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1ª PROMOT0RIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE MARINGÁ PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - Av. Herval, 171 - sobreloja - Centro - Maringá - PR - CEP: 87.013-230 - fone/fax: (0xx44) 3226-0484 ____________________________________________________________________ __________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N° 110 ___________________ pág. 1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE MARINGÁ. O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ , por seus promotores de justiça signatários, no uso de suas atribuições junto à PROMOTORIA ESPECIAL DE DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO DA COMARCA DE MARINGÁ, com fulcro no artigo 129, inciso III, da Constituição Federal, 25, inciso IV, letras "a" e "b", da Lei 8.625/93, e artigos 1º e 5º, da Lei 7.347/85, e 17, da Lei 8.429/92, respeitosamente, vêm propor a AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE RESSARCIMENTO POR DANOS AO ERÁRIO E DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA contra: 1. ANÍSIO MOSTESCHIO JUNIOR , brasileiro, casado, ex-serventuário da Justiça Estadual, residente e domiciliado na cidade de Paiçandu, na Avenida Ivaí, nº 1090, fone 44-32441513 e 44-9972-6460), e devidamente inscrito no CPF/MF sob nº 515.643.359-68;

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1ª PROMOT0RIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE MARINGÁ PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - Av. Herval, 171 - sobreloja - Centro - Maringá - PR - CEP: 87.013-230 - fone/fax: (0xx44) 3226-0484 ____________________________________________________________________

__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 1

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ _ VARA

CÍVEL DA COMARCA DE MARINGÁ.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ ,

por seus promotores de justiça signatários, no uso de suas atribuições junto à

PROMOTORIA ESPECIAL DE DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO DA COMARCA DE

MARINGÁ, com fulcro no artigo 129, inciso III, da Constituição Federal, 25, inciso

IV, letras "a" e "b", da Lei 8.625/93, e artigos 1º e 5º, da Lei 7.347/85, e 17, da

Lei 8.429/92, respeitosamente, vêm propor a

AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE RESSARCIMENTO POR DANOS AO ERÁRIO E DE RESPONSABILIDADE POR

ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA contra:

1. ANÍSIO MOSTESCHIO JUNIOR , brasileiro, casado,

ex-serventuário da Justiça Estadual, residente e domiciliado na cidade de

Paiçandu, na Avenida Ivaí, nº 1090, fone 44-32441513 e 44-9972-6460), e

devidamente inscrito no CPF/MF sob nº 515.643.359-68;

1ª PROMOT0RIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE MARINGÁ PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - Av. Herval, 171 - sobreloja - Centro - Maringá - PR - CEP: 87.013-230 - fone/fax: (0xx44) 3226-0484 ____________________________________________________________________

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2. ANÍSIO MONTESCHIO, brasileiro, casado, notário da

Justiça Estadual, residente e domiciliado na cidade de Paiçandu, na Avenida

Ivaí, nº 1090, fone 44- 3244-1513 e devidamente inscrito no CPF/MF sob nº

107.557.649-00, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

________________1. DOS FATOS E ANTECEDENTES:

O autor, em data de 14 de março do ano de 2005,

instaurou Inquérito Civil Público (autos n° 03/2005 ), visando apurar eventuais

irregularidades no recolhimento do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis

(ITBI) do Município de Paiçandu, em face do teor do ofício nº 095, datado de

14 de março de 2005, firmado por Moacyr José de Oliveira, Prefeito Municipal

da cidade de Paiçandu (fls. 06).

Com efeito, referido ofício, noticia que o Município de

Paiçandu possui somente uma máquina autenticadora para recebimento de

todos os tributos municipais (cf. fls.06 e 646), a qual emite dígitos com

espaçamento e em seu final uma sigla “RC001”. Entretanto, alega que em

diligência junto à Secretaria Municipal da Fazenda, identificou inúmeras guias

de Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), onde as autenticações

não tem espaçamento e são finalizadas com uma sigla “DCM 001”.

Para comprovar essa assertiva, apresentou as guias de

ITBIs em nome dos contribuintes Pedro Gomes da Silva, Pedro Buzo, Odete

de Almeida Oliveira, João Batista de Oliveira, Vanderley Paulo de Almeida,

Claudiomiro Oler, José Domingos da Silva, Maria Madalena Camilo Carreno,

Isaias Bispo dos Santos, José Silvério de Carvalho, Maria da Penha da

Conceição, Antônio Jacinto de Oliveira, Valdice Alves da Silva, Fabiano

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Ferreira de Lima, Edson Eujácio da Silva, Nilton Xavier dos Santos, Eliza

Campanholi e dezenas de Outros, os quais haviam adquiridos imóveis através

de escrituras públicas lavradas no Tabelionato Monteschio, localizados na

cidade de Paiçandu, sendo certo que os valores nelas expressadas não foram

recolhidas ao erário e de conseqüência haviam indícios de crime contra

patrimônio público (ver docs. de fls. 07/118).

O autor, dentre as inúmeras diligências, oficiou o Cartório

de Registro de Imóveis desta Comarca (1º Ofício), para que remetesse cópia

de todas as escrituras públicas registradas no referido Ofício, bem como

fossem acompanhadas das respectivas guias de ITBIs, lavradas pelo

Tabelionato Anísio Monteschio, desde o ano de 1990, no que foi prontamente

atendido e resultando nos documentos dos autos anexos (anexo 01 ao anexo

47) do incluso procedimento investigatório civil (fls. 02/8374).

Esses documentos, sendo submetidos à auditoria do

Ministério Público, apurou-se que 2.119 (duas mil e cento e dezenove) guias

de ITBIs, emitidas pelo Município de Paiçandu, haviam sido falsamente

autenticadas, no período de 1997 a 2005, ou seja, em todas elas continham

inserções de autenticações sem espaçamento e finalizadas com a sigla “DCM

001”.

Confira o quadro abaixo:

ANO QUANTIDADE VALOR

HISTÓRICO

VALOR

ATUALIZADO

1997 01 40,00 121,50

1998 01 40,00 111,68

1999 23 2.014,75 4.698,45

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2000 207 18.609,73 39.968,45

2001 465 58.603,85 111.520,46

2002 624 103.425,51 166.495,87

2003 336 62.512,22 80.075,71

2004 429 99.721,54 112.827,56

2005 14 3.693,00 3.871,27

ILEGÍVEL 19 2.444,00 4.936,12

TOTAL 2.164 351.185,00 524.629,41

O autor, para comprovar a irregularidade acima,

encaminhou exemplares das guias de ITBIs aos peritos da Polícia Científica

desta cidade (Hélio Marineli Franco e Piermarini Justus), os quais confirmaram

que elas não procediam da única máquina existente no Município de Paiçandu.

Portanto, confirmando que tratavam de autenticações falsas.

Eis os termos da referida conclusão:

“...as autenticações questionadas, consoante descri to em

laudo, não advém da máquina autenticadora encontrad a na Secretaria

Municipal da Fazenda de Paiçandu, de acordo com a e xposição de

elementos divergentes levada a efeito no presente l audo.” (fls.

387/388)

Os peritos, diante dos estudos realizados, chegaram a

precisar a marca da máquina que estava realizando as falsas autenticações,

em face da similaridade dos caracteres encontrados:

“Comparações realizadas mediante padrão de

autenticação de microimpressora da marca “BEMATECH” ,

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encontrada em loja de assistência técnica da cidade de Maringá,

revelam a perfeita compatibilidade dos aspectos for mais com as

impressões questionadas, deduzindo-se daí que tais impressões

podem ser procedentes de equipamentos da referida m arca.” (fls. 388)

Na seqüência, o autor colheu declarações de Orlando

Campanholli, o qual alegou que acompanhou a venda de um imóvel realizada

por Santina Sivirkas de Souza aos seus filhos José Carlos Campanholi e

Outros, sendo que a escritura pública havia sido lavrada no Cartório

Monsteschio na cidade de Paiçandu. Confirmou que o titular do Cartório Anísio

Monteschio havia acertado o preço de R$ 1.120,00 (um mil cento e vinte reais),

incluindo os valores referentes ao ITBI de R$ 330.00 (trezentos e trinta reais).

Esses valores foram entregues ao titular do Cartório Anísio Monteschio, em

duas parcelas, sendo a primeira de R$ 520,00 (quinhentos e vinte reais) e a

segunda no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais).

