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w^mr-mm-mVmws» I y% " "* ' " -—*¦»—¦——— —————— iin'"æ'•, CondiçSo dam assignaturas. CAPITAL E POVOADOS PRÓXIMOS. Um anno. . Nove mezes. Seis mezes Tres mezes. 12*000 {0#000 7*000 4&000 0 CEARENSE é destinado a sustentar as idéasdo partido liberal; toma a respon- sabilidade dos artigos da redacção, devendo todos os mais para serem publicados, vir competentemente legalisados. Publica-se diariamente com excepção dos dias im- mediatos aos santificados.—As publicações particulares pagarão 80 réis por linha; ou o que se convencionar.—Os assignaníes pagarão metade.— Numero avulso SOOréis. Todas as pagas serão adiantadas._J '•' Typographia Brasileira-»»-RUA FORMOZA—M. CondiçSo dan «ssignaturais. INTERIOR E PROVÍNCIAS. Um anno . Novemezes. Seis mezes. Tres mezes. 14*000 li5000 8$000 5$000 ANNO XXVII. DOMINGO 30 DE MARÇO DE 1873. SKSSfiSSSaSSSSSSS^ N. 26 CEARENSE Fortaleza, 30 demarco de 1873. Quando pouco tempo depois de assumir a administração da provincia o Sr. Oliveira Maciel,noticiâmos ter S. Exc. approvado ai- gumas das farças municipaes de setembro, inclusive a do Aracaty, o órgão do gover* no sahio-nos ao encontro assegurando que esta ultima não, que a presidência ainda não linha lido tempo de oecupar-se com semelhante negocio, atarefado como se achava com oulros, que demandavam de preferencia a sua attenção. S. Exc. precisava de concentrar-se n'um estudo a cerca das actas que estavam affec- tis a seo juizo para decidir da validade das respectivas eleições. Pois bem, chegou a occazião. O Sr. Oli*» veira Maciel teve tempo de estudar e pronunciar o seu julgamento. Segundo nos aíBançam,achamuse appro* vadas todas as farças municipaei feitas pelos graúdos em selemdro oa provin- cia. Não porque o lenha publicado o órgão do governo, eslipendiado pelo thezouro provincial com uma lar^a somma para in- teirar o publico do que vae pela adminis- ção,pois S. Exc. não dessa a dar essa salis- facão, mas porque os próprios interessados o lem denunciado em todos os círculos. j 0a approvação de uma das farças mais indecentes.a do Aracaly, o soubemos de torna viagem, depois de haver ali chegado o firman do Sr. Oliveira Maciel. S. Exc. por tanto acaba de dar uma es* trondoza prova de sua subserviência aos interesses da façcão que veio consignado, e aquelies que por ventura ainda deposita, vara uma parcella de confiança no espi- rito de justiça do aclual governador, che* gou por sua vez o desengano. De nada mais é licito duvidar uo gover- Do do Sr. Maciel. FOLHETIM. ORIGINAL DO CEARENSE. (Fragmento de um quadro.) Canta a brisa perfumada Saudosa endeixa de amor Nas tlorinhas da ramada. Zune insecto multicôr, Volteando caprichoso, Em torno ao calix da flor. No cerrado bosque umbroso A jurity desgarrada Solta o grito doloroso. A corrente enamorada, Saltando pelos fraguedos, Geme em ilébile toada. Cybéle mostra os segredos Que no seio oceulta, encerra Quer suaves, quer trédos. Pelo âmbito da terra Vida esparge o sol fecundo —Até nos antros da serra. Palpitar intenso, fundo Leva plácida alegria Por sobre a face do mondo E' bora do meio dia 1 Excede a ludo quanio se possa imaginar de mais degradante este ultimo acto do presidente. A farça municipal do Aracaty é uma cou- za tão indecente ou ainda mais, si é possi- vel, do que isso que ali apparentaramos graúdos como nome de eleição em agosto, e que a câmara na corte, eivada de -pai- xões partidárias entendeo todavia dever desprezar. Nem ao menos o exemplo da câmara o Sr. Maciel quiz imitar. Ali o governo ainda teve uma resquício de pudor: os governadores nas províncias não conhecem outra moral politica que não aquella que lhes ensinam os chefes das facções, cujos interesses são mandados servir. S. Exc. o Sr. Maciel ganhou sem con tes** tação a fama de excedente administrador quer para o governo, quer para os seus partidários. Mas é precizo convir, que para a digni- dade humana nem sempre é indispensável ganhar. Quando tudo se tem perdido, é precizo salvar alguma couza. Appròvando as farças municipaes de se- lembro, o Sr. Oliveira Maciel sacrificou a honra de sua administração. SI i ""• X ."7"-. \ í Militarismo. ( Somos victimas de nm militarismo de feição extranha, que de alguns annos a esta parte se vai tornando um flagello novo, e ja seria mui pe- rigoso, si não fora o ridículo, que o segue de per- to, ameaçando-o de morte próxima. Assim como ja tínhamos os jesuítas de casaca, temos agora os marechaes de bengala, os solda- dos sem fuzis, grandes enthusiástas do tambor e da cometa, que pretendem dotar-nos com o suave regimen prussiano. D'essa escolta foi no Ceará o Sr. Freitas Hen- riques, que se dizia commandante das armas, e chamava a sua residência quartel general; e tem sido o Sr. Oliveira Maciel, que mais zeiloso ainda pela disciplina e administração militar os ares de um commandante em chefe, de go- vernador eivei tem apenas o nome. Ordens do dia, paradas, aquarteliamento, expe- dição de tropas para o interior, organisação de corpos, tropa e mais tropa, toques de cometa, questões de musica, ensaios de tambor, etc, cons- tituem o assumpto único da administração de S. Exc; e no meio disto são repetidas as prisões e reprehenções de officiaes, o recrutamento as- solla a província. Para completar o typo d'esse militarismo ca- ricato, S. Exc. não se esqueceu de nomear para as localidades seus assistentes, e mandou que fossem generalisando a triste comedia, que se faz a expensas do povo mais escravo da terra. Em cada município os delegados, de policia as- sistentes do marechal de bengãlla,soldados também do chapèo redondo, procedem ao recrutamento, deferem o juramento de praça e n'um momento convertem um cidadão em soldado, subjeitando-o para logo à chibata'e outras penas infamantes do regimen militar, sem que lhe permittara recurso de natureza alguma, e nem siquer o subjeitem à inspecção de saúde, que esteve em uso outr'ora,. antes da invasão dos quartéis pelas faculdades de direito. Continuarem embargos,escripto nas nossas leis, que ao indivíduo recrutado para o serviço mili- tar se marque um praso rasoavel afim de allegar as isenções, que tiver, e ultimamente, sem que o paiz fizesse violência aos seus dominadores, para que lhe outorgassem semelhante favor, creou-se a garantia do habeas-corpus para os que fossem indevidamente recrutados I Todos os delegados de policia da provincia se acham investidos da autoridade de annullar essas garantias, inhibindo os pacientes de qual- quer recurso, e quando os arrancam à sua mulher, filhos, para entre1"" ' ao captiveiro das leis da guerra, permaneicraves e su- premas, únicas, que tem erpaiz. Está ^fcsséfttado^queautraa lei$ ent/irão ape- nàs como prova pai^p. aai»u„,u....:„ ...--•-! para o Japão e outros paizes longínquos ou como documento para nossa historia politica, quando ja tivermos entrado no domínio da archeologia. Por toda parte se está observando essa pratica, de ordem do Sr. ministro da guerra, e plena aquiescência do Sr. ministro da justiça l Um amigo de Sobral, escreve-nos com admira- ção as seguintes linhas. « Acabo de presenciar, na casa da câmara, um facto, para que chamo a sua attenção. OI.9 supplente do delegado de policia estava deferindo o juramento militar aos recrutas que elle prendera. Parece que este facto liga-se ao da soltura por habeas-corpus de ura indivíduo in- justamente recrutado, sendo presumível que para nüllificar esse recurso judicial, a policia de So- Era pobre o cazal,—mas tão risonho, Tão calmo, tão florido e tão formoso Que vel-o—era sonhar, mesmo acordado, Phantastio% existir, junto a devesa —Dir-se-hia a mansão de algum poeta Desterrado da buiha da cidade; Ou de um sábio, que ali vai procurar A sciencia, no estudo da natura. Era um ninho relvoso... um d'esses ninhos, Que as aves, ao hymineu da primavera, Tecem â beira d'agua entre os junquinhos Das lagoas, tremulo e palpitante, Affagado de volúpia aos beijos humidos Da viração. N'ellese oceultavam Dois corações... de amor em quadra estiva. Junto & porta modesta, uma latada De sylvestre maracujá, tão verdejante, Copada e sombria e tão mimosa —Que era um mimo vôr-se os belios fruetos, Saborosos, descerem entrelaçados, Entre festões de flores perfumadas, .. Ao cheiroso jasmim. De ura lado e outro Espesso bananal seus largos leques Ao céo erguia, verdenegros, tumidos... —Era um véo de verdura :—ao indiscreto Velava o devassar ninho de amores. As doces pencas de sabor supremo Pendiam louras dos herbaceos troncos Mui fartas, mui viçosas era seus cachos Era cujo termo sempre abrindo em flor Pesado mangará, cheio de favos Tão doces como o mel das jandairas, Que ali iam buscar perfume e cibo. bral pedisse autorisáção para dar praça e fazer jurar bandeira aos seus recrutas. E um magistrado autorisou tal abuso 11 NOTICIÁRIO Nem capiteis dourados, nem volutas Lhes havia em redor:—fresco remansoè j. Ao fundo brandamente deslisava Letbes de venturoso esquecimento, Tranquillas águas estendendo, ã medo, Por branca areia os sussurrantes membros. Rústica ponte de uma ã outra margem Dava passagem à feliz casinha, Por longo tranzitar fatigado O caminheiro achara ali ã um tempo —Água p'ra saciar, vesana ardencia, —Cibo p'ra matar da fome as dores, —Flores, perfumes,—abundância tudo. do Brazil a Chanaan offerece Taes dons celestiaes da Providencia. * Onde a sombra mais doce se ostentava, E bem junto ao cazal,—um berço havia —Welle se divisava um lindo infante. Faces de anjo,—alvissimas, rosadas... Em requebros| gentis sorria mudo. —Eram suas tenras mãos conchas de nacar —Emperladas das gemmas primitivas. Os chrystalinos membros, modelados Pelo amor maternal—-sublime artista A' furto descobria em seus meneios. Branca roupagem, rescendendo aromas De agrestes flores, lhe adornava o throno —Que era um throno de amor aquelle berço Ao sorriso feljz da creancinha. Mais tlitoso sorrir correspondia. MUT ILAOO ' "¦¦¦ j4gáp&.< Captdra importante. Temos uma noticia importantíssima a dar aos nossos leitores. •O' faccinoroso José Gabriel, o terror da cornar- ca da Imperatriz foi capturado, afinal. Deve-se essa importante deligencia. ao bravo e distineto tenente do 14 Alfredo da Costa Weyne, uma das victimas da ferocidade do commandante Mello. Mil louvores ao intrépido tenente Weyne, por esse grande serviço prestado â causa publica. Está desassombrada a comarca da Imperatriz e livre das correrias d'esse famigerado assassino. Chefatura de policia.—Tendo se- guido hontem pára Pernambuco o Sr. Manoel da Silva Rego, assumiu a chefatura de policia o Sr. Esmerino Gomes Parente, juiz de direito da Granja. Que alma resignada tem esse Sr. Esmerino l Não obstante a maneira brusca porque o Sr.t Ma- ciei o desconsiderou na pessoa de seus parentes, demettindo um a bem do serviço publico, e re- formando outro forçadamente, alem de outras pi- cardias, elle esquece todas essas desfeitas, suffoca os ressentimentos e sujeita-se a servir com o Sr. Maciel. 7Coração de pombal Embarque.—Seguiu hontera no «Pi- rapama» para o Aracaty donde partirá para sua nova diocese, nos fins de abril, o Exm. Rvm. Sr. D. Lino Deodato Rodrigues deXarvalho, bis- po deS. Paulo.•.- Ao embarque de S. Exc. Rvm." compareceu ^ande-pmerp:. de cavalheiros, que foram fite suas ultimas despwfâõraô -renerando Hü/-1^ ¦'•»'_ evangelho. . |gjji£j -.-,• praia se achava postada uma guarda íe uuu- ra do 14, e embarcar S. Exc. Rvm.» a forta- leza deu a salva do estillo. Desejamos a S. Exc. Rvm.* uma prospera via- gera e fazemos votos aos céos para que o seu após- tolado seja fecundo de benefícios para maior elo- ria e esplendor da igreja paulistana. —Também seguiu no mesmo vapor para o Ara- caty, onde pretende celebrar os actos da Semana banta, S. Exc Rvm.» o Sr. D. Luiz Antônio dos bantos, bispo d esta diocese. Coadjuctoria.— Foi reconduzido na occupação de coàdjuctor da freguezia de Brejo becco o Rvd. Antônio Alexandrino de Alencar. —Uma mulher sentada junto ao berço "•' Sorvia insóbria da ventura o nectar. —Era a mãe I Nos seus olhos resplendia Do amor materno a carinhosa chàmma. —Da brasilea bellesa os dotes raros JTella se concentravam :-o typo e a forma. Tinha do jambo a còr, depois que Phebo, Namorado, lhe deu beijos sem conta. Longos olhos, profundos, languorosos Negros-mas d'umnegròr que diz:—saudade. A coma, densa, larga, avelludada Dos olhos tinha a cor. n _4 A boca abria —tomo flor de romã ao sol doirado, E mostrava entre pétalas de rosa, De immaculadas pérolas a alvura , —A mão pedia um sceptro,—o um throno. De longos, negros pellos revestido ' Possante Terra-nova sobre o berço Appoiava a cabeça intelligente. —Parecia entender a muda scena, De sorrisos e expansões tão divinaes I .Ora olhava pVa mãe, ora pVo filho, E deixava escapar por intervallos Rouquenho som por entre os alvos dentes. —De seu rude sentir—preito modesto— Lambia as tenras mãos a creancinha, E entregava a cabeça em holoeausto . A seu gracejo e caprichosos brincos. Poder supremo da innocencia cândida --Que a força doma, e ameigal-a sabe. I 1 GüWIíro Ex-Ma, Ím\ 0: æ'—"" ¦*-*—L

