academia brasileira de letras encontro de … · quem couberam,. os encargos de secretário-geral...
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ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
ENCONTRO DE UNIFICAÇAO
ORTOGRAFICA DA LÍNGUA
PORTUGUESA
Rio de Janeiro, 6 a 12 de maio de 1986
EHCONTRO DE UNi l." ICAÇÃO ORTOGRÁFICA DA LiHGiJA J'OctTUGU E3A, HO RIO DE J AHEIRO, HA ACADE'.-riA BRASILEIRA DE LETRAS, DE
6 A 12 DE MAIO DE 1986
COHTEÚDO'
1 ) Carta do Presidente da Acaàe ,tia Brasileira de Letras a) ao l'rTini u tro t1 e Estado d:3.s Re18Ç Ões Ex ter i ores u) no T.i i nistro t1e Esté:!do da Educação c) ao T.1irüstro de Estado da Cultura
) , ,
2 !1e1ator i o elo Secretario-Geral do Encontro
fl..n ex o 1: Comunicado final do Encontro ,
ern versa o ortogra-fica brasileira
Anexo 2: Comunicaà.o fina,l do Encontro - , -em versa o ortogra-
fica jJortutsuesa final
, Anex o 3: Comunicado do Encontro em versa o ortoe;ra-
ficn proposta - Anex o 4: "Bases ua ortoBrafia simplificada acord:1das e~
1945, renegociadas e!D. 1975 e consolidadas em 1~86" ,
_•'\.nexo 4A: copia fac-similar das "Bases" acima referidas, autenticadas pelos chefes de delegações e por , deleeadoa, como texto _que faça fe
~~exo 5: sobre a criação do Conselho Internacional da , Lineua Portuguesa, com o projeto proposto pela cleleeação de Portugal
fJ1exo 6: moção sobre o estudo da l{neua latina
A~1 exo 7: moção sobre Guiné-Bis sau e bons of{cios do deleeauo de Cabo Verde
~~exo 8: moç ão sobre os obser~a~ores da Gàliza e da Uniiio r ,a tina
Anexo 9: f a c- s i mile de mensagem do Ministro interino das Relaç õe s Ext eriores sobre textos diplomáticos " -a sessao de encerramento do Encontro
3) Anex ar 10: T .~ensa~ern do Pre sdiente da Acadernia Bra sileira d e Le t ra s, acadê:nico Austregésilo de Athayde, . ,
obre a revlst a Heptalogo
4) Anex o J 1: l.i ensage:n do Fresi d ente da RepÚblica l" edera t i v a , elo Bre1si 1, doutor Jose Sa rney, aos d el eea llos ao E!1con tro, ao ensejo da s essão de enc er r a "'1 en to
, ·.
-
Rio de Janeiro , 24 de maio de 1986
Excelentíssimo Senhor ' Doutor Roberto de Abreu Sodré
Ministro de Estado das Relações Exteriores
Ministério das Relações Exteriores
BrasÍlia - DF
Senhor Ministro de Estado
O Encontro de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, que
transcorreu na sede da Academia Brasileira de Letras de 6 a 12 de
maio findante, com a presença de delegados de Angola , Cabo Verde, Mo
çambique , Portugal , .São Tomé e Príncipe , e Brasil , terminou com a
consecuç ão do seu objetivo primacial - a unanimidade na recomendação
de que os paÍses de língua oficial portuguesa adotassem as bases ne
le aprovadas para a unificação da ortografia em âmbito universalista ,
graças a uma legislação nacional em cada um dos sete paÍses em tudo
igual à dos seis outros paÍses.
2 . Tenho a honra, deste modo , de remeter a Vossa Excelência , em
an exo, o relatÓrio a mim dirigido pelo acadêmico AntÔnio Houaiss , a
quem couberam ,. os en cargos de secretário-geral do Encontro e negocia
dor da posição brasile ira.
3. Ressalt o a importância que reveste certas partes prospectivas
desse relatÓrio , como sugestão para a mensagem e r espect ivo proj eto
de lei que o Executivo deverá - como se propÔs pela voz do prÓprio
Senhor Presidente da RepÚblica - enviar ao Leg islativo. A idéia sub
jacente é que , se aprovada na brevidade possÍvel a legislação em
ausa , a editoração brasileira disporá de tempo suficiente para a
daptar-se a ela , visto que esta vigerá a partir de lº de janeiro de
1988 , oferecendo , assim , perÍodo de graça para que o trânsit o se fa ' . "" . . ça com o r:ilnlmo de onus soe 1.a2s e rn.a teriais . De outro lado , a san-
çao brasile ira estimulará a dos paÍse s irr~ãos em lÍngua , de rr..odo
que seja preservada a-garantia de coEc omitância na vigência futura
da lei .
' 4 . Escusa dizer a Vossa Exce lência que a Academi a Brasileira de
Let r a s vê tamb ém com alto inter e sse a per spect iva de que o Bras i l
aprov e a criação do Conselho Internac ional da LÍngua Portuguesa ,
par a o qu a l é também ofer ec ida , no r e latór i o, uma suge stão de pro
jeto de l e i .
Aproveito a oportunidade para r enovar a Vossa Excelênc ia , Se
nhor Ministro de Est a do , os protestos da minha mai s alt a estima e
distinta consideração . I
___./ ._l~_ - ~ -- ·----.. .'- ·-. Austregésilo de Athayde
Presidente
Rio Je J aneir·), 23 de maio de 1986
Ex c e len t{s si•no Senhor Acddê·nico Auétreg~silo de Athayde Presilente da Acade~ia Brasileira de Letras E:n mão
Sen~wr Presidente,
Tenho a h •.>nra de submeter à consideração de Vossa
F.xcelência o reL.1tÓrio do Encontro de Unificação Ortográ
fic~ da L{ngu~ Portueuesa, realizado de 6 a 12 de maio fin
dwlte, na seJe da Acade~ia Brasileira de Letras, con a pre
seuça das delee;ações de An~ola, Cabo Verde, Moçambique, P~· .... T , p , . tugal, Sao orne e r1nc1pe, e Brasil - a convite do Governo
brasileiro e sob o patrocÍnio dos Minist~rios das Relaç5ea
&~teriores, da Educação e da Cultura.
2. As deleeações - A ausência da delegação de Guin~-Bis-
sau Jerivou de força maior, conexa com atraso nos meios de
tr.:.msporte, vi ~~to que o Governo daq Ltele pa{s não sÓ aceitou - , o convite, senao flUe tarnbem nomeou seu :representante na
pessoa do i:lrofe ~>sor Paulo Pereira.
2.1 ~ delegada de Angola foi a professora Maria Lu!sa
Dolbetl1 e Costa; o Jeleg~do de Cabo Verde, o embàixador
0orsino An tôn.io Fortes, tendo eo•no co-deleea do o pro fes-
::;or ··'anuel 7eie;a; o delee; ·.d.o de "Joç ur!tbir1ue, o profes:;or
, 1 d .... 'n' · LLü s :!'i li l'e Pereira, e o de egudo e 3ao T·)me e r r1nc1 pe,
o escritor Albertina Ho:ae 11 d•JD :Janlo<1 '3equelra Dru.::; ~tnça.
A delegaç~o de F J rtugal foi inteerada pelo professor lia
nuel Jacirito !:une::;, chefe, presidente d~ Academia das
Ci0nci ;.L:; de Lisbo ll, o professor LuÍs Filir'e Lindley Cin
tra, voz da deleeaç5o, o professor Jo~o Malaca Castelei-. , - , ro, voz suvlente e responsavel ,elas questoes tecnicas,
. a fH'ofe :> sora T-.iuri3. de Lourdes Belchior Ponte8, a profen-
sora ~·aria íie J ena da .Rocha Pereira, o professor Arn~rico
C.)S t •J Ramalho, o p-rofessor Fernar:.do Alves CristÓvão e o
dou Lor · ·!Úrio f1uartin Graça. A delegação do Brasil foi
in r.et:,r:lda :pelo acadêmico Aus tregésilo de Athayde, chefe ·,
presidente da Academia Brasileira de Letras, pelo embaixJ
dor José Olympio Ra'che de Almeida, pelo signatário, pelo
professor Francisco de Assis Balthar Peixoto de Vasconce
los, professor Adriano da Gama Kury, acadêmico Abgar Re
naul t, acadê;n.ico José HonÓrio Rodrigues, acadêmico Eduar
do Portella e professor Celso Ferreira da Cunha. loTo ti v o .. ;
de -..rária na tu.rez<..t fizeram que sÓ Vossa Excelência, o em-,.. . , , .
bél i xador Rache de Almeida e o acade:m. co Jose IIonor1o R o-, , '
drigues , alem do sienato.rio, pude asern comparecer a s ses-
sões solenes e de trabalho do Encor1tro.
2.2 O TTi!listério d .JS Relações E-..{teriores designo u o chP.
fe do EscritÓrio Regional do Rio de Janeiro ( ~rerio) , em
baixador LaelSàares, e o secretário José Carlos de AraÚjo
Leitio, para darem assiétência ao signat~rio, na qualidade
de secretário-eeral do Encontro, o que igualmente foi fei~
to pelo Ministério da Educaçio, nas pessoas do professor
Aurélio Wander Chaves Bastos, doutor José Humberto l'.Tencles ,
Barbisa e jornaligta Paulo Jorge Buarque, e pelo Ministerio
da Cultura, nas pessoas do acadêrrico Américo Jacobina La
cornbe e professor Mário Camarinha da Silva. Escusa dizer
que sem o zelo e competência dos colaboradores aci rna norae
ados o Encontro nio teria logrado o bom êxito que conse~niu.
2.3 Permito-me pÔr e·n relevo a presença do f,"1nistro inte
rino Jas Relações Exteriores, embaixador Paulo Tarso Flecha
de Lima, na sessã ~ ) inaugural, ouj a alocução foi ex tremurnen
te pertinente à natureza do :Encontro.
3. Os convites- Fique registrado, com efeito, que os
resultados do evento foram previs{veis, graças à circuns
tância de que as delegações estrangeiras foram muito bem
informadas dos objetivos que colimava o !:ncontro. Q sig
natário, por delegação do Governo brasileiro, teve a opor-.... , .
t •. 1rüdade de levu r·, pessoalmente, a docu aentaçao neces ~1<.1 r1a
aos debates a Angola, em Luanda, a 1'i!oçambiqu.e, ern 1'1!aputo,
a Cabo Verde, na Pr~ia , e a Por~ugàl , em Lisboa, havendo
na Última capital citada tido entendimentos com os repre-, , ,., , , .
sentantes diplomaticos de Guine-Bissau e Sao Tome e Pr1n-
cipe, visto lhe ter sido imposs{vel i~ a esses pa{ses, pe
l o tempo escasso d e que dispunha.
4. Trans curso dos trabalhos - Os trabalhos do Encontro
transcorreram en clima de absoluta harmonia, pela aceitaçio
de dois princ{pios: reconheceu-se que a l{ngua portugues a
t inha esta tu to Jc l{ngua de cultura, não p adendo, ipso .f:..t.cto,
exi s tir c o ~o t ul aob o pressuposto de que havia apenas dois
f ocos ortoé1Ji c os e orto:t:ôni c os da l{ngua, a saber, o ei ~-::1
Lisboa-Coimbra, de u•n lado, e o Rio de Janeiro, de ou t ro,
p ressupo s to que · subjazia nas negociüçÕes de 1943 e quere-,
dundaram em malogro de que a l1ne;ua pagava o preç o, corn ter , .
duas ortoerafias oficiais, anomalia un1ca no mundo e que
criava para os seus usuários prejuÍzos de várias natureza s,
econ5rnica, cultural, diplomática, pol{tica, editorial. O
Encontro, ao contrário, instaurava de imediato a convicção
ue que a prática culta da l{ngua tinha um sem-nÚmero de fo
cos culturalizados na extensão do universo de expressão por
tu guesa, não se poJendo, em princ{pio, optar preferentemen
te pelos padrÕes de Lisboa, Porto, Coimbra, Gui~arães, Faro,
em face do cearense, baiano, capixaba, gaÚcho, ou maputen
se, luandens e, praiano, bissauense, santomense. Como d ec~
r~ncia, a unificação leveria fazer-se sob UTI segundo prin-, , .
cipio, o de q Lte a ortografia so poder1a ser efetiva ·:!ente co-,
·nurn se se de s pojasse de todos os caracteres topicos ou lo-
calistas (por mais que presuntivumente perfeitos), a fim
de não haver lllUrcas constr'-ln~edoraa de qualquer locàlismo
sobre a universalidade. Aceitos- convictamente- como o , ( d t, . 1" , , foram esses dois princ1pios re u 1ve1s, . a 1as, a um so,
o da conceituação de l{ngua ue cultura), os trabalhor.~ ~: u_(. ,_
~•t.:~JU.e ntes, embo r a intensos, foram fecundos.
4.1 Ao cabo, fora·n fixadas as bases ortográficas t.mani
mcmente aprovadas pelos negociadores, nu ·1 protocolo ~on
si sten te ele a) o co!nuni caclo dos trabalhos, em v e r são o r-, .
b) -tografica br:.i8ileira, o mesmo Cí.) rnunicado e:n versa o o r-
togrÚ Cicu po.rtlleuesa, c) eo~F.micado -o :ne sruo ern v ersao o r-, .
pro1•osta d) "Bases da ortografia simplifi-tograf1ca e as
cuJa \..lcordaJau em 1945, renegociadus em 1975 e consolida-
)
da,.s em 1986". Ess e protocolo, no seu conjtmto de quatro
peça s , constitui osanexos 1 a 4 do presente relat6rio, a
que se seguem qu :J. tro moções (anexos 5 a 8), conjunturais,
mas expressiva s de outras cogitações do Encontro.
4.2 O Ministério da Educação propiciou um excelente ser
viço de e ravação rnagnetofÔnica de todos os trabalhos verbais,
desde a sessuo inaugural, pas !:J ando pelas de ser viço, até a
sessão de encerra~ento. Das matrizes dessas gravações se - , , fizeram sete coleçoes, para cada u•a dos pa~ses de l~ngua
oficial portuguesa. Furte de cada coleção já foi entregue
às delegações, cabendo ao Itamaraty dar seus bons oficios
para que todo o docu·!lentário chegue aos Governos em causa.
5. Ação legiferante - Os delegados, no comunicado que in-,
traduz o protocolo, pedem aos Governos de seus pa~ses que
enviclem todos os esforços no sentido de aprovarem, cada um,
legislação nacional que respeite a dos seis outros paises,
concordando que, como .E_acta sunt servanda, as bas es orto
gráficas pro postas sejam aceitas ern sua integralidade, pois
não haver á co:no emendar na orde!·a interna algo que se propÕe - • A • ser supranacional como expres sao s ·.1perior da conven~encu1
nucional. Des s e modo, parecen ser subsidies ne cess~rios - . , p::u u a redaçao du le~ ern cada pa~s os seguintes element os;
pensados e:n fw1ção das caracteristicas legiferantes br usi. -
1 e i r =o1 s:
1) ::1ensagem elo Pre s i dente da RepÚblica ao f orler TJe
gi s la ti vo, referendada pelos três T·hriistros de Estudo em
causa, propondo a aprovação do projeto de lei: os subsi
dies para essa mens agem se acha 'n tanto neste relatÓrio
quanto, esse 11cialmente, no comunicado inicial conj llil to
do protocolo (anexo 1);
2) projeto de lei com artigo que disporá q 1te a or-, , ,
to~rafia ofici a l do pa1s se regera pelas bases ortoe r afi-
ca ~-3 a provadas no fucon tro (anexo 4) ;
3) '-:1 r ti ~o que disporá que, uma vez aprovadas, as ba
s es não se, ·ão alteradas sem conbord~ncia prévia dos Gover
nos que ti verem aderido e aprovado as bases e:u causa, pr o
ce.Jendo-se, · s e neceG s ário, a um encontro de c enal de a tu.u-
lt zação orto~ráfica unificada;
4) arti co q~e dispor~ que a vig~ncia da lei começa r~
a partir de 1º de janeiro de 1988, se tamb~m antes dessa da~
ta o Governo portugu~s, pelo menos, j~ a tiver sancionado
e·rt tudo coincidentemente;
5) artigo que disporá que qualquer pais que tenha a / / , ' l1ngua portuguesa como sua l1ngua oficial podera aderir a
ortografia consolidada e ~n 1986 em qualquer ~poca, pas san:'l.o
a partir ua adesão a ser parte solidária das injunçÕes do
artigo a que se refere o ntÍ rne t'O ( J) supra;
6) artigo pelo qual as Acadernias encarregadas da ela
boraç~o de U i'l vocabulário o1·toerÚfico da l{ng~a portuguesa
- norninalllente, a Acadenia lrasileira de T1etras e a Ac.lde
mia dds Ci ~ 11ci :w d.e Lisboa - busque ~n edi t~-lo, em texto Úni
co, o mdis tardar até 1989, consignando as variantes nacio-, - ,
n:li s i!l'Ol•I'ií1:> e, e :~l elliçoes subseqllentes, as dos l'aises que
allerirem às base::; na forma do disposto no artigo (5) sLmr·a.
6. ~ão legiferante conexa - no curso dos debates, v~rias
qu9stões relativas ao estatuto da l{ne;ua portuguesa como
l{n8ua de cultura foram aflorados: a questão da normalizu
ção da nornene!latura gramatical, a f im de que os textos de
consulta (dicionários, certos livros did~ticos e afins)
pos san t er curso em todos os pa{ses de lineua oficial por
t ur;ue :Ja; a ~run : : cendente questão da terminologia c i en ti fj
ca e t~cnica, cuja padronização ~ de i mportgncia primaci-
al para as rela~Ões econ6micas, comerciais, industriais,
t , . . t /f . - t / d 1 , ecnH: :J s e c1en··1 1cas nao apenas en re os pa1ses e 1n-- ,
cllla portueuesa, senao que tamberu ou sobretuuo ctH' a co-,
:~mrütlJ. Je inte r nacional, para ernparelhamento da tecnica e
da ciência de r onta corn as pontas da t~cnica e ciência
no mundo; reco :nendações tendentes à unificação terruino-, . t f , log1 c a in terna, se r:tpre que, por sua na ureza, o r pas!:n-
vel de uma :polticn lingU.{stica comum, e questõea outras
de s sa natureza.
G .1 Nesse s en tido, o EncontrO" tornou conheci ·nen to de
Ll! !.!U :pro 1' 08 ta uo Governo português no sentido ele ser
cri :::1do urn Con ~1 elh o Internacional da L{neua Port uG•..tef:la
.r;
oujo teor vai em anexo ao anexo 5 do presente. Em resu-
mo, o Conselho proposto visa estudar e preconizar medilas
de politica lingU.(stica comum aos pa{seo de l{ngua oficial
portuguesa, mc.dic.las sempre ad referendum dos Governos que
integrarem o Conselho. Um projeto Je lei que correspondesse
a tais objetivos deveria conter os seguintes dispositivos,
pelo menos:
1) artigo que disporá que o Legislativo autoriza o
Executivo a negociar e acordar as bases de um Conselho In
ternacional da L{ngua PortuGuesa com. um ou mais paÍses que ,
tenham co•n.o lineua oficial a portuguesa; ,
2) a~tigo que disporá que o mandato do Conselho ser a
o Je estudar, pesquisar e articular - diretamente ou por
especialistas interpostos medilas de polÍtica lingaisti
ca comum, uc.l referendum dos poderes nacionais de cada pais
em causa;
3) artigo que disporá explicitamente que, dentre ou-
tros objetivos, o Conselho , ,
do vocabula r io ortoGrafico
ferirá a lei que regulará
deverá encarregar-se da execução ,
da l1ngua portuguesa a que se re-
a ortografia da l{ngua, be~ corno
de quaisquer vocabulários comuns, assim como a consolida','ão , , , • ,I
do vocabulario cient1fico e tecn1co da l1ngua portuguesa,
aJ.e •n:üs de quaisquer temas e a s suntos que pos :;am ser, den
tro da lingua comum de cultura, . objeto de convenções nacio
nal ou internacionalmente Úteis e possÍveis, sempre ad ~
ferendwn de cada Governo nacional em causa;
4) artigo que disporá sobre a estrutura e funciona
mento do Conselho, que ficará delegada à negociação p8.ri
tária entre as partes, de tal modo C].Ue a :·representação
brasileira terilla na chefia um membro da Academia Brasilei
ra de Letras, a fim de preservar e garantir a essa ins
tituição sua missão de defensora e ilustradora da l[ngua
portugQesa no Bra~il.
1. Perspectivas- Se certos critérios de defesa de suu
utilidade e n eceYsidade não forem compreendidos, a unifica-- , - , 1 çao da ortodrufia da l1ngua portuguesa nao sera loaru r n com
o en t endi :nen to geral desejável. Dentre esses cri tériOfl, é
se:n11 re impor tunte que se ressaltem os seguintes:
1) o fato de que se trata de unificação orLo8rÚfic f.l
e jamais unificação lingü{stica ou que outra noção a re
cubra, o que é be~ realçado no comunicado inicial do pro
tocolo;
2) o fato de que não caberá aos legisladores emendar
as Bases acordadas, pois qualquer emenda nacional~ente ad
m.i tida por urna das partes comprometerá a adoção do to ,Jo em
âmbito geral e internacional da l{ngua portu8uesa;
3) o fato de que qualquer insufici~ncia de pormenor
das Bases UlJrovudas nafJ neeociuçõe~.:; recém-terminadas pode
rá ser corrigida de fu"turo, com a aquiesc~ncia das partes,
pois a ~ei ortográfica preverá sua prÓpria atualização de
cenalmen te.;
4) o fato de que qualquer alternativa para a propos
ta atual significar~ novas negociaç5es futuras que, na pers
pectiva presente, serão cada vez mais dificeis e onerosas,
pois os investi !nentos sociais já realizados (li ~v'Tos, in
teresses criados, editoração, tradição, inércia) tenderão
a ser cada vez ~ais impeditivos da desejável racionaliza
çã::> em plano internacional, pois muito breve a demoerafia
interessada ter~ duplicados os seus contingentes e, prova
vel :nente , multiplicado a expressão dos intei!esses criados
localistas. Parece que procede explicar que a wüfo ·tTd ~:t
;<:ío eleve ter !'l"t.od dn t'lc :..>·..)bre n rcrfeição - possi-rel ou ,
ideal -, que mutca sera comprometida definitivamente pe-
la unificação prévia, que traz em si a regra da perfcc
ti~ilidacle por ela mesma prevista.
Aprovei t:J a oportunidade para renov:;r a V o soa Ex
celência, Senhor Presidente , os protestos da .:ninha mais
alta estima e distinta consideração. ~/1
~ /~ (Antônio Houaiss) . ,
Delegado do Brasil e secret~-rio-geral do Encontro de Unificação Ortográfica da Lin~1a
Fortuc;u.esa
......... ---- PROTOCOLO DO ENCONTRO DE UNIFICAÇÃO ORTOGRÁ
FICA DA LÍNGUA PORTUGUESA, RIO DE JANEIRO,
DE 6 A 12 DE MAIO DE 1986
(versão textual brasileira)
' 1. Os delegados de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique ,·
Portugal e São Tomé e PrÍncipe aceitas e reconheci-
das como boas as suas credenciais para as negociações deste En
contra de Unificação Ortográfica da LÍngua Portuguesa, realiza
do no Rio de Janeiro, na sede da Academia Brasileira de Letras,
de 6 a 12 de maio de 1986, a convite do Governo brasileiro
fazem lavrar o presente t_exto, que consubstancia suas razões e
recomendações o
1.1 Registram, de inÍcio, o fato de que o Governo da Guine
Bissau não só aceitou, o convite do Governo brasileiro, mas tam
bém designou seu delegado, que por circunstâncias alheias à sua
vontade não pÔde chegar a tempo para as negociações.Dos resulta
dos destas e do material documental produzido, dar-se-á conta '
ao Governo da Guiné-Bissau, havendo o plenipotenciário de Cabo
Verde aquiescido ao pedido que lhe fizeram as demais delegações
de pÔr seus bons ofÍcios no sentido de levá-los ao ·conhecimento
das Autoridades da Guiné-Bissau.
2. Antecedentes - Ressaltam, de inÍcio, o fato de que, '
nos tempo s modernos, desde fins do século XIX, vem sen
do buscada a simplificação e racionalização da ortografia portu
guesa , sempre com ânimo unitário, isto é, de molde que o padrão
que fosse atingido servisse para todo o âmbito geográfico c so
cial da lÍngua. Reconhecem, porém, que alguns equÍvocos pudnralil
surgir entre as posiçÕes brasileira e portuguesa na 1natéria , do
que proveio , a partir de 1945, o estado de coisas presente.
2.1 Esse estado de coisas é claro nos seguintes traços : pri
meiro, o português é a Única lÍngua de cultura no rmmdo
moderno com duas ortugrafias oficiais , com . ' preJulzo para os
seus usuário s e respec tivas sociedades;segundo, ambas ãs ort o -
grafias têm marcas tÓ_Picas ou localistas, em função de pronún -
cias cultas mas ·de limitada aceitação prática e teÓrica por par
te de grandes contigentes de utentes da lÍngua.
2.2 Em 1945 , um acord o ortográfic o foi ncgochtdo cnLre a
Academia d~s Ciêncins de Lisboa e a Aca domiR Brasjlvira
de Letras, que se fez lei o.ctográfica r;m Portugal e não fo i
honrado pelo Legislativo brasiJ.e iro, por mot ivo s então al ~Dn-
2 .
usuários brasileiros. Em conseqüência, o Governo brasileiro,en
tão, teve de resignar-se à rejeição pelo Legislativo do veto 1
com que queria salvar o acordo de 1945 , passando a oficial o . '
padrão ortográfico que antecedentemente, em 1943 , a Academia 1
Brasileira de Letras adotara por iniciativa unilateral .
