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AMANDA MARIE TOMA ABORDAGEM INTEGRADA ENTRE PERIODONTIA E ORTODONTIA NO TRATAMENTO DE PACIENTES ADULTOS Londrina 2018

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AMANDA MARIE TOMA

ABORDAGEM INTEGRADA ENTRE PERIODONTIA E

ORTODONTIA NO TRATAMENTO DE PACIENTES

ADULTOS

Londrina 2018

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AMANDA MARIE TOMA

ABORDAGEM INTEGRADA ENTRE PERIODONTIA E

ORTODONTIA NO TRATAMENTO DE PACIENTES

ADULTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estadual de Londrina, como requisito à obtenção do título de Cirurgiã-Dentista. Orientador: Profa. Dra. Paula Vanessa Pedron Oltramari

Londrina 2018

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AMANDA MARIE TOMA

ABORDAGEM INTEGRADA ENTRE PERIODONTIA E ORTODONTIA NO TRATAMENTO DE PACIENTES ADULTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Profa. Dra. Paula Vanessa Pedron Oltramari

Universidade Estadual de Londrina - UEL

____________________________________ Prof. Dr. Luiz Sergio Carreiro

Universidade Estadual de Londrina - UEL

Londrina, _____de ___________de _____.

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Dedico este trabalho aos meus amados pais,

meus irmaõs, e toda minha família, que com

carinho sempre me apoiaram e acrediram em

mim para que eu chegasse até esta etapa de

minha vida

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AGRADECIMENTOS

À Deus, meu tudo, presença constante em meu coração, que tanto

me proporcionou durante esta caminhada.

Aos meus pais, Mauro e Solange, meus maiores exemplos de

dedicação e de profissionais, que sempre se doaram para oferecer a mim e à meus

irmãos uma base familiar, não medindo esforços para condicionar a realização de

nossos sonhos.

Aos meus irmãos, Laís e Danilo, com quem sempre pude contar.

À toda minha família que sempre esteve ao meu lado torcendo e

comemorando meu sucesso.

A minha orientadora, Profª Drª Paula Vanessa Pedron Oltramari, pelo

apoio, confiança, incentivo e paciência.

Aos professores, que com tanta dedicação doaram seu tempo e

conhecimento para meu crescimento.

Aos meus amigos que tornaram esta trajetória mais leve e feliz.

E a todos que direta ou indiretamente me ajudaram para essa

formação tão desejada.

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“Nunca tenha certeza de nada. A sabedoria

começa com a dúvida.”

Sigmund Freud

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TOMA, Amanda Marie. Abordagem integrada entre periodontia e ortodontia no tratamento de paciente adultos. 2018. 40 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018.

RESUMO

O tratamento ortodôntico pode promover uma melhora na oclusão e na estética por meio de movimentos controlados que favoreçam o periodonto. Considerando que é cada vez maior o número de adultos que procuram o tratamento ortodôntico, os ortodontistas se deparam frequentemente com problemas periodontais. Na prática clínica moderna, uma abordagem interdisciplinar do ortodontista, periodontista e clínico geral no planejamento do tratamento do paciente adulto é essencial, devido a sua alta complexidade, para resultar na melhor terapêutica. Achados estéticos como margens gengivais irregulares, ou problemas funcionais resultantes de doença periodontal devem ser considerados no plano de tratamento ortodôntico. Além disso, em casos de periodontite severa, a ortodontia pode melhorar as possibilidades de restaurar e manter dentes deteriorados ou preparar sítios para inserção de futuros implantes. Desta forma, o objetivo deste estudo é revisar a literatura acerca dos benefícios do tratamento integrado entre Ortodontia e Periodontia, e as demais especialidades odontológicas. Possibilidades e limitações dessa abordagem integrada na clínica odontológica serão apresentados. Palavras-chave: Ortodontia. Periodontia. Tratamento interdisciplinar. Função. Estética.

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TOMA, Amanda Marie. Integrated approach between periodontic and orthodontic in treatment of the adult patient. 2018. 40 sheets. Completion course of work (Undergraduat dentistry) - State University of Londrina, Londrina 2018.

ABSTRACT

Orthodontic treatment aims to improve functional and aesthetic occlusion with appropriate movements in favor of the periodontium. Whereas in recent years the number of adult patients seeking orthodontic treatment increased, orthodontists frequently confront patients with periodontal problems. In clinical practice, the alliance of the orthodontist, the periodontist and the general dentist is necessary, due to its complexity, for a optimized therapautic. Aesthetic considerations or functional problems resulting from inflammatory periodontal diseases must be considered in orthodontic treatment planning. Moreover, in cases with severe periodontitis, orthodontics may recover deteriorated dentition and prepare implant sites. The purpose of this study is to review the literature about the advantage of cooperation between orthodontics and periodontics and dental practitioners. Prospects and limitations of this interdisciplinary approach will be present.

Key words: Orthodontics. Periodontics. Interdisciplinary treatment. Function. Aesthetics.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 13

2.1 CARACTERÍSTICAS DO PERIODONTO SAUDÁVEL ............................................. 13

2.2 ALTERAÇÕES DO PERIODONTO ..................................................................... 14

2.3 REABSORÇÃO RADICULAR APICAL EXTERNA (RRAE) ..................................... 15

2.4 EXAMES PARA O DIAGNÓSTICO ..................................................................... 16

2.4.1 Sondagem ................................................................................................. 16

2.4.2 Mobilidade ................................................................................................. 16

2.4.3 Exames Radiográficos .............................................................................. 16

2.5 MOVIMENTOS ORTODÔNTICOS QUE BENEFICIAM O PERIODONTO ...................... 17

2.5.1 Extrusão .................................................................................................... 17

2.5.1.1 Rápida ....................................................................................................... 18

2.5.1.2 Lenta. ........................................................................................................ 20

2.5.2 Intrusão ..................................................................................................... 22

2.5.3 Verticalização de Molares ......................................................................... 24

2.5.4 Fechamento de Diastemas Múltiplos ........................................................ 26

3 DISCUSSÃO ............................................................................................. 29

4 CONCLUSÃO ........................................................................................... 33

REFERÊNCIAS......................................................................................... 34

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1 INTRODUÇÃO

O tratamento integrado entre Ortodontia e Periodontia proporciona

vários benefícios para o paciente adulto. Dado o potencial osteogênico da

movimentação dentária, é possível alterar o periodonto de maneira previsível com o

tratamento ortodôntico. Estas alterações podem proporcionar a recuperação do osso

alveolar, diminuindo a necessidade de cirurgias periodontais; melhoram a relação

coroa-raiz; podem prover o suporte necessário para a instalação de implantes em

áreas comprometidas; melhoram a estética com recuperação de papila e permitem o

alinhamento da margem gengival. Além disso, um melhor posicionamento dentário

facilita a higienização, o que é vantajoso para pacientes que são suscetíveis a perdas

ósseas e falta de destreza para higienização (JANSON, 2005; KOKICH, 1997;

NOWZARI, 2003).