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    CondiçSo dam assignaturas.

    CAPITAL E POVOADOS PRÓXIMOS.

    Um anno. .Nove mezes.Seis mezesTres mezes.

    12*000{0#000

    7*0004&000

    0 CEARENSE é destinado a sustentar as idéasdo partido liberal; só toma a respon-sabilidade dos artigos da redacção, devendo todos os mais para serem publicados,vir competentemente legalisados. Publica-se diariamente com excepção dos dias im-mediatos aos santificados.—As publicações particulares pagarão 80 réis por linha;ou o que se convencionar.—Os assignaníes pagarão metade.— Numero avulso SOOréis.Todas as pagas serão adiantadas. _J

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    Typographia Brasileira-»»-RUA FORMOZA—M.

    CondiçSo dan «ssignaturais.INTERIOR E PROVÍNCIAS.

    Um anno .Novemezes.Seis mezes.Tres mezes.

    14*000li50008$0005$000

    ANNO XXVII. DOMINGO 30 DE MARÇO DE 1873.SKSSfiSSSaSSSSSSS^

    N. 26

    CEARENSEFortaleza, 30 demarco de 1873.

    Quando pouco tempo depois de assumira administração da provincia o Sr. OliveiraMaciel,noticiâmos ter S. Exc. approvado ai-gumas das farças municipaes de setembro,inclusive a do Aracaty, o órgão do gover*no sahio-nos ao encontro assegurando queesta ultima não, que a presidência aindanão linha lido tempo de oecupar-se comsemelhante negocio, atarefado como seachava com oulros, que demandavam depreferencia a sua attenção.

    S. Exc. precisava de concentrar-se n'umestudo a cerca das actas que estavam affec-tis a seo juizo para decidir da validade dasrespectivas eleições.

    Pois bem, chegou a occazião. O Sr. Oli*»veira Maciel já teve tempo de estudar epronunciar o seu julgamento.

    Segundo nos aíBançam,achamuse appro*vadas todas as farças municipaei feitaspelos graúdos em selemdro oa provin-cia.

    Não porque o lenha publicado o órgãodo governo, eslipendiado pelo thezouroprovincial com uma lar^a somma para in-teirar o publico do que vae pela adminis-ção,pois S. Exc. não dessa a dar essa salis-facão, mas porque os próprios interessadoso lem denunciado em todos os círculos.

    j 0a approvação de uma das farças maisindecentes.a do Aracaly, já o soubemos detorna viagem, depois de haver ali chegadoo firman do Sr. Oliveira Maciel.

    S. Exc. por tanto acaba de dar uma es*trondoza prova de sua subserviência aosinteresses da façcão que veio consignado,e aquelies que por ventura ainda deposita,vara uma parcella de confiança no espi-rito de justiça do aclual governador, che*gou por sua vez o desengano.

    De nada mais é licito duvidar uo gover-Do do Sr. Maciel.

    FOLHETIM.ORIGINAL DO CEARENSE.