2.3 Desde então, periodicamente, as duas Academias, por ini
ciativa de alguns de seus membros , buscaram negociar a
unificação ortográfica sempre almejada mas nunca conseguida .
Não obstante , um grande p~sso em frente foi dado quando o Go
verno brasileiro, em dezembro de 1971, sancionou lei que sim
plificava fortemente o uso dos diacríticos na sua ortografia ,
o que acarretou uma sensÍvel diminuição nas diferenças que se
paravam as regras e práticas ortográficas entre o Brasil e Por
tugal, revelando , ao mesmo tempo , que as possibilidades de uni
ficação não eram tão remotas como se chegou num dado momento a
presumir.
2 . 4 A partir de 1971, membros das duas Academias, sem manda
to oficial mas com benévola aquiescência das suas Ca
sas , negociaram a aproximação , que atingiu seu ponto de concor
dância em 1975, quando as bases do acordo de 1945 foram recon
sideradas a novas luzes e novos critérios . Esse acordo de 1945
renegociado em 1975 e subscrito pelos presidentes da Academia '
das Ciências de Lisboa e da Academià Brasileira de Letras nao
foi , contudo, transformado em lei, tanto no Brasil como em Por
tugal, pois circunstâncias adversas , de vária ordem, não permi
tiram uma consideração pÚblica da matéria . Na medida em que se
adiou a retomada da questão em nível legiferante, ficou paten
te que , com a emergência de cinco novos paÍses soberanos de
lÍngua oficial portuguesa , os esforços para a unificação ~
na o
podiam ser reconsiderados sem a audiência dos Governos desses
cinco paÍses soberanos. i rmãos em lÍngua e culturas . Eis os
fundamentos do convite brasileiro para o presente Encontro e
da aceitação de participação dos Go'ven1os nele representados .
J. As n egociações Transcorre1am e las em ambiente har
mÔnico e produtivo , o que permitiu um debate aprofru1da
3· -
do dos temas e problemas, com a participação de todos os delegá
·· dos. A confiança mútua que logo se manifestou permitiu também 1
que cada delegação antecipasse o ~ue podia presumir viessem a
ser os percalços que os resultados das negociações iriam enfren·
tar, considerada a circunstância de que qualquer inovação em ma
téria ortográfica provoca de inÍcio reações contrárias. Mas, ao
cabo, todas as delegações concordaram quanto ao fato de que as
novas bases ortográficas não só possibilitam a unificação orto
gráfica da lÍngua portuguesa objetivo primacial do Encontro
-, senão que também representam um avanç o na racionalidade do 1·
sistema ortográfico da lÍngua.
3.1 Registre-se, sobre as negociações, a posição generosa
das delegações africanas: consignaram elas, pela voz de
cada um dos seus representantes, a luta que seus povos vêm em
preendendo contra o subdesenvolvimento e pela afirmação da so
berania nacional; consignaram sua concordância de princÍpio
com a unificação, de modo que a lei a esse respeito seja apro
vada na brevidade possível pelos dois paÍses que de longa data
vêm estudando essa matéria; consignaram que a vigência da no
va lei ortográfica comum não deve depender da ratificação dos
governos africanos, dado o fato de que, na linha de priorida -
des, tal ratificação talvez possa tardar, já que as novas ba
ses deverão ser objeto de debate nacional, graças ao que se po
derá aprofundar a consciência da lÍngua portuguesa como lÍngua
oficial, para o que muito contribuirá a criação de comissões '
nacionais a isso destinadas. Pediram, destarte, que lhes fica~
se aberta a possibilidade de aderir à nova ortografia a qual -
quer tempo, sem condicionamentos que eventualmente pudessem
ocasionar adiamentos na vigência da lei. As delegaçõe~ de Por
tugal e do Brasil agradeceram .. a generosa posição de Angola , Ca
bo Verde, Mo ç ambique, São Tomé e Príncipe .
4. PrincÍpios fundamentais unificadores - Os desacordos
quanto a pormenores de ambas as ortografias derivavam ,
pelo menos para alguns , de dois pressupostos : o de que havia 1
duas normas consideradas padrÕes ortoépicos, respectivamente 1
em Li s boa-Coi1nbra e no Rio de Janeiro; seria em admissão pont o
4.
de Feferência para definir certos aspectos ortográficos - o que
acarretava controvérsias e dualidade s - ; e o de que, .mercê da
ortografira, podiam insinuar-se principias ortofÔnicos ou ortoé
picos à luz daquelas duas normas , 'coisa que tendia a separar
mais ostensivamente os dois padrÕes em causa .
4.1 O longo interregno de vigência das duas ortografias ~
na o
foi , porém, estéril, pois apontou o caminho da unifica -
ção . Passou-se a compreender que uma grande lingua de cultura
como a portuguesa, falada por mais de 170 milhÕes de pessoas , 1
não podia subsistir com apenas dois focos ortofÔnicos de pronún
cia, devendo; ao contrário , aceitar a tese de que padrÕes cul -
tos prÓprios existiam e existem em todo o Ambit o geográfico dos
sete paises . Em decorrência , a ortografia que servisse a todos '
os seus padrÕes cultos deveria abandonar a representação de
quantos traços tÓpicos- ou localistas tivessem tido as duas orto
grafias oficiais .
4 . 2 Impunha-se , porém , deixar bem claro que não se trataria ,
com a unificação ortográfica, de lograr nem a unificação
nem muito menos a uniformização dos fatos lingüisticos represen
tados ortograficamente . Destarte, os fatos fonético , morfolÓgi
cos , fonolÓgicos , sintácticos e lexicais que fossem diferenciais
deveriam ser graficamente diferenciados exibindo a rica di-
versidade de língua , geográfica e socialmente considerada , di
versidade que lhe permite exprimir os infinitos matizes verba is
e mentais dos seus utentes , segundo os fins que persigam na co
municação dos seus pensamentos, sentimentos e emoções .
4 . 3 Na prática , ~sse ideal de estabelecimento de uma ortogra
fia supratÓpica, supranacional, supra-regional,' postula
va os seguintes critérios: primeiro, reconhecer que na · prÓpria
histÓria grafemática da lingua existiam certos hábitos que deve . -riam ser convalidados, ainda que contrariassem teorias , dita ra
cionalistas , que, para "facili tare.m" o aprendizado de uma l:Ín
gua de cultura como é a portuguesa (que exige - não. pela sua or
tografia - ano s continuas de intensos estudos, tal como o r~orrc
com qualquer grande língua de cultura), propÕem sistemas f echa-
5 .
dos biunÍvocos entre a fon emática e a grafemática; s egundo, a &ni
tir que quaisquer. traços restritos a áreas cultas não unive r sais
na língua não deveriam receber representação na ortografia unifi
cada, liberando o usuário culto d~ subordinação ao que não lhe . fosse prÓprio; terc eiro, simplificar, quanto possível, mais ain- ·
da, o sistema ortográfico, em tudo quanto partisse de compara
ções lex icais ou v erbais fora de contexto, pois as duas ortog ra
fias oficiais ora vigentes pagam p e sado preço a essa preocupa -
ção, criando a ssim uma rede de notações que podem ser c onsidera
das parasitárias, se aferidas contex tualmente. (Cumpre r e s saltar,
em v erdade, que a mbiguidades contextuais que possam ser dir imidas
pela acentuação gráfica são de tão baixa ocorrência que quase são
fantasiosas ou casos limites). O mero abandono dessa preocupação•
torna possível que a ac entuação gráfica da língua, de e x tremamen
te complexa que chegou a ser, passe a ter caracteres muito sim
ples - é bem v e rdade que, eventualmente, a custo de objeções.
4.4 Objeções,de fato, há, sempre que se inova em matéria orto-
gráfica - eis uma lição de todos os tempos. Na situa ção
presente da língua portuguesa, porém, vale a pena ousar. A nossa
lÍngua é, já agora, uma das mais faladas e escritas do mundo, que
atingem uma centena ap enas dentre dez mil línguas ora faladas, e~
tre á g raf as e esc ritas. Sua unidade como língua de cultu ra e stá '
s endo, porém, prejudicada, para mal de seus utentes, com as duas
ortografias, na economia, na editoração, na diplomacia, nas rela
ções int ernacionais, nas relações cultu rais - exigindo de cada um
dos sete paíse s sob e r anos que a têm como língua oficial esforços
nacion a is qu e pode r iam ser fort emente mais f ecundos se a barr e ira
ortográfic a não crias se obstáculos aos s e te paÍ se s em causa
sem r eferir em particul a r outra s comunida de s que t êm na l Í ngua
portuguesa seu v ernáculo ou sua lÍngua de cul tura de comunicação
un i v e r sali s t a . Desse modo, c onseguir a uni f i cação ortogiáfica p o
de p arecer a os meno s avi sados coisa de somenos , mas é obra de im
portânc ia perdu rante para a cultura de expressão p or t ugue sa c o -
mum . Este é um at o p ol Ítico e d iplomátic o que fi cará no tempo.
5. Conces sÕe s rec Í procas No c ote jo da s duas or tografins ,
tomaram-se como b a s e de d i scussão, a ofi c ial brasileira e
6.
a ofi~ial portuguesa , renegociadas em 1975, sobre as bases do
acordo de 1945. As delegações porém, deram um passo em frente na
questão da acentuação gráfica e cuja coerência se faz graças à ' aceitação do princ Ípio de que devem sobrepor-se, à lÓgica do sis.
tema obtido pela comparações lexicais isoladas, as evidências
inequÍvocas no contexto lingüÍstico. Houve traços de ambas a s or
tografias que foram excluÍdos do novo sistema sem implicarem o
abandono do padrão lingüÍstico do usuário . Ao proscreverem-se as
consoantes ditas mudas cujo valor era, de fato, diacrÍtico, por
assinalarem o timbre aberto da vogal que as precedia, não se im
poe ao leitor, escritor ou locutor o abandono, se for o caso, do
timbre aberto : apenas se considera a questão como a que ocorre '
quando se grafam pregar ' predicar •, padeiro e afins . Isso ~
na o
importa , porém , em unificar aspeto/aspecto , que serão opciona is'
por parte do escritor (se não pronuncia ou se pronuncia o ~ em
questão), do mesmo modo -que, por exemplo , excecional/excepcional,
consoant e não se pronuncie ou se pronuncie o E· ·Acentuar carre
teis, por exemplo , era constranger a pronúncia de um sem-número'
de locutores que, com toda a legitimidade , não pronunciam o diton
go segundo a feição por que é grafado : carreteis , porém, não imp~
dirá que o leitor o pronuncie com os valores vocálicos a que este
ja habituado no s eu padrão culto.
5.1 Mercê de concessÕes recÍprocas desse tipo e do princÍpio 1
da simplificação por inequivocidade contextual , logra-se uma orto
grafia simplificada comum à expressão da língua portuguesa escri
ta que , contudo , respeita as variantes morfolÓgicas e l exi cai s e
afins nacionais, r egionais, tÓpicas e até idioletais - traços es
tes que , contudo , longe de comprometerem a superior unidade s da 1
lÍngua , lhe conferem inúmeras virtudes plásticas para correspond~
r em aos matizes mentais e verbais dos seus utentes .
6 . Recomendações As delegações recomendam vivamente ao s '
Governos de Angola , Brasil , Cabo Verde , Guiné-Bissau , 1\to
çambique , Portugal e são Tomé e PrÍncipe que adotem as "Bases d.a
ortografia simplificada acordadas em 1945 , rcnegociadas em 1975 e
consolidadas em 1986". como o seu sist ema nacional de ortografia ,
sistema nacional que , em tudo igual em cada um dos sete países , '
será ipso fact o o sistema cm;;wn dos mesmo s.
7.
6.1 Recomendam, também, que cada Governo decida quanto ao '
modus faciendi da ação legiferante, e que, tornadas lei -·
nacional as "Bases referidas, cada Governo comunique o fato aos
seis outros. '
6.2 Recomendam, ainda, que a vigência da lei se torne efeti-
va a partir do dia l de janeiro de 1988, com sua ratifi
caçao pelos Governos brasileiro e português. Fica aberta a rati
ficação a qualquer tempo dos Governos africanos , nos termos refe
ridos no nº 3 supra .
6.3 ,
Recomendam, ademais, que os sete palses editem conjunta-
mente um vocabulário ortográfico da língua portuguesa, 1
com r egistro das variantes ou peculiaridades lexicais nac i onais
de cada um, comprometendo-se a não proceder a quaisquer modifica
ções ou aperfe içoamentos do sistema ortográfico unificado sem au -
diência e concordância recÍproca e comum , o que deverá cada dez ~
anos ser aprovado por novo Encontro, convocado por outro que nao
o Governo que convocou o anterior. As delegações propuseram que
o prÓximo encont ro seja por convocação do Governo português.
6.4 Recomendam,por fim, que cada paÍs estude desde já as pos . , .
sibilidades de credenciar um organlsmo proprlo para dia-
logar com os outros seis sobre os problemas da língua.
7. Este protocolo apresenta-se na seguinte forma: a) este '
comunicado na versão ortográfica vigente no Brasil , b)
este comunicado na versão ortográfica vigente em Portugal e no s
paÍse s africanos de lÍngua oficial portuguesa, c) este comunica
do na versão ortográfica unificada proposta como futura l e i e d)
a s "Base s da ortografia simplificada acordadas em 1945,, r enego -
ciadas em 197 5 e consolidadas .em 1986", obviamente na ortogr afia
pr oposta como futura l e i dos sete paÍses . Desse text o conjun t o,
tiram-se sete vias fac similare s, todas ela s assinadas pelos che
fes de delegação e pelos demais membros das mesmas , valendo to
das elas c omo originais .
Rio de Janeiro, 12 de maio de 1986
Na Academia Brasileira de Letras
8 .
por Angola :
por Moçambique :
por Portu al : ·
por são Tomé e Príncipe : -
./.
..- I '" V€ R. 5-11--o ~Lt b4
Jf-€ v( DAM ~ ~~~~ úr1<-R t ~~j PROTOCOLO 00 ENCONTRO DE UNIFICA O ORTOGR~FI l < .. !> ... 'g t
DA LfNGUA PORTUGUESA
'
RIO DE JANEIRO, DE 6 A 12 DE MAIO DE 1986
1. As delegeç~es de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Po!:,
tugal e são Tomé e Pr!ncipe.- aceitas e reconhecidas como boas as suas creden
ciais para as negociaçÕes deste Encontro de Unificação Ortográfica da L{ngua Po!:,
tuguese, realizado no Aio de Janeiro, na sede da Academia Brasileira de Letras,
de 6 a 12 de Meio de 1986, a convite do Governo brasileiro - fazan lavrar o pre
sente texto, que consubstancie as suas raz~es e recomendaçÕes.
1.1 Aegistam, de in!cio, o · facto da que o Governo da Guiná-Bis-
eau não a~ aceitou o convite do Governo brasileiro, mas tamb~ designou seu del!
gado, que por circunstâncias alheias à sua vontade não p;da chegar. a t empo para
as negociaçÕes. Dos resultados destes a do material documental produzido, d~se-• # •
-a conta ao Governo da Guine-Bissau, havendo o plenipotenciario de Cabo Verde a-
quiescido ao pedido Que lha fizeram as demais delegaç~es de p~r seus bons of!cios
no sentido de levá-los ao conhecimento das autoridades de Guiné-Bissau.
2. Antecedentes - Ressaltam, de in!cio, o facto de qu~, nos t~
pos modernos, desde fins do s~culo XIX, vem sendo buscada e simplificação e ra -
cionalização da ortografia portuguesa , sempre com ânimo unitário, isto é, de ma l -.., A #
de que o padrao que fosse atingido servisse pare todo o ambito geografico e so-
cial da l{ngua. Reconhecem, porém, que alguns equ!vocos puderam surgir entre as
posiçÕes brasileira e portuguesa na matéria , do que proveio , a partir da 19451 o
estado de coisas presente .
2.1 • Esse ostado de coisas e c aro nos seguintes traços: primBiro,
-o portugu~s é a ~nica l{ngua de cultura no mundo moderno com duas' ortografias o
ficiais, com pre juÍzo para os seus usu~rios e r espectivas sociudades ; ~eg u~do,a!
bas as ortografias t~m mar8os t~pices ou localistas 1 en funç;o ds pron~r1cias cul
tas mas de limitada aceitação prática e teÓrica por parte de grenqks contingen
' tes de utentes da lÍngua.
2.2 Em 1945, um acordo ortogr~fico foi negociado entra a Acede-
mia das Ci~ncias de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras, que se fez lei or
tográfica em Portugal e não foi honrado pelo Legislativo brasileiro, por motivos #
então alegados de que algumas de suas bases eram constrangedoras para os usuarios
brasileiros. Em consequ~ncia, o Governo brasileiro, então, teve de resignar-se à rejeição pAla Legislativo do veto com que queria salvar o acordo de 1945, pass~
... . , do a oficial o padrao ortografico que antecedentemente, em 1943, a Academia Bra-
sileira de L~tras adaptare por iniciativa unilateral,
2.3 Desde então, periodicamente, as duas Academias, por iniciati
va de alguns de seus membros, buscaram negociar a unificação ortográfica s empre
almejada mas nunca conseguida. Não obstante, um grande passo em frente foi dado
quando o Governo brasileiro, em Dezembro de 1971 1 sancionou lei que simplificava
fortemente o uso dos diacr!ticos na sua ortografia, o que acarretou uma s ens !vel ... , " diminuiçao nas diferenças que separavam as regras e praticas ortograficas entre
o Brasil e Portugal, revelando, ao mesmo tempo, que as possibilidades de unifica
ção não eram tão remotas como se chegou num dado momento a presumir.
A partir de 1971, membros das duas Academias, sem mandato o-
ficial mas com benévola aquiesc~ncia'das suas Casas, negociaram a ~proximação,
que atingiu seu ponto de concord~ncia em 1975, quando as bases do acordo de 1945
foram reconsideradas a novas luzes e novos crit~rios. Esse acordo de 19a5 reneg~
ciado em 1975 e subscrito pelos presidentes da Academia das Ci~ncias de Lisboa e
da Academia Grasileira de Letras não foi, contudo,tranfôrnuldo em lei, tonto no
Brasil como em Portugal, pois circunst~ncias adversas, de' vária ordEJn, não perm!_
tiram t~a consideração p~blica da mat~ria. Na medida em que se adiou a retomada
da questão em nfvel legiferante, ficou patente que, com a emergência de cinco no
vos pa{!l es sol.wronos de lfngua oficial portuguesa, os esforços para a unificaç ão . ... nao podiam ser r econsiderados sem a aud~ncia dos Governos desses cinco pa!ses so
beranos irmoos em lÍngua e culturas. Eis os fundamentos do convit~ bras ileiro p~
ra o presente Encontro e da aceitação de participação dos Governos nele represe~
t a dos.
3. As negociaç~es - Transcorreram elas em ambiente harmo
' produtivo, o que permitiu um debate aprofundado dos temas e problemas, ,com a P~
ticipaçÕo de todos os delegados. A confiança mÚtua que logo se manifestou permi
tiu tamb~m que cada delegação antecipasse o que podia presumir viessem a ser os
percalços que os resultados das negociaçÕes iriam enfrentar, considerada a cir -
cunstância de que qualquer inovação em mat~ria ortogr~fica provoca de in!cio reac
ç~es contr~rias. Mas, no cabo, todas as delegaçÕes concordaram quanto ao facto
de que as novas bases , .. , .. t 'fi ortograftcas nao so possibilitam a unificaçao or ogra ca
da 1!ngua portuguesa - objectivo primacial do Encontro -, senão que também repr~
sentam um avanço na racionalidade do sistema ortogr~fico da l{ngua.
3.1 ... ..
Registe-se, sobre as negociaçoes, a posiçao generosa das de-
legaçÕes africanas: consignaram elas, pela voz de cada um dos seus representan
tes, a luta que seus povos v~ empreendendo contra o subdesenvolvimento e pela a
firmação e salvaguarda da soberania
princÍpio com a unificeç~, de modo
,. nacional; consignaram sua concordancia de
que a lei a esse respeito seja aprovada com
a brevidade possfvel pelos dois paÍses que de longa data vêm estudando essa mat! A # . N
ria; consignaram que a vigencia da nova lei ortografica comum neo deve depender
da ratificação dos governos africanos, dado o facto de que, na linha de priorid!
des, tal ratificação talvez possa tardar, j~ que as novas bases deverão ser ob -
j t d db , ,. ! ec o e e ate nacional, graças ao que se podere aprofundar a consciencia da 1 n
gua portuguesa como l!ngua oficial, para o que muito contribuirá a criaçã" de c.e_
missÕes nacionais a isso destinadas. Pediram, destarte, que lhes ficasse aber ta
a possibilidade de aderir à nova ortografia a qualquer tempo, sem condicionamen
tos que eventualmente pudessem ocasionar adiamentos na vig~ncia da lei. As dele-.. gaçoes de Portugal e do Brasil agradeceram a generosa posição de Angola, Cabo
Verde, Moçembique e São Tom~ e PrÍncipe.
a. Princ!pios fundamentais unificadores - Os desacordos quanto
-a pormenores de ambas as ortogra fias derivavam , pelo menos para alguns, de dois
pressupostos: o rle que havia duas normas considerados padrÕes orto~picos, res-
11ec ti vomcn te em Lisboa - Coimbra e no Rio de Janeiro e o de
s-iJa n.dmiGsilo ponto de referêhc ia para definir certos aspectos
cos - o· que acarretava controvérsias e dualidades-; e o de que,
ortografia , podiam insinuar-se princÍpios ortofÓnicos
J.uz d:=tqueln.s duas normas, coisa que tendia a separar mais ostensi '
os uois padrÕes em causa . ~ ,
4.l O longo interregno de vigência das duas ortografias nao foi,porem,
a
estéril, pois apontou o caminho da unificação. Passou-se a compreender
~ue uma grand e lÍngua de cultura, como a portuguesa, falada por mais de
170 milhÕes ue pessoas, não podia subsistir com apenas dois focos orto -
fÓnicos de pronúncia , devendo , ao contrário, aceitar-se a tese de que
, ,. 'f' d t I pn.drÕes cultos proprios existem no ambito geogra 1co os se e pa1ses .
decorrência, a ortografia que servisse a todos os seus padrÕes cultos de
veria abandonar a representação de quantos traços tÓpicos ou localistas
tivessem tido as duas ortografias oficiais.
4.2 Impunha-se , porém , deixar bem claro que não se trataria , com a unifi
cação ortográfica, de lograr nem a unificação nem muito menos a uniformiza
ção dos factos linguÍsticos representados ortografic~1ente. Destarte ,os
factos fonéticos, fonolÓgicos, morfolÓgicos, sintácticos e lexicais que
fossem diferenciais deviam ser graficamente diferenciados exibindo a ri-
ca diversidade da lÍngua, geográfica e socialmente considerada, diversida
de que lhe permitie exprimir os infinitos matizes verbais e mentais dos
seus utentes, segundo os fins que persigam na comunicação dos seus pensa
mentos , sentimentos e emoções .
4.3 Na prática , esse ideal de estabelecimento de uma ortografia suprató
pica , supranacional , supra-regional , postulava os seguintes critérios:pri
meiro, reconhecer que na prÓpria histÓria grafemática da lÍngua existiam ,
certos habitas que deveriam ser convalidados, ainda que contraria ssem teo
rias, ditas racionalistas, que, para "facilitarem" o aprendizado de uma
lÍngua de cultura c orno é a portuguesa ( que exige - não pela sua ortogra-
fia - anos contínuos de intensos estudos, tal como ocorre com qualquer
gra11de lÍngua de cultura), propÕem sistemas fechados bi1mÍvo_cos entre a f o
n emátic a e a gra femática;
tritos ,
a area s cultas
segundo, admitir
na o universais na
que quaisquer tra ços res
lÍngua não deveri am receber
r epresenta ção na orto gr a fia unificada~ li bér811do o usuário c-ulto da us-
bordinação ao que não lhe fosse pr~prio; terceiro, simplificar, quant
mais ainda, o sistema ortográfico, em tudo quanto partisse ' cais ou verbais fora de contexto, pois as duas ortografias oficiais ora v~gentes
- criando assim uma rede de notsç~es que p_o pagam pesado preço a essa preocupaçao 1
dem ser consideradas parasitárias, se aferidas contextualmente. Cumpre ressaltar
en verdade, que ambiguidades contextuais, que possam ser diminuidas pela acentu~
ção gráfica, são de tão baixa ocorr~ncia que quase são fantasiosas ou casos li-
mites.
4.4
gráfica
Objecç~es, de facto, há, sempre que se inova em mat~ria ort2
eis uma lição de todos os tempos. Na situação presente da l{ngua port~ ,. ! # # d i guosa, porem, vale a pena ousar. A nossa 1 ngua e~ ja agora, uma as ma s fala-
dos e escritas do mundo, que atingem uma centena apenas dentre dez mil l!nguas
ora faladas, entre ágrafas e escritas. Sua unidade como l{ngua de cultura está
sendo, por~m 1 prejudicada, para mal de seus utentes, com · as duas ortografias,na
economia, na editoração, ·na diplomacia, nas relaçÕes internacionais, nes relaçÕes
culturais - exigindo de cada um dos sete pa!ses soberanos que a t~m como l!ngua
oficiai =es1forços nacionais que poderiam ser fortemente mais fecundos se a barrei
ra ortográfica não criasse obstáculos aos sete pa!ses em causa - san referir em
particular outras comunidades que têm na l!ngua portuguesa seu vernáculo ou sua
1 , . -1ngua da cultura do comun1caçao universalista. Desse modo, conseguir a unifica-.. , #
çao ortografica pode parecer aos menos avisados coisa de somenos, mas e obra de
importância perduront:e para a cultura de expressão portuguesa comum. Este ~ um
l t , • ~
BC O rol1tico A diplomatico QUO f1cara no tempo,
5. ... ,
Concessoes rec1procas - No cotejo das duas ortografias, to-
maram-se como base de discussão a oficial brasileira e a oficial portuguesa, re
negociadas em 1975, sobre as bases do acordo de 1945, As delegaç~es, por~, de
ram um passo em frente na questão da acentuação gráfica, cuja coer~ncia se faz
graças à aceitação do princ!pio de que devem sobrepor-se, à lÓgica do sistema
obtido pelos comparaçÕes lexicais isoladas, as evid~ncias inequ!vocas no contex
to lingufstico. Houve traços de ambas as ortmgra fi as que forem e;clufdos do novo
· sistema sem implicarem o abandono do padrão lingu!stico do usuário. Ao P
verem-se as consoantes dites mudes c~jo valor era, de facto, diecr!tico
sinal orem o timbre aberto da vogal que as precedia, não se impÕe A.O
ter ou locutor o abandono, se for o caso, do tifll bre aberto: apenes se considera
o Questão corno a que ocorre quando se grafam pregar "predicar", ~adeirq e afins.
