a-theatros c crilicí. - coleção digital de jornais e

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k ilr C g i ii, i. i , ,.m.i . ., . r ..n , , .,—.—^^—— v ^—' V TOMO I. - QGLNTA FEIRA, I DE JAXEIRO DE í8j2. . ...< ¦•• <? 1 1—\y&- r ¦ zz I Cá. #31 Av-fc X^JR< Medas-, Lilleralnra, Bcllas-Artes, Theatros c Crilicí. A- CSO O programa c condições deste jornal encontrão.-se na ultima pagina. C$0 ~Y—'¦ ; U,. As nossas Assinantes. Redigir um jornal é para muitos liífcratos o apogeoda suprema felicidade, já-son Redacor, esta frazezinha dita com seus botões faz crês- eer dous palmos a qualquer indivíduo. No circulo iIlu$trado o Redaetor é sempre recjbido com certo prestigio do homem que em letra de imprensa pode dizer muita coisa, propicia òu fatal a alguém. N'outra roda de gente que considera o pro- gresso do gênero humano, como uma heresia, e os litieratds como uma casiadé vadios, por- que entendem que se possajeavar com uma eu- xady porem o trabalho iutellectualé para essa gente uma alocuçào em grego repor tanto o Re- dactor é... é mn vadio mesmo, um ente inútil. Ora pois, uma Senhora a testa da redacção de um jornal! que bicho de sete cabeças será? Comtudo em França, cm Inglaterra, na Ua lia, na Ilespanha, nos Eslados-Unidos, em por- Utgal mesmo, os exemplos abundão de Senho- ras dedicadas álilteraluía ecllaborando diffe- rentes jornaes. Por ventura aAmoricado Sul, ella só,Ti- cará estacionaria nas suas idéas, quando o mundo inteiro marcha ao progre$só*e tende ao aperfeiçoamento moral c inateri5l da Socie- dade? f: Ora! não pude ser. A sociedade do Rio de Janeiro principalmente, Corte e Capital do im- perio, Mctropoli do sul d*America, acolherá de certo com satisfacção e sympatkiâ O jornal das Senhoras redigido por uma Senhora mesma: por uma americana que, senào pos- sue talentos, pelo menos tem a vontade e o de- zejo de propagarVilluslraçüo, e cooperar com todas as suas forças para o melhoramento so- ciai e para a emancipação moral da mullieiv Eis-nos pois em campanha,; o estandarte da illustração ondula gracioso á-briza perfumada dos Trópicos: acolhei-vos a elle, todas as que possuis uma faisça de intelligencia, vinde. Confidente discreto das vossas prodwcções iit- terarias; ellas serào publicadas debaixo anônimo: porem imo lemaes confiar-nio-las, nem temaes dar expanção ao vosso périsamen- to; se o possuis é porque é dom da Divindade, e aquillo que Deu» dá, os homens não o podem roubar V 3T=r >¦••¦¦ ¦¦¦% 1-v ^SSisl mm> / D. *m* jM& \4

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TOMO I. - QGLNTA FEIRA, I DE JAXEIRO DE í8j2.

. ...< ¦•• <?

1 1—\ y&- r ¦ zz I

Cá. #31 v-fc X^JR<

Medas-, Lilleralnra, Bcllas-Artes, Theatros c Crilicí.A-

CSO O programa c condições deste jornal encontrão.-se na ultima pagina. C$0~Y —'¦ ;

U,.

As nossas Assinantes.Redigir um jornal é para muitos liífcratos o

apogeoda suprema felicidade, já-son Redacor,esta frazezinha dita com seus botões faz crês-eer dous palmos a qualquer indivíduo.

No circulo iIlu$trado o Redaetor é semprerecjbido com certo prestigio do homem queem letra de imprensa pode dizer muita coisa,propicia òu fatal a alguém.

N'outra roda de gente que considera o pro-gresso do gênero humano, como uma heresia,e os litieratds como uma casiadé vadios, por-que entendem que se possajeavar com uma eu-xady porem o trabalho iutellectualé para essagente uma alocuçào em grego repor tanto o Re-dactor é... é mn vadio mesmo, um ente inútil.

Ora pois, uma Senhora a testa da redacçãode um jornal! que bicho de sete cabeças será?

Comtudo em França, cm Inglaterra, na Ua •lia, na Ilespanha, nos Eslados-Unidos, em por-Utgal mesmo, os exemplos abundão de Senho-ras dedicadas álilteraluía ecllaborando diffe-rentes jornaes.

Por ventura aAmoricado Sul, ella só,Ti-

cará estacionaria nas suas idéas, quando omundo inteiro marcha ao progre$só*e tende aoaperfeiçoamento moral c inateri5l da Socie-dade? f:

Ora! não pude ser. A sociedade do Rio deJaneiro principalmente, Corte e Capital do im-perio, Mctropoli do sul d*America, acolherá decerto com satisfacção e sympatkiâ O jornaldas Senhoras redigido por uma Senhoramesma: por uma americana que, senào pos-sue talentos, pelo menos tem a vontade e o de-zejo de propagarVilluslraçüo, e cooperar comtodas as suas forças para o melhoramento so-ciai e para a emancipação moral da mullieiv

Eis-nos pois em campanha,; o estandarte daillustração ondula gracioso á-briza perfumadados Trópicos: acolhei-vos a elle, todas as quepossuis uma faisça de intelligencia, vinde.Confidente discreto das vossas prodwcções iit-terarias; ellas serào publicadas debaixo d©anônimo: porem imo lemaes • confiar-nio-las,nem temaes dar expanção ao vosso périsamen-to; se o possuis é porque é dom da Divindade,e aquillo que Deu» dá, os homens não o podemroubar

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Por carta feriada a redacção do Jornal po-dom dirigir-se todas as Senhoras que deseja-rem honrar as nossas paginas^

Feliz mil vezes se a minha tlcdicaçao alcan-

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çar a vossa cooperação.Temas a satisfaço do vos declarar qife desde

já somos eoadjuvadas por uma nossa amiga,

jovem'intelligénlecespjrituosa/a qual faunoso obséquio de eúeurregar-se especialmenle do:aitigo de Modas, guardando para' i&o amaisrigoroso incógnito. Leia-*nos pois o seu pri-meiro artigo.: Joanna Paula Manso de JS&ronha, .

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*¦*• 0 vosso convite.Minha querida amiga e Rodaclora em chefe

do — Jounal das SiijNiionAS. — Estou sur-

prqhrindidu do horroroso eouvile que me li/es-tes ! Eu, pobre de mim, que bem saneis o-

quanto s^ii eslouvada e leviana, iiielliiia agoraa escrever artigos, o, não c nada, artigos paraserem publicados em tetra redonda, coisa aque uma certa pareiila minha tinha tantaaversão que lhe chamava — fpratujas— é porcerto horrível! arripia-me os cabeilos!

O (pie escreverei euí! Esta visto, um mon-tão de coisas fofas sem rei nem roque.

Se me desseis licença ao menos para dar omeu recado sem preâmbulos, qjmo ia/ por abitanta gente boa, que não dá, masjmsa re-cadôs como desembaraço de quem bebe unicopo (fagoa, anuía bem, fcia eu: principiavajieio penteado do Figurino, c acabava pelos sa-

paios, e depois ponto; estava ludo.arranjado.Mas o tal preâmbulo que me pedis.... Como

se eu fosse àlffum Pregador (pie Ir../ exordiosaté nas pontas do lenço com que limpa o r^-vêrendissimo suor, e eutãoh.. " i

Todo o ineri receio está enfnãc p.ndor achardepois unu teviravota, como fazem, os líoiíííiiciis, queme conduza o artigo, que quero es-crever, ao ponto principal que sào as mo ias;

porque mateda vasta tenho eu: principiava,por exemplo, pelo coraçã-o dos hommens...

ÍVÍeu bom .Dons, onde, ia eu cahirü! Nada,nada ; era muito mal priuripiado. Isso é por-

: lã trancada com cauieía e reserva, cujo guar-da, alegre e risonho, nau eessa de oííerccerentrada Tranca a quem! por sua infelicidadeerra o caminho, è por lá quer pasuar; mu-denus de rumo,

Para principiar rendendo homenagens á vo.->

m

m coragem, minha querida Kedaclora, não mecabe essa fortuna.; o que vos digo somente éque sympalhiso eoui essa certeza e resoluçãodos espíritos elevado» o das inlelligeucias il-liretraiía¥.~t)TO(isTês nidig/riunjornal, íizes^*Uh>, e com tanta facilidade como a que teu-des fazendo os vossos doces o cadentes versos;mas eu a que$ll)eos não deu miolo para lan-Io (o que valo é que ninguém sabe (piem eusou) vele láá diflerença ; estou tremendo,,suando e uHando de cansaço, como se tivessecaminhado a pé até á Tijuca, ç por ora aludame nãô levantei da cadeira em que lia boameia hora estou .assentada!

Esta educação! esta educação! Pobre sexofeinijiiiio que tão mal tem sido compreheu-uVulo!

Mas éstç meu medo, este meu suor copiosoe ttsie lurbilliào de coisas,, (pie quero dizer cnão posso, o (pie mais é se não o cífeito da in-Jcompleta educação qtft; recebemos tão c- eia- defestas no

'fôii do anm % Máo, que estou fora da .

ordem. Pois bem, então guardai segredo,, (pieeu entro era. ordem.

c Alii vou euSabei que este anuo e bissexto,, e que-, pofe'engraçadas Folhinhas dos irmãos Laemjicrt,

elle não aos deve trazer nem a carranca e ospezames do"ajuno que hontem, de nós se des-pedio, nem todas as alegrias e folguedos dos.seus últimos me/es; e a rasáo desta ditlercii-ca segundo a explicação de um boiu pjinúque lenho, 6 porque hão de lia ver -abjuns ecli-¦§s0 inmmis no Mo de Janeiro, (iosto muitoda SabedmiàMúiú meu primo; é um. nuçodemuitas esperanças.

Ora, se assim for, bom será quejeu aindauma vez me recorde desces dixs tão encaul->ladores e suaves para mim, que amo a dis-traceão da vida. pelo eslrépilo da íi^;snu vida.por corto, nunca o nosso .Rio de Janeiro teveuma successão,dedÍas eme/es tão esií'epiU>sose íblgasò.es! Olü com.) eu ainda me lembrodel-les com tanjás saudades!.,., (pianto áie divertie vivi alegre-entre as alegrias do meu pro-ximo...

Ainda me recordo \ivamente do pomposo e.bríihaiitissin.\o baile, verJadeiratnaUti Impe-iial, com o qual se dignou honrar-nos S. M. oImperador e soa Augustae Excelsu Esjvosal-Com;; estava Ella tão angélica, tão fagueira etão sublinie; o reiicxo de sua abn.» pura trans

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luzia ali, coun cm Ioda a parte, cheio tio.graça e primor. As galas e os diamantes queguarneciào o valioso collar das hellezas queA circundávamos títulos c as medalhas quesecurvavão perante Ella, pareciào formar umverdadeiro cofre de jóias entre as quacs eraKlla a mais primorosa. Cheguei a adoral-a.

0 alegre e estrondoso baile do Snr. Com-mendador Manoel Lopes Pereira Bahia, comseu jardin, cheio de luzes e. verdura-, fraganle0 helío, cehoan lodhe os harmmiosos sons deuma excellcnte banda de musica militar; seussalões de mil líizcs gitarnecidos e perfumadosem exceucias iuchriantes que receudião dasvaporosas hellezas, alegres e sedueloras; a vi-quezadescus adornos eo seu bem escolhidotoileite, tudo isto trausporlou-me ao inundodas i loalidades, e parecoo-me que eslava den-tro desses migieos palácios onde as Fadas iji- .rigem o luxo e os prazeres, e os Gênios derra-ináo a profusão e a oj)ulencia.

Os dons bailes dados pêlos Exitt Visconde deAbrantes em o seu lindo e caprichoso palacolede Botafogo, oh ! como Ibráo cheios de graça ede vida." As decorações e as tapeçarias, a ma-gnilica e bem acertada pintura dos salões, wluxoc o brilhantismo de tudo, eslava a par dobem conhecido bom gosto do Sur. Visconde edo bem combinado c encantador toileite daselegantes que ali concorrerão para dar maisum beijinho de sympalhia na sua amiga aExma. Viscondessa de Abrantes.

0 baile do Snr. José iMaxwel na sua vastaquinta de Andarahy, que saudades que mefaz, e que sustos que m? causou a carruagemque para Ia me eonduzip!... Tudo foi bemempregado por qtie passei uma tioiSe divina.

As centenas desoiréese partidas senimacs,para .as (piaes de mslaiTkTa instante choviáoos convites ao circulo do bom tom, com) forãotodos eiles alegres c completos ; quantos sus-piros abafados cm o terno coração da donzeila,pmles a despedir-se destas funções, não lo-rão tomar alento e desprenderem-se junto aoseu loucador ainda no dia seguinte...

0 elegante baile do Casitio,* como que for-mando o esíiijbilthò dansante de todas essasbrilhantes reuniões do lusoe do bom lota, quede recordações saudosas não tem produsidodesde mim ale á elegante e coquette feiticeira,desTíò o leão da -corte até ao ilan ly de proviu-cia.... C.tiia um iiseTla a mão na sua consvieneiase couber. r'

0 C unpestre e o Lizia, ambos no pavilhãodo Paraíso, que bailes (pie são tão vivos o eu-cantadores. Sempre abi tive oceasiãode con-lemplar belle/as fona do coinmwri, e uma cer-ta confusão (pie me agrada, principalmentequando aparecem as bandejas dos sorvetes.Tanta li Ia para um sorvete....!

Por ultimo, e para mais lembrar-me do a ti-no de Í8M, o- Snr. Conde de íguassu fcvcftrfelis aecõrdo de festejar o baptisado do seu lin-do íilhinho no Jardin Botânico, oííereceudo um Vsumpluoso jantar ás famílias de sua amizadeno hotel do Snr. Am irai, onde brincamos e nosrimos muito, depois de havermos passeado ecorrido Jodos_ os lngaros tnals pitorescos"drrJardin Botânico com aquellc delírio quasi ju-venil que nos traz a alegria do campo e a cer-teza da companhia escolhida com quem es-íamos. A interessante e espirituosa Candessacom o seu lindo toileite—colete de emancipa-ção — capitaneava a nossa companhia femini -na, ou antes era a mimosa llòr que prendiaesta grinalda de lindas llóres, em cujo numeroeslava esta vossa criada. Esta bom, cale-se,-¦queelogio em boca própria é viiuperio. Não hagostos perfeitos: não vi o grande repuxo deitarágua porque, forte gente! estava com o regk-to quebrado. ^

Ora bem. vedes que todo este encade;uuentode funções deslumbrantes c tisírepilosas forãopara mim, que sou alegre por natureza, umdos meus melhores passatempos a par das so-noras e melodiosas árias e duellos divinamentecantados na PhirEulerpec PhilWrmonica aon-de, paraadoçaros meus oundos das ámargu-ras dos dias magros, ftti e irei sempre, e atéescreverei umartigo a esse respeito se medentes licença, pois tornão-se dignas disso es-ias duas sociedades.