    (Fragmento de um quadro.)Canta a brisa perfumadaSaudosa endeixa de amorNas tlorinhas da ramada.

    Zune insecto multicôr,Volteando caprichoso,Em torno ao calix da flor.

    No cerrado bosque umbrosoA jurity desgarradaSolta o grito doloroso.

    A corrente enamorada,Saltando pelos fraguedos,Geme em ilébile toada.

    Cybéle mostra os segredosQue no seio oceulta, encerraQuer jâ suaves, quer trédos.

    Pelo âmbito da terraVida esparge o sol fecundo—Até nos antros da serra.

    Palpitar intenso, fundoLeva plácida alegriaPor sobre a face do mondo

    E' bora do meio dia 1

    Excede a ludo quanio se possa imaginarde mais degradante este ultimo acto dopresidente.

    A farça municipal do Aracaty é uma cou-za tão indecente ou ainda mais, si é possi-vel, do que isso que ali apparentaramosgraúdos como nome de eleição em agosto,e que a câmara na corte, eivada de -pai-xões partidárias entendeo todavia deverdesprezar.

    Nem ao menos o exemplo da câmara oSr. Maciel quiz imitar.

    Ali o governo ainda teve uma resquíciode pudor: os governadores nas provínciasnão conhecem outra moral politica quenão aquella que lhes ensinam os chefes dasfacções, cujos interesses são mandadosservir.

    S. Exc. o Sr. Maciel ganhou sem con tes**tação a fama de excedente administradorquer para o governo, quer para os seuspartidários.

    Mas é precizo convir, que para a digni-dade humana nem sempre é indispensávelganhar.

    Quando tudo se tem perdido, é precizosalvar alguma couza.

    Appròvando as farças municipaes de se-lembro, o Sr. Oliveira Maciel sacrificou ahonra de sua administração.SI i ""• X

    ."7"-. \ íMilitarismo.

    (

    Somos victimas de nm militarismo de feiçãoextranha, que de alguns annos a esta parte sevai tornando um flagello novo, e ja seria mui pe-rigoso, si não fora o ridículo, que o segue de per-to, ameaçando-o de morte próxima.

    Assim como ja tínhamos os jesuítas de casaca,temos agora os marechaes de bengala, os solda-dos sem fuzis, grandes enthusiástas do tambore da cometa, que pretendem dotar-nos com osuave regimen prussiano.

    D'essa escolta foi no Ceará o Sr. Freitas Hen-riques, que se dizia commandante das armas, echamava a sua residência quartel general; e temsido o Sr. Oliveira Maciel, que mais zeilosoainda pela disciplina e administração militar dã

    os ares de um commandante em chefe, de go-vernador eivei tem apenas o nome.Ordens do dia, paradas, aquarteliamento, expe-

    dição de tropas para o interior, organisação decorpos, tropa e mais tropa, toques de cometa,questões de musica, ensaios de tambor, etc, cons-tituem o assumpto único da administração deS. Exc; e no meio disto são repetidas as prisõese reprehenções de officiaes, o recrutamento as-solla a província.

    Para completar o typo d'esse militarismo ca-ricato, S. Exc. não se esqueceu de nomear paraas localidades seus assistentes, e mandou quefossem generalisando a triste comedia, que sefaz a expensas do povo mais escravo da terra.Em cada município os delegados, de policia as-sistentes do marechal de bengãlla,soldados tambémdo chapèo redondo, procedem ao recrutamento,deferem o juramento de praça e n'um momentoconvertem um cidadão em soldado, subjeitando-opara logo à chibata'e outras penas infamantes doregimen militar, sem que lhe permittara recursode natureza alguma, e nem siquer o subjeitem àinspecção de saúde, que esteve em uso outr'ora,.antes da invasão dos quartéis pelas faculdadesde direito.

    Continuarem embargos,escripto nas nossas leis,que ao indivíduo recrutado para o serviço mili-tar se marque um praso rasoavel afim de allegar asisenções, que tiver, e ultimamente, sem que opaiz fizesse violência aos seus dominadores, paraque lhe outorgassem semelhante favor, creou-sea garantia do habeas-corpus para os que fossemindevidamente recrutados I

    Todos os delegados de policia da provinciase acham investidos da autoridade de annullaressas garantias, inhibindo os pacientes de qual-quer recurso, e quando os arrancam à suamulher, filhos, para entre1""

    ' ao captiveirodas leis da guerra, permanei craves e su-premas, únicas, que tem er paiz. Está

    ^fcsséfttado^queautraa lei$ ent /irão ape-nàs como prova pai^p. aai»u„,u....:„ ...--•-!para o Japão e outros paizes longínquos ou comodocumento para nossa historia politica, quandoja tivermos entrado no domínio da archeologia.

    Por toda parte se está observando essa pratica,de ordem do Sr. ministro da guerra, e plenaaquiescência do Sr. ministro da justiça lUm amigo de Sobral, escreve-nos com admira-ção as seguintes linhas.

    « Acabo de presenciar, na casa da câmara, umfacto, para que chamo a sua attenção.OI.9 supplente do delegado de policia estavadeferindo o juramento militar aos recrutas queelle prendera. Parece que este facto liga-se aoda soltura por habeas-corpus de ura indivíduo in-

    justamente recrutado, sendo presumível que paranüllificar esse recurso judicial, a policia de So-

    Era pobre o cazal,—mas tão risonho,Tão calmo, tão florido e tão formosoQue vel-o—era sonhar, mesmo acordado,Phantastio% existir, junto a devesa—Dir-se-hia a mansão de algum poetaDesterrado da buiha da cidade;Ou de um sábio, que ali vai procurarA sciencia, no estudo da natura.

    Era um ninho relvoso... um d'esses ninhos,Que as aves, ao hymineu da primavera,Tecem â beira d'agua entre os junquinhosDas lagoas, tremulo e palpitante,Affagado de volúpia aos beijos humidosDa viração.

    N'ellese oceultavamDois corações... de amor em quadra estiva.

    Junto & porta modesta, uma latadaDe sylvestre maracujá, tão verdejante,Copada e sombria e tão mimosa—Que era um mimo vôr-se os belios fruetos,Saborosos, descerem entrelaçados,Entre festões de flores perfumadas, ..Ao cheiroso jasmim.

    De ura lado e outroEspesso bananal seus largos lequesAo céo erguia, verdenegros, tumidos...—Era um véo de verdura :—ao indiscretoVelava o devassar ninho de amores.As doces pencas de sabor supremoPendiam louras dos herbaceos troncosMui fartas, mui viçosas era seus cachosEra cujo termo sempre abrindo em florPesado mangará, cheio de favosTão doces como o mel das jandairas,Que ali iam buscar perfume e cibo.

    bral pedisse autorisáção para dar • praça e fazerjurar bandeira aos seus recrutas.

    E um magistrado autorisou tal abuso 11

    NOTICIÁRIO

    Nem capiteis dourados, nem volutasLhes havia em redor:—fresco remansoè j.

    Ao fundo brandamente deslisavaLetbes de venturoso esquecimento,Tranquillas águas estendendo, ã medo,Por branca areia os sussurrantes membros.

    Rústica ponte de uma ã outra margemDava passagem à feliz casinha,

    Por longo tranzitar jà fatigadoO caminheiro achara ali ã um tempo—Água p'ra saciar, vesana ardencia,—Cibo p'ra matar da fome as dores,—Flores, perfumes,—abundância tudo.

    Só do Brazil a Chanaan offereceTaes dons celestiaes da Providencia.

    * •

    Onde a sombra mais doce se ostentava,E bem junto ao cazal,—um berço havia—Welle se divisava um lindo infante.

    Faces de anjo,—alvissimas, rosadas...Em requebros| gentis sorria mudo.—Eram suas tenras mãos conchas de nacar—Emperladas das gemmas primitivas.Os chrystalinos membros, modeladosPelo amor maternal—-sublime artistaA' furto descobria em seus meneios.Branca roupagem, rescendendo aromasDe agrestes flores, lhe adornava o throno—Que era um throno de amor aquelle berçoAo sorriso feljz da creancinha.Mais tlitoso sorrir correspondia.

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    Captdra importante. — Temosuma noticia importantíssima a dar aos nossosleitores.

    •O' faccinoroso José Gabriel, o terror da cornar-ca da Imperatriz foi capturado, afinal. Deve-seessa importante deligencia. ao bravo e distinetotenente do 14 Alfredo da Costa Weyne, uma dasvictimas da ferocidade do commandante Mello.

    Mil louvores ao intrépido tenente Weyne, poresse grande serviço prestado â causa publica.Está desassombrada a comarca da Imperatriz elivre das correrias d'esse famigerado assassino.

