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A Europa em movimento União Europeia Um protagonista a nível mundial As relações externas da União Europeia

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A Europa em movimento

União Europeia

1116

NA

-59-04-548-PT-CISSN

1022-8306

Um protagonista a nível mundialAs relações externas da União Europeia

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Pode encontrar esta brochura e outras explicações claras e sucintas sobre a UE em linha em: europa.eu.int/comm/publications

Comissão EuropeiaDirecção-Geral da Imprensa e da ComunicaçãoPublicaçõesB-1049 Bruxelles

Manuscrito concluído em Julho de 2004

Ilustração da capa: M&S

Uma ficha bibliográfica encontra-se no fim desta obra

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2004

ISBN 92-894-7418-1

© Comunidades Europeias, 2004Reprodução autorizada

Printed in Belgium

IMPRESSO EM PAPEL BRANQUEADO SEM CLORO

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O papel mundial da União Europeia 3

As relações externas da UE 5

Política Externa e de Segurança Comum 8

O comércio em benefício de todos 11

Erradicar a pobreza através do desenvolvimento sustentável 13

Ajuda humanitária 15

Os nossos parceiros no mundo 17

Outra documentação 22

Índice

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A União Europeia é um protagonista anível mundial.

Com uma população de 450 milhõesde habitantes — mais do que os Esta-dos Unidos e a Rússia juntos —, aUnião Europeia é o maior bloco comer-cial do mundo, produzindo um quartoda riqueza mundial. Quanto à ajudaaos países pobres, é também o princi-pal dador a nível mundial. A suamoeda, o euro, ocupa o segundo lugarnos mercados financeiros internacio-nais, logo a seguir ao dólar americano.

O objectivo inicial da UE não era tor-nar-se uma potência mundial. Criadano rescaldo da Segunda Guerra Mun-dial, o seu principal objectivo era uniras nações e os povos da Europa. Foi,

O papel mundial da União Europeia

porém, obrigada a definir as suas rela-ções com o resto do mundo à medidaque se foi alargando e assumindo novasresponsabilidades. À semelhança dotrabalho empreendido dentro das suasfronteiras para eliminar os obstáculoscomerciais, desenvolver as regiões maispobres e promover a cooperação pací-fica, a União colabora com outros paí-ses e organizações internacionais paraque todos possam tirar partido da aber-tura dos mercados, do crescimento eco-nómico e da estabilidade num mundocada vez mais interdependente. Parale-lamente, a UE defende os seus legíti-mos interesses económicos e comerciaisna cena internacional.

Um dos principais desafios com que aUnião Europeia se depara actualmente

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edia A União Europeia colabora

com outros países e organis-mos internacionais, como asNações Unidas, para promo-ver a paz e a prosperidade.

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UE e Estados-Membros56%

Japão14%

Estados Unidos20%

Outros dadores10%

Quem dá o quê — Ajuda pública ao desenvolvimento por parte dos países da OCDE, em 2002

Fonte: OCDE.

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consiste em promover um clima de paze de segurança para além das suasfronteiras. Para dar resposta a essedesafio, a UE está a desenvolver umaPolítica Externa e de SegurançaComum para poder agir como ummotor de estabilidade, de cooperaçãoe de compreensão no resto do mundo.

Durante mais de 40 anos, a Guerra Friadividiu grande parte do mundo em doisblocos. O fim dessa guerra deu lugar auma ordem mundial mais frágil e com-plexa, que requer uma maior interven-ção da UE a nível da prevenção de con-flitos, da manutenção da paz e da lutacontra o terrorismo. A UE contribui parafinanciar a administração civil dasNações Unidas no Kosovo, concede umapoio financeiro permanente à Autori-

dade Palestiniana e uma contribuiçãode mil milhões de euros para a recons-trução do Afeganistão. Em 2003, a UElançou nos Balcãs Ocidentais e naÁfrica Central as sua primeiras missõesno âmbito da nova Política Europeia deDefesa e de Segurança. Outras acçõesse seguirão. Ao contribuir para instau-rar a segurança e a estabilidade noresto do mundo, a UE está também acontribuir para criar um clima de maiorsegurança dentro das suas própriasfronteiras.

Por último, a União Europeia é umexemplo de partilha eficaz dos recursoseconómicos e políticos de diversos paí-ses no interesse de todos, constituindoum modelo de integração para os paí-ses de outras regiões do mundo.

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Desde a sua criação na década de 50,a União Europeia tem desenvolvidorelações com o resto do mundo atravésde uma política comercial comum, daajuda ao desenvolvimento e de acor-dos formais em matéria de comércio ede cooperação com países individuaisou grupos regionais.

A UE começou a fornecer ajuda huma-nitária às populações necessitadas domundo inteiro na década de 70. Desde1993, ao abrigo do Tratado de Maas-tricht, a UE tem desenvolvido uma Polí-tica Externa e de Segurança Comum(PESC) que lhe permite empreenderacções comuns quando estão em jogoos interesses da União no seu conjunto.A defesa está a tornar-se um aspectoimportante da PESC à medida que aUE procura promover e manter a esta-bilidade no mundo. A União colaboratambém de forma estreita com outrospaíses e organizações internacionais noâmbito da luta contra o terrorismo, acriminalidade internacional, o tráficode droga e a imigração ilegal, bemcomo da resolução de problemas mun-diais, designadamente em matéria deambiente.

A política comercial comum da UEintervém a dois níveis. Em primeirolugar, no quadro da Organização Mun-dial do Comércio (OMC), a União Euro-peia participa activamente na elabo-ração das regras que regem o sistema

multilateral do comércio mundial. Emsegundo lugar, a UE negocia os seuspróprios acordos bilaterais com paísesterceiros ou com grupos regionais depaíses.

