pÓs-graduaÇÃo ipecont 2017, do jeito que o mercado … · a remuneração do investidor-anjo...
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PÓS-GRADUAÇÃO IPECONT 2017, do jeito que o mercado quer!
São 4 cursos:
- Gestão e Planejamento de Tributos;
- Gestão Empresarial e Inteligência de negócios (novo);
- Gestão Estratégica de Compras (novo);
- Gestão em Controladoria, Auditoria e Finanças (novo).
Boletim CONT-TRIB-JUR em 07.nov.2016.
“Melhorar geralmente significa fazer algo que nunca fizemos antes.”
(Shigeo Shingo)
Já está disponível agendamento pela opção do
Simples Nacional 2017
O agendamento é um serviço que objetiva facilitar o processo de ingresso no Simples Nacional,
possibilitando ao contribuinte manifestar o seu interesse pela opção para o ano subsequente, antecipando
as verificações de pendências impeditivas ao ingresso no Regime. Assim, o contribuinte poderá dispor de
mais tempo para regularizar as pendências porventura identificadas.
Esta funcionalidade estará disponível entre o dia 1º (primeiro) de novembro e o dia 29 (vinte e nove) de
dezembro de 2016, no Portal do Simples Nacional > Simples – Serviços > Opção > “Agendamento da
Opção pelo Simples Nacional, ou em “Serviços mais Procurados”.
Não havendo pendências, o agendamento para a opção de 2017 será confirmado. No dia 01/01/2017, será
gerado o registro da opção pelo Simples Nacional, automaticamente. Para confirmar o ingresso no regime,
recomenda-se acessar o portal do Simples Nacional, serviço Consulta Optantes, no início de janeiro.
Caso sejam identificadas pendências, o agendamento não será aceito. O contribuinte poderá regularizar
essas pendências e proceder a um novo agendamento até 29/12/2016. Após este prazo, a empresa ainda
poderá solicitar a opção pelo Simples Nacional para o ano de 2017 até o último dia útil do mês de janeiro.
No mesmo período do agendamento, é possível o cancelamento do agendamento da opção por meio de
aplicativo disponibilizado no Portal do Simples Nacional.
Não haverá agendamento para opção pelo SIMEI.
Não haverá agendamento para empresas em início de atividade.
Mais orientações são encontradas no “Perguntas e Respostas”, disponível no Portal do Simples Nacional,
item 3: Perguntas e Respostas
Rede Jornal Contábil
Simples Nacional - Comparativo da atual e futura
carga tributária do Comércio
Nova tabela do Simples Nacional aplicável ao comércio prevê aumento da carga
tributária para empresa optante com receita bruta superior a R$ 180 mil
Autor: Jo NascimentoFonte: Siga o FiscoLink: http://sigaofisco.blogspot.com.br/2016/11/simples-
nacional-comparativo-da-atual-e.html
Com advento da publicação da Lei Complementar nº 155/2016 que alterou as regras e limites do Simples
Nacional de que trata a Lei Complementar nº 123/2006, surgiu novas tabelas.
A partir de 2018 o Simples Nacional contará com cinco tabelas e apenas seis faixas de faturamento.
A seguir comparativo entre a atual e futura carga tributária aplicável a receita do comércio:
Este comparativo foi elaborado considerando as alíquotas vigentes até 31 de dezembro de 2017 e as novas
alíquotas (LC 155/2016) aplicáveis a partir de 1º de janeiro de 2018.
Conforme demonstrado, a carga tributária será mantida apenas para 1ª faixa de faturamento, a partir da 2ª
faixa o valor do Simples Nacional sofrerá aumento.
De acordo com este cenário, a partir de 2018 o comércio optante pelo Simples Nacional com receita bruta
superior a R$ 180 mil sofrerá aumento da carga tributária.
Novas regras para PME's, startups e investidores-
anjos
Publicado por Matheus Barcelos Martins
Na última sexta-feira, dia 28 de outubro de 2016, foram publicadas no Diário Oficial duas leis importantes
para as PME's (Pequenas e Médias Empresas) e para as startups brasileiras. Que tal conhecer um pouco
mais sobre elas?
A primeira delas é a Lei nº 13.352/2016, que estabeleceu novas regras para contratos entre salões de
beleza e profissionais que desempenham as atividades de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure,
pedicure, depilador e maquiador.
Até então, a regra determinava que a contratação fosse feita de acordo com a CLT (Consolidação das Leis
Trabalhistas) e, portanto, o colaborador deveria ter sua carteira de trabalho assinada.
Contudo, a realidade nos mostrou que a regra era desrespeitada e eram estabelecidos acordos mais
flexíveis feitos entre o salão e os profissionais, normalmente envolvendo alguma espécie de participação
percentual dos valores cobrados pelo serviço para o salão ou para o profissional.
Assim, o que a nova lei fez foi criar o contrato de parceria, que deve ser elaborado e assinado pelo salão-
parceiro e pelo profissional-parceiro.
Art. 1 º-A Os salões de beleza poderão celebrar contratos de parceria, por escrito, nos termos definidos
nesta Lei, com os profissionais que desempenham as atividades de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista,
Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador.
Quem optar por essa modalidade de parceira deve observar os seguintes cuidados:
O contrato será feito por escrito, que deverá ser homologado pelo sindicato da categoria
profissional e laboral ou pelo Ministério do Trabalho e Emprego;
O profissional-parceiro só pode desempenhar as atividades de cabeleireiro, barbeiro, esteticista,
manicure, pedicure, depilador e maquiador;
O salão-parceiro deve reter a sua cota-parte percentual e os valores de tributos e contribuições
sociais e previdenciárias devidos pelo profissional-parceiro incidentes sobre a cota-parte que a este
couber na parceria;
O profissional-parceiro não poderá assumir responsabilidades decorrentes da administração do
salão-parceiro;
Devem ser elaboradas cláusulas que estabeleçam:
1. Condições e periodicidade do pagamento do profissional-parceiro
2. Direitos do profissional-parceiro quanto ao uso de bens materiais necessários ao
desempenho das atividades profissionais, bem como sobre o acesso e circulação nas
dependências do estabelecimento
3. Possibilidade de rescisão unilateral do contrato, no caso de não subsistir interesse na sua
continuidade, mediante aviso prévio de, no mínimo, trinta dias
4. Responsabilidades de ambas as partes com a manutenção e higiene de materiais e
equipamentos, das condições de funcionamento do negócio e do bom atendimento dos
clientes
5. Obrigação, por parte do profissional-parceiro, de manutenção da regularidade de sua
inscrição perante as autoridades fazendárias
A parceria será desconsiderada e será formado vínculo de emprego se não existir contrato de
parceria formalizado na forma descrita na lei e o profissional-parceiro desempenhar funções
diferentes das descritas no contrato.
Vale lembrar que a lei passa a valer daqui a 90 dias, o que permite que os interessados tenham tempo para
se preparar, buscar assessoria jurídica e negociar os termos dos seus contratos de parceria.
Por sua vez, a Lei Complementar nº 155/2016 alterou as regras do Simples Nacional e estabeleceu regras
para a realização de aportes financeiros por investidores-anjos.
No que tange ao Simples Nacional, as principais alterações são:
Aumento do teto para MEIs (Microempreendedor Individual), que passa a ser de R$
81.000,00/ano;
Aumento do teto para EPPs (Empresas de Pequeno Porte), que passa a ser de R$ 4.800.000,00/ano
Poderão aderir ao Simples as pessoas jurídicas que exerçam atividade de produção ou venda de
bebidas alcoólicas, exceto aquelas produzidas ou vendidas no atacado por micro e pequenas
cervejarias, micro e pequenas vinícolas, produtores de licores e micro e pequenas destilarias;
Poderão ser parcelados em até 120 meses os débitos fiscais vencidos até a competência do mês de
maio de 2016;
A partir de 2018 serão 5 tabelas e somente 6 faixas de faturamento em cada tabela
Dois alertas importantes:
1. Ao contrário do que muitos meios de comunicação tem noticiado, o limite de faturamento para as
MEs permanece sendo de R$ 360.000,00/ano
2. Quem optar pelo novo parcelamento automaticamente desistirá de parcelamento anteriormente
feito e ficará vinculado às novas condições de parcelamento exigidas pelo Simples (correção pela
SELIC e acréscimo de juros de 1% ao mês)
Já as startups podem comemorar uma conquista que promete ajudar o mercado brasileiro de
investimentos: a lei define uma estrutura básica de funcionamento de aportes de capital por investidores-
anjos, o que promete atrair investidores interessados no mercado de startups mas que até então estavam
receosos pela falta de segurança jurídica.
Vamos às novidades estabelecidas pela lei:
É necessário que a startup e o investidor-anjo realizem um contrato de participação, que terá
duração máxima de 7 anos;
O investidor-anjo pode ser pessoa física ou jurídica;
O aporte de capital não integrará o capital social e não será contabilizado como receita para os fins
de enquadramento da startup como ME ou EPP;
O investidor-anjo não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou voto na
administração da empresa;
Os investidores não responderão por qualquer dívida da empresa e não podem ser atingidos pela
desconsideração da personalidade jurídica da empresa;
A remuneração do investidor-anjo será estabelecida no contrato de participação, respeitará o prazo
máximo de 5 anos e não poderá ultrapassar 50% dos lucros da startup;
O investidor-anjo somente poderá exercer o direito de resgate depois de decorridos 2 anos do
aporte de capital ou prazo superior estabelecido no contrato de participação;
A transferência da titularidade do aporte para terceiro dependerá do consentimento dos sócios da
startup se não houver previsão contratual em contrário;
No caso de venda da startup, o investidor-anjo terá direito de preferência na aquisição, bem como
direito de venda conjunta da titularidade do aporte de capital, nos mesmos termos e condições que
forem ofertados aos sócios regulares;
Fundos de investimento poderão aportar capital como investidores-anjos para startups que sejam
MEs e EPPs.
Embora no geral positivas, já podemos perceber que algumas das novas regras, válidas a partir de 2017,
tendem a não ser utilizadas, pois interferem demasiadamente nos arranjos contratuais possíveis.
Por exemplo: qual a justificativa para a lei estipular como sendo de 2 anos o prazo mínimo para resgate do
investimento ou que o mesmo deve ocorrer até no máximo 5 anos após o aporte?
Ora, tais acontecimentos devem ser livremente negociados entre o investidor-anjo e a startup de modo a
atender ao plano de negócios e aos interesses de todos os envolvidos.
Portanto, mesmo com os avanços realizados pelas diretrizes legais, que servem principalmente para trazer
segurança jurídica ao investidor-anjo, podemos afirmar que há muita margem de negociação e de
construção de cláusulas contratuais para que os interessados, uma vez devidamente assessorados, possam
aproveitar as disposições legais e melhorar e adequar o sistema básico de aportes estipulado pela lei para
atingir um acordo satisfatório.
Publicado em: https://goo.gl/i42f2h
NF-e - Atualização da NT nº 3/2015, que trata das
operações interestaduais com consumidor final
Postado por José Adriano em 4 novembro 2016 às 12:30
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Foi divulgada, no portal da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), a atualização da Nota Técnica (NT) nº 3/2015,
versão 1.91, que trata das operações interestaduais com consumidor final.
Essa NT altera o leiaute da NF-e para receber as informações do ICMS devido para a Unidade da
Federação de destino nas operações interestaduais de venda para consumidor final não contribuinte,
atendendo às definições da Emenda Constitucional nº 87/2015.
Ela visa atender, também, à necessidade de identificar o Código Especificador da Substituição Tributária
(Cest) que estabelece a sistemática de uniformização e identificação de mercadorias e bens passíveis de
sujeição aos regimes de substituição tributária e de antecipação de recolhimento do ICMS com o
encerramento de tributação, relativos às operações subsequentes, conforme definições do Convênio ICMS
nº 92/2015.
As alterações das versões 1.10, 1.20, 1.30, 1.40, 1.50, 1.60, 1.70, 1.71, 1.80 e 1.90 constam no histórico
das alterações da versão atualizada (1.91).
A versão 1.91 da NT 3/2015 especifica que:
a) as regras de validação NA15-10 e NA17-10 ficarão para implementação futura; e
b) foram corrigidos os códigos de rejeição das regras de validação (RV) E16a-35, NA15-10 e NA17-10
para evitar conflitos com outras RV e alteradas as mensagens de rejeição das RV E16a-30 e E16a-35 para
permitir o reaproveitamento de códigos de rejeição.
O prazo para implantação das alterações dessa versão é:
a) ambiente de homologação (ambiente de testes das empresas): 03.11.2016; e
b) ambiente de produção: 07.11.2016.
(Nota Técnica nº 3/2015, versão 1.91, Disponível em:
http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/listaConteudo.aspx?tipoConteud...=. Acesso em: 04.11.2016)
Fonte: Editorial IOB
NFe - NT 2016/001 com o objetivo de adequar a NF-e
ao Programa do Portal Único do Comércio Exterior
Postado por José Adriano em 2 novembro 2016 às 9:47
a partir da padronização da Tabela de Unidades de Medidas Tributáveis no Comércio Exterior, conforme
o código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) e unidades recomendadas pela Organização Mundial
de Aduanas (OMA).
Esclarecemos que a atualização da Tabela de Unidades de Medidas Tributáveis serão aplicadas, apenas,
nas operações envolvendo o comércio exterior e não tem nenhuma vinculação com a atualização da
Tabela de Unidades Comerciais, que se encontra em estudos conforme consulta pública já publicada.
Assinado por: Coordenação Técnica do ENCAT
http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/informe.aspx?ehCTG=false#408
Download em http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/exibirArquivo.aspx?conteudo=Ax...
Supersimples: Cachaças, cervejas e vinhos são
incluídos no sistema
1 de novembro de 2016
O “raio gourmetizador” atacou novamente, mas, pelo menos desta vez, agiu em favor do bolso e do bico de
boêmios a par de termos como terroir, weiss e madeira de envelhecimento. Com a inclusão de cachaças,
cervejas e vinhos no Supersimples a partir de 2018, a expectativa de produtores é que haja um barateamento
de bebidas artesanais – notícia que, mesmo para o elegante apreciador desses elixires, é digna de um porre.
No caso das microcervejarias, cuja carga tributária chega a 60%, espera-se uma redução de 32% no
pagamento de tributos e de 27,8% na folha de pagamentos, segundo Rodrigo Silveira, presidente da
associação Abracerva. Dois terços das fabricantes do segmento devem aderir. “É difícil estimar o tamanho
da redução de preços ao consumidor, pois depende de muitos fatores. Mas ele virá, sim, já que haverá
redução de custos e mais competição”, afirma Silveira.
Até beber ouro ficará mais barato. A garrafa mais em conta da cachaça Middas, com flocos do metal precioso
de 23 quilates e armazenada por dois anos em alambique de madeira amendoim do campo, deve cair de R$
180,00 para R$ 120,00. “A inclusão no Simples vinha envelhecendo por mais de 500 anos! Hoje é o dia de
abrir a garrafa”, comemora Leandro Dias, da Middas.
Fonte: Jornal do Comércio
Receita Federal inicia exclusão de empresas do
Simples Nacional
No mês de setembro de 2016, a Receita Federal divulgou o conteúdo do seu Ato Declaratório
Executivo para este ano, que tem como objetivo iniciar os procedimentos de expulsão de algumas Pessoas
Jurídicas do Simples Nacional. Eis o primeiro parágrafo deste documento:
“Viemos comunicar-lhes que, no dia 26 de setembro de 2016, terá início em todo o Brasil, o procedimento
de exclusão de ofício de pessoas jurídicas optantes do Simples Nacional motivada, exclusivamente, por
débitos com exigibilidade não suspensa, previdenciários e não previdenciários com a Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB) e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), conforme previsto no art.
17, inciso V, art. 29, inciso I, art. 30, caput, inciso lI, art. 31, inciso IV, e art. 33, caput, todos da Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.”
De forma simples, o que o Fisco Federal está realizando é a expulsão do Simples Nacional daquelas
Pessoas Jurídicas que optam por tal regime e que possuem débitos previdenciários ou não previdenciários
não suspensos, seja perante a Receita Federal ou a Procuradoria da Fazenda Nacional.
Conforme exposto no comunicado, tal medida visa dar cumprimento a Lei nº. 123/2006, que regula essa
disciplina tributária. Isso porque o inciso V do seu art. 17 – mencionado no ato – prevê expressamente o
débito não suspenso como situação que ocasiona tal exclusão.
Na prática, todos os contribuintes que se encontram na condição elencada estão recebendo os Atos
Declaratórios Executivos no Domicílio Tributário Eletrônico (DTE-SN), que pode ser consultado
pelo Portal do Simples Nacional ou pelo Portal Eletrônico da Receita Federal (conhecido por E-cac).
A Receita já iniciou a notificação das Pessoas Jurídicas. Neste documento, o contribuinte poderá encontrar
a relação dos seus débitos tributários e previdenciários, assim como o comunicado de que se os valores
não forem regularizados em até 30 dias após o recebimento da ADE, ocorrerá a sua exclusão de ofício do
Simples.
Existindo débitos, como regularizá-los? O Código Tributário Nacionalprevê duas formas para
tanto: suspendendo a exigibilidade do crédito em atraso; ou extinguindo-o.
Os atos que suspendem a exigibilidade do crédito tributário estão listados no art. 151 do CTN. Dentre eles,
o parcelamento é o mais utilizado para regularizar tais créditos, pois é a forma mais democrática, já que
possibilita a segmentação da dívida em diversas parcelas. Sua realização pode ocorrer diretamente pelo
portal E-cac da Receita Federal. Caso o contribuinte não consiga idealizar virtualmente, é preciso agendar
e comparecer a um dos postos físicos da Receita Federal.
Outra saída legal para evitar a retirada do Simples é extinguir os débitos tributários. A forma mais óbvia –
e mais dolorosa – de extinção é o pagamento integral da dívida. Porém, em tempos de crise, essa medida
dificilmente será adotada pelos empresários.
Dentre as onze formas legais de extinguir o crédito, duas merecem atenção: a prescrição e a decadência; e
a dação em pagamento em bens imóveis.
É muito importante que o contribuinte verifique se os créditos que estão sendo cobrados não estão
prescritos ou incorreram em decadência. A certificação de ocorrência significa um grande fôlego
financeiro para a empresa. De outro lado, a dação em pagamento em bens imóveis é o mecanismo mais
recente de extinção de tais créditos. Apesar de ter sido incluída no CTN em 2001, seu procedimento
somente foi regulado neste ano, por meio da Lei Federal nº.13.259. É interessante que o contribuinte
verifique se não vale a pena utilizar essa ferramenta legal para saldar a sua dívida.
