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< ! *;'•*''í JWgsSK I3 ?0 CondiçSo dais aissignaturas» CAPITAL E POVOADOS PRÓXIMOS. üm anno .......«000 Nove mezes. . . . ...IOaOOO Seis mezes 7&0Q0 Tres mezes. . . . . . 455&OOO 0 CEARENSE é destinado a sustentar as idéas do partido liberal; toma a respon- sabilidade dos artigos da redacção, devendo todos os mais para serem publicados, vir competentemente legalisados. Publica-se diariamente com excepção dos dias im- mediatos aos santificados.—As publicações particulares pagarão 80 réis por linha; ou o que se convencionar.—Os assignantes pagarão metade.—Numero avulso SOOréis. Todas as pagas serão adiantadas. Typographia Brasileira—S3-RUA FOBMOZA—!Í8. Condição das assignatura*. INTERIOR E PROVÍNCIAS. Um anno .-"Ar~AnJ' fis\ u»00O Nove mezes.. . . , . . mooo Seis mezes.. . . "." .;:'.., 8&000 Tres mezes.. . . ;. A''''.l 5#000 ANNO XXV. DOMINGO 17 DE SETEMBRO DE 1871. 'UÚiÜi N. 107. CEARENSE to mal, e revelia o desejo de provocar as imenlar a denuncia; participando esta ren Fortaleza, 17 de setembro de 1871. Desde muito tempo as necessidades do commer- cio e da navegação, que demandam o nosso porto, reclamam instantantemente a substituição do ac- tual pharolete do Mucuripe. Por longo tempo o nosso governo se mostrou surdo a essa exigeneia, e apesar de relatórios es- criptos com o fim de tornar patente a necessida- de da reforma do pharol, nada se fez. Assigualou-se os perigos de continuar a servir de aviso aos navegantes um apparelho de luz fi- xa, simulando qualquer d'esses fogos, que costu- raam a entreter na praia os nossos pescadores, causa muito provável de naufrágios, e de alguns que tem occorrido em nossa costa. Mas para o nosso governo, sempre attento a outro3 assumptos, especialmente aquelles que en- tendem com os negócios de eleição e arranjos dos amigos, sempre olvidou essa palpitante necessi- dade. Ultimamente tendo de fazer encommenda de alguns pharoes para diversos pontos do littoral do Império, lembrou-se de comprehender n'esse numero um para o Mucuripe, em substituição ao que ali existe, reconstruído ha cousa de dous annos depois de um completo incêndio. Apoz uma longa demora porque passam sem- Íjre todas as nossa-; cousas, especialmente aquel- as que são mais urgentes, chegáramos materiaes, 2ue devem compor o novo pharol, segundo se iz, de um systema aperfeiçoado. E quando se suppunha que o governo geral fosse sollicito em providenciar para que imme- diatamente se estabelecesse o pharol em seu lu- gar, nota-se que ha quatro mezes se acham as peças, algumas das quaes se diz faltarem, e outras fracturadas, e nem esperança de que o governo se lembre de que mandou para aqui se- jnelhante pharol. Quando estiverem de todo inutilisados os ma- teriaes, que ahi se acham, e que custaram avul- tadas sornmas, quando o actual tiver determina- do mais alguns naufrágios, ou for de novo redu- zido a cinzas talvez o nosso paternal governo to- me ao serio essa necessidade, cuja satisfação tan- tas vezes tem reclamado a zelosa capitania do porto. Note-se : alem da necessidade de um appare- lho de systema diverso do que actual mente serve sob o ponto de vista de auxiliar ã navegação e o commercjo sempre crescente, oceorre qué dá-se desde muito tempo um disperdicio cada vez mais avultado de matéria prima para entreter a luz do pharol, que aliás não satisfaz. O que importa, porem, tudo isto, si as nossas cousas hão de marchar sempre assim —impreviden- cia, deleixo, e inépcia em tudo "^ Negócios do Acarape. 0 silencio que temos mantido a respeito dos negócios do Acarape, não pôde mais continuar, attenla a condueta criminosa do Sr. barão de Taquary. S. Exc. teve tempo sufficiente para examinar os escândalos que se passaram por occasião da eleição de câmara daquel- le municipio, e deve estar convencido que o de legado foi o agente que promoveu tedo o distúrbio. E' tempo portanto de tomar se uma me- dida de moralidade, em relação aquella auctoridade arbitraria e violenta. Si o Sr. barão de Taquary não proceder coma energia precisa, tornar-se ha cum- plice de um facto revoltante e escandaloso, e dará francamente â entender que de sua autoridade o grupo com quem vive é q' tem direito á ser attendido, ou se trate de cousas justas, ou se trate de escândalos, como os que se passaram no Acarape. Consla que a câmara eleita está no exercício de suas funcções, sem que até hoje a portaria que approvou a eleição ti- vesse sido publicada. N'este negocio S. Exc. lem andado mui- messa á autoridade a quem competir a formação di cu pa Se porém o promotor ou seu adjunto não oíficiar nos prazos dos §§ 1.° 2.° e 3.° applicar^se-ha a disposi- ção do § 5*. DOS RECURSOS. « Arl. 17 0 recurso de que trata o art. |281 do col. do proe. criminal., fica con iras da opposição, que não o poupara em quanto a lei não tiver uma satisfação cabal. Não fomos nós sós os que prufligaram os escândalos do Acarape ; foram também os conservadores d'aquella localidade, que, pelo órgão do Sr. ex-deputado Gistello,po- zeram â descoberto no Pedro II as immo- ralidades de semelhante eleição. O próprio órgão official, em um arligo de resposta ao]omal da Fortaleza, fez um vertido em aggravo noaulo do processo, appello áS. Exc, de quem declacou que « § {• Os recursosde pronuncia ou não espera medidas que reparem as violen- pronuncia seguirão sempre nos próprios cias commetlidas.auios-, podendo a parte arrazoar e juntar Volta, pois, a questão á discussão, e estamos no firme propósito de ríão aban- donal-a mais. em quanlo à opinião publica não se der satisfação á que tem direito. Não queremos fazer imposições, e nem estamos no direito de faseLas-, mis tratan- do-sede ura negocio tão grave,toda exigen- cia de nossa parte funda-se em um direito muito legitimo, do qual não cedemos nem uma linha. PARTE JUDICIARIA Reformat Judiei a ria. Redacção do projecto de reforma judiciaria com as emendas feitas e approvadas pelo senado e sujeitas á approvação da câmara dos deputados. DA QUEIXA OU DENUNCIA. «Art. 16. Fica abolido o procedimento «ex-officio» dos juizes formadores da cul- pa excepto nos cisos de flagrante delicio; nos crimes policiaes; e nas especiaes dos §§5* e 7* deste artigo. § i.