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prática e jurisprudencial) – Varginha - Datas: 10,12, 17, 19, 24 e 26/04
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Tributação na Importação & Exportação – Varginha - 24 e 25/04/2017
Planejamento e Controle da Produção – PCP – Varginha - 29/04/2017
Boletim CONT-TRIB-JUR em 20.março.2016
“Muitas vezes encontramos nosso destino na estrada que tomamos para evitá-lo. ”
(Provérbio francês)
STF decide excluir ICMS da base de cálculo de PIS e Cofins
Maioria dos ministros da Corte concluiu que ICMS não compõe faturamento ou receita bruta das
empresas; governo prevê impacto bilionário nas contas públicas com mudança da regra
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem (15) que o governo federal não pode incluir o Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na base de cálculo das contribuições para o Programa
de Integração Social (PIS) e para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
A decisão da Suprema Corte terá repercussão geral no Judiciário, ou seja, a partir de agora, as instâncias
inferiores da Justiça também terão de seguir essa orientação.
O PIS e a Cofins são pagos por empresas de todos os setores e ajudam a financiar a Previdência Social e o
seguro-desemprego.
Em nota, o Ministério da Fazenda informou que a União ingressará com o recurso de embargos de
declaração quando o acórdão for publicado, "a fim de que o seu pedido de modulação de efeitos seja
apreciado pela Corte".
"Nele a União requererá que a decisão do STF tenha efeitos a partir de 2018. Somente com a apreciação
dos embargos de declaração pelo Plenário do STF é que se poderá dimensionar o eventual impacto dessa
decisão, acrescentou a pasta.
O modelo atual de cobrança é complexo e existem formas diferentes de incidência do tributo, com regime
não cumulativo (para empresas que estão no lucro real, que é uma modalidade de cálculo do Imposto de
Renda) e o sistema cumulativo (para empresas que estão no lucro presumido), além de uma sistemática
diferenciada para micro e pequenas empresas.
Segundo as estimativas do governo, com a mudança da base de cálculo, a Receita Federal deixará de
arrecadar R$ 250,3 bilhões em tributos que estavam sendo questionados na Justiça desde 2003.
O julgamento havia sido iniciado na última quinta (9), mas foi interrompido quando o placar da votação
estava em 5 a 3 contra o governo porque os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello não estavam no
plenário.
Os dois magistrados votaram nesta quarta-feira. Gilmar votou a favor do governo para que não ocorresse a
mudança na fórmula de cálculo dos dois tributos, mas Celso de Mello acolheu a orientação da relatora do
caso, ministra Cármen Lúcia, e votou pela desvinculação do ICMS do PIS e da Cofins.
Acompanharam a relatora, além de Celso de Mello, os ministros Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa
Weber e Ricardo Lewandowski. Por outro lado, além de Gilmar Mendes, votaram contra a exclusão do
ICMS da base de cálculo e foram derrotados no julgamento os ministros Edson Fachin, Luis Roberto
Barroso e Dias Toffoli.
Argumentos da AGU
Ao fazer a defesa do Executivo federal na tribuna do STF, a advogada-geral da União, Grace Mendonça,
alertou que, além dos R$ 250,3 bilhões que o governo deixará de arrecadar com as derrotas judiciais, a
eventual desvinculação do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins também fará com que o Fisco
deixe de obter daqui para frente R$ 20 bilhões por ano.
Ela ressaltou ainda que, com base nesta fórmula, o governo teria direito a receber R$ 100 bilhões nos
últimos cinco anos.
Decisão pode reduzir preços
Professor de direito tributário da FGV e sócio do escritório Tozzini Freire, o advogado Vinícius Jucá
afirmou ao G1 que a decisão do STF de excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins pode
resultar em queda de preços para os consumidores.
Especialmente, ressaltou o especialista, nos mercados em que há muita concorrência e nos quais a margem
de lucro é apertada, como nos segmentos de alimentos, cervejas e refrigerantes.
"Em mercados muito concorridos, sempre que há a oportunidade de reduzir o pagamento de impostos os
empresários utilizam essa margem para baixar os preços de seus produtos e também para ganhar
mercado", avaliou Vinícius Jucá.
Para o advogado Felipe Alves Ribeiro de Souza, coordenador do núcleo tributário administrativo do
escritório Nelson Wilians e Advogados Associados, o precedente aberto nesta quartapoderá resultar em
mudanças na atual metodologia de arrecadação de impostos do governo, que tem por base de cálculo o
faturamento ou a receita bruta.
"Outros questionamentos emergirão a partir do entendimento exarado neste julgamento, tal como a
exclusão do ISSQN da base de cálculo da contribuição social para financiamento do PIS e da Cofins",
destacou o especialista.
Processos suspensos
De acordo com a assessoria do STF, pelo menos 10 mil processos estão suspensos no país atualmente à
espera da decisão da Corte sobre o tema. A ação julgada pelos ministros nesta quarta foi proposta pela
Imcopa, empresa do Paraná especializada no processamento de soja.
O julgamento
Os seis ministros que votaram pela desvinculação do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins
avaliaram que o imposto de circulação de mercadorias e serviços não compõe o faturamento ou a receita
bruta das empresas.
Os magistrados que votaram contra o governo ponderaram que o valor correspondente ao ICMS, que deve
ser repassado ao fisco estadual, não integra o patrimônio do contribuinte, não representando nem
faturamento nem receita, mas simplesmente ingresso de caixa ou trânsito contábil.
Já a União afirmava que a ação distorcia o conceito de faturamento e receita bruta definida pela
Constituição.
Cobrança do PIS e do Cofins
Até então, a tributação de PIS e Cofins ocorria sob dois regimes: o não cumulativo (para as empresas que
são tributadas com base no lucro real) e o cumulativo (para as empresas tributadas pelo lucro presumido).
Havia ainda uma sistemática diferenciada para micro e pequenas empresas.
As empresas que optavam pela tributação pelo lucro real pagavam 9,25% (1,65% de PIS e 7,6% de
Cofins), mas podiam abater desse percentual o imposto pago por seus fornecedores por meio de créditos
tributários.
Já as empresas sob o regime de lucro presumido pagavam uma alíquota menor, de 3,65% (0,65% de PIS e
3% de Cofins). Essa categoria costuma reunir as empresas do setor de serviços, cujo maior custo costuma
ser o de mão de obra e quase não tem insumos para gerar créditos tributários para compensar o imposto
maior. Daí o temor de que uma unificação de PIS/Cofins faça aumentar a carga tributária.
STF analisa tema há quase 20 anos
O tema da mudança na base de cálculo do PIS e da Cofins estava em discussão no STF há quase duas
décadas.
Em 2014, os ministros chegaram a julgar um caso que solicitava a desvinculação do ICMS da fórmula dos
dois tributos e, naquela ocasião, após uma série de pedidos de vista (mais tempo para analisar o caso), a
maioria da Corte entendeu que o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços não integrava o
faturamento ou a receita bruta das empresas.
À época, no entanto, o caso em julgamento não tinha repercussão geral e valeu somente para uma situação
específica questionada ao tribunal. Com isso, outros milhares de processos que solicitavam a mesma
mudança de cálculo continuaram tramitando na Justiça.
Reforma
Diante da iminência de uma derrota no STF, o governo federal decidiu ressuscitar o projeto de reforma do
PIS e da Cofins.
A ideia de unificação dos dois tributos tinha sido apresentada no final de 2015 pelo então ministro da
Fazenda Joaquim Levy como um primeiro passo para a reforma tributária. A proposta recebeu críticas de
empresários e de entidades do setor de serviços, que alertaram para o risco de aumento dos impostos e de
perda de postos de trabalho.
Na semana passada, o presidente Michel Temer afirmou que o governo pretende editar uma medida
provisória até o final de março para simplificar as regras do PIS. Outra MP, segundo o presidente, deverá
ser enviada até o fim do primeiro semestre para ajustar a Cofins.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também alertou na última semana que a pasta entregará para
Temer, em 30 dias, uma proposta de simplificação do PIS e da Cofins, e que, somente após esse estudo, é
que o governo deverá definir se a mudança será enviada ao Congresso Nacional por meio de uma medida
provisória. Na ocasião, entretanto, não foram divulgados detalhes da proposta em estudo.
"Por enquanto, não temos como confirmar se elas [eventual reforma dos dois tributos] tratarão da
unificação do PIS e Confins", disse o Ministério da Fazenda em nota na semana passada.
Repercussão
Tributaristas e empresários do setor de serviços temem que as mudanças impliquem em aumento de
imposto e gerem mais desemprego.
Segundo cálculos feitos no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a
unificação do PIS e da Cofins implicará em elevação de alíquotas e poderá provocar uma perda de cerca
de 2 milhões de empregos no setor de serviços.
O temor dos empresários do setor de serviços é que uma mudança no PIS/Confins acabe com o sistema
cumulativo, com alíquota mais baixa, usado hoje por empresas em que o gasto com mão de obra costuma
representar o maior custo e não conseguem se beneficiar do sistema de abatimento de créditos pelo qual as
empresas descontam as compras de insumos dos impostos pagos.
Na última quarta-feira (8), Meirelles rebateu as críticas de entidades do setor de serviços e disse esperar
que a reforma do PIS/Cofins tenha efeito positivo no mercado de trabalho, segundo informou o jornal "O
Globo".
"Eu não sei quais são as hipóteses de trabalho para levar à conclusão de que uma reforma levaria a uma
perda de empregos. Não ficaria surpreso se ali estiver embutido um aumento da carga. Mas o que fizermos
será feito para simplificar e melhorar", afirmou.
Fonte: G1 Portal de Notícias, Fabiano Costa, 15/03/2017
Mais informações:
ENTENDA OS IMPACTOS DA DECISÃO DO STF (RE nº 574.706) SOBRE A
INCONSTITUCIONALIDADE DA INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO
DAS CONTRIBUIÇÕES AO PIS/COFINS
1. Em sessão de 15/03/2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria de votos (6 votos favoráveis
ao contribuinte X 4 votos desfavoráveis), pela inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo
das contribuições ao PIS e à COFINS. O tema não é novo e há tempos aguardávamos uma solução definitiva
desta demanda. Para avaliar os impactos desta decisão, é preciso compreender como é feita a tributação das
contribuições sociais.
2. As contribuições ao PIS e à COFINS incidem sobre a “receita” ou o “faturamento”, termos expressos no
artigo 195, inciso I, alínea “b” da Constituição Federal. Em resumo, diz a Constituição Federal: A seguridade
social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes (...) das seguintes contribuições sociais (...) da empresa, incidentes sobre (...)a receita ou o
faturamento. Pois bem.
3. Com efeito, na formação do preço de venda de uma mercadoria, o vendedor deve embutir o ICMS, na
qualidade de “tributo indireto”. Sempre que a operação está submetida à incidência do ICMS, este valor
deve ser embutido no preço da mercadoria, implicando no aumento do valor a ser cobrado do adquirente.
4. Ocorre que, ao proceder desta forma, por determinação legal (a legislação estadual, em regra, determina
a inclusão do ICMS no valor da operação), o contribuinte passa a “cobrar” do destinatário algo que não é
seu, que não representa, efetivamente, receita que será auferida pelo estabelecimento vendedor. Representa,
por outro lado, parcela do tributo estadual, que será cobrado do adquirente (por meio do preço do produto),
e na sequência, será repassado ao Estado. O contribuinte vendedor cobra, na verdade, receita que não é sua,
mas sim do ESTADO.
5. Ao refletir sobre este contexto, os Ministros da Suprema Corte delinearam o conceito dos termos “receita”
e “faturamento” para, ao final, decidir, por maioria de votos, que o ICMS (tributo indireto que compôs o
preço) seja excluído da base de cálculo do PIS e da COFINS, por não ser considerado receita ou faturamento
do próprio vendedor, mas sim do Ente da Federação “ESTADO”, ao qual será repassada a referida parcela.
6. Em precedente anterior do STF, no RE nº 240.785, o Ministro Marco Aurélio, relator do processo, já teria
afirmado: “se alguém fatura ICMS, esse alguém é o Estado e não o vendedor da mercadoria” (...) “O valor
correspondente ao ICMS não tem natureza de faturamento. Não pode, então, servir à incidência da
COFINS”.
7. No precedente atual (RE nº 574.706), julgado ontem (15/03/2017), a Ministra Carmen Lúcia, relatora do
processo, entendeu de maneira favorável aos contribuintes, pela inconstitucionalidade da inclusão do ICMS
na base de cálculo do PIS e da COFINS, afirmando que a parcela do tributo estadual representa apenas
ingresso de caixa ou trânsito contábil a ser totalmente repassado ao fisco estadual, e, neste sentido, não pode
ser considerado “receita” ou “faturamento” da empresa. Votaram a favor do contribuinte os seguintes
Ministros: Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello. Votaram pela
divergência: Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Quais são os reflexos desta decisão?
8. Considerando que foi reconhecida “repercussão geral” neste precedente, a decisão no RE nº 574.706
afetará cerca de 10 mil processos sobrestados nas instâncias inferiores, os quais aguardavam a definição da
matéria no âmbito do STF. Todos estes processos serão julgados de acordo com a definição pela
inconstitucionalidade, reconhecida por maioria no STF.
É preciso entrar com ação judicial? Se sim, ainda existe prazo para entrar com a ação?
9. Todo contribuinte de PIS e de COFINS, que também sofra incidência do tributo estadual, está apto para
ingressar com a ação judicial. Como regra, não há prazo para peticionar o direito ao Poder Judiciário. A
legislação ordinária não foi alterada, de forma que, mesmo com a decisão recente do STF favorável aos
contribuintes, é necessário ingressar com a ação judicial (em regra, Mandado de Segurança) para deixar de
recolher o PIS e a COFINS sobre a parcela do ICMS embutida no preço da mercadoria.
10. Não há prazo limite para que se ingresse com a ação judicial pleiteando o não pagamento do PIS COFINS
sobre as parcelas do ICMS. Ocorre que existe grande preocupação com relação à restituição e/ou
compensação do que foi pago a maior nos últimos 05 anos.
11. É certo que a decisão recente do STF afetará consideravelmente a arrecadação da União. Fala-se em um
impacto de 20 bilhões no orçamento anual, sem contar os pedidos de restituição e/ou compensação. Sempre
que há relevante impacto econômico, decorrente da decisão judicial, existe a possibilidade de “modular
efeitos”, o que significa, de maneira singela, alterar os efeitos da decisão, restringindo-os a apenas parte do
período de vigência da “inconstitucionalidade”.
12. Neste sentido, no caso de uma eventual – e muito provável – modulação de efeitos, teremos a seguinte
situação:
13. - Quem já ajuizou a ação, poderá restituir o que pagou a maior nos últimos 05 anos e poderá deixar de
pagar para o futuro;
14. - Quem ainda não ajuizou a ação, precisará ajuizá-la para não pagar sobre receitas futuras, mas, não
poderá restituir o valor pago a maior nos últimos 05 anos, em virtude da “modulação” dos efeitos.
15. Por esta razão, fala-se com tanta ênfase de um “prazo” para distribuição destas ações judiciais. A
preocupação justifica-se na medida em que a modulação dos efeitos restringirá o direito dos contribuintes
que não ingressaram com ação ainda, impedindo a restituição dos valores pagos a maior nos últimos 5 anos.
Entretanto, é importante deixar claro que o contribuinte não “perde o direito” de ingressar judicialmente.
Este direito de ação permanece garantido, a qualquer tempo.
Reflexos sobre os créditos de PIS e de COFINS
16. No precedente recente – RE nº 574.706 – não foram discutidos os reflexos sobre o custo de aquisição
de insumos ou de bens para revenda, a fim de avaliar eventuais reduções na possibilidade de crédito. É
preciso ter em mente que o direito ao crédito vinculado à não cumulatividade do PIS COFINS não nasce do
valor pago pelo fornecedor (como ocorre com o ICMS, no qual o destaque no documento fiscal é o fato que
confere direito ao crédito pelo adquirente). Com relação ao PIS e à COFINS, o direito ao crédito nasce
dentro do próprio adquirente, segundo o seu próprio regime de apuração, no caso, não cumulativo.
Independe, portanto, do valor efetivamente pago pelo fornecedor que pode, como já reconhecido pela
Fazenda Nacional, ser optante pelo SIMPLES NACIONAL (alíquotas simplificadas e menores) ou do lucro
presumido (PIS 0,65% e COFINS 3,0%) e gerarão crédito, ao adquirente do regime não cumulativo, nos
percentuais de 1,65% e 7,60%. Portanto, o fornecedor paga bem menos do que o crédito que é gerado ao
adquirente. Este fato, já aceito e reconhecido pela Fazenda Nacional, demonstra que o crédito nasce no
próprio adquirente, independentemente do valor efetivamente pago pelo fornecedor. Daí que, se o
fornecedor possui ou não possui ação judicial em andamento, paga mais ou menos PIS e COFINS, este fato
não altera o direito do adquirente ao crédito, calculado sobre o valor do custo de aquisição do insumo ou da
mercadoria da revenda. A meu ver, portanto, neste momento, não há qualquer alteração que implique em
diminuição dos créditos apropriáveis. Acredito que futuramente a legislação ordinária será alterada para
ajustar o crédito ao mesmo conceito que está sendo utilizado para débitos sobre receitas.
Reflexos sobre o Imposto sobre Serviços
17. Por analogia à decisão recente do STF, o ISSQN, também considerado “tributo indireto”, é repassado
ao consumidor final por meio de sua inclusão no preço do serviço. Neste sentido, em referência às palavras
do Ministro Marco Aurélio, pode-se concluir que se alguém fatura ISSQN, esse alguém é o Município e não
o vendedor da mercadoria; o valor correspondente ao ISSQN não tem natureza de faturamento e não poderia,
portanto, servir à incidência do PIS e da COFINS. A decisão recente não trata especificamente do ISSQN,
mas, traz um conceito de “receita” ou “faturamento” que é aplicável, inclusive, aos prestadores de serviço.
18. Feitas estas considerações, entendemos que a decisão recente - RE nº 574.706 – representa um enorme
ganho aos contribuintes. Apesar do grande reflexo econômico, a Suprema Corte decidiu sem deixar que o
impacto econômico conduzisse o raciocínio jurídico do litígio.
19. Possivelmente, e é o que se vislumbra, o Governo modificará o regime de apuração e de alíquotas do
PIS COFINS (a exemplo da iminente e tão falada Reforma Tributária – MP 694/15), para garantir que a
arrecadação seja mantida e que a perda gerada pelo precedente favorável aos contribuintes seja ao menos
compensada, fato que implicará, muito provavelmente, no aumento da carga tributária para as empresas nos
próximos meses.
20. Este aumento, por si só, justifica a busca pelo Poder Judiciário, para que se obtenha decisão favorável
ao não pagamento do PIS COFINS sobre a parcela do ICMS, bem como para que se restitua o valor pago a
maior nos últimos 05 anos, “ganhando” um fôlego para suportar o aumento da carga tributária que muito
provavelmente sobrevirá.
Ana Paula Bismara Gomes
Advogada Tributarista - Sócia do BLZ Advogados
Mestre em Direito Tributário. Juíza do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo. Professora
em cursos de graduação e pós graduação.
Importantíssimo (vou estudar a IN 1700 e vou comentado com vocês)
Fábio
Receita Federal consolida legislação de IRPJ e
CSLL
Tributação
Consolidação de normas melhora a relação fisco-contribuinte
publicado: 16/03/2017 11h46 última modificação: 16/03/2017 12h02
Foi publicada hoje no Diário Oficial da União a Instrução Normativa (IN) RFB nº 1.700 que dispõe sobre a
determinação e o pagamento do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL) das pessoas jurídicas.
A IN inova ao tratar conjuntamente os dois principais tributos incidentes sobre a renda da pessoa jurídica:
o IRPJ e a CSLL. A similaridade da legislação tributária aplicável a esses dois tributos propicia que eles
sejam disciplinados simultaneamente, entretanto, com destaque para eventuais diferenças de base de cálculo
e alíquotas.
A IN RFB nº 1.700 é produto da consolidação de nove Instruções Normativas. Esta nova IN reproduz os
dispositivos da Instrução Normativa RFB nº 1.515, de 24 de novembro de 2014, e incorpora os dispositivos
relacionadas à CSLL, devidamente atualizadas, que atualmente estavam na Instrução Normativa SRF nº
390, de 30 de janeiro de 2004.
A norma foi elaborada com o objetivo de concentrar ao máximo a regulamentação da matéria e, por
consequência, tornar menos esparsas as normas infralegais relacionadas à tributação sobre a renda das
pessoas jurídicas emitidas pela Receita Federal.
A edição de um único ato normativo dispondo sobre os dois tributos traz as seguintes vantagens: facilidade
na pesquisa e aplicação da legislação tributária; transparência do entendimento da Administração Tributária;
segurança jurídica na aplicação das regras do IRPJ e da CSLL; redução de litígios; e melhora da relação
fisco-contribuinte.
União vai recorrer de decisão do STF sobre
cálculo do PIS/Cofins
Governo pedirá modulação da medida, para reduzir seus efeitos nos cofres públicos
O GLOBO - por Martha Beck / Eliane Oliveira
15/03/2017 20:35 / Atualizado 15/03/2017 20:46
BRASÍLIA - A equipe econômica vai recorrer da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de retirar o
ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. Segundo técnicos do governo, a ideia é pedir aos ministros uma
modulação da decisão para reduzir seu impacto sobre os cofres do governo. Será apresentado um embargo
de declaração, recurso no qual se pede um esclarecimento sobre decisão tomada.
Na modulação, os ministros teriam que dizer se os efeitos da decisão são retroativos e a partir de quando
ela deve entrar em vigor. No julgamento, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) pediu que a
decisão tivesse validade somente a partir de 1º de janeiro de 2018. Mas, como o pedido não tinha sido
feito por escrito no processo, o STF não analisou o caso. No entanto, nada impede que o governo repita o
pleito no recurso.
— Vamos entrar com recurso para ter modulação. Aí o STF vai ter que decidir se vale para frente
ou não. Não há efeito imediato — disse um técnico do governo.
“A União ingressará com o recurso de embargos de declaração, a serem opostos quando da
publicação do acórdão, a fim de que o seu pedido de modulação de efeitos seja apreciado pela Corte.
Nele a União requererá que a decisão do STF tenha efeitos a partir de 2018. Somente com a
apreciação dos embargos de declaração pelo Plenário do STF é que se poderá dimensionar o
eventual impacto dessa decisão”, informou a Fazenda, em nota divulgada há pouco.
TRIBUTARISTA: ‘MALUQUICE’
O tributarista Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, chamou de "maluquice" a decisão do
STF. Para ele, a repercussão sobre o sistema tributário pode ser catastrófica e o contribuinte será o maior
prejudicado, pois fatalmente terá de pagar mais impostos.
— É uma maluquice nacional, uma coisa completamente absurda. O contribuinte terá de pagar por isso.
Não há outro jeito — afirmou.
Por outro lado, o diretor de políticas estratégicas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) elogiou a
decisão. Disse que a incidência de um imposto sobre outro sempre foi uma anomalia do sistema tributário
brasileiro, o que pode significar ausência de transparência.
— A CNI sempre defendeu a não incidência de um imposto sobre outro. Todas as propostas de reforma
tributária no Brasil buscam eliminar essa distorção — disse Fernandes.
Valdirene Lopes, sócia do escritório de advocacia Braga & Moreno, destacou que o julgamento desta
quarta-feira confirma a posição adotada pelo STF em 2014.
— O julgamento permite pelo menos aos contribuintes que propuseram medida judicial o direito a
importante crédito tributário. Provavelmente, a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) irá
requerer no processo a modulação de efeitos para que esse direito ao crédito venha a ser restrito, a fim de
não prejudicar os cofres da União — disse ela.
— O mais importante é que essa decisão de hoje passará a ser considerada como precedente obrigatório —
completou Sérgio Villanova Vasconcelos, da Peixoto & Cury Advogados.
Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/uniao-vai-recorrer-de-decisao-do-stf-sobre-calculo-do-
piscofins-21067697
A hora da verdade sobre a base de cálculo do PIS/Cofins São Paulo, 13 de Março de 2017 às 12:05 por Roberto Mateus Ordine
Não é possível que, no Brasil, a livre iniciativa, principal geradora de riquezas das nações, tenha de
conviver com a triste experiência da insegurança jurídica, diante de um sistema tributário irreal
Finalmente está chegando a hora da verdade sobre a inclusão do ICMS na base de tributação do
PIS/Cofins. Há quase vinte anos essa discussão vem se arrastando pelos nossos tribunais.
Inútil será tentar explicar esse cipoal tributário, sem pé nem cabeça. Basta concluir que o valor referente
ao tributo não pode ser considerado como parte do faturamento da empresa e muito menos receita bruta.
Portanto, não é lógico pagar tributo sobre imposto.
Essa discussão tributária seria cômica não fosse trágica. E toda confusão começou lá traz quando o Fisco
resolveu inverter a natureza das coisas, estabelecendo o faturamento da empresa como base de cálculo
para o recolhimento do PIS/Cofins.
Isto é, passou-se a empregar o termo faturamento, como sinônimo de receita bruta da empresa; ou seja, em
consequência da alteração, passou-se a incluir na base de cálculo da tributação dessas duas contribuições
sociais o ICMS, desconsiderando-se a técnica usualmente aceita pelos princípios contábeis universais ao
confundir faturamento com receita bruta.
Faturamento não é a mesma coisa que receita bruta da empresa, o que até um estudante de contabilidade
sabe distinguir.
O fisco, no entanto, não quis fazer essa distinção, passando a exigir a inclusão do ICMS, na base de
cálculo do PIS/Cofins como se aquele valor fizesse parte do faturamento da empresa; mesmo sabendo, por
exemplo, que o simples faturamento pode não significar receita, já que uma venda pode ser cancelada,
alterada etc., modificando o resultado final da empresa.