Isso não i mporta, por~m, em unificar espeto/aspecto, que serão opcionais por PB!,
te do escritor (se não pronuncia ou se pronuncia oS em questão), do mesmo modo
que, por exemplo, excecional/excepcional, consoante não se pronuncie o E• Acen-, , ,
tuar correteis, por exemplo, era constranger a pronuncia de um sem-numero de lo-
cutores que, .com toda a legitimidade, não pronunciam o ditongo s egundo a feição , ~ """ , i por que e grafado: cnrreteis , porem, nao impedira que o leitor o pronunc e com
os valores vocálicos a que esteja habituado no seu padrão culto.
5.1 ... ... { , .
Merce de concessoes rec procas desse tipo e do princ1p1o da
simplificação por inequivocidade contextual, logra-se uma ortografia simplifica--
' ... f da comum a expressao da l1ngua portuguesa escrita que, contudo, r·espeita as va-
riantes morfol~gices e lexicais e afins nacionais, regionais, t~picas e at~ idi2
lectais - traços estes que, longe de comprometerem a superior unidade da l!ngua,
lhe conferem in~meras virtudes plásticas para correspondsrsm aos matizes mentais
s verbais dos seus utentes.
6. RecomendaçÕes - As delegaçÕes recomendam vivamente aos Gover
A 1 , .. •
nos de ngo a, Brasil, Cabo Verde, Guine-Bissau, Moçambique, Portugal 8 Sao Tome
8 Prfncipe que adaptem as "Bas es da ortografia simplificada acordadas em 1945,
r enegociadas em 1975 e consolidadas em 1986" como o seu sist ema nacional de orto
grafia, sistema nacional que, em tudo iguàl em cada um dos sete pa!ses, s erá i pso
fac to o sistema comum dos mesmos.
6.1 ,
Recomendam, t ambem , que cada Governo decida quanto ao modus
f aciondi ....
da acçao legiferante; e que, to rnadas lei nacional as "Bases" re f eri-
~ das, cada Governo comun ique o facto aos s eis outros.
6.2 Recomendam , ainda, que a vig; ncia da lei s e t orn e ef ectiva
a partir de 1 de J aneiro de 1988 com a sua r atifi cação pel os Governos brasileiro
7.
e portugu~s, ficando aberta a ratificação a qualquer tempo dos Governos af
nos nos tormos referidos no no 3 supra • .. . f 6.3 Recomendam, ademais, que os sete pa1ses
um vocabulário ortográfico da l{ngua portuguesa, com registo das variantes ou p~
culiaridodes lexicais nacionais de cada um, comprometendo-se a não proceder a #
quaisquer modificaçÕes ou aperfeiçoamentos do sistema ortografico unificado sem .... " f , audiencie e concordancia rec1proca e comum, o que devera cada dez anos ser apro-
vado por novo Encontro, convocado por outro que nã~ o Governo que convocou o an-H # N
terior. /\s delegoçoe.s propuseram que o proximo encontro seja por convocaçao do ....
Governo portugues.
6.4 Recomenda-ao, por fim, Que cada pa{s estude desde já a poss!
bilidade de credenciar um organimmo prÓprio para dialogar com os outros seis so
bre os problemas da lfngua.
7. Este protocolo apresenta-se na seguinte forma: a) este comu-
nicodo na versão ortográfica vigente no Brasil, b) este comunicado . na versão or
tográfica vigente em Portugal e nos palses africanos de rfngua oficial portugue
sa, c) este comunicado na versão ortográfica unificada proposta corno futura lei
e d) as "Bases da ortografia simplificada acordadas em 1945, renegociadas 011 1975
e consolidadas em 1986", obviamente na ortografia proposta como futura lei dos
sete paÍses. Desse texto conjunto, tiram-se sete vias fac-similares, todas elas
assinadas pelos chefes de delegação.
Rio de Janeiro, 12 de Maio de 1986
Na Academia Brasileira de Letras
por Angola:
pelo Brasil :
·' por Cabo Verde:
pela Guiné-aissau:
por Mt;Jçambique:
por Portugal:
por São Tom~ e
1.
FF0TOCOLO DO SHCOHTRO DE UNIFICAÇÃO OR:rOGRAFICA DA LIHGUA PORTUGUESA , RIO DE JANEIRO, DE 6 A 12 DE MAIO
DE 1986 (versão textual unificada)
' Os deleBados de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Portu-
gal, são Tomé e Príncipe e Brasil- aceitas e reconhe
cidas como boas as suas credenciais para as negociações deste En-
contra de Unificação Ortografica da Lineua Portuguesa, realizado
no Rio de Janeiro, na sede da Academia Brasileira de Letras, de
6 a 12 de maio de 1986, a-convite do Governo brasileiro- fazem
lavrar o presente texto, que consubstancia suas razões e recomen
dações.
1.1 Registram, de inicio, o fato de que o Governo de Guiné
Bissau não sÓ aceitou o convite do Governo brasileiro, mas tumbem
' designou seu delegado, que, por circunstancias alheias a sQa von-
tade, ·não pÔde chegar a tempo para as negociações. Dos resultados
destas e do material documental produzido, dar-se-l conta ao Gover
no de Guiné-Bissau, havendo o plenipotenciário de Cabo Verde aquies
cido ao pedido que lhe fizeram as dêmais delegações de por os seus
bons oficios no sentido de levá-los ao conheci:oento das Atltoridades
de Guiné-Bissau.
2. Antecedentes - Ressaltam de inicio o fato de que, n (JS tem-
pos modernos, desde fins do seculo XIX, vem sendo buscada a simplifi
cação e racionalização da ortografia portuguesa , sempre com animo que unitario , isto é, de molde que o padrão/fos se atingido servisse para
todo o ambito geografico e social da língua. Reconhecem, porem, que
alguns equívocos puderam surgir entre as posiçÕes brasileira e portu
guesa na materia, do que proveio , a partir de 1945, o estudo de coi
sas presente .
2~1 Esse estado de coi s as é'claro nos seguintes traç~s : primei-
ro, 9 português é· .a uni ca lineua de cultura no mundo moderno com duas
ortogr afias oficiais, com prejuízo para os seus usuarios e -respecti
vas soei edao es ; ~,; cgu11do, ambas as ortografias têm I'larcas topi c as ou
localü:d.as, em função de pront ncias cultas ma s de lirhi tada ncei tação
pratica e teorica por parte de grandes contjneentes de utentes da ljn-
5Ua•
2.2 Em 1945, um acordo ortografico foi negociado entre a
Academia das Ciencias de Lisboa e a Academia Brasileira de Le
tras, que se fez lei ottoerafica em Portueal e não foi honrado
pelo Legislativo brasileiro, por moti~os então alegados de que
algumas de suas bases eram constrangedoras para os usuarios bra
sileiros. Em consequencia, o Governo brasileiró, então, teve
de resignar-se à rejeição pelo Legislativo do veto com que que
ria salvar o acordo de 1945, passando a ODicial o padrão orto
grafico que antecedentemente, em 1943, a Academia Brasileira de
Letras adotara por iniciativa unilateral.
2.3 Desde 'então, periodicamente, as duas Academias, por
iniciativa de alguns de seus membros, buscaram negociar a uni
ficação ortografiaa sempre almejada mas nunca conseguida. Não
obstante, um grande passo em frente foi dado quando o Governo
brasileiro~ em dezembro de 1971, sancionou lei que simplifica
va fortemente o uso dos diacríticos na sua ortografia, o que
acarretou uma sensível diminuição nas diferenças · que separavam
as regras e praticas ortografiaas entre o Brasil e Portugal,
revelando, ao mesmo tempo, que as possiblidades de unificação
não eram tão remotas corno se chegou num dado momento a pre-
swnir.
2.4 A partir de 1971, membros das duas Academias, sem man
dato oficial mas com benevola aquiescencia das suas Casas, nego
ciaram a aproximação, que atingiu o seu ponto de concordancia em
1975, quando as base s do acordo de 1945 foram reconsideradas a
novas lu1~es e novo s criterios. Esse acordo de 1945 rev.egociado
em 1975 e subscrito pelos presidente s da Academia das Ciencias
de Lisboa e Acade mia Brasileira de Letras não foi, contudo, trans
formado em lei, tanto no Brasil como em I?ortugal, pois circw1s
Lanci ;l s adversas , de varia ordem ; não permitiram uma cons~deração
publica da rnateria . na medida em que se adiou a reto mada da ques
tão em nível legiferant~, ficou patente que, com a emergencia de
cinco novos países soberanos de língua oficial portuguesa, os es
forços para a unificação não podiam er reconsiderados sem a au
diencia dos Governos desses cinco paises soberanos de língua ofi
cial portueuesa irmãos em língua e culturas. Eis os fundAmentos
J.'.'
do convi te brasileiro para o presente Encontro e da aceitação de . participação dos Governos nele representados .
3. As neeociações Transcorreram elas em a·nbien te harmo
nico e produtivo, o que permitiu Ulll debate aprofundado dos ternas
e problemas, com a participação de todos os delegados. A confi
ança mutua que logo se manifestou permitiu tarnbem que cada dele
gação antecipasse o que podia presumir viessem a ser os percal
ços que os resultados das negociaç ões iriam enfrentar, conside
rada a circunstancia de que quãlquer inovação em materia ortogra
fica provoca de inicio reaçÕes contrarias. Mas, ao cabo, todas
as delegações concordaram quanto ao fato de - que as novas bases
ortograficas não sÓ possiblitam a unificação ortoerafica da lin
gua portuguesa - objetivo primacial do Encontro -, senão que
tambem representam um avanço na racionalidade do sistema orto
grafico da lingua.
3.1 Registre-se, sobre as negociações, a posição generosa
das delegações africanas: consignaram elas, pela voz de cada um
dos seus representantes, a luta que os seus povos vêm empreenden
do Cüntra o subdesenvolvimento e pela afirmação da soberania na
cional; consignaram sua concordancia de principio co rn a unificação,
de ~odo que a lei a esse respeito seja aprovada na brevidade pos
sível pelos dois paises que de longa data vêm estudando essa ma
teria; consignaram que a vigencia da nova lei ortografica comQm
não deve depender da ra~ificação dos Aovernos africanos, dado o
f ato de que, na li~1a de prioridades , tal ratificação talvez pos
sa tardar, jJ que as novas bases deverão ser o~jeto de debate na
cional, graças ao que se poderá aprofundar a cfunsciencia da lins ua ,
portuguesa co mo lingua oficial, para o que mui to con tri b u.ira a
criação de co rtissÕes nacionai s a isso destinadas . Pedriam, des-.. . '
tarte, qu e lh es ficasse aberta a possiblidade de aderir a-nov a
ortogra.ffa a q_ualquer t empo, sem condicionamentos que even tual-. .
ment e pudessem ocasionar adiamentos na vigéncia da lei. As de
legações de Fortugal · e do Brasil agradeceram a generosa posição
de Angola, Cabo Verde , :.1oçarnbique e São Tomé e Principe .
4. Fri:1ciuios fw-dar::1eutais unificadores - Os desacordos
quanto.a pormenores de ambas as ortografias derivavam, pelo ~enos
para alguns, de dois pressupostos: o de que havia duas normas con
sideradas padrÕes ortoepicos, respetivamente em Lisboa-Coimbra e ' no Rio de Janeiro, e de que seria a sua admissão ponto de refe-
rencia para definir certos aspectos ortograficos - o que acarre
tava controversias e dualidades -; e o de que, merc~ da .: ortogra
fia, podiam insinuar-se princípios ortofonicos ou ortoepicas à
luz daquelas duas nonuas, coisa ~1ue tendia a separar mais osten
sivamente os dois padrÕes em causa.
4.1 O longo interregno de vigencia das duas ortografias não
foi, porem, esteril, pois apontou o caminho da unificação. Pas sou
-se a comJlreender que urna grande língua de cultura, corno a portu
guesa, falada por mais de 170 milhÕes de pessoas, não podia sub
sistir com apenas dois focos ortofonicos de pronuncia, devendo,
ao cuntrario, aceitar a tese de que padrÕes cultos proprios exis
tiam e existem em todo o ambito geoerafico dos sete paises. Em
decorrer1cia, a orto~rafia que servisse a todos os séus padrõe s
cultos deveria abandonar a repre!Jentação de quantos traços t oi •i
cos ou localistas tivessem tido as duas ortografias oficiais.
Na pratica, esse ideal de estabeleci mento de uma orto-
grafia supratorica, supranacional, suprarregional, postulava os
seguintes criterios: primeiro, reconhecer que na propria historia
grnfematica da l íngua existiam certos habitas que deveriom ser
convalidados, ainda que contrariassem teorias, dita s racionalis
tas, que, para "facilitarem" o aprendizado de u ma lingua de cul
tura co mo é a portuguesa (que exige - não pela sua ortogra fia -
anos continuas de intenso s estudos, tal co r!lO ocorre co rn qualquer
grande língua de cultu ra), propÕem siste~a s fechados biunivocos
entre a fo ne matica e a grafemati ca; segw1do, admitir que 'quais
quer traços restritos a areas cul.tas não universais na li neua
não dev eriam receter representação na ortografia Wlificarta, li
berando o usuario culto da subordinação ao que não lhe fosse
proprio; terceiro, si mplificar, quanto possível, mais ainda , o
siste:na ortografico, ern tudo q u.anto partisse de co mparaç Ões le
xicai s ou verb~is fora de contexto, pois as duas ortoarafiss
oficiais ora vigentes pagam pesado preço a essa preo cupação,
criando assim uma rede de notaç ões que podem ser considerada s
. ' parasitari<3s, se aferidas contextualmente. (Cumpre ressaltar,
em w-erdude , que éllilbiguidaues contextuais que possam ser dirimi
das pela acentuação grafica são de tão baixa ocorrencia que qua
se' são fantasiosas ou casos limites). o mero abandono der-;sa
preocupação torna possível que a acentuação grafica da língua,
de extremamente complexa que chegou a ser, passe a ter caracte
res muito simples- ~bem verdade que, eventualmente, a custo
de objeçÕes.
4.4 Objeções, de fato, há, sempre que se inova em 1nateria
ortografica, eis uma~_ lição 'de todos os tempos. Na situação pre
sente da lingua·portuguesa, porem, vale a pena ousar. A nosss
língua ~' já agora, wna das mais faladas e escritas do mundo, que
atingeTI uma centena apenas dentre dez mil línguas ora faladas,
entre agra:flas e escritas. Sua unidade como língua de cultura es
tá sendo, porem, prejudic?da, para mal dos seus utentes, com as
duas ortografias, na economia, na editoração, na diplomacia, nas
relaçÕes internacionais - exigindo de cada um dos sete países so
beranos que a têm como língua oficial esforços nacionais que pode
riam ser forte ~nente mais fecundos se a · barreira ortografica não
criasse obstac1üos aos sete países em causa -~ sem referir em
particular outras comunidades que têm na língua portuguesa seu
vernaculo ou sua língua de cultura de comunicação universalista.
Desse modo, conseguir a unificação ortografica pode parecer aos
menos avisado coisa de somenos, mas é obra de importancia perdu-- , rante para a cultura de expressao portuguesa comum. Este e um ' , ato político e diplomatico que ficara no tempo.
5. Concessões reciprocas - No cotejo das duas ortografias,
tomaram-se,como base de discussão, a oficial brasileira e a ofici
al portuguesa, renegociadas em 1975, sobre as bases do acordo de
1945. As delegações, porem, deram um pa sso em frente na ~uestão
da acentuação grafica e cuja coe rencia se faz graças à aceitação
do pr i nci pio de q~e deve~ sobrepor-se, ~ logica do sistema olJtido
pelas ·- c orn parações lexic J. is isol adas,. as evidencias inequ{vocél.s no
contexto linguistico. Houve traços de ambas as ortogra fi as que
foram excluí dos de no vo s i s tema s em i mplicarem o abandono do
/
•"
. padrão linguistico do usuario. As proscreverem-se as consoantes . ditas mudas cujo valor era, de fato, diacrítico, por assinalarem
o timbre aberto da voeal que as precedia, não se impÕe ao leitor,
locutor ou escritor, se for o caso,~ abandono do timbre aberto :
apenas se considera a questão como a que ocorre quando se gra fam
Eregnr 'predicar•, padeiro e afins. Isso não i !nporta, porem, em
unificar aspeto/aspecto, que serão opcionais por parte do escrj
tor (::>e nno 1 ronvnci a ou se pronuncia o E._ ern questão), do mesmo
modo que, por exemplo, excecional/excepcional, consoante não se
pronuncie ou se pronuncie o ~· Acentuar carretéis, por exemplo,
era constranger a pronuncia de um sem nwnero de locutores que,
com toda a legitimidade, não pronunciam o ditongo segundo a fei-
. ção por que era grafado: carreteis, porem, não impedirá que o lei
tor p · pronuúcie com os valores vocalicos ~que esteja habituado .no
seu padrão culto.
5.1 Mercê de concessões reciprocas desse tipo e do princi-
pio da simplificação por inequivocidade contextual, logra-se u rna
ortografia simplificada comum à expressão da língua portug~esa
escrita que, contudo, respeita as variantes morfologicas e lexi
cais e afins nacionais, regionais, topicas e até idioletais -
traços estes que, contudo, longe de comprometerem a superior
unidade da lingua, lhe conferem inurneras virtudes plasticas para
corresponderem aos matizes mentais e verbais dos seus utentes.
6. RecomendaçÕes - As delegaçÕes recomendam vivamente ~os
Governos de 1~ngola , Brasil, Cabo Verde, Guiné-Dis:Jau, Moça rnbirl tW ,
Portugal e são Tomé e Frincipe que adotem as ''Bases da orto~rnfia
si •nplificada acordadas em 1945, renegocindas ern 1975 e consolidn:la s
em 1986" como o sistema nacional de ortografia, sistema nacional
que, em tudo igual em cada um dos sete países , será ipso facto
o sistema comum dos mesmos .
6.1 Rec'Jmendam, tarhbem, que cada Governo decida quanto ao
modus fac_iendi da ação legiferante, e. que, tornadas lei nacional
as "Bases" referidas, caua Governo comunique o fato aos seis ou
tros.
6.2 Recomendam, ainda , que a vigcncia da lei se to r ne efc-
tiva a purtir de 1 de janeiro de 1988, com a s11a ratificação Jle
los Governos brasileiro e portugu~s. Fica aberta a ratificaç~o
a qualquer tempo dos Governos africanos, nos termos referidos no
n2 3 supra. '
6.3 Rücomendam, ademais, que os séte países editem conjun-
tamente um vocabulario ortografico da língua portuguesa , com re
gistro das variantes e peculiaridades 1exicais nacionais de cada
um, compro1netendo-se a não proceder a quaisquer modificações ou
aperfeiçoamentos do sistema ortografico unificado sem audiencia ,
e conoordancia reciproca e comum, o que devera cada dez anos ser
aprovado por novo Encontro, convocado por outro que não o Governo
que convocou o anterior. As delegações propuseram que o p~oximo
Encontro seja convocado pelo Governo portugu~s .
6.4 Recomendam , por_fim, que cad~ pais estude desde j~ as
possibilidades de credenciar um organismo proprio para dialogar
com os outros seis ~obredos,p~oblemas da língua.
7. Este protocolo apresenta-sé na seguinte foram: a) este
comunic~do na vérsão ortografica vigente no Brasil, b) este comuni
cado na versão ortografica vigente em Portueal e nos p~isese afri
canos, c) este comunicado na versão ortografica unificada proposta
co ·no fut11ra lei e d) as ''Bases da ortogrufia simplificada aconJad:Je
em 1945, renegociadas em 1975 e consoli!dadas em 1986", obvia ;~tente
na ortografia proposta como futura lei dos sete países . Desse texto
conjunto, tiram-se sete vias .ffacsimilares, todas elaas assinadas
pelos chefes das delegações, · valendo todas elas corno originais.
poi' Aneola
pelo Brasil
!<; ~. Cab(.' Ver de
.ror ~ .Taç a~· bique
por Portueal
'-'
I Bases Analíticas da Ortografia Simplificada
da Lingua Portuguesa de 1945, renegociadas
em 1975 e consolida das em 1986.
Base I
Das letras k , w e ~
O ~~ o w e o ~ mantêm-se nos vocabulos derivados erudita
mente de nomes proprios estrangeiros que se escrevam com essas le
tras: frankliniano, kantismo, darwinismo, wagneriano, byroniano ,
taylorista. Tais letras são licitas em siglas , símbolos , abrevia
ções e mesmo palavras adotadas como unidades de medida de curso in
ter nacional .
Base II
Dos derivados de nomes estrangeíro s
Em congruencia com a base anterior, mantêm-se nos voca-
los derivados eruditamente de nomes proprios estrangeiros , não tole
rando substituição, quaisquer combinações graficas não peculiare s à
nossa e s crita que figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garret
tiano, de Garrett; jef fersonia, de Je f ferson; mülleriano, de MÜl
ler; shakespeariano, de Shakespeare .
Os vocabularios autorizados registrarão grafias alternati
vas admi siveis, em casos de divulgação de certas palavras d e tal
tipo de origem (a exemplo de fucsia/fuchsia e derivados , uganvi
lia/buganvilea/bougainvillea) .
Base III
Do h inicial
O h inicial emprega-se: lg) por força da etimologia: ha
~ helice, hera, hoje, hora, humano; 2Q) em virtude de tradição
graficamutto longa, com origem no proprio latim e com paralelo em
linguas romanicas: humor; 32) em virtude de adoção convencional:
hã ?, hem?, hum!. Admite-se, contudo, a sua supressao, apesar da
. '
etimologia, quando ela está inteiramente consagrada pelo uso: ~'
em vez de herva; e, portanto, ervaçal, ervanario, ervoso ( em con
traste com herbaceo, herbanario, herboso, formas de origem erudi
ta).
Se um h inicial passa a interior , por via de composição,
e o elemento em que figura se aglutina ao precedente , suprime-se :
anarmonic o, biebdomadario, desarmonia, desumano , exaurir , inabil ,
lobisomem, reabilitar, reaver, transumar. Igualmente se suprime nas
formas do verbo haver que entram, com pronomes intercalados, em
conjugação de futuro e de condicional: amá-lo-ei , amá- o-ia, dir
se-á, dir-se-ia, falar-nos-emos, falar-nos-Íamos, juntar-se-lhe-ão,
juntar-se-lhe-iam.
Base IV
Do h em finais de ori em he raica
Os digramas finai s de origem hebraica ch, ~ e th c ns er-
vam-se íntegros, em formas onomasticas da tradição biblica, uan-
do soam (ch =c , = ~ = f, th = t) e o uso não aconselha a s a su
bstituição: Baruch, Loth, N.bloch, Ziph. Se, porem, qualquer de sses
di gramas, em formas do mesmo tipo, é invariavelmente mudo, elimina-, ,
-se: Jose, Nazare, em vez de Joseph, Nazareth; e se algum deles, por
orça do uso, permite adaptação ·, substitui-se , rece endo uma adiç ão
vocalica: Judite, em vez de Judith.
Base V
Da homofonia de certas conso antes
Dada a homofonia existente entre certas consoantes, tor
na-se necessário diferenciar os seus empregos graficos, que funda
mentalmente se regulam pela etimologia e pela historia das pala
vras. É certo que a variedade das condições em que se fi~am na es
crita as consoantes homofonas nem sempre permite facil diferencia-deve -
ção de todos os casos em que se/empregar uma consoante e daqueles
em que, diversamente, se deve empregar outra, ou outras, do mesmo
som; mas é indispensavel, apesar dis.so, ter presente a noção teori-
ca dos varies tipos de consoantes homofonas e fixar praticamente,
até onde for possível, os seus usos graficos, que nos casos espe-
ciais ou dificultosos a pratica do ~dioma e a consulta do vocabula
rio ou dó dicionario irão ensinando.
Nesta conformidade, importa notar, principalmente, os se
guintes casos:
1º) Distinção entre ch ex: achar , archote , bucha, capa
cho, capucho, chrunar, chave, Chico, chiste, chorar, colchão, colche
te, endecha, estrebuchar, facho, ficha, flecha, · frincha, gancho, in
char, macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha, ~
nacho, rachar, sachar, tacho; ameixa, anexim, baixel, baixo, bexi -
Eê t bruxa, coaxar, coxia, d~buxo, deixar, eixo, elixir, enxofre,
faixa, feixe, madeixa , mexer, oxalá, praxe, puxar, rouxinol, uxt e
(interjeição), vexar, xadrez, xarope, xenofobia, xerife, xícara.