As relações externas da UE

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A UE está empenhada emajudar os países em

desenvolvimento aincrementar as exportações.

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Inicialmente concentradas em África, aajuda ao desenvolvimento e a coope-ração foram alargadas, em meados dadécada de 70, à Ásia, à América Latinae aos países do Sul e do Leste do Medi-terrâneo. O objectivo subjacente conti-nua a ser o apoio ao crescimento e aodesenvolvimento sustentáveis nos paí-ses parceiros para que estes possamdispor dos recursos necessários paracombater e erradicar a pobreza. AUnião tem todo o interesse em apoiaros países parceiros e em incentivar oêxito e a prosperidade nos respectivospaíses.

Para além do comércio e da ajuda

Os acordos concluídos entre a UE e osseus parceiros no mundo inteiro nãoabrangem apenas o comércio e a assis-tência financeira e técnica tradicional,mas também reformas económicas,entre outras, bem como o apoio aodesenvolvimento de infra-estruturas eprogramas em matéria de saúde e de

educação. Esses acordos constituemtambém um quadro para o diálogopolítico e prevêem cláusulas que per-mitem à União suspender ou anular ocomércio ou a ajuda em causa se o paísparceiro violar os direitos humanos.Além disso, a UE decidiu, em 2003,que todos os novos acordos devemincluir uma cláusula nos termos daqual os países parceiros se comprome-tem a garantir a não-proliferação dearmas de destruição maciça.

A UE deve assegurar a coerência entretodas as vertentes da sua políticaexterna, cuja mensagem global deveser clara. Nesta perspectiva, nomeou,em 1999, um alto-representante paraa Política Externa e de Segurança e, emJunho de 2004, os dirigentes da UEchegaram a um acordo de princípio noque respeita à criação do cargo deministro dos Negócios Estrangeiros daUE, o que constitui uma das novas dis-posições introduzidas no Tratado Cons-titucional da UE.

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Os direitos humanos aplicam-se a todos.

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Promover os direitos humanos

A União Europeia promove o respeito pelos direitos humanos no interior e no exterior das suas frontei-ras, sobretudo no que respeita aos direitos civis, políticos, económicos, sociais e culturais. Procura igual-mente promover os direitos das mulheres e das crianças, bem como os das minorias e das pessoas des-locadas.

A questão dos direitos humanos é contemplada nos acordos comerciais e de cooperação da UE com osseus parceiros e o respeito por esses direitos constitui uma condição prévia para os países que preten-dam aderir à União. Nos últimos anos, a UE tem mantido um diálogo sobre os direitos humanos compaíses como a China e o Irão e impôs sanções por violação dos direitos humanos a diversos países, entreos quais a Sérvia, a Birmânia/Myanmar e o Zimbabué.

A UE contribui também para o financiamento de uma série de actividades em prol da defesa dos direi-tos humanos, tais como como a Iniciativa Europeia para a Democracia e os Direitos Humanos, que dis-ponibiliza cerca de 100 milhões de euros por ano para financiar actividades destinadas a:

• reforçar a democracia, a boa governação e o Estado de direito; • apoiar a abolição da pena de morte no mundo inteiro; • combater a tortura e a impunidade e apoiar os tribunais internacionais e penais; • combater o racismo, a xenofobia e a discriminação contra as minorias e as populações indígenas.

Além disso, a UE aplica direitos aduaneiros mais reduzidos às importações provenientes de países querespeitam as condições de trabalho e as normas laborais fundamentais estabelecidas pela OrganizaçãoInternacional do Trabalho.

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Nos últimos 15 anos, a União redobroude esforços para desempenhar, em ter-mos de política e de segurança, umpapel internacional mais consentâneocom o seu estatuto económico. Os con-flitos que eclodiram na Europa após aqueda do muro de Berlim em 1989convenceram os dirigentes da UE danecessidade de uma acção conjunta eeficaz. Mais recentemente, a luta con-tra o terrorismo internacional reforçouessa convicção.

Os ensinamentos extraídosdos Balcãs

O princípio de uma Política Externa ede Segurança Comum (PESC) foi ofi-cialmente consagrado no Tratado deMaastricht de 1992. Poucos mesesdepois, rebentava a guerra na ex--Jugoslávia. A União Europeia tentou,sem êxito, negociar uma solução polí-tica para a crise. Como não dispunhade uma força militar própria, os seusEstados-Membros só podiam intervir

A ideia de que uma Europa forte deveactuar concertadamente na cenainternacional incentivou os Estados--Membros a colaborar para estabele-cer uma estratégia coerente em maté-ria de política externa. Os progressosrealizados ao longo dos anos têm sidolentos, mas constantes.

O primeiro passo remonta ao início dadécada de 50, com a tentativa ambi-ciosa, embora infrutífera, de criar umaComunidade Europeia de Defesaentre os seis membros fundadores daUnião. A fase seguinte consistiu nachamada «Cooperação Política Euro-peia», um processo lançado em 1970com vista a coordenar as posições dosEstados-Membros sobre as questõesde política externa da época. Os paí-ses da UE emitiam, sempre que possí-vel, declarações conjuntas, mas nemsempre era possível obter a unanimi-dade necessária para adoptar decisõesrelativas a questões especialmentesensíveis.

Política Externa e de Segurança Comum

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Luta contra as minas terrestres

Em Dezembro de 1997, o Tratado sobre a Proibição de Minas foi assinado por 122 países em Otava, capi-tal do Canadá. Em 1 de Março de 1999, esse tratado, que proíbe a utilização, produção, transferência earmazenamento de minas terrestres antipessoal, passou a fazer parte integrante do direito internacionalvinculativo.