Para o fisco, no entanto, esse fato não é relevante, desde que sirva para aumentar a base de arrecadação de
tributo.
Mas a confusão tributária não parou por aí. A partir de então se passou a proibir que as empresas
excluíssem da base de cálculo das duas contribuições sociais o valor do imposto devido pela circulação da
mercadoria (ICMS) como se e o valor deste imposto fosse de propriedade da empresa.
Resultado: o contribuinte passou a pagar tributo sobre tributo. Algo “kafkaniano”.
Aliás, essa posição fiscal não é nova em nosso país, semelhante fato já ocorreu no passado, quando se
exigia a inclusão de determinado imposto indireto, na base de cálculo do imposto direto, o que por si só
tornava inconstitucional tal exigência, diante da limitação do poder de tributar do Estado, previsto em
nossa Carta Magna. Mas isso é outra história.
A verdade é que finalmente chegou a hora do julgamento dessa aberração fiscal, pelo STF e, apesar do
julgamento ter sido suspenso para outra próxima sessão, até aqui cinco votos já foram favoráveis ao
contribuinte, fazendo justiça àquela descabida exigência fiscal.
Por tudo isso é que o Brasil precisa urgentemente fazer as reformas necessárias para não perder outra vez,
a oportunidade de ver sua economia crescer. Para isso, é necessário que o atual sistema tributário, seja
alterado para um sistema mais simples e mais justo.
Não é possível que, no Brasil, a livre iniciativa, que em todos os países livres é o principal geradora de
riquezas das nações, tenha de conviver com a triste experiência da insegurança jurídica, diante de um
sistema tributário irreal.
Principais novidades da ECD e ECF 2017
14 de março de 2017
Por Ronaldo Zanotta, Consultor Decision IT
Ao apagar das luzes do ano de 2016 foi disponibilizada nova versão do Manual da ECD leiaute 5 com
novidades que impactam bastante a forma que tratamos esta obrigação.
Cabe ressaltar que embora tenha sido liberada nova versão do Manual da ECD com vistas à apresentação
da escrituração de 2016, o validador (versão 5 do leiaute) ainda não está disponível, sendo necessário utilizar
o validador da versão 4, que por enquanto, aceitará a escrituração do ano de 2016.
Dentre as novidades apresentadas arrisco a dizer que a de maior relevância tenha sido a formalização
das hipóteses de substituição da ECD:
Somente poderão ser substituídos os livros que contenham erros que não possam ser corrigidos por meio
de lançamentos extemporâneos, nos termos das Normas Brasileiras de Contabilidade.
A entidade deverá preencher o registro J801 – Termo de Verificação Para Fins de Substituição da
ECD – detalhando os erros que deram motivo à substituição. Este termo deverá integrar a escrituração
substituta e conterá:
I – Identificação da escrituração substituída;
II – Descrição pormenorizada dos erros;
III – Identificação clara e precisa dos registros que contêm os erros, exceto quando o erro for decorrência
necessária de outro erro já discriminado;
IV – Declaração de que o(s) signatário(s) do Termo de Verificação não é(são) responsável(is) pelas
escriturações, substituta ou substituída, exceto quando ele(s) for(em), também, signatário(s) de uma delas.
O Termo de Verificação será assinado:
1. i) Pelo próprio profissional contábil que assina a escrituração substituta, quando a correção dos
erros não dependa de alterações de lançamentos contábeis, saldos, ou demonstrações contábeis,
tais como, correções em termo de abertura, de encerramento, identificação dos signatários, etc;
2. ii) Por dois (2) profissionais contábeis, sendo um deles contador, quando a correção do erro gere
alterações de lançamentos contábeis, saldos ou demonstrações não auditadas por auditor
independente;
iii) Por dois (2) contadores, sendo um deles Auditor Independente, quando a correção do erro gere
alterações de lançamentos contábeis, saldos ou demonstrações e tenham sido auditadas por auditor
independente.
Somente profissionais contábeis regularmente habilitados poderão assinar o Termo de Verificação.
São nulas as alterações que não decorram do Termo de Verificação.
(Trecho retirado do Manual da ECD)
Notem que de acordo com o descrito acima as retificações por motivos quaisquer não serão mais “aceitas”
(ainda não sabemos o comportamento do validador, pois poderá permitir a entrega mesmo sem o Termo de
Verificação, embora como descrito acima seja nula a retificação). Mais do que nunca a geração e entrega
da ECD deverá passar pelo processo complexo de validações e conferências de modo a evitar as retificações.
Além das conciliações entre as escriturações e sistemas fonte da informação, temos como praxe, recomendar
aos clientes a geração e validação em paralelo da ECD e ECF, pois com muita frequência observamos a
necessidade de retificação da ECD quando por motivos diversos, ao realizarmos a carga da escrituração
contábil verificar que a mesma está em desacordo com a utilizada na apuração do IRPJ/CSLL, por exemplo.
Situações como estas reforçam a necessidade de que as áreas fiscal e contábil estejam aparelhadas com
ferramentas que auxiliem na apuração e escrituração (tanto ECD, como ECF) de forma automatizada e
integrada.
Sem dúvida nenhuma a implementação do Temor de Verificação (J801) “vai dar o que falar”, uma vez que
os profissionais envolvidos na escrituração da ECD, em caso de retificação, terão que justificar as alterações
realizadas e o que motivou tal alteração, sem falar da necessidade de assinaturas do contador e auditor,
conforme a hipótese em que se enquadrar a retificação.
Outra novidade que surge na ECD é a implementação do Bloco K (isso mesmo !!), bloco que tem como
objetivo trazer informações referentes aos Conglomerados Econômicos. Cabe salientar que para o ano
calendário 2016 este bloco é facultativo, mas para 2017 será obrigatório.
Ainda falando em novidades, mas agora da ECF, surgiu o Bloco W que que tem como objetivo atender ao
chamado Sped BEPS, sigla em inglês para Base Erosion and Profit Shifting (Erosão da Base Tributável e
Transferência de Lucros), que tem como objetivo principal o combate à evasão e à elisão fiscal por meio da
transferência artificial de lucros para países com baixa tributação. O Brasil, como membro do G20 assumiu
compromisso de fornecer estas informações através da Declaração País-a-País (Bloco W).
Os conteúdos desenvolvidos pela equipe da Decision IT têm como objetivo o compartilhamento de soluções
de problemas que sejam comuns no dia a dia de quem trabalha com SPED. Em conformidade com a Lei
9.610/1998 (Lei dos Direitos Autorais), a reprodução deste artigo é autorizada e até mesmo incentivada,
desde que referenciados autor e fonte (com hiperlink).
Receita Federal analisa as informações de redes
sociais
16 de março de 2017
A Receita Federal utiliza informações de redes sociais de forma rotineira na análise e seleção de
contribuintes para fins de fiscalização. Na execução da fiscalização é muito comum que o Auditor-Fiscal
analise as redes sociais para identificar bens e possíveis interpostas pessoas (laranjas) nos relacionamentos
do contribuinte fiscalizado. Já na área de seleção e programação da ação fiscal, a Receita Federal está
utilizando modelos de inteligência artificial que realizam buscas na internet e incluem essas informações
dentre os parâmetros para seleção do contribuinte para fiscalização (malha).
As informações de redes sociais são indícios que se somam aos diversos outros cruzamentos que os
Auditores-Fiscais realizam, como informações bancárias, cartórios, veículos, declarações de fontes
pagadoras, profissionais de saúde, aluguéis etc. Trata-se de cruzamento de informações que se aperfeiçoa a
cada dia com a retroalimentação dos sistemas com a experiência dos Auditores-Fiscais, bem como com a
própria evolução da tecnologia.
Como informado, trata-se de mais um indício a compor o vasto conjunto de informações que a Receita
Federal dispõe para cruzamento. Estima-se que as informações de redes sociais já tenham contribuído com
subsídios para o lançamento ou atribuição de responsabilidade tributária a mais de 2.000 contribuintes, com
valor sonegado na ordem de R$ 1 bilhão de reais.
A identificação do real proprietário e dos bens são fundamentais para que os lançamentos tributários tenham
a garantia de que serão pagos, pois estarão garantidos com os patrimônios bloqueados.
A título de exemplo, cita-se algumas situações nas quais as redes sociais foram utilizadas na execução das
fiscalizações:
– Durante a fiscalização foi identificado que o proprietário registrado no contrato social era uma interposta
pessoa (laranja), entretanto tanto o laranja como o suposto real proprietário negavam possuir qualquer
vínculo. Em pesquisas nas redes sociais foram identificadas fotos do laranja com o real proprietário da
empresa, demonstrando seu vínculo;
– Caso em que filho de contribuinte fala sobre viagens caras e bens do pai que serviram de subsídio para
fiscalização e garantia dos créditos tributários;
– Pelas redes sociais os Auditores-Fiscais identificam amigos, com quem o contribuinte se relaciona,
permitindo a inclusão dos amigos nas pesquisas de grafo de relacionamentos, que facilitam a busca de
laranjas e transferências patrimoniais;
– Durante a fiscalização foi identificado que o proprietário registrado no contrato social era uma interposta
pessoa (laranja). Em redes sociais, verificou-se que o laranja “dono de empresa” que faturava 100 milhões
por ano, postava fotos de “churrasco na laje”, demonstrado incompatibilidade de sua situação de
proprietário daquela empresa;
– Situação em que o contribuinte assume em redes sociais ser proprietário de empresa que não está em seu
nome;
– Situação em que um motorista afirmando prestar serviço para proprietário de empresa que não aparece
no quadro societário constante nos registros;
– Caso de estrangeiro que tinha empresa em nome de laranja. Encontrado o nome da pessoa no site da
família que informava que o pai fez acordo com governo de seu país para não ser preso, mas que os bens
estavam em nome da mãe. Com isso, bloqueou-se os bens que estavam registrados em nome da mãe;
– Vídeo encontrado no Youtube de festa de fim de ano da empresa em que o real proprietário se dirige aos
funcionários, sendo que para Receita Federal ele se apresentava com vendedor da empresa. Esse vídeo
passou a constar como um dos elementos de prova no processo de lançamento do auto de infração para
caracterizar a pessoa com real proprietário da empresa.
Fonte: RFB
86% das empresas brasileiras operam com pelo
menos uma irregularidade
15 de março de 2017
Lindolfo Paiva tem uma rede de franquias com 77 unidades. Para dar conta da documentação e dos impostos,
contratou três escritórios de contabilidade e montou um departamento jurídico. Mas, na semana passada,
soube pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que sua empresa estava operando de maneira irregular,
segundo apontamentos no site da Secretaria da Fazenda da Prefeitura de São Paulo. “Não consigo imaginar
onde ou como estou devendo”, afirma.
“Não acho que seja (falta de pagamento de) imposto. Deve ser algum papel que a contabilidade deixou de
entregar”, explica ele, que diz sempre participar de licitações e, para evitar problemas, retirar pelo menos
duas vezes por ano certidões negativas de débitos. “Mesmo assim, algumas vezes eu quase perdi o prazo
porque foram apontados débitos que, como agora, não sabíamos explicar.”
Segundo pesquisa da FGV-SP, Lindolfo Paiva não é exceção, mas regra. A quantidade de documentos,
alvarás, taxas e também a inadimplência motivada pela queda no faturamento das empresas, consequência
da recessão econômica, fazem com que 86% das quase 18 milhões de empresas brasileiras ativas tenham
pendências com os órgãos de fiscalização municipais (secretarias da Fazenda), federais (Receita Federal)
ou com o FGTS. A fiscalização estadual não entrou na pesquisa.
Com isso, quase nove entre dez empresas estão, na prática, impedidas de obter certidões negativas de débito,
documento que, além de valer para a nota de crédito das empresas no mercado financeiro, é necessário para
a obtenção de linhas de financiamento em instituições de fomento, como o BNDES, bancos públicos ou
para participar de licitações e concorrências, públicas ou privadas.
O estudo da FGV-SP foi encomendado pelo Instituto Brasileiro de Certificação e Monitoramento (Ibracem).
Aplicado a uma base de 2.550 empresas, traz o duro retrato de como estava a situação fiscal e contábil dos
empreendimentos de diferentes portes e segmentos. Os dados foram coletados ao longo de duas semanas
em fevereiro de 2016 e atualizados em outras duas semanas em fevereiro de 2017. A margem de erro,
segundo os coordenadores, é de 1,94%, para cima ou para baixo.
“Os resultados dos levantamentos de 2016 e 2017 são praticamente idênticos, com 85,84% em 2017 e 86%
em 2016. O fato revela que, possivelmente, a maioria dos empresários não acompanha e não tem
conhecimento da situação de regularidade de suas empresas”, diz Julio Botelho, diretor de contabilidade do
Ibracem.
Sobrevivência
O estudo não explora os tipos de irregularidades, tornando impossível apontar o que é de natureza tributária
ou de obrigações contábeis. Na opinião do economista Robson Gonçalves, da FGV-SP, a explicação vai
além da capacidade de quitar os 92 impostos, taxas e contribuições vigentes no País.
“Não podemos descartar a recessão, que faz com que a empresa deixe de pagar impostos para financiar sua
sobrevivência. Mas tem também o volume de responsabilidades acessórias, de documentos e taxas que é
bastante alto e representa um custo importante para o empresário”, diz.
Na avaliação do advogado tributarista e presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco),
Hamilton Dias de Souza, é praticamente impossível manter uma empresa 100% regularizada o tempo todo
no Brasil. “O que eu vejo é um profundo desequilíbrio da relação entre o Fisco e o contribuinte”, diz ele,
que aponta três grandes causas para o baixo índice de negócios enquadrados dentro da legislação brasileira.
“Para começar, o sistema tributário cria problemas de interpretações enormes. Depois, há a quantidade
absurda de tributos. Por fim, uma visão fiscal que não é isenta. A fiscalização, principalmente federal, é
quase que orientada para encontrar defeitos e multar a empresa”, diz.
Fonte: Época Negócios
Receita mira “padrão ostentação” para
identificar sonegadores.
15 de março de 2017
Ostentar um padrão de vida para amigos e familiares nas redes sociais e declarar outro no Imposto de Renda
pode sair caro para o contribuinte, e a Receita Federal tem reforçado cada vez mais a fiscalização em sites
e redes sociais em busca dessas inconsistências financeiras.
As informações obtidas online viram ponto de partida para uma investigação mais detalhada dos auditores,
afirma Flavio Vilela, coordenador-geral de Fiscalização da Receita. “A gente usa a internet como subsídio.
Toda fiscalização é feita com base numa análise de risco, a partir de um algoritmo que varre a internet com
palavras-chave e vincula um determinado perfil a critérios já programados,” explica.
Com esse mapeamento, a Receita consegue identificar casos de “laranjas” usados por empresas para
sonegação. “A gente fiscaliza uma empresa e vê que o nome que está no contrato social não tem capacidade
financeira ou conhecimento para ser sócio. O dono de uma empresa com faturamento de R$ 100 milhões no
ano e que posta foto de churrasco da favela. É dono da empresa? Não. Aí vamos atrás de quem é o dono, a
partir dos contatos dessa pessoa”, afirma.
Esse cruzamento de informações é feito tanto em redes sociais quanto a partir de dados on-line disponíveis
em cartórios, diz. “Consigo pegar um laranja que não tinha qualquer vínculo com a empresa, porque
colocamos essas pessoas numa grade de relacionamento. Montamos uma relação passando por cinco, seis
pessoas”.
Esses dados vão ser reunidos e alimentam o processo formal de busca de provas contra o contribuinte que
está ocultando informações. Depois que é feito o vínculo entre o patrimônio e a pessoa, a Receita tem base
para fazer o lançamento tributário e cobrar eventuais impostos que tenham sido sonegados.
Segundo Vilela, o contribuinte não precisa se preocupar com o que posta nas redes sociais. “A única questão
é declarar corretamente. Se declarar corretamente, pode fazer o que quiser na internet,” ressalta.
Omitir as informações pode sair caro para o contribuinte. Segundo Bianca Xavier, especialista em Imposto
de Renda e sócia do setor tributário no Siqueira Castro Advogados, a multa é de 75% do imposto devido,
além da cobrança de 27,5% de IR sobre o bem.
Se a Receita entender que houve fraude, a multa pode chegar a 150% do imposto devido, além dos 27,5%
de IR.
Fonte: Valor Econômico
Receita Federal Usa Redes Sociais Para Garantir
Execução Fiscal Contra Contribuintes
16/03/2017 Portal Tributário
A Receita Federal utiliza informações de redes sociais de forma rotineira na análise e seleção de
contribuintes para fins de fiscalização. Na execução da fiscalização é muito comum que o Auditor-Fiscal
analise as redes sociais para identificar bens e possíveis interpostas pessoas (laranjas) nos relacionamentos
do contribuinte fiscalizado.
Já na área de seleção e programação da ação fiscal, a Receita Federal está utilizando modelos de inteligência
artificial que realizam buscas na internet e incluem essas informações dentre os parâmetros para seleção do
contribuinte para fiscalização (malha).
As informações de redes sociais são indícios que se somam aos diversos outros cruzamentos que os
Auditores-Fiscais realizam, como informações bancárias, cartórios, veículos, declarações de fontes
pagadoras, profissionais de saúde, aluguéis etc. Trata-se de cruzamento de informações que se aperfeiçoa a
cada dia com a retroalimentação dos sistemas com a experiência dos Auditores-Fiscais, bem como com a
própria evolução da tecnologia.
Como informado, trata-se de mais um indício a compor o vasto conjunto de informações que a Receita
Federal dispõe para cruzamento. Estima-se que as informações de redes sociais já tenham contribuído com
subsídios para o lançamento ou atribuição de responsabilidade tributária a mais de 2.000 contribuintes, com
valor sonegado na ordem de R$ 1 bilhão de reais.
A identificação do real proprietário e dos bens são fundamentais para que os lançamentos tributários tenham
a garantia de que serão pagos, pois estarão garantidos com os patrimônios bloqueados.
A título de exemplo, cita-se algumas situações nas quais as redes sociais foram utilizadas na execução das
fiscalizações:
Durante a fiscalização foi identificado que o proprietário registrado no contrato social era uma
interposta pessoa (laranja), entretanto tanto o laranja como o suposto real proprietário negavam
possuir qualquer vínculo. Em pesquisas nas redes sociais foram identificadas fotos do laranja com o
real proprietário da empresa, demonstrando seu vínculo;
Caso em que filho de contribuinte fala sobre viagens caras e bens do pai que serviram de subsídio
para fiscalização e garantia dos Créditos Tributários;
Pelas redes sociais os Auditores-Fiscais identificam amigos, com quem o contribuinte se relaciona,
permitindo a inclusão dos amigos nas pesquisas de grafo de relacionamentos, que facilitam a busca
de laranjas e transferências patrimoniais;
Durante a fiscalização foi identificado que o proprietário registrado no contrato social era uma
interposta pessoa (laranja). Em redes sociais, verificou-se que o laranja “dono de empresa” que
faturava 100 milhões por ano, postava fotos de “churrasco na laje”, demonstrado incompatibilidade
de sua situação de proprietário daquela empresa;
Situação em que o contribuinte assume em redes sociais ser proprietário de empresa que não está em
seu nome;
Situação em que um motorista afirmando prestar serviço para proprietário de empresa que não
aparece no quadro societário constante nos registros;
Caso de estrangeiro que tinha empresa em nome de laranja. Encontrado o nome da pessoa no site da
família que informava que o pai fez acordo com governo de seu país para não ser preso, mas que os
bens estavam em nome da mãe. Com isso, bloqueou-se os bens que estavam registrados em nome
da mãe;
Vídeo encontrado no Youtube de festa de fim de ano da empresa em que o real proprietário se dirige
aos funcionários, sendo que para Receita Federal ele se apresentava com vendedor da empresa. Esse
vídeo passou a constar como um dos elementos de prova no processo de lançamento do auto de
infração para caracterizar a pessoa com real proprietário da empresa.
Fonte: Receita Federal – 14/03/2017 – Adaptado pelo Guia Trabalhista
Governo teme que decisão sobre PIS/Cofins afete
outros tributos
Contribuinte questiona uso do ISS na base de cálculo do imposto
federal
por Martha Beck
17/03/2017 4:30
Conta. Sessão em que STF decidiu que ICMS não deve entrar no cálculo. Se o mesmo valer para ISS,
rombo será maior - Ailton de Freitas / Ailton Freitas/15-3-2017
BRASÍLIA - Depois de sair derrotada no julgamento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu
que o ICMS não deve fazer parte da base de cálculo do PIS/Cofins, a União teme agora que o mesmo
ocorra com o ISS (Imposto sobre Serviços). O tributo municipal também compõe a base de cálculo das
duas contribuições federais, e já existe na Corte, presidida pela ministra Cármen Lúcia, uma ação na qual
um contribuinte pede sua exclusão. Caso isso ocorra, a perda para os cofres públicos será ainda maior.
Somente a retirada do ICMS vai provocar uma queda entre R$ 25 bilhões e R$ 35 bilhões na arrecadação.
No caso do ISS, a alíquota é menor. Enquanto a do ICMS chega a 18% nos estados, podendo ser ainda
maior em casos pontuais, no tributo municipal ela é de, no máximo, 5%. Isso significa que o impacto
negativo nas receitas será inferior. Para compensar os efeitos da decisão sobre o ICMS, a equipe
econômica já prepara uma medida provisória (MP) que aumenta a alíquota do PIS/Cofins. Os técnicos
ainda não fizeram simulações para o ISS.
Um recurso apresentado pela Viação Alvorada, que está no STF desde 2008, apresenta os mesmos
argumentos do ICMS para o ISS: “O mesmo raciocínio aplicado à exclusão do ICMS da base de cálculo
do PIS/Cofins também é cabível para excluir o ISS da base de cálculo desses dois tributos”, diz um trecho
da ação. O advogado Rodrigo Brunelli, sócio do Ulhôa Canto Advogados, explica que tanto ICMS quanto
ISS são impostos indiretos que as empresas são obrigadas a incluir na base do PIS/Cofins para facilitar a
administração tributária. Mas, como não são ônus dos empresários, não deveriam ser cobrados dessa
forma.
RISCO DE EMPRESAS QUEBRAREM
Brunelli afirma que as empresas estão atentas ao risco de o governo aumentar a carga tributária do
PIS/Cofins para compensar a perda de arrecadação, mas que é melhor que a regra seja justa. Ele destaca,
no entanto, que, se a calibragem for muito alta, isso pode acabar provocando perdas ainda maiores para os
cofres públicos:
— Não adianta subir demais alíquotas num momento em que as empresas estão em dificuldades
financeiras. Se elas não conseguirem pagar vão quebrar — diz Brunelli.
A decisão sobre o julgamento do ISS está nas mãos do ministro Celso de Mello. Ele é o relator do recurso
da Viação Alvorada e já decidiu que só vai levar o tema a julgamento depois que o STF apreciar uma
outra ação, também de sua relatoria, que trata do ICMS.
O que deve acontecer no Supremo nas próximas semanas é a avaliação de recurso da União ao julgamento
já ocorrido. Nele, o governo vai pedir para que a mudança no PIS/Cofins só valha a partir de janeiro de
2018. Isso reduziria o impacto para os cofres públicos.
PEDIDO DA UNIÃO EM XEQUE
Contudo, técnicos do governo e tributaristas avaliam que é pouco provável que os ministros aceitem o
pedido da União. O advogado Ronaldo Redenschi, sócio do escritório Vinhas e Redenschi, lembra que a
Corte já entendeu que essa fórmula de cálculo do PIS/Cofins é inconstitucional e, portanto, não poderia
aceitar que a regra continue valendo até o fim do ano.
— Isso enfraquece a própria decisão do STF. Se a regra é inconstitucional, ela não pode valer
temporariamente. Isso não tem precedentes no Supremo. O que o tribunal já fez outras vezes foi entender
que a mudança deve passar a valer a partir da conclusão do julgamento — explicou Redenschi.
De acordo com José Augusto Fernandes, diretor de Políticas Estratégicas da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), já houve decisão pela exclusão do ISS da base do PIS/Cofins no Tribunal Regional da 3ª
Região.
— O fato é que a prática do sistema tributário de incidir tributos sobre outros tributos e sobre eles próprios
passará cada vez mais a ser questionada. Nós temos uma profusão de incidências tributárias em cascata no
nosso sistema. Por exemplo, o ICMS, que agora será excluído da base de cálculo do PIS/Cofins, continua
tendo na sua base de cálculo o PIS/Cofins e o próprio ICMS — afirmou ele.
META DE 2018 NA BERLINDA
De acordo com os técnicos da equipe econômica, o debate do STF servirá para acelerar a reforma do
PIS/Cofins que o governo do presidente Michel Temer quer colocar em prática. Eles afirmam que o
governo deve aproveitar o momento para discutir logo uma mudança na estrutura desses tributos. A ideia
de reforma em estudo no governo é que os dois sejam unificados, e as alíquotas, revisadas para cima. Para
compensar esse aumento, seria criado um sistema de abatimento de créditos pelo qual as empresas
poderiam descontar todas as compras de insumos dos impostos pagos.
A decisão do STF veio num momento delicado, em que a equipe econômica tem dificuldades para fechar
as contas de 2017. Os técnicos afirmam que o cumprimento da meta fiscal desse ano, de um déficit
primário de R$ 139 bilhões, ou 2% do Produto Interno Bruto (PIB), já seria um desafio por si só.
Com a arrecadação ainda patinando por causa da recessão, o governo tem hoje um rombo de R$ 65
bilhões para cobrir. Por isso, vai anunciar na semana que vem um contingenciamento de despesas. Como
não quer apertar demais o cinto e paralisar os investimentos, havia o plano de apresentar algumas
elevações pontuais de tributos regulatórios, como IOF, para reforçar o caixa e garantir o resultado.