° No ciso de flagrante delicto, se o réo obtiver fiança, a queixa ou denun- cia será apresenta Ia dentro dos 30 dias da perpelração do delicto. «§ 2* Se o réo estiver preso, a queixa ou denuncia será offerecida denlro de cinco dias. « 3* Não estando o réo preso nem ah\ ançado, o prazo para a queixa ou denun- cia sara igualmente de cinco dias,contados da data em que o promotor publico rece« ber os esclarecimentos e provas do crime ou em que esle se tornar notório. «§4* As autoridades competentes re* metlerão aos promotores públicos os seus adjuntos as provas que obtiverem, sobre a existência de qualquer delicto. afim de que elles procedam na forma das leis. «§ 5* Se esgotados os prazos acima de„ clarados, os promotores públicos ou seus adjuntos nâo apresentarem a queixa ou denuncia, a autoridade formadora da cul- pa procedera «ex-officin» e o juiz de di- reito multara os promotores ou adjuntos omissos na quantia de 20# a 100$0ü0, se não oíferecerem motivos justificativos de sua falta, •* § 6* 0 promotor publico, a quem o adjunto deverá communicar a queixa ou denuncia que tiver apresentado, poderá addicional-a como entender mais justo e proseguir nos lermos da formação da cul- pa. « § 7* As autoridades judiciarias. sema pre que recoDhecerem casos de responsa»» bilidade, formarão culpa a quem a tiver, sendo de sua corapetenc:a; e não sendo, remelterão ao promotor publico ou seuad- junto as provas qne sirvam para funda- documentos nos prazos leges. « São voluntários os que forem interpôs" tos das decisões dos juizes de direito do arl. t desta lei em processo de formação ila culpa nos crimes communs. São, porém, necessários os mesmos re- cursos das decisões dos juizes municipaes que «ex-officio» os farão expedir sem sus- pensão das prisões decretadas. « §2* Do despacho quo não aceitar a queixa ou denuncia1, e bem assim da sen- le.nça de commulação da multa, haverá recurso voluntário para o juiz de direito ou para a relação, conforme fôr a decisão proferida pelo juiz muuicipal ou de direito. i § 3* Não são prejudicados os recursos interpostos «ex officio» ou pelo promotor publico, quando expedidos ou apiesenhr» dos fora dos prazos falaes; serão, porém, responsabilisados o juiz, o promoior piii blico ou qualquer official do juizo pelas faltas ou inex:iclidões que occasionarem a demora, « Também em nenhum caso serão pren judicadosos recursos interpostos pelas par- les, quando por causa de falia, er.ro ou omissão do official do juizo ou de outren* não tiverem sedimento e apresentação em lempo',no juizo «adquem». « § 4* A appeliação do § l- do art. 79 da lei de 3 de dezembro de 1841 lem effeito stisporisivo quando interposta de sentença absoluloria do accusado de crime inafiançável e não sendo unanime a der cisão do jury que a determinar. Faltando qualquer deslas condições somente será recebida no effeito devolutivo. «§5* Tãosómenie terá effeitosuspen- sivo a appeliação iuterposla, pelo pi orno- tur publico ou parte offendida da sentença de absolvição, quando fôr esla proferida a respeito de réos aceusados de crimes pu- nidos no máximo com as penas de morte, galés ou prisão com trabalho por 20 ou mais annos e prisão simples perpetua. « Nunca, porém, a mesma appeliação' terá effeito suspensivo, se fôr unanime a decisão do jury que determinou a respec tiva sentença. « No prazo de dous dias deve ser inter»* posla a appeliação de que trata esle para- grapho, e não sendo por..se~hão logo em liberdade os réos absolvidos .* os sujeitos a penas menooes, immediatamente depois de proferida a sentença absolutoria. « § 6- Não havendo sessão do jury em algum termo poderá o réo ser julgado em outro mais vizinho da mesma comarca, se assim o requerer e o promotor publico ou a parte aceusadora convier. E independen te de convenção de partes, sempre que uão fòr possível effecluar o julgamento do réo no districto da culpa, terá lugar no juizo do termo mais vizinho com preferens cia o da mesma comarca, Verificar.se-ha a impossibilidade §e m ires sessões suecessivas do jury não puder ter lugar o julgamento. < DO HABEAS-CORPUS. iVi « Arl. 18. Os juizes de direito poderão expedir ordens de «habéas-corpus» a favor dos que estiverem dlegalmente presos, ainda quando o fossem por determinação do chefe de policia ou de qualquer outra autoridade adminislractiva, e sem exclusão ilos detidos a titulo de recrutamento, não estando ainda alistados como praças no exercito ou armada. « A superioridade de grão na ordem da jurisdicção judiciaria é a única qúe limita a competência da respectiva autoridade em resolver sobre as prisões feitas por man- dado das mesmas autoridades judiciaes. «§ 1 Tem lugar o pedido e concessão da ordem de <babeas-corpus» ainda quan- do o impetrante não tenha chegado a sof> frer o constrangimento corporal, mas se veja deite ameaçado, < § 2* Não se poderá reconhecer cons- trangimeoto illegal na prisão determinada por despacho de pronuncia ou sentença da autoridade competente, qualquer que seja a arguição Contra taes actos, que1 pelos meios ordinários podem ser nullificados. « §3* Em todos os casos em que a au» toridade, que conceder a orden\ de «mas beas..corpus», reconhecer que houve, 'da parte da que autorizou o constrangimento illegal, abuso de autoridade ou violação flagrante da lei, deverá, conforme fôr de sua competência, fazer effectiva, ordenar ou requisitar a responsabilidade da que assim abusou. « § 4* Negada a ordem de «habeas-cor- pos» ou de soltura pela autoridade infes rior, poderá ella ser requerida perante a superior. ;;! «§ 5* Quando dos documentos apresen* tados se reconhecer evidentemente a ille- galidade do constrangimento^ juiz a quem se impetrara ordem de «habeas-corpus» poderá ordenar a immediata cessação, mediante caução, até que se resolva defi- nitivamente» «§ 6* E; reconhecido e garantido o dK reito de justa indemnisaçãoe, em todo b caso. das custas contadas em trèsdobro, a favor de quem soffrer o constrangimento illegal,contra o responsável por semelhante abuso de poder.' - §7* A plena concessão do «habeasveor- pus» não põe termo ao processo nem obsla a qualquer procedimento judicial que possa ler lugar em juizo competente. « § Não é vedado ao estrangeiro de re» querer para si ordem de «habeas corpus». nos casos em que esla tem lugar. DISPOSIÇÕES PENAES. ' í Art. 19. iqnelleq' por impericia, im- prudência ou falta, de observância de ai- gum regulamento commetter ou fôr causa de um homicídio involuntário, será pu. nido com prisão de um mez a dous ánnos e multa correspondente."c Quando de lado resultarem somente fe- rimentos ou offensas pbysicas, a pena será de cinco dias a seis mezes. « -Ut. 20. Os casos de que trata o arl. iS do código criminal são do conhecimen*? to e decisão do juiz formador da culpa, com appeliação. exsofficio para a relação* quando a decisão fôr definitiva. c_Os crimes do arl. 14 do mesmo codi» gosão da competência do jury. ->*.'?'4., LEGÍVEL I .,..

