adminisstração de recursos humanos 01

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AULA 01– ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR ROBERTO RONDON CORREA 1 www.pontodosconcursos.com.br CRONOGRAMA Ao longo das aulas, veremos os tópicos na mesma ordem em que aparecem no edital, o motivo é que o próprio edital coloca os conteúdos com o encadeamento e progressão mais lógicos para estudo dos temas. As aulas, com as respectivas datas, serão as seguintes: Aula 00 - 1 Gestão de Pessoas. Conceitos, importância, relação com os outros sistemas de organização. 2 A função do órgão de Gestão de Pessoas: atribuições básicas e objetivos, políticas e sistemas de informações gerenciais. Aula 01 - 3 Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho. 4 Competência interpessoal. 5 Gerenciamento de conflitos (05/01/2011). Aula 02 – 6 Gestão de pessoas do quadro próprio e terceirizadas. 7 Recrutamento e seleção: técnicas e processo decisório. 8 Avaliação de desempenho: objetivos, métodos, vantagens e desvantagens (12/01/2011). Aula 03 - 9 Desenvolvimento e treinamento de pessoal: levantamento de necessidades, programação, execução e avaliação. 10 Gestão por competências (19/01/2011). 1. Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho. 1.1 Comportamento Organizacional: relações indivíduo/organização Existe uma frase que diz o seguinte: “Aquilo que não pode ser medido (conhecido/entendido), não pode ser gerenciado” Pois bem, as empresas precisam gerenciar as pessoas sob pena de não conseguirem extrair delas o melhor desempenho possível com vistas a atingir os objetivos organizacionais. Para gerenciarmos pessoas é crucial conhecermos o seu comportamento dentro das organizações. A compreensão do comportamento individual e dos

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    ANALISTA JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA

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    CRONOGRAMA

    Ao longo das aulas, veremos os tpicos na mesma ordem em que aparecem

    no edital, o motivo que o prprio edital coloca os contedos com o

    encadeamento e progresso mais lgicos para estudo dos temas. As aulas,

    com as respectivas datas, sero as seguintes:

    Aula 00 - 1 Gesto de Pessoas. Conceitos, importncia, relao com os outros sistemas de organizao. 2 A funo do rgo de Gesto de Pessoas:

    atribuies bsicas e objetivos, polticas e sistemas de informaes gerenciais.

    Aula 01 - 3 Comportamento organizacional: relaes indivduo/organizao, motivao, liderana, desempenho. 4 Competncia interpessoal. 5

    Gerenciamento de conflitos (05/01/2011).

    Aula 02 6 Gesto de pessoas do quadro prprio e terceirizadas. 7 Recrutamento e seleo: tcnicas e processo decisrio. 8 Avaliao de

    desempenho: objetivos, mtodos, vantagens e desvantagens (12/01/2011).

    Aula 03 - 9 Desenvolvimento e treinamento de pessoal: levantamento de necessidades, programao, execuo e avaliao. 10 Gesto por

    competncias (19/01/2011).

    1. Comportamento organizacional: relaes indivduo/organizao, motivao, liderana, desempenho.

    1.1 Comportamento Organizacional: relaes indivduo/organizao

    Existe uma frase que diz o seguinte: Aquilo que no pode ser medido

    (conhecido/entendido), no pode ser gerenciado Pois bem, as empresas

    precisam gerenciar as pessoas sob pena de no conseguirem extrair delas o

    melhor desempenho possvel com vistas a atingir os objetivos organizacionais.

    Para gerenciarmos pessoas crucial conhecermos o seu comportamento

    dentro das organizaes. A compreenso do comportamento individual e dos

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    grupos em situao de trabalho constitui o campo de estudo do

    Comportamento Organizacional.

    Robbins1 tambm ensina que, a disciplina comportamento organizacional

    refere-se ao estudo sistemtico das aes e das atitudes das pessoas dentro

    das organizaes

    um campo de estudo multidisciplinar, que tem como objetivo ajudar os

    administradores a prever, explicar e compreender os comportamentos das pessoas nas organizaes.

    Prever: Tem como propsito determinar os resultados provenientes de uma ao especfica. Por exemplo, um executivo de uma empresa que procura

    avaliar como seus funcionrios reagiriam instalao de um novo equipamento

    de automao est fazendo um exerccio de previso.

    Explicar: Quando procuramos as razes para uma pessoa ou um grupo de indivduos ter feito alguma coisa. O gestor precisa entender um fenmeno para

    buscar suas causas. Por exemplo, se um nmero significativo de funcionrios valiosos pede demisso, sem dvida vamos querer saber o porqu a fim de

    determinar se algo poderia ter evitado o acontecimento.

    Controlar: Quando um executivo, por exemplo, pergunta a si mesmo O que eu poderia fazer para levar fulano a se esforar mais no trabalho?, ele est

    falando de controle.

    Nos estudos sobre o comportamento organizacional, o comportamento das

    pessoas no trabalho sofrem anlise em trs nveis: individual, grupos e sistema organizacional.

    1 Robbins, pg 24

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    Concluindo, as organizaes buscam por meio do estudo de uma srie de fatores (motivao, liderana, grupos, desempenho...) em trs nveis

    (individual, grupal e organizacional) - prever, explicar e controlar o comportamento das pessoas no trabalho. O objetivo, claro, extrair o mximo da

    contribuio das pessoas em direo aos objetivos organizacionais.

    Para prever, explicar e controlar o comportamento necessrio que a

    organizao entenda diversos aspectos relacionados ao indivduo, dentre eles:

    motivao, liderana e desempenho.

    1.2 Motivao

    Nas organizaes, algumas pessoas trabalham com mais afinco do que outras.

    Em decorrncia disso, indivduos com menos capacidade podem superar

    colegas mais talentosos e, com efeito, isso que fazem. Por essa razo, o

    desempenho das pessoas no trabalho depende no apenas das habilidades ou

    aptides individuais, mas tambm da motivao.

    O que motivao? Segundo Robbins motivao consiste na disposio de fazer alguma coisa e seria condicionada pela capacidade de essa ao

    satisfazer uma necessidade do indivduo. O mesmo autor descreve a

    motivao como um estado de tenso que possui o seguinte processo bsico:

    necessidade no satisfeita tenso vontade comportamento de busca

    necessidade satisfeita reduo da tenso.

    Para efeito de prova, precisamos entender que existem teorias antigas e

    teorias contemporneas sobre motivao. As teorias antigas tm baixa

    validao cientfica e diversos crticos de suas concluses, geralmente no

    resistem a anlises mais detalhadas (porm so muito cobradas em provas).

    As contemporneas apresentam razovel grau de validade e documentao

    que as embasam. Vamos conhec-las?

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    Teorias Antigas sobre motivao

    Teoria da hierarquia das necessidades de Abraham Maslow

    a teoria mais conhecida mais conhecida sobre motivao. Segundo esse

    autor, dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco

    necessidades: Fisiolgicas (fome, sede, abrigo...), Segurana (proteo contra

    danos fsicos e emocionais), Sociais (afeio, grupo, aceitao...), Estima

    (respeito prprio, autonomia, status, reconhecimento..), Auto-realizao (tornar-

    se tudo aquilo que capaz de ser, autodesenvolvimento, crescimento..)

    Maslow separa as cinco necessidades em patamares mais altos (sociais,

    estima e auto-realizao) e mais baixos (fisiolgicas e as de segurana). A

    diferenciao feita de forma que as de nvel alto so satisfeitas internamente

    e as de nvel baixo quase sempre externamente (remunerao, acordos

    sindicais, estabilidade no emprego). Outro ponto importante: medida que

    cada necessidade atendida (da baixa para a alta), a prxima tende a ser

    dominante.

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    Seguindo a mesma linha de raciocnio da Maslow, no final da dcada de 1960,

    Clayton Alderfer redefiniu as cinco necessidades hierarquizadas e as agrupou

    em trs (ERC).

    Existncia - Existence (E), que inclui as necessidades fisiolgicas e de

    segurana Relacionamento - Relatedness (R), que rene as necessidades

    sociais e de estima e Crescimento - Growth (C), que equivale necessidade de

    auto realizao

    Em relao a necessidades baixas e altas, Alderfer as classifica exatamente

    igual a Maslow. Porm, ao contrrio de Maslow, afirma que a motivao da

    conduta humana no obedeceria apenas a um sentido progressivo das

    necessidades (baixas para altas), mas tambm regressivo (altas para baixas). A

    frustrao encontrada na satisfao de necessidades mais elevadas ou

    abstratas poderia fazer com que a pessoa regredisse ao nvel anterior

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    (necessidades mais concretas). Alderfer chamou a ateno tambm para o fato

    de que duas necessidades poderiam conjuntamente influenciar a orientao da

    ao da pessoa, enfraquecendo a tese de que haveria uma hierarquia de

    necessidades.

    Teoria X e Teoria Y

    Douglas McGregor props duas vises distintas do ser humano: uma

    basicamente negativa, chamada Teoria X, e outra basicamente positiva,

    chamada de Teoria Y. Ele fez isso aps observar a maneira como os executivos

    tratavam seus funcionrios. Concluiu que a viso que o executivo tem da

    natureza dos seres humanos se baseia em certos agrupamentos de premissas

    e que em face delas que tende a moldar seu prprio comportamento.

