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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAE ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAE Caracterização do ciclo de estudos Perguntas A.1 a A.10 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora: ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) A.1.a. Identificação da instituição de ensino superior / Entidade instituidora (proposta em associação): ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) A.2. Unidade orgânica (faculdade, escola, instituto, etc.): ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) A.2.a. Identificação da unidade orgânica (faculdade, escola, instituto, etc.) (proposta em associação): ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) A.3. Ciclo de estudos: Psicologia das Emoções A.4. Grau: Mestre A.5. Publicação do plano de estudos em Diário da República (nº e data): <sem resposta> A.6. Área científica predominante do ciclo de estudos: Psicologia A.7.1 Classificação da área principal do ciclo de estudos de acordo com a Portaria nº 256/2005, 16 de Março (CNAEF): 311 A.7.2 Classificação da área secundária do ciclo de estudos de acordo com a Portaria nº 256/2005, 16 de Março (CNAEF), se aplicável: _ A.7.3 Classificação de outra área secundária do ciclo de estudos de acordo com a Portaria nº 256/2005, 16 de Março (CNAEF), se aplicável: _ A.8. Número de créditos ECTS necessário à obtenção do grau: 120 A.9. Duração do ciclo de estudos (art.º 3 Decreto-Lei 74/2006, de 24 de Março): 2 anos (4 semestres) A.10. Número de vagas aprovado no último ano lectivo: 20 Relatório da CAE - Ciclo de Estudos em Funcionamento Pergunta A.11 A.11.1.1. Condições de acesso e ingresso, incluindo normas regulamentares Existem mas não são adequadas ou não cumprem os requisitos legais A.11.1.2. Evidências que fundamentam as classificações de cumprimento assinaladas. As condições de admissão são de tal modo genéricas – admitindo alunos com qualquer licenciatura – que posteriormente causam problemas na formação. A formação de profissionais de psicologia não é pág. 1 de 18

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAE

ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAECaracterização do ciclo de estudosPerguntas A.1 a A.10

A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora:ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)A.1.a. Identificação da instituição de ensino superior / Entidade instituidora (proposta emassociação):ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)A.2. Unidade orgânica (faculdade, escola, instituto, etc.):ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)A.2.a. Identificação da unidade orgânica (faculdade, escola, instituto, etc.) (proposta em associação):ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)A.3. Ciclo de estudos:Psicologia das EmoçõesA.4. Grau:MestreA.5. Publicação do plano de estudos em Diário da República (nº e data):<sem resposta>A.6. Área científica predominante do ciclo de estudos:Psicologia A.7.1 Classificação da área principal do ciclo de estudos de acordo com a Portaria nº 256/2005, 16de Março (CNAEF):311A.7.2 Classificação da área secundária do ciclo de estudos de acordo com a Portaria nº 256/2005, 16de Março (CNAEF), se aplicável:_A.7.3 Classificação de outra área secundária do ciclo de estudos de acordo com a Portaria nº256/2005, 16 de Março (CNAEF), se aplicável:_A.8. Número de créditos ECTS necessário à obtenção do grau:120A.9. Duração do ciclo de estudos (art.º 3 Decreto-Lei 74/2006, de 24 de Março):2 anos (4 semestres) A.10. Número de vagas aprovado no último ano lectivo:20

Relatório da CAE - Ciclo de Estudos em FuncionamentoPergunta A.11

A.11.1.1. Condições de acesso e ingresso, incluindo normas regulamentaresExistem mas não são adequadas ou não cumprem os requisitos legaisA.11.1.2. Evidências que fundamentam as classificações de cumprimento assinaladas.

As condições de admissão são de tal modo genéricas – admitindo alunos com qualquer licenciatura –que posteriormente causam problemas na formação. A formação de profissionais de psicologia não é

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAEpossível para estudantes que não têm um 1º ciclo em Psicologia: (1) ou as UC não formam para aintervenção psicológica, não sendo adequadas para a formação de futuros psicólogos; (2) ou formam,e a intervenção psicológica surge como um conjunto de receitas desligadas dos contextos teóricosque as deviam envolver, e acessíveis a qualquer profissional. Além disso, (3) há o risco de reduzir onível das UC à licenciatura para tornar os conteúdos acessíveis aos alunos sem formação de base emPsicologia.Estes problemas são abordados nos pontos seguintes.A instituição deve optar entre a “Opção A” (formar psicólogos) ou a “Opção B” (formar outrosprofissionais).

A.11.2.1. DesignaçãoNão é adequadaA.11.2.2. Evidências que fundamentam as classificações de cumprimento assinaladas.

A designação identifica o objecto de estudo do mestrado mas dado o facto do ciclo de estudospermitir trajectórias substancialmente diferentes no seu interior, e para alunos com e sem formaçãoprévia em Psicologia, a mesma designação é potencialmente enganadora porque cobre realidadesbastante diferentes.A designação é adequado para a “Opção A” , mas não para a “Opção B” que exige uma alteração donome do CE (ex Temas de Psicologia das Emoções” ou “Estudos das Emoções”) de modo a evitarambiguidades.

Os elementos apresentados na pronúncia não abordam esta questão.

A.11.3.1. Estrutura curricular e plano de estudosSatisfaz as condições legaisA.11.3.2. Evidências que fundamentam as classificações de cumprimento assinaladas.

Apesar de satisfazer as condições legais, a estrutura curricular do mestrado reflete dois objectivos, aformação para a investigação e a formação para a prática profissional, sem ser claramente definida otipo de prática profissional. Como se verá, estes dois objectivos são fonte de vários problemas edificuldades. A instituição deve optar entre formar psicólogos ou formar outros profissionais.

A.11.4.1 Docente(s) responsável(eis) pela coordenação da implementação do ciclo de estudosFoi indicado e tem o perfil adequadoA.11.4.2. Evidências que fundamentam as classificações de cumprimento assinaladas.O docente responsável é um investigador reputado na área da Psicologia das Emoções. Preocupa-nosno entanto que não esteja a tempo integral no ISCTE, o que não é compatível com o exercício dafunção.