“...que assim fazendo dirigiu-se a uma sala reserva da do

aludido Cartório e combinou o preço de R$ 1.120,00 (um mil cento e

vinte reais), sendo que naquele momento deveria pag ar a importância

de R$ 600,00 (seiscentos reais) e quando recebesse a escritura

devidamente registrada pagaria a importância de R$ 520,00

(quinhentos e vinte reais); que o Doutor Anísio Mon teschio inclusive

lhe deu um cartão no qual escreveu os valores que o declarante tinha

que pagar pelos serviços do Cartório, que ora exibe e deixa para

comprovar a sua assertiva; que o declarante pagou o s valores acima

conforme o combinado em moeda corrente do País; que essa

escritura lhe foi entregue aproximadamente quinta-f eira da semana

próxima passada (10.03.05) e nesta oportunidade tam bém foi paga a

importância final de R$ 520,00 (quinhentos e vinte reais); que pode

confirmar que o ITBI estava incluído nas importânci as acima

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mencionadas (...) que o declarante não sabe quem providenciou este

recolhimento; que acredita que esse valor do ITBI f oi recolhido por

funcionário do próprio Cartório de Anísio Montéschi o; que também

confirma que tanto o primeiro valor (R$ 600,00), co mo o segundo (R$

520,00) foram pagos diretamente a pessoa de Anísio Monteschio

(titular do Cartório) e também confirma que recebeu a escritura das

mãos do referido titular...” (fls. 119/120).

Como se vê, o Cartório Monteschio, através de seu titular,

responsabilizou-se em recolher o valor referente ao ITBI. Todavia, esse valor

não foi recolhido aos cofres do Município de Paiçandu, embora a guia de ITBI

nº 1784, datada de 14 de janeiro de 2005, tivesse sido apresentada pelo

Cartório Monsteschio como efetivamente paga e contendo autenticação

mecânica da sigla “PMP00335#28JAN05# 3330,00DCM 001”.

O autor também colheu declarações dos funcionários do

Cartório, em especial dos réus Anisío Monteschio Junior (escrevente do

Cartório) e de Anisio Monteschio (Notário titular do Cartório), os quais

confirmaram que efetivamente recebiam os valores de ITBIs das pessoas que

procuravam os serviços do Cartório para lavrarem escrituras públicas de venda

e compra de imóveis da cidade de Paiçandu. O primeiro réu (Anísio Junior),

inclusive confirmou que recolhia os valores de ITBIs, entregando-os ao

funcionário da Prefeitura Municipal de Paiçandu Ronaldo de Oliveira,

atualmente Secretário da Fazenda do referido Município:

“...que certa feita o declarante procurou Ronaldo d e

Oliveira para lhe pedir se haveria possibilidade de baixar a avaliação

de alguns imóveis em decorrência de escrituras públ icas que

estavam sendo lavradas no Cartório Monteschio; que então em

resposta Ronaldo de Oliveira lhe disse que haveria a tal possibilidade

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e ai pediu que as guias doravante fossem entregues a sua pessoa

inclusive com os valores a serem recolhidos; que a partir de então o

declarante quando necessita de recolher valores ref erentes as guias

de ITBI, sempre procura entregá-las em mãos ao Rona ldo de

Oliveira...”

Ainda confirmou que havia perguntado ao funcionário

Ronaldo de Oliveira se o mecanismo de entregar as guias de ITBIs não lhe

poderia trazer problemas, ao que lhe foi respondido que em razão do cargo

que ocupava não haveria qualquer desconfiança:

“...que certa feita o declarante perguntou a Ronald o se

esse mecanismo não poderia dar problema ao que resp ondeu

dizendo “EI OLHA COM QUEM VOCE ESTA MEXENDO”; que c omo tal

pessoa era o Secretário Municipal da Fazenda e ocup ava um cargo de

confiança na Prefeitura Municipal não via qualquer problema na

continuidade de lhe entregar as guias de ITBI...”

Ocorre que, o autor colheu as declarações do funcionário

Ronaldo de Oliveira, processou acareação entre sua pessoa e o réu Anísio

Junior, auditou todas as suas contas bancárias, não constatando qualquer

registro de desvio dos valores de ITBI para as suas contas bancárias.

Todavia, a auditoria do Ministério Público, verificando as

contas bancárias do réu Anísio Monteschio Junior, encontrou depósitos de

valores idênticos aos valores das ITBIs repassados ao Cartório Monteschio.

Confira relatório apresentado (fls.430/435):

“Em análise dos extratos bancários constantes nos a utos

e em confrontação dos valores das guias de recolhim entos de ITBI,

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constatou-se que, em alguns casos existiam depósito s em valores

idênticos ao de algumas guias de recolhimento, que pela proximidade

das datas, pode configurar que tais valores não for am recolhidos aos

cofres da municipalidade. São os seguintes os valor es de depósitos

compatíveis com os valores das guias de ITBIs:

a. Depósito realizado na conta corrente n º 36.075-9,

Banco do Brasil, de titularidade do Sr. Anísio Mons techio Junior, no

valor de R$ 200,00, na data de 04/01/2000 (folha 8378), compatível

com a guia de recolhimento nº 689/99, com autentica ção datada de

30/12/2000 (folha 243-Anexo 02).

b. Depósito realizado na conta corrente n º 36.075-9,

Banco do Brasil, de titularidade do Sr. Anísio Mons techio Junior, no

valor de R$ 780,00,00, na data de 16/02/2000 (folha 8379), compatível

com a guia de recolhimento nº 032/2000, com autenti cação datada de

10/02/2000 (folha 367-Anexo 02).

c. Depósito realizado na conta corrente n º 36.075-9,

Banco do Brasil, de titularidade do Sr. Anísio Mons techio Junior, no

valor de R$ 100,00, na data de 18/07/2000 (folha 8385), compatível

com a guia de recolhimento n º 367/2000, com autent icação datada de

11/07/2000 (folha 1027-Anexo 06).

d. Depósito realizado na conta corrente n º 36.075-9,

Banco do Brasil, de titularidade do Sr. Anísio Mons techio Junior, no

valor de R$ 130,00, na data de 28/05/2002 (folha 8411), compatível

com a guia de recolhimento nº 209/2002, com autenti cação datada de

20/5/2002 (folha 3727-Anexo 19).

e. Depósito realizado na conta corrente n º 36.075-9,

Banco do Brasil, de titularidade do Sr. Anísio Mons techio Junior, no

valor de R$ 500,00, na data de 23/07/2002 (folha 8413), compatível

com a guia de recolhimento nº 346/2002, com autenti cação datada de

10/07/2002 (folha 3983-Anexo 20)

f. Depósito realizado na conta corrente n º 36.075-9,

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Banco do Brasil, de titularidade do Sr. Anísio Mons techio Junior, no

valor de R$ 600,00, na data de 12/02/2004 (folha 8432), compatível

com a guia de recolhimento nº 881/2004, com autenti cação datada de

02/02/2004 (folha 6826-Anexo 35)

g. Depósito realizado na conta corrente n. 10.888-8 , Banco

do Estado do Paraná, de titularidade do Sr. Anísio Monteschio Junior,

no valor de R$ 1.000,00, na data de 10.05.2000 (fls . 8902), compatível

com o somatório das seguintes guias de recolhimento :

Nº Guia de ITBI Valor Data Folha Anexo

82/2000 80,00 02/05/2000 465 03 90/2000 60,00 02/05/2000 481 03 111/2000 60,00 02/05/2000 519 03 178/2000 20,00 02/05/2000 640 04 198/2000 80,00 02/05/2000 674 04 211/2000 300,00 02/05/2000 690 04 204/2000 80,00 02/05/2000 690 04 217/2000 40,00 02/05/2000 706 04 221/2000 280,00 02/05/2000 716 04 TOTAL 1.000,00

O réu Anísio Monteschio (Notário Titular do Cartório)

confirma que na maioria das vezes as guias de ITBIs eram recolhidas no

Município de Paiçandu, através de seu filho Anísio Monteschio Junior:

“...que pode dizer que na maioria das vezes essas g uias de

ITBIs eram viabilizadas pelo seu filho Anísio Monte chio Junior, que

se dirigia à Prefeitura Municipal de Paiçandu para processar os

recolhimentos dos valores; que os clientes do Cartó rio deixavam os

valores correspondentes a essas guias e assim eram viabilizados os

recolhimentos dos ITBI...” (fls. 238/239).

O funcionário que prestou trinta cinco anos no Cartório

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Monteschio - Armando Aparecido Gandolfi -, confirmou perante o Ministério

Público e ao Juízo da Vara de Registros Públicos desta Comarca, que as

falsas autenticações de ITBIs eram objeto de comentários entres os demais

funcionários do Cartório:

“...Certa vez, Marcos Antônio comentou que gostaria de

comunicar ao titular do cartório, Sr. Anísio, sobre o que vinha

acontecendo, mas tinha receio de fazê-lo e de que e sse senhor

“tivesse algum mal súbito”... ” (fls.425/427)

Mais adiante confirma que:

“...quando foi intimado pelo Ministério Público a

novamente ser inquirido, por volta do dia 30 de mai o último, recebeu

um telefonema de Anisinho, oferecendo-lhe um advoga do para

acompanhá-lo; que Anisio filho sugeriu que o depoen te “precisaria de

um advogado para defendê-lo; não aceitou a oferta, porque se vê na

condição de testemunha; além disso, Anisinho disse ao depoente que

depois de ser ouvido, deveria procurá-lo e relatar- lhe o que havia

dito...” (fls. 651/652 e versos).