    Teoria X: os trabalhadores, por natureza, no gostam de trabalhar; precisam ser coagidos, controlados ou ameaados para atingir as metas; evitam

    responsabilidades e sempre buscam orientao formal; colocam a segurana

    acima de todos os fatores, mostram pouca ambio

    Teoria Y: consideram o trabalho to natural quanto descansar ou divertir-se; demonstram auto orientao e auto controle; aprendem, aceitam e at buscam

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    a responsabilidade; qualquer pessoa pode ter a capacidade de tomar decises

    inovadoras, no somente aquelas que ocupam posies hierrquicas altas

    Teoria dos dois fatores

    Tambm chamada de teoria da higiene motivao foi proposta pelo psiclogo

    Frederick Herzberg. Em sua pesquisa, ele pediu s pessoas que descrevessem

    com detalhes situaes nas quais se sentiram excepcionalmente bem ou mal, a

    respeito do seu trabalho. Concluiu que as respostas dadas pelas pessoas

    quando se sentiam bem com o trabalho eram significativamente diferentes

    daquelas de quando se sentiam mal.

    Herzberg chamou de higinicos os fatores extrnsecos (superviso,

    remunerao, polticas, condies fsicas do trabalho, relacionamento,

    segurana no emprego) ao trabalhador e concluiu que esto consistentemente

    relacionados com a insatisfao no trabalho. Por outro lado, chamou de

    motivacionais os fatores intrnsecos (oportunidades de promoo, crescimento

    pessoal, reconhecimento, responsabilidade, realizao) e concluiu que esto

    relacionados com a satisfao no trabalho.

    Ateno! Os dados sugerem que o oposto da satisfao no a insatisfao, como em geral se acredita. A eliminao das caractersticas de insatisfao de

    um trabalho no o torna necessariamente satisfatrio. Segundo Herzberg, os

    fatores que levam satisfao no trabalho so distintos e isolados daqueles

    que geram insatisfao. Portanto, os gestores que procuram eliminar os fatores

    causadores da insatisfao podem conseguir a paz, mas no necessariamente

    a motivao dos funcionrios.

    Bom, conversamos sobre as ditas teorias antigas sobre motivao (isso no

    quer dizer que sua cobrana esteja em desuso nas provas).

    Teorias Contemporneas sobre motivao

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    As teorias contemporneas, ao contrrio das antigas, apresentam razovel

    grau de validade e documentao que as embasam.

    Teoria das necessidades

    David McClelland e sua equipe propuseram trs principais motivos ou

    necessidades no trabalho.

    Necessidades de realizao a busca da excelncia, de realizar-se em relao

    a determinados padres, lutar pelo sucesso. Algumas pessoas parecem ter

    inclinao pessoal para o sucesso.

    Necessidades de poder a necessidade de fazer as pessoas se comportarem

    de uma maneira que no prpria do comportamento delas. a necessidade

    de impactar, de ter influncia, de controlar as pessoas.

    Necessidades de associao o desejo de relacionamentos interpessoais

    prximos e amigveis. Pessoas com alta necessidade de associao buscam

    amizades, preferem situaes de cooperao s de competio e desejam

    relacionamentos que envolvam elevado grau de compreenso mtua.

    Teoria da Fixao de Objetivos

    Evidncias considerveis do embasamento teoria da fixao de objetivos,

    cuja proposta de que as intenes expressas como metas podem ser

    fonte principal de motivao no trabalho. Podemos afirmar, com razovel grau

    de confiana, que objetivos especficos aprimoram o desempenho e que

    objetivos difceis, quando aceitos, acarretam melhor desempenho do que as

    metas mais fceis de serem alcanadas (a resistncia maior quando o

    objetivo difcil, mas uma vez aceito...)

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    Estudos que testaram a teoria da fixao demonstraram a superioridade de

    objetivos especficos e difceis como fonte de motivao!

    Teoria do Reforo

    A teoria da fixao dos objetivos tem uma abordagem cognitiva (os propsitos

    orientam as aes). Em contrapartida, a teoria do reforo tem uma abordagem

    comportamentalista (condicionamento do comportamento pelo reforo). Os

    tericos do reforo vem o comportamento como causa do ambiente. Para

    eles, os eventos cognitivos internos no devem ser motivo de preocupao; o

    que controla o comportamento so os reforos. A teoria do reforo ignora o

    interior do indivduo, concentra-se apenas no que lhe acontece quando realiza

    uma ao qualquer.

    O que um reforo? qualquer consequncia que, quando segue imediatamente uma resposta, aumenta a probabilidade que determinado

    comportamento se repita. Aqui importante sabermos que inmeras pesquisas

    indicam que as pessoas empenham-se mais em tarefas que recebem reforo

    do que as demais.

    Teoria da equidade

    Funcionrios sempre tendem a fazer comparaes no ambiente de trabalho. Se

    algum lhe oferecesse um salrio de R$ 10 mil logo aps a sua formatura,

    provavelmente voc comearia a trabalhar entusiasmado e satisfeito com a

    oferta. Mas qual seria a sua reao caso descobrisse que um colega da sua

    idade, exercendo as mesmas funes, tambm recm-formado, com

    competncias semelhantes s suas, ganha R$ 15 mil? Voc provavelmente

    ficaria aborrecido.

    A questo, nesta teoria, como voc percebe a justia no sistema de

    recompensas. Existem amplas evidncias de que os trabalhadores fazem

    comparaes entre seus ganhos no trabalho e que a percepo da injustia

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    pode influenciar o grau de esforo que dedicam s suas tarefas. A teoria

    reconhece que as pessoas no esto preocupadas apenas com a quantidade

    total de recompensa que recebem por seus esforos, mas tambm com a

    relao existente entre essa quantidade e aquela que recebida pelos outros.

    Quando os trabalhadores percebem injustias, agem para corrigir a situao. O

    resultado poder ser maior ou menor produtividade, melhoria ou reduo da

    qualidade da produo, aumento do absentesmo ou demisso voluntria.

    Teoria da expectncia (expectativa)

    A suposio de Vroom, sobre motivao, a de que as pessoas tomam suas

    decises procurando maximizar seu prazer e seus ganhos e minimizar seu

    desprazer e suas perdas. A escolha seria o resultado da mltipla funo de trs

    conceitos cognitivos: valncia, instrumentalidade e expectncia.

    O qu significam?

    Valncia: uma atribuio de qualidade positiva ou negativa aos resultados pretendidos. o que faz com que a pessoa esteja orientada afetivamente para

    a busca de um resultado ( o que faz com que uma pessoa sinta atrao ou

    repulsa por uma promoo, por exemplo);

    Instrumentalidade: a fora ou a clareza da relao percebida entre a ao a ser empreendida e o resultado esperado (pense nisso como os

    instrumentos/informaes/orientaes necessrios e corretos para atingir

    determinado resultado)

    Expectncia: a intensidade com que uma pessoa capaz de antecipar os resultados esperados e visualizar sua concretizao.

    Vamos ver um exemplo!

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    A pessoa almeja uma promoo (alvo e meta pessoal) e constri uma

    expectativa de que se ela demonstrar para o seu chefe empenho no trabalho,

    prontificando-se a estender sua jornada de trabalho e mostrando-se disponvel

    para ajudar os outros colegas em suas tarefas, ela ter grande probabilidade

    de conseguir atingir seu objetivo.

    A motivao para a ao depender da valncia (grau de atrao) que a

    pessoa atribui promoo, da adeso crena de que ela poder (h

    probabilidade) conseguir atingir seu objetivo (expectativa), por meio das aes

    empreendidas (instrumentalidade).

    As teorias que abordamos so as mais cobradas em concursos do CESPE.

    Vou citar mais algumas teorias que no caem muito, para no corrermos risco

    de perder nenhuma questo por causa disso.

    Teoria da avaliao cognitiva afirma que as pessoas tendem a avaliar as suas aes com base nas atribuies que fazem das causas ou razes. a

    percepo de que a causa da ao se encontra no exterior ou no interior da

    pessoa que responde pelo nvel de motivao para a realizao desta ao.

    Teoria do fluxo considera a motivao como um estado emocional de curta durao e de alta ativao, caracterizado pela clareza de metas, intensa

    concentrao e percepo de total controle sobre a atividade que est sendo

    realizada. Em outras palavras, o fluxo um estado psicolgico de xtase que

    resulta de uma integrao de processos cognitivos, de caractersticas da tarefa

    e de estados emocionais mltiplos (Ex: facilmente visualizado em atividades

    prazerosas e excitantes como as esportivas e as artsticas

    Teoria da aprendizagem social de Brandura (1971) o xito no alcance de objetivos depende de quatro componentes: auto-observao, auto-avaliao,

    auto-reao e auto-eficcia. Estes so influenciados por fatores contextuais e

    de personalidade.

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    Teoria da auto-regulao segue a mesma linha da teoria da aprendizagem social. Envolve a anlise dos quatro fatores (auto-observao...), porm traz a

    percepo de que o processo motivacional envolve o perceber, o comparar e o

    agir.

    Recompensas extrnsecas e intrnsecas. Contrato psicolgico

    Recompensas intrnsecas: esto relacionadas a recompensas psicolgicas, tais como a oportunidade de reconhecer a habilidade de algum, sentido de

    desafio e realizao, reconhecimento positivo ou apreciao, ser tratado com

    considerao. Essas recompensas so chamadas por Herzberg de

    motivacionais, para Maslow, so as que esto do meio para o topo da pirmide

    de motivao.

    Recompensas extrnsecas: esto relacionadas a recompensas tangveis ou

    materiais tais como salrios, benefcios adicionais, seguro de vida,

    promoes, ambiente e condies de trabalho. aquilo que cerca

    materialmente o trabalhador. Para Herzberg essas recompensas so

    chamadas de fatores higinicos e esto mais voltados para a base da pirmide

    de Maslow.

    Contrato psicolgico

    As organizaes atuais possuem uma srie de objetivos, dentre eles,

    sobrevivncia, crescimento sustentado, lucratividade e produtividade. J as

    pessoas que trabalham nas organizaes, de forma geral possuem outro

    conjunto de objetivos: ter bons salrios e benefcios; ter estabilidade no

    emprego e segurana no trabalho; ter qualidade de vida no trabalho e obter,

    neste, satisfao; ter considerao e respeito tanto dos colegas quanto dos

    superiores; ter oportunidades de crescer dentro da empresa; ter liberdade para

    trabalhar e ter lderes ou chefes que no sejam autoritrios.