A acção internacional no domínio da luta contra as minas contribui para promover a paz e a estabilidadea nível mundial e para reduzir o sofrimento humano nas regiões afectadas pelas minas. Esta questão con-tinua a ser uma prioridade absoluta para a União Europeia, que, só no período de 2000-2002, contribuiucom 40 milhões de euros para o financiamento dessa luta.

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no quadro das forças da ONU e daNATO que foram posteriormente envia-das para a região.

Os ensinamentos extraídos desta expe-riência não foram inúteis. Na sequênciadas guerras dos Balcãs e dos conflitosregistados em África nos anos 90, a UEcriou uma Política Europeia de Segu-rança e Defesa (PESD) no quadro geralda PESC.

A PESD permite enviar forças militaresou de polícia para zonas em crise a fimde levar a cabo operações humanitá-rias, de manutenção da paz, de gestãode crises e até mesmo de restabeleci-mento da paz. As acções militares sãoconduzidas por uma força de reacçãorápida da UE, distinta da NATO, mascom acesso aos recursos desta organi-zação.

As primeiras missões efectuadas noâmbito da PESD tiveram lugar na ex--Jugoslávia, palco das anteriores frus-trações da UE. Em Janeiro de 2003,uma missão de polícia da UE substituiua task force de agentes da polícia dasNações Unidas na Bósnia e Herzego-vina e, três meses depois, uma forçamilitar da UE substituía as forças daNATO na antiga República jugoslavada Macedónia.

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A UE pode agora mobilizar forças militares de manutenção da paz.

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Foram realizadas várias tentativas aolongo dos anos para racionalizar o pro-cesso de tomada de decisões no qua-dro da PESC. Contudo, as decisões cru-ciais continuam a ter que seradoptadas por unanimidade, o que jáera difícil com 15 Estados-Membros,sendo agora ainda mais difícil com 25.Apesar do seu compromisso a favor daPESC, os governos nacionais têm porvezes dificuldade em alterar a sua pró-pria política nacional em nome da soli-daridade europeia. As profundas divi-sões que surgiram entre osEstados-Membros da UE na Primaverade 2003 a respeito da questão desaber se o Conselho de Segurança das

Nações Unidas devia autorizar a guerracontra o Iraque conduzida pelos Esta-dos Unidos ilustram bem essa dificul-dade.

Numa cimeira realizada em Dezembrode 2003, os dirigentes da UE adopta-ram uma estratégia de segurança euro-peia mediante a qual reconhecem queos cidadãos da Europa e de outras par-tes do mundo se confrontam compotenciais ameaças decorrentes do ter-rorismo, da proliferação de armas dedestruição maciça e da imigração ile-gal. Cada tipo de ameaça requer umaresposta adequada que implica, muitasvezes, uma cooperação internacional.

Mais vale prevenir do que remediar

O preço a pagar por cada conflito violento, em termos de sofrimento humano, de destruição e de desper-dício de recursos, é inaceitável. Durante a década de 90, registaram-se sete conflitos violentos em diver-sas regiões do mundo que custaram à comunidade internacional 200 mil milhões de euros, um montanteque poderia ter sido utilizado para fins pacíficos. Assim, a União Europeia está decidida a actuar mais efi-cazmente para impedir, antes de mais, a eclosão de conflitos.

A UE utiliza já uma vasta gama de instrumentos tradicionais, nomeadamente a assistência técnica e finan-ceira aos países em desenvolvimento, a cooperação económica e as relações comerciais, a ajuda huma-nitária, as políticas sociais e ambientais, bem como instrumentos diplomáticos, como o diálogo político ea mediação. Mas utiliza igualmente os novos instrumentos previstos no quadro da PESD, tais como a reco-lha de informações e a supervisão de acordos internacionais com vista a prevenir potenciais conflitos.

Num mundo em que o poder já não é necessariamente sinónimo de segurança, a UE tem de ser capaz dereagir prontamente a situações específicas, utilizando uma combinação de instrumentos adequada a cadasituação.

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A União Europeia constitui o maiorbloco comercial do mundo, sendo res-ponsável por 20% das importações eexportações mundiais. A abertura docomércio entre os seus membros estevena origem da criação da UE há quase50 anos e proporcionou uma prosperi-dade crescente a todos os Estados--Membros. A União assume, por con-seguinte, um papel de destaque naacção a favor da abertura do comérciomundial em benefício tanto dos paísesricos como dos países pobres.

O aumento das trocas comerciais podeestimular o crescimento mundial embenefício de todos. Os consumidorespassam a ter uma gama mais vasta deprodutos à escolha e a concorrênciaentre os produtos importados e os pro-dutos locais provoca uma redução dospreços e um aumento da qualidade. A

UE está convicta de que todos poderãotirar partido da globalização, incluindoos países em desenvolvimento, desdeque sejam adoptadas regras adequadasa nível multilateral e sejam desenvolvi-dos esforços para integrar os países emdesenvolvimento no comércio mundial.

É essa a razão pela qual a União Euro-peia está a negociar com os seus par-ceiros a abertura do comércio dos bense serviços. A UE procura ajudar os paí-ses em desenvolvimento proporcio-nando-lhes, a breve trecho, um melhoracesso ao seu mercado e concedendo--lhes simultaneamente mais tempopara a abertura dos seus próprios mer-cados aos produtos europeus. Paralela-mente, a UE está a proceder à reformada sua política agrícola, o que teráigualmente consequências vantajosaspara os países em desenvolvimento.