Como se constata, restou confirmado que o réu Anisio

Monteschio Junior, a pedido de seu genitor e titular do Cartório Anísio

Monteschio, saía do referido Cartório com a incumbência de recolher os

valores de ITBIs na Prefeitura Municipal e regressava com as guias

devidamente autenticadas, sempre constando as siglas mecânicas “PMP + n°

de registro do ato + sigla “#“ + valor (sem sifrão) + dia + mês + ano da

operação abreviado + sigla “#” + valor recolhido + a sigla DCM + 001 ”, não

conferindo com os padrões da única maquina registradora do Município de

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Paiçandu e também não se confirmando até então a versão da participação do

funcionário Ronaldo de Oliveira acima mencionado.

Esse mecanismo, no período de 1997 até 2005, importou

em conhecer um dano ao patrimônio público de R$ 524.629,41 (quinhentos e

vinte quatro mil, seiscentos vinte nove reais e quarenta um centavos),

devidamente corrigida até agosto deste ano, consoante se vê pela planilha nº

12, elaborado pela referida auditoria do Ministério Público (fls. 1.008/1062).

Pasme, Excelência, a referida auditoria confirmou a

existência de várias guias de ITBI com mesmo número de autenticação, na

mesma data e com contribuintes diferentes. Ora, como se sabe, as máquinas

autenticadoras, possuem uma seqüência cronológica de numeração!

Confira o relatório nesse sentido:

“...Elaborou-se o levantamento de todas as guias de ITBI,

acostadas nos Autos de Inquérito Civil nº 003/2005, através da

realização de planilhas contendo: Nome do contribui nte, nº da guia

de ITBI, data de sua emissão, data de sua autentica ção, número da

autenticação, sigla constante no final da autentica ção e símbolo

inserido na autenticação (#/$) (Planilha 01) , resultando nas seguintes

observações;

1.Foram constadas várias guias de ITBI com o mesmo

número de autenticação, na mesma data e com contrib uintes

diferentes, podendo configurar que estas tenham sid o feitas de forma

irregular, visto que a máquina registradora possui uma seqüência

lógica de autenticação, não sendo possível ter mais que uma

autenticação no mesmo dia com ao mesmo número. Esta s guias de

ITBI estão relacionadas na Planilha 02 , anexa a este relatório” (fls.

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431).

A auditoria também detectou autenticações de guias de

ITBIs efetivadas nos dias de sábado e domingo. Vejamos:

“02) Em análise dos documentos (ITBIs) enviados

pela Prefeitura Municipal de Paiçandu, através do o fício nº 03/2005 e

também daquelas já constantes nos Autos de Inquérit o Público nº

03/2005, constatou-se vários documentos de arrecada ção com data

de autenticação (recolhimento) em finais de semana (SABADO ou

DOMINGO).Causa estranheza tal procedimento, visto q ue a Prefeitura

de Paiçandu não tem expedientes nos referidos dias, podendo

configurar que os recursos referentes a tais guias não foram

recolhidos aos cofres da municipalidade. Os documen tos de

arrecadação de ITBIs com data de recolhimento em fi nais de semana

constante Autos nº 03/2005, encontram-se relacionad os no planilha

11 anexa a esse relatório.” (fls. 994 do ICP)

Assim, não restam as menores dúvidas de que o réu

Anísio Monteschio Junior, no período acima mencionado, utilizou-se de

expedientes escusos para o não recolhimento dos valores das guias de ITBIs

ao Município de Paiçandu.

Portanto, tem responsabilidade civil e criminal e via de

conseqüência cometeu de ato de improbidade administrativa, na medida em

que se tem a comprovação de enriquecimento ilícito, danos ao patrimônio

público e violação dos princípios da Administração Pública, tudo em face da

sua qualidade, à época, de vereador do Município de Paiçandu e de

funcionário público do foro extrajudicial, esta última consoante se vê pela

portaria 67/91, de 09.08.91 e 110/03, de 09.10.2003 (escrevente do Cartório).

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__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 13

O ato de improbidade administrativa, pelo enriquecimento

ilícito é caracterizado pelo registro de valores em suas contas bancárias

conforme acima mencionado, eis que auferidos indevidamente em razão da

sua condição de funcionário público, sabendo que eram para pagamento de

ITBIs junto ao Município de Paiçandu, notadamente porque se tratavam de

valores desproporcionais a sua evolução patrimonial e renda e, finalmente por

restar comprovado a incorporação ao seu patrimônio de valores do acervo

patrimonial da referida municipalidade (art. 9º “caput” e incisos VII e XI, da Lei

Federal n. 8.429/92).

A conduta do réu Anisío Monteschio Junior, também

caracteriza ato de improbidade administrativa, na medida em que em não

recolhendo os valores a título de ITBI, ao Município de Paiçandu, por força das

escrituras públicas, lavradas no Cartório Monteschio, no período acima

mencionado, identificadas pela auditoria (fls. 530/594), causou lesão ao erário

público, na ordem de R$ 524.629,41 (quinhentos e vinte quatro mil, seiscentos

vinte nove reais e quarenta um centavos), devidamente corrigida até julho de

2005, notadamente pela sua ação negligente na arrecadação do referido

tributo ao Município, consoante se vê pelas disposições do art. 10, “caput” e

inciso X, da Lei Federal n. 8.42/92;

Finalmente, o réu Anísio Monteschio Junior, cometeu ato

de improbidade administrativa, na razão de que na condição de funcionário

público conforme acima mencionado, violou os deveres de legalidade,

honestidade, moralidade, e lealdade as instituições Estado do Paraná e

Município de Paiçandu, tanto pela sua condição de ser servidor público

estadual (escrevente da justiça estadual) e de servidor público municipal

(vereador).

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__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 14

Consigne-se, ademais, a gravidade dos fatos, quando se

tem a confirmação, que Anísio Monteschio Junior, no período legislativo de

1997/2000 e 2001/2004, era vereador do Município de Paiçandu, tinha por

dever fiscalizar todos os atos da Administração Pública Municipal; primar pelo

respeito a legalidade, a moralidade, a transparência e primar pelo respeito às

instituições municipais, preferiu ignorar essa condição destacada na referida

municipalidade, que diga-se de passagem, confiada pelo Povo da

municipalidade, para se valer de expedientes escusos junto a terceiras

pessoas até então não identificada (acordo ou vínculo) para se beneficiar e

beneficiar o Cartório Monteschio.

Essa assertiva está comprovada pela declaração do réu

Anísio Junior ao autor desta demanda:

“...que o declarante ao atender os seus clientes já

estimava o valor do ITBI a ser pago, contando com a possibilidade da

redução do valor venal desse imóvel, já que mantinh a esse acordo ou

vinculo com a pessoa de Ronaldo de Oliveira; que de alguma forma o

Cartório Monteschio aumentou seu faturamento; que o declarante

exerceu dois mandatos sucessivos de vereador munici pal na cidade

de Paiçandu, entre os anos de 1997/2004...” (fls.143/144).

Em contrapartida, o titular da serventia Anísio Monteschio

olvidou as cautelas necessárias no exercício da delegação estatal ao eleger

mau o seu preposto (culpa in iligendo) e não manter a necessária e constante

supervisão na rotina de recolhimentos dos valores devidos ao erário municipal

(culpa in vigilando), o que lhe era exigível, posto que, além de responsável

tributário (art. 134, VI, do CTN), com sua incúria, lesou os adquirentes que

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confiaram no seu Cartório e nos seus serviços ao lhe entregarem o dinheiro

necessário para a quitação do ITBI e que nunca foi recolhido na Secretaria

Municipal de Fazenda, como esperado.

Assim, outra alternativa não resta ao autor desta

demanda, senão a de ajuizar a presente Ação Civil Pública para satisfação dos

pedidos ao final formulados, já que se nos afigura um instrumento até mais

contundente que eventuais sanções de natureza criminal, seara onde fatos da

natureza abaixo noticiada, via de regra, impunes, até mesmo pela

superveniência de prescrição, ou, ainda que acarretando eventual condenação,

concedendo-se aos envolvidos os inúmeros benefícios da legislação

processual penal em vigor.

_______________2. DO DIREITO APLICADO À ESPÉCIE:

Inicialmente, o Ministério Público fundamenta o seu

direito, trazendo a colação as disposições do art. 236 da Constituição Federal,

as quais descrevem que os serviços notariais e de registro são exercidos em

caracter privado, por delegação do Poder Público, sendo que suas atividades e

responsabilidades civil e criminal, inclusive a dos prepostos, são disciplinadas

por lei ordinária, com fiscalização do Poder Judiciário dos respectivos atos.