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    Para que tais objetivos no se tornem conflituosos a ponto de prejudicar o

    desenvolvimento de ambas as partes (pessoas e organizao), necessrio

    que haja uma integrao de tais objetivos, isto , necessrio que as pessoas,

    em busca dos seus objetivos pessoais, acabem por realizar os objetivos

    organizacionais.

    Quem deve fazer esta integrao? Argyris (1999) entende que a parcela maior

    de responsabilidade pela integrao entre os objetivos da organizao e os dos

    indivduos recai sobre a alta administrao.

    Existe, porm, uma relao de reciprocidade entre o indivduo e a organizao,

    expressa num contrato psicolgico pelo qual a expectativa recproca do

    indivduo e da organizao estende-se muito alm de qualquer contrato formal

    de emprego que estabelea o trabalho a ser realizado e a recompensa a ser

    recebida.

    Embora no exista acordo formal ou coisa claramente dita, o contrato psicolgico um entendimento tcito entre indivduo e organizao, no sentido de que numa vasta gama de direitos, privilgios e obrigaes,

    consagrados pelo uso, sero reputados e observados por ambas as partes.

    (CHIAVENATO, 1999).

    O contrato psicolgico refere-se expectativa recproca do indivduo e da organizao e estabelece o trabalho a realizar e a recompensa a receber. Mas o contrato psicolgico, alm de ser um acordo tcito entre o indivduo e a

    organizao, tambm constitui um elemento importante em qualquer relao de

    trabalho e influencia o comportamento das duas partes.

    Conseqentemente, o esclarecimento dos contratos importante para uma

    experincia interpessoal eficaz. Convm destacar que qualquer contrato

    apresenta dois aspectos: o contrato formal (que o contrato escrito) e o

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    contrato psicolgico, que leva em conta o que a organizao e o indivduo esperam ganhar com a nova relao.

    Enquanto que o primeiro uma escolha recproca, o segundo um processo

    de adaptao mtua decorrente de um desenvolvimento recproco, cabendo

    gesto de RH assegurar-se disto. (PORRAS, 2001).

    01-(CESPE / MS 2009) Em um contexto organizacional, a premiao de uma

    corrida, seja ela dinheiro ou uma simples medalha, uma das formas de

    motivar a participao dos membros da organizao, uma vez que a motivao

    fora oriunda de incentivos externos e responsvel por imprimir

    direcionamento, persistncia e intensidade busca dos objetivos.

    Fatores externos podem causar uma no insatisfao (higinicos). A motivao

    fora oriunda de fatores internos. Errado.

    02-(CESPE / MS 2009) Segundo a teoria dos dois fatores de Herzberg, o

    servidor de um hospital pblico insatisfeito com o seu trabalho no setor de

    radiologia tem sua motivao impactada por ausncia de fatores higinicos.

    O servidor est insatisfeito com o seu trabalho no setor de radiologia (fator

    externo). Fatores externos so os chamados higinicos. Item correto.

    03-(CESPE / FUNCAP 2004) A teoria de hierarquia das necessidades uma

    teoria da motivao em que necessidades de alta ordem, como a de auto-

    realizao, tornam-se dominantes medida que necessidades de baixa ordem,

    como a de estima, so satisfeitas.

    Est correto dizer que necessidades de alta ordem tornam-se dominantes

    conforme necessidades de baixa ordem so satisfeitas. errado afirmar que

    estima uma necessidade de baixa ordem. Item errado.

    04-(CESPE / FUNCAP 2004) Com aplicabilidade cada dia maior, a teoria de

    hierarquia de necessidades de Maslow, especialmente por apresentar forte

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    sustentao cientfica, postula que necessidades insatisfeitas motivam e

    necessidades satisfeitas desencadeiam o movimento para um novo nvel de

    necessidade.

    A teoria de Maslow faz parte das teorias antigas sobre motivao. Possuem

    fraco embasamento cientfico. Item errado.

    05-(CESPE/ANATEL 2004) Segurana e estima so necessidades de ordem

    mais elevada, que tendem a ser mais bem atendidas por recompensas

    intrnsecas que por recompensas extrnsecas.

    Item errado. Estima uma necessidade de ordem mais elevada e que mais

    bem atendida por uma recompensa intrnseca. Segurana uma necessidade

    mais ligada a base da pirmide de Maslow e mais bem atendida por

    recompensas extrnsecas.

    06-(CESPE/INCA 2010) A teoria motivacional da equidade reconhece que os

    indivduos julgam a quantidade absoluta de suas recompensas organizacionais,

    no s pelos seus esforos, mas tambm pela recompensa obtida pelos outros

    em face dos insumos por eles empregados.

    Item correto. Na teoria da equidade h a comparao entre o que eu recebo e

    devolvo, em termos de resultados para a organizao e h, tambm, a

    comparao entre o que o colega recebe e devolve, estando em situao

    anloga. Um salrio de R$ 15 mil visto como excelente pelo funcionrio at

    que ele descubra que algum no mesmo cargo, com o mesmo tempo de

    empresa e exercendo a mesma funo ganha mais. A partir da, o salrio passa

    a ser visto como injusto (falta de equidade).

    07-(CESPE/INCA 2010) Considere que um gestor de pesquisas de

    determinado rgo governamental da rea de sade, em vez de se esforar

    para solucionar problemas e definir novas metas mais desafiadoras, idealiza

    ser influente e controlar os outros integrantes da sua unidade. A sua

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    preferncia atuar em situaes competitivas voltadas para o status, e ele se

    preocupa mais com o prestgio decorrente dos resultados e da influncia sobre

    os outros. Com base na teoria das necessidades de McClelland, esse indivduo

    possui a necessidade de afiliao como a mais preponderante.

    Item errado. Seria a necessidade de poder. A necessidade de fazer as pessoas

    se comportarem de uma maneira que no prpria do comportamento delas.

    a necessidade de impactar, de ter influncia, de controlar as pessoas.

    08-(CESPE/IGEPREV 2005) A teoria das necessidades de Herzberg considera

    que os fatores que levam satisfao no trabalho no so separados e

    distintos daqueles que levam insatisfao, ou seja, quando um gerente

    melhora o nvel das condies de trabalho, significa que os seus empregados

    estaro mais motivados.

    Item errado. A teoria de Herzberg preconiza que os fatores so separados e

    distintos. Os dados sugerem que o oposto da satisfao no a insatisfao,

    como em geral se acredita. A eliminao das caractersticas de insatisfao de

    um trabalho no o torna necessariamente satisfatrio. Segundo Herzberg, os

    fatores que levam satisfao no trabalho so distintos e isolados daqueles

    que geram insatisfao. Portanto, os gestores que procuram eliminar os fatores

    causadores da insatisfao podem conseguir a paz, mas no necessariamente

    a motivao dos funcionrios.

    09-(CESPE/TRT17 2009) Na teoria dos dois fatores de Herzberg, a satisfao

    no trabalho funo do contedo do trabalho ou de atividades desafiadoras e

    estimulantes inerentes ao trabalho. Esses fatores so denominados fatores

    higinicos.

    Segundo Herzberg, estes fatores so motivacionais. Item incorreto.

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    1.3 Liderana e poder

    Robbins define liderana como capacidade de influenciar um grupo em direo

    ao alcance de objetivos . A origem dessa influncia pode ser formal, como a conferida por um alto cargo (ser que somente o fato de ocupar um cargo faz

    de algum um legtimo lder?) ou informal, proveniente da capacidade de influenciar que emerge fora da estrutura formal da organizao.

    Segundo Gil (2002), mais do que administradores de pessoal e de recursos

    humanos, os gestores de pessoas tm que desempenhar o papel de lder. Num

    contexto de gesto de pessoas, necessrio que elas vejam-se mais como

    colaboradoras do que como subordinadas, pois as empresas precisam de sua

    adeso aos objetivos, polticas e misso. O mesmo autor tambm enfatiza que

    a liderana nada mais do que a forma de direo baseada no prestgio

    pessoal e na aceitao dos subordinados.

    O processo de liderana bastante complexo. Por isso, seus estudos

    costumam basear-se em diferentes abordagens. Trs delas so as mais

    discutidas e cobradas em prova. A primeira v a liderana como uma

    combinao de traos pessoais. A segunda enfatiza o comportamento do lder.

    E a terceira pressupe que as condies que determinam a eficcia da

    liderana variam de acordo com a situao.

    Teoria dos traos

    As primeiras tentativas de compreender a liderana procuraram vincul-la a

    disposies inatas, o que implica em admitir que os lderes j nascem feitos.

    Seria possvel isolar um ou mais traos de personalidade em indivduos que

    reconheamos como lderes Martin Luther King, Madre Teresa, Nelson

    Mandela e de que os no lderes so desprovidos?

    Muitas pesquisas que buscavam identificar os traos responsveis pela

    capacidade de liderana no deram em nada. Se o objetivo era identificar

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    traos que em todas as circunstncias diferenciassem lderes de liderados e

    lderes eficazes de ineficazes, ela falhou. No existem traos consistentes e

    nicos que possam se aplicar universalmente a todos os lderes eficazes.

    Se, entretanto, a pesquisa buscava identificar traos consistentemente

    associados liderana, seus resultados podem ser interpretados de forma

    mais elucidativa. Seis traos que costumam diferenciar os lderes dos liderados

    so: (1) ambio e energia; (2) desejo de liderar e influenciar; (3) honestidade e integridade; (4) autoconfiana; (5) inteligncia; (6) conhecimentos relevantes da rea sob sua responsabilidade.

