diária e integralmente arrecadadas pelo tesoureiro, depois de conferidas, escriturando-as no Bloco de Folhas de Cofre. Compete ao tesoureiro elaborar os talões das receitas arrecadadas para depósito integral na conta ASE.

Todas as receitas arrecadadas e depositadas são escrituradas, pela contabilidade, no Livro de Caixa Centralizador, depois de conferida a Folha de Cofre elaborada pelo tesoureiro.

Os aspectos atrás referidos constituíram itens de verificação na auditoria de conformidade no âmbito da receita, tendo-se observado o seguinte:

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que num número significativo de unidades de gestão o processo de arrecadação da receita não era fiável por esta não estar suficientemente documentada, não serem emitidos documentos de receita ou as Folhas de Caixa Diárias não conferirem com os documentos de receita respectivos (gráfico 17).

Gráfico 17 – Arrecadação da receita

O processo de arrecadação da receita é fiável

Existem documentos de receita

São elaboradas Folhas de Caixa Diárias por sector

As Folhas de Caixa Diárias conferem com os documentos de receita respectivos

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Page 29: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

29

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que genericamente a escrituração contabilística efectuada no Livro de Caixa centralizador correspondia aos documentos referenciados nas Folhas de Cofre e os saldos apurados estavam correctamente calculados (gráfico 18).

Gráfico 18 – Escrituração da receita

7. Gestão financeira

O Decreto-Lei n.º 43/89, de 3 de Fevereiro, estabeleceu o Regime Jurídico da Autonomia da Escola, definindo no Capítulo V os princípios e regras reguladoras da sua gestão financeira.

Nos termos do art.º 22.º do mesmo diploma legal, os instrumentos de previsão económica são: o plano financeiro anual e o orçamento privativo.

Compete a cada escola/agrupamento a elaboração da proposta de orçamento e do relatório de contas de gerência. Os saldos apurados no fim de cada exercício, relativamente às receitas próprias, transitam para o ano seguinte.

A conta de gerência da ASE de cada unidade de gestão corresponde apenas às despesas e receitas geradas nos diversos sectores da escola-sede, quando se trata de agrupamentos de escolas, uma vez que o financiamento da ASE para a educação pré-escolar e o 1.º ciclo do ensino básico é da responsabilidade directa das autarquias.

7.1. Elaboração do projecto de orçamento

No âmbito da elaboração do orçamento, as unidades de gestão, normalmente até 31 de Janeiro, elaboram o seu projecto de orçamento, que serve de base à definição do orçamento a atribuir a cada escola/agrupamento por parte do Gabinete de Gestão Financeira.

O projecto de orçamento, elaborado pelo Conselho Administrativo de cada unidade de gestão, deve ter em conta as linhas orientadoras definidas pela Assembleia de Escola, nos termos da alínea g) do art.º 10.º do RAAG.

0,0%

10,0%20,0%

30,0%

40,0%50,0%

60,0%

70,0%

80,0%90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Os lançamentos do Livro de Caixa correspondem aos documentos referenciados nas Folhas de Cofre

No Livro de Caixa o saldo transitado do mês anterior está correctamente apurado

No Livro de Caixa o saldo a transitar para o mês seguinte está correctamente apurado

Page 30: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

30

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

O orçamento global a atribuir a cada unidade de gestão tem em conta o Plano Financeiro Anual elaborado pelo Conselho Administrativo, o qual deve reflectir as actividades que a escola/agrupamento vai desenvolver durante o ano (Projecto Educativo/Plano Anual de Actividades), financiadas pelo Orçamento do Estado, bem como as despesas com compensação em receitas.

Os aspectos atrás referidos constituíram itens de verificação na auditoria de conformidade no âmbito elaboração dos projectos de orçamento, tendo-se observado o seguinte:

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que em (gráfico 19):

• 30% a Assembleia de Escola definiu as linhas orientadoras para a elaboração do projecto de orçamento, tendo em conta as receitas geradas na ASE;

• 38% existia articulação entre o Projecto Educativo, o Plano de Actividades e o Orçamento;

• 100% o Projecto de Orçamento previa as receitas próprias; • 87% existia um plano de aplicação das receitas próprias.

Gráfico 19 – Elaboração do projecto de orçamento

7.2. Execução do orçamento

Na execução orçamental por parte dos conselhos administrativos das unidades de gestão, todas as receitas arrecadadas devem ser correctamente classificadas e integralmente entregues nos cofres do Tesouro. No caso dos lucros gerados no Bufete, os mesmos integram as dotações com compensação em receitas, sendo entregues trimestralmente na Direcção-Geral do Tesouro.

Os conselhos administrativos, para fazer face aos compromissos assumidos, recorrem ao pedido de libertação de créditos, por conta das dotações orçamentais, mediante as requisições de fundos, das quais devem constar as receitas próprias.

Sempre que uma dada dotação orçamental se venha a manifestar inadequada para fazer face aos compromissos assumidos e a assumir, os conselhos administrativos das unidades de gestão podem recorrer às chamadas anulações

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

As linhas orientadoras, definidas pela AE, têm em conta a utilização das receitas geradas na ASE

Existe articulação entre Projecto Educativo, Plano de Actividades e Orçamento

O projecto de orçamento inclui a previsão de receitas próprias

Foi elaborado um plano de aplicação das receitas próprias

Page 31: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

31

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

ou reforços das dotações orçamentais, mediante autorização do Gabinete de Ges-tão Financeira, tendo as mesmas que ser formalizadas através de alterações orça-mentais.

Os aspectos atrás referidos constituíram itens de verificação na auditoria de con-formidade no âmbito da execução do orçamento, tendo-se observado o seguinte:

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que em (gráfico 20):

• 100% as despesas e receitas provenientes da ASE estavam inscritas no orçamento e estavam correctamente classificadas;

• 75% os lucros do bufete eram entregues trimestralmente nos cofres do Tesouro;

• 100% as requisições de fundos integravam as receitas próprias.

Gráfico 20 – Execução do orçamento

8. Procedimentos e sistemas de controlo

O controlo interno caracteriza-se, em sentido lato, por controlo interno admi-nistrativo – que inclui o plano de organização e os procedimentos e registos que se relacionam com os processos de decisão – e por controlo interno contabilístico – que compreende o plano de organização e os registos e procedimentos que se relacionam com a salvaguarda dos activos e com a confiança que inspiram os registos contabilísticos.

Os elementos fundamentais a ter em atenção quando se estabelece um sistema de controlo interno são: a definição de autoridade e delegação de responsabilida-des; a segregação, separação ou divisão de funções (a função contabilística e a função operacional devem estar de tal modo separadas que não seja possível que a mesma pessoa tenha o controlo físico de um activo e, simultaneamente, a seu cargo os registos a ele inerentes), o controlo das operações, a numeração dos documentos e a adopção de provas e conferências independentes.

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

As despesas e receitas provenientes da ASE estão correctamente classificadas

As receitas provenientes das vendas do bufete são entregues trimestralmente na DGT

As receitas próprias constam das requisições de fundos

Page 32: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

32

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Os aspectos atrás referidos constituíram itens de verificação na auditoria de conformidade no âmbito do sistema de controlo interno, tendo-se observado o seguinte:

• Área do economato – na generalidade das 47 unidades de gestão intervencionadas não estavam instituídos procedimentos de controlo interno adequados (gráfico 21).

Gráfico 21 – Área do economato

• Área da tesouraria – a generalidade das 47 unidades de gestão intervencionadas não constituiu Fundo de Maneio. As verbas relativas à ASE foram sempre movimentadas através de conta conjunta aberta para o efeito e nem sempre era realizada a reconciliação bancária mensalmente – 68% (gráfico 22).

Gráfico 22 – Área da tesouraria

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%

60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

É feito o registo sistemático das entradas e saídas de armazém

É feito o registo das entregas de material escolar efectuadas

É feita a confirmação pelos encarregados de educação das entregas de material escolar efectuadas

Os sectores da ASE têm Fundo de Maneio

As verbas relativas à ASE são movimentadas através de conta conjunta aberta para o efeito

É efectuada mensalmente a reconciliação bancária

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Page 33: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

33

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

• Área da contabilidade – na generalidade das 47 unidades de gestão intervencionadas era escriturado o Registo Diário de Facturas, os Balancetes da execução financeira eram mensalmente enviados às DRE, não estando, por vezes, conformes os valores escriturados. Nem sempre a numeração atribuída no Registo Diário de Facturas, no Livro Caixa e na Folha de Cofre constava nos documentos de despesa (gráfico 23).

Gráfico 23 – Área da contabilidade

• Segregação de funções - nas 47 unidades de gestão intervencionadas verificou-se que em (gráfico 24): ⇒ 33 (70%) havia segregação de funções entre o economato e a

contabilidade; ⇒ 29 (62%) havia segregação de funções entre a contabilidade e a

tesouraria; ⇒ 40 (85%) havia segregação de funções entre a entidade autorizadora do

pagamento e a tesouraria.

Gráfico 24 – Segregação de funções

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

É escriturado o Registo Diário de Facturas (RDF)

Nos documentos constam as numerações atribuídas no RDF, Livro de Caixa e Folha de Cofre

Os balancetes de execução financeira enviados mensalmente à DRE estão conforme os valores escriturados

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Existe segregação de funções entre o economato e a contabilidade

Existe segregação de funções entre a contabilidade e a tesouraria

Existe segregação de funções entre a entidade autorizadora e a tesouraria

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34

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

9. Análise da Conta de Gerência

As contas de gerência da ASE das 47 unidades de gestão intervencionadas apresentavam um valor global da receita de €7 074 472,04. Esta receita foi gerada (gráfico 25):

• Por vendas nos diversos sectores da ASE e taxas cobradas no refeitório, num total de €4 452 341,89 (62,9%);

• Por transferências das Direcções Regionais de Educação, num total de €1 717 153,50 (24,3%);

• Por transferência das autarquias, num total de €66 012,74 (0,9%);

• Por cobranças a alunos em prémios de seguros e vinhetas de transportes escolares, num total de €193 800,46 (2,7%);

• Por outras receitas, num total de €19 360,77 (0,3%);

• Por saldos transitados, num total de €625 802,68 (8,8%).

Gráfico 25 – Composição da receita

Analisando a composição da receita por sector da ASE, verifica-se que tem a seguinte distribuição (quadro VI):

• Refeitórios escolares – €2 220 677,87 (31,4%); • Bufetes – €2 854 511,11 (40,3%); • Papelarias – €429 300,49 (6,1%); • Apoio socioeducativo/auxílios económicos – €1 295 360,53 (18,3%); • Seguro escolar – €130 575,60 (1,8%); • Transportes escolares – €144 046,44 (2,0%).

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%

Vendas e taxas

Transferências dasDRE

Transferências dasautarquias

Cobranças a alunos

Outras receitas

Saldos

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35

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Quadro VI – Composição da receita por sector

Analisando a composição da receita por origem verifica-se que (quadro VII):

• Nas vendas directas e taxas, são os bufetes (60,4%) e os refeitórios (31,3%) os principais responsáveis pela receita gerada;

• Nas transferências das Direcções Regionais de Educação, são os auxílios económicos (64,2%) e os refeitórios (32,3%) os principais responsáveis pela receita gerada;

• Nas transferências das autarquias, são apenas os refeitórios (69,6%) e os auxílios económicos (30,4%) os responsáveis pela receita gerada;

• Nas cobranças efectuadas a alunos, os únicos sectores responsáveis pela receita gerada são os transportes escolares (73,7%) e o seguro escolar (26,3%);

• Nas outras receitas, são os refeitórios (67,1%) e os auxílios económicos (32,9%) os únicos responsáveis pela receita gerada;

• Nos saldos transitados, os principais responsáveis são os refeitórios (34,0%), os bufetes (26,8%) e os auxílios económicos (26,5%).

DRE

Composição da receita

Apoio socioeducativo Seguro escolar Transportes

Valor (€) % Valor (€) % Valor (€) %

DREN 620.026,88 28,0% 41.442,85 1,9% 27.109,54 1,2%

DREC 271,840,28 17,7% 21.716,71 1,4% 51.905,88 3,4%

DREL 188.778,88 11,1% 41.633,09 2,5% 35.335,50 2,1%

DREALE 113,240,89 12,1% 16.756,07 1,8% 29.695,52 3,2%

DREALG 101.473,60 14,7% 9.026,88 1,3% 0,00 0,0%

TOTAL 1.295.360,53 18,3% 130.575,60 1,8% 144.046,44 2,0%

»»

DRE

Composição da receita

Refeitórios escolares Bufetes Papelarias

Valor (€) % Valor (€) % Valor (€) %

DREN 637.985,40 28,8% 782.354,36 35,3% 108.704,11 4,9%

DREC 554.950,71 36,1% 525.619,82 34,2% 111,263,99 7,2%

DREL 478.857,86 28,2% 840.794,26 49,6% 111.232,16 6,6%

DREALE 298.565,90 32,0% 401.537,10 43,0% 73,186,74 7,8%

DREALG 250.318,00 36,3% 304.205,57 44,1% 24,913,49 3,6%

Total 2.220.677,87 31,4% 2.854.511,11 40,3% 429,300,49 6,1%

»»

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36

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Quadro VII – Composição da receita gerada, por sector da ASE e por origem

9.1. Refeitórios em funcionamento nas escolas básicas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas funcionavam 482 refeitórios escolares nas escolas-sede dos agrupamentos ou nas escolas singulares dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico ou do ensino secundário. Estes 48 refeitórios eram responsáveis por um valor global da receita de €2 220 677,87. Esta receita apurada tinha a seguinte origem (gráfico 26):

• Venda directa, num total de €1 355 273,95 (61,0%);

• Transferências das Direcções Regionais de Educação, num total de €555 169,65 (25,0%);

• Transferências das autarquias, num total de €45 956,60 (2,1%);

»»

Composição da receita

Vendas e taxas Transferências das DRE Transferências das autarquias

Valor (€) % Valor (€) % Valor (€) %

Refeitório 1.393.541,95 31,3% 555.169,65 32,3% 45.956,60 69,6%

Bufete 2.687.032,26 60,4% 0,00 0,0% 0,00 0,0%

Papelaria 371.767,68 8,3% 0,00 0,0% 0,00 0,0%

Auxílios 0,00 0,0% 1.102.926,18 64,25 20.056,14 30,4%

Seguros 0,00 0,0% 59.057,67 3,4% 0,00 0,0%

TOTAL 4.452.341,89 100,0% 1.717.153,50 100,0% 66.012,74 100,0%

Transportes 0,00 0,0% 0,00 0,0% 0,00 0,0%

Composição da receita

Cobranças a alunos Outras receitas Saldos

Valor (€) % Valor (€) % Valor (€) %

Refeitório 0,00 0,0% 12.999,68 67,1% 213.009,99 34,0%

Bufete 0,00 0,0% 0,00 0,0% 167.478,85 26,8%

Papelaria 0,00 0,0% 0,00 0,0% 57.532,81 9,2%

Auxílios 0,00 0,0% 6.361,09 32,9% 166.017,12 26,5%

Seguros 50.920,66 26,3% 0,00 0,0% 20.597,27 3,3%

TOTAL 193.800,46 100,0% 19.360,77 100,0% 625.802,68 100,0%

Transportes 142.879,80 73,7% 0,00 0,0% 1.166,64 0,2%

»»

2 Embora nos Agrupamentos de Escolas de Vila Viçosa e de Campo Maior, da área geográfica da DREALE, os alunos não disponham de refeitório escolar na escola sede, têm acesso às refeições nas escolas secundárias. As Contas de Gerência da ASE destes agrupamentos reflectem os valores cobrados e as transferências efectuadas para as respectivas escolas secundárias. No Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados, da área da DREC, existem dois refeitórios escolares, um na escola básica do 2.º ciclo e outro na escola secundária com 3.º ciclo (sede do agrupamento).

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

• Taxas cobradas aos utentes, num total de €38 268,00 (1,7%);

• Outras receitas, num total de €12 999,68 (0,6%);

• Saldos transitados num total de €213 009,99 (9,6%).

Gráfico 26 – Composição da receita do sector refeitório

As transferências das Direcções Regionais de Educação para os refeitórios destinavam-se, essencialmente, a cobrir o custo das refeições servidas a alunos carenciados do escalão A (refeição gratuita) e do escalão B (metade do seu custo).

A taxa cobrada aos utentes refere-se a um acréscimo do custo da refeição, no valor de 0,25 €, quando a mesma é adquirida no próprio dia.

Nos 48 refeitórios escolares foram servidas a alunos e funcionários (docentes e pessoal não docente) 1 631 642 refeições, das quais 1 582 843 (97,0%) se destinaram a alunos, principalmente dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário. O número de dias de funcionamento oscilou entre um mínimo de 154 e um máximo de 210 (quadro VIII).

Quadro VIII – Refeições servidas e dias de funcionamento

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%

Saldo

Venda directa

Transferências dasDRE

Transferências dasautarquias

Taxas

Outras receitas

Número de refeitórios

Percentagem de refeições servidas

a alunos

Número de dias de funcionamento

Mínimo Máximo

DREN 13 98,4% 158 177

DREC 12 97,1% 164 210

DREL 10 97,6% 154 170

DREALE 9 94,9% 163 210

DREALG 4 93,0% 164 192

TOTAL 48 97,0% – –

DRE

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38

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

A percentagem de alunos que utilizavam os 48 refeitórios escolares, em relação ao total de discentes que frequentavam as respectivas escolas, era (quadro IX):

• Inferior a 26% em 19 (39,6%) refeitórios;

• Entre 26% e 50% em 20 (41,7%) refeitórios;

• Entre 51% e 75% em 6 (12,5%) refeitórios;

• Maior que 75% em 3 (6,3%) refeitórios.

Quadro IX – Classes de frequência média diária

A frequência dos refeitórios é influenciada pela localização da escola (áreas urbanas/áreas rurais) e pelo horário de funcionamento das diferentes turmas do estabelecimento de ensino.

Dos 48 refeitórios escolares em funcionamento nas 47 unidades de gestão, 35 (72,9%) eram explorados directamente pelos órgãos executivos das unidades orgânicas e 13 (27,1%) tinham o serviço de refeições concessionado (gráfico 27).

Gráfico 27 – Tipo de exploração do serviço de refeições

DRE N.º de refeitórios

Classes de percentagens de alunos que frequentam os refeitórios escolares

Até 25% De 26% a 50% De 51% a 75%

N.º % N.º % N.º % N.º %

DREN 13 7 53,8% 5 38,5% 1 7,7% 0 0,0%

DREC 12 2 16,7% 4 33,3% 3 25,0% 3 25,0%

DREL 10 6 60,0% 4 40,0% 0 0,0% 0 0,0%

DREALE 9 3 33,3% 5 55,6% 1 11,1% 0 0,0%

DREALG 4 1 25,0% 2 50,0% 1 25,0% 0 0,0%

Total 48 19 39,6% 20 41,7% 6 12,5% 3 6,3%

Mais de 75%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

DREN DREC DREL DREALE DREALG TOTAL

Exploração directa Concessão

Page 39: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

39

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

O custo médio das refeições confeccionadas nos refeitórios escolares com exploração directa das unidades de gestão oscilava entre €0,94 no refeitório da escola sede do Agrupamento de Escolas da Área Urbana da Guarda, na Guarda e €1,93 no Refeitório da Escola Secundária com 3.º Ciclo de Castro Verde (quadro X).

Quadro X – Classes de custo médio das refeições

9.2. Bufetes em funcionamento nas escolas básicas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas, estavam em funcionamento 47 bufetes escolares, que foram responsáveis por uma receita total no valor de €2 854 511,11. Esta receita apurada tinha a seguinte origem (gráfico 28):

• Venda directa, num total de €2 687 032,26 (94,1%);

• Saldos transitados, num total de €167 478,85 (5,9%).

Gráfico 28 – Composição da receita do sector Bufete

DRE

N.º de refeitórios

de exploração

directa

Custo médio das refeições

Até 1,34 € De 1,34 € a 1,56 € Mais de 1,56 €

N.º % N.º % N.º %

DREN 9 7 77,8% 2 22,2% 0 0,0%

DREC 9 5 55,6% 4 44,4% 0 0,0%

DREL 7 4 0,0% 3 0,0% 0 0,0%

DREALE 6 2 33,3% 2 33,3% 2 33,3%

DREALG 4 2 50,0% 1 25,0% 1 25,0%

Total 35 20 57,1% 12 34,3% 3 8,6%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

Vendas

Outras receitas

Saldos

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40

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

A taxa de rentabilidade dos 47 bufetes, calculada pela comparação entre as receitas e despesas geradas durante o ano económico, era (quadro XI):

• Igual ou inferior a 10% em 3 bufetes (6,4%); • Entre 11% e 15% em 8 bufetes (17,0%); • Entre 16% e 20% em 10 bufetes (21,3%); • Superior a 20% em 26 bufetes (55,3%).

Quadro XI – Classes de taxas de rentabilidade dos bufetes

Os lucros apurados na gestão dos bufetes escolares devem ser transferidos trimestralmente para dotações com compensação em receitas das unidades de gestão. Os 47 bufetes em funcionamento nas 47 unidades de gestão intervencionadas permitiram transferir €472 648,14 para dotações com compensação em receitas das respectivas unidades orgânicas. As taxas de transferência dos lucros dos bufetes para dotações com compensação em receitas variaram entre um mínimo de 0,0% no Agrupamento de Escolas de Vila Verde (DREN) e Escola Secundária com 3.º ciclo de Paços de Ferreira (DREN) e um máximo de 33,8% no Agrupamento de Escolas Álvaro Velho, no Barreiro (DREL).

Quadro XII – Classes de taxas de transferência de lucros do Bufete

DRE N.º de bufetes

Classes de taxas de rentabilidade dos bufetes

Até 10% De 11% a 15% De 16% a 20%

N.º % N.º % N.º % N.º %

DREN 13 1 7,7% 2 15,4% 5 38,5% 5 38,5%

DREC 11 0 0,0% 2 18,2% 1 9,1% 8 72,7%

DREL 10 1 10,0% 1 10,0% 0 0,0% 8 80,0%

DREALE 9 1 11,1% 3 33,3% 1 11,1% 4 44,4%

DREALG 4 0 0,05 0 0,0% 3 0,0% 1 0,0%

Total 47 3 6,4% 8 17,0% 10 21,3% 26 55,3%

Mais de 20%

DRE N.º de bufetes

Classes de taxas de rentabilidade dos bufetes

Até 5% De 6% a 15% De 16% a 20%

N.º % N.º % N.º % N.º %

DREN 13 2 15,4% 5 38,5% 4 30,8% 2 15,4%

DREC 11 0 0,0% 3 27,3% 5 45,5% 3 27,3%

DREL 10 0 0,0% 3 30,0% 2 20,0% 5 50,0%

DREALE 9 0 0,0% 7 77,8% 0 0,0% 2 22,2%

DREALG 4 1 0,0% 1 0,0% 2 0,0% 0 0,0%

Total 47 3 6,4% 19 40,4% 13 27,7% 12 25,55

Mais de 20%

Page 41: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

41

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

9.3. Papelarias em funcionamento nas escolas básicas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas estavam em funcionamento 47 papelarias escolares, que foram responsáveis por uma receita total no valor de €429 300,49. Esta receita apurada tinha a seguinte origem (gráfico 29):

• Venda directa, num total de €371 767,68 (86,6%);

• Saldos transitados, num total de €57 532,81 (13,4%).

Gráfico 29 – Composição da receita do sector Papelaria

A taxa de rentabilidade das 47 papelarias, calculada pela comparação entre as receitas e despesas geradas durante o ano económico, era (quadro XIII):

• Inferior a 5% em 17 papelarias (36,1%); • Entre 5% e 15% em 12 papelarias (25,5%); • Superior a 15% em 18 papelarias (38,3%).

Quadro XIII – Classes de taxas de rentabilidade das papelarias

DRE N.º de papelarias

Classes de taxas de rentabilidade das papelarias

Até 0% De 0,1% a 5% De 6% a 15%

N.º % N.º % N.º % N.º %

DREN 13 3 23,1% 3 23,1% 3 13,1% 4 30,8%

DREC 11 0 0,0% 2 18,2% 6 54,5% 3 27,3%

DREL 10 1 10,0% 1 10,0% 1 10,0% 7 70,0%

DREALE 9 3 33,3% 2 22,2% 1 11,1% 3 33,3%

DREALG 4 1 25,0% 1 25,0% 1 25,0% 1 25,0%

TOTAL 47 8 17,0% 9 19,1% 12 25,5% 18 38,3%

Mais de 20%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

Saldo

Venda directa

Outras receitas

Page 42: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

42

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

9.4. Prevenção e seguro escolar dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário

O seguro escolar constitui uma modalidade de apoio e complemento educativo prestado aos alunos, garantindo a cobertura financeira decorrente da assistência médica e medicamentosa e do transporte e alimentação indispensáveis para garantir essa assistência, bem como, nos casos previstos na lei, o pagamento de indemnizações. A inscrição no seguro escolar é obrigatória, sendo o prémio de seguro pago fixado em 1% do valor do salário mínimo nacional, arredondado, por defeito. Estão isentos do pagamento do prémio do seguro os alunos que frequentam a educação pré-escolar, a escolaridade obrigatória e os alunos deficientes.

O prémio do seguro escolar pago pelos alunos fora da escolaridade obrigatória é cobrado pelas escolas (no acto da matrícula) e integralmente enviado às Direcções Regionais de Educação que, posteriormente, transferem verbas para os estabelecimentos de ensino com base numa previsão de gastos com aquisição de serviços para fazer face a eventuais acidentes. Do ponto de vista contabilístico, o prémio de seguro pago pelos alunos constitui receita da ASE, sendo escriturado na Conta de Gerência a crédito, quando cobrado aos alunos, e a débito, pelo mesmo valor, quando é transferido para as Direcções Regionais de Educação.

O pagamento do prémio do seguro escolar, as transferências efectuadas pelas Direcções Regionais de Educação para comparticipar nas despesas com eventuais acidentes e os saldos transitados da gerência anterior foram responsáveis por uma receita total no valor de €130 575,60. Esta receita apurada tinha a seguinte composição (gráfico 30):

• Transferências das Direcções Regionais de Educação, num total de €59 057,67 (45,2%);

• Prémio do seguro escolar pago pelos alunos do ensino secundário e fora da escolaridade obrigatória, num total de €50 920,66 (39,0%);

• Saldos transitados, num total de €20 597,27 (15,8%).

Gráfico 30 – Composição da receita do sector Seguro Escolar

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0%

Transferências dasDRE

Cobranças a alunos

Outras receitas

Saldos

Page 43: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

43

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

9.5. Apoio socioeducativo atribuído aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário

O apoio socioeducativo traduz-se na atribuição de comparticipações para fazer face aos encargos com refeições, livros e outro material escolar, com actividades de complemento curricular, com alojamento e material específico e com transporte de alunos com necessidades educativas especiais (NEE). Os alunos do ensino secundário têm ainda direito a isenção de propinas, taxas e emolumentos e bolsas de mérito.

O apoio socioeducativo para livros e material escolar, complemento curricular e material específico e transporte de alunos com NEE foi responsável por uma receita total no valor de €1 295 360,53. Esta receita apurada tinha a seguinte origem (gráfico 31):

• Transferências das Direcções Regionais de Educação, num total de 1 102 €926,18 (85,1%);

• Transferências das autarquias, num total de 20 056,14 € (1,5%);

• Outras receitas, num total de €6 361,09 (0,5%);

• Saldos transitados, num total de €166 017,12 (12,8%).

Gráfico 31 – Composição da receita do sector Apoio Socioeducativo

As transferências das Direcções Regionais de Educação não correspondem ao valor total dos subsídios atribuídos, uma vez que são realizadas tendo em conta a posição financeira do sector a que se destinam.

Nas unidades de gestão intervencionadas, no que diz respeito aos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ao ensino secundário, beneficiaram de subsídio de alimentação 7 595 alunos o que correspondia a 24,2% do total dos alunos matriculados naqueles níveis de ensino (quadro XIV). Estes 7 595 alunos repartiam-se em beneficiários do escalão A – 5 870 (77,3%) e beneficiários do escalão B – 1 725 (22,7%).

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

Transferências dasDRE

Transferências dasautarquias

Outras receitas

Saldos

Page 44: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

44

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Quadro XIV – Alunos beneficiários de subsídio de alimentação

O valor global do subsídio de alimentação atribuído atingiu o montante global de €852 521,18, sendo o valor médio deste subsídio atribuído por aluno de €112,25 (quadro XV).

Quadro XV – Subsídio de alimentação

Nas unidades de gestão intervencionadas, no que diz respeito aos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ao ensino secundário, beneficiaram de subsídio para livros e material escolar 7 363 alunos o que correspondia a 23,4% do total dos alunos matriculados naqueles níveis de ensino (quadro XVI). Estes 7 363 alunos repartiam-se em beneficiários do escalão A – 5 684 (77,2%) e beneficiários do escalão B – 1 679 (22,8%).

DRE

Total de alunos dos 2.º e 3.º

ciclos e do ensino

secundário

Alunos beneficiários de subsídio de alimentação

Escalão A Escalão B Escalão A+B

N.º % N.º % N.º %

DREN 11.726 2.413 74,1% 845 25,9% 3.258 27,8%

DREC 6.245 1.175 78,0% 331 22,0% 1.506 24,1%

DREL 7.790 1223 81,9% 271 18,1% 1.494 19,2%

DREALE 3.509 708 78,6% 193 21,4% 901 25,7%

DREALG 2.163 351 80,5% 85 19,5% 436 20,2%

TOTAL 31.433 5.870 77,3% 1.725 22,7% 7.595 24,2%

DRE

Subsídio de alimentação

Valor total do subsídio (€)

Total de alunos subsidiados

Valor médio do subsídio

atribuído (€)

DREN 317.836,44 3.258 97,56

DREC 201.134,38 1.506 133,56

DREL 160.846,13 1.494 107,66

DREALT 109.816,96 901 121,88

DREALG 62.887,27 436 144,24

TOTAL 852.521,18 7.595 112,25

Page 45: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

45

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Quadro XVI – Alunos beneficiários de subsídio para livros e material escolar

O valor global do subsídio para livros e material escolar atribuído atingiu o montante global de €579 294,78, sendo o valor médio deste subsídio atribuído por aluno de €78,68 (quadro XVII).

Quadro XVII – Subsídio para livros e material escolar

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas foram atribuídos subsídios de complemento curricular a 1045 alunos, num valor global de €17 634,64, sendo o seu valor médio de €16,88 (quadro XVIII).

Quadro XVIII – Subsídio para complemento curricular

DRE

Total de alunos dos 2.º e 3.º ciclos e do

ensino secundário

Alunos beneficiários de subsídio para livros e material escolar

Escalão A Escalão B Escalão A+B

N.º % N.º % N.º %

DREN 11.726 2.418 74,3% 836 25,7% 3.254 27,8%

DREC 6.245 1.159 77,2% 342 22,8% 1.501 24,0%

DREL 7.790 1.008 81,9% 223 18,1% 1.231 15,8%

DREALT 3.509 810 80,1% 201 19,9% 1.011 28,8%

DREALG 2.163 289 79,0% 77 21,0% 366 16,9%

TOTAL 31.433 5.684 77,2% 1.679 22,8% 7.363 23,4%

DRE

Subsídio para livros e material escolar

Valor total do subsídio (€)

Total de alunos subsidiados

Valor médio do subsídio

atribuído (€) DREN 235.514,99 3.254 72,38

DREC 113.055,82 1.501 75,32

DREL 124.847,27 1.231 101,42

DREALT 71.677,26 1.011 70,90

DREALG 34.199,44 366 93,44

TOTAL 579.294,78 7.363 78,68

DRE

Subsídio para complemento curricular

Valor total do subsídio (€)

Total de alunos subsidiados

Valor médio do subsídio

atribuído (€)

DREN 0,00 0 0,00

DREC 7 043,41 529 13,31

DREL 0,00 0 0,00

DREALT 6 423,89 370 17,36

DREALG 4 167,34 146 28,54

TOTAL 17 634,64 1.045 16,88

Page 46: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

46

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

No que diz respeito ao ensino secundário, que funcionava em 20 das 47 unidades de gestão intervencionadas, havia 240 alunos beneficiários de bolsas de mérito. Estas atingiam um valor global de €224 723,37, sendo o seu valor médio de €936,35 (quadro XIX).

Quadro XIX – Bolsas de mérito

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas, foram atribuídos €3 549,12 para aquisição de material específico para alunos com NEE e €42 938,50 para transporte destes alunos (quadro XX).

Quadro XX – Apoio a alunos com NEE

9.6. Transportes escolares dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário

Os transportes escolares são da responsabilidade das autarquias, que disponibilizam aos alunos diurnos esse serviço através de meios próprios ou da utilização da rede de transportes públicos. Este serviço é fornecido gratuitamente aos alunos da escolaridade obrigatória e mediante o pagamento de uma comparticipação aos alunos maiores de 15 anos e do ensino secundário.

Mediante protocolo celebrado com as unidades de gestão, a comparticipação dos alunos é cobrada directamente pela autarquia ou pelos serviços da ASE de cada unidade de gestão, que arrecadam as receitas cobradas e as enviam à autarquia.

DRE Bolsas de mérito

Valor total das bolsas de mérito atribuídas (€)

Total de alunos beneficiados

Valor médio da bolsa atribuída (€)

DREN 165 385,25 172 961,54

DREC 28 963,50 32 905,11

DREL 15 853,35 19 834,39

DREALT 0,00 0 0,00

DREALG 14 521,27 17 854,19

TOTAL 224 723,37 240 936,35

DRE

Apoio a alunos com NEE

Valor total do apoio para material específico (€)

Valor total do apoio para transportes (€) Total (€)

DREN 3 194,19 23 639,38 26 833,57

DREC 332,75 13 068,38 13 401,13

DREL 0,00 3 125,54 3 125,54

DREALT 0,00 3 105,20 3 105,20

DREALG 22,18 0,00 22,18

TOTAL 3 549,12 42 938,50 46 487,62

Page 47: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

47

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Os transportes escolares foram responsáveis por uma receita total no valor de €144 046,44. Esta receita apurada tinha a seguinte origem:

• Comparticipação dos alunos maiores de 15 anos e do ensino secundário, que pagaram a sua comparticipação junto dos serviços da ASE das unidades de gestão intervencionadas, num total de €142 879,80 (99,2%);

• Saldos transitados, correspondentes a verbas arrecadadas e ainda não enviadas à autarquia respectiva no final do ano económico (Dezembro de 2005), no valor de €1166,64 (0,8%).

A percentagem de alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico das 44 unidades de gestão intervencionadas que utilizavam os transportes escolares era (quadro XXI):

• Igual ou inferior a 25%, em 22 unidades de gestão (50,0%); • De 25% a 50%, em 8 unidades de gestão (18,2%); • De 50% a 75%, em 13 unidades de gestão (29,5%); • Maior que 75%, em 1 unidades de gestão (2,3%).

Quadro XXI – Classes de percentagem de alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico que utilizam o serviço de transportes escolares

A percentagem de alunos do ensino secundário das 20 unidades de gestão intervencionadas que utilizavam os transportes escolares era (quadro XXII):

• Igual ou inferior a 25%, em 12 unidades de gestão (60,0%); • De 25% a 50%, em 6 unidades de gestão (30,0%); • De 50% a 75%, em 2 unidades de gestão (10,0%).

DRE

Classes de percentagem de alunos dos 2.º e 3.º ciclos que utilizam transportes escolares

Até 25% De 26% a 50% De 51% a 75% Mais de 75%

N.º % N.º % N.º % N.º %

DREN 6 46,2% 1 7,7% 6 46,2% 0 0,0%

DREC 3 30,0% 3 30,0% 3 30,0% 1 10,0%

DREL 8 88,9% 0 0,0% 1 11,1% 0 0,0%

DREALE 4 50,0% 3 37,5% 1 12,5% 0 0,0%

DREALG 1 25,0% 1 25,0% 2 50,0% 0 0,0%

TOTAL 22 50,0% 8 18,2% 13 29,5% 1 2,3%

Page 48: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

48

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Quadro XXII – Classes de percentagem de alunos do ensino secundário que utilizam o serviço de transportes escolares

DRE

Classes de percentagem de alunos do ensino secundário que utilizam transportes escolares

Até 25% De 26% a 50% De 51% a 75% Mais de 75%

N.º % N.º % N.º % N.º %

DREN 4 57,1% 2 28,6% 1 14,3% 0 0,0%

DREC 2 50,0% 1 25,0% 1 25,0% 0 0,0%

DREL 4 80,0% 1 20,0% 0 0,0% 0 0,0%

DREALE 1 33,3% 2 66,7% 0 0,0% 0 0,0%

DREALG 1 100,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

TOTAL 12 60,0% 6 30,0% 2 10,0% 0 0,0%

Page 49: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

49

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

10. Resultados das auditorias

Após a realização das auditorias nas unidades de gestão intervencionadas, os respectivos relatórios, contendo propostas de alteração de carácter obrigatório e oportunidades de melhoria dos serviços da ASE, foram enviados às entidades auditadas para estas se pronunciarem, no prazo de 10 dias úteis, nos termos dos art.os 100.º e 101.º do Código do Procedimento Administrativo.

Após a audição das entidades auditadas, os relatórios tornaram-se definitivos sendo dado um prazo não superior a 60 dias para as unidades de gestão implementarem as recomendações de carácter obrigatório.

Para verificação e monitorização da implementação das alterações propostas de carácter obrigatório foram realizadas acções sequenciais, por parte das equipas auditoras, após o prazo concedido às unidades de gestão para a sua concretização.

Em resultado das auditorias realizadas nas 47 unidades de gestão intervencionadas foram realizadas 43 acções sequenciais (quadro XXIII).

Quadro XXIII – Acções sequenciais

Nas 47 unidades de gestão intervencionadas, como resultado das auditorias realizadas, foram formuladas 521 (quadro XXIV) propostas de carácter obrigatório, que as entidades auditadas acolheram, tendo implementado completamente 422 (81,0%). As restantes estavam parcialmente implementadas ou em vias de implementação, quando da realização das acções sequenciais – 91 (17,5%) – ou não tinham sido acolhidas por parte dos órgãos de gestão – 8 (1,5%).

Unidades de gestão intervencionadas

Acções sequenciais realizadas

DREN 13 12

DREC 11 11

DREL 10 9

DREALE 9 9

DREALG 4 2

TOTAL 47 43

Page 50: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

50

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Quadro XXIV – Propostas de carácter obrigatório

DRE Recomendações formuladas

Totalmente implementadas

Parcialmente ou em vias de

implementação Não acolhidas

N.º % N.º % N.º %

DREN 244 201 82,4% 43 17,6% 0 0,0%

DREC 81 65 80,2% 13 16,1% 3 3,7% DREL 60 54 90,0% 4 6,7% 2 3,3% DREALE 122 92 75,5% 27 22,1% 3 2,4% DREALG 14 10 71,4% 4 28,6% 0 0,0%

TOTAL 521 422 81,0% 91 17,5% 8 1,5%

Page 51: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

11. Conclusões

Tendo em conta os dados recolhidos nas 47 unidades de gestão intervenciona-das, é possível concluir o seguinte:

11.1. Organização

• As direcções executivas eram maioritariamente constituídas por Conselhos Executivos eleitos. Nas direcções executivas dos agrupamentos havia a pre-sença de educadores de infância (31%), de docentes do 1.º ciclo do ensino básico (33%) e de professores dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico (36%);

• Os conselhos administrativos estavam legalmente constituídos, tendo a maioria dos seus presidentes uma experiência (anos de exercício do cargo) superior a seis anos;

• As assembleias de escola estavam a funcionar incorrectamente em 26% das unidades de gestão, pois a sua constituição efectiva não respeitava o n.º 2 do art.º 9.º do Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabele-cimentos da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário.

11.2. Modalidades de Acção Social Escolar

• Cerca de 86% das crianças que frequentavam os jardins-de-infância integra-dos em agrupamentos tinham acesso ao serviço de refeições: no próprio jar-dim (50%), noutros estabelecimentos de ensino (18%) e em entidades exte-riores ao Ministério da Educação (32%);

• Cerca de 63% dos alunos que frequentavam as escolas do 1.º ciclo do ensi-no básico integradas em agrupamentos tinham acesso a refeitórios escola-res: na própria escola (34%), noutros estabelecimentos de ensino (24%) e em entidades exteriores ao Ministério da Educação (42%);

• Todos os alunos que frequentavam os 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e o ensino secundário tinham acesso a refeitórios escolares da própria escola (96%) ou de outros estabelecimentos de ensino (4%);

• Todos os jardins-de-infância com acesso a serviço de refeições eram apoia-dos, na prestação desse serviço, pelas autarquias, através de acção directa (86%), de transferência de verbas para os conselhos administrativos das unidades de gestão (10%) ou de transferências de verbas para os próprios estabelecimentos de ensino (4%);

• As autarquias atribuíam subsídio de alimentação a todas as escolas do 1.º ciclo do ensino básico, com acesso a refeitórios, através da sua acção directa (90%), da transferência de verbas para os conselhos administrativos das unidades de gestão (9%) ou de transferências de verbas para os próprios estabelecimentos de ensino (1%);

• As Direcções Regionais de Educação atribuíam subsídio de alimentação a todos os alunos carenciados dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, através da transferência de verbas para os conselhos adminis-trativos das unidades de gestão;

Page 52: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

• As autarquias atribuíam subsídios para livros e material escolar aos alunos carenciados de todas as escolas do 1.º ciclo do ensino básico, através da sua acção directa (16%), de transferência de verbas para os conselhos adminis-trativos das unidades de gestão (83%) ou de transferência de verbas para os próprios estabelecimentos de ensino (1%);

• As Direcções Regionais de Educação atribuíam subsídios para livros e mate-rial escolar a todos os alunos carenciados dos 2.º e 3.º ciclos do ensino bási-co e do ensino secundário, através da transferência de verbas para os con-selhos administrativos das unidades de gestão;

• As câmaras municipais asseguravam o transporte escolar em 44 das unida-des de gestão intervencionadas (94%), através da rede de transportes colectivos (50%), de recursos próprios (9%), de outros recursos (12%), da rede de transportes colectivos e recursos próprios (25%), da rede de trans-portes públicos e outros recursos (2%) e utilizando todos os recursos dispo-níveis (2%).

11.3. Análise do orçamento da Acção Social Escolar

• Cerca de 30% das assembleias de escola definiam as linhas orientadoras para a elaboração do projecto de orçamento;

• Em cerca de 38% das unidades de gestão havia articulação entre o Projecto Educativo, o Plano Anual de Actividades e o Orçamento;

• Todos os projectos de orçamento elaborados faziam a previsão de receitas próprias;

• Cerca de 43% das unidades de gestão recorriam à Relação de Necessidades, 45% utilizavam as Requisições Oficiais e 55% tinham instituído um procedi-mento de controlo de recepção de encomendas;

• Cerca de 36% das unidades de gestão realizavam adequadamente a despesa mediante os procedimentos constantes no Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de Junho;

• Cerca de 38% das despesas realizadas eram autorizadas pelo Presidente do Conselho Executivo ou pelo Conselho Administrativo;

• Cerca de 47% dos pagamentos eram previamente autorizados pelo Conselho Administrativo;

• Cerca de 79% das unidades de gestão emitiam documentos de receita; • Cerca de 92% das unidades de gestão elaboravam Folhas de Caixa Diárias,

sendo estas conferidas pelo técnico da ASE ou por quem as suas vezes fazia em cerca de 60% dos casos;

• Em todas as unidades de gestão as despesas e receitas provenientes da Acção Social Escolar estavam inscritas no orçamento e correctamente classi-ficadas;

• Cerca de 75% das unidades de gestão faziam a entrega trimestral, nos cofres do Tesouro, dos lucros gerados no bufete;

• Em cerca de 45% das unidades de gestão era realizado um inventário per-manente dos bens em armazém;

• Em cerca de 83% das unidades de gestão era feito o controlo da entrega do material escolar aos alunos, através de registo das entregas efectuadas;

• Em cerca de 13% das unidades de gestão foi constituído um fundo de maneio para a Acção Social Escolar. Em todas as unidades de gestão estava criada uma conta bancária para movimentação das verbas da Acção Social Escolar;

Page 53: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

53

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

• Era realizada mensalmente a reconciliação da conta bancária, por pessoa diferente da que exercia as funções de tesoureiro, em cerca de 68% das unidades de gestão;

• Os balancetes da execução financeira mensal estavam conformes com os valores escriturados, em cerca de 87% dos casos e eram aprovados pelo Conselho Administrativo, em cerca de 85% das situações;

• Em cerca de 92% das unidades de gestão as Contas de Gerência integravam todos os documentos que delas faziam parte, tendo sido aprovadas pelo Conselho Administrativo, em 98% dos casos;

• Havia segregação de funções entre o economato e a contabilidade – 70%, entre a contabilidade e a tesouraria – 62% e a entidade autorizadora dos pagamentos e a tesouraria – 85%.

11.4. Análise da Conta de Gerência

• O total das receitas geradas na Acção Social Escolar atingiu o montante glo-bal de €7 074 472;

• Cerca de 63% das receitas geradas tinham origem nas vendas efectuadas, cerca de 24% nas transferências efectuadas pelas Direcções Regionais de Educação e cerca de 9% nos saldos transitados de anos anteriores.

11.4.1. Refeitório

• O total das receitas geradas nos refeitórios escolares atingiu o montante global de €2 220 678;

• Cerca de 61% das receitas geradas tinham origem nas vendas efectuadas e cerca de 25% nas transferências efectuadas pelas Direcções Regionais de Educação;

• Nos refeitórios escolares foram servidas 1 631 642 refeições, destinando-se aos alunos cerca de 97%.

11.4.2. Bufetes

• O total das receitas geradas nos bufetes escolares atingiu o montante global de €2 854 511;

• Cerca de 94% das receitas geradas tinham origem nas vendas efectuadas;

• A taxa de rentabilidade dos bufetes escolares situava-se maioritariamente (77%) acima dos 15%.

11.4.3. Papelaria

• O total das receitas geradas nas papelarias escolares atingiu o montante global de €429 300;

• Cerca de 87% das receitas tinham origem nas vendas efectuadas e cerca de 13% nos saldos transitados de anos anteriores;

• A taxa de rentabilidade das papelarias escolares situava-se maioritariamente (64%) acima dos 5%.

Page 54: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS

54

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

11.4.4. Prevenção e seguro escolar

• O total do prémio de seguro pago pelos alunos fora da escolaridade obriga-tória atingiu o montante global de €50 921;

• As transferências das Direcções Regionais de Educação, para comparticipar nos eventuais acidentes escolares, atingiram o valor global de €59 058;

• Os saldos transitados de anos anteriores atingiram o valor global de €20 597.

11.4.5. Apoio socioeducativo

• O total das receitas geradas no apoio socioeducativo atingiu o montante glo-bal de €1 295 361;

• Cerca de 85% das receitas geradas tinham origem nas transferências das Direcções Regionais de Educação;

• Cerca de 24% dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário beneficiaram de subsídio de alimentação, sendo 77% do escalão A e 23% do escalão B;

• Cerca de 23% dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário beneficiaram de subsídio para livros e material escolar, sendo 77% do escalão A e 23% do escalão B;

• O valor dos subsídios de alimentação atribuídos atingiu o montante global de €852 521, correspondendo a um valor anual médio de cerca de €112,25 por aluno;

• O valor dos subsídios para livros e material escolar atingiu o montante global de €579 295, correspondendo a um valor anual médio de cerca de €78,68 por aluno;

• O valor do subsídio para complemento curricular atingiu o montante de €17 635, correspondendo a um valor anual médio de cerca de 16,88 € por aluno;

• O valor das bolsas de mérito atribuídas a alunos do ensino secundário atin-giu o montante global de €224 723, correspondendo a um valor anual médio de cerca de €936,35 por aluno;

• O valor do apoio atribuído a alunos com necessidades educativas especiais, para aquisição de material específico e transportes, atingiu o montante glo-bal de €46 488.

11.4.5. Transportes escolares

• A percentagem de alunos dos 2.º e 3.º ciclos que usavam transportes esco-lares situava-se maioritariamente (68%) abaixo dos 50%;

• A percentagem de alunos do ensino secundário que usavam transportes escolares situava-se maioritariamente (60%) abaixo dos 25%.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

11.5. Resultados das auditorias

• Durante as 47 auditorias realizadas foram formuladas 521 recomendações de carácter obrigatório, sendo totalmente acolhidas pelos órgãos de gestão cerca de 81%.

12. Recomendações

Decorrente das auditorias realizadas e da informação recolhida, apresenta-se um conjunto de recomendações, que se consideram pertinentes, em parte idênticas às formuladas nos relatórios anteriores, com vista a superar alguns constrangimentos:

• Necessidade de reforçar as intervenções de auditoria junto das escolas ou dos agrupamentos, tendo como prioridades o controlo interno e o regime de realização da despesa;

• Necessidade de sensibilizar as Direcções Regionais de Educação para reforçarem o controlo dos mapas de execução física cruzando-os com os da execução financeira;

• Necessidade de sensibilizar as escolas ou agrupamentos e as Direcções Regionais de Educação para o estabelecimento de protocolos com as autarquias, quando os refeitórios escolares dos estabelecimentos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário servem refeições a crianças e alunos da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico. Destes protocolos devem constar os valores das refeições servidas e o montante da comparticipação das autarquias;

• Necessidade de transferir integralmente para as unidades de gestão a contabilização e gestão das verbas afectas à ASE. Actualmente a existência de contas de gerência da ASE separadas das contas de gerência das unidades de gestão decorre do facto de estas verbas serem escrituradas nas contas de gerência das Direcções Regionais de Educação;

• Necessidade de rever os procedimentos da ASE, adaptando-os à crescente utilização de meios informáticos por parte das escolas e às diversas fontes de financiamento;

• Promover a realização de acções de formação para os conselhos executivos e conselhos administrativos e para o pessoal administrativo, no âmbito específico da ASE, nomeadamente nas seguintes áreas: ⇒ Contratação pública e regime de realização da despesa; ⇒ Contabilidade pública; ⇒ Gestão de pessoal.

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ANEXO I

UNIDADES DE GESTÃO INTERVENCIONADAS

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

Código da escola singular ou sede do agrupamento

Denominação da unidade de gestão Concelho DRE

401596 ES/3 Dr.ª Laura Ayres Quarteira DREALG

330905 Agrupamento de Escolas de Aljezur Aljezur DREALG

344862 Agrupamento de Escolas de Castro Marim Castro Marim DREALG

343195 EB 2,3 Poeta Bernardo Passos S. Brás de Alportel DREALG

403866 ES/3 de Castro Verde Castro Verde DREALE

400749 ES/3 de Alcácer do Sal Alcácer do Sal DREALE

402862 ES/3 de S. Lourenço Portalegre DREALE

345210 EB 2,3 D. Jorge de Lencastre Grândola DREALE

343020 Agrupamento de Escolas n.º 3 de Évora Évora DREALE

220530 Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide

Castelo de Vide DREALE

310311 Agrupamento de Escolas de Campo Maior Campo Maior DREALE

310074 Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa Vila Viçosa DREALE

341903 Agrupamento de Escolas de Ponte de Sôr Ponte de Sôr DREALE

403209 ES/3 da Amora Amora DREL

402059 ES Leal da Câmara Sintra DREL

401808 ES/3 Francisco Simões Almada DREL

401729 ES/3 Fernão Mendes Pinto Almada DREL

341642 Agrupamento de Escolas Gaspar Correia Loures DREL

342798 Agrupamento de Escolas de Samora Correia

Benavente DREL

341460 Agrupamento de Escolas Fernando Pessoa Lisboa DREL

340169 Agrupamento de Escolas Álvaro Velho Barreiro DREL

345854 Agrupamento de Escolas José Relvas Alpiarça DREL

346731 Agrupamento de Escolas D. Nuno Álvares Pereira

Tomar DREL

403088 ES/3 de Santa Comba Dão Santa Comba Dão DREC

400583 ES de Seia Seia DREC

401470 ES/3 Dr. Joaquim de Carvalho Figueira da Foz DREC

345672 Agrupamento de Escolas de Aguada de Cima

Águeda DREC

341745 Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique

Viseu DREC

345090 Agrupamento de Escolas de Campo de Besteiros

Tondela DREC

345039 Agrupamento de Escolas de Cantanhede Cantanhede DREC

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Código da escola singular ou sede do agrupamento

Denominação da unidade de gestão Concelho DRE

343160 Agrupamento de Escolas da Área Urbana da Guarda

Guarda DREC

345003 Agrupamento de Escolas de Ceira Coimbra DREC

403570 Agrupamento de Escolas de Mira de Aire e Alvados

Porto de Mós DREC

344473 Agrupamento de Escolas de Oliveirinha Aveiro DREC

402047 ES/3 Latino Coelho Lamego DREN

401183 ES/3 de Castelo de Paiva Castelo de Paiva DREN

403416 ES/3 de Rio Tinto Gondomar DREN

400968 ES/3 Aurélia de Sousa Porto DREN

403374 ES/3 de Paços de Ferreira Paços de Ferreira DREN

402850 ES/3 Oliveira Júnior S. João da Madeira DREN

310451 Agrupamento de Escolas Deu-la-Deu Martins

Monção DREN

340315 Agrupamento de Escolas de Valdevez Arcos de Valdevez DREN

345430 Agrupamento de Escolas de Vila Verde Vila Verde DREN

340390 Agrupamento de Escolas de Baguim Gondomar DREN

344059 Agrupamento de Escolas Manoel de Oliveira

Porto DREN

345957 Agrupamento de Escolas do Monte da Ola Viana do Castelo DREN

340996 Agrupamento de Escolas Diogo Cão Vila Real DREN

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ANEXO II

ENQUADRAMENTO HISTÓRICO-LEGAL DA

EVOLUÇÃO DA ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

A Acção Social Escolar, orientada para a prestação de apoio aos estudantes economicamente menos favorecidos, era exercida, até 1971, por vários departa-mentos do Ministério da Educação Nacional, que facultavam aos estudantes de todos os graus de ensino benefícios materiais de vária ordem.

Em 1971, com a publicação do Decreto-Lei n.º 178/71, de 30 de Abril, foi criado, na dependência directa do Ministro da Educação Nacional, o Instituto de Acção Social Escolar (IASE), organismo dotado de autonomia administrativa e financeira. A criação do IASE teve como objectivo, por um lado, centralizar o planeamento e o estudo de toda a Acção Social Escolar e, por outro, criar um centro de decisão que, numa perspectiva unitária, pudesse dirigir e coordenar eficazmente toda a acção.

Conforme decorre do art.º 7.º do Decreto-Lei n.º 178/71, de 30 de Abril, a Acção Social Escolar tinha por objecto quer a concessão de auxílios económicos aos alu-nos carenciados, quer a prestação de serviços aos alunos em geral.

A concessão de auxílios económicos abrangia, entre outras, as seguintes modali-dades:

• Bolsas de estudo;

• Subsídios;

• Empréstimos;

• Isenção ou redução de propinas;

• Isenção ou redução das taxas dos serviços de Acção Social Escolar.

A prestação de serviços aos alunos em geral abrangia, entre outras, as seguintes modalidades:

• Saúde escolar;

• Assistência médica e medicamentosa;

• Alojamento;

• Alimentação;

• Transportes;

• Seguros;

• Fornecimento de material didáctico;

• Campo de férias;

• Informação e procuradoria;

• Serviço de emprego.

Em 1973, com a publicação do Decreto-Lei n.º 223/73, de 11 de Maio, foi alterada a orgânica do IASE, sendo criadas delegações regionais e os chamados Núcleos de Acção Social Escolar (NASE).

Em cada estabelecimento de ensino preparatório, secundário e médio foi organiza-do um NASE, sob a responsabilidade directa do director do referido estabeleci-mento de ensino. O director podia delegar as funções de direcção e respectivas actividades do NASE em professores do mesmo estabelecimento, sem prejuízo da sua responsabilidade perante o IASE por toda a acção social exercida no respecti-vo estabelecimento de ensino. A inspecção e orientação eram exercidas pelo pes-soal dirigente, técnico e administrativo do IASE.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

A Acção Social Escolar no ensino primário era coordenada através das direcções dos distritos escolares, as quais, dentro da respectiva área, superintendiam nas actividades directamente ligadas à escola, sendo, perante o IASE, responsáveis por elas. A inspecção das actividades de Acção Social Escolar directamente ligadas à escola era assegurada pelos serviços de inspecção do ensino primário, sem pre-juízo da possibilidade de inspecção e orientação directa dos serviços do IASE.

Em 1982, com a publicação da Portaria n.º 450/82, de 30 de Abril, é aprovado o Regulamento dos Serviços de Acção Social Escolar nos Estabelecimentos de Ensino Preparatório e Secundário e nas Escolas do Magistério Primário.

Com a publicação do regulamento, o conselho directivo ou o director das escolas do magistério primário eram, perante o IASE, responsáveis pelo planeamento e execução das actividades de Acção Social Escolar nos respectivos estabelecimen-tos de ensino, cabendo ao secretário do conselho directivo ou ao director da esco-la do magistério primário coordenar e dirigir os Serviços de Acção Social Escolar.

Os Serviços de Acção Social Escolar (SASE), que substituíram os NASE, funciona-vam em todos os estabelecimentos dos ensinos preparatório e secundário e nas escolas de magistério primário, organizados e funcionando de acordo com as ins-truções do IASE.

Os Serviços de Acção Social Escolar são os seguintes:

• Alimentação, com dois tipos de serviços: ⇒ Bufete; ⇒ Refeitório ⇒ Alojamento; ⇒ Auxílios económicos; ⇒ Papelaria; ⇒ Seguro escolar; ⇒ Transportes escolares.

Passa a competir aos serviços administrativos dos estabelecimentos de ensino proceder aos registos contabilísticos nos Livros de Caixa e Registo Diário de Factu-ras, elaborar os balancetes mensais e executar as requisições de produtos e mate-riais necessários aos SASE, mediante autorização do secretário do conselho direc-tivo.

Competia ao tesoureiro dos estabelecimentos de ensino proceder aos pagamentos das despesas autorizadas inerentes aos SASE e depositar os valores cobrados ou recebidos do IASE.

Ao pessoal de Acção Social Escolar em serviço nos estabelecimentos de ensino competia, genericamente:

• No âmbito dos refeitórios, bufetes e papelarias – programar as aquisições, contactar os fornecedores, controlar as existências, escriturar os livros auxi-liares de acordo com as instruções do IASE, elaborar os mapas-resumo tri-mestrais e actualizar o inventário do equipamento fixo e móvel;

• No âmbito do alojamento – recolher e verificar os elementos necessários à análise da situação dos alunos, entrevistar os alunos candidatos para uma melhor apreciação dos respectivos processos, escriturar os livros auxiliares de acordo com os critérios emanados pelo IASE e elaborar os mapas-resumo trimestrais;

• No âmbito dos auxílios económicos – receber, verificar e colaborar na análise dos boletins de candidatura, calcular as capitações de cada aluno candidato, elaborar listas de alunos subsidiados, distribuir mensalmente os subsídios,

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

atender os alunos e encarregados de educação, escriturar os livros auxiliares de acordo com as orientações do IASE e elaborar os mapas-resumo trimestrais;

• No âmbito do seguro escolar – verificar a correcção de todos os documentos de despesa relativos à assistência prestada, organizar os processos relativos aos acidentes e escriturar os livros auxiliares;

• No âmbito dos transportes escolares – elaborar a previsão de proveniência dos alunos, planear os meios de acesso à escola, contactar os transportadores, escriturar os livros auxiliares de acordo com as instruções do IASE e elaborar os mapas-resumo trimestrais.

Em 1984, com a aprovação do Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de Setembro, são trans-feridas para os municípios do Continente competências em matéria de organização, financiamento e controlo de funcionamento dos transportes escolares.

Nos termos do mesmo Decreto-Lei, o transporte escolar era gratuito para os estu-dantes da escolaridade obrigatória, sendo comparticipado pelos estudantes do ensino secundário. Competia a cada estabelecimento de ensino a organização do processo de acesso ao transporte escolar por parte dos seus alunos. Mediante protocolo esta-belecido entre a câmara municipal e os estabelecimentos de ensino, estes podiam requisitar, mensalmente, as vinhetas para os respectivos alunos.

Ainda em 1984, com a aprovação do Decreto-Lei n.º 399-A/84, de 28 de Dezembro, foram transferidas para os municípios do Continente competências em matéria de Acção Social Escolar no domínio dos refeitórios, de alojamento em agregado familiar e de auxílios económicos destinados às crianças da educação pré-escolar e aos alu-nos do ensino primário e do ciclo preparatório TV, oficial, particular ou cooperativo, com contrato de associação e paralelismo pedagógico.

Em 1987, após a publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.º 46/86, de 14 de Outubro), que estendia a escolaridade obrigatória a nove anos, foi publicado o Decreto-Lei n.º 3/87, de 3 de Janeiro, que aprovava a lei orgânica do Ministério da Educação e da Cultura. No âmbito desta nova orgânica, foi criado o Instituto de Apoio Sócio-Educativo, que substituía, em todas as suas competências, o Instituto de Acção Social Escolar.

Em 1991, com a publicação do Decreto-Lei n.º 82/91, de 19 de Fevereiro, foi criado o Instituto dos Assuntos Sociais da Educação, com autonomia administrativa e patri-mónio próprio, para o qual foram transferidas as atribuições e competências dos seguintes organismos extintos: Instituto de Apoio Sócio-Educativo, Instituto do Presi-dente Sidónio Pais e Obra Social do Ministério da Educação. Pelo mesmo Decreto-Lei são aprovados os Estatutos do Instituto dos Assuntos Sociais da Educação.

Em 1993, com a publicação do Decreto-Lei n.º 133/93, de 26 de Abril, que aprovava a nova lei orgânica do Ministério da Educação, foi extinto o Instituto dos Assuntos Sociais da Educação, sendo transferidas para as Direcções Regionais de Educação, criadas pelo mesmo decreto, competências no âmbito da Acção Social Escolar, asse-gurando e orientando o apoio social escolar, nas suas várias vertentes.

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ANEXO III

SIGLAS E ABREVIATURAS

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS ESCOLAS — ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Relatório Nacional 2005-2006

AE Apoio Educativo

ASE Acção Social Escolar

CIBE Cadastro e Inventário dos Bens do Estado

DGT Direcção-Geral do Tesouro

DRE Direcção Regional de Educação

DREALE Direcção Regional de Educação do Alentejo

DREALG Direcção Regional de Educação do Algarve

DREC Direcção Regional de Educação do Centro

DREL Direcção Regional de Educação de Lisboa

DREN Direcção Regional de Educação do Norte

EB Escola(s) Básica(s)

EB1 Escola(s) Básica(s) do 1.º Ciclo

EB1/JI Escola(s) Básica(s) do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância

EB1,2 Escola(s) Básica(s) dos 1.º e 2.º Ciclo(s)

EB2 Escola(s) Básica(s) do 2.º Ciclo

EB2,3 Escola(s) Básica(s) dos 2.º e 3.º Ciclo(s)

EB3 Escola(s) Básica(s) do 3.º Ciclo

EB2,3/S Escola(s) Básica(s) dos 2.º e 3.º Ciclo(s) com Ensino Secundário

EB3/S Escola(s) Básica(s) do 3.º Ciclo com Ensino Secundário

EBI Escola(s) Básica(s) Integrada(s)

EBI/JI Escola(s) Básica(s) Integrada(s) com Jardim-de-Infância

ES Escola(s) Secundária(s)

ES/EB3 Escola(s) Secundária(s) com 3.º Ciclo do Ensino Básico

IASE Instituto de Acção Social Escolar

NEE Necessidades Educativas Especiais

RAAG Regime de Autonomia, Administração e Gestão

RDF Registo Diário de Facturas