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Os países de África, das Caraíbas e do Pacíficomantêm relações especiaiscom a União Europeia.

O comércio em benefício de todos

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Um trabalho de equipa

Um desporto de equipa requer condi-ções de igualdade, regras aceites portodos e um árbitro que assegure o cum-primento dessas regras. Por isso, a UEapoia firmemente a Organização Mun-dial do Comércio (OMC), que estabe-lece um conjunto de regras que contri-buem para a abertura do comérciomundial e para assegurar a igualdadede tratamento entre todos os partici-pantes. Embora necessite claramentede ser melhorado, este sistema ofereceum certo grau de segurança jurídica ede transparência na gestão do comér-cio internacional. O sistema da OMCprevê igualmente um procedimento deresolução de litígios aplicável em casode conflito directo entre dois ou maisparceiros comerciais.

A UE tornou-se um interveniente cru-cial nas sucessivas rondas de negocia-ções multilaterais destinadas a liberali-zar o comércio mundial. A União atribuiespecial importância à actual ronda denegociações, consagrada ao desenvol-vimento, denominada «Doha Round»,lançada em 2001 com o objectivo deeliminar os obstáculos à abertura docomércio de forma a beneficiar, emespecial, os países em desenvolvimento.

O comércio para além de Doha

Embora as regras comerciais sejammultilaterais, as trocas comerciais pro-priamente ditas são bilaterais — entrecompradores e vendedores e entreexportadores e importadores. Por estemotivo, a União Europeia desenvolveu

uma rede de acordos comerciais bila-terais com diferentes países e regiõesdo mundo. O alargamento de 15 para25 Estados-Membros em 2004 refor-çou a posição da UE enquanto parceirocomercial, especialmente no que res-peita aos seus vizinhos da EuropaOriental e da bacia do Mediterrâneo.

A política comercial da UE está inti-mamente ligada à sua política dedesenvolvimento. Trata-se de duas polí-ticas inseparáveis, a partir do momentoem que a União assumiu a sua quotade responsabilidade no que respeita àajuda aos países em desenvolvimentoa combater a pobreza e a integrar-sena economia mundial.

Há muito que a UE reconhece que ocomércio pode incentivar o crescimentoeconómico e as capacidades de produ-ção dos países pobres. Já em 1971, aoabrigo do «sistema de preferênciasgeneralizadas» (SPG), a UE começou areduzir ou a suprimir os direitos adua-neiros e os contingentes pautais apli-cáveis às importações provenientes dospaíses em desenvolvimento. Alémdisso, no âmbito da iniciativa «Tudomenos armas», lançada em 2001, aUnião concede aos 49 países menosdesenvolvidos o livre acesso ao mer-cado da UE para todos os seus produ-tos, com excepção das armas.

As relações privilegiadas de comércio ede ajuda entre a União e os seus 78parceiros da África, das Caraíbas e doPacífico (grupo ACP) remonta a 1975e é considerada um modelo de ajudados países ricos aos países mais pobres.

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Cerca de metade das verbas consa-gradas à ajuda aos países pobres pro-vém da União Europeia ou directa-mente dos Estados-Membros, o queexplica que a UE seja o principal dadorde ajuda no mundo. Mas a ajuda aodesenvolvimento não consiste apenasem facultar água potável e estradasasfaltadas, por mais importantes quesejam essas medidas. Trata-se tambémde ajudar os países em desenvolvi-mento a incrementar as trocas comer-ciais, facultando-lhes um melhor

acesso ao mercado da União para quepossam desenvolver e consolidar o seucomércio externo e, por conseguinte,tirar partido da globalização.

Nem todos conseguiram fazê-lo. Ape-sar de os países de África, das Caraíbase do Pacífico manterem uma relaçãoprivilegiada com a União Europeia, asua quota nos mercados da UE conti-nuou a diminuir, estando esses paísescada vez mais marginalizados a níveldo comércio mundial.

Erradicar a pobreza através do desenvolvimento sustentável

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O acesso àágua constituium desafiomundial.

Água para a vida

O acesso à água e a distribuição equitativa dos recursos hídricos transfronteiriços são questões cruciais emqualquer região do mundo e representam um dos maiores desafios em termos de desenvolvimento no séculoXXI. A iniciativa Água para a vida, lançada pela União Europeia em 2002, tem por objectivo proporcionarágua potável e sistemas de saneamento às regiões mais pobres do mundo, sobretudo em África, mas tam-bém no Cáucaso e na Ásia Central, na região mediterrânica e na Ámérica Latina. A União Europeia dispo-nibilizou mil milhões de euros para financiar esta iniciativa.

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Por esse motivo, a estratégia de desen-volvimento da UE destina-se igual-mente a ajudar os países pobres amelhorar as suas infra-estruturas, adesenvolver as suas capacidades deprodução e a tornar mais eficazes assuas instituições e administraçõespúblicas. Graças a esse apoio, algunspaíses poderão aproveitar certas opor-tunidades comerciais e atrair maisinvestimento estrangeiro para alargara sua base económica. Trata-se de umfactor essencial para que os países emcausa possam integrar-se na economiamundial e atingir um crescimento e umdesenvolvimento sustentáveis.

Mais especificamente, a União está acombinar de uma forma diferentes ascomponentes «comércio» e «ajuda» napróxima geração de «acordos de par-ceria económica» que estão actual-mente a ser negociados com os paísesACP e que deverão entrar em vigor em2008. O objectivo consiste em contri-buir para a integração regional dessespaíses com os países vizinhos enquantoprimeiro passo para a sua integração anível mundial e ajudá-los a reforçar assuas capacidades institucionais e aaplicar os princípios de boa governa-ção. Simultaneamente, a UE conti-nuará a abrir os seus mercados aosprodutos provenientes dos países ACPe de outros países em desenvolvimento.