A nova coordenadora apresentada na pronúncia é docente a 100% e tem um perfil adequado.

Pergunta A.12

A.12.1. Existem locais de estágio e/ou formação em serviço.NãoA.12.2. São indicados recursos próprios da instituição para acompanhar os seus estudantes noperíodo de estágio e/ou formação em serviço.Em parteA.12.3. Existem mecanismos para assegurar a qualidade dos estágios e períodos de formação em

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAEserviço dos estudantes.Em parteA.12.4. São indicados orientadores cooperantes do estágio ou formação em serviço, em número equalificações adequadas (para ciclos de estudos de formação de professores).NãoA.12.5. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.Não estão definidos locais de estágio – como aparentemente ainda não tiveram alunos de psicologiaa fazer estágio profissionalizante, estão por identificar locais de estágio e, a fortiori, por assinar osrespectivos protocolos.A.12.6. Pontos Fortes.Nada a mencionarA.12.7. Recomendações de melhoria.É necessário clarificar os diferentes percursos no ciclo de estudos e, para cada um destes, definirpotenciais locais de estágio e respectivos supervisores/orientadores. Mas antes disso, os própriosobjectivos da formação profissionalizante devem ser reequacionados em função das opções tomadas.

A pronúncia esclarece parcialmente a questão dos locais de estágio mas nem especifique as opçõesinstitucionais, nem reequaciona os objectivos da formação profissionalizante.

1. Objectivos gerais do ciclo de estudos1.1. Os objectivos gerais definidos para o ciclo de estudos foram formulados de forma clara.Em parte1.2. Os objectivos definidos são coerentes com a missão e a estratégia da instituição.Em parte1.3. Os docentes envolvidos no ciclo de estudos, bem como os estudantes, conhecem os objectivosdefinidos.Sim1.4. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.

Os objectivos são coerentes com a opção B mas não com a opção A. Tal como formulados no Guião,os objectivos realçam sobretudo as aplicações profissionais gerais do mestrado – desenvolveraplicações do conhecimento sobre as emoções em diferentes áreas da vida social, na educação e naescola, na família e na saúde, no trabalho e nas empresas. Por outras palavras, "pretende-sepossibilitar a aplicação dos conhecimentos adquiridos em diferentes contextos profissionais, sociaise comunitários". No entanto, a) o ciclo de estudos não aprofunda esta vertente profissionalizantepara psicólogos (aliás, não parece haver alunos a efectuar estágios); b) realça mais claramente acomponente de formação teórica e de investigação e, c) o tipo de formação prática indiferenciadaque oferece é mais consistente com um curso de pós-graduação adaptado a um largo leque deprofissionais do que de com um mestrado para a formação profissional de psicólogos.

1.5. Pontos Fortes.O objecto de estudo -- as emoções -- goza de enorme popularidade, despertando a curiosidade e ointeresse de estudantes e profissionais muitos diferentes. A este ponto forte do mestradoacrescenta-se um outro, a sua componente interdisciplinar.

1.6. Recomendações de melhoria.

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAEComo referimos antes, a heterogeneidade dos alunos admitidos é fonte de vários problemas, a saber,que formação profissional visar se alguns alunos têm mas outros não têm formação psicológicaanterior, se alguns alunos têm mas outros não têm experiência profissional em outras áreas, sealguns alunos têm mas outros não têm interesses de investigação? As referências no Guião à práticaprofissional para os alunos sem formação prévia em Psicologia, recomendam a transformação, paraestes alunos, do actual ciclo de estudo num outro “ Opção B”, com uma designação diferente, e queafirmasse claramente que o curso não habilitaria para a prática profissional autónoma. No entanto, aqualidade da instituição e do corpo docente afecto ao ciclo de estudos recomendam que este serestrinja à formação para a investigação das emoções. A instituição precisa assim de clarificar osseus objectivos.

Os elementos apresentados na pronúncia não esclarecem esta importante questão.

2. Organização interna e mecanismos de garantia daqualidade2.1. Organização Interna

2.1.1. Existe uma estrutura organizacional adequada responsável pelos processos relativos ao ciclode estudos.Sim2.1.2. Existem formas de assegurar a participação activa de docentes e estudantes nos processos detomada de decisão que afectam o processo de ensino/aprendizagem e a sua qualidade.Sim2.1.3. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.Há uma estrutura complexa montada para avaliar o ensino, com orgãos que asseguram aparticipação de professores, alunos, e funcionários a múltiplos níveis. Os contactos frequentes entreprofessores e alunos permitem também uma monitorização regular das UCs.

2.1.4. Pontos Fortes.As avaliações intercalares, que permitem algumas alterações nos projectos de ensino a meio dosemestre, parecem ser um ponto forte do sistema de avaliação.

2.1.5. Recomendações de melhoria.O sistema de avaliação de qualidade, descrito no Guião e referido durante a visita, parece colocar aênfase nos docentes como únicos responsáveis pela qualidade do ensino e nos inquéritos dos alunoscomo única fonte de informação sobre a qualidade do ensino, esquecendo ou desresponsabilizandooutros intervenientes, nomeadamente os alunos. Recomenda-se que sejam estudadas asconsequências positivas e negativas dum sistema que é complexo, pesado e aparentemente restrito.