Por fim, observe que caso o contribuinte apure a presença de inconsistências no débito cobrado, é
essencial que este apresente contestação da sua exclusão perante a Receita Federal. Isso porque a restrição
ao Simples retira do empresário diversos benefícios essenciais na manutenção do seu negócio, tais como a
redução dos encargos previdenciários, diminuição do valores tributários e a maior facilidade na
arrecadação e na prestação de obrigações acessórias.
Contábeis
Postado por: Redação Portal Contábil SC
MG: Governo prorroga prazo para pagamento de
débitos com créditos acumulados de ICMS
3 de novembro de 2016
Atendendo às solicitações de contribuintes, data-limite para adesão ao Programa Regularize passa para 20
de dezembro
O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF), prorrogou até 20 de
dezembro deste ano o prazo para contribuintes quitarem os débitos tributários com créditos acumulados de
ICMS dentro do Programa Regularize. O decreto que determina a extensão da data-limite foi publicado
hoje no Diário Oficial.
O prazo venceria nessa segunda-feira (31/10), mas foi estendido, atendendo às solicitações de diversas
entidades de classe empresariais, reforçadas pela grande procura nas repartições fazendárias de todo o
Estado. Não há data-limite para o pagamento em dinheiro das dívidas.
O subsecretário da Receita Estadual, João Alberto Vizzotto, acredita que os contribuintes inadimplentes
que ainda não aderiram ao programa devem aproveitar a oportunidade.
“Esses 50 dias a mais são extremamente importantes para os contribuintes dispostos a regularizar a
situação junto ao Fisco mineiro. Considerando-se o atual cenário econômico em que se encontra o país,
quitar os débitos com créditos acumulados de ICMS é, com certeza, uma chance que não deve ser
desperdiçada”, avalia o subsecretário.
De 1º de janeiro a 30 de outubro de 2016, o Programa Regularize possibilitou aos contribuintes mineiros
solucionarem R$ 2,6 bilhões em débitos tributários, abatidas as reduções proporcionadas pelo programa.
Desse montante, R$ 1,7 bilhão refere-se aos processos em fase administrativa e R$ 900 milhões à dívida
ativa.
Os valores regularizados pelos contribuintes no período representam um universo de 45.439
requerimentos. Até agora, foram recebidos R$ 563 milhões em moeda corrente, dentre pagamentos à vista
e parcelas já quitadas.
Parceria Instituído pelo Decreto 46.817/15, o Programa Regularize é resultado da parceria entre a SEF/MG e a
Advocacia Geral do Estado (AGE). O objetivo é proporcionar aos contribuintes inadimplentes condições
de quitação das dívidas tributárias. Descontos de até 50% para pagamento à vista, parcelamento em até 60
vezes e compensação com créditos acumulados de ICMS ou de precatórios são alguns dos benefícios.
Como aderir Qualquer cidadão ou pessoa jurídica que possua débito – inscrito ou não em Dívida Ativa – pode procurar
uma das Administrações Fazendárias da SEF/MG para simular as condições de pagamento. Para fazer o
cálculo, o contribuinte deve ir pessoalmente, levando documento de identidade ou CPF. Já as empresas
podem ser representadas por contadores cadastrados na Receita Estadual, que devem apresentar CNPJ ou
Inscrição Estadual. A forma de pagamento (à vista ou parcelado) é escolhida na hora e impressa no DAE
(Documento de Arrecadação Estadual).
Créditos e precatórios Até 60% do total da dívida podem ser pagos com créditos acumulados de ICMS. O restante deverá ser
quitado em moeda corrente, podendo ser parcelado em até 36 vezes, respeitado o valor mínimo de R$ 5
mil por parcela.
Os precatórios emitidos pelo Estado de Minas Gerais também poderão ser utilizados no pagamento dos
débitos em aberto inscritos em Dívida Ativa. O limite de compensação é de 60% do total da dívida.
Para mais informações sobre o Programa Regularize e endereços das unidades da SEF, clique aqui.
Fonte: Sefaz MG
Conheça os vetos que deixaram o Supersimples
menos super
3 de novembro de 2016
A lei que tornou o Supersimples mais abrangente foi sancionada dia 27 de outubro, mas nem tudo aquilo
que o Congresso aprovou passou pelo crivo do governo federal. A sanção do texto veio com 17 vetos,
alguns deles frustrando as esperanças de setores que aguardavam redução da carga tributária.
Caso das entidades filantrópicas, que embora tenham imunidade de impostos garantida pela
Constituição, acabam tributadas como empresas grandes quando tentam buscar receitas
suplementares para se manter, promovendo bazares ou vendendo produtos de fabricação própria,
por exemplo.
O texto que saiu da Câmara dos Deputados abria espaço para que as atividades que extrapolam a
função social dessas entidades fossem tributadas pelo regime simplificado e, assim, ter os impostos
reduzidos em até 40%. A expectativa dos cidadãos ligados ao chamado Terceiro Setor era pela
aprovação desse ponto da lei, algo que já vinha sendo discutido com o governo há anos com o
batismo de Simples Social.
Mas não foi desta vez. Para ter uma ideia, uma padaria de pequeno porte será menos tributada que
um empreendimento idêntico vinculado a uma entidade filantrópica.
Outro trecho vetado na lei previa que o Supersimples seria classificado, de fato, como um regime
tributário, assim como o Lucro Real ou o Lucro Presumido.
Embora seja tratado como tal nos meios empresarial e contábil, para a Receita Federal o Supersimples é
tido simplesmente como renúncia fiscal.
Não se trata de mera formalidade. “Sempre que se tenta algum novo benefício para as empresas do
Supersimples, a Receita diz que não é possível, pois está no limite da renúncia fiscal”, afirma Wilson
Gimenez, vice-presidente administrativo da Aescon-SP, Gimenez lembra que as empresas do
Supersimples nunca tiveram o benefício do Refis –programa de parcelamento incentivado de débitos
tributários -, uma vez que, por esse ponto de vista, configuraria uma renúncia fiscal dentro de outra.
Vale destacar que a lei que ampliou o Supersimples prevê um parcelamento especial para as micro e
pequenas empresas, mas nada que desonere multas e juros e traga tantos benefícios como o Refis garante
para as empresa do Lucro Real e Presumido.
Também foi vetada a possibilidade de as empresas do Supersimples conseguirem descontos nos depósitos
recursais da Justiça do Trabalho – valor que o empregador precisa depositar quando recorre de uma ação
movida contra ele.
Os autores do texto queriam aplicar, para esses depósitos, os mesmo critérios de descontos voltados às
multas por descumprimento de obrigações acessórias.
De acordo com Gimenez, por esses critérios os Microempreendedores Individuais (MEIs) poderiam abater
até 90% do valor dos depósitos e os micro e pequenos empresários, 50%, “Essa possibilidade foi vetada
porque o governo entendeu que haveria prejuízo aos trabalhadores que ganhassem as demandas
trabalhistas. Mas seria importante dar um tratamento distinto para os empresários de menor porte, que não
possuem a disponibilidade de recursos de uma grande empresa”, diz Gimenez.
O LADO BOM Ainda que sancionada com vetos, a lei que amplia o Supersimples traz avanços. Um dos mais
significativos é a possibilidade de micro e pequenas empresas obterem o estímulo financeiro de um
investidor-anjo.
A lei blinda o anjo ao tratá-lo simplesmente como um investidor, sem atribuir a ele a responsabilidade
solidária de um sócio da empresa.
No geral, a lei sancionada amplia o limite de faturamento anual para enquadramento no Supersimples.
O teto sobe de atuais R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões para as micro e pequenas empresa. Para o MEI,
o limite cresce de R$ 360 mil para R$ 900 mil anuais. Também cria novas tabelas de alíquotas com uma
configuração que, segundo os autores da proposta, permitirá às empresas aumentar o faturamento sem que
tenham grandes elevações da carga tributária.
O regime simplificado também foi aberto para novas categorias, como produtores de bebidas alcoólicas
(cerveja, vinho, cachaça). Essas são mudanças que passam a valer apenas em 2018. Para 2017, a lei prevê
a ampliação do prazo para pagamento das dívidas tributárias das empresas do Supersimples, que passa de
60 para 120 prestações.
Fonte: Diário do Comércio
Não há sigilo
Polícia Federal pode usar dados do Coaf sem autorização, decide
6ª Turma do STJ
3 de novembro de 2016, 13h08
Como as informações prestadas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ficam à
disposição de interessados, a Polícia Federal pode usá-las em investigações sem que isso caracterize
quebra de sigilo. Dessa forma, o órgão não precisa pedir autorização judicial para usar tais dados. Esse foi
o entendimento firmado pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça ao negar Recurso em Habeas
Corpus que corre em sigilo.
A decisão vai na contramão do que o colegiado já decidiu no âmbito da operação faktor, que apurou
suspeitas de lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem tributária no Maranhão. Na ocasião, em 2011, a
6ª Turma entendeu que o único fator que motivou a quebra de sigilo dos investigados foi um relatório de
movimentações atípicas fornecido pelo Coaf. Para os ministros, seriam necessárias outras diligências e
mais provas para justificar a quebra de sigilo, e não apenas o relatório do Coaf. Assim, a operação foi
considerada ilegal desde o início.
O Ministério Público Federal entrou com Recurso Extraordinário no Supremo Tribunal Federal, que foi
rejeitado pelo ministro Dias Toffoli em 2015. "A jurisprudência da Corte não autoriza, em sede de recurso
extraordinário, a aferição da existência ou não dos requisitos exigidos para a quebra do sigilo por
demandar, inegavelmente, o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, a teor da Súmula nº 279 do
STF", escreveu. O MPF pediu reconsideração da decisão alegando haver repercussão geral, o que ainda
não foi julgado no STF.
Prerrogativa das autoridades No caso de agora, o autor do pedido pretendia o trancamento da ação penal com o argumento de que o
acesso às informações do Coaf violou o sigilo do investigado sem autorização judicial. No entanto, os
ministros da 6ª Turma afirmaram que a autoridade investigativa possui prerrogativa para consultar as
informações, e esse fato isolado não configura quebra de sigilo.
O ministro relator do caso, Nefi Cordeiro, apontou que o Coaf informa as movimentações financeiras
atípicas, conforme disposto no artigo 15 da Lei 9.613/98. Como os dados ficam à disposição, não é
necessário autorização judicial de quebra de sigilo para acessá-los ou utilizá-los dentro de contexto
investigatório.
Segundo o relator, não há ilegalidade pelo fato de a polícia ter provocado, de ofício, a geração do
relatório. O magistrado explicou que o Coaf já havia constatado a movimentação suspeita, e a polícia não
precisa esperar a comunicação do órgão para agir.
Os ministros consideraram que o procedimento estava integrado em um contexto investigatório com
diversas outras provas, não sendo plausível a alegação de que o acesso às informações do Coaf sem
autorização de quebra de sigilo tenha gerado prejuízo ao réu.
O Coaf é um órgão ligado ao Ministério da Fazenda que produz informações para proteger os setores
econômicos contra a lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas, como o financiamento ao terrorismo.
No caso de movimentações financeiras atípicas, o órgão produz um relatório de inteligência financeira
comunicando a operação suspeita.
Foi uma dessas movimentações que foi acessada pela Polícia Federal, no âmbito de investigação de um
suposto esquema de corrupção organizado em setores do governo federal.
Polêmica sobre sigilo Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal decidiu ser constitucional a Lei Complementar 105/2001, que
permite aos órgãos da administração tributária quebrar o sigilo fiscal de contribuintes sem autorização
judicial.
Ficaram vencidos no julgamento os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio. Saiu vencedor o
entendimento de que a norma não configura quebra de sigilo bancário, mas transferência de informações
entre bancos e o Fisco, ambos protegidos contra o acesso de terceiros.
Segundo o STF, como bancos e Fisco têm o dever de preservar o sigilo dos dados, não há ofensa à
Constituição Federal. Na decisão também foi destacado que estados e municípios devem regulamentar,
assim como fez a União no Decreto 3.724/2001, a necessidade de haver processo administrativo para obter
as informações bancárias dos contribuintes.
Mas o posicionamento do Supremo não agradou advogados tributaristas ouvidos pela ConJur. Entre
eles o professor de Direito Financeiro da USP Fernando Facury Scaff, que considerou a decisão “uma
lástima” e disse que o inciso XII do artigo 5º da Constituição garante o sigilo de dados, exceto, no último
caso, por ordem judicial. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.
Revista Consultor Jurídico, 3 de novembro de 2016, 13h08
Não se esqueçam da mudança da partilha a partir de 01.jan.2017!!!
O que é o Diferencial de Alíquota de ICMS e
como funciona?
03 nov 2016 Carolina Oliveira
O ICMS, imposto cobrado sobre o transporte de mercadorias e sobre serviços interestaduais, é um dos
mais polêmicos e controversos dentro da matriz tributária brasileira. A polêmica promete se tornar ainda
maior graças à Emenda Constitucional 87/2015 e ao Convênio ICMS 93/2015, que dispõem sobre o
Diferencial de Alíquota desse imposto. Mas você sabe o que é esse diferencial e como ele funciona?
Confira o texto de hoje e descubra!
O que é o Diferencial de Alíquota?
O Diferencial de Alíquota de ICMS, ou simplesmente DIFAL, diz respeito ao novo cálculo que deverá ser
usado para operações de transporte interestadual em que o destinatário não é contribuinte do ICMS. As
mudanças instituídas pelo DIFAL têm como principal objetivo aplacar a “guerra fiscal” instaurada entre os
estados, já que as tarifas de ICMS são diferentes entre cada unidade federativa.
Como funciona o cálculo?
O cálculo do Diferencial de Alíquota de ICMS é feito de modo que seja encontrada a diferença entre alíquota
do estado de destino e tarifa interestadual. Se uma mercadoria vai ser transportada de São Paulo ao Rio de
Janeiro, então a tarifa interestadual vai ser de 12%. Como a alíquota de ICMS do Rio de Janeiro é de 18%,
o resultado do DIFAL é de 6% sobre o valor da operação.
Assim, se um produto custou R$ 100, desse valor R$ 6 corresponderão ao DIFAL. Provisoriamente, em
2016 a divisão é feita da seguinte maneira: 40% do valor para o estado de destino e 60% para o estado de
origem. Até 2019, todo o valor será destinado à UF de destino.
Aplicando-se essas porcentagens, dos R$ 6, a São Paulo caberá o valor de R$ 3,60 e ao Rio de Janeiro, o
valor de R$ 2,40.
Como o DIFAL também institui o pagamento de até 2% para a Fundo de Combate à Pobreza do estado,
nesse caso o Rio de Janeiro ainda receberia 2% do valor da transação, totalizando R$ 4,40 de recolhimento.
Como era e como ficou?
A principal mudança relativa à chegada do Convênio ICMS 93/2015 é que o DIFAL passou a ser aplicado
também para os não contribuintes do imposto. Antes dele, as empresas só eram obrigadas a fazer o
recolhimento referente aos destinatários que também fossem contribuintes.
Essa nova característica, inclusive, implica em outra mudança: agora, é a empresa emissora a responsável
por fazer o recolhimento. Na situação de o destinatário ser contribuinte, é função dele esse recolhimento.
Com o Convênio, a obrigação passou a ser da empresa que envia para o não contribuinte.
A inclusão do Fundo de Combate à Pobreza, mecanismo constitucional e opcional por parte dos estados,
também é uma novidade. Agora, pode ser necessário fazer um recolhimento de até 2% para esse fundo,
dependendo do estado.
Quais são as mudanças para optantes do Simples Nacional?
Embora os optantes do Simples Nacional realizem o pagamento de diferentes impostos (inclusive do ICMS)
em uma só guia, os contribuintes adotantes desse regime não estão desobrigados a fazer o recolhimento de
valores.
Com isso, quando houver a necessidade de aplicar o DIFAL, os optantes do Simples precisarão utilizar guias
de recolhimento que deverão ser solicitadas a cada nota fiscal emitida. Dependendo da situação do negócio,
se houver muitos transportes para um só estado é possível fazer uma inscrição estadual para facilitar o
processo.
O Diferencial de Alíquota de ICMS consiste em um cálculo direcionado para quando há transporte
interestadual de mercadorias para não contribuinte do ICMS. Nesse caso, cabe à empresa emissora o
recolhimento desse imposto, e por isso é tão importante saber exatamente como ele funciona de modo a
garantir a regularidade fiscal e tributária.
Como implementar o DIFAL na minha empresa?
A primeira coisa para implementar o DIFAL com sucesso em sua empresa é entender como funciona a
tributação do seu produto e da operação em si. Isso significa que você precisa conhecer, por exemplo, o
valor da alíquota de transações interestaduais. Enquanto para o Sul e Sudeste esse valor é de 12%, operações
com estado do Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Espírito Santo têm alíquota de 7%. Produtos importados
têm alíquota de 4%.
Você também precisa saber qual é a alíquota de ICMS cobrada pelo estado de destino, o valor do estado de
origem e também se o produto exige ou não a cobrança adicional para o Fundo de Combate à Pobreza, que
pode chegar ao valor de 2%.
Defina o preço adequadamente
Como a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) não tem um campo específico para o valor do DIFAL ser acrescido
a seu produto, é preciso que o valor unitário de cada um já inclua o valor referente a esse cálculo.
Para isso, você tem 2 opções: estabelecer um preço único para todo o país baseando-se no cálculo mais caro
ou então oferecer preços de acordo com os estados.
Enquanto o 1º caso é mais prático, mas faz com que você perca em competitividade, o 2º exige maior
monitoramento para identificar onde seu cliente está e exibir o preço correspondente à localização.
Saiba como calcular o DIFAL
Para implementar o DIFAL também é indispensável que você saiba como calculá-lo. Para isso, é preciso
fazer a diferença entre o valor do ICMS do estado de origem e o valor do ICMS interestadual.
Além disso, a partilha provisória de 2016 é estabelecida da seguinte maneira: 60% para o estado de origem
e 40% para o estado de destino. A partir de 2017, a situação começará a se inverter.
Assim, um produto cujo preço seja de R$ 200, com ICMS interestadual de 12% e ICMS de destino de 18%,
terá um DIFAL de R$ 12. Nesse caso, R$ 7,20 vão para o estado de origem e R$ 4,80, para o estado de
destino. Se houver contribuição de 2% para o fundo de combate à pobreza, o valor para o estado de destino
totalizará R$ 8,80.