2º) Distinção entre g palatal e j_: adagio, alfageme, ~ 1.
algebra, algema, algeroz, Algés, algibebe, algibeira, algido,
almargem, Alvorge , Argel , Bajé , estrangeiro , falange, fer1~ •em, fri •
gir, gelosia, gengiva, gergelim, geringonça, Gibraltar, ginete , gin
~ girafa, giria, herege , relogio, sege, Tanger, virgem; adjetivo,
ajeitar, ajeru (nome de planta indiana e de uma especie de papa
gaio ), canjerê, canjica, enjeitar, granjear, hoje, intrujice, jeco
ral, jejum, jeira, jeito, jelala, Jeová, jenipapo, jequiri, jequiti _
bá, Jeremias, JericÓ, jerimum, Jeronimo, Jesus, jiboia, jiquipanga,
jiauirÓ, jiguitaia, jirau, jiriti, jitirana, laranjeira, lo jista,
l\1ajé, majestade, majesto so, manjerico, manjerona, rrru.cujê, pa jé, pe
gajento, rejeitar, ·sujeito, trejeito.
32) Distinção entre as sibilantes surdas s, ss, c, x ex:
ansia, a~cen&ão aspersão, cansar , conversão, esconso, farsa, gan-•·
so, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, se-
da, Seia, sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa,
tarso, terso, valsa; abadessa, acossar, amassar, arremessar, Assei
ceira, asseio, atravessar, benesse, Cassilda, codesso (identicamen
te, Codessal ou Codassal, Codesseda, Codessoso, etc.), crasso, de
vassar, dossel, egresso, endossar, escasso, fosso; gesso, molosso,
mossa, obsessão, pessego, possesso, remessa, sobresselente, sosse-
gar; ~· acervo, alicerce, cebola, cereal, Cernache, cetim, Cin
fães, Escocia, Wacedo, obcecar, percevejo; açafate, açorda, açucar,
almaço, atenção, berço ·; Buçaco, caçanje, caçula, caraça, dançar,
..
Eça, enguiço, Goncalves, insercão, linguica, macadã, Macão, rnacar, . -Nocambigue, Mocamedes, Moncao, muçulmano, murca, negaca, pança, ~-
~. guiçaba, guiçama, guiçamba, Seica (grafia que pretere as erron~
as Ceiça e Ceissa), Seiçal, Suiça, terço; auxilio, r~ximiliano, ~zxi
mino, maximo, proximo. A proposito deve observar-se:
a) Em principio de palavra nunca se emprega x• que se subs
t itui i nvariavelmente por s: safio, s apato, sumagre, em vez da anti
gas escritas çafio, çapato, çumagre.
b) Quandoum pre f i xo s e junta a um elemento que come çava ou
trora por ~. não reaparece esta l etr a: mant êm-se o ~, que, encontran
do-se ent r e vogais, s e dobr a: assaloiado, de s aloio (ant. çaloio) , -e nao açalo i ado.
42) Distinção entres de fim de si l aba, inici al ou i nteri
or, ~ x e z identicos : ade s trar , Calis t o , es cusar , e sdruxu r,- rw -~-=-~..::;.;;.:: - ' --
tar , esplanada , e s nl endido, espremer, esquisito, est ender, Estremaàu
r a , Estremoz, i nesgotavel ; extensão, explicar , extraordinar i o , in~
tric avel , i nexperto, s extante , textil; c apazmente, infeli zmente , _yg,
lo zment e . De acordo com esta distinção , convem notar dois c asos:
a) Em f inal de s ilaba que não sej a final de palavra, o x = s muda para~ sempr e que está pr ece dido de i ou u: justapor, just ali
near , mis to, sistino (cf . Capela Sistina), Sis o , em ve z de juxta
por, juxt alinear, mixto, s ixtino, Sixto.
b) SÓ nos a dverbi os em mente se admite z = s em f i na l de
sí l aba s eguida de outra. De contrario, o ~toma sempre o lugar do z:
Bi sc a ia, e nao Bizc a i a.
5º) Di s tinção entre s f inal de pa l avra ex e z identiéos:
aguarrás, aliás, anis, após, atrás, at r avés, Avis, Brás, Dinis, Gar
cês, gás, Gerês, Inês, .íris, Jesus, jus, lapis, Luis, pa~s, portu -
guês, QueirÓs, guia, retrós, revés, Tomás, Valdês; · calix,.Felix, fe
nix, flux; assaz, arroz, avestruz, dez, diz, fez _(substantivo e for
ma do verbo fazer), fiz; Forjaz, Galaaz, giz, jaez, matiz, petiz,
queluz, Romariz, (Arcos de) Valdevez, Vaz. A proposito, deve obser-. , . .. . -
var-se que e ~nadm~ss~ vel z final e qui valente a ~ em palavra nao ox.i
tona: Cadis e não Cadiz.
62) Distinção entre as sibilantes sonoras interiores ~' ,!
e z: acêso, analisar, anestesia, artesão, ~. asilo, Baltasar, be
souro, besuntar, blusa, brasa, brasão, Brasil, brisa, (Marco de) Ca
naveses, coliseu, defesa, duquesa, Elisa, empresa, Ermesinde, Espo
sende, frenesi ou frenesim, frisar, guisa, improviso, jusante, liso,
lousa, Lousã, Luso (nome de lugar, homonimo de Luso, nome mitologi
co), :Matosinhos, Meneses , Narciso, Nisa, Obsequio, ousar, pesquisa,
portuguesa , presa, raso , represa, .~sende , sacerdotisa,
Sousa, surpresa, tisana , transe , transito, vaso~ exalar,
sesimbra,
exemplo,
exibir, exorbitar, exuberante , inexato, inexoravel; abalizado , alfa~
zema, Arcozelo, · autorizar, ~. azedo, azo , azorrague , baliza, ba
zar, beleza, buzina, buzio, co mezinho, deslizar , deslize , Ezequiel ,
fu zileiro, Galiza, guizo, helenizar, l ambuzar, lezíria, ~buzinho,pro
eza, s a zao, urze, vazar, Veneza, Vizela, Vouzela.
Base VI
Das se qu encias conson~cas (I)
O ~ gutural da s s equencias i nteriores -cc- (segundo ~ sibi
lante), -~-e -ct-, e o~ da s sequencias interiores -~- (~ sibilan
te), -~- e -P!-, ora se eliminam, ora se conservam.
Assim:
lº) Eliminam- se nos casos em que são invariavelmen te mudos
nas pronuncias cultas da lingua: aflição, aflito, dicionario, absor
çao, cativo, ação, acionar, ator, afetivo, coletivo, diretor, ado
çao, adotar, batizar, ato, exato, Egito, otimo, etc.
22) Conservam-se nos casos em que sao invariavelm nte pro
feridos nas pr'onuncias cultas da língua: compacto, convicção, convic
to, ficção, fricção, friccionar, pacto, pictural, adepto , apto , dip
tico, erupção, inepto, eucalipto, nupcias, rapto, etc.
3º) Conservam-se ou eliminam-se, facultativamen~e, quando ,
so se proferem numa pro~uncia culta, quer geral, 'quer restrit amente,
ou então quando oscilam entre a prolação e o emudecimento: facto e
fato, cacto e cato, caracteres e caràteres, peremptorio e perento-,.... - . . .,
. rio, aspecto e aspeto, ceptro e cetro, cons~çao e con~çao,corrup-
to e corruto, sumptuoso e suntuoso, dicção e . dição, sector e setor,
etc.
42) Quando, nas sequencias interiores-~-,
-mpt:,se eliminar o E• de acordo com o ' determinado nos
-~- e
paragrafoe
L
precedentes, o m passa a n, escrevendo-se, respectivamente, -nc-,
-n~- e -nt-: assumptivel e assuntivel, assumpção e assunção, peremp
torio e perentorio, sumptuoso e suntuoso, etc.
Base VII
Das sequencias consonanticae (II)
Além do c gutural dasse~uencias interiores -cc-, -~- e
-ct-, e do E das sequencias interiores -~- , -~- e -gi- , elimi-
nam-se ou conservam-se consoantes varias de outras sequencias, sem
pre que são invariavelmente mudas ou invariavelmente proferi das em
quaisquer pronuncias cultas da lingua portuguesa. As mesmas consoan
tes, porem, conservam-se ou eliminam-se, facultativament e, uando
só se proferem em alguma pr onuncia culta da lingua, quer gera quer
rest r itamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o emu deci
mento.
Assim:
12) Eliminam-se: o c da sequencia - cd-, em ane dota e res
petivos derivados e compostos, assim como em sinedogue; o g da se
quencia -~~. em Emidio e Madalena; o g da sequencia -~-, em au-
mentar, aumento, f leuma, fleumatico; o g da s equencia - em as-
sinatura, Inacio, Inês, sinal, etc .; o m da sequencia -~-, em con
denar, dano, ginasio, onibus, solene, ~; o R da sequencia ini
cial -ps-, em salmo e salmodia, assim como nos derivados dest as pa
l avras; o ~da sequencia -~-, em exangue e nas palavra s em q e es
tá se5~ido de outra consoante : expuição, extipulaceo, extipulado ; o
~ da sequencia de origem grega phth, sob a forma de f, em anoteg
~' ditongo, tisico, tisiologia, etc.; o th da sequenoia de origem
grega -~-, sob a forma de t, em ~' asmatico, etc.
22) Conservam-se: o g da sequencia -~-, em apotegma, ·diã
fragma, fragmento, segmento; o B da sequencia -~-, em Agnelo, ~
nato, designar, : significar, etc.; o ph da sequencia de origem gre
ga phth, sob a forma de f , tal oomo:o th seguinte, sob a forma de t,
em afta, difteria, ftartico, ftiriase, ftorico, oftalmologia, etc.;
o th da sequencia da origem grega thm, sob a forma de !, em logari
tmo·•-· r itmo, etc.
32) Conservam-se ou eliminam-se, facultativamente: o b da
sequencia -bd-, em subdito (ou sudito); o b da sequencia -bt--' em
subtil (ou sutil) e seus derivados; o B da sequencia -~-, em amíg
dala, amigdalacea , amigdalar , amigdalato, amigdalit e, amigdaloide,
amigdalopatia , amigdalotomia , amigdalectómia (ou amidala , amidala
~' amidalar , amidalato, amidalite , amidaloide, amidalopatia , ami
dalotomia , amidalectomia ); o ~da sequencia -~-, em amnistia, am-
nistiar , indemne, indemnidade, indemnizar , omnimodo, omniPotente , ornnisciente ( ou anistia , anistiar, indene, indenidade , indenizar ,
onimodo, oniPotente , onisciente ); o th da sequencia de origem gre
ga -thm- , sob a forma de t, em aritmetica e aritmetic o (ou arimeti
c a e arimetico ).
Base VIII
De consoantes finais
As consoantes finai s b, ~' d, ~e t mantêm-se , quer se
j am mudas, quer proferidas, nas formas onomasticas em que o uso as
consagrou, nomeadamente antroponimos e toponimos da tradição bíbli
ca: Jacob, Job, Moab , Isaac; David, Gad; Gog, Magog; Bensabat, Jo
s a at .
Integram-se tambem nesta norma : o antro onimo Ci d , em
que o d é sempre pronunciado; os toponimos Madrid e Valhadolid, em
que o d ora é pronunciado, ora não; e o toponimo Calecut ou Calicut,
em que o t se encontra nas mesmas condiçÕes .
Nada impede, entretanto, que dos antroponimos em
sejam usados sem a consoante final JÓ, Davi e Jacó .
:Base IX
Das vogais atonas
apreço
O emprego do e e do i, assim como do o e do ~' em sílaba
atona, regula-se fundamentalmente pe~a etimologia e por particulari
dades da histeria das palavras. Assim se estabelecem variadíssimas
grafias:
a) com e e i: ameaça, amealhar, antecipar, arrepiar, bal-
..
near, boreal, campeão, cardeal (prelado, ave, planta; diferente de
cardial • = "relativo à c ardia"), Ceará, · co de a, enseada, enteado,
Floreal, janeanes, lendea, Leonardo, Leonel, Leonor, Leopoldo, Leo
~~ linear , meão, melhor , nomear, peanha, quase (em vez de guasi),
real, semear , semelhante, varzea; ameixial , Ameixieira , amial, ami
eiro, arrieiro , artilharia , capitania, cordial (adjetivo e subtan-
tivo), corriola, cranio, criar, diante , diminuir , Dinis ,
gial , Filinto, Filipe (e identicamente · Filipa, Filipinas,
ferre-
etc. ) ,
freixial, giesta , Idanha, igual, imiscuir-se, inigualavel, lam
pião , limiar , lundar , lumieiro, patio, pior, tigela, tijolo , Vimi-
eiro , Vimioso; .
b) com o e u: abolir, Alpendorada, assolar , borboleta,
cobiça, consoada, consoar , costume , di sc olo, embolo, engolir, ~
to a , esbaforir-se , esbo~~~. farandola, femoral, Freixoeira, gi-
r andola, goela, iocoso, magoa , nevoa , no oa, obolo, ascoa , Pas-
coal , Pascoela , polir, Tiodolfo, tavoa , tavoada , tavola, tombola,
veio (substantivo e forma do verbo vir); ~' aluvião, arcuense ,
assumir, bulir, camandulas, curtir, curtume, embutir, entupir, fe
ID1lT , fistula, glandula, ingua , jucundo, legua, Luanda, l ucubração,
lugar, mrrngual , J~uel , mingua, Nicaragua, pontual , regua, tabua ,
tabuada , tabuleta , tregua, vitualha.
Sendo muito variadas as condiçÕes etimologicas e fo neti
coistoricas em que se fixam graficamente e e i ou o e ~ em s ílaba
atona, é evidente que só a consulta dos vocabularios ou diciona
rios pode indicar, muitas vezes, se deve empregar-se e ou i, se o
ou u. Há, todavia, alguns c asos em que o uso dessas vogais
ser facilmente sistematizado. Convem fixar os seguintes:
pode
1º) Escrevam-se com e, e não com i, antes da sílaba toni - -ca, os substantivos e adjetivos que procedem de substant~vos termi
nados em eio e eia, ou com eles estão em relação direta. Assim se - -- . regulam: aldeão, aldeola, aldeota, por aldeia; ~eal, areeiro, are
ento, Areosa, por areia; aveal, por aveia; baleal, por baleia; ca
deado, por cadeia; candeeiro, por candeia; centeeira e centeeiro,
por centeio; colmeal e colmeeiro, por colmeia; carreada, correame,
por correia.
2Q) Escrevem-se igualmente com~' antes de vogal ou di-
..
tongo ~a sílaba tonica, os derivados de palavras que terminam em e . acentua do (o qual pode representar um antigo hiato: ea e ~ ): ~-
l eão, galeota, ga l eote, de galé; guineense, de Guiné; poleame e~-. ,
l eelro, de EO l e.
32) Escrevem-se com i, e não com e, antes da sílaba toni
ca, os ad j etivos e substantivos derivados em que entram os sufixos
mistos de formação vernacula ~ e iense , os quàis são o resultado
da combinação dos sufixos ano e ense com um i de origem analogica
(baseado em palavras onde ~ e ense estão precedidos de i perten -
cente ao tema: horaciano, italiano, duriense , flaviense , etc . )' aço -
riano, c aboverdiano, camoniano , goisiano ( "relativo a Damião de
_ Gois") , sofocliano, siniense ("de Sines"), torriense ("de Torres"),
acri ano ("de Acre").
42) Uniformizam-se com as ter minações io e i a (atot.as , em
vez de eo e ~' os substantivos que constituem variações, obtidas
por ampliação, de outros substantivos terminados em vogal: cumi o
(popular), de cume; hastia, de haste; restia, do antigo r este; ve s-- - -
5º) Os verbos em ear podem distinguir-se pratic amente
grande numero de vezes, dos verbos em ~. quer pela formação , quer
pela c onjugação e formação ao mesmo tempo . Estão no primeiro c aso
todos os verbos que se prendem a substantivos em eio ou eia (se ·am
formados em português ou venham já do latim ) ; assim se regulam: al
~. por aldeia; alhear , por alheio ; ~' por ceia; encadear , por
cadeia , pear, por ~' e tc . Estão no segundo caso todos os verbos
que têm normalmente flexões rizotonicas em eio, eias, etc., desde
que não se liguem a subtantivos com as terminações atonas ia ou i o
(c omo ansiar ou odiar) : clarear , delinear , devanear , falsear , ~
jear, guerrear, hastear , nomear , semear , etc.
62) Não é licito o emprego dou final atono em palavras
de origem latina. Escre~e-se, por isso: ~' em ·vez de motu ( por
exemplo, na expressão de moto proprio); tribo, em vez de tribu.
72) Os verbos em~ distinguem-se praticamente dos ver
bos em~ pela sua conjugação nas formas rizotonicas, que têm sem
pre o na sílaba acentuada: abençoar, com ~, como abençoo, abençoas,
etc.; destoar, com~' como destoo, destoas, etc.
Base X
De perguntar e derivados
O verbo perguntar não admite na escrita corrente a mudan-,
ça da sílaba per em pre : preguntar . E o mesmo se da, por conseguin
te, com quaisquer palavras dele formadas: pergunta , perguntador , per
guntante , Eerguntão, reperguntar, e não Eregunta, preguntador , pre
guntante , preguntão , repreguntar .
Base XI
De querer e derivados
Consideram-se normais na escrita corrente as formas: ~e~
e re uer, dos verbos auerer e requerer, em vez de ere e :!_' e_g 'ere :
-ele quer, ele o quer, ela requer, ela o requer, quer dizer, e n w
ele quere, ele o quere , ela requere, ela o requere, ouere dj~er. São
legitimas, ent retanto , as formas com e final, quando se comb 'nam com
o pronome enc l itico o ou qualquer das suas flexões: quere-o, quere-
~' requere-a, requere-as.
A forma auer transmite a sua grafia à conjução a que deu
origem e mantem-na, alem disso, em todas as palavras compost as e lo
cuções em que figura : quer ••• guer; malmegue ; onde quer gue , guem
guer que .
Base XII
Das nasais
Na representação das vogais nasais devem observar-se, alem
de outros suficientemente conhecidos, os seguintes preceitos :
12) Quando uma vogal nasal tem outra vogal de~is dela, a
nasalidade é expressa pelo til: ãatá, desealmado, earcado·, lÜa (anti
go e dialectal), ua (an~igo e dialectal).
22) Quando uma vogal nasal ocorre em fim de palavra, repr~
senta-se a nasalidade pelo til, se essa vogal é de timbre ~; por ~' ,
se possui qualquer outro timbre e termina a palavra; e por n, se e
de timbre diverso de a e está seguida de !!_: afã, grã, lã, orfã; ela-
rim, tom, vacum; flautins, semitons, zunzuns.
32) Os vocabulos terminados em ã transmitem esta represen
tação do a nasal aos adverbios em mente que deles se formem, as
sim como a derivados em que entrem sufixos precedidos do infixo z:
cristãmente, irmãmente, sãmente; lãzudo, maçãzita, maçãzinha, manhã
zinha , romãzeira.
Em complemento dos preceitos de representação das ogais
nasais , importa notar que nas combinações dos prefixos in ( t a1lt o o
que exprime interioridade como o que exprime negação) e ~ (diferen
te do elemento .en, .r esultante da preposição em: enfim, engucmto ) com
elementos começauos por m ou g, não se admitem, quanto à escrita nor
mal , as sequencias mm e gg, as quais se reduzem, respectivamente, a
~e a n: imergir, inovação, inato (quer no sentido de "congenit o",
quer no de "não nascido"), e não i rr ergir, i nnovação, i nnato ; "
cer, emoldurar , enegrecer, enobrecer, e não ernmagrecer, e r..:rno ãurar ,
ennegrecer, ennobrecer . Em coerencia com o disposto, grafar-se-á co-
no sco.
Base XIII
Dos ditongos
I - Os ditongos orais, que em parte tanto podem ser toni
c os como atonos, distribuem-se por dois grupos grafic os principais ,
consoante a subjuntiva soe i ou~: ai, ei, oi, iu, ui; au, eu, ou:
braçais , caixote, deveis, eirado, farneis, farneizinhos, goivo, BQ!var , lençois , lençoizinhos, tafuis, uivar; cacau, cacaueiro, deu,
endeusar, ilheu, ilheuzito, mediu , passou, regougar. Admitem-se, to
davia, excepcionalmente , à parte destes dois grupos, os ditongos ae
(=âi ou ai) e ao ( =âu ou au): o primeiro, representado nos antropon~
mos Caetano e Caetana, assim como nos respectivos derivados e campos
tos (caetaninha, etc); o segundo, representado nas conbinações da
preposição a com as formas masculinas do artigo_ ou pronome demonstra
tivo o: ou sejam ao e aos.
Cumpre fixar, a proposito'dos ditongos orais, os seguintes
preceitos particulares:
12) É o ditongo ui, e não a sequencia vocalica ue, que oe
emprega nas formas de 2a. e )a. pessoas do singular do presente do . indic a tivo e igualmente na de 2a. pe ssoa do singular do impera ti-
vo dos verbos em uir: constituis, influi, retribui. Harmonizam- s e ,
porúLnto, essas fo rmas com todos os c asos de ditongo ui d& sílaba fi
nal ou fim d e palavra ( azuis, fui , Guardafui '. · e t c.); e ficam assim , em paralelo graficofonetic o com as f o rmas de 2a. e 3a . pessoa do sin
gular do imperativo dos verbo s em air e em oer: atrais , cai, mais , re
mo i , ~·
2º)É Oditongo u~ que representa sempre, em palavra s de
origem latina , a união de um u a um i atono seguinte . Não dive rgem,
portru1to, formas como fluido de formas como gratuito. E isso não im
pede que nos derivados de formas daquele tipo as vogai s u e i se se
parem: fluidico, fluidez (~ ) .
3º) Alem dos ditongos orais pr opriamente ditos , o s quais - .,
sao todos decrescentes, admite-se, como e sabido, a e xistenc ia de di
tangos crescentes. Podem considerar-se no numero deles os encontros
vocalicos postonicos , tais o que se representam grafic amente por
ea, eo , ia , ie , oa, ~' ue, uo : aurea, aureo, colonia, especie , exí
mio, maeoa , mingua , tenue, tríduo.
rr· - Os ditongos nasais , que na sua maioria tanto podem ser
tonicos c omo atonos, pertencem graficamente a dois tipos f undamen
tais: ditongos constituídos por vogal com til e subjuntiva vocalica ;
ditongos constituídos por vogal e consoante nasal , tendo esta o va
lor de ressonancia. Eis a indicação de uns e outros:
1º ) Os ditongos constituídos por vogal com til e subjunt i
va vocali c a são quatro, considerando-se apenas a linguagem normal
contemporanea : ãe (usado em voc abulos oxitonos e derivados ), ãi , ã o e
Õe (usados em v oc abu l os a noxito no s e derivados). Exemplo: c ães , Gui-
marãe s , mãe , mãezinha ; cãibas, cãibeiro,càibra, z ã i bo; mão, mão z i-
nha, não, quão (não gu am ), sotão, sotão zinho, tão (não tãm); Camões,
ora çÕe s , ora çÕe z inhas , võe, repÕes. Ao lado de tais ditongos pode,
ainda, colocar-se o ditongo ui, que se apresenta sem o til n a s for
mas muito e mui, por obediencia à tradição.
22) Os ditongos grafados por vogal e consoante nas a l equi
valente a ~onancia são dois: -ª!!! e ~~ Divergem, porem, nos seus em
\ l..
pregos:
a) am (sempre atono) só se emprega em flexões verbais on
de nunca é licito substitui-lo por ~: ~' deviam, escreveram, ~-
seram ;
b) ~ (tonic o ou atono) emprega-se em palavras de catego
rias morfologicas diversas , incluindo flexões verbais, e pode apre
sentar variantes graficas , determinadas pela posição, pela acentua
çao ou simultaneamente pela posição e pela acentuação : bem, Bembom
(toponimo), Bemposta, cem, .devem, nem , quem, sem, tem , virgem, Ben
canta, Benfeito , Benfica, benquisto , bens, enfim, enquanto, homenzar
rão, homenzin..ho , nuvenzinha , tens, virgens ; amem (variação de amen),
armazem, convem, mantem, ninguem, norem, Santarem, tambem; A
convem,
mantêm, têm (3as . pessoas do plural); armazens, desdens, convens, re
tens, Be l e nzada , vintenzinho .
Base XIV
Da acentuação grafica
O sistema de acentuação grafica da língua portuguesa obe
cerá às seguintes disposiçÕes:
lQ) O acento grave ('), segundo o modelo das formas ' a e
a s, result tes da con raçao da preposição ~ com a s flexões femini
nas do artigo definido ou pronome demonstrativos a e ~' notará as
contrações da preposição ~ com o ~ inicial das formas pronominais de
monstrativas aquele, aquela, aqueles , aquelas, aquilo, aque l outro, a
queloutras, àquele, àquela, àqueles, àquelas, àqueloutro, àquelou
tra, àqueleoutros , àqueloutras.
22) O acento agudo (')notará as vogais~' e e o abertas - , ,
seguidas ou nao de s de vocg~~~os agudos ou oxitonos: ~\ pas, ~,
pés, E.Ci, pós, rajá, r ajás ,/êdés, enxó, enxós; notará tambem, facuJperfeiio
preteri te/ do , ,
tativarnente, as formas louvamos, amamos e conexas _do
indicativo da primeira conjugação em contraste com as formas
mos, amamos e conexas do presente do. indicativo.
32) O acento circunflexo (A) notará:
louva-
..
, a) as pa l avras agudas ou oxitonas terminadas nas vogais e
e o fechadas seguidas ou não de s: vê, vês, mercê, mercês, rô, rês,
robô, robÔs ;
b) as fo rmas da terceira pessoa do plural do presente do
indicativo dos verbos ter e vir, têm e vêm, e dos seus compostos
contêm , convêm, mantêm , provêm, etc., em contras te com as do singu
lar tem,~, contem, mnntem, provem, etc .; em relação com o dispo~
to , lembre-se que às formas do singular lê, vê, crê, r elê , revê ,
descrê, etc., opÕem-s e leem, creem, releem, reveem, descreem, etc.,
do plural;
c) a flexão pÔde do preterito perfeito do verbo poder em
contraste com a flexão pode do presente do indicativo do mesmo ver
bo , be~ como os substantivos fÔrma e fÔrmas, em contraste com for
ma e formas, fle xõ es do verbo fo r mar e t ~~bem substantivos .