    Os traos de personalidade no so suficientes para explicar a liderana. Em

    primeiro lugar, eles no levam em conta os fatores situacionais. Possuir

    determinadas caractersticas apenas torna mais provvel que um indivduo

    venha a se afirmar como lder eficaz. Mas, para isso, ele precisa tomar as

    decises certas. E a deciso certa em uma situao no necessariamente

    correta em outra.

    Teorias comportamentais

    Quando ficou claro que a eficcia dos lderes no estava ligada

    substancialmente aos traos pessoais, os pesquisadores passaram a identificar

    os comportamentos que tornariam os lderes mais eficazes. Por que o

    comportamento seria um melhor preditor da liderana eficaz do que os traos?

    Comportamento: o conjunto organizado das operaes selecionadas em funo das informaes recebidas do ambiente atravs das quais o indivduo

    integra as suas tendncias. Em sentido mais geral designa a mudana, o

    movimento ou a reao de qualquer pessoa em relao a seu ambiente ou

    situao.

    A principal consequncia prtica dessa nova abordagem foi a nfase que

    passou a ser conferida ao treinamento. Agora os comportamentos podem ser

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    aprendidos. Ento as pessoas treinadas nos comportamentos de liderana

    seriam capazes de obter melhores resultados.

    As teorias comportamentais mais abrangentes e reproduzidas resultaram de

    um estudo iniciado no final dos anos 40 na Universidade Estadual de Ohio. Os

    pesquisadores buscavam identificar dimenses independentes do

    comportamento do lder. O estudo teve incio com mais de mil dimenses

    diferentes, que foram se afunilando at chegar a duas categorias

    substancialmente responsveis por boa parte do comportamento de liderana

    descrito por funcionrios. Essas dimenses foram chamadas de estrutura de

    iniciao e considerao.

    Estrutura de iniciao: refere-se extenso em que um lder capaz de definir e estruturar o seu papel e o de seus funcionrios. O lder que possui alto

    grau de estrutura de iniciao delega tarefas especficas, espera que os

    padres definidos de desempenho sejam mantidos e enfatiza cumprimento de

    prazos (diretivo).

    Considerao: descrita como a extenso em que uma pessoa capaz de manter relacionamentos de trabalho caracterizados por confiana mtua,

    respeito s idias dos funcionrios e cuidado com os sentimentos deles.

    algum que demonstra preocupao pelo bem estar, conforto, status e

    satisfao de seus liderados (apoiador).

    Algumas concluses. Lderes com alto grau de estrutura de iniciao e de

    considerao (alto-alto) costumam obter com maior frequncia altos ndices de

    desempenho e satisfao do que aqueles com baixa pontuao em uma ou em

    ambas dimenses.

    O comportamento de liderana caracterizado pelo alto grau de estrutura de

    iniciao leva a elevados ndices de reclamaes, absentesmo e rotatividade.

    Outros estudos demonstram que o alto grau de considerao est

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    negativamente relacionado com a avaliao do desempenho do lder por seus

    superiores (vida de lder dura!). Como concluso, os estudos de Ohio

    sugerem que o estilo alto-alto em geral acarreta resultados positivos, mas

    existem excees suficientes para indicar que os fatores situacionais precisam

    ser integrados teoria.

    Escola de Michigan - Os estudos sobre liderana realizados pelo centro de

    pesquisa da Universidade de Michigan, contemporneos aos estudos de Ohio,

    tinham objetivos similares: identificar as caractersticas comportamentais dos

    lderes relacionadas com o desempenho eficaz. O grupo de Michigan tambm

    chegou a duas dimenses do comportamento de liderana, denominadas

    orientao para o funcionrio e orientao para a produo. Os lderes

    orientados aos funcionrios foram descritos como incentivadores das relaes

    interpessoais. Os lderes orientados para a produo, por sua vez, tendiam a

    enfatizar os aspectos tcnicos e prticos do trabalho.

    As concluses a que chegaram os pesquisadores de Michigan foram

    extremamente favorveis ao comportamento de lderes orientados para os

    funcionrios, tipo de liderana associada com maior produtividade do grupo e

    maior satisfao com o trabalho. Os lderes orientados para a produo

    estavam associados a ndices mais baixos de produtividade e de satisfao.

    Os autores mais citados desta escola so Blake e Mouton, que foram os responsveis pelo desenvolvimento de uma representao grfica de uma

    viso bidimensional dos estilos de liderana. (ateno vocs encontraro

    grficos com definies diferentes em cada quadrante. Por exemplo: em

    alguns, um quadrante vem escrito gesto de equipe em outros grficos o

    mesmo quadrante vem escrito democrtico. O importante entender que tm

    o mesmo sentido).

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    Existem nove posies possveis ao longo de cada eixo do grid; portanto, so

    81 posies diferentes, nas quais o estilo com que algum exerce a liderana

    pode se encaixar.

    Com base nas descobertas, Blake e Mouton concluram que o desempenho

    dos gestores melhor em um estilo 9,9, em comparao com um estilo 9,1

    (orientado para tarefas) ou 1,9 (tipo laissez-faire ou clube campestre). Porm,

    h pouca evidncia substancial que permita afirmar que o estilo 9,9 o mais

    eficaz em todas as situaes.

    Notem que as teorias vo se complementando ao longo do desenvolvimento

    das pesquisas. Num primeiro momento, caractersticas inatas (traos), depois

    enxergaram que o comportamento descreveria de forma mais completa as

    caractersticas do lder em campo e, por ltimo, que os comportamentos do

    lder devem ser submetidos s diferentes situaes.

    Teorias situacionais ou contingenciais

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    Para os estudiosos do fenmeno da liderana, tornou-se bastante claro que

    prever seu sucesso era algo que no se restringia ao isolamento de alguns

    traos ou comportamentos preferenciais. A impossibilidade de obter resultados

    consistentes levou os pesquisadores a enforcar as influncias da situao.

    As crticas aos modelos anteriores ressaltavam que alm dos traos de

    personalidade e do comportamento do lder, existem outros fatores capazes de

    influenciar a eficcia do estilo de liderana. Esses fatores so, de acordo com

    Stoner :

    1-a personalidade, as experincias passadas e as expectativas do lder;

    2-as expectativas e o comportamento dos superiores;

    3-as caractersticas, as expectativas e o comportamento dos subordinados;

    4-as exigncias do trabalho

    5-os climas e as polticas da organizao;

    6-as expectativas e o comportamento dos colegas.

    Essas consideraes conduziram s abordagens situacionais de liderana, que

    procuram identificar o peso de cada um desses fatores em determinado

    conjunto de circunstncias e prever o estilo de liderana mais eficaz. As

    principais abordagens dessa natureza incluem a teoria da contingncia da

    liderana de Fielder, a teoria da liderana caminho-meta de House, e a teoria

    da liderana situacional de Hersey e Blanchard.

    Teoria da contingncia da liderana (Fielder)

    Sua obra deu incio era da contingncia situacional em meados da dcada de

    60. Essa teoria afirma que a eficcia do grupo depende de uma combinao

    adequada entre o estilo do lder e a exigncia da situao (Fielder tambm

    enxerga o estilo de liderana orientado para relacionamento ou para a tarefa).

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    Alm disso, aponta para fatores situacionais que devem ser combinados com a

    orientao do lder.

    Os trs fatores situacionais ou dimenses contingenciais identificados por

    Fielder so:

    1-relao entre lder e liderados: o grau de confiana, a credibilidade e o

    respeito que os membros do grupo tm para com o seu lder

    2-estrutura da tarefa: o grau em que os procedimentos so estabelecidos no

    trabalho (ou seja, se as tarefas so estruturadas ou no)

    3-poder da posio: o grau de influncia que um lder tem sobre as variveis de

    poder, como contratar, demitir, tomar atitudes disciplinares, conceder

    promoes e aumentos salariais

    ESTILO DO LDER(orientadopara

    pessoas ou tarefas)

    DESEMPENHODOGRUPO

    FAVORABILIDADEDA SITUAO(relao lderliderados,estrutura da tarefa e

    poder da posio)

    Teoria caminho-meta (Robert House)

    Essencialmente, segundo essa teoria cabe ao lder ajudar os funcionrios a

    alcanar suas metas, dando orientao e/ou apoio necessrio para assegurar

    que elas sejam compatveis com os objetivos da organizao. Os termos meta

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    e caminho derivam da convico de que lderes eficazes abrem caminhos para

    ajudar os liderados a atingir suas metas, tornando a jornada mais fcil ao

    reduzir os obstculos e as armadilhas (um guia).

    Seu comportamento motivacional: torna a satisfao das necessidades

    daqueles que trabalham para ele contingente ao desempenho eficaz e oferece

    superviso, orientao, apoio e recompensas necessrios para o desempenho

    eficaz. Para testar estas afirmaes, House identificou quatro comportamentos

    de liderana.

    Lder diretivo: faz com que os liderados saibam o que se espera deles, organiza o trabalho a ser executado e fornece instrues precisas sobre o

    cumprimento das tarefas.

    Lder apoiador: amigvel e demonstra sensibilidade pelas necessidades dos liderados, dimenso praticamente idntica considerao (Ohio)

    Lder participativo: consulta os funcionrios e utiliza as idias por eles apresentadas antes de tomar decises

    Lder orientado para a conquista: estabelece metas desafiadoras e espera que os liderados ofeream o melhor desempenho possvel.

    Para House, os lderes so flexveis, portanto podem mostrar qualquer um

    desses comportamentos, ou todos, dependendo da situao

    Onde entram os fatores contingenciais? A teoria prope duas classes de

    variveis contingenciais ou situacionais que atenuam a relao entre o

    comportamento do lder e os resultados obtidos. So as ambientais que esto

    fora do controle do trabalhador (estrutura da tarefa, sistema formal de

    autoridade e grupo de trabalho) e caractersticas do funcionrio (centro de

    controle, experincia e capacidade percebida).