Escolha o método ideal de recolhimento
Quem emite a NF-e é obrigado a recolher o DIFAL e, portanto, precisa escolher o método correto. Uma
possibilidade inclui gerar uma guia GNRE para cada nota fiscal eletrônica emitida. Essa opção é indicada
se você tem um baixo volume de transações ou se elas são muito dispersas em diferentes estados.
A inscrição estadual para substituição tributária, por sua vez, é uma opção mais conveniente se você não
quiser emitir GNRE para cada NF-e e também se tiver muitas transações relacionadas a um mesmo estado.
Melhore o controle fiscal
No geral, é muito importante investir em uma melhora no controle fiscal para que você consiga implantar o
DIFAL com sucesso. Isso porque o preenchimento incorreto ou incompleto das NF-e fará com que elas
sejam recusadas, assim como perder o controle sobre o valor pago de impostos pode prejudicar a sua
lucratividade.
Por isso, investir em melhorar a atuação do contador do seu negócio e mesmo em um sistema de gestão é
uma atitude importante para o sucesso.
As novas obrigações impostas pelo DIFAL podem ser implantadas na sua empresa desde que você conheça
muito bem a tributação dos seus produtos, estabeleça o preço correto e saiba calcular e emitir o DIFAL
corretamente. Além disso, investir em um melhor controle tributário melhora as suas chances de sucesso na
implantação.
Fonte: Rede Jornal Contábil
Acho que todo mundo sabia que iria dar nisso...
6 em cada 10 microempreendedores individuais
estão devendo pra Receita
Sebrae diz que a crise ajudou a aumentar a inadimplência e que é preciso
conscientizar os empreendedores sobre a importância de ter contas em dia.
Sandra PassarinhoRio de Janeiro, RJ
Com o aumento do desemprego no país, o empreendedorismo por necessidade não para de subir e muitos
desses empreendedores estão sofrendo para se manter em dia com a Receita.
No tempo em que a economia andava aquecida, Adriana começou a produzir festas. Até abriu um canal na
internet, onde dá dicas de como decorar aniversários e casamentos. Adriana não tem patrão nem cumpre
horários. Mas, com a crise, os clientes desapareceram.
"Fica um pouco dificil e, então, você dá prioridade para outras contas que vão cortar, conta de luz, conta
de água e alimentação. Aí foi ficando um pouco de lado o MEI", conta a autônoma Adriana Quintanilha.
O MEI, programa do microempreendedor individual, tem 6,2 milhões de inscritos. Só entre janeiro e julho
deste ano foram abertos 953 mil novos negócios desse tipo, uma alta de 7,2% em relação ao mesmo
período do ano passado, é o chamado empreendedorismo de necessidade, quando faltam oportunidades no
mercado formal de trabalho, e hoje já representam 79,5% de todos as novas empresas abertas no país.
Para ser um empreendedor individual, é preciso ganhar até R$ 60 mil por ano e pagar uma contribuição
mensal de até 50 reais. A empresa pode emitir CNPJ, pedir empréstimo, emitir nota fiscal e o trabalhador
passa a ter direito à aposentadoria e a outros benefícios como licença-maternidade.
Mas, para Adriana e mais 2,5 milhões de pessoas, o fim da informalidade trouxe outro problema: a
inadimplência. Ela estava devendo 15 parcelas, procurou o Sebrae e conseguiu renegociar a dívida.
"Agora eu pago uma atual, para não deixar atrasar mais, e venho aqui e vejo aqui qual estou devendo e
pago uma lá de trás e, assim, vou atualizando a minha dívida sem deixar acumular mais dívida", diz a
autônoma Adriana Quintanilha.
Neste ano o calote atingiu níveis altíssimos. A estatística da inadimplência é um alerta: seis em cada dez
microempreendedores individuais estão devendo para a Receita Federal. O Sebrae diz que a crise ajudou a
aumentar a taxa de inadimplência e que é preciso conscientizar os empreendedores sobre a importância de
ficar com as contas em dia.
"Existe uma cultura no Brasil às vezes de não pagamento de imposto, existem ambientes locais que às
vezes levam o empreendedor a acreditar que se ele não pagar não haverá problema. Ele volta à situação de
informalidade anterior. Esse é o risco que ele está correndo", aponta Cezar Vasquez, diretor-
superintendente do Sebrae-RJ.
Câmara aprecia em novembro pedido de urgência para
votar novo Refis
Esse programa está previsto na lei do novo Supersimples
Projeto apoiado por instituições empresariais prevê que ao menos 1% do faturamento será
destinado à quitação das parcelas do novo programa de financiamento de dívidas tributárias
Brasília - O plenário da Câmara dos Deputados deverá apreciar em novembro requerimento de urgência ao
projeto que cria novo Refis para refinanciamento de débitos tributários para todos os contribuintes,
incluindo empresas de todos os portes.
Apoiada por entidades empresariais, a proposta foi apresentada pelo deputado federal e empresário
Alfredo Kaefer (PSL-PR) com condições mais vantajosas aos contribuintes em dívidas com a Receita
Federal.
Kaefer busca apoio ao seu projeto com o presidente Michel Temer
Foto: Agência Brasil
Uma delas prevê a troca do indexador de reajuste da dívida (juros), substituindo a taxa Selic de 14% ao
ano mais 1% ao mês, pelo INPC, que mede a inflação e cuja variação gira em torno de 7% ao ano.
Outra é destinar 1% do faturamento das empresas ao pagamento das parcelas do novo Refis, a exemplo do
que era feito na primeira versão do programa no início da década de 2000.
A proposta de Kaefer é um substitutivo ao Projeto de Lei 3.337, de 2015, que havia sido relatado pelo
deputado petista Vicente Cândido (SP).
Em agosto passado, o parlamentar havia protocolado o requerimento de urgência, com assinaturas de 16
líderes partidários, inclusive três da oposição - PT, PDT e Rede. Mas a matéria não andou. Agora, Kaefer
quer votar o projeto em plenário entre os dias 7 ou 8 de novembro.
Para o deputado, há espaço para a votação da matéria depois de o plenário da Câmara ter votado e
aprovado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita o aumento dos gastos públicos pela
inflação do ano, e o projeto do pré-sal, que retira a obrigatoriedade da Petrobras participar com 30% dos
lotes licitados. "Esse é o melhor momento justamente porque houve queda de arrecadação", afirmou o
deputado ao DCI, ao ser questionado se há clima para votar um novo Refis em razão de queda de 8,27%
na arrecadação, em setembro, para R$ 94,77 bilhões, no pior setembro em sete anos.
"Passou a PEC do Teto e o pré-sal. Agora é hora do novo Refis", acrescentou. "Sem novo Refis, a
arrecadação vai cair ainda mais", apontou.
Parcelamento impagável
Para Kaefer, um novo Refis sem condições adequadas não vai evitar futuras inadimplências. Ele prevê que
será difícil também a manutenção de programa de novo parcelamento para as micro e pequenas empresas
optantes pelo regime tributário reduzido e simplificado do Supersimples, com a correção da dívida pela
taxa Selic.
Esse programa está previsto na lei do novo Supersimples, sancionado na quinta-feira passada pelo
presidente Michel Temer.
Cerca de 700 mil empresas do Supersimples foram notificadas pela Receita Federal por dívidas que
somam R$ 23 bilhões. O novo parcelamento será aberto possivelmente na próxima semana após a
regulamentação do programa pelo Comitê Gestor do Simples Nacional, mais conhecido por Supersimples.
"Em breve, essas empresas ficarão sem condições de pagar as parcelas e aí vão precisar de um novo
Refis", afirmou o deputado.
Para Kaefer, é também limitada a proposta de novo Refis para as micro e pequenas empresas apresentada
em setembro ao governo pela Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das
Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon). Isso porque, segundo o
deputado paranaense, a sugestão só prevê desconto de multas e juros.
Durante a cerimônia de sanção do novo Supersimples, o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos, disse ao DCI que não vê espaço para
novo Refis. "Aumentamos o prazo de 60 para 120 meses", destacou.
Venda das dívidas tributárias
Juntamente com o novo Refis, o deputado Alfredo Kaefer (PSL-PR) quer também agilizar outra proposta
da qual é relator. É o Projeto de Lei Complementar (PLC) 181/ 2015, que altera o Código Tributário
permitindo a venda ao mercado das dívidas ativas da União, estados e municípios.
De acordo com o parlamentar, somente as dívidas dos contribuintes com a União somam R$ 1,5 trilhão.
Por isso, propõe a criação da transação tributária da dívida ativa.
"Se o governo conseguir vender essa dívida ao mercado por 10%, já cobre o déficit primário da União",
dimensionou Kaefer.
O projeto também permite a venda de dívida ativa pela União, estados e municípios e dação em
pagamento, ou seja, a entrega de imóveis para liquidar os débitos.
Como novidade, o projeto prevê a doação em pagamento, permitindo que o devedor quite sua dívida com
imóveis de seu patrimônio.
Kaefer afirmou que tem apoio dos governadores e prefeitos para esse projeto e o do novo Refis.
Carta de Correção: Todas as regras e cuidados
Postado por José Adriano em 3 novembro 2016 às 9:00
Por Carlos Alberto Gama
Abordarei nesse post, as principais polêmicas sobre a carta de correção, como hipóteses legalmente
previstas e também casos práticos para esclarecer as principais dúvidas a respeito.
De início, cabe ponderar que todos os apontamentos que faço abaixo, referem-se a operações no Estado
de São Paulo, mas as regras para emissão da carta de correção costumam ser idênticas em outros estados.
I - Conceito
A carta de correção é um documento fiscal que tem por objetivo sanar pequenos erros da nota fiscal,
desde que não seja com as variáveis que determinam a tributação, data de emissão ou saída e o remetente
ou destinatário.
II – Regras
Depois de anos de discussão e da falta de previsão legal para emissão, a carta de correção foi
regulamentada pela primeira vez por meio do Ajuste SINIEF nº 01/2007, uma vez que na prática já era
aplicada em larga escala.
O Estado de São Paulo incluiu a possibilidade de emissão da carta de correção no § 3º, do artigo 183, do
Regulamento do ICMS, que assim dispõe:
§ 3º Fica permitida a utilização de carta de correção para a regularização de erro ocorrido na
emissão de documento fiscal, desde que, o erro não esteja relacionado com:
I. as variáveis que determinam o valor dos impostos, tais como: base de cálculo, alíquota, diferença
de preço, quantidade, valor da operação ou da prestação;
II. a correção de dados cadastrais que implique mudança do remetente ou do destinatário;
III. a data de emissão ou de saída.
Como se percebe, resta evidente que as hipóteses de emissão são taxativas. Ou seja, toda vez que ocorrer
umas das previsões do § 3° do art. 183 do RICMS/SP não será possível emitir a carta de correção.
Sobre o formulário para emissão da carta de correção fazemos as seguintes ponderações:
Nota convencional
Não existe um formulário padrão. Cabe ao emitente elaborá-lo, porém, entendemos que é prudente e de
bom tom inserir alguns dados básicos, como por exemplo: razão social, endereço completo, nome do
emitente, data e sua assinatura, CNPJ, telefone, etc.
NF-e e CC-e
A Carta de correção eletrônica (“CC-e”) tornou-se obrigatória a partir de 01.07.12, conforme art. 38-B da
Portaria nº 162/11. Isto é, até esta data era facultativo o seu uso.
Atualmente, para as empresas que emitem NF-e no Estado de São Paulo, o uso da CC-e é obrigatório.
Em suma: Independente do tipo de formulário (convencional, NF-e, CTRC, CTR-e, etc) aplica-se o
disposto no § 3° do art. 183 do RICMS/SP, nas operações que envolvam o ICMS
III – Alguns cuidados e casos práticos
Como a emissão da carta de correção gera muita discussão, abaixo, listarei algumas situações que geram
dúvidas, veja:
É possível emitir a carta de correção para corrigir o volume da nota fiscal?
R: Sim, desde que não interfira na quantidade faturada do produto, nem mesmo em algumas das hipóteses
prevista no §3° do art. 183, do RICMS/SP.
Ex: É possível alterar o volume de 01 palete para 01 container.
É possível emitir a carta de correção para inserir ou alterar os dados adicionais da nota fiscal, como
por exemplo, pedido do cliente, transportadora para redespacho e nome do vendedor?
R: Sim. O emitente da nota fiscal pode corrigir esses dados simples. É possível ainda trocar o fundamento
legal mencionado indevidamente na nf, se for o caso.
A nota fiscal ainda está no estabelecimento do emitente. É possível emitir a carta de correção ou a
cancelo e refaço-a com os dados corretos?
R: Não resta a menor dúvida de que é prudente refazer a nota fiscal, ou seja, não é plausível emitir carta de
correção neste caso. Importante ressaltar ainda que, a nota fiscal não pode estar rasurada para efetuar o
cancelamento.
É possível emitir carta de correção para corrigir o valor da nota fiscal?
Exemplo: Alterar o valor unitário de R$ 1,50 para R$ 1,00.
R: Não é possível. Existe expressa vedação legal para alterar o valor unitário, de acordo com o inciso I,
§3º, do art. 183, do RICMS/SP.
É possível emitir a carta de correção para alterar a data de emissão da nota fiscal?
R: Não existe a possibilidade, de acordo com o inciso III, § 3º, art. 183 do RICMS/SP.
Motivo: o Fisco pode entender que a alteração da data de emissão da NF tem como objetivo reaproveitá-la
para outras entregas. Nesse sentido, o Tribunal de Imposto e Taxas (“TIT”) do Estado de São Paulo já se
manifestou várias vezes sobre a impossibilidade de alterar a data de emissão da nota fiscal: SP DRT-
Carlos Gama. 18817/84 de 18.08.92.
É possível emitir a carta de correção para alterar o nome da transportadora da nota fiscal?
R: Sim. Não existe vedação para tal hipótese.
É possível emitir a carta de correção para complemento de imposto destacado a menos?
R: Não é possível.
Nesse caso, se faz necessário a emissão de nota fiscal complementar de imposto, conforme inciso IV do
art. 182 do RICMS/SP e Resposta à Consulta nº 44/02.
Nesse sentido, transcrevo o voto do Dr. Oswaldo Faria de Paula Neto, no julgamento do processo
administrativo n° DRT-06 850555/2005, da 13ª Câmara TIT/SP,, em 27.11.09, citado por Carlos Gama,
que assim dispõe:
"Quando se verificam erros na emissão de notas fiscais a solução preconizada pela legislação tributária,
em casos dessa natureza, aponta para a emissão de Nota Fiscal complementar. A figura da carta de
correção é recurso para pequenos erros que não afetem os elementos essenciais da operação como
alíquota, base de cálculo, preços, quantidade, etc"
É possível a emissão de carta de correção para o CFOP e natureza de operação?
R: Eu entendo que sim, desde que não influencie nas variáveis que determinam o valor dos impostos, a
base de cálculo, alíquota, diferença de preço, quantidade, valor da operação ou da prestação.
Existe prazo para emissão da carta de correção eletrônica (CC-e)?
R: Não há registro sobre o prazo na legislação, mas reiteramos que do ponto de vista fiscal, atentar na hora
de emitir uma CC-e com lapso temporal muito grande para evitar qualquer tipo de interpretação
conflitante pelo Fisco. Como sempre ressaltamos a CC-e deve ser utilizada em último caso.
Eu tenho que disponibilizar o arquivo digital (XML) da carta de correção eletrônica (CC-e)?
R: Sim. É obrigatória a disponibilização do arquivo digital CC-e para o destinatário e demais interessados,
assim como ocorre com o evento da NF-e.
Posso emitir mais de uma carta de correção eletrônica (CC-e) para a mesma NF-e?
R: Sim. Até 20 CC-e, mas conforme mencionei acima, a última carta de correção deve comtemplar todas
as alterações.
Entendemos que esses são os principais questionamentos.
Por fim, lembro que a responsabilidade pela emissão da carta de correção é exclusivamente da empresa e,
esse é meu entendimento, o que na prática, por óbvio, não dispensa uma análise mais profunda do RICMS
do seu estado.
Texto atualizado até outubro de 2016.
http://www.administradores.com.br/artigos/academico/carta-de-correc...
Restituição do ICMS de substituição tributária
01 nov 2016 Fernanda Rodrigues
A recente decisão do STF trouxe reflexos positivos e diretos às empresas que praticam preços de venda
inferiores ao exigido pelo fisco no regime de substituição tributária.
Vejamos a tese do julgamento para fim de repercussão geral: “É devida a restituição da diferença do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais no regime de substituição
tributária para a frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”. Temos visto, ao
longo do tempo, que empresas reclamam da ânsia de tributar do Fisco, que generalizou o regime de
tributação de substituição tributária em muitos segmentos econômicos. Também contestam que são
adotadas Margens de Valor Adicionado (MVA) superiores à realidade do mercado para compor o preço
presumido de venda. Assim, é resultante no aumento da carga tributária nas operações de compra e,
consequentemente, no custo da mercadoria.
Com a decisão do STF, passa a ser permitido restituir o ICMS exigido na ocasião da compra desde que
comprovado que o preço praticado no varejo é inferior ao presumido pelo fisco e que foi repassado pelo
fornecedor quando da venda da mercadoria. Como reflexo, é possível reduzir o custo da compra e
aumentar a competitividade podendo propor menor preço de venda.
É prudente que o empresário faça prévia simulação dos dados e valores, comparando a base presumida no
cálculo do imposto (ICMS-ST) e o preço efetivo praticado na venda no varejo. Dos dados apurados
teremos elementos necessários para a tomada de decisão. Entendemos que excepcionar apenas aquelas
operações de venda que foram realizadas e que são inferiores às bases presumidas, sem avaliar a totalidade
das operações poderá resultar em risco de contingência fiscal resultando em novo litígio que poderá
novamente ser submetido ao Judiciário. O procedimento correto será a elaboração de planilhas onde será
apurado o real valor global do reflexo da decisão em cada empresa.
Fonte: Jornal do Comércio – RS
Publicadas normas de contabilidade pública que
facilitarão o controle social
31 de outubro de 2016
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou hoje (28), no Diário Oficial da União (DOU), as
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP) 01,02 e 03. No início do mês,
o Conselho publicou a Estrutura Conceitual, que trata dos princípios que devem ser seguidos por todas as
regras do setor. Essas são as primeiras normas convergidas às regras internacionais.
O CFC é o órgão normalizador da contabilidade no País e há alguns anos vem trabalhando no processo de
convergência das normas aplicadas ao setor público. Em 2008, publicou as 10 primeiras normas inspiradas
nas regras internacionais e, em 2011, mais uma. No final do ano passado, o CFC retomou as atividades do
Grupo Assessor das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (GA/NBC TSP) e
estabeleceu um calendário para convergência das 34 normas internacionais hoje em vigor. Este mês, além
das três publicadas hoje, também foi publicada a Estrutura Conceitual, no DOU do dia 4.