Confira:

“Art. 236. Os serviços notariais e de registros são

exercidos em caráter privado, por delegação do Pode r Público.

§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a

responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro

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e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de s eus atos pelo Poder

Judiciário.”

Atendendo a esse comando, a Lei Federal n. 8935, de 18

de novembro de 1994, estabelece a competência exclusiva dos tabeliães para

lavrarem escrituras públicas, inclusive as gestões e diligências necessárias

para o preparo dos demais atos notariais:

Art. 7º Aos tabeliães de notas compete com exclusiv idade:

I - lavrar escrituras e procurações, públicas;

(...)

Parágrafo único. É facultado aos tabeliães de notas

realizar todas as gestões e diligências necessárias ou convenientes

ao preparo dos atos notariais, requerendo o que cou ber, sem ônus

maiores que os emolumentos devidos pelo ato.

Essa Lei também consigna que os tabeliães podem

contratar escreventes, dentre eles escolhendo os seus substitutos, com

remuneração livremente ajustada, sendo que somente poderão praticar os atos

que notário autorizar:

“Art. 20. Os notários e os oficiais de registro pod erão, para

o desempenho de suas funções, contratar escreventes , dentre eles

escolhendo os substitutos, e auxiliares como empreg ados, com

remuneração livremente ajustada e sob o regime da l egislação do

trabalho.

(...)

§ 3º Os escreventes poderão praticar somente os ato s que

o notário ou o oficial de registro autorizar.”

A aludida disposição prescreve que o gerenciamento

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administrativo da atividade notarial é responsabilidade exclusiva do respectivo

titular, inclusive no que diz respeito às normas e condições relativas à

atribuição e função dos prepostos de modo a obter a melhor qualidade na

prestação dos serviços:

“Art. 21. O gerenciamento administrativo e financei ro dos

serviços notariais e de registro é da responsabilid ade exclusiva do

respectivo titular, inclusive no que diz respeito à s despesas de

custeio, investimento e pessoal, cabendo-lhe estabe lecer normas,

condições e obrigações relativas à atribuição de fu nções e de

remuneração de seus prepostos de modo a obter a mel hor qualidade

na prestação dos serviços.

Como se vê, dentro dessa legalidade que o réu Anisio

Monteschio mantinha o seu filho e ora réu Anísio Monteschio Junior como

escrevente autorizado, o qual poderia praticar todos os atos do tabelião titular,

dentre eles realizar escrituras públicas de venda e compra, receber

emolumentos, reconhecer firmas e outros Todavia, incumbia-lhe a

responsabilidade pelos danos que o escrevente (também conhecido como

preposto) causassem a terceiros, ou seja nos atos próprios da serventia É o

que prescreve a Lei Ordinária acima citada:

“Art. 22. Os notários e oficiais de registro respon derão

pelos danos que eles e seus prepostos causem a terc eiros, na prática

de atos próprios da serventia, assegurado aos prime iros direito de

regresso no caso de dolo ou culpa dos prepostos.

Art. 23. A responsabilidade civil independe da crim inal.

Art. 24. A responsabilidade criminal será individua lizada,

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aplicando-se, no que couber, a legislação relativa aos crimes contra a

administração pública.

Parágrafo único. A individualização prevista no cap ut não

exime os notários e os oficiais de registro de sua responsabilidade

civil.”

Assim, os valores de ITBIs recolhidos dos adquirentes de

imóveis através das escrituras públicas lavradas no Cartório Monteschio e não

destinados aos cofres do Município de Paiçandu, conforme anteriormente e

exaustivamente narrados, era (e é) de inteira responsabilidade do titular Anísio

Monteschio. Ademais, lhe era exigido uma conduta de proceder de forma a

dignificar a função exercida tanto nas atividades profissionais como na vida

privada

Confira os termos da Lei Ordinária que regula o serviço

notário:

“Art. 30. São deveres dos notários e dos oficiais de

registro:

(...)

V - proceder de forma a dignificar a função exercid a, tanto

nas atividades profissionais como na vida privada;

As disposições do art. 134 e 135 do Código Tributário

Nacional, também se aplicam aos fatos em apreço:

“Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigênci a do

cumprimento da obrigação principal pelo contribuint e, respondem

solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas

omissões de que forem responsáveis:

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(...)

VI – Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de

ofício, pelos tributos devidos sobre os atos pratic ados por eles, ou

perante eles, em razão do seu ofício.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos crédi tos

correspondentes a obrigações tributárias resultante s de atos

praticados com excesso de poderes ou infração de le i, contrato

social ou estatutos:

I – as pessoas referidas no artigo anterior;

II – os mandatários, prepostos e empregados”

O Código de Normas, em perfeita sintonia com as

disposições acima, preconiza que:

“10.1.10 – Os notários e registradores velarão para que

sejam pagos os tributos devidos sobre os atos prati cados por eles,

ou perante eles, em razão do seu ofício.”

Fica, portanto, comprovado que os réus tinham o dever

de executar o recolhimento dos tributos no órgão competente do Município de

Paiçandu (Secretaria Municipal da Fazenda) e não se valer de expedientes

escusos, irregulares e até criminosos como os praticados por Anisio Junior

anteriormente narrados.

O réu, Anisío Monteschio Junior, em razão dos fatos

acima, cometeu ato de improbidade administrativa - enriquecimento ilícito – isto

é caracterizado pelo registro de valores em suas contas bancárias, conforme

acima mencionado, notadamente porque se constatou que se tratavam de

valores que eram desproporcionais a evolução do patrimônio e renda e,

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finalmente porque havia incorporado os valores de ITBIs que eram do acervo

patrimonial da referida municipalidade, infringindo, portanto, as sanções do art.

9º “caput” e incisos VII e XI, da Lei Federal n. 8.429/92, que assim preconizam:

"Art. 9°. Constitui ato de improbidade administrati va

importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem

patrimonial indevida em razão do exercício de cargo , mandato,

função, emprego ou atividade nas entidades menciona das no art. 1°

desta lei, e notadamente:

(...)

VII – adquirir, para si, ou para outrem, no exercíc io de

mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer

natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou

renda do agente público;

(...)

XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimô nio

bens, rendas, verbas, ou valores integrantes do ace rvo patrimonial

das entidades mencionadas no art. 1 º desta Lei.”

As condutas do referido réu também caracterizam atos de

improbidade administrativa, na medida em que em não recolhendo os valores

a título de ITBI ao Município de Paiçandu, por força das escrituras públicas,

conforme anteriormente mencionadas, causaram lesões ao erário público, na

ordem de R$ 524.629,41 (quinhentos e vinte quatro mil, seiscentos vinte nove

reais e quarenta um centavos), devidamente corrigida até julho de 2005,

notadamente quando agiu negligentemente na arrecadação do referido tributo

ao Município, preferindo incorporar ao seu patrimônio e/ou de terceiras

pessoas, incorrendo portanto nas sanções do art. 10, “caput” e inciso X, da Lei

Federal n. 8.42/92, que assim descreve:

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“Art. 10. Constitui ato de improbidade administrati va que

causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dol osa ou culposa,

que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades re feridas no art. 1 °

desta Lei, e notadamente:

(...)

X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou

renda, bem como no que diz respeito à conservação d o patrimônio

público.”

MARCELO FIGUEIREIDO, acentua que:

“ A conduta do agente é realçada. Qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, pode, em principio, con figurar ato de

improbidade lesivo ao erário. Como visto, de várias formas mas pode

o agente público causar a lesão: ocasionando perda patrimonial,

através de desvio, apropriação, malbaratamento ou d ilapidação de

haveres ou bens bens públicos. Pretende a lei evita r e coibir a lesão

ao erário. Eis a finalidade.” (Idem p. 81).

O réu Anísio Monteschio Junior, também infringiu as

disposições do art. 11 da Lei 8.429/92, eis que malferiu os princípios

norteadores da Administração Pública, porquanto por ação dolosa violou os

deveres de honestidade (ou seja, não recolhendo os valores que foram pagos ao

referido Cartório, para o Município de Paiçandu, a título de ITBI); legalidade

(inobservou as disposições legais acima) lealdade às instituições: Município de

Paiçandu e o Estado do Paraná (causando-lhe lesão ao cofre público do

referido Município), notadamente pela prática de ato visando fim proibido em

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lei, sujeitos às sanções ao final elencadas.

“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que

atenta contra os princípios da administração públi ca qualquer ação

ou omissão que viole os deveres de honestidade, imp arcialidade,

legalidade, e lealdade às instituições, e notadamen te:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou re gulamento

ou diverso daquele previsto na regra de competência ;”

A lei 8429/92, ainda prescreve que:

" Art. 4º. Os agentes públicos de qualquer nível ou

hierarquia são obrigados a velar pela estrita obser vância dos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidad e e publicidade

no trato dos assuntos que lhe são afetos".

