periodontite juvenil

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PERIODONTITE JUVENIL Professor orientador: Vagner Santos Alunos: Ana Paula Sales Rebouças Diego César E. Araújo Frederico Santos Lages Luíz Alberto Peixoto Jr. Patrícia Ribeiro Salles Sílvia Ferreira de Sousa Thiago Comparth P. Oliveira Faculdade de Odontologia da UFMG Disciplina de Patologia e Semiologia Odontológicas I Belo Horizonte, 03 de novembro de 2005

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Page 1: PERIODONTITE JUVENIL

PERIODONTITE JUVENIL

Professor orientador: Vagner SantosAlunos: Ana Paula Sales Rebouças

Diego César E. AraújoFrederico Santos LagesLuíz Alberto Peixoto Jr.Patrícia Ribeiro SallesSílvia Ferreira de SousaThiago Comparth P. Oliveira

Faculdade de Odontologia da UFMG

Disciplina de Patologia e Semiologia Odontológicas I

Belo Horizonte, 03 de novembro de 2005

Page 2: PERIODONTITE JUVENIL

Periodontite Juvenil

A periodontite juvenil é caracterizada por uma perda de tecido conjuntivo de inserção e osso alveolar, em mais de um dente, na dentição permanente.

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Periodontite Juvenil

Pode ser dividida em:

• Periodontite localizada: afeta os primeiros molares e incisivospermanentes e mais de um ou dois dentes permanentes.

• Periodontite generalizada: é mais extensa, afetando os primeiros molares e incisivos permanentes e vários dentes em outros segmentos da dentição Periodontite localizada: afeta os primeiros molares e incisivos.

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Características clínicas

• Surge em crianças entre 11 e 13 anos de idade

• Afeta mais mulheres do que homens e parece se concentrar em famílias

• A gengiva ao redor dos dentes afetados pode apresentar textura ecor normais

• Bolsas periodontais profundas estão presentes em uma ou mais superfícies dos dentes afetados

• Progride rapidamente (num período de 4 a 5 anos após o início, entre 50 e 75% das regiões de inserção do dente acometido são envolvidos por lesão inflamatória)

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Características clínicas

Tem aspecto radiográfico típico, onde pode ser observada perda óssea angular nos primeiros molares e incisivos

Nas lesões iniciais, depósitos grosseiros de cálculo subgengival são incomuns

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Resposta do hospedeiro

• Resposta local:– Exsudação do fluido gengival

– Migração de neutrófilos e macrófagos com capacidade fagocitária para o epitélio juncional e área da bolsa gengival

– Formação do infiltrado inflamatório no tecido conjuntivo sob o epitélio dentogengival

• Resposta geral:– No caso da periodontite localizada, produção de anticorpos

contra o A.actinomycetemcomitans

– No caso da periodontite generalizada, produção de anticorpos contra P. gingivalis

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Tratamento

• Terapia periodontal convencional, incluindo curetagem e alisamento radiculares escrupulosos, preferencialmente em associação com a cirurgia periodontal

• Controle pós-operatório da placa, cuidadosamente executado e monitorado

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Prevalência dos patógenos periodontais em brasileiros com periodontite

agressiva ou crônica

Cortelli JR, Cortelli SC, Jordan S, Haraszthy VI, Zambon JJ.Prevalence of periodontal pathogens in Brazilians with aggressive or

chronic periodontitis. J Clin Peridontol 2005; 32: 860–866.© Blackwell Munksgaard 2005.

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Introdução

• Estudos anteriores sugerem diferenças entre populações distintasgeograficamente e racialmente na prevalência de patógenos periodontais em destruição periodontal

• Variações na distribuição global dos patógenos periodontais, podem ser importante na epidemiologia e tratamento das doenças periodontais

• Objetivo: examinar a prevalência de 5 patógenos e o grau de destruição periodontal associado com infecção causada por A.actinomycetemcomitans altamente leucotóxico em brasileiros com periodontite agressiva ou crônica

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Materiais e métodos

• 203 Pessoas entre 15 e 69 anos (71 homens e 132 mulheres):

– 25 com periodontite agressiva:• 6 homens e 19 mulheres• idade média 21,9 anos• rápida perda de inserção• perda óssea• agregação familiar

– 178 com periodontite crônica:• 65 homens e 113 mulheres• idade média 39,1 anos• os 4 lados com profundidade de bolsa maior que 4mm• com nível de inserção menor que 4mm• evidência radiográfica de perda óssea alveolar

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Materiais e métodos

Procedimentos:

• Clínicos:– Medição clínica da placa dental, sangramento à sondagem,

sondagem do sulco e perda de inserção clínica nos primeiros molares (se não os há, nos segundos molares) e dos ICSD e ICIE

• Laboratoriais e amostras microbiológicas:– Remoção da placa supragengival com cureta

– Amostras de placa subgengival foram obtidos da superfície mesial dos primeiros molares e dos ICSD e ICIE de cada indivíduo

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Materiais e métodos

Procedimentos:

• Laboratoriais e amostras microbiológicas:– Papel estéril foi inserido no sulco gengival e deixado por 10

segundos e depois retirados e colocados em solução salina

– As células bacterianas foram dispersadas e mantidas à –20ºC em processamento laboratorial

– Extraiu-se o DNA e através de PCR usou-se primers que amplificaram a seqüência de DNA de cada patógeno

– Para diferenciar A.a altamente leucotóxicos de A.a menos leucotóxicos, um PCR também foi utilizado na extração do DNA

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Materiais e métodos

Análises estatísticas:

• Analisou-se a relação entre variáveis incluindo idade, sexo, diagnóstico periodontal, sondagem do sulco, sangramento à sondagem, placa dental e a prevalência do alvo das bactérias, incluindo A.a mais ou menos leucotóxico

• Níveis de inserção clínica foram calculados das análises microbiológicas dentárias de cada indivíduo e comparadas em idade e sexo de indivíduo infectado com A.a mais, menos infectado e não infectado com A.a

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Resultados

• Valores de placa dental maior P.C. do que P.A. (0,65 x 0,43)

• Sondagem de bolsa profunda maior P.A. que P.C. (6,49 x 5,59)

• Pessoas com P.A. foram encontradas quase que exclusivamente nos grupos de 10-20 anos e 21-30 anos (Fig. 1)

• O sexo feminino, com exceção da faixa etária 61-70 anos, superou o sexo masculino em ambas as periodontites (Fig. 1)

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Resultados

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Resultados

• P. gingivalis foi mais prevalente em ambos

• A.a e C.rectus foram encontrados em maior prevalência em indivíduos com P.A. comparados com os que tinham P.C.

TABELA 1

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Resultados

• A prevalência em cada um dos 5 patógenos foi mais alta em pessoas com periodontite agressiva

• A.a mais leucotóxico foi mais prevalente em pessoas com P.A.

Periodontite Agressiva Periodontite CrônicaEntre todos os indivíduos:52%→ A.a mais leucotóxico11%→ A.a menos leucotóxico

Entre os positivos para A.a:83%→ A.a mais leucotóxico17%→ A.a menos leucotóxico

Entre todos os indivíduos:8%→ A.a mais leucotóxico

34%→ A.a menos leucotóxico

Entre os positivos para A.a:19%→ A.a mais leucotóxico81%→ A.a menos leucotóxico

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Resultados

• Houve associação positiva entre A.a e C. rectus em pessoas com P.A.; já em pessoas com P.C. houve associação entre A.a, C. rectus, P. gingivalis, T. forsythensis; entre C. rectus, P. gingivalis e P. intermédia; e entre P. gingivalis e P. intermédia com T. forsythensis

• Pessoas jovens eram mais prováveis de estarem infectadas com A.a do que pessoas mais velhas

• Apenas houve associações significativas entre a presença do A.amais leucotóxico e a classificação de P.A., idades mais jovens esondagem de bolsas profundas maiores que 6mm. Já o A.a menos leucotóxico foi mais detectado em pessoas com bolsa periodontal entre 4 e 6mm

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Resultados

• Pessoas infectadas com A.a mais leucotóxico demonstraram maior perda de inserção clínica do que pessoas infectadas com A.amenos leucotóxico ou pessoas não infectadas com A.a

• Pessoas jovens infectadas com A.a tiveram maior probabilidade de terem P.A. comparadas com pessoas da mesma idade não infectada com A.a

• Pessoas com 20 anos de idade ou ainda mais jovens infectadas com A.a mais leucotóxico tiveram próximos dos 100% de probabilidade de terem P.A. (Fig. 2) enquanto pessoas com 30 anos ou mais velhos , também infectados com A.a mais leucotóxico, tiveram uma ótima redução na probabilidade de terem P.A.

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Resultados

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Discussão

• Como esperado, indivíduos com P.A. foram encontrados principalmente em grupos mais jovens, enquanto P.C. foi encontrada em todos os grupos

• Estudos feitos no Chile demonstraram que a prevalência do A.a na P.A. foi significativamente menor do que a encontrada no Brasil,enquanto na P.C. os resultados foram similares

• A diferença na prevalência de A.a entre Brasil e Chile pode estar relacionada com a descendência africana que ocorre em mais de 45% da população brasileira

• É relatado que A.a tem maior prevalência em afro-descendentes e desconfia-se que o A.a mais leucotóxico tem origem africana. Por isso, população como a brasileira podem ser mais propensas a demonstrar maior prevalência de A.a e de A.a mais leucotóxico

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Discussão

• Estudos anteriores de pacientes com A.a nos EUA foram similares com o presente estudo com relação à prevalência de A.a mais leucotóxico

• Foi encontrada maior perda de inserção associada com infecção por A.a mais leucotóxico em comparação com infecção por A.amenos leucotóxico

• Uma revisão de 11 estudos mostrou que a presença ou ausência de A.a não diferencia pacientes com P.A. dos com P.C. e sim a presença de A.a mais leucotóxico, associada exclusivamente com P.A.

• Esse estudo demonstra a importância da leucotoxina na patogenia do A.a associado a periodontite, e sugere que o A.a mais leucotóxico, e não todas as espécies, pode ser útil no diagnóstico e tratamento de P.A.

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Bibliografia

• Tratado de Periodontite Clínica, Jan Lindhe 2ª Edição, 1992- Editora Guanabara Koogan

• Cortelli JR, Cortelli SC, Jordan S, Haraszthy VI, Zambon JJ.Prevalence of periodontal pathogens in Brazilians with aggressive or chronic periodontitis. J Clin Peridontol 2005; 32: 860–866. Blackwell Munksgaard 2005.