Também está no radar o aumento do próprio PIS/Cofins sobre combustíveis para garantir receitas
adicionais.
No entanto, o quadro se agravou agora. Não será qualquer tributo que terá condições de compensar uma
perda anual de até R$ 35 bilhões. Isso pode afetar não apenas o cumprimento da meta fiscal de 2017, mas
também a de 2018, que é de um déficit de R$ 79 bilhões, ou 1,1% do PIB.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/governo-teme-que-decisao-sobre-
piscofins-afete-outros-tributos-21075246#ixzz4bmgXdCzV
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Governo deve elevar PIS/Cofins para compensar decisão
Posted by IPECONT on março 18th, 2017
O governo acredita que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de retirar o ICMS da base de cálculo
de cobrança do PIS/Cofins não deve provocar impacto imediato significativo nas contas públicas. Se houver
algum neste ano, avaliam os técnicos, será pequeno.
De qualquer forma, a equipe econômica já analisa nova legislação para compensar a perda de arrecadação
gerada pela medida, estimada em R$ 20 bilhões por ano. O momento do envio de um projeto de lei ou MP
elevando a alíquota do PIS/Cofins para repor as perdas ainda será decidido.
O mercado já espera uma nova legislação, aponta o economista-chefe da 4E Consultoria, Juan Jensen. Para
ele, é difícil estimar o impacto da medida, mas é fato que a decisão, que não estava no radar, torna o quadro
fiscal mais desafiador, já que deve exigir mudanças tributárias para compensar a redução da arrecadação.
“O aumento da alíquota, no entanto, não seria elevação de carga tributária, já que teríamos um percentual
maior incidindo sobre um preço menor”, afirma.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, minimizou o impacto e disse acreditar que a perda de
arrecadação por causa de derrota no STF será menor do que as cifras publicadas, embora o governo tenha
divulgado o cálculo de R$ 20 bilhões. “Podemos afirmar que a perda de arrecadação será sensivelmente
menor do que tem sido publicado”.
A União vai recorrer da decisão, com pedidos de embargo. Dessa forma, explica uma fonte da área
econômica, sem o trânsito em julgado, o entendimento é que a decisão do Supremo não poderá ser aplicada
imediatamente. O tempo de análise não está no controle do governo, e sim do STF, mas pode demorar de
meses a anos.
Os embargos apresentados deverão pedir a chamada “modulação” dos efeitos, que visa atenuar os impactos
da decisão da Corte. Um desses recursos busca evitar o pagamento do passivo nos últimos cinco anos para
quem não entrou na Justiça. Outro, com pouca chance de vingar, tenta impedir a aplicação da decisão para
quem tem ações em curso. Além disso, outra iniciativa visa garantir um tempo para a União apresentar a
nova legislação, que valesse a partir de 2018. O pedido considera a necessidade da noventena (prazo de 90
dias) para que o PIS/Cofins com alíquotas mais altas vigore.
Ainda que não tenha efeitos imediatos, a decisão do Supremo complica o cenário fiscal do governo e
tumultua a gestão da economia em um momento no qual já se avaliava a necessidade de aumentar impostos
ou rever desonerações para cumprir a meta fiscal.
Um risco é que contribuintes se movimentem mesmo sem o julgamento e já parem de recolher na forma
antiga, antecipando o impacto fiscal. Segundo a sócia do escritório De Vivo, Whitaker e Castro Advogados,
Vanessa Cardoso, essa percepção está crescendo e, baseada no novo Código de Processo Civil, permitiria
que contribuintes já agissem com base no novo entendimento assim que o acórdão fosse publicado.
Ela, contudo, não recomenda esse caminho, pois pode gerar dificuldades com a Receita, e diz que o ideal é
esperar realmente o trânsito em julgado, após os embargos. Vanessa admite que o processo pode demorar.
Outro problema para o governo, explica a advogada, é que o entendimento pode acabar afetando questões
semelhantes em disputa, como a inclusão do ISS na base de cálculo do PIS/Cofins e do ISS e ICMS na base
da contribuição previdenciária.
Julio de Oliveira, sócio do Machado Associados, diz que a decisão do STF deve beneficiar mais segmentos
com alíquotas maiores do imposto estadual, como combustíveis, telecomunicações e energia. Produtos
básicos, como alimentos, geralmente possuem alíquotas mais baixas e terão uma redução proporcionalmente
menor na base de cálculo.
Para Maurício Oreng, do Rabobank, o governo não tem espaço fiscal para absorver essa decisão. “A
tendência é recompor a arrecadação com elevação da alíquota de PIS/Cofins”. Ele avalia que ainda há muita
incerteza sobre o período a partir do qual valeria a decisão do STF, mas seu cenário contempla que a decisão
seja válida apenas para 2018. “Não contei com esse esqueleto no meu cenário”, diz. (Colaborou Assis
Moreira, de Frankfurt)
Via site SETECO
Postado em 17/03/2017 - Fonte: DCI - SP
Muito além do PIS e da Cofins
Decisão do Supremo nesta semana deve ser estendida para outros tributos
Anteontem (15), o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento do Recurso Extraordinário
574.706, no qual se discute a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, encerrando uma
discussão que se estendia por décadas com uma importante vitória para os contribuintes.
Por maioria de votos (seis a quatro), o STF afirmou ser indevida a inclusão da parcela relativa ao ICMS na
base de cálculo do PIS e da COFINS, na medida em que tal parcela não apresenta características essenciais
para que determinado ingresso possa ser considerado receita, como a potencial capacidade de contribuir
positivamente para o resultado do contribuinte e a definitividade. Votaram a favor dos contribuintes os
ministros Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello.
Os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram contra os
contribuintes.
Como a matéria teve sua repercussão geral reconhecida, a decisão proferida no julgamento deverá ser
aplicada aos demais processos que tratem da mesma matéria, tanto na esfera judicial como na esfera
administrativa. A tese fixada para fins de repercussão geral foi a seguinte: "O ICMS não compõe a base de
cálculo para fins de incidência do PIS e da Cofins".
O mesmo entendimento adotado pelo STF em relação ao ICMS deverá ser aplicado ao Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), na medida em que também esse imposto não apresenta as
características que o Supremo considerou serem essenciais para que se esteja diante de uma receita. A
matéria relativa à inclusão do ISSQN na base de cálculo do PIS e da Cofins teve sua repercussão geral
reconhecida no Recurso Extraordinário 592.616, relatado por Celso de Mello, e ainda não foi julgado.
Mas as repercussões do julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso
Extraordinário 574.706 não se limitam ao PIS e à Cofins. Isso porque outras contribuições adotam o
faturamento ou a receita bruta como base de cálculo.
Esse é o caso, por exemplo, da contribuição previdenciária devida pelas agroindústrias, cuja base de cálculo,
de acordo com o artigo 22-A da Lei 8.212/1991 corresponde ao "valor da receita bruta proveniente da
comercialização da produção". É o caso, igualmente, da denominada Contribuição Previdenciária sobre a
Receita Bruta, devida por construtoras, empresas de transporte, empresas hoteleiras e empresas do setor de
informática e processamento de dados, entre outras, que constitui a contribuição "incidente sobre a receita
ou o faturamento" instituída para substituir a contribuição previdenciária incidente sobre a folha de salários
e demais rendimentos do trabalho, de acordo com a previsão do parágrafo 13 do artigo 195 da Constituição
Federal, e cuja base de cálculo é "o valor da receita bruta", nos termos do artigo 7º da Lei 12.546/2007.
Na medida em que tais contribuições também possuem como base de cálculo a receita bruta, as mesmas
razões que levaram o Supremo Tribunal Federal a afastar a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e
da Cofins poderão ser manejadas para se sustentar que também elas não podem ser cobradas sobre os valores
relativos ao ICMS e ao ISSQN.
Enfim, o encerramento da discussão relativa à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins abre
uma porta para novas discussões.
Henry Gonçalves Lummertz, Advogado do escritório Souto Correa
EFD-Reinf – Receita Federal institui a Escrituração Fiscal
Digital de Retenções
A Receita Federal institui a Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf), mais uma
obrigação da plataforma Sped, que será exigida a partir de 2018 das pessoas físicas e jurídicas
A Receita Federal, por meio da Instrução Normativa nº 1.701, publicada no Diário Oficial da União desta
quinta-feira, 16 de março de 2017, instituiu a Institui a Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras
Informações Fiscais (EFD-Reinf).
A EFD-Reinf deverá ser transmitida ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e será considerada
válida após a confirmação de recebimento e validação do conteúdo dos arquivos que a contém.
EFD-Reinf – obrigatoriedade
Ficam obrigados a adotar a EFD-Reinf os seguintes contribuintes:
I – pessoas jurídicas que prestam e que contratam serviços realizados mediante cessão de mão de obra nos
termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;
II – pessoas jurídicas responsáveis pela retenção da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
III – pessoas jurídicas optantes pelo recolhimento da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta
(CPRB);
IV – produtor rural pessoa jurídica e agroindústria quando sujeitos a contribuição previdenciária substitutiva
sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural nos termos do art. 25 da Lei nº 8.870,
de 15 de abril de 1994, na redação dada pela Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001 e do art. 22A da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991, inserido pela Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001, respectivamente;
V – associações desportivas que mantenham equipe de futebol profissional que tenham recebido valores a
título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de
espetáculos desportivos;
VI – empresa ou entidade patrocinadora que tenha destinado recursos a associação desportiva que mantenha
equipe de futebol profissional a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade,
propaganda e transmissão de espetáculos desportivos;
VII – entidades promotoras de eventos desportivos realizados em território nacional, em qualquer
modalidade desportiva, dos quais participe ao menos 1 (uma) associação desportiva que mantenha equipe
de futebol profissional; e
VIII – pessoas jurídicas e físicas que pagaram ou creditaram rendimentos sobre os quais haja retenção do
Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), por si ou como representantes de terceiros.
EFD-Reinf – Cronograma de exigibilidade começa em 2018
A obrigação EFD-Reinf deverá ser entregue:
I – a partir de 1º de janeiro de 2018, caso o faturamento da pessoa jurídica no ano de 2016 tenha sido
superior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais); ou
II – a partir de 1º de julho de 2018, caso o faturamento da pessoa jurídica no ano de 2016 tenha sido de
até R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais).
Quanto às microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional (Lei Complementar
nº 123/2006), o cronograma vai depender de ato específico do Comitê Gestor do Simples Nacional. Que
estabelecerá condições especiais para cumprimento desta obrigação.
EFD-Reinf – prazo de transmissão
A EFD-Reinf será transmitida ao Sped mensalmente até o dia 20 do mês subsequente ao que se refira a
escrituração, exceto as entidades promotoras de espetáculos desportivos, que deverão transmitir as
informações relacionadas ao evento no prazo de até 2 (dois) dias úteis após a sua realização.
Consulte aqui integra da Instrução Normativa nº 1.701/2017.
Fonte: Siga o Fisco via Jornal Contábil via José Adriano
Foi publicada no Diário Oficial da União do dia 17 de março de
2017 a Instrução Normativa RFB nº 1.701 que estabelece a
obrigatoriedade à EFD-Reinf.
17 de março de 2017 | Escrito por Quirius
Ficam obrigados a adotar a EFD-Reinf os seguintes contribuintes:
Pessoas jurídicas que prestam e que contratam serviços realizados mediante cessão de mão de
obra;
Pessoas jurídicas responsáveis pela retenção da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL);
Pessoas jurídicas optantes pelo recolhimento da CPRB;
Produtor rural pessoa jurídica e agroindústria quando sujeitos a contribuição previdenciária
substitutiva sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural;
Associações desportivas que mantenham equipe de futebol profissional que tenham recebido
valores a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda
e transmissão de espetáculos desportivos;
Empresa ou entidade patrocinadora que tenha destinado recursos a associação desportiva que
mantenha equipe de futebol profissional a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e
símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos;
Entidades promotoras de eventos desportivos realizados em território nacional, em qualquer
modalidade desportiva, dos quais participe ao menos uma associação desportiva que mantenha
equipe de futebol profissional; e
Pessoas jurídicas e físicas que pagaram ou creditaram rendimentos sobre os quais haja retenção do
Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), por si ou como representantes de terceiros.
A obrigatoriedade de envio da EFD-Reinf será:
1. A partir de 1º de janeiro de 2018, caso o faturamento da pessoa jurídica no ano de 2016
tenha sido superior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais); ou
2. A partir de 1º de julho de 2018, caso o faturamento da pessoa jurídica no ano de 2016 tenha
sido de até R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais).
MAS VOCÊ SABE O QUE É A EFD-REINF?
A Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária Substituída
(EFD-Reinf) é o módulo mais recente lançado no Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e vem
sendo construído para complementar o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).
Com a EFD-Reinf serão disponibilizadas às empresas alguns programas e ferramentas para integração de
seus sistemas de informática diretamente com os servidores da Receita Federal, sem que haja a
necessidade de intermediação de Programas Geradores de Declaração.
Antecipadamente, a Receita Federal do Brasil (RFB) já liberou um Leiaute em versão beta, que
posteriormente será alterada por versões melhoradas, e que tem dois principais objetivos:
1. Fomentar a construção coletiva do SPED; e
2. Dar oportunidade para que as empresas se preparem gradualmente para adaptar seus sistemas à
essa nova obrigação acessória.
Dessa forma, os contribuintes já podem se antecipar quanto as manutenções que serão necessárias para
que seus sistemas consigam atender as exigências dessa nova obrigação acessória.
QUAIS INFORMAÇÕES ESTÃO CONTEMPLADAS PELA EFD-REINF?
A EFD-Reinf contemplará informações que hoje são transmitidas pela Declaração de Imposto de Renda
Retido na Fonte (DIRF) e Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP)
As informações da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), que hoje são prestadas
pelos contribuintes na EFD-Contribuições, também passarão a ser prestadas na EFD-Reinf.
Dentre as informações prestadas através da EFD-Reinf, destacam-se aquelas associadas:
Aos serviços tomados e/ou prestados mediante cessão de mão de obra ou empreitada;
Às retenções na fonte de IR, CSLL, COFINS e PIS/Pasep incidentes sobre os pagamentos diversos
efetuados a pessoas físicas e jurídicas;
Aos recursos recebidos por / repassados para associação desportiva que mantenha equipe de
futebol profissional;
À comercialização da produção e à apuração da contribuição previdenciária substituída pelas
agroindústrias e demais produtores rurais pessoa jurídica;
Às empresas que se sujeitam à CPRB; e
Às entidades promotoras de evento que envolva associação desportiva que mantenha clube de
futebol profissional.
Em conjunto com o eSocial, a EFD-Reinf vem com o intuito de substituir diversas obrigações acessórias
impostas aos contribuintes e empregadores, tais como a DIRF, a GFIP, a Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), essas duas últimas
instituídas pelo Ministério do Trabalho.
ANTECIPE-SE!
Os contribuintes que possuem retenções na fonte conhecem muito bem a complexidade de controlar estes
valores. Os principais problemas relatados pelas empresas estão listados nesse artigo: EFD-REINF – Irá
ajudar no controle de retenções
Como dito anteriormente, a RFB já publicou uma versão Beta do leiaute da EFD-Reinf, com o objetivo de
dar oportunidade aos contribuintes de se anteciparem quanto às manutenções necessárias para que seus
sistemas consigam gerar as informações exigidas nessa nova obrigação acessória.
Então, é importante que você já comece a analisar as mudanças que serão necessárias no seu sistema e nos
procedimentos internos. Assim, a medida que o Fisco liberar as versões oficiais, você já terá percorrido a
maior parte do caminho em direção à busca das informações corretas a serem enviadas pela EFD-Reinf.
Fonte: http://www.quirius.com.br/
Publicados os Leiautes e Esquemas XSD da EFD-
Reinf versão 1.0
Postado por José Adriano em 16 março 2017 às 21:32
Publicados em Downloads da EFD-Reinf os Leiautes e Esquemas XSD da EFD-Reinf versão 1.0
http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/2158
Postado em 17/03/2017 - Fonte: DCI - SP
Acerto de contas com o fisco está no radar
O novo Programa de Regularização Tributária (PRT) deve ser analisado com rigor prévio
O governo instituiu o Programa de Regularização Tributária (PRT). Com essa possibilidade, o fisco abre
uma oportunidade bastante interessante para os contribuintes que buscam regularizar suas pendências
tributárias federais sob competência da Receita Federal e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional
(PGFN), sejam elas de pessoas físicas ou jurídicas.
O programa prevê o parcelamento do débito em até 120 meses, sendo que o contribuinte poderá escolher
dentre quatro modelos de pagamento: pagamento à vista de no mínimo 20% da dívida consolidada e o
restante através da utilização de créditos de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL ou qualquer
imposto; pagamento em 24 vezes de, no mínimo, 24% da dívida consolidada e o restante através da
utilização de créditos de prejuízo fiscal; pagamento à vista de 20% e o restante através do parcelamento em
até 96 meses; e parcelamento integral da dívida consolidada em 120 vezes.
Os contribuintes que resolverem aderir ao programa deverão optar pela modalidade de pagamento quando
da inscrição junto ao e-CAC (sistema da Receita Federal), dentro do período estipulado até 31 de maio de
2017.
Analisando tais características, fica claro que esse programa foge dos modelos tradicionalmente adotados
pelo governo em programas de parcelamentos passados, principalmente em relação a pontos como a
possibilidade de utilização de créditos decorrentes de prejuízo fiscal; a possibilidade de utilização de
créditos tributários federais oriundos da quitação dos débitos; os débitos incluídos no PRT não poderão ser
parcelados novamente em futuros programas, dentre outros aspectos.
Fica claro que esta é uma medida do governo para tentar estimular as empresas que se encontram em difícil
situação econômica. Isto porque a adesão ao PRT pode representar um grande alívio ao caixa das empresas.
Contudo, a inscrição no programa deve ser analisada com cuidado e bastante rigor, já que, ao contrário dos
programas de parcelamento anteriores, não poderá haverá redução de multa ou juros e não poderá ser feito
novo parcelamento no futuro.
Se bem planejado e estruturado, a adesão PRT pode representar uma manobra financeira interessante para
as empresas brasileiras.
Sylvio César Afonso, Advogado, contabilista e auditor pelo IBRACON
Receita Federal alerta sobre os erros mais comuns
cometidos na Dirpf
IRPF 2017
Omissão de rendimentos é o principal motivo de malha fina
publicado: 16/03/2017 17h38 última modificação: 17/03/2017 08h56
A Receita Federal destaca alguns erros frequentes cometidos por contribuintes no preenchimento da
Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF) e os modos de regularizar
a situação.
1 - Omissão de rendimentos do titular, em especial de uma segunda fonte, tais como honorários, alugueis e
palestras.
2 - Omissão de rendimentos de dependente.
3 - Informação de valor de imposto de renda retido na fonte maior do que o que consta na declaração do
empregador.
4 - Dependentes que não preenchem as condições, em especial por contarem de outra declaração ou terem
apresentado declaração em seu nome.
5 - Despesas médicas não realizadas, de titular e de dependentes e ainda de não dependentes relativas a
consultas, Planos de Saúde e Clínicas.
6 - Contribuições de empregadas domésticas não realizadas.
Ressalte-se que tais erros nem sempre significam má fé e que o contribuinte pode verificar a pendência no
extrato do IRPF no sítio da Receita Federal na Internet, antes mesmo de ser intimado pelo órgão, e corrigir
eventual engano na declaração para cumprir corretamente sua obrigação.
Balanço da entrega das declarações do IRPF
Até hoje (16/3) às 17 horas, 3.457.439 declarações foram recebidas pelos sistemas da Receita. De acordo
com o supervisor nacional do IR, auditor-fiscal Joaquim Adir, a expectativa é de que 28,3 milhões de
contribuintes entreguem a declaração. O prazo de entrega da declaração vai até 28 de abril.
Neste ano o programa Receitanet foi incorporado ao PGD IRPF 2017, não sendo mais necessária a sua
instalação em separado.
Todas as informações sobre a declaração do IRPF 2017 estão disponíveis aqui.
Confira o Perguntão 2017
OPERAÇÃO F7: Descoberto esquema de fraude com utilização de
software de controle paralelo de vendas e administração de caixa
dois
Fiscalização
publicado: 16/03/2017 09h00 última modificação: 16/03/2017 09h14
A Receita Federal, a Secretaria da Fazenda e o Ministério Público do Estado de Santa Catarina, em
conjunto com a Polícia Civil/DEIC e o Instituto Geral de Perícias da Secretaria de Estado da Segurança
Pública de Santa Catarina, deflagraram nesta quinta-feira (16/3) a Operação F7 para desarticular esquema
de utilização de software de controle paralelo de vendas.
Estão sendo cumpridos 18 (dezoito) mandados de busca e apreensão e 10 (dez) mandados de prisão em
cidades localizadas nos Estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Participam das ações 76 policiais
civis, 2 peritos criminais e 15 auditores-fiscais dos Estados envolvidos, além de 3 auditores-fiscais e
analistas-tributários da Receita Federal.
Os órgãos envolvidos investigam há dezoito meses organização criminosa responsável pelo
desenvolvimento de um software ERP (responsável pela gestão de operações e recursos de uma empresa),
em que um dos módulos é capaz de controlar vendas com ou sem a emissão de notas fiscais ou em
quantidade e valores inferiores aos realmente faturados. As empresas clientes estariam sendo beneficiadas
pelo esquema com os controles gerenciais, feitos sem a emissão de notas fiscais e sem o respectivo
pagamento dos tributos devidos, o que prejudica a livre concorrência com aqueles que cumprem suas
obrigações tributárias.
No decorrer das investigações foram confirmados os indícios de uso do software para o controle de vendas
sem emissão de documentos fiscais, inclusive com apuração do pagamento de comissões. No
cumprimento das medidas judiciais que estão em curso hoje são procuradas evidências adicionais do uso
da ferramenta por empresas beneficiárias do esquema, as quais subsidiarão futuras ações fiscais a serem
empreendidas.
Estima-se que a sonegação fiscal propiciada pela utilização do software possa alcançar a cifra de R$ 1
bilhão, a partir da comparação da movimentação financeira com o faturamento declarado por empresas
investigadas.
ORIGEM DO NOME
Para acionar os controles de vendas sem a emissão de documento fiscal, o software foi desenvolvido para
que a aparência fosse de regularidade e apenas quem detivesse o conhecimento da fraude pudesse acessar
os registros paralelos. E esse acesso era efetuado pela tecla “F7” do teclado dos computadores.
COLETIVA À IMPRENSA
Representante da Receita Federal participará de entrevista coletiva à imprensa na próxima sexta-feira
(17/3) na sede da DEIC (Rua Tijucas, 92, Estreito – Florianópolis - SC), onde serão passadas outras
informações relativas à operação.
BEPS - Pacote tributário da OCDE ainda causa
insegurança
Postado por José Adriano em 17 março 2017 às 9:55
O Brasil ainda não definiu se adotará integralmente o plano de combate à evasão fiscal promovido pela
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para especialistas, isso aumenta a
insegurança jurídica e prejudica os investimentos no País.
De acordo com o sócio da área tributária do Siqueira Castro Advogados, Daniel Clarcke, as empresas
ainda não sabem como o Brasil vai disciplinar o programa. "Em 2013 [no lançamento do programa], ainda
havia margem para discussão. Mas agora a OCDE aprovou suas orientações e ficou uma situação de
incerteza, porque os países vão ter que incorporar essas ações em suas leis", diz.
O Plano de Erosão de base e Transferência de Lucros (Beps, na sigla em inglês) prevê 15 medidas que
tentam manter a tributação das empresas coerente com o local de origem e de atuação delas. Um dos
objetivos do programa é evitar que empresas se insiram em outros países apenas para aproveitarem
benefícios fiscais. "O Google colocou dados na Irlanda para não ser tributado nos Estados Unidos, sendo
que não existia consistência na operação na Irlanda. É esse tipo de atitude que o plano da OCDE pretende
evitar", aponta o sócio do segmento tributário do Fraga, Bekierman e Cristiano Advogados, Roberto
Bekierman.
Clarcke ressalta que algumas ações já saíram do papel ou estão em vias de adoção pelo Brasil, mas
questões como a tributação na economia digital, a caracterização de Estabelecimento Permanente e a
análise de acordos de bitributação ainda estão muito atrasadas. na visão dele, tudo isso prejudica as
decisões de investimento do empresário brasileiro. "No Brasil a insegurança é maior, porque não seguimos
totalmente as regras da OCDE sobre tributação internacional", observa.
De acordo com especialistas, a atual crise econômica piora a situação do País, visto que as companhias
ainda estão cautelosas em fazer grandes projetos nacionais, e com a insegurança jurídica que gira em torno
do Beps, mesmo os investimentos externos se tornam incertos.
"O custo de compliance das empresas com atuação internacional vai aumentar por causa das obrigações
acessórias. As multinacionais tanto daqui como do exterior vão ter que se concentrar apenas em negócios
apoiados em razões comerciais válidas", avalia Clarcke.
Os próprios acordos de bitributação que o País tem com 33 nações estão ameaçados, na opinião de
Roberto Bekierman. "A antiguidades desses contratos, aliada ao fato de não terem sido revisados ainda,
torna provável alguma modificação no futuro para que eles fiquem de acordo com o que quer a OCDE",
afirma o especialista.
Enquanto isso, o fisco dá sinais de que pretende regulamentar aos poucos as 15 ações do Beps. A
Instrução Normativa 1.681/2016 da Receita Federal, que implementa as orientações da Ação 13, por
exemplo, obriga algumas empresas a fazer um relatório anual com informações e indicadores nos países
em que tiverem presença. "Uma multinacional com controle no Brasil vai ter que trazer uma série de
informações sobre lucro ou prejuízo fiscal em cada um dos países [em que atua]. A empresa mandará isso
para o fisco, que vai trocar a informação com outros países", explica Daniel Clarcke. Como consequência
haverá um custo maior de compliance e aumentará a complexidade de algumas declarações de imposto,
acrescenta.