O vice-presidente Técnico do CFC, Zulmir Breda, destaca que essas três primeiras foram escolhidas por se
tratarem de temas estratégicos para as entidades públicas, dentre os quais a receita. “Começamos com essas
três que têm repercussão importante na vida do gestor e do cidadão. Até o fim do ano publicaremos mais
duas. Estamos seguindo o cronograma estabelecido pelo grupo”, defendeu Breda que é o coordenador do
GA/NBC TSP. Até 2021, todas as normas devem ser convergidas.
A NBC TSP 01 trata do registro das receitas de transações sem contraprestação, tais como os tributos e
contribuições devidos pelo cidadão. A norma reitera que esse registro deve ser feito pelo regime de
competência, que pressupõe o registro das transações quando da ocorrência do fato gerador,
independentemente do efetivo recebimento – por exemplo, no caso do Imposto Predial Territorial Urbano
(IPTU) o ente federado deve registrar a receita no ato da emissão do carnê com a identificação do devedor.
Outro ponto reafirmado pelas novas normas corresponde à separação entre as informações de cunho
orçamentário e patrimonial. “A contabilidade brasileira é regida pela Lei nº 4.320/1964, cuja interpretação,
sob o ponto de vista do orçamento, prevê que os registros das receitas orçamentárias sejam feitos pelo regime
de caixa, ou seja, quando da entrada do recurso nos cofres dos entes. Desde o início da internacionalização
da contabilidade pública, em 2008, os aspectos relacionados à contabilidade patrimonial presentes na Lei nº
4.320/1964 foram revistos e, além disso, os normativos reforçaram a aplicação do regime de competência.
A NBC TSP 01 detalha esse registro”, afirma o representante do CFC no board da Federação Internacional
de Contadores (Ifac, na sigla em inglês), Leonardo Nascimento. A entidade é a responsável por emitir as
normas internacionais voltadas ao setor público.
Nascimento afirma que a mudança colabora com o efetivo controle social e com a qualidade da informação
provida pelos gestores. “O cidadão saberá, efetivamente, o quanto o município, estado e União, estão
onerando a sociedade. O gestor, por sua vez, terá um controle preciso de quanto tem a receber, quanto há
em caixa e, assim, poderá planejar investimentos em uma base mais real”. Segundo ele, a maior dificuldade
na mudança na forma de registro está na operacionalização. “Alguns sistemas ainda não estão preparados
para fazer o registro dessa forma, mas o Plano de Implantação dos Procedimentos Contábeis Patrimoniais
da Secretaria do Tesouro Nacional, que entrou em vigor este ano, prevê esse desafio, a ser vencido de forma
gradual”. Nascimento também é Coordenador-Geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação da
Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
A NBC TSP 02 trata do registro das receitas com contraprestação, que são aquelas recebidas pelo Estado
por um serviço público ou produto de valor proporcional prestado ao cidadão. Por exemplo, as taxas e
alugueis. “Boa parte dessas receitas já era registrada pelo regime de competência e passou por alterações
porque deve ser compatibilizada com a prática observada no setor privado e com o tratamento das receitas
abrangidas pela NBC TSP 01”, afirma.
Já a NBC TSP 03 define como devem ser registrados as provisões, os ativos e os passivos contingentes. Há
receitas que podem ser contestadas, como por exemplo, créditos tributários. Em muitos casos, essas receitas
não podem ser registradas como ativos, mas sim como ativos contingentes. A norma define as situações em
que isso ocorre e como registrá-las. Há, inclusive, uma escala de expectativa de realização com conceitos
de certa, provável e remota para registros dos ativos e passivos.
Está em discussão no Congresso um projeto de lei que altera as regras da contabilidade pública, o PLP
295/2016. Ele pretende substituir a Lei 4.320/1964 e, em sua versão atual, afirma, textualmente, que o
padrão a ser utilizado para a elaboração da contabilidade pública são as Normas Brasileiras de Contabilidade
Aplicadas ao Setor Público.
Hoje, os entes devem observar o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), elaborado
pela STN com base em tais normas. “O MCASP funciona como um filtro. A partir das normas, o Manual é
desenvolvido com as diretrizes de como se deve fazer. Ainda não é possível observar a integralidade das
normas, devido às desigualdades regionais, mas as NBCs são importantes porque funcionam como uma
meta. Todos sabem que elas podem não ser adotadas completamente hoje, em razão do próprio processo
gradual de convergência, mas serão num futuro próximo”, destaca Breda. O próximo MCASP será
publicado em novembro, já em conformidade com as novas normas editadas neste ano.
O ente federado que não seguir as normas do MCASP na elaboração da sua contabilidade pode ter vedada
a possibilidade de obter o aval da União para a contratação de operações de crédito ou o recebimento de
transferências voluntárias da União. Muitos Tribunais de Contas também utilizam o MCASP na hora de
avaliar as contas dos respectivos entes, podendo responsabilizar os gestores que não o observarem.
Para conferir as novas normas, consulte, o site do CFC: NBC TSP 01, NBC TSP 02 e NBC TSP 03.
Fonte: CFC
Direito de devolução do ICMS é primeiro passo
para Justiça tributária
31 de outubro de 2016
Por Evandro Grili
Depois de vacilar por anos sobre a questão, essa semana o Plenário do Supremo Tribunal Federal, enfim,
decidiu que os estados devem devolver ao contribuinte do ICMS os valores que ele paga a mais quando está
submetido às regras da substituição tributária para frente.
Apenas para pontuar o problema: o contribuinte do ICMS em regime de substituição tributária para frente
vê retido pelo seu fornecedor o imposto estadual que vai incidir nas operações futuras. Contudo, como ainda
não se sabe o valor futuro da operação (valores que variam conforme o mercado) os estados usam bases de
cálculos presumidas, e, normalmente, maiores que as praticadas no mercado.
Os Tribunais de segunda instância tinham decisões nos dois sentidos, a favor e contra a tese da devolução
do valor pago a mais, que foi consagrada ontem pelo Plenário da Suprema Corte.
A partir de agora, na nossa avaliação o julgamento do STF restabelece a normalidade constitucional.
O artigo 150, parágrafo 7o, da Constituição deu aos Estados uma poderosa ferramenta de arrecadação. É
inegável a sua eficiência no quesito extirpar a sonegação nos setores em que ela foi aplicada como regra
(bebidas, tintas, veículos, sorvetes, cigarro e muitos outros segmentos). Mas ela era extremamente maléfica
ao contribuinte, especialmente em relação àqueles que estavam 100% na formalidade, desde de décadas
atrás. E isso porque o critério adotado pelos Estados – alguns até contrariando leis estaduais próprias, como
no caso de São Paulo – era de que a base de cálculo final presumida pela substituição tributária era definitiva.
Exemplificando: segundo os Estados, se uma mercadoria estava no regime de substituição tributária para
frente, e se presumia o seu valor final ao consumidor no montante de R$ 100 não importava que a venda se
desse por R$ 95. Os fiscos estaduais não aceitavam o acerto da obrigação tributária, negando ao contribuinte
o direito de reaver os valores que pagou a mais pela diferença (do nosso exemplo) de R$ 5,00.
E, nesse ponto, a conduta dos estados violava claramente o disposto no artigo 150, parágrafo 7o, da CF,
que, desde sempre, garantiu aos contribuintes “a imediata e preferencial restituição, da quantia paga, caso
não se realize o fato gerador presumido”. Os estados batiam na tese de que fato gerador presumido não
realizado era somente nos casos em que a venda não acontecia, o produto se deteriorava, etc. Não se aceitava
que a diferença de valores entre o que se presumiu e o que se realizou pudesse ser considerado “fato gerador
presumido não realizado”.
O STF pôs um fim nessa discussão por sete votos a três. Ao todo, mais de uma dezena de estados
participaram da lide na condição de amicus curiae. Originariamente, o caso envolvia somente Minas Gerais.
Ou seja, não se pode dizer que os argumentos de defesa das demais Unidades da Federação interessadas não
foram ouvidos.
O processo tramitou por anos no STF e esse tempo causou enorme prejuízo aos contribuintes, com
enriquecimento ilícito e inconstitucional dos fiscos estaduais.
Mas, como sempre, nem tudo são flores. O STF modulou os efeitos da decisão, para permitir que os estados
se adequem administrativamente. Em outras palavras, apesar de reconhecer a inconstitucionalidade da não
devolução dos valores, o STF estabeleceu que: a) a decisão do Plenário só atinge casos futuros; b) só vale
para aqueles contribuintes que já tinha ações ajuizadas e pendentes de julgamento. Ou seja, quem ficou
parado esperando o desfecho do leading case do STF perdeu a oportunidade de se ressarcir do que pagou a
mais. É uma forma de aplicar o brocardo jurídico que estabelece que “o Direito não socorre os que dormem”.
E, ao mesmo tempo, de não criar um passivo gigantesco para os estados que já estão com suas economias e
finanças combalidas Brasil afora.
Ao menos avançamos.
O STF reconheceu a importância da substituição tributária, mas definiu um marco claro para a tributação
dos Estados: a base de cálculo constitucional do ICMS será sempre o valor real da operação. Ainda que seja
possível estima-lo em valor maior que o real para fins de arrecadação imediata e diminuição das
possibilidades de sonegação fiscal, os contribuintes devem, sempre, ter o direito de fazer o acerto de suas
obrigações tributárias depois que a venda presumida se realizar, observando-se, sem exceção, o preço pelo
qual, efetivamente, a mercadoria foi vendida.
O que esperamos, agora, é que os estados se adaptem imediatamente, criando mecanismos para que os
contribuintes substituídos possam se recuperar de forma “imediata e preferencial”, especialmente com o
estabelecimento de mecanismos de compensação junto aos próprios substitutos tributários, de forma dar
efetividade ao estabelecido no parágrafo 7o, do artigo 150, da Carta Magna.
Em tempos de SPED, Nota Fiscal Eletrônica, Sintegra, as dificuldades do passado para se descobrir o valor
real da operação estão todas jogadas por terra, de modo que não há motivo algum para se dificultar o direito
do contribuinte do ICMS de ter acesso às necessárias e devidas restituições daquilo que pagar a mais em
função das regras da substituição tributária.
Lutemos por isso. Começa agora o segundo round.
Fonte: ConJur
Uma tragédia tributária – como o Simples ficou
Complicado
Autor: Ivan Primo BornesFonte: Estadão PMELink: http://blogs.pme.estadao.com.br/blog-do-
empreendedor/uma-tragedia-tributaria-%E2%80%93-como-o-simples-ficou-complicado/
Depois de muitas modificações, idas, vindas e voltas, na última sexta-feira foi publicada a lei
complementar que muda as regras do sistema tributário chamado Simples Nacional.Foram meses de
expectativa para essas mudanças, e o resultado foi “simplesmente”… decepcionante.
Já se passaram 10 anos desde o Simples foi criado e, como acontece com muitos assuntos que ficam
defasados, o resultado de todo esse trabalho de nossos representantes legislativos ficou abaixo da
expectativa. Fica aquela impressão de que a classe política desperdiçou mais uma oportunidade de fazer
um bom trabalho. Ou pior: atirou fogo amigo.
Tudo começou com a melhor das intenções na Lei Complementar 123 de 2006, que instituiu o Estatuto
Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, e era louvável: simplificar a vida dos micro e
pequenos empreendedores, através da unificação de tributos municipais, estaduais e federais, incluir mais
contribuintes no sistema e combater a sonegação.
Mas as atuais mudanças – ou atualizações, como alguns especialistas estão chamando – não apenas
ficaram longe das demandas dos empreendedores, como embutiram algumas “surpresas” desagradáveis.
Novo limite a partir de 2018
Fazendo um breve histórico, quando começou o Simples em 2006 o faturamento bruto máximo para a
empresa ser enquadrada no regime tributário era 2,4 milhões. Em 2012 houve uma atualização nos valores
e passaram a 3,6 milhões, vigentes hoje. E a partir de 2018 – na nova lei – o limite de faturamento bruto
será de 4,8 milhões por ano.
O problema: numa conta simples, os aumentos do limite de faturamento mal cobrem a inflação
acumulada nestes anos. Ou seja, não houve aumento real do limite, houve perda, quando descontada a
inflação. Então, se por acaso a empresa está prosperando, e consegue faturar mais do que o limite, vai
perder o Simples e tem que optar por outros regimes tributários que são mais caros e complicados. Muitas
empresas optam por não crescer ou – o pior do pior para o país – sonegar.
Não foi por falta de aviso da sociedade e dos pequenos empreendedores: em 2015 foi entregue o
documento do Brasil + Empreendedor aos governantes, sugerindo a evolução gradual tributária até 30
milhões, estimulando a evolução dos micro e pequenos empreendedores para serem médias empresas.
Pelo visto, ninguém lá em Brasília deu importância a esse documento.
Novo sistema de cálculo
Hoje, para saber a alíquota de tributos, é fácil. Basta googlear e conferir a tabela de faturamento
acumulado no ano e o percentual de contribuição. Na medida que a empresa fatura mais, a tributação
também vai aumentando de forma gradual. Já na versão de 2018, voltam os cálculos complicados, com
alíquotas de aumento ou desconto variáveis de acordo com o faturamento do ano anterior.
O problema: era pra ser “simples” mas agora tem que ficar com uma calculadora na mão todo mês. O
contador, já sobrecarregado, vai precisar dedicar mais tempo a fazer contas, em vez de cuidar de assuntos
próprios da profissão, como inventários e balancetes, que demonstram a saúde financeira da empresa.
Nossos políticos poderiam de fato ter pensado em fazer vale o nome “simples”.
Tributos
Na tabela atual do Simples Nacional, a tributação na faixa máxima, de R$ 3,6 milhões, é de 11,61%. Na
nova tabela, que entra em vigor em 2018, a empresa que estiver na faixa de faturamento máximo, de R$
4,8 milhões, vai ter que tributar em 19%. Sim, de-ze-nove porcento.
O problema: considerando o que falamos acima, de que os aumentos dos limites já estão defasados com a
inflação, somado ao aumento de impostos de 11,61 a 19% eu realmente não entendo como qualquer
negócio será sustentável sem fazer uma das 3 coisas:
1. Aumentar os preços e repassar tudo ao contribuinte
2. Sonegar
3. Fechar as portas
Combate à sonegação: autuações totalizam R$
58,7 bi no 1º semestre
Postado por José Adriano em 6 novembro 2016 às 9:00
O crédito tributário constituído pela fiscalização de tributos internos da Receita Federal no 1º semestre de
2016 (R$ 58,7 bilhões) foi resultado de 4.777 procedimentos de auditoria externa e 170.627
procedimentos de revisão interna de declarações de pessoas físicas e jurídicas, num total de 175.404
procedimentos de fiscalização.
Como de costume, os valores mais expressivos foram verificados nas fiscalizações sobre as pessoas
jurídicas, que totalizaram R$ 53,9 bilhões no período. As autuações no segmento industrial (R$ 20,2
bilhões) responderam por mais de um terço do valor total do crédito tributário constituído. Também foram
significativos os resultados das fiscalizações nos segmentos financeiro (R$ 7,62 bilhões) e de construção
civil (R$ 7,05 bilhões).
Quanto às pessoas físicas, os resultados de maior vulto concentraram-se nos contribuintes cuja principal
ocupação declarada foi o de proprietário ou dirigentes de sociedades empresariais. A principal infração
cometida foi a ausência de tributação no ganho de capital oriundo de venda e permuta de ações. O valor
das autuações sobre os proprietários e dirigentes de sociedades empresariais foi de R$ 1,09 bilhão, 28% do
valor total apurado entre os contribuintes pessoa física.
fonte: REVISTA FATO GERADOR - RFB 11ª EDIÇÃO
ÍNTEGRA DA REVISTA FATO GERADOR - 11ª
EDIÇÃO: http://www.slideshare.net/joseadrianopinto/rfb-revista-fato-gerador..
Deixei de recolher as mensalidades como MEI. E
agora?
Você é MEI e deixou de recolher as mensalidades? Veja as consequências e
como se regularizar.
Autor: Sabrina Steinecke LawderFonte: Exame.comLink: http://exame.abril.com.br/pme/deixei-de-
recolher-as-mensalidades-como-mei-e-agora/
Tornar-se um microempreendedor individual – MEI, diante da difícil realidade brasileira pode ser uma
boa decisão para enfrentar a crise financeira que movimenta os mercados financeiros, bem como os altos
níveis de desemprego.
Assim, ter talento, espírito empreendedor, encontrar nicho de mercado, necessitar de renda complementar,
ou não possuir outra opção de emprego mais rentável demonstram algumas opções para o surgimento e
crescimento dos MEI – Microempreendedores Individuais.
O Brasil legalizou e facilitou a formalização do MEI, determinando apenas que seu faturamento não pode
ultrapassar R$ 60.000,00 por ano, e o empreendedor não pode ser sócio ou titular em outra empresa.
Os benefícios não param por aí: atualmente o MEI poderá obter o registro no Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão
de notas fiscais.
Além disso, o MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (IR, PIS,
Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal que varia de R$ 45,00 a R$ 50,00, a
depender da natureza da atividade (comércio, indústria ou serviço), que será destinada à Previdência
Social e ao ICMS ou ao ISS.
Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso aos benefícios previdenciários,
como auxílio-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria.
E se não pagar?
Todavia, nem tudo são “flores” no “mundo do MEI”, para garantir o bom desenvolvimento do negócio,
bem como manter-se em dia com as obrigações, o empreendedor individual deverá se ater aos seguintes
desafios: (1) traçar um planejamento estratégico; (2) ter disciplina no controle das finanças; (3) lidar com
fornecedores e clientes; (4) encarar as oscilações de mercado e situações de crise; e (5) manter-se
organizado.
Diante de tantos desafios, estar em dia com a contribuição mensal do MEI caracteriza condição necessária
à continuidade do negócio, sob pena de sérias consequências fiscais e administrativas.
O não pagamento do valor fixo mensal acima mencionado, gerará débitos passíveis de inscrição em divida
ativa da União, dentre outras consequências. Possuir tais cobranças impede a emissão de certidões, enseja
futura Execução Fiscal, exclusão do Simples Nacional e dificulta sobremaneira a vida financeira do MEI.
No que tange ao CNPJ, a falta de pagamento do valor mensal por mais de 12 meses consecutivos poderá
ensejar o cancelamento do CNPJ.
Neste sentido, o Comitê Gestor do Simples Nacional emitiu Resolução, informando expressamente que os
MEI inadimplentes há mais de 24 meses terão CNPJ baixado de oficio.