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JWgsSK

I3

?0

CondiçSo dais aissignaturas»

CAPITAL E POVOADOS PRÓXIMOS.

üm anno ....... «000Nove mezes. . . . ... IOaOOOSeis mezes 7&0Q0Tres mezes. . . . . . 455&OOO

0 CEARENSE é destinado a sustentar as idéas do partido liberal; só toma a respon-sabilidade dos artigos da redacção, devendo todos os mais para serem publicados,vir competentemente legalisados. Publica-se diariamente com excepção dos dias im-mediatos aos santificados.—As publicações particulares pagarão 80 réis por linha;ou o que se convencionar.—Os assignantes pagarão metade.—Numero avulso SOOréis.Todas as pagas serão adiantadas.

Typographia Brasileira—S3-RUA FOBMOZA—!Í8.

Condição das assignatura*.

INTERIOR E PROVÍNCIAS.

Um anno .-" Ar~AnJ' fis\ u»00ONove mezes. . . . , . . moooSeis mezes. . . . "."

.;:'.., 8&000Tres mezes. . . . ;. A''''.l 5#000

ANNO XXV. DOMINGO 17 DE SETEMBRO DE 1871. 'UÚiÜi N. 107.

CEARENSE to mal, e revelia o desejo de provocar as imenlar a denuncia; participando esta ren

Fortaleza, 17 de setembro de 1871.

Desde muito tempo as necessidades do commer-cio e da navegação, que demandam o nosso porto,reclamam instantantemente a substituição do ac-tual pharolete do Mucuripe.

Por longo tempo o nosso governo se mostrousurdo a essa exigeneia, e apesar de relatórios es-criptos com o fim de tornar patente a necessida-de da reforma do pharol, nada se fez.

Assigualou-se os perigos de continuar a servirde aviso aos navegantes um apparelho de luz fi-xa, simulando qualquer d'esses fogos, que costu-raam a entreter na praia os nossos pescadores,causa muito provável de naufrágios, e de algunsque tem occorrido já em nossa costa.

Mas para o nosso governo, sempre attento aoutro3 assumptos, especialmente aquelles que en-tendem com os negócios de eleição e arranjos dosamigos, sempre olvidou essa palpitante necessi-dade.

Ultimamente tendo de fazer encommenda dealguns pharoes para diversos pontos do littoraldo Império, lembrou-se de comprehender n'essenumero um para o Mucuripe, em substituição aoque ali existe, reconstruído ha cousa de dousannos depois de um completo incêndio. •

Apoz uma longa demora porque passam sem-

Íjre todas as nossa-; cousas, especialmente aquel-

as que são mais urgentes, chegáramos materiaes,

2ue devem compor o novo pharol, segundo se

iz, de um systema aperfeiçoado.E quando se suppunha que o governo geral

fosse sollicito em providenciar para que imme-diatamente se estabelecesse o pharol em seu lu-gar, nota-se que ha quatro mezes se acham aspeças, algumas das quaes se diz faltarem, eoutras jã fracturadas, e nem esperança de que ogoverno se lembre de que mandou para aqui se-jnelhante pharol.

Quando estiverem de todo inutilisados os ma-teriaes, que ahi se acham, e que custaram avul-tadas sornmas, quando o actual tiver determina-do mais alguns naufrágios, ou for de novo redu-zido a cinzas talvez o nosso paternal governo to-me ao serio essa necessidade, cuja satisfação tan-tas vezes tem reclamado a zelosa capitania doporto.