Mudanças
Além disso, a insegurança por causa do momento de transição para as regras do Beps não é exclusividade
daqui. Os países que fazem parte da OCDE e outros membros do G-20 (Grupo das 20 maiores economias
do mundo mais a União Europeia) que se comprometeram a adotar o plano também estão em fase de
internalizar as novas regras. "Possibilidades de investimento no exterior podem ser revistas. Uma empresa
que possui uma holding em uma jurisdição que possui uma baixa carga tributária pode perder esse
benefício fiscal", comenta Clarcke.
Segundo o sócio do Andrade Maia, Leonardo Aguirra de Andrade, a iniciativa é boa, mas alguns cuidados
precisam ser tomados. Ele cita como exemplo negativo a Medida Provisória 685/15, que tinha como
objetivo criar a declaração de planejamento tributário, objeto das recomendações da Ação 12 do Beps. A
norma causou polêmica quando foi anunciada, e acabou sendo derrubada no Congresso. Na opinião do
advogado, a MP não foi convertida em lei por conter diversas incompatibilidades com o ordenamento
jurídico brasileiro. "Muitas vezes, a importação das recomendações e critérios internacionais de maneira
acrítica, sem levar em considerar os limites e as peculiaridades do ordenamento brasileiro, é temerária"
avisa o especialista do Andrade Maia.
Para Clarcke, a confusão que foi gerada em cima da MP é uma prova da dificuldade que o País terá para
regulamentar o plano da OCDE. "O governo tentou se alinhar com a Ação 12 do Beps e não conseguiu.
Outros países já internalizaram isso", expressa.
Bekierman lembra que essa não foi a primeira vez que o governo tentou adotar uma medida contra a
evasão fiscal e encontrou resistência. "Em 2001, antes mesmo da criação do Beps, a MP 2.158 definiu que
os lucros da empresa estrangeira controlada por brasileira devem ser tributados no Brasil. Isso foi muito
disputado e teve que ser resolvido pelo Supremo [Tribunal Federal]", ressalta.
No Judiciário, a questão foi modulada e mais tarde foi convertida na Lei 12.973/2014, mas o advogado
chama atenção para o tempo que levou para que a legislação passasse a valer. "De 2001 a 2014, ficamos
com um vácuo jurídico. Isso é um risco para as ações do Beps."
Sem contrapartida
Aguirra de Andrade também critica o fato do Beps cobrar muito das empresas em termos de compliance e
transparência e deixar o governo e a Receita sem qualquer forma de contrapartida. "Há, no fundo, uma
motivação arrecadatória, o que é bastante preocupante em um cenário de crise econômica e queda de
arrecadação. Os fiscos de cada país tendem a exigir uma maior transparência por parte dos contribuintes,
mas eles próprios não são transparentes. Ou seja, trata-se de uma transparência fiscal de mão única, apenas
para o contribuinte e às custas do contribuinte", dispara.
O advogado defende que as empresas fiquem atentas às modificações promovidas pela Receita na
legislação tributária por conta do Beps. "Os empresários devem examinar se as novidades legislativas
ferem garantias constitucionais ou estão em desconformidade com as regras do Direito Tributário
brasileiro", conta ele.
Essa brecha para que as companhias entrem com processos advém da própria natureza do direito tributário
brasileiro, conforme destaca Roberto Bekierman. "O direito tributário é regido pelo princípio da
legalidade, assim como o direito penal". O especialista lembra que esse princípio garante que o
contribuinte não tenha nenhuma obrigação para além do que está escrito na lei, e reforça: instrução
normativa não possui a mesma força de uma lei.
Fonte: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços
Proposta de reforma elimina nove impostos
16 de março de 2017
A carga tributária continuará na faixa de 35% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas serão eliminados nove
impostos: ISS municipal, ISS estadual, IPI, PIS, Cofins, Cide, salário-educação, CSLL e IOF. A criação de
um novo tributo, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), em substituição ao ICMS, deverá acabar com a
guerra fiscal entre os Estados.
Esse foi o resumo da proposta de reforma tributária que tramita no Congresso Nacional. Ele foi apresentado
pelo relator da Comissão Especial da Reforma Tributária, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), em
reunião com empresários nesta segunda-feira (13), na sede da Associação Comercial do Paraná (ACP) em
Curitiba.
O tucano tem expectativa de aprovar a reforma ainda neste ano, a tempo de fazê-la vigorar em 2018. O
deputado explicou aos empresários que a proposta é semelhante ao modelo europeu, que se baseia em um
imposto “seletivo monofásico federal” sobre energia, telecomunicações, combustíveis, mineração e
transportes. E na criação do IVA Nacional, cobrado e fiscalizado pelos Estados por meio de um “super fisco
estadual”. “O novo sistema tributário ainda zeraria o imposto de comida e de remédios. Uma família que
ganha R$ 2 mil e gasta R$ 1,2 mil com esses produtos teria diminuído em 33% seus gastos. Isso reenergizaria
um país com 12 milhões de desempregados, 60 milhões de inadimplentes e cinco milhões de
subempregados”, assegura.
Nessa reengenharia tributária, o Imposto de Renda, os impostos sobre propriedade, as contribuições
previdenciárias – tanto da parte do empregado, quanto do empregador -, e os impostos de importação e
exportação não sofrem qualquer alteração. “Se começar a tributar a grande propriedade, a pessoa muda de
ativo. Não se tributa o estoque. A grande fortuna não é representativa em termos de arrecadação. O que
você precisa tributar é o fluxo”, justifica.
Hauly também disse que a proposta pretende zerar o imposto sobre a compra de máquinas e
equipamentos. “Nosso país é o único no mundo que cobra isso, na contramão do desenvolvimento”,
avalia.
Atualmente, 51% da carga tributária brasileira recai sobre bens e serviços, enquanto 18% incide sobre a
renda. Isso significa que o peso dos tributos é maior sobre os mais pobres. “Quem ganha R$ 1 mil paga R$
539 entre tributos diretos e indiretos. O sistema é injusto e na contramão do desenvolvimento, já que onera
o consumo”, critica o deputado. “É por isso que pretendemos deslocar parte da tributação sobre o
consumo para a renda”, acrescenta.
A respeito do “cabo de guerra” que se estabelece quando se discute tributos e partilha com estados e
municípios, Hauly diz confiar no bom senso diante da situação em que o País se encontra. “Todo mundo
perdeu muito com essa crise. Esse trabalho não só visa um Brasil melhor e mais justo para os brasileiros,
mas também leva em consideração que, se não for feito, vamos levar de 10 a 15 anos, ou até 20 anos, para
recuperar o que perdemos em seis anos.”
O presidente do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), José Roberto Ricken, que
acompanhou o evento, chama a atenção que as distorções criadas pelos atual sistema tributário brasileiro
inviabilizou algumas atividades econômicas como a cadeia do algodão. “As empresas de fiação pararam
com a atividade. Assim como no trigo, onde o Paraná é o maior produtor, o importado vem desonerado e
concorre conosco. Não tem lógica. Fazem partes das coisas que foram penduradas nesse cabide da tributação
brasileira”, aponta Ricken.
O Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR) avalia a proposta como positiva. “Se for
colocada em prática, trará um enorme ganho ao País”, comenta a presidente do Corecon-PR, Maria de
Fátima Miranda. “O estados precisam concordar com isso e o excesso de custo do governo também precisa
ser revisto”, acrescenta Ricken.
Fonte: Folha de Londrina
PIS/COFINS – Crédito sobre insumos
16 de março de 2017
A Receita Federal, por meio de resposta à Solução de Consulta nº 168/2017 (DOU de 14/03), esclareceu
acerca do crédito de PIS/COFINS sobre aquisição de partes e peças de reposição empregadas na manutenção
das máquinas e equipamento utilizados diretamente na produção de bens destinados à venda.
Neste caso, a Receita Federal, entende que estas partes e peças serão consideradas insumos para fins de
desconto de créditos do PIS e da Cofins, desde que os dispêndios decorrentes de sua aquisição não devam
ser capitalizados ao valor do bem em manutenção.
O direito à apuração do crédito de PIS e da Cofins relativo à aquisição de insumos ocorre no mês da
aquisição do bem.
Para a Receita Federal, se não ocorrer a efetiva utilização como insumo das partes e peças de reposição
adquiridas, caso o crédito apropriado não tenha sido utilizado para dedução do valor da contribuição
devido em determinado período de apuração, para compensação com outros tributos ou para ressarcimento
em dinheiro, a pessoa jurídica deverá proceder ao estorno do referido crédito.
Solução de Consulta vinculada parcialmente à Solução de Divergência Cosit nº 07, de 23 de agosto de
2016, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 14 de outubro de 2016
DISPOSITIVOS LEGAIS COFINS: Lei nº 10.833, de 2003, art. 3°, incisos II, IV e VI e inciso I do §1º; e
IN SRF n° 404, de 2004, art. 8°, I, “b” e § 4°.
DISPOSITIVOS LEGAIS PIS: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3°, incisos II, IV e VI e inciso I do §1º; e IN
SRF n° 247, de 2002, art. 66, I, “b” e § 5°.
Por Josefina do Nascimento
Fonte: Associação Paulista de Estudos Tributários – APET
Fisco deve autuar 14,3 mil sonegadores de 2016
16 de março de 2017
A Receita Federal tem na mira 14.308 contribuintes com indícios de sonegação de impostos. Esse grupo,
considerado prioritário nas fiscalizações deste ano, é formado por 9.500 pessoas jurídicas e 4.808 pessoas
físicas. A estimativa do Fisco é autuar infratores e multá-los em R$ 143,5 bilhões neste ano. Desse valor,
no entanto, o governo só consegue recuperar cerca de 2% ao ano, já que os contribuintes discutem as multas,
em média, por 15 anos nas instâncias administrativas e judiciais.
Em 2016, as autuações somaram R$ 121,6 bilhões, mas apenas 1,36% delas foram efetivamente pagas. O
valor das multas ficou abaixo da estimativa inicial, que era de R$ 155 bilhões, principalmente por causa da
paralisação dos auditores fiscais ao longo do ano passado.
Em relação às empresas, o foco continua nos grandes contribuintes. “Estamos mais preocupados com os
tubarões do que com os lambaris”, afirma o subsecretário de Fiscalização da Receita, Iágaro Martins. Foram
formados grupos para monitorar setores específicos da economia, como cigarros, bebidas e combustíveis.
Serão feitas também operações identificando fundos de investimentos, empresas beneficiadas pela
desoneração da folha de pagamentos e que sonegam contribuições previdenciárias.
A sonegação envolvendo distribuição isenta de lucros também será apurada. São pessoas jurídicas que
apuram seus resultados com base no lucro presumido e distribuem lucros isentos em limites superiores à
presunção e sem suporte na contabilidade transmitida no âmbito da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) do
Sped.
De acordo com a Receita, como prática que se mostra recorrente, a fiscalização realizará novos
procedimentos em pessoas jurídicas que apuram resultados pelo lucro real e que distribuem lucros em
montante superior ao oferecido à tributação. Já nas fiscalizações de pessoas físicas, a Receita tem acesso a
cada vez mais informações, que são cruzadas para identificar quem deixa de pagar impostos, como
movimentação financeira, ativos imobiliários, compras com cartões de crédito. “A opção de sonegar é uma
péssima escolha, porque a receita tem hoje muitos instrumentos para identificar quem sonega”, afirma. Estão
na mira da Receita atletas, entre eles jogadores de futebol. São os casos de jogadores contratados como
pessoa jurídica por clubes, mas deveriam estar sendo tributados como pessoas físicas, porque há relação de
emprego. Com essa manobra, os jogadores deixam de pagar alíquota de Imposto de Renda de 27,5% e
pagam apenas 12,73%. Serão fiscalizados ainda pro- fissionais liberais, como médicos e advogados, que
têm que recolher mensalmente o Imposto de Renda pelo carnê leão. A estimativa é que as autuações nesse
grupo somem R$ 228,7 milhões.
Estão na mira também pessoas que receberam dividendos de empresas que não tiveram lucros ou tiveram
lucros inferiores ao declarado pelo beneficiário. Estão sendo investigados também FIPs (Fundos de
Investimentos em Participações), nos quais os auditores identificaram situações em que não existe base para
o patrimônio declarado para aplicação nesses fundos. “Estamos identificando quem são os cotistas, para
saber se têm patrimônio para fazer parte daquele fundo de investimentos. Há situações de elevado aporte
financeiro por parte de pessoas que não possuem suporte em suas declarações para esses investimentos.”
Outro foco da Receita neste ano são empresas que não aderiram ao parcelamento de resultados obtidos em
outros países que não foram tributados pela Receita.
Fonte: JC Contabilidade
Noclar será adotada pelo Brasil e poderá
impactar transações societárias
Postado por José Adriano em 17 março 2017 às 9:00
Por Carlos Miyahira
A norma internacional conhecida como Non-Compliance with Laws and Regulations – Noclar será
adotada pela comunidade contábil brasileira e a aplicação desta norma poderá causar impacto e mudanças
em nosso dia-dia no ramo de transações societárias (M&A).
O Responding to Non-Compliance with Laws and Regulations é um conjunto de medidas propostas
pelo International Ethics Standards Board for Accountants (IESBA), organização internacional
independente que zela pelas boas práticas contábeis ao redor do globo. O grupo propõe estimular práticas
éticas na profissão contábil, visando sempre o interesse público e saúde fiscal das empresas e nações. O
Noclar busca, em linhas gerais, estabelecer uma estrutura que permita aos profissionais contábeis e
auditores denunciarem possíveis condutas ilícitas que encontrem ao exercer sua atividade.
As medidas foram elaboradas globalmente, contando com visões e esmiuçando particularidades de
diversos profissionais e acadêmicos do mundo. Para se ter ideia, antes de sua divulgação, foram realizadas
diversas coletas de informações, exposições públicas dos rascunhos e três roundtables (grupos de
discussões com diversos especialistas, realizadas em países diferentes), buscando contemplar todas as
possíveis realidades que contadores e auditores encontram em diversas partes do mundo.
O que temos atualmente em termos de resoluções que tratam do tema quando um profissional contábil se
depara com irregularidades?
Atualmente, o profissional contábil precisa seguir a Resolução do CFC no. 1.445/2013, que estabelece
procedimentos a serem observados pelos profissionais e organizações contábeis, quando nos exercícios de
suas funções, atendendo assim as mudanças trazidas pela Lei nº 12.683, de 9 de julho de 2012, que alterou
a Lei n.º 9.613/1998 (Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro). Dentro desse contexto, pessoas físicas ou
jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria,
auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, nas operações de compra e venda de
imóveis, gestão de fundos, abertura ou gestão de contas bancárias, de criação de sociedades de qualquer
natureza, financeiras, societárias ou imobiliárias, entre outras, devem comunicar as operações suspeitas ao
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Mas a regra tem exceções: para as organizações contábeis que atuam com transações societárias, o artigo
12 da Resolução, menciona o seguinte:
Art. 12. Nos casos de serviços de assessoria, em que um profissional ou organização contábil contratada
por pessoa física ou jurídica para análise de riscos de outra empresa ou organização que não seja seu
cliente, não será objeto de comunicação ao Coaf.
Ou seja, caso o trabalho prestado tenha como natureza um serviço de diligência na ótica do comprador
(buyer due-diligence), não precisará ser comunicada ao Coaf.
E o que pretendem com o Noclar?
O NOCLAR pretende estabelecer regras claras do que fazer, a quem reportar algo ilícito e blindar este
possível denunciante de futuras retaliações. Isto permitirá que o contador e auditor cumpram a sua função
social, estimulando cada vez mais a adoção de práticas éticas para um mercado melhor. Entretanto, há
pontos importantes a serem definidos antes da implantação no Brasil, para que todo esse esforço não seja
em vão.
Questões, como por exemplo, empresas que atuam no ramo de transações societária na ponta compradora
(buyer due-diligence), estarão sujeitas a algum tipo de compliance com relação a Noclar ou continuarão a
seguir apenas a Resolução do CFC no. 1.445/2013?
Em matéria publicada no fim do ano passado no Valor Econômico, o presidente do Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil (Ibracon), Idésio Coelho, declarou apoio à norma e disse que o Brasil a adotará a
partir de julho de 2017. Uma das grandes dificuldades da aplicação do Noclar no Brasil será criar
mecanismos institucionais para que os profissionais possam reportar estes atos suspeitos. Mesmo o IESBA
tendo a preocupação de deixar o NOCLAR o mais acessível possível, ainda devem acontecer discussões
com representantes do Ministério Público, visando criar estas garantias aos profissionais. Existem também
discussões quanto ao Noclar ir contra a nossa legislação vigente, o que também poderá gerar discussões e
atrasar a adoção desta norma internacional.
Concluindo: uma mudança bem-vinda
Mesmo com os possíveis obstáculos, adotar uma importante medida internacional como o Noclar é uma
boa notícia e um avanço para todos os profissionais contábeis do Brasil que acompanha a evolução global
da profissão. O papel do contador mudou nas últimas décadas, não sendo mais um “guardador de livros” e
sim um profissional próximo a gestão, atualizado e que colabora para o crescimento dos negócios que está
envolvido. Práticas ilícitas, como vistos nos inúmeros casos de corrupção brasileiros das últimas décadas,
só levam a um ganho monetário passageiro, podendo no longo prazo derrubar uma economia, afetando
negativamente a credibilidade de todos os negócios brasileiros. Medidas como esta mostram a relevância
de contadores e auditores para o pleno funcionamento das mais variadas empresas e sua importância para
o bom e ético funcionamento de nossa nação.
Fonte: Portal Dedução
BEPS - Ação 5 - Combater de maneira mais efetiva as práticas de
concorrência fiscal lesiva, tomando em conta a transparência e
SUBSTÂNCIA - IN 1689/17
Postado por José Adriano em 22 fevereiro 2017 às 10:30
INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1689, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2017
(Publicado(a) no DOU de 21/02/2017, seção 1, pág. 24)
Altera a Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013, que dispõe sobre o processo de
consulta relativo à interpretação da legislação tributária e aduaneira e à classificação de serviços,
intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio, no âmbito da Secretaria da Receita
Federal do Brasil.
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso
III do art. 280 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria
MF nº 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto nos arts. 18 a 22 da Lei nº 9.430, de 27 de
dezembro de 1996, nos arts. 1º a 11 da Lei nº 11.484, de 31 de maio de 2007, e nos acordos, tratados e
convenções internacionais firmados pelo Brasil que contenham cláusula específica para troca de
informações para fins tributários, resolve:
Art. 1º A Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013, passa a vigorar acrescida do art.
3º-A:
“Art. 3º-A Além dos requisitos previstos neste Capítulo, a consulta deverá conter as informações
estabelecidas no § 1º deste artigo quando os dispositivos da legislação tributária e aduaneira ou os fatos a
que será aplicada a interpretação solicitada, indicados conforme o inciso IV do § 2º do art. 3º, abrangerem
uma das matérias a seguir:
I - preços de transferência;
II - o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis); ou
III - estabelecimento permanente.
§ 1º Na hipótese prevista no caput, a consulta deverá conter as seguintes informações:
I - identificação do controlador direto e do controlador final da pessoa jurídica que formulou a consulta,
bem como seus países de domicílio, na hipótese de serem no exterior;
II - identificação dos países de residência de todas as partes relacionadas com as quais o contribuinte
efetua transações objeto da consulta; e
III - identificação do país de residência da matriz e do estabelecimento permanente, na hipótese do inciso
III do caput.
§ 2º Será encaminhado às administrações tributárias dos países de domicílio das pessoas referidas no § 1º,
com os quais o Brasil tenha acordo para troca de informações, sumário da resposta à consulta a que se
refere o caput.”
Art. 2º Para fins de atendimento ao disposto no § 2º do art. 3º-A da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de
2013, relativamente às soluções de consulta emitidas após 1º de janeiro de 2010, o consulente poderá ser
intimado a apresentar as informações de que trata o § 1º do art. 3º-A da mesma Instrução Normativa.
Art. 3º O Anexo II da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013, passa a vigorar com a redação
constante do Anexo Único desta Instrução Normativa.
Art. 4º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União.
JORGE ANTONIO DEHER RACHID
ANEXO ÚNICO
Anexo Único.pdf
*Este texto não substitui o publicado oficialmente.
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?vis...
Mais informações sobre a Ação 5 do BEPS em http://www.joseadriano.com.br/profiles/blogs/sped-beps-a-
o-5-combat...
EFD-ICMS/IPI – Inventário de dezembro deve ser informado no
arquivo de fevereiro
O prazo para prestar contas do estoque de dezembro vence em março
Fonte: Siga o FiscoLink: https://sigaofisco.blogspot.com.br/2017/03/efd-icmsipi-inventario-de-dezembro-
deve.html
O Inventário (estoque de mercadorias, matérias primas, material de embalagem) de dezembro de 2016
deve ser informado no bloco H da EFD-ICMS/IPI de fevereiro de 2017.
O bloco H da EFD-ICMS/IPI de fevereiro de 2017, contendo informações do estoque existente em
dezembro de 2016 deve ser preenchido e transmitido até dia 20 de março pelos contribuintes paulistas.
O contribuinte do ICMS, não optante pelo Simples Nacional, que estava em atividade durante o ano de
2016, deve prestar contas ao fisco referente ao estoque existente em 31 de dezembro de 2016 no arquivo
da EFD-ICMS/IPI da competência fevereiro de 2017.
EFD-ICMS/IPI – Bloco H
O bloco H, registro da Escrituração Fiscal Digital – EFD-ICMS, obrigação da plataforma Sistema Público
de Escrituração Digital – SPED, deve ser preenchido e transmitido ainda este mês.
O bloco H, é o registro destinado ao preenchimento das informações do Inventário, ou seja, estoque do
contribuinte.
No Estado de São Paulo, o arquivo da EFD-ICMS/IPI do mês de fevereiro deve ser transmitido até dia 20
de março sob pena de multa (Portaria CAT 147/2009).
A falta de entrega da EFD-ICMS/IPI é considera como ausência de escrituração dos documentos fiscais de
entrada, saída, inventário, CIAP e apuração do ICMS e IPI.
Estoque de 31 de dezembro de 2016
O estoque de 31 de dezembro de 2016, deve ser informado no arquivo de fevereiro de 2017.
Mercadorias que devem constar do Inventário
De acordo com o art. 76 do Convênio S/N, de 15 de dezembro de 1970 livro Registro de Inventário,
modelo 7, destina-se a arrolar, pelos seus valores e com especificações que permitam sua perfeita
identificação, as mercadorias, as matérias-primas, os produtos intermediários, os materiais de embalagem,
os produtos manufaturados e os produtos em fabricação, existentes no estabelecimento à época do
balanço. § 1º No livro referido neste artigo serão também arrolados, separadamente:
1. as mercadorias, as matérias-primas, os produtos intermediários, os materiais de embalagem e os
produtos manufaturados pertencentes ao estabelecimento, em poder de terceiros;
2. as mercadorias, as matérias-primas, os produtos intermediários, os materiais de embalagem, os produtos
manufaturados e os produtos em fabricação de terceiros, em poder do estabelecimento”.
Prazo para apresentação do Inventário
O bloco H, com informações do inventário, deverá ser informado até a movimentação do segundo período
de apuração subsequente ao levantamento do balanço.
Em regra, as empresas encerram seu balanço no dia 31 de dezembro (art. 221, §§ 6º a 8º do RICMS/SP),
devendo apresentar o inventário na escrituração de fevereiro, entregue em março.
O contribuinte que apresente inventário com periodicidade anual ou trimestral, caso apresente o inventário
de 31/12 na EFD ICMS IPI de dezembro ou janeiro, deve repetir a informação na escrituração de
fevereiro.
Havendo legislação específica, o inventário poderá ter periodicidade diferente da anual e ser exigido em
outro período.
Periodicidade
O inventário pode ser apresentado mensalmente.
Se o inventário for apresentado anualmente junto com a escrituração de dezembro, o contribuinte deverá
repetir esta informação na escrituração de fevereiro.
Assim, se o contribuinte apresentou inventário com periodicidade anual ou trimestral, caso tenha
informado o inventário de 31/12 na EFD-ICMS IPI de dezembro ou janeiro, deve repetir a informação na
escrituração de fevereiro.
Multa – São Paulo RICMS/00
A falta de escrituração do Livro Registro de Inventário está sujeita a multa equivalente a 1% (um por
cento) sobre o valor do estoque não escriturado.
Fundamentação legal: Artigo 527, V “g” do RICMS/SP
V - infrações relativas a livros fiscais e registros magnéticos:
g) atraso de escrituração do livro fiscal destinado à escrituração das operações de entrada de
mercadoria ou recebimento de serviço ou do livro fiscal destinado à escrituração das operações de saída
de mercadoria ou de prestação de serviço - multa equivalente a 1% (um por cento) do valor das
operações ou prestações não escrituradas, em relação a cada livro; do livro fiscal destinado à
escrituração do inventário de mercadorias - multa equivalente a 1% (um por cento) do valor do estoque
não escriturado.
PIS/COFINS – Não é permitido calcular crédito sobre o valor de
ICMS-ST
O valor do ICMS Substituição Tributária não serve de base de cálculo para calcular os créditos de
PIS e COFINS
Sobre o valor do ICMS Substituição Tributária - ICMS-ST destacado na nota fiscal não incide PIS e
Cofins. Isto porque não se trata de receita do emitente do documento fiscal, responsável tributário pelo
recolhimento do imposto aos cofres do governo estadual.
Assim, quem está adquirindo a mercadoria para revenda não pode calcular crédito de PIS e Cofins sobre o
valor do ICMS Substituição Tributária destacado na nota fiscal.
