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A CHINA ANTIGA China - a civilização mais antiga existente no mundo possui uma história escrita de mais de 3.500 anos. Seu nome chinês, “zhong guo”, significa “país do meio” ou “reino central”. Os antigos chineses acreditavam que seu país era o centro geográfico do mundo, e a única cultura civilizada. Situada na porção oriental do continente asiático, a China é hoje um dos maiores países do mundo, e lar de um quinto da população mundial. A vastidão de suas terras compreende mais 50º de latitude e mais de 62º em longitude, em uma área total de mais de 9,6 milhões de quilômetros quadrados. Seu território abrange desde a zona fria temperada até o cinturão equatorial. É recoberto por florestas, savanas, planícies e colinas, e também possui um dos desertos mais áridos do mundo, montanhas altíssimas e uma das melhores terras aráveis do mundo. No vale de um grande rio, Rio Amarelo, desde o terceiro milênio a.C. se desenvolveu uma civilização agrícola neolítica. Assim começou a civilização chinesa, que, em função das características geográficas da região, foi desde o início muito mais dedicada a agricultura do que a criação de rebanhos. A civilização urbana chinesa começa um pouco mais tarde que na zona compreendida entre o Mediterrâneo e o Golfo Pérsico. A ocorrência da diferenciação social e da formação dos grandes Estados reparte-se em grandes linhas, mas com características especiais que derivam: Ø Do ambiente geográfico; Ø Das opções econômicas da agricultura primitiva. Ø Da diretiva cultural 2 – A ocupação chinesa e a agricultura

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A CHINA ANTIGA

China - a civilização mais antiga existente no mundo possui uma história escrita de mais de

3.500 anos. Seu nome chinês, “zhong guo”, significa “país do meio” ou “reino central”. Os

antigos chineses acreditavam que seu país era o centro geográfico do mundo, e a única cultura

civilizada. Situada na porção oriental do continente asiático, a China é hoje um dos maiores

países do mundo, e lar de um quinto da população mundial. A vastidão de suas terras

compreende mais 50º de latitude e mais de 62º em longitude, em uma área total de mais de

9,6 milhões de quilômetros quadrados.

Seu território abrange desde a zona fria temperada até o cinturão equatorial. É recoberto por

florestas, savanas, planícies e colinas, e também possui um dos desertos mais áridos do

mundo, montanhas altíssimas e uma das melhores terras aráveis do mundo.

No vale de um grande rio, Rio Amarelo, desde o terceiro milênio a.C. se desenvolveu uma

civilização agrícola neolítica. Assim começou a civilização chinesa, que, em função das

características geográficas da região, foi desde o início muito mais dedicada a agricultura do

que a criação de rebanhos.

A civilização urbana chinesa começa um pouco mais tarde que na zona compreendida entre o

Mediterrâneo e o Golfo Pérsico. A ocorrência da diferenciação social e da formação dos

grandes Estados reparte-se em grandes linhas, mas com características especiais que derivam:

Ø Do ambiente geográfico;

Ø Das opções econômicas da agricultura primitiva.

Ø Da diretiva cultural

2 – A ocupação chinesa e a agricultura

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Os primeiros locais habitados pela civilização chinesa trata-se de territórios tropicais, quentes,

isolados do resto da Ásia por meio do sistema montanhoso do Himalaia, e regados por rios que

descem daqueles montes. A ocupação humana fica assim caracterizada por uma oposição

fundamental:

“ao norte, as montanhas hostis e desconhecidas, de onde vêm os ventos frios, os

inimigos, os animais selvagens; ao sul, a planície cultivada e o mar, onde o sol dá seu calor”

Sendo assim, os montes considerados frios, permanecem habitados por nômades, em

quanto que ao sul a civilização inicia sua urbanização.

3 – A ocupação chinesa e as opções econômicas da agricultura primitiva

O homem ao chegar nesse local de clima quente, percebeu que os rios, impetuosos e

inconstantes, devido ao clima, poderiam ser canalizados, o que permitiria irrigar as planícies,

adequadas para o estabelecimento de uma população numerosa. Uma das atividades mais

rendosas era o cultivo do arroz, que cresce na água e não requer rotação com outras culturas,

mas somente um minucioso controle dos reabastecimentos hídricos.