Há que se destacar, ainda, que para a Ortodontia alcançar bons

resultados, a doença periodontal deve estar controlada. A integração orto-perio,

juntamente com a Implantologia e a Prótese, permite a obtenção de uma melhor

função mastigatória aliada à estética. Por outro lado, a movimentação dentária

associada à doença periodontal ativa pode agravar a condição periodontal (JANSON,

2005; KOKICH, 1997; FENG, 2005).

Assim, o objetivo deste estudo é revisar a literatura acerca dos

benefícios do tratamento Integrado entre Ortodontia e Periodontia e as demais

especialidades odontológicas.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Para facilitar a compreensão deste capítulo, o assunto será dividido

por tópicos, conforme sequência a seguir:

2.1 CARACTERÍSTICAS DO PERIODONTO SAUDÁVEL

O periodonto compreende os seguintes tecidos: gengiva, ligamento

periodontal, cemento radicular e osso alveolar formando um complexo de

desenvolvimento biológico e funcional. Sua principal função é inserir o dente no tecido

ósseo dos maxilares e manter a integridade da superfície da mucosa mastigatória da

cavidade oral (LINDHE; LANG; CARRING, 2010).

O periodonto normal é dividido em periodonto de proteção –

constituído pelo complexo mucogengival e composto pela gengiva marginal livre,

papilar, inserida e pela união mucogengival e mucosa alveolar; e periodonto de

suporte ou sustentação – constituído pelo ligamento periodontal, osso alveolar e

cemento radicular (CARRANZA et al., 2012).

Dentre os tecidos do periodonto, apenas a gengiva pode ser

diretamente observada (HIGHFIELD, 2009). Esta, em um paciente saudável, recobre

o osso alveolar e a raiz dentária em um nível coronal à junção cemento-esmalte. Ela

pode ser diferenciada em duas partes, a gengiva marginal e a gengiva inserida. Sua

coloração resulta do suprimento vascular, da espessura, do grau de queratinização

do epitélio e da presença de células que contém pigmento. Geralmente, é descrita

como “rosa coral”, mas varia de acordo com a pigmentação melânica. Em um

periodonto saudável, ela está bem adaptada aos tecidos abaixo, e sua borda é mais

alta na porção interdentária e abaixa vestíbulo e lingualmente.

A gengiva marginal forma a parede do tecido mole do sulco marginal.

Este é uma depressão em forma de V e permite a entrada de uma sonda periodontal

com resistência, apresenta de 1 a 3mm de profundidade e ausência de sangramento

à sondagem. Da gengiva marginal livre até a linha muco-gengival está a gengiva

inserida. Esta tem largura e 1 a 9 mm e tem aspecto de casca de laranja. No sentido

apical, a gengiva é contínua com a mucosa alveolar (mucosa de revestimento), que é

frouxa e de cor vermelha mais escura da qual, em geral, é separada por uma linha

limitante facilmente reconhecida chamada de junção mucogengival ou linha

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mucogengival (LINDHE; LANG; CARRING, 2010).

O ligamento periodontal é um importante componente do periodonto

de sustentação, formado por tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e

celular, que circunda as raízes dos dentes e une o cemento radicular à lâmina dura

ou ao osso alveolar propriamente dito. É visualizado através de exames radiográficos

pelo espaço por ele ocupado. Este tem a forma de ampulheta e é mais estreito no

nível do terço médio da raiz. Tem a largura variando de 0,2 a 0,4 mm (LINDHE; LANG;

CARRING, 2010).

O osso alveolar, partes da maxila e mandíbula que formam as

alvéolos dos dentes, tem as paredes revestidas por osso compacto. Essas, variam

sua espessura de uma região para a outra da arcada e sua crista espaça de 1 a 3 mm

da junção amelocementária. Em conjunto com o cemento radicular e o ligamento

periodontal, o osso alveolar constitui o aparelho de inserção dos dentes, cuja função

principal é distribuir e absorver as forças geradas pela mastigação e outros contatos

dentários (CARRANZA et al., 2012; LINDHE; LANG; CARRING, 2010).

O espaço biológico tem um comprimento mínimo necessário no

sentido axial de aproximadamente 3 milímetros que permite o arranjo biológico da

área. (LANZA et al., 2003).

As estruturas anatômicas entre a crista óssea até o pico gengival

consistem uma zona denominada distancia biológica. São eles, o sulco marginal, a

inserção epitelial e a inserção conjuntiva. A variação de sua dimensão se dá devido à

variação na largura das fibras supra-alveolares do conjuntivo. A media de distancia do

sulco é de 0,69 mm, a inserção epitelial 0,97 mm e a conjuntiva 1,07 mm. (GARGIULO;

WENTZ; ORBAN, 1961)

2.2 ALTERAÇÕES DO PERIODONTO

O periodonto está sujeito a variações morfológicas e funcionais, assim

como mudanças associadas à idade. (CARRANZA et al.,2012)

Há mudanças fisiológicas no periodonto que se agravam quando há

doença periodontal, trauma oclusal, lesões traumáticas ou a perda de algum

elemento.

Qualquer alteração em relação a normalidade pode sugerir a

presença de doença. A inflamação do periodonto leva a defeitos ósseos verticais e

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horizontais, que resultam em perda de suporte, bolsas periodontais, gerando um

desequilíbrio das forças de oclusão, língua e lábio, possibilitando a migração e

mobilidade dos dentes envolvidos. Com consequente alteração no contorno da

gengiva, além da mudança de textura e cor (KRIEGER; HORNIKEL; WEHRBEIN,

2013). Clinicamente, a migração dentária reflete clinicamente em diastemas, extrusão,

rotação e proclinação.

Quando o adulto é portador de doença periodontal inflamatória

crônica, tem como sequelas menor altura da crista óssea alveolar e coroa clínica

aumentada, modificando a proporção coroa-raiz. (CONSOLARO, 2002)

A periodontite quando agravada, pode levar à perda dos dentes. Isso,

associado com a migração dentária e o mau posicionamento dos dentes, dificultam a

reabilitação protética.

2.3 REABSORÇÃO RADICULAR APICAL EXTERNA (RRAE)

A reabsorção radicular apical externa é uma iatrogenia inerente ao

tratamento ortodôntico. Ela é caracterizada pelo encurtamento radicular resultante da

perda de cemento ou dentina (YOUNIS, 2008) e está presente na maioria dos

indivíduos que se submetem ao tratamento ortodôntico (TSUBONO, 2006).

Alguns itens são previsíveis com relação à RRAE durante o

tratamento ortodôntico. A morfologia radicular; a forma geométrica, a forma especial

do periápice, a proporção coroa raiz e a angulagem coroa-raiz; a morfologia da crista

óssea alveolar; os movimentos extensos; a indicação de extração dentária; a opção

por mecânica intrusiva e o uso de elásticos intermaxilares (YOUNIS, 2008; PARKER;

HARRIS, 1998; BAUMRIND; KORN; BOYD, 1996).