Para esclarecer esta questão, a Receita Federal mais uma vez manifestou seu entendimento através de
resposta à Solução de Consulta.
A Receita Federal, através da Solução de Consulta nº 99.041, publicada nesta quarta-feira (15/03) disse
mais uma vez não ao crédito de PIS e Cofins sobre ao valor de ICMS-ST.
Na Solução a Consulta, a Receita Federal esclarece:
O valor do ICMS auferido pela pessoa jurídica na condição de substituto tributário pode ser excluído da
base de cálculo do PIS e da Cofins, tanto no regime de apuração cumulativa quanto no regime de
apuração não cumulativa, desde que destacado em nota fiscal. Esta possibilidade de exclusão somente se
aplica ao valor do ICMS auferido pela pessoa jurídica na condição de substituto tributário, não
alcançando o valor do ICMS auferido pela pessoa jurídica na condição de contribuinte do imposto.
Ademais, tal exclusão somente pode ser aproveitada pelo substituto tributário, não servindo, em qualquer
hipótese, ao substituído na obrigação tributária correlata.
Exemplo:
Operação de venda de caderno classificado sob o código NCM 4820.20.00 em São Paulo
Valor da mercadoria R$ 1.000,00
ICMS – Alíquota de 18%
IPI – zero
IVA-ST – 62,71% - Portaria CAT 40/2016
Mercadoria relacionada no art. 313-Z13 do RICMS/SP
Sistema não cumulativo (Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003) - PIS 1,65% e Cofins 7,6%
Neste o exemplo, a base de cálculo do PIS e da COFINS é de R$ 1.000,00.
Consulte aqui integra da Solução de Consulta nº 99.041/2017.
Recof-SPED - Receita elimina formulários de
papel de regime especial de exportação
Postado por José Adriano em 18 março 2017 às 9:00
A Receita Federal passou a permitir a utilização de formulários digitais pelas empresas que exportam por
meio do Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado do Sistema
Público de Escrituração Digital (Recof-Sped).
Agora não será mais necessário utilizar formulários de papel para solicitação de habilitação no regime
especial, para deixar de utilizar o regime, além de outros procedimentos administrativos.
"O uso de formulários digitais proporcionará ganhos expressivos de eficiência e agilidade nos
procedimentos administrativos para adesão ao Regime, bem como a sua gestão, facilitando seu uso de
forma integrada aos procedimentos no Portal Único do Comércio Exterior", diz a Receita por meio de
nota.
A expectativa do Fisco é que o uso de formulários digitais incentive um maior número de empresas a se
habilitarem no sistema.
O Recof-Sped foi criado em 2015. Segundo a Receita, as mudanças propostas pelo regime flexibilizaram
alguns critérios para habilitação, como a redução do patrimônio líquido exigido, que passou de R$ 25
milhões para R$ 10 milhões, a redução no volume mínimo anual de exportações exigido, que passou de
US$ 10 milhões para US$ 5 milhões, e a dispensa de um software aberto e auditável para controle dos
insumos em toda a cadeia produtiva.
Fonte: Diário do Comércio
Subvenções governamentais: Não reconhecimento
1) Pergunta:
Em quais situações a subvenção governamental não deve ser reconhecida na contabilidade da entidade?
2) Resposta:
As subvenções governamentais, inclusive subvenção não monetária a valor justo, não deve ser
reconhecida até que exista razoável segurança de que:
a. a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas e relacionadas à subvenção; e
b. a subvenção será recebida.
O simples recebimento da subvenção não é prova conclusiva de que as condições a ela vinculadas tenham
sido ou serão cumpridas.
Enquanto não atendidos os requisitos para reconhecimento da receita com subvenção na demonstração do
resultado, a contrapartida da subvenção governamental registrada no ativo deve ser feita em conta
específica do passivo.
Base Legal: Itens 7, 8 e 15-A da Resolução CFC nº 1.305/2010 (Checado pela Tax Contabilidade em
17/03/17).
Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 08/02/2015 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade e está atualizado até a legislação
vigente em 17/03/2017 (data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência das alterações
legais.
Não é permitido a utilização dos materiais publicados pela Tax Contabilidade para fins comerciais, pois os mesmos estão
protegidos por direitos autorais. Também não é permitido copiar os artigos, materias e arquivos do Portal Tax Contabilidade
para outro site, sistema ou banco de dados para fins de divulgação em sites, revistas, jornais, etc de terceiros sem a autorização
escrita dos proprietários do Portal Tax Contabilidade.
Desfalque, Roubo ou Furto de Mercadorias
Resumo:
O desfalque, roubo ou furto de mercadorias infelizmente é muito comum nas empresas, principalmente
nas que produzem e comercializam bens. Devido à importância do fenômeno, estudaremos nesse Roteiro
os procedimentos contábeis aplicáveis aos casos de desfalque, roubo ou furto de mercadorias praticados
por terceiros ou empregados, dentro ou fora da empresa, tendo em vista a possibilidade de ganho ou perda
de estoque.
1) Introdução:
Muitas empresas vem investindo pesadas quantias para minimizar perdas com desfalque, roubo ou furto
de mercadorias praticadas por terceiros ou até mesmo seus empregados, tanto internamente, como no
transporte das mercadorias, no itinerário entre a empresa e o cliente. Dentre as ações praticadas pelas
empresas podemos destacar a: a) criação de sistema de segurança próprio; b) terceirização do sistema de
segurança; c) contratação de seguro, deixando a segurança por conta do Estado e; d) entre outros.
Além dos problemas envolvendo segurança, sabemos que muitas empresas apresentam problemas
relacionados à administração, controle, contabilização e avaliação dos estoques, o que também podem
gerar importantes desfalques em sua escrita contábil que necessitam ser regularizados. Esses problemas
podem ocorrer tanto com insumos (matérias-primas, material secundário e material de embalagem) quanto
com os produtos acabados (de produção própria ou adquiridos para revenda).
Devido à importância do assunto, estudaremos no presente Roteiro os procedimentos contábeis aplicáveis
aos casos de desfalque, roubo ou furto de mercadorias praticados por terceiros ou empregados, dentro ou
fora da empresa, tendo em vista a possibilidade de:
a. Ganho de Estoque: quando a indenização da empresa seguradora for superior ao custo de
aquisição ou produção, para empresas com seguro contra desfalque, roubo e furto;
b. Perda de Estoque: quando não há indenização de seguro ou a indenização for inferior ao custo de
aquisição ou produção; e
c. Perda Zero de Estoque: quando a indenização de seguro cobre apenas o custo da mercadoria
roubada ou furtada.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade.
2) Conceitos:
2.1) Controle de estoque:
Para as empresas sujeitas a tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) pela sistemática do
Lucro Real é crucial que se mantenha controle adequado dos estoques, em quantidade e valor, da
movimentação e avaliação dos inventários, pois estas refletem diretamente a determinação do lucro
líquido do exercício, além de afetar os resultados gerenciais que, acabam por refletir diretamente na
análise do desempenho da empresa.
Assim, é indispensável o registro permanente dos estoques, integrado e coordenado com a contabilidade,
de matérias-primas e insumos de produção para as empresas industriais, e das mercadorias para revenda
nas empresas comerciais, podendo seu registro ser feito em livro, fichas ou em formulários contínuos
emitidos por sistema de processamento de dados. Seus saldos, depois de feitos ajustamentos decorrentes
do confronto com a contagem física, serão transpostos anualmente para o Livro Registro de Inventário,
(LRI), Modelo 7.
No entanto, pode ocorrer que o contribuinte não possua registro permanente de estoques, com apuração
mensal. Nesse caso, o inventário, no final do exercício, será definido: em quantidades, por contagem
física; em preço, segundo aqueles praticados nas compras mais recentes e constantes de Notas Fiscais; e
em valor, pela multiplicação do preço por quantidade.
Nota Tax Contabilidade:
(1) Leia também nosso Roteiro de Procedimentos intitulado "Regularização de divergências entre estoque
físico e contábil".
Base Legal: Itens 2.3 e 2.4 do PN CST n° 6/1979 (Checado pela Tax Contabilidade em 20/02/17).
2.2) Contabilidade de custo integrado e coordenado:
Sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração é aquele:
a. apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão-de-obra direta, custos
gerais de fabricação);
b. que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de matérias-primas
e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados;
c. apoiado em livros auxiliares, ou fichas, ou formulários contínuos, ou mapas de apropriação ou
rateio, todos em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da escrituração
principal; e
d. que permite avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período-base de apropriação
de resultados segundo os custos efetivamente incorridos.
Base Legal: Item 4.1 do PN CST n° 6/1979; Art. 294, § 2º do RIR/1999 e; Questão 013 do Capítulo VIII
do Perguntas e Respostas Pessoa Jurídica 2016. (Checado pela Tax Contabilidade em 20/02/17).
3) Ajuste de estoques:
As empresas deverão pelo menos uma vez por ano, no final de cada ano civil, levantar o inventário físico
das mercadorias constantes em seus estoques para cruzamento dos saldos físicos com os registrados na
contabilidade, o chamado inventário periódico. Também deverá ser levantados e ajustados o inventário
nas situações de:
a. encerramento do período de apuração do IRPJ; e
b. eventos especiais, tais como incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividade.
As empresas podem também, opcionalmente, adotar um sistema de "inventário rotativo", onde os estoques
são inventariados em períodos menores, sendo as divergências contabilizadas em espaço de tempo
também menores.
Desta forma, uma vez verificada qualquer divergência entre o estoque físico e o registrado na
contabilidade, a empresa deverá regularizar a diferença mediante registro a débito ou a crédito na conta de
"Estoques", no grupo "Ativo Circulante (AC)" do Balanço Patrimonial (BP), caso sejam apuradas faltas ou
sobras respectivamente.
Desta forma, as faltas de mercadorias em razão de roubos, furtos ou qualquer outra forma de desfalque
deverão ser baixados do "Ativo Circulante (AC)" da empresa assim que constatada a ocorrência.
Por fim, cabe registrar que, é plenamente aconselhável a adoção de um "inventário rotativo", onde, os
estoques são inventariados em períodos menores, sendo as diferenças contabilizadas em espaço de tempo
também menores.
Base Legal: Art. 76 do Convênio Sinief s/n°, de 1970 e; IN SRF nº 412/2004 (Checado pela Tax
Contabilidade em 20/02/17).
4) Tratamento Tributário:
4.1) CSLL e IRPJ:
Prescreve o artigo 364 do RIR/1999 o seguinte:
Artigo 364: Somente serão dedutíveis como despesas os prejuízos por desfalque, apropriação indébita e
furto, por empregados ou terceiros, quando houver inquérito instaurado nos termos da legislação
trabalhista ou quando apresentada queixa perante a autoridade policial.
Analisando a citada norma, concluímos que a dedutibilidade dos prejuízos por desfalque, apropriação
indébita ou furto, serão admitidas apenas quando estiver intimamente ligado à:
a. ocorrência de prejuízos em decorrência do desfalque;
b. imputabilidade da autoria a empregados ou terceiros; e
c. existência de inquérito nos termos da legislação trabalhista, ou de queixa perante a autoridade
policial.
Assim, quando não tiver ocorrido efetivo prejuízo, como, por exemplo, no caso de ter havido indenização,
ou estar o evento coberto por seguro, indevida será a dedução, por ausência de um dos pressupostos de seu
cabimento. Mas, caberá dedutibilidade parcial ou lucro, quando a indenização for inferior ou superior ao
custo das mercadorias, respectivamente.
Portanto, na ocorrência de prejuízo, total ou parcial, esse valor será totalmente dedutível, caso atenda os
pressupostos acima. Caso seja apurado lucro, esse valor deverá ser oferecido à tributação, como resultado.
No caso de "ganho/perda de estoque zero", ou seja, quando a indenização de seguro recebida cobrir apenas
o custo da mercadoria sinistrada, não há que se falar em lucro ou prejuízo, devendo o fato ser evidenciado
na escrituração contábil da entidade. A mesma regra é válida para a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL), tendo em vista o disposto no artigo 3º da Instrução Normativa SRF nº 390/2004:
Art. 3º Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto
sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e, no que couberem, as referentes à administração, ao
lançamento, à consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias e ao processo administrativo, mantidas a
base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação da CSLL.
Além disso, nosso leitor deve ter em mente que, se em exercícios posteriores ao em que tiver a empresa
suportado o prejuízo (e, portanto, deduzido legitimamente a despesa) for ela indenizada ou vier ela a
usufruir compensação de qualquer natureza, deverá o valor correspondente ser considerado receita, como
"recuperação ou devolução de custos, deduções ou provisões".
Quando o autor do desfalque, roubo, furto ou apropriação indébita for sócio ou proprietário da empresa
ofendida, não se terá configurado o direito a dedução, pois não sendo o agente considerado terceiro e
muito menos empregado da empresa, não estará presente um dos pressupostos de cabimento, a
"imputabilidade da autoria a empregados ou terceiros".
Nota Tax Contabilidade:
(2) Conceitua o "Dicionário Jurídico de Maria Helena Diniz", da Editora Saraiva:
a. Queixa: é a comunicação feita por iniciativa particular levando ao conhecimento da autoridade
policial uma ação ou omissão delituosa;
b. Desfalque: é a apropriação fraudulenta de dinheiro alheio confiado em razão de função ou cargo;
desvio culposo ou doloso de verbas praticado por aquele a quem sua guarda ou administração foi
confiada;
c. Apropriação indébita: é um crime consistente no abuso de confiança, em que aquele que tem a
guarda, posse ou detenção de coisa móvel alheia, por qualquer título, com a obrigação de restituí-la
ou aplicá-la somente ao uso determinado, dela se apodera dolosamente; e
d. Furto: é um crime contra o patrimônio consistente na subtração, para si ou para outrem de coisa
alheia móvel, sem violência, feita às escondidas.
Base Legal: Art. 364 do RIR/1999; IN SRF nº 390/2004 e; PN CST n° 50/1973 (Checado pela Tax
Contabilidade em 20/02/17).
4.2) PIS/Pasep e Cofins:
Segundo a legislação de regência das contribuições para o Cofins e para a PIS/Pasep, deverão ser objeto
de estorno o crédito relativo a bens adquiridos para revenda ou utilizados como insumos na prestação de
serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, que tenham sido furtados ou
roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda, empregados em outros produtos
que tenham tido a mesma destinação.
Base Legal: Art. 3º, §§ 13 e 15 da Lei n° 10.833/2003 (Checado pela Tax Contabilidade em 20/02/17).
4.3) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI):
O contribuinte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), industrial ou equiparado a industrial,
deve proceder com o estorno do imposto que tiver se creditado por ocasião da entrada de insumos
(matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem), quando o mesmo for objeto de furto ou
roubo, bem como inutilizado ou deteriorado, ou, ainda, empregado em outros produtos que não tiveram a
mesma sorte. O estorno deve ser lançado no momento em que se verificar a ocorrência e havendo mais de
uma aquisição de produtos e não sendo possível determinar aquela correspondente ao estorno, este será
calculado com base no preço médio das aquisições.
No que se refere a escrituração do Livro Registro de Apuração do IPI (LRAIPI), Modelo 8, o estorno do
crédito deve ser lançado no item 010 - "Estorno de Créditos".
Base Legal: Arts. 254, IV, §§ 1º e 5º e 477 do RIPI/2010 (Checado pela Tax Contabilidade em 20/02/17).
4.4) ICMS (São Paulo):
Por sua vez, a legislação do ICMS, da maioria dos Estados, obriga os contribuintes a estornarem o crédito
aproveitado por ocasião da entrada de mercadoria, objeto de desfalque, furto ou roubo. Para exemplificar,
reproduzimos o artigo 67 do RICMS do Estado de São Paulo, que assim dispõe:
Artigo 67: Salvo disposição em contrário, o contribuinte deverá proceder ao estorno do imposto de que se
tiver creditado, sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento:
I - vier a perecer, deteriorar-se ou for objeto de roubo, furto ou extravio;
(...)
Nota Tax Contabilidade:
(3) Lei nosso Roteiro de Procedimentos intitulado "ICMS: Quebra de Estoque" e veja o tratamento
tributário dispensado pela legislação paulista do ICMS às quebras de estoques constatadas no processo
industrial, bem como àquelas ocorridas nos estoques de insumos ou produtos acabados.
Base Legal: Art. 67, caput, I do RICMS/2000-SP (Checado pela Tax Contabilidade em 20/02/17).
4.4.1) Apuração do valor do estorno:
O valor do estorno, em regra, deve corresponder exatamente ao valor do crédito efetuado por ocasião da
entrada das mercadorias ou dos serviços tomados pelo estabelecimento (4).
Entretanto, havendo mais de uma operação ou prestação e sendo impossível determinar a qual delas
corresponde à mercadoria ou o serviço, o imposto a estornar deverá ser calculado mediante aplicação da
alíquota vigente na data do estorno sobre o preço mais recente da aquisição ou do serviço tomado.
Notas Tax Contabilidade:
(4) O estorno do crédito se estenderá ao imposto sobre serviço de transporte ou comunicação creditado,
relacionado com a mercadoria que for objeto de quebra de estoque.
Base Legal: Art. 67, §§ 1º e 3º do RICMS/2000-SP (Checado pela Tax Contabilidade em 20/02/17).
5) Tratamento Contábil:
Analisaremos neste capítulo o tratamento contábil que deverá ser observado pelas empresas, no registro de
desfalque, roubo ou furto de mercadorias praticados por terceiros ou pelos próprios empregados, para
tanto, utilizaremos como exemplo a empresa fictícia Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda.,
empresa com sede no Município de Campinas/SP.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade.
5.1) Desfalque por furtos de empregados:
Suponhamos que o empregado José Aparecido tenha furtado do estoque da empresa Vivax 2 (dois)
computadores adquiridos para revenda a um custo total, registrado na contabilidade, de R$ 6.000,00 (seis
mil reais), e que o mesmo foi imediatamente demitido por justa causa no momento da finalização do
inquérito trabalhista que, constatou ser ele o responsável pelo furto.
No mês na finalização do inquérito trabalhista foi processado a rescisão de José Aparecido no valor de R$
3.500,00 (Consideraremos apenas o salário para efeito de exemplificação), que foi contabilizado na
empresa da seguinte forma:
Pela apropriação da despesa de salário:
D - Salário (CR) _ R$ 3.500,00
C - Salários a Pagar (PC) _ R$ 3.500,00
Pela apropriação do desconto de INSS:
D - Salários a Pagar (PC) _ R$ 385,00
C - INSS a Recolher (PC) _ R$ 385,00
Legenda:
CR: Conta de Resultado; e
PC: Passivo Circulante.
Como podemos verificar, o empregado tem um salário líquido a receber no valor de R$ 3.115,00 (R$
3.500,00 - R$ 385,00). Esse é o limite que poderá ser descontado do empregado, tendo em vista que o
regulamento interno da empresa limita o desconto ao saldo a receber no momento da rescisão.
Considerando que a Vivax cumpriu todos os pressupostos legais para dedutibilidade da perda, teríamos os
seguintes lançamentos contábeis no Livro Diário da empresa:
Pelo ressarcimento do valor furtado:
D - Salários a Pagar (PC) _ R$ 3.115,00
C - Estoques (AC) _ R$ 3.115,00
Pelo registro do efetivo prejuízo:
D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 2.885,00
C - Estoques (AC) _ R$ 2.885,00
Pelo estorno do impostos anteriormente creditados:
D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 2.247,42
C - ICMS a Recuperar (AC) _ R$ 1.484,54
C - PIS a Recuperar (AC) _ R$ 136,08
C - Cofins a Recuperar (AC) _ R$ 626,80
Legenda:
AC: Ativo Circulante;
CR: Conta de Resultado; e
PC: Passivo Circulante.
Caso a empresa tenha contratado seguro como garantia para o ressarcimento de prejuízos causados por
desfalque, roubo ou furto de mercadorias praticados pelos próprios empregados (ou até mesmo terceiros),
deverá ser feitos os seguintes lançamentos antes do registro do prejuízo ou lucro, tendo em vista que o
prejuízo causado foi ressarcido pela seguradora:
Pela apropriação da indenização da empresa seguradora:
D - Indenização a Receber (AC)
C - Estoques (AC)
Legenda:
AC: Ativo Circulante.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade.
5.2) Furto ou Roubo de mercadoria em trânsito:
5.2.1) Mercadorias não cobertas por seguro:
Suponhamos que a empresa Vivax tenha vendido no Estado de São Paulo, Estado onde mantém
estabelecimento, mercadorias no valor total de R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais), cujo custo total (Valor
em Estoque) seja de R$ 30.000,00 (Trinta mil reais). Considerando as alíquotas de 18,00%, 1,65% e
7,60%, para ICMS, PIS e Cofins respectivamente, teríamos a seguinte contabilização do faturamento:
Pela venda das mercadorias no mercado nacional:
D - Clientes (AC) _ R$ 50.000,00
C - Venda de Mercadorias - Mercado Nacional (CR) _ R$ 50.000,00
Pela baixa dos custos relativos às mercadorias comercializadas:
D - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) _ R$ 30.000,00
C - Estoques (AC) _ R$ 30.000,00
Pelo registro dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:
D - ICMS s/ Vendas (CR) _ R$ 9.000,00
D - PIS s/ Vendas (CR) _ R$ 825,00
D - Cofins s/ Vendas (CR) _ R$ 3.800,00
C - ICMS a Recolher (PC) _ R$ 9.000,00
C - PIS a Recolher (PC) _ R$ 825,00
C - Cofins a Recolher (PC) _ R$ 3.800,00
Legenda:
AC: Ativo Circulante;
CR: Conta de Resultado; e
PC: Passivo Circulante.
Agora, suponhamos que o caminhão da transportadora Rápido Transportes Ltda., empresa terceirizada
pela Vivax, tenha sido furtado no trânsito da mercadoria até o cliente final e que toda a mercadoria tenha
sido levada. Considerando que houve registro de Boletim de Ocorrência (BO) e abertura de inquérito
policial, a baixa das mercadorias deverá ser feita da seguinte forma:
Pelo cancelamento da venda das mercadorias:
D - Vendas Canceladas (CR) _ R$ 50.000,00
C - Clientes (AC) _ R$ 50.000,00
Pelo reconhecimento da perda:
D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00
C - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) _ R$ 30.000,00
Pelo cancelamento dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:
D - ICMS a Recolher (PC) _ R$ 9.000,00
D - PIS a Recolher (PC) _ R$ 825,00
D - Cofins a Recolher (PC) _ R$ 3.800,00
C - ICMS s/ Vendas (CR) _ R$ 9.000,00
C - PIS s/ Vendas (CR) _ R$ 825,00
C - Cofins s/ Vendas (CR) _ R$ 3.800,00
Legenda:
AC: Ativo Circulante;
CR: Conta de Resultado; e
PC: Passivo Circulante.
Como podemos observar, como as mercadorias não estavam cobertas por seguro, todo o seu custo foi
tratado como prejuízo efetivo, sendo seu valor reclassificado como perda, para assim compor o resultado
do exercício, como outras despesas operacionais.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade.
5.2.2) Mercadorias cobertas com seguro:
Considerando o exemplo do subcapítulo 5.2.1 acima, suponhamos agora que a mercadoria que o caminhão
da transportadora Rápido Transportes Ltda. estava carregando estivesse acobertada por seguro, como
garantia para o ressarcimento de prejuízos causados por desfalque, roubo ou furto praticados por terceiros
ou pelos próprios empregados. Neste caso a baixa das mercadorias deverá ser feita considerando a
hipótese de o valor da indenização ser:
a. equivalente ao custo das mercadorias;
b. inferior ao custo das mercadorias; ou
c. superior ao custo das mercadorias.
Cabe observar que os lançamentos contábeis são idênticos àqueles apresentados no subcapítulo 5.2.1
acima, porém, conforme previsto no artigo 364 do RIR/1999 a dedutibilidade somente é aplicada aos
prejuízos e não ao valor da perda total das mercadorias.
Prejuízo, na acepção técnica, é o resultado apurado no confronto entre as receitas e as despesas, quando
estas forem maiores que aquelas. Assim, o prejuízo no desfalque, roubo ou furto de mercadorias deve ser
diminuída de uma eventual indenização que se caracteriza como um ingresso de receita.
Na prática, deverá ser apurado o ganho ou a perda de capital. Deve se considerar ainda que, se dessa
apuração obtivermos ganho de capital, teremos lucro na operação tributado pelo IRPJ e pela CSLL.
Base Legal: Art. 364 do RIR/1999 (Checado pela Tax Contabilidade em 20/02/17).
5.2.2.1) Indenização equivalente ao custo das mercadorias:
Considerando que a mercadoria furtada em trânsito seja 100% (cem por cento) indenizada pela empresa
seguradora, teremos os seguintes lançamentos contábeis (5):
Pelo cancelamento da venda das mercadorias:
D - Vendas Canceladas (CR) _ R$ 50.000,00
C - Clientes (AC) _ R$ 50.000,00
Pelo reconhecimento da perda:
D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00
C - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) _ R$ 30.000,00
Pelo cancelamento dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:
D - ICMS a Recolher (PC) _ R$ 9.000,00
D - PIS a Recolher (PC) _ R$ 825,00
D - Cofins a Recolher (PC) _ R$ 3.800,00
C - ICMS s/ Vendas (CR) _ R$ 9.000,00
C - PIS s/ Vendas (CR) _ R$ 825,00
C - Cofins s/ Vendas (CR) _ R$ 3.800,00
Pelo reconhecimento da indenização:
D - Indenização a Receber (AC) _ R$ 30.000,00
C - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00
Legenda:
AC: Ativo Circulante;
CR: Conta de Resultado; e
PC: Passivo Circulante.