    Chefatura de policia.—Tendo se-guido hontem pára Pernambuco o Sr. Manoel daSilva Rego, assumiu a chefatura de policia o Sr.Esmerino Gomes Parente, juiz de direito daGranja.

    Que alma resignada tem esse Sr. Esmerino lNão obstante a maneira brusca porque o Sr.t Ma-ciei o desconsiderou na pessoa de seus parentes,demettindo um a bem do serviço publico, e re-formando outro forçadamente, alem de outras pi-cardias, elle esquece todas essas desfeitas, suffocaos ressentimentos e sujeita-se a servir com o Sr.Maciel.7Coração de pombal

    Embarque.—Seguiu hontera no «Pi-rapama» para o Aracaty donde partirá para suanova diocese, nos fins de abril, o Exm. Rvm.Sr. D. Lino Deodato Rodrigues deXarvalho, bis-po deS. Paulo. •.-

    Ao embarque de S. Exc. Rvm." compareceu^ande-pmerp:. de cavalheiros, que foram fitesuas ultimas despwfâõraô -renerando Hü/-1^ ¦'•»'_evangelho. . |gjji£j -.-,•Ná praia se achava postada uma guarda íe uuu-ra do 14, e aò embarcar S. Exc. Rvm.» a forta-leza deu a salva do estillo.Desejamos a S. Exc. Rvm.* uma prospera via-gera e fazemos votos aos céos para que o seu após-tolado seja fecundo de benefícios para maior elo-ria e esplendor da igreja paulistana.—Também seguiu no mesmo vapor para o Ara-caty, onde pretende celebrar os actos da Semanabanta, S. Exc Rvm.» o Sr. D. Luiz Antôniodos bantos, bispo d esta diocese.Coadjuctoria.— Foi reconduzido naoccupação de coàdjuctor da freguezia de Brejobecco o Rvd. Antônio Alexandrino de Alencar.

    —Uma mulher sentada junto ao berço "•'Sorvia insóbria da ventura o nectar.—Era a mãe INos seus olhos resplendia

    Do amor materno a carinhosa chàmma.—Da brasilea bellesa os dotes rarosJTella se concentravam :-o typo e a forma.Tinha do jambo a còr, depois que Phebo,Namorado, lhe deu beijos sem conta.Longos olhos, profundos, languorososNegros-mas d'umnegròr que diz:—saudade.A coma, densa, larga, avelludadaDos olhos tinha a cor.

    n _4 A boca abria—tomo flor de romã ao sol doirado,E mostrava entre pétalas de rosa,De immaculadas pérolas a alvura ,—A mão pedia um sceptro,—o pê um throno.

    De longos, negros pellos revestido 'Possante Terra-nova sobre o berçoAppoiava a cabeça intelligente.

    —Parecia entender a muda scena,De sorrisos e expansões tão divinaes I

    .Ora olhava pVa mãe, ora pVo filho,E deixava escapar por intervallosRouquenho som por entre os alvos dentes.—De seu rude sentir—preito modesto—Lambia as tenras mãos a creancinha,E entregava a cabeça em holoeausto .A seu gracejo e caprichosos brincos.Poder supremo da innocencia cândida--Que a força doma, e ameigal-a sabe.

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    Cargo _ policial.—Foi nomeadosubdelegado de policia de S. Francisco Ce»zario José Pinto.

    Guarda nacional.—Teve passa.,gem para o serviço da reserva o capitãodo 3° batalbão^da guarda nacional de Ma-MníTiianA Manoel Qezario Mendes.

    Officio de justiça.—Estão em con-curso os officios de 2 tabeílião do publicojudicial e nolas, escrivão do crime, eivei,orphãos e mais annexos do termo de Cas-cavei. %

    Bispo de SI. Paulo.—A câmaramunicipal desta capital dirigiu uma felici-,tação ao Exm. eRvrn0. Sr. D. tino Deo-dato Rodrigues de Carvalho pelo faustosoacontecimento de sua sagração como bispoda diocese de S. Paulo.

    a. Exc, Rvma. respondeu com palavrascheias de amor e gratidão,

    Câmara municipal.—Foi adiadapara 4 de abril a sessão ordinária da cama-ra municipal desta cidade, que devia terlugar à 7 daquelle mez.

    Thesouraria de fazenda—Foidemittido do lugar de porteiro Cartorárioda thesouraria de faizendá desta prOvinicia Raimundo Severiano Ribeiro e nomea-do para substituil-o Manoel do Carmo Fer»reira Chaves.

    Fallcclincuto.—Falleceu na villade Sant'Anna após os cruciantes padeci-mentos de um pàtlo laborioso, a Exm.0Sra. D. Theodolinda ;Rosa de Moura Ilibei -ro.virjluosa e respeitável esposa de nossohonrado amigo,1 Pr.'Francisco Urbano daSilva Ribeiro, juiz de direito dó Acaracú.

    Era uma Sra, dotada de mui raras vir»tudes, em grau elevado; quercomo mãicarinhosa e quer como esposa estreme-cida.

    Finou-se aos 42-annos de-idade e ao21.° parto.

    Sua morte foi geralmente pranteada emSanfAnna, onde era contemplada como omodelo da verdadeira mãi de familia.

    Deixou inconsolaveis o seu estíemosoesp*osoe .5 filhos, aos quaes dirigimos osnossos sentidos pêsames, elevando umaprece ao Altíssimo pelo repouso eterno daillustre finada.

    Outro falleeimento.—Falleceu noAracaty o Sr. Manoel José de Moura e Silva, ne^gociante d'aquella praça, cidadão estiraavel porsuas excellentes qualidades.

    A' sua familia nossos pêsames.1;Correio. —Foi mandado addir.á ad-ministração do correio de Pernambuco oofficial da dosta provincia José Cândidode BarrosInmor,-..-.L^f-^~~~-:r^~- ~ -

    ^ '"geiitedo correio— Foivdemíu',. j do lugar de agente do correio do Sa-iboeiro Manoel Cândido dos Santos e n).meado para subslituiUo João Bernardo daSilva. #

    Coliectoria. —Foi nomeado collec-lor das rendas geraes do município deTamboril o Sr. Pedro HOnorato de AraújoChaves.

    Licença.-*Foi concedida nma de 15dias ao alferes do corpo de policia AlfredoMilton de Souza Leão.

    Corpo consular.- Foi nomeadocônsul da republica da Bolívia nesta pro°vincia o Sr. capitão José Luiz de Souza,honrado negociante desta praça.

    Pirapama.— Voltou anle-hontorndos portos do norte da provincia e seguiuhontem para Pernambuco e escalas.

    Emancipação —No dia 25 do corrente teve lugar em Baturité a emancipação de escravos por conta da provincia.—No mesmo dia o Sr. José RodriguesVideira conferiu liberdade a uma sua escravinha; de nome Maria de 9 annos deidade.

    Ferimentos.—Na barra do üruihú, Cascavel, houve um conflicto enl'»Domingos Pereira do Nascimento e ManoelVicente da Costa, sahindo ambos feridi.

    —No lugar Córrego do Pântano, Caseivel, déu.e uma tremenda lueta entre D -mingos Vieira e Manoel Nicoláu, resultarádo sahirera ambos mortalmente feridos,aquelle com 3 e esle com 10 facadas.

    —No districto da Conceição FranciscoRemigio de Mello esfaqueou a Antônio detal que ficou a expirar.

    Assassinato. — Mais um diademapara para a coroa administrativa do Sr.Oliveira Maciel.

    No lugar Tapuia, do districto de Soure,termo desta capilal. Miguel Antônio Jaca-

    pobre velho de. nome João Ferreira daLuz. ¦ ::r:,:y.

    ; Trinta e sele assassinatos em menos de4 mezes I

    Ainda assassinato e ferimen-tos— Abismarao-nos .decididamente nabarbaria. Entrelacemos mais esse florão na gri-nalda administrativa do Sr. Maciel. '

    No silio Emas, do termo de Lavras por quês-toes de terra houve um conflicto sanguinolento,de que resultou a morte de João Simões e sahi-rem 11 pessoas feridas.

    Trinta e sete assassinatos dentro de 3 mezes 623 dias!"O Sr. Maciel jà conta os dias de soa funestaadministração pelos attentados commeltidos naprovincia 1 E esies ainda assiiw já excedem; porque ha 113 dias dirig/. o Sr. Maciel os destinosd'esta provincia e a estatística criminal já regis*tra 142 attentados conlra u vida e propriedadedo cidadão I

    Que administração gloriosa, exclama extasiadaa Constituição !

    Que administração exedanda, dita amanhãcheia de pasmo a posteridade t

    Fuga de presos e ferimentos.—Na noute de 13 do corrente evadiram-se, por meio de arrombamento. 4 presosque se achavam detidos na cadeia, do Vi!-la-Viçosa, sendo capturados dous. ..