MARINO PAZZAGLINI FILHO, MÁRCIO FERNANDO

ELIAS ROSA e WALDO FAZZIO JÚNIOR, comentando a disposição legal

acima mencionada, asseguram que:

“Velar pela estrita observância não significa apena s

cumprir, mas também fazer cumprir. É o dever de zel o e obediência

aos princípios da Administração Pública, de cuja in observância

resultam as espécies de improbidade ditadas pelo ar t. 11, entre as

quais se amolda não apenas a conduta comissiva, mas também o que

é mais comum, a omissiva, ou seja, o incumprimento por parte do

agente público, dotado de competência administrativ a, do dever de

buscar a persecução para as venalidades de que tem ciência em

razão de suas funções. Tão ou mais censurável que a frontar uma

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norma é o silêncio sobre seu descumprimento, omissã o que contribui

para o esvaziamento dos princípios aludidos.” (Improbidade

administrativa: Aspectos Jurídicos da Defesa do Patrimônio Público.

São Paulo: Atlas, 1996. p.46)

A referida Lei, em seu art. 5º, também aduz que dar-se á

o integral ressarcimento do dano ocorrendo lesão ao patrimônio público:

“ Art. 5°. Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação

ou omissão, dolosa ou culposa do agente ou de terce iro, dar-se-á o

integral ressarcimento do dano.”

No pertinente a violação aos princípios da Administração

Pública, insta colacionar que o réu violou os princípios da legalidade,

moralidade e eficiência, previstos nas disposições do art. 37 “caput” da

Constituição Federal, a qual prevê:

“ Art. 37 A administração pública direta, indireta ou

fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados , do

Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos pri ncípios de

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,

também ao seguinte :

No dizer de Paulo Bonavides, "as regras vigem, os

princípios valem; o valor que neles se insere se ex prime em graus distintos. Os

princípios, enquanto valores fundamentais, governam a Constituição, o regímen,

a ordem jurídica. Não são apenas a lei, mas o Direi to em toda a sua extensão,

substancialidade, plenitude e abrangência " (“in” CURSO DE DIREITO

CONSTITUCIONAL, Malheiros, 5a. ed., 1994, p.260).

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Para CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, “in”

Curso de Direito Administrativo, Malheiros, 5ª ed. 1994, p. 451:

"Violar um princípio é muito mais grave que transgre dir

uma norma qualquer. A desatenção ao princípio impli ca ofensa não

apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o

sistema de comandos. É a mais grave forma de ilega lidade ou de

inconstitucionalidade, conforme o escalão do princí pio atingido,

porque representa insurgência contra todo o sistema , subversão de

seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço

lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Isso por que, com ofendê-

lo, abatem-se as vigas que o sustêm e alui-se toda a estrutura nelas

esforçada"

Referidos princípios são reproduzidos na Constituição

Estadual (art. 27), não havendo razão para que o réu pudesse, à época dos

fatos, alegar ignorância ou qualquer outra circunstância para descumpri-lo.

No tocante ao princípio da legalidade desrespeitado pelo

réu, CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, em magistral lição diz:

"... o princípio da legalidade é o da completa submissão da

Administração às leis. Esta deve tão somente obedec ê-las, cumpri-

las, pô-las em prática. Daí que a atividade de todos os seus agentes ,

desde o que lhe ocupa a cúspide, isto é, o Presiden te da República,

até o mais modesto dos servidores, só pode ser a de dóceis,

reverentes, obsequiosos cumpridores das disposições gerais fixadas

pelo Poder Legislativo, pois esta é a posição que l hes compete no

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direito brasileiro" (ob. cit., p. 48).

Quer significar que, o ato de todo o servidor público; de

todo o agente público; deve ser realizado nos termos da Lei. Enquanto para o

particular o que não é proibido é permitido; ao administrador e à própria

Administração somente é permitido fazer o que a lei expressamente autoriza,

ou seja, o que não é permitido pela lei é proibido.

O sempre lembrado DIÓGENES GASPARINI, em seu

"Direito Administrativo", aponta que:

"O princípio da legalidade, resumido na proposição

suporta a lei que fizeste, significa estar a Admini stração Pública, em

toda a sua atividade, presa aos mandamentos da lei, deles não se

podendo afastar, sob pena de invalidade do ato e re sponsabilidade

de seu autor. Qualquer ação estatal, sem o correspo ndente calço

legal ou que exceda o âmbito demarcado pela lei, é injurídica e

expõe-se à anulação. Seu campo de ação, como se vê, é bem menor

do que o do particular. De fato, este pode fazer tu do o que a lei

permite, tudo o que a lei não proíbe; aquela só pod e fazer o que a lei

autoriza e, ainda assim, quando e como autoriza [Na seqüência

arremata dizendo] A este princípio também se submete o agente

público . Com efeito, o agente da Administração Pública est á preso à

lei e qualquer desvio de suas imposições pode nulif icar o ato e tornar

seu autor responsável, conforme o caso, disciplinar , civil e

criminalmente" (Direito Administrativo, 4a. ed. Saraiva, 1995, p. 6 -

riscamos).

Vislumbra, outrossim, ter o réu contrariado o princípio da

moralidade administrativa, princípio pelo qual, segundo DIÓGENES

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GASPARINI "o ato e a atividade da Administração Pública devem obedecer não

só à lei mas a própria moral, porque nem tudo que é legal é honesto, conforme

afirmavam os romanos” . (“in” Direito Administrativo, 4ª ed. Saraiva, 1995, p. 7).

Referido autor, ainda comentando o princípio da

moralidade administrativa, ensina que:

"Para Hely Lopes Meirelles, apoiado em Manoel Olive ira

Franco Sobrinho, a moralidade administrativa está i ntimamente

ligada ao conceito de bom administrador.

Este é aquele que, usando de sua competência, deter mina-

se não só pelos preceitos legais vigentes mas també m pela moral

comum, propugnando pelo que for melhor e mais útil para o interesse

público. A importância desse princípio já foi ressa ltada pelo Tribunal

de Justiça de São Paulo (RDA 89/134), ao afirmar qu e a moralidade

administrativa e o interesse coletivo integram a le galidade do ato

administrativo" (ob. cit. p. 7)

Discorrendo sobre o tema, CELSO ANTÔNIO BANDEIRA

DE MELLO assevera que:

"... compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os

chamados princípios da lealdade e da boa-fé, tão op ortunamente

encarecidos pelo mestre espanhol Jesus Gonzales Per es em

monografia preciosa. Segundo os cânones da lealdade e boa-fé, a

Administração haverá de proceder em relação aos adm inistrados com

sinceridade e lhaneza, sendo-lhe interdito qualquer comportamento

astucioso, eivado de malícia, produzido de maneira a confundir,

dificultar ou minimizar o exercício de direitos por parte dos cidadãos"

(“in” CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO, 5ª ed., 1994,

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__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 27

Malheiros Editores, pp. 59/60).

MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, citando Manoel de

Oliveira Franco Sobrinho, de modo mais radical enfatiza que:

"Mesmo os comportamentos ofensivos da moral comum

implicam ofensa ao princípio da moralidade administ rativa" (“in”

Direito Administrativo, 8a. ed., 1997, Atlas, p. 71)

E mais adiante sentencia:

"Em resumo, sempre que em matéria administrativa se

verificar que o comportamento da Administração ou d o administrado

que com ela se relaciona juridicamente, embora em c onsonância com

a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa

administração, os princípios de justiça e de eqüida de, a idéia comum

de honestidade, estará havendo uma ofensa ao princí pio da

moralidade administrativa" (ob. cit. p. 71).

Como se vê o réu, ao inobservou as regras

constitucionais, malferiu os princípios de legalidade e moralidade

administrativa, merecendo, pois, as sanções pertinentes.

Finalmente, infringiu o princípio da eficiência, que na

avaliação de ALEXANDRE DE MORAIS1 :

“ O administrador público precisa ser eficiente , ou seja,

deve ser aquele que produz o efeito desejado, que d á bom resultado,

exercendo suas atividades sob o manto da igualdade de todos

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__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 28

perante a lei, velando pela objetividade e imparcia lidade.

Assim, o princípio da eficiência é aquele que impõe à

Administração Pública direta e indireta e a seus ag entes a

persecução do bem comum, por meio do exercício de s uas

competências de forma imparcial, neutra, transparen te, participativa,

eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualida de, primando

pela adoção dos critérios legais e morais necessári os para a melhor

utilização possível dos recursos públicos, de manei ra a evitar-se

desperdícios e garantir-se uma maior rentabilidade social. Note-se

que não se trata da consagração da tecnologia, muit o pelo contrário,

o princípio da eficiência dirige-se para a razão e fim maior do Estado,

a prestação dos serviços essenciais à população, vi sando a adoção

de todos os meios legais e morais possíveis para sa tisfação do bem

comum. ”

Resta claro e evidente a ocorrência de ato atentatório aos

princípios da legalidade, moralidade e eficiência, praticado pela réu, em face

do que dispõe a legislação pertinente (Lei Federal 8.429/92), bem como

violando os deveres de honestidade e lealdade a instituição Município de

Maringá, notadamente praticando ato visando fim proibido em lei e/ou diverso

daquele previsto na regra de competência, considerados atos de improbidade

administrativa.

Dentre os deveres do servidor público, ressai o dever de

probidade, que segundo Hely Lopes Meirelles "está constitucionalmente

integrado na conduta do administrador público, como elemento necessário à

legitimidade de seus atos" (ob. cit. p. 91)

Discorrendo sobre o dever de probidade, DÍOGENES

1 Direito Constitucional, 6ª ed., Atlas, 1999, p. 297-8.

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__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 29

GASPARINI pondera que:

"Esse dever impõe ao agente público o desempenho de

suas atribuições sob pautas que indicam atitudes re tas, leais, justas,

honestas, notas marcantes da integridade do caráter do homem. É

nesse sentido, do reto, do leal, do justo e do hone sto que deve

orientar o desempenho do cargo, função ou emprego junto ao Estado

ou entidade por ele criada, sob pena de ilegitimida de de suas ações

(ob. cit. p. 51).

Na lição do insigne administrativista,

"os atos de improbidade praticados por qualquer ag ente

público, servidor ou não, contra a Administração di reta, indireta ou

fundacional de qualquer dos poderes da União, dos E stados, do

Distrito Federal, dos Municípios, de empresa incorp orada ao

patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o

erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio

ou receita anual, serão punidos com base na Lei fed eral n° 8.429/92"

(ob. cit. p. 7).

No pertinente ao réu Anísio Monteschio, em face da

disposição do art. 134 e 135 do CTN, bem como das disposições do art. 5º da

Lei Federal n. 8.429/92, esta última assim prevê:

“Art. 5 º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou

omissão, dolosa ou culposa, do agente ou terceiro, dar-se-á o integral

ressarcimento do dano.”

Como se sabe a lesão ao patrimônio público é

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__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 30

imprescritível. A Constituição Federal, em seu art. 37, parágrafo 5º assim

prevê:

“Art. 37. (...)

Parág. 5 º. A lei estabelecerá os prazos de prescrições para

ilícitos praticados por qualquer agente, servidor o u não, que causem

prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas açõ es de

ressarcimento.”

Ademais é válido a disposição do Código Civil que

disciplina que:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntár ia,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,

ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. ”

_____________________3. DO PEDIDO ATINENTE A ESPÉCIE:

Tendo o réu Anísio Monteschio Junior incorrido nos atos

de improbidade administrativa previstos nos artigos 9º, “caput” incisos VII e XI;

10 caput e 11 “caput”, inciso I, da Lei 8.429/92, sujeita-se à aplicação das

sanções previstas no artigo 12 da multifalada lei, cujo teor é o seguinte:

“ Art. 12. Independentemente das sanções penais, civi s e

administrativas, previstas na legislação específica , está o

responsável pelo ato de improbidade administrativa sujeito às

seguintes cominações:

I - na hipótese de art. 9 º, perda dos bens ou valores

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acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarciment o integral do

dano, quando houver, perda da função pública, suspe nsão dos

direitos políticos de 8 a 10 anos, pagamento de mul ta civil de até três

vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com

o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou

creditícios, direita ou indiretamente, ainda que po r intermédio de

pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pel o prazo de 10 anos

II - na hipótese de art. 10, ressarcimento integral do dano,

perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente a o patrimônio, se

concorrer esta circunstância, perda da função públi ca, suspensão

dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagame nto de multa civil

de até duas vezes o valor do dano e proibição de co ntratar com o

poder público ou receber benefícios ou incentivos f iscais ou

creditícios, direita ou indiretamente, ainda que po r intermédio de

pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pel o prazo de cinco

anos

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integra l do dano,

se houver, perda da função pública, suspensão dos d ireitos políticos

de 3 (três) a 5 (cinco) anos, pagamento de multa ci vil de até 100 (cem

vezes) o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de

contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos

fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ai nda que por

intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma joritário, pelo

prazo de 3 (três) anos.

A aplicação das medidas preconizadas na lei se impõe. A

punição do agente público que viola deliberadamente os princípios basilares da

Administração Pública é absolutamente necessária e exemplar, ainda mais em

um momento que se busca o resgate da seriedade com o trato da coisa

pública, em que se objetiva a probidade no serviço público e a

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responsabilização dos funcionários descumpridores de seus deveres.

Como diria Leonardo da Vinci:

"Quem não pune o crime está

ordenando que se o cometa".

Demais disso, segundo o preceito contido no artigo 21,

inciso I, da Lei 8429/92, a aplicação das sanções previstas nesta Lei

independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.

Basta, para tanto, a existência de DANO MORAL , de

ofensa aos PRINCÍPIOS constitucionais da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

__________________ 4. DOS REQUERIMENTOS PRELIMINARES :

O Órgão do MINISTÉRIO PÚBLICO em face dos fatos

acima articulados requer, PRELIMINARMENTE:

4.1. seja oficiado o Presidente da Câmara Municipal da

cidade de Paiçandu, para que remeta:

- a relação das remunerações mensais percebidas pelo

réu Anísio Monsteschio Junior no período de 1997/2000 e 2001/2004, para o

fim de em sendo procedente a presente demanda, possibilitar o Juízo aplicar a

cominação prevista no art. 12, III, da Lei 8429/92;

- certidão do período em que o réu Anísio Monteschio

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__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 33

Junior foi vereador da referida municipalidade;

4.2. seja oficiado o Cartório Monteschio, para que remeta

a relação dos valores mensais percebido pelo réu Anísio Monsteschio Junior,

no período de 1997/2005;

4.3. seja notificado o MUNICÍPIO DE PAIÇANDU para,

nos termos do art. 17, § 3º, da Lei 8.429/92, na condição de pessoa jurídica

interessada, integrar a lide.

4.4. seja concedida "inaudita alterae pars" a

INDISPONIBILIDADE DOS BENS abaixo discriminados, de propriedade dos

réus ANÍSIO MONTESCHIO E ANÍSIO MONTESCHIO JUNIOR, eis que os

fatos acima e exaustivamente narrados, demonstram à saciedade que os

referidos réus, são responsáveis pelo não recolhimento dos valores de ITBIs

aos cofres do Município de Paiçandu, resultantes das escrituras públicas

lavradas no tabelionato Monteschio da cidade de Paiçandu, conduta que

causou prejuízo ao erário municipal na ordem de R$ 524.629,41 (quinhentos e

vinte quatro mil, seiscentos vinte nove reais e quarenta um centavos),

devidamente corrigida até julho de 2005, ou outro valor que se apurar no

decorrer desta demanda e/ou através de liquidação de sentença, e, finalmente,

pelo cometimento de atos de improbidade administrativa tanto por

enriquecimento ilícito, lesão ao erário e violação dos princípios da

Administração Pública (Art. 9º, 10 e 11, todos da Lei Federal 8429/92), por

parte do réu ANÍSIO MONTESCIO JUNIOR.

Daí, Excelência, decorre-se a razão do autor, com

atribuições de defesa do PATRIMÔNIO PÚBLICO, valer da presente ação para

invocar a prestação jurisdicional liminar.

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A indisponibilidade dos bens solicitada é necessária e tem

amparo no art. 7o e parágrafo único da Lei 8429/92, que visa assegurar a

futura execução de sentença na forma requerida no item seguinte.

A disposição mencionada consigna que:

"Art. 7 o. Quando o ato de improbidade causar lesão ao

patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícit o, caberá à

autoridade administrativa responsável pelo inquérit o representar ao

Ministério Público, para a indisponibilidade dos be ns do indiciado."

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refer e o

"caput" deste artigo recairá sobre bens que assegur em o integral

ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimo nial resultante

do enriquecimento ilícito."

Comentando a disposição citada, MARCELO

FIGUEIREDO assegura que:

"A disposição constante do art. 7º tem nítida feição

acautelatória, autoriza a indisponibilidade dos ben s do

indiciado.

A indisponibilidade é medida de cunho emergencial e

transitório. Sem dúvida, com ela, procura a lei ass egurar

condições para a garantia do futuro ressarcimento c ivil. O

dispositivo não exige prova cabal (muita vez inexis tente nessa

fase, como é de se supor), mas razoáveis elementos

configuradores da lesão, por isso a redação legal 'quando o ato

de improbidade causar lesão ao patrimônio'. Exige-s e, portanto,

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s. m. j, não uma prova definitiva da lesão (já que estamos no

terreno preparatório), mas, ao contrário, razoáveis provas para

que o pedido de indisponibilidade tenha trânsito e seja

deferido." (“in” PROBIDADE ADMINISTRATIVA - Comentários à Lei

n° 8.429/92 e Legislação Complementar : São Paulo, Malheiros,

1995, p. 33-34).

O egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná,2

analisando fatos similares e em sede de Agravo de Instrumento entendeu que:

"AÇÃO CIVIL PÚBLICA - LIMINAR TORNANDO

INDISPONÍVEIS OS BENS DOS AGENTES PÚBLICOS - IMPUTA ÇÃO

DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, PREVISTO NO A RTIGO

10, XI, DA LEI 8.429/92 - TIPO LEGAL QUE, POR DEFIN IÇÃO

LEGISLATIVA, INCLUI-SE ENTRE OS QUE 'CAUSAM PREJUÍZ O AO

ERÁRIO' - MEDIDA DE GARANTIA QUE SE IMPÕE EM FAVOR DA

PESSOA JURÍDICA AFETADA, POR FORÇA DOS ARTIGOS 5 o E 7o

DA LEI MENCIONADA - 'PERICULUM IN MORA' E DO 'FUMU S BONI

IURIS' CONFIGURADOS - AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO PRO VIDO

- RECURSO IMPROCEDENTE.

'A liberação da verba pública sem estrita observânc ia das

normas pertinentes, previstas no art. 10,XI, da Lei no 8.429/92,

enquadra-se, pela própria lei, entre os atos de imp robidade

administrativa que causa prejuízo ao erário.

2 Acórdão no 11.228, julgamento unânime da 4a Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado

do Paraná, proferido no Agravo de Instrumento no 44900-3, oriundo da Comarca de Sertanópolis, Vara Única. Julgado em 13 de março de 1996 - Relator Juiz Airvaldo Stela Alves.

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Ocorrendo, por disposição legal, lesão ao patrimôni o

público, por quebra do dever de probidade administr ativa, culposa ou

dolosa, impõe-se ao Juiz, a requerimento do Ministé rio Público,

providenciar medidas de garantia, adequadas e efica zes, para o

integral ressarcimento do dano em favor da pessoa j urídica afetada,

entre as quais se inclui a indisponibilidade de ben s dos agentes

públicos.

Para a concessão da liminar, nas ações movidas cont ra os

agentes públicos, por atos de improbidade administr ativa, com

fundamento nos casos mencionados nos artigos 9º e 1 0 da Lei

8.429/92, basta que o direito invocado seja plausív el, ('fumus boni

iuris'), porque a probabilidade do prejuízo ('peric ulum in mora') já

vem previsto na própria legislação incidente"

Portanto, requer seja deferido a indisponibilidade dos

bens dos réus abaixo nominados, LIMINARMENTE, consignando-se registro

e/ou averbação em todas as matrículas dos imóveis nos Cartórios competentes

dos Registros Imobiliários desta ou de outras cidades e Comarca, e também

junto ao DETRAN - PR a saber:

4.4.1. CINQÜENTA POR CENTO DAS PROPRIEDADES

IMÓVEIS DE ANISIO MONTESCHIO JUNIOR (POR SER CASADO):

� Data de terras sob n. 22, da quadra nº 31, com área de

250,04 metros quadrados, situada no Jardim Santa Luzia, da cidade

de Paiçandu, desta Comarca, com limites e confrontações descrita

na matrícula n. 10.233 do 1º CRI desta Comarca (doc. anexo);

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� Parte Ideal data de terras sob n. 25, da quadra nº. 09,

com área de 2220,05 metros quadrados, situada no Parque

Industrial e Residencial Bela Vista, da cidade de Paiçandu, desta

Comarca, com limites e confrontações descrita na matrícula nº.

71.437 do 1º CRI desta Comarca (doc. anexo);

� Lote de terras sob nº 135, remanescente, com área de

terras de 29.954,41 metros quadrados, situada na Gleba Patrimônio

Paiçandu, da cidade de Paiçandu, desta Comarca, com limites e

confrontações descrita na matrícula nº. 66.170 do 1º CRI desta

Comarca (doc. anexo);

� Data de terras sob nº. 04, da quadra nº. 05, com área

de 250,02 metros quadrados, situada no Jardim Brasília, da cidade

de Paiçandu, desta Comarca, com limites e confrontações descrita

na matrícula nº. 28.929 do 1º CRI desta Comarca (doc. anexo);

� Parte ideal da data de terras sob nº. 11, da quadra nº.

20, com área de 257,64 metros quadrados, situada no Jardim Nova

Alvorada, 3ª Parte, da cidade de Paiçandu, desta Comarca, com

limites e confrontações descrita na matrícula nº. 11.131 do 1º CRI

desta Comarca (doc. anexo).

4.4.1. CINQUENTA POR CENTO (50%) DAS

PROPRIEDADES IMÓBILIÁRIAS DO RÉU ANÍSIO MONTESCHIO (POR

SER CASADO):

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� Data de terras nº. 20, da quadra 06, da planta urbana

da cidade de Paiçandu, com 443,60 metros quadrados, com as

divisas e confrontações descritas na matrícula na transcrição nº.

9.806, do livro 3-J, fls. 128 do 1º CRI desta Comarca (doc. anexo);

� Data de terras nº. 18 e 19, da quadra 06, da planta

urbana da cidade de Paiçandu, com 1.054,35 metros quadrados,

com as divisas e confrontações descritas na transcrição nº. 6983, do

livro 3-H, fls. 08, do 1º CRI desta Comarca (doc. anexo);

� Data de terras sob nº. 01, da quadra nº. 06, com área

de 580,00 metros quadrados, situada na cidade de Paiçandu, desta

Comarca, com limites e confrontações descrita na matrícula nº

20.542 do 1º CRI desta Comarca (doc. anexo);

� Data de terras nº 288-B, parte do lote 288, com área de

3.347,16, situado na Gleba Patrimônio Paiçandu, com as divisas e

confrontações descritas na matrícula nº 13.944, do 1º CRI desta

Comarca (doc. anexo);

� Data de terras nº 02, da quadra 06, com área de

468,75, metros quadrados, da planta urbana da cidade de Paiçandu,

com as divisas e confrontações descritas na matrícula 24.441, do 1º

CRI desta Comarca (doc. anexo);

Ademais, sabe-se que ações desta natureza, em razão

da formulação dos pedidos abaixo e da qualidade das partes envolvidas,

certamente arrastarão ao longo dos anos, não só pela formalidade processual

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a seguir, mas pela ultimação de recursos interpostos pelas partes, o que

acarretaria prejuízos irreparáveis ao erário público, caso não fosse concedida a

medida pleiteada.

Sabe-se, também, que em razão dos fatos os réus

certamente promoverão a retirada dos bens de seus nomes para que não

sejam alcançados pela presente ação e medida, sendo mais uma das razões

que se pede a tutela cautelar.

Portanto, presente os pressupostos do "periculum in

mora" e o "fumus boni iuri" (art. 4º da Lei 7.347/85), para a concessão da

medida, que, se deferida, urgentemente seja expedido os competentes

mandados, inclusive a viabilidade da via fax-símile.

_________________ 5. DOS REQUERIMENTOS FINAIS:

Diante do exposto, o Órgão do MINISTÉRIO PÚBLICO

DO ESTADO DO PARANÁ, com base nas disposições legais apontadas,

requer seja a presente ação autuada e em seguida ordenando a notificação do

réu ANÍSIO MONTESCHIO JUNIOR, preambularmente qualificados e

endereçados para, no prazo legal, querendo, oferecer sua manifestação escrita

a respeito dos fatos articulados na presente ação (art. 17, § 7° da Lei 8429/92)

e posteriormente recebida a presente atendendo-se os pleitos abaixo

especificados:

5.1. PELA CONDUTA QUE CAUSOU ENRIQUECIMENTO

ILÍCITO, PREVISTO NO ART. 9 º “CAPUT” E INCISOS VII E XI C.C ART. 12, INCISO

II, AMBOS DA LEI FEDERAL N° 8.429/92:

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__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 40

________________5.1.1. seja julgada procedente a presente Ação civil

Pública para reconhecer o cometimento do ato de improbidade administrativa,

previsto no art. 9º “caput” e incisos VII e XI, da Lei 8429/92, por parte do réu

ANÍSIO MONTESCHIO JUNIOR, anteriormente qualificado e endereçado, na

medida em que enriqueceu ilicitamente caracterizado pelo registro de valores

em suas contas bancárias conforme acima mencionado, eis que auferidos

indevidamente em razão da sua condição de funcionário público, sabendo que

eram para pagamento de ITBIs junto ao Município de Paiçandu, notadamente

porque se tratavam de valores desproporcionais a evolução do patrimônio e

renda e, finalmente por incorporar ao seu patrimônio valores do acervo

patrimonial da referida municipalidade, a ser apurado em liquidação de

sentença ou no decorrer da presente demanda, previsto no art. 9º “caput” e

incisos VII e XI, da Lei Federal n. 8.429/92 e de conseqüência condenando-os

às sanções previstas no art. 12, inciso I, da aludida Lei, a saber:

a) - perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao

seu patrimônio, a ser apurado em liquidação de sentença ou no

decorrer da presente demanda;

b) perda da função pública, se ainda estiver exercendo;

c) - suspensão dos direitos políticos pelo prazo de dez

anos;

d) - pagamento da multa civil de até três vezes o valor do

acréscimo patrimonial;

e) - proibição de contratar com o Poder Público ou

receber benefício ou incentivo fiscal ou creditício, direta ou

indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual

seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

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__________________ AÇÃO CIVIL PÚBLICA N ° 110 ___________________ pág. 41

5.2. - PELA CONDUTA QUE CAUSOU LESÃO AO ERÁRIO

PÚBLICO MUNICIPAL DE MARINGÁ PREVISTO NO ART. 10 “C APUT” C.C ART.

12, INCISO II, AMBOS DA LEI FEDERAL N° 8.429/92:

___________________5.2.1. Em não sendo conhecido o pedido

anteriormente formulado em desfavor do réu ANÍSIO MONTESCHIO JUNIOR

(ou seja, a condenação do réu pelo cometimento do ato de improbidade

administrativa previsto no art. 9º, “caput” e incisos VII e XI, c.c, artigo 12, I,

todos da Lei 8.429/92) o que não se acredita, em ordem sucessiva (art. 289 do

CPC), seja julgada procedente a presente Ação civil Pública para reconhecer o

cometimento do ato de improbidade administrativa, previsto no art. 10 “caput”

e inciso X, da Lei 8429/92, por parte do réu ANÍSIO MONTESCHIO JUNIOR,

anteriormente qualificados e endereçados, eis que por ação dolosa e/ou

culposa, na medida em que em não recolhendo os valores a título de ITBI, ao

Município de Paiçandu, por força das escrituras públicas, lavradas no Cartório

Monteschio, no período acima mencionado, identificadas pela auditoria (fls.),

causou lesão ao erário público, na ordem de R$ 524.629,41 (quinhentos e

vinte quatro mil, seiscentos vinte nove reais e quarenta um centavos),

devidamente corrigida até julho de 2005, notadamente agindo negligentemente

na arrecadação do referido tributo ao Município, consoante se vê pelas

disposições do art. 10, “caput” e inciso X, da Lei Federal n. 8.42/92 e de

conseqüência condenando-o às sanções previstas no art. 12, inciso II, da Lei

8429/92, a saber:

a) - perda da função pública, se ainda estiver exercendo:

b) - suspensão dos direitos políticos pelo prazo de oito

anos;

c) - pagamento da multa civil de até duas vezes o valor do

dano;

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d) - proibição de contratar com o Poder Público ou

receber benefício ou incentivo fiscal ou creditício, direta ou

indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual

seja sócio majoritário, pelo prazo de 05 anos.

e) solidariamente com Anísio Monteschio ao

ressarcimento integral do dano na ordem de R$ 524.629,41

(quinhentos e vinte quatro mil, seiscentos vinte nove reais e

quarenta um centavos), devidamente corrigida até julho de 2005, ou

outro valor que se apurar no decorrer da demanda e/ou em

liquidação de sentença, acrescidos de juros e correção monetária.

5.3. - PELAS CONDUTAS QUE MALFERIRAM OS

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E VIOLARAM OS

DEVERES DE HONESTIDADE, LEGALIDADE, LEALDADE A

INSTITUIÇÃO MUNICÍPIO DE PAIÇANDU, NOTADAMENTE PELA

PRÁTICA DE ATO VISANDO FIM PROIBIDO EM LEI PREVISTO NO

ART. 11, INCISO I C/C ART. 12, INCISO III, AMBOS DA LEI 8429/92:

_______________ 5.3.1 - Em não sendo conhecidos os pedidos anteriormente

formulados em desfavor dos réus (ou seja, a condenação da réus pelo

cometimento do ato de improbidade administrativa previstos art. 9º, “caput” e

incisos VII e XI. 10 “caput” e inciso X, c.c, artigo 12, I e II, todos da Lei

8.429/92) o que não se acredita, em ordem sucessiva (art. 289 do CPC), seja,

então, com as observações acima mencionadas, julgada procedente a

presente ação civil pública, para em reconhecendo as irregularidades e

ilegalidades acima e anteriormente narradas, seja, o referido réu condenado

pelas condutas que malferiram os princípios da Administração Pública (art. 37,

"caput" da CF), bem como pela violação dos deveres de honestidade,

legalidade e lealdade à Instituição Município de Paiçandu, notadamente, pela

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prática de ato visando fim proibido em lei, condenando-os as sanções do art.

12, inciso III, da mesma Lei 8429/92.

a) - perda da função pública, se ainda estiver exercendo:

b) - suspensão dos direitos políticos pelo prazo de 03

anos;

c) - pagamento da multa civil de até 100 vezes o valor da

remuneração percebida;

d) - proibição de contratar com o Poder Público ou

receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou

indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual

seja sócio majoritários, pelo prazo de 05 anos

e) – solidariamente com Anísio Monteschio ao

ressarcimento integral do dano na ordem de R$ 524.629,41

(quinhentos e vinte quatro mil, seiscentos vinte nove reais e

quarenta um centavos), devidamente corrigida até julho de 2005, ou

outro valor que se apurar no decorrer da demanda e/ou em

liquidação de sentença, acrescidos de juros e correção monetária.

5.4. – PELA CONDUTA SOLIDÁRIA DE ANÍSIO

MONTESCHIO DE RESSARCIMENTO DO VALOR INTEGRAL DO DA NO

AO MUNICÍPIO DE PAIÇANDU, PREVISTO NO ART. 5 º DA LEI 8429/92:

_________________Seja julgada procedente a presente ação civil pública,

para em reconhecendo as irregularidades e ilegalidades acima e anteriormente

narradas, cometidas pelo réu ANÍSIO MONTESCHIO, ou seja, na qualidade de

titular da serventia denominado “Cartório Monteschio”, olvidou as cautelas

necessárias no exercício da delegação estatal quando elegeu mau o seu

preposto Anísio Monteschio Junior (culpa in iligendo) e não manteve a

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necessária e constante supervisão na rotina de recolhimentos dos valores

devidos ao erário municipal (culpa in vigilando), o que lhe era exigível, posto

que, além de responsável tributário (art. 134, VI, do CTN), com sua incúria,

lesou os adquirentes que confiaram no seu Cartório e nos seus serviços ao lhe

entregarem o dinheiro necessário para a quitação do ITBI e que nunca foi

recolhido na Secretaria Municipal de Fazenda, como esperado (art. 5º, da Lei

Federal n. 8429/92), condenando-lhe a ressarcir os valores de R$ 524.629,41

(quinhentos e vinte quatro mil, seiscentos vinte nove reais e quarenta um

centavos), devidamente corrigida até julho de 2005, ou outro valor que se

apurar no decorrer da demanda e/ou em liquidação de sentença, mas corrigida

monetariamente, obrigação essa solidaria com o réu Anísio Monteschio Junior.

_________________5.5. Requer-se, outrossim:

5.5.1. a citação dos réus preambularmente qualificados e

endereçados, para, querendo, contestarem os termos da presente, sob pena

de revelia;

5.5.2. a produção de todos os tipos de provas em direito

admitidas, testemunhal, documental e pericial, esta última, se necessária, bem

como a juntada de documentos superveniente, na medida do contraditório;

5.5.3. requer seja tomado o depoimento pessoal dos réus;

5.5.4. a condenação dos réus nos ônus da sucumbência,

inclusive custas processuais;

5.5.5. a concessão de Justiça Gratuita;

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5.5.6. Requer mais, seja o titular da Promotoria de Defesa

do Patrimônio Publico junto a esta Comarca, intimado pessoalmente para

todos os atos e audiências a serem realizados no trâmite da presente ação.

Dá-se à causa, para fins de alçada, o valor de R$

524.629,41 (quinhentos e vinte quatro mil, seiscentos vinte nove reais e

quarenta um centavos), devidamente corrigida até julho de 2005.

Termos em que, com os inclusos documentos,

Pede e Espera Deferimento.

MARINGÁ-PR, 04 de agosto de 2.005.

José Aparecido da Cruz Maurício Kalache Promotor de Justiça Promotor de Justiça

DOCUMENTOS ANEXOS:

• INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO N° 03/2005 (com seis volumes e cinqüenta anexos).