Esta organização econômica, rígida e sem margens de manobra, tende a perpetuar-se

no local, favorecendo a formação de grandes Estados Unitários, pois concentra nas mãos dos

soberanos e da classe dirigente um enorme excedente, que serve em primeiro lugar para

garantir as condições de sobrevivência geral.

4 – A Cidade Chinesa Antiga do Ponto de Vista Simbólico e Cultural

Segundo a crença Chinesa, duas forças complementares compõem tudo que existe, e do

equilíbrio dinâmico entre elas surge todo movimento e mutação. Essas forças são:

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YIN: o princípio passivo, noturno, escuro, frio e

YANG: o princípio ativo, diurno, luminoso, quente

Também é identificado como o tigre e o dragão representando os opostos.

É essa relação de poder, prosperidade e virtude que domina a cultura oriental desde o inicio. O

poder justifica-se caso assegure a paz e a harmonia social, isto é, a mediação entre os

princípios opostos do yin e do yang ( o frio e o calor, a sombra e a luz, o descanso e a

atividade).

“Para a sociedade chinesa o poder deveria garantir o justo equilíbrio entre o norte e o sul,

manter à distancia os perigos que vêm do norte, refrear as águas que descem dos altiplanos, e

transformá-las em elemento da vida no sul.”

É a sede do poder, sendo pois, o órgão onde se dá a mediação entre os opostos, que regula e

representa todo o território. A ordem latente do universo torna-se aqui uma ordem visível ,

geométrica e arquitetônica. Os eixos de simetria ligam a cidade aos pontos cardeais, isto é, ao

universo celeste. Os muros imprimem-lhe uma forma regular e a defendem dos inimigos, a

multiplicidade dos espaços e dos edifícios revela a complexidade das funções civis e religiosas,

com seu minucioso cerimonial.

Esta tradição cultural, que se forma no I milênio, é codificada na China e permanece

substancialmente a mesma em toda a história posterior, não obstante as revoluções políticas e

religiosas. As cidades orientais são citadas como duradouras, desde a pré-história com a

chegada do homem até o encontro com a colonização européia.

5 – A China Antiga e as regras urbanísticas

As primeiras cidades chinesas são estritamente ligadas ao território agrícola. Começam como

cidade-refugio, destinadas à residência estável da classe dirigente (sacerdotes, guerreiros e

técnicos) sendo capazes de acolher temporariamente a população camponesa do distrito

circundante.A cidade deve, portanto, conter dois cinturões de muros: um interno, que encerra

a cidade habitada verdadeira e própria, e um externo, que cinge um espaço vazio de hortas e

pomares.

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As cidades se distinguem, segundo sua grandeza, em três categorias, denominadas: TSCHENG,

JI E TU. A unidade de medida urbanística é o LI, que corresponde a mais ou menos 530 metros.

A cidades de Tscheng, por exemplo, com perímetro externo de 7 li, poderiam conter 3.200

habitantes, e serviam a um território agrícola com 32 aldeias, que mede mais ou menos 12 x

12 quilômetros, deste modo, de cada ponto do território é possível chegar a pé à cidade, com

percurso máximo de uma hora e meia. A orientação das cidades permanece sempre

rigorosamente ligadas aos pontos cardeais e sua entrada sempre ao sul.

6 – As regras de construção para projeção de casas na China Antiga

As regras de construção para a projeção de casas permanecem fixas desde a antiguidade até

os tempos recentes;

A casa é um recinto análogo à cidade, vinculada à mesma orientação e acessível,

habitualmente, pelo sul;

Todos os ambientes se abrem sobre um ou mais pátios internos, quadrados ou retangulares,

de modo a realizar a desejada alternância de sombra e de sol (yin e yang).

Os elementos construtivos principais e fixos são os perimetrais (a plataforma de base, os

muros externos e a cobertura de madeira);

As divisórias internas de tijolos não têm função sustentatória e são, portanto móveis, para

acompanhar as mudanças das funções domesticas.

Todos os edifícios tem, habitualmente um só pavimento.

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As casas se desenvolvem a partir de ruas laterais, como mostra a figura ao lado, sobre as quais

se abrem somente as portas de entrada e as altas janelas de alguns ambientes secundários.

7 - A casa chinesa fora da cidade

Fora da cidade, a casa chinesa pode interpenetrar-se com a natureza. Os ambientes individuais

conservam uma forma regular e simétrica, mas o conjunto se torna irregular, para aderir às

características do local, recria com os meios da arquitetura a complicação do cenário natura. A

jardinagem converte-se no quadro vinculador das obras arquitetônicas.