2.2. Garantia da Qualidade

2.2.1. Foram definidos mecanismos de garantia da qualidade para o ciclo de estudos.Sim2.2.2. Foi designado um responsável pelo planeamento e implementação dos mecanismos degarantia da qualidade.Sim

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAE2.2.3. Existem procedimentos para a recolha de informação, acompanhamento e avaliação periódicado ciclo de estudos.Sim2.2.4. Existem formas de avaliação periódica das qualificações e competências dos docentes para odesempenho das suas funções.Em parte2.2.5. Os resultados das avaliações do ciclo de estudos são discutidos por todos os interessados eutilizados na definição de acções de melhoria.Sim2.2.6. O ciclo de estudos já foi anteriormente avaliado/acreditado.Em parte2.2.7. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.A instituição tem um conjunto de órgãos que avaliam e promovem a qualidade do ensino. Estesórgãos incluem diferentes pessoas -- alunos, professores, funcionários, dirigentes -- que elaboramrelatórios sintetizando os resultados da avaliação do ensino e as recomendações de melhoriapropostas pelos diferentes intervenientes. Um Manual de Qualidade serve de referência a estesrelatórios e sua interpretação.A recolha de informação é complexa e pesada, indo desde a assiduidade aos inquéritos, apreciaçãodos docentes, planos de melhoria, etc. No entanto, sobre alguns aspectos mais difíceis de avaliar,mas não menos importantes, como a adequação de um docente a uma UC em termos de competênciae interesse, ou a coordenação entre UCs, nada é referido.

2.2.8. Pontos Fortes.O envolvimento de vários órgãos e comissões na monitorização da qualidade do ensino denotam ocompromisso da instituição com essa qualidade. A presença de membros externos à instituição --"painel de stakeholders" -- na avaliação da qualidade é outro ponto forte.

2.2.9. Recomendações de melhoria.A frequência com que aparentemente se fazem as avaliações pode reduzir o valor das mesmas. Osdocentes em particular, porque permanecem na instituição mais tempo do que os alunos e porquesão directamente visados pela avaliação, podem aprender a ignorar as avaliações se estas sãodemasiado frequentes, onerosas, e sobretudo unilateralmente pesadas nas suas consequências (porex., necessidade do docente fazer formação ema áreas pedagógicas, auditoria à UC do docente). Aavaliação parece ser muito fina no que concerne os docentes, mas não tão fina no que concerne osestudantes.

Recomenda-se assim que a instituição pondere a frequência das avaliações, o peso burocrático queelas exigem, e o modo como se reflectem os resultados de avaliações negativas sobre os docentes esobre os outros intervenientes no processo educativo.

3. Recursos materiais e parcerias3.1. Recursos materiais

3.1.1. O ciclo de estudos possui as instalações físicas necessárias ao cumprimento sustentado dosobjectivos estabelecidos.Sim

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAE3.1.2. O ciclo de estudos possui os equipamentos didácticos e científicos e os materiais necessáriosao cumprimento sustentado dos objectivos estabelecidos.Sim3.1.3. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.As salas de aulas e de estudo, os anfiteatros, os bares e demais espaços são adequados. Osequipamentos audiovisuais e informáticos também são adequados. A biblioteca apresenta poucasobras de referência em psicologia básica, mas esta carência é parcialmente compensada para esteciclo de estudos pela assinatura de bases de dados.

3.1.4. Pontos Fortes.A recente criação de laboratórios vai potenciar o ensino experimental em particular e mais acesso àinvestigação em geral.

3.1.5. Recomendações de melhoria.Continuar a fortalecer os laboratórios que parecem estar subaproveitados enquanto recursos para aformação dos alunos. A instituição deve tentar colmatar as lacunas da biblioteca no que diz respeitoa obras de referência em Psicologia e suas diferentes áreas.

Os elementos apresentados na pronúncia visam a resolução deste problema.

3.2. Parcerias

3.2.1. O ciclo de estudos estabeleceu e tem consolidada uma rede de parceiros internacionais.Em parte3.2.2. O ciclo de estudos promove colaborações com outros ciclos de estudo dentro da suainstituição, bem como com outras instituições de ensino superior nacionais.Sim3.2.3. Existem procedimentos definidos para promover a cooperação interinstitucional no ciclo deestudos.Sim3.2.4. Existe uma prática de relacionamento do ciclo de estudos com o seu meio envolvente,incluindo o tecido empresarial e o sector público.Sim3.2.5. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.As parecerias internacionais são em número adequado mas, até agora, os alunos do ciclo de estudosnão parecem ter beneficiado das mesmas. O potencial das parcerias para o ensino (estágios,intercâmbios, etc.) poderia estar melhor aproveitado3.2.6. Pontos Fortes.Os contactos com outras universidades, nacionais e internacionais, e o contacto com o mundoempresarial e o sector público são um ponto forte, apesar de não haver evidências que estejatambém totalmente aproveitado.3.2.7. Recomendações de melhoria.Sugerimos que as parcerias sejam mais aproveitadas para fins pedagógicos. No entanto,reconhecemos que este aproveitamento é limitado pelo facto da maioria dos estudantes trabalhar efrequentar o ciclo de estudos em horário pós-laboral.

Mas mesmo para estes casos, sugerimos que sejam definidos objectivos claros para parcerias e sedefinam protocolos de colaboração e intercâmbio com outras instituições.

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAEOs intercâmbios deveriam também estender-se aos docentes.

4. Pessoal docente e não docente4.1. Pessoal Docente

4.1.1. O corpo docente cumpre os requisitos legais.Em parte4.1.2. Os membros do corpo docente (em tempo integral ou parcial) têm a competência académica eexperiência de ensino adequadas aos objectivos do ciclo de estudos.Em parte4.1.3. O número e o regime de trabalho dos membros do pessoal docente correspondem àsnecessidades do ciclo de estudos.Sim4.1.4. É definida a carga horária do pessoal docente e a sua afectação a actividades de ensino,investigação e administrativas.Em parte4.1.5. O corpo docente em tempo integral assegura a grande maioria do serviço docente.Sim4.1.6. A maioria dos docentes mantém a sua ligação ao ciclo de estudos por um período superior atrês anos.Sim4.1.7. Existem procedimentos para avaliação da competência e do desempenho dos docentes do ciclode estudos.Sim4.1.8. É promovida a mobilidade do pessoal docente, quer entre instituições nacionais, querinternacionais.Sim4.1.9. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.O corpo docente é maioritariamente doutorado, está em regime de tempo integral, e trabalha nainstituição há vários anos. A avaliação do desempenho dos docentes segue procedimentosregulamentares. As cargas horárias estão contabilizadas de forma clara.