Note-se : alem da necessidade de um appare-lho de systema diverso do que actual mente servesob o ponto de vista de auxiliar ã navegação e ocommercjo sempre crescente, oceorre qué dá-sedesde muito tempo um disperdicio cada vez maisavultado de matéria prima para entreter a luzdo pharol, que aliás não satisfaz.

O que importa, porem, tudo isto, si as nossascousas hão de marchar sempre assim —impreviden-cia, deleixo, e inépcia em tudo ^

Negócios do Acarape.

0 silencio que temos mantido a respeitodos negócios do Acarape, não pôde maiscontinuar, attenla a condueta criminosa doSr. barão de Taquary.

S. Exc. já teve tempo sufficiente paraexaminar os escândalos que se passarampor occasião da eleição de câmara daquel-le municipio, e já deve estar convencidoque o de legado foi o agente que promoveutedo o distúrbio.

E' tempo portanto de tomar se uma me-dida de moralidade, em relação aquellaauctoridade arbitraria e violenta.

Si o Sr. barão de Taquary não procedercoma energia precisa, tornar-se ha cum-plice de um facto revoltante e escandaloso,e dará francamente â entender que de suaautoridade só o grupo com quem vive é q'tem direito á ser attendido, ou se trate decousas justas, ou se trate de escândalos,como os que se passaram no Acarape.

Consla que a câmara eleita já está noexercício de suas funcções, sem que atéhoje a portaria que approvou a eleição ti-vesse sido publicada.

N'este negocio S. Exc. lem andado mui-

messa á autoridade a quem competir aformação di cu pa Se porém o promotorou seu adjunto não oíficiar nos prazos dos§§ 1.° 2.° e 3.° applicar^se-ha a disposi-ção do § 5*.

DOS RECURSOS.

« Arl. 17 0 recurso de que trata o art.|281 do col. do proe. criminal., fica con

iras da opposição, que não o poupara emquanto a lei não tiver uma satisfação cabal.

Não fomos nós sós os que prufligaram osescândalos do Acarape ; foram também osconservadores d'aquella localidade, que,pelo órgão do Sr. ex-deputado Gistello,po-zeram â descoberto no Pedro II as immo-ralidades de semelhante eleição.

O próprio órgão official, em um arligode resposta ao]omal da Fortaleza, fez um vertido em aggravo noaulo do processo,appello áS. Exc, de quem declacou que « § {• Os recursosde pronuncia ou nãoespera medidas que reparem as violen- pronuncia seguirão sempre nos próprioscias commetlidas. auios-, podendo a parte arrazoar e juntar

Volta, pois, a questão á discussão, eestamos no firme propósito de ríão aban-donal-a mais. em quanlo à opinião publicanão se der satisfação á que tem direito.

Não queremos fazer imposições, e nemestamos no direito de faseLas-, mis tratan-do-sede ura negocio tão grave,toda exigen-cia de nossa parte funda-se em um direitomuito legitimo, do qual não cedemos nemuma linha.

PARTE JUDICIARIAReformat Judiei a ria.

Redacção do projecto de reforma judiciaria comas emendas feitas e approvadas pelo senado esujeitas á approvação da câmara dos deputados.

DA QUEIXA OU DENUNCIA.

«Art. 16. Fica abolido o procedimento«ex-officio» dos juizes formadores da cul-pa excepto nos cisos de flagrante delicio;nos crimes policiaes; e nas especiaes dos§§5* e 7* deste artigo.

§ i.° No ciso de flagrante delicto, seo réo obtiver fiança, a queixa ou denun-cia será apresenta Ia dentro dos 30 diasda perpelração do delicto.

«§ 2* Se o réo estiver preso, a queixaou denuncia será offerecida denlro decinco dias.

« 3* Não estando o réo preso nem ah\ançado, o prazo para a queixa ou denun-cia sara igualmente de cinco dias,contadosda data em que o promotor publico rece«ber os esclarecimentos e provas do crimeou em que esle se tornar notório.

«§4* As autoridades competentes re*metlerão aos promotores públicos os seusadjuntos as provas que obtiverem, sobre aexistência de qualquer delicto. afim deque elles procedam na forma das leis.

«§ 5* Se esgotados os prazos acima de„clarados, os promotores públicos ou seusadjuntos nâo apresentarem a queixa oudenuncia, a autoridade formadora da cul-pa procedera «ex-officin» e o juiz de di-reito multara os promotores ou adjuntosomissos na quantia de 20# a 100$0ü0, senão oíferecerem motivos justificativos desua falta,

•* § 6* 0 promotor publico, a quem oadjunto deverá communicar a queixa oudenuncia que tiver apresentado, poderáaddicional-a como entender mais justo eproseguir nos lermos da formação da cul-pa.

« § 7* As autoridades judiciarias. semapre que recoDhecerem casos de responsa»»bilidade, formarão culpa a quem a tiver,sendo de sua corapetenc:a; e não sendo,remelterão ao promotor publico ou seuad-junto as provas qne sirvam para funda-

documentos nos prazos leges.« São voluntários os que forem interpôs"

tos das decisões dos juizes de direito doarl. t desta lei em processo de formaçãoila culpa nos crimes communs.

São, porém, necessários os mesmos re-cursos das decisões dos juizes municipaesque «ex-officio» os farão expedir sem sus-pensão das prisões decretadas.