Ainda, Kokich (1997), enfatizou que pacientes com leve ou severa

alteração periodontal oferecem mais risco de RRAE com a evolução do tratamento.

Ciente disso, é dada a importância que realizar exames radiográficos

periapicais prévios ao tratamento e a cada 6 meses após o início. Caso a reabsorção

seja perceptível, Costa (2011) recomenda suspender o tratamento por 5 a 8 semanas,

e então retomá-lo normalmente. Esta manobra reduz a RRAE ao final do tratamento.

O ortodontista deve considera a reabsorção antes de iniciar o

tratamento, para assim prevendo, constá-la no prognóstico, fazer o melhor

planejamento, e conscientizar o paciente desta.

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2.4 EXAMES PARA O DIAGNÓSTICO

Tradicionalmente, o diagnóstico é feito por avaliação dos sinais

clínicos e sintomas, e suportado pelos exames radiográficos (HIGHFIELD, 2009).

2.4.1 Sondagem

A sondagem periodontal ainda é o principal exame, detectando a

presença e profundidade de bolsas periodontais, permitindo que estas sejam

avaliadas não somente verticalmente, mas também na sua dimensão horizontal, o

envolvimento de furca. Também o sangramento à sondagem que pode indicar doença

ativa ou a supuração, que confirma uma inflamação com chances de progressão

(HIGHFIELD, 2009).

2.4.2 Mobilidade

Teste de mobilidade pode ser feito, porém deve-se lembrar que a

mobilidade de um elemento não necessariamente está ligada à doença periodontal

(HIGHFIELD, 2009).

2.4.3 Exames Radiográficos

Os exames radiográficos são secundários no diagnóstico e podem

evidenciar a presença de perda óssea.

O histórico familiar e outros fatores de risco para o periodonto como o

fumo, estresse, consumo de drogas ou hormônios, devem ser levados em

consideração.

Deve-se lembrar que a perda de inserção não é fator determinante

para diagnóstico da doença periodontal, que é uma lesão inflamatória. Esta deve ser

avaliada juntamente à condição do tecido, que pode apresentar alguns ou todos os

sinais cardinais de inflamação, rubor, tumor, calor, dor e perda de função (HIGHFIELD,

2009).

Quando diagnosticada, deve-se realizar o total controle da doença

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com tratamento periodontal básico, incluindo instrução de higiene e RAR em campo

fechado ou aberto, previamente ao tratamento ortodôntico. A movimentação dentária

só deve ter inicio em pacientes que apresentem o periodonto sadio, ainda que

reduzido (HARFIN, 1999). Caso a doença esteja ativa, a aplicação de força ortodôntica

será responsável pelo agravamento da perda óssea (HARFIN, 1999; HARFIN, 2000).

2.5 MOVIMENTOS ORTODÔNTICOS QUE BENEFICIAM O PERIODONTO

A busca por tratamento ortodôntico está cada vez maior no paciente

adulto. O que caracteristicamente era de predominância entre crianças e adolescentes

guiados pelos pais, (NOWZARI, 2003) após o estabelecimento de aparelhos

ortodônticos mais estéticos, o aumento da exigência pela aparência física por parte

da população adulta e a facilidade de informação entre leigos dos outros benefícios

que o tratamento ortodôntico pode trazer, resultaram na maior procura desse público

pelo ortodontista.

O paciente adulto apresenta características diferentes do adolescente

pois não há mais crescimento ativo, relata mais dor e o movimento é mais lento, maior

risco de reabsorção radicular, tem objetivo estético e funcional bastante definido,

maior prevalência de diabetes e, frequentemente, são acometidos com a doença

periodontal (ALIKHANI, 2018; EINY; HORWITZ; AIZENBUD, 2011; CAPELOZZA

FILHO; 2001).

A instalação de aparelho ortodôntico aumenta significantemente a

presença de placa bacteriana e o sangramento à sondagem (PAOLANTONIO et al.,

1999) pois dificultam a manutenção da higiene oral (TÜRKKAHRAMAN et al., 2005)

Wennström et al. (1993) realizaram um experimento em quatro

cachorros com defeitos periodontais ósseos. Os dentes foram condicionados ao

acúmulo de placa bacteriana por três meses e então deu-se início ao movimento

ortodôntico. Concluiu-se que a terapia ortodontia pode aumentar a taxa de destruição

da inserção conjuntiva em dentes com inflamação e bolsas infra-ósseas.

Artun e Urbye (1988) analisaram a perda de tecido periodontal ósseo

de suporte em pacientes tratados ortodônticamente. Previamente ao tratamento

ortodôntico, todos os pacientes passaram por terapia periodontal até que não

houvesse mais sinal de inflamação e que o paciente demonstrasse um bom nível de

higienização. O resultado obtido foi que a maioria dos sítios tiveram pouca ou

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nenhuma perda óssea.

Boyd et al. (1989) monitoraram 20 adultos e 20 adolescentes que

estavam sendo submetidos ao tratamento ortodôntico. 10 adultos que apresentavam

periodontite generalizada receberam terapia periodontal previamente ao tratamento

ortodôntico além de manutenção periodontal a cada 3 meses. Os outros 10 adultos

apresentavam periodonto saudável. Foram registrados índices de placa bacteriana,

profundidade de sondagem e sangramento à sondagem. Não houve diferença

significante de perda de inserção entre adolescentes, adultos com periodonto normal

e adultos com periodonto reduzido, porém saudável.

Re et al. (2000) realizaram um estudo onde analisaram 395 pacientes

com periodonto comprometido e que passaram por terapia periodontal cirúrgica (267

pacientes) e não cicrurgica (128 pacientes). Foram colhidos dados de profundidade

de sondagem e sangramento à sondagem previamente à terapia periodontal, após o

tratamento ortodôntico e em acompanhamentos de 2, 4 , 6, 10 e 12 anos. Os

resultados apontaram a melhora da saúde periodontal após o tratamento ortodôntico

e que a diferença de dados obtida entre o pós tratamento ortodôntico e os

acompanhamentos não foi significante.

Segundo Leung et al. (2007), uma alternativa para o tratamento

ortodôntico em pacientes com o periodonto comprometido, em que a ancoragem

dentária é insuficiente, é o uso de mini-implantes.

2.5.1 Extrusão

Para entender as alterações verticais e seus benefícios no tratamento

integrado, é importante saber o conceito de distância biológica, e de unidade dente-

ligamento periodontal-osso, que ocasiona o acompanhamento de osso e tecido

gengival durante o movimento dentário em qualquer direção.

Seguindo os princípios da biomecânica do movimento ortodôntico,

Oppenheim (1940) observou que a tensão das fibras periodontais ao redor de todo o

dente provoca deposição óssea no fundo e ao longo das paredes do alvéolo à medida

que o dente vai sendo extruído.

Um estudo clínico realizado em dez pacientes com o periodonto sadio

e tratados ortodonticamente, constatou que durante o movimento de extrusão há

também, o posicionamento coronário do tecido conjuntivo de inserção, sendo que a

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margem gengival e a junção muco-gengival se movimentam na mesma direção da

extrusão em 80 e 52,5%, respectivamente, além da redução da profundidade de

sondagem (PIKDOKEN; ERKAN; USUMEZ, 2009). Somadas e estas evidências, um

estudo feito em macacos por Kajiyama, Murakami e Yokota (1993), mostrou que

durante o movimento de extrusão, a relação entre o osso marginal e a junção cemento

esmalte permanece a mesmo, levando a constatação que o osso também acompanha

o dente durante o movimento.

Van Venrooy e Yukna (1985) avaliaram o movimento extrusivo em

cachorros com doença periodontal avançada. O tratamento ortodôntico proporcionou

melhora na condição periodontal, ganho ósseo na região de crista alveolar e ne área

periapical.

A primeira vez que este fundamento foi aplicado clinicamente para

benefício da odontologia resturadora foi em 1973 quando Heithersey relatou o uso da

extrusão ortodôntica no tratamento odontológico restaurador de um dente fraturado

de 1 a 4 mm abaixo da crista alveolar, com a finalidade de levar a fratura a uma

posição mais coronal para que a coroa pudesse ser reconstruída satisfatoriamente. A

terapêutica proposta consiste em tratamento endodôntico seguido de tracionamento

do remanescente radicular, com subsequente cirurgia periodontal para corrigir o

desnível ósseo e gengival causado pela movimentação.

Ingber (1974) relatou pela primeira vez a técnica da erupção forçada

para a correção de defeitos infra-ósseos. Na ocasião foi utilizada para tratamento de

defeitos ósseos isolados de uma ou duas paredes, em que procedimentos de

reinserção conjuntiva eram imprevisíveis ou contra-indicados.

A extrusão forçada funciona como uma regeneração ortodôntica

guiada, óssea e tecidual (PAOLONE; KAITSAS, 2018) e pode ser indicada para

diminuir defeitos intra-ósseos e aumentar o tamanho da coroa clínica de um dente

isolado. Durante a extrusão, o dente ficará em supra-oclusão, quase sempre

necessitando a coroa ser encurtada, e em alguns casos, seguida de tratamento

ortodôntico e construção de coroa potética (ZACHRISSON, 2005).

O ganho ósseo pode ser benéfico ou não, dependendo da finalidade

do movimento e necessidade do paciente. Para isso, há duas formas de realizar o

movimento extrusivo: rápida ou lentamente.

2.5.1.1 Rápida

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A extrusão rápida é utilizada para irromper um dente para fora do

periodonto, sem alterar altura óssea. É indicada em casos eu o acompanhamento da

margem óssea e inserção junto ao movimento do dente não são desejáveis, onde o

objetivo principal se limita a expor tecido dentário. Por exemplo, em fratura coronária-

radicular recente, que apresente periodonto íntegro, perfuração radicular na região

cervical, coroas com destruição extensa que necessitam aumento de coroa clínica

previamente à restauração apropriada. Essas restaurações seriam impossíveis pois o

preparo se estenderia até o nível ósseo. Essa hiperextensão da margem do preparo

resulta em invasão de espaço biológico do dente e causar inflamação persistente da

gengiva marginal (INGBER, 1976; HEYTHERSAY, 1973; KOKICH 1997)

A cirurgia periodontal de gengivectomia, osteotomia seguida de

osteoplastia e reposicionamento apical do retalho para o aumento da coroa clínica

podem resultar em uma estética prejudicada, perda de suporte ósseo do dente

adjacente e inadvertidamente afetar a proporção coroa-raiz. Outra solução para tais

casos seria a exodontia do elemento e sua substituição por prótese parcial fixa

(KOZLOVSKY; TAL; LIEBERMAN, 1988)

Nesta técnica, segundo a metodologia empregada por Nerder (1996)

é de 2 a 3 mm no menor tempo possível, e se necessário mais extrusão, respeita-se

o intervalo de acomodação tecidual de 3 a 5 dias e ativa-se novamente. Janson

[2001?] segue as mesmas diretrizes, porém relata que após a ativação inicial de 2 a

3 mm é interessante esperar um intervalo de 15 a 20 dias e a partir da segunda

ativação pode-se aguardar um intervalo menor, dependendo da mobilidade que o

dente apresenta. A diferença é que há um menor acompanhamento gengival e ósseo.

Ingber (1976) relatou a possibilidade de utilizar a erupção forçada

para esta finalidade, porém devido a mudança do contorno gengival e margem óssea,

em ordem de reestabelecer estes e expor a porção do dente desejada, era necessário

cirurgia periodontal após o tratamento ortodôntico.

Para eliminar a necessidade de cirurgia, Kovslovsky (1988) relatou a

técnica da erupção forçada combinada com fibrotomia gengival. Ela foi baseada no

principio descrito por Edward (1968), de que o movimento coronal da gengiva e crista

óssea durante o movimento extrusivo são induzidos pela extensão das fibras

periodontais e gengivais, pois estas se adaptariam ao movimento pelo acréscimo

ósseo. Kovslovsky (1988) relatou que após a fibrotomia circunferencial com

aplainamento de raiz a nível ósseo, seguida da erupção forçada, no início do

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tratamento e em intervalos de duas semanas, por 4 ou 8 semanas, não houve

mudança significante em relação a altura da gengiva ou aumento ósseo.

Dentes tracionados requerem cuidados especiais do protesista.

Ingberg (1976) mostrou que quando o dente é movido coronalmente, um menor

diâmetro radicular defronta-se no mesmo espaço mesio-distal entre os dentes

adjacentes no qual a coroa deve ocupar. O perfil de emergência do dente terá que ser

mais largo para dar suporte as papilas e evitar espaços interproximanis indesejados.

Também, deve-se atentar ao possível sobrecontorno. O ideal é ir aumentando o

contorno da área cervical no provisório para condicionar a gengiva. (JANSON, 2008)

2.5.1.2 Lenta

Durante a extrusão lenta acontece o modelamento e regeneração do

tecido ósseo e gengival. Nela, o periodonto acompanha o dente.

No tracionamento lento a variação decorre da quantidade e intervalo

entre as ativações, sendo recomendado 1 mm a cada 13-15 dias ou mais. O intervalo

pode ser maior, porém, se for menos pode haver perda de inserção e os objetivos não

serão alcançados. Neste movimento, obtém-se maior quantidade de

acompanhamento do periodonto durante a extrusão, o que torna o resultado mais

previsível. Janson (2008) diz que quanto menos osso houver, mais lento deve ser o

movimento.

Paolone (2018) classificou a regeneração ortodôntica guiada (ROG)

de acordo com a quantidade de movimento e de tecido regenerado. Seriam a

recuperação de dente, a extração sem inserção de implante e a extração com inserção

de implante. Além disso, ainda é utilizada para modelar tecidos, criar tecido mole e

duro para suportar o dente adjacente e melhorar a estética geral.

A recuperação de dente se dá pela redução ou recuperação de

defeitos ósseos verticais e modificação da topografia gengival. Em um defeito ósseo

isolado de uma ou duas paredes que afetam apenas uma única área, a extrusão

ortodôntica resulta em uma posição mais favorável da adesão do tecido conjuntivo e

redução do defeito, melhora a proporção coroa-raiz e melhora recessão gengival e

estética gengival (LINO, 2008). Esses achados são importantes pois é sabido que a

presença de defeito ósseo de uma parede é uma contra-indicação para a regeneração

tecidual guiada e em defeitos maiores seu prognostico é ruim (WENNSTRO; HEIJL;

LINDHE, 2003).

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A extração ortodôntica sem inserção de implante ocorre quando há

um dente condenado com perda óssea em sua região, porém por motivos ortodônticos

de espaço não é necessário um implante por exemplo, em incisivos inferiores

apinhados por falta de espaço. Nesse caso, a extração ortodôntica remodela a

morfologia óssea perdida e ganha tecido mole e duro evitando uma possível fissura

causada pelo colapso de tecido condenado em uma exodontia (PAOLONE, 2018).

A extração ortodôntica com inserção de implante foi pela primeira vez

publicada no trabalho de Salama (1993) demonstrando a utilização da técnica em

dentes condenados periodontalmente com finalidade de ganho vertical de tecido

ósseo e gengival para o preparo do local do implante. Os dois são essenciais para o

sucesso da restauração. O volume ósseo deve permitir ao implante uma situação ideal

para a restauração, enquanto a topografia anatômica do tecido mole mimetiza a do

dente adjacente. A primeira estabilidade de um implante está relacionada a

quantidade de osso alveolar disponível na hora de sua inserção, enquanto osso de

regeneração, como enxertos, devem apenas dar proteção. Durante o

desenvolvimento de um sítio para implante, a erupção forçada ainda contribui para o

aumento da profundidade tecidual óssea, melhora a angulação de inserção do

implante em relação aos dentes adjacentes e melhora a distância inter-arcos da

superfície do implante à dentição antagonista (MANTZIKOS; SHAMUS, 1998).

Korayem (2008) realizou uma revisão sistemática em que analisou 19

casos onde a extrusão ortodôntica foi utilizada para preparo de sitio para implante,

relatados em 17 artigos. Todos relataram mudanças no tecido duro e mole com o

movimento. A deposição de osso apical foi constatada em todos os casos e muitos

autores relataram aumento no nível de osso alveolar vertical e bucolingualmente. A

migração coronal da gengiva marginal e o aumento do comprimento de gengiva

inserida também foram reportadas em todos os casos e muitos relataram o aumento

da altura da papila interdental.

Apesar das variações de protocolos para a parte ortodôntica,

Korayem (2008) estabeleceu guias gerais para esta fase do tratamento baseados nos

padrões encontrados na literatura. São eles: forças extrusivas leves e constantes; a

extrusão deve se manter lenta e estável, numa taxa menor do que 2 mm ao mês; um

torque vestibular na raiz pode ser aplicado concomitantemente para impulsionar o

aumento vestíbulo-lingual de osso alveolar; um período de retenção e estabilização

de pelo menos um mês para cada mês de extrusão ativa é recomendado antes da

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extração; fios sobrepostos são recomendados para reforçar a ancoragem e evitar a

inclinação de dentes adjacentes ao que recebe a força de extrusão.

Kokich (1997) relatou ainda que a extrusão ortodôntica pode colaborar

no tratamento de margens gengivais irregulares para benefício estético quando há

discrepância perceptível, a profundidade sulcular do dente mais curto e mais longo

forem as mesmas e a altura gengival do menor dente central seja mais alta que o

lateral.

Caso a margem não seja visível, não há necessidade de intervenção.

Se a profundidade sulcular do dente mais curto for maior, realiza-se uma

gengivectomia excisional e se a altura gengival do dente mais curto for mais baixa que

os laterais, uma extrusão do dente mais longo produziria uma relação anti-estética

entre as margens gengivais dos incisivos centrais e laterais.

Kokich (1997) afirmou que seis critérios devem ser utilizados para

determinar se o dente deve ser forçosamente irrompido ou extraído.

1. O comprimento da raiz e a proporção coroa-raiz na posição final. Em caso

de preparos protéticos, a raiz tem que ser longa o suficiente para a razão

coroa-raiz ser 1:1, para isso, o clínico deve saber até que ponto deve

irromper a raiz, considerando preparo e espaço biológico. Entretanto,

segundo mostrou Ingber, para o mesmo objetivo a erupção forçada é mais

favorável que a cirurgia periodontal.

2. A forma da raiz deve ser preferivelmente larga não cônica ao invés de fina

e cônica. Uma raiz fina e cônica fornece uma região cervical mais estreita

após ter sido irrompido. Também, o diâmetro do canal radicular não deve

ser maior que um terço da extensão da raiz.

3. Nível da fratura e fraturas verticais. Se a coroa inteira estiver fraturada a

partir de 2 ou 3 mm apicalmente do nível ósseo ou a raiz tiver fratura vertical,

é difícil a fixação da raiz para que o movimento ortodôntico seja realizado.

4. Importância relativa do dente, considerando idade do paciente, elementos

vizinhos e condição bucal geral.

5. Estética, considerando altura de sorriso e localização do dente em questão.

6. Prognóstico endodôntico e periodontal.

Além disso, raízes com fratura vertical tem prognóstico desfavorável

e a extração do dente é a conduta mais apropriada

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2.5.2 Intrusão

A intrusão se refere ao movimento apical do centro geométrico da raiz

em relação ao plano oclusal (BURSTONE, 1977). Ao ser iniciado um movimento de

intrusão as fibras da crista, assim como as dento-gengivais, são tensionadas em

direção apical e tanto osso como tecido gengival movem-se com o dente.

Melsen (1986) fez um estudo em macacos onde estudou a reação da

gengiva e tecido periodontal durante o movimento intrusivo após extrusão, e a

influência da higiene durante este. Constatou que a intrusão dos dentes não diminui o

nível marginal ósseo em macacos periodontalmente saudáveis e com controle da

inflamação gengival. Por outro lado, a presença de inflamação gengival pode resultar

na perda de altura de osso alveolar.

Murakami, Yokota e Takahama (1989) concluiu com os resultados de

seu estudos em que incisivos foram intruídos em macacos, que a gengiva ao redor do

dente movimenta na mesma direção do movimento ortodôntico, em torno de 60%, há

mudança na profundidade do sulco gengival e alterações microscópicas no tecido

alveolar.

Erkan, Pikdoken e Usumez (2007) realizaram estudos em humanos e

relataram que durante o movimento ortodôntico de intrusão em pacientes com o

periodonto intacto, a gengiva marginal e a junção mucogengival movem-se

apicalmente 79 e 62% do total da intrusão, respectivamente.

Burstone (1977) relatou o uso do movimento intrusivo para corrigir

overbite profundo, um dos maiores desafios no tratamento do paciente com Classe II,

onde demonstrou a capacidade de realizar a intrusão seletiva sem grandes alterações

nos dentes posteriores. Sua técnica constava no uso de arcos segmentados e o uso

da menos força capaz de movimentar o dente.

Ishihara (2013) relatou um caso de sucesso com uso de mini-

implantes para realizar o movimento intrusivo em paciente com o quadro similar ao

encontrado no trabalho de Burston (1977). Estes implantes funcionam como

ancoragem para movimentação dentária e bastante útil na intrusão, pois permite

aplicar uma baixa e continua força sem causar qualquer movimento em dente não

desejado.

Bellamy, Kokich e Welssman (2008) relatou o uso de força intrusiva

para facilitar a restauração em incisivos desgastados após extrusão. Analisaram o

efeito da técnica sobre o nível de osso alveolar e o comprimento da raiz. Esta técnica

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resultou em um melhor resultado estético, biológico e funcional, pois nivela nível

gengival sem necessidade cirúrgica e resulta em uma restauração final menos

extensa e mais conservadora.

Re (2004) avaliou o efeito da intrusão ortodôntica e alinhamento na

redução da recessão gengival. Relatou redução de 50% das recessões após a

intrusão de dentes comprometidos periodontalmente, independentemente da

espessura da gengiva.

O uso de forças leves é recomendado para mover os dentes com

eficiência, mas possivelmente para reduzir a quantidade de reabsorção radicular (RE,

2004). Isso é de grande importância, principalmente em quadros de periodonto

reduzido, pelo efeito que o movimento tem na perda óssea e na proporção coroa-raiz.

(GKANTIDIS; CHRISTOU; TOPOUZELIS, 2010)

Melsen, Agerbaek e Markenstan (1989) analisaram 30 pacientes com

perda óssea marginal e overbite profundo que passaram por tratamento de intrusão

de incisivos. Avaliaram o nível ósseo marginal e reabsorção óssea através de

radiografias intra-orais, além da profundidade de sondagem e comprimento da coroa

clínica. Os resultados indicaram que o melhor resultado aos estímulos intrusivos é

obtido quando a força aplicada é baixa, a linha de ação passa através ou próxima ao

centro de resistência do dente, a gengiva está saudável e há ausência de

interferências periorais.

Há controvérsias a respeito do movimento intrusivo em dentes com

comprometimento periodontal. Nestes casos, o ideal seria, ao se realizar a intrusão

de um dente com perda óssea, que houvesse a reinserção de fibras do tecido

conjuntivo mais coronalmente, propiciando maior quantidade de osso e inserção ao

redor da raiz, aumentando sua estabilidade (NEWINS; WISE, 1990). Para que isto

ocorra, o epitélio juncional não pode migrar apicalmente durante o movimento, dando

chance para que o osso entre em contato com a superfície da raiz desnuda e desse

contato ocorra a proliferação de células oriundas do ligamento periodontal, que são

as únicas capazes de produzir nova inserção (JANSON, 2008). Em relação a

reinserção produzida por meio do movimento ortodôntico, Melsen, Agerbaek e

markenstam (1988) observaram que uma nova inserção conjuntiva pode ser formada

durante a intrusão de dentes comprometidos periodontalmente se as suas estruturas

radiculares forem adequadamente raspadas e a inflamação gengival for controlada.

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2.5.3 Verticalização de Molares

A etiologia de molares inclinados geralmente é um dente posterior

extraído por doença periodontal, cárie, iatrogenias ou outros fatores, que ocorre

principalmente em primeiros molares inferiores. Isso leva a mesialização dos dentes

mais posteriores e distalização dos dentes mais anteriores.

Janson, Janson e Ferreira (2001) relataram que este quadro envolve

algumas características:

- A modificação da anatomia óssea por mesial dos molares, uma vez

que a unidade dente-periodonto-osso faz com que modificações na posição do dente

acarrete nas mesmas modificações em seu periodonto;

- Áreas de impacção alimentar na região entre os pré-molares, devido

ao espaço que se abre pela distalização destes dentes, permite que o alimento entre

em contato direto com a região das papilas;

- Cáries nas superfícies de contato distal do segundo molar, devido a

dificuldade de higienização pelo posicionamento dentário;

- Extrusão do dente antagonista devido a falta de contato oclusal;

- Diminuição do espaço edêntulo;

- Colapso oclusal, principalmente quando as perdas são bilaterais.

Áreas de pressão e compressão no ligamento norteiam as

modificações ósseas induzidas pelo movimento ortodôntico. Durante a verticalização,

obtém-se duas variáveis de força: uma no sentido distal e outra de extrusão.

Brown (1973) estudou o efeito da verticalização de molares em

humanos que tinham defeitos periodontais ósseos. Cinco pacientes com molares

inclinados associados à defeitos ósseos mesiais e doença periodontal foram

submetidos a tratamento periodontal básico seguido de tratamento ortodôntico com

movimento de verticalização de molar. Constatou-se que ao final do tratamento, o

grupo de estudo exibiu uma média na redução da bolsa à sondagem de 3,5 mm,

enquanto o grupo controle, que passou apenas pelo tratamento periodontal básico

apresentou uma melhora de 1 mm no defeito periodontal. A verticalização foi realizada

em média no tempo de 3 a 4 meses, permanecendo em contenção por mais 3 meses.

Durante o tratamento, uma placa de Hawley com uma plataforma de mordida anterior

foi utilizado para evitar interferências oclusais no resultado da pesquisa.

Entretanto, Burch (1992), após trabalho com molares com lesão de

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furca, constatou que o movimento ortodôntico de verticalização de molares aumenta

o risco de agravar o problema periodontal. O autor relaciona os resultados com

possíveis causas, como a higiene inadequada, presença de placa bacteriana na

região de furca e forças ortodônticas inadequadas.

Caso detectado essa condição, e decidir-se pela execução do

tratamento, deve-se manter rígido controle da saúde periodontal nessa área, com

raspagem e alisamento radicular frequentes. (JANSON; JANSON; FERREIRA 2001)

A opção de tratamento para molares com envolvimento de furca

depende do grau de envolvimento encontrado. Para defeitos de furca grau I e II, a

raspagem associada à cirurgia periodontal a retalho foi o tratamento mais executado.

Em furcas grau III, além da terapia periodontal básica, podem ser indicados a

tunelização, hemissecção ou amputação radicular (MULLER; EGER; LANGE, 1995).

A verticalização de molares mesializados é acompanhada da

eliminação de defeitos ósseos geralmente de uma ou duas paredes. Além disso, há

uma melhora na profundidade de sondagem de bolsas periodontais e proporção

coroa-raiz (BROWN, 1973), em relação ao tratamento restaurador, possibilita a

confecção de pônticos de tamanhos adequados e pilares protéticos paralelos e

verticais, permitindo que as forças incidam sobre o longo eixo do dente. Durante a

fase de planejamento, devem estar integrados além do ortodontista e periodontista, o

protesista e implantodontista, para que se possa estabelecer o melhor tratamento

possível (JANSON, 2001)

2.5.4 Fechamento de Diastemas Múltiplos

Diastemas são espaços ou frestas entre dois ou mais dentes

consecutivos. Na dentição permanente, eles podem ser causados pela genética sendo

localizados, como entre incisivos centrais e/ou laterais superiores, ou generalizada, a

exemplo de pessoas que apresentam dentes pequenos em mandíbula relativamente

grande.

Bishara (1972) relatou as possíveis causas dos diastemas em

dentição permanente:

1. Genética, sendo localizados, quando entre incisivos centrais e/ou laterais

superiores, ou generalizada, a exemplo de pessoas que apresentam dentes

pequenos em mandíbula relativamente grande. Estes podem ser subdivididos

em (A) discrepância interarcos, por exemplo quando o diâmetro mesio-distal

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total dos dentes de um arco é relativamente maior que do arco oposto. Essa

discrepância pode ser restrita ao segmento anterior causando overjet ou

overbite acentuados ou ao segmento posterior, prejudicando a oclusão. Ou (B)

discrepância intra-arco, como laterais conoides ou agenesias;

2. Características étnicas ou raciais, como diastemas interincisivos inferiores, que

são mais comuns em afrodescendentes do que em causasianos;

3. Freios labiais, que impedem incisivos centrais de se aproximarem;

4. Dentes rotacionados;

5. Dente suprenumerários;

6. Algumas condições patológicas, como lesões cariosas interproximais, cistos e

tumores, causando a separação dos dentes, perdas dentarias seguidas de

migração do dentes e, ainda, doença periodontal que pode causar a migração

patológica dos dentes.

7. Hábitos nocivos como morder bochecha, sugar lábio, interposição lingual,

podem causar a vestibularização dos dentes anteriores que resulta em

diastema.

Gusmão (2011) estudaram a relação da má posição dentária,

inclusive do espaçamento entre dentes e diastemas, e suas relações com a doença

periodontal. Constataram que houve associação significativa entre essas condições e

a periodontite crônica. Ele facilita a impactação alimentar e inflamação do tecido

interdentário.

A estética em Periodontia é, essencialmente, dependente de dois

fatores: saúde e harmonia. A presença de diastemas pode representar um problema

estético na região anterior, principalmente se este é associado com migração apical

do tecido periodontal (SARATTI, 2016). As opções de tratamento para pacientes com

este quadro incluem tratamento ortodôntico, restaurações diretas com resina

composta, restaurações indiretas com laminados em porcelana e coroas. O

tratamento ortodôntico é uma técnica conservadora, porém leva relativamente mais

tempo.

Para Bishara (1972), para que o tratamento seja bem-sucedido e

mantenha os espaços fechados após a remoção da força ativa e contenção é

necessário considerar os seguintes fatores:

a. A remoção da causa do diastema, quando possível;

b. A tendência inerente dos tecidos, periodontais ou musculares,

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de retornar ao formato e posição original, parcial ou completa. Isso vai depender do

equilíbrio entre a nova posição dos dentes e os decíduos que o cercam, além do tempo

suficiente de contenção para que o os tecidos se adaptem à mudança;

c. A execução de todo o tratamento ortodôntico, incluindo o

posicionamento do dente com oclusão e inclinação axial equilibrados.

Esses três fatores, separados ou combinados vão melhorar o

prognóstico, plano de tratamento e retenção.

Em caso de os diastemas serem causados pela condição periodontal,

antes de se iniciar o tratamento ortodôntico é recomendado terapia periodontal previa,

preparação da superfície radicular, controle de placa, agentes antimicrobianos e

controle da gengivite. Caso a inflamação gengival permaneça, o tratamento

ortodôntico é contra-indicado (MODENA, 2015).

Geralmente, para corrigir a migração patológica de dentes anteriores

em adultos são usadas forças leves e intermitentes. Esta é a ideal para quando há

perda de ligamento periodontal, menor área de superfície radicular e o centro de

resistência muda (JANSON, 2008).

Queixas a respeito de diastemas anteriores que permanecem mesmo

após o tratamento ortodôntico são frequentes. Caso não seja adequado fechar todo o

diastema, o ortodontista deve conseguir uma relação interoclusal adequada e uma

distribuição uniforme dos espaços e realizar um tratamento integrado com prótese ou

restauração (MODENA, 2015).

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3 DISCUSSÃO

Lindhe (2010) e Carranza (2012) afirmaram que periodontos

comprometidos são mais prevalentes conforme o avanço da idade. O quadro pode ser

variado, porém Krieger (2013) diz que normalmente há inflamação e alteração no

periodonto com perda de inserção. Caso alguma força seja aplicada nestas condições,

Artun (1988) e Wennström (1993) afirmaram que há maior chance da doença

progredir. Porém, Boyd (1989) e Antun (1988) verificaram que após um tratamento

periodontal básico bem realizado, com ou sem abordagem cirúrgica, controle e

instrução de higiene é possível realizar movimento ortodôntico em áreas

comprometidas sem agravar a condição.

Ainda, segundo Paolantonio (1999) e Türkkahraman (2005), o

tratamento ortodôntico, às vezes, é considerado um fator predisponente para a

doença periodontal pelo acúmulo de placa causado pelo uso do aparelho. Portanto,

um acompanhamento com periodontista deve ser feito regularmente.

Por outro lado, Re et al. (2000) afirmaram que não há contra-

indicações para o tratamento ortodôntico em adulto com condição periodontal severa

e ainda, às vezes, a ortodontia pode ser necessária para melhorar as condições e

possibilidades de se restabelecer a oclusão. Segundo Leung (2008), pode ser

necessário que o ortodontista use de mini-implantes ou implantes dentários para

ancoragem e assim ter maior controle sobre o movimento.

Kokich (1997) também afirmou que o movimento ortodôntico no

periodonto comprometido pode favorecer saúde periodontal, função e estética; pois

altera o periodonto devido ao potencial osteogênico da movimentação do dente

(OPPENHEIM, 1940).

Movimentos verticais de intrusão e extrusão modificam o periodonto

com gengiva, junção mucogengival e osso alveolar, conforme constataram Pikdoken,

Erkan e Usumez (2009), Kajiyama, Murakami e Yokota (1993) e Erkan, Pikdoken e

Usumez (2007), de uma maneira previsível.