8 - As regras de construção nos conjuntos monumentais

Nos grandes conjuntos monumentais, e especialmente nos palácios do imperador –

supremacia religiosa e civil – as duas regras tradicionais da projeção aparecem muitas vezes

combinadas entre si.

Os edifícios destinados às cerimônias públicas, são rigidamente agrupados ao redor do eixo de

simetria, que vai do sul para o norte, e o eixo se torna um percurso impressionante, através de

uma sucessão de pátios fechados.

Os edifícios e os espaços para a vida privada apresentam-se incorporados ao jardim

paisagístico, que foge de toda regra geométrica e desequilibra, à direita ou a esquerda, a

composição geral. Se faz assim, uma recapitulação de todo o ambiente cósmico, com sua

alternância de regularidade e regularidade.

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9 – As dinastias Chinesas

A China foi governada por uma sucessão de dinastias em grande parte de sua História. As

dinastias chinesas, como a Han, dominaram por muito tempo, mas também houve dinastias

estrangeiras, como Yuan e Qing. Saiba mais sobre as principais dinastias que governaram a

China antiga.

9.1 - Dinastia Shang

A Dinastia Shang foi a primeira dinastia verdadeira da China, e surgiu depois da lendária

Dinastia Xia. Localizado no Vale Huang He, o Reino Shang era uma sociedade altamente

desenvolvida, governada por uma classe de aristocratas de forma hereditária.

A sociedade agrária Shang era dividida em duas classes sociais – a nobreza e os plebeus – e

governada por um rei sacerdote. Famosa por suas finas esculturas em jade, trabalhos em

cobre e tecidos de seda, a dinastia também desenvolveu carruagens de guerra puxadas por

cavalos e um sistema próprio de escrita durante este período. O sistema de escrita Shang

usava mais de 3.000 símbolos, esculpidos em ossos e cascos de tartaruga. Essa linguagem

“oral” mais tarde evoluiu para os caracteres usados na grafia da língua chinesa.

O povo Shang cultuava seus ancestrais e um panteão de deuses. Ocasionalmente, eles

praticavam sacrifícios humanos, incluindo a queima de escravos vivos nas tumbas de seus

mestres. A Dinastia Shang acabou quando uma rebelião de escravos derrubou o último

imperador, um déspota impopular.

9.2 - Dinastia Zhou

Em 1045 a.C., os Zhou da China ocidental depuseram os Shang e estabeleceram a sua própria

dinastia. A sociedade dos Zhou possuía um sistema de classes bem parecido com a Dinastia

Shang, com aristocratas e plebeus, mas com uma classe adicional de escravos. A dinastia Zhou

controlava diretamente apenas algumas partes do norte da China, dividindo o reino em vários

estados. Cada um era dominado por um governador local, que apoiava a autoridade central.

Ao longo do tempo, estes estados se tornaram cada vez mais independentes, enfraquecendo o

poder da dinastia.

Este período foi pródigo em grandes pensadores, como Confúcio e Lao-Tsé, e livros essenciais,

incluindo o I Ching ou Livro das Mutações; o Shijing ou Livro dos Poemas; o Shujing, ou Livro do

Aprendizado; o Liji, ou Livro dos Ritos; e o Chunqiu, ou Anais da Primavera e Outono. Em 256

a.C, a Dinastia Zhou finalmente terminou, quando o governo central perdeu poder e se dividiu

em sete grandes estados.

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9.3 - Dinastia Qin

Depois do colapso da Dinastia Zhou, sete diferentes estados guerrearam entre si para obter o

controle da China. O estado de Qin finalmente saiu vitorioso e estabeleceu um império forte e

autoritário. O Imperador Qin Shi Huang aboliu os estados e criou um governo central forte,

que agia de forma cruel e autoritária, com grande eficiência administrativa e um rígido código

legal.

O governo Qin trouxe muitas das mudanças duradouras que unificaram a China. Pesos e

medidas, a moeda e a escrita chinesas foram padronizadas. O Imperador Qin ordenou a

construção da Grande Muralha da China para defender seu reino contra a invasão estrangeira.

A Grande Muralha, ampliada e reconstruída por dinastias futuras, se estende por cerca de

7.240 quilômetros, do Mar Amarelo à Xinjiang, na China ocidental.