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    A teoria sugere que, essencialmente, o comportamento do lder deve

    complementar as variveis contingenciais (ou seja, o lder vai adotar um dos

    comportamentos, ou todos, dependendo de como se apresentam as variveis

    contingenciais). Assim, o lder ser considerado ineficaz quando for redundante

    em relao s fontes da estrutura ambiental ou incongruente com as

    caractersticas do funcionrio.

    Vamos ver algumas afirmaes que exemplificam a utilizao da teoria?

    A liderana diretiva gera maior satisfao quando as tarefas so

    ambguas ou estressantes do que estruturadas e planejadas (as pessoas

    precisam de direo);

    A liderana apoiadora acarreta melhor desempenho e maior satisfao

    quando os funcionrios realizam tarefas estruturadas (a liderana complementa

    o ambiente);

    A liderana diretiva pode ser considerada redundante entre

    trabalhadores com grande capacidade ou experincia considervel;

    Quanto mais claras e burocrticas as relaes formais de autoridade,

    mais os lderes devem exibir o comportamento apoiador e reduzir o

    comportamento diretivo

    A liderana diretiva resultar em nveis mais altos de satisfao quando

    houver conflito substancial no grupo de trabalho

    Funcionrios com centro de controle interno (aqueles que acreditam

    controlar o prprio destino) ficam mais satisfeitos com o estilo participativo de

    liderana

    Funcionrios com centro de controle externo ficam mais satisfeitos com

    o estilo diretivo de liderana

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    A liderana orientada para a conquista aumenta as expectativas de que

    os esforos conduziro a um desempenho melhor quando as tarefas forem

    estruturadas de maneira ambgua

    Modelo de Hersey e Blanchard de liderana situacional

    a mais conhecida teoria situacional de liderana. Esses autores sustentam

    que a liderana mais eficaz varia de acordo com a maturidade dos

    subordinados maturidade entendida como a capacidade e a experincia

    relacionada com o trabalho e a disposio para aceitar responsabilidades.

    De acordo com os autores, a relao entre um chefe e seus subordinados

    passa por quatro fases, que se sucedem medida que os subordinados vo

    adquirindo maturidade.

    1 fase: Quando os subordinados ingressam na organizao, convm que a

    orientao do chefe se volte principalmente para o trabalho. Se o lder no se

    mostrar diretivo em relao ao trabalho, provvel que os liderados sintam

    ansiedade. Por outro lado, um comportamento mais voltado para o

    relacionamento surtir pouco efeito, pois os subordinados ainda no podem ser

    vistos como colegas - determinar;

    2 fase: Quando os subordinados j esto inteirados do seu trabalho, o chefe

    comea a manifestar um comportamento voltado para o relacionamento. A

    orientao para o trabalho, no entanto, continua intensa, pois os liderados

    ainda no esto prontos para assumir a responsabilidade plena - persuadir;

    3 fase: Quando a capacidade para o trabalho aumenta, assim como o desejo

    de assumir maiores responsabilidades, o lder j no precisa dar muitas

    ordens. Todavia, continua enfatizando as relaes para estimular os

    subordinados a aceitarem maiores responsabilidades - compartilhar;

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    4 fase: Quando os subordinados esto mais confiantes, capazes de se

    dirigirem sozinhos, o lder pode diminuir tanto a nfase no trabalho quanto no

    relacionamento - delegar

    Vejamos a figura abaixo, que vai nos mostrar graficamente o que acabamos de

    descrever acima.

    Ateno! Eis aqui mais alguns conceitos sobre liderana que devemos lembrar

    em prova!

    Liderana transacional: o tipo de liderana que conduz ou motiva seus seguidores na direo das metas estabelecidas por meio do esclarecimento

    dos papis e das exigncias da tarefa

    Liderana transformacional ou carismtica: aquela que inspira os liderados a transcender os prprios interesses para o bem da organizao e que capaz

    de causar efeito profundo e incomum sobre eles. Caractersticas dos lderes

    carismticos (autoconfiana, fortes convices em relao viso,

    comportamentos no convencionais, imagem de agente de mudana)

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    Liderana visionria: a capacidade de criar e articular uma viso de futuro realista, atrativa e digna de crdito para a organizao ou unidade

    organizacional. Tem como ponto de partida a avaliao da situao presente e

    a busca de sua melhoria

    Liderana autocrtica: Na Liderana autocrtica o lder focado apenas nas tarefas. Este tipo de liderana tambm chamado de liderana autoritria. O

    lder toma decises individuais, desconsiderando a opinio dos liderados. O

    lder dominador e pessoal nos elogios e nas crticas ao trabalho de cada

    membro.

    Liderana democrtica: Chamada ainda de liderana participativa ou consultiva, este tipo de liderana voltado para as pessoas e h participao

    dos liderados no processo decisrio. Aqui as diretrizes so debatidas e

    decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo lder. O lder procura ser um

    membro normal do grupo. Ele objetivo e limita-se aos fatos nas suas crticas

    e elogios.

    Liderana paternalista: O paternalismo uma atrofia da liderana, onde o lder e sua equipe tm relaes interpessoais similares s de pai e filho. A

    Liderana paternalista pode ser confortvel para os liderados e evitar conflitos,

    mas no o modelo adequado num relacionamento profissional, pois numa

    relao paternal, o mais importante para o pai o filho, incondicionalmente. J

    em uma relao profissional, o equilbrio deve preponderar e os resultados a

    serem alcanados pela equipe so mais importantes do que um indivduo.

    Pergunta! A liderana sempre relevante?

    Ao contrrio do que indica a nfase sobre o assunto, a liderana pode no ser

    importante. Dados provenientes de numerosos estudos demonstram que, em

    muitas situaes, as aes dos lderes so irrelevantes. Certas variveis

    individuais, organizacionais ou relativas ao trabalho em si podem funcionar

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    como substitutas da liderana ou neutralizar a capacidade de o lder influenciar

    positiva ou negativamente as atitudes e a eficcia de seus liderados. (Ex:

    experincia, treinamento, orientao profissional, necessidade de

    independncia reduzem a ambigidade da tarefa e substituem a necessidade

    de apoio).

    Poder e Influncia

    As organizaes, como qualquer espao dentro da sociedade, so arenas de

    influncia social, de relacionamentos, de jogos de interesses. Por isso,

    fundamental que compreendamos as diversas formas de poder e influncia que

    existem nas organizaes. Um bom lder conhece bem esses campos de

    influncia e os diversos tipos de poder utilizados nas organizaes.

    Compreender o poder interpessoal e seu exerccio fundamental para a

    melhor compreenso do fator humano nas organizaes.

    A palavra poder adquire muitos significados, mas aquele que estamos

    procurando conceituar pode ser assim definido: poder a capacidade de exercer influncia. Muitos autores definem-no de forma semelhante:

    Max Weber (1982) e Galbraith (1989): Poder a capacidade de algum impor

    sua vontade sobre o comportamento de outras pessoas.

    Corra (1977): Poder social uma fora que exerce influncia na conduta das

    pessoas.

    Etzioni (apud CORRA, 1977): Poder habilidade de um ator para induzir

    outro a seguir sua orientao.

    Aguiar (1989), conceito da Psicologia Social: Poder social a capacidade

    potencial do indivduo de influenciar uma ou mais pessoas para agir em

    determinada direo ou para mudar a direo da ao. Poder social portanto

    a capacidade de exercer influncia interpessoal.

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    May (1981): Poder a capacidade de causar ou impedir mudanas.

    Hampton (1992): Poder a capacidade de exercer influncia.

    Robbins (1999): Poder refere-se uma capacidade que A tem de influenciar o

    comportamento de B, de modo que B haja de acordo com os desejos de A

    Assim, aquele que tem poder, possui, em algum nvel, a capacidade de

    influenciar.

    A capacidade de um indivduo influenciar uma ou mais pessoas o poder interpessoal. Poder interpessoal a capacidade de exercer influncia interpessoal.

    Influncia Interpessoal

    O fenmeno influncia em geral pode ser assim definido: Influncia a relao

    sistmica didica entre influenciador e influenciado, que ocorre quando o

    influenciador realiza um processo de influncia (eficaz ou no) e quando o

    influenciado est manifestando efeitos em seu comportamento e/ou estado

    geral provocados parcial ou totalmente pelo influenciador.

    A dade da influncia interpessoal envolve uma pessoa como o influenciador e

    uma ou mais pessoas como influenciados. O influenciador, ao influenciar,

    realiza um processo de influncia (a maneira pela qual busca influenciar) com o

    objetivo consciente de produzir efeitos de influncia (comportamentos) no

    outro.

    O processo de influncia , portanto, um conjunto de interaes em que o

    influenciador procura, intencionalmente, produzir os comportamentos que

    deseja no influenciado.

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    Vejamos alguns tipos de classificaes feitas por autores quanto a formas de

    influenciar ou exerccio do poder (veremos muitas questes citando como o prprio poder).

    Galbraith (1989) define trs tipos de exerccio de poder: o poder

    compensatrio, o condigno e o condicionado.

    Chiavenato (1997) apresenta quatro graus de influenciao: coao,

    persuaso, sugesto e emulao.

    Keith Davis (apud Penteado, 1965) apresenta dois tipos de liderana

    (influncia): a liderana positiva e a negativa.

    Etzioni (apud Corra, 1977) apresenta trs tipos de poder: o poder coercivo

    (pela fora), o poder remunerativo (recompensa) e o poder normativo (normas).

    Murray Sidman (2001) apresenta dois tipos de controle (influncia): a coero e

    o controle no coercitivo.

    Faces do Poder: Segundo McClelland, existem duas faces do poder.