Assim, antes de correr o risco de cancelamento, vale a pena consultar o “Portal do Empreendedor”, site
em que é possível sanar dúvidas e demais informações sobre o MEI. Tal portal possibilita a emissão de
boletos atualizados (multa – R$0,33/dia limitada a 20% e juros SELIC) relativamente às contribuições que
estejam em atraso.
Vale destacar que o MEI que estiver inativo não está desobrigado de pagar a contribuição mensal, porque
este valor é fixo e independe do exercício de atividade e do volume de receita.
Tal situação difere somente na hipótese de solicitação de baixa do MEI, uma vez que, nesta hipótese, a
baixa do MEI ocorrerá independentemente da regularidade de suas obrigações tributárias, previdenciárias
ou trabalhistas, principais ou acessórias.
A baixa do registro, sem quitação dos débitos, não impede que posteriormente sejam cobrados do titular
os impostos (CPF do empreendedor individual), com os devidos encargos legais, inclusive por meio de
processo administrativo ou judicial.
O microempreendedor individual precisa ficar atento ao seu negócio, aos desafios do mercado, bem como
às obrigações rotineiras. Estar em dia com as obrigações financeiras e acessórias do Regime MEI é um
“bem necessário”.
Estima-se que em 2016, aproximadamente 59,4% de empreendedores cadastrados estão inadimplentes,
podendo ter seu MEI cancelado e voltar à informalidade. Não faça você parte desse número, regularize
sua situação e usufrua dos benefícios e facilidades do MEI.
Defasagem na tabela do Supersimples trará
prejuízos para empresas
01 nov 2016 Fernanda Rodrigues
As alterações na Lei do Supersimples, sancionadas na semana passada pelo presidente Michel Temer,
representam uma armadilha para o empresariado brasileiro. O alerta é do presidente do Sindicato das
Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do
Estado do Rio Grande do Sul (Sescon-RS), Diogo Chamun.
Mesmo com a ampliação do prazo de parcelamento de dívidas tributárias de micro e pequenas empresas
de 60 para 120 meses, medida que pode trazer certo alívio, a falta de correção na tabela de enquadramento
deverá representar perdas de até 70% para aqueles que estão enquadrados no regime. O Sescon-RS, em
parceria com a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
(Fecomércio-RS), desenvolve um esforço nacional para alertar sobre as perdas com as alterações no
sistema tributário.
Além de alargar o prazo para pagamento das dívidas, a legislação também amplia o teto de faturamento
para que empresas possam aderir ao Supersimples a partir de 2018. A receita máxima da microempresa
vai subir de R$ 360 mil para R$ 900 mil por ano, e da pequena empresa, de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8
milhões por ano. Para o Microempreendedor Individual (MEI) , o teto anual de faturamento passará de R$
60 mil para R$ 81 mil. No entanto, segundo a Fecomércio-RS, entre 2012 e 2018, a inflação deve
acumular 49,4%. “Desta forma, apenas para corrigir essa defasagem, o limite de receita bruta anual para
enquadramento no Simples deveria atingir R$ 5,38 milhões, valor muito acima do proposto, de R$ 4,8
milhões”, destaca o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. De acordo com ele, levando em
conta essa defasagem, o aumento de impostos em 2018 superaria os 25% nas faixas de tributação
inferiores a R$ 400 mil anuais, justamente as empresas mais vulneráveis.
“Na semana passada, estavam todos eufóricos com a aprovação, mas o projeto sofreu cortes feitos pela
Receita Federal, e quem legisla não sabe do que está falando. O que temos, na verdade, é uma ampliação
do teto para 2018 que já nasce defasada”, adverte Bohn.
Para Chamun, é preciso desmistificar a euforia em torno das mudanças, uma vez que, sem atualização da
tabela até 2018, empresas que mantiverem seu faturamento com reposição inflacionária podem ter
aumento no valor recolhido para o Simples. “O projeto tem aspectos positivos, mas, em sua grande
essência, representa uma perda enorme. Uma empresa que vendia R$ 100 mil em janeiro de 2012 chegará
em 2018 com defasagem de 70%”, exemplifica o presidente do Sescon-RS.
Além disso, aqueles que ficarem acima do antigo limite (R$ 3,6 milhões) terão que recolher Imposto sobre
Serviço (ISS) para o município e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o
estado fora do Simples. “Estamos falando em um regime misto que onera os empresários”, diz Chamun,
ao destacar que as vantagens do sistema simplificado estão sendo perdidas ao longo do tempo.
Sescon-RS e Fecomércio-RS realizaram estudos que apontam essas perdas e devem apresentá-los às
lideranças do Congresso Nacional para tentar reverter o prejuízo. “O Sebrae Nacional nos sinalizou que
irá trabalhar no reajuste da tabela a partir da sanção do projeto, assim como a Fenacon, que irá atuar para
mostrar os perigos deste projeto”, informa Chamun. O aumento de preços médios na economia, explica
Bohn, faz com que as empresas progridam de alíquota sem que estejam efetivamente crescendo em
tamanho, pois, quando seus custos majoram com a inflação, acabam aumentando suas receitas sem que
esteja vendendo mais. “Trata-se de um projeto disfarçado de positivo, mas que será um duro golpe,
especialmente aos pequenos empresários”, aponta Bohn.
Outro ponto, destaca Chamun, é que, mesmo com o parcelamento ampliado, 668,4 mil empresas em
débito com a Receita Federal, número equivale a 15% do total de optantes pelo regime tributário no País,
podem ser excluídas do Simples caso não seja criado um Programa de Recuperação Fiscal (Refis)
especial. Isso porque apresentam débitos previdenciários. “Se, em até 30 dias após a notificação, a
situação não for regularizada, as empresas serão automaticamente desenquadradas a partir de janeiro de
2017”, alerta Chamun.
O Projeto Crescer sem Medo (Lei Complementar nº 25/2007), sancionado pelo presidente Michel Temer
na semana passada, entra em vigor logo após a regulamentação, que será feita pelo Comitê Gestor do
Simples Nacional (CGSN), vinculado à Receita Federal.
Cachaças, cervejase vinhos sãoincluídos no sistema
O “raio gourmetizador” atacou novamente, mas, pelo menos desta vez, agiu em favor do bolso e do bico
de boêmios a par de termos como terroir, weiss e madeira de envelhecimento. Com a inclusão de
cachaças, cervejas e vinhos no Supersimples a partir de 2018, a expectativa de produtores é que haja um
barateamento de bebidas artesanais – notícia que, mesmo para o elegante apreciador desses elixires, é
digna de um porre.
No caso das microcervejarias, cuja carga tributária chega a 60%, espera-se uma redução de 32% no
pagamento de tributos e de 27,8% na folha de pagamentos, segundo Rodrigo Silveira, presidente da
associação Abracerva. Dois terços das fabricantes do segmento devem aderir.
“É difícil estimar o tamanho da redução de preços ao consumidor, pois depende de muitos fatores. Mas ele
virá, sim, já que haverá redução de custos e mais competição”, afirma Silveira.
Até beber ouro ficará mais barato. A garrafa mais em conta da cachaça Middas, com flocos do metal
precioso de 23 quilates e armazenada por dois anos em alambique de madeira amendoim do campo, deve
cair de R$ 180,00 para R$ 120,00. “A inclusão no Simples vinha envelhecendo por mais de 500 anos!
Hoje é o dia de abrir a garrafa”, comemora Leandro Dias, da Middas.
Salões de beleza ganham legislação específica
Juntamente com a lei que altera o Supersimples, também foi sancionado o Projeto de Lei nº 5.230/2013,
do deputado federal Ricardo Izar (PP-SP), que reconhece a relação de parceria entre os salões de beleza e
prestadores de serviços (cabeleireiros, maquiadores, depiladoras, manicures e esteticista), cria as figuras
do “salão-parceiro” e do “profissional-parceiro”. O projeto prevê que o dono do salão e o profissional
parceiro dividam a receita bruta sobre os serviços prestados, explorem o mesmo espaço, sendo cada um
responsável pelo pagamento dos tributos e impostos referente à sua parte. “Hoje, os salões congregaram
profissionais de distintas especialidades, mas têm alto índice de informalização”, explica Rodrigo Nahas,
sócio-diretor da Nahas Advogados. “Por isso o projeto é importante para esse setor. É a oportunidade de
regulamentar as questões trabalhistas e tributárias, criando um marco legal tanto para os profissionais de
beleza, como para os salões de beleza”, finaliza.
Nahas participou da elaboração do projeto que está nas mãos da presidência. Para ele, a lei irá beneficiar
tanto o profissional como o proprietário do estabelecimento. “Esta Lei poderá regularizar mais de 1
milhão de trabalhadores da beleza, como cabeleireiros, maquiadores, depiladoras, manicures e esteticistas.
E tanto os novos institutos do salão-parceiro como o profissional-parceiro poderão adotar o regime
especial de tributação previsto no Estatuto da Micro e Pequena Empresa. Já no caso desse último, o
profissional poderá atuar como Microempreendedor Individual (MEI) dentro do salão.”
Com a lei, caso o profissional-parceiro desempenhe funções diferentes das descritas no contrato de
parceria, a relação será considerada como vínculo empregatício. O texto afirma que esses profissionais
não poderão se vincular a assistentes ou auxiliares para a execução de seus serviços no âmbito do contrato
de parceria com o salão. Os profissionais da beleza poderão optar, junto às autoridades fazendárias, entre
se inscreverem como pequenos empresários, microempresários ou microempreendedores individuais.
Nahas ainda salienta que “o contrato deverá ser homologado entres os sindicatos patronais e dos
trabalhadores, garantindo assim a segurança jurídica para ambos, além de prever o percentual de retenções
que o salão fará, como aluguel de móveis, utensílios para o desempenho das atividades e serviços de
gestão, apoio e a parte do profissional, como atividades de prestação de serviços de beleza”.
A parceria entre o salão e o profissional não resultará em relação de emprego ou de sociedade entre os
envolvidos, porém, caso não haja contrato formalizado, será configurado vínculo empregatício entre o
salão-parceiro enquanto pessoa jurídica e o profissional-parceiro, ainda que atue como microempresário.
“Dessa forma, a fiscalização trabalhista poderá exigir a contratação pela CLT”, esclarece Nahas. O
advogado ainda ressalta que “precisa ficar claro que o profissional-parceiro não irá assumir as
responsabilidades e obrigações próprias da administração da pessoa jurídica do salão, como as de ordem
fiscal, trabalhista e previdenciária”.
No texto, o salão-parceiro será o responsável pelo recolhimento dos tributos a seu cargo e também pela
retenção e recolhimento das contribuições sociais e previdenciárias devidas pelo profissional-parceiro.
“Não haverá bitributação. O profissional-parceiro e o salão-parceiro arcarão com a parte que
respectivamente couber a cada um”, explica Nahas.
Outro ponto importante é que o projeto de lei estimulará o empreendedorismo e trará segurança jurídica
para os donos de salão e os profissionais de beleza. No contrato firmado, as responsabilidades de ambas as
partes quanto à manutenção e higienização de materiais e equipamentos serão especificadas. “O
profissional-parceiro terá de manter regularizada sua inscrição junto às autoridades fazendárias. Ainda que
ele seja inscrito como pessoa jurídica, na forma de microempresário ou microempreendedor individual, ele
terá direito à assistência junto ao sindicato da categoria, sendo uma inovação para o País do ponto de vista
da legislação trabalhista, contratual e tributária”, comenta Nahas.
De acordo com um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos (Abhipec), de 2014/15, o segmento é um dos maiores geradores de empregos do Brasil. Cerca
de 4,4 milhões de pessoas trabalham em salões de beleza no País. Além disso, o gasto mensal das famílias
com serviços de cabeleireiro ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão, um crescimento de 44% em seis anos.
Fonte: Jornal do Comércio – RS
Receita Federal monta equipes especiais para
atuar na Operação Zelotes
Postado por José Adriano em 5 novembro 2016 às 13:00
A Operação Zelotes foi deflagrada para investigação de esquema criminoso, criado para influenciar
decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - Carf e reduzir ou anular autos de infração e
multas decorrentes de fiscalizações da Receita Federal. Participaram do esquema, além de julgadores do
Carf, advogados, empresários, lobistas, entre outros.
Com o objetivo de apurar os ilícitos tributários e os fatos que, em tese, configurem crime contra a ordem
tributária, foram constituídas duas equipes especiais no âmbito da Receita Federal: a de Programação, que
analisa e seleciona os sujeitos passivos que serão objeto de fiscalização e a de Fiscalização, que realiza
diligências e busca provas para autuar os envolvidos em ilícitos. As equipes especiais são nacionais,
podendo analisar e fiscalizar contribuintes de qualquer localidade do país.
Além do foco nos ilícitos tributários e autuações fiscais decorrentes, as equipes buscam identificar
processos em que julgadores do Carf atuaram em situações de impedimentos legais, ocasionando vícios
insanáveis nas decisões proferidas. Para esses processos serão encaminhadas representações para sua
anulação e consequentemente, novo julgamento.
Atualmente, a Equipe Especial de Fiscalização conta com 19 Auditores-Fiscais executando as auditorias,
sendo que poderá ser ampliada à medida que os trabalhos evoluam. Estão em andamento 66
procedimentos fiscais, entre diligências e fiscalizações. Conforme demonstrado em tabela ao lado, o
trabalho envolve contribuintes pessoas físicas e jurídicas.
fonte: REVISTA FATO GERADOR - RFB 11ª EDIÇÃO
ÍNTEGRA DA REVISTA FATO GERADOR - 11ª
EDIÇÃO: http://www.slideshare.net/joseadrianopinto/rfb-revista-fato-gerador...
Supremo vai decidir regime de cobrança de ISS
para advogados
04 nov 2016 Barbara Lima Geral ,
O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu repercussão geral em recurso especial que discute o
regime de cobrança do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para advogados.
Com isso, o Supremo deve decidir se é constitucional a lei municipal que estabelece impeditivos à submissão
de advogados ao regime de tributação fixa ou per capita em bases anuais, modalidade de cobrança
estabelecida pelo decreto-lei 406/1968, recepcionado pela Constituição Federal com status de lei
complementar.
No caso dos autos, a seccional do Rio Grande do Sul da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) ajuizou
mandado de segurança coletivo contra o fisco de Porto Alegre (RS) pedindo que as sociedades de advogados
inscritas no município continuem a recolher o ISS sob o regime de tributação fixa anual. Segundo a entidade,
o decreto municipal que trata do regime tributário para essas sociedades afronta as normas federais sobre o
assunto. Pede na ação que o município se abstenha de tomar qualquer medida fiscal coercitiva contra as
sociedades profissionais de advocacia atuantes no município, em especial a autuação delas por falta de
recolhimento do imposto sobre serviços calculado sobre os seus respectivos faturamentos.
Segundo o relator do recurso, ministro Edson Fachin, a repercussão geral se configura pois se trata de
conflito federativo instaurado pela divergência de orientações normativas editadas pelos entes municipal e
federal. /Agências - FONTE: DCI
HOTELEIROS NÃO DEVEM PAGAR ICMS SOBRE
ALIMENTOS E BEBIDAS QUE INTEGRARÃO O
PREÇO DA DIÁRIA
Entenda quais são as situações em que não haverá incidência do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias sobre alimentos e bebidas fornecidas aos hóspedes pelos empreendimentos hoteleiros
Artigo de Murillo Akio Arakaki
Como é de conhecimento comum, a carga tributária no Brasil é uma das maiores do mundo, de modo que tal fato
não se altera para a tributação dos hotéis, resorts, pousadas e demais empreendimentos hoteleiros. Há, na hotelaria,
uma polêmica sobre a incidência ou não do ICMS — Imposto sobre Circulação de Mercadorias sobre os alimentos e
bebidas fornecidas durante a hospedagem, gerando, consequentemente, muitas dúvidas aos empresários.
Essa polêmica gira em torno da especificidade da sistemática da atividade hoteleira, haja vista que nem todo
consumo de alimentos e bebidas pelos hóspedes devam ser tributados pelo ICMS. Portanto, necessário a verificação
em cada caso concreto sobre a incidência ou não do imposto.
Em situações em que o fornecedor de alimentos e bebidas do hotel está sujeito ao regime de substituição tributária,
o hoteleiro terá que pagar o valor do ICMS diretamente ao fornecedor e este, por sua vez, fará o repasse ao Estado
competente.
Ocorre que, em situações em que a mercadoria adquirida é oferecida ao hóspede pelo preço da diária, não há
incidência do ICMS em razão de não haver circulação onerosa desse alimento ou bebida, mas sim apenas o seu
consumo. Este, por sua vez, já está integrado no valor da diária do hotel. Ou seja, quando os alimentos e bebidas já
estiverem embutidos no valor da hospedagem, não há o que se falar em ICMS sobre tais mercadorias.
Trata-se da aplicação do item 9.01 da Lista de serviços anexa à Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, que diz: 9.01 – Hospedagem de qualquer natureza em hotéis, apart-
service condominiais, flat, apart-hotéis, hotéis residência, residence-service, suite service, hotelaria marítima,
motéis, pensões e congêneres; ocupação por temporada com fornecimento de serviço (o valor da alimentação e
gorjeta, quando incluído no preço da diária, fica sujeito ao Imposto Sobre Serviços).
Esse dispositivo faz com que alimentos e bebidas incluídas no valor da diária sejam tributados pelo ISS — Imposto
Sobre Serviços e não pelo ICMS, haja vista que essas mercadorias integram o serviço prestado pelo hotel.
Até aqui, poucas novidades.
A polêmica maior surge em casos em que o hotel compra alimentos e bebidas de fornecedores sujeitos ao regime de
substituição tributária (pagando o ICMS), mas destina a mercadoria para integrar os serviços de hospedagem (como
em casos de “meia-pensão”, “pensão completa” e all inclusive), de maneira que ele sofrerá uma tributação por
substituição tributária (ICMS-ST) de uma futura operação tributável pelo ISS e não pelo ICMS.
Caso essa situação ocorra, como se esquivar dessa tributação indevida?
Há dois caminhos a se tomar, o primeiro diz respeito à formulação de um processo administrativo de consulta à
Secretaria da Fazenda para que ela se manifeste sobre a não incidência do ICMS-ST em alimentos e bebidas que
integrarão o preço da diária. Já há algumas resoluções de consulta que reconheceram esse direito do
empreendimento hoteleiro, mas tal procedimento deve ser realizado de maneira individual, ou seja, uma resolução
de consulta não beneficia a todos de maneira automática.