O Imperador Qin cobrava pesadas taxas e impostos do povo chinês para sustentar suas

extensas campanhas militares e projetos de construção. Devido ao governo cruel e ao excesso

de impostos, uma guerra civil eclodiu quando o Imperador Qin morreu, em 207 a.C.,

provocando o colapso de sua dinastia.

9.4 - Dinastia Han

Depois da queda da Dinastia Qin, o poderoso estado Han estabeleceu a Dinastia Han. Ela se

divide em dois períodos: a Dinastia Han Ocidental (ou Anterior), que durou 206 a.C. a 8 d.C.A, e

a Dinastia Han Oriental (ou Posterior), que governou de 25 a 220 d.C. O povo chinês ainda se

refere a si mesmo como povo Han.

O governo manteve grande parte da estrutura administrativa Qin, mas dispensou a excessiva

centralização do poder. Assim, houve uma mudança de uma aristocracia pura para uma

espécie de meritocracia, que selecionada os funcionários públicos através de exames para o

serviço civil. Os ideais de Confúcio, anteriormente suprimidos, se tornaram primordiais para o

Império Han.

Em 8 d.C., um oficial rebelde usurpou o trono para estabelecer a curta Dinastia Xin, mas a

Dinastia Han recuperou o poder em 25 d.C. Durante a Dinastia Han Oriental, a economia, a

educação e a ciência prosperaram. Havia comércio com os vizinhos do norte, e também com as

civilizações na Europa, através da continental Rota da Seda. Escritores criaram grandes obras

literárias, incluindo textos históricos e dicionários. Vindo da Índia, o Budismo também foi

introduzido na China. A Dinastia Han era extremamente militarizada, e expandiu suas

fronteiras para incorporar as regiões que hoje correspondem ao Tibete, Coréia do Norte e

norte do Vietnã.

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A Dinastia Han finalmente se enfraqueceu com a rivalidade política e a corrupção. Poderosos

estados vassalos se revoltaram, e uma rebelião em larga escala eclodiu, causando a queda da

dinastia em 220 d.C. A partir daí, a China se dividiu em três reinos que competiam entre si, e

foi ameaçada pelas invasões de tribos nômades do norte.

10 – Lugares famosos na China

10.1 - A Grande Muralha da China

A Grande Muralha da China começou a ser construída pelo Imperador Qin durante a Dinastia

Qin, para defender seu reino contra a pilhagem de tribos nômades. Sua construção prosseguiu

ao longo de sucessivas dinastias. O trecho da Muralha que ainda permanece nos dias de hoje

era parte da Rota da Seda, e foi construída durante a Dinastia Ming. Ela se estende por cerca

de 6.350 quilômetros.

Ao longo dos séculos, a Muralha foi guarnecida por exércitos com o objetivo de alertar ao

primeiro sinal de invasão, e também como primeira linha de defesa. Diferente do que se

acredita, seu propósito não era tanto deter a invasão dos Manchus e das tribos nômades do

norte, mas impedí-los de roubar propriedade e fugir da China.

Depois da formação da Dinastia Qing, a Muralha já não tinha utilidade, pois o país passou a ser

governado pelos mesmos povos contra os quais ela havia sido construída. Ela então se tornou

uma fonte de materiais de construção para os vilarejos vizinhos, contribuindo para sua

deterioração e destruição.

10.2 - O Exército de Terracotta

O Exército de Terracota foi descoberto em 1974 perto de Xi’an, durante trabalhos de irrigação.

Ele fazia parte do mausoléu do Imperador Qin Shi Huang e consistia em mais de 7.000 estátuas

de guerreiros, cavalos e até carruagens, em tamanho natural, feitas de uma mistura de argila e

terra.

Os chineses acreditavam na vida após a morte, e o exército foi criado para acompanhar o

Imperador Qin em sua suposta vida além-túmulo. Quando foi descoberto, o exército estava

disposto em formação completa de batalha, e incluía a linha de infantaria, arqueiros

ajoelhados e carroças com seus cavalos e condutores. Meticulosamente construídas, as

estátuas possuem diferentes formas, expressões faciais e cortes de cabelo. Os oficiais podiam

ser reconhecidos por seus uniformes.

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Restaurado, o Exército de Terracota atualmente está aberto à visitação no Museu do Exército

de Terracota do Primeiro Imperador Qin, em Xi’an.