Elevados recursos financeiros

A União Europeia e os seus Estados--Membros consagram mais de 30 milmilhões de euros por ano à ajudapública aos países em desenvolvi-mento. Desse montante, cerca de 6 milmilhões de euros são canalizados atra-vés das instituições da União. A União

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comprometeu-se a aumentar essemontante anual para 39 mil milhõesde euros até 2006. Embora os Estados--Membros da UE, tal como outros paí-ses industrializados, tenham aceite oobjectivo de disponibilizar anualmente0,7% do respectivo PNB à ajuda aodesenvolvimento, só a Dinamarca, oLuxemburgo, os Países Baixos e a Sué-cia cumpriram esse objectivo. Os res-tantes países comprometeram-se arecuperar o atraso. A média da UE, noseu conjunto, eleva-se a 0,34%, umapercentagem superior à dos EstadosUnidos ou à do Japão.

A política da União tem por objectivofinal facultar às populações dos paísesmenos desenvolvidos os meios neces-sários para gerir o seu próprio desen-volvimento. Assim, a UE procura com-bater prioritariamente as causas da suavulnerabilidade. Trata-se de garantiruma melhor alimentação e o forneci-mento de água potável, melhorar oacesso à educação, aos cuidados desaúde, ao emprego, aos serviços sociaise às terras e reforçar a qualidade dasinfra-estruturas e do ambiente. As ini-ciativas da UE têm também por objec-tivo erradicar doenças e facultar oacesso a medicamentos baratos paracombater flagelos como o VIH/sida. AUnião procura igualmente reduzir opeso da dívida dos países pobres.

Reconhecendo que a paz é uma condi-ção essencial ao desenvolvimento sus-tentável, a União aprovou, em 2004, acriação de um fundo de 250 milhõesde euros, designado por «Mecanismode apoio à paz», com vista a apoiar asoperações de manutenção da paz e deprevenção dos conflitos em África.

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Ajuda humanitária

Quase todas as semanas somos bom-bardeados, na televisão e nos jornais,com imagens de catástrofes naturaisou provocadas pelo homem. A UniãoEuropeia está no centro de uma redecujo papel consiste em aliviar o sofri-mento humano causado por essascatástrofes. A ajuda humanitária daUE é incondicional, na medida em quetem por objectivo socorrer as vítimas omais rapidamente possível, indepen-dentemente da sua raça ou religião eda orientação política dos governosdos respectivos países.

A UE actua em todas as zonas de con-flito, nomeadamente no Iraque, noAfeganistão, nos Territórios Palestinia-nos e em diversas regiões de África. Asua ajuda de emergência é concedidaà escala mundial, muitas vezes emzonas de crise «esquecidas» ou ignora-

das pelos meios de comunicação inter-nacionais. Assim, a ajuda da Uniãoestendeu-se também ao Norte do Cáu-caso (especialmente à Chechénia), aoTajiquistão, na Ásia Central, ao Nepal,ao Sri Lanka e à América Central.

A União tira igualmente partido da suaprópria experiência para ajudar aspopulações a enfrentar eventuaiscatástrofes em países de alto risco enas regiões mais expostas a terramo-tos, furacões, inundações e secas.

A UE canaliza a sua ajuda de emer-gência através do seu Serviço de AjudaHumanitária (ECHO). Desde a sua cria-ção, em 1992, o ECHO interveio emsituações de crise graves em mais de100 países de todo o mundo, disponi-bilizando o mais rapidamente possívelequipamento essencial e fornecimen-

Vítimas de uma catástrofe,que ficaram desalojadas,recebem ajuda de emergênciada UE.

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A Europa em mov imento

Agir em conjunto no mundo

A ajuda humanitária é um dos domínios em que a União Europeia actua em estreita colaboração comorganizações internacionais como a ONU, a OMC, a NATO, a Organização para a Segurança e Coopera-ção na Europa (OSCE), o Conselho da Europa e organizações regionais de África, da América, da Ásia edo Pacífico.

A União Europeia considera que é necessário procurar soluções multilaterais para os problemas mundiais.Por isso atribui grande importância à instauração de um verdadeiro multilateralismo centrado numa ONUforte. De facto, o mandato e a legitimidade universais das Nações Unidas colocam esta organização numaposição privilegiada para dar resposta aos desafios comuns.

Os Estados-Membros da UE apoiam firmemente os objectivos de desenvolvimento do milénio adoptadospelas Nações Unidas em Setembro de 2000:

• erradicar a pobreza extrema e a fome • instituir o acesso universal ao ensino primário • promover a igualdade entre os sexos e a emancipação das mulheres• reduzir a mortalidade infantil • melhorar a saúde materna • combater o VIH/sida, a malária e outras doenças • garantir a sustentabilidade ambiental • instaurar uma parceria mundial para o desenvolvimento.

Enquanto organização, a UE procura apoiar a realização destes objectivos privilegiando seis domíniosprioritários em que adquiriu uma competência específica:

• comércio e desenvolvimento • cooperação regional • políticas de redução da pobreza para promover a saúde e a educação • infra-estruturas de transporte • segurança alimentar e desenvolvimento rural sustentável • reforço das capacidades institucionais, boa governação e Estado de direito.

tos de emergência para socorrer as víti-mas. Com um orçamento anual demais de 500 mil milhões de euros, oECHO financia também equipas médi-cas, peritos em desminagem, meios detransporte e apoio logístico.

Não dispondo dos recursos necessáriospara realizar todas estas actividades, o

ECHO trabalha em estreita colaboraçãocom parceiros humanitários — organi-zações não governamentais, agênciasespecializadas da ONU e a Cruz Ver-melha/Movimento Crescente Vermelho— para distribuir alimentos e material,disponibilizar equipas de socorro, insta-lar hospitais de campanha e criar siste-mas de comunicação provisórios.

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A União Europeia dispõe de uma redede acordos comerciais e de acordos deassociação e de cooperação com paí-ses do mundo inteiro, desde os seusvizinhos europeus mais próximos atéaos seus parceiros mais longínquos, naÁsia e no Pacífico. Para gerir essas rela-ções, a UE organiza periodicamentecimeiras ou reuniões ministeriais comos seus principais parceiros.

É com quatro países vizinhos daEuropa Ocidental que a UE mantémrelações mais intensas: Suíça, Noruega,Islândia e Listenstaine. Trata-se demembros da Associação Europeia deComércio Livre (EFTA) que transpuse-ram para a legislação nacional grandeparte da legislação da UE relativa aomercado interno e que seguem a orien-tação da União noutros domínios. Comexcepção da Suíça, todos participam,juntamente com a UE, no Espaço Eco-nómico Europeu (EEE).

Preparar futuros alargamentos

São já candidatos à adesão à UniãoEuropeia quatro países do Sudeste daEuropa. A adesão da Bulgária e daRoménia está prevista para 2007,sendo ainda difícil determinar a datade adesão da Turquia. Este país é umdos parceiros comerciais mais antigosda União, com a qual celebrou em1963 um acordo de associação queinclui agora uma união aduaneira. Acandidatura da Turquia à UE foi apre-sentada em 1987. Quanto ao quartopaís, a Croácia, cuja candidatura foiaceite pela UE em Junho de 2004, asua data de adesão dependerá doritmo das negociações de adesão.

Em Março de 2004, outro país dos Bal-cãs Ocidentais, a antiga Repúblicajugoslava da Macedónia, apresentouum pedido de adesão. Trata-se do pri-meiro passo para a sua aceitação comopaís candidato.

A União Europeia e os países dos Bal-cãs Ocidentais lançaram conjunta-mente um «processo de estabilização ede associação» que, além da Croácia eda antiga República jugoslava daMacedónia, inclui a Albânia, a Bósniae Herzegovina, bem como a Sérvia eMontenegro. Sendo o objectivo final aadesão à UE, estes países beneficiam

Os nossos parceiros no mundo

A Turquia é um dos principais candidatosà adesão à UE.

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No âmbito da sua «Política Europeia deVizinhança», a UE prevê estender aestes países muitas das vantagensdecorrentes do seu mercado interno eoferecer-lhes novas concessões comer-ciais e um maior apoio financeiro. Emtroca, os vizinhos da UE deverãodemonstrar um maior empenhamentona realização de reformas democráti-cas e na instauração de uma economiade mercado, bem como um maior res-peito pelos direitos humanos. Uma vezque o alargamento coloca a União emcontacto directo com países vizinhosque se caracterizam pela instabilidadepolítica e social, importa que a UE par-tilhe com eles a sua prosperidade eestabilidade, consolidando assim a suaprópria segurança.

Dado que os países vizinhos consti-tuem zonas de trânsito para os imi-grantes clandestinos e para os trafi-cantes de droga e de seres humanos, aUE está a ajudar alguns desses paísesa reforçar a gestão das fronteiras e osprocedimentos de imigração.

A Rússia, a Ucrânia, a Moldávia e amaior parte dos países do Sul do Cáu-caso e da Ásia Central celebraram acor-dos com a União relativos ao comércio,à cooperação política, à protecção doambiente e à colaboração nos domí-nios científico e cultural. A UE estátambém a desenvolver com a Rússia, oseu país vizinho de maior dimensão,um programa geral de cooperaçãonuma vasta gama de domínios.

Estes países beneficiam também doprograma de assistência TACIS daUnião, cuja dotação para o período de2000-2006 se eleva a 3,14 mil milhõesde euros. Este programa financia pro-

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já do livre acesso ao mercado da UE ede um apoio da União para programasnacionais de reforma. A próxima etapapoderá consistir na negociação de«acordos de estabilização e de asso-ciação» com a União, como aconteceucom a Croácia e com a antiga Repú-blica jugoslava da Macedónia, antesda apresentação dos respectivos pedi-dos de adesão à UE.

Relações de boa vizinhança

A União Europeia está decidida a asse-gurar que o alargamento de 2004 — equaisquer outros alargamentos futuros— não venha criar novos obstáculosentre a União alargada e os países vizi-nhos, pelo que está a desenvolver esfor-ços para criar laços mais estreitos comos seus vizinhos de Leste (Rússia, Ucrâ-nia, Moldávia e, provavelmente, com aBielorrússia) e do Sul (países mediter-rânicos).

A Rússia é o país vizinho da UE de maior dimensão.

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jectos em favor das reformas institu-cionais, das redes de infra-estrutura, dodesenvolvimento do sector privado, daprotecção do ambiente e da economiarural.

No âmbito do «Processo de Barcelona»,a UE comprometeu-se a criar, até 2010,uma zona de comércio livre com osseus vizinhos do Mediterrâneo. Essazona deverá abranger os países árabesdo Sul e do Leste do Mediterrâneo, bemcomo Israel e os Territórios Palestinia-nos. A União tem vindo a liberalizar astrocas comerciais com cada um dosseus parceiros que, por sua vez, estão a

adoptar medidas para incrementar astrocas comerciais entre si. Em 2004,por exemplo, o Egipto, Marrocos, a Jor-dânia e a Tunísia assinaram um acordode comércio livre, designado por«Acordo de Agadir».

No Médio Oriente propriamente dito, aUE está a negociar um acordo decomércio livre com os seis países doConselho de Cooperação do Golfo(Bahrein, Kuwait, Omã, Catar, ArábiaSaudita e Emiratos Árabes Unidos),estando também a apoiar os esforçosde reconstrução do Iraque.

Relações transatlânticas

A parceria transatlântica com os Estados Unidos é um elemento central das relações externas da UE. Os flu-xos comerciais e de investimento entre as duas partes elevam-se a quase mil milhões de euros por dia. Hámuito que Washington apoia a integração europeia. A UE e os EUA partilham muitos valores e interessescomuns, embora existam por vezes divergências de critérios e de pontos de vista entre as duas partes.

Tendo em conta a dimensão do comércio bilateral (os EUA absorvem 25% das exportações da UE e estãona origem de 20% das suas importações), não é de estranhar que surjam por vezes litígios entre as duaspartes. Embora sejam geralmente notícia de primeira página, esses litígios representam menos de 2% dovolume total das trocas comerciais transatlânticas. A forma como a UE e os EUA resolveram questões deinteresse comum relacionadas com o direito da concorrência ou com o reconhecimento mútuo das nor-mas técnicas serviu de modelo para as relações da União com outros países, nomeadamente com o Japãoe o Canadá.

Para aprofundar as relações com o Canadá, a UE lançou duas iniciativas inovadoras em 2004. Uma delasconsiste na elaboração de um programa de parceria UE-Canadá para a cooperação no que respeita aosproblemas mundiais. A outra tem por objectivo a negociação de um novo acordo para fomentar o comér-cio e o investimento entre as partes.

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Singapura: uma porta de acesso

à actividade económica na Ásia.

japonês, superando os Estados Unidose a China.

Reflectindo o crescente protagonismopolítico que tanto a UE como a Chinaforam adquirindo a nível mundial, asrelações entre as duas partes adquiri-ram também um novo dinamismo nosúltimos anos, centrando-se agora maisno diálogo político, nos acordos secto-riais e nos intercâmbios institucionais.Em termos comerciais, a China éactualmente o segundo parceirocomercial da UE fora da Europa, logoa seguir aos Estados Unidos e à frentedo Japão, sendo a UE, por sua vez, umadas principais fontes de investimentoestrangeiro na China.

A UE é o primeiro parceiro comercialda Índia, bem como a sua principalfonte de investimento estrangeiro.Desde a primeira cimeira bilateral, rea-lizada em Junho de 2000, as relaçõesentre as duas partes registaram umnovo impulso, abrangendo agora nãosó as trocas comerciais, mas também odiálogo político, as cimeiras empresa-riais, a cooperação cultural e projectoscomuns de investigação.

A Ásia torna-se mais próxima

Embora a China e o Japão sejam osseus principais parceiros comerciais naÁsia, é com a Associação das Naçõesdo Sudeste Asiático (ASEAN), com-posta por sete membros, que a UEmantém relações há mais tempo. Essasrelações tiveram início em 1972 eforam formalizadas em 1980 medianteum acordo de cooperação. A ASEANtomou a iniciativa de intensificar asrelações com a UE no quadro do pro-cesso conhecido por ASEM (ReuniãoÁsia-Europa), no qual participam tam-bém o Japão, a China e a Coreia do Sul.A ASEM realiza uma cimeira de doisem dois anos.

Nos últimos anos, a UE intensificou assuas relações com o Japão. Com oplano de acção UE-Japão adoptado em2001, os domínios de cooperação bila-teral deixaram de estar confinados aocomércio e ao investimento para pas-sarem a abranger questões políticas eculturais. A Europa tornou-se a princi-pal fonte de investimento directoestrangeiro no Japão e o primeiro bene-ficiário do investimento estrangeiro

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Relações com a AméricaLatina

A União Europeia é o segundo maiorparceiro comercial da América Latina,a sua principal fonte de investimentodirecto estrangeiro e o primeiro dadorde ajuda ao desenvolvimento daregião.

De dois em dois anos, a UE e todos ospaíses da América Latina e das Caraí-bas realizam cimeiras bi-regionais ondesão abordadas uma vasta série de

questões — políticas, económicas, edu-cativas, científicas, tecnológicas, cultu-rais e sociais. Todos os países da Amé-rica Latina, individualmente ou emgrupo, estão hoje ligados à União atra-vés de acordos de associação, de co-operação ou comerciais.

A UE está actualmente a negociar umacordo de associação com o Mercosul(Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai),que prevê a criação de uma zona decomércio livre entre as duas partes.

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A China e a Índia participam no projecto Galileu

A China e a Índia decidiram participar no projecto Galileu, o sistema de navegação por satélite da UniãoEuropeia. Trata-se de um sinal de que os países asiáticos pretendem ir além das meras relações comerciaiscom a União Europeia.

O sistema Galileu, que deverá estar operacional em 2008, constitui uma alternativa à rede de satélites dosistema global de posicionamento (GPS) dos EUA, relativamente ao qual oferece uma maior precisão. Osistema Galileu será utilizado essencialmente para determinar a posição geográfica de veículos e de outrosmeios de transporte, mas também para fins de investigação científica, ordenamento do território e previ-são de catástrofes. Estão também previstas aplicações governamentais, às quais só os Estados-Membrosda União terão acesso.

Galileu à volta do planeta.