    .¦Um outro, quando tratava-de-evadirrse,deu uma formidável facada em um guar-da, que ficou em perigo de vida.

    E\o 2- faclo de fuga de presos que aliseda, depoisque o acluai delegado entrouera exercicio.

    . Preznme*se que esse faraosu thug lemfavorecido essas-fugas. tanto mais quanlona noute de 13 não havia na cadeia umsó-dos guardas destacados, os quaes man-dará para fora.

    Talvez esses faccinoras sejão reclama*dos para fazer-se a conquista das urnasem;alguma freguezia. /;.;¦¦

    Ataque w propriedade. —Esla-mos n'iima epocha desgraçada. era .quenão se respeita nem a propriedade do cicdadão; Está: tuáo a mercê dos mashorsqueiros da situação.

    O no.soprêstante amigo João Cassianodé Menezes na muitos annos mora no sitioUrubu.Alagadiço grande, beraquisto de lodos os seus visinhos e 'sem nunca tér ap**parecido a menor reclapdáçao. Pepòis. po-rem que para ali mudou-se um:celebreAnlonio J. de Carvalho;o nosso amigo nãppoude ter mais socego de espirito^ sendocontinuadaraente insultado e perseguidopara abrir elevada que corre em seq sitiO. ''í-,:'.

    seros polacos sob*o knoul dos cossacos do auto-crata, o céo esta muito alto e o imperador muitolonge. .

    Achamo-nos reduzidos a uma desgraçada situa-ção.

    Para defender sua liberdade, honra e vida cum-pre que todo cidadão se arme.

    A policia continua entregue aos mazhorqueirosqúe levaram o povo inerme â bala e â sabre naseleições de agosto e setembro. E esses homenssanguinários, desmoralisados, sem prestigio ai-gum, não podem offerecer nenhuma garantia aocidadão.

    Dentro de 3 mezes temos a registrar 37 assassi-natos, 75 tentativas de mortes e ferimentos, 11roubos, 2 estupros etc. etc. 1

    No termo de Lavras deram-se os seguintes at-tentados :

    —José Ricarte Ferreira Jurema, na povoaçãode Varsea-Alegre espancou, -a luz do dia, e nasruas d.sta povoação ao negociante BenjamimJosé Pereira que o deixou por morto, o deliu-quente ficou impune, e continua andar armadode garrucho, na presença das autoridades dequem conta apoio.—No sitio Emas, deu-se um conflicto entreCyprianno de Lacerda e, Francisco Felix, resul-tando d'este conflicto sahirem cinco pessoas feridasgravemente, e seis leve, e morrer de uma hor-rivel facada João Simões. Deu-se este conflictopor motivo de questões de terras.—João Lobo de Macedo, dera uma facada emJosé de tal filho de João Francisco.

    —•O mesmo Lobo espancara barbaramente a umpobre velho, que vendo o grande perigo de suavictima, chamou-o para casa, onde se acha tra-tando as feridas. O delinqüente se acha impunee não se fez corpo de delido.

    —José Custodio, correra uma facada em JoséGonçalves, ferindo-o na coxa; o facto dera-sedentro d'esta villa as 10 horas da manhã; o de-legado RainHindo-Go_aes^rendeuj) delinqüente,porem soltou-o immediatamente a peSM-Tie-seus-cunhados. José Custodio continua n'esta villa ainsultar o cidadão José Gonçalves sem que hajauma correção.

    —Na povoação foi rigorosamente espancadouma escrava de D. Antonia viuva do finado Bra-zil,por um sugeito cujo nome ignoro; fez-se corpode delicto.

    —Francisco Vaquero espancou (n'esta villa)a escrava Belisaria, de D. Izabel Rita de S. José,o delinqüente fora preso e solto logo pelo dele-gado.

    Viu crime horroroso lncii-bado.— Remettetnsnos o seguinte:

    « Cumpre chamar a attenção da policiapara o que vamos referir, cuja exactidâoé garantida pur pessoa de fé.

    Josei>ha Goianna moradora á rua da Pa-lha, lem em sua companhia uma raparigade nome Maria, orphã, que perdeo-se hacousa de dous annos.

    Dous filhos já tem ella lido, sendo oullimo em dias j deste moz, mas nem umexiste. ' ;¦¦¦/¦..

    dido, indo enconlral-os, alia noute, na fa*zenda _ouro, á 7 léguas daqui.

    Apenas os italianos presentiram a tropafugira n. deixando toda bagagem que foiapprphomlida, constando do seguinte :

    1. coni.os.de reis em moedas de ouros,a_-) ii burros em que seguiam, 2 re-

    X-i __i^_ -_.__-!____». ' -t:íDiz á mãe que atmtios nàs&fam mortos,

    i__K_.ua- prudência e moderação certa-menle jà se teria precipitado.

    Ultimamenle aproveitando o ensejo deachause o Sr. Cassiano com sua familianesta cidade, reuniu 20 e tantos cabrastodos armados e tendoa frente um dos fiscães da câmara, invadirão o sitio do nossoamigo com furor selvático e abriram detal forma a levada que inutilisaram aquellaimportante propriedade.

    Um menino filho de nosso amigo, quechegara na occasião era que os selvagensao troar dos foguetes, celebravam seu van»dalismo, ia! sendo victima de um dosmal^feitores, que pretendeu rolai-o com umaenchada!'Onde

    já se viu tamanho attentado I Emque paiz nos achamos nos I

    K isto se pratica a 1 légua desta capblal!

    0 que nos resta fazer ?•Cada cidadão traga ao hombro seu ba-

    camarle para deffender sua vida e proprie-dade dos ataques da mazhorca.

    Anlonio Joaquim de. Carvalho é um dospeitos largos do graudismo.etudo isto pratica apoiado pelos chefes desse partido e dacâmara i municipal que o protege escandalosamente.

    Esle Carvalho tem se constituído o flagehlo dos moradores do Alagadiço. Que res»-ponda o Rvd. Nolasco, uma das victimasdesse homem perigoso.

    Ah l essa gente não se lembra do diada manhã I

    A seu tempo todas essas contas serão to-madas severamente.

    Tenha o nosso amigo bastante resigna-ção e prudência, que o dia da rederapçãonão tardará muito.

    Deos consente mas não para sempre.Segurança publica—A nossa vi-da e propriedade continuam ameaçadas pelas hor-das de sicarios que infestam a província, com

    chegado a ouvir vagidos de criança.Que tem havido crime no desappareci-

    menlo das crianças para nós não ha duvi-da : basta a mysterio, que se nota da par-lô de Josepha Goianna e da orphã Mariadepois que esta deu a luz.

    Não chamam parleira, sem duvida paranão haver uma testemunha importuna epoderem mais a salvo dizer, queascriao*ças nasceram mortas.

    Para nós, não ha duvida.repetimos, deque ahi se occulla nm crime, mas se real.mente não ha, é todavia de interesse paraa justiça, que a policia o verifique e pro-clame.»

    Moeda falsa. — Comraunicam.nosde Balurité o seguinte, em data de 26 docorrente :

    «Ha 4 dias se achavam nesta cidade 2italianos (cujos nomes ignori) dizendo vi*rem das maltas de Pernambuco e que se*guiam para os sertões desta provinciaafim de comprarem animaes. Hospeda-ram«se em casa de Rafael de tal, tambémitaliano.

    Ahi mostraram elles porção de dinheirode ouro (moedas de 20#000) dizendo quetraziam naqueila espécie para fazerem me*lhor negocio, pore_i como o pesoincom^modasse-os muito estavamdistavara dispôs-tos a trocar por papel, mediante a porcen-tagem de 28000, por cada moeda.

    Appareceram logo algumas pessoas pasra jazerem o Irpco, enlre ellas o nossoamigo Manoel Mendes de Souza, que rece-beu 20 das taes moedas a 22$000, dandopor tanto 440#000 em notas, e trocaram880SÍ000 com o mesmo Rafael, seu hos-

    rand-i ft spu sohrin Jftrnnvmn Nn0iieiri PassaPortes da policia. Por toda parte falia o ba-ranoaeseusoDnnno, Jeronymo «ogueira iCamartef impera a faca depont/. e não temosassassinaram a golpes de machado a um par» quem appellar, porque, como dizem os mi-

    A mãe do nosso amigo Mendes toman-do algumas das moedas desconfiou dellaspelo peso, e enlão tratandosse de verificar-se, reconheceu-se serem falsas. Mendeslevou o facto ao conhecimento do delega*-do e esto com uma escolla poz-se no en-

    wOívers do 12 tiros.O diah^iro de notas elles conüuzem-no

    amarrado talvez na cintura, visto que na-da énioiUrou-se. .