Como vemos, a apropriação da indenização da empresa seguradora deverá ser feita pelo do valor
efetivamente recebido, sendo que, apenas a diferença entre o prejuízo e o valor da indenização será
dedutível na apuração do IRPJ. Neste exemplo, não há que se falar em prejuízo ou lucro na operação,
tendo em vista que à indenização foi equivalente ao prejuízo sofrido pela empresa.
Nota Tax Contabilidade:
(5) Não demonstraremos os lançamentos relativos ao faturamento e aos impostos incidentes sobre a venda
por serem idênticos àqueles expostos no subcapítulo "5.2.1" acima.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade.
5.2.2.2) Indenização inferior ao custo das mercadorias:
Suponhamos, agora, que a indenização recebida pela empresa Vivax seja de apenas R$ 20.000,00 (Vinte
mil reais), portanto, indenização inferior ao custo das mercadorias furtadas. Neste caso, teremos os
seguintes lançamentos contábeis (6):
Pelo cancelamento da venda das mercadorias:
D - Vendas Canceladas (CR) _ R$ 50.000,00
C - Clientes (AC) _ R$ 50.000,00
Pelo reconhecimento da perda:
D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00
C - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) _ R$ 30.000,00
Pelo cancelamento dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:
D - ICMS a Recolher (PC) _ R$ 9.000,00
D - PIS a Recolher (PC) _ R$ 825,00
D - Cofins a Recolher (PC) _ R$ 3.800,00
C - ICMS s/ Vendas (CR) _ R$ 9.000,00
C - PIS s/ Vendas (CR) _ R$ 825,00
C - Cofins s/ Vendas (CR) _ R$ 3.800,00
Pelo reconhecimento da indenização:
D - Indenização a Receber (AC) _ R$ 20.000,00
C - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 20.000,00
Legenda:
AC: Ativo Circulante;
CR: Conta de Resultado; e
PC: Passivo Circulante.
Como vemos neste exemplo, a empresa Vivax obteve uma perda (prejuízo) em virtude do furto das
mercadorias no valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais) (7). Portanto, nos termos do artigo 364 do
RIR/1999, referido prejuízo pode ser deduzido para fins de apuração do IRPJ e da CSLL.
Notas Tax Contabilidade:
(6) Não demonstraremos os lançamentos relativos ao faturamento e aos impostos incidentes sobre a venda
por serem idênticos àqueles expostos no subcapítulo "5.2.1" acima.
(7) Prejuízo da operação = Custo do material furtado - Indenização recebida. (R$ 30.000,00 - R$
20.000,00)
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade.
5.2.2.3) Indenização superior ao custo das mercadorias:
Suponhamos, agora, que a indenização recebida pela empresa Vivax seja no valor de R$ 45.000,00
(Quarenta e cinco mil reais), portanto, indenização superior ao custo das mercadorias furtadas. Neste caso,
teremos os seguintes lançamentos contábeis (8):
Pelo cancelamento da venda das mercadorias:
D - Vendas Canceladas (CR) _ R$ 50.000,00
C - Clientes (AC) _ R$ 50.000,00
Pelo reconhecimento da perda:
D - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 30.000,00
C - Custo das Mercadorias Vendidas (CR) _ R$ 30.000,00
Pelo cancelamento dos tributos incidentes sobre a venda das mercadorias:
D - ICMS a Recolher (PC) _ R$ 9.000,00
D - PIS a Recolher (PC) _ R$ 825,00
D - Cofins a Recolher (PC) _ R$ 3.800,00
C - ICMS s/ Vendas (CR) _ R$ 9.000,00
C - PIS s/ Vendas (CR) _ R$ 825,00
C - Cofins s/ Vendas (CR) _ R$ 3.800,00
Pelo reconhecimento da indenização:
D - Indenização a Receber (AC) _ R$ 45.000,00
C - Ganhos/Perdas em Virtude de Desfalque, Furto ou Roubo (CR) _ R$ 45.000,00
Legenda:
AC: Ativo Circulante;
CR: Conra de Resultado; e
PC: Passivo Circulante.
Como vemos neste exemplo, a empresa Vivax obteve um ganho (lucro) em virtude do furto das
mercadorias no valor de R$ 15.000,00 (Quinze mil reais) (9). Portanto, nos termos do artigo 364 do
RIR/1999, o prejuízo pode ser deduzido para fins de apuração do IRPJ e da CSLL, mas o ganho de R$
15.000,00 (Quinze mil reais) deve ser oferecido à tributação.
Notas Tax Contabilidade:
(8) Não demonstraremos os lançamentos relativos ao faturamento e aos impostos incidentes sobre a venda
por serem idênticos àqueles expostos no subcapítulo 5.2.1 acima.
(9) Lucro da operação = Indenização recebida - Custo do material furtado (R$ 45.000,00 - R$ 30.000,00).
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade.
Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 03/06/2011 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade e está atualizado até a legislação
vigente em 17/03/2017 (data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência das alterações
legais.
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escrita dos proprietários do Portal Tax Contabilidade.
A utilização para fins exclusivamente educacionais é permitida desde que indicada a fonte:
Tax Contabilidade. Desfalque, Roubo ou Furto de Mercadorias (Area: Manual de Lançamentos Contábeis).
Disponível em: http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=19. Acesso em:
19/03/2017.
Livros digitais têm imunidade tributária, decide
STF
Publicado por Felipe Holanda
Operações com livros eletrônicos e e-readers – os aparelhos utilizados para ler e-books – não devem ser
tributados, decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (08/03). Por unanimidade, os
ministros entenderam que ambos estão abrangidos pela imunidade garantida pela Constituição Federal aos
livros.
A decisão foi tomada no RE 330.817, que tratava originalmente da imunidade dos livros eletrônicos. Mas
o relator do caso, ministro Dias Toffoli, incluiu na decisão final os e-readers. O magistrado salientou,
porém, que o benefício tributário só pode ser aproveitado quando os aparelhos são utilizados
exclusivamente para a leitura. Smartphones e tablets estão excluídos dessa categoria.
Decisão foi proferida em repercussão geral. Dessa forma, ela deverá ser observada pelos pelo Judiciário
brasileiro em discussōes semelhantes. O STF fixou a tese de que “a imunidade tributária constante do
art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-lo”. (Leia o voto do relator abaixo).
O caso foi julgado em conjunto com o RE 595.676, de relatoria do ministro Marco Aurélio. Também por
unanimidade os ministros entenderam pela imunidade na importação de pequenos componentes
eletrônicos que acompanham material didático de um curso de montagem de computadores.
Em ambos os processos os integrantes do Supremo garantiram, nas palavras da ministra Carmen Lúcia,
uma “interpretação ampliativa” ao artigo 150 da Constituição. O dispositivo proíbe que os Estados, os
municípios e a União cobrem impostos sobre “livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão”.
Ao proferir voto no caso em que era relator, Toffoli salientou que é preciso interpretar a Constituição de
acordo com as mudanças sociais, culturais e tecnológicas. Isso, para ele, evitaria um “esvaziamento das
normas por lapso temporal”.
O ministro lembrou que, ao longo da história, já foram confeccionados livros em papiros, pergaminhos,
placas de argila, madeira ou marfim, folha de palmeiras e outros.
Toffoli também destacou que o Supremo, em outros julgamentos, estendeu a imunidade do artigo 150 a
revistas técnicas, listas telefônicas, apostilas, álbuns de figurinhas e mapas impressos. Foram tributados,
por outro lado, os calendários, que, para o tribunal, não seriam veículos de transmissão de ideias.
Leia o voto do relator
REFERÊNCIAS
MENGARDO, Bábara. Livros eletrônicos são imunes de tributos. Disponível em
https://jota.info/tributário/livros-eletronicosee-books-são-imunes-de-tributos-08032017. Acesso em 12
mar. 2017.
A Declaração Obrigatória de Planejamentos
Fiscais - O Prorama BEPS e o Direito Comparado
Postado por José Adriano em 17 fevereiro 2017 às 9:30
por Pedro Toaiari de Mattos Esterce
I) INTRODUÇÃO:
A Medida Provisória 685, expedida em julho deste ano tem por finalidade instituir no Brasil o “Base
Erosion and Profit Shifting”, programa da OCDE, num esforço coletivo dos países em desenvolvimento,
pela maior fiscalização dos impactos do planejamento tributário agressivo, especialmente pautado na
evasão fiscal. De seu preâmbulo extraem-se os objetivos normativos da Medida:
“Institui o Programa de Redução de Litígios Tributários - PRORELIT, cria a obrigação de informar à
administração tributária federal as operações e atos ou negócios jurídicos que acarretem supressão,
redução ou diferimento de tributo e autoriza o Poder Executivo federal a atualizar monetariamente o valor
das taxas que indica.”
Em derradeira reunião realizada nos dias 16 e 17 de Março deste ano, em Paris, diversos agentes públicos
fiscais (permitimo-nos referir a estes, de forma latu, eis que cada país tem sua organização fazendária) se
reuniram para traçar as bases para implementação efetiva do BEPS em suas localidades e, nesta reunião,
foi firmado o compromisso cooperativo que resultou na Medida Provisória 685.
O Programa de Redução de Litígios Tributários é mais que um incentivo fiscal aos desistentes, mas um
conjunto de normas procedimentais, que vinculam o contribuinte e, especialmente, seus representantes
contábeis, na declaração dos planejamentos tributários. Assim, a Medida pode dividir-se em duas: in
limine, acerca do PRORELIT propriamente dito e, in fine trata sobre o BEPS, nos termos que busca a
Organização Econômica Mundial.
II) O PROGRAMA BRASILEIRO:
Primeiramente, acerca da nomenclatura, BEPS significa a Erosão de Base de Cálculo e Deslocamento de
Lucro, porquanto o correto termo sempre há que ser Projeto BEPS. Por simplicidade, adota-se o
reducionismo à sílaba, mas sem deixar de ser importante conhecer exatamente as razões de seu uso. Isto
posto, oportuna a transcrição do art. 7º da Medida Provisória, que trazem as hipóteses em que o
Planejamento Tributário deva ser declarado e inauguram um novo instituto fiscal no Brasil:
Art. 7º. O conjunto de operações realizadas no ano-calendário anterior que envolva atos ou negócios
jurídicos que acarretem supressão, redução ou diferimento de tributo deverá ser declarado pelo sujeito
passivo à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 30 de setembro de cada ano, quando: I - os atos ou
negócios jurídicos praticados não possuírem razões extratributárias relevantes; II - a forma adotada não for
usual, utilizar-se de negócio jurídico indireto ou contiver cláusula que desnature, ainda que parcialmente,
os efeitos de um contrato típico; ou III - tratar de atos ou negócios jurídicos específicos previstos em ato
da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
O primeiro inciso trata da evasão fiscal oportuna, quando um negócio jurídico é praticado exclusivamente
com finalidade tributária, não produzindo outros efeitos relevantes no mundo dos fatos. A redação não é
muito lídima, mas considerando o conceito de negócio jurídico[1] (e já partindo da premissa que seus
requisitos de validade e eficácia foram preenchidos), quando um negócio produzir consequências
exclusivamente tributária, ou esta for manifestamente preponderante e, desde que incida nas hipóteses
do caput, há que ser declarado pelo sujeito passivo.
O segundo trata do elemento forma, do negócio jurídico indireto, ou de clausula especial. Chamamos
atenção para que os elementos do Negócio Jurídico[2] são aqueles mesmos definidos pelo Código Civil,
porquanto devem estar bem presentes na interpretação do leitor. Desta feita, também quando gozar de
forma incomum à praxe, quando utilizar de outro negócio jurídico intermediário ou inserir cláusula que
retire a natureza dos efeitos de um contrato típico (especialmente àqueles subjetivos, em relação ao
objeto), deve também ser declarado.
O último inciso é objetivo, pois compele a declaração para atos ou negócios específicos, previstos nos atos
da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
A simples obrigatoriedade não estaria completa com a mera fiscalização. Portanto, nos termos do art. 9º da
legislação, não se reconhecendo, pela SRFB o fim tributário das operações declaradas, deverá ser intimado
para recolher ou parcelar, num prazo de 30 dias, os tributos devidos.
Art. 9º. Na hipótese de a Secretaria da Receita Federal do Brasil não reconhecer, para fins tributários, as
operações declaradas nos termos do art. 7º, o sujeito passivo será intimado a recolher ou a parcelar, no
prazo de trinta dias, os tributos devidos acrescidos apenas de juros de mora.
Não há atualização monetária, nem multa, considerando o art. 5º, II, da Constituição Federal. O legislador,
neste caso, Presidente da República, fez questão de inserir o verbete “apenas” para dissipar qualquer
dúvida sobre os acréscimos de praxe. Este é o momento oportuno para avaliar sobre os prazos:
O conjunto de operações realizadas no ano calendário anterior, deveriam ser declaradas até 30 de
setembro de cada ano (presente). Ou seja, a mora instituir-se-ia a partir do dia 30 de setembro do ano
presente, daquelas obrigações do ano passado, uma vez que a obrigação com termo certo tem
característica dies interpellat pro omine. No entanto, lembramos, que do valor não seria atualizado e nem
será cobrada qualquer multa sobre este.
Contudo, o art. 10 traz que “a forma, o prazo e as condições de apresentação da declaração de que trata
o art. 7º, inclusive hipóteses de dispensa da obrigação, serão disciplinadas pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil.” Logo, qual deve ser o prazo a da declaração, àquele estabelecido pela Medida
Provisória, ou o que definir-se-á pelo regulamento fazendário? Mais que isso, seria competente tal
regulamentação para alterar o prazo de declaração?
Em primeiro momento, parece-nos negativa a resposta, eis que o que a lei institui, regulamento não
poderia contrariar, dada hierarquia normativa. Contudo, em melhor análise, vindo regulamento para
aumentar o prazo, de forma impessoal, conferir prerrogativas, recursos, entre outros, trata-se de extensão
de direito para o contribuinte e, portanto, deve ser aceito.
No art. 12 encontrar-se-á a exceção ao art. 9º, acerca da cobrança de multa combinada com os juros de
mora. Trata-se de hipótese do sujeito passivo incorrer nas hipóteses do art. 11, quando será tida por
conduta omissiva dolosa, com intuito de sonegação ou fraude. Tais hipóteses são:
Art. 11. A declaração de que trata o art. 7º, inclusive a retificadora ou a complementar, será ineficaz
quando: I - apresentada por quem não for o sujeito passivo das obrigações tributárias eventualmente
resultantes das operações referentes aos atos ou negócios jurídicos declarados; II - omissa em relação a
dados essenciais para a compreensão do ato ou negócio jurídico; III - contiver hipótese de falsidade
material ou ideológica; e IV - envolver interposição fraudulenta de pessoas.
Não é nosso objetivo adentrar os meandros do estudo criminal, mas parece-nos que a imputação do
legislador carece de aplicabilidade, quando da conduta dolosa que não se presume, deve ser comprovada,
eis que requer a demonstração da vontade de obter certo e determinado resultado. Portanto, caberia
indagar: absolvido em âmbito penal o sujeito passivo que se omitiu, especificamente por não restar
provado o dolo, subsistiria multa (ou direito de repetição do indébito) a ser cobrada sobre o tributo
discutido?
Em nosso parecer, evidentemente que não. Embora a decisão do juízo criminal não vincule a competência
tributária, é bastante ofensivo contra a segurança jurídica permitir que duas decisões sobre um mesmo
tema sejam decididas de forma distinta. E, como a atuação criminal é de ultima ratio e prevê maior
participação pública em sua instrução, deve ser tida como prejudicial à questão tributária – pelo menos ao
que tange à aplicação da penalidade.
Ainda, considerando que o art. 9º qualificou que tais condutas sempre serão tidas como omissivas dolosas,
com intuito de sonegação ou fraude, e tais crimes são de ação pública incondicionada, dada a
prejudicialidade, não é demais afirmar que a multa do art. 12 só poderia ser aplicada após o trânsito em
julgado da ação penal, quando condenatória contra o sujeito passivo.
III) DA CONSTITUCIONALIDADE DA MEDIDA:
Como em toda inovação tributária, especialmente formuladas em Medida Provisória, urgem as
considerações de que as regras preceituadas pelo ato carecem de constitucionalidade, pelos mais diversos
motivos os quais possam ser suscitados, os quais podemos analisar separadamente.
Tendo sido os Programas (tanto PRORELIT, quanto o BEPS), instituídos pela iniciativa do chefe do Poder
Executivo, em sua competência legislativa constitucional (uma vez que, uma vez editada, a Medida
Provisória produz os efeitos legislativos regulares), importante analisar o cabimento, restrito ao disposto
na Constituição Federal, a saber:
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.”
Bem da verdade são pouquíssimas as Medidas Provisórias que atendem “casos de relevância e urgência”,
como imaginado pelo constituinte originário. Esta interpretação teleológica parece já ter sido superada,
sendo que o Supremo Tribunal Federal parece preferir um caminho mais axiológico, em suas decisões.
Não obstante, é certo que, sem críticas ao mérito da regulamentação, não há qualquer caráter de urgência
no conteúdo desta norma. Lembrando os ensinamentos do Direito Constitucional, a relevância deve estar
combinada (“e”, em sentido aditivo) à urgência, sendo que a ausência de qualquer um destes requisitos é
suficiente para defender a inconstitucionalidade da edição da medida. Presente, portanto, em nossa
opinião, um vício formal de inconstitucionalidade[3] – ou seja – anterior a qualquer discussão do objeto da
lei.
Contudo, este último[4] também não passa ileso. Como experimentado no capítulo alhures, a Medida
extrapola o campo tributário, claramente legislando acerca de matéria do Direito Penal e, neste ponto, é
imperioso observar a vedação presente no parágrafo primeiro do art. 62 da CF/88, que trazem as matérias
vedadas de tratamento por medida provisória, entre as quais, as criminais: “§ 1º É vedada a edição de
medidas provisórias sobre matéria: b) direito penal, processual penal e processual civil;”
Importante asseverar ainda, com aquele mesmo diálogo com a academia constitucional, que as
inconstitucionalidades não se convalidam[5]. Ou seja, mesmo sendo aprovada como lei, pelo Congresso
Nacional, o vício macula a integridade do dispositivo e faz com que perca in totum sua aplicabilidade.
Certamente, estas duas razões são as mais facilmente defensáveis, no intuito de obter a declaração de
inconstitucionalidade do ato legislativo. Contudo, o judiciário já vem sendo convidado a analisar diversos
outros argumentos, como violação da segurança jurídica, da livre iniciativa, ao devido processo legal (latu
sensu) e aos princípios de estrita legalidade tributária e vedação ao confisco, todos da ADI 5366.
De fato, alguma razão mais ou menos relevante assiste a todos os argumentos. Pensamos que o mais
robusto deva ser ao da violação do Processo Legal, uma vez que o art. 9º prevê o resultado, em caso de
rejeição ao negócio, sem minuciar o procedimento avaliativo e eventual recurso. Contudo, é importante
destacar que o art. 10 traz norma em branco, sendo que em caso o procedimento elaborado pela Secretaria
de Receita viesse a contemplar o devido processo legal, não haveria que se rejeitar a medida por inteiro,
com este argumento, como também observado no capítulo anterior.
A violação da segurança jurídica também é um meandro interessante de ser estudado. De fato, a medida
traz muitas normas em branco, excessivamente hermenêuticas e que conferem ao agente público um poder
discricionário que, para não entrar nas teorias conspiratórias, não é nada técnico[6]. O método legislativo
consiste em criar normas claras, com condutas e resultados bem definidos, evitando ao máximo o
subjetivismo[7] e as decisões contraditórias. Noutro giro, trata-se também de um argumento hermenêutico,
porquanto não o salientamos com a mesma voracidade dos demais, eis que muitas vezes fatores políticos
podem interferir em decisões finais e a mera fumaça do bom direito pode não ser suficiente para firmar
posição, em tema tão delicado que é a declaração de inconstitucionalidade de uma norma.
Um fator que não foi suscitado na ADI citada, mas que levantamos como argumento inovador, é a
proteção da intimidade[8]. Hodiernamente, é cediço que uma empresa é pessoa com direitos
personalíssimos iguais ou equiparados[9] àqueles conferidos à pessoa natural, pelo Código Civil, podendo
até mesmo sofrer o Dano Moral (Súmula 227, Superior Tribunal de Justiça). Com efeito, sua intimidade
goza da mesma proteção constitucional daquela da pessoa natural[10], apenas manifestando-se de forma
diversa.
A inviolabilidade do segredo é muito importante para manutenção do poder de concorrência das empresas.
Umas, podem se destacar pelo marketing criativo, inovação contínua, serviços diferenciados. Outras,
podem canalizar atenção para praticar os menores preços possíveis, através do corte dos custos. Nesta
seara, é inegável que uma sociedade com melhor planejamento tributário conseguirá redução em sua
despesa, maximizando lucros, ou reduzindo preços e maximizando, ao menos, a receita. Equiparar todas
as sociedades, privando-lhes de escolhas sobre o planejamento tributário é invadir a intimidade e surrupiar
a individualidade das mesmas, consorte possa representar bom argumento para possível questionamento,
embora goze da mesma fragilidade daquele anteriormente citado.
IV) DO RISCO À EVASÃO FISCAL ILÍCITA:
Curva de Laffer[11] é a representação gráfica da Teoria da Arrecadação de Arthur Laffer, economista
americano, membro da equipe de Governo do Presidente Ronald Reagen[12]. Fez estudos ligados à
volatilidade entre as taxas e a arrecadação, traçando uma curva parabólica inversa, no sentido de explicar
um conceito um tanto quanto simples: a arrecadação sobe com o aumento de taxas até determinado ponto
onde, por tão altas serem, começa a decair, em razão da inadimplência ou sonegação fiscal.
Nos Estados Unidos, a teoria foi aplicada no Governo de Reagan e conhecida por “Reaganomics”, que
consistia na diminuição dos impostos sobre renda e ganho de capital, com a simplificação de seu
recolhimento, o que resultou numa maior arrecadação, dado que a matriz anterior já estava saturada (ou,
na parte direita da parábola). Hoje a economia informal nos Estados Unidos representa cerca de 8% do
PIB daquele país[13].
No contexto brasileiro, temos que a Economia Informal é lastreada por diversos campos de atuação, desde
profissionais liberais até o comércio. As estimativas de 2014 mostram que as atividades não declaradas
movimentaram mais do que o PIB de países como: Israel, Argentina, Bélgica e outros. Em comparação
interna, o valor de R$ 830 bilhões representa cerca de 16% do Produto Interno Bruto nacional[14], o
dobro dos EUA e alinhado à média dos países da OCDE.
O combate à informalidade dá-se com a simplificação da arrecadação tributária ao contribuinte, alinhada
com a prática de alíquotas adequadas às atividades desempenhadas, rendas obtidas, entre outros aspectos
orçamentários que devem contemplar a arrecadação e o orçamento nacional, sem representar uma rédea ao
crescimento econômico.
Consequentemente, a Medida Provisória que cria obrigações de trato sucessivo, complexas, instituindo
maior burocracia e visando aumentar o peso tributário (já bastante questionado) brasileiro, pode vir a ter
um efeito contrário do imaginado pelos responsáveis ao Programa BEPS, no sentido de fomentar a evasão
fiscal ilícita, os contratos velados e as operações não declaradas.
Não se consegue negar o fato de que os contratos escusos são uma realidade brasileira, seja no Poder
Público, ou na iniciativa privada. Instituir operação que incorra em risco de fazer com que aumentem o
número ou teor destes negócios é risco para o qual deve se atentar, dado que a teoria de Laffer vem se
demonstrando adequada, pelo menos nos últimos trinta anos.
V) O DIREITO COMPARADO:
Preliminarmente é de se considerar que a Medida Provisória perdeu boa oportunidade de implementar
uma das mais impetuosas medidas do projeto BEPS, qual seja, instituir um modelo definido de
colaboração internacional entre o fisco brasileiro, e as autoridades tributárias internacionais, inclusive
organismos de direito privado, para alcançar o objetivo principal, que é a prevenção da evasão fiscal.
É importante salientar que todo conceito do projeto é constituído na cooperação e que o fisco brasileiro é
um dos mais iminentes no que tange à retenção da informação. Perdeu-se, inclusive, a oportunidade de
dispor acerca da proteção internacional a essa informação, para além da questão de soberania, mas da
verdadeira vantagem de posicionamento que poder-se-ia obter com tão vasta gama.
Especificamente ao que tange a aplicação do projeto em outros países, vê-se que instituíram medidas mais
voltadas ao plano de ação do Programa BEPS mundial, que originariamente tinha seu cerne na economia
digital. Um exemplo é a Argentina, que taxou em 31,5% os pagamentos às licenças de softwares, além da
edição de regra geral (como é a MP 685), acerca da evasão fiscal. Já na Espanha, criou-se um relatório
padrão denominado “country-by-country”, que compreenderá informação sobre a política global de preços
de transferência.
Interessante notar, sobre o país vizinho, que atenderam muito bem às práticas de regulação dos preços,
previstas nas ações 8, 9 e 10 do Plano. Superaram as recomendações da OECD, nos mecanismos de
controle para que o repasse do valor tributário no preço não ocorra, salvo se houver a criação de um valor
intrínseco ao produto ou serviço oferecido. É um mecanismo de defesa ao consumidor, que
comparativamente, está previsto como atribuição para o Estado brasileiro, nos termos da Constituição
Federal.
Na Espanha, este problema foi tratado com adoção de obrigação de incluir, em seus arquivos de
transmissão ao fisco, informação adicional e detalhada sobre: a cadeia de valor dos produtos ou serviços
que representem pelo menos 10% do volume de negócios do grupo; a estratégia para os ativos intangíveis;
e a estrutura financeira, incluindo os acordos com entidades terceiros e uma lista das entidades financeiras
do grupo. No Brasil, não nos parece haver nenhuma previsão desta complexidade teórica, embora seja
bastante interessante (numa abordagem meramente fiscal), especialmente, quanto às duas primeiras
práticas.