    Negativa: Expressa em termos de domnio-submisso, vaidade e

    individualismo. Se eu vencer, voc perde!. Pessoas como pees do xadrez a

    serem usados. Atitude voltada contra quem exerce o poder.

    Positiva: Caracterizada por uma preocupao com os objetivos do grupo.

    Implica exercer a influncia em favor de e no sobre os outros. Mais eficcia no exerccio do poder.

    Classificaes de Poder vamos definir uma a uma, as diferentes tipologias de poder nas organizaes?

    Poder compensatrio: Obtm a sujeio a partir de uma recompensa positiva

    ao ato conforme. A recompensa pecuniria nas organizaes a forma mais

    comum de expresso desse poder;

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    Poder condigno: Obtm a sujeio da outra parte pela potencial capacidade de

    lhe impor uma consequncia consideravelmente desagradvel ou dolorosa pela

    no sujeio. o poder gerado pela recompensa negativa (punio) do ato no

    conforme ao esperado;

    Poder condicionado: exercido quando, atravs da persuaso, educao ou

    compromisso voluntrio, consegue-se submeter o indivduo ou grupo vontade

    alheia;

    Poder socializado: Uso do poder para alcanar fins construtivos. Ex: um

    gerente que tenta alcanar o poder para desenvolver um programa de total

    satisfao do cliente;

    Poder personalizado: Uso do poder principalmente para grandeza de ganhos

    pessoais;

    Poder de posio: Os gerentes que conseguem a realizao de um trabalho em virtude de sua posio na organizao induzem o comportamento, possuem o poder sobre;

    Os gerentes e profissionais com freqncia usam o poder para influenciar seus

    liderados na medida em que conhece as fontes e os recursos do poder para

    conseguir seus objetivos. O poder de posio dos gerentes vem de trs fontes:

    poder de recompensa, coercitivo e legtimo.

    Poder de recompensa: As pessoas concordam com os desejos ou orientaes

    de outrem porque fazer isso produz benefcios positivos; portanto, algum que

    possa distribuir recompensas que outros vejam como valiosas tero poder

    sobre eles. A pessoa capaz de dar benefcios ou recompensas especiais para

    os outros, e entendido ento como vantajoso trocar favores com ele.

    Poder coercitivo: As pessoas reagem a este poder por medo dos resultados

    negativos que possam ocorrer se falharem na concordncia. Ele se apia na

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    ameaa ou na aplicao de sanes fsicas como infligir dor, gerao de

    frustrao atravs de restries de movimento ou de controle fora de

    necessidades bsicas fisiolgicas ou de segurana. Este poder est

    relacionado capacidade do gerente de punir como meio de influenciar o

    comportamento de outras pessoas. A punio se manifesta de vrias maneiras,

    desde a advertncia at a demisso. uma poderosa ferramenta de

    intimidao.

    Poder legtimo: Representa o poder que uma pessoa recebe como resultado da

    sua posio na hierarquia organizacional. uma posio de autoridade que

    oferece poderes de coero e de recompensa. Porm, o poder legtimo mais

    amplo do que o poder para coagir ou recompensar. Inclui a aceitao, por

    membros de uma organizao, da autoridade de uma posio. A pessoa tem o

    direito, considerando a sua posio e as responsabilidades do seu cargo, de

    esperar que voc concorde com pedidos legtimos.

    Poder pessoal: Os gerentes que derivam seu poder dos seus subordinados influenciam o comportamento, possuem o poder junto a.

    O poder dos gerentes origina-se, tambm, de duas caractersticas pessoais:

    conhecimento e personalidade. So os poderes de especializao ou competncia e poder de referncia.

    Poder de especializao ou competncia: a influncia exercida como

    resultado de habilidade especial ou conhecimento. A especializao tornou-se

    uma das mais poderosas fontes de influncia medida que o mundo se tornou

    mais orientado tecnologicamente. Como os empregos tornam-se mais

    especializados, tornamo-nos cada vez mais dependentes de especialistas para

    alcanar metas. As pessoas tm experincia e conhecimento para ganhar seu

    respeito, e suas avaliaes so acatadas nos assuntos nos quais especialistas.

    Algumas pessoas no passam informaes para reter este tipo de poder.

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    Poder de referncia: Sua base a identificao com a pessoa que tem

    recursos desejveis ou traos pessoais. Se eu admiro e me identifico com

    voc, voc pode exercitar poder sobre mim porque quero agrad-lo. O poder

    daquele que influencia baseado no desejo do influenciado de ser parecido ou

    identificar-se com o que influencia. o poder de influenciar o outro pela fora

    do seu carisma ou por caractersticas pessoais que so admiradas e servem como referncia. Tem como base a identificao com o outro, desejo de ser

    semelhante ao outro.

    Portanto, os trs primeiros tipos de poder (recompensa, coercitivo e legtimo)

    tm como base o poder de posio, enquanto os outros dois (competncia e referncia) as bases de poder so pessoais.

    provvel que existam trs tipos distintos de respostas ao tipo de poder:

    obedincia, identificao e internalizao.

    Base do Poder Resposta

    Recompensa

    Coercitivo

    Obedincia

    Referncia Identificao

    Legtimo

    Especializao

    Internalizao

    A obedincia ocorre quando as pessoas se comportam de forma conformada com as diretrizes de outras porque isto resulta em recompensas ou evita

    punies.

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    A identificao como resposta ocorre quando as pessoas aceitam a direo ou influncia de outra por sua identidade com ela.

    O poder legtimo e o de especializao podem estimular a internalizao, pois ambos recorrem credibilidade pessoal o grau em que a pessoa percebida

    como detentora de autoridade ou experincia. A credibilidade pode ser usada

    para convencer as pessoas da importncia intrnseca das atitudes e

    comportamentos que esto sendo demandados.

    10-(CESPE / FUNCAP 2004) De acordo com a teoria comportamental de

    liderana, o lder eficaz conta com alguns traos especficos, como a

    autoconfiana e a inteligncia.

    Ao contrrio da teoria dos traos, que enfatizava os traos especficos da

    pessoa, a teoria comportamental ensina que devem ser desenvolvidos os

    comportamentos do lder. No inato. Item errado.

    11-(CESPE / FUNCAP 2004) O estilo de liderana relacionado a um sistema

    explorador, autoritrio, modelo ligado teoria Y de McGregor, provoca elevado

    nvel de resistncia no que diz respeito ao alcance dos objetivos

    organizacionais.

    O estilo relacionado na questo o da Teoria X. Na teoria Y existe menor

    resistncia ao alcance dos objetivos e maior autonomia para o trabalho.

    12-(CESPE / TCU 2007) O lder define a forma mais adequada de gerenciar

    sua equipe, em conformidade com o grau de variveis tais como o nvel de

    maturidade dos membros da equipe e com a autonomia que ele possui para

    tomar decises.

    Perfeitamente, a teoria situacional preconiza exatamente isto! Item correto.

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    13-(CESPE / TCU 2007) O lder deve assumir a mesma postura e forma de

    orientao para todos os seus subordinados, pois, do contrrio, causar

    problemas de nivelamento e percepo de justia.

    Errado! Existem funcionrios com comportamentos diferentes. O lder atua de

    acordo com a situao. Algum mais maduro, precisa de menor direo,

    algum menos madura, precisa de uma liderana mais diretiva, por exemplo.

    14-A liderana situacional baseia-se na inter-relao entre o comportamento do

    lder voltado para a tarefa, o comportamento do lder voltado para o

    relacionamento e a capacidade e a disposio dos subordinados para

    realizarem as tarefas (maturidade).

    Item correto. a mais conhecida teoria situacional de liderana. Esses autores

    sustentam que a liderana mais eficaz varia de acordo com a maturidade dos

    subordinados maturidade entendida como a capacidade e a experincia

    relacionada com o trabalho e a disposio para aceitar responsabilidades.

    15-De acordo com o que postula a teoria de liderana situacional, o estilo de

    liderana mais adequado independe da disposio dos liderados em relao

    tarefa, como a disposio em assumir responsabilidades.

    Item incorreto. Depende da maturidade dos liderados.

    16-(CESPE/GESTOR-AC/2006) Enquanto o lder autocrtico utiliza seu poder

    para decidir sozinho e para recompensar ou punir os liderados, o lder

    democrtico discute essas mesmas decises em conjunto com sua equipe.

    Item correto. Na liderana autocrtica, o lder decide sozinho e na democrtica

    discutido com o grupo.

    1.4 Desempenho

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    Nesta parte de nossa aula falaremos um pouco sobre desempenho nas

    organizaes. No devemos confundir com avaliao de desempenho, tema

    que trataremos na 2 aula, ok?

    O que potencial? Na concepo de Resende2, potencial um poder inerente pessoa, refletido nos conhecimentos, habilidades, experincias,

    interesses, carter, entre outros, disponvel para aplicao em qualquer

    situao de vida e de trabalho.

    Por que potencial? Bergamini e Beraldo3 afirmam que o aproveitamento inadequado de um ativo, alm de reduzir a possibilidade de assegurar

    vantagem competitiva, estimula a evaso de talentos

    E desempenho? Originariamente, o termo desempenho estava ligado ao funcionamento de mquinas e equipamentos, e era percebido como um

    conjunto de caractersticas ou possibilidades de atuao. O desempenho

    humano tambm pode ser percebido como a aplicao dos esforos das

    pessoas em busca de produtividade efetiva, cujo foco o cliente (no nosso caso, o cidado). Para Stoffel4, desempenho uma ao que pode ser

    verificada e mensurada (digitar um texto, assentar tijolos, efetuar uma venda).

    Para outros autores, o desempenho humano individual afetado pelo

    desempenho da organizao, dos processos e da equipe onde se encontra

    alocado.