É o meu logar favorito para os mausmomentos românticos, arranjados o proposj-feto, todas as vezes que por lá encontro obatalhão de especuladores do sexo feiiw-nino em linlia.de batalha, de írehte a ia-

: nexperiencia o ao candor. Escalda-me o siia-I gue. Então também sei íingir $visiaCesses

vigários coitada aiir4re^^tos, e com meia dúzia de surrísos, e quatroonças de scnlimentaiismo, lenho o gostinho devei-os fazer de conta qiie estão rendidos e apaj-xonados, e então rioTinea uáo [M)der mais de}seu arltíkio (que bicho niáoo são os taes namo-rados')»1!)! vez dèos arreme sar ao (lespresó da

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sua ignóbil tarefa; por qnc nessa mesma contra-(lição deprincipios encontro eu um vasto campopara as minhas reflexões, e digo por íim ás bar-baianas do meti colete—Como comprchendemmal os homens a parle mais. interessante dasua própria existência \

Mas eu estou outra vez fora da ordem hamuito tempo, ou para dizer 'melhor, desde queprincipiei esta caria, ou artigo, ou como lhe

quizerdes chamar, visto que o meu mestre de

primeiras letras -(José Lourenço por signal sechamava elle ; já morreo K) não me ensinouregras e preceitos para escrever; contentou-seenTIazcr-niie eweverosbe.ns conhecidos-^.70-zinhos, o ícliz bastardo, e o-mitigo baatardinhoe foi-se, coino se iãò tf oülro tempo e vão-seno presente, os acluaes Joscs Lourenços que en-sinão primeiras letras a meninas. Yaiaos áultinia parle deste meu artigo >

Estou certa e certíssimas que escrevo para ocirculo do bom-tom, mas, ainda mesmo que as-sim não fora, qual é a Senhora que não sabehoje o que é a moda? Apresentar umadiíini-cão competente e andar calando na remota an-liguidadea sua origem era enfastiai -as, comtal explicação, de que'cilas me dispensão. Deuiaisfos'homens cm descrever a moda tem gas*-to mais tempo que as Senhoras em executal-a,não acho nenhuma rasão para martvrisar omeu sexo cotu as minhas descripçòes a talrespeito.

Ò que é de ny^\^ reslricta obrigação, des-de queme propuz a fallar. em modas, é relatarcom toda a lealdade o queffíjp presenciei emParis eo que níe explicarão algumas elegantesctóin quem lá tive a fortuna de travar relaçõesde amisade.

En) Paris, eis aqui tudo, publicão-se todasas semanas um grande numero de Figurinos,qrte todos guardão enlre si certas dimensõese formalidades, inaspela maior parte elles nãosão mais que um inero capricho artístico parasatisfazer o coinpromisso de dar Figurinos lo-das as semanas aos hjiihafes de Parisienses,que aos sabbados esperão por mais uma novafantasia da moda, por assim estarem" açus-tomados. Entretanto o bo:n-tom, as elegantesde primeira plana o que fazem? A-ccitão emcada mezaquelle Figurino, cuia fanlaziã csim-

1

plicidádc é de mais bom gosto, e melhor vãecom certa gravidade, digamos assim, e com

um certo que encantador, que cilas sabemsusientar em todas as modas, e o resto deixãopara ser usado por certa gen-le (e vestem-secom muitoluxor) em que tudo lhe vacas milmaravilhas. Porque com cOeilo as modas cmParis teni a sua competente distinção segundoas conveniências década um, o seu estado e asua posição.

i\>r conseqüência só darei explicação (Pa;-quelles Figurinos que em minha alma e cóus-oieneia. os julgar dignos de sevom apresenta-dos as vossas dignas assignantes.pelo Jonv.ld:s Senhoras, que deve ser, como penso, jor-

i•-jatai de nnúto ;botn gosto. E ipie outros a-pre-sCíHtein aqueUesque bem lhes parecer; paraque fica o direito salvo a todas cilas de esco-liierem o que mais lhes convier e agradar;não vejo que isso seja peccado.

Mas fiquem certas as moças, que d^aqui- emdiante se vestirem mal, e que neuhuma rasão

-terão para isso a vista do pouco dinheiro quecusta por mez a assignalura do hrml das Se-nhora^ que pouco m^custará dizer-lhes mis-mo na bochecha —minha querida, o vosso loi-leite está de muito máo gosto,

E então! Já nãp vou perdeu Io o medo !E' pelas rasòes á cima expostas (pie vou com

muito gosto descrever a estampa junta a este.E' um lindíssimo e brilhante toilelte de baile,sobre uin corpo gentil de uma carinha mimosacom olhos travessos e feições americanas.

Ü vestido é de nobreza azul-claro tecida embranco uma das mais lindas cores procuradaspelo brilhante eífeilo que produz nos salões.Tem a saia ornada com três largos folhos damesma fazenda, os quaes são guarnecidosde um bordado' guipure sobre íilo branco debeiras recortadas. O corpinho é lizo, clegan-temente talhado,cintura mais curta, e com umaBertha mui pequena e redonda, recortada ebor-dada no mesmo gosto dos desenhos da guar-nição dos folhos. Sobre a Berlha, e no meio dopeito, está preso um duplico laço de iita desetim da mesma cor do vestido. As mangasmui curtas, quasi justas, e abertas em meiotalho por baixo, deixando aparecer outrasbrancas lambem em recortado. Luvas curtasde pellica cor de canna com enfeites de fita azulclara franzida em fo linhas, e uint só pulseiradè ouro no braço esquerdo. O lenço é de li-nissima cambraia de linho appliçada cm pünlòde Inglaterra! 0 penteado de bandos cm. lar-gos crespos torna-se muito gentil ncía^ficá

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com que está colocada a grinalda que os aeom-panha. Esta grinalda é simplesmente de doresazttês, sem folhagem verde, com espigas de.ouro nas pontas, posta sobre o meio da cabeçae eseapando-se cada tuna de suas pontaspor junto dos bandos ale abaixo dellcs.

Eis um distancio toilelie'; não se pode ne-gar que, apar do apurado bom gosto, clle apre-senta uma simplicidade elegante cm Iodos osseus ornamentos, que é, o que eu vos disse,que se nota em lodosos tpilettes do bom-lomparisiense: ha luxo eha riquíssimos enfeites,porem tão habilmente distribuídos, que nãose tornão confusão, mas sim encantadores ebrilhantes. -r——____

Quantas e quantas vezes não se terá vistoa inteligente SI me Barat na desagradávelposição de sacrificar as suas mais bellas com-binações artísticas, e digamos mesmo, a suareputação tão bem adquirida, ao gosto esta-ciouario e excepcional de algum espirito deeonlradieção! Hei de escrever alguma coisa aeste respeito.

Por hoje basta, minha amiga, estou muitofaligada. Não vos admireis do medo com queprincipiei esle artigo e da sem ecremonia com<pie o finalizei: a rasão é filha áo antigo ri-fão — quem tem medo mais corre — tantocorri para me livrar dellc o mais depressa pos-siyel, que por fim einmaranhei-me, esó porestas alturas é que pude achar ponto final.

Vou tomar chá, que me eslão esperando.Adeos.

Catetlc, 31 de Dezembro.-*&+

Não é máo principio para uma Jornalistacomeçar por déíinir aquillo que é indefmivel.

A mulher! O que vem a ser a mulher1? Ye-jamos. Árdua é a questão! E apezar de tudotodo o mundo a define segundo lhe apraz! '

Misérias humanas.Ha sujeito que em fim na sua vida lhe foi

possível fazer uma conquista amorosa, ou por-que é feio, ou dçsageitado, perguntai-lhe, o*que é a Mulher? E elle logo vos respondera— a Mulher! é um demônio com saias, umacobra, um monstro, uma faria, etc!', etc.

Outro a quem lhe roubarão o coração da suabella, esse diz que a Mulher é o symbolo dainconstância; diz (pie e traidora, falsa ; em

fim e tudo quanto lhe antolha o seu amor pro-nrio oílendido!

Valha-me Dcos! pobre mulher!Outro que á força de máos tratos consegue

que o desame aquella que ja o não pode aturarmais, esse, longe de conhecer o seu erro, lhecarrega toda a culpa, e á mulher éperíidaporque não leve mais paciência que Job para osoffrèr e tolerar! Seja tudo pelo.amor de Dcos.

Olhae o reverso da medalha.Vedes aquelle rapaz de olhos languidtís,

que vac fazendo declarações amorosas a di-reila ç esquerda'' Pois este diz que as mulheressão anjos consoladores, divindades, etc, etc.

Ouvi os poetas. Estes loucos com juízo, queas vezes dizem coisas muito boas, mas que fa-zem asneiras como outro qualquer homem,nestes enconlrareis alguns que comprehendemque a mulher não veio ao mundo sõ para ser-vir de— machine à propagationj Elles a revê-rencião e fallào tio seu porvir e na sua missão,isto, bem entendido, até o dia em qúe algumaos não quer amar, ou os despreza; então ellesgrilão com o resto dos homens. —: por fim :é mulher!

Lembra-me, minhas queridas leitoras, queem certo hotel onde me achava hospedada, emterra bem afastada desta, fallava-se de liltera-tura, e sujeitos houveram que trouxerão seusescriptos para serem lidos a sobremeza : entreelles havia um que se compunha de dous capi-tulos, e ambos se intitulavão —Definição da ftlu-lher — Começava ejle seu exordio preparatóriodizendo: que tinha feito da mulher um estudoprofundo e particular.

Ora que estes meus senhores tolos aique me escapou! mas como não gosto de ris-car o que já está escripto, deixemo-lo assim.Pois como ia dizendo, é forte divertimento es-tarem a estudar na gente á maneira dos medi-cos nos cadáveres, "e á maneira dos naturalis-tas nos bichos! E elles (pie tornão muito apeito o tal estudo... ora vejão que amor a.sciencia! As vezes paga unia ppbre mulhera tal monomania de decifral-a, com uma vidainteira de lagrimas! Seja tudo pelo amar deDeos. •••••¦

Onde estávamos nós?.. Ah! faltávamos doliomcuníos doas 'capítulos

que tinha feito umestudo profundo e particular das mulheres,(luè híagãnap! Pois, começou a ler, e o pri-moro capitulo era a descoitipostüra niaisso-Ie.iii.iie que jamais foi pregada!

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Ah! eu linha tanta vontade de lhe dar otroco...

. Alguns daquelles senhores acharão queainda era pouco para o que merecem as ma-lheres; outros dizião queisso era demais.

O homem passou ao segundo capitulo ; nestetirava dos anjos para dar á'mulher, e por fimterminava dizendo: vMqs de que servem miníiasfatias, miníias iras, 'minhas farias? de que servemos elo fios e as homenagens^ quando tu oMulíércom uma paavra, com um sú olhar dominas o reida cria;;âo que, iiiao grado ¦ seu, se prosira aosteus pes!

Que graça: por modéstia chamava àp lio-inem — o rã da criarão! Bonito rei; cegoesurdo, que anda no mundo as apalpadellas, enem ao menos sabe o momento que antecede asua morte!

E assim esíajuios neste mimlo; insultadaspor estes, elogiadas por aqnellcs, edescanhe-ciilas e menoscabadas põr todos!

"E o peiÒT do negocio é que as mesmas mu-lheres são muitas vezes contra si mesmas...Pôr isso torno a perguntar: o que vem a ser aMüilíer? ._;;

Eu fadando francamente não o sei!A milícia da mulher é de tão longa data,.,

data do nosso pae Adão... Elle coitadinho erauminnoceiiíe; foi a mulher queni-o perdeo!

. Marotinha! fazcl-o comer a tal frueta! E!lafez mal, fez, muito mal; olhem que senão fosseisso decerto o Jornal das Senhoras não vinhaao mundo,, porque naturalmente AdãoeEvaíicavão eternamente no Paraíso a olhar umpara o outro, e a Stirpe mísera d'Adam não v.iznha ao mundo para continuar a comer fruetaque faz indigestão á.gcnte.

Ora pois; já vemos que foiella quem perdeoAdão..

Os Frenologislas, que não passão.de loucosíciemilicos, dizem que o instiiicto sensualsendo mais forte no homem c elle quem pro-cura a Mulher—nus a frenologia não sabeonde tem o. nariz — a mulher, a mulher, foi acausa de todo uma!, e ainda o é.

Pobre níallier!Jesus de Nazarelh foi o primeiro que te

levantou do teu q)pròbrip! Elle o primeiro querevelou tua missão ao mando!.; E para^ue? As suas doutrinas subverti-das vos deixarão na vossa jmíiga condição deescrava, e quando, depois de vinte séculos,começou o clmsíianismo a pairar luminoso e

fulgente sobre as sociedades modernas, aindavos negão os vossos direitos e retardào a rea-lisação do vosso porvir!

Mas esta não é a nossa questão.A Mulher; o (pie vem a ser a Mulher?A Mulher não é o homem"!Que novidade!Trata-se dcdelidl-a!Isso não sei.Posso asseverar-vos que ella tem alma.Tem inlelligeneia.Tem direitos queDcos e a natureza lhe çou-

cederão.E1 susceptível do bom edo máo.A mulher em íiin não é cm o nosso enten-

der uni ser á parle na criação, e entra na par-lilha com o homem — do bem e do mal — daintelligcncia e da estupidez.

A alma não tem sexo; M,n\ Slael o diz.Dizer-vos se a Mulher é exclusivamente boa

ou exclusivamente má.Eis o (pie não posso.lleíormae. a sua educação moral;4deixomos

hotnens.de considerada como sua propriedade.Seja o que .Ocos a fez: ser que pensa, e não

coisa que se muda de Jogar-sem ser consulta-da; e então quando assim for falIareiYros.

Entretanto este Jornal dedicado exciusi-vãmente ás Senhoras tratará desses direitos edessa educação, cuja principal tendência é aemancipação moral da Mulher.

(Continua.)

MISTÉRIOS ©EL PLATA.ROMAINCE histórico corm^oiur^o.

Com o mundo começou uma lueta quo eócom o mundo mesmo" acabará , não antes:a do homem contra a natureza., a do espiritocontra a matéria, a da liberdade contra alalahdade. A'historia nao é outra coisa quea relação.desta interminável lucla.MiCKÉLET, Historia de França.

Introdecçuo.

^ Süp íbi por servil imitação aos mysíeriosde Paris, e aos de Londres, que chamei a esterctnanccM^tcriesdelPIaía,

Chamei-o assim, porque considero qüc asalrocjdades de Rosas, c os síkIVí.uoi.íos de suasvictimas, serão um mistério para as geraçõesvindouras, apezar de iudo :quanto contra eíkíse íemescripio.

Mais poderoso que seus inimigos, seus es-criptores assalariados coniraluhneàü o kadodos contrários do tirano ; c outras vezes esses

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m "smo, escriplos, com prados pelos s.euj agcn-tesj são aiiiquilados".

Este mesmo risco corremos nós; porémque fazer, ? é necessário resolyerino-iiOs- atudo, além de que se a nxseehltí lil tei^uurallanossa America for scuipre btisdar seus lyposna velha Europa, nunca lerem >s liiteraturaameri&uia, nem lií lera tina iíà cioii ai.

Levantar o veo funerário çk) nosso passado ;dis.lar.ims muito; porque, dienlr.e esse mar es-carlalo do mais puro sangue argenliu i, vemoslevantar-se pallidos o medonhos os spççirosde nossos amigos, de nossos hanãós... Coíntudo, como a ultima flor depositada pelo pere-grino na porta do lar doméstico que vácabáu-íonar, nós escrevemos est\ romance, nas ago-uias dó. amor pátrio que se .extinguiu ; e m.iandòá fô.rça desoíírer, fomos arrastados ao cosmo-" polilisino iudiflcreuíe.

Hoje cuidam >s de não bolir na ulroradachaga (pie nos deixarão as nossas dissipa Iasillusõcs, as nossas dominadas esperanças; éuma der que ficou no fundo do coração, derra-deira saudade tão duradoura como aexisténcia.

Neste romance enconlrareis talvez o queainda se chamão ideas « muito livres» porque,apezar de sua civilisaçàp, o século 19conservapreconceitos c horrores, e mesmo frente afrente com a verdade, custa-lhe sabir do go-tliico edifício, cujos carcomidos alicerces porIoda a parte se desmoronào.

Eu," infelizmente talvez, nunca serei servil, nem nas minhas opiniões, nem nos meusescritos ; considero que a percepção das ver-dades eternas, é um tesouro depositado por-

. Deos no espirito humano, não para ser oceulto;ou esquecido, mas sim para revela-lo aos lio-mens eoni voz sonora e porte altivo;;

O apostolado da siencia da verdade é dignodetodo aquelle que sente forca no coração eno espirito para o sustentar.

Não sei quantos defeitos, nas foi mas, encer-rara este romance ; nunca cuidei "dias regras,porque entendo (pie a regra verdadeira deioda a composição, é a inspiração ; nada tãorobusto e perfeito como o pensamento, domde bens, e que. criando, a Elle nos assemelha,porque como Elle, lambem cria.

Depois de ludo. eu escrevo., porque a isso te-iilio sido arrastada, eu não sei como...

Tenho luctado, e puriim venceo algumacousa que õxislia desconheciila no inliiu) demim mesma, ca cujo impulso obedeço,;

Assim pois; eis o iniii roni mce yerdadeiro:sua> personagens algumas ai nda existem

A historia (.fessa heróica Argentina c maisum factoíiue prova a necessidade da illusira-

capadas mulheres; não só em proveito do simesmas, quanto cm proveito do homem, de

que são cilas a companheira e o segando chefeda família

(Continua.)

TIIEATFaOS.'Èslarnrjs

comprimi o tidos a fazer a resenhathealral; porém" deseaneai minhas queridasadoras, não penseis que vou agora passaruma revista niinuetosa dos espeelaculos ly-ricos e dramáticos que tiverão jogar cm todoeste anuo que passou... não; Deus me de-feuda Mc ctór-vos semelhante -maçada.

Alem de que, isto de fazer uma chronicatlieaíral, não é commissão muito agradável ;é uma errada perigosa, cheia de espinhos : o ,escrijilor que de boa fé se propõe a dizer asverdades, ..muito particularmente a respeiíode thealros, esta perdido!

E' coisa celebre! todos neste mundo que-rem que se lhes íallc a verdade; pois metia-seV. m. nisso e verá o que lhe resulta.

Checa-sc um sujeito ao Jornalista, e lhe diz-— % lluinem, escrevi abi lima peça para oThcalro; pequena, tem cinco aetós e uni pro-logo, e desejaria que V. m. dissesse algum icoisa a respeito na sua folha; mas, olhe epienão quero elogios, quero a verdade (i verdadeé justamente elogios que elle pretende) V. m.a leia, e depois julgue.»

Pois, checa o dia dá leitura, o aulhor á o

primeiro que vae notando as- belíezas do seudrama, e que exclama a cada passo — ü Quetal heim? d Isto é divino — Já se sabe que vaecada parvoico que nem de encommjndü ; e vaV. ni. lailar a verdade a um tal homem!

Checa um acíor á redaccão do Jornal, falia:— A manhã e minha estrea; desejaria-que V.m. hise achasse para poder julgar: eu tenhotalento para a arte (n'este século lodo o mundotem talento, é coisa fácil) porém o que desejotia sua' parte é justiça é imparcialidade.

O homem acaba a sua alocação comum fai-íhete graíis — não se \>dá? resistk. —

Vamos ao Teatro.O homem entra em secíi^ falia com os iw&=

ços e com asperhaSi (pie nem um nijinhode

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vento — canta em vez de declamar, c por fimè uma péssima mediocridade; —

E que tal?Caia V. in. na «asneira de dizer-lhe que

não presta! Jesus! antes emmudccesse o pobredo Jomalista,pois ainda em cima do homem iera política de o. convidar!

Vem um cantor, estrangeiro, já se sabe, (cápelas Américas ainda nào existe o órgão davoz). Ouça V. m. o.que o homem ou a mu-lher diz.

; Elle é um Ruhini em prospecto e ella é me-lhor que IVlalibran, porém quiz viajar, por issoveio até aqui. Cantão—Falta-lhes o grandiosodo estylo, o colorido do canto, a poesia da ar-te % Ande, vá, falle a verdade Snr. lledaclor,diga-lhes isto — A opinião de V. m. não regula,V. m. é um zoilo, um estúpido!

Fazer a chronica theatral, e fazer-lhe coma conciencia? Não, não serei eu quem a tantome arrisque.Iléide ler olhos só para o bom, ou-vidos só para o bom, e boca só,para'o bom ;com tudo o verdadeiro mérito ha de ser por inimpreconizado, mesmo callaudo hei de saber fa-zer justiça.

O theatro lyrico continua a ser freqüentadocom furor.

O theatro dramático está quasi deserto.Um só homem o sustenta. João Caetano. A

apparição do grande actor cm scena, o povonão resiste, e todos vão ouvir e admirar aaquelle que, com a sua coragem de hÓnietn eseu gênio de artista, sustenta a arte drama-tica, que sem elle cahiria no esquecimento.

No presente anno de 1852 teremos conclui-do o Theatro provisório, nome que lhe cabemuito bem, porque só provisoriamente sepode deixar um objecto no meio da passagemde todo o mundo.

O theatro de S. Pedro de Alcantra caminhaa passos agigantados á sua restauração, gra-cas aos esforços do intrépido João Caetano.Para a obra ficar completa devia-se còliqcár,dominando o edifício, a sua estatua de mar-more, de tamanho proporcionado a altura doTheatro.

Essa estatua talhada no Rio de Janeiro de-via ser cosleada por uma subscrição volun-taria, e haver uma commissão encarregada delevar a peito este pensamento, que nós desc-iariainos ver adoptar, porque seria a dignahomenagem de um polÈhculto ao seu primeirogênio drama tico.

*»***

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POESIA.O PRANTO DA DONZELLÀi

Na sombra espessa de frondoso arbusto,Que das fraldas-d^tm monte se elevava,Triste donzella meiga, pensativa,A saudosos pensamentos s^nt regava:A esses pensamentos, que a magoa vão,Suspiros, lerno pranto acompanhaváò.Ella erabelia.. na manhã dá vida,Tinha as faces cor deleite e rosa,Prelos olhos è vivos, seduclorcs,Boca beni talhada, e mui mimosa,Era o seu corpo alvo e delicado,Por suas vestes pretas contrastado.Cansado o pensamento, já seiíi forças,Repouso ao tronco amigp foi buscar,Na nivea mão a face descauçando,Ao pranto livre curso pode dai*;E da fonte, que junto ia correndo,As agoas com o pranto ião crescendo.Era tudo silencio, era íris lesa,"Nem susurro fazia a brise bella,Apenas meiga rola solitária,Com seus gemidos augmentava os d1ellã;Ambas solfriáo ternas alllicçóes,Tinhào ambas magoados corações.Porque, á duro fado, assim quiseste,Tão desapiedado golpe desprender!Cruel! roubando d1 esta o terno esposo,Fasendo d^quelleo amante perecer?Inlelises! chorae a triste sorte,Chorae a dor, que lindará eom a morte.'

\0 de outubro de 1851.

Com este n° vae o Figurino n. 1.

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^3SL?mij^_-wL* mmj^l^ *mm&iymm:m4so®M^jgik.Pu^ica-se todos os Dominós; o primeiro numero cie cada me, vae accompanhado de um lindo Hçurino deSi;w^^-s de um eBsr^io ,undu ™ m *m «-.—f,„Subscreve-se para este Jornal nas cazas dos E nrs. Wallsrste.k e C. „. 70, A. ,F. Dbsmaua.s n 8C Moxc.e nOuv,dor; e na Typographia PAmsmNsS, rua Nova do Ouvidor, n 20.Toda a correspondência é dirigida em carta fechada á Eedactora em chefe a qualquer das cazas mensionad,Pmço Di ass.csatuua : Por três mezes, 3U000 rs. na corte, 4U000 rS. para as provinciasOs trimestres contão-se em Janeiro, Abril, Julho e Outubro *e pafeo-se adiantados

mais bomem musica,

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liio c!e Jjneiiy.-Typographia Paiusiense, rua Nova do Ouvidor n. 20.

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