Dos quinze passos previstos no Plano de Ação do BEPS, somente a recomendação de inclusão da
“Clausula Arbitral”[15] não foi cumprida pela Argentina, que se opõe à inclusão e, muito provavelmente,
não vai se adequar.
VI) CONCLUSÕES:
A Política do BEPS é voltada para o intervencionismo estatal na economia, com regulação dos mercados e
arrocho fiscal, justamente por este motivo sendo melhor assimilada por países que têm conceitos políticos
menos voltados para o liberalismo econômico e grande concentração de funções no ente central, também
responsável pelo órgão de fiscalização e arrecadação.
No Brasil, as práticas do BEPS vêm sendo implementadas por diversas inovações legislativas que,
inobstante, hão de encontrar alguma dificuldade em adequarem-se aos preceitos constitucionais, visto que
são mormente atos de restrição de iniciativa e liberdade, prerrogativas impostas pela carta maior brasileira.
O caso acima é justamente o da Medida Provisória 685 que, aparte os vícios de edição, veiculam matéria
que parece, em primeiro momento, serem contrárias aos preceitos constitucionais. Ou seja, muito
provavelmente, este será um tema recorrente no judiciário, que será convidado a dirimir a questão acerca
da constitucionalidade e, justamente neste sentido, por envolver competência da Corte Máxima, é uma
discussão que há de perdurar durante algum tempo, tanto em matéria acadêmica, quanto em nosso
pretoriano diário.
VI) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
(BOBBIO, Noberto. Teoria da Norma Jurídica, 4ª Edição. São Paulo: Edipro, 2014)
(CARVALHO, Kildare Gonçalves. Técnica Legislativa, 4ª Edição. Belo Horizonte, Del Rey, 2007)
(GREAMAUD, Amaury Patrick [et al]. Manual de Economia, 5ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2004)
(DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. I, 26 Edição. São Paulo: Saraiva, 2009.)
(MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional, 9ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014)
[1] “Apresenta-se, então, o negócio jurídico como uma “norma concreta estabelecida pelas partes”
(DINIZ, 2009, p.449)
[2] Art. 104, CC. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível,
determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Intrínseca, aqui, a manifestação
de vontade, mas também verbo nuclear do evento.
[3] “Os vícios formais traduzem defeito de formação do ato normativo, pela inobservância de princípio
de ordem técnica ou procedimental ou pela violação de regra de competência. Nesses casos, viciado é o
ato nos seus pressupostos, no seu procedimento de formação, na sua forma final” (FERREIRA
MENDES, 2014, p. 1038 e 1039) – Aqui vale uma consideração: a matéria não ser urgente, neste caso,
não é vício material, mas forma, pois a urgência é um pressuposto de validade da Medida Provisória
(existe, qualquer seja a matéria tratada).
[4] Embora verse acerca do conteúdo material da lei, pelo mesmo motivo supra, esta inconstitucionalidade
será também formal.
[5] STF, ADI-MC 9.090/DF, Rel. Gilmar Ferreira Mendes, publicação no DJ de 26/10/2006
[6] No ensinamento de Noberto Bobbio: “Toda proposição prescritiva, e portanto também as normas
jurídicas, é formada de dois elementos constitutivos e, portanto, imprescindíveis: o sujeito, a quem a
norma se dirige (...) e o objeto da prescrição, ou seja, a ação prescrita (2014, p. 178).
[7] “o importante na redação da lei é dizer o que se quer com precisão, coesão , clareza e concisão.”
(CARVALHO, apud DICKERSON p. 84)
[8] Art. 5º, X, CF/88 - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
[9] Nos ensinamentos de Maria Helena Diniz, (2009, p. 286): “A capacidade da pessoa jurídica decorre
logicamente da personalidade que a ordem jurídica lhe reconhece, por ocasião e seu registro. Esta
capacidade estende-se a todos os campos do direito (...) Logo, tem: a) direito à personalidade(...).
[10] Como reduz Gilmar Ferreira Mendes: “Acha-se superada a doutrina de que os direitos fundamentais
se dirigem apenas às pessoas humanas”. (2014, p.172)
[11] (GREMAUD [et al], 2004, P.525)
[12] Deste, oportuna citação: “Quando uma pessoa ou uma empresa gastam mais do que ganham elas vão
a falência. Quando um governo gasta mais do que ganha ele te manda a conta.”
[13] Fonte: The Economist
[14] Interessante notar que este percentual vem diminuindo, vez que era de 18,3% em 2010. Os dados são
do IBGE, FGV e da OIT.
[15] Esta recomendação era específica para o país, sendo que a redação original fala em um método de
resolução de conflitos mais efetivo. No Brasil, já existe projeto de lei para alterar o Código Tributário
Nacional e prever a arbitragem como mecanismo de solução do conflito tributário.
por Pedro Toaiari de Mattos Esterce
Advogado
Graduado pelo Instituto Vianna Jr. de Juiz de Fora/MG
Pós-Graduando no MBA de Finanças do IBMEC do Rio de Janeiro
http://www.abdf.com.br/index.php?option=com_content&view=articl...
ICMS-MG: Substituição tributária para os produtos do segmento
de cosméticos, artigos de higiene pessoal e toucador foram
alteradas as regras
15 mar 2017 - ICMS, IPI, ISS e Outros
Através do Decreto nº 47.162/2017 - DOE MG de 15.03.2017, a contar de 01.04.2017, os arts. 113 e 114
da Parte 1 do Anexo XV do RICMS-MG/2002 passam a ter nova redação, de maneira a afetar a
aplicabilidade do regime de substituição tributária para os produtos elencados no “Capítulo 20 da Parte 2”
do mesmo anexo e com âmbito de aplicação 20.1 e 20.3.
Desta maneira, a substituição tributária com produtos do segmento de cosméticos não se aplica quando a
operação for realizada entre estabelecimentos de empresas interdependentes, exceto quando:
a) o destinatário da mercadoria for estabelecimento varejista;
b) o destinatário da mercadoria for microempresa ou empresa de pequeno porte; e
c) a base de cálculo do imposto para fins de substituição tributária seja estabelecida nos termos do item 1
da alínea "b" do inciso I do art. 19 da Parte 1 do Anexo XV do RICMS/MG.
Observa-se que a hipótese descrita na letra “a” já existia, tendo sido incluídas as demais pelo Ato em
fundamento.
A forma de cálculo estabelecida pelo art. 114 da Parte 1 do Anexo XV do RICMS-MG/2002, a contar da
entrada em vigor do Decreto nº 47.162/2017, passará a incluir as remessas das mercadorias submetidas ao
regime de substituição tributária com âmbito de aplicação 20.1 e 20.3 para microempresa ou empresa de
pequeno porte de empresa interdependente.
Fonte: LegisWeb
ICMS-MG: Programa "Regularize" promovida alteração nas
regras previstas para quitação de débitos tributários
15 mar 2017 - ICMS, IPI, ISS e Outros
O Decreto nº 47.161/2017 - DOE MG de 15.03.2017 altera o Decreto nº 46.817/2015, que dispõe sobre o
programa "Regularize"
Desta forma, o referido programa de pagamento incentivado poderá englobar os créditos tributários objeto
de auto de notícia-crime, após o recebimento da denúncia pelo juízo, na hipótese de a habilitação ocorrer
até o dia 31.03.2017 e desde que:
a) não tenha havido trânsito em julgado da decisão condenatória; e
b) o crédito tributário seja quitado, à vista ou parcelado, em moeda corrente ou com utilização de crédito
acumulado de ICMS; e
c) a critério do Estado, mediante adjudicação de bens penhorados em execução judicial, cujo valor será
fixado em avaliação efetuada pela Secretaria de Estado de Fazenda, condição acrescida pelo ato em
fundamento.
Fonte: LegisWeb
DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL DO EXERCÍCIO DE 2017
- DIRPF
15 mar 2017 - IR / Contribuições
INTRODUÇÃO
A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) possui competência para publicar obrigações acessórias
relativas aos impostos e contribuições por ela administrados, estabelecendo, inclusive, forma, prazo e
condições para o seu cumprimento e o respectivo responsável conforme artigo 16 da Lei nº 9.779/1999.
Neste procedimento será apresentada a obrigação acessória da Declaração de Ajuste Anual do Imposto
sobre a Renda da Pessoa Física, da Declaração Final de Espólio e da Declaração de Saída Definitiva do
País, referente ao exercício de 2017, ano-calendário de 2016, são apresentadas pela Instrução Normativa
RFB n° 1.690, de 20 de fevereiro de 2017, e Instrução Normativa RFB n° 1.696, de 21 de fevereiro de
2017.
Nota LegisWeb: O exercício é o ano de apresentação da declaração; e o ano-Calendário é o ano em que
aconteceram os fatos.
RIR/1999 , arts. 80 a 104 e 787 a 805 ; Instrução Normativa RFB nº 1.690/2017
OBRIGATORIEDADE NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO
A pessoa física residente no Brasil no ano-calendário de 2016 está obrigada a apresentar a Declaração de
Ajuste Anual referente ao exercício de 2017, quando se enquadrar nas seguintes condições:
a) recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma foi superior a R$
28.559,70;
b) recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi
superior a R$ 40.000,00;
c) obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do
imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;
d) quanto à atividade rural: obteve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50; e, pretenda
compensar, no ano-calendário de 2016 ou posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores ou do
próprio ano-calendário;
e) teve, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor
total superior a R$ 300.000,00;
f) passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nesta condição se encontrava em 31 de
dezembro; ou
g) optou pela isenção do Imposto sobre a Renda incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de
imóveis residenciais, cujo produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais localizados
no País, no prazo de 180 dias contados da celebração do contrato de venda, nos termos do artigo 39 da Lei
n° 11.196, de 21 de novembro de 2005.
Nota LegisWeb: A pessoa física, mesmo desobrigada, pode apresentar a Declaração de Ajuste Anual.
Instrução Normativa RFB nº 1.690/2017 , art. 2º
RASCUNHO
Trata-se de um aplicativo que possibilita efetuar um rascunho da declaração a ser entregue em 2017. A
utilização do Rascunho permite ao contribuinte iniciar o rascunho da DIRPF 2017 ao longo do ano-
calendário de 2016, à medida que ocorrem os fatos, bem antes do lançamento do programa gerador da
declaração.
No rascunho podem ser registradas informações sobre fatos que aconteceram desde o início do ano-
calendário até o final de dezembro, ou seja, no período compreendido entre 1º.01 e 31.12.2016.
A utilização do Rascunho é facultativa e, caso o contribuinte opte por preenchê-la, as informações salvas
no aplicativo do Rascunho não se constituem a declaração. O único objetivo do Rascunho é facilitar o
preenchimento da DIRPF 2017.
O aplicativo Rascunho poderá ser utilizado até o lançamento do programa gerador da DIRPF 2017. Após
essa data, somente será permitida a recuperação e transporte das informações já armazenadas para a
declaração.
Em suma:
Até 23.02.2017 O contribuinte poderá preencher o Rascunho e salvar as informações sobre fatos que
aconteceram em 2016
A partir de 23.02.2017 O contribuinte poderá recuperar as informações do rascunho e transportá-las para a
declaração (DIRPF 2017).
O Rascunho IRPF é uma aplicação online e pode ser acessada por meio de microcomputadores e
dispositivos móveis conectados à Internet:
a) no microcomputador, utilizando o navegador (browser), acesse o serviço Rascunho IRPF 2017 na
página da RFB na Internet (https://idg.receita.fazenda.gov.br/);
b) em dispositivos móveis, com sistemas operacionais Android e iOS, instale o APP IRPF e selecione a
funcionalidade Rascunho;
c) em dispositivos móveis, utilizando o navegador (browser), acesse o site da RFB para dispositivos
móveis: m-RFB.
As três formas de acesso utilizam a mesma base de dados. Assim, é possível, por exemplo, começar o
rascunho em um dispositivo móvel e continuá-lo no navegador (browser) do microcomputador e vice-
versa.
Uma vez selecionada a funcionalidade Rascunho IRPF, informe seu CPF e o código antirrobô mostrado na
tela. Após a validação do CPF, serão exibidas as condições para uso do Rascunho IRPF. Depois dessa tela,
ícones e opções de menu permitirão acesso ao preenchimento do rascunho, conforme segue:
a) Identificação: campo para preenchimento da data de nascimento, ocupação, endereço, entre outros;
b) Informações de terceiros: permite incluir, alterar ou excluir o cônjuge, um dependente ou alimentando
na lista;
c) Rendimentos: permite incluir, alterar ou excluir rendimentos na lista;
d) Pagamentos: permite incluir, alterar ou excluir pagamentos e doações na lista;
e) Bens e Dívidas: permite incluir, alterar ou excluir bens, direitos, dívidas e ônus;
f) Configurações: permite ajustar o tamanho da tela, modificar a palavra-chave ou modificar pergunta e
resposta ou apagar o conteúdo do rascunho.
Para salvar as informações preenchidas no Rascunho, o contribuinte deverá criar uma palavra-chave,
observando que:
a) deve ter, no mínimo, 8 caracteres, letra maiúscula e número;
b) será indispensável para a utilização futura das informações salvas no Rascunho na DIRPF 2017;
c) o seu conhecimento é de inteira responsabilidade do contribuinte;
d) em caso de perda ou esquecimento da palavra-chave as informações salvas poderão ser recuperadas
através da criação de uma nova palavra-chave, após a validação da resposta a uma pergunta previamente
cadastrada.
As informações salvas no Rascunho poderão, a critério do contribuinte, ser utilizadas na DIRPF 2017.
Para a recuperação das informações salvas no Rascunho, dependem da forma de elaboração da declaração:
a) uso de microcomputador para fazer a declaração DIRPF 2017: após fazer o download e instalar o
programa da DIRPF 2017, acesse a opção "Criar Nova Declaração" e selecione "Criar nova sem
importar". Preencha os campos "CPF" e "Nome" e clique em "OK". Marque "Sim" na pergunta "Deseja
importar os dados do rascunho?";
b) uso de dispositivos móveis para fazer a declaração DIRPF 2017: após fazer o download e instalar o
APP IRPF, acione o serviço "Fazer Declaração", escolha o exercício de 2017, informe o CPF e a palavra-
chave.
INTERNET
A DIRPF 2017 pode ser apresentada pela Internet e deverá ser elaborada com o uso de computador,
mediante a utilização do Programa Gerador da Declaração (PGD) relativo ao exercício de 2017,
disponibilizado para download no site da RFB.
A Instrução Normativa RFB nº 1.696/2017 aprovou o programa multiplataforma para preenchimento da
Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, da Declaração de Final de
Espólio e da Declaração de Saída Definitiva do País, referentes ao exercício de 2017, ano-calendário de
2016 (IRPF 2017), para uso em computador que possua máquina virtual Java (JVM) instalada, versão 1.7
ou superior.
O IRPF 2017 é composto por:
a) 4 versões com instaladores específicos, compatíveis com os sistemas operacionais Windows, Linux e
MacOS X; e
b) 2 versões de uso geral para todos os sistemas operacionais instalados em computadores que atendam à
condição prevista na letra "a", sendo 1 instalador e 1 pacote contendo os arquivos do programa.
Desde 23.02.2017, o programa DIRPF 2017, de reprodução livre, está disponível no site da RFB na
Internet.
No entanto, as declarações geradas pelo programa DIRPF 2017 devem ser apresentadas no período de
02.03.2017 a 28.04.2017.
Nota LegisWeb: A partir deste ano o programa Receitanet foi incorporado ao programa DIRPF, não sendo
mais necessária sua instalação em separado.
DECLARAÇÃO IRPF 2017 ONLINE
A Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2017 pode ser entregue mediante acesso ao serviço
"Declaração IRPF 2017 online", disponível no Centro Virtual de Atendimento (e-CAC) no site da RFB na
Internet, exceto nas hipóteses elencadas no subtópico 4.5.
O acesso ao serviço "Declaração IRPF 2017 online" se dará somente com certificado digital e pode ser
feito pelo contribuinte ou seu representante, desde que tenha procuração eletrônica ou procuração
outorgando poderes a pessoa física ou jurídica, para utilização, em nome do outorgante, mediante
certificado digital, dos serviços disponíveis no e-CAC da RFB, vedada a hipótese de substabelecimento da
procuração.
FAZER DECLARAÇÃO
A DIRPF 2017 poderá ser entregue também mediante dispositivos móveis tablets e smartphones, mediante
a utilização do serviço "Fazer Declaração", exceto nas hipóteses mencionadas no subtópico 4.5.
O acesso ao serviço "Fazer Declaração" é por meio do aplicativo APP IRPF, disponível nas lojas de
aplicativos Google Play, para o sistema operacional Android, ou App Store, para o sistema operacional
iOS.
Instrução Normativa RFB nº 1.690/2017 , art. 4º , III e § 1º
DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL PRÉ-PREENCHIDA
O contribuinte pode utilizar a Declaração de Ajuste Anual Pré-Preenchida desde que:
a) tenha apresentado a Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2016, ano-calendário de
2015;
b) no momento da importação do arquivo, as fontes pagadoras ou as pessoas jurídicas equiparadas,
conforme o caso, tenham enviado para a RFB informações relativas ao contribuinte referentes ao exercício
de 2017, ano-calendário de 2016, por meio da Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte
(Dirf), da Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (DMED) ou da Declaração de Informações sobre
Atividades Imobiliárias (Dimob), observando-se que:
b.1) a RFB disponibilizará ao contribuinte um arquivo a ser importado para a Declaração de Ajuste Anual,
já contendo algumas informações relativas a rendimentos, deduções, bens e direitos e dívidas e ônus reais;
b.2) o acesso às informações do arquivo a ser importado para a Declaração de Ajuste Anual só pode ser
feito por contribuinte que possua certificação digital ou por representante com procuração eletrônica ou
procuração outorgando poderes a pessoa física ou jurídica, para utilização, em nome do outorgante,
mediante certificado digital, dos serviços disponíveis no e-CAC da RFB, vedada a hipótese de
substabelecimento da procuração. O arquivo deve ser obtido no Portal e-CAC no site da RFB, na Internet,
sendo de inteira responsabilidade do contribuinte a verificação da correção de todos os dados pré-
preenchidos na Declaração de Ajuste Anual, devendo realizar as alterações, inclusões e exclusões das
informações necessárias, se for o caso.
Nota LegisWeb: As regras aplicáveis à Declaração de Ajuste Anual Pré-Preenchida não se aplicam à
Declaração de Ajuste Anual elaborada com a utilização dos serviços da "Declaração online" e "Fazer
Declaração".
VEDAÇÕES À UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS "DECLARAÇÃO IRPF 2017 ONLINE" E "FAZER
DECLARAÇÃO"
É vedada a utilização dos serviços "Declaração IRPF 2017 online" e "Fazer Declaração" para a
apresentação da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda na hipótese de os declarantes ou seus
dependentes informados nessa declaração, no ano-calendário de 2016:
a) terem auferido:
1) rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00, apenas na
hipótese de utilização do serviço "Fazer Declaração" e recebidos do exterior;
2) rendimentos do exterior;
3) rendimentos sujeitos à tributação exclusiva ou definitiva, cuja soma seja superior a R$ 10.000.000,00
(vedação apenas na hipótese de utilização do serviço "Fazer Declaração"); ganhos de capital na alienação
de bens ou direitos; ganhos de capital na alienação de bens, direitos e aplicações financeiras adquiridos em
moeda estrangeira; ganhos de capital na alienação de moeda estrangeira mantida em espécie; ganhos
líquidos em operações de renda variável realizadas em bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e
assemelhadas, e fundos de investimento imobiliário; ou recebidos acumuladamente (RRA) de que trata o
art. 12-A da Lei nº 7.713/1988 ;
4) rendimentos isentos e não tributáveis, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00 (vedação apenas na
hipótese de utilização do serviço "Fazer Declaração"); relativos à parcela isenta correspondente à
atividade rural; relativos à recuperação de prejuízos em renda variável (bolsa de valores, de mercadorias,
de futuros e assemelhados e fundos de investimento imobiliário); correspondentes ao lucro na venda de
imóvel residencial para aquisição de outro imóvel residencial; ou correspondentes ao lucro na alienação de
imóvel residencial adquirido após o ano de 1969; ou
b) terem se sujeitado:
1) ao imposto pago no exterior ou ao recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) de que
tratam os §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº 11.033/2004 ;
2) ao preenchimento dos demonstrativos referentes à atividade rural, ao ganho de capital na alienação de
bens e direitos, ao ganho de capital em moeda estrangeira ou à renda variável; ou
c) terem realizado pagamentos de rendimentos a pessoas jurídicas, passíveis de dedução na declaração, ou
a pessoas físicas, passíveis ou não de dedução na declaração, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00
(vedação apenas na hipótese de utilização do serviço "Fazer Declaração").
Instrução Normativa RFB nº 1.690/2017 , art. 5º
PRAZO DE ENTREGA
A Declaração de Ajuste Anual deve ser apresentada no período de 02.03 a 28.04.2017, por uma das
seguintes formas:
a) Internet, mediante utilização do programa gerador da declaração (PGD); ou
b) "Declaração IRPF 2017 online"; ou
c) "Fazer Declaração".
O serviço de recepção da Declaração de Ajuste Anual será interrompido às 23h59min59s, horário de
Brasília, do dia 28.04.2017.
A comprovação da apresentação da Declaração de Ajuste Anual é feita por meio de recibo gravado após a
transmissão, em disco rígido de computador ou em mídia removível ou no dispositivo móvel que contenha
a declaração transmitida, cuja impressão fica a cargo do contribuinte, e deve ser feita mediante a utilização
do PGD.
Instrução Normativa RFB nº 1.690/2017 , art. 7º
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE ENTREGA MEDIANTE REQUERIMENTO DO CONTRIBUINTE
Quando motivos de força maior, devidamente justificados perante o chefe da repartição lançadora,
impossibilitarem a entrega tempestiva da Declaração de Ajuste Anual, poderá ser concedida, mediante
requerimento do contribuinte, uma só prorrogação de até 60 dias, sem prejuízo do pagamento do imposto
nos prazos regulares.
O Parecer Normativo CST nº 23/1978 esclarece que essa prorrogação se aplica aos casos em que tenha
ocorrido extravio, deterioração ou destruição dos livros e dos documentos respectivos em virtude de fatos
imprevisíveis e inevitáveis, tais como incêndios, inundações ou desabamentos.
Sublinhe-se que, em conformidade com a Instrução Normativa SRF nº 17/1983 , se for concedida a
referida prorrogação:
a) não será aplicável a multa prevista para entrega em atraso da declaração;
b) o contribuinte deverá pagar o imposto nas condições e nos prazos fixados para esse caso na legislação
(o imposto não pago no prazo normal terá incidência de multa e juros de mora).
RIR/1999 , art. 828 ; Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014 , art. 70
ENTREGA FORA DO PRAZO - PENALIDADE
A entrega da Declaração de Ajuste Anual após o prazo estabelecido (28.04.2017), se obrigatória, sujeita o
contribuinte à multa de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, calculada sobre o total do imposto
devido nela apurado, ainda que integralmente pago, observado o seguinte:
a) a multa terá valor mínimo de R$ 165,74 e, como valor máximo, 20% do Imposto sobre a Renda devido;
b) por termo inicial, o 1º dia subsequente ao término do período fixado para a entrega da Declaração de
Ajuste Anual e, por termo final, o mês da entrega ou, no caso de não apresentação, do lançamento de
ofício;
c) a multa mínima aplica-se, inclusive, no caso de Declaração de Ajuste Anual de que não resulte imposto
devido.
O contribuinte que entregar a declaração fora do prazo receberá, no ato da entrega, a notificação da multa
pelo atraso. No caso de declarações com direito à restituição do imposto, a multa por atraso na entrega
será objeto de lançamento de ofício e deduzida do valor do imposto a restituir.
Conforme disposição da Lei nº 9.430/1996 , art. 44 , I, alterada pela Lei nº 11.488/2007 , na hipótese de
lançamento de ofício, será aplicada a multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de imposto ou
contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, falta de declaração e declaração inexata.
Caso seja comprovadamente constatado dolo ou má-fé do contribuinte, a referida multa será aplicada
também sobre a parcela do imposto a restituir informado pelo contribuinte pessoa física, na Declaração de
Ajuste Anual, que deixar de ser restituída por infração à legislação tributária.
Nota LegisWeb: No caso de declarações com direito a restituição, a multa por atraso na entrega não paga
dentro do vencimento estabelecido na notificação de lançamento emitida pelo PGD ou pelos serviços
"Declaração IRPF 2017 online" e "Fazer Declaração", com os respectivos acréscimos legais decorrentes
do não pagamento, será deduzida do valor do imposto a ser restituído.
Lei nº 9.430/1996 , art. 44 , I, § 5º; Lei nº 11.488/2007 ; Lei nº 12.249/2010 , art. 23 ; Instrução Normativa
RFB nº 958/2009 , art. 4º; Instrução Normativa RFB nº 1.690/2017 , art. 10
RETIFICAÇÃO
Caso a pessoa física constate que cometeu erros, omissões ou inexatidões em Declaração de Ajuste Anual
já entregue, poderá apresentar declaração retificadora:
a) pela Internet, mediante a utilização do PGD ou do serviço "Retificação on-line";
b) em mídia removível, nas unidades da RFB, durante o seu horário de expediente, se depois do prazo
estabelecido (28.04.2017).
A Declaração de Ajuste Anual retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente
apresentada, substituindo-a integralmente e, portanto, deve conter todas as informações anteriormente
declaradas com as alterações e exclusões necessárias, bem como as informações adicionais, se for o caso.