    Os esforos de pesquisadores tm expandido o significado do conceito de

    desempenho, ampliando seus limites. As perspectivas contemporneas

    convergem ao afirmarem que o desempenho humano a ao explcita

    resultante da influncia e da dinmica de variveis de naturezas distintas, como

    2 Gesto de Desempenho, FGV, 2008. Resende, pg 23

    3 Bergamini e Beraldo, 1988

    4 Stoffel, 2000

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    cultura, clima organizacional, condies de trabalho, possibilidades individuais, competncias, atitudes, modo de gerenciamento do processo produtivo, motivao, entre outras.

    Em suma, desempenho ao intencional, decorrente da aplicao de potenciais e competncias, que permite o alcance de resultados desejados. Porm, devido influncia de variveis distintas, o indivduo no pode ser

    responsabilizado, isoladamente, pelos resultados obtidos.

    Gesto de desempenho: Gerir desempenho implica o desenvolvimento de competncias necessrias sustentao de resultados efetivos para o negcio.

    Para Gil5, o espao privilegiado deste processo de gerenciamento na ao

    organizacional decorre do fato de a fora humana ser a fonte de vantagem

    competitiva mais decisiva na atualidade.

    Lawler6 afirma que as trs fontes de vantagem competitiva mais poderosas so

    a tecnologia, a arquitetura organizacional e as pessoas. No entanto, a arquitetura organizacional, concebida pelo homem. A tecnologia, embora

    constitua uma poderosa alavanca de negcios bem sucedidos, depende das

    pessoas para garantir a sua plena utilizao. Pessoas, portanto, so fontes decisivas para a obteno da excelncia.

    A sustentao de patamares elevados de excelncia ser possvel se o olhar

    gerencial estiver centrado nos fatores pessoais e organizacionais que afetam o

    desempenho obtido e, alem disso, se estiver de fato empenhado na reduo da

    discrepncia. Ou seja, na diferena entre o desempenho real e o esperado.

    5 Gesto de Pessoas

    6 Lawler, 1996

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    Gerir o desempenho significa avaliar a extenso dessa diferena, identificar os fatos geradores desta situao e, em seguida, intervir, tomando decises para eliminar as variveis constitudas em fontes de problemas.

    2. Competncia interpessoal

    Falamos sobre a importncia da boa gesto de pessoas para o atingimento dos

    objetivos estratgicos das organizaes. Abordamos, tambm, o estudo do

    comportamento organizacional como fator fundamental para que as empresas

    possam prever, explicar e controlar os diversos comportamentos, no sentido de

    contriburem de forma eficaz para o seu sucesso.

    Importante lembrar que para que isso acontea precisamos, tambm, de

    pessoas motivadas e lderes eficazes. a que entra mais um tema de nosso

    edital: competncia interpessoal.

    O qu competncia interpessoal?

    a habilidade de lidar eficazmente com relaes interpessoais, de lidar com

    outras pessoas de forma adequada s necessidades de cada um e s

    exigncias da situao. Ser competente em termos relacionais, para algumas

    pessoas parece tarefa fcil, enquanto para outras comparvel escalada de

    uma montanha.

    Dois componentes da competncia interpessoal assumem importncia capital:

    a percepo e a habilidade propriamente dita. O processo de percepo precisa ser treinado para uma viso acurada da situao interpessoal. Isto

    significa um longo processo de crescimento pessoal, abrangendo

    autopercepo, autoconscientizao e autoaceitao como requisitos de possibilidades de percepo mais realstica dos outros e da situao

    interpessoal. Esse treinamento perceptivo no se realiza espontnea nem

    facilmente, mas requer treinamento especial, demorado, muitas vezes sofrido,

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    exigindo coragem e disponibilidade psicolgica do treinamento no exerccio de

    receber feedback.

    O autoconhecimento s pode ser obtido com a ajuda dos outros, por meio de feedback. Se o indivduo consegue ter uma percepo mais realista de si,

    ento pode, tambm, ter uma percepo realista da situao interpessoal,

    primeiro passo para poder agir de maneira adequada e realstica.

    A habilidade propriamente dita (em lidar com situaes interpessoais) engloba um conjunto de habilidades, entre as quais: flexibilidade perceptiva e comportamental que significa procurar ver vrios ngulos ou aspectos da mesma situao e atuar de forma diferenciada, no rotineira, experimentando

    novas condutas percebidas como alternativas de ao. Desenvolve-se,

    concomitantemente, a capacidade criativa para solues ou propostas mais originais, menos convencionais, com resultados duplamente compensadores

    resoluo dos problemas e da auto-realizao pelo prprio ato de criao,

    altamente gratificante para as necessidades do ego (estima), na hierarquia de

    Maslow. Outras habilidades consistem em dar e receber feedback, sem o que no se constri um relacionamento humano autntico.

    Um terceiro componente da competncia interpessoal refere-se ao

    relacionamento em si e compreende a dimenso emocional-afetiva, predominantemente. Num relacionamento a mdio prazo, preciso considerar

    o componente cognitivo e a relao afetiva em qualquer situao de conflito interpessoal. Muitas vezes, uma soluo vivel para o contedo cognitivo

    (racional), mas afeta a relao afetiva (emocional). O equilbrio desses dois componentes que far com que o relacionamento no sofra danos (s vezes

    irreversveis) e at se torne mais forte e verdadeiro.

    Competncia interpessoal, portanto, resultante de percepes apuradas e realsticas das situaes interpessoais e de habilidades especficas

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    comportamentais que conduzem a consequncias significativas no

    relacionamento duradouro e autntico, satisfatrio para as pessoas envolvidas.

    Por que a competncia interpessoal to importante para a gesto de pessoas nas organizaes? Porque os grupos humanos necessitam de lderes competentes para sobreviverem, crescerem e desenvolverem seus

    recursos e potencialidades na consecuo de seus objetivos. Da mesma forma,

    as organizaes sociais necessitam lderes competentes para sua

    sobrevivncia, crescimento e desenvolvimento de recursos e potencialidades

    no alcance de objetivos organizacionais.

    O lder competente eficaz no desempenho global de seu papel organizacional e no apenas em uma parte dele. A competncia tcnica , em

    geral, a parcela mais cuidada nos programas de desenvolvimento gerencial,

    mas insuficiente por si s, para um desempenho total e eficaz. A competncia interpessoal absolutamente necessria para o exerccio pleno das funes de liderana, em qualquer contexto grupal e organizacional. Entretanto, este

    tipo de competncia tem sido, frequentemente, menosprezado como processo

    essencial de qualificao profissional para funes de liderana.

    Vamos ver um exemplo prtico? Vrias tcnicas de gesto moderna s podero apresentar resultados positivos se houver competncia interpessoal

    dos lderes/gerentes. Um exemplo notrio oferecido pela Administrao por

    Objetivos APO, na parte fundamental de negociao de objetivos entre

    lder e liderado (gerente-subordinado).

    Como realizar adequadamente essa etapa, nitidamente interpessoal, sem

    competncia interpessoal? Atravs de compreenso e embasamento terico de

    APO, o gerente adquire competncia a nvel cognitivo, de saber como se deve fazer e como funciona a tcnica, o que no basta para garantir xito na

    aplicao prtica desta ou qualquer outra tecnologia comportamental

    interpessoal. Quando os resultados so deficientes ou negativos, h uma

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    tendncia generalizada de culpar o instrumento ou a tecnologia (APO no

    funciona, no serve, no pode ser aplicado...), sem questionar, ou sequer pensar na habilitao do agente que conduziu o processo. Seria o caso de culpar a marca do automvel por desempenho precrio ou resultados

    desastrosos, sem verificar o desempenho eficaz ou inbil do motorista...

    Como desenvolver a competncia interpessoal?

    Competncia interpessoal no um dom ou atributo inato da personalidade, e sim uma capacidade decorrente de treinamento por meio de tcnicas prprias em programas especiais, envolvendo contedos intelectuais, emocionais e atitudinais.

    Vamos dar uma olhada em como esse assunto cobrado pelo CESPE?

    17-(CESPE / TRE 2009) Competncia interpessoal a habilidade de lidar

    eficazmente com outras pessoas de forma adequada s necessidades de cada

    uma e exigncia da situao.

    Item correto! Est a a definio palavra por palavra.

    18-(CESPE / FUB 2008) Nas organizaes, o sucesso profissional resultante

    de alguns fatores interligados, mas os dois aspectos mais significativos esto

    representados nas competncias tcnica e interpessoal. No final do sculo XX,

    a competncia interpessoal ganhou novo alento com a insero do conceito de

    inteligncia emocional no mbito dos estudos das relaes humanas no

    trabalho.

    Item correto! Aqui o avaliador insere um conceito muito comentado atualmente.

    Inteligncia Emocional, e o que isso? Inteligncia Emocional um conceito da Psicologia que descreve a capacidade de reconhecer os prprios

    sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles.

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    E tanto a inteligncia emocional como a competncia interpessoal so cruciais para o prximo tema que vamos estudar: o gerenciamento de conflitos!

    3. Gerenciamento de conflitos

    Os conflitos existem desde o incio da humanidade, fazem parte do processo

    de evoluo dos seres humanos e so necessrios para o desenvolvimento e o

    crescimento de qualquer sistema familiar, social, poltico e organizacional.

    possvel pensar inmeras alternativas para indivduos e grupos lidarem com os

    conflitos. Estes podem ser ignorados ou abafados, ou sanados e transformados num elemento auxiliar na evoluo de uma sociedade ou organizao.

    Definio - Apesar das muitas definies de conflito e dos diferentes sentidos que o termo acabou por assumir, diversos temas comuns permeiam a maioria

    delas. O conflito precisa ser percebido pelas partes envolvidas; sua existncia ou no uma questo de percepo. Se ningum estiver consciente de que h um conflito, costuma-se estabelecer que ele no existe.

    Tambm pode acontecer de os conflitos percebidos no serem reais ou tambm de muitas situaes que poderiam ser consideradas conflituosas no o

    serem porque as pessoas nelas envolvidas no percebem a existncia do conflito. Alm disso, a maioria das definies de conflito inclui os conceitos de

    oposio, escassez e obstruo e a premissa da existncia de duas ou mais partes cujos interesses ou metas paream incompatveis.

    A definio de conflito deve reconhecer a conscincia (percepo), a oposio,

    a escassez e a obstruo. Mais ainda, trata-se de uma ao proposital, explcita ou implcita. Nesta viso, conflito um processo no qual um esforo realizado propositalmente por A para impedir os esforos de B, por meio de algum tipo de obstruo, e que resultar na frustrao de B no tocante consecuo de suas metas ou interesses.

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    Se observarmos a histria, at h pouco tempo a ausncia de conflitos era

    encarada como expresso de bom ambiente, boas relaes e, no caso das

    organizaes, como sinal de competncia. Alguns profissionais viam o conflito

    de forma negativa, como resultante da ao e do comportamento de pessoas

    indesejveis, associado agressividade, ao confronto fsico e verbal e a

    sentimentos negativos, os quais eram considerados prejudiciais ao bom

    relacionamento entre as pessoas e, conseqentemente, ao bom funcionamento

    das organizaes.

    Viso positiva do conflito Traz o entendimento de que o conflito fonte de idias novas, podendo levar a discusses abertas sobre determinados

    assuntos, o que se revela positivo, pois permite a expresso e explorao de

    diferentes pontos de vista, interesses e valores.

    Em alguns momentos, e em determinados nveis, o conflito pode ser

    considerado necessrio se no se quiser entrar num processo de estagnao. Assim, os conflitos no so necessariamente negativos; a maneira como lidamos com eles que pode gerar algumas reaes. Assim, o conflito no deve ser visto apenas como impulsionador de agresses, disputas

    ou ataques fsicos, mas como um processo que comea na nossa percepo e

    termina com a adoo de uma ao adequada e positiva.

    Viso tradicional do conflito conforme a abordagem mais antiga, todo o conflito era ruim. Considerado contraproducente, era usado como sinnimo de

    violncia, destruio e irracionalidade para reforar o aspecto negativo. Essa conceituao consiste em uma abordagem simplista do comportamento

    das pessoas que criam o conflito. Como deve ser evitado, precisamos apenas

    prestar ateno naquilo que gera o conflito e corrigir o mau funcionamento, de

    modo a melhorar o desempenho do grupo e da organizao.

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    Embora as pesquisas recentes refutem a idia de que a reduo dos conflitos resulte em melhor desempenho, muitos ainda avaliam as situaes de conflito

    utilizando esse modelo ultrapassado.

    Viso de relaes humanas segundo a conceituao de relaes humanas, o conflito ocorrncia natural nos grupos e nas organizaes. Por ser

    inevitvel, essa escola defende que devemos aceit-lo. Os seguidores dessa abordagem racionalizam sua existncia: o conflito no pode ser eliminado e h

    ocasies em que pode at ser benfico para o desempenho do grupo. A viso

    de relaes humanas dominou teoria sobre conflitos at a metade da dcada

    de 70.

    Viso interacionista a viso adotada atualmente. Enquanto a abordagem de relaes humanas aceita o conflito, a interacionista o encoraja, por acreditar que um grupo harmonioso, pacfico, tranqilo e cooperativo est na iminncia

    de tornar-se estvel, aptico, sem responder necessidade de mudana e

    inovao. A principal contribuio dessa abordagem, portanto, encorajar os

    lderes a manter um nvel mnimo constante de conflito o suficiente para

    manter o grupo vivel, autocrtico e criativo.

    Possveis causas do conflito

    Experincia de frustrao de uma ou ambas as partes: incapacidade de atingir uma ou mais metas e/ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por

    algum tipo de interferncia ou limitao pessoal, tcnica ou comportamental;

    Diferenas de personalidade: so invocadas como explicao para as desavenas tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e

    reveladas no relacionamento dirio atravs de algumas caractersticas

    indesejveis na outra parte envolvida;

    Metas diferentes: muito comum estabelecermos e/ou recebermos metas/objetivos a serem atingidos e que podem ser diferentes dos de outras

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    pessoas e de outros departamentos, o que nos leva gerao de tenses em

    busca de seu alcance;

    Diferenas em termos de informaes e percepes: costumeiramente tendemos a obter informaes e analis-las luz dos nossos conhecimentos e

    referenciais, sem levar em conta que isto ocorre tambm com o outro lado com

    quem temos de conversar e/ou apresentar nossas idias, e que este outro lado

    pode ter uma forma diferente de ver as coisas.

    Tipos de conflito - Para lidar com conflitos, importante conhec-los, saber qual sua amplitude e como estamos preparados para trabalhar com eles.

    Existem vrios tipos de conflito e sua identificao pode auxiliar a detectar a

    estratgia mais adequada para administr-lo:

    Conflito de tarefa: est relacionado ao contedo e aos objetivos do trabalho

    Conflito de relacionamento: ligado s relaes interpessoais

    Conflito de processo: relacionado maneira como o trabalho realizado

    Conflito latente: no declarado e no h, mesmo por parte dos elementos envolvidos, uma clara conscincia de sua existncia. Eventualmente no

    precisam ser trabalhados;

    Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem, racionalmente, a existncia do conflito, embora no haja ainda manifestaes abertas do

    mesmo;

    Conflito sentido: aquele que j atinge ambas as partes, e em que h emoo e forma consciente;

    Conflito manifesto: trata-se do conflito que j atingiu ambas as partes, j percebido por terceiros e pode interferir na dinmica da organizao.

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    A interao existente entre as partes de um conflito gera consequncias. Elas

    podem ser funcionais (quando resultam em melhoria do desempenho do grupo) ou disfuncionais (quando prejudicam o desempenho e os resultados).

    Estgios (nveis) do conflito para que seja usada a estratgia necessria, no momento adequado, precisamos conhecer os estgios de evoluo do

    conflito.

    Discusso: o estgio inicial do conflito; caracteriza-se normalmente por ser racional, aberta e objetiva;

    Debate: neste estgio, as pessoas fazem generalizaes e buscam demonstrar alguns padres de comportamento. O grau de objetividade existente no nvel

    anterior comea a diminuir;

    Faanhas: as partes envolvidas no conflito comeam a mostrar grande falta de confiana no caminho ou alternativa escolhidos pela outra parte envolvida;

    Imagens fixas: so estabelecidas imagens preconcebidas com relao outra parte, fruto de experincias anteriores ou de preconceitos que trazemos,

    fazendo com que as pessoas assumam posies fixas e rgidas;

    Loss of face (ficar com a cara no cho): trata-se da postura de continuo neste conflito custe o que custar e lutarei at o fim, o que acaba por gerar

    dificuldades para que uma das partes envolvidas se retire;

    Estratgias: neste nvel comeam a surgir ameaas e as punies ficam mais evidentes. O processo de comunicao, uma das peas fundamentais para a

    soluo de conflitos, fica cada vez mais restrito;

    Falta de humanidade: no nvel anterior evidenciam-se as ameaas e punies. Neste, aparecem com muita freqncia os primeiros comportamentos

    destrutivos e as pessoas passam a se sentir cada vez mais desprovidas de

    sentimentos;

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    Ataque de nervos: nesta fase, a necessidade de se autopreservar e se proteger passa a ser a nica preocupao. A principal motivao a

    preparao para atacar e ser atacado;

    Ataques generalizados: neste nvel chega-se s vias de fato e no h alternativa a no ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota de

    um deles.

    Consequncias do conflito

    Negativas - quando desviam a ateno dos reais objetivos, colocando em perspectiva os objetivos dos grupos envolvidos no conflito e mobilizando os

    recursos e os esforos para a sua soluo; quando tornam a vida uma eterna

    derrota para os grupos de perdedores habituais, interferindo na sua

    percepo e na socializao daqueles que entram na organizao; quando

    favorecem a percepo estereotipada a respeito dos envolvidos, como ocorre

    freqentemente em organizaes. Se por um lado existem os esteretipos

    genricos referentes s categorias profissionais, dentro de cada organizao,

    alm dos tipos que fazem parte de sua cultura individual, como seus heris,

    mitos, tipos ideais, comeam a surgir seus perdedores, ganhadores,

    culpados e inimigos.

    Positivas - so bons elementos de socializao, pois oferecem aos novos participantes de um grupo a sensao de envolvimento com alguma causa;

    ajudam a equilibrar as relaes de poder dentro da organizao, pois em

    qualquer episdio de conflito pode haver diferentes ganhadores

    (independentemente das percepes anteriores); propiciam a formao de

    alianas com o objetivo de ganhar num conflito especfico mas tambm de

    garantir mais poder.

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    COMO GERENCIAR OS CONFLITOS?

    Para uma eficaz resoluo dos conflitos preciso compatibilizar alguns passos a serem seguidos, conhecer e aplicar alguns saberes e, tambm, definir o estilo a ser adotado:

    Passos: criar uma atmosfera afetiva - esclarecer as percepes - focalizar em necessidades individuais e compartilhadas - construir um poder positivo e

    compartilhado - olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado -

    gerar opes de ganhos mtuos - desenvolver passos para a ao a ser

    efetivada - estabelecer acordos de benefcios mtuos.

    Capacidades (saberes que as partes devem possuir)

    Saber comunicar - sem dilogo no h comunicao nem soluo possvel para os problemas; a maioria dos erros, omisses, irritaes,

    atrasos e conflitos causada por uma comunicao inadequada;

    Saber ouvir - ouvir ativamente, pois metas e intenes no compreendidas l