« §2* Do despacho quo não aceitar aqueixa ou denuncia1, e bem assim da sen-le.nça de commulação da multa, haverárecurso voluntário para o juiz de direitoou para a relação, conforme fôr a decisãoproferida pelo juiz muuicipal ou de direito.

i § 3* Não são prejudicados os recursosinterpostos «ex officio» ou pelo promotorpublico, quando expedidos ou apiesenhr»dos fora dos prazos falaes; serão, porém,responsabilisados o juiz, o promoior piiiblico ou qualquer official do juizo pelasfaltas ou inex:iclidões que occasionarem ademora,

« Também em nenhum caso serão prenjudicadosos recursos interpostos pelas par-les, quando por causa de falia, er.ro ouomissão do official do juizo ou de outren*não tiverem sedimento e apresentação emlempo',no juizo «adquem».

« § 4* A appeliação do § l- do art. 79da lei de 3 de dezembro de 1841 só lemeffeito stisporisivo quando interposta desentença absoluloria do accusado de crimeinafiançável e não sendo unanime a dercisão do jury que a determinar. Faltandoqualquer deslas condições somente serárecebida no effeito devolutivo.

«§5* Tãosómenie terá effeitosuspen-sivo a appeliação iuterposla, pelo pi orno-tur publico ou parte offendida da sentençade absolvição, quando fôr esla proferida arespeito de réos aceusados de crimes pu-nidos no máximo com as penas de morte,galés ou prisão com trabalho por 20 oumais annos e prisão simples perpetua.

« Nunca, porém, a mesma appeliação'terá effeito suspensivo, se fôr unanime adecisão do jury que determinou a respectiva sentença.

« No prazo de dous dias deve ser inter»*posla a appeliação de que trata esle para-grapho, e não sendo por..se~hão logo emliberdade os réos absolvidos .* os sujeitosa penas menooes, immediatamente depoisde proferida a sentença absolutoria.

« § 6- Não havendo sessão do jury emalgum termo poderá o réo ser julgado emoutro mais vizinho da mesma comarca, seassim o requerer e o promotor publico oua parte aceusadora convier. E independente de convenção de partes, sempre queuão fòr possível effecluar o julgamento doréo no districto da culpa, terá lugar nojuizo do termo mais vizinho com preferenscia o da mesma comarca,

Verificar.se-ha a impossibilidade §e m

ires sessões suecessivas do jury não puderter lugar o julgamento. <

DO HABEAS-CORPUS.iVi

« Arl. 18. Os juizes de direito poderãoexpedir ordens de «habéas-corpus» a favordos que estiverem dlegalmente presos,ainda quando o fossem por determinaçãodo chefe de policia ou de qualquer outraautoridade adminislractiva, e sem exclusãoilos detidos a titulo de recrutamento, nãoestando ainda alistados como praças noexercito ou armada.

« A superioridade de grão na ordem dajurisdicção judiciaria é a única qúe limitaa competência da respectiva autoridade emresolver sobre as prisões feitas por man-dado das mesmas autoridades judiciaes.«§ 1 • Tem lugar o pedido e concessãoda ordem de <babeas-corpus» ainda quan-do o impetrante não tenha chegado a sof>frer o constrangimento corporal, mas seveja deite ameaçado,

< § 2* Não se poderá reconhecer cons-trangimeoto illegal na prisão determinadapor despacho de pronuncia ou sentença daautoridade competente, qualquer que sejaa arguição Contra taes actos, que1 só pelosmeios ordinários podem ser nullificados.

« §3* Em todos os casos em que a au»toridade, que conceder a orden\ de «masbeas..corpus», reconhecer que houve, 'daparte da que autorizou o constrangimentoillegal, abuso de autoridade ou violaçãoflagrante da lei, deverá, conforme fôr desua competência, fazer effectiva, ordenarou requisitar a responsabilidade da queassim abusou.

« § 4* Negada a ordem de «habeas-cor-pos» ou de soltura pela autoridade infesrior, poderá ella ser requerida perante asuperior. ;; !

«§ 5* Quando dos documentos apresen*tados se reconhecer evidentemente a ille-galidade do constrangimento^ juiz a quemse impetrara ordem de «habeas-corpus»poderá ordenar a immediata cessação,mediante caução, até que se resolva defi-nitivamente»

«§ 6* E; reconhecido e garantido o dKreito de justa indemnisaçãoe, em todo bcaso. das custas contadas em trèsdobro,a favor de quem soffrer o constrangimentoillegal,contra o responsável por semelhanteabuso de poder. ' -

§7* A plena concessão do «habeasveor-pus» não põe termo ao processo nem obslaa qualquer procedimento judicial que possaler lugar em juizo competente.

« § Não é vedado ao estrangeiro de re»querer para si ordem de «habeas corpus».nos casos em que esla tem lugar.

DISPOSIÇÕES PENAES. '

í Art. 19. iqnelleq' por impericia, im-prudência ou falta, de observância de ai-gum regulamento commetter ou fôr causade um homicídio involuntário, será pu.nido com prisão de um mez a dous ánnose multa correspondente." c

Quando de lado resultarem somente fe-rimentos ou offensas pbysicas, a pena seráde cinco dias a seis mezes.« -Ut. 20. Os casos de que trata o arl.iS do código criminal são do conhecimen*?

to e decisão do juiz formador da culpa,com appeliação. exsofficio para a relação*quando a decisão fôr definitiva.

c_Os crimes do arl. 14 do mesmo codi»gosão só da competência do jury.

->*.'?'4., LEGÍVEL I .,..

Page 2: I3 - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709506/per709506_1871_00107.pdf · por occasião da eleição de câmara daquel- ... de resposta ao]omal da Fortaleza, ... abuso de autoridade

Ité V*H***

m«Art. 21. Em geral o estellionato, de

que trata o § 4* do arl. 264 do código cri^minai, é o artificio fraudulento, pelo qualse obtenha de oulrem a entrega de dinhei-ro. fundos, títulos ou quiesquer bens, pe-los seguintes meios:

« § 1 • Usando*'se de falso nome ou falsaqualidade.

«§ â-Usaaltrse' de papel falso ou falsLficado.