No entanto, por razões compreensíveis dada a história da instituição, o corpo docente está muitoconcentrado na psicologia social. Por isso, as disciplinas fundamentais do ciclo de estudo sãoasseguradas por apenas dois docentes formados na área do ciclo de estudos e com investigação naárea, sendo que um deles, o coordenador, já não está na instituição em tempo integral, o que tornadifícil assegurar a formação para a intervenção em psicologia das emoções dos futuros profissionais.Esta formação está reduzida a uma UC, “Emoções, Psicoterapia e Regulação Emocional”.

4.1.10. Pontos Fortes.Alguns docentes são cientistas reputados no país.4.1.11. Recomendações de melhoria.

A natureza interdisciplinar do mestrado recomendaria que tivessem mais docentes ligados àintervenção com formação na área da psicologia das emoções (para a Opção A).

Após da pronúncia, este problema ainda deverá ser resolvido.

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4.2. Pessoal Não Docente

4.2.1. O pessoal não docente tem a competência profissional e técnica adequada ao apoio àleccionação do ciclo de estudos.Sim4.2.2. O número e o regime de trabalho do pessoal não docente correspondem às necessidades dociclo de estudos.Sim4.2.3. O desempenho do pessoal não docente é avaliado periodicamente.Sim4.2.4. O pessoal não docente é aconselhado a frequentar cursos de formação avançada ou deformação contínua.Em parte4.2.5. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.O pessoal não docente tem um nível de formação elevada. Parecem motivados e empenhados,tomando com frequência a iniciativa para ajudar a resolver problemas. Identificam-se claramentecom os objectivos da instituição.De modo geral, parece existir uma boa comunicação quer vertical quer horizontal. A avaliação segueos padrões habituais para a função pública (SIADAP). A formação contínua do pessoal não docentepoderia estar mais disponível.

4.2.6. Pontos Fortes.Qualidade da formação do pessoal não docente e a sua identificação com os objectivos da instituição.O seu trabalho parece ser bastante apreciado por docentes e alunos.

4.2.7. Recomendações de melhoria.Aumentar a oferta de formação para o pessoal não docente.

5. Estudantes e ambientes de ensino/aprendizagem5.1. Caracterização dos estudantes

5.1.1. Existe uma caracterização geral dos estudantes envolvidos no ciclo de estudos, incluindo o seugénero, idade, região de proveniência e origem sócio-económica (escolaridade e situaçãoprofissional dos pais).Sim5.1.2. Verifica-se uma procura do ciclo de estudos por parte dos potenciais estudantes ao longo dosúltimos 3 anos.Sim5.1.3. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.Nos três anos de vigência do ciclo de estudos, o número de candidatos tem sido estável. Houve umaredução do número de vagas, embora sem redução do número de candidatos. Por isso, a proporçãode vagas preenchidas efectivamente aumentou.

5.1.4. Pontos Fortes.É um ponto forte o número relativamente elevado de candidatos para um ciclo de estudos tão

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAEespecializado.

5.1.5. Recomendações de melhoria.Nada a mencionar.

5.2. Ambiente de Ensino/Aprendizagem

5.2.1. São tomadas medidas adequadas para o apoio pedagógico e o aconselhamento sobre opercurso académico dos estudantes.Sim5.2.2. São tomadas medidas para promover a integração dos estudantes na comunidade académica.Sim5.2.3. Existe aconselhamento dos estudantes sobre a possibilidade de financiamento e de emprego.Sim5.2.4. Os resultados de inquéritos de satisfação dos estudantes são usados para melhorar o processode ensino/aprendizagem.Sim5.2.5. A instituição cria condições para promover a mobilidade dos estudantes.Sim5.2.6. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.A instituição tem um conjunto de estruturas de apoio pedagógico, social e financeiro aos alunos, dasua integração na escola, e da promoção da sua mobilidade. Os alunos podem ainda ser apoiados porantigos alunos. As avaliações feitas pelos alunos são depois usadas para melhorar as respectivasUCs.5.2.7. Pontos Fortes.O número e diversidade de estruturas de apoio aos alunos denotam uma preocupação positiva peloseu bem-estar. O facto de os alunos poderem ser acompanhados por um ex-aluno contribui para asua integração na instituição. A ênfase na mobilidade e intercâmbio (Erasmus) são tambémcaracterísticas positivas da instituição.

5.2.8. Recomendações de melhoria.Os inquéritos preenchidos pelos alunos sobre uma UC têm um papel muito importante na avaliaçãodessa UC. Sugerimos que se alarguem as fontes de informação sobre as UCs (resultados obtidos acurto, médio e longo prazo, horas de estudo dos alunos para a UC, preparação prévia dos alunos nasmatérias correspondentes, etc.) e a natureza das medidas a adoptar em caso de resultadosinsatisfatórios. O actual sistema de avaliação atribui papel excessivo aos inquéritos e responsabilizaquase que unilateralmente o docente por um resultado insatisfatório.

6. Processos6.1. Objectivos de Ensino, Estrutura Curricular e Plano de Estudos

6.1.1. Estão definidos os objectivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e competências) adesenvolver pelos estudantes e foram operacionalizados os objectivos permitindo a medição do graude cumprimento.Em parte6.1.2. A estrutura curricular corresponde aos princípios do Processo de Bolonha.

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAESim6.1.3. Existe um sistema de revisão curricular periódica que assegura a actualização científica e demétodos de trabalho.Sim6.1.4. O plano de estudos garante a integração dos estudantes na investigação científica.Em parte6.1.5. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.