    0 d.', g ido voltou para esta cidade, pó-rem d ixou ali algumas pessoas encarre

  • .'.'.'nm'.»...» .in wh_.iii.iiaj." .'.. ii. ¦ i.!.' »¦—

    3

    t

    nhas, S. Exc. caracterisou a devidamentenas seguintes palavras:

    « Dir-se"hia, senhores, que nós não po*« demos reconhecer o direito alheio senão«à custai .sacrifícios de sangue, de di-((nheiro e d. dignidade! »

    CORRESPONDÊNCIA DQ CEARENSE.

    Parnahyba 15 de março de 1872.

    Acha se entre nós, vindo dessa, o nos-so amigo Arcadio Lindolpho de AlmeidaFortuna, distincto e honrado ex-official dasecretaria dp governo dessa provincia, queacaba de ser dimiltido do cargo que hálongos, annos exercia I i

    Empregado sem mancha, sincero e in*telligente, amigo sympathico e dedicado,não pode convir ao governo, que por umafrivolidade, ou antes por um dispeito doSr. presidente é lançado fora do edifício,onde com distineção e conceito servio amuitos governos I E' máo gosto, ou pou-co senso ü'um presidente que em tempo,pode-se dizer de paz e calma política, quer' a todo transe cavar reacções I

    A victjma da prepotência d'um governoanormal, não sente o menor abalo quandosoffre o golpe do tyrauno : airoso e tranquillo espera, que—passe a onda temera-ria e brávia, que infallivelmente se espe-dassarâ de encontro ao mais fraco roche-do I O Sr. Arcadio, por certo que não lhedeve restar dezar o ter sido demittido peloactual presidente dessa provincia, a nãoser a falta do pão que honestamente ga-nhara para subsistir com sua familia ; vis-to-quedem sua vida publica não encontrouo egoísta presidente um vestígio que o des-conceituasse perante o publico, e aquellesque o conhecem, cuja illibada reputaçãode homem publico e cidadão honesto, nãotem sido até o presente manchada e nem

    \ posta em duvida por aquelles que o tem\governado e nem por seus amigos e con-

    jeidadãos, sem que a sua cor política quejo distingue nas fileiras liberaes, servisse de{base para ser demittido do cargo que sem-

    )re exerceo com critério e lealdade.Parece-nos que o Piauhy, nessa parte

    die governo, será mais feliz que o Ceará,visto ter passado a tormentosa e sangui-jaòlenta administração do ex-presidente P.X. Ojter SUCcedidO # ella a #dministj*-çãnÇalmà e justiceira do vice presidente, orespeitável Sr. coronel José F. de MirandaOzorio, e a essa a de S. Exc. o Dr. Gerva-sio C. A. Mello de quem se espera umaadministração pacifica e pautada pelo fundo da justiça, cujo caracter respeitável ehonesto deS. Exc. assim nos deixa acre-ditar.

    Sinto do fundo d'alma que voceis oscearenses se vejão actual mente gemendodebaixo da pressão d'ura presidente ira-cundo e sem humanidade !

    Deos os alivie em breve do pesadellomartyrisador, que os vai lovandode abys.mo era abysmo I ,

    —Chegou non lem nesta, regressandoda capital o Sr. vieesempre capricfcosa e áfou-

    tos, pretenciosos sera fim, ocçupão semFzorio* provecto como é em matéria do governo,moderado como sôe ser inda mesmonas quadras mais agitadas, guiaria osdestinos da provincia da maneira a maisdesejável por seos governados, se por ven-lura o tivéssemos por mais tempo na ca-deira presidencial. Foi nomeado para olugar de inspector d'alfandega desta cida-de o Sr. major Antônio JoséAnalio de Mi-randa, mo-ço aliás digno para exercer ocargo, pará o qual acaba de ser nomeadopelo governo central ? a provincia inteirase gloriou essa nomeação.

    COMMUNICADO

    ceremonia, graças á dobrez de seus senti»-,mentos, o lugar de distineção pertencenteao verdadeiro merecimento,que prefere fi»car privado dó sol a ver manchada a pur-pura com que a naturesa o vestiu.

    « Deleita-os o nefando adagio «ganhafama e deita-te na cama» e cheios de si,,ali como em um throno, zombão tanto dosoutros, que só, a occasião coljocou sob suadependência, qne nem sequer dão-se aotrabalho de mascararem as suas infracçõesá lei, nem quando a fazem descer até a sa*tisfação dos seus ódios é particular interesse.

    Cartas a Flogculo,II

    Juiz de direito do Ipú, depois chefe depolicia de Alagoas, o Sr. Oliveira Macielera sempre o mesmo juiz Catão. Jl

    Náo obstante algumas torturas de.(8uajustiça, S. Exc, revestia sempre um certocaracter de severidade, que não haY.a pre-sumir netle senão o sacerdote da lei.

    « Felizmente a dignidade humana atre-ve se a arcar com esses aleijões rnoraes; odespertando a.opinião,publica, encarrega-*da de restabelecer o equilíbrio moral, con-segue que esta seme espinhos nessa ca-ma, que toroa-se-lhes então uurverdadei-re purgatório, n'ausencia da punição legal,que elles sabem adormecer.

    O Sr. Oliveira Maciel seja chamado âconta corrente, e ver se-ha que a faina acuja posse elle ag .rrà-se-é indevida e o re-

    Meu amigo.—Peço-lhe :que,transmitta âcommissão directora, do nosso parlido n'es-sa cidade, as minhas saudações obtidas nasnoites de 27 e 28 de fevereiro e) assim osprotestos do, meu pesar de estar ausentei

    Quem sabei Talvez que os cannibaesd'aquellas duas noites que ouviram respei*tosos e vilentes o titulo de canalha dado aopovo brazileiro por um ministro do impe»rador, precisassem de algumas gottas desangue e sorrindo òfferecera o meu.

    Curvo a cabeça ás deliberações do Ma-nlfesto ao paiz, não calando cqío tudo oconselho de que seja declarada—de poucosdias -a suspensão do órgão do partido.Posso afifiançar ser tal o sentimento viva*menle manifestado á mim por homens im-seTh.^.ipâtme_Í.«âupartido.

    Ha mais republicanos do que suppomose o suppõe o imperador. Ejáque veiu aquio nome de sua magestade devemos-lheagradecer os serviços que nos prestousua gente com as suas garraíadas. Tempoincalculável fizeram-nos avançar essas duasmemoráveis noites.

    Penso pois que a suspensão do jornaldeve ser brevíssima, pois que se temos vi-vido até agora a vida dos sacrifícios deno-damente cumpre maior firmeza na horados perigos.

    E se o governo de D. Pedro tem deci*dido acabar com a liberdade de escrever,elle que já desmoralisou ha muito a tribosna, convém obrigaLo âs ultimas violênciaslógicas da sua política, perque éllas prati-cadas havemos de ser encontrados nòs e osenador Fernandes da Cunha entre os com*pir adores.

    Dizendo estas cousas Iransmillo fielinen*te os sentimentos do povo d'estes logares.A indignação d'elle, muito grande embora,pelos actos da gente imperial; dè 27 e 28de fevereiro, é comtudo menos intensa doque a magoa de ver apagasse esse pharol.Si a noite ó lão esouia 1

    Quanto desejara eu que o meu amigo, oumelhor o próprio imperador tivesse hon-tem assistido ás scenas. quo assisti, pelanoite fora na varanda da casa da fazenda !Não eram moços os que fallávam, essesconservaram-se mudos com o respeito damocidâde spartana e fitavam as montanhas

    dor, conspira ç vái cahir sem a digitidadede Amadeu í Quantos dias de luto e desangue esse homem amontoa no futurodesta terra!

    Eu o ouvia, meu venerando amigo, seminlerrompellojapenas olhava estes céos deMinas, e:,estask estrellas do sol, aquellasmesmas estrellas que viram [Ottoni cami«nhar entre ferros e com os pés em sangueem nome d'esle mesmo império e d'estemesme imperador.

    Adeus, meu amigo. Abrace por mim. osmeus collegas e correligionários e consintaque,serre respeitoso a mão veneranda ,quesustenta com tanto vigor a causa dos mas-con e a bandeira da republica.

    ! Chiador em/Minas; 3;de março de 4873.FERREIRA DE MENEZES.

    B----——___—_»¦¦»————¦

    VARIEDADECousas e lousas.

    s

    ,. Ridendo dicere verum quid vetai?