« § 3* Empregando^se fraude para per-suadtr.a.oxisleaçia de emprezas; bens.cre-diíoòá poder supposto ou para produzira esperança de qualquer accidente.

juntos dos promotores públicos uma gra-tifkação não excedente de 500^ annuaes,nos logares onde julgar conveniente.

« § í° O exercicio do cargo de sobsli..luto de juiz de direilo por quatro annoshabilita para o lugar de juiz de direito.

DISPOSIÇÕES DIVERSAS

DAS ATTRIBÜIÇOES CÍVEIS

.,« Art. 22. Aos juizes de paz compete ojhtemento das causas cíveis alé o valor deiW; com appellação para os juizes dedireito.

« Art. 35 Aos juizes municipaes com-|/Ul>y«, ,. .-.ajrt^ajtó,, , *„..,,_ i±.jkx-i.):'~*irum' ¦¦ ;,iu-„'.* .i.*.\

Ǥ r 0; preparo de todos os feitos et*veis que cabem ao juiz de direito julgar.

§2° O' processo e julgamento das can-sas civis do valor de mais de 100$ até 5001com appellação;para os juizes de direito.

« § 3o A publicação e execução das sen-tenças cíveis, podendo ser perante ellesinterpostos e preparados os recursos qued'ellas couberem.

.<« Àrti 24. ÂOs juizes de direito cenaspete:

'¦¦,-,., ',,.,.^§r'Òjurgamentoem 1* instância de

lódas ás causas eiveis nas respectivas co"marcas de que trata o art. 1' d'esta lei.

« ííicltie-se n'essa competência o julgavmenlo das partilhas, oonias de tutores,bem como qualquer outra decisão defini-tíva.jque plonha termo á causa em Ia ins-táncia.

« § 2o A decisão dos aggravos interpôs-tos dos juizes inferiores.

.«.§ 3o A decisão das suspeiçoes postasaos juizes inferiores.

« § 4o Á execução das sentenças cíveisnos termos em que não houver juiz mu*nicipal.

«Art. j$. Os juizes dè direito nas co.>marcas de que trata o art. 1° poderão serauxiliados pelos seus substitutos no pre-paro ew inslrucção dos feitos cíveis atéqualquer sentença exclusivamente.

« Axt. 2Í6. As suspeiçoes em matériaeivei postas aos juizes de direito serão decididas peío modo determinado no art. Hd!'esía íei. >..;,,..

i)0 PROCESSO CÍVEL

jk 'Art.

27. ?ías causas até 1Ò0S o pro-cesso serásumiparissimo e determinado emregulamento pelo governo.

« Nas causas de mais de ÍOOfl até 500#seguirse-na 9 processo summario es'labe>lecído no decreto, n. 737 m 25 de novem*brò(íé'lÔ5Ô. áríá. 237 atè 244, salvo Ira-;tando-se de bens4e raiz.

, << S{° O juiz de primeira instância quetiver em sua conclusão o feito, o despa-"ètiará no {Jrazo de JBO dias o mais tardar,qúahdo a sentença fôr definitiva, e nos maiscasos, no prazo de. 10 dias; ,.. sy.,t ,

€ Jj 2"* Das justthcações feitas em qual-quer juizo,nâo se deixará traslado, salvo(Jàapdp à paífè o pedir.

*'O 3* Ficam abolidos os dia, denomi-

decôrte, de que trata a Ord. liv. 3"tit. $\.a $

'4° Ôs feitos eiveis serão oa relaçãovistos e julgados por tres juizes, incluindoo relator, que deverá fazer por escripto,ò relatório da causa estabelecida pelo re-gulàthóhío do processo commercial.

e § 5° O juiz do feilo o apresentará eomÔ relatório dentro de 40 dias, contados d'a^quèTle^èria qué lap for distribuído; ooàto*do o presiaâhte da relação prorogar esteprazo a seu prudente arbítrio por mais 20dias.

«§ 6o Os revisores terão somente 20dias para a revisão, òs ¦

quaes do mesmoünbdô poderão ser prorogados até 30.

't § 7° Das sentenças dos juízos de di-réiíò 'èÉ càuza de valor até 500*, não havera appellação.

ÜOS VENCító-ibs É HABILITAÇÕES

a Art. 28. O governo marcara os ven-Ciihentbs que devetn ter os chefes de po»*

am

« Art. 29. A pronuncia não suspendesenão o exercicio dis fuocções publicas e odireito, de sor votado para eleitor, mem*»bro da assenbléagerai e provincial, ecar-gos para os quaes se exige qu did id,)s paraeleilor, membro da assembléa geral e pro.vincia!, e cargos para os qnaes se exigequalidades para ser eleitor, ficando todaviasalva a disposição do arl. 2o da lei de 13de agosto de 1846*

« § lò K' derÔgado o arl. 6-> da lei de3 de dezembro de 1841, e restabelecido oart. 332 do código do processo criminal.

« § 2o Os juizes de direito nos crimescommuns serão processados e julgados pe-rante as relações. Os chefes de policiaigualmente o serão quer nos crimes conruauns, quer nos de responsabilidade.

ce § 3o li' o governo autorisado a fixar onumero dos juizes de direilo em cada umadascomarcas do art. Io sem exceder ao cor*-respondendo aos lugares actualmente crea-dos de juizes de direito, municipaes e deorphâos Todos exercerão comutivalamenle-a jurisdicçãocivil, a excepção dos juizes devaras privativas; e conjunlanbmente comestes a jurisdição criminal na mesma co.marca, conforme se determinar em regu-lamento.

« § 4o O governo fará nova classificaçãodas comarcas quanto às entrancias, e feitaella, sô por lei poderá ser alterada.

« § 5o O exercicio do cargo de juiz dedireito por sete annos em comercas de. Iaentrancia hibilita o juiz para ser removi-do para qualquer comarca de 3a entran-cia.