O segundo caminho diz respeito à propositura de uma ação judicial para discutir essa incidência, com o depósito em
juízo do valor controvertido, bem como com o pedido de restituição do pago indevidamente nos último cinco anos.
O mecanismo da situação é simples: se aquela mercadoria integra o valor da diária, não haverá incidência do ICMS
(nem por responsabilidade do hotel e nem por substituição tributária). Porém, se a cobrança é feita de forma
separada, haverá sim a incidência do ICMS, pelo fato de ficar configurada a circulação onerosa de mercadorias.
Isso cria a possibilidade do hoteleiro de realizar um planejamento tributário na disponibilização de alimentos e
bebidas aos hóspedes, haja vista que poderá se optar pela incidência do ISS (inclusão de alimentos e bebidas no
valor da diária) ou do ICMS (venda separada de alimentos e bebidas).
Com isso, também haverá a possibilidade do empreendimento hoteleiro apurar e requerer a restituição do ICMS
recolhido a maior nessas situações nos últimos cinco anos, o que poderá gerar maior disponibilidade em caixa.
*Murillo Akio Arakaki, é sócio do escritório Arakaki Advogados, atua no ramo de direito hoteleiro e direito tributário, é
advogado militante em São Paulo. Bacharel em Direito pela Universidade São Judas Tadeu em São Paulo, pós-graduado em
Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É membro efetivo da Comissão de Direito Tributário na
OAB/SP e membro efetivo da Comissão de Contencioso Administrativo Tributário na OAB/SP. Foi professor tutor da área
Tributária do Complexo Educacional Damásio de Jesus em São Paulo. Autor de artigos jurídicos e palestrante.
Contato – E-mail: [email protected] – Site: http://www.arakakiadvogados.com.br
PIS e COFINS cumulativo não incidem sobre
receita financeira
04 nov 2016 Carolina Oliveira Geral Deixe seu Comentário
A Receita Federal por meio da Solução de Consulta nº 4.032/2016 esclareceu acerca da não incidência de
PIS e COFINS sobre receita financeira.
Para usufruir do benefício, a pessoa jurídica deve apurar o PIS e a COFINS através do sistema cumulativo
(arts 2º e 3º da Lei 9.718/98), além disso, a receita financeira não pode constar do objeto social da
empresa.
Assim, a receita financeira que não conste do contrato social da pessoa jurídica que apura o PIS e a
COFINS através do sistema cumulativo está livre destes tributos.
Fonte: Siga o Fisco
IR e CSLL não podem incidir sobre a taxa Selic
recebida pelo contribuinte na devolução de
tributos
4 de novembro de 2016
A Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu, por maioria, afastar a
incidência do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre a taxa
Selic recebida pelo contribuinte na repetição de indébito (restituição de tributos). Em julgamento realizado
na última semana, o colegiado declarou a inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, do
parágrafo 1º do artigo 3º da Lei nº 7.713/88, do artigo 17 do Decreto-Lei nº 1.598/77, e do artigo 43,
inciso II e parágrafo 1º, do Código Tributário Nacional (CTN).
Segundo a decisão, a incidência estaria afrontando o disposto no artigo 153, inciso III, da Constituição,
que define como competência exclusiva da União a instituição de impostos sobre renda e proventos de
qualquer natureza, e o artigo 195, inciso I, c, que trata da seguridade social e estipula que seu
financiamento deverá ser proveniente da União, dos estados, dos municípios e de contribuições sociais,
entre elas, a que incide sobre o lucro.
Segundo o relator do acórdão, desembargador federal Otávio Roberto Pamplona, os juros de mora têm
natureza indenizatória e não remuneratória, sendo ilegal a incidência de IR e CSLL. Em relação à correção
monetária, Pamplona ressalta que não se trata de um acréscimo, mas apenas de uma atualização e deveria
compor a base de cálculo dos tributos incidentes.
Entretanto, o desembargador argumentou que a taxa Selic tem natureza híbrida, não sendo possível
decompor o que é juros e o que é correção monetária. “O efeito prático é a não sujeição à tributação de
tudo o que representar a taxa Selic”, concluiu Pamplona.
Taxa Selic Segundo o Banco Central, a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é um índice pelo
qual as taxas de juros cobradas pelos bancos no Brasil se balizam. Ela é obtida mediante o cálculo da taxa
média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos
federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de compensação e liquidação de ativos, na forma
de operações compromissadas.
AInc 5025380-97.2014.4.04.0000/TRF
Fonte: Tribunal Regional Federal da 4ª Região
Sped: 10 anos a serviço da melhoria do ambiente
de negócios
Postado por José Adriano em 5 novembro 2016 às 9:00
A simplificação e a melhoria do ambiente de negócios são temas prioritários na Receita Federal. As novas
tecnologias da informação (TI) aperfeiçoaram a forma como as empresas interagem com o Fisco. Em
especial, a criação de um sistema digital que harmoniza e racionaliza o envio de informações aos fiscos –
o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Esse sistema tem sido fundamental para que as
empresas possam agilizar seus negócios e para que o Fisco mantenha e aperfeiçoe seus controles.
O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) está prestes a comemorar 10 anos. Instituído em 22 de
janeiro de 2007, vem sendo construído gradual e continuamente e se tornando o caminho da
racionalização e da simplificação não apenas na Receita Federal, mas na sociedade brasileira.
Composto inicialmente por três projetos estruturantes – a contabilidade digital, a nota fiscal eletrônica e a
escritura- ção fiscal do ICMS e do IPI –, o SPED é hoje o caminho da entrada de dados para o Fisco
federal, contabilizando 12 produtos e participando da criação de diferentes soluções de negócio.
Uma radiografia do Sped
O SPED possui atualmente 12 produtos (ou módulos) – cinco documentos fiscais e sete escriturações – em
diferentes estágios de maturidade: • Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) • Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica
(NFC-e) • Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFS-e) • Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) •
Manifesto de Documento Fiscal Eletrônico (MDF-e) • Escrituração Contábil Digital (ECD) • Escrituração
Fiscal Digital do ICMS e do IPI (EFD ICMS-IPI) • Escrituração Fiscal Digital das Contribuições
incidentes sobre a Receita (EFD Contribuições) • Escrituração Contábil Fiscal (ECF) • Escrituração Fiscal
Digital das Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária Substituída (EFD Reinf) • Sistema
Digital de Escrituração das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) • Arquivos de
Informações Financeiras (e-Financeira)
Alguns números do SPED:
• Em 2016, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) atingiu a marca recorde de mais de 14,5 bilhões de
documentos emitidos por mais de 1,3 milhão de emissores.
• A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e) tem se consolidado em diferentes unidades da
federação como o grande documento eletrônico do varejo, ultrapassando a marca dos 2 bilhões de
documentos emitidos.
• A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) superou novamente a marca de 1,2 milhão de escriturações
entregues em 2016.
Harmonização sistêmica
A Receita Federal está sempre atenta à elaboração de softwares que possam ser, ao mesmo tempo, simples
e eficazes.
Duas inovações recentes podem ser citadas: o eSocial, um projeto ousado para obtenção de dados de todas
as folhas de pagamento do país. O primeiro módulo do eSocial já está em andamento, com foco nos
empregados domésticos. A ECF, escrituração contábil fiscal digital, inovou fazendo a integração da
apuração de tributo com os dados extraídos diretamente da contabilidade digital (ECD).
O objetivo é simplificar os programas de software, por meio do pré-preenchimento e a criação de uma
taxonomia comum entre os 12 módulos do Sped.
O eSocial se consolida
O eSocial se consolidou com o início do módulo do empregador doméstico.
Como qualquer sistema dessa abrangência e amplitude, o eSocial tem sido desenvolvido gradual e
continuamente por meio da adição de funcionalidades. Atualmente, possui em suas bases mais de 1,5
milhão de empregadores cadastrados e emite mensalmente mais de 1,2 milhão de guias (DAE, Documento
de Arrecadação do eSocial), garantindo direitos e deveres de empregados e empregadores domésticos.
O eSocial Módulo Empregador Doméstico facilita o cumprimento das obrigações e atua para garantir os
direitos correspondentes, e tem operado sem problemas. Registra atualmente 1,3 milhão de trabalhadores
ativos e gerou 1,2 milhão de DAE/mês como média para o 1º trimestre de 2016. O sistema tem
disponibilidade superior a 95% em todos os meses e, na maioria deles, superior a 99%. Apresenta
atualmente todas as funcionalidades essenciais e segue sendo aperfeiçoado pelo acréscimo de novas
funcionalidades.
O novo sítio do Sped
Em março de 2016, entrou no ar o novo sítio do Sped: sped.rfb.gov.br
Em menos de cinco meses, o novo sítio já atingiu a marca das 7,5 milhões de visualizações (page views),
com 900 mil visitantes individuais. Esses números refletem as inovações trazidas pelo novo sítio, entre
elas a possibilidade de visualização de seu conteúdo de maneira facilitada em dispositivos móveis.
O sítio traz atualizações sobre todos os 12 módulos do Sped. Para facilitar a navegação, o menu de cada
módulo possui os seguintes elementos autoexplicativos: “O que é”, “Downloads”, “Legislação” e
“Perguntas Frequentes”. Em alguns módulos, há também um item “Serviços”, que possibilita a utilização
de aplicações específicas, como: a inspeção da situação de uma Escrituração na Junta Comercial.
fonte: REVISTA FATO GERADOR - RFB 11ª EDIÇÃO
ÍNTEGRA DA REVISTA FATO GERADOR - 11ª
EDIÇÃO: http://www.slideshare.net/joseadrianopinto/rfb-revista-fato-gerador...
Norma Brasileira de Contabilidade que trata da
contabilidade de pequenas e médias empresas é
alterada
O Conselho Federal de Contabilidade publicou nessa semana a Norma Brasileira de Contabilidade, NBC
TG 1000 (R1), que altera a NBC TG 1000 que dispõe sobre a contabilidade de pequenas e médias
empresas.
A Norma atualizou o título Introdução, as seções 1, 2, 4 a 6, 9 a 12, 14 a 22, 26 a 30, 33 a 35 e o Apêndice
– Glossário de termos da NBC TG 1000.
Foi incluído, por exemplo, o item 1.7 na seção 1 para assim dispor:
“A controladora (incluindo a controladora final ou qualquer controladora intermediária) avalia sua
elegibilidade para utilizar esta norma em suas demonstrações contábeis separadas com base em sua
própria situação, sem considerar se outras entidades do grupo têm, ou se o grupo como um todo tem,
obrigatoriedade de prestação pública de contas. Se a controladora não tem obrigatoriedade de prestação
pública de contas, ela pode apresentar suas demonstrações contábeis separadas de acordo com esta norma
(ver Seção 9 – Demonstrações Consolidadas e Separadas), mesmo se apresentar suas demonstrações
contábeis consolidadas de acordo com as normas completas ou outro conjunto de princípios contábeis, tais
como suas normas contábeis nacionais. Quaisquer demonstrações contábeis elaboradas de acordo com esta
norma devem ser claramente diferenciadas das demonstrações contábeis elaboradas de acordo com outros
requisitos.”
Para visualizar a NBC completa, acesse
Rede Jornal Contábil
Opinião
Caso Guga e a desconsideração da pessoa jurídica
para fins fiscais
1 de novembro de 2016, 11h11
Por Fábio Pallaretti Calcini
Na última semana foi notícia em diversos meios de comunicação a presença do tenista Gustavo Kuerten, o
Guga, no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) em razão do julgamento em última
instância de caso envolvendo a exigência de Imposto sobre a Renda pessoa física (IRPF) pela Receita
Federal.[1]
O “caso Guga” cuida da discussão a respeito da possibilidade de o Fisco desconsiderar pessoa jurídica
constituída para se tributar a título de imposto sobre a renda o sócio daquela, sob alegação de que, em
verdade, seria este o efetivo prestador do serviço ou detentor de direito intransferível e, assim, quem se
vincula diretamente ao fato jurídico tributário (renda ou proventos).[2]
Bem por isso, houve lançamento tributário em face da pessoa física de Gustavo Kuerten, sob alegação de
omissão de rendimento sem vinculo empregatício, uma vez que: (i) — constitui-se a pessoa jurídica,
realizando-se contrato de cessão de direitos de imagem à pessoa jurídica, a qual tinha amplos poderes e
direitos par administração e gerenciamento em relação ao uso da imagem, nome, marca e voz do atleta;
(ii) — os contratos a título de remuneração pela utilização por terceiros de tais direitos eram firmados pela
pessoa jurídica, embora houvesse a assinatura como interveniente do sócio tenista; (iv) — os pagamentos
eram recebidos pela pessoa jurídica, a qual contabilizada e apuração a tributo, distribuindo lucro aos seus
sócios; (v) — tal operação tem somente o propósito de reduzir a carga fiscal, pois, era Gustavo Kuerten o
responsável pelo cumprimento do contrato.
Daí porque, em julgamento do recurso voluntário, negou-se provimento por voto de qualidade[3].
A partir de tais esclarecimentos a respeito da polêmica existente e do julgamento no caso concreto, é
necessário fazer breves reflexões.
O primeiro aspecto a ser enfrentado seria quanto à possibilidade da desconsideração da pessoa jurídica (ou
“deslocamento” do sujeito passivo) em matéria tributária, sobretudo, diante do art. 129 da Lei n.
11.196/2005.
Acreditamos, de início, que é possível diante do caso concreto e das provas produzidas a qualificação
jurídica de fatos e, por conseguinte, a adequada tributação à luz do sistema jurídico vigente.
Isto porque, poderá a fiscalização constatar que os serviços não foram prestados pela pessoa jurídica, ao
buscar a realidade efetivamente vivenciada e representada por provas, podendo-se ter em tais hipóteses a
qualificação jurídica dos fatos, em razão da simulação.
Apesar de acreditamos na possibilidade de se “desconsiderar” negócios jurídicos meramente formais,
diante do caso concreto e dependendo das provas produzidas, não podemos ignorar a existência da lei,
sobretudo, quando impõe limites e procedimentos a serem respeitados.
Neste aspecto, entendemos que o procedimento realizado pelo fisco de “deslocamento” do contribuinte
quanto ao imposto sobre a renda para eventual sócio de pessoa jurídica devidamente constituída não deixa
de ser uma desconsideração da personalidade daquela para fins fiscais.
Equivocadamente, o Carf afirma que não seria desconsideração tais procedimentos, pois a pessoa jurídica
continua a existir e produzir efeitos, havendo um mero deslocamento quanto ao sujeito passivo para
tributar aquele que efetivamente realizou o fato gerador. Ora, o que temos, deveras, é a imputação de um
tributo ao sócio em detrimento da existência de uma pessoa jurídica devidamente constituída que havia
declarado para si referido fato gerador.
Isto não mais é do que transpor a pessoa jurídica para atingir a pessoa física do sócio, ou seja,
desconsiderar a personalidade jurídica. Diferente seria se o fato gerador estivesse ligado a um terceiro que
não fosse sócio da pessoa jurídica.
Ademais, é da essência da desconsideração da pessoa jurídica que ela continue existindo, pois não se deve
confundir tal instituto com a suspensão ou dissolução. Fazemos esta ponderação para deixar clarividente
que a qualificação jurídica dos fatos realizada pelo Fisco e consequente deslocamento do sujeito passivo
da pessoa jurídica para o sócio é uma forma desconsideração da personalidade, já que se ultrapassa “o
véu” que distingue tais pessoas para atingir uma delas, naquela situação específica.
Esta observação se torna mais relevante a partir da Lei 11.196/2005, que, em seu artigo 129, consignou:
“Para fins fiscais e previdenciários, a prestação de serviços intelectuais, inclusive os de natureza científica,
artística ou cultural, em caráter personalíssimo ou não, com ou sem a designação de quaisquer obrigações
a sócios ou empregados da sociedade prestadora de serviços, quando por esta realizada, se sujeita tão-
somente à legislação aplicável às pessoas jurídicas, sem prejuízo da observância do disposto no artigo 50
da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil”.
Ora, antes de referida lei, havia uma clara discussão e dúvida a respeito da possibilidade ou não de o Fisco
desconsiderar a personalidade jurídica para fins fiscais, inclusive, sem autorização judicial.
Deste modo, com o advento do artigo 129 da Lei 11.196/2005, estabeleceu-se expressamente por
imposição legal um limite jurídico à fiscalização, de sorte que a requalificação de fatos jurídicos para fins
fiscais e previdenciários quanto à tributação de serviços ou direitos personalíssimos por meio de sócios,
desconsiderando a existência de pessoa jurídica, somente se dará conforme os ditames estabelecidos no
artigo 50 do Código Civil.
A primeira questão a ser debatida diz respeito ao passado.
A criação do artigo 129 da Lei 11.196/2005 teve por finalidade esgotar o assunto da desconsideração,
explicitando, qual seria a interpretação mais adequada. O que houve, portanto, não foi uma efetiva
inovação, mas a elaboração de uma lei que esclarecesse quais seriam os limites e contornos jurídicos em
relação a tais situações.[4]
Trata-se, por conseguinte, de uma lei nitidamente de natureza interpretativa. É certo que não se pode
caracterizar a lei como interpretativa pelo simples fato de existir “justificativa” em projeto de lei ou até
mesmo se ela própria assim se descrever. Mas inequivocadamente é um relevante elemento de
interpretação que não deve ser descartado.
A natureza interpretativa do artigo 129 da Lei 11.196/2005, cujo indício de referido aspecto se encontra na
justificação do projeto de lei, tem supedâneo na verdadeira e efetiva discussão e controvérsia jurídica que
existia a respeito da possibilidade ou não da desconsideração em tais casos, sobretudo, com relação à
necessidade de autorização judicial. Pode-se até sustentar que não havia necessidade em referidas
ocasiões, mas negar a existência de interpretação diversa e, notadamente, a controvérsia, é impossível.
Aqui está o principal elemento de comprovação, a partir da conjuntura jurídica e fática, de que o artigo
129 da Lei 11.196/2005 veio para explicitar qual a interpretação mais adequada para tais hipóteses,
extinguindo as dúvidas e vinculando juridicamente a todos, sobretudo, a Administração tributária.
Destarte, se não houve inovação na ordem jurídica, sendo uma lei meramente interpretativa[5], esta deve
retroagir para atingir os fatos pretéritos, nos termos do artigo 106 do Código Tributário Nacional,
impedindo a desconsideração.
Independentemente da Lei 11.196/2005, convém refletir ainda a respeito da desconsideração da pessoa
jurídica a fim de se tributar o sócio no caso de serviços personalíssimos, como se põe no caso Guga.
Em geral, a exigência do IRPF por meio do lançamento não está fundado exclusivamente na economia
fiscal, embora este fato induza a fiscalização à desconsideração.
O elemento principal para a desconsideração, normalmente, reside no fato de que, apesar da existência de
uma pessoa jurídica, é o sócio no caso concreto de forma individual e pessoal que realiza o serviço. E
mais: sua execução é indissociável de determinado sócio, até mesmo em grau de exclusividade, diante da
natureza personalíssima deste. Daí a razão de, em regra, a discussão envolver esportistas, artistas,
jornalistas, entre outros.
Ora, não é o fato de se constatar a existência de um serviço personalíssimo que, obrigatoriamente, a
tributação há de ser declarada e apurada como pessoa física a título de imposto sobre a renda, pois: (i) — é
preciso a avaliar o caso concreto e as provas existentes com o objetivo de comprovar, efetivamente, a
configuração de uma simulação, levando a uma sociedade aparente ou fictícia; (ii) — a existência de
serviços personalíssimos não leva por si só à configuração de simulação; (iii) — é plenamente compatível
a existência de pessoa jurídica cujo serviço ligado ao seu objeto social tenha natureza pessoal; (iv) — a
participação pessoal dos sócios na execução do objeto social, quando se trata de uma prestadora de
serviços é algo inerente e natural; (v) — a pessoalidade na prestação de serviços é totalmente reconhecida
pela legislação do imposto sobre a renda e por outros tributos como possível de estar relacionada à uma
pessoa jurídica; (vi) — quando se cuidar de pessoa jurídica prestadora de serviços de profissão
regulamentada, mesmo no caso de serviço personalíssimo, poderá tributar tais receitas por aquela, desde
que os sócios estejam em condições de exercer referida atividade e contribuíam para o objeto social; (vii)
— se houver uma pessoa jurídica com elementos de empresa, dentro mesma perspectiva, a natureza de
serviço personalíssimo não impede a tributação como pessoa jurídica.
De outra parte, ainda, fundada na questão do direito personalíssimo, entende-se que seria possível sua
cessão ou licença, exemplo, imagem, voz, de maneira que se torna viável a geração de negócios e sua
tributação por meio de pessoa jurídica, inclusive, diante do disposto no artigo 5º na Constituição Federal,
como também o Código Civil (artigo 11) e a Lei 9.610/98 (artigo 49).
Enfim, não se pode partir da premissa de que pessoas físicas estejam impedidas de constituir pessoas
jurídicas pelo simples fato de que existe a pessoalidade, como no caso do tenista Guga. Em verdade, tais
artistas, esportistas, muitas vezes, transcendem à sua pessoa física, tornando-se um verdadeiro e grande
negócio, que exige profissionalismo e gestão, o que, inevitavelmente, é feito a partir da constituição, nos
termos da lei, de uma pessoa jurídica, permitindo, assim, que possa explorar adequadamente toda a sua
potencialidade econômica, dentro da liberdade de livre iniciativa, inexistindo sustentação jurídica para tais
desconsiderações realizadas pelo Fisco.
[1] - Caso está em julgamento na Câmara Superior de Recursos Fiscais. Aguarda-se retorno em razão de
pedido de vista. No momento, existe um voto em favor do contribuinte e dois contrários.
[2][2] Cf. CALCINI, Fábio Pallaretti. A desconsideração da pessoa jurídica para fins fiscais quando da
prestação de serviços ou cessão de direitos personalíssimos e a jurisprudência do Carf. Algumas
ponderações. “in” Grandes Questões Atuais do Direito Tributário. ROCHA, Valdir de Oliveira (coord.).
São Paulo: Dialética, 2013. p. 37-76. V. 17.
[3] - “IRPF - REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE PROFISSÃO, ATIVIDADE OU PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS DE NATUREZA NÃO COMERCIAL - PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE NATUREZA
PERSONALÍSSIMA - TRIBUTAÇÃO NA PESSOA FÍSICA. Não há plausibilidade jurídica em defender
a regularidade da constituição de empresa de prestação de serviço, detentora de um único ativo vinculado
à imagem de um tenista profissional, para comercialização dos desdobramentos patrimoniais do direito de
imagem, quando a empresa centra-se unicamente na figura do tenista, o qual é o responsável principal pela
execução (ou inexecução) dos contratos geradores de renda, e não meramente um afluente. Claramente
seria uma sociedade cujo affectio societatis se resumiria à redução do pagamento dos tributos incidentes
sobre os rendimentos do trabalho percebidos unicamente por um dos sócios, e não urna atividade
econômica especifica, que pudesse alavancar a carreira ou os negócios do anuente agenciado. O que une
os sócios dessa sociedade não é o desenvolvimento de uma atividade econômica, mas uma pretensa
redução de carga tributária, já que todo o ônus (e bônus) da prestação do serviços está vinculado ao
desempenho personalíssimo de um dos sócios. Assim, deve ser tributada como rendimento de pessoa
fisica a remuneração por serviços prestados, de natureza personalíssima, sem vinculo empregatício,
independentemente da denominação que lhe seja atribuída. ART. 129 DA LEI /s18 11.196/2005 -
DISPOSITIVO QUE INSTITUI UM NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE DE
APLICAÇÃO RETROATIVA A FATO GERADOR OCORRIDO ANTERIORMENTE À EDIÇÃO DE
TAL LEI. Dispositivo que institui uma nova modalidade de tributação não pode ser encarado como
norma interpretativa, a retroagir seus efeitos para fatos geradores anteriores a sua edição.” (1º CC. Sexta
Câmara. Ac. 106-17.147. j. 5/09/2008.)
[4] Neste sentido o texto de “justificação” da inclusão de referido dispositivo na Lei n. 11.196/2005: “Os
princípios da valorização do trabalho humano e da livre iniciativa previstos no art. 170 da Constituição
Federal asseguram a todos os cidadãos o poder de empreender e organizar seus próprios negócios. O
crescimento da demanda por serviços de natureza intelectual em nossa economia requer a edição de norma
interpretativa que norteie a atuação dos agentes da Administração e as atividades dos prestadores de
serviços intelectuais, esclarecendo eventuais controvérsias sobre a matéria”.
[5] Entendemos que este é o posicionamento do Supremo Tribunal Federal quanto à lei interpretativa ao
julgar a questão do prazo prescricional segundo Lei Complementar 118/2005. Neste precedente o
Supremo Tribunal Federal deixou de reconhecer a natureza de lei interpretativa pelo fato de que já existia
uma interpretação consolidada no Superior Tribunal de Justiça a respeito do tema, de maneira que se
considerou uma lei nova. (STF, RE 566.621/RS, Rel. Min. Ellen Gracie, Pleno, j. 04/08/2011). Em sentido
contrário a este caso julgado pelo Supremo Tribunal Federal, a matéria ligada ao tema da desconsideração,
quando do advento da Lei n. 11.196/2005, gerava grande controvérsia, com diversos posicionamentos e
decisões, inexistindo um entendimento consolidado, muito menos a uma única interpretação possível
segundo nosso sistema jurídico vigente.
Fábio Pallaretti Calcini é advogado tributarista, sócio do Brasil Salomão e Matthes Adv. Doutor e Mestre
em Direito pela PUC/SP. Pós-doutorando doutorando em Direito - Coimbra e ex–membro Carf.
Revista Consultor Jurídico, 1 de novembro de 2016, 11h1
Industrialização por encomenda Resumo:
Analisaremos no presente Roteiro de Procedimentos os aspectos contábeis relacionados à industrialização
por encomenda, tanto sob a óptica da empresa encomendante, quanto da empresa executora da
encomenda. Para tanto, utilizaremos como base os princípios contábeis aceitos atualmente no Brasil.
1) Introdução:
Devido a fatores como dificuldades técnicas, falta de espaço ou até mesmo por conveniência, tornou-se
comum na atividade industrial alguma etapa do processo produtivo ser realizada por terceiros. Na seara
tributária essa operação ficou tipificada como "industrialização por encomenda", e se resume na
remessa de insumos (matérias-primas, produtos intermediários e/ou materiais de embalagens) e/ou
produtos semiacabados por um estabelecimento (denominado autor da encomenda ou encomendante) para
outro industrializar (denominado executor da encomenda) um dado produto final ou outro semiacabado. É
o caso típico da remessa de barras de ferro para terceiro industrializar peças automobilísticas por conta e
ordem do encomendante.
Após a industrialização, o estabelecimento contratado (o executor da encomenda) retorna simbolicamente
os insumos e fisicamente o produto final/semiacabado ao estabelecimento encomendante. Os insumos
retornam simbolicamente, pois após a industrialização eles deixam de existir, em nosso exemplo as barras
de ferro deixam de existir se transformando em peças automobilísticas, estas sim que retornaram
fisicamente ao encomendante.
Na remessa para industrialização emite-se uma Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), normalmente, sem a
tributação do ICMS e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pois as legislações desses tributos
concedem suspensão nessa operação. Na NF-e de retorno, cita-se o documento fiscal de remessa e os
respectivos insumos que integram o produto final, assim como frações não utilizadas, além de constar
materiais e os valores agregados pela industrialização. Regra geral, o valor agregado será tributado pelo
ICMS e pelo IPI e dará direito a crédito das contribuições PIS/Pasep e Cofins, quando o contribuinte
estiver enquadrado na modalidade não cumulativa de apuração dessas contribuições, salvo a existência de
benefício fiscal na operação.
Contabilmente, a empresa encomendante não precisa registrar a baixa dos insumos e/ou produtos
semiacabados dos seus estoques quando da saída da NF-e de remessa para o estabelecimento executor da
encomenda. Da mesma forma, o executor da encomenda também não precisará registrar em sua
escrituração contábil a entrada dos materiais recebidos para industrialização.
Porém, nossa Equipe Técnica recomenda que tanto a empresa autora da encomenda, quanto à executora da
industrialização registrem a operação em contas de compensação, conforme estudado no presente
trabalho.
Feito esses breves comentários, passaremos a analisar nos próximos capítulos os aspectos contábeis
relacionados à industrialização por encomenda, tanto sob a óptica da empresa encomendante, quanto da
empresa executora da encomenda. Para tanto, utilizaremos como base os princípios contábeis aceitos
atualmente no Brasil.
Base Legal: Art. 43, caput, VI do RIPI/2010 (UC: 05/10/16); Art. 402, caput do RICMS/2000-SP (UC:
05/10/16) e; Portaria CAT nº 22/2007 (UC: 05/10/16).
2) Conceitos:
2.1) Industrialização:
De acordo com o Regulamento do IPI (RIPI/2010), aprovado pelo Decreto nº 7.212/2010 (1), caracteriza-
se como sendo industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o
acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como:
a. a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espécie
nova (transformação);
b. a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a
utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);
c. a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou
unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);
d. a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em
substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da
mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou
e. a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado,
renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento).
Importante destacar que, são irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo
utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos
empregados.
Nota Tax Contabilidade:
(1) Interessante nosso leitor ter em mente que, o conceito e as modalidades de industrialização constantes
no RIPI/2010, estão em conformidade com as normas que dispõem sobre o ICMS da maioria dos Estados.
No Estado de São Paulo, por exemplo, enquadramos a definição de industrialização no artigo 4º do
RICMS/2000-SP.
Base Legal: Art. 4º do RIPI/2010 (UC: 05/10/16) e; Art. 4º do RICMS/2000-SP (UC: 05/10/16).
2.2) Estoques:
Para fins contábeis estoques são ativos:
a. mantidos para venda no curso normal dos negócios;
b. em processo de produção para venda; ou
c. na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de
produção ou na prestação de serviços.
Desta forma, temos que os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por
exemplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para
revenda. Os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em processo de produção
(produtos em elaboração) pela entidade e incluem matérias-primas (MP) e materiais aguardando utilização
no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e material de consumo.
No caso de prestador de serviços, os estoques devem incluir os custos do serviço para o qual a entidade
ainda não tenha reconhecido a respectiva receita (Ver o Pronunciamento Técnico CPC 30 - Receita).
Por fim, lembramos que os estoques devem ser mensurados e apresentados no Balanço Patrimonial (BP)
pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos 2 (dois) o menor.
Base Legal: Itens 6, 8 e 9 da NBC TG 16 - R1 (UC: 01/08/16).
3) Tratamento contábil:
Primeiramente, cabe nos registrar que a empresa encomendante não precisa registrar a baixa dos insumos
e/ou produtos semiacabados dos seus estoques quando da saída da NF-e de remessa para o
estabelecimento executor da encomenda, pois ela ainda mantém a propriedade dos materiais, sendo
transferido apenas à posse temporária dos mesmos. Da mesma forma, o executor da encomenda também
não precisará registrar em sua escrituração contábil a entrada dos materiais recebidos para
industrialização.
Porém, nossa Equipe Técnica recomenda que tanto a empresa autora da encomenda, quanto à executora da
industrialização registrem a operação em contas de compensação.
Nos próximos subcapítulo analisaremos os débitos e créditos da operação mais detidamente.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 05/10/16).
3.1) Remessa para industrialização:
3.1.1) Contabilização pelo autor da encomenda:
Conforme já mencionado, quando ocorrer à saída da NF-e de remessa para industrialização do
estabelecimento encomendante, este poderá controlar a movimentação dos materiais em contas de
compensação.
A título de exemplo, imaginemos que a Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda., pessoa jurídica
com sede no Município de Campinas/SP, remeta 50Kg (cinquenta quilogramas) de polímeros para a
empresa Figueira Injetados Ltda. para fabricação de 1.000 (um mil) peças plásticas a serem aplicadas
futuramente em seus produtos finais.
Considerando que o valor do quilo de polímero seja R$ 30 (trinta reais), teremos a seguinte contabilização
por parte da empresa Vivax (2):
Pela remessa de 50Kg de polímeros para a empresa Figueira Injetados, a título de industrialização
em terceiro, conf. NF-e nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Materiais remetidos para industrialização (CCA) _ R$ 30.000,00 (3)
C - Remessas para industrialização (CCP) _ R$ 30.000,00
Legenda:
CCA: Conta de Compensação Ativa; e
CCP: Conta de Compensação Passiva.
Notas Tax Contabilidade:
(2) Valores meramente ilustrativos. Estamos considerando que o ICMS e o IPI incidente sobre a remessa
estão suspensos.
(3) Valor da remessa = Qtd. remetida X valor do quilo ==> Valor da remessa = 1.000 X R$ 30,00 ==>
Valor da remessa = R$ 30.000,00.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 05/10/16).
3.1.2) Contabilização pelo executor da encomenda:
Os insumos e/ou produtos semiacabados recebidos para industrialização não são de propriedade do
estabelecimento executor da encomenda e, portanto, não deverão ser integrados ao seu estoque. Porém,
considerando que os materiais recebidos pertencem a terceiros é altamente recomendado que os mesmos
sejam controlados, tanto físico como contabilmente. Para o controle físico, recomendamos a escrituração
de fichas de controle de estoque para cada material recebido ou outro controle similar. Já para o controle
contábil, recomendamos o registro dos materiais recebidos em contas de compensação.
Assim, por ocasião da entrada dos materiais no estabelecimento, o estabelecimento executor da
encomenda registrará os mesmos a débito de "Conta de Compensação Ativa (CCA)" e a crédito de "Conta
de Compensação Passiva (CCP)", constando no histórico o nome do cliente e o número da NF-e
correspondente à operação. É possível, ainda, as contas de compensação identificarem o cliente a que
pertence o estoque, além do item correspondente.
Continuando nosso exemplo, supondo que a Figueira Injetados também tenha optado em controlar os
materiais recebidos em contas de compensação, teremos o seguinte lançamento contábil quando do
recebimento da NF-e de remessa para industrialização:
Pela entrada de 50Kg de polímeros remetidos pela empresa Vivax, para fabricação de peças
plásticas sob encomenda, conf. NF-e nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Entradas para industrialização (CCA) _ R$ 30.000,00
C - Materiais remetidos para industrialização (CCP) _ R$ 30.000,00
Legenda:
CCA: Conta de Compensação Ativa; e
CCP: Conta de Compensação Passiva.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 05/10/16).
3.2) Retorno da industrialização:
3.2.1) Contabilização pelo autor da encomenda:
Por ocasião do retorno da industrialização, o autor da encomenda receberá o produto final (ou acabado) ou
em alguma fase do processo de fabricação. Em qualquer uma das hipóteses, a empresa deverá baixar os
valores anteriormente lançados em contas de compensação, observando-se o seguinte:
a. tratando-se de produto final/acabado, a empresa deverá:
i. reverter o lançamento analisado no subcapítulo 3.1.1 acima;
ii. registrar o valor agregado ao produto pela industrialização realizada por terceiros,
debitando-se:
as respectivas contas de ICMS e IPI a recuperar, quando incidentes na operação,
pelos valores destacados na NF-e emitida pelo executor da encomenda;
as contas de PIS/Pasep e Cofins a recuperar, pelos valores calculados dessas
contribuições, quando o estabelecimento for contribuinte enquadrado na
modalidade não cumulativa;
a conta de estoque de produtos acabados pelo valor agregado ao produto líquido
dos impostos e contribuições recuperáveis incidentes.
b. tratando-se de produto destinado à outra fase do processo de fabricação, a empresa deverá:
i. reverter o lançamento analisado no subcapítulo 3.1.1 acima;
ii. registrar o valor agregado ao produto pela industrialização realizada por terceiros,
debitando-se:
as respectivas contas de ICMS e IPI a recuperar, quando incidentes na operação,
pelos valores destacados na NF-e emitida pelo executor da encomenda;
as contas de PIS/Pasep e Cofins a recuperar, pelos valores calculados dessas
contribuições, quando o estabelecimento for contribuinte enquadrado na
modalidade não cumulativa;
a conta de estoque de produto semiacabado pelo valor agregado ao produto
líquido dos impostos e contribuições recuperáveis incidentes.
Registra-se que, a contrapartida dos débitos mencionados nas letras "a.ii" e "b.ii" será a conta de
"Fornecedores (PC)", pelo montante do valor agregado integral.
Dando continuidade ao nosso exemplo, suponhamos que a empresa Figueira Injetados tenha cobrado a
importância de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para a fabricação das 1.000 (um mil) peças plásticas
encomendadas. Assim, a Vivax deverá efetuar os seguintes lançamentos contábeis quando da entrada das
NF-e de retorno e de cobrança dos serviços executados em seu estabelecimento (4):
Pela retorno simbólico de 50Kg de polímeros anteriormente remetido para a empresa Figueira
Injetados, conf. NF-e retorno nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Remessas para industrialização (CCP) _ R$ 30.000,00
C - Materiais remetidos para industrialização (CCA) _ R$ 30.000,00
Pela cobrança dos serviços prestados pela empresa Figueira Injetados para fabricação de 1.000
peças plásticas, conf. NF-e nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Estoques - Produtos semiacabados (AC) _ R$ 15.000,00
C - Fornecedores (PC) _ R$ 15.000,00
Legenda:
AC: Ativo Circulante;
CCA: Conta de Compensação Ativa;
CCP: Conta de Compensação Passiva; e
PC: Passivo Circulante.