Quando se deseja apenas o movimento vertical do dente para fora do

periodonto, sem o acompanhamento dos tecidos de sustentação, é realizada a

extrusão rápida, em que há menor deslocamento de osso. Mesmo assim, segundo

Ingber (1976) em alguns casos é necessário realizar osteotomia, osteoplastia e

gengivectomia para que a distância biológica seja reestabelecida ou que seja possível

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realizar tratamento restaurador adequado e manter harmonia gengival do sorriso. Para

excluir a necessidade do procedimento cirúrgico, Kovslovsky, Tal e Lieberman (1988)

elegeram combinar esta técnica com a fibrotomia gengival. Ao romper as fibras

periodontais e gengivais, não aconteceria o movimento coronal da gengiva e crista

óssea durante o movimento extrusivo.

Já quando se deseja ganho e reparo ósseo, opta-se por uma extrusão

de movimento mais lento. Segundo Janson (2008), se utilizar uma força menor e com

maior intervalo de tempo entre as ativações, há maior neoformação e estabilização

óssea. Isso, conforme Van Venrooy e Yukna (1985) e Kajiyama, Murakami e Yokota

(1993), permite uma modelação e regeneração do tecido ósseo e gengival, na medida

em que o periodonto acompanha o movimento do dente. Este ganho, segundo Lino

(2008) e Paolone e Kaitsas (2018), ocorre tanto no sentido vertical, reduzindo

profundidades de sondagem e regulando margens gengivais, mas também como

Korayem (2008) mostrou, é possível associá-lo a um torque vestibular para que se

ganhe espessura óssea no sentido vestíbulo-palatino/lingual, bastante benéfico. Por

exemplo, em caso de dente condenado que vai ser extraído ortodonticamente a fim

de reduzir ou anular a necessidade de cirurgia associada ao uso de biomaterias para

ganho de suporte para posicionamento de implante.

A intrusão, segundo Murakami, Yokota e Takahama (1989) e Burstone

(1977) é o movimento oposto a extrusão, onde também há o acompanhamento dos

tecidos em relação ao movimento do dente. Ela pode melhorar a ligação entre dente

e periodonto, com a formação de epitélio juncional longo, se houver um controle

absoluto de inflamação e placa bacteriana, podendo melhorar recessões, mordidas

profundos e modificar margens gengivais (BURSTONE, 1977; MELSEN; AGERBAEK;

MARKENSTAM, 1989; BELLAMY; KOKICH; WELSSMAN, 2008; RE, 2004). Segundo

Re (2004) durante o movimento intrusivo é recomendado o uso de forças leves, a fim

de diminuir a quantidade de reabsorção apical.

Conforme Janson (2001), durante o movimento de verticalização de

molar, um movimento bastante comum na clínica ortodôntica, é utilizado uma força

resultante da soma de forças de distalização e extrusão, acontece os mesmos

benefícios de uma extrusão lenta, porém há a correção de um defeito ósseo vertical

específico na mesial, usualmente encontrado em molares mesializados. Entretanto,

Burch (1992) verificou que em molares que o defeito ósseo envolva a furca, há

aumento do risco de agravar o problema periodontal durante o movimento de

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verticalização de molar. Uma alternativa dada por Muller, Eger e Lange (1995) seria

separar o dente em duas raízes e então uma ou ambas podem ser movidas para

novas posições.

Considerando o que foi exposto e segundo Janson (2005), o protocolo

de tratamento do paciente orto-perio pode ser assim resumido:

- Como o periodonto só responde favoravelmente quando encontra-

se saudável, o primeiro passo no tratamento do paciente orto-perio é encaminhá-lo ao

periodontista. A movimentação só deve ser iniciada após a eliminação da inflamação

e após o paciente estar ciente das técnicas de higienização. Esta fase pode durar de

3 a 9 meses, dependendo da gravidade do problema;

- Durante o tratamento e realizado controle periodico pelo

periodontista, com intervalos de 3 a 4 meses, para avaliação de areas que, porventura,

apresentem inicio de processo inflamatorio e manutenção da saude periodontal;

- A principio, na fase inicial do tratamento, so devem ser extraidos

dentes que apresentem condiçoes muito graves e que impossibilitem o controle da

inflamação. Se um dente tem prognostico de perda devido a quantidade de osso

insatisfatoria, mas a inflamação esta sob controle, este pode ser mantido durante os

procedimentos ortodonticos, pois isto facilita a ancoragem e pro- porciona maior

conforto ao paciente.

- A terapia ortodontica deve ser focada na eliminação ou redução dos

problemas periodontais e suas consequencias. Nesta fase de planejamento, deve

haver uma comunicação efetiva com o periodontista, para se saber como sera

conduzido o tratamento periodontal. Basicamente 3 perguntas devem ser

respondidas:

a) Ha intenção de se realizar terapias regenerativas em areas de

defeitos verticais? Se houver, a manutenção ou aumento desses defeitos com

movimentos intrusivos deve ser priorizada, pois o prognostico e favorecido.

b) Em areas onde o movimento extrusivo pode eliminar defeitos

verticais, o paciente esta disposto a realizar coroas proteticas se for necessario? E

evidente que a eliminação de defeitos osseos e benefica ao paciente, porem existem

efeitos colaterais, pois ao extruir um dente a coroa deve ser gradualmente cortada e

isto implica, as vezes, a necessidade de tratamento endodontico e protese. Portanto,

antes de iniciar, o paciente e os outros profissionais envolvidos devem estar cientes e

de acordo quanto a questoes financeiras.

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c) Sera realizada manutenção periodontal periodica apos o

tratamento? Dependendo da conduta clinica do periodontista, e tambem das

condiçoes financeiras do paciente, muitas vezes sera mantido o nivel osseo presente

e controlada a inflamação com consultas periodicas pos-tratamento ortodontico.

Nestes casos, o objetivo principal e propiciar um equilibrio da oclusão e melhorar o

que for possivel do ponto de vista estetico e das condiçoes de higiene por parte do

paciente. Isto inclui o alinhamento e nivela- mento dos dentes, diminuição dos

trespasses horizontal e vertical e contençoes permanentes nas areas de maior perda

ossea para evitar o trauma oclusal secundario.

Apos finalizado o tratamento ortodontico, o paciente deve estar ciente

das suas condiçoes periodontais e da necessidade de dar continuidade as visitas

regulares ao periodontista.

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4 CONCLUSÃO

A cooperação entre cirurgiões-dentistas de diversas especialidades

proporciona melhores possibilidades de tratamento ao paciente. Uma abordagem

integrada entre Periodontia e Ortodontia pode otimizar a abordagem em saúde, função

e estética em casos complexos. O tratamento ortodôntico em pacientes adultos, sem

presença de doença periodontal ativa, pode promover resultados satisfatórios, sem

causar danos irreversíveis para o periodonto, contribuindo para um melhor controle

da placa bacteriana, reduzindo forças oclusais descontroladas sobre os dentes, e

melhorando o prognóstico como um todo.

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