« § 6o O governo fica autorisado a re**ver o regimento de custas,

« § V Hiverá na córle raais dous escri-vães de orphâos e mais um para o jury eexecuções criminaes com o vencimento an-nual de 1:200$, tendo igual vencimenlooescrivão companheiro.

a § 8° Os labelliães de notas poderãofazer lavrar as escripturas por escreventesjuramentados, subscrevendo-as elle e car-regando com inteira responsabilidade e ser-Ibes-ha permiltido ter mais de um livrodellas como for marcado em regulamento

« § 9° Será permiltido ás parles indicarao distribuidor o tabeilião que preferempara fazer a escriptura, sem que por issohaja compensação na mesma distribui-ção.

« § 10. Os juizes de direito, desembar**gadores e ministros do supremo tribunalde justiça que se acharem physica ou mo-ralmente impossibilitados, serão aposen-lados, a seu pedido ou por iniciativa dogoverno, cora o ordenado por inteiro, sicontarem 30 annos de serviço effectivo, ecom o ordenado porporcional si tiveremmais de 10.

«§11. Somente depois de intimado omagistrado para requerer a aposentação,e não o fazendo lera ella lugar por inicia-tíva do governo, precedendo consulta dasecção de justiça do conselho de estado,e procedendo-se previamente aos exames ediligencias necessárias, com audiência domesmo magistrado, por si ou por um eusrador no caso de impossibilidade.

« § 12. Quando substituir ao juiz dedireilo perceberá o substituto nas cornar-cas do art. Io e o juiz municipal nas ou-Iras comarcas, alem do próprio ordenado,a gratificação do juiz effectivo e os emo-lumenlos peios actos que praticar.

« § 13. O supplenle do juiz municipalno effectivo exercício das respectivas íuncções. terá a gratificação complementar doordenado do mesmo juiz e os emolumen-los pelos aclos que praticar. Nos lermosr-unidos essa gratificação será divididapelos supplentes que exercerem a juris^dicção.

«§ 14. O governo poderá, no regulasmento que der para execução da presente

fiei, impor prisão alé tres mezes e mol**Ua até 200$; e fará consolidar todas as| disposições legislalivas e regulamèntares

NOTICIÁRIOGuarda nao e lon ai.—Para o bata-

llião q.° 48 da guarda nacional de S. Matheusforam nomealos: alferes Antônio Laite di Silvae Ignacio B-stoi-d-j Oliveira Sobrinho,

—Foi dôiigaido par* exercer as funcçõea demajor do corpo decavallaria da guarda nacional¦los municípios de Crato e Missão Velha o capitãoJo-é Pinheiro B-*z-*nad* Menezes.

liisttMieçtío |mb1>Iíc.*.— Foi nomea-¦Ia um 1 conainissào composta do director geralinUrino di instrucção publica Dr. José Lourençoile C^tro e Silva, e dos lentes do lyceu bacha.reis Gonçalo de Almeida Souto e Paulino Noigueira B>rges-d.t Fonseca para organisar umregulamento de refirma,da instrucção publica,daproviucia, tendo em vista as bazes estabelecindas na rezülução n.° 1,381 de 23 de dezembrodo auno proxi uo passado.

Destacaisaeiito— Foram transfe-das para S.João do Príncipe as praças destaca*ilas em Quixeramobim.

— Foi mandado destacar na cidade do Aracatyum inferior e 18 praças:da guarda nacional du-rante a sessão do jury.

Agencia fiscal.—Para o cargo deagente (iscai desta provinci* na villa de Cajazei>r isd» Parahiba foi noineadoAndréVidal daGunha.iPromotoiu a |iub tio».— Reassu-miu a promotorie publica desta, comarca o ,ba*«chorei Manoel Ambrozio da Silveira Torres Por»tugal"Exercicio—Reassumiram

o exerciciodòs cargos de cappltão d^caieia o Rvd. AntônioN.ogupira de Bravezaide procurador fiscal d* lhe-zouraria provincial bacharel Manoel Soares daSilva Bezerra, de official maior da secretaria dogoverno bacharel Joaquim Mendes da Cruz Gui-marães, de chefe da 1.» secção da mesma secre-laria bacharel Francisco Gonçalves da Silva, osquaes se achavam com assento na assembléaprovincial.

Escliota noctiirna—No dia 13do corrente teve lugar a instáltáçào dá escholanocturna desta capital.

Companhia de aprendizesmarinheiras.—Já se acha .nesta ca-pitai o Sr., Dr. Antônio Rodrigues Cajado, medi-co nomeado pelo governo geral, para a epferma*ria drf companhia de aprendizes marinheiros destaprovincia,

Eleição municipal. — Escrevem-nos de Sobral em 8 do corrente:

« Procedeu«se a eleição de vereadores da nova:villa de Várzea Grande, da comarca de Granja;começou em um dia. domingo 3. e oó dia se-guinte, 4;já estava tudo concluído t

Que farça! De mal á péqrvàmósem mátpria de•deições.. Os conservadores «aperfeiçoaram» osystema a «nào haver mais nada a dezejar» !

E viva o systema constitucional representativono Brazil, e no reinado do mais liberal dos reis,0 Sr. D. Pedro II !

Os liberaes escarmentados pelas $cenas. sang*<noientas da imperatriz e Acarape tiveram o bom Deste- ultimo ponto da provincia escrevem >a^<r\nnn iln nhnrt/l/MlAN a nl.ntn A mm >_ 1 IL. ift _ . j- . - A>. ¦ . .senso de abandonar o pleito.

O Sr. Taçuary que approvoo a tal. leleição»do Acarape, com maior «facilidade» ainda hadeapprovar a da Várzea Grande. Nào lhe louvo ogosto, mas lamento que, no ultimo quartel dsvida, subscreva a B9sas iuimoralidades; mas SExc. nâo tem remorsos por isso, são fruetos Jotempo. E de mais, manda quem pode, obedeçoquem serve."