Os objectivos de ensino diferenciam os alunos com formação anterior (licenciatura) em Psicologia eos alunos sem essa formação. No entanto, por um lado os objectivos definidos para os primeiros sãopouco diferenciados. É difícil aplicar os conhecimentos e exercitar as competências para odiagnóstica e a intervenção em Psicologia tendo apenas uma UC de aplicação no 1º ano do mestrado.Por outro lado, esta diferenciação entre os dois grupos de alunos não elimina as dificuldadesdecorrentes do facto do mestrado a) se apresentar com um nome que claramente sugere formaçãonuma área específica da psicologia, b) aceitar alunos com trajectórias substancialmente diferentes ec) ser em horário pós laboral. As consequências destes pontos são analisadas com mais detalhe nospontos seguintes.

6.1.6. Pontos Fortes.

Formar profissionais já no activo através do ensino em horário pós-laboral.

6.1.7. Recomendações de melhoria.

A amplitude de objectivos é tal que, se fossem alcançados, o mesmo grau reflectiria competênciasmarcadamente distintas – como alguns alunos têm estágio, mas outros não, uns aprenderiam aplanear, intervir e a avaliar uma intervenção, enquanto os outros, tendo só um trabalho de projecto,aprenderiam apenas a planear uma intervenção; outros ainda só fazem investigação. Competênciasmarcadamente diferentes não deveriam estar contidas na mesma designação. Fazer opção entre osdois percursos (entre Opção A e opção B) impõe-se.

A pronúncia não aborda este problema.

6.2. Organização das Unidades Curriculares

6.2.1. São definidos os objectivos da aprendizagem (conhecimentos, aptidões e competências) que osestudantes deverão desenvolver em cada unidade curricular.Em parte6.2.2. Existe coerência entre os conteúdos programáticos e os objectivos de cada unidade curricular.Em parte6.2.3. Existe coerência entre as metodologias de ensino e os objectivos de cada unidade curricular.Em parte6.2.4. Existem mecanismos para assegurar a coordenação entre as unidades curriculares e os seusconteúdos.Sim6.2.5. Os objectivos de cada unidade curricular são divulgados entre os docentes e os estudantes.Sim6.2.6. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.

As acentuadas diferenças na formação prévia dos alunos tem como consequência o facto de várias

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAEUCs serem de nível demasiado elementar para os alunos com formação prévia em psicologia e,provavelmente, demasiado avançado para alunos sem essa formação. As UCs de métodos eestatística são exemplos. Se aliarmos a este aspecto um outro facto, o reduzido número de horas decontacto (18) da maioria das UCs, incluindo aquelas sobre as quais o aluno não tem qualquerformação prévia, concluímos que a estrutura curricular nem sempre atinge os seus objectivos deformação avançada na Psicologia das Emoções.A maioria das UCs são de cariz geral e informativo. Só há 1 UC, aliás optativa, que forma para aintervenção em Psicologia das Emoções o que é manifestamente insuficiente.(Continua § 9.3 )

6.2.7. Pontos Fortes.

Nada a mencionar.6.2.8. Recomendações de melhoria.

É necessário repensar os alvos do ciclo de estudo e as competências que efectivamente se queremensinar bem como as estratégias para alcançar tais propósitos. Com efeito, o conjunto das UCs doCE não permite nem uma formação avançada, suficientemente aprofundada, para um 2º ciclo deformação, nem uma formação para a intervenção psicológica neste campo. Dada a amplitude deobjectivos, não assegura as bases necessárias nem para a investigação, nem para a práticaprofissional. Diferimos para a Secção 5 uma análise mais detalhada das várias recomendações. Fazeropção entre os dois percursos (entre Opção A e opção B) impõe-se.

A pronúncia não aborda este problema.

6.3. Metodologias de Ensino/Aprendizagem

6.3.1. As metodologias de ensino e as didácticas estão adaptadas aos objectivos de aprendizagemdas unidades curriculares.Não6.3.2. A carga média de trabalho necessária aos estudantes corresponde ao estimado em ECTS.Em parte6.3.3. A avaliação da aprendizagem dos estudantes é feita em função dos objectivos da unidadecurricular.Sim6.3.4. As metodologias de ensino facilitam a participação dos estudantes em actividades científicas.Em parte6.3.5. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.

É referido no Guião que os alunos percepcionam as (reduzidas) horas de contacto como adequadasna maioria das UCs. No entanto, posteriormente os docentes referem que o número de horas é defacto reduzido. Com efeito não fica claro como é que certas matérias (bases neurobiológicas dasemoções) podem ser ensinadas em tão curto espaço de tempo a alunos que provêm de outrasformações (por ex., sociologia), sem nada terem aprendido sobre anatomia do sistema nervoso ousem nada terem aprendido sobre a psicologia das emoções. Por outro lado, é referida comfrequência a possibilidade dos alunos usarem os laboratórios, mas como o currículo não exige esseuso e o curso ocorre em horário pós-laboral, este potencial está por explorar. Os mesmoscomentários se aplicam aos estágios de investigação.Há fortes sobreposições temáticas entre as diferentes UCs de métodos, e provavelmente entre estase as UC de Dissertação e de Trabalho de Projecto.

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAE6.3.6. Pontos Fortes.

Os recursos para a investigação existem e, de facto, têm até crescido com o investimento noslaboratórios e seu equipamento. Mas este recurso está por explorar no ensino.A participação de alunos e docentes estrangeiros é um ponto forte do Mestrado apesar desta últimaser demasiado concentrada no tempo.

6.3.7. Recomendações de melhoria.

O uso de laboratórios deve ser mais central na formação dos alunos, sobretudo daqueles semformação prévia em ciência experimental. As horas de contacto são insuficientes nas UCs deconteúdo mais técnico e dependente de conhecimentos prévios. Mas estas recomendações devemser alinhadas com a reformulação de objectivos do ciclo de estudo e sua população alvo (escolherentre Opção A e Opção B, ver Secção 5).Além disso é necessário definir com clareza conteúdos cumulativos de nível de mestrado e coordenare articular as UC ligadas a metodologia e investigação.