4º) Em c aso s de ambiguidade contextual que possa s8 r des
feita pela acentuação grafica , fica facul tativo o uso do acento pa
ra dirimi-la. Não há por exemplo, ambiguidade contextual em '' fabri
cas o que quiseres com fabricas cibernetizadas", nem em "é preciso
po r tento no que se faz, por amor dos outros".
Base "XV
Dos hifen em compostas e locuções
1º) Os compostos formados por elementos -que nao apresen-
tam concordancia interna grafam-se aglutinadamente: madrenerola (ma
dr~perolas), madressi lva (madressilvas), pontapé (nontanés), sula
fricano (sulafricanos), norteamericano (norteamericanos), portoale-
grense (portoalegrenses), sãotomense (sãotomenses), pontalimense
(pontalimenses), matogrossense (matogrossenses ), espiritossantense
(espiritossantenses), audiovisual (audiovisuais), lusobrasileiro
(luso brasileiros), luso africano (lusoafricanos ), ·afrolusõbrasileiro
(afrolusobrasileiros), eirassol (girassois), contagota (contago
tas), fincapé (fincapés), guardachuva (guardachuvas), paraquedista
(paraguedistas), malmequer (malmequeres), bemequer (bemequeres),
Tiradentes, etc.
22) Todos os outros compostos, reais ou aparentes, cujos
"
elementos 'constituintes apresentem concordancia interna ou estejam
ligados por preposição, artigo ou qualquer outra forma, assim co
mo as locuções de qualquer especie, grafar-se-ão sem aglutinação e
sem hifen : (nisso compreendido os toponimos do tipo Quebra Frasc os,
Passa Quatro, Abre Crunpo, etc.); medico cirurgião (_m_e_d_i_c_o_s ___ c_i_rur __ -
giÕes ), arcebispo bispo (arc eoispos bispos), rainha claudia (rai
nhas claudias ), alcaide mor (alcaides mores ), amor perfeito (amore s
perfeitos ), gqarda noturno (guardas noturnos), primeiro ministro
(primeiros ministros ), azul escuro (azuis escuros); Grã Bretanha,
Grã Pará, Porto Al egre , Belo Horizonte , Castelo Branc o, etc.; ag..la
de colonia, cor de rosa , sala de ~antar , A dos Francos ( toponirno),
Figueira da Foz , Freixo de Espada à Cinta, América do Sul ,
Plínio o Antigo, Entre os Rios, Três Rios , Trás os Montes, , " , ,
mais
Q.Ue perfe ito, etc.; ao deu s dara, a gueima roupa, por da ca ,..,_ ue-
la na lha, etc.; cada um, ele proprio, nós mesmos, quem quer ale se
jg, etc. ; em cima, por certo, aba ixo de, a fim de, ao pas s o gue, lo
go que, etco
3º·) Emprega-se o hifen nos vocabulos terminados por sufi
xos de origem tupi que representam formas adjetivas, como a çu, ~
~' mirim , quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada gra
fic amente ou quando a pronuncia exige a distinção grafica dos dois
elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, Ceará-T-5.
rim, etc.
4º) É proscrito o emprego do hífen nas ligações d prepo
siçao de às formas monossilabicas do presente do indicativo do ver
bo haver,tipo hei de, hás de, etc.
52) Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras
que ocasionalmente se combinam, formando, não propriamente vocabu
los, mas encadeamentos vocabulares (tipo a divisa Liberdade-Igualda
de-Fraternidade, a ponte Rio-Niteroi, o percurso Lisboa-Qoimbra-Por
to, a ligação Angola-N.bçambigue, e bem assim naá combinaçÕes hiato
ricas ou ocasionais de ~oponimos, , tipo Austria-Hungria, Alsacia-Lo
~' An6ola-Brasil, Toguio-Rio de Janeiro, etc.).
6Q) Emprega-se o hífen na tmese da conjugação portuguesa
(tipo amá-lo-ei, enviar-lhe-emos, etc.), e na enclise (tipo amá-lo,
\ S
partir-lhe, dá-se, etc.). ·
Base XVI
Do hífen na prefixação
Na prefi~,não se emprega o hífen, salvo quando se
trate dos prefixos ~' ex (no sentido de cessamento do estado an
terior), vice, vizo, alem, recem, aquem ou prefixos que têm acento
grafico proprio (como pÓs, pré, prÓ). A exemplificação a seguir é
ilustrat iva.
1) contraPartida, contraalmirante, contraarmonico, contras
se~ha , extraforte, extraaxilar, extraumano, extraterritorial, ex -
trarre éSlJ.lrunentar , extras secular, infraaxilar, infraepatico, infrarre-
nal, infranormal , inframe dio, infrassom, intraatomico, intrarra-
.dial, j nt rae:Qatico, intraocular , intrarraQ.uidiano, intr·P>S~-'~~~n t ar, ~ o..
nuDraDotente , su~rfiXjJar, supraepatico,suprarrenal, sup~G'- s ivel
ultraveloz,. ultrau.mano, ultraocular, ultraoceanico, ultrarro!I!antico,
ultrassom, autoeducação, autorretrato , autossugestão, neoescolasti
co, neoelenico, neorrepublicano, neossocialista, prototipo, protoa
rico, protoistorico, protorromantico, protossulfureto, pseudoaposto
~, pseudorreyelacão, pseudossabio, antiigienico, antiiberico, ant i
imperialista, antirre ligioso, antissemi ta, arauiiperbole, arauiirr.1an
dade, arquirrabino, arquissecular, semiinterno, semirre ta , s e mis ~ el
vagem, semilatente , entreistorico, anteistorico, entreostil, sobreu
mano, hiperumano, hipersensível, interelenico, interresistente, supe
romem, superrequintado, abrogar, adrenalt obrepticio, absoluto, adja
cente, obc ecado, subibliotecario, subepatico., subrogar, sobrada, so
brojar, subtenente, subdelegado~ submarino, circuncisão, circunavega
cão, circumurado, correspondencia, coonestacão, coautoria, codiale -
to, coerdeiro, copropr!etario, maldizente, malguistq, malquerença (a i
par de ~.gueren~a), malcriação (a par k.!!Í ·a;iação), malaventurado ,
malumorado, Sªlri.ma.ªo,malamada, pamasti te, pamplegia, pampsiquismo , panenteismo, panafricano, panamericano, panelenico, paniconografia,
benquisto, benfazer, benquerente, benquerer, benvindo, bemaventuran
~' sotocapitão, sotomestre;
2) sem-cerimonia, sem-numero, sem-razão, ex-diretor, ex-di
tador, ex-correligionario, ex-primeiro ministro, vice-almirante, vi-
..
ce-consul, vice-primeiro ministro, vizo-rei, vizo-reinado, vizo-rei
~' alem-atlanticidade, alem-mar, aquem-fronteiras, pÓs-glaciario,
pÓs-socratico~ pré-historico, pré-socratico, prÓ-britanico, prÓ-ger
manofilia, recem-casado, recem.lnaugurado.
Os vocabularios autorizados elucidarão os raros casos em
que haja necessidade de esclarecer a silabação, como em abrogar (ab/
ro/gar), bemaventurado (bem/a/ven/tu/ra/do) e afins.
Base XVII
Do apostrofo
12) Quando usadas aglutinadamente com artigos, demonstra
tivos, pronomes, adverbios iniciados por vogal, as preposiçÕes de e
reduzidas a de n, não são seguidas de apostrofo: do, da, das,de -- - -- ----la, deles, destes , dalguns, dantes, etc ., no, nas, ne~tcs, -~ BUns ,
nalguem, etc., preservando-se , nãor~vendo aglutinação, o uso àQ S for
mas de o, de as , de ela, de e3tes, de ele s, de alguns, de c! ücs , etc: o, em o, em a, em as, em eles , em estes, em alguns , em alguem , e t c.
2Q) Faz-se o uso do apostofo para cindir graficamente uma
contração ou aglutinação : d'Os Lusíadas, d'Os Sertões, n'Os Lusi~
das, n'Os Sertões, etc. (mas não em ocorrencias do tipo i mportancia
atribuída a A neliguia, referencia a Os Sertões, etc.).
3º) Pode cindir-se por meio de apostrofo uma cont r aç -o ou
aglutinação para realçar com maiuscula inicial entidades transcen -
dentes -tipo d'Ele, pel 'O, n'Aouele gue é a Vida (mas sem apostrofo
em a O, a A, a Aquela, a Aquele , etco).
4º) Usar-se-á do apostrofo nas aglutinações com de ou em
e a contração ~' reduzidas a d ou ~' com a vogal inicial de nomes
substantivos ou adjetivos do tipo d'alho, d'agua, d'amorosos senti -. mentos, n'agua, n'alma, etc., que alternam, se não aglutinadas, com
de alho, de agua, da agua, de amorosos sentimentos, na alma, etc.
5º) Em aglutinações antigas, é facultado usar o apostrofo
em casos de tipo Sant'Ana, Sant'Iago, Pedr'Alv.ares, etc., ou Santana
ou Santa Ana, Santiago ou São Tiago, Pedralvares ou Pedro Alvares,
etc.
·'
..
Base X'ITII
Das minusculas e maiusculas (I)
12) A letra rninuscula inicial é usada:
a ) ordinariamente, em todos os vocabulos da língua nos
usos correntes;
b) nos nomes dos dias, meses, estaçÕes do ano, nos biblio
nimo s ( apÓs o primeiro elemento, que é com maiuscula, os demais voca
bulos dos biblionimos podem ser escritos com rninuscula, salvo nos na
me s proprios neles contidos, tudo em grifo; A Ilustre Casa d e Rami
~ ou A ilustre casa de Ramire~, nos usos de fulano, sicrano, bel
trano ; nos pontos cardeais (mas não em suas abreviações ); nos ~ioni
mo s (senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mario Abrantes, santa
Filomena , o c a rdeal Bembo); nos nomes de disciplinas , de
de cursos;
cadeiras ,
c) opcionalmente, as minusculas iniciais podem ser s ubsti
tuídas pelas maiusculas, nos hagionimos, nos nomes de di sciplinas ,
cadeiras , cursos .
2º) A letra maiuscula inicial é usada:
a) ordinariamente , nos antroponimos ou toponimos, reais ou
fictícios, nos nomes de seres antropomorfizados, nos intitula tivos
institucionais (Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdenc ia
Social) , nos nomes de festas e festividades, nos títulos de period~
cos (O Primeiro de Janeiro, O Estado de São Paulo ou S. Paulo , que
. \ retêm o grifo), nos pontos cardeais ou equivalentes qu::tndo emprega -
dos absolutamente (Nordeste, por nordeste do Bra sil, lorte , por nor
te do Brasil, Meio Dia, pelo sul da França ou de outros países, Oci
dente , por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiatico);
b) em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou
nacionalmente reguladas com maiusculas, iniciais ou mediais
nais ou o todo em vers~l;
ou fi- .
c) opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, au
licamente ou hierarquicamente, em inicio de versos, em categoriza
ções de logradouros publicas (~ou Rua da Liberdade, largo ou Lar
go dos LeÕes},de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Tem-
plo do Apostola do Positivista), de edifícios (palacio ou Palac io da
Cult ura, e difício ou Edifício Azevedo CUnha).
Ba se XIX
Da s minuscula s e mai uscula s ( I I)
As disposiçÕes s obre os usos das minusculas e maiusculas
não obstam a que obras espe c ializadas observem regras proprias , pro
vindas de normalizações espec ific a s ( termino logias antropologic a ,
geologica, bibliologica , botanica, zoologica , etco) pro manadas de
entidades cientificas ou normalizadoras reconhecidas internacional-
mente .
Base XX
Da divisão silabica
A divisão silabica, que em regra se faz pela soletração (a
ba-de, bru-ma, ca-cho, lha-no, ma-lha, ma-nha, ma-xi-mo, o-xi-do,
ro-xo, tme-se), e na qual , por isso, se não tem de atender aos ele
mentos contitutivos dos vocabulos segundo a etimologia ( bi-oP-yÔ ,
de-sa-pa-re-cer, di-su-ri-co, e-xa-ni-me, i-na-bil , o-bo-val, su-bo
cu-lar, su-pe-ra-ci-do) , obedece a varias preceitos particulares , que
rigoros amente cumpre seguir, quando se tem de fazer em fim de linha ,
mediante o emprego do hifen, a partição de uma palavra:
1º) são indivisíveis no interior de palavra, tal como ini-
cialmente, e formam, portanto, sílaba para a frente, as sucessoes
de duas consoantes que constituem grupos perfeitos, ou sejam em ~ou
d: ab-//legação, ad- 1/ligar, sub//lunar , etc. , em vez de a-//1 lega
ção, a//dligar, su/lblunar, etc . ; aquelas sucessões em que a primei
ra consoante é uma labial , uma gutural , uma dental ou uma labioden
tal e a segunda um 1 ou um r: a -1/?l uç ã o, c e l e //Prar , du-1/plicação,
re-1/pr i mir; a-l/c lamar, de-l/ereto, de-1/glutição, re-I/grado; ~
tletico, c a te-1/dra, pe rime-//tro; a-//fluir, a-1/fricano, ne-1/vro-
se.
2º) São divisíveis no interior de palavra as sucessoes de
duas consoantes que não constituem propriamente grupos e igua l mente
as sucessões de uma ressonancia nasal e uma consoante: ab-//dicar~
Ed-//ga~, op-1/tar, sub-l/por; ab-1/soluto, ad-1/jetivo, af//ta,
bet-//sarnita, ob-//viar; des-1/cer, dis-1/ciplina, flores-1/cer,
nas-1/cer, res-//cisão; ac-1/ne, ad-1/miravel, Daf-1/ne, diafrag-/(
ma, drac-1/IDa, et-1/nico, rit-1/rno, sub-l/mete~; am-1/nesico, inte -
ram-1/nense; bir-1/reme, cor-l/roer, pror-//rogar; as-l/segurar, bis
l/secular, sos-1/segar; bissex-1/to, contex-//to, ex-l/citar; atroz
l/mente, c a paz-l/mente, infeliz"//rnente; am-/)Pição, desen-1/ga nar ,
en-/Lxame, ma n-1/chu, n~n-1/lio, marim-1/bondo, dig-//nida e, Ag-JL
nelo, a g-1/nostico, etc .
3º) As sucessoes de mais de duas consoantes ou de uma res
sonancia nasal e duas ou mais consoantes são divisíveis por um de
dóis me ios: se nelas entra um dos grupos que são indivisíveis de
a c ordo c om o preceito 1º), es se grupo forma sílaba p a r a diru1 t e , fi
c ando a con soante ou consoantes qu e o p r ec e dem ligad s à si. ~ba a n
terior; se nelas não entra nenhum de s s es grupos, a divisão dá-s e sem
pre an t es da ultima consoante. Exemplos: cam-1/PraLa, ec - 1/tlinse,
em-//blerna, ex-1/plicar, in-//cluir, ins-1/crição, sub - 1/cre ver,
trans-//gredir, abs-/Ltenção, ar-1/tropode, disp-1/neia, i n t e rs-1/te
lar, larnb-1/dacisrno, sols-//ticial, tungs-1/tenio.
4º) As vogais consecutivas que não pertencem a ditongos d~
c r esc ent e s ( a s que pertencem a ditontos de ste tipo nunca s e se param:
ai-1/roso, cadei-//ra, insti-1/tui, ora-1/Ção, s acris-1/tãcs, tra
ves-1/sões) podem, se a primeira delas não é u precedido de g ou ~,
me smo que sejam iguais, separar-se na escrita: ala-1/ude, are-/las,
c -1/a peba, co-//ordenar, do-//er, flu-1/idez, perdo-//a s, o-//os.
O mesmo se aplica aos casos de contiguidade de ditongos, iguais ou
diferentes, ou de ditongos e vogais: cai-l/as, cai-/leis, ensai~//
Q§, flu-1/iu. ·
5º) Os diagramas ~e ~' em que o ~se não pronuncia,
nunca se separam da vogal ou ditongo imediato (ne-//gue, ne-1/guei;
pe-/J9ue, Ee-//guei), do mesmo modo que as combinações ~e ~ em
que o ~ se pronuncia: a-//gua, ambi-//guo, averi-//gueis; longin-//
quos, lo-1/quaz, guais-1/quer.
6º) Quando se tem de partir uma palavra composta ou u!na
combinação de palavras em que há um hifen, ou mais, e a partição
coincide co :n o final de um dos elementos ou membros, pode, por cla
reza grafi ca, repetir-se o hifen no inicio da linha imediata: ex-/L . -al!crcs. , scrP.nÚ-ú'-1 os-emos ou serená-los-/L-emos, vi c e-// almiran~
te.
Base XXI
Dos pontos de interrogação e exclamação
O pouto de interrogQ.ção e o pont o de exclamação apenas
se em1'regam nas suas formas normais (? e ~).
Base XXII
Das assinaturas e firmas
Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a
éscrita que, por costQ~e, adote na assinatura do seu nome .
Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia original de
uai s qu er f i r ma s comerciai s, n omes de sociedades, marcas, e t c .
Base XXIII
Rec omenda- s e que os t oponimos d e línguas es t rans ei ra s
se s ubstituam, t anto quanto pos sível, por f ormas vernaculas,
quan do estas sejam anti gas e ainda vivas em português ou quan
do entrem, ou poss am entrar, no uso corrente. Exemplo: l~.n~,
substituído por Antuerpia ; Cherbourg, por Cherbur~ ; Garonne,
' po r Gar ona; Geneve , por Genebr~; Jutland , por Jutlandia; Mi a-
no, 1-'or Milão; T,TU.nch en , por Wlunique; Tor ino , por Turim ; Zt\.r icl ,
por Zuri oue, etc .
Rio de J~~eiro, 12 de maio de 1986
ENCONTRO DA UlHFICAÇÃO O:rtTOGR.i\FI CA
DA LINGUA PORTUGUE SA, NO RIO DE JA
NEIRO , NA ACADW~IA BRASILEIRA DE
LETRAS
4
Bases Analíticas da Ortografia Simplificacla
ela Lingua Portuguesa (!';!!. 194 5;
. l' ' Bas e I
Das letras k; w e ~ ~~~,(r'~/-lt\ _c. J~ O k , o ~ e o ~ mrn1têm-se nos vocabulos derivados eru
ditamente de nomes proprio s estrangeiros que se escrevam com •
essas letras : fra:nJcliniruw, kantismo, darwinismo , , ~~aeleri:-.?no , j_ ,.., ~rr:-c---~ ./);
~~oniano , taylorista . Tais levras sao licitas7 simbolos,abr~
viações e mesmo palavras adotadas como UJ1idades de medi da de
curso internacional.
Base lí Dos derivados de nmnes estrangeiros
Em congru encia com a base anterior; mantêm-se nos vo
cabulos derivados eruditament e de nomes proprios estrangeiros ,
não tolerando substituição , quaisquer cmnbinaç Ões graficas não
peculi:1.res à nossa escrita que figurem nesses nomes : s:_S2_n~~ r>t~,
de Comte ; garrettiru:~; de Garrett; _jefferso:nia, de Jeffcrsull; ·
~~~_l-leriano, de ]Víll~ler ; _§bakespeariano_;
r\*)~ il-:;- fi11 e 1 \__ ----------- --- Bas e III
Do h il1~Jal
de Shakespeare . ---"""""-------·-
O h inicial emprega-- se : lº) por força da e tinolo{~ia :
l1av_er , br:::J::ic~ , .!}_r::_ra , ! ~<2)~, hora, 1 1.11nang_; 2 º) em vi1·tucle ele i..ra . djção gr<l _fica muito longa, oom origem no p··oprio Jatirn. e com
'· lJR.ralc1o em ljilguas r oruo.nict1.d l l!~Ho__.~l 30) em -virtnJo -Je ar1 o
ção convencional : l1Ü._J._; hem ?t f.~L.t~ _ _L. Ad.mile-f3o , rC'ntw1o , a ...
GUa supressão , a11euar da · etlJ!lologi.o.; qunndo ela eGtá :intei t·a
mente cml!3agracla pelo uso : erva 1 etn VP.Z de herv~1; e, porlrtttlâ . .,
e1:v_0-_ç_al , ervmwrj._Q , 1.: rv? ::> o ( em CvllLraute cem ~1erbuce~, 1h · : ·_ l :_ ·_ ·;:_~
-~~'i__g_ , I_~~::_1·bo~o. 1 fonn::1s ele orjgc>Hl arud i t:n ).
·~
a jnle1·iDr , pu.r vin J.e
Ç'~ln , C O l'l.CJill'llGO t ~ Jii íllW fi.t;lU'Cl OU flt: l ttl.i1Pl c~- 0 l'l't•rr;(l t; lll; •', : :n-
{.b (~t .v\ 1\.c
M·H·f;.M~~ 2
•
pr~~-se: anar1nonico, biebdomadario, desarmonia, desumano,e xau
rir, iriabil, lobisomem, reabilitar, reaver, transwnar. Igualmen - - -. ' te se suprime nas formas do vorbo haver. que en ·tram,
Ines i.ntercalaclos, em conjugn9Ões de futuro e de condicional:
runá-lo-ei, amá-lo-ia, dir-se-á, dir-se-ia, falar-nos- emos,
lar-1ws-!amos, jun tar-se-lhe-ão, juntar- se-lh:~:J .. - (---C' - _"':; __ Base IV
~~~.Tio ~ ~ l?'~ finais de origem hebraica ~-- · ·
finais de or i gem h ebr aica ch, ph e yh Y' Os digramas conservam-se i n tegras, em f onnas onomastica s da t radição b i bli-
ca , qU.:l1ldO soam (ch = ~t ;e.!l =f, t h "'"_!) e O U S O não aCOllBC~}lla
a sua substituição : Baruch, Loth , Moloch , .~· Se,poreru , qual
que r desses digrawas; em fonnas do mesmo tipo , é in varia v r l 1neu
te mudo , elimina-se: José , Nazaré,.em vez de Joseph, IlazarL~th ; e
se algwn dele s , por força do uso, permite adaptação , subslilui-
-se , recebendo wna adição vocálica : Judite, em vez de Judith .
Base V Da homofonia de certas conso/,antes
'--
Dada a homofonia existent e entre certas consoantes ,
torna-se necessário diferenciar os seus emprego s graficos , que
fund alllentalment c se regulam pela etimologia e pela hist:;oria elas
palavras. É cerlo que a variodnl1o dus condiçÕes em q_u.c se fi:{am
na escrita as consoantes homofoílns n'um sempre ponnile facil cli
f ercmc iação de todos os casos om quo se deve elllprRgar uma canso
ante e daqueles em que , diversamente, se deve empregar out:;ra , ou
outras , do mesmo som; mas é indispensavel, apesar tliss o, le r "' presente a noçao teorica dos va rias tipos de c m1soantes homofo-
nas e fixar prat i cament e, até onde f or pos sivel, os sóus u:Jo s
grafi c os, q_ue nos casos especia is ou diiicultosos a p-1a.tica do
Idioma e a consulta do vocabulario ou do dicionario irão ensi-
nando.
Nesta confor midade,· importa notar, principallllente, ··o's
s eguintes casos:
1º) Dist i nção entrG oh e x: achar, archote, bucha,ca-- .J •
... ' ..
. , r ~~ .'C ç:
. .. ~~ ;;H.(r<J!&l;!i:~ 3'.
facho, ficha, flecha, frincha ~d colchete, endecha, estrebuchar,
gancho'. inchar, macho, mancha, murchar, nicho, pachorra,
pechincha, penacho, rachar, sachar, tacho; ameixa, anexim, bai
' xel, baixo, bexiea, bruxa, coaxar,coxia, debuxo, deixar,
elixir, en x ofre, faixa, feixe, madeixa, mexer, oxalá, Jn·a;.~rJ ,~
xar, rouxinol , uxte (interjeição), vexar, xadr~~ , xarope , zcno-t I ',.----:7\
fobia, xerife , xícara . ~- -- --- ---- -~
2º ) Dist i nção entre g_ palatal e ~: adagio,alfageme,
\ \
r algebra, algema, algeroz , Algés, algibebe; algibeira, ale ido, .
(P/l.u.Jargem , Alvorg_e, Argel , Bajé , estrangeiro, falange, ferrugem,
)/ / / frigir, gelosia, gengiva, gergelim ; geringonça , Gibral~a~, g_~
nete, ginja ; _&irafa, giria t ~, relo{3'io, sege, 2.'an5cr, vir-
ge1n ; ad~etivo, ajeitar, ajerq (nome de planta indiana e de
especi e de papagaio), ca.njerê , canjica, enje i tar, granjear,
_je , jJltru.jice , jecoral , jejum , jeir9; , jeito, _jelala , Jeová ,
uma
ho
_je -
nil~Jo , _j equiri , ~e qui ti b ' t ~·emluo 1 J Bri o Ó i .J.l eriwwn , J eronimo,
Jesus , jiboia , jiqu~, .J.:!::Ju.i:ró, ~irtuilio.in , jirnu , Jiriti ,
_jitirana , laranjeira , lojiE:JG~t NILl JÓ; l!lUj!oatado, ~~lcstoso, ~
_jeri c~ , manjerona , mucujê, E§:.Ji , pesajent o_, rejeitar , sujeit o ,
trejeito.