Para a elaboração e a transmissão de Declaração de Ajuste Anual retificadora, deve ser informado o
número constante no recibo de entrega referente à última declaração apresentada, relativa ao mesmo ano-
calendário.
Após o prazo estabelecido para a entrega da declaração, não será admitida a retificação que tenha por
objetivo a troca de opção por outra forma de tributação.
Nota LegisWeb: O disposto neste tópico não se aplica à Declaração de Ajuste Anual elaborada com o uso
dos serviços "Declaração IRPF 2017 online" e "Fazer Declaração".
Instrução Normativa RFB nº 1.690/2017 , art. 9º
DESCONTO SIMPLIFICADO
A Declaração de Ajuste Anual pode ser entregue de forma simplificada, utilizando um desconto concedido
pela Receita Federal do Brasil.
O desconto concedido na entrega de forma simplificada substitui todas as deduções admitidas para a base
de cálculo e será no percentual de 20% e aplicado sobre o valor dos rendimentos tributáveis na Declaração
de Ajuste Anual.
O valor do desconto está limitado a R$ 16.754,34.
Caso a pessoa possua prejuízo da atividade rural ou imposto pago no exterior e pretende utilizá-los para
compensação, não poderá optar pelo desconto simplificado.
Na entrega da declaração simplificada, o desconto não pode ser utilizado para justificar variação
patrimonial, sendo considerado rendimento consumido.
A base de cálculo do imposto, na Declaração de Ajuste Anual, é a diferença entre os seguintes valores
(Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014 , art. 72 ):
a) a soma de todos os rendimentos recebidos pelo contribuinte durante o ano de 2015, exceto os isentos, os
não tributáveis, os tributados exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva (tais como 13º
salário, ganhos de capital na alienação de bens ou direitos, ganhos líquidos obtidos em operações em
bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, rendimentos de aplicações financeiras de
renda fixa); e
b) o desconto simplificado, em caso de opção pela Declaração de Ajuste Anual pelo desconto simplificado
(veja o item 8) ou, em caso de declaração no modelo completo (deduções legais), a soma das deduções,
relacionadas no subitem 9.2, a que o contribuinte tiver direito.
DEDUÇÕES ADMITIDAS NO MODELO COMPLETO
O contribuinte que optar pelas deduções legais permitidas (deduções legais) poderá deduzir dos
rendimentos tributáveis na declaração:
a) as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
b) as contribuições para entidades de previdência privada domiciliadas no País, destinadas a custear
benefícios complementares aos da Previdência Social e/ou contribuições para o Fundo de Aposentadoria
Programada Individual (Fapi), do contribuinte e de seus dependentes, cujo ônus seja do contribuinte, até o
limite de 12% dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na
declaração;
Nota LegisWeb:Desde o ano-calendário de 2015, as entidades de previdência complementar, sociedades
seguradoras e administradoras de Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) são obrigadas a
apresentar, em meio digital, até o último dia útil do mês de março, as informações relativas aos
recebimentos de contribuições, prêmios e aportes destinados ao custeio dos planos de benefícios de
natureza previdenciária e aos pagamentos de resgates aos participantes e beneficiários (Instrução
Normativa RFB nº 1.452/2014 , alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.509/2014 )
c) as entidades de previdência complementar de natureza pública de que trata o § 15 do art. 40 da
Constituição Federal (CF/1988), cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios
complementares assemelhados aos da Previdência Social (Instrução Normativa RFB nº 1.558/2015 );
d) os dependentes, na quantia correspondente a R$ 2.275,08 por dependente, sendo irrelevante se a
condição de dependência teve início ou término durante o ano de 2016 (Lei nº 9.250/1995 , art. 4º , III,
letra "i", alterado pela Lei nº 13.149/2015 );
Notas LegisWeb:
(1) O declarante deve informar o CPF de dependentes ou alimentandos com 12 anos ou mais, completados
até 31.12.2016.
(2) Será vedada a dedução cumulativa dos valores correspondentes à pensão alimentícia e a de
dependentes (letras "d" e "g") quando se referirem à mesma pessoa, exceto na hipótese de mudança na
relação de dependência no decorrer do ano-calendário (Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014 , art. 101 ,
§ 1º).
e) as despesas com educação pagas durante o ano de 2016, restritas aos pagamentos efetuados a
estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil (creches e educação pré-escolar),
fundamental, médio e superior e a cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de
seus dependentes, até o limite anual individual de R$ 3.561,50 (Lei nº 9.250/1995 , art. 8º , "b", item 10,
alterado pela Lei nº 13.149/2015 );
f) as despesas médicas, que compreendem os pagamentos efetuados pelo contribuinte no ano de 2016 a
médicos de qualquer especialidade, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,
fonoaudiólogos e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos,
aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, e os valores pagos para manutenção de seguro-
saúde ou de planos de saúde;
Nota LegisWeb: Desde o ano-calendário de 2015, os profissionais da área da saúde (odontólogo,
fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e psicólogo) e advogados autônomos, sujeitos ao
Carnê-Leão, estão obrigados a informar o CPF de todos os clientes que pagarem rendimentos. Também
foram incluídos nesse rol, desde o ano-calendário de 2017, o corretor e o administrador de imóveis. Esses
profissionais terão de importar para a DAA os dados inseridos no programa do Carnê-Leão relativo ao
ano-calendário de 2015 (Instrução Normativa RFB nº 1.531/2014 , alterada pela Instrução Normativa RFB
nº 1.620/2016 e pela Instrução Normativa RFB nº 1.692/2017 ; e Instrução Normativa RFB nº
1.694/2017 ).
g) as importâncias pagas pelo contribuinte em 2016 a título de pensão alimentícia, em face das normas do
Direito de Família, em cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente ou por
escritura pública, inclusive a prestação de alimentos provisionais;
h) no caso de profissionais autônomos (exceto os que prestam serviço de transporte de cargas ou de
passageiros e os garimpeiros), as despesas decorrentes do exercício da atividade profissional geradora dos
rendimentos do trabalho não assalariado, pagas em 2016, desde que escrituradas em livro Caixa e
comprovadas com documentação idônea;
Nota LegisWeb: Desde o ano-calendário de 2015, os profissionais da área da saúde (odontólogo,
fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e psicólogo) e advogados autônomos, sujeitos ao
Carnê-Leão, estão obrigados a informar o CPF de todos os clientes que pagarem rendimentos. Também
foram incluídos nesse rol, desde o ano-calendário de 2017, o corretor e o administrador de imóveis. Esses
profissionais terão de importar para a DAA os dados inseridos no programa do Carnê-Leão relativo ao
ano-calendário de 2015 (Instrução Normativa RFB nº 1.531/2014 , alterada pela Instrução Normativa RFB
nº 1.620/2016 e pela Instrução Normativa RFB nº 1.692/2017 ; e Instrução Normativa RFB nº
1.694/2017 ).
i) dedução da contribuição patronal à Previdência Social do empregado doméstico.
Nota LegisWeb:
Até o exercício de 2019, ano-calendário de 2018, o contribuinte pode deduzir a contribuição patronal na
Declaração de Ajuste Anual, observando-se que a dedução (Lei nº 9.250/1995 , art. 12 , alterado pela Lei
nº 13.097/2015 ):
a) está limitada:
a.1) a um empregado doméstico por declaração, inclusive no caso da declaração em conjunto; e
a.2) ao valor recolhido no ano-calendário a que se referir a declaração;
b) aplica-se somente na Declaração de Ajuste Anual na opção pelas deduções legais permitidas;
c) não poderá exceder:
c.1) o valor da contribuição patronal calculada sobre um salário-mínimo mensal e sobre o 13º salário e a
remuneração adicional de férias, referentes também a um salário-mínimo;
c.2) o valor do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual, deduzidos dos incentivos fiscais
mencionados no subtópico 8.4, limitados a 6% do imposto devido;
d) ficará condicionada à comprovação da regularidade do empregador doméstico perante o Regime Geral
de Previdência Social quando se tratar de contribuinte individual.
Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014 , arts. 72 , 86 , 91 , 94 , 101 e 104
CONTRIBUINTE APOSENTADO QUE JÁ TENHA COMPLETADO 65 ANOS
O contribuinte com 65 anos ou mais que recebeu proventos de aposentadoria, reserva remunerada,
reforma ou pensão pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito público interno ou por entidade de previdência
privada, deve declarar como rendimentos isentos os valores informados na linha 01 do campo 4 do
Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte fornecido pela fonte
pagadora dos proventos.
A parcela isenta dos proventos recebidos corresponde:
a) à soma dos valores recebidos em cada mês, não excedentes a R$ 1.903,98, caso o contribuinte tenha
completado 65 anos de idade no próprio ano-calendário; e
b) ao 13º salário, não excedente a R$ 1.903,98.
No caso de recebimento de mais de uma aposentadoria ou pensão pagas pelas entidades referidas neste
subitem, a parcela isenta será considerada em relação à soma de todos os benefícios recebidos em cada
mês.
Se o contribuinte receber rendimentos de outras espécies (remuneração do trabalho assalariado ou
autônomo ou de aluguéis, por exemplo), esses rendimentos serão tributáveis normalmente, mesmo que o
beneficiário tenha mais de 65 anos de idade.
Lei nº 9.250/1995 , art. 4º , VI, "h"; Lei nº 13.149/2015 ; Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014 , Anexo
I
TABELA PROGRESSIVA PARA CÁLCULO DO IMPOSTO
Sobre o valor dos rendimentos tributáveis, aplicam-se as alíquotas previstas na tabela progressiva anual.
Se a base de cálculo for superior a R$ 22.847,76, para calcular o imposto, o programa verifica, na tabela
progressiva anual em reais, a classe de renda correspondente à base de cálculo e à respectiva alíquota,
bem como o valor da dedução.
Base de Cálculo (R$) Alíquota Parcela a deduzir do IR (R$)
De 22.847,77 até 33.919,80 7,5% 1.713,58
De 33.919,81 até 45.012,60 15% 4.257,57
De 45.012,61 até 55.976,16 22,5% 7.633,51
Acima de 55.976,16 27,5% 10.432,32
DEDUÇÃO DE INCENTIVOS FISCAIS
O contribuinte que optar pelas deduções legais permitidas poderá deduzir do imposto progressivo anual
(resultante da aplicação da tabela progressiva sobre a base de cálculo) até o limite de 6% do imposto:
a) as contribuições feitas aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente e pelos Conselhos Municipais (veja na Nota);
b) as doações e os patrocínios efetivamente realizados em favor de projetos de natureza cultural
previamente aprovados pelo Ministério da Cultura, observadas as condições pertinentes;
c) o valor pago na aquisição primária de certificado de investimento em projetos de produção
independente de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras ou de projetos específicos da área
audiovisual cinematográfica, de exibição, distribuição e infraestrutura técnica, apresentados por empresa
brasileira, desde que o projeto beneficiário tenha sido previamente aprovado pelo Ministério da Cultura e
o certificado de investimento emitido com observância das normas estabelecidas pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM);
d) o pagamento e as doações feitas ao Incentivo ao Desporto;
e) as contribuições efetuadas diretamente aos fundos controlados pelos Conselhos Nacional, Distrital,
estaduais ou municipais do Idoso;
f) as doações e patrocínios diretamente efetuados por pessoas físicas no âmbito do Programa Nacional de
Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa
com Deficiência (Pronas/PCD), previamente aprovados pelo Ministério da Saúde.
Notas LegisWeb:
(1) A pessoa física pode deduzir do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações efetuadas
no próprio exercício até a data de vencimento da 1ª quota ou da quota única do imposto aos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente Nacional, estaduais, Distrital ou municipais (Instrução Normativa
RFB nº 1.131/2011 , art. 8º-A, incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.311/2012 , art. 4º).
Portanto, na Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2017, ano-calendário de 2016, apresentada até
28.04.2017, quando o contribuinte utilizar a opção pelas deduções legais permitidas é permitido a
utilização dessas deduções legais. Nessa hipótese, a pessoa física pode optar pela dedução das doações,
em espécie, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente Nacional,
Distrital, estaduais ou municipais, observando-se que:
a) as doações poderão ser deduzidas até o percentual de 3% sobre o Imposto de Renda devido apurado na
declaração;
b) a dedução está sujeita ainda ao limite global de 6% do Imposto sobre a Renda devido apurado na
declaração, juntamente com as demais deduções de incentivo, inclusive quanto às contribuições efetuadas
aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente Nacional, Distrital,
estaduais ou municipais no decorrer do ano-calendário de 2016;
c) o pagamento da doação deve ser efetuado, impreterivelmente, até 28.04.2017, até o encerramento do
horário de expediente bancário das instituições financeiras autorizadas, inclusive se realizado pela Internet
ou por terminal de autoatendimento;
d) o não pagamento da doação até 28.04.2017 implica a glosa definitiva dessa parcela de dedução, e
obriga a pessoa física ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Declaração de Ajuste
Anual com os acréscimos legais previstos na legislação.
(2) A pessoa física poderá deduzir do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual, do ano-
calendário de 2012 até o ano-calendário de 2020, na qualidade de incentivadora, o valor total das doações
e patrocínios despendidos no ano-calendário anterior, a que se refere a Declaração de Ajuste Anual,
diretamente efetuados em prol de ações e serviços previamente aprovados, desenvolvidos por instituições
no âmbito (Lei nº 12.715/2012 , art. 4º ; Lei nº 13.169/2015 ; Instrução Normativa RFB nº 1.131/2011 ,
arts. 49-A e 55, alterados pela Instrução Normativa RFB nº 1.311/2012 ):./
a) do Pronon; e
b) do Pronas/PCD.
As deduções ficam limitadas aos seguintes percentuais sobre o imposto sobre a renda devido, apurado na
Declaração de Ajuste Anual:
a) 1% ao Pronon; e
b) 1% relativamente ao Pronas/PCD.
As referidas deduções não se submetem ao limite global de 6%.
Lei nº 9.250/1995 , art. 12 ; Lei nº 12.213/2010 , art. 2º ; Lei nº 12.715/2012 , art. 4º ; Lei nº 13.169/2015
COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO RETIDO NA FONTE OU PAGO PELO CONTRIBUINTE
Do valor do imposto devido, poderão ser compensados:
a) o total do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) correspondente a rendimentos incluídos na base de
cálculo anual;
b) o total do imposto pago pelo contribuinte sobre rendimentos incluídos na base de cálculo anual, nas
modalidades do carnê-leão e da complementação facultativa;
c) o imposto pago no exterior sobre rendimentos incluídos na base de cálculo do imposto devido na
declaração.
EXEMPLO
Admitindo-se que o contribuinte tenha sofrido desconto do IRRF de R$ 11.138,64, temos na opção pelas
deduções legais permitidas:
Rendimentos tributáveis na declaração.................................. R$ 60.000,00
Total das deduções...................................................................... (R$ 21.073,16)
Base de cálculo do imposto........................................................ R$ 38.926,84
Cálculo do imposto (aplicando-se a tabela do subitem 8.4): R$ 38.926,84 x 15%......... R$ 5.839,03
Parcela a deduzir............................................................................................................ (R$ 4.257,57)
Imposto devido................................................................................................................ R$ 1.581,46
IRRF.............................................................................................................................. (R$ 11.138,64)
Imposto a restituir......................................................................................................... R$ 9.557,18
PAGAMENTO DO SALDO DO IMPOSTO APURADO
Do saldo do imposto de renda apurado, poderá ser pago em até 8 quotas, devendo ser o pagamento mensal
e sucessivamente, nas seguintes condições:
a) valor de cada quota não pode ser inferior a R$ 50,00;
b) o saldo do imposto com valor inferior a R$ 100,00 não pode ser dividido em quota, devendo ser pago
em quota única;
c) o prazo de pagamento da 1ª quota ou da quota única deve ser até o prazo final de entrega da declaração
de ajuste anual;
d) as outras quotas terão como prazo o último dia útil de cada mês, subsequente ao prazo de entrega da
declaração de ajuste anual, devendo sofrer acréscimo de juros Selic, acumulada mensalmente, calculados a
partir da data da apresentação da declaração até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do
pagamento.
Número da Quota Vencimento Acréscimos
1ª Quota ou Quota Única 28/04/2017 Sem acréscimo de juros
2ª Quota 31/05/2017 1% de juros
3ª Quota 30/06/2017 Selic de maio + 1% de juros
4ª Quota 31/07/2017 Soma das Selic de maio a junho + 1% de juros
5ª Quota 31/08/2017 Soma das Selic de maio a julho + 1% de juros
6ª Quota 29/09/2017 Soma das Selic de maio a agosto + 1% de juros
7ª Quota 31/10/2017 Soma das Selic de maio a setembro + 1% de juros
8ª Quota 30/11/2017 Soma das Selic de maio a outubro + 1% de juros
ANTECIPAÇÃO
Com a apuração de saldo de imposto, o contribuinte poderá antecipar o imposto ou as quotas, total o
parcial, não necessitando apresentar a retificação da declaração para alterar a forma de pagamento.
Na entrega da declaração onde é informado um determinado número de quotas, caso queira aumentar esta
quantidade de quotas até o máximo permitido, deverá apresentar declaração retificadora ou acessar ao sítio
da RFB na Internet em opção "Extrato da DIRPF", até data de vencimento da última quota pretendida.
FORMAS
O imposto poderá ser pago, total ou em quotas, com os respectivos juros, das seguintes formas:
a) transferência eletrônica utilizando os sistemas eletrônicos das instituições financeiras autorizadas pela
RFB a operar com essa modalidade de arrecadação;
b) Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), em qualquer agência bancária integrante da
rede arrecadadora de receitas federais, no caso de pagamento efetuado no Brasil; ou
c) débito automático em conta corrente bancária.
DÉBITO
O débito automático em conta corrente bancária, somente é permitido para Declaração de Ajuste Anual
original ou retificadora apresentada até 31 de março de 2017, para a quota única ou a partir da 1ª quota; e,
entre 1° de abril e o último dia do prazo de entrega da declaração, para débito da 2ª quota em diante.
A autorização do débito em conta corrente se dá mediante a indicação da opção no programa gerador da
declaração ou no do serviço “Declaração IRPF 2017 on-line” e formalizado no recibo de entrega da
Declaração de Ajuste Anual.
CANCELAMENTO DO DÉBITO
A opção pelo débito em conta corrente poderá ser cancelada nas seguintes hipóteses:
a) apresentar Declaração de Ajuste Anual retificadora após o prazo final de entrega;
b) ser apresentado informações bancárias com dados inexatos;
c) o número do CPF informado na Declaração de Ajuste Anual ser diferente do cadastro da conta corrente
bancária; ou
d) a conta corrente informada é do tipo não solidária, ou seja, exige que as transações sejam aprovadas por
todos os titulares para serem efetivadas, diferente a conta solidária, onde pode ser movimentada em
conjunto ou isoladamente pelos titulares.
Caso fique comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, a conta corrente informada em outra
declaração pode ser estornada, a pedido da pessoa física titular da conta corrente.
RETIFICAÇÕES
No acesso da página da RFB, em opção "Extrato da DIRPF", as inclusões, cancelamentos ou modificações
quanto ao débito em conta corrente, após a apresentação da declaração de ajuste anual, os efeitos serão:
a) no próprio mês, se realizado até 23h59min59s, horário de Brasília, do dia 14 de cada mês;
b) no mês seguinte, se realizado após o dia 14 de cada mês.
ALTERAÇÃO DO PAGAMENTO
Das formas de pagamento apresentadas, a Coordenação-Geral de Arrecadação e Cobrança (Codac) pode
editar normas complementares necessárias à regulamentação do pagamento por intermédio de débito
automático em conta corrente bancária.
FONTES GOVERNAMENTAIS DO EXTERIOR
A pessoa física que receber rendimentos do trabalho assalariado de autarquias ou repartições do Governo
brasileiro situadas no exterior, além das opções apresentadas em “Forma de pagamento”, o pagamento
pode ser efetuado mediante remessa de ordem de pagamento com todos os dados exigidos no DARF, no
respectivo valor em reais ou em moeda estrangeira, a favor da RFB, por meio do Banco do Brasil S/A,
Gerência Regional de Apoio ao Comércio Exterior - Brasília-DF (Gecex - Brasília-DF), prefixo 1608- X.
IMPOSTO INFERIOR A R$ 10,00
Caso o imposto apurado for de valor inferior a R$ 10,00, o pagamento do mesmo poderá ser adicionado ao
imposto apurado dos exercícios subsequentes, até que seu total seja igual ou superior ao valor
mencionado.
Acumulando ou ultrapassando o valor de R$ 10,00, então, deve ser pago ou recolhido no prazo
estabelecido na legislação para este último exercício.
RESTITUIÇÃO
O imposto a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física,
referente ao exercício de 2017, ano-calendário de 2016, será restituído em 7 lotes, no período de junho a
dezembro de 2017.
O valor será disponibilizado ao contribuinte na agência bancária indicada na respectiva Declaração do
Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF 2017), de acordo com o seguinte cronograma:
Número
do Lote Data
Acréscimos
(Instrução Normativa SRF n° 76, de 18 de setembro de 2001)
1º 16/06/2017 Selic de maio + 1% de juros
2º 17/07/2017 Soma das Selic de maio a junho + 1% de juros
3º 15/08/2017 Soma das Selic de maio a julho + 1% de juros
4º 15/09/2017 Soma das Selic de maio a agosto + 1% de juros
5º 16/10/2017 Soma das Selic de maio a setembro + 1% de juros
6º 16/11/2017 Soma das Selic de maio a outubro + 1% de juros
7º 15/12/2017 Soma das Selic de maio a novembro + 1% de juros
Os valores serão restituídos conforme a ordem de entrega das declarações, e terá prioridade no
recebimento das restituições os contribuintes listados no artigo 69-A da Lei n° 9.784, de 29 de janeiro de
1999:
a) pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;
b) pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
c) pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.
As declarações retidas para análise em decorrência de inconsistências nas informações não seguem o
cronograma de restituição.
de que trata o art. 69-A da Lei n° 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
BENS E DIREITOS
A pessoa física que apresentar declaração de ajuste anual deverá relacionar seus bens e direitos que, no
Brasil ou no exterior, constituam, em 31 de dezembro de 2015 e de 2016, seu patrimônio e o de seus
dependentes relacionados na declaração, bem como os adquiridos e alienados durante o ano-calendário de
2016.
DISPENSADOS
Estão dispensados de incluir os seguintes bens e direitos:
a) de saldos de contas correntes bancárias e demais aplicações financeiras, cujo valor unitário não exceda
a R$ 140,00;
b) de bens móveis, exceto veículos automotores, embarcações e aeronaves, bem como os direitos, cujo
valor unitário de aquisição seja inferior a R$ 5.000,00; e
c) de conjunto de ações e quotas de uma mesma empresa, negociadas ou não em bolsa de valores, bem
como ouro, ativo financeiro, cujo valor de constituição ou de aquisição seja inferior a R$ 1.000,00.
DÍVIDAS E ÔNUS
A pessoa física que apresentar declaração de ajuste anual deverá relacionar suas dívidas e os ônus reais
existentes em 31 de dezembro de 2015 e de 2016, e de seus dependentes, bem como os constituídos e os
extintos no decorrer do ano-calendário de 2016.
Estão dispensados de incluir as seguintes dívidas e ônus:
a) de cujo valor seja igual ou inferior a R$ 5.000,00;
b) de financiamentos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ou sujeitos às mesmas condições, ou seja,
aqueles nos quais o bem é dado como garantia do pagamento (Exemplo: alienação fiduciária, hipoteca e
penhor);
c) de bens adquiridos por consórcio; e
d) da atividade rural.
CERTIFICADO DIGITAL
O uso do certificado digital é obrigatório para a pessoa física que se enquadrou nas seguintes condições:
a) recebeu rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00;
b) recebeu rendimentos isentos e não tributáveis, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00;
c) recebeu rendimentos tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00; ou
d) realizou pagamentos de rendimentos a pessoas jurídicas, quando constituam dedução na declaração, ou
a pessoas físicas, quando constituam, ou não, dedução na declaração, cuja soma foi superior a R$
10.000.000,00, em cada caso ou no total.
Caso seja entregue a Declaração de Ajuste Anual de seja de espólio, inicial ou intermediária ou
Declaração Final de Espólio, nas condições acima deve ser apresentada, em mídia removível, em uma
unidade da RFB, durante o seu horário de expediente, sem a necessidade de utilização de certificado
digital.
O disposto neste item não se aplica nos casos de a declaração ser preenchida por meio do serviço
“Declaração IRPF 2017 on-line”.
RECIBO
A pessoa física que transmitir pela internet, receberá recibo em seu computador, em mídia removível ou
no dispositivo móvel, podendo ser impressa pelo próprio programa gerador da declaração.
RETIFICAÇÃO
A declaração de ajuste anual pode ser retificada a partir do momento que a pessoa física constate que
cometeu erros, omissões ou inexatidões.
A forma de retificação pode ser:
a) pela Internet, utilizando o programa de transmissão Receitanet ou o aplicativo "Retificação online",
disponível na página da RFB;
b) em mídia removível, nas unidades da RFB, durante o seu horário de expediente, se após o prazo de
entrega.
Na retificação da declaração, a natureza da declaração deve ser a mesma da original substituindo-a
integralmente, com isto, deve conter todas as informações da declaração anterior, com as informações
corretas, as alteradas, as excluídas e as adicionadas, se for o caso.
É necessário informar o número do recibo de entrega da última declaração apresentada para transmissão
da retificadora.
Após o prazo final de entrega não é permitido a alteração da forma de tributação (de completa para
simplificada e vice-versa).
O disposto neste item não se aplica nos casos de a declaração ser preenchida por meio do serviço
“Declaração IRPF 2017 on-line”.
Instrução Normativa RFB nº 1.690/2017 , art. 9º
Fonte: LegisWeb