    O Sr. Pi-itíbyliuo voltou do Rio de Janei-ro mais velho do que fora. Despendeu na-turalmente com passagensdeida evolta,hotel-e outros bicos nunca menos de.....2:000#000, sò botitís gastou elle 5 paresnas suas viagens diárias a cazado,ministro.Contava que o Jaguaribe o aceitaria emcaza, porém o nosso conselheiro está hojeQàais sabido e nãó preciza mais de agra-dar eleitores, dôspaçhou,,o declarando quea caza era pequena e não linha para-fàios.'Pòr'espaço dè 2 mezes supportou o duroe cruel supplicio de Tantalo, vendo tododia sahirem fornadas de juizes de direiloesó a vezdellenab chegava. Esteve poruin'triz ém pedir aposento no hospício dePédróII.

    Pesenganado de nada obter requereuaposentadoria no lugar de pretendente aum juisado dé direito, visto contar maisde 2S áhnos de espera e foi lhe deferido orequerimento com ò ordenado correspon-dente. Arrumou às canastras e tratou depor se ao fresco sacudindo o pò das san-dalias ao singrar a bahia do Guanabara,promeltendo nunca mais ali voltar, comopretendente:

    • Ao desembarcar em nosso porto lem-broá-seo' .;aqtíétf_-'da infância, e emvc»z sentimental eíttoòtf % Ia condessa—T&oalegres quejvieraos e;tão triste que volta-^AS ^axMiuío d.~t^...„__r____elle no mesmo vapor o encapetado Sámú,a fazer-lbe figas e caretas toda viagem.Além da taboca o debique.

    *

    Affirma o José Nunes que o Piauhylinonão foi despachado,; porque napelição queelle derigira ao governo, sollicilando umavara de direito escreveu mandóie em vezde mando lbe, óleo em lugar de olho, Cea-rá cora Sè deu o tratamento de Vosmincêao imperador e de slnha dona a impera-triz.

    O conselho-de ministros reuniu-se, acrescenla o policial José Nunes e resolveu queum cassange não podia destribuir justiçanesta terra.

    A Constituição suspendeu a obra. /.Ha dous números que não dispensa uma

    palavra amistosa ao Sr. Maciel.—Quid inde < > ->—Porque, alliança o Joaquim Mendes,

    o presidente não quiz aposentar o Soarese nem entregar os 2:070$000 da mamatada viuva Franklim, esses cobresinhos comque o Theodulo contava ja na algibeirapara pagar certas despesas e fazer a suaviagem para o Crato.—E então os elogios custam tãocharo ?

    —Está bem visto, que esses dous mar-recos não hão de gastar sua cera com umdefuneto que não faz milagres.

    o

    ao longe com oolhor sereno de quem so*nha o futuro. Eram os homens velhos, oschefes de familia, os homens que arrancamda terra o sustento d'este paiz eram os ho-mens da propriedade, chamados os sus-tentadores do throno, eram em umâ pala-vra os fazendeiros^--àzendeiros importan*tes os que protestavam conlra a coroa notom elevado das convicções e quebravam osilencio das maltas era redor

    O império vai-se. clamavam, o impera-

    Ha couzas com que não se quebra o je-jura, explicava o padre Braveza aos presosda eadeia :

    Sum. i. tum... por exemplo : quemcomer os miolos do Silva Rego jejua detrespasso, sum... tum... quem almoçaro juizo do Theodulo pode commugar meiahora depois e sum... tum... bem assimos que comerem a sabedoria de Maciel, odesinteresse do Albano, a eloqüência doGarcia, a religião do Soares, a probidadedo Linhares e a coragem do José Nunes.

    Sum... lura,. .acrescentava elle, pode

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  • 14

    a gente cazar-se no tempo quaresmal, mas'isto só na cidade do Icó, como o meu afi-lhado que acaba de cazar, sem haver des;pensa, e sem cazarem com elle, e que jásendo Dr. Virado, ficou revirado.

    Sum... tum.. .nos dias santificadospèrmitte-se certo gênero de trabalho, comopor exemplo os do Theodolo, que leva en-fiando água demanhã a noute.

    Sum... tum... todo catholico po-de dar esmola para ostrae jèjuam e o meusanto partido graudo tem resolvido prati-car essa caridade na 5a o 6a feira-maior,mandando destribuir de esmolas pelo ve-nerando Pau Penoso o olho do Carneiro, onariz do Maciel, as manoplas do Garcia,as pernas do Linhares, o pimentão do JoséNunes e até os botões do Joaquim Men-des.

    Tarda o Sr. MacieVa mandar pagar aosArarlpes os cobriohos dá Mnngubança, equeixa-se o major Zumbinha, de que S.Exc. está fazendo um grande mal a sua fa-milia.

    Em quanto isto se passa, o velho Perse-vejo escreve ao Pemvejinho. «Cumpre qinxiquères o Panlino, sinão elle nos des-leita—O Pedro Palú escree a este—Mano,trata de mandar botar uma moxilla noPraxedes, do contrario elle hade apojar,no teo quinhão. j

    O Sr. Maciel já ordenou a thesòurariaque fizesse insinuar a doação, para quepossa ter os effeitos de direito, e que sus-pendesse o serviço das pontes, e mais obraspublicas.

    loca ao velho convencional 830^000 dapitança, a cada outro herdeiro outro tan-to. «*

    O Sr. Maciel, sinão é um bravo parece.Historias de suas proesas e valentias fazemtodo o tempo dos serões de palácio : Umavez briguei com ura diabo no Ipú. Disse-me que eu só lhe gritava porque estava nacadeira da presidência do jury. Saltei ti-rando a cacasa, e deMhe tamanha carreiraque o fui deixar na porta do velho Xime-nes I

    ',

    Uma sei chegei ao Pilar. Estavam acos-tumados a «mangar dos juizes. Logo queme apeíei.perguntei, si naquella terra ha-via cadeia e cemitério. Sim, senhor, meresponderam uns maganos. Pois bem, on'de ha cadeia e cemitério,"' .#9 me*°de homem .Sahiram todo. cauio^aixose nooutro dia, já viram Vmcs. respeitão de™ooi^pci ..as*ífl^ra < ivtáTiuii)an. o oenegros, que faziam o diabo a quatro. Mel-ti me no meio delles, e peitei uma por-ção, depois cahi-lhesem cima, matei auns, prendi a outros e (nunca mais negrosde minha vida 1

    Uma vez... proseguia o Sr. Maciel; pe-guei-me com o Araújo de Russas, que vo*cês conhecem.é um marmanjo q' lem umabatata de perna, que metle medo; e o fizbater a bota naquelle varjado do Jaguari-be que fazia gosto.

    —Agora coronel vVqueé desla terra mediga quem loi que comeu o umbigo doPiauhylino.

    —Sr. presidenle. uns dizem que elletendo nascido em ora navio negreiro foi ocommandante vendedor dos negços que co*meu, n'uma occazião que se vira sem vi-ver.es, outros dizem que nascendo u'umbando de ciganos nas matlas de Pernam*buco, atiraram-lhe o umbigo aos caiporas,em falta de fumo.

    —E' verdade curonèl está explicado ocaiporismo do homem, na sua pretenção dejuiz de direilo.

    *—Ainda outra pergunta coronel, V. sa-be quem foi que comeu o umbigo do Sa-mu ei?

    —Sr. presidente, o Linhares conta queesse menino foi amameniado com muitozelo, no Jaguaribe«merim por uma rapa-riga muilu namoradeira, cheia de reque-bros e a^demanes, a mais desvanecida e vai*dosa que havia no lugar, a qual para mos-trar quanto amava a creança anguliiialhe oumbigOê

    —E' isto mesmo coronel, eis a razãoporque o antigo Samuel, hoje madame Samú, vem me aqui com ares de quem mequer namorar, todo cheio de requebros,coberto de perfumaria e só fallando deamores.

    -Sr.presidenle.jâ me disseram que elleuzava de anquiuhas suppostas.

    —Lá isso nãò sei, coronel, mas a ma-dameé tentadora.... „.;;i. v .

    -E se o Rego lhe visse os olhos...•-.*'

    a» •—Cabra velho, acudiu o Herculano, eu

    também sou de lenha, e se vodes balar prariba cahe jà das mãos. Uma occazião eraCaxias, meiti. me no meio de um cabroeiro,versei o pó atras e tangi a lenha, levantouse um cinzeiro que quando culariou linhagente de papo pra riba que parecia boi noaçougue e eu apesar do pau trovejar-meem riba só fiquei com a cabeça pappcada od'ahi é que me veio a careca.—Eu também, atalhou o Sr. Garcia. 0quei com as mãos encarangueijadas assimde puchar pioguelo de bacamarte na ponie dos Coelhos, matando os praieiros quatravessavam dos Afogados.

    —Caluda que ahi vem o Camargo, interrompeu D. Franeisco.

    • •—Sr, presidente V. Exc. que é de Pernambuco me sabe dizer quem foi que cumeu o umbigo do Garcia, pergunlou o coronel Pimentão.