Falsidades da aCoiistitui-ção» —0 jornal das «confidencias» fezum» grande descoberta, soppondo sp pan barbosem requintada má fè, «i «pinando «canards»:, quèsó tem o merilo de duplicar as nossas famosasestatísticas, já tão desacreditadas».

Diz isto i «Constituição» á propósito de noti-ciarmos mais um assassinato no termo de Ma-

liciá que naó forem magistrados, não po-*'j concernentes ao processo civil e criminal,'àéndo exceder aos vencimentos actuaes. j «Art. 30. São revogadas as disposições§ 4° Igualmente poderá arbitrar aos a&t em contrario.

ryngnape*Falsidade, requintada má fè é essa da folha

da policia affirmando que o assassinato de José deBarros p^lo invalido R-iymundoBernardino, dera se ha 3 mezes e que nós já o havíamos noticiado, «de envolta com uma boa dose apimentada:\o «expedito» dele^io e juiz municipal de Ma»ranmiape bacharel Gomes de'Mattos».

E' desta maneira que a «Constituição» escrevea historia; inventando com o mais pasmoso cy-nismo. Pela 1.* vez, no «Cearense» de 15 docorrente, noticiamoi esse assassinato e se a «Cons-liluição» é capaz prove o contrario.

Esse assassinato foi om dos «engulidos» mparte da policia do Sr. Lucena, que não Ibe fezconta publicar.

Temos a longa lista dos assassinatos, nome pornome, lugar por lugar, praticados nos 8 mezesdecorridos de janeiro a agosto ultimo. Não noscustará muito transcrever essa dolorosa paginade sangue, que só ella será bastante para caracterisar a policia desmoralizada e corrompida doSr. Dr. Henrique Pereira de Lucena.

Provocamos a «Constituição» a que nos con*funda Não é com falsidades da ordem dessa deque fez praça a folha «confidencial» de hontem,que galvanizará o cidavur putrefacto de uma policia sem nenhum mérito que a recommende, so»menle cel^brisada nela sua frouxidão e inépcia.

€ominiinica<lo .— Chamamos aattenção dos leitores para o cornmunicado quehoje publicamos no qual expõe-se uma patotaescandalosa do Sr. barão de Taquary.

Comarca da Imperatriz. -Noultimo dia de sessão da assembléa provincial foiapprovado em «3.* discussão» um projecto trans-ferindo a sede da comarca da Imperatriz para SFrancisco* Foi umi verdadeira surpresa. ,0 pu*blico só teve conhecimento desse projecto nasua 3.* discussão, única porque passou, segun-do diz-se. Tanta consciência tinha a assembléada injustiça de seu acto, que conservou.o nas tre-vas até o ultimo dia d» »uas setsoe» I

mmmmLmmÊBSÊÊÊLmÊLmÊLmmÊ^^^^^^^

O anno passado houire uma tentativa igua 1;transferiram a sede daqueila comarca para o Ar*raiai, mas o Sr. Freitas Henriques devolveu oprojeclo sem saneção, avista das justas reclamaições que recebeu da linperitriz contra essa trans*ferencia.

Esle anno,porén, para obstarem qualquer re-presentação que podesse chegar em tempo delmperaratriz, fizeram tudo ás occultas.iias trevas.Veremos o qua faz o Sr. Taquary.

Megocios do :tIiinílviliu.—Comoestá alUnado o Sr. Carneiro!

Na «Constituição» de hontem esle senhor, quepretende firmar su* influeneunoMundahú, thea*»tro ds suas «antiga glorias»..., respondendo auma simples noticia noàsa, em que chamamos aaltenção do governo pira as tropelns, que n'a*iquolle districto estam sanlo praticadas pelo seusagentes contra os liberaes, ameaça o no^so resfpeitavelamigo o Exm Sr. senador Pompeu, comoúnico responsável por tudo quanto publicar o«Cearense».

E* muita ouzadia; é confiar de mais no pre*senle, sem lembrar.se que o diâ d'amanhã nãoestá muito longe...

Os negócios de Mundahú vão tomando um ca-racter grave. As perseguições estão 9e desenvcUvendo com furor inaudito. Sob qimlquer pretex*to são arrastados á cadeia pessoas m.iis ou me-nos importantes do lugar, com o fim único deatterrar,e continuar o monopólio dacarga daquel-le porto para os biates do Sr. Carneiro

Não podendo tomar uma vinganç4 do nossoamigo Jeronymo Ribeiro Possoa, agente da com-panbia pernambucana naquella localidade, recru-taram-lhe ,um fâmulo, e ameaçam novas perse-^uiçjões nâo só èpritra elle como contra outros a*mi^os nossos. (^Sr. RàyniÜjido

"íèrrefia da f;u>

una é uma dks victimas. quedevernser sáçri(ícàfidas aos ódios dos poriuguezes agentes do Sr; Caívneirò naquella povoação.

Os assassinos yiVera aíi de publico convivendocom esses portugúezes.

José Gabriel, celebre fàcelhórà e Adeodòth Féf'Hreira Lima, passead impunes nà povóáçâo, frei*quentando as cazas de João Mâtbias Cardozo eManoel Joaquim Carneiro; As conferências que•esséâ 'portugúezes

tem tido cóm aquelies aísasj»Sítios fazem recear minto algum plano sinistrocontra os nossos amigos.

Para prevenir pois qualquer eventualidade ctya*"nvimósi attenção áo governo, çertó dè quèpeíamenor dezordem que ali sé der, ^esp^hsabilisaVe»

mos aos Srs. Taquary e Lucerta.Tempestade horrível.-^Lô se no

«Jornal do Commercio» de Lisboa de 11 do pas-sado:« Conