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Prof. Franco www.focusconcursos.com.br 1 Constituição Federal Administração pública I ADM PUB I (PRINCÍPIOS, ENTIDADES, IMPROBIDADE E RESP. CIVIL) Disposições Gerais A CF estabelece os seguintes princípios informativos da Administração Pública: Explícitos Implícitos Legalidade Supremacia do Interesse Público Impessoalidade Moralidade Indisponibilidade do Interesse Público Publicidade Eficiência Nas relações entre o Estado e os administrados, deve prevalecer o interesse público sobre o particular, isto é, aquele que atende um maior número de pessoas. Ademais é exigível a razoabilidade do administrador público no momento da interpretação e aplicação da supremacia do interesse público, além de ser necessária a ponderação entre o interesse público e individual para que possa ser encontrada a solução mais adequada. Supremacia do interesse público Poder Público sobrepondo ao particular Mecanismo para a Adm. Púb. alcançar: Fins públicos e Fins coletivos Dentre as prerrogativas de direito público da Administração Pública, derivadas diretamente do Princípio da Supremacia do Interesse Público, pode-se citar: Intervenção na propriedade privada;

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Prof. Franco www.focusconcursos.com.br 1

Constituição Federal

Administração pública I

ADM PUB I (PRINCÍPIOS, ENTIDADES, IMPROBIDADE E RESP. CIVIL)

Disposições Gerais

A CF estabelece os seguintes princípios informativos da Administração

Pública:

Explícitos Implícitos

Legalidade

Supremacia do Interesse Público Impessoalidade

Moralidade

Indisponibilidade do Interesse Público Publicidade

Eficiência

Nas relações entre o Estado e os administrados, deve prevalecer o interesse

público sobre o particular, isto é, aquele que atende um maior número de pessoas.

Ademais é exigível a razoabilidade do administrador público no momento da

interpretação e aplicação da supremacia do interesse público, além de ser

necessária a ponderação entre o interesse público e individual para que possa ser

encontrada a solução mais adequada.

Supremacia do interesse público

Poder Público sobrepondo ao particular

Mecanismo para a Adm. Púb.

alcançar:

Fins públicos e Fins coletivos

Dentre as prerrogativas de direito público da Administração Pública, derivadas

diretamente do Princípio da Supremacia do Interesse Público, pode-se citar:

Intervenção na propriedade privada;

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Constituição Federal

Administração pública I

A existência, nos contratos administrativos, de cláusulas exorbitantes,

as quais permitem à Administração modificar ou rescindir

unilateralmente o contrato;

As diversas formas de exercício do poder de polícia administrativa,

traduzidas na limitação ou condicionamento ao exercício de atividades

privadas, tendo em conta o interesse público;

A presunção de legitimidade dos atos administrativos, que deixa para os

particulares o ônus de provar eventuais vícios no ato, a fim de obter

decisão administrativa ou provimento judicial que afaste a sua

aplicação.

Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

A indisponibilidade do interesse público reza que o gestor não possui

autorização para renunciar aos poderes a ele conferidos por lei para desempenhar

suas funções para administrar a coisa pública, pois isto significaria deixar de

atender ao interesse público.

Ele deve sempre zelar pela integridade e boa gestão do patrimônio e dos

interesses públicos. Isso porque não é o administrador o titular desses interesses,

mas a sociedade, não sendo lícito, desse modo, ao agente público deixar de

atendê-los.

Legalidade

Na Administração Pública, não há liberdade ao administrador, pois o princípio

da legalidade institui que o administrador público está sujeito, em toda sua

atividade, aos ditames da lei, sob pena de invalidade de seus atos, por outro lado,

ao particular é permitido fazer tudo que a lei não proíbe.

Lato Senso Stricto Sensu

Particulares

Adm. Pública

É facultado fazer tudo que a lei não proíbe!

Só pode fazer o que a lei autoriza!

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Constituição Federal

Administração pública I

Impessoalidade

O princípio da impessoalidade determina a obrigação do Poder Público de

manter uma posição neutra em relação aos administrados, só produzindo

discriminações que se justifiquem em razão do interesse público. A atividade

pública deve ser praticada para a sua finalidade legal, de forma impessoal, sem

favoritismos a qualquer pessoa que seja.

A impessoalidade veda, ainda, a promoção pessoal de agentes públicos ou

de terceiros nas realizações administrativas, como obras e serviços públicos, que

devem ser sempre atribuídas ao ente estatal que as promove e não a imagem de

políticos ou de suas siglas partidárias. Isso porque o ato administrativo não é

praticado pelo agente público, mas pela Administração à qual ele pertence.

Moralidade

Moral Honestidade Ética

Não basta os atos administrativos estarem em conformidade com o princípio

da legalidade, devem obedecer aos preceitos da moral, honestidade e ética.

Conforme a CF/88, a imoralidade se revestiu da mais grave forma de

ilegalidade, a inconstitucionalidade, cabível ação popular e apreciação pelo Poder

Judiciário.

CF, art 5˚, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação

popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o

Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio

histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas

judiciais e do ônus da sucumbência;

O administrador tem o dever de probidade (honestidade) e a CF/88 elenca

sanções aos atos de improbidade.

CF, art.37, §4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a

suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação

previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Norteia a FINALIDADE da Adm. Pública Proíbe a promoção pessoal

Todos os recursos devem ser dirigidos

para a FINALIDADE do bem coletivo

A vinculação de OBRAS e SERVIÇOS a

imagem do administrador

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Constituição Federal

Administração pública I

A edição da Súmula Vinculante nº 13 do STF tem o intuito de prevenir

o “nepotismo”, e também garantir a aplicação dos princípios

constitucionais da impessoalidade, moralidade e eficiência.

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou

por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor

da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou

assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda,

de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido

o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Publicidade

O Princípio da Publicidade diz respeito a ampla divulgação oficial dos atos

praticados pela Administração Pública, afim de que os mesmos adquiram validade

universal.

A publicação não é elemento de formação do ato, mas requisito de sua

eficácia, de modo que, os efeitos jurídicos oriundos dos atos administrativos só têm

início a partir de sua publicação. A publicidade é um requisito de eficácia e

moralidade, tornando transparente a sua conduta administrativa.

Em regra, todo ato administrativo deve ser publicado em órgão oficial, não

atendendo o princípio somente a divulgação realizada em rádio ou televisão.

Admite-se sigilo dos atos administrativos, quando relacionados a defesa da

intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (art. 5.º, X); e

informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do

Estado (art. 5.º, XXXIII). É, pois, a PUBLICIDADE MITIGADA ou DIMINUIDA!

Obrigatoriedade da publicação dos atos da administração

Não basta publicar o ato, tem que tornar público (ACESSÍVEL)

Imprensa oficial (D.O.U)

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Constituição Federal

Administração pública I

Eficiência

O princípio da eficiência, só surgiu como princípio expresso da Administração

Pública a partir da Emenda Constitucional n. 19, de 04 de junho de 1998 com a

chamada Reforma Administrativa.

O Dever de eficiência é o que se impõe a todo agente público de realizar suas

atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional, exigindo resultados

positivos para o serviço público.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro demonstra duas faces do princípio da

eficiência:

“(…) o princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser

considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se

espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores

resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a

Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores

resultados na prestação do serviço público”.

Surgiu com a Emenda Constitucional n. 19, de 1998

Obrigatório melhor desempenho do servidor

O servidor público estável só perderá o cargo:

Em virtude de sentença judicial transitada em julgado, mediante

processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma

de lei complementar, assegurada ampla defesa.

Por excesso de despesas se as medidas adotadas não forem suficientes.

Para diminuir despesas com pessoal deve-se na ordem:

1. Diminuir pelo menos 20% das despesas com cargo em comissão ou

função de confiança

2. Exoneração de servidor NÃO ESTÁVEL

3. Exoneração de servidor ESTÁVEL.

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Constituição Federal

Administração pública I

Organização da Administração Pública Indireta

No que tange a criação de entidades da administração pública, a nossa CF/88

mantem como base o art. 37, incisos XIX e XX, tendo seu desdobramento mais

aprofundado em outros dispositivos legais, tais como o DL 200/67.

Para melhor fixação desta matéria, colocamos abaixo todo o conteúdo

referente a essas entidades, muito cobradas em Direito Administrativo. Vejamos:

Autarquia Fundação Empresa Pública Soc. Economía

Mista

Definição

São pessoas

jurídicas de

direito

público,

dotadas de

capital

exclusivame

nte público,

com

capacidade

administrativa

e criadas para

a prestação de

serviço

público.

É uma pessoa

jurídica

composta por

um

patrimônio

personalizado,

destinado pelo

seu fundador

para uma

finalidade

específica.

Pode ser

pública ou

privada a

depender da

origem dos

bens e valores.

São pessoas

jurídicas de direito

privado compostas

por capital

exclusivamente

público, criadas

para a prestação

de serviços

públicos ou

exploração de

atividades

econômicas sob

qualquer

modalidade

empresarial.

Pessoa jurídica de

direito privado

criada para

prestação de

serviço público ou

exploração de

atividade

econômica, com

capital misto

e na forma

de S/A.

Características

-auto administração

- capacidade financeira

- patrimônio próprio

- ESTATUTÁRIO

auto administração

- capacidade financeira

- patrimônio próprio

- CELETISTA

Controle

Não há hierarquia ou subordinação. Somente VINCULAÇÃO: Sofre os 3

controles ( Adm. Leg e Jud.)

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Constituição Federal

Administração pública I

Criação e

Extinção

Criada e

extinta

diretamente

por lei

específica.

Lei específica

autoriza sua

criação, e Lei

Complement

ar defini a

área de

atuação.

Lei específica autoriza sua criação que se

efetiva com o registro dos atos

constitutivos no Cartório respectivo.

Privilégio

Não está sujeita à falência.

Tem prazos processuais

diferenciados.

Recebe imunidades

tributárias...

As prestadora de serviço público tem

iguais privilégios.

As que são de atividade econômica não

possuem privilégios.

Resp. do

Estado

Objetiva

- Independe da comprovação

da CULPA!

- Teoria do Risco

Administrativo.

OBJETIVA

- Para as EP e SEM prestadoras de

serviço público.

SUBJETIVA

- Para as EP e SEM que exploram a

atividade econômica.

Penhora Não Não Não Apenas o capital

privado investido.

Exemplos

INCRA,

BACEN,

Embratel,

INSS, IBAMA,

FUNAI,

Butantã, Fund.

Memorial da

América Latina,

IBEGE, FNS.

BNDES, Radiobrás,

e CEF, CORREIOS,

SERPRO.

Banco do Brasil,

Petrobrás,

Eletrobrás.

ATOS DE IMPROBIDADE

Os atos de improbidade NÃO são tipificados como CRIMES, são atividades

enquadradas como cívica-administrativas. Tem seu desdobramento na Lei nº

8.429/92 mas mantem sua base constitucional também no art. 37, §4º da CF/88.

Assim temos:

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Constituição Federal

Administração pública I

Além de outras punições previstas na lei supracitada, e da devida ação penal

cabível, sempre que o ato de improbidade praticado for também enquadrado como

crime pela legislação penal em vigor.

RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil da administração pública está disciplinada no Art. 37,

§6º da CF/88, que assim determina:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos

danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos

de dolo ou culpa.

Assim surge a velha classificação da responsabilidade civil, entre OBJETIVA e

SUBJETIVA, que vale a pena saber, pois é muito cobrada em prova!

RESPONSABILIDADE CIVIL

OBJETIVA SUBJETIVA

- Independe da comprovação da

CULPA!

- Teoria do Risco Administrativo.

- Aplicada aos órgãos, autarquias e

fundações públicas.

- Usada nas EP e SEM que prestam SV

PUB.

- Depende da comprovação da CULPA!

- Teoria da CULPA

- Aplicada nas EP e SEM que desenvolvem

atividade econômica.

- Usada na Ação de Regressiva.

No mais, é só praticar exercícios. Fraterno Abraço.

ATOS DE

IMPROBIDADE

SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS

PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA

INDISPONIBILIDADE DE BENS

RESSATCIMENTO AO ERÁRIO