3º) Distb1ção entre a s sibilante s surdas s, ss , ~' ~'
e ): : a:ns ia, ascensão , aspersão, cansar , conversão, ~sconso, far
sa , e;anso, imenso , mansão; mansarda; mans o, pretensão, l 'C!!ICUJ s o
seara , .!?e da , Se ia, sertã ; Se rnanc e lhe, serralheiro, Singo.pura ,
Sint ra , sisa , tarso, terso; valsa ; abadessa , acossar, _0-J J ~ssr.J.~,
arrewessar , Asseiceira , asse io; atravcss3.r 1 bencsse , ~.:_1ssi.lc1n ,
codesso ( identicamente , Cod cssal ou Codassal, Cod(~_s scà:=i, _g_odesso
s o, etc.), crasso, de assar, dossel; ~res.~, _endossar, c:se~~so,
fosso, ~sso , molO.§.?..Q_ , mossa , ob sessão, ,P_P~e_go, ~se~J80 , _r:_ewes
sa , sobresselente , sossegar ; acem , acei~o, alicerce; cebo~a , ~e
real, Cernache, cetim , C:l.:nfãe s; EscÓcia; J,íacedo, obc-e·car , JJcrc e-. -
vc_jo; açaf'ate , açorda, açucar·, almaço; atmJção; b erço; Duçaco ,_ •
caçélnj e, caçula 1 caraça, dBJ~çar, Eça; en"S'J.iço, "Gonçalves, in_:.3_:! r
ção_, linguiça, maçada, Mação, maça..E,, Tl1oçambique , Illoçamedcs, T-111-lJ.-
"' çao, muçull~::.l~, murça, nega~, 12ança, ~' quiçab~, _gyiç2} : "~8. ,_
quiçamb8., Se iça (grafia que pretere as er-rÕneas C e iça e _ç~_i :::~1_},
Sci::al_, ~niça, ter~; auxilio, Ma ximilia_nc, r.1ax:Lnil1o, III3~·~ i1no,
proxiJno. A proposi-to deve observ::tr-se: . . a) em princlpio de palavra nunca se
subst::!.. tu:j.. invariaveJnen-te por .§_: safio; eapa to' sumagre, e-n
das antigas escritas çafio, çepatof _ç_umagre.
b) Quando um prefixo se junta a um elemento que come-...,
çava outrora por ç., nao reaparece esta letra: mantem-se o ~,que, -encon·trando-se en·tre vogais~ se dobrat
(ant. çaloio) , e não açaloiado .
asealoilado, de saloio) -:;_ J
r .. .. I ·., . ....__----. ·- • l _ __:---· ~ ~ /
4º) DiGcinção entr·e 8 tio fim do oilaba, inicial ou in
tcrior, e x e z :Ldentic os t . nc1o _ti_b·nr 1 dalis bo, e acusar, e suruxu
lo, e sgotar, esplanada, ~lendido, espremer, esquisito, Cf:?Len
der, Estremad'ura, Estremoz, inesgotavel; extensão, explicar, ex
traordinario, inextricavel; inexperto; sextante; textil; capaz -
men ~~'
f t ._>nvem )~v/~--
infelizmente , velozmente, De acordo com esta distinção;
notar dois casos :
a) Em final de sílaba que não sej a final de palavra; o
x = s muda para s sempre que está precedido de i ou u: justa
~or , justalinear , misto, sistino (cf. ~ Sistina); Sis t o; em
vez de juxtapor, juxtalinear; mi xt o1 sixtino, Sixto.
b) SÓ nos adverbios em mente se admit e z =s em final·
t tJI • t de sílaba seguida de outra . De con rarlo; o s ·orna sempre o lu-
gar do z: Biscaia, e não Bizcaia.
5º) Distinção entre s final de palavra e x e z :·identi
cos: ~arrás, aliás, ani s; após, atrás, através, Avis, Brás,Di=
nis , Garcês, gás;Gerês , Inês, -!:is; Jesus; )ius; 1~; Lui§...t.
;paj_~, portuguê s, QlleirÓs; quis i retrós; revé s; Toll!.ás; Valdês; ca
li~ Felix , feni~ ~lux ; ~ssaz, ~~' ~~truz , dez, di~, fez
( substantitro e fonna do verbo fazer), fiz, Forjaz, Galaaz, giz,
jaez, matiz , petiz, Que luz, Roma~l (Arcos de) Valdevez, Vaz. A
proposito, deve observar-se que é i:nadmissivel z final'equivalen
te a s em palavra não oxi tona : '. Co.dis e não Cadiz.
,.., 6Q) Distinç8.o entre as sibilantes sonoras interiores -~'
x e z: aceso, analisar, anestesia,. artesão; asa, asilo, _Baltasar, . . ., besouro , besuntar, blusa, brasa; brasã_~, Brasil, brisa, (r.t1.rco ·
. . .
de) Cnnaveses, coliseu; defesa; dunuesa• Elisa; empresa, Ennesin-. .
de, EEEosende, frenesi ou fr~sim; frisar, guisa, iU1proviso, ju-
I
Q_~\t,"a.._ , \. r llL ,11 1- Cl f!: f:.'?f..o-':.~·:.J_,Vl-~ U:. H~·t ~ . . /\0~~ .
' ' ~ru1te, liso, lousa, Lousã t t-uso (nome de lugar; h~~oríimo de Lu'-..._ )
so, nome . mitologico), :Matosinlto ~l Menesea• Narciso, Nisa, obse
quio , ousar, pesquisa , p ortuguesa,. presai rasot represa, Resen
de, sacerdotisa , Sesimbra; SousaJ surpresat ·bisana; transe,
trru1sito , vaso ; exalar 2 exemplo; exibir ; exorbitar; exuberante
inexato 2 inexoravel ; abalizado, alfazema , Arcozelo; autoriza
azar , azedo, az o, azorraguet baliza , bazar , beleza, buzina , bu
zio, comezinho, deslizar , desli ze, Ezequiel ; fuzileiro, Galiza;
~o, helenizar , lambuzari leziria;
~, vazar , Veneza~ · Vi zela 1 Vouzela.
\o ; Lr(\ . ~
). ' ' Base VI ,.-- --·--
Das sequenoias oonsonantioas (I)
O c gutural das sequenoias interiores -cc - ( segw1d o c
sibilante) , -~-e -ct- , e o J2 das ~equências interiores-~-(~
sibilante ), -EX- e-Et-! ora se eliminam' ora se conser~am .
Assim :
lº) Eliminam-se nos casos em que sã_o invariavelmente
mudos nas pronuncias cultas çla lingua: aflição~ aflito, dicion2.
rio, absorção, cativo , ~; acionar ; ator , .~fetivo , coletivo ;
diretor; adoção , adotar ; : ba-bizar ;:- ato; exato ; Egito; otimo, et c~
2º) Conservam-s e nos casos em que são invariaveunen te
proferidos nas prom.mcias cul-tas da lingua : compacto, convicção ,
convicto, ficção , fricção , fric~ionar; ;pacto; ;pictural , adq)to ,
a~ diptico , erupção, b1epto; eucal~to , ~cias , ~ to, etc . . 3º) Conservam-se ou eliminam-se; facultativamente .,quau
do ,
so sé proferem numa pronuncia culta , quer geral , quer restri-
tamente , ou então quando oscilam entre a prolação e o emudec iJnen
t o: fact o e fato , cact o e cato, caracteres e carateres, JJCrt·mptÓ
rio e _:perentorio, aspect o e aspeto, ~tro e cetro, co}lswupçã~ e
c onsw1ção, corrupto e corruto, ·. ~ e suntuoso , citcção c tli
_ção, sector e setor, .êtc.
4:º) Quando, nas scqu.ouo~as in-teriores -~-, ~- .: . e
-mpt- , se elimb1ar o E,, de aoorüo ·com o determinado nos paraera
fos precedentos , o m passa a g; ooorevendo-se, reopoctivamcnte,·.
--nc-, -~- e - nt-: ~SSWEJ?Livol, e ~owülvel, e.sowapç iio e assu.n.:.:. . .
- - ------ ·' - ~";,.., o nO"l'C>l1Í:()T'i () ~ 8Ul1JD"btoso 8 stmtnooo, etc.
/ /
,
. .. ·;Base VII
Das seq~encias consonanticas
Além do c gutural das sequencias interiores -cc-, ' -~ e -ct-, e do E das sequencias interiores -~-, -EX-
eliminam-se ou conservam-se consoantes varias de outras
cias , sempre que são invariavelmente mudas o:u invariavellJlente
proferidas~ em quaisql,lBr proriunqias. · QW tas da . lin&'"U.à por.l.ú@.J.,X;o;j. As
mesmas consoantes , porem , conservam-se ou eliminam-se, faculta -
tivament e, quando sÓ se proferem em alguma pronuncia culta da
língua , quer geral ,' quer ~estribarnen -te t ou então (quando oscilam
] ___ ---_:-: ,_::~_i_~ prolação e o emudecimen·b o. ~ /
AssinL:
lº) Eliminam-se : o .9.. da sequencia -cd-; em anedota e
r espectivos derivados e compostos; assim:como em sinedoque ; o
g da sequenc ia -~-; em Emidio e Madalena; o g_ da s equencia
~gm- 7 em aumentar, aurrient o; fl euma, fleumatico; o g_ da sequen
cia -~; em assinatura; Inaoiof Inês; sinalt etc~; o m da se
quencia -mn- , em condenar ; dano, sinasior onibus; solene; son o;
o E da sequen-cia inicial )28-t em sa.l_rno : e salmodia ; assim como
nos derivados desta s palavraS J o ~ da sequenoia -~-; em exan-I
~ e nas palavras em que esta seguido de outra consoante : ex-
puição , extipulaceo, extipuladoj o ph da sequencia de origem
grega ]2hth, sob a forma de f; em ~otegma; ditongo, tisico,ti
siologia , etc.; o th da sequenoia de origem grega -thmT, sob a
forma de t, em asm§:, _§-~matic o, etc .
2º) Conservam-se: o g da seguencia -~T em apoLcgma ,
di§lfragma ; fra~ento, segmento; o g_ da sequencia -gn- , em !Y3_
nelo , cognato , designar, ~ificfr, etc~ ; o _Eh da sequencia. ç..e,
de origem grega phth, sob a forma"-f , tal como o th seguinte ,
s ob a forma de t, em afta ; difteria , ftartic o; ftiricLse , fto
~ic o, oftalmologia, etc.; o rbh da sequencia de ori8em ·ercea
tlun , sob a forma de !' em logaritmo; ritmo; etc . .
3º) Conservam-se ou eliÍninam-se; facult a l;ivamente
o b da sequencia -bd-; em subdi to· : (pu sudi to); o b da sequ·en-- - . ... -cia -bt-, em subtil (ou su1_~1) .e seus derivados; o e. da scquen
c ia -~- ~ em amígdala 1 amigda.lac eB:; amigu.al ar; am~~l<_:~-la to, alll i€1-
/
. . ' ' .
l (' I(_ '(_ lt/\ ./ '- . / r/ ' • ' / '---"'-' . ,(), . i'f:-1~ ~/1. ' -.; ""-7
\ ;\ \\ 7: ' ~< / / .. · ~
· dal~·te , ---- amigdaloide , amigdalopatia; amigdalotomia ,"amigdalccto-
mia (ou amidala , amidalacea , amidalar, amidalato, amidalite ;
amidaloide , amidalopatia , amidalotomia, amidalectomia ); o m da
sequencia ~' em anmistia , arnni s tiar, indemne, indemnidade ,
indenmi zar , onmimodo, 9mrlipotent e ' omnisciente (ou anis tia , anis
tiar, i11dene , indenida de , indenizar , oni...!Jndo, onipotente , onis
cien t e); O th da sequencia de prigem grega -thm-, sob a fO illla de " - - -
t, em aritmetica e ari tme tic o (ou a rimetica e a rime t i co ).
Base VIII
De c ons oant es" f inais
I ~--- _/_
.../
( ..... ·- ------·2)- --_ __ ...,.- -· - ;;}--
- c. - - ,
As c ons oant e s f inais b' ~' d; g e t mantêm-se , quer
sejam mudas , quer proferidas, na s forma s onomas t i cas em que o
uso as consagrou , nomeadament e antroponim.os e t oponimo s da t:tadi -çao bíblica : Jacob, Job, Moab ; Isa a c; Davi d; Ga d ; Gog , I.JagQg.;
Ben saba t , J osafat .
Int egram-se t amb em nesta norma : o antroponimo Cid , em ,
que o d e sempre pr onuncia do; os t oponimos Madri d e Valhadolid;
em que o d or a é pronunciado• or a _n ã.o; e o toponimo Calecut ou
Ca licut , em que o t se encon t ra nas meswas condiçÕe s.
Na da impe de , entretanto, que do s antroponimo s em a pre -' , ço sejam u sado s sem a consoante final J o · Davü·e Jaco. -- ' --
Ba s e IX
Das vogai s atonas
O empreg o do ~ e do i; as sim como do o e do u, em sila
ba a tona , r egul a-s e fundamentalment e pe la · etimologia e por J)arti
cularida de s da l1istoria das palavras. As~im s e estabel ecem varia
diss~nas grafia s :
a ) com e e i : ameaça, BJnealhar' ant ecipar ; :-tr:r~iar , ~
balnear , boreal , camp e~o , ... ca rdea l (prelado, ave ; planta ; difer en
te de cardial = 11 rela·~ivo à cardia11) ~ Ceará1 C.odea , ~nseada , ~n=
teado, J!'loreal , : j an eanes , lendea , Leonardo, Leonel, Leonor , .J.Jcc
J2oldo , Leote , linear , meão, ,. melhor ~ nomear; peanha ; quase (em _
v e z de qua si ), ~~e~l , s emear ; semelhante; varzea ; ameixial , [une i
xiei r a , amial , amie iro, arrieiro, artiJJ1aria ; capitania , conlial
(àd.iotivo e sub s t antivo), corriola , crBJlio; criar, dian t e , L1lmi-- ---
.. ' '
.. nui~,-Dinis, .ferregial, Filinto' Filipe (e
Filipinas, etc. )1
freixià.l' gie sta, I~anha, igual;
Íll iBUalavel, · l ampião, limiar; Lumiár, lumieiro ;.
g e l a, tijolo, Vimie i ro; Vimioso;
patio;1 pior, ti
),
b) com o e u: abolir; Alpendorada ,. a s solar, bor boleta,
cobiça, consoada, c on s oar; costume, di scoloi embolo, eneolir I , . ' . I
epístola , esbaforir -se, esboroa r, farandola; f emoral, Freixoei-
ra , girru1dola , goela, jocosoj magoa, nevoa, no doa; obolo, Pas-
r ~ coa , Pascoal , Fascoela ; po~ir, Rodolfo; tavoa ; tavoac1a, tavola ,
~·,-::otombola , veio (substantivo e f onna do ver bo vir); agua, aluvião,
' / arcuense , assuinir, bulir, cBJnandulas, ourt irJ curtmne, embutir ,
entupir , femur , fist;ula , glandu1a , ineuB;,, jucundo, legua , Luan
d§;, lucubração , luear, mang:ual ; Ma.nuel; mingua , Jhcaragua , E_on
tual, regua, tabua, tabuadat tauuleta; tret:>UB:I vitualba .
Sendo muit o _variadas as condiçÕes etimologicas e foneti
éo~istoricas em que se fixam graficamente e e i ou o e u em sila --ba atona, é evidente que só a consulta dos vocabularios ou dicio-
narios pode i11dicar , muitas vezes; se deve empregar-se ~ ou i, se
o ou u. Há, todavia , alguns casos em que o uso dessas vog~is pode
ser facilmente sistematizado~ Convem fixar os seguintes :
lº) Escrevem-se com~; e não com i1 antes da sílaba to
nica, os substantivos e adjetivos que procedem de subetan!:;ivos
terminados em eio e eia; ou com eles estão em relação direta . ,,
Assim.se regulam : aldeão, aldeola , aldeota , por alc1eiaJ a r eal
areeiro, ?reento, Areosa, por are ia; ~1·~ por aveia; pa1ea~;_
por baleia; cadeado , por cadeia; candeeiro; por co.ndeia ; ceH!:;eei
ra e c enteeiro , por centeio;_ colrneal e colmeeiro ; por colmeia;
carreada , correame, por correia .
2 º ) Escrevem-se igualmente com e · ante s de vogal ou di--' .. tongo da sílaba tonica; os de~i vados de palaV'l~a s que l;erminam em
~ac entuado (o qual pode represen t ar um antigo hia to: ea , ee ): e2.
l eão, galeot a, galeote; de galé; guineense, de Guiné; poleame e ,
EOleeiro, de pole.
3º) Escr evem-se com i; e não com~; ru1tes du síl a ba to
Hi ca , os a djetivos e substantivos deri vados em que ent ram os s uf i
x os mist os de fo rmação ve rnacula i ano e -i en s e, os qua is sao o
. . ' '
'r" 1/ ~ , \~ \
;tt.!-f,t'.J_pJ;~\;~'-\yf~, ' . . .._ / .
resultado da combinação dos sufixos ano e ense com ú.m i de ori,--
gem analogica (baseado em palavras onde ano e ense estão prece
didos de ' i pertencente ao tema: horaciano, italiano, duri ense,
' flaviense, etc. ) l açoriano:, r db.boverdiano; camoniano; goisiano
("relativo a Damião de Oois"), sofocliano; ~~r::.(Í~~~~""-'-'-'"-(;;;~
\~; siniense (!'.de Sines"); torriense · ("do~ ) · ·~~
tenninaçÕes -·io e ia--(a t on:;}
b. Torres"), acriano ("de Aore").
4º) Un i formi zam-se dom as
em v ez de eo e ea, os substantivos que Ç)onstituem vari ações
r r• ob t ida s por ampliaç ão' de .outros substantivos t erminados em vo
~0 '/~gal : cumio (popul a r), de cume; hastia ; de haste; re st i a; do an-
tigo reste; vestia, de veste.
5º) Os verbo s em ear podem distinguir -se praticamente;
grande numero de veze s, dos verbo s em iar, quer pela formaçãoj
quer pela conjugação ~ formação ao mesmo tempo. Estão no prime i-. .
ro caso todos os verbos ~ue se prendem a substantivos em ei o ou
eia (sejam fo rmado s em portug~ês ou venham já do latim ); assim ·
se r egulam: aldear , por a ldeia ; alhear• por alheio; cear, por
c eia ; encadear , por cadeia, pear, por ,Eeia; etc . Estão no segun
do caso todos os verbos que têm normalmente fl exõe s rizotonicas
em eio , eias , etc., desde que não se liguem a substantivos çom
a s termb1açÕes atonas ia ou i o (como ansiar ou odiar ): ~larear;
delinear , devanear , falsear , granjear ; guerrear ; bas tear , n ornear1
semear , etc.
6 º) Não é li c i t o o emprego do u fb1al u tono em pala -
vras de origem latina . Escreve-se ; por isso: mot o, em vez de mo
tu (por exemplo, na expressão ele moto pro~io); trib~; em vez :de
tribu .
7º) Os verbo s em oar distinguem-se prat i camente dos
verb os em uar pela sua con jug.ação nas fo rma s rizoton i-e a s, que
t êm sempre o na s i l aba acentuada: abençoar, com ~; COL'lO a lwnçoo,
abençoa s, etc.; des·t.oar, com~. ; como destoot destoa si etc.
Ba se X
De pergru1tar e derivados I .. !
O verbo ~1tar não adini te na escrita corrente a mu
dança da silnba ~ cru~: pre©:m t ar. E o me smo se dá, por con
. ' I ~~~~~l~;)tC . ,((.I{.J&~~'\0} . . . .;
: ; ' ~e~:~ te; com quaisquer jl.ila vr~a de la formadas I p~~~ ;~ ~ "-: .
gUJl tador, l'ergUJÜ ante , perguntao, 1 r e p erB:"? tar:, e na o !'regun ~ ·
pregW1tador, preguntBJ1te, pregunlioo, . repregw1tar~
Base XI
De ;querer ·:_1.: e derivados 1
Consideram-s e normais na escrita corrente as fo rmas
quer e requer-, dos verbos querer e requerer; em vez de quere e
requere : ele quer; ele o quer, ela requer; ela o requer, quer ·
1 ~dizer, e não ele quere, ele a · ~que re, ela requere; ela o .requere;
~~ dizer. são legitimas, entretanto, as formas com e final // - . quando se combinam com o pronome enclitic o ~ ou qualquer das
suas _flexões: quere-o , quere-os' requere-a ; requere-as .
A forma quer transmite a sua grafia à ·colijunção a
_que deu origem e mantam-na; alem disso, em todas as palavras ~
compostas e locuções em que figura : quer ... quer; mlmeauer ' ~ ·
onde que r que, quem quer que .
Base XII Das nasai s
Na representação das vogais nasai s devem observar-se;
alem de outros suficientemente conhecidos, os seguintes precei
tos :
la, a
liia
lº) Quando uma vogal nasal tem outra vogal depois de -
nusalidade. é expressa pelo til: ãatá; desealmado, _ __._
(a.ntigo e dialectal ), Üa (antigo e d~alectal) ~
2º) Quando uma vogal nasal ocorre em fim de pal~vra,
c~~:<,_, ih -4!::..:.:.:...~J::_~;-..:.~~..=;c l<tb~c;tt·(;-;":c-;-- ~:-íi1;Lf'B:.U r e pre senta-s e .'a na sal i
dade pelo til; se essa vogal é de t imbre ~; po1~ m, se ·_possu.i
qua lquer outro timbre e termina a palavra; e por n, se· é c.1c tim
bre diverso de a e es~tá seguida de s: afã; grã, f. n~!f'&Lt}~\Yl~bie::::~
. lã, orfã, .. 8ã!'~~'?Z_~,~~~@~~t~ ,~~j~~lii.{Ç' ~i{~JJW~~;: ~~-~b::J-~~~~.W:J 1 ciarlin, tomJ vacwn; flautiJ_?.s, I-
!oJellli tOll8 7 ZU11ZW1S ,
3º) Os vocabulos terminados em ã tran Dtui tem Cf3ta re-
. ' . ..
. . ' ' ', - .. prese~taçao do a nasal aos adverbios em mente .. mem, assim como a derivados em que entrem sufixos precedidos do
infixoO z: cristãmente, irmãmente, s ãmente; l~zudo]maç::2ãzit. '~-maçãzinha , manhãzinha, romãzeira. ' '
'---::::;;::::;t=<:.::: '--~ ....,
Em complemento dos preceitos de representaçao das vo
gais nasais , u1porta notar que nas combinações dos prefixos in
(tanto o que exprime interioridade como o que exprime negação)
e en (diferent e do elemento en, resultante da preposição en1
enfim , enquanto) com elementos começados por!!! ou n, não se a d
mitem , quanto à escriba normal, as sequencia s mm e nn, as
quais se reduzem, respectivamente, a m e a n: imergir, inova
ção, i11o.t o (quer n o sentido de "congeni to"~ quer no de "não
Lfi/?lascido"), e não immergir, innovação; innat o; emagrecer, ernol
) ;/~ durar, enegrecer , enobrecer) e não emae;recer i ernmoldurar, erme-~ ,
grecer~ ennobrecer~ Em coerencia com· o disposto, grafar-se-a '
conosco.
Base XIII Dos ditongos
I: - Os ditongos orais, que em parte tanto podem ser loni
cos como atonos , distribuem-se por dois grupos g,raficos prillci-.Ql_; m ;_ ~, ,eu ,;
pais , consoant e a subjuntiva soe i ou u: ai , &;/iu , ou : bra-
çais , caixote , deveis , eirado; farneis; farneizinhos , goivo,
goivar , lençois, lençoizinhos; tafuis, uivar; cacau, cacauei
ro , , deu , endeusar, ilheu, ilheuzito, ~ediu , passou, reg~~gar ._
Admitem-se, todavia , excepcj onalmen·be , à parte destes dois gru
pos, os ditongos ae (=âi ou ai) _G Eio (=âu ou au ): o :primeiro,
representado nos ru1troponimo s Cae ·tano e Cae ·tana; assim con1 o no s - ' respectivos derivados e compos·bos (oaetan;lnha , r.õl-oo1tctEú1(Yjetc li ..-.~~~·
o segundo, representaclo nas combinações da preposição a com as : ' ~
form:1 ·3 masculinas do artigo ou pronome demonstrativo E_;" ou se -
j am ao e aos .
Ctunpre fixa~, a proposito _dos g~tongos orais, os se
(SU:intes preceitos particulares:
1º) É o ditongo ui' e não .a sequencia vocalica ue,qu~
s e emprega nas formas de 2a~ e )a. pessoas do singular do pre -
oente do indicativo e igualmente na de 2a . pes ooa do sint:;ular ..
/}
I ... '' '
1\
.. . do imperativo dos verbos em uir: cons~ituis, influ~·etrlbui. -... Harmonizam-se , portanto, essas formas com todos os casos de di
tongo ui de sílaba final ou fim de palavra (azuis , fui , c; uarda-' fui, Rui , etc. ) ; e ficam assim em paralelo :_gl'âtidofouctü.: o com
as formas de 2a.
bos em air e em t . i . . . . ) ~ e 3a. pessoa do singular do imperativo uo~ ver-
oer: a rals , ~' sal ; mol s, remol , sol . . -- ~'
. .------/ ·-- ~ 2º) É o ditongo ui que representa sempre; em pa lavras
de orlgem lat ina, a união de um u a um i atono s eguinte . não di
v ergem, port anto, fo rmas como fluido de fo rmas como gratuito . E
isso não imp ede que 11os derivados de fo rmas daquele tipo a s vo
ga is u e i se separem: fluidico, flu idez (u-i). --.::r-
. ·) .~ 3º) Al em dos ditongoo or ais propriamente ditos, os
V / /quai s são todo s decresc ent es, admi t e- se; como é s abido, a exls -/'
tencia de ditongo s crescente s. Podem consider a r - se no nwnero de-
les os encontros vocálicos postonicos, tais os que se r epresen -
tarn grafic amente por ea ; eo, ia ; ie , oa , ua ; u e 1 u o: aurea , au
re o 1 co l onia , esnecie , exímio, magoa t minguat tenue; triduo.
l t ~ Os di tangos nasais, qu e na sua ma i oria tanto podem ser
t onico s como atono s, pertencem graficament e a dois t ipos f1u1da
mentai s: ditongo s c ons tituídos por vogal com til e subjunt iva '·
vocalica; ditongo s con s tituído s por vogal e c onsoante nasal;t en
do esta o valor de ressonancia . Eis a indicação de un s e outro s:
1º) Os ditongo s constituído s por vogal com til e sub
j untiva vocalica são q_uat ro, considerando-se apenas a l inguagem
normo.:L Cf)nt eJnpornnea : , ã e (usad o . ~m vocabvJ_os o,>çi+\)~os e deriva-8 l ~ usau~ em voca~oà anoxl ·Gono s e Qçrlva~os ,/
dos ),/ão e Õe. Exemplos: cãe s; Gui marãe s; mãe; mãezinha; cãi =-bas, cãibeir o, cã ibra, zãibo; mão, mãozinl1a, não, guão ( não
~) , s otão, s otãozinho; tão (não tam ) ; . Camõe s; or açÕ e s, ora
çÕezinhas, p õe, r epÕes . Ao l a do de t a is ditongos pod~ 1 ainda ,co
locar-se O ditongo Ui, que s e repr esenta s em O til l l ::ÍS fo rmas'
muito e mui , por obediencia à t radição.
2º) Os ditongos grafad~s por vogal e consoa11tc 11 :l ~:rtl
CLJ..Ui \' i.1lente a re ssonancia são dois : am e em. Divergem, pun.' m..J :
nos s eus empregos :
a) am ( sempre a-tono) s ó ue emprega em flexõc s vr~rb[ti!:)
oncle lltUlCa é li c i ~o substitui-lo ror -no : amam , cl c v i um·, cr;• •J'CVC- '
# •• •
•• ~~~·~~'
, ./ .· b) em (tonico ou atono) emprega-se em palavras de ca~
tegorias morfologicas diversas; incluindo flexões verbais, e po
de apr~sentar variantes gra~icas~ determinadas pela posição; P~
la acentuação ou simultaneamente pela posição e pela acentuação:
bem, Bembom (toponimo), Bemposta; cem; devem; nem; quem, sem, ·
tem, virgem; Bencanta; Benfeito; Benfica; benquisto' bens, en
finÍ, enquant o, homenzarrão, homenzinho; nuvenzinha, tens, vir
~ens; amem (variação de amen), a rmazem; convem~ mantem, nin~;
porem , Santar em, tambem; convêm, mantêm~ têm (3as. pessoas do
Belenzada, vinten-plural) ; annazens, de s dens, convens, retens,
zinl10 . - ~- 1-:'J ) ~---
~ \ · -~:- ~
Base XIV
Da acentuação gráfica
O sistema de
obedecerá às seguintes
acentuaç ~o grafica
disposições:
a língua port uguesa
1º) o acento grave (~), segundo o modelo das fonJJa s ·
à e às, resultru1tes da contraç ão da preposição~ com a s fle --xoe s femininas do artigo definido. ou pronome demon strativo~· a
e as, notará a s contrações da preposição a com o a inicial das
formas pronominais demonstra ti v a s aquele~ aquela ; _aqueles, uque
~~~ ' ~guilo, aqueloutro , aqueloutra ; aqueloutros; aquelou~r2s :
' ' ' ' ' ' ' aquele , aquela , aquele s; aquelas ; aquilo; ~ueloutro; aquelou-
tra, àqueloutros , àqueloutras~
2º) O acent o agudo( '. ) , notara as vogais a; ~ e o
abertas seguidas ou não de s de vocabulo s agudos ou oxitonos :
~' }Jás , ci, ;eés , .EÉ_ , pó s, raj_~; rajás, caféj cafés; enxó, en-, , I , • ,
xo s; notara tambem1 facultatlvamente; a s.formas louvamos, ama-- ·- ·. - -lllos e conexas do preterito perfeito do indicativo da primeira
conjugação em contraste com as . fo rmas louvamos; amamos· e c one-
xa s do presente do indicativo •
.3º) o acentô circunflexo ('") notará:
a) as palavras agudas ou."oxitonas terminadas nas vo~
gai s e c o fechadas seguidas ou não . de s:
cês, ! Ô, rôs, ·robô, robôs;
A "" A
~~ ~; rnerce, l!ler-
b) as formas da t erceira pcc:su!::l. do plural do presc~n-
te do indicativo dos verbos ter e vir. +~m o ,..
"trO•-n · o
I • • .
I
.. '
:)~ \\) ~/ 1'-;;, ff·tri ~t_:;_7f:v~~h~ • • ·t.._ ~· Jlt-Mt. ~ ~,/) tL. ~o.Jtu\. ~v-~ I ~t ,~,hj '' COillpOs tos contêm, convêm,"'ruantêm, provem . etc .:rem relação C:Oill , 1 ___ _.... -----'- ---. ___..... ) ··, \
o disposto, lembre-se que às formas do singular lê, vê, crê, ' · ·,,\~ \CC . • • • .6'
relê, revê, descrê-1, etc. J opÕE:m-se leem, creem; releem, reve cm ..J\
de screemj etc. 1 do plural; ' c r a flexão pÔde do preterito perfeito do verbo )JO-
der em contraste com a flexão E ode f,ft.MJe-J..
do mesmo ver-do,...indicativo
bo, bem como os substantivos fÔrma e fÔrmas, em contraste com
fonna e formas, flexÕes do verbo formar e tambem substantivos.
4º) Em casos de ambiguidade contextual que possa ser
desfeita pela acentuação gra;fica, fica facultativo o uso de . acento para dirimi-la. Não há, por exemplo; amb~{guidade contex
. . . ~
tual em "fabr.i cas o que quiseres com fabricas cibernetizadas" ; , .
nem em "e preclso por t.r....nt o no qUe se faz ,
Base TI
~ pc.~:~~ compostas );. )'Q~~
-Os composto s formados por elementos que nao apresen-
tam concordáncia interna grafam-se aglutinadamente: madrepero
la( madreperolas), madressi lva ( madressilva.~), pontapé (ponta -/'Vt4~0..~~ t.-1'~ \ ~-tT-~ ) ,J
pés ), sulafricano (sulafricanos);JTIIT·~oalegrense por oalegren-~ ' .
~) 1 sãot o_m~nse ( s ãot omenses); pon~alimens e (;eonta.limenses )_ ;
[-\.Sf?j~~~?Ü?fll~JyY.S1@E-!>&'?z~ ; matogrossenoe (matogrossen - .
_se s ), espiri tossantense ( espiritossantenses); audiovisual (au
~Jioyisuais), lusob_rasileiro (lusobrasileiros ), lu o_?_::t_frican~
Q~soafricanos ); afrolusobrasi l eiro (afrolusobrasileiros ), c:iFassol (girassois), contago t a ' (contagotas ); fincapé (fincapéslL
B_L.tarclachuva (guardachuvas) 1 paraquedista (paraquedistas ); mal:-.:._
meque r (malmequere s), b emequer ( bemequeres )~ Tiradentes; etc .
2º) Todos os outros compostos; reais ou aparentes; cujos
el ementos constituintes apresentem concordancia interna ou es-·. -tejam ligados por preposição, artigo ou qualquer ou.tra.forma ; . .
assim como as locuçõo.s de qualquer .especie, grafar-se-ão sem
a~J.uti.no.ção e sem hifen: (nisso compreendidos os · toponimos elo tipo Q_u.'] .~l·a Frascos, Passa Quatro;· Abre Camp o, etc.): "j.
:.1' \ ' .. . ..
rnedico cirt~El~ (medicos cirurgioe~) 'lr"'G"".·FO arc.:ebi ::J po k'J.'~ I ----~ -
(bi~cebispos), x·a:Ln.ha claudia (rainha s claudias), al r: ai-
dc; mo r ( a lcaiues mores), amor perfc;ito (amores perfeitos), 1 '
'o
.. gu"arda noturno (guardas noturnos); primeiro ministro (primeir
ministros ), azul escuro (azuis escuros)l Grã Bretanha,Grão ParáJ
Porto Alegre, Belo Horizonte, Castelo Branco;
~~ etc.;agua de colonia; cor de rosa1 · sala de jan
tar , A dos Francos (toponimo); Figueira da Foz1 Freixo de Espa-
• o
da à Cinta, .América do Sul; e to. ; Plinio o .Antigo; Entre os ' o ••
Rios, Três Rios , Trás os Monte s, mai s que perfeito ; etc.; ao
deus dará , à queima roup~ por dá cá aquela palha, etc.; cada
por
ele pronrio , nós mesmos ; quem quer que seja; etc.; em cima;
certo, abaixo de, a fim de; ~asso que; logo ~e, etc . : / \ ----C"~
~~~~-3º) En1prega-se o hifen nos vocabulos ierminados por sufi-
de origem tupi que representam formas ad jetivas; como açu 7
guaç u, mirim , quando o primeiro elemento acaba em vogal acentua ..
da graficamente ou quan o a pronuncia exige a distinção grafica .
dos doi s elemento s: amoré-guaçu, anajá-mirim; andá-açu,~_§J)-~m __ - ·
açu , Ceará-n1irim, etc.
4 º) t proscri t o o emprego do hífen nas ligaç~es da prepo si
ção _de às formas monossilabicas do presente do indicativo do. r
verbo haver , tipo hei . de , hás de; et c! -.
5º ) Em1Jrega-s e o hifen para ligar duas ou mais palavras ·
que ocasionalmente s e combinam• formandol nã o propriamente voca .
bula s , mas encadeamentos vocabulare s (tipo a divisa Liberdade -
Jgualdo.de-Fraternidade, a ponto Rio-Niteroi l o percurso Lisb oa
Co imbra_=._Porto, a ligação A:ngola-Moç ambiq~; e bem assim 1ms com
binaç ões hist6ricas ou ocasionais de top~niruo s ( tipo ~us~J·i_a_ -_
Hungr~a , .Alsacia-Lorena; .An~ola-Brasil; o Toquio --Rio de J ane iro i_ .
etc . ) • . : ' I
~-~---u. a Lr . , . o
6º)~ t mese da conjugaç~o portuguesa (tipo ama-lo-el; en-
viar-1JlC-erno~ etc .); e na enclise (tipo amá-lo; p~r tlr-lhe JÁ~~
etc.).
Base XVI Do hifen na prefixação
Na prefixação; não se emprega o hifen, salvo quru1do
se trate dos prefixos ~}!!; e~ (no sentido de ce ssamento do esta
do anterior ), vice, vizo, alem; ~~; aquem ou prefixos que ·
têm ~cent o grafic o proprio (como pÓs, pré_; ErÓ) ~ A exc!nplifica-
... •'
- ~ -r.;,~·· ' çao a seguir filust raJ!"ô& fatoot
•· 1) contrapartida , contraalmirante; contraannonico,
contrassenha , extraforte, extraa~ilar, extraumano, extraterri
torial , extrarregulamentar, extrassecular, infraaxilar, infrae
patico , infrarrenal , infranonaal; infrBJnedio; infrassom , in -
traatomic o, intrarradial , intraepatico; intraocular, Ílltrarra
quidiano , intro.ssee;mentarf suprapotente , supraaxilar , supraepa-
tico, suprarrenal , suprassensi.vel , ultraveloz; ultraumano , ul: ()
traocular , ultraoceanico; ultrarromantio o, ultrassom, autoedu~.,...-9 cação,autorretrato, autossugestão, neoescolastico, neoelenicor .-----
neorrepublicm1o , neossocialis·ta, prototipoj procoarico, pro-
/ ~ tois torico, ·.pro torromantico, protossulfureto, pseucloapos tolo 1
sV ~/~pseudorrevelação , pseudossabio 1 antiigienic o; antiiberico, an-
~ tiirnperialista, antirreligio so antissemita1 arquiiperbole,~
qu i irmandade, a rquirrabino, arquissecular, semii11terno, semir
reta , semisselvagem , -_semilatent e, · entreistorico; anteistorico;
entreostil , sobreumano, hiperv~ano; ?ipersensivel; Ílltereleni
co, interresistente, superomem, supe r reQuintado; abrogar,aclre
nal, obre e p:tic i o, absoluto , .~dj a c ent e, obcecado , subi blioteca
rio , subepatico, subrogar; sobrada, sobro jar; subtenent e, sub
delegado, submarino , submarirlho, circQncisão; circUilaveeação t
c i rcu.murado, correspon enc j a, coonestação, coaul; oria, 'c ·ocTI~~
l eto, coerdeiro , coproprietário, maldiz ente~ malquisto , malque
re~ (a par de m~!~uerença ); malcriação(a par de má~riac~~ malaventurado, malumorado, mal amado; mal amada; pan1asti te , nam
plegia , pampsiquismo, panenteismo; _panafric ano, .E§_l_Iamerica..I_lQ ;
panelenico , p;:m"iconografia ; b enquisto, benfazer, benaueren te· - - -------- -b enquerer, benvii1do, bemavenGurança; so:tocapi tão , ~o t omes Lre ·
2-) selil-cerimonia , sem-nWllero ;. sem-razão , _ex-dire tor_i
ex-ditador, ex-correligionario, ex-primeirof.tlinis Lr9, .(J:f'':{C;f") G:&~~~ vicc-aJJnil'ffilte , vice-consul, vice-prirn~Ziro(~in-i8tro 7 vi=
zo-rei , vizo-reinado , vizo-reinar, alem-atlanticidade-, aleJ!l-mrrr;
aquem-fron te iras, p'Ós-glaciari~. pÓs-socra ti co, pré-his turic o
pré --::oc ràtico, prÓ-britan:ic o; prÓ-germanofilia; recem-caoauo,
reccm-jnaugurado.
Os vocabulariosnutorizados elucidarão os rGros caoos
em fl.U.c haja neccosicladc de esclarecer a silabaçüo, COlHO ,.,11 a bMt/ __ .., _ , ,__ ___ · '~'-·~~-/+,/,,,..,, "'~~ri'''1-
,
·Base XVII
Do apostrofo
4 lº) Quando u sadas aglutili~ente com artigos, demonstra
tivos, pronomes, adverbios iniciados por vogal, as preposiçÕes
de e em, r edu zida s a d e g, não são seguidas de apostrofo;P do ,
da, da s, dela, deles, deste s, dalguns, dantes, etc.,no, nas, ~
neste s, nalguns, nalguem 1
etc. P, pr e servando - se, e:;::t não havendo
aglutinaç ão, o uso das fo rmas de o, de as; de ela, de e s t e s, ~
eles , de alguns, de ant es; etc., em o, em a; em a s, em el.es, em
este s, em alguns, em alguem,e t c. ) .- - --Q ~ .---= -~---- .:-- ·
2Q) ;Faz-se uso do apo s trof o pa ra c indir gr-afic amente
uma contração ou aglutinação: d 10s Lusíadas, d 10s Sertões; n 'Os
Lusiadas , n ' Os Ser t ões , etc. (mas não em ocorrencias do tipo im
nor~mlcia atribuída a A Reliquia , referencia a Os Sertões, etc.)~
3º) Pode cind_ir-se por mei o de apostrofo uma con L raç ão
ou aglutinação para realçar c om maiÚscula inicial entidades tran s
cenden tes tipo d 1Ele, pel ' O, n'Aqu ele que é a Vida (mas sem
apostrofo em a O, a A, a Aquela , a Aquele ) et c . ).
4º) Usar-se~á do apostrofo nas aglutinações com de ou
em e a contração na , reduzidas a d ou n 1 com a vogal inicial de . J..õ~-
nowe s subs to.ntivos ou adj et ~vo sr., -. tipo d •amo1·o · os ;.;•·· l -----
-~e11LimentosL n'agua, n 1alma .letc ., que a lternam , se nao agln!;ina -
das, c om de alho, de agua , da agnat de amorosos sentirnen~os , .I1§
l n13-,et c .
5º ) Em aglutinações antigas, é facultado usar o apostrQ
f o em casos do tipo Sant'.Ana , Sant 1 Iago , Pedl"'Alvares , et c.J ou . ·
San~ana ou Sant..'::_Ana , Santiago ou São Tiag_2 Ped.ralvares ou Pedro·:.
Base XVIII
Das mint}_ sculas·· e maiusculas · (I)
1º) A letra ·minÚscula inicial é usada:
a) ordinariamente, em todos os vocabulos da língua ilos
usos correntes; 0~r:;..., ~~
b) nos nome s dos dia s; nlGse s, ~~.-.!1.':_ ' ' · -j.o,i.d(-t~Oa/ \
nos biblion~~~-? (a pÓo o primeiro elemento; que é c om r ·n. iu ocula;
, ,, , -' _ J · - - -- -~ --- -- - - ~- -, ... ...: J .. ... _ . ... . .. , •••~"'"'"r-,n,,
/ .... /~~ { ~- H. i:r~- o
A 1 ~~ ~~ k_ ·~~/uA IN_ ~ L~~ ~ ~ IZ~ ., ;; la, salvo nos nomes prop;ioa nelo contidos, tudo em grifo:~e . .,.
usos de fulano, sicrano, beltrano; nos pontos cardeais (mas não
em suas abreviações); nos axion~uos (senhor doutor JoaquDn ua
Silva, bacharel Mario Abran-tes, s•anta Filomena, o cardeal Bcmbo);
nos nomes de disciplinas, de cadeiras, de cursos;
c) opcionalmente, as minusculas iniciais podem s er subs ~
tituidas pela s maiu sculas, nos hagion im4&es, nos nomes de di sci -I 1
plinas, cade i r a s, cursos. j __ ,
/
·.--~J /
2~) A l etra maiuscula inicial é usa da:. __r--:-:--
:à) ordinariamente, nos ~ antroponim~ ou t oponim~, reais ou· 'f i ct í c i os, n os nomes de seres antropomor fi zados, .~ '\~
~ · ~ · no s intitula tivo s inst i tucionais ( Instituto de Pensões e Aposen t a-1'"'-9") r~~ -;rz-p"'-'1 -l. tdl4:\ ... ;;:;t;J~ 1
4orias da Previdencia Social), ~o s titula s de pe i odic os (O Pri ~
~eiro de Janeiro, O Estado de são ou S. Paulo, que retêm o grifo),
no s pontos cardeai s ou_ equ iv-alente s quando empregados absolutamen
te (Norde ste , por nordeste do Brasil , Norte , por norte ào 1?rnsil ,
I.Ie io Dia , pelo sul da Franç a ou de outros pa i ses t Ociã.ente , por
oc id ent e europeu , Or iente, por oriente asiatico);
b ) em siglas, símbolos ou ~~...:.--~ abreviaturas.~~
:inten1acionais ou nacionalment e reguladas com maiuscillas , jniciai s
ou me diai s ou finais ou o t odo em versal;
c) opcionalmente, em palavras usadas reverenci a] 111 0n t;e ,
aulicauJente ou hierarqüicamente, em inicio de verso s, em c a tcgor i ou Rua
zações de logradouros publicas (rua;da Liberdade, la~g~u Largo I , I
dos_3eÕes ), de templos (~rej a 01..( Igreja do Bonfim , tewulo ou Te r .... -
plo do ~ostolado Positivista), de edifício s (;?alaci o ou FaJ 0:ci o A
da Cultura , edifício ou Edi f í c i o Azevedo Cunha).
Base XIX
Das minus cula s e maiusculas (II) '•
As disposiçÕ~ s s obre os usos das minusculas e· ma i nscul a s
n a o obstam a que obra~· especializadas observem regras proprias,
provb1da s de normalizações especificas (termb1ologias antropologt-. (./ .... ,
ca, geologica, bibliologica, botw1ica, zoologi~ etc.) promanada s l
de t"ntidades cientificas ou norrualizador aa reconhecidas internao-lo
11 a U i JL~nt e.
r r· I
...
... • :.
Base XX . •
Da divisão silabica
' A divisão silabica, que em regra se faz pela soletr
(a-ba-de, bru-ma, ca-cho, lha-no, ma-lha , ma-nha, ma-xi-ruo,o-xi
do, ro-xo, tme-se), e na qual, por isso, . se não tem de atender
aos elementos constitutivos dos voc abulos segundo a etlinologia
(bi-sa-vô, de-sa-pa-re-cer, di- su-ri-co, e-xa-rod-nB , i -na-bil, o -
bÇ-val, su-bo-cu-lar, su-pe-ra-ci-do), obedece a vários preceitos ~,
fáT~~lràlt:H'J, que rigoros.amente cumpre seguir, quando se tem de fa-
zer em fim de linha, mediante o emprego do hífen, a .p~rtiç~
uma palavra: : ~___..--' ,_
\ . _ lº) são indivisíveis no interior de palavra , tal como · I \["-- _::--
inicialmente, e formam , port~Dto , sílaba para a frent~ 1 as suces-
sões de duas consoante s que constit!m perfeitos
(com exceção apenas de varias compostos cujos prefixos tenninam
em b ou d: ab-1/legaç ão, .~A:i/lig_ar, sub-//llmar , etc . , em vez
de a-1/blegacão, a-1/dligar, su-1/blunar, etc.) aquelas sucessõe s
em que a pr~neira consoante é uma labial , uma gutural , uma dental
ou u~a labiodental e a s egunda um l ou um r : ~-//blução , cele-/1
brar, du-1/plicação , re-1/primir ; a-l/clama~ , de-l/eret o, de-/1-_
glutição , re-I/grado; a-//tletico , cate-1/Jra, perime-// tro ; a:li_
fluir , a-//fricm1o, ne-//vrose .
2Q) São divisiveis nO interior de palavra as SUC08SÕes
de du ns consoantes que não constituem propriamente erupos c igu2.l
ruen te as sucessões de uma ressonancia nasal e lllllél conooOJJ Lt~ : a~
dicar, Ed-//gar , op-//tar , sub-//por; ab-1/soluto , ad-1/.ic~ivo
af-1/ta , bet -1/samita , ob-1/viar; cles-1/cer , dis~fcipliJn , flo
res-1/cer , nas-//cer, res-1/cisão; ac-1/ne , ad-/lwil·avel, lluf-L/
ne, 9-iafrag-[Lma , drac-//rua , · et-//nico, rit-//woJ. sub-//mcter ;
am~ésico, illteram-//ncnse; . bir-//reme, c_or-1/roer ,." ,_pror-_LLro.:
gar; us-1/sesurar, bis-l/secular, sos-//segar ; bissex.:.fj~o, con
t ex-.LLto, ex-l/citar i atroz-l/mente, capaz-//rnente, infeliz-// ·-_
E_~cn te.; run-1/biçtí.o , tle seu-/ / ganar, en-1/xame , man-//clm , l ):.in-ü __
li o' lil3.rim-//bondo' dig-//nidado , ~-1/nelo ' ars-//nos ti co' .. c te.
3º) As sucessÕes do muia de duas consoantes ou de uma "" ressmWJ1cia nasal e duas ou mala consoantes oao tlivisivei '1 t'n r ,,'1
n n rl oi 9 meios : se nelas cn tra tun dos grupos que ~ :-to inc1i v i .; i .. \' i u
· ) .\.J ) }J) ; c1 j l.l ~ Y ' ~01/\ 0
JJ.lv · M, H f0,di>~ " • de a c o r do com o preceito "12 ) , e e e e grupo f oru!fi' s ilaba par~ ·· d~~ ."\:
ficáliclo a consoan-te ou consoan-tes que o precedem ligadas à sílaba
.. :::::·o~t:: ::l:~t:: :::::;:::.::8.::.:::.:~.: :Q.:~::"::::;r ~--y~, .~\f~ · ' , d'., L§~.:z; · · ···"'.:··+~~ Exemplosnts.:.~-·' >~í -:~:=' ·' 9'!' 5'-:-.l{ ca.m-Ü·
braia, ec:._//tliJ!1se : , em-//blema, ex-//plicar, in-1/cluir, in s-// '
crição , subs-//crever 7 trans-1/gredir , abs~//tenção, ar-1/V.~pode,
disp-//neia , inters-//telar, lamo 7 1 / dacismo, sols-//ticial, tungs' .~ 1/ t enio . /--::c--=-=-.. u
G ~ _,., > 4º) As vogais consecutivas que não pertencem a ditongos
decrescentes (as que pertencem a ditongos deste tipo nunca se sepa
ram : ai-//roso 7 cadei-1/ra, insti-//tui, ora-1/ção, sacrio-1/tães ,
traves-//sões )podem, se a primeira delas não é u precedido de g ~
ou q, e mesmo que sejam iguais, separar-se na escrita: ala-1/ude ,
~re-//a s, ca-1/apeba , co-//ordenar, .do-/ler, flu-1/i de z, E~rd~
as vo-//os . O mesmo se aplica aos caso s de contiguidade de di ton
gos, i&uais ou diferente s, ou de clitongos e vogais : cai-//0. [3 2 , c ~ i-=
/leis, ensâi-1/os, flu-1/iu.
5º ) Os digramas~ e qu, em ~
que o u se nao proJ ll111C ia ,
nunca se separam da v ogal ou ditongo imediat o (ne-1/gue , ne~//gue i;
ve-1/que , pe-1/quei ), do mesmo modo que as combinações~ e quem
que o u se pronm1cia: a-1/gua, ambi-/guo , averi-1/gueis; l on~_L/
quos , lo-1/qua z, quais-l/quer.
6Q) Quando se tem de partir uma palavra composta ou tur1a
c ombinação de palavras em que há mn hífen, ou mais, e a pa rtição. ·. '
coincide com o final de um dos elementos ou membros, pode, por ela
reza grafica , repetir-se o hifen no inicio da lDlila Dl1edi a ta : ~x-/L
-alferes, serená-1/..!..los-emos . ou serená-los-/l-emos, vice-//- almir2...71-
te.
Base XXI
Dos pontos de h1terrogação e exclamação
O ponto de interrogação e o ponto de exclamação apenas '
se emp1·eGam nas suas formas normais ( ? e 1 ) •
:Base XXII
Das assDmturas e finna s
I
( '
I
/ /
. . ' • • .. .. Para ressalva · de direitos, cada qual
c'ri ta que, por costume, adote . nã a ·ssinatura do seu nome.
Com o me smo fim, pode manter-se a grafia orig b1al de
qua i squer fi rmas comerciais, nomes de sociedades, marcas, etc •.
Bas e XXIII r . . ~· --- ~-··.
---- c_: ' Dos t oponimos estrangeiros /
Recomenda-se q~e os toponimos de l inguas estrangeiras
se substiturun , tant o quanto possível, por formas vernaculas , quando
estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem , ou
possam entrar·, no uso corrente. Exemplo: Anvers, substi tuiclo por
Antuerpia; Cherbourg, por Cherburgo, Garonne , por Garona ; Geneve,por
-~nebra ; Jutland, por J utlandia; Milano , por Milão ; 1\lrJ.nchcn, por
r,:w1ique ; Torino, por Turim; Z~rich, . por Zu.riouer.r etc . __ ....,___) '-
~ ~. ) } -Base_ II tem-U_ seguint e paragr<?-fo a mais :
f
·- Os vocabularios autorizados registrarão grafias alterna
tivas admissíveis, em casos de divulgação de certas
tFll r-.:.,2 tipo de or igem (a exemplo de fucsia/ fuchsia
palavras de)
e derivados ,
bugan vili_o/buganvilea/ bougainvillea). ~--·-------
,
---Rio de Janeiro, 1 2 de maio de 1986
EnCONTRO DE UNIFICAÇÃO ORTOGRAFICA DA
LINGUA PORTUGUESA, NO RIO DE J ANEIRO;
NA AClillEMIA BRASILEIRA DE LETRAS~ -
~~~ (Antonio Houais~
!:>ecretario ·Geral 'ao Encontro
-- --~
As delegações de Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Brasil ao Encontro de Unificação Ortográfica da Líneua Portuguesa, realizado no Tiio de Janeiro, na Academia Brasileira B.e Letras, de 6 a 12 de IT~io de 1986, receberam da delegação de Portueal um projeto de criação de um Conselho Internacional da LÍngua Portuguesa, com~definição de objetivos, estrutura e métodos de trabalho, a fim de se aprofundarem os conhecimentos da lÍllbrua e das práticas lingüÍsticas nacionais e regionais, com benefÍcios recÍprocos comuns.
As delegações consideraram que convinha, preliminarmente, submeter o pro jeto à consideração das Autoridades dos Governos em causa, para posterior retomada das discussões a esse respeito.
Ao ensejo, t a mbém foi ressaltada a conveniência de serem, tão ' logo q~~nto possível, criadas comissões nacionais naqueles países em que não as haja, destinadas ao diálogo, como futuras academais nacionais, com os organismos já existentes em alguns dos paÍses em causa.
,EOr Aneola (professora
.I?elo Brasil
Rio de Janeiro, 12 de maio de 1986
(aca dêmico Austregésilo de Athayde)
ragança
c -O S
ACADEl\HA DAS CIÊNCIAS :DE LISBOA
R. Ac1demle du Ci~nclu, 19, 1200 lbboe
'
CONSELHO INTERNACIONAL DA L!NGUA PORTUGUESA
1. Um facto, estabelecido por lingúistas e experimentado, em muitas
circunstâncias, por portugueses e brasileiros sem especial prepara
ção linguÍstica: uma certa tendência do português falado em Portugal
e do português falado no Brasil para se afastarem um do outro. ( A
prazo, o fen5merio incluiri, provavelmente, o português de Angola, de
Cabo Verde, da Guine-Bissau, de Moçambique e de são Tome e Príncipe).
2. Facto indesejivel. Porque não é do nosso interesse, nem do inte
resse do Brasil, nem do interesse dos paÍses africanos de lÍngua ofl
cial portuguesa, que essa lÍngua se cinda ou estilhace. Isso repre
sentaria um enfraquecimento, tanto nosso como do Brasil, como desses ... mesmos pa~ses, cultural e político. A potência do B~asil nao sera a
mesma com o idioma que aí se fale tambem falado na Europa (em Portu
gal) e na África (nos paÍses africanos de "expressão oficial port~
guesa") ou com um brasileiro, idioma de comunicação apenas adentro
das fronteiras do Brasil. Do mesmo modo, os cinco países de África
que adaptaram livremente, apÕs a independência, o português como sua
lÍngua oficial e como potencial f~ctor de unidade interna, seriam
gravemente prejudicados com qualquer cisão do português que levasse
i incomunicabilidade entre os falantes das varie~ades assim surgidas.
3. Hi quem considere inevitivel, a prazo de cem~ duzentos, quinhen
tos anos, o aparecimento de uma lÍngua brasileira e, porventura,
quem ji preveja a um prazo maior, o surgimento das lÍnguas a ngolana
e moçambicana, ã semelhança do nascimento que ji se deu, e e irrever
sível (e motivo de orgulho para Portugal) das lÍnguas crioulas cab~
verdiana, guineense e santomens e (e dos crioulos portugueses da Ásia
e da s Caraíbas). Costuma recordar~se a este propÓsito o e~emplo da
transformação do latim nas lÍnguas ro mâ nicas, que.alias, se pode con
sid e rar rigoros am ente paralelo i transformação do português nas lin
guas crioulas ji citada s .
ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA
R. Acedemle du Cl6ncles' 19, 1200 Llsbo•
A analogia, .-
porem, nao constitui, como se sabe, um tipo de ra-
ciocínio sÕlido • . As condiçÕes apresentam-se hoje muito diferentes
das que levaram ã fragmentação lingulstica do Império Romano ou a
formação dos crioulos a partir dos descobrimentos marítimos dos se
culos XV e XVI • Nada de isto se aplica, evidentemente, aos falantes
cultos de português em Ca~o Verde, na Guine-Bissau ou em são Tome e
PrÍncipe, . cuja comunicação com um brasileiro ou um portugues culto
não pÕe qualquer espêcie de problemas. Bastará lembrarmos as actuais
comunicaçÕes de massa, que encurtam distâncias e podem contribuir,
decisivamente, para o veicular das normas consideradas indispensá
veis i unidade essencial da lÍngua portuguesa.
4. "Unidade da lÍngua". Não nos interpretem mal. Com esta expressao
nao queremos dizer mais do que a comunicação entre os utentes da lin
gua portuguesa.
Hoje, se um português culto fala com um brasileiro culto ou com
um africano culto, eles entendem-se perfeitamente. Não assim trat~n
do-se de um camponês de Trás-os-Montes e um caipira, um angolano dos
musseques de Luanda ou um moçambicano dos sub~rbios de Maputo. (Para
não falar da dificuldade ou impossibilidade de comunicação entre um
português ou um brasileiro, um angolano ou um moçambicano cultos e
um falante de qualquer l!ngua crioula de origem ~ortuguesa). A inc~
municação entre os falantes cultos, que pode vir a ser ma1or, e1s o
que julgamos do interesse de todos que falam português eliminar ou
diminuir.
De maneira nenhuma identificamos unidade com uniformidade. Ob
viamente, tão diverso ê o real europeu do dos trÕpicos que ex1ge a
diversidade dos lexicos, assim como a diferente relação dos homens
com a Natureza e a Sociedade pede sem d~vida difer e ntes formas de
sintaxe.
Unidade pois na diversidade. Como Jorge Luís Borge$ disse, e
nôs não saberí amos dizer melhor: "Um ma tiz que seja b a stante discre
to para nao entorpecei; a circulação total do idio ma."
2 •
------------- -
ACADEl\llA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA
R. Academia des Cl&ncle~ 19, 1200 Lbboe
5. Como consegui-lo?
Hâ fenômenos qua actuam, manifestamente, contra a unidade da lÍn
gua. Tais cÇ>mo:
1. A fixação oficial de ortografia diversas para as distintas va
riedades do português;
2. AlteraçÕes profundas na pronuncia dos falantes das variedades
cultas ;,ldoptadas como padrão (modelo ou "norma");
3. Introdução de neologismos diversos para designar os mesmos oh
jectos ou realidades, principalmente no domínio do vocabulário
cientÍfico e técnico.
Haveria que localizar e estudar esses fenômenos desagregadores -...
- mas so esses - lista aberta, para que pudesse ser actualizada a
todo o momento de novas descobertas e da evolução da lÍngua.
6. E, da posse das causas, preparar acçÕes destinadas a secã-las, ou
pelo menos a frenar os seus efeitos deletérios, do ponto de vista da
intercomunicação.
Por exemplo, em correspondência com os fenômenos desagregadores
em c~ma apontados.
1. A concretização de um novo acordo ortográfico com o Brasil,
que defini t ivamente unificasse a ortografia do português,
sem deixar no entanto de ter em conta e de respeitar aqueles
casos (por ex.: bras. fatorvport. facto; bras. fenômeno rv
port. fenômeno) em que a grafia diferente corresponde a uma
pronuncia diversa.
2. A promoção de uma campanha, em Portugal, no Brasil e nos pai
ses africanos de lÍngua oficial portuguesa - principalmente
no campo dos meios orais de comunicação de mass a (râdio, te
levisão, etc.) a favor de uma articulação ma is nítida dos
sons vocâlicos e consonânticos da nossa . lÍngua ~omum.
3. A criaç ã o de u~a Comissão internacional, em que houvesse re
presentantes qualific ados dos sete paÍses de lÍngua oficial
portuguesa e que tivesse c~mo objectivo fixar, de prefer~n-
3.
I,
ACADEI\HA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA
R. Academia du Ciénclel, 19, 1200 llsboe
cia na memória de um computador, uma terminologia científica
e técnica comum, a propor aos interessados por meio de uma
ou vãrias publicaçÕes efectuadas em colaboração.
Da preparação das acçoes deste tipo deveria, a nosso ver, en
carregar-se um orgão assessor dos Governos, a quem caberia depois,
naturalmente, a decisão de fazer executâ-las, o que, na maior parte
dos casos, se limitaria com certeza ã fixação de algumas normas, ao
mesmo tempo pelos Governos de Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guine-Bis
sau, Moçambique, Portugal e São Tome e Príncipe, acordados para o
efeito.
Temos consciência de que a eficâcia das acçoes linguistico - po
lÍticas que preconizamos serâ sempre directamente proporcional à di
minuição do analfabetis~o e ao aumento do acesso ao ens1no. Porem.
o esforço escolar dos citados paÍses e os manifestos progressos por
eles jâ obtidos nas âreas da alfabetização e do ensino permitem-nos
fundado optimismo.
Não nos parece demais repetir. A defesa da imposição de algumas
normas para a manutenção e o reforço da unidade da lÍngua não e uma
atitude de rígidos normativistas. Normas - as indispensáveis ao in
teresse comum da superior unidade do português. Mas fora delas - to
da a criatividade que o sistema permite e todas as diferenças que a
diversidade dos meios naturais e sociais gera e que constituem uma
riqueza, do ponto de vista do idioma, da cultura e do conhecimento.
7. Aquela detecção e estudo dos fenÕmenos desagregadores e a prepar~
ção de acçÕes com vista a contrariá-los pede, como jâ dissemos, um
organismo técnico, competente para tal trabalho, que poderia ter a
designação de Conselho Internacional da LÍngua Portuguesa. Deveriam,
em nosso entender, constituÍ-lo representantes dos se l e países de
lÍngua materna ou oficial portuguesa, acadêmicos ali on~e existem
Academias que jâ têm legalmente ' prerrogativas neste domlnio, li ngui~
tas, homens de ciência e tambem indÚstria, dada· a i mportância da fi
xa ção do vocabulári o científico e técnico numa tarefa desse gênero.
4 .
ACADEl\ilA DAS CIÉNCIAS DE LISBOA
R. Acedemle dea Clên~ea, 19, 1200 Llsboe
PROPOSTA
Os representantes dos paÍses signatários do acordo de unificação
ortográfica da lÍngua portuguesa reunidos no Rio de Janeiro de 6
a 13 de Maio de 1986, constando e reafirmando o papel desempenh~
do pela lÍngua comum como forma de comunicação, cultura e ciência
aproximando .os povos e cu 1 t uras que ne 1 a se exprimem, propÕem aos
governos dos respectivos países :
1. Criar o "Conselho Internacional de LÍngua Portuguesa"(CILP),
integrado pelos países que falam a lÍngua portuguesa tanto
como lÍngua materna como oficial, para, através dele, prom~
verem o enriquecimento e defesa da lÍngua comum.
2. O CILP tem como orgãos prÓprios a Presidência, o Conselho
Geral e o Secretariado Executivo.
3. O Presidente serã designado ofici~lmente pelo país que re
presenta, quando fÔr a sua vez de presidir ao Conselho, d~
vendo o seu nome ser dado a conhecer na reunião do Conselho
Geral anterior ã sua preseidência. São as suas atribuiçÕes:
a. Presidir e orientar os trabalhos do Conselho Internacio
nal, convocar e presidir quer ãs reuniÕes do Conselho
Geral, quer ãs do Conselho Executivo.
b. Elaborar um relatório anual de actividades.
4, Natureza, composição e atribuiç~es do Conselho Geral:
a. O Conselho Geral, de competência deliberativa, ê integr~
do pelos representantes dos sete paÍses lusÕfonos, um por ~
pa ~s.
. b. Compete-lhe permutar informaçÕes e experiências, definir
a política linguÍstica geral, preparar a real~zação dos
acordos ortográficos e de terminologia, bem como tomar ou
tras iniciafivas, de interesse para todas as partes.
c. As r e uni~es realizam-se, · rotativ amente, nos países signa-
5 •
ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA
' R. Acedemle du Cl&ncles, 19, 1200 Llsboe
tários, cabendo, cada ano, a
tiver então sediado.
présidência ao pais onde es-
d. O Conselho Geral reunirá ordinariamente uma vez por ano e
extraordinariamente sempre que seja convocado pelo seu Pr~
sidente, por iniciativa deste ou por solicitação da maioria
dos s e us membros.
5. Natureza, composição e atribuiçÕes do Secretariado Executivo:
a. Cada pais constituirá o seu Secretariado Executivo, basi
cam e nte de 3 membros, para se ocupar das questoes a apre
sentar ao Conselho Geral e para, no ano em que ao seu pais
couber a presidência, apoiar o Conselho Internacional.
b. Cada pais membro cust ea rá as suas prÕprias despesas no
Conselho Internacional, al~m de contribuir, proporciona!
mente, para as despesas comuns, tanto de funcionamento
como de eventuais publicaçÕes.
Rio de Janeiro, de Maio de 1986
ASSINATURAS
ANGOLA
BRASIL
CABO VERDE
GUINE-BISSAU ____________________________________ __
HO Ç A HB I QUE -------------------------------
POP-TUGAL
S. TOH~ E PRÍNCIPE
6 •
..
4~C
As delegações de. Angola, Cabo Verde, Moçambique , Portugal, São Tomé e Príncipe, e Brasil ao Encontro de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, r~alizado no Rio de Janeiro, na Academia Brasil~ira de Letras, de 6 a 12 de maio de 1986, receberam a moção seguinte, subscrita pelos professores Américo Costa Ramalho e ~mria Helena da Rocha Pereira; a título pessoal : .
A simplificação ortob~áfica da lÍngua portuguesa - com a qual estamos de acordo - afastá-la-á, pelo que diz respeito à escrita, das suas origens latinas e também da grafia de algu_rna.s das restantes lÍnguas de civili zação, como o inglês, o francês e o alemão.
Recomenda-se , por isso, a intensificação do estudo da lÍngua latina, importante para o conJ-Jccimento do significado originário e da evolução se jít-lntica dos vocábulos, e t ambém para a manutenção do espÍrito comum à lÍngua _:~;portuguesa nos diferentes paÍses onde é falada.
Rio de J aneiro, 9 de ma io de 1986
As delegações apreciaram os objetivos da ::.:;.~, ~--:. o c omo generoso s e procedentes, aceitaram-n:., ponderando que a intensificação desejada fosse considerada à luz da possibilidade s conjunturais e estruturais do desenvQlvimento de cada país em causa .
Rio de J ane iro, ·12 de maio de 1986
por Angola ).1 a..>t!'o. dJJko. J2D lkt& e ~
(professor :Manuel '\.Ja inJto Nune~l- ---
por São Tomé e Prínci e/ ~~ ~~ {J~ (professor Albertino Homem dos Santos Seque-·ira-B~ir=-
pelo Brasil
(aca dêmico
gança)
"'·"'
..
A~ 1-
As delegações de Angola, Moçambique, Portugal, '
São Tomé e Príncipe e Brasil - tendo em conta a circuns-
tância de que a ausência de ,.delegação de Guiné-Bissau
ao Encontro de Unificação Ortográfica da LÍngua Portu-
gu9sa, realizado no Rio de Janeiro, na Academia Bras i-
leira de Letras, de 6 a 12 de maio de 1986, foi por
motivos de força maior, considerada a aceitação pelo
Governo de Guiné-Bissau de se fazer representar no mes-
mo - solicitaram, antecipando-The seus agradecimentos,
ao embaixador Corsino Fortes, plenipotenciário de Cabo
Verde, seus bons ofÍcios no sentido de levar ao conhe
cimento das Autoridades de Guiné-Bissau os resultados
do Encontro e o material documental nele produzido.
de 1986
por A!l.{;ola WP. (professora
or Port al (professor Manuel :ifnt
or São Tomé e Príncip\ _
..
As c.lelegações de Angola\ Cabo Verde, Moçambiq_ue,
Portugal, São Tomé e Príncipe, e B1:asil ao Encontro
de Unificação Ortográfica da LÍngua Portuguesa, rea
lizado no Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de
Letras, de 6 a 12 de mai o de 1986, agradecem o assí
duo comparecimento às suas sessões dos observadores
da Galiza, escritor José Luís Fontenla,professora
Adela Figueroa e p~ofessor Isaac Alonso Estravís,
em representação do professor Ernesto Guerra da Cal,
bem como do observador da União Latina, professora
Rogéria Cruz.
Rio de Janeiro, 12 de maio de 1986
por Angola tfcvv:o. MCJ i2olw& e_ W9. (professora Maria Luísa Dol.beth Costa
por Cabo Verde --?1\ ~~1&:)M10~ (embaixador Co~ino Fortes) ~
por Moçambique ;hu'~ XL~ :h.~n.l~~ (professor LUÍ Filipe Pereira)
~f.JJ~ (prof essor :Ma.n e
- , , .I por Sao Tome e Pr1ncipe
(professor Albertina Homem dos Santos SeBragança ,--
(acadêmico
--·-ó ~ ~~'~
de A thayde ) V elo Brasil
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RIODEJ ANEIRO/RJ ( 20000)
BR 61131 9MNRE BR
zczc DO MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES BSB EM 09.05.86 (EPDS)
S)AC SCEE
EXCELENTISSIMO SENHOR DR. AUSTREGESILO DE ATHAYDE . ACADEHIA BRAS ILF: IRA DE LETRAS . RIO DE JANEIRO- RJ~
URGENTIS S IHO
ENCOU'PRO SOBRE UNIF ICACAO OR'l'OGRAFICA DA LINGUA POR'PUr:mESA NO RIO DE JANEIRO.
2856 DCC/ - AGRADECERIA A VOSSA EXCELENCIA MANIFESTAR AOS PARTICIPANTES DA REUNIAO SOBRE A UNIFICACAO ORTOGRAFICA DA LINGUA PORTUGIJES:\ O TNTF:RESSE DO GOVERNO BRASILEIRO EM DISCUTIR PROXIHA MENTE A POSSIBILIDADE DE UNIFORMIZAR OS TEXTOS EM PORTUGUES DE TRATAnOS POR ELES ASSINADOS OU DE OUTROS ATOS INTERNACIONAIS -AQUP.l.E S FIRMADOS SOB A E GIDE DAS NA COES UNIDAS, POR EXEMPLO . CASO HAJ~ HMA PRIMEIRA REACAO DE SIMPATIA AA IDEIA QUE SUB11ETO AA C0NS TDF!RACAO DE VOSSA EXCELENCTA, PODERIA SER EXPLORADA A P~S S TRILIDADE DE SER ESTABELECIDAS A FORMA E O TRATA~~NTO no .A.. ~c-nNTn COM A IMPORTANCIA QWUE MERECE. CORDIAIS SAUDACOES .
PAIJLO TARSO FLECHA DE LIMA MINISTRO DE F:STADO, INTERINO, DAS PELACOES EXTERIORES
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O rref~i t1 ente .la Acadcrnia Drus.il eira de Letras , acRdêmi co Austree;és ilo de A Lhaytle , propÔs , na se~>são de cncerrc:t·1cn to do Encoutro de Unificação Orfográfica da L{ngua Fortueu~ ~ ;; , o lcmça rnento J.e um nnuár:~o , que s~ inti'Lularia He~~~1:.~~2.- c2.. mo a palavra clo3 se te pa1 ses de l.uJe lm oficial por tL~~uena - , cujo. d ireça t) caberia aos delee;:ldos pre:..;entes e, ade :nais , a U!!l
rerre ~• en tan I. e de Gu.iné-Bl ssau, ausen L e por rnoti vo r.2 circu11s tUIJ -
cio.is . O pt'i ·,:cdn' nÚ•1ero de HeptÚloe;o ::Jairja nos·inicio :J de ----- ,
1987, co •n ··1a leri al yro :'JlJziclo e·n cat)a u ·n dos sete palF;es em cau sa , a..J •.:: ··1ai s da docurnent ár:i o conex o com o Enco11 tro 'TJ.e ·-;·;Jo - c .:) ''L'JlÍl''l• l os , n!Ot;Ões , rrrellf-; a.zens e as "Daoes ela ortoe;r::t fi ::l si :rrJ lifi(~nd a (1.1 l{l!G ' .t ~ l portug Jesa ncol.'cladds em 1945 , rcncBOciau : .i ~> e·n 197 5 c; consolidadas em 1986" •
O n1C1 teri 'ü ~ :oli ci t :.1do t.nnt o :r.oderia ser de auLor~. · 1
it1l1ivirJual c o•·1o de Gutoria col P.giadn , doverin 'Ler o r; 8U8 , ori t;inai 8 olwt:; .H10H ao Rio a e .Janei ro a te 15 de dP.zcrnbro 110
. , -uno corrcn L e , v e rs::J.udo , se poss1 ve1 , u :na descriçao do e s ta-do soei al da l{nG ua portueuesa C '!l cada urnu das se te un.i rh.ldes tnci o na i s - co n nÚmero tl.e [a1anteo , perccn tuai H rel R ti-
' . ·' , . , , vos 1:1 d1ver.~ Gs l1ng u.a etn1cas , r3eu c urater de agrafa ou , , ,zrafica , o::; pt'oh1e 'J:~ s de ermino , de rnaeisterio , de rfde es-col:..~ l· , .1c •1!<.\L'.: Li..:,l r1iíltÍt;ico e, iJe:ü rnen te , OO! rl urna li ::;!.:i ·.:P."' ,
ClJ ·ll llC'f i lJiç3o~_; , .l e vocábu los de od.ee rn interna- ti110 h ~ cllnr ' f ortnur bicl1:.t ou filn ' .Para es1Jera e outenção .]e ul -- , ~o , r1ue pé.irece ti_ri co moça ·nbi canismo , ou maca ou mGka ' in-te n 8 0 (le b:t te cultural pÚblico livre' , t{pi co an,:;õlani smo - , pu1uvr:1s q_u.e nornal ·Jente sej aa integradas no acervo vlvo il os , fa1an tef:l o u cscri tores de 1ine >..la portugu e9a .
, A tira:._;e:u de IIept!:Ílo~Q- se de~tinaria a cir·c 11 1.ur nos sete pa1~~es- Al![!;Ola,r:abo Verd. e , Guine-Bis s au , T,1oçarnbi (FH:: ,
... , . , '1 .1 cl • Por Lu.s~ll , ' )aJ Tome e Príncipe , e Bt'a rn - , cu1 l nn o n !l.Cn-de'lia Br· ·1sjlei.ra de T·et1 ·ns de re ·neter · no repTe!:> ertL nate :wtori :?.<:-!do p·n CédCl pa{s a cota-par te qye lhe fos :;; e at.d.bu{ i n .
11:io de .T:.tneiro , 12 de me~io de J9SG ..À • ., L__(,_ .. (l c --/L D cO é - ~ I k 'j ~ - ·~ --
'{A~trcgé s i/ ... 0 de 1\.tha/de ) · r-residente de Acade::lia Bro.silei a
de Letras
. ' '
'
MENSAGEM DO EXJVIQ. SR. PRESIDENTE DA REPÚBLICA
(Lida na Sessão de Encerramento do Encontro
de Unificação Ortográfica da LÍngua Portuguesa)
Foi com grande satisfação que tomei conhecimento
do entendimento unânime a que chegaram os plenipotenciários
de Angola, Cabo Verde, Moçambique , Portugal e São Tomé e
PrÍncipe, reunidos com o do Brasil, visando à unificação
ortográfica da lÍngua portuguesa.
Retornando de recente viagem a Portugal e Cabo
Verde, tive a oportunidade de sentir, ao lado dos vínculos
histÓrico-culturais que unem nossos paÍses, a importância
da lÍngua comum para manter mais prÓximos nossos povos.
Assim , gostaria de ressaltar a magnitude do passo
que abre o caminho da unificação, sempre desejada. Bnpcnhar
me-ei no sentido de, com a brevidade possÍvel, encaminh a r
mensae;em ao Congresso Nacional, a fim de tornar lei a~>
modificações que se fizerem necessárias à unificação orLo
gráfica proposta .
Quero manifestar, finalmente, aos Senhores Dele
gados plenipotenciários os meus agradecimentos , em me u nome
pessoal e no do povo brasileiro, pela participação de cnda
um, reconhecendo no passo ora cumprido uma conquista a wni s
para a nossa histÓria coletiva e de cada uma de noqs a s
pátrias . José Sarney, presidente da RepÚblica Federa ti va
do Brasil .
, . Drao1 lia, 12 de maio da 1986
'· ..