A pronúncia aborda só algumas destas questões.

7. Resultados7.1. Resultados Académicos

7.1.1. O sucesso académico da população discente é efectivo e facilmente mensurável.Não7.1.2. O sucesso académico é semelhante para as diferentes áreas científicas e respectivas unidadescurriculares.Não7.1.3. Os resultados da monitorização do sucesso escolar são utilizados para a definição de acçõesde melhoria no mesmo.Em parte7.1.4. Não há evidência de dificuldades de empregabilidade dos graduados.Sim7.1.5. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.A eficiência do ciclo de estudos é baixa. O reduzido número de diplomados nos últimos 3 anosexprime as dificuldades mencionadas em cima.

7.1.6. Pontos Fortes.A instituição tem consciência do problema já que o refere na sua análise SWOT. É um ponto forteainda o conjunto de órgãos que monitoriza e avalia o sucesso escolar. Esses órgãos podem ajudar acompreender melhor as causas do número reduzido de diplomados.

7.1.7. Recomendações de melhoria.Repensar o significado de tão reduzido número de diplomados e as implicações deste facto para ospróprios objectivos do ciclo de estudos (população alvo, estrutura curricular, etc.).

A instituição afirma que os resultados estão a melhorar.

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7.2. Resultados da actividade científica, tecnológica e artística

7.2.1. Existem Centro(s) de Investigação reconhecido(s), na área científica do ciclo de estudos ondeos docentes desenvolvam a sua actividade.Sim7.2.2. Existem publicações científicas do corpo docente do ciclo de estudos em revistasinternacionais com revisão por pares, nos últimos 3 anos e na área do ciclo de estudos.Sim7.2.3. Existem outras publicações científicas relevantes do corpo docente do ciclo de estudos.Sim7.2.4. As actividades científicas, tecnológicas e artísticas têm uma valorização e impacto nodesenvolvimento económico.Sim7.2.5. As actividades científica, tecnológica e artística estão integradas em projectos e/ou parceriasnacionais e internacionais.Sim7.2.6. Os resultados da monitorização das actividades científica, tecnológica e artística são usadospara a sua melhoria.Sim7.2.7. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.Os docentes estão comprometidos com a investigação científica, mantêm um bom nível depublicações em revistas de referência, têm projectos financiados por várias entidades e pertencem acentros de investigação com boa avaliação.

7.2.8. Pontos Fortes.A avaliação de excelente do centro de investigação e intervenção social do ISCTE. O centro temgrande reputação na área da psicologia social e das organizações.

7.2.9. Recomendações de melhoria.Parece-nos que a qualidade da investigação está mais concentrada na psicologia social do que nasoutras áreas da psicologia, incluindo a psicologia das emoções. Recomenda-se assim que semantenha o esforço para melhorar a qualidade da investigação nas áreas mais novas da instituição.

Para além disso, a qualidade da investigação realizada pelos docentes, os laboratórios que ainstituição construiu e a própria aposta da instituição na qualidade do ensino, deixariam prever maise melhor formação dos alunos no que diz respeito à investigação, à abordagem experimental e àprática laboratorial. Em síntese há aqui um potencial por realizar.

Seria também benéfico aumentar a visibilidade do ciclo de estudos tentando recrutar também maisalunos estrangeiros e mais alunos portugueses com possibilidade de investirem mais tempo no ciclode estudos.

7.3. Outros Resultados

7.3.1. No âmbito do presente ciclo de estudos, existem actividades de desenvolvimento tecnológico eartístico, prestação de serviços à comunidade ou formação avançada.Em parte

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAE7.3.2. O ciclo de estudos contribui para o desenvolvimento nacional, regional e local, a culturacientífica e a acção cultural, desportiva e artística.Sim7.3.3. O conteúdo das informações sobre a instituição, o ciclo de estudos e o ensino ministrado sãorealistas.Em parte7.3.4. Existe um nível significativo de internacionalização do ciclo de estudos.Sim7.3.5. Evidências que fundamentem a classificação de cumprimento assinalada.O ciclo de estudos contribui para a formação de alunos numa área popular da psicologia e comrelevância social. Sendo estes alunos maioritariamente trabalhadores, o ciclo de estudos contribuiainda para melhorar a formação científica dos trabalhadores.Contudo, o CE não forma psicólogos para o exercício da actividade profissional.

7.3.6. Pontos Fortes.Contribuição do CE para a formação de adultos7.3.7. Recomendações de melhoria.Aumentar a visibilidade do ciclo de estudos tentando difundir mais as suas potencialidades junto dealunos estrangeiros e de alunos portugueses com possibilidade de investirem mais tempo no ciclo deestudos.

8. Observações8.1. Observações:

O MPE tem um corpo docente qualificado, com praticamente 100 por cento dos docentes doutorados.A maioria pertence a centros de investigação, candidata-se a projectos, e publica com regularidade.As avaliações dos alunos são geralmente positivas. O MPE está dotado de bons recursos materiais,incluindo laboratórios com apoio técnico, e uma biblioteca com acesso a bases de dados. Ainstituição tem um conjunto de órgãos dedicados à monitorização do ensino e da sua qualidade. Osfuncionários não docentes, apesar do seu número reduzido, são de elevada qualidade e eficiênciaprofissional.

No entanto, o MPE tem alguns problemas. O mais delicado provém da dificuldade em conciliarobjectivos de investigação e de formação profissional tendo em consideração a enorme diferença naformação dos alunos admitidos no MPE. Por um lado, o programa oferece aos alunos sem formaçãoem Psicologia uma oportunidade para aprenderem a intervir em ambientes variados (família, escola,organização), mas de facto esses alunos não intervêm. Por outro lado, para os alunos com formaçãoem Psicologia, há possibilidade de escolha entre a dissertação e o trabalho de projecto. A estepropósito, a UC de Trabalho de Projecto é reveladora. Segundo o Guião, os alunos aprendem aformular projectos de intervenção identificando um problema, revendo a literatura, gerandoargumentos e discutindo-os, mas, criticamente, não intervindo. Como a UC não é seguida de outrasnas quais a intervenção ocorre de facto, não se compreende o propósito da UC ou mesmo osobjectivos do próprio mestrado para estes alunos. O programa oferece também aos alunos comformação em Psicologia um estágio, mas não os prepara curricularmente para a intervenção, nemdefine com clareza o tipo de competências que estes alunos devem aprender na sua busca decertificação profissional. O ciclo de estudos confere assim o mesmo grau a dois percursosfortemente diferenciados e nenhum deles satisfatório.

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAEA heterogeneidade da formação dos alunos tem também consequências nos níveis de certas UCs.Vejamos o programa de Bases Biológicas das Emoções (1º ano, 1º semestre): Considerando que sãoadmitidos alunos sem formação prévia em Biologia ou Psicologia; considerando que a matéria édensa (referido explicitamente no programa da UC); e c) considerando que há apenas 18 horas decontacto, não cremos ser possível ensinar com um mínimo de profundidade mecanismos da evolução,taxonomias, evolução do sistema nervoso, neurotransmissores, estruturas cerebrais, e desequilíbriosde neuromoduladores entre outras matérias. O programa de Psicofisiologia levanta problemassemelhantes já que a matéria é nova para muitos alunos e o seu ensino é fortemente concentrado notempo. Estes problemas não são abordados na pronúncia.

Ora, conceber a organização do CE, tendo previamente efectuado uma opção clara para um de doispercursos alternativos possíveis (Opção A e opção B), parece indispensável para melhorar aqualidade da formação.

8.2. Observações (PDF, máx. 100kB):<sem resposta>

9. Comentários às propostas de acções de melhoria9.1. Objectivos gerais do ciclo de estudos:Não são referidas propostas de alteração dos objectivos apesar das duas vias de formação (ver Ponto8) reflectir alguma falta de clareza nos objectivos do actual ciclo de estudos.

9.2. Alterações à estrutura curricular:As alterações propostas, designadamente o aumento das horas de contacto de 18 para 25 e aclarificação dos dois percurso possíveis, uma para alunos com formação prévia em Psicologia e outrapara os restantes alunos, são positivas mas insuficientes. Quanto ao aumento das horas de contacto,as 25 horas agora propostas ainda nos parecem poucas quando consideramos a natureza de algumasUCs e a preparação de alguns alunos para as frequentarem. Recomendamos que as horas decontacto se possam diferenciar, sendo substancialmente maiores nas áreas de neurociência etécnicas quantitativas. Sobre os dois percursos a partir do segundo ano (10.1.1 do Guião), elesremovem algumas ambiguidades na formação anterior, mas, como explicamos no ponto 10 em baixo,deixam algumas outras. São os próprios objectivos do MPE que estão em causa.9.3. Alterações ao plano de estudos:Apesar de nada ser dito directamente sobre a formação metodológica e quantitativa dos alunos,excepto uma referência geral à sua preparação deficiente para a investigação científica , cremos queo plano de estudos neste subdomínio deve ser repensado.

Primeiro, a UC de Métodos de Investigação em Emoções (1º ano, 2º semestre) é de tal modogenérica que corresponde de facto a uma UC do 1º ano da licenciatura em Psicologia. Ora sendouma UC obrigatória, ela será de nível muito distinto para alunos com e sem formação científicaprévia.

Segundo, dada a ênfase na Investigação, é surpreendente o número reduzido de horas dedicado aoensino da estatística. Esta aparece apenas em UCs opcionais e se uma delas corresponde a uma UCdo 1º ano da licenciatura em Psicologia, ou seja parece-nos demasiado elementar, já a outra começacom a análise em componentes principais para alunos que provavelmente dominam mal o conceitode variância, ou seja parece-nos demasiado complexa.

Terceiro, surpreende que mais do que uma UC optativa, incluindo a UC de Métodos de Investigação

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAEem Psicologia II que se presumia mais avançada, tenha como conteúdo temático “conhecer asdiferentes etapas de um projecto de investigação”.

As nossas recomendações são apresentadas no Ponto 10.

9.4. Organização interna e mecanismos de garantia da qualidade:A proposta de aumentar as semanas com aulas é muito positiva já que nos parece que algumas UCsestavam de tal modo concentradas no tempo que a aprendizagem dos alunos poderia sercomprometida. A análise SWOT indicia ainda excesso de tarefas administrativas atribuídas aos docentes, aspecto aque a instituição deve atender. A este respeito, pareceu-nos com efeito que o forte empenho naavaliação da qualidade do ensino poderia levar a um excesso de procedimentos de avaliaçãoconcentrados no docente, reduzindo assim o seu efeito.

9.5. Recursos materiais e parcerias:A instituição identifica claramente a necessidade e aumentar as parcerias e estabelecer protocoloscom diferentes instituições. Estas parcerias devem não só promover o intercâmbio de alunos, mastambém clarificar a finalidade do intercâmbio e a natureza da formação que se espera que o alunoobtenha.9.6. Pessoal docente e não docente:É de realçar que o CE esta mais orientado para a investigação do que para a intervenção. É fonte depreocupação o facto do ciclo de estudo se basear fortemente no trabalho de dois docentes, sendoque um deles, o coordenador, já não está na instituição a tempo integral.

9.7. Estudantes e ambientes de ensino/aprendizagem:Para além do aumento do número de horas de contacto, é também importante distribuir melhor asaulas ao longo da semana e ao longo do semestre para evitar fortíssimas concentrações em UCs deconteúdo menos familiar ou mais técnico e complexo.

A proposta de aumentar o tempo dos docentes para as tutorias, sugerida porque "muitos estudantesnão estão familiarizados com o método científico e a investigação em psicologia", é positiva, masinsuficiente. A mudança curricular deve investir mais nas UCs, dar mais peso à formação científica,aproveitar melhor os recursos materiais da instituição, nomeadamente os laboratórios, e dar maiorprofundidade à formação metodológica/quantitativa por treino directo e não apenas formal (fazendoexperimentos e não apenas falando deles).

9.8. Processos:A sugestão de aumentar os protocolos Erasmus é positiva, mas compreende-se mal o seu efeitoquando a maioria dos alunos do MPE já trabalha.

9.9. Resultados:É identificado claramente o problema do reduzido número de teses de mestrado completadas. Noentanto, não se analisam as causas do fenómeno ou o que ele significa e por isso não se avançampropostas específicas para o resolver. Cremos que mais atenção deverá ser dada às motivações dos

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAEalunos admitidos e o modo como o ciclo de estudos se integra na sua carreira, dando oportunidadedos alunos se cingirem a um curso avançado de pós graduação (1º ano) em vez de prosseguirem ummestrado académico.

10. Conclusões10.1. Recomendação final.O ciclo de estudos deve ser acreditado condicionalmente10.2. Fundamentação da recomendação:Até à reforma de Bolonha, o ISCTE distinguia-se pela sua reputação na área da Psicologia Social edas Organizações. Com a reforma, o ISCTE alargou a sua oferta educativa e procurou afirmar-se emnovas áreas. É neste contexto que surge o Mestrado em Psicologia das Emoções (MPE), ummestrado temático novo oferecido por uma instituição experiente e de reconhecida qualidade noensino da Psicologia Social e das Organizações em Portugal.O MPE enfrenta algumas dificuldades, algumas já identificadas e em vias de resolução (SWOT),outras ainda não identificadas e mais difíceis de resolver. Sobre as primeiras, a instituição propôs asseguintes medidas: aumento das horas de contacto; aumento das tutorias, reduzindo para esse fimalgumas carga administrativa dos docentes; aumento do número de semanas de aulas para evitarconcentrações excessivas; aumento dos intercâmbios, incluindo bolsas de Erasmus; necessidade dese definirem parcerias e se assinarem os respectivos protocolos de colaboração; necessidade deestabelecer metas a curto e médio prazo para ajudar os alunos a concluírem as suas dissertações (astutorias são também aqui importantes).Sobre as segundas, o problema mais sério provém da dificuldade (1) de incluir numa mesmaformação candidatos com formação inicial bastante diferentes e (2) em conciliar investigação eformação profissional. Recomendamos assim mais clareza nos objectivos e no plano de estudos (PE)do MPE, distinguindo os percursos de investigação dos percursos que buscam a certificaçãoprofissional, e diferenciando efectivamente os percursos com e sem uma licenciatura prévia emPsicologia.Há certamente várias formas de operacionalizar estas metas e por isso sublinhamos queconsideramos fundamental que, no prazo de um ano (para a próxima edição deste Mestrado), ainstituição faça opções entre formar psicólogos (Opção A) ou formar outros profissionais (Opção B) eintroduza as alterações ao PE que lhes são associadas. Assim:1. Se optar por formar estudantes de Psicologia que buscam a certificação profissional(Opção A), operfil profissional de saída deve ser claro, as competências a adquirir devem ser descritas de formaprecisa, e o plano de estudo deve incluir um número suficiente de UC para assegurar uma sólidaformação para o diagnóstico e a intervenção em Psicologia das Emoções. Ou seja, para estes alunos,o MPE deve proporcionar formação mais directamente ligada à intervenção. Esta opção não écompatível com o corpo docente actual cuja formação e experiência profissional não se situam naárea do ciclo de estudo. Uma maior adequação dos docentes à especificidade deste ciclo de estudosserá necessária neste caso.2. Se optar pela formação de alunos sem formação prévia em Psicologia (Opção B) e por isso semestágio e sem exigência da preparação correspondente, é importante que o ciclo de estudo nãotenha a mesma designação e não seja apresentado da mesma forma que o CE para os alunos comformação em Psicologia.É ainda importante não incluir nas optativas UC com objectivo de formaçãopara intervenção psicológica. Mais ainda, sendo o perfil de formação virado para investigação, serianecessário aumentar a formação metodológica e quantitativa. 3. Qualquer que seja a opção da instituição, Opção A ou Opção B, é ainda necessário que o nº dehoras de contacto seja aumentado para além das 25 horas já propostas, pelo menos nas UC onde aformação anterior dos alunos é mais reduzida ou deficitária ou onde o treino prático é maisnecessário.Além disto, seria ainda recomendável:

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ACEF/1112/23027 — Relatório final da CAE- a eliminação das fortes sobreposições temáticas entre as UCs de métodos e melhor coordenaçãodestas com as UC de Dissertação e Trabalho de Projecto, definindo com clareza conteúdoscumulativos de nível de mestrado; - que o MPE faça repercutir mais no ensino e formação dos estudantes trabalhadores os recursoslaboratoriais de que dispõe. Com efeito, a aposta e o investimento da instituição em infra estruturas(ex. laboratórios) e na qualidade do seu corpo docente, indiciam um potencial ainda por realizar.

O CAE congratula-se com o facto de parte das recomendações já estarem a ser implementadas (usode laboratórios, estágios, parcerias). Contudo a decisão fundamental da instituição para formarpsicólogos (Opção A) ou para formar outros profissionais (Opção B), bem como outras decisões,também complexas e demoradas, não foram referidas ou estão a ser objecto de reflexão. A CAEmantém assim a sua decisão e as recomendações anteriores.

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