Nota Tax Contabilidade:
(4) Não estamos considerando eventuais créditos fiscais de ICMS, IPI, PIS/Pasep e Cofins que por ventura
a empresa tenha direito, tendo em vista o foco do presente Roteiro ser demonstrar a contabilização da
operação em contas de compensação e de estoque. Assim, nosso leitor deverá verificar na legislação de
cada tributo a possibilidade de creditamento.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 05/10/16).
3.2.2) Contabilização pelo executor da encomenda:
O valor da mão-de-obra, bem como o valor de eventual material próprio aplicado na industrialização pelo
executor da encomenda, deverá por ele ser contabilizado como receita operacional. O lançamento deverá
ser feito a crédito da conta "Receita Bruta de Vendas de Mercadorias e Serviços - Industrialização por
encomenda (CR)" e a débito da conta "Clientes (AC)" ou "Duplicatas a Receber (AC)", conforme o Plano
de Contas da empresa.
Dando continuidade ao nosso exemplo, a Figueira Injetados deverá efetuar os seguintes lançamentos
contábeis quando da saída das NF-e de retorno e de cobrança dos serviços executados (5):
Pelo retorno simbólico de 50Kg de polímeros anteriormente recebidos da empresa Vivax para
fabricação de peças plásticas por encomenda, conf. NF-e nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Materiais remetidos para industrialização (CCP) _ R$ 30.000,00
C - Entradas para industrialização (CCA) _ R$ 30.000,00
Pelo registro da receita pela fabricação de 1.000 peças plásticas para a empresa Vivax, conf. NF-e nº
XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Clientes (AC) _ R$ 15.000,00
C - Receita Bruta de Vendas de Mercadorias e Serviços - Industrialização por encomenda (CR) _ R$
15.000,00
Legenda:
AC: Ativo Circulante;
CCA: Conta de Compensação Ativa;
CCP: Conta de Compensação Passiva; e
PC: Passivo Circulante.
Nota Tax Contabilidade:
(5) Não estamos considerando eventuais débitos fiscais de ICMS, IPI, PIS/Pasep e Cofins que por ventura
a operação esteja sujeita, tendo em vista o foco do presente Roteiro ser demonstrar a contabilização da
operação em contas de compensação e de receita. Assim, nosso leitor deverá verificar na legislação de
cada tributo se a operação será gravada pelo respectivo tributo.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 05/10/16). Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 06/10/2016 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade e está atualizado até a legislação
vigente em 31/10/2016 (data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência das alterações
legais. Sua reprodução é permitida desde que indicada a fonte:
Tax Contabilidade. Industrialização por encomenda (Area: Manual de Lançamentos Contábeis). Disponível em:
http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=486. Acesso em: 06/11/2016.
Entidades Imunes ou Isentas do Imposto de
Renda: Sujeição ao ECF
1) Pergunta:
Quais pessoas imunes ao imposto de renda estão sujeitas à entrega da ECF?
2) Resposta:
São imunes ao imposto sobre a renda e estão obrigadas a ECF:
a. os templos de qualquer culto;
b. os partidos políticos, inclusive suas fundações, as entidades sindicais de trabalhadores, as
instituições de educação e as de assistência social, sem fins lucrativos, desde que observados os
requisitos da Lei.
Considera-se imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais
houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às
atividades do Estado, sem fins lucrativos.
Define-se como entidade sem fins lucrativos, a instituição de educação e de assistência social que não
apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido
resultado integralmente à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais.
Para o gozo da imunidade, as instituições citadas em "b" estão obrigadas a atender aos seguintes
requisitos:
a. não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados;
b. aplicar integralmente no país seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos
institucionais;
c. manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que
assegurem a respectiva exatidão;
d. conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos
que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização
de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;
e. apresentar, anualmente, a ECF, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita
Federal do Brasil;
f. recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a contribuição para
a seguridade social relativa aos empregados, bem assim cumprir as obrigações acessórias daí
decorrentes;
g. assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da
imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de extinção da pessoa jurídica, ou a órgão
público;
h. não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
i. outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o funcionamento das entidades
citadas.
Nota Tax Contabilidade:
A condição e vedação de não remuneração de dirigentes pelos serviços prestados não alcançam a hipótese
de remuneração, em decorrência de vínculo empregatício, pelas Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP), qualificadas segundo as normas estabelecidas na Lei nº 9.790, de 1999, e pelas
organizações sociais (OS), qualificadas consoante os dispositivos da Lei nº 9.637, de 1998. Esta exceção
está condicionada a que a remuneração, em seu valor bruto, não seja superior ao limite estabelecido para a
remuneração de servidores do Poder Executivo Federal, sendo aplicável a partir de 1º/01/2003.
Base Legal: Questão 025 do Capítulo I do Perguntas e Respostas Pessoa Jurídica 2016. Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 18/07/2016 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade e está atualizado até a legislação
vigente em 31/10/2016 (data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência das alterações
legais. Sua reprodução é permitida desde que indicada a fonte:
"Tax Contabilidade. Entidades Imunes ou Isentas do Imposto de Renda: Sujeição ao ECF (Area: IRPJ e CSLL). Disponível em: http://www.tax-contabilidade.com.br/pergResps/pergRespsIndex.php?idPergResp=4014. - Acesso em: 06/11/2016."
Novas regras para o programa minha casa minha
vida 2017
Portarias 160 e 539 do Ministério das Cidades.
Publicado por Rafael Rocha
As novas regras lançadas pelo Ministério das cidades referentes ao programa minha casa minha vida,
fundamentadas nas portarias 160 e 539 todas de 2016 são um avanço na qualidade do programa e ao
mesmo tempo uma preocupação para todo o mercado da construção civil e do financiamento imobiliário.
Existem muitos pequenos investidores pessoas físicas no ramo de construção civil, cujas casas foram
construídas e estão à venda ou em fase de construção e/ou acabamento as quais não se enquadram as
novas normas da Caixa e que batem frontalmente com as normas municipais que autorizam e aprovam a
sua implementação.
Na motivação da Portaria 160/2016 a finalidade é o rigor técnico e de segurança dos imóveis, e isso tem
muita razão haja vista o grande número reclamações de defeitos nesses imóveis.
Já a finalidade da portaria 539/2016 informa da necessidade das regras de transição para que se operem as
mudanças propostas pela portaria 160/2016.
Esse artigo irá demonstrar as mudanças que ocorrerão a partir de 2017 no financiamento do programa
minha casa minha vida e como elas vão afetar tanto que constrói para vender por essa modalidade como
para quem compra.
Então se você tem dúvidas nas novas regras para o financiamento do programa minha casa minha vida,
esse artigo vai lhe ajudar a clarear os pensamentos.
O que for falado nessas mudanças aqui se refere a imóvel novo, financiados pelo programa minha casa
minha vida.
Caso você tenha dúvidas sobre outros temas como atraso na entrega do imóvel, defeitos na construção
pode acessar esse link http://migre.me/vnMt5 e encontrará diversas informações que lhe orientarão.
Agora vejamos quais foram as principais alterações trazidas pela portaria 160, de 6 de maio de 2016 e ao
final vamos ver as regras de transição da portaria n 539, de 27 de outubro de 2016.
I- O QUE TROUXE A PORTARIA 160, DE 6 DE MAIO DE 2016:
1-LIGAÇÕES DOMICILIARES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA.
É até um absurdo pensar que há casos em que imóveis são financiados sem essa básica infraestrutura, mas
existem. Principalmente no que se refere à abastecimento de água. Há muitos loteamentos entregues sem
abastecimento de água, e lógico sem esgoto.
Nesses locais é necessária a construção de cisternas ou poços artesianos. Na verdade é um problema de
saúde pública, pois entre a casa de um vizinho e outro há pouca distância, e de um lado se tem a cisterna e
de outro a fossa, possibilitando a contaminação do lençol freático.
Isso agora tende a acabar, pois muitos engenheiros da Caixa Econômica Federal faziam vista grossa e essa
necessidade e agora terão que se responsabilizarem pelas informações, referentes a esse quesito, quando
avaliarem o imóvel para o financiamento do programa minha casa minha vida.
2. PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA DEFINITIVAS. (RUAS ASFALTADAS).
Diversos imóveis construídos para o programa minha casa minha vida, foram feitos em ruas sem asfalto.
Tudo isso para possibilitar um valor reduzido que caiba no bolso de quem vai financiar e aumente os
lucros dos construtores.
Lógico que os municípios não conseguem acompanhar o ritmo do crescimento imobiliário oferecendo a
infraestrutura de asfalto. O que dificulta muito a resolução desse problema. O fato é que há diversos
empreendimentos já prontos em locais onde não há asfalto. O que farão os construtores se não
conseguirem vender esse imóveis a tempo?
Como farão os compradores que já pagaram a entrada dos imóveis que estavam construindo e aguardando
ficarem prontos para buscarem o financiamento? São problemas graves que devem ser enfrentados, e ao
final desse artigo falaremos mais sobre isso.
3. SOLUÇÕES DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO E DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS.
(REDE DE ESGOTO).
Há uma imensidão de problemas referentes a esgoto sanitário. É um caso grave de saúde pública. Não se
sabe como, mas, loteamentos novos conseguem alvará para comercialização somente prometendo que em
seis meses haverá água encanada e esgoto. Tudo mentira.
Logo após a venda, e novas construções começam a colocar a culpa na empresa de saneamento, mas a
responsabilidade é do loteamento e trouxe inclusive o período de entrega dessa infraestrutura no contrato.
Isso inclusive gera direito a danos morais e causa para rescisão de contrato. O programa minha casa minha
vida, acertadamente, não aceitará mais isso. Ou tem o sistema de esgoto ou não financia. Isso é correto,
pois o dinheiro deve ser bem aplicado.
A portaria anterior a 363 de 2011, dizia que tinha que ter infraestrutura que permitisse a ligação com rede
de esgoto, agora não basta ter a “possibilidade” de ligação, mas a rede de esgoto no local.
4. PRODUÇÃO POR PESSOAS JURÍDICAS DO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL.
(EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO).
Hoje a maior parte dos construtores para o programa minha casa minha vida são pessoas físicas que
aportam seus recursos na construção de uma ou mais casas para ofertar a esse programa. Essa realidade
vai mudar.
O objetivo é cuidar da questão fiscal e trabalhista, o governo pensa que dessa forma terá um maior
controle sobre essas áreas. O fato é que quem constrói terá que formalizar uma pessoa jurídica e não
poderá ser MEI, microempreendedor individual, pois o faturamento é de R$ 5.000 (cinco mil reais)
mensais. Terá que ser uma ME ou Eireli no mínimo.
Isso também movimentará a economia, e profissionalizará esse setor, pois, hoje há muita informalidade, o
que não é bom e certamente precisa regularizar-se.
Lembre-se é necessário ter um CNPJ com previsão de atuação no ramo da construção civil, não bastar ter
um CNPJ qualquer e tentar aproveitá-lo, isso não funcionará.
É necessário que a nova pessoa jurídica busque junto à Caixa Econômica Federal quais são os requisitos,
que não são poucos, para sua operação.
5. EXIGÊNCIA DE LAJE NOS IMÓVEIS COM MENOS DE 70 M2.
Com essa exigência não basta mais o forro PVC ou mesmo o gesso, agora é necessário a Laje no imóvel.
Isso trará uma qualidade imensa ao imóvel, o problema vai ser o custo, o que leva a perguntar, ainda será
viável a construção desses imóveis para o programa minha casa minha vida?
Outra questão que deve ser levantada é que com as novas exigências e com isso o aumento dos preços dos
imóveis, haverão compradores? Os imóveis atenderão a faixa de rendimentos, 1,2 e 3? O tempo e o
mercado dirão.
6. FRENTE MÍNIMA DO LOTE (OU “ÁREA PRIVATIVA” DE CONDOMÍNIOS DE CASAS DE
5,0 M).
Há muitos municípios em que o plano diretor aceita 4 mts, o que vai gerar uma colisão entre a exigência
do programa e o plano diretor.
Isso começa também a acabar com as duas unidades no mesmo lote, que será tratado à frente. A maioria
desses lotes tem 12 mts de frente, com a exigência de 5 mts de frente mais o recuo mínimo de 75
centímetros, não haverá lote que comporte dois imóveis.
7. EM LOTEAMENTOS, MATRÍCULA INDIVIDUAL CORRESPONDENTE A CADA
EDIFICAÇÃO, ESTANDO VEDADA A ACEITAÇÃO DE UNIDADES EM CONDOMÍNIO
DUAS A DUAS.
Aqui pode ser o fim desse grande comércio que é a construção civil e tudo que ela abarca. O lucro e a
forma de fazer um preço mais baixo estavam em construir dois imóveis em um lote só.
A exemplo, paga-se R$ 70.000 (setenta mil reais) em um lote e se constroem duas casas, agora, serão R$
140.000 (cento e quarenta mil reais) pelo mesmo empreendimento. Será que os preços baixos
continuarão? É certo que não.
8. GEMINAÇÃO ADMISSÍVEL EM APENAS UMA DAS LATERAIS DA EDIFICAÇÃO;
A maioria das casas construídas até o presente momento pelos pequenos empreendedores, são via de regra
geminadas e a partir de 02.01.2017, serão admissíveis geminação em apenas uma das laterais da
edificação.
Quem as construiu na regra autorizada anteriormente, ficará com todo o ônus sem que lhe desse direito a
uma reação de resolução, por uma decisão unilateral da CAIXA. O prejuízo será certo, haja vista não
haver prazo suficiente para venda, já que não é possível mudança no projeto estrutural.
II- O QUE FOI MUDADO PELA PORTARIA N 539, DE 27 DE OUTUBRO DE 2016.
Antes de adentrar as mudanças é importante observar que se trata de regras de transição, isto é, haverá um
tempo para adequação, e em nosso entendimento apenas para as pessoas físicas se tornarem jurídicas caso
queiram permanecer no mercado. Vejamos o texto;
Art. 1º As unidades habitacionais que venham a ser adquiridas por intermédio de financiamentos a pessoas
físicas, concedidos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -FGTS, e contratados, sob a
forma individual, no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV, deverão ser produzidas
por pessoas jurídicas do ramo da construção civil.
§ 1º Excetuam-se ao disposto no caput, as unidades habitacionais adquiridas até 31 de dezembro de 2017,
que satisfaçam as seguintes condições:
Outra observação é que as regras de transição valerão até 31 de dezembro de 2017, após isso, todos terão
que se adequar.
1. POSSUIR ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO CONCEDIDO ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2016;
Pois bem, se a pessoa física tinha alvará de construção concedido até 31 de dezembro de 2016 poderá
vender o imóvel mesmo sendo pessoa física até 31 de dezembro de 2017. Mas não é só isso, há outros
requisitos;
2. TER SIDO A OBRA VISTORIADA, NO MÍNIMO UMA VEZ, PELO AGENTE FINANCEIRO
DO FGTS, PARA FINS DE VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE TÉCNICA, ANTES DA
ALIENAÇÃO DA UNIDADE.
É necessária a visita do agente financeiro do FGTS, ter visitado o imóvel no mínimo uma vez antes de
vendê-lo. Bastando ao construtor agendar essa visita, e isso, o quanto antes. Faça provas que ocorreu essa
visita.
Entretanto, essa regra pode ser mudada, ou seja, não será necessária a vistoria do agente financeiro do
FGTS, caso se encaixe no quesito a seguir.
3. NO CASO DE UNIDADES HABITACIONAIS QUE JÁ POSSUAM "HABITE-SE" OU
DOCUMENTO EQUIVALENTE CONCEDIDO PELO ÓRGÃO MUNICIPAL COMPETENTE, A
AQUISIÇÃO DEVERÁ OCORRER NO PRAZO MÁXIMO DE 180 (CENTO E OITENTA) DIAS,
CONTADOS A PARTIR DA DATA DE EXPEDIÇÃO DO REFERIDO "HABITE-SE",
DISPENSADA, NESTE CASO, A VISTORIA PRELIMINAR DO AGENTE FINANCEIRO DO
FGTS.
Uma facilidade e um problema. A facilidade é o habite-se, caso já o tenha, não será necessário a visita do
agente financeiro do FGTS, o problema é o prazo. Apenas 180 dias. Porque será não deixaram com prazo
de 360 dias, já que a transição é válida até 31 de dezembro de 2017.
A análise que faço dessa regra de transição é que foi fraca, e não atingiu a maioria dos problemas
demonstrados, como o imóvel em local não asfaltado, não servido de rede de esgoto, ou de duas
habitações na mesma matrícula.
III- QUAIS OS PROBLEMAS QUE OCORRERÃO COM ESSAS MUDANÇAS?
1. Quebra de uma cadeia de pequenos construtores e empreendedores geradores de empregos num dos
poucos segmentos que continuam parcialmente ativos na nossa pobre economia.
2. Desemprego em massa de pedreiros e ajudantes autônomos, prejudicando muitas famílias, pois, estarão
impossibilitados de migrar para outros segmentos já que a economia se encontra estagnada com nível de
desemprego jamais visto em nosso mercado. Na verdade se somarão aos 12 milhões de desempregados.
3. Dificuldades financeiras de pequenos depósitos de materiais de construção e de pinturas em geral que
estarão se descapitalizando por diminuir drasticamente a saída de insumos.
4. Falência de gesseiros, serralheiros, vidraceiros, pintores, mão de obra esta que engrossarão o número de
desempregados.
5. Dificuldades para o setor de corretores de imóveis e imobiliárias já que o setor relacionado à MCMV
geram divisas com corretagens.
6. Possíveis compradores desistirão do sonho da casa própria, pois os valores serão superiores ao que são
hoje, e o mercado será transformado, trazendo enormes dificuldades para novos financiamentos.
São graves os problemas advindos dessas mudanças, e esse é um momento dos mais difíceis para sua
implementação. O governo infelizmente trará muitas dificuldades a esse importante setor da economia que
é a construção civil.
É necessária uma mobilização maior por parte das associações, dos construtores para que forcem o
governo a alterar essa imposição, caso contrário estará instalado o caos nesse ramo da construção civil e o
programa minha casa minha vida corre o risco de desaparecer.
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