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A UTILIZAÇAO DA WEBQUEST COMO METODOLOGIA PARA O ENSINO DE

TRIGONOMETRIA NO TRÂNGULO RETÂNGULO

Autora: Gilvane Maria Chesini Bampi1

Orientadora: Francieli Cristina Agostinetto Antunes2

RESUMO

O presente artigo descreve as ações desenvolvidas pela professora participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, no decorrer da elaboração da produção didático-pedagógica e de sua implementação junto aos alunos da 8ª série/ 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Industrial – Ensino Fundamental e Médio, bem como as análises e reflexões obtidas sob o foco da utilização das mídias tecnológicas e da internet no ensino e aprendizagem de Matemática. A elaboração da proposta foi baseada em observações da autora a respeito da forma como o ensino e a aprendizagem de Matemática vêm acontecendo na escola. Na sequência, foram desenvolvidas pesquisas e estudos sobre a incorporação das mídias tecnológicas no contexto da sala de aula, criamos a WebQuest: Trigonometria Gill, enfocando o conteúdo Trigonometria, mais especificamente razões trigonométricas: seno, cosseno e tangente. Por fim, foram relatadas no artigo algumas ações utilizando a tecnologia disponível na escola. Podemos dizer que: WebQuest é uma metodologia de ensino que possibilita ao professor abordar diferentes conteúdos curriculares utilizando a pesquisa na internet, seja ele voltada a disciplina de Matemática ou não, facilitando a aprendizagem do aluno. Assim, espera-se com o artigo, auxiliar não só os professores de Matemática no desenvolvimento de sua prática pedagógica, mas também os demais educadores interessados em conhecer a metodologia WebQuest.

Palavras-chave: matemática; webquest; trigonometria; internet, triângulo retângulo.

ABSTRACT:

1 SEED – PR. Professora de Matemática das séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio e participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE–2010).

2 UNIOESTE – Cascavel. Professora Mestre em Ensino de Ciências e Educação Matemática pela Universidade Estadual de Londrina, e-mail: [email protected].

2

The current article describes the developed actions by the teacher participant of Educational Development Program – PDE (in Portuguese), during the didactic pedagogical production and its implementation with the students of 8º/9º grades of Elementary School of Colégio Estadual Industrial – Elementary and High School Teaching, as well the analysis and the thoughts obtained through the use technological medias and internet on the Math learning process. The proposal is based on the author observations related to the way the Math learning and teaching process is happening at school. Following, it has been developed researches and studies about the incorporation of technological medias in the classroom, it has been created the WebQuest: Gill Trigonometry, focusing the trigonometry content, more specifically the trigonometry functions: sine, cosine and tangent. At last, it has been reported in the work some actions using the available technology at school. It is possible to state that: WebQuest is a teaching methodology that enables the teacher to approach different school contents using researches on the internet, either for Math purposes or not; facilitating the learning process. Thus, it is expect that the article helps not only the Math teachers developing their pedagogical practices, but also others teachers who are interested in knowing the WebQuest Methodology.

Key-words: Math; webquest; trigonometry, internet; right triangle.

1 INTRODUÇÃO

O crescente desenvolvimento tecnológico possibilitou que informações,

antes disponíveis a uma restrita parcela da população, chegassem a um número

maior de pessoas da sociedade por meio da conexão ao mundo virtual. Certamente

isso ocorreu devido à utilização em massa da ferramenta internet.

Frente a esse contexto, as diferentes formas de comunicação e informação

vêm sendo incorporadas também pela escola no sentido de auxiliar professores não

só na elaboração de suas aulas, como também no desenvolvimento delas em sala

de aula. Inicia-se então, uma mudança de postura em prol da aprendizagem do

aluno.

Assim, nosso trabalho produzido de acordo com a proposta do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE tem por objetivo tornar público os resultados

da intervenção pedagógica desenvolvida sob o tema “O ensino de Trigonometria por

meio de Mídias e Tecnologias” e refletir sobre diferentes aspectos, entre eles: Quais

as dificuldades encontradas pelos alunos para calcular a largura de um rio, a altura

3

de um edifício, de uma torre ou mesmo de um poste? Por que normalmente as aulas

de Matemática são predominantemente expositivas, com pouca interação entre os

alunos? Como nós professores podemos contribuir de maneira mais eficaz na

construção do conhecimento utilizando as mídias tecnológicas? Como desenvolver

nossas aulas de modo que o aluno pesquise na internet transformando as

informações em conhecimento? Diante disso, como estudar Trigonometria de forma

criativa, dinâmica, desenvolvendo a capacidade de pensar, analisar, estabelecer

relações, discutir e criar?

Após, estas indagações e algumas reflexões, nos propomos a criar material

pedagógico baseado na metodologia WebQuest3, que pudesse adaptar-se às

necessidades de aprendizagem dos alunos e também melhorar a relação professor

aluno em sala de aula.

O professor que busca auxiliar seus alunos na construção do conhecimento,

não se limita em repassar os conteúdos curriculares, mas procura criar diferentes

estratégias que possam relacionar a teoria estudada em sala de aula com situações

práticas vivenciadas pelos alunos no cotidiano.

Então, na perspectiva de encontrarmos caminhos para promoção da

aprendizagem com interação, a WebQuest apresenta-se como uma metodologia que

estimula o uso pedagógico das informações disponíveis na internet.

Podemos dizer que havendo possibilidade é importante que o professor

fundamente sua prática pedagógica em alguma tendência metodológica da

Educação Matemática. Assim, baseada nas tendências, procuramos desenvolver a

WebQuest articulando o conteúdo estruturante “Grandezas e Medidas” ao específico

“Trigonometria: relações trigonométricas nos triângulos”.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Matemática do Estado do Paraná

(DCEs), “O trabalho com as mídias tecnológicas insere diversas formas de ensinar e

aprender e valoriza o processo de produção de conhecimentos” (PARANÁ, 2008,

p.66).

Portanto, utilizar a WebQuest como atividade promotora de aprendizagem,

nos parece viável, pois proporciona ao professor condições de planejar e elaborar

seu material de trabalho e ao aluno estimula a pesquisa na internet de forma

3 Etmologia da palavra WebQuest. Web: (Rede Word Wide Web – rede de hiperligações). Quest: (questionamento, busca, investigação, aventura ou pesquisa)

4

direcionada, a investigação, a interação entre colegas, o pensamento crítico, a

argumentação, a produção, entre outros.

2 TECNOLOGIA

Um dos desafios da sociedade nas últimas décadas tem sido acompanhar e

incorporar os avanços da evolução tecnológica no meio educacional, principalmente

para a utilização em sala de aula. Hoje, a internet com a imensa quantidade de

informações disponibilizadas de forma confiável ou não, deixou de ser exclusividade

das empresas, passando a ser acessada também pelo indivíduo em seu ambiente

familiar.

Percebe-se, que entre as informações consultadas existem conteúdos que

podem ser úteis no contexto da aprendizagem escolar, ou seja, informações que

acrescentam novas perspectivas a forma de ensinar e aprender. Moran nos diz: “O

acesso às redes eletrônicas também estimula a busca on-line da informação

desejada. É uma situação nova no aprendizado” (MORAN, 2007, p.21).

Apesar de ser uma atividade inerente ao ser humano a construção do

conhecimento exige do individuo determinadas capacidades, como: saber observar,

fazer relações, refletir e principalmente transformar as informações obtidas. Sendo

assim, a internet possibilita uma nova maneira de organizar as informações,

servindo de referência para o estudo nas diversas disciplinas escolares.

Além disso, uma das formas interessantes do professor utilizar a internet

como recurso pedagógico é desenvolver atividades na forma de pesquisa orientada,

principalmente aquelas onde os alunos são dispostos em equipes de trabalho. A

estratégia proporciona satisfação ao aluno, pois permite o trabalho em equipe na

tentativa de superar dificuldades em prol da solução de um desafio.

Para Moran:

Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação significativa, a escolher as informações verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e a torná-las parte do nosso referencial (MORAN, 2007, p.23).

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Assim, explorar as informações provenientes da internet pode ser uma

alternativa para integrar tecnologia e metodologia. Teoricamente, a WebQuest

desponta como metodologia que auxilia o professor na abordagem do conteúdo.

3 WEBQUEST

Podemos dizer que WebQuest é uma metodologia de ensino que favorece o

processo educacional, viabilizando a exploração dos recursos disponíveis na

internet, onde professores e alunos utilizam as informações pesquisadas de forma a

construir aprendizagem significativa e efetiva.

Na proposta de ensino com a metodologia WebQuest, o professor assume o

papel de orientador da atividade, direcionando as ações de forma a promover a

participação e a interação dos alunos na equipe, incentivando-os a solucionar

situações propostas.

No artigo A Alma da WebQuest, o professor Jarbas Novelino Barato faz

referência a origem da WebQuest. Cita, que Bernie Dodge professor de Tecnologia

Educacional da Universidade de São Diego Califórnia – Estados Unidos da América

(EUA) e seu colega Tom March, durante um curso de capacitação de professores

em 1995 depararam-se com a necessidade de fornecer informações de determinado

software aos alunos. No entanto, como não possuíam cópia ou meios que pudessem

tornar possível a demonstração, resolveram adaptar uma estratégia de trabalho, que

resultou na criação da WebQuest.

No Brasil, a metodologia foi difundida pelo professor Jarbas Novelino Barato

na Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP) e no Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial (SENAC/SP).

Por meio desta metodologia que exige poucos recursos, o professor poderá

propor aos alunos diferentes atividades, desde as mais simples até as mais

complexas, dependendo dos objetivos a que se propõe atingir.

Abar & Barbosa acrescenta: “WebQuest é uma atividade didática,

estruturada de forma que os alunos se envolvam no desenvolvimento de uma tarefa

6

de investigação usando principalmente recursos da Internet” (ABAR & BARBOSA,

2008, p.11).

Hoje, com a disponibilização da internet nas escolas, as fontes de pesquisa

passaram a ser amplas, atualizadas e de fácil acesso se comparadas ao período

anterior à disponibilização da ferramenta na escola. A internet potencializou o

acesso às informações aumentando as possibilidades de comunicação com o

mundo. Porém, sua utilização de forma coerente ainda é um desafio a nós

professores.

Moran, nos alerta a respeito da necessidade de certos cuidados ao

utilizarmos a internet na ação pedagógica:

Ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção do professor. (...) Diante de tantas possibilidades de busca, a própria navegação se torna mais sedutora do que o necessário trabalho de interpretação. Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas conexões possíveis, de endereços dentro de outros endereços, de imagens e textos que se sucedem ininterruptamente. Tendem a acumular muitos textos, lugares, idéias, que ficam gravados, impressos, anotados. Colocam os endereços, os artigos uns ao lado dos outros, sem a devida triagem (MORAN, 2007, p.52).

Assim, percebe-se que é necessário acompanharmos detalhadamente os

alunos na execução das atividades da WebQuest. Por se tratar de um método

dinâmico de pesquisa que pretende solucionar um desafio, o professor dependendo

da necessidade poderá selecionar, além da internet, outras fontes confiáveis de

pesquisa, sendo elas de livros, revistas, vídeos, entrevistas, entre outras.

Embora considerada importante a utilização da tecnologia, vale lembrar que

seu uso torna-se desprovido de sentido se não estiver aliada a objetivos definidos

dentro de uma perspectiva educacional que leva em conta a aprendizagem pelo

aluno. Para Abar & Barbosa:

WebQuest é uma técnica para aprendizagem em que uma atividade proposta aos alunos deve envolvê-los (preferencialmente) em uma pesquisa na internet, participando de um trabalho colaborativo cujo resultado é uma produção concreta. Na atividade, os alunos são estimulados a ativar níveis de pensamento mais elevados do que a simples memorização (ABAR & BARBOSA, 2008, p.76).

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Com a intenção de auxiliar professores na montagem de uma WebQuest, a

metodologia fora estruturada em componentes. São eles: Introdução, Tarefa,

Processo, Recurso, Avaliação e Conclusão. Com o passar dos anos, Dodge e seus

colaboradores observaram a necessidade de adaptar o modelo original,

estabelecendo a junção do Processo ao Recurso e a criação do campo Créditos.

- Introdução: é a apresentação rápida em forma de texto a qual expõe a

atividade por meio de uma situação-problema (história). É importante que as

informações disponibilizadas sirvam de incentivo e motivação aos alunos a fim de

despertar o interesse em desenvolver a pesquisa.

- Tarefa: é a descrição das atividades a serem realizadas na WebQuest. As

atividades precisam ser desafiadoras e executáveis de modo que os alunos se

mantenham focados na pesquisa. A tarefa proposta poderá ser de simples execução

ou exigir maior grau de dedicação dos alunos. Sua formulação depende da

imaginação do professor e dos objetivos educacionais que deseja atingir.

Abar & Barbosa acrescenta:

A tarefa é a componente mais importante da WebQuest. A sua criação exige, dos autores, muito tempo e dedicação no desenho da proposta, pois ela deve estar inserida no contexto da escola, ser desafiadora, motivante e, também, passível de ser executada pelos alunos (ABAR & BARBOSA, 2008, p.42).

Em síntese, pode-se dizer que a tarefa explicita uma meta, um foco a ser

atingido, tornando concretas as intenções do autor.

- Processo: é a descrição detalhada dos caminhos pelos quais os alunos

percorrerão para obterem os resultados, podendo ser por meio de gráficos, mapas,

figuras, etc. Informa também as fontes de pesquisa como sites ou outros recursos.

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- Avaliação: apresenta os critérios e níveis de desempenho pelos quais os

alunos serão avaliados. Na etapa poderá conter auto-avaliação, onde o aluno terá a

oportunidade de avaliar seu desempenho de acordo com o estipulado na tarefa.

- Conclusão: propõe um desfecho relembrando o que foi pesquisado, com

os objetivos supostamente atingidos na execução da WebQuest. Se o professor

preferir, poderá haver indícios para novas pesquisas sobre o assunto ou outro.

- Créditos: é o local onde disponibilizamos as fontes de todos os materiais

utilizados na montagem e na execução da WebQuest, contendo endereços de

imagens, músicas, textos, livros, sites, etc.

O professor, ao construir uma WebQuest baseada na metodologia de Bernie

Dodge precisa levar em consideração alguns aspectos importantes. Entre eles, a

questão do tempo de duração da WebQuest e a dimensão da aprendizagem que se

deseja envolver. Assim, as WebQuests são classificadas em:

- WebQuest de curta duração: são objetivas e simples, pois, compreendem

atividades com duração de uma a três aulas, onde a principal finalidade é instruir os

alunos na construção de determinado conhecimento. Costuma-se utilizar este tipo

de WebQuest como atividade inicial para preparar os alunos para uma WebQuest de

longa duração;

- WebQuest de longa duração: é um projeto mais elaborado. Compreende

a utilização de mais de quatro aulas podendo chegar a um semestre conforme

descrito por Abar & Barbosa. Este tipo de WebQuest é recomendada quando o

professor dispõe de muitas aulas para desenvolver determinado conteúdo.

Um aspecto importante é a forma como a aprendizagem colaborativa e

cooperativa ocorrem no ambiente de aprendizagem. Mas, o que é aprendizagem

colaborativa e aprendizagem cooperativa? Sobre isso, Abar & Barbosa nos diz:

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Entende-se por aprendizagem colaborativa uma estratégia educativa em que os alunos, em um grupo, têm um espaço de trabalho conjunto, participação ativa caracterizada pela interação, em que as idéias são compartilhadas, comparadas e discutidas, sendo, cada um, responsável pela própria aprendizagem e pela dos demais. Na aprendizagem cooperativa, além da interação e colaboração, deve haver uma relação de respeito mútuo entre os componentes do grupo, ações conjuntas e, principalmente, interdependência positiva (ninguém terá sucesso a não ser que todos tenham) e responsabilidade individual (ABAR & BARBOSA, 2008, p. 82).

Observa-se que a cooperação exige uma estrutura de interação que facilita a

realização das atividades por meio do trabalho em equipe. Um dos itens importantes

é que os alunos não desenvolvem o trabalho individualmente, sempre há troca

recíproca melhorando a qualidade das soluções.

Por fim, podemos dizer que a aprendizagem cooperativa acontece desde

que a equipe se disponha a aprender em cooperação uns com os outros.

4 IMPLEMENTAÇÃO

Para a implementação da produção didático-pedagógica, escolhemos o

Colégio Estadual Industrial - Ensino Fundamental e Médio, situado na Avenida Julio

Assis Cavalheiro no Bairro Industrial em Francisco Beltrão, estado do Paraná.

A instituição atende aproximadamente a quinhentos alunos em três turnos:

matutino, vespertino e noturno. Sua estrutura física compreende diversas salas de

aula equipadas com TV multimídia, biblioteca, laboratório de Química, Física e

Biologia, laboratório de informática, sala de professores, secretaria, e cozinha,

distribuídos num prédio de dois pavimentos, conta também com duas quadras de

esporte.

No laboratório de informática encontram-se trinta e seis computadores

distribuídos em ilhas com quatro equipamentos cada (laboratório PARANÁ DIGITAL

e laboratório PROINFO).

Com relação à produção didático-pedagógica descrevemos:

Primeira etapa

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Em vinte e um de junho de dois mil e onze apresentamos o projeto de

implementação “A Utilização da WebQuest como Metodologia para o Ensino de

Trigonometria no triângulo retângulo” produto de estudos realizado durante o

desenvolvimento do PDE - 2010 para a professora titular da turma (ao citar

professora titular, estou me referido à professora que, na ocasião, ministrava as

aulas de Matemática para a turma, pois como professora PDE, ao retornar a escola

exerceria a função de diretora da instituição citada. Assim, precisaria escolher uma

turma para desenvolver a intervenção pedagógica). Em primeiro de julho de dois mil

e onze, apresentamos o referido projeto à direção (responsável na época) e a

equipe pedagógica do colégio. E na data de vinte e dois de julho de dois mil e onze

durante a formação continuada realizada no Colégio Estadual Industrial Ensino

Fundamental e Médio, apresentamos uma síntese do projeto de implementação à

comunidade escolar presente na capacitação.

Segunda etapa

No decorrer do segundo semestre de 2011, iniciamos a implementação da

produção didático-pedagógica, mais precisamente em vinte e sete de setembro de

dois mil e onze. Apesar de elaborada no primeiro semestre, a implementação

iniciou-se somente no final de setembro devido alguns fatores. Citamos aqui um

deles: o colégio adotou o sistema de avaliação trimestral, onde o segundo trimestre

só encerrar-se-ia na segunda metade de setembro, em consenso com a professora

titular da turma programamos o desenvolvimento das atividades da WebQuest para

após o término do mesmo.

A turma escolhida, 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental contava com

trinta e seis alunos, a maioria com domínio das noções básicas de Matemática,

porém, de modo geral a turma era inquieta, com conversas excessivas.

É importante ressaltar que, durante a implementação da produção didático-

pedagógica como professora PDE, contei com a colaboração de dois auxiliares no

laboratório de informática: o Agente Educacional II (funcionário responsável pelo

laboratório de informática) e a professora titular da turma, que não mediram esforços

para auxiliar-me nos momentos necessários. Devido ao número elevado de alunos

(36), onde todos desenvolviam as atividades no laboratório ao mesmo tempo seria

difícil um professor dar conta da situação, visto que algumas vezes os computadores

não funcionavam de forma adequada, ou mesmo, devido às dificuldades dos alunos

11

diante de diferentes situações como: criação de pastas, salvar tarefas e acessar os

sites, etc. Sem dúvida, eles merecem ser mencionados pelo apoio disponibilizado.

Assim, com o auxílio dos profissionais citados, desenvolvemos a WebQuest

que utiliza as mídias tecnológicas, tendência esta proposta pelas DCEs de

Matemática do estado do Paraná. A implementação propõe utilizar a internet nas

aulas de Matemática adequando-se ao conteúdo Trigonometria: relações

trigonométricas no triângulo retângulo.

Inicialmente, foram previstas aproximadamente 20 horas/aula para

desenvolvermos o trabalho com os alunos. No entanto, elas foram insuficientes,

sendo que ao final totalizaram-se 36 horas/aula de implementação.

4.1 SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

Sala de aula - 27/09/2011

A primeira aula. Os alunos e eu já nos conhecíamos, mas não na relação

professor-aluno então, de certa maneira, a situação era novidade. Na ocasião, optei

em expor os slides explicativos no projetor multimídia devido à possibilidade de

visualização em tamanho maior, visto a grande quantidade de alunos da turma.

Montado o equipamento, iniciamos com o material “WebQuest, Tecnologia

e Trigonometria”, produzido com a finalidade de informar aos alunos a respeito do

trabalho que seria desenvolvido nas aulas de Matemática.

Apresentamos os slides “WebQuest, Tecnologia e Trigonometria”.

“WebQuest,

Tecnologia e

Trigonometria”

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Identificação

• GILVANE MARIA CHESINI BAMPI

(PDE 2010)

• Colégio Estadual Industrial – E.F.M de

Francisco Beltrão - PR

• Orientação da profª Ms : Francieli Cristina

Agostinetto Antunes

• 8ª série/9º ano – Ensino FundamentalObs.: material integrante da Unidade Didática

TEMA

O ensino de Trigonometria por meio de Mídias e Tecnologias

“A Utilização da WebQuest comoMetodologia para o Ensino de

Trigonometria no Triângulo Retângulo”.

TÍTULO

Trigonometria e…

Encontramos um caminho! É por meio da WebQuest.

A metodologia da WebQuest é apropriada, pois possibilita ao professor a elaboração de sua

própria atividade de aprendizagem, disponibilizando-a aos alunos

por meio de site.

WebQuest?

- O que é isso?

- Veja o que diz Abar & Barbosa em seu livro, baseado nadefinição de Dodge Bernie (2008, p. 11):

- “WebQuest é uma atividade didática, estruturada de forma que os alunos se

envolvam no desenvolvimento de uma tarefade investigação usando principalmente

recursos da Intrernet.”

WebQuest?

Ou seja: WebQuest é uma metodologia de ensino.

Mas, o que significa WebQuest?

- Web (rede de hiperligações) e - Quest (questionamento, busca ou pesquisa).

WebQuest?

- O modelo WebQuest foi criado em 1995 pelo professor Dodge Benie da

Universidade de San Diego - Califórnia –EUA.

- No Brasil foi divulgada por JarbasNovelino Barato pela Escola do Futuro, da Universidade de São Paulo (USP) e pelo Serviço nacional de Aprendizagem

Comercial (SENAC).

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Componentes da WQIntrodução: Texto curto que apresenta o assunto

despertando a curiosidade em relação ao tema.

- Tarefa: Fornece as metas a serem atingidas.

- Processo: Descreve os passos como os alunos deverão realizar a tarefa com as fontes de informações.

- Avaliação: Apresenta os critérios pelos quais os alunos serão avaliados no desenvolvimento das tarefas.

- Conclusão: Contempla aspectos importantes expostos na introdução e poderá apontar novos caminhos.

(Obs.: segundo Dodge Bernie)

Assim...

- Sejam bem Vindos a Trigonometria da 8ª série/9º ano, por meio da

WebQuest,que busca a informação e a transforma

em conhecimento!

Durante a apresentação do material, os alunos obtiveram noções dos

motivos pelos quais nos levaram a escolher a metodologia e o conteúdo em

questão, demonstrando interesse pelo assunto e pela forma de trabalho que utiliza

computadores e internet nas aulas de Matemática. Além disso, estavam ansiosos

para ver e desenvolver a WebQuest. Por mais que havíamos comentado sobre os

componentes da WebQuest, uma das indagações dos alunos foi em relação a

maneira como iriam procurar pelas informações na internet para responder as

tarefas (naquele momento não entendiam que as informações estavam disponíveis

em links direcionados ao assunto).

Laboratório de informática – Início em 27/09/2011

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Ressaltamos que a prática fora pensada no sentido de desenvolvermos

tarefas que abordassem o conteúdo Trigonometria por meio de pesquisas e

construções. Assim, considerando a situação, optamos em descrever de modo geral

as atividades desenvolvidas na execução da WebQuest, sem especificarmos a data

cronológica, até porque as equipes as desenvolveram em momentos diferentes.

Para facilitar o trabalho durante as aulas no laboratório, utilizamos o projetor

multimídia e o notebook, assim, ao mesmo tempo em que as equipes acessavam o

site, nós acompanhávamos de modo geral o processo, projetando as telas da

WebQuest na parede. E sempre que havia dúvidas estas eram comentadas na

equipe ou coletivamente com o auxílio do projetor.

No decorrer do processo, auxiliamos os alunos nas pesquisas na internet e

em suas dúvidas. Com atenção especial a algumas equipes que apresentaram

pouca habilidade na forma de conduzir as pesquisas.

Optamos, também em imprimir algumas atividades produzidas pelas

equipes, para que cada aluno pudesse organizar os registros no caderno. Exemplo

disso foram as construções no Geogebra e das tabelas.

A seguir, apresentamos algumas imagens e considerações de páginas da

WebQuest disponível no site https://sites.google.com/site/webquesttrigonometriagill/.

As equipes ao acessarem a WebQuest precisavam verificar os

componentes: Apresentação (refere-se ao material PDE/2010), Introdução, Tarefa,

Processo, Avaliação e Conclusão, com especial atenção a avaliação, pois nela

contém os critérios pelos quais as equipes seriam avaliadas durante a WebQuest.

Logo, ao iniciar o desenvolvimento da WebQuest, percebemos que algumas

equipes sentiram dificuldades e precisavam de ajuda. Então, combinamos que

juntos faríamos a leitura e interpretação das telas Apresentação e Introdução.

Apresentação

Imagem 1 – Página de Apresentação do site Fonte: da autora

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Introdução

Imagem 2 – Página da Introdução do site Fonte: da autora

Imagem 3 – Página da Introdução do site Fonte: da autora

Durante a leitura da Introdução, procuramos motivar os alunos a

desenvolver a WebQuest. Procuramos enfatizar os pontos principais, propondo que

solucionassem a situação-problema contada por meio de uma história que envolve

mensagens enigmáticas no “MSN” 4.

O texto induziu a investigação com situações conhecidas e desconhecidas.

É o Caso da frase “Olho para o céu e vejo... olho para o lado e vejo Hiparco...”

Vários perguntaram o que significava Hiparco. E a resposta fora: vamos descobrir

junto?

Por meio de linguagem descontraída o texto que mistura realidade e

imaginação despertou o interesse da maioria dos alunos em continuar a leitura.

Num primeiro momento, nem todas as equipes envolveram-se na história.

Das nove equipes formadas, três delas precisaram retomar a leitura da Introdução,

pois, não haviam compreendido que deveriam prosseguir, tentavam responder a

questão de onde poderia estar a chave devido ao texto citar “...objeto formado por

um ângulo trigonométrico de certa inclinação...” já as demais equipes continuaram a

leitura em busca de mais informações.

Tarefa/ Processo

Na “WebQuest Trigonometria Gill” as equipes notaram que a atividade

central propunha resgatar “Bugiganga”. Mas como fazer isso? Após observarem o

4 “MSN Messenger” é um programa de mensagens instantâneas, criado em 1999, o qual permite comunicação em tempo real entre amigos “virtuais” pela internet. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/MSN_Messenger

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texto da WebQuest, logo perceberam que precisavam seguir as informações e

desenvolver as tarefas descritas no Processo.

Processo - Tarefa 1 - Etapa 1 - Formando grupos

Imagem 4 – Página inicial do Processo Fonte: da autora

Imagem 5 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 1 Fonte: da autora

Para agilizar a Tarefa 1 etapa 1, auxiliamos os alunos na montagem das

equipes, na escolha do redator e na criação da pasta.

Após, formada a equipe, a mesma recebeu um nome. Por exemplo: Equipe

1, Equipe 2 e assim sucessivamente, até que todos os alunos estivessem

distribuídos, inclusive os faltantes do dia. Na sequência, anotamos o nome e o e-

mail do redator da equipe, para que ao final dos trabalhos com a WebQuest

pudéssemos liberar a inclusão do relatório da equipe na página no site específico.

Concluída a etapa, as equipes perceberam que não haveria necessidade de

esperar as demais equipes concluírem a etapa para prosseguirem no

desenvolvendo da WebQuest. E assim aconteceu.

Processo - Tarefa 1- Etapa 2 - Conhecendo o Geogebra

Imagem 6 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 2 Fonte: da autora

Imagem 7 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 2 Fonte: da autora

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Imagem 8 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 2 Fonte: da autora

Imagem 9 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 2 Fonte: da autora

Para desenvolver a Tarefa 1 etapa 2 com as atividades “Construção de

Triângulo no Geogebra” e “O Geogebra e suas Rampas”, foi escolhido o programa

Geogebra, por ser uma ferramenta de mediação da aprendizagem onde conceitos

básicos puderam ser visualizados de forma precisa, desde que seguidas as

orientações corretamente.

Quando montamos as atividades Tarefa 1 etapas 2, 3 e 4 acreditávamos

que os alunos já tivessem trabalhado com o programa, no entanto, isso não se

confirmou, gerando pequenas dificuldades de compreensão do software. Assim,

compreender as “áreas” de trabalho do Geogebra tornou-se mais que necessária

para prosseguir na execução das etapas. Essa compreensão fora possível por meio

do site que contém o Manual do Geogebra com explicações dos principais

componentes do software. Neste momento eu, professora PDE, a professora titular

da turma e o Agente Educacional II acompanhamos cada equipe esclarecendo as

dúvidas, não havendo assim, necessidade de pausa no desenvolvimento da

WebQuest para maiores explicações, até porque as dúvidas não eram as mesmas.

Processo - Tarefa 1 - Etapa 3 - Construção de Triângulo no Geogebra

Imagem 10 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 3 Fonte: da autora

Imagem 11 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 3 Fonte: da autora

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Imagem 12 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 3 Fonte: da autora

Enfatizou-se na Tarefa 1 etapa 3 a geometria sem o uso de régua,

compasso ou transferidor. Nela, foram explorados alguns recursos do programa por

meio da representação de um triângulo qualquer. De certa maneira, a geometria, tão

temida pelos alunos, foi apresentada sem mistérios, de forma simples com o auxílio

do software Geogebra. As equipes relembraram conceitos básicos dos triângulos

sem grandes dificuldades, devido a descrição detalhada dos passos, inclusive com

imagem e nome do botão a ser selecionado. Isso facilitou e muito.

Mesmo assim, algumas equipes, não observaram o sentido horário e anti-

horário e calcularam os ângulos externos. Quando o resultado obtido foi cofrontado

com o de outras equipes perceberam que havia algo diferente. Então, por meio de

comparação demonstramos que o resultado se altera quando clicado no sentido

horário em relação ao clicado no sentido anti-horário. Acreditamos que desta forma,

verificando o “erro” a aprendizagem acontece.

Construção:

Imagem 13 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 3 (tarefa desenvolvida pela Equipe 6 e a professora) Fonte: da autora

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Processo - Tarefa 1 - Etapa 4 - O Geogebra e suas “Rampas”

Imagem 14 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 4 Fonte: da autora

Imagem 15 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 4 Fonte: da autora

Imagem 16 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 4 Fonte: da autora

Imagem 17 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 4 Fonte: da autora

Imagem 18 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 4 Fonte: da autora

Na atividade Tarefa 1 etapa 4 construções das rampas, algumas equipes

sentiram dificuldades para medir os lados de dois triângulos, por estarem

sobrepostos. Por exemplo, mediram como lado dos triângulos, o segmento AB

(correto), o segmento BC e o segmento CD (estes dois últimos são apenas parte do

lado dos triângulos, o restante não está aparente). Assim, foram necessárias

orientações.

À medida que as equipes concluíram as construções e medições, iniciaram a

movimentação do ponto E, observando o comportamento dos lados e ângulos

internos de cada triângulo. Após, análises concluíram: os ângulos internos

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correspondentes possuem a mesma medida e os lados correspondentes são

proporcionais. Logo, os triângulos construídos são semelhantes. Existia ali a

condição de semelhança.

Naquele momento observaram também que ao mover o ponto o valor do

ângulo A chegava próximo a 30º. Porém, nenhuma equipe conseguira movimentar o

ponto E de forma a encontrar valor exato de 30º, mas isso não seria problema para a

atividade, pois, com a movimentação variavam-se ao mesmo tempo a medida do

ângulo e dos lados do triângulo de forma proporcional. A atividade desenvolvida foi

interessante, ocorrendo alguns questionamos e a possibilidade de instalação do

software em equipamentos pessoais.

Construção:

Imagem 19 – Processo – Tarefa 1 – Etapa 4 (tarefa desenvolvida pela Equipe 6 e a professora) Fonte: da autora

Processo - Tarefa 2 - Etapa 1 - Registrando Raciocínio e Valores

Imagem 20 – Processo – Tarefa 2 Fonte: da autora

21

Imagem 21 – Processo – Tarefa 2 – Etapa 1 Fonte: da autora

Imagem 22 – Processo – Tarefa 2 – Etapa 1 Fonte: da autora

Para executar a Tarefa 2 etapa 1, as equipes precisaram completar a tabela

1, que primeiramente fora salva na pasta da equipe. As equipes que tiveram

dificuldade de localizar a tabela foram orientados para que observassem no final da

página. Deveriam efetuar download, como mostra a imagem a seguir.

Imagem 23 – Processo – Tarefa 2 – Etapa 1 (imagem do rodapé da tela) Fonte: da autora

Ao final da Tarefa 2 etapa 1, após preenchida a tabela e feita a análise dos

valores encontrados com a movimentação do ponto E, as equipes perceberam com

algumas pequenas variações que as razões eram praticamente iguais nos triângulos

retângulo construídos, seja ele o menor, o médio ou o maior. O valor mantinha-se

constante. Por fim, efetuou-se a impressão da tabela para ser fixada no caderno.

Construção:

Imagem 24 – Processo – Tarefa 2 – Etapa 1 (tarefa postada no site indicado) Fonte: da autora

22

Processo - Tarefa 2 - Etapa 2 - Algumas Relações

Imagem 25 – Processo – Tarefa 2 – Etapa 2 Fonte: da autora

Imagem 26 – Processo – Tarefa 2 – Etapa 2 Fonte: da autora

Na Tarefa 2 etapa 2, para introduzirmos o conceito de razões

trigonométricas, utilizamos a atividade complementar Simulador. Por meio dele, as

equipes perceberam que alterando as medidas dos lados dos triângulos suas razões

permaneceram iguais.

Um dos pontos positivos que merece destaque aconteceu na atividade do

site: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2003/icm11/, quando uma das equipes observou

que os valores dos catetos adjacente e oposto estavam trocados, alterando assim os

resultados. Foi interessante, pois, por meio da colaboração da equipe, conseguimos

trocar informações, observar a situação e obter aprendizado.

Imagem 27 – Processo – Tarefa 2 – Etapa 2 (imagem modificada - tela simulador) Fonte: da autora

Imagem 28 – Processo – Tarefa 2 – Etapa 2 (imagem modificada – tela simulador corrigida) Fonte: da autora

Processo - Tarefa 3 - Etapa 1 - Origem da Trigonometria e Etapa 2 -

Descobertas: Distância da Terra à Lua

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Imagem 29 – Processo – Tarefa 3 Fonte: da autora

Imagem 30 – Processo – Tarefa 3 – Etapa 1 Fonte: da autora

Imagem 31 – Processo – Tarefa 3 – Etapa 2 Fonte: da autora

Imagem 32 – Processo – Tarefa 3 – Etapa 2 Fonte: da autora

As atividades da Tarefa 3 etapas 1 e 2 envolveram pesquisas sobre a

origem da Trigonometria com leituras de textos. De modo geral, as equipes levaram

muito tempo para executar as etapas devido à necessidade de produção de síntese.

Percebeu-se que poucos alunos estão habituados a ler textos,

principalmente em sites, analisar informações e escrever sobre o assunto. Alguns

alunos não tiveram paciência de realizar completamente as etapas.

Devido ao tempo utilizado para desenvolver as etapas 1 e 2, que

compreendem a leitura de quatro textos (mesmo não sendo longos) deduzimos que

é possível que estes sejam reduzidos a dois textos, sem prejuízo de informações

necessárias a compreensão do assunto. Acreditamos que retirá-los na totalidade,

não seria conveniente até porque é necessário estimularmos os alunos a leitura com

a descrição de síntese, onde possam transcrever as ideias do autor.

24

Processo - Tarefa 3 - Etapa 3 - Complementando o Estudo

Imagem 33 – Processo – Tarefa 3 – Etapa 3 Fonte: da autora

Imagem 34 – Processo – Tarefa 3 – Etapa 3 Fonte: da autora

Para a realização da Tarefa 3 etapa 3, pedimos a cada aluno (se possível)

mesmo aqueles que não haviam chegado à etapa, que assistissem em casa o vídeo

citado na etapa (pedimos isso, logo que a primeira equipe chegara a etapa).

Na aula marcada assistimos ao vídeo juntos, por meio do projetor multimídia

(vídeo fora baixado com antecedência). A história em Língua Espanhola enfoca as

comprovações de Eratóstenes. O vídeo encontra-se disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=sAjtYwXy5Bc&feature=related&noredirect=1.

Adotamos tal estratégia, devido alguns computadores não possuírem caixa de som.

Durante a sessão, fizemos algumas paradas onde os alunos foram

estimulados a organizar o pensamento e buscar caminhos para solucionar a questão

proposta, com isso surgiram discussões em torno do assunto. Na etapa, há também

duas questões propostas, que puderam ser solucionadas por meio da observação

do vídeo. Na sequência cada equipe prosseguiu desenvolvendo as questões.

Processo - Tarefa 4 - Etapa 1 - Construindo Tabela de Tangentes

Imagem 35 – Processo – Tarefa 4 Fonte: da autora

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Imagem 36 – Processo – Tarefa 4 – Etapa 1 Fonte: da autora

Imagem 37 – Processo – Tarefa 4 – Etapa 1 Fonte: da autora

Imagem 38 – Processo – Tarefa 4 – Etapa 1 Fonte: da autora

Imagem 39 – Processo – Tarefa 4 – Etapa 2 Fonte: da autora

Na Tarefa 4 etapa 1, as equipes ao moverem o ponto E chegaram a ângulos

com valores bem próximo do estipulado na questão (exemplo: ao movimentar o

ponto E para localizar o ângulo de 10º encontraram o ângulo de 10,01º), pois,

mesmo não exatos a situação não gerou problemas, as medidas do cateto oposto e

do cateto adjacente encontradas estavam proporcionais ao ângulo marcado. Assim,

ao utilizarem o ângulo com abertura aproximada, as medidas dos lados do triângulo

eram proporcionais. Observamos também que devido a posição dos triângulos

construídos na malha, algumas equipes não conseguiram encontrar todos os valores

procurados, pois a tela tornou-se pequena para esboçar o resultado da

movimentação. Entendido o processo de construção da tabela, as equipes a

preencheram salvando-a na pasta.

Construção:

Imagem 40 – Processo – Tarefa 4 – Etapa 1 (imagem da tarefa postada no site indicado) Fonte: da autora

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Imagem 41 – Processo – Tarefa 4 – Etapa 1 (acesso a tarefa) Fonte: da autora

A atividade Tarefa 4 etapa 2 - Praticando mais um pouco, optamos em

não desenvolvê-la, mesmo acreditando ser necessária, devido ao tempo que

teríamos para executar a WebQuest. A atividade compara os dados obtidos por

meio da construção no Geogebra as informações pesquisadas na atividade

experimental da Ludoteca. Hoje, acreditamos que a etapa poderia ser desenvolvida

como atividade para casa, caso não houvesse tempo hábil em sala de aula.

Processo - Tarefa 4 - Etapa 3 - Razões Trigonométricas

Imagem 42 – Processo – Tarefa 4 – Etapa 3 Fonte: da autora

Imagem 43 – Processo – Tarefa 4 – Etapa 3 Fonte: da autora

Durante o desenvolvimento da Tarefa 4 etapa 3, as equipes conheceram as

tabelas das razões trigonométricas que foram utilizadas em etapas posteriores.

Quanto à atividade exposta no item “Mais informações”, não foi desenvolvida

devido a impossibilidade de baixá-la (software gráfico trigonometria 1.1) em todos os

computadores. A permissão só ocorreu nos computadores do laboratório PROINFO.

Quanto à atividade exposta no item “Outra maneira”, esta sim fora desenvolvida. O

simulador é executado no próprio site não havendo necessidade de baixá-lo. Ao

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executarmos o simulador movimentando o ponto P observamos o comportamento

das razões trigonométricas em cada quadrante, seja no gráfico ou na tabela

apresentada ao lado do simulador, com isso as razões seno, cosseno e tangente

foram frisadas.

Tarefa 4 – Etapa 4 - Etapa 4 - Testando o Raciocínio

Imagem 44 – Processo – Tarefa 4 – Etapa 4 Fonte: da autora

Tarefa 4 etapa 4. Devido ao tempo que teríamos para o término da

WebQuest não cobramos das equipes o desenvolvimento da etapa. Mesmo assim,

algumas equipes a executaram, pois bastava analisar a questão e responder qual

razão trigonométrica seria utilizada para determinar o lado desconhecido do

triângulo retângulo em relação ao ângulo assinalado.

Processo - Tarefa 5 - Etapa 1 - Conhecendo “Medidores de Ângulos”

Imagem 45 – Processo – Tarefa 5 Fonte: da autora

Imagem 46 – Processo – Tarefa 5 – Etapa 1 Fonte: da autora

Com a atividade Tarefa 5 etapa 1, as equipes tiveram a oportunidade de

conhecer nos sites estipulados dois instrumentos de medir ângulos, o Teodolito e o

Astrolábio.

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Processo - Tarefa 5 - Etapa 2 - Construção do “Medidor de ângulos” Teodolito

Imagem 47 – Processo – Tarefa 5 – Etapa 2 Fonte: da autora

Tarefa 5 etapa 2. Utilizamos os seguintes materiais na construção do

Teodolito: cópia do transferidor de 360º, um copo plástico com tampa, base

quadrada de madeira, pedaço de arame fino e tubo de caneta. Os materiais haviam

sido recolhidos com antecedência para evitar falta de componentes no dia da

montagem. Fora dedicada atenção especial na construção do Teodolito, que devido

ao tempo optamos em construir coletivamente. Assim, líamos as explicações no site

e construíamos, etapa a etapa. Percebemos que devido a construção ter sido

executada de forma coletiva não houve erros que pudessem interferir nas medições.

Ao final, cada equipe construiu pelo menos um Teodolito.

Imagem 48 – Processo Tarefa 5 – Etapa 2 (leitura: medidores de ângulos) Fonte: da autora

Imagem 49 – Processo Tarefa 5 – Etapa 2 (Teodolito em construção) Fonte: da autora

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Processo - Tarefa 6 - Etapa 1 Trigonometria não é Problema

Imagem 50 – Processo – Tarefa 6 – Etapa 1 Fonte: da autora

Devido ao tempo nem todas as equipes desenvolveram a Tarefa 6.

Ao iniciar a etapa 1, as equipes observaram no primeiro site, três aplicações

da utilização da Trigonometria, são situações-problema que envolvem situações

reais de decolagem de avião, altura de torre e distância do observador ao topo de

um terreno (os exemplos foram solucionados utilizando a Tabela Trigonométrica dos

ângulos de 30º e 60º na forma não decimal).

No segundo site, as equipes encontraram o “jogo de bilhar” que possibilitou

desenvolver alguns cálculos, utilizando não só os conhecimentos trigonométricos,

mas também operações com Radicas, Teorema de Pitágoras, entre outros. Em

alguns casos as questões propostas foram simples, mas, em outros exigia-se da

equipe maior atenção. O jogo possibilitou as equipes participar efetivamente das

jogadas por meio de “tacadas” onde precisaram resolver a questão, escolher a

alternativa correta e “dar a tacada” (para isso existe um ícone específico), e por fim,

visualizar a bola rolar pela mesa em direção a caçapa estipulada.

Imagem 51 – Processo – Tarefa 6 - Etapa 1 (tela modificada – “jogo de bilhar” Fonte: da autora

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Processo - Tarefa 7 - Etapa 1 - Medindo “Sombras”

Imagem 52 – Processo – Tarefa 7 Fonte: da autora

Imagem 53 – Processo – Tarefa 7 – Etapa 1 Fonte: da autora

Mesmo acreditando ser importante a Tarefa 7 etapa 1, optamos em não

desenvolvê-la, pelos motivos: condições climáticas, o céu encontrava-se nublado

nos dias programados para a execução da etapa e não houve disponibilidade de

tempo hábil em outro momento.

Processo - Tarefa 7

Etapa 2 – O Teodolito em Aplicações Trigonométricas

Etapa 3 – Mais Aplicações da Trigonometria

Etapa 4 – Calculando mais um pouco

Para solucionar as situações-problema, as equipes tiveram a disposição:

tabela para anotações, fita métrica e o Teodolito. Também foi necessário utilizar o

conhecimento adquirido e raciocínio matemático para imaginar as situações.

As atividades foram interessantes, pois nem todas as equipes calcularam as

mesmas alturas ou distâncias. Mesmo assim, algumas equipes se propuseram

auxiliar outras equipes.

Cada equipe, após receber orientação do professor partiu em busca de

cumprir o proposto, observando os seguintes passos:

- o Teodolito deveria estar apoiado sobre uma superfície plana. A sugestão

era utilizar uma carteira para apoio;

- após apoiado o Teodolito numa superfície, sua haste (arame) precisaria

estar apontada para o objeto a ser medido (deveria estar paralelo com o solo);

- em seguida, deveriam girar somente o copo do Teodolito até visualizar pela

haste (tubo de caneta) o ponto mais alto do objeto a ser medido;

- assim, fariam a medição do ângulo registrando-a na folha;

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- em seguida precisariam medir a distância do Teodolito ao objeto;

- deveriam medir também a distância (altura) do Teodolito ao solo.

De posse das informações e anotações colhidas, cada equipe retornara ao

laboratório de informática para efetuar os cálculos necessários.

Percebemos que a atividade contribuiu e muito para o aprendizado dos

alunos, pois puderam vivenciar a situação, desde o esboço em desenho

(representação da situação), a coleta dos dados até encontrar a solução da questão.

Pelo relato das equipes a etapa foi importante para compreender a utilização da

Trigonometria no cotidiano.

A seguir apresentamos como exemplo as situações-problema desenvolvidas

pela Equipe 4. Questões que se encontram no site:

https://sites.google.com/site/webquesttrigonometriagil/.

Etapa 2 - Teodolito em Aplicações Trigonométricas

1- Utilizando o teodolito construído e uma trena ou fita métrica, determinar a

altura do prédio do Colégio Industrial onde encontram-se as salas de aula. Esboce o

desenho e justifique todos os passos dados.

4- Utilizando o teodolito construído e uma trena ou fita métrica, determinar a

altura do portal/fachada que dá acesso ao Colégio Industrial. Esboce o desenho e

justifique todos os passos dados.

6- Utilizando o teodolito construído e uma trena ou fita métrica, determinar a

altura aproximada do prédio localizado ao lado do Colégio Industrial. Esboce o

desenho e justifique todos os passos dados.

Os alunos envolveram-se na análise e na busca pelas informações

necessárias para as resoluções das situações-problema. As equipes desenvolveram

questões semelhantes e isso possibilitou que, em determinados momentos,

houvesse troca de ideias entre elas, proporcionando compreensão dos conceitos

que envolveram as razões trigonométricas. Esta situação nos remete a

compreensão do significado da aprendizagem colaborativa, onde os alunos

desenvolvem as atividades de forma coletiva, uns auxiliando os outros com troca

32

recíproca de informações e descobertas tanto entre alunos da mesma equipe como

também entre equipes.

Como havíamos descrito na produção didático-pedagógica, poderíamos

utilizar a totalidade das atividades ou apenas algumas delas, o que acreditávamos

ser necessário para sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos. Foi o que

fizemos.

Construção:

Imagem 54 – Processo – Tarefa 7 – Etapa 2 (tarefa postada pela Equipe 4 no site) Fonte: da autora

Imagem 55 – Processo – Tarefa 7 – Etapa 2 (alunos efetuando as medições) Fonte: da autora

Imagem 56 – Processo – Tarefa 7 – Etapa 3 e 4 (alunos efetuando os cálculos) Fonte: da autora

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Imagem 57 – Processo - Tarefa 7 – Etapa 3 e 4 (alunos efetuando os cálculos) Fonte: da autora

As equipes ao retornarem a Tarefa 7 no site, perceberam que havia

algo mais, um desafio a ser solucionado. Por meio do “enigma do aventureiro”

puderam conhecer o “Bugiganga” da “WebQuest Trigonometria Gill”. No final do site

encontram a descrição que justificava o uso da expressão “Bugiganga” e incentivava

a busca pelo conhecimento.

“Bugiganga”

é o eterno aventureiro que existe dentro de cada um de nós!

A Matemática e suas ramificações só evoluíram porque algum dia

alguém sentiu-se intrigado com “algo” e propôs-se a desvendar seus mistérios.

Portanto, a chave que abre a “porta” tão procurada que é nossa mente,

chama-se: “Conhecimento”.

Então, seja eternamente aventureiro na busca pela sabedoria!

A seguir, imagens do site: https://sites.google.com/site/bugiganga8/, onde

encontraram o “enigma do aventureiro” - “Bugiganga 8”.

34

Imagem 58 - Página do site “Bugiganga 8” Fonte: da autora

Imagens 59 - Página do site “Bugiganga 8” Fonte: da autora

Imagens 60 - Página do site “Bugiganga 8” Fonte: da autora

Imagens 61 - Página do site “Bugiganga 8” Fonte: da autora

Processo - Tarefa 8

Etapa 1 – “Compartilhando o Aprendizado 1”

Etapa 2 – “Compartilhando o Aprendizado 2”

Imagem 62 – Processo – Tarefa 8 – Etapa 1 Fonte: da autora

Imagem 63 – Processo – Tarefa 8 – Etapa 2 Fonte: da autora

A atividade “Compartilhando o aprendizado 1” não pôde desenvolvida por

não haver tempo disponível para as apresentações dos trabalhos das equipes, pois

estávamos na última semana (com aulas em sala) do ano letivo. Assim,

desenvolvemos apenas o “Compartilhando o aprendizado 2”.

No site https://sites.google.com/site/gilvanebampiproducoes/

disponibilizamos a cada equipe uma página, para que pudessem editar (postar) o

35

material produzido. Para isso, cadastramos o e-mail do redator e assim, somente ele

teria acesso a postar o material, porém os demais componentes da equipe poderiam

visualizar as postagens.

A atividade de postagem ocorreu nas duas últimas aulas de Matemática, no

entanto, algumas equipes necessitaram postar em outro momento devido a não

conclusão da WebQuest no tempo previsto. Houve equipes que nos enviaram por e-

mail as produções. Assim, devido aos problemas ocorridos durante o

desenvolvimento da WebQuest não descartamos tal procedimento.

O trabalho desenvolvido pelos alunos em equipe foi avaliado considerando a

participação de cada componente do grupo na realização das tarefas, seja ela em

equipe ou individualmente, a colaboração, a cooperação e a compreensão que

obtiveram a respeito do conteúdo abordado. Procuramos respeitar o que nos

propomos avaliar, embora não concluídas as tarefas na sua totalidade.

5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Nossa intenção ao desenvolver as atividades utilizando WebQuest fora de

utilizar a metodologia em algumas aulas de Matemática verificando sua possível

contribuição a aprendizagem de Matemática. Não tivemos a pretensão de criarmos a

imagem, que esta metodologia fosse a melhor maneira de conduzir o processo, ou

que seria a solução dos problemas encontrados em sala de aula. O que

apresentamos foi uma metodologia que pudesse contribuir com o professor em sua

prática pedagógica.

Assim, após reflexões com relação as atividades desenvolvidas, podemos

considerar que na metodologia WebQuest, como em outras, as atividades não

necessariamente desenvolvem-se da forma planejada, sendo necessária

adaptações, dependendo da turma e da época do ano letivo que será utilizada.

Podemos dizer que o professor que utiliza a metodologia WebQuest está

constantemente envolvido com o trabalho, seja na criação da proposta, na produção

do material ou auxiliando as equipes nas pesquisas, nas dúvidas, entre outras

ações. O professor trabalha em contato direto com o aluno.

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Além disso, baseado nas observações, podemos dizer que devido ao

direcionamento das atividades na WebQuest, praticamente não houve situações em

que as equipes buscaram por informações em outros sites que não fossem os

definidos na WebQuest. Assim, de modo geral, as equipes participaram ativamente

no desenvolvimento das tarefas, mesmo que alguns alunos esperassem pelas

respostas prontas.

Ao longo do período de implementação, pudemos observar que na

WebQuest a cooperação e a colaboração aconteceram com maior intensidade entre

os membros da equipe e entre as equipes, se comparadas a atitudes dos alunos nas

aulas tradicionais. A metodologia incentivou o trabalho em equipe, a pesquisa, a

leitura nas aulas, a troca de informações e explicações entre os próprios alunos.

Podemos enfatizar que a WebQuest despertou o interesse dos alunos pelas

as aulas de Matemática, houve o envolvimento deles com a tecnologia e a internet.

Alunos considerados fracos nos surpreenderam com sua atuação no

desenvolvimento das tarefas, foram além das expectativas iniciais, superando

alguns outros alunos que não apresentavam dificuldades na aprendizagem, com

isso diminuiu a indisciplina em sala de aula.

O desenvolvimento das atividades da WebQuest no laboratório de

informática iniciaram-se no final de setembro e após algumas aulas surgiram as

primeiras dificuldades que interferiram no processo de implementação,

computadores que travaram quando utilizados, lentidão no acesso as páginas da

WebQuest e outras páginas da internet. Isso aconteceu por algumas vezes. Até que

ao final da segunda semana de aplicação, em onze de outubro de dois mil e onze,

após várias conversas com representantes do CRTE, nós, professora titular da

turma e eu, professora responsável pela implementação adotamos a medida de

reduzir pela metade a quantidade de computadores em uso no laboratório, para não

sobrecarregar o sistema e melhorar o acesso a internet. Assim, cada equipe

(composta por quatro alunos), a partir daquele momento passou a desenvolver as

atividades da WebQuest em apenas dois computados sendo necessário a equipe

trabalhar em duplas.

Com o passar dos dias, observamos que mesmo adotado tal procedimento,

a situação não se resolveu e em dezenove de outubro de dois mil e onze,

interrompemos o desenvolvimento da WebQuest até que o sistema voltasse a

funcionar sem maiores problemas de acesso. Houve dia em que fomos ao

37

laboratório, a internet estava disponível, mas não conseguíamos acessar o site da

WebQuest. Nesta época do desenvolvimento da WebQuest, professores das

escolas públicas do Paraná estavam desenvolvendo o GTR e o sistema de modo

geral encontrava-se sobrecarregado.

Passado alguns dias (em onze de novembro de dois mil e onze), retomamos

a implementação optando em continuar utilizando apenas metade dos

computadores, até porque o acesso a internet e a navegação pelos sites

continuavam de forma lenta, voltando a funcionar de maneira adequada somente

após a maioria das aulas terem sido desenvolvidas.

Assim, devido a escolha que fizemos, de utilizar apenas metade dos

computadores, nem todos os alunos das equipes tiveram contato direto com os

computadores, internet e a WebQuest.

Outra questão importante é quanto ao aumento considerável da quantidade

de aulas utilizadas com relação as previstas para o desenvolvimento da WebQuest,

pois, ao montarmos a proposta de trabalho, por mais que quiséssemos, não

tínhamos noção exata do que poderia acontecer. Assim, devido ao sistema lento, a

pouca habilidade dos alunos em trabalhar com a nova metodologia WebQuest, como

também a dificuldade de alguns em utilizar os computadores e a internet, a criação

de pastas, o preenchimento de tabelas, entre outras, utilizamos maior quantidade de

horas/aula.

É interessante ressaltar que procuramos oportunizar aos alunos uma forma

diferenciada de trabalhar o conteúdo Trigonometria, porém, devido algumas

situações indesejadas com relação ao tempo disponível para a execução das

tarefas, algumas delas foram desenvolvidas de forma reduzida. Assim, deixamos a

sugestão de uma próxima aplicação ocorrer não mais no final do ano letivo, mas

sim, no primeiro semestre ou logo após o início do segundo semestre letivo.

Por fim, baseado em diálogos e explanações ocorridas em sala de aula,

podemos dizer que os alunos gostaram de trabalhar com a metodologia. O interesse

pelo assunto melhorou à medida que compreenderam o processo de pesquisa e a

forma de registro das atividades. Notamos isso, com mais intensidade nos bons

alunos e naqueles que não possuíam contato com computadores e internet em casa

ou o acesso era restrito. Assim, mesmo havendo dificuldades é possível

desenvolvermos atividades em que os alunos sintam-se desafiados a construir seu

conhecimento.

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REFERÊNCIAS

ABAR, Celina A. A. P.; BARBOSA, Lisbete M. WebQuest: um desafio para o professor! Uma solução inteligente para o uso da Internet. São Paulo: Avercamp, 2008.

BARATO, Jarbas Novelino. A alma da WebQuest. 2004. Disponível em: <http://www.portalwebquest.net/pdfs/jarbas.pdf>. Acesso em: 23 dez. 2010 e 17 jan. 2012.

_____________________. Um jeito novo, simples e moderno de educar. Entrevista à revista eletrônica SENAC online. 2002. Disponível em: <http://www.nec.fct.unesp.br/NEC/Entrevistas/Detalhes.php?ID_Entrevista=8>. Acesso em: 23 dez. 2010 e 17 jan. 2012.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 13ª edição, Campinas, SP: Papirus, 2007. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=i7uhwQM_PyEC&pg=PA64&dq=jose+m+moran&hl=pt-BR&ei=o_o5Tv76A5SWtwf78bToAg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CDEQ6AEwAQ#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 15 jun. 2011 e 20 fev. 2012.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação Básica, Curitiba, 2008.

SILVA, Karine Xavier Soares. WebQuest: uma metodologia para a pesquisa escolar por meio da internet. São Paulo: Blucher Acadêmico, 2008.

VALENTE, J. A. (2005). O computador na sociedade do conhecimento. Brasília: Estação Palavra – USP Disponível em: <http://escola2000.net/futura/textos-proinfo/livro02-Jose%20Valente%20et%20alii.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2011.