10.3 - A Cidade Proibida

A construção da Cidade Proibida começou em 1406, durante a Dinastia Ming, e levou 14 anos

para ser concluída. Ela fica exatamente no centro da antiga Pequim, e era o centro político da

China até o fim da era dinástica. Foi o lar de 24 Imperadores Ming e King, no total.

De formato retangular, a Cidade Proibida é o maior complexo palaciano do mundo, com cerca

de 720.000 metros quadrados. Ele é cercado por um fosso de seis metros de profundidade e

muros de dez metros de altura, tão maciços que podem suportar tiros de canhão.

A seção sul da cidade, ou Corte Exterior, consiste em cinco alas, usadas para fins cerimoniais. A

seção norte, ou Corte Interior, era a residência do Imperador e de sua família, eunucos e

criados.

Os prédios internos abrigavam a aristocracia chinesa. O amarelo – a cor real – dominava os

telhados. Em cada canto do teto estão pequenas estatuetas, e o número descrevia a posição

social do proprietário. A residência do Imperador tem nove estatuetas, já que o dez

simbolizava o paraíso e era usado apenas no edifício mais sagrado de toda a cidade.

11 – Religião e Filosofia Chinesa

11.1 - Confucionismo

O Confucionismo foi um dos mais importantes aspectos da vida chinesa de 100 a.C. a 1900

d.C., influenciando áreas como a educação e o governo, além de orientar o comportamento

social e os deveres do indivíduo em relação à sociedade.Confúcio nasceu em uma família

nobre, mas empobrecida, durante a Dinastia Zhou Oriental. Seu sistema moral é baseado na

empatia e na compreensão. É centrado em três conceitos, denominados li ou “ação ideal”, yi

ou “honradez”, e ren ou “compaixão humana ou empatia”. De acordo com o Confucionismo,

uma vida boa e obediente só poderia surgir em uma sociedade bem disciplinada, que valoriza

a cerimônia, o dever, a moralidade e o serviço público.

Confúcio ensinou o valor do poder, e acreditava que a solidez da lealdade familiar, o culto aos

ancestrais, o respeito pelos mais velhos e a unidade familiar formavam a base de um bom

governo. Em um de seus ditados, conhecido como “Regra de Ouro”, ele declara que “um

homem deve praticar o que prega, mas também deve pregar o que pratica”. Suas opiniões

mais tarde se difundiram pela China através de seus discípulos, e muitas pessoas aprenderam

com seus sábios ensinamentos.

11.2 - Budismo

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O Budismo prosperou pela primeira vez na China durante a Dinastia Han. Uma forma radical

do Hinduísmo em sua origem, o Budismo chegou à China pela Índia, e então se espalhou pelo

resto da Ásia e outros lugares. Foi fundado durante os séculos 4 ou 5 a.C. no Nepal por Sidarta

Gautama, mais conhecido como Shakyamuni, e reconhecido pelos budistas como o Buda

Supremo. O Budismo acredita na pureza da mente e das ações, e na purificação do carma (a lei

da causalidade moral). As boas ações geram uma reação de mesma qualidade e intensidade,

nesta vida ou em uma outra encarnação, gerando carma positivo, e a mesma lei age sobre as

más ações, gerando carma negativo. Com o carma livre de toda a negatividade, é possível

atingir o estado do nirvana – o fim do sofrimento trazido pela existência cíclica.

Algumas divindades budistas:

Gautama Buda

Sidarta Gautama é conhecido como o Buda Supremo, sendo a personalidade chave do

Budismo. De acordo com antigos textos budistas, o fundador do Budismo era filho de um rei.

Ele se tornou monge como forma de superar o sofrimento humano, finalmente alcançando a

iluminação e transformando-se no Buda.

Kuan Yin

Mais conhecida como a Deusa da Compaixão, Kuan Yin é venerada por Budistas e Taoístas

como um ser iluminado e imortal. Seu nome significa “Observando os Sons do Mundo

Humano”. Em sânscrito, ela é Padma-pâni, ou “Nascida do Lótus”. Kuan Yin é fortemente

associada ao vegetarianismo, devido à compaixão por todas as criaturas vivas, e também

cultuada como deusa da fertilidade.

11.3 - Taoísmo

O Taoísmo é o único conjunto de ensinamentos filosóficos e práticas religiosas que se originou

na China. Suas raízes surgem com os antigos panteístas chineses e crenças xamânicas. Foi

criado por Lao-Tsé durante o Período dos Estados Guerreiros e se tornou uma religião

organizada no século 5 d.C. Seu texto fundamental é o Tao Te Ching, originalmente escrito por

Lao-Tsé, e reflete sobre o caminho para a humanidade eliminar o conflito e o sofrimento. Os

taoístas acreditam que o homem deve viver em harmonia com a natureza por meio do Tao, ou

“O Caminho”, a idéa de uma grande harmonia cósmica. As crenças taoístas ressaltam a auto-

desenvolvimento, a liberdade e a busca da imortalidade. O Taoísmo é fortemente influenciado

pela religião popular chinesa, e os deuses taoístas são figuras históricas que demonstraram

poderes excepcionais em vida.

Algumas divindades taoístas:

Imperador Jade

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Considerado o soberano supremo de todas as divindades chinesas, o Imperador Jade teria

criado a humanidade a partir do barro. Os taoístas rezam para ele para ter boa sorte e

longevidade em seu aniversário, e também na noite do Ano Novo Chinês.

Cai Shen

O Deus Chinês da Prosperidade e Riqueza é amplamente cultuado pelos chineses – por razões

óbvias! Acredita-se que Cai Shen teria sido um general da Dinastia Qin, e é representado por

um tigre negro.

12 – Principais Cidades Históricas Chinesas

Xi’an

Conhecida no passado como Chang’an, Xi’an foi um importante centro cultural ao longo da

Rota da Seda e a capital de doze dinastias, incluindo as Dinastias Zhou, Qin, Han Ocidental, Sui

e Tang. É também onde estão enterrados muitos imperadores chineses, incluindo o grande

mausoléu do Imperador Qin, da Dinastia que leva seu nome.

Chengdu

Chengdu tem sido um centro administrativo do governo desde tempos remotos. Foi a capital

do reino Shu de Liu Bei’ durante o período dos Três Reinos, assim como a capital de Sichuan

desde a Dinastia Yuan. Além de ser um importante centro comercial, Chengdu sinaliza o início

da parte sul da Rota da Seda.

Nanjing

Nanjing surgiu de duas antigas cidades, construídas durante o período dos Estados em Guerra,

e abrigava uma fortaleza militar feita por Sun Quan, do Reino Wu, durante a era dos Três

Reinos. Lar de dez regimes dinásticos, Nanjing se tornou um importante centro cultural no

passado quando intelectuais e artesãos lá se instalaram, fugindo da invasão dos nômades do

norte depois da queda da Dinastia Jin Ocidental.

Luoyang

A antiga cidade de Luoyang tem mais de 5.000 anos de história. Foi a capital de 96

imperadores em 13 dinastias, incluindo as Dinastias Shang, Zhou, Han, Sui e Tang.

Pequim

O vital centro militar e comercial da China foi conquistado por Jurchen Jin e também pelos

mongóis, que a chamavam de Zhongdu e Dadu respectivamente. Mais tarde, tornou-se a

capital da dinastia Ming, e foi renomeada como Pequim (Beijing, em chinês, atualmente).

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Pequim abriga a famosa Cidade Proibida, e durante a Dinastia Qing foi o centro do poder

chinês – e continua sendo, também nos dias de hoje.

13 – A arquitetura Chinesa

A arquitetura é uma das mais importantes contribuições à humanidade da civilização chinesa,

estando entre as três mais importantes do mundo.

A maior parte dos princípios estruturais da arquitetura chinesa permaneceram inalterados, e

as principais variações se dando apenas nos detalhes decorativos. Desde a dinastia Tang a

arquitetura chinesa teve uma influência impactante nos estilos arquitetônicos do Japão, da

Coréia e do Vietnã.

Existem certas características comuns à maior parte da arquitetura chinesa, independente de

sua específica região de origem ou ao uso ao qual à construção é destinada:

Ø Ênfase horizontal

A mais importante destas características é a ênfase no eixo horizontal, em particular na

construção de uma plataforma pesada e um grande telhado que "flutue" sobre esta base, com

as paredes verticais não tão enfatizadas. Isto contrasta com a arquitetura ocidental, que tende

a crescer em tamanho e profundidade. A arquitetura chinesa enfatiza o impacto visual da

largura dos prédios. Os salões e palácios da Cidade Proibida, por exemplo, têm tetos

relativamente baixos se comparados aos edifícios equivalentes no Ocidente, porém sua

aparência externa sugere a natureza onicompreensiva da China imperial. Estas idéias aos

poucos também foram levadas à arquitetura ocidental moderna.

Ø Simetria bilateral

Outra característica importante é sua ênfase na articulação e simetria bilateral, que indica

equilíbrio. A simetria bilateral e a articulação dos edifícios é onipresente na arquitetura

chinesa, de complexos palaciais à humildes casas de fazenda. Quando possível, projetos de

reformas e extensões de uma casa procuram seguir e manter esta simetria, se o proprietário

puder custear esta manutenção.

Contrastando com seus edifícios, os jardins chineses são uma exceção notável, tendendo a ser

assimétricos. O princípio que está sob a composição dos jardins é o de criar um fluxo

duradouro e emular a natureza.

Ø Geomancia

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Noções de feng shui e conceitos míticos do taoísmo costumam estar presentes na construção

e nos projetos da arquitetura chinesa, desde residências comuns até estruturas religiosas e

imperiais. Entre estas estão:

Ø Telas ou paredes voltadas diretamente para a entrada principal da casa, que se originaram

com a crença de que as coisas más se deslocam em linhas retas.

Ø Talismãs ou imagens de deuses de porta mostradas nas portas, para espantar o mal e

encorajar a circulação da boa fortuna.

Ø Orientar a estrutura de maneira que ela tenha sua parte traseira voltada a um terreno

elevado e assegurando-se de que haja água em sua frente. Também se fazem considerações

para que a parte traseira, geralmente sem janelas, seja voltada para o norte, onde o vento é

mais frio durante o inverno.

Ø Lagos, piscinas, poços e outras fontes de água costumam ser construídas na estrutura.

14 – Materiais utilizados na arquitetura chinesa

Uso de grandes vigas estruturais que fornecem o suporte primário do telhado do edifício. Vigas

de madeira, normalmente grandes troncos, são usados como colunas, para suportar cargas, e

vigas laterais que emolduram os prédios e sustentam os telhados. Estas vigas e colunas

estruturais são exibidas com destaque sempre que economicamente possível. As estruturas de

madeira costumam ser construídas apenas na base do encaixe e de cavilhas, quase nunca se

utilizando de cola ou pregos. A estabilidade estrutural é reforçada através do uso de telhados e

vigas pesadas, que apóiam todo seu peso sobre a estrutura.

O uso de números pares de colunas na estrutura de um edifício de modo a produzir um

número ímpar de tramos. Com a inclusão de uma porta principal para um dos edifícios no

tramo central, a simetria é mantida. O uso comum de peles de vidro e biombos para delinear

os cômodos ou encerrar o edifício, com uma deênfase em paredes que suportem muito peso

nas construções de padrão mais elevado.

Nos vastos territórios chineses, vivem muitas etnias, que construíram edifícios de estruturas e

estilos diferentes, de acordo com as próprias condições naturais e geográficas. No vale do rio

Amarelo no norte do país, as construções são principalmente de estrutura de madeira e terra

para resistir ao frio e ao vento; no sul da China, usam-se bambu e junco além de madeira e

barro como materiais de construção e em algumas regiões, adota-se a estrutura de estacas

para evitar a umidade e facilitar a circulação de ar. Nas regiões montanhosas, as pedras são os

materiais principais das construções. A arquitetura chinesa pode ser classificada pela

construção de palácios, templos, jardins, tumbas e casas populares.

15 – Arquitetura Antiga X Moderna

A arquitetura moderna da China se refere às construções após os meados do século 19. A

arquitetura chinesa se caracteriza pelo intercâmbio entre a China e o Ocidente e pela

diversificação dos estilos. A arquitetura tradicional continua mantendo sua vantagem, mas,

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com o desenvolvimento do setor de diversões e o setor de serviço, as construções de teatros,

restaurantes, hotéis e mercados romperam gradualmente as concepções tradicionais e

apareceram novas construções com a combinação dos estilos tradicionais e ocidentais.

Em Shanghai, Tianjin, Qingdao e Harbin, surgiram as construções de estilos estrangeiros, por

exemplo, construções consulares, bancos, hotéis e clubes. Apareceram algumas construções

que se combinam de melhor maneira, entre as novas funções, novas técnicas e novas idéias de

concepção e o estilo tradicional.