    -Homem, não me lembra bem, ma'ouvi dizer que linha sido um tal raajo'Quaresma, que era um guloso muito graude. e pensou que o umbigo da creança eraalgum pedaço de lingüiça.—Mas, Sr. presidente, esse Quaresmaera homem verdadeiro?

    —Muito, em toda a extensão da pala*?ra.

    —Sò sendo assim, porque o Garcia nãomente nem brincando.

    Outro dia o José Gargalha passando nabibliotheca parou no portão de ferro e dis-se para dentro:—Bom dia Dr.

    E nada de resposta,—Bom dia Dr.Nada de resposta. Nisto vae chegando o

    zelador do museu e pergunta-lhe.—A quem é que o Sr. se derige ?—Ao Dr. Herculano que ali está.—Qual, meu Sr. aquillo é um cavallo

    alazão que elle bota aqui dentro para apro-veitar a babugem.

    —Oh l que engano desses meus olhos,tomar o Gavallo por meu amigo, onde hatanta differença l Sahiu dizendo o JoséC..galha.

    O bem conhecido e* popular Santaninha,l\íD__á?íiròÜHsé'um dia de seus cuidados

    ) derigiu a D Francisco um requerimentojollicitando permissão para deslrahil-ocr«m uma serenata.

    O requerimento cuja copia nos forneceuo José Nunes é concebido nesles termos:

    *Illm. e Exm. Sr.—Diz o Santaninha que des*

    cuhrinloem V. Exc. um decidido . apaixonadoamador da muzica c>mn tem dado provas cha-mando para sua secretaria o Moraes e mandan-do vir de Pernambuco uma lyra, reconhecendolinda a vida sedentária e misantropica de V. Exc,rem respeitosamente sõllicitar permissão paradistrahil-o emumde seus momentos de máu hu-mor, offerecendo uma serenata, cujo programma,é o seguinte, que constitue uma pequena partede seu inexgotavel repertório :

    Ao som da sua Parahibinha cantará o boi suru.bim, a barcas baixa do algodão (composição doFranco) a guerra do Paraguay (composiçãosoa/ o rabixo da Geratda, o boi espaço, o re-doudo sinhà, que lhe tem gr^ngeado os maioresapplausos nas differentes praças onde tem repre*sentado.

    O supplicante requer também a V. Exc. queno caso de aceitar o seu offerecimento se digneordenar a presença dos Srs. Franco e Pau Pernoso para o auxiliarem na scena da onça, ondetem de representar o papel de Bompe-ferro, Bom-pe-nufom e Rompe-vento e ao Dr. Garcia paraservir de gajeirona scena da barca, visto ser omais insigne dançador de corda d'esta terra,

    Finalisará a serenata com a linda ária—Era um(iiliü maiicebio.—Pelo que o supplicante esperaser attendido.—E R. M,—O Santaninha.

    • t

    S. Exc. tendo recebido o requerimento supra,e depois de devidamente informado pelo muzicoJorge, lançou o seu despacho do theor seguinte:

    . Com todo gosto concedo a permissão pedida.O men secretario da privada expeça oi convitesa todos os meus amigos para comparecerem nosalão de mau palácio, amanhã as 8 horas danoule.—P. Francisco.

    .'.E_ec ti vãmente á hora marcada estando os sa-

    loas repletos fez sua entrada triurophal o Santa»ninha com a sua inseparável Parahibinha, e to*mou acento a direita de D- Francisco. Annunciouque ia começar pelo redondo sinhd.—Credo, n'este tempo de quaresma, murmo»rou o Soares, benzendo--se. e essa cantiga estáescotumungada.

    O Santo ninha tangeu o arco na barriga da Pa-rahibinlis e começou.

    —Eu vi oma lagartixa,Oh l redondo sinhà

    No caminho do sertãoSentada n'uma cadeira,Tocando sou violão•Com uma medalha no peito

    , ¦ Cada dedo um annellãoOh ! redondo sinhá.

    Eu vi uma lagartixaOhl redondo sinhá

    Lá em cima n'um sobradoSentada n'uma cadeiraCom seu rabo pendurado.Era um grande doutorPresidente e delegado,Assim mesmo d'esta sorteTrabalhando no jurado

    Oh t redondo sinhà.-

    Estavam todos suspensos como electrisado* eD. Francisco de boca aberta cahindo-lhe ummonco do nariz que já empossava no soalho. OHerculano foi só quem exclamou : .—Que lagartixa damnisca 1 Aquelle presi lentede quem falia o redondo ê vodes ( para o Maeciei) e o delegado aqui o cabra Yelho ¦ Rocha6o veia.

    —Obrigado, Dr„ acudiram ambos» .

    Acabada a 1* parte houve um chuveiro de pai-mas. O commandante do 14 ás dava tão altasqoe até o Paes Pinto se assombrava na praçad Assembléa.

    O Santaninha cheio de si, rasgon de novo oventre da Parahibinha e entoou o boi surubm.

    . Não sabe o que aconteceuOh I mamai

    No sertão do (Juixelô ?Nasceu um bezerro maxoOh l mamai ,

    Que o povo se admirouEu chamava e elle vinha .,

    Oh t mamaiEh l cou, eh ! cou eh I lou !

    —Agora, Sr. Herculano perguntou o José Nu-nes, me diga quem é o boi, o bezerro e a mamai.—Cabra velho, os dous primeiros não sei, masporém o ultimo pôde que seja aqui Ma dl meSamú

    • t

    Finda a 2a parte do programma com os mes-mos applausos da 1», deram om cope de servejaao heróe da festa e este, depois de torcer as ore-lhas da Parahibinha, passou o a»*, o e começouno Rabixo da Geralda :

    « Digo eu liso RabixoBoi de fama conhecido,Minha senhora GeraldaJá me tinha por perdido.

    Onse annos morei euLà na serra daPregueciaMinha senhora GeraldaNem de mim tinha noticia.

    Outros onze morei eu '. Entra penhas e Denhasno *

    Sabiam que eu era vivo«« ...do «__ davam no rasto.—Sum... tum... este rabixo não é muito de-

    cente para o tempo de quaresma, disse 0 padreBraveza.—Sr. Herculano quem é a Geralda? perguntouò Theodulo,—O cabra velho Piauhylino é quem conheceessa Geralda que ainda ó parenla d'elle.—Essa defenda já morreu de morle supita,respondeu o Piauhylino.

    Estavam todos anciosos pela continuação, po-rém o Santaninha que não è de ferro, deu par-te de doente e pediu desculpa para consentirem-no continuar no dia seguinte. Concluindo paracontentai os, com a área que deu no golo, prin*cipalmente de madame Samú, que torceu -se todf,endireitou as anquinhas e passou uma olhadellano Andorinha:' « Era um fidio mancebio qoe me amava, meLindra jove dos annos na folòA donzella era um anjo encantavaEra nm vote o mancebio amadou.Um poeta que amores assanhavaQue em segredio gemia de dou.

    D. Francisco concedeu a dispensa pedida, nãodeixando porém o vate sahir sem tomar chá econdoziu-o pelo braço, e de quando em vez sóse ouvja o Dr. Herculano dizer:—O cabra velho botou pra riba.

    te •

    O seguinte dialogo teve lugar na porta de umabolica, á praça do Ferreira.Dr. Justa

    Afinal o SamuelDeve estar mui satisfeitoPois sem ter direito á jusEstá juiz d

  • ffp^

    '&

    Semana santa.Tendo de cetebrar-se a fesla da semana

    santa, previno ao publico desta capitalque me acho encarregrído ^da destribuiçãodas cadeiras o iribimis—aquellas pessoaspois que quiserem alugal-as dirijam-se à

    Joaquim Domingues da Silva.

    y"

    \

    Attenção.Precisa-se de um caixeiro, que lenha

    pratica para molhados e de boa conductaa tractarna praça dos Voluntários casan. 1.

    .'/. (2-3)ÀLUGV-SEACIASA N.° 166 DA RUA

    Formoza e traia se á rua Amélia n> 185.

    ALUGA-SE OS ARMAZÉNS N. 15, 75,6 é 4, da praça rua e travessa d'Alfandeha,a tratar á rua Amélia n. 185.'

  • 'fisRÜAF0BM0ZAI107LUIZ DE SEIXAS CORREIA

    acaba de receber, uni grande sortimento demercadorias inglezas e francezas, que esslá vendendo,*á dinheiro, por.preççs tãotara tos. que provocam-a vontade,, com*pra r..se.

    Entre ellas recommenda a altenção dosleitüi és para as seguintes.: ** Chapéus de velludo prelo, eloganr-temenle enfeitados para senhoras emeninas \V 3#000.

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