acompanhamento de pacientes portadores de … · contribui para baixa adesão ao tratamento....

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA ANA CECÍLIA DIAS DE OLIVEIRA ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA – MINAS GERAIS - ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE INTERVENÇÃO LAGOA SANTA – MINAS GERAIS 2014

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Page 1: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA

ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -

ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO

LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS

2014

ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA

ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE

HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -

ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio

LAGOA SANTA ndashMINAS GERAIS

2014

ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA

ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE

HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -

ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio

Banca Examinadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio- orientadora Profordf Dra Matilde Meire Miranda Cadete - UFMG Aprovado em Belo Horizonte em 27 de janeiro de 2014

Dedico este trabalho

Agrave meus pais pelo amor incondicional pelo apoio em todos os projetos de minha

vida por acreditarem em minha capacidade e inspirarem meus passos

Agrave meus irmatildeos pelo carinho e exemplo de dedicaccedilatildeo

Agrave todos que acreditam e lutam pelo SUS

AGRADECcedilO

A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado

A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste

trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis

As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro

pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom

humor nossa rotina

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo

Carl Gustav Jung

RESUMO

As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life

Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health

SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10

2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38

REFEREcircNCIAS 39

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 2: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA

ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE

HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -

ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio

LAGOA SANTA ndashMINAS GERAIS

2014

ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA

ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE

HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -

ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio

Banca Examinadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio- orientadora Profordf Dra Matilde Meire Miranda Cadete - UFMG Aprovado em Belo Horizonte em 27 de janeiro de 2014

Dedico este trabalho

Agrave meus pais pelo amor incondicional pelo apoio em todos os projetos de minha

vida por acreditarem em minha capacidade e inspirarem meus passos

Agrave meus irmatildeos pelo carinho e exemplo de dedicaccedilatildeo

Agrave todos que acreditam e lutam pelo SUS

AGRADECcedilO

A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado

A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste

trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis

As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro

pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom

humor nossa rotina

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo

Carl Gustav Jung

RESUMO

As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life

Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health

SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10

2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38

REFEREcircNCIAS 39

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 3: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA

ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE

HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -

ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio

Banca Examinadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio- orientadora Profordf Dra Matilde Meire Miranda Cadete - UFMG Aprovado em Belo Horizonte em 27 de janeiro de 2014

Dedico este trabalho

Agrave meus pais pelo amor incondicional pelo apoio em todos os projetos de minha

vida por acreditarem em minha capacidade e inspirarem meus passos

Agrave meus irmatildeos pelo carinho e exemplo de dedicaccedilatildeo

Agrave todos que acreditam e lutam pelo SUS

AGRADECcedilO

A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado

A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste

trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis

As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro

pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom

humor nossa rotina

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo

Carl Gustav Jung

RESUMO

As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life

Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health

SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10

2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38

REFEREcircNCIAS 39

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 4: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

Dedico este trabalho

Agrave meus pais pelo amor incondicional pelo apoio em todos os projetos de minha

vida por acreditarem em minha capacidade e inspirarem meus passos

Agrave meus irmatildeos pelo carinho e exemplo de dedicaccedilatildeo

Agrave todos que acreditam e lutam pelo SUS

AGRADECcedilO

A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado

A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste

trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis

As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro

pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom

humor nossa rotina

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo

Carl Gustav Jung

RESUMO

As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life

Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health

SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10

2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38

REFEREcircNCIAS 39

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 5: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

AGRADECcedilO

A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado

A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste

trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis

As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro

pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom

humor nossa rotina

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo

Carl Gustav Jung

RESUMO

As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life

Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health

SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10

2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38

REFEREcircNCIAS 39

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 6: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo

Carl Gustav Jung

RESUMO

As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life

Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health

SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10

2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38

REFEREcircNCIAS 39

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 7: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

RESUMO

As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life

Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health

SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10

2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38

REFEREcircNCIAS 39

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 8: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life

Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health

SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10

2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38

REFEREcircNCIAS 39

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 9: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10

2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38

REFEREcircNCIAS 39

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 10: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram

reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e

mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo

(BRASIL 2006)

Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental

importacircncia

Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que

aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV

o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE

SAUacuteDE 2013)

Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais

causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais

afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS

apud JARDIM et al 2010)

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)

De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS

causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE

2013)

O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas

cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico

dificultado

Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas

contribui para baixa adesatildeo ao tratamento

Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse

provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da

doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de

pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40

anos e mais (BRASIL 2006)

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 11: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

11

Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle

desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos

pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de

sauacutede puacuteblica

11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo

O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte

encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de

Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins

Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria

situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com

relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o

municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500

habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero

aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente

(IBGE 2010)

O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque

do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro

No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente

urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos

de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios

com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total

inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)

Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria

de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como

importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 12: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

12

e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e

equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total

predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o

mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14

anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes

de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo

sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a

uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este

incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual

no periacuteodo (IBGE 2010)

A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde

a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)

O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis

membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro

representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro

representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede

da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura

de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa

(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)

A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais

ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade

atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro

nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e

medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute

feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias

de Sauacutede (ACS)

A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e

contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos

Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio

(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 13: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

13

A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro

a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com

predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos

fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo

socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o

acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo

Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma

demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido

agraves dificuldades relatadas

O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a

Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees

estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias

estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para

atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute

recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para

realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias

Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a

demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no

que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e

exames ginecoloacutegicos

14

2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

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LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

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MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 14: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

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2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o

mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento

inadequado ou da ausecircncia do mesmo

Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente

uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de

pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de

acompanhamento dos mesmos

Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato

motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem

desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia

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3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

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4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

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Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

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5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

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Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

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Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

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Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

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Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 15: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

15

3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de

pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do

Cruzeiro

32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro

Capacitar a ESF

Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes

recomendadas

Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS

Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 16: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

16

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da

observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da

anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e

prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida

De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)

A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo

Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de

coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as

caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo

na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais

como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada

no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas

crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 17: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

17

Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do

Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do

Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS

Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos

Faria Santos (2010)

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 18: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

18

5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)

A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um

dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de

sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira

de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)

51 Epidemiologia

Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave

elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por

doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010

p 1)

Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como

principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do

aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud

SBCSBHSBN 2010 p 1)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados

pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos

uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos

Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de

Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da

HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos

populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 19: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

19

Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce

Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras

de HAS (BRASIL 2006)

No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011

estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa

de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e

20 por AVC ( DATASUS 2013)

Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS

O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de

Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua

fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento

aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear

da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de

70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos

brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de

HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de

massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva

0

5

10

15

20

25

30

35

AVE DIC HAS Outras

20

3420

1714

2857

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 20: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

20

de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido

demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo

No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a

mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a

mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a

incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas

cardiovasculares

Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da

populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento

cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a

importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede

52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de

PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo

apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN

2010 p8)

Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)

Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)

Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)

Oacutetima lt 120

lt 80

Limiacutetrofe 130ndash139

85ndash89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159

90ndash99

Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179

100-109

Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180

ge 110

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada

ge 140

lt 90

Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 21: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

21

Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se

considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e

hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal

da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal

O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees

sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e

hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de

hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes

classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)

A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco

importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos

(SBCSBHSBN 2010)

O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como

pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa

forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em

pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)

Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores

de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar

comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de

hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)

Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um

componente fundamental para a abordagem desse agravo

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede

A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)

A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que

seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo

Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos

escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro

(BRASIL 2006)

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

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40

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MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 22: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

22

A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a

utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)

A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base

em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham

iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National

Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o

desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os

resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco

cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)

O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo

colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-

tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de

desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de

agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e

hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia

cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)

53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou

associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo

da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL

2006)

As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e

na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )

A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas

recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)

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Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

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ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

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Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

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A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

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Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

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6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

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Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

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Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

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Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

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6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 23: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

23

Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica

Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS

Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)

5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido

Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Reduccedilatildeo do consumo de sal

Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos

2 a 8 mmHg

Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool

Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres

2 a 4 mmHg

Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento

4 a 9 mmHg

Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010

Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade

fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da

PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20

mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida

Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a

funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 24: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

24

ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes

da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais

classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos

Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores

dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor

direto da renina (BRASIL 2006)

Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a

eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo

poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento

gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou

substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso

combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em

estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)

O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees

socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a

respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim

como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)

54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o

mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser

hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada

(MINAS GERAIS 2009)

Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa

adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a

doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas

adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao

tratamento (SBCSBHSBN2010)

Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso

inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se

reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a

qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 25: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

25

Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos

conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves

mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN

2010)

Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis

das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento

Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na

adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede

tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de

contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos

observados (SBCSBHSBN 2010)

55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da

HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do

atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede

Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional

que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas

tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo

Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como

fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de

trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as

peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)

A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um

enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes

comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem

definidas (BRASIL 2006)

Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a

Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da

atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO

GUIMARAtildeES 2007)

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 26: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

26

A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente

social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no

cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos

da doenccedila

Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional

satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)

Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho

da ESF

De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada

permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar

maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)

Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os

hipertensos seguem-se nos quadros abaixo

Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano

Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano

Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano

Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 27: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

27

Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

Procedimento previsto

Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)

Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)

Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)

Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano

Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano

Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013

Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas

meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de

acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da

utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia

de agudizaccedilotildees da doenccedila

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

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Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 28: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

28

6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo

(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)

Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um

processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da

equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)

Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi

baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico

discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de

Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal

de Minas Gerais

A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos

problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo

desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais

sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso

Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de

abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos

descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da

UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo

de sauacutede tais como

Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda

programada no atendimento

Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de

doenccedilas crocircnicas

Equipe de sauacutede incompleta

Deficiecircncia de estrutura da UBS

Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento

Altos iacutendices de tabagismo e etilismo

29

Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
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Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a

capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas

selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela

possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes

portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes

portadores de HAS

62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais

especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)

satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema

principal e efetivamente transformaacute-lordquo

Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram

Registros desatualizados dos hipertensos

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes

hipertensos

Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios

pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir

os riscos da populaccedilatildeo

63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos

necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas

operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos

necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica

recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e

acumulados) e de poder ou poliacuteticos

Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue

30

Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 30: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

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Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje

to Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessaacuterios

Registros desatualizados dos hipertensos

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente

-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF

- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de

- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e

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Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

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6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 31: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

31

Famiacutelia (ESF)

sobre os cuidados prestados ao hipertenso

qualidade ao paciente portador de HAS

ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos

materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e

- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento

- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos

32

propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

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Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 32: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada

- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia

operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes

Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

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6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 33: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

33

6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano

Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma

operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano

Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar

estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los

Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os

recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano

Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e

sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees

estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos

Criacuteticos Ator que controla

Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS

Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Favoraacutevel

- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo

-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

34

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF

Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF

- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF

Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG

Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013

- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede

Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

39

REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

40

JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
Page 35: ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE … · contribui para baixa adesão ao tratamento. Hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, má alimentação e estresse provocado

35

6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo

designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o

prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5

Quadro 5 ndash Plano Operativo

Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas

Responsaacute vel

Prazo

Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros

Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados

Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo

-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF

ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses

Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso

Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF

Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso

Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS

- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede

Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses

Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de

- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento

- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares

- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes

ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs

36

Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
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Hipertensatildeo

grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas

Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo

Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos

- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

ESF NASF

Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses

Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG

Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado

Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos

Apresenta ccedilatildeo do Projeto

Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia

Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses

Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das

operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe

esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees

37

implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
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implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a

qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

38

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso

agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas

tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila

Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias

dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a

maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando

impacto nos indicadores de sauacutede

Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para

conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de

resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano

Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no

contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com

accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas

complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede

Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir

para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do

Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do

esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam

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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013

CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010

HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014

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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
  • REFEREcircNCIAS
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010

LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014

LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014

MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
  • 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
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