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No final de 2003, a UE concluiu doisacordos de diálogo político e de co-operação, um com a ComunidadeAndina e outro com a América Central.A próxima etapa consistirá na nego-ciação de acordos de associação comambas as regiões. A União Europeia jáconcluiu acordos de associação queprevêem disposições em matéria decomércio livre com o México e com oChile. Esses acordos foram assinadosem 1997 e em 2002, respectivamente.

Parceria com África

Paralelamente aos laços tradicionaisestabelecidos com os países africanosatravés dos acordos mediterrânicos eàs relações com os países ACP, a UE ini-

Outra documentação

Para mais informações sobre os diversos aspectos das relações externas da União Europeia, queira con-sultar o sítio Internet europa.eu.int/comm/world/, onde poderá obter informações sobre questões depolítica externa, o alargamento, o comércio externo, a política de desenvolvimento, a ajuda humanitáriae os direitos humanos.

Para mais informações sobre a Política Externa e de Segurança Comum, queira consultar o sítioue.eu.int/pesc

ciou um novo diálogo com a UniãoAfricana (UA).

Esse diálogo incide, nomeadamente,sobre a prevenção e a resolução de con-flitos, bem como sobre o apoio da UEaos esforços de manutenção da pazdesenvolvidos pela União Africana epelas Nações Unidas no continenteafricano.

A parceria UE-África abrange igual-mente o comércio e a integração e co-operação económica regional, a lutacontra a seca e a desertificação, medi-das contra o VIH/sida e as doençascontagiosas, a segurança alimentar, osdireitos humanos, a democracia e aluta contra o terrorismo.

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Comissão Europeia

Um protagonista a nível mundial As relações externas da União Europeia

Série: A Europa em movimento

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias

ISBN 92-894-7418-1

A mera dimensão da União Europeia em termos económicos, comerciais e finan-ceiros confere-lhe um protagonismo a nível mundial. A UE dispõe de uma redede acordos com a maior parte dos países e regiões do globo. Primeiro bloco comer-cial do mundo, cuja moeda, o euro, é a segunda divisa mais importante do mundo,a UE consagra 500 milhões de euros por mês a projectos de assistência nos cincocontinentes.

A União Europeia está a pôr em prática uma Política Externa e de SegurançaComum para que os seus membros possam actuar em conjunto na cena mundialcomo uma força unida em prol da estabilidade, da cooperação e da compreen-são mútua. Simultaneamente, a UE está a desenvolver a sua própria capacidadede defesa e realizou as suas primeiras missões de manutenção da paz, estandoigualmente empenhada na luta contra o terrorismo.

Ao contribuir para instaurar a segurança e a estabilidade no resto do mundo, aUE contribui também para um maior clima de segurança dentro das suas pró-prias fronteiras.

A UE está especialmente empenhada em promover os aspectos humanos das rela-ções internacionais, tais como a solidariedade, os direitos humanos e a demo-cracia.

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2004 — 22 p. — 16,2 x 22,9 cm

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REPRESENTAÇÃO DA COMISSÃO EUROPEIARepresentação em PortugalLargo Jean Monnet, 1-10.°P-1269-068 LisboaTel.: (351) 21 350 98 00Internet: euroinfo.ce.ptE-mail: [email protected]

GABINETE DO PARLAMENTO EUROPEUGabinete em PortugalLargo Jean Monnet, 1-6.°P-1269-070 LisboaTel.: (351) 21 357 80 31 — 21 357 82 98Fax: (351) 21 354 00 04Internet: www.parleurop.ptE-mail: [email protected]

Mais informações sobre a União Europeia

Na Internet, através do servidor Europa (http://europa.eu.int), podem ser obtidas informaçõesem todas as línguas oficiais da União Europeia.

Existem centenas de centros locais de informação da UE espalhados por toda a Europa. Podeencontrar o endereço do centro mais próximo em: europa.eu.int/comm/relays/index_pt.htm

EUROPE DIRECT é um serviço que responde às suas questões sobre a União Europeia. Podecontactar o serviço telefonando para o número verde único 00 800 6 7 8 9 10 11 (ou, se estiverfora da UE, para o 32-2 299 96 96) ou enviando uma mensagem electrónica viaeuropa.eu.int/europedirect

Para obter informações e publicações em língua portuguesa sobre a União Europeia, pode contactar:

Existem representações ou gabinetes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu em todos os Estados-Membros daUnião Europeia. Noutros países do mundo existem delegações da Comissão Europeia.

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A União Europeia

Estados-Membros da União Europeia

Países candidatos

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A mera dimensão da União Europeia em termos eco-nómicos, comerciais e financeiros confere-lhe um pro-tagonismo a nível mundial. A UE dispõe de uma redede acordos com a maior parte dos países e regiões doglobo. Primeiro bloco comercial do mundo, cujamoeda, o euro, é a segunda divisa mais importantedo mundo, a UE consagra 500 milhões de euros pormês a projectos de assistência nos cinco continentes.

A União Europeia está a pôr em prática uma Política Externa e de Segu-rança Comum para que os seus membros possam actuar em conjunto nacena mundial como uma força unida em prol da estabilidade, da coope-ração e da compreensão mútua. Simultaneamente, a UE está a desen-volver a sua própria capacidade de defesa e realizou as suas primeirasmissões de manutenção da paz, estando igualmente empenhada na lutacontra o terrorismo.

Ao contribuir para instaurar a segurança e a estabilidade no resto domundo, a UE contribui também para um maior clima de segurança den-tro das suas próprias fronteiras.

A UE está especialmente empenhada em promover os aspectos huma-nos das relações internacionais, tais como a solidariedade, os direitoshumanos e a democracia.

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A-59-04-548-PT-C

ISSN 1022-8306

PT

ISBN 92-894-7418-1

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