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Page 1: ACÓRDÃO Nº 99/2005 - TCU - Plenário

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃOGabinete do Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha

GRUPO II - CLASSE VII - PlenárioTC 004.602/2004-9 (com 15 volumes)Apensado:TC 001.828/2004-2Natureza: RepresentaçãoÓrgão: Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Fazenda -

SPOA/MFInteressado: Deputado Distrital Chico VigilanteAdvogado constituído nos autos: Huilder Magno de Souza (OAB/DF nº 18.444)

Sumário: Representação. Alegação de irregularidades em processos licitatórios e contratações no âmbito do Ministério da Fazenda. Conhecimento. Audiência. Determinações.

RELATÓRIO

Tratam os autos de Representação formulada pelo Deputado Distrital Chico Vigilante (fls. 2/14, vol. principal) acerca de possíveis irregularidades em procedimentos licitatórios no âmbito do Ministério da Fazenda, bem como outras supostas irregularidades na Coordenação Geral de Recursos Lógisticos - COGRL desse mesmo Ministério.

2. Foram apontadas supostas máculas nos seguintes procedimentos licitatórios: Pregão nº 002/2004; Convite nº 001/2004; Pregão nº 019/2003; Pregão nº 021/2003; Convite nº 007/2003; Pregão nº 017/2003; Convite nº 011/2003; Tomada de Preços nº 002/2003; Concorrência nº 001/2003; Concorrência nº 004/2003; Concorrência nº 005/2003; Concorrência nº 006/2003; Convite nº 003/2003; e Concorrência nº 001/2004.

3. Além dessas possíveis irregularidades, foram arroladas as seguintes, no âmbito da COGRL/SPOA/MF: contratação do afilhado da Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos, Sr. Washington Costa Fernandes, para o cargo de motorista, por indicação; utilização de veículo oficial, placa JFO-7460, dirigido por motorista oficial - Sr. Evilásio - para realização de tarefas particulares de servidores da SPOA/MF; exploração comercial, por referido motorista, do restaurante da garagem do Ministério da Fazenda, de forma gratuita e sem procedimento licitatório prévio; e utilização, pelo Sr. Edivaldo Franklin de Medeiros, do cargo de Chefe da Vigilância para a obtenção de vantagens pessoais perante a empresa contratada.

4. Por meio de despacho à fl. 1, vol. principal, determinei a autuação dos elementos como Representação, a expedição de ofício ao interessado indicando as providências adotadas naquela oportunidade e a instrução dos autos.

5. A 2ª Secex, por meio da Portaria de Fiscalização nº 869, de 15/6/2004, realizou inspeção na Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração/MF (fl. 510, vol. 2). Dessa inspeção, resultaram os documentos que compuseram as fls. 511/622, volume 2, os volumes 3 a 14, as fls. 2930/3078, vol. 15.

6. Esses elementos foram analisados em instrução às fls. 3079/3105, vol. 15, da qual extraio excertos dos itens em relação aos quais foram detectadas impropriedades:

“4.4 Edital: Pregão nº 021/2003(...)4.4.2 Irregularidades apontadas pelo Representante:"Excesso de descrição do objeto [projetores multimídia] com evidência clara de direcionamento

para uma determinada marca, conforme se pode constatar nas especificações técnicas do objeto, chegando-se ao absurdo de se exigir as dimensões do equipamento, como largura, altura, profundidade e, ainda, peso." (v.p., fl. 4)

4.4.3 Situação encontrada e análise:Neste processo, a exemplo do que ocorreu no Pregão 019/2003, a Administração descreveu minuciosamente o objeto a

ser licitado. As especificações dos três itens foram feitas pelos órgãos solicitantes: Secretaria do Tesouro Nacional - STN e Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, sendo que a COGRL/MF apenas as reproduziu no Edital, sem efetuar qualquer crítica sobre sua consonância com a Lei nº 8.666/93.

Em relação ao item 01, projetores multimídia destinados à STN, apesar da minuciosa descrição do objeto, não identificamos evidência de que tenha havido direcionamento para uma determinada marca ou licitante. Essa constatação é reforçada pela variedade de marcas apresentadas por diversos licitantes em conformidade com as especificações deste item (vol. 5, fls.1.047/1.107). Restou apenas a falha formal, por não ter a STN esclarecido os motivos que justificassem a minuciosa descrição do objeto, como, por exemplo, as dimensões do equipamento. (vol. 5, fl. 969).

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Já em relação ao item 02, o COAF enviou a especificação do projetor multimídia com base no modelo LP530 da fabricante InFocus, inclusive fez menção ao modelo e fabricante no anexo de sua solicitação (vol. 5, fls. 970/971). A COGRL não mencionou a marca e o fabricante no Edital, porém manteve as demais especificações feitas pelo COAF (vol. 5, fls. 1.015/1.016). Assim, concluímos que o Edital infringiu o disposto no §5º do art. 7º e no inciso I do §7º do art. 15, da Lei 8.666/93, vez que, em decorrência dessa descrição do objeto, todos os preços cotados para o item 02 pelas empresas participantes do certame (vol. 5, fls 1.048, 1.069, 1.076, 1.080, 1.096 e 1.104) referem-se ao modelo especificado. Também os orçamentos apresentados em resposta à Consulta de Preço 97/2003 (vol. 5, fls. 974/1.002) foram elaborados com base no modelo LP530 do fabricante InFocus.

4.4.4 Conclusão:Assim, por privilegiar uma marca específica e com isso ter frustrado uma maior concorrência em relação ao item 02,

concluímos que foi infringido o disposto nos artigos 7º, §5º e 15, §7º, inciso I da Lei 8.666/93, o que enseja a aplicação, aos responsáveis, de multa prevista no inciso II do art. 58 da Lei Orgânica deste Tribunal.

Com vistas ao atendimento aos princípios da ampla defesa e do contraditório, entendemos ser necessário ouvir em audiência os responsáveis para apresentar razões de justificativa para a irregularidade acima cometida.”

“4.6 Edital: Pregão 017/20034.6.1 Objeto:"Contratação de pessoa jurídica para locação de equipamentos de informática, com opção de 'update' na renovação

contratual, manutenção e assistência técnica inclusa, para atender às necessidades da SEAE - Secretaria de Acompanhamento Econômico em Brasília e Rio de Janeiro, e a COGIN - Coordenação-Geral de Informática, conforme especificações técnicas constantes do anexo I, parte integrante do presente e nas seguintes quantidades abaixo relacionadas:

- Locação de 04 (quatro) servidores de arquivo;- Locação de 143 (cento e quarenta e três) estações de trabalho;Locação de 143 (cento e quarenta e três) monitores." (vol.7, fl. 1.382)4.6.2 Irregularidades apontadas pelo Representante:"Julgamento por preço global para itens diferentes, a serem instalados em três capitais (Brasília, São Paulo e Rio de

Janeiro), conforme subitem 10.1 do edital.Excesso de detalhamento das especificações técnicas dos microcomputadores e dos servidores de rede, conforme pode

ser constatado no subitem 3.1 do Anexo I, evidenciando a qualquer leigo que são requisitos de um único fabricante.Chama a atenção a disjunção de monitor e estação de trabalho para os serviços de locação.Procurou-se na elaboração do mencionado edital a inovação de um pregão com especificidade da modalidade de

técnica.Para surpresa, somente uma empresa participou do mencionado pregão, que já era contratada no

Ministério da Fazenda." (v.p., fl. 5)4.6.3 Situação encontrada e análise:Os equipamentos a serem locados são para instalação no Rio de Janeiro e Brasília, conforme estabelecem os itens 1.1

e 10.1 do Edital. Portanto, o Edital não prevê a instalação de equipamentos em São Paulo, conforme alega o Representante.O Representante alega que o objeto deveria ter sido dividido em itens, por serem os equipamentos destinados a

instalação em capitais diferentes. A Lei nº 8.666/93, em seu art. 23, §1º, estabelece que "as obras, serviços e compras efetuadas pela administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala".

Conforme entendimento firmado por esta Corte de Contas na Decisão nº 393/94 - Plenário, o parcelamento do objeto é a regra, ou seja, "é obrigatória a admissão, nas licitações para a contratação de obras, serviços e compras, e para alienações, onde o objeto for de natureza divisível, sem prejuízo do conjunto ou complexo, da adjudicação por itens e não pelo preço global, com vistas a propiciar a ampla participação dos licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam, contudo, fazê-lo com referência a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação adequarem-se a essa divisibilidade."

Nota-se que a jurisprudência do TCU é rija em relação ao parcelamento, como podemos constatar nos seguintes julgados: Decisão nº 1092/2001 - Plenário; Decisão nº 420/2002 - Plenário; Acórdão nº 159/2003 - Plenário e Acórdão nº 236/2003.

No processo em análise, entendemos que, de fato, o parcelamento do objeto em dois itens, era tecnicamente viável, vez que a instalação dos equipamentos ocorreria em duas capitais e as redes de microcomputadores funcionariam de forma independente uma da outra. Ainda, o não parcelamento do objeto pode ter restringido a participação de determinado licitante que se interessaria em prestar o serviço em apenas uma das cidades. Portanto, consideramos inadequada a decisão da COGRL de proceder o julgamento das propostas por preço global e não por item.

Quanto à disjunção dos monitores de vídeo das estações de trabalho, verificamos que foi feita apenas para destacar as especificações desses componentes separadamente e não configuraram itens diferentes de um mesmo objeto, conforme pode ser observado nos itens 3.1 e 4 do Anexo I do Edital. (vol. 7, fls. 1.399/1.415)

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O Representante aponta ainda como ilegalidade a utilização do pregão como modalidade de licitação, já que o objeto requereria um julgamento técnico.

O Decreto nº 1.070/94, em seu art. 1º, estabelece que a Administração Pública deve, nas contratações de bens e serviços de informática e automação, utilizar o tipo de licitação "técnica e preço". Porém, a Medida Provisória nº 2.026, de 04/05/2000, posteriormente convertida na Lei nº 10.520/2002, estabeleceu modalidade nova para a aquisição de bens comuns, conforme se depreende do seu art. 1º: "Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado."

O Decreto nº 2.555/2000, que aprovou o Regulamento para a modalidade de licitação denominada pregão, para a aquisição de bens e serviços comuns, no item 2.5 do Anexo II, relaciona microcomputador de mesa ou portátil ("notebook") e monitor de vídeo como sendo bens comuns e, portanto, passíveis de serem adquiridos por meio de licitação na modalidade de pregão.

Assim, não nos restam dúvidas de que o pregão era uma das modalidades possíveis para a contratação do objeto em questão, pois este é composto por serviços facilmente comparáveis entre si, que podem ser prestados por diversas empresas e cuja qualidade e produtividade podem ser estabelecidas objetivamente.

Quanto ao nível de detalhamento das especificações técnicas dos microcomputadores e dos servidores de rede, ao examinar os requisitos colocados no Anexo I do Edital, concluímos que, apesar de numerosos, eles não se revestem de especificidades que pudessem direcionar a licitação para um determinado fornecedor, a não ser pela indicação da marca do processador.

Com relação à indicação da marca do processador, a Pregoeira da COGRL/MF, em resposta à impugnação do edital apresentada pela licitante Investplan Computadores e Sistemas Ltda., fez as seguintes considerações (vol. 7, fls.1.437/1.441):

[...]"Não existe por parte deste edital qualquer exigência específica de marca de equipamentos microcomputadores e sim

de uma definição clara de que determinado componente interno tenha uma característica específica de forma a tornar a licitação por meio de pregão viável, tornando o objeto a ser proposto um bem definido, que possa ser cotado por todos os interessados de forma equalizada.

Não existem fabricantes de processadores no Brasil, e portando, nada impede que qualquer um dos fabricantes de equipamentos de informática nacionais se utilizem deste componente interno específico em sua linha de montagem. A escolha do processador Celeron se deve à utilização de FSB com velocidade de 400 MHz, o que torna o desempenho geral do componente superior aos dos componentes similares, mantendo, concomitantemente, uma relação de custo benefício apropriada e adequada às necessidades deste Órgão.

Existem hoje no mercado brasileiro equipamentos disponibilizados por pelo menos seis Fabricantes capazes de atender estas exigências obrigatórias de hardware e uma boa centena de Integradores e Revendas que tem condições de fornecê-los em condição de competir neste certame."

[...]Prossegue justificando a Pregoeira:[...] “As exigências do edital não tem (sic) por objetivo restringir a capacidade competitiva de qualquer interessado,

tem (sic) como único objetivo equalizar o nível dos equipamentos a serem propostos de forma que a comparação de preços possa ser feita de forma justa entre os diversos interessados, garantindo que os equipamentos ofertados sejam do mesmo nível e que utilizem tecnologia uniforme e compatível com as demandas deste Órgão”[...]

[...]”Após detalhada pesquisa de mercado, entendemos que a licitação está aberta a diversos fabricantes e a seus diversos representantes e revendedores que, estando aptos a demonstrar condições técnicas e financeiras para responder ao conclame do presente Edital, tornam inviável juridicamente a contratação direta, por aí sim, tratar-se de cerceamento de possibilidade de concorrência livre e justa no mercado.”

Apesar das justificativas apresentadas, entendemos que, mesmo indicando a marca somente de um componente do microcomputador, o edital, tal como está redigido, infringe o art. 3º, §1º, I, além dos arts. 7º, § 5º e 15, § 7º, I, da Lei nº 8.666/93, que impedem a Administração de escolher marca, ou estabelecer tratamento discriminatório entre os possíveis fornecedores, restringindo a competitividade do certame, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável.

A indicação da marca do processador pode ter restringido a competição neste certame, vez que somente uma empresa foi habilitada para apresentação de lances no pregão.

O contrato com a empresa vencedora foi assinado em 28/11/03(vol. 7, fls. 1.511/1.522) e está em plena vigência.

4.6.4 ConclusãoDiante da análise acima apresentada, concluímos que prosperam parcialmente as alegações do Representante em

relação a este pregão. A indicação da marca do processador contrariou dispositivos da Lei nº 8.666/93 e pode ter restringido a competição neste certame, o que enseja o cancelamento do processo licitatório e do respectivo contrato e a aplicação de multa prevista no inciso II do art. 58 da Lei Orgânica deste Tribunal.

Com vistas ao atendimento aos princípios da ampla defesa e do contraditório, entendemos ser necessário ouvir em audiência os responsáveis para apresentar razões de justificativa para as irregularidades acima cometidas.”

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“4.9. Edital: Concorrência nº 001/20034.9.1 Objeto:

“Contratação de pessoa jurídica para a prestação dos Serviços de Operação e Manutenção Preventiva e Corretiva, bem como o remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos e Manutenção de Infraestrutura e de Mobiliário a serem executados no imóvel do Ministério da Fazenda localizado na Estrada de Unaí, Km 4 - Brasília/DF, a seguir denominado ESAF, conforme Projeto Básico constante do Anexo II deste Edital, incluindo todas as despesas com materiais, pessoal, equipamentos e ferramentas conforme Planilha de Preços e Formação de Custos constante do Anexo III." (vol. 9, fl. 1.762)

4.9.2 Irregularidades apontadas pelo Representante:"Exigência no subitem 5.1.8 e 5.1.7 do edital de atestado de capacidade técnica do licitante e do seu responsável

técnico, em desacordo com a tão conhecida Decisão nº 503/00 - TCU, publicado no DOU de 05/07/2000, processo nº 009.800/1999-9. A exigência contida no subitem 5.1.8 colide também com o art. 4º da Resolução nº 317/96 do CONFEA, que preleciona que o acervo técnico de uma pessoa jurídica é representado pelos Acervos Técnicos do seu quadro técnico e de seus consultores devidamente contratados.

Exigência de duas planilhas de preços, Anexo III e IV, para serviços distintos, sendo apenas uma utilizada para critério de julgamento, contrariando o princípio da economicidade e competitividade;

Não consta do edital o orçamento detalhado estimado pela administração, em total afronta ao inciso II do parágrafo 2º do Art. 7º da Lei nº 8666/93;

Exigência no subitem 5.1.15 do edital de depósito garantia (caução) no valor de R$11.000,00 (onze mil reais) a ser apresentada 03(três) dias antes da abertura da sessão licitatória;

Exigência também no subitem 5.1.13 de Patrimônio Líquido igual ou superior a R$110.000,00 (cento e dez mil reais);Exigência de caução e de Patrimônio Líquido (ou Capital Social) em Edital é refutado pelo Tribunal de Contas da

União, já tendo proferido Decisão sobre o tema.Não constam do referido processo cópias ou a relação das empresas que apresentaram o depósito garantia.

Evidências do conhecimento antecipado das empresas aptas a participarem do certame licitatório em questão." (v.p., fls. 6/7)

4.9.3 Situação encontrada e análise:O presente certame foi também objeto de representação feita pelo Sr. Huilder Magno de Souza, autuada neste Tribunal

sob o nº TC 001.828/2004-2. Em seu expediente, datado de 24/12/2003, o Representante apontou as seguintes irregularidades: data da realização do certame, que se não ilegal, sofre os efeitos do período natalino, que prejudica os prazos para

impugnação, vistoria e outros; impedimento à participação de empresas em fusão ou incorporação (item 2.1 do Edital), contrariando a Lei de

Licitações; exigência de quantidades mínimas (item 5.1.8), em desacordo com o art. 30, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93 e com

julgados do TCU; proibição do somatório de atestados, em afronta à lei e à jurisprudência; dispensa de concorrência disfarçada, pois os serviços previstos no item 6.1.1 do Edital não são considerados no

valor final do contrato; exigência de constar em ata o manifesto interesse em interpor recurso (item 8.2.9 do Edital), contrariando o rito

estabelecido em lei; o prazo de 20 dias para retenção, por parte da Comissão de Licitação, dos envelopes das propostas (item 8.2.12 do

Edital) é insuficiente.Anteriormente a esta à representação junto ao TCU e sob esses mesmos argumentos, o Sr. Huilder fez, em 12/12/2003,

impugnação ao Edital junto à Comissão Permanente de Licitação da COGRL/MF. Em 22/12/2003, a CPL apresentou as justificativas para os pontos relatados pelo impugnador.

Após a análise da Representação TC 001.828/2004-2, o ACE responsável pela instrução fez a seguinte consideração: "Com referência aos pontos apresentados como vícios na aplicação correta da lei de licitações, entendemos que os pontos, à exceção de um, levantados pelo interessado foram devidamente respondidos pelo órgão do Ministério da Fazenda."

Em relação à irregularidade não justificada pela CPL da COGRL/MF, o Analista discorre:"O item desconforme é o referente à cotação de preços dos serviços de instalação/remanejamento de circuitos

elétricos, lógicos e telefônicos, manutenções de infraestrutura e de mobiliário, sendo que tais serviços não foram considerados no julgamento das propostas, item 6.1.1 do Edital. Ora, é nítido o desacerto desse item, pois o serviço citado consta do objeto da própria licitação e não pode ser excluído quando do julgamento das propostas apresentadas.

A urgência não pode justificar o critério de cotar tais serviços e materiais sem a sua inclusão no preço da prestação de serviços objeto da licitação, visto que ser parte integrante de citado objeto. O procedimento em nada assemelha-se à licitação por registro de preço. Este é precedido de licitação específica, com a possibilidade de ampla concorrência, aquele restringe a cotação de preços somente aos licitantes habilitados."

De toda essa análise, foi proferido o Acórdão nº 315/2004 - TCU - Plenário, com o seguinte teor:[...]9.1 com fundamento no parágrafo primeiro do artigo 113 da Lei nº 8.666/1993 c/c o inciso VII do

artigo 237 do Regimento Interno desta Corte, conhecer da presente representação;

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9.2 com fulcro no art. 276 do Regimento Interno, determinar à Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Fazenda - SPOA/MF, cautelarmente, que se abstenha de requerer serviços de instalação/remanejamento de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos, manutenções de infra-estrutura e de mobiliário no âmbito do Contrato nº 2/2004, celebrado em 22.1.2004, relativos ao item 6.1.1 do Edital de licitação, até que este Tribunal delibere em definitivo sobre a presente representação

9.3 intimar a sociedade empresária Delta Engenharia - Indústria e Comércio Ltda. (CNPJ 00.077.362.0001-80) da medida ora adotada, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência desta deliberação, apresente as alegações que julgar pertinentes acerca dos fatos apresentados;

9.4 encaminhar os autos à 2ª Secex para prosseguir com a apuração dos fatos;9.5 dar ciência deste acórdão ao representante, mencionado no item 3.[...]Essa irregularidade também foi relacionada na presente Representação. Alinhamo-nos ao entendimento do Analista

quanto à ilegalidade da iniciativa do Órgão de excluir do julgamento das propostas os preços de serviços constantes do objeto licitado.

Dessa forma, a Administração deveria ter incluído o preço dos serviços em referência para efeito do julgamento das propostas ou ter permitido a concorrência em itens distintos do objeto, de acordo com sua conveniência. Assim, concluímos que o ato praticado está eivado de vício, que deve ser reparado em nome dos princípios da igualdade de condições, da transparência e do julgamento objetivo de que deve se revestir o procedimento licitatório.

A Lei nº 8.666/93, em seu art. 65, prevê que os contratos poderão ser alterados, com as devidas justificativas, unilateralmente pela Administração, quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos e quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, até o limite de 25%.

Considerando que os serviços relacionados no anexo IV do Edital (vol. 9, fls. 1.836/1.838) não estão incluídos no valor global do contrato e a cobrança dar-se-á somente quando forem executados e ao preço fixado no Anexo III do Contrato 02/2004 (vol. 10, fls. 2.003/2.004), entendemos que a Administração deve efetuar a alteração desse Contrato, excluindo tais serviços, e realizar nova licitação para contratá-los.

Adiante, passamos a analisar as demais alegações apresentadas pelo Representante no presente processo.Em relação à qualificação técnica, o Edital exige capacidade técnico-profissional, referente aos responsáveis técnicos ,

no item 5.1.7 e técnico-operacional, referente ao próprio licitante, no item 5.1.8. A Lei 8.666/93, no art. 30, inciso II reza o seguinte:

"Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:I - .........................................................................................................................;II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e

prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;"

Conforme o disposto no artigo acima da Lei de Licitações, está claro que não há proibição quanto à exigência de capacidade técnica do licitante e dos responsáveis técnicos que executarão os trabalhos. Nesse sentido, citamos a Decisão nº 767/1998 - Plenário, que deliberou que será solicitado atestado de capacitação técnica, tanto do profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido por entidade competente, como das empresas participantes da licitação, com fulcro no inciso I do parágrafo 1º, c/c o inciso II do art. 30 da Lei nº 8.666/93 e art. 37, inciso XXI da Constituição Federal, sem contudo vincular este atestado ou declaração à execução de obra anterior.

Assim, consideramos improcedentes as alegações de irregularidades nas exigências contidas nos itens 5.1.7 e 5.1.8 do Edital.

Quanto à alegação de que não consta do edital orçamento detalhado estimado pela Administração, de fato, o instrumento convocatório apresenta, no item 8, Anexo II. PREÇO ESTIMADO (vol. 9, fl. 1.834), apenas os valores mensal e anual estimados, porém a planilha que discriminaria esses valores, constante do edital, está sem preenchimento (vol. 9, fls. 1.835/1.838). Entretanto, a referida planilha está anexa ao Projeto Básico original (vol. 9, fl. 1.760), devidamente preenchida. Entendemos que, para uma maior transparência da estimativa de preços elaborada pela Administração, as planilhas que detalham a estimativa de preços devem ser disponibilizadas juntamente com o edital. Em consonância com esse entendimento, este Tribunal prolatou o Acórdão 244/2003 - Plenário.

Relativamente à alegação de exigência de garantias e patrimônio líquido mínimo feita pelo Representante, deixamos de analisá-la aqui, vez que isso já foi feito no item 4.8.3 desta Instrução, quando da análise da Tomada de Preços nº 002/2003.

Em referência à alegação de que não constam do referido processo cópias ou a relação das empresas que apresentaram o depósito garantia, o edital admite a comprovação do depósito de garantia de participação sob uma das seguintes modalidades: caução em dinheiro, fiança bancária ou seguro-garantia. Constatamos que constam do processo cópia das apólices de seguro-garantia apresentadas por todos os participantes do certame (vol. 9, fls. 1.897/1.909) Portanto, não prospera a alegação do Representante.

Por último, o Representante alega que há evidências do conhecimento antecipado das empresas aptas a participarem do certame licitatório em questão. Na análise dos autos, não identificamos qualquer elemento que pudesse confirmar tal alegação.

4.9.4 Conclusão:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC – 004.602/2004-9

Diante do exposto, entendemos como necessárias as seguintes determinações a serem feitas à Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração-MF:

excluir do Contrato 02/2004, assinado com a empresa Delta Engenharia Indústria e Comércio Ltda. em 22/1/2004, os serviços constantes dos itens 3.5 a 3.16.21;

promover nova licitação para contratação dos serviços relacionados nos itens 3.5 a 3.16.21 do Contrato 02/2004, caso julgue necessário; e

disponibilizar, juntamente com o edital, as planilhas que detalham a estimativa de preços, para uma maior transparência da previsão elaborada pela Administração.”

“4.10. Edital: Concorrência nº 004/20034.10.1 Objeto:

"Contratação de pessoa jurídica para a prestação dos Serviços de Operação e Manutenção Predial Preventiva e Corretiva, bem como o remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos e Manutenção de Infraestrutura e de Mobiliário a serem executados no imóvel do Ministério da Fazenda localizado no Setor Comercial Sul - SCS - Quadra 1, Bloco 'J' - Brasília/DF, a seguir denominado Ed. Alvorada, conforme Projeto Básico constante do Anexo II deste Edital, incluindo todas as despesas com materiais, pessoal, equipamentos e ferramentas conforme Planilha de Preços e Formação de Custos constante do Anexo III deste Edital." (vol. 14, fl. 2.813),

4.10.2 Irregularidades apontadas pelo Representante:"Exigência no subitem 5.1.8 e 5.1.7 do edital de atestado de capacidade técnica do licitante e do seu responsável

técnico, em desacordo com a tão conhecida Decisão nº 503/00 - TCU, publicado no DOU DE 05/07/2000, processo nº 009.800/1999-9. A exigência contida no subitem 5.1.8 colide também com o art. 4º da Resolução nº 317/96 do CONFEA, que preleciona que o acervo técnico de uma pessoa jurídica é representado pelos Acervos Técnicos do seu quadro técnico e de seus consultores devidamente contratados.

Exigência de duas planilhas de preços, Anexo III e IV, para serviços distintos, sendo apenas uma utilizada para critério de julgamento, contrariando o princípio da economicidade e competitividade;

Não consta do edital o orçamento detalhado estimado pela administração, em total afronta ao inciso II do parágrafo 2º do Art. 7º da Lei nº 8666/93;

Exigência no subitem 5.1.15 do edital de depósito garantia (caução) no valor de R$3.800,00 (três mil e oitocentos reais) a ser apresentada 04(quatro) dias antes da abertura da sessão licitatória;

Exigência também no subitem 5.1.13 de Patrimônio Líquido igual ou superior a R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais);Exigência de caução e de Patrimônio Líquido (ou Capital Social) em Edital é refutado pelo Tribunal de Contas da

União, já tendo proferido Decisão sobre o tema.Não consta do referido processo cópias ou a relação das empresas que apresentaram o depósito garantia.Evidências do conhecimento antecipado das empresas aptas a participarem do certame licitatório

em questão." (v.p., fl. 7/8)4.10.3 Situação encontrada e análise:Em relação à qualificação técnica, o Edital exige capacidade técnico-profissional, referente aos responsáveis técnicos,

no item 5.1.7 e técnico-operacional, referente ao próprio licitante, no item 5.1.8. Alegação dessa natureza já foi analisada no item 4.9.3 desta Instrução, relativamente à Concorrência 001/2003. Portanto, desnecessária se faz uma nova análise neste momento.

Relativamente à utilização de duas planilhas de preços, Anexos III e IV do Edital, para serviços distintos, sendo utilizada apenas a planilha do Anexo III para efeito de julgamento, a exemplo da análise feita na Concorrência nº 001/2003, concluímos que a desconsideração dos preços constantes do anexo IV do Edital para efeito de julgamento das propostas está revestida de ilegalidade, por contrariar os princípios da isonomia, da transparência e do julgamento objetivo.

O objeto desta Concorrência foi adjudicado à empresa DLF - ENGENHARIA, COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA, conforme ato homologatório à fl. 2.950, volume 15. Entretanto, até o momento da análise deste processo, o respectivo contrato ainda não havia sido assinado.

Considerando que os serviços relacionados no anexo IV do Edital (vol. 14, fls. 2.864/2.866) não estão incluídos no valor global do contrato a ser assinado e a cobrança dar-se-á somente quando forem executados, entendemos que a Administração deve, quando da formalização do contrato com a vencedora, excluir tais serviços, e realizar nova licitação para contratá-los.

Quanto à alegação de que não consta do edital orçamento detalhado estimado pela Administração, de fato, o instrumento convocatório apresenta, no item "7. PREÇO ESTIMADO do Projeto Básico e Especificações técnicas dos serviços" - Anexo II do Edital (vol. 14, fl. 2.862), apenas os valores mensal e anual estimados, porém a planilha que discriminaria esses valores, constante do edital, está sem preenchimento (vol. 14, fls. 2.863/2.866). Entretanto, a referida planilha está anexa ao Projeto Básico original (vol. 14, fl. 2.811), devidamente preenchida. Entendemos que, para uma maior transparência da estimativa de preços elaborada pela Administração, as planilhas que detalham essa previsão devem ser disponibilizadas juntamente com o edital.

Relativamente à alegação de exigência de garantias e patrimônio líquido mínimo feita pelo Representante, deixamos de analisá-la aqui, vez que isso já foi feito no item 4.8.3 desta Instrução, quando da análise da Tomada de Preços nº 002/2003.

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Em referência à alegação de que não constam do referido processo cópias ou a relação das empresas que apresentaram o depósito garantia, o edital, no item 5.1.15, admite a comprovação do depósito de garantia de participação sob uma das seguintes modalidades: caução em dinheiro, fiança bancária ou seguro-garantia. Constatamos que constam do processo cópia das apólices de seguro-garantia apresentadas por todos os participantes do certame (vol. 15, fls. 2.935/2.949). Portanto, não prospera a alegação do Representante.

Por último, o Representante alega que há evidências do conhecimento antecipado das empresas aptas a participarem do certame licitatório em questão. Na análise dos autos, não identificamos elementos suficientes para confirmar tal alegação.

4.10.4 Conclusão:Diante do exposto, entendemos como necessárias as seguintes medidas a serem adotadas pela Subsecretaria de

Planejamento, Orçamento e Administração-MF: excluir os serviços de remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos e manutenção de infra-

estrutura e de mobiliário do contrato a ser celebrado com a empresa vencedora desta Concorrência; promover nova licitação para contratação dos referidos serviços; e disponibilizar, juntamente com o edital, as planilhas que detalham a estimativa de preços,

para uma maior transparência da previsão elaborada pela Administração.”

“4.11 Edital: Concorrência nº 005/20034.11.1 Objeto:

"Contratação de pessoa jurídica para a prestação de serviços de operação e manutenção preventiva e corretiva do sistema de ar condicionado, bem como o remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos, telefônico e equipamentos a serem executados no Edifício onde está instalada a PRFN, localizado no Setor de Autarquia Sul, Quadra 01, Bloco 'E', em Brasília-DF, conforme Projeto Básico e Especificações Técnicas dos Serviços constantes do Anexo II deste Edital, incluindo todas as despesas com materiais, pessoal, equipamentos e ferramentas conforme Planilha de Preços e Formação de Custos constantes do Anexo III deste Edital" (vol. 10, fls. 2.035/2.036),

4.11.2 Irregularidades apontadas pelo Representante:"Exigência no subitem 5.1.8 e 5.1.7 do edital de atestado de capacidade técnica do licitante e do seu responsável

técnico, em desacordo com a tão conhecida Decisão nº 503/00 - TCU, publicado no DOU de 05/07/2000, processo nº 009.800/1999-9. A exigência contida no subitem 5.1.8 colide também com o art. 4º da Resolução nº 317/96 do CONFEA, que preleciona que o acervo técnico de uma pessoa jurídica é representado pelos Acervos Técnicos do seu quadro técnico e de seus consultores devidamente contratados.

Exigência de duas planilhas de preços, Anexo III e IV, para serviços distintos, sendo apenas uma utilizada para critério de julgamento, contrariando o princípio da economicidade e competitividade.

Não consta do edital o orçamento detalhado estimado pela administração, em total afronta ao inciso II do parágrafo 2º do Art. 7º da Lei nº 8666/93;

Exigência no subitem 5.1.14 do edital de depósito garantia (caução) no valor de R$1.300,00 (hum mil e trezentos reais) a ser apresentada 02 (dois) dias antes da abertura da sessão licitatória;

Exigência também no subitem 5.1.12 de Patrimônio Líquido de R$10.000,00 (dez mil reais);Exigência de caução e de Patrimônio Líquido (ou Capital Social) em Edital é refutado pelo Tribunal de Contas da

União, já sendo proferida Decisão sobre o tema;Não consta do referido processo cópias ou a relação das empresas que apresentaram o depósito garantia;

Evidências do conhecimento antecipado das empresas aptas a participarem do certame licitatório em questão." (v.p., fls. 8/9)

4.11.3 Situação encontrada e análise:As irregularidades apontadas neste certame são as mesmas relatadas na Concorrência nº 001/2003 e já analisadas.

Assim, discorreremos aqui somente acerca das especificidades deste processo, mantendo-se preservados os entendimentos anteriormente estabelecidos na análise daquele processo.

Em relação à qualificação técnica, o Edital exige capacidade técnico-profissional, referente aos responsáveis técnicos , no item 5.1.7 e técnico-operacional, referente ao próprio licitante, no item 5.1.8. Alegação dessa natureza já foi analisada no item 4.9.3 desta Instrução, relativamente à Concorrência 001/2003. Portanto, desnecessária se faz uma nova análise neste momento.

Relativamente à utilização de duas planilhas de preços, Anexos III e IV do Edital, para serviços distintos, sendo utilizada apenas a planilha do Anexo III para efeito de julgamento, a exemplo da análise feita na Concorrência nº 001/2003, concluímos que a desconsideração dos preços constantes do anexo IV do Edital para efeito de julgamento das propostas está revestida de ilegalidade, por contrariar os princípios da igualdade de condições, da transparência e do julgamento objetivo.

O objeto desta Concorrência foi adjudicado à empresa DLF - ENGENHARIA, COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA, conforme ato homologatório à fl. 2.261, vol. 11. Entretanto, até o momento da análise deste processo, o respectivo contrato ainda não havia sido assinado.

Considerando que os serviços relacionados no anexo IV do Edital (vol. 10, fl. 2.088), não estão incluídos no valor global do contrato a ser assinado e a cobrança dar-se-á somente quando forem executados e ao preço fixado na planilha às

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fls. 2.280/2.281, volume 11, entendemos que a Administração deve, quando da formalização do contrato com a vencedora, excluir tais serviços, e realizar nova licitação para contratá-los.

Quanto à alegação de que não consta do edital orçamento detalhado estimado pela Administração, de fato, o instrumento convocatório apresenta, no item 6. PREÇO ESTIMADO do Projeto Básico e Especificações técnicas dos serviços - Anexo II do Edital (vol. 10, fl. 2.086), apenas os valores mensal e anual estimados, porém a planilha que discriminaria esses valores, constante do edital, está sem preenchimento (vol. 10, fls. 2.087/2.089). Entretanto, a referida planilha está anexa ao Projeto Básico original (vol. 10, fl. 2.025), devidamente preenchida. Entendemos que, para uma maior transparência da estimativa de preços elaborada pela Administração, as planilhas que detalham a estimativa de preços devem ser disponibilizadas juntamente com o edital.

Relativamente à alegação de exigência de garantias e patrimônio líquido mínimo feita pelo Representante, deixamos de analisá-la aqui, vez que isso já foi feito no item 4.8.3 desta Instrução, quando da análise da Tomada de Preços nº 002/2003.

Em referência à alegação de que não constam do referido processo cópias ou a relação das empresas que apresentaram o depósito garantia, o edital, no item 5.1.14, admite a comprovação do depósito de garantia de participação sob uma das seguintes modalidades: caução em dinheiro, fiança bancária ou seguro-garantia. Constatamos que constam do processo cópia das apólices de seguro-garantia apresentadas por todos os participantes do certame (vol. 11, fls. 2.142/2.166). Portanto, não prospera a alegação do Representante.

Por último, o Representante alega que há evidências do conhecimento antecipado das empresas aptas a participarem do certame licitatório em questão. Na análise dos autos, não identificamos qualquer elemento que pudesse confirmar tal alegação.

4.11.4 Conclusão:À vista do exposto, entendemos como necessárias as seguintes medidas a serem adotadas pela Subsecretaria de

Planejamento, Orçamento e Administração-MF: excluir os serviços de remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos e manutenção de infra-

estrutura e de mobiliário do contrato a ser celebrado com a empresa vencedora desta Concorrência; promover nova licitação para contratação dos referidos serviços; e disponibilizar, juntamente com o edital, as planilhas que detalham a estimativa de preços,

para uma maior transparência da previsão elaborada pela Administração.”

“4.12. Concorrência nº 006/20034.12.1 Objeto:"Contratação de pessoa jurídica para prestação de serviços de forma gradual, com fornecimento de toda mão-de-obra

e materiais necessários à sua execução, a serem executados nas dependências e dentro dos padrões do Ministério da Fazenda no Distrito Federal, conforme discriminação abaixo e especificações constante do Anexo I do presente Edital.

Item 1Remanejamento de divisórias e armários, confecção e instalação de diversos tipos de divisórias, armários, guichês,

estantes, balcões, lambris, dutos de ar condicionado, sancas, estações de trabalho e ferragens.Item 2Fornecimento e instalação de diversos tipos de pisos.Item 3Fornecimento e instalação de diversos tipos de forros.Item 4Serviços de pintura." (vol. 11, fl. 2.398)4.12.2 Irregularidades apontadas pelo Representante:“Exigência na alínea 'c' do subitem 3.1 do edital de profissional de nível superior na área de

arquitetura;Exigência na alínea 'f' do mesmo subitem de 04 (quatro) protótipos, em escala 1:1, com termo de

recebimento e aceitação até às 17h do dia 04/02/2004, definidos como 01 módulo de painel com vidro jateado, 01 módulo de painel quadriculado com vidro, 01 módulo painel com porta e uma estação de trabalho para quatro pessoas, tal requisito contraria frontalmente as Decisões do Egrégio Tribunal de Contas da União de nºs 288/96, 201/99, 450/2000 e 1102/2001, todas do Plenário. Tal exigência abusiva de apresentação de protótipo vem onerar aqueles que não se sagrarem vencedores, posto que podem vir a ter despesas desnecessárias não passíveis de ressarcimento, e ainda desestimulam a presença de potenciais licitantes. Corrobora neste sentido o Exmº Sr. Ministro Walton Alencar Rodrigues, em seu voto que resultou na Decisão TCU nº 1.237/2002;

Na alínea seguinte, 'g', requer da licitante o Laudo Ergonômico do mobiliário com comprovação de atendimento às exigências constantes da NR - 17 Ergonomia, do Ministério do Trabalho e Emprego. Estabelece nas regras editalícias mais um procedimento de cunho restritivo, exigido na fase de habilitação, pois a Administração já definiu em seu Anexo I do Projeto Básico as Especificações Técnicas (dimensões, material) do mobiliário a ser fabricado, tornando-se desnecessário tal exigência, cabendo dentre outras coisas ao contratante o adequado controle da qualidade no recebimento dos bens

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móveis e serviços de instalação. Além do mais, o Laudo Ergonômico é expedido pelo autor do Projeto (Ministério da Fazenda) e não pelo executor;

Não consta do edital, anexo II, o orçamento detalhado estimado pela administração, em total afronta ao inciso II do parágrafo 2º do Art. 7º da Lei 8.666/93;

Exigência de depósito garantia (caução) no valor de R$ 53.000,00 (cinqüenta e três mil reais) a ser apresentado 03 (três dias) antes da abertura da sessão licitatória. Exigência também de Patrimônio Líquido no valor de R$ 537.000,00 (quinhentos e trinta e sete mil reais).Exigência de Caução e de Patrimônio Líquido (ou Capital Social) em Edital é refutado pelo Tribunal de Contas da União, já tendo proferido Decisão sobre o tema.

Evidências do conhecimento antecipado das empresas aptas a participarem do certame licitatório, face à exigência de caução e da apresentação dos protótipos 02 (dois)dias antes da abertura do certame.” (v.p., fls. 9/11)

4.12.3 Situação Encontrada e Análise:A licitação transcorreu-se na modalidade de Concorrência do tipo menor preço por item. Como

anteriormente descrito, houve parcelamento do objeto em 4 itens. Já houve contratação dos itens 2, 3 e 4, nos termos dos contratos 20/2004, 21/2004 e 22/2004 (vol. 13, fls. 2.746/2.785). O objeto constante do item 1 ainda não foi contratado pelo Ministério da Fazenda. É exatamente sobre o item 1 que recaem as alegações do Representante, abaixo discorridas e analisadas.

Quanto à primeira alegação, consta dos autos (vol. 12, fl. 2.498), parecer da Comissão Permanente de Licitação, encaminhado pelo Ofício 031/2004/COGRL/SPOA/SE-MF, de 05/02/2004, no qual é decidido o acréscimo da palavra Engenheiro Civil ao item 3-c do edital, o que elide o problema levantado por esta alegação.

Acerca da exigência de protótipos e amostras, entendemos proceder a alegação do Representante, uma vez que tal requisição contribui para restringir o caráter competitivo do certame. Evidencia-se isso pela inabilitação de empresas ocorridas neste certame (vol. 13, fls. 2.701 e 2.716). Ademais, sobre esse tema, já existem decisões do Tribunal que vão ao encontro dos argumentos do Representante, a exemplo das Decisões 288/96, 1.237/2002, do Acórdão 346/2002 (item 8.6-c), bem como da Decisão 85/2002, a seguir transcrita:

“Decisão 85/2002O Tribunal Pleno, ante as razões expostas pelo Relator, DECIDE:8.1.conhecer da presente representação, nos termos do art. 113, § 1º, da Lei nº 8.666/93 para, no mérito, considerá-la

procedente, em parte;8.2.determinar à Comissão de Valores Mobiliários que;8.2.1 - abstenha-se de exigir a apresentação de amostras ou protótipos dos bens a serem adquiridos como condição de

habilitação;8.2.2 - limite-se a exigir a apresentação de amostras ou protótipos dos bens a serem adquiridos na fase de

classificação das propostas e desde que devidamente disciplinada, de forma detalhada, no instrumento convocatório;8.3 - determinar à Secretaria Federal de Controle Interno que, em sua próxima visita à CVM, verifique a conformidade

dos objetos entregues à vista das especificações contidas no Edital de Concorrência nº 004/1999;8.4 - dar ciência desta Decisão, bem como do Relatório e Voto que a fundamentam, à interessada indicada no item 3

supra.”Quanto à exigência de Laudo Ergonômico do mobiliário como comprovação de atendimento às exigências constantes

da NR-17 - Ergonomia, do Ministério do Trabalho e Emprego, consideramos que se enquadra na mesma condição do parágrafo anterior, já que a requisição de tal documento, na fase de habilitação, acarreta as mesmas conseqüências de se exigir amostras e protótipos, isto é, restringe o caráter competitivo do certame, nos termos do art. 3º, §1º, inciso I, da Lei 8.666/93.

Quanto à alegação de que não consta do edital orçamento detalhado estimado pela Administração, de fato, o instrumento convocatório apresenta, no item VIII. PREÇO ESTIMADO do Projeto Básico e Especificações técnicas dos serviços - Anexo I do Edital (vol. 12, fls. 2.417/2.418), apenas os valores mensal e anual estimados, porém a planilha que discriminaria esses valores, constante do edital, está sem preenchimento (vol. 12, fls. 2.464/2.471). Entretanto, a referida planilha está anexa ao Projeto Básico original (vol. 11, fls. 2.299/2.306), devidamente preenchida. Entendemos que, para uma maior transparência da estimativa de preços elaborada pela Administração, as planilhas que detalham a estimativa de preços devem ser disponibilizadas juntamente com o edital.

Relativamente à alegação de exigência de garantias e patrimônio líquido mínimo feita pelo Representante, deixamos de analisá-la aqui, vez que isso já foi feito no item 4.8.3 desta Instrução, quando da análise da Tomada de Preços nº 002/2003.

Quanto à última alegação, nesta Concorrência, de conhecimento antecipado das empresas aptas a participarem do certame, não foram detectadas, nos autos, evidências que dessem suporte a tal assertiva.

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4.12.4 Conclusão:Diante do exposto, propomos seja determinado à Subsecretaria de Planejamento, Orçamento

e Administração-MF que suspenda a licitação relativamente ao item 1, haja vista a irregularidade constatada, descrita no item 6.3 desta instrução, quanto à exigência de protótipos, na fase de habilitação, o que contraria decisões desta Corte, haja vista acarretar restrição à competitividade no certame.”

“5. Além das questões sobre licitações, o Representante apontou, ainda, outras supostas irregularidades no âmbito da COGRL/SPOA/MF, a seguir relacionadas e analisadas.

5.1 Contratação de motorista, pela empresa Ravele, por indicação da Senhora Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos/SPOA/MF, de seu afilhado o senhor Washington Costa Fernandes, em exercício na garagem/MF.

5.2 Utilização do veículo oficial, placa JFO-7460, descaracterizado (sem o logotipo amarelo), para atendimento da Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração, dirigido pelo motorista oficial, o Sr. Evilásio, já visto por várias vezes realizando tarefas particulares.

5.3 O referido motorista oficial é também o proprietário do restaurante da garagem do Ministério da Fazenda, o que nos parece um conluio, pois o mesmo o utiliza gratuitamente, e o estranho é que não houve processo licitatório para a ocupação daquele espaço.

5.4 Informações de utilização do cargo de Chefe da Vigilância pelo Sr. Edivaldo Franklin de Medeiros, para angariar proveitos para si, perante a empresa contratada de vigilância.

6. Relativamente à alegação relacionada no item 5.1, em resposta ao Ofício de Inspeção nº 04/2004 desta Equipe (vol. 2, fl. 515), pelo qual perguntamos à COGRL/MF se o Ministério da Fazenda possuía normativo que definisse regras ou critérios para contratação de pessoal de empresas terceirizadas, aquela Coordenação-Geral ofereceu a seguinte resposta (vol. 2, fls. 516/518):

“Não existe ato normativo. Porém, existem regras que inclusive foram recentemente retransmitidas a todas as unidades deste Ministério em reunião realizada pela Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração - SPOA. Nesta reunião, a Srª. Subsecretária lembrou aos participantes os critérios que sempre nortearam as contratações de pessoas terceirizadas no âmbito da SPOA. Os critérios que adotamos são os seguintes:

a) a unidade solicita a contratação, definindo o perfil necessário ao desempenho da função;b) o representante do Ministério na gestão do contrato, envia à contratada a solicitação;c) a contratada apresenta, no mínimo, 3 (três) pessoas com aquele perfil para efeitos de entrevista:d) realizada a entrevista, a unidade solicitante seleciona a pessoa que melhor atenda suas necessidades e

encaminha o currículo para o gestor do contrato providenciar a contratação junto à empresa.”7. Ainda nesse contexto, indagada por esta Equipe quanto ao processo de contratação do referido motorista

(vol. 15, fl. 2.972), a Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos prestou os seguintes esclarecimentos (vol. 15, 2.973):"A propósito, informo a Vossa Senhoria que por ocasião da contratação do Sr. Washington, foram observados os

critérios relacionados no item 3 do Ofício nº 200/2004/COGRL/SPOA/SE-MF, de 04.06.2004. Ressalto que as contratações dos empregados da Empresa Ravele foram precedidas de encaminhamento de 'curriculum vitae', bem como de entrevistas, efetuada pela equipe técnica desta Coordenação-Geral.

No quesito análise curricular, foi observada, em especial, a experiência profissional dos candidatos e na entrevista pessoal, a postura e o desembaraço desses profissionais. Por fim, foram executados testes práticos, pelo Chefe do Setor de Transporte, com os candidatos para os cargos de motorista.

Com relação ao Sr. Washington, registramos que o mesmo apresentou, em seu 'curriculum vitae', experiência profissional no cargo de motorista na Construtora Mendes Júnior S/A e na Empresa PLANECON - Planejamento, Engenharia e Construção Ltda. e na Granja Bela Vista, como encarregado do Setor de Transportes.

Finalizando, ressalto que não possuo nenhum grau de parentesco com o Sr. Washington Costa Fernandes, nem tampouco o referido senhor é meu afilhado, tratando-se assim de uma afirmação inverídica. Informo, ainda, que não houve por parte de nenhum servidor desta Coordenação-Geral a indicação do referido Senhor para o cargo de motorista."

8. Os critérios adotados pela SPOA/MF para a contratação de pessoal terceirizado nos parecem razoáveis Também consideramos suficientes os esclarecimentos prestados pela Srª. Coordenadora-Geral da COGRL/MF a respeito da contratação do Sr. Washington. Entendemos, porém, que, para a efetiva aplicabilidade das regras para contratação de terceiros, a SPOA deve dispô-las em normativo, de modo a nortear tais contratações no âmbito do Ministério da Fazenda.

9. Quanto ao item 5.2, no que se refere à administração geral da frota, existe no âmbito do Ministério da Fazenda a Instrução Normativa 1.03.004, de 2/9/1997 (vol. 2, fls. 519/566), que estabelece os critérios de utilização dos veículos oficiais.

10. Essa Instrução Normativa, em seu item 5.14, trata das proibições de uso dos veículos oficiais e reforça a idéia de que tais veículos devem ser utilizados no estrito atendimento às necessidades do serviço.

11. Ainda no item 6.1 das disposições finais, a referida Instrução Normativa diz: "As DANFs ficam obrigadas a promover sindicância sempre que receberem comunicação de uso irregular de seus veículos e instaurar o competente inquérito administrativo, quando comprovado os indícios dos fatos comunicados.”

12. Assim, entendemos que a COGRL/MF deve promover sindicância para a apuração dos fatos alegados pelo Representante quanto ao uso de veículo oficial em atividades de interesse particular referidos no item 5.2.

13. Da mesma forma, deve a COGRL/MF promover sindicância para a apuração da irregularidade apontada pelo Representante quanto à atuação do Sr. Edivaldo Franklim de Medeiros, Chefe da Vigilância, constante do item 5.4.

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14. Relativamente às alegações relacionadas no item 5.3 desta Instrução, a COGRL/MF, em reposta ao Ofício nº 04 desta Equipe, informa o seguinte:

“A Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda - ASSEFAZ explora o restaurante e lanchonete do Ed. Sede deste Ministério a estimados 15 (quinze) anos, sem a devida regularização.

Ao assumirmos as atuais atividades detectamos essa situação e desde logo procuramos os meios de solucionarmos o problema.

Com base no Decreto nº 3.725, de 10 de janeiro de 2001, vislumbramos que a realização de licitação para exploração do ponto seria a forma legal e adequada para o problema que encontramos.

No momento, encontra-se em fase final de elaboração projeto básico e edital para realização da licitação.”15. A COGRL/MF, por meio do Ofício nº 222/2004/COGRL/SPOA/SE-MF, de 29/06/2004 (vol. 15,

fls.2.976/2.977), acrescenta que a citada exploração iniciou-se a partir da implantação do Plano de Assistência Social - PAS e do Projeto de Alimentação, aprovado em 08/11/1984 (vol. 15, fl. 3.021), sendo que tais projetos seriam executados pela Fundação ASSEFAZ. Conclui aquela Coordenação que a aprovação do PAS foi o instrumento que caracterizou a cessão do espaço ainda hoje utilizado pela ASSEFAZ.

16. Afirma, ainda, a COGRL/MF, que a utilização do espaço do restaurante e da lanchonete pela ASSEFAZ foi mantida com base no art. 1º, §2º do Decreto nº 99.509/90, o qual dispôs que "no caso de bens móveis e imóveis cedidos anteriormente à data de publicação deste decreto, caberá à entidade cessionária, à sua conta, mantê-los e conservá-los, bem assim realizar ou concluir as obras ou reparos que se façam necessários".

17. O Decreto nº 3.725/2001, que dispõe sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União, em seu art. 13, estabelece que a cessão de uso a terceiros, a título gratuito ou oneroso, de áreas para exercício de atividades de apoio necessárias ao desempenho das atribuições do órgão a que o imóvel pertencer, entre elas as atividades de lanchonete e restaurante, deverá observar, além de outras condições, os procedimentos licitatórios previstos em lei.

18. A Lei 8.666/93, em seu art. 2º, estabelece que “as obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.”

19. Da leitura desses dispositivos legais, depreende-se que a concessão dos serviços de restaurante e lanchonete instalados na Sede do Ministério da Fazenda deveria ter sido precedido de processo licitatório. Dessa forma, deve a COGRL/MF adotar as providências para a realização imediata de licitação para sanar tal irregularidade.”

7. Em relação ao Convite nº 7/2003, Convite nº 11/2003, Pregão nº 19/2003, Tomada de Preços nº 2/2003, Pregão nº 2/2004, apesar da descrição minuciosa do objeto, não foi detectado direcionamento para marca ou interessado. Assim, considerou-se que apenas determinações dirigidas à COGRL/MF, no sentido de evitar descrições excessivamente minuciosas e a necessidade da devida fundamentação das especificações do produto, seriam suficientes. No que concerne ao Convite nº 1/2004, considerou-se que a representação ficou prejudicada, diante da sua revogação. Em relação ao Convite nº 3/2003, já foi objeto de análise por esta Corte, nos autos do TC 016.591/2003-4. Os analistas consideraram que a Concorrência nº 1/2004 transcorreu de acordo com as normas legais.

8. Por fim, os analistas efetivaram a seguinte proposta de mérito:

“PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO20. Diante do exposto, encaminhamos os presentes autos à consideração superior, propondo:a) conhecer da presente Representação, nos termos dos artigos 234 e 237, VII, do RITCU, c/c artigo 113, §1º,

da Lei nº 8.666/93, para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente;b) determinar à COGRL/SPOA/MF a adoção das seguintes providências, quando da elaboração dos editais de

licitação:b.1) abster-se de colocar nas descrições dos objetos a serem licitados características muito específicas que

possam limitar a concorrência e prejudicar a obtenção de propostas mais vantajosas para administração;b.2) cuidar para que os pedidos de aquisições e contratações sejam devidamente fundamentados e motivados, de

forma a deixar claras as necessidades do órgão solicitante;b.3) fazer constar das atas das reuniões de abertura de propostas, de forma explícita, os motivos de

desclassificações de licitantes;b.4) abster-se de fazer menção a marcas de produtos, mesmo que seja apenas a um componente do objeto

licitado;b.5) excluir os serviços constantes dos itens 3.5 a 3.16.21 do Contrato 02/2004, referente à Concorrência nº

001/2003, assinado com a empresa Delta Engenharia Indústria e Comércio Ltda. em 22/1/2004;b.6) promover nova licitação para contratação dos serviços excluídos do Contrato 02/2004, referido no item b.5,

caso julgue necessário;b.7) disponibilizar, juntamente com o edital, as planilhas que detalham a estimativa de preços, para maior

transparência da previsão elaborada pela Administração;b.8) consignar no respectivo processo, expressamente, os motivos da exigência, nos editais de licitação, de

comprovação de capacidade técnica, de que trata o art. 30 da Lei nº 8.666/93 e demonstrar, tecnicamente, que os parâmetros

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fixados são necessários e pertinentes ao objeto licitado, assegurando-se de que a exigência não implica restrição ao caráter competitivo do certame;

b.9) excluir os serviços de remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos e manutenção de infra-estrutura e de mobiliário dos contratos a serem celebrados com as empresas vencedoras das Concorrências 004 e 005/2003;

b.10) promover nova licitação para contratação dos serviços excluídos dos contratos, referidos no item b.9, caso julgue necessário;

b.11) suspender a licitação relativamente ao item 1, da Concorrência 006/2003, haja vista a irregularidade quanto à exigência de protótipos, na fase de habilitação, o que contraria decisões desta Corte, por acarretar restrição à competitividade no certame;

b.12) elaborar normativo dispondo sobre os critérios balizadores de contratação de pessoal de empresas terceirizadas no âmbito do Ministério da Fazenda;

b.13) promover sindicância para a apuração dos fatos alegados pelo Representante quanto ao uso do veículo oficial, placa JFO-7460, em atividades de interesse particular, bem como para apurar a irregularidade quanto à atuação do Sr. Edivaldo Franklim de Medeiros, Chefe da vigilância, por indícios de utilização de seu cargo para angariar proveitos para si, perante a empresa contratada de vigilância;

b.14) dar início à licitação relativa à concessão dos serviços de restaurante e lanchonete instalados no Edifício Sede do Ministério da Fazenda, no prazo máximo de 15 dias;

c) ouvir em audiência os responsáveis abaixo relacionados, a respeito de irregularidades cometidas nos seguintes processos licitatórios:

c.1) Marcos Caramuru de Paiva (Presidente Interino do COAF em 13/10/2003), Nilda Martins de Brito (Pregoeira-COGRL/MF), Caetano Cobucci Neto (Presidente da CPL) e Maria Lucia dos Santos Amancio (Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos), para apresentar razões de justificativa acerca da descrição do objeto do Pregão nº 021/2003, Processo COGRL/MF 10167.000999/2003-07, direcionada para o projetor multimídia modelo LP530 do fabricante InFocus, o que infringe o disposto no §5º do art. 7º e no inciso I do §7º do art. 15, da Lei 8.666/93; e

c.2) Breno da Costa Barros (Coordenador da COGRL/MF), Nilda Martins de Brito (Pregoeira-COGRL/MF), Caetano Cobucci Neto (Presidente da CPL) e Maria Lucia dos Santos Amancio (Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos), para apresentar razões de justificativa acerca da indicação da marca de processador na descrição do objeto do Pregão nº 017/2003, Processo COGRL/MF 10167.001022/2003-07, infringindo assim o disposto nos arts. 7º, § 5º e 15, § 7º, I, da Lei nº 8.666/93.”

9. A diretora técnica, por sua vez, elaborou o seguinte despacho, verbis (fls. 3109/3112, vol. 15):

“Trata-se de inspeção realizada na Subscretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Fazenda - SPOA/MF, oriunda de Representação formulada pelo Deputado Distrital Chico Vigilante (vol. 1, fls. 02/14), dando conta de diversas irregularidades em procedimentos licitatórios e contratações promovidas pelo Ministério da Fazenda, bem assim outras irregularidades no âmbito da Coordenação Geral de Logística, de Recursos Humanos, de Informática, de Finanças e de Modernização (COGRL/SPOA), subordinada àquela Subsecretaria.

2. Concluídos os trabalhos de campo, foram verificadas, com efeito, inúmeras irregularidades nas licitações e contratos celebrados no âmbito da referida Subsecretaria. Em primeiro lugar, quanto às 14 licitações denunciadas, foram efetivamente constatados vícios relativos à descrição de diversos dos objetos licitados, revelando não apenas falha dos órgãos demandantes que, contrariando o princípio da padronização, vêm exigindo materiais excessivamente especificados, e, pior, sem qualquer justificativa quanto ao porquê suas necessidades , mas, sobretudo, da própria COGRL/SPOA, que ao receber as solicitações de compras e serviços, demonstra vir unicamente dando seqüência ao processo de contratação, sem qualquer crítica acerca da propriedade da demanda ou de sua adequação aos ditames legais. A nosso ver, tais evidências efetivamente contribuem para suscitar suspeitas de favorecimento a empresas, especialmente quando, a despeito da minuciosa descrição dos itens licitados, ainda assim resultam em cancelamento do certame, a exemplo do item 2 do Convite nº 011/2003 (fl. 3088).

3. Foi também confirmada a exploração, pela Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda - Assefaz, do restaurante e lanchonete do Ed. Sede do Ministério da Fazenda , por cerca de 20 anos, sem qualquer procedimento licitatório prévio. Com efeito, ao determinar a implantação do Projeto de Alimentação do Ministério da Fazenda, o despacho de 08.11.1984 do então Ministro de Estado determinou que a respectiva execução se desse através da Fundação Assefaz (vol. 15, fl. 3021) e, àquela época, o art. 2º, alínea "g" do Decreto-lei nº 200/1967, efetivamente estabelecia ser dispensável a licitação "na aquisição ou arrendamento de imóveis destinados ao Serviço Público". Entretanto, conforme ressalta a equipe de auditoria, desde 10.01.2001, o art. 13 do Decreto nº 3.725 já determinava que a cessão de uso a terceiros, a título gratuito ou oneroso, de áreas para exercício de atividades de apoio necessárias ao desempenho das atribuições do órgão a que o imóvel pertencesse entre as quais as atividades de lanchonete e restaurante deveria observar, além de outras condições, os procedimentos licitatórios previstos em lei. Isso nos leva a propor a audiência dos responsáveis pelo desnecessário prolongamento da anomalia desde a edição do referido Decreto.

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4. Importa ressaltar que não soam convincentes as alegações da Sra. Coordenadora-Geral no sentido de que tal irregularidade é anterior à assunção de suas atividades na COGRL/MF, e que se encontra em fase final de elaboração projeto básico e edital para realização da necessária licitação, haja vista que a atual administração assumiu aquela Coordenação há cerca de 19 meses (DOU de 21.01.2003 - vol. 15, fl. 3108), tempo suficiente para a correção de eventuais desvios, devendo, pois, ser responsabilizada juntamente com os Srs. Marco Antônio Valadares Moreira, ex-Delegado de Administração do Ministério da Fazenda no Distrito Federal; Gildenora Batista Dantas Milhomem, ex-Gerente Regional de Administração do Ministério da Fazenda no Distrito Federal, e sua antecessora, Maria Aparecida Fabri Pessanha, ex-Gerente de Recursos Logísticos da Gerência Regional de Administração do Ministério da Fazenda no Distrito Federal pela irregularidade da cessão de que se trata.

5. Manifestamo-nos de acordo com a equipe quando afirma que "os critérios adotados pela SPOA/MF para a contratação de pessoal terceirizado nos parecem razoáveis" (vol. 15, fl. 3102), dissentindo, porém, no que toca à suficiência dos esclarecimentos prestados pela Sra. Coordenadora-Geral da COGRL/MF acerca da contratação do Sr. Washington Costa Fernandes. Ora, conquanto questionado pela própria equipe de auditoria (vol. 15, fls. 2972/3), a SPOA/MF não logrou demonstrar que referida contratação tenha observado qualquer dos critérios apregoados, dentre os quais análise de curriculum vitae e realização de entrevistas. Assim, muito embora não tenha sido comprovada a existência de vínculo entre o Sr. Washington e a Sra. Coordenadora-Geral, estranhamos a ausência de qualquer documento que comprove a realização do alegado processo seletivo, motivo pelo qual propomos a audiência dos responsáveis com o fito de se obter as razões de justificativa cabíveis.

6. No que toca à proposta da equipe de se chamar em audiência os responsáveis pelo Pregão nº 021/2003 (Processo COGRL/MF nº 10166.000999/2003-07) direcionado para o projetor multimídia modelo LP530, da Infocus , propomos a exclusão do Sr. Marcos Caramuru de Paiva, posto que, na qualidade de Presidente Interino do COAF à época dos fatos, sua participação no processo restringiu-se à identificação das necessidades do órgão, e sua respectiva comunicação à COGRL/MF; na realidade, a responsabilidade pela elaboração do edital e pela condução do procedimento licitatório propriamente dito incide sobre esta Coordenação, que, encarregada das aquisições no âmbito de todo o Ministério da Fazenda, teria por dever institucional promover o necessário ajuste das demandas recebidas, buscando conhecer a finalidade da solicitação e adaptando-a aos dispositivos legais e doutrinários vigentes, bem assim à jurisprudência aplicável.

7. Quanto à matéria objeto do TC 001.828/2004-2 representação contra os termos do Edital de Concorrência nº 001/2003, para contratação de serviços de manutenção do prédio da Escola de Administração Fazendária - ESAF, o Acórdão nº 315/2004-TCU-Plenário, de 24.03.2004, determinou, cautelarmente, que, até deliberação definitiva do Tribunal, a SPOA/MF se abstivesse de requerer serviços de instalação/remanejamento de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos, manutenções de infra-estrutura e de mobiliário no âmbito do Contrato nº 2/2004, e encaminhou os autos a esta Unidade Técnica para que prosseguisse com a apuração dos fatos. Tendo em vista que, mediante despacho de 20.05.2004 (vol. principal, fl. 150), o Ministro-Relator Lincoln Magalhães da Rocha determinou o apensamento daquele processo aos presentes autos, e que a inspeção ora em análise efetivamente concluiu pela ilegalidade da iniciativa de excluir do julgamento das propostas os preços de serviços constantes do objeto licitado, entendemos cabível a audiência dos responsáveis pela medida, sem prejuízo de se determinar à SPOA/MF, desde já, que exclua a prestação de tais serviços do Contrato celebrado com a empresa Delta Engenharia Indústria e Comércio Ltda., e realize nova licitação para a referida contratação. Entendemos ainda que seria de se expedir, desde já, determinação à SPOA/MF para que observe idêntico procedimento em todas as demais licitações eivadas do mesmo vício.

8. Em tempo, informamos que, não bastassem os diversos procedimentos licitatórios questionados no âmbito do TC 004.602/2004-9 e do anexo TC 001.828/2004-2, deram entrada neste Tribunal, em 06 e 15 de julho p.p., novas Representações contra licitações e compras realizadas pela SPOA/MF (TC 010.814/2004-6 e TC 011.350/2004-0); essa confluência de representações reforça a idéia da necessidade de, no futuro próximo, realizar-se uma ampla auditoria com o objetivo de averiguar em profundidade os processos de trabalho que vêm sendo adotados naquele órgão.

9. Feitas essas observações, e manifestando-nos parcialmente de acordo com as proposições da equipe de auditoria, submetemos os autos à consideração superior, propondo que, preliminarmente, sejam aprovadas as seguintes propostas de encaminhamento:

9.1 com fulcro no art.12, inciso III, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 202, inciso III, do Regimento Interno do Tribunal, promover a audiência dos seguintes responsáveis:

9.1.1 Srs. Gildenora Maria Dantas Milhomem (CPF 368.724.071-15), ex-Gerente Regional de Administração do Ministério da Fazenda no Distrito Federal, e Marco Antônio Valadares Moreira (CPF 366.825.511-34), ex-Delegado de Administração do Ministério da Fazenda no Distrito Federal; Maria Lucia dos Santos Amancio (CPF 124.050.193-54), Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos, e Maria Aparecida Fabri Pessanha (CPF 357.759.041-68), ex-Gerente de Recursos Logísticos da Gerência Regional de Administração do Ministério da Fazenda no Distrito Federal, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar razões de justificativa acerca da exploração, pela Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda - Assefaz, do restaurante e lanchonete do Ed. Sede do Ministério da Fazenda sem qualquer procedimento licitatório prévio, a despeito do contido no art. 13 do Decreto nº 3.725/2001;

9.1.2 Srs. Maria Lucia dos Santos Amancio (CPF 124.050.193-54), Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos; Caetano Cobucci Neto (CPF 149.400.941-20), Presidente da CPL, e Nilda Martins de Brito (CPF 114.929.961-49), Pregoeira-COGRL/MF, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar razões de justificativa acerca da descrição do objeto do Pregão nº 021/2003, Processo COGRL/MF 10167.000999/2003-07, direcionada para o projetor multimídia modelo LP530 do fabricante InFocus, o que infringe o disposto no §5º do art. 7º e no inciso I do §7º do art. 15, da Lei 8.666/93;

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9.1.3 Srs. Maria Lucia dos Santos Amancio (CPF 124.050.193-54), Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos, Breno da Costa Barros (CPF 366.113.447-72), Coordenador da COGRL/MF, Caetano Cobucci Neto (CPF 149.400.941-20), Presidente da CPL, e Nilda Martins de Brito (CPF 114.929.961-49), Pregoeira-COGRL/MF, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentarem razões de justificativa acerca da indicação da marca de processador na descrição do objeto do Pregão nº 017/2003, Processo COGRL/MF 10167.001022/2003-07, infringindo assim o disposto nos arts. 7º, § 5º e 15, § 7º, I, da Lei nº 8.666/93; e

9.1.4 Sra. Maria Lucia Amancio dos Santos (CPF 124.050.193-54), Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos do Ministério da Fazenda, Breno da Costa Barros (CPF 366.113.447-72), Coordenador da COGRL/MF, Caetano Cobucci Neto (CPF 149.400.941-20), Emidio de Oliveira Rocha (CPF 151.672.241-87) e Maria Revane Cunha de Lacerda (CPF 102.322.30153), então Presidente e membros da Comissão Permanente de Licitação, respectivamente, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentarem razões de justificativa para a cotação de serviços e materiais estranhos ao objeto da Concorrência nº 01/2003 (item 6.1.1 do Edital), o que, além de restringir o caráter competitivo da prestação do referido serviço, embute uma dispensa de licitação, contrariando o disposto nos arts. 2º, 3º, 22, § 8º, 24 e 25 da Lei nº 8.666/93;

2 determinar à SPOA/MF, desde já, que:9.2.1 implemente, caso ainda não o tenha feito, procedimento licitatório para concessão dos

serviços de restaurante e lanchonete instalados no Edifício Sede do Ministério da Fazenda, com prazo de 15 dias para lançamento do edital;

9.2.2 com fulcro no art. 45, caput, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 2º, 3º, 22, § 8º, 24 e 25 da Lei nº 8.666/93, exclua da Concorrência nº 006/2003 ou do contrato, caso já firmado o objeto descrito no item 1 do respectivo edital, e implemente procedimento licitatório específico para sua contratação, com vistas ao exato cumprimento da lei;

9.2.3 com fulcro no art. 45, caput, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 2º, 3º, 22, § 8º, 24 e 25 da Lei nº 8.666/93, exclua do Contrato 02/2004, assinado em 22/1/2004 com a empresa Delta Engenharia Indústria e Comércio Ltda., os serviços constantes de seus itens 3.5 a 3.16.21, e implemente procedimento licitatório específico para sua contratação, com vistas ao exato cumprimento da lei;

9.2.4 com fulcro no art. 45, caput, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 2º, 3º, 22, § 8º, 24 e 25 da Lei nº 8.666/93, abstenha-se de incluir no contrato a ser firmado com a empresa DLF Engenharia, Comércio de Representação Ltda., vencedora da Concorrência nº 004/2003 ou exclua do respectivo contrato, caso já firmado os serviços de remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos e manutenção de infra-estrutura e de mobiliário a serem executados no Ed. Alvorada, em Brasília (DF), e implemente procedimento licitatório específico para sua contratação, com vistas ao exato cumprimento da lei;

9.2.5 com fulcro no art. 45, caput, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 2º, 3º, 22, § 8º, 24 e 25 da Lei nº 8.666/93, abstenha-se de incluir no contrato a ser firmado com a empresa DLF Engenharia, Comércio de Representação Ltda., vencedora da Concorrência nº 005/2003 ou exclua do respectivo contrato, caso já firmado os serviços de remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos e manutenção de infra-estrutura e de mobiliário a serem executados no edifício PGU, em Brasília (DF), e implemente procedimento licitatório específico para sua contratação, com vistas ao exato cumprimento da lei;

9.2.6 no prazo de 15 dias, promova sindicância para apurar as denúncias de uso do veículo oficial, placa JFO-7460, em atividades de interesse particular, informando, nas próximas contas do órgão, o resultado da apuração e eventuais medidas adotadas;

9.2.7 no prazo de 15 dias, promova sindicância para apurar a utilização, pelo Sr. Edivaldo Franklim de Medeiros, do cargo de Chefe da Vigilância para a obtenção de vantagens pessoais perante a empresa de vigilância contratada, informando, nas próximas contas do órgão, o resultado da apuração e eventuais medidas adotadas.

9.3 determinar à Secretaria Federal de Controle Interno da Presidência da República, que, nas próximas contas do órgão, informe a este Tribunal acerca da observância das determinações acima;

9.4 dar ciência ao interessado das providências que forem adotadas.”

10. O titular da unidade técnica manifestou anuência à proposta precedente (fl. 3112, vol. 15).

VOTO

Registro, inicialmente, que atuo nestes autos com fundamento no art. 18 da Resolução nº 64/1996-TCU e nos termos da Portaria nº 191, de 25 de agosto de 2003, tendo em vista tratar-se de processo afeto ao Ministro responsável pela Lista de Unidades Jurisdicionadas nº 03, biênio 2005/2006.

2. Tratam os autos de Representação sobre possíveis irregularidades que estariam maculando procedimentos licitatórios no âmbito da Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Fazenda - SPOA/MF, além de outras supostas irregularidades na Coordenação-Geral de Logística, de Recursos Humanos, de Informática, de Finanças e de Modernização - COGRL/SPOA.

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3. Em relação aos procedimentos licitatórios, em alguns deles, a unidade técnica apontou a descrição excessiva do objeto, trata-se dos Pregões nºs 17/2003 e 21/2003. O primeiro objetivou a compra de equipamentos de informática, sendo apontada a menção à marca do processador. O segundo visava à compra de projetores multimídia, sendo a descrição deles conducente a um dos produtos da fabricante InFocus. Detectadas essas falhas, a unidade técnica propôs a realização da audiência dos responsáveis.

4. Antecipadamente, saliento que a descrição minuciosa ou a indicação de marca podem conduzir a uma inaceitável restrição à competitividade do certame. Entretanto, a indicação de marca pode ser aceita em casos de padronização, desde que devidamente justificada a opção realizada. Esta Corte já deliberou nesse sentido quando da prolação do Acórdão nº 1.523/2003 - Plenário:

“9.2.3. a indicação de marca na especificação de produtos de informática pode ser aceita frente ao princípio da padronização previsto no art. 15, I, da Lei 8.666/93, desde que a decisão administrativa que venha a identificar o produto pela sua marca seja circunstanciadamente motivada e demonstre ser essa a opção, em termos técnicos e econômicos, mais vantajosa para a administração;”

5. Nesse mesmo sentido o item 9.6.1 do Acórdão nº 2.844/2003 - 1ª Câmara, do qual fui Relator:

“9.6.1. evitar a indicação de marcas de produtos para configuração do objeto, quando da realização de seus certames licitatórios para a aquisição de bens de informática, a não ser quando legalmente possível e estritamente necessária para atendimento das exigências de uniformização e padronização, sempre mediante justificativa prévia, em processo administrativo regular, no qual fiquem comprovados os mencionados requisitos;”

6. Os elementos a serem trazidos aos autos pelos responsáveis, em sede de audiência, permitirão obter subsídios que possam justificar tais condutas ou avaliar sua culpabilidade nas falhas detectadas. Por conseguinte, é pertinente a proposta da unidade técnica.

7. No que concerne às Concorrências nºs 001/2003, 004/2003 e 005/2003, houve a cotação de serviços de instalação/remanejamento de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos, manutenções de infra-estrutura e de mobiliário, sendo que tais serviços não foram considerados no julgamento das propostas.

8. Observa-se que essa ocorrência pode implicar a contratação de serviços sem que estes tenham sido levados em conta na determinação da proposta mais vantajosa para a Administração. Desse forma, em relação a esses itens não teria havido efetivamente um certame licitatório.

9. Como o restante dos contratos não apresenta, em princípio, outras máculas, cabe determinação para que não seja efetivada a contratação/solicitação apenas dos serviços cujos custos não foram levados em conta na licitação.

10. A unidade técnica propôs a exclusão desses itens da concorrência ou, caso já tenha sido firmado contrato, medida similar em relação ao instrumento contratual.

11. Essa mesma questão foi analisada nos autos do TC 001.828/2004-2, que trata, inclusive da Concorrência nº 001/2003. Naquela oportunidade, consignei no voto a necessidade de facultar à contratada a oportunidade de apresentar suas alegações em relação a questão sob análise. Tal medida deriva da necessidade de instauração do contraditório, conforme lição do Ministro Marco Aurélio, no seguinte trecho da ementa do MS 23.550/DF do Pretório Excelso:

“EMENTA: I. Tribunal de Contas: competência: contratos administrativos (CF, art. 71, IX e §§ 1º e 2º). O Tribunal de Contas da União - embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos - tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou. II. Tribunal de Contas: processo de representação fundado em invalidade de contrato administrativo: incidência das garantias do devido processo legal e do contraditório e ampla defesa, que impõem assegurar aos interessados, a começar do particular contratante, a ciência de sua instauração e as intervenções cabíveis. (...)”

12. Por conseguinte, como a esfera de direito subjetivo da contratante, pelo menos potencialmente, poderia ser afetada, considerei prudente o convite à participação no processo. Essa posição foi referendada pelo Plenário desta Corte, por meio do Acórdão nº 315/2004, devendo ser novamente praticada neste caso, em relação às Concorrências nº 004/2003 e 005/2003. Quanto à Concorrência nº 001/2003, as determinações realizadas no TC 001.828/2004-2 são suficientes, por ora, ao acompanhamento do feito.

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13. Quanto à Concorrência nº 006/2003, foi apontada a exigência de prótotipo em relação a um dos itens do objeto a ser contratado. Essa exigência estaria em dissonância em relação às orientações desta Corte. De fato, pode ser considerado ônus indevido aos licitantes, restringindo a competitividade do certame.

14. O Plenário desta Corte, por meio do Acórdão nº 808/2003, determinou à Secretaria de Educação do Estado da Paraíba que se limitasse a inserir exigência da apresentação de amostras ou protótipos dos bens a serem adquiridos, na fase de classificação das propostas, apenas ao licitante provisoriamente em primeiro lugar e desde que constasse, de forma previamente disciplinada e detalhada, no instrumento convocatório, nos termos dos arts. 45 e 46 da Lei 8.666/93.

15. Opção similar foi realizada por intermédio do Acórdão nº 1.237/2002 - Plenário, verbis:

“ 8.3.1 se abstenha de exigir a apresentação de amostras ou protótipos dos bens a serem adquiridos como condição de habilitação dos licitantes, nos termos dos arts. 27 e 30 da Lei 8.666/93;

8.3.2 limite-se a exigir a apresentação de amostras ou protótipos dos bens a serem adquiridos, na fase de classificação das propostas, apenas ao licitante provisoriamente em primeiro lugar e desde que de forma previamente disciplinada e detalhada, no instrumento convocatório, nos termos dos arts. 45 e 46 da Lei 8.666/93, observados os princípios da publicidade dos atos, da transparência, do contraditório e da ampla defesa;”

16. Por conseguinte, cabe determinação similar às realizadas nos acórdãos citados em relação aos próximos procedimentos licitatórios.

17. Foi verificada a exploração do restaurante e da lanchonete situados no Edifício Sede do Ministério da Fazenda pela Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda - Assefaz. A irregularidade consistiria na ausência de processo licitatório prévio. A titular da COGRL/MF informou que o edital para a licitação encontrava-se em fase final de elaboração. Entretanto, a unidade técnica propõe a realização de audiência dos responsáveis em virtude de uma eventual ausência de ação mais efetiva para a realização do procedimento licitatório.

18. Considerando que a situação já se perpetua por mais de 20 anos, sendo anterior à gestão dos responsáveis, e a destinação do local a uma entidade assistencial, ao invés de uma entidade privada com fins lucrativos, não vislumbro indício de culpabilidade suficiente a promover a audiência dos gestores, acredito que uma determinação à COGRL/MF com a fixação de prazo para a realização da licitação é suficiente para a solução da questão.

19. Quanto à questão da contratação de pessoal terceirizado, as explicações fornecidas conduzem à conclusão de que os indícios apontados pelo representante não são robustos a ponto de prosseguir nas investigações.

20. Por fim, com relação às propostas da unidade técnica para que a SPOA/MF instaure sindicância, encontram guarida inclusive em normativo interno do Ministério da Fazenda (Instrução Normativa nº 1.03.004, de 2/9/1997).

Assim, ante as considerações retro, acolhendo, em essência, o parecer precedente, Voto por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à elevada apreciação deste Plenário.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 16 de fevereiro de 2005.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 99/2005 - TCU - Plenário

1. Processo: TC 004.602/2004-9 (com 15 volumes); Apensado: TC 001.828/2004-22. Grupo II, Classe de Assunto: VII - Representação3. Interessado: Deputado Distrital Chico Vigilante4. Órgão: Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Fazenda -

SPOA/MF5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha6. Representante do Ministério Público: não atuou7. Unidade Técnica: 2ª Secex8. Advogado constituído nos autos: Huilder Magno de Souza (OAB/DF 18.444)

9. Acórdão:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC – 004.602/2004-9

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Representação, formulada pelo Deputado Distrital Chico Vigilante, a respeito de possíveis irregularidades em procedimentos licitatórios realizados pela SPOA/MF.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento no artigo 237, inciso III, do Regimento Interno desta Corte, conhecer da presente representação;

9.2. com fulcro no art. 43, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno do Tribunal, promover a audiência dos seguintes responsáveis:

9.2.1. Srs. Maria Lucia dos Santos Amancio (CPF 124.050.193-54), Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos; Caetano Cobucci Neto (CPF 149.400.941-20), Presidente da CPL, e Nilda Martins de Brito (CPF 114.929.961-49), Pregoeira-COGRL/MF, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar razões de justificativa acerca da descrição do objeto do Pregão nº 021/2003, Processo COGRL/MF 10167.000999/2003-07, direcionada para o projetor multimídia modelo LP530 do fabricante InFocus, o que infringiria o disposto nos arts. 7º, § 5º, e 15, § 7º, I, da Lei nº 8.666/1993;

9.2.2. Srs. Maria Lucia dos Santos Amancio (CPF 124.050.193-54), Coordenadora-Geral de Recursos Logísticos, Breno da Costa Barros (CPF 366.113.447-72), Coordenador da COGRL/MF, Caetano Cobucci Neto (CPF 149.400.941-20), Presidente da CPL, e Nilda Martins de Brito (CPF 114.929.961-49), Pregoeira-COGRL/MF, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentarem razões de justificativa acerca da indicação da marca de processador na descrição do objeto do Pregão nº 017/2003, Processo COGRL/MF 10167.001022/2003-07, o que infringiria o disposto nos arts. 7º, § 5º e 15, § 7º, I, da Lei nº 8.666/1993;

9.3. com fundamento no art. 250, II, do Regimento Interno desta Corte, determinar à Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Fazenda - SPOA/MF que, em respeito aos arts. 3º, 22, § 8º, 24 e 25 da Lei nº 8.666/1993:

9.3.1. abstenha-se de incluir no contrato a ser firmado com a empresa DLF Engenharia, Comércio de Representação Ltda., vencedora da Concorrência nº 004/2003, os serviços de remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos e manutenção de infra-estrutura e de mobiliário a serem executados no Ed. Alvorada, em Brasília (DF), e implemente procedimento licitatório específico para sua contratação, com vistas ao exato cumprimento da lei;

9.3.2. abstenha-se de incluir no contrato a ser firmado com a empresa DLF Engenharia, Comércio de Representação Ltda., vencedora da Concorrência nº 005/2003, os serviços de remanejamento/instalação de circuitos elétricos, lógicos e telefônicos e manutenção de infra-estrutura e de mobiliário a serem executados no edifício PGU, em Brasília (DF), e implemente procedimento licitatório específico para sua contratação, com vistas ao exato cumprimento da lei;

9.4. caso os contratos referidos nos itens 9.3.1 e 9.3.2 já tenham sido firmados:9.4.1. com fulcro no art. 276 do Regimento Interno, determinar à Subsecretaria de Planejamento,

Orçamento e Administração do Ministério da Fazenda - SPOA/MF, cautelarmente, que se abstenha de requerer os serviços mencionados nos itens 9.3.1 a 9.3.3, até que este Tribunal delibere em definitivo sobre a presente representação;

9.4.2. intimar a sociedade empresária DLF Engenharia, Comércio e Representação Ltda. (CNPJ nº 03.591.509/0001-44) da medida ora adotada, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência desta deliberação, apresente as alegações que julgar pertinentes acerca dos fatos apresentados, em relação às Concorrências nºs 004/2003 e 005/2003;

9.5. determinar à Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Fazenda - SPOA/MF que:

9.5.1. implemente, caso ainda não o tenha feito, procedimento licitatório para concessão dos serviços de restaurante e lanchonete instalados no Edifício-Sede do Ministério da Fazenda, com prazo de 60 dias para lançamento do edital;

9.5.2. limite-se a exigir a apresentação de amostras ou protótipos dos bens a serem adquiridos, na fase de classificação das propostas, apenas ao licitante provisoriamente em primeiro lugar e desde que de forma previamente disciplinada e detalhada, no instrumento convocatório, nos termos dos arts. 45 e 46 da Lei 8.666/1993, observados os princípios da publicidade dos atos, da transparência, do contraditório e da ampla defesa;

9.5.3. no prazo de 15 dias, promova sindicância para apurar as denúncias de uso do veículo oficial, placa JFO-7460, em atividades de interesse particular, informando, nas próximas contas do órgão, o resultado da apuração e eventuais medidas adotadas;

9.5.4. no prazo de 15 dias, promova sindicância para apurar a utilização, pelo Sr. Edivaldo Franklin de Medeiros, do cargo de Chefe da Vigilância para a obtenção de vantagens pessoais perante a empresa de vigilância contratada, informando, nas próximas contas do órgão, o resultado da apuração e eventuais medidas adotadas.

9.6. determinar à Secretaria Federal de Controle Interno da Presidência da República que, nas próximas contas do órgão, informe a este Tribunal acerca da observância das determinações acima;

9.7. encaminhar os autos à 2ª Secex para prosseguir com a apuração dos fatos; e9.8. dar ciência deste acórdão ao representante, mencionado no item 3.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC – 004.602/2004-9

10. Ata nº 4/2005 - Plenário11. Data da Sessão: 16/2/2005 - Ordinária12. Especificação do quórum:12.1. Ministros presentes: Adylson Motta (Presidente), Walton Alencar Rodrigues, Guilherme

Palmeira, Ubiratan Aguiar, Benjamin Zymler e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalhães da Rocha (Relator), Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

ADYLSON MOTTA LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAPresidente Ministro-Relator

Fui presente:

LUCAS ROCHA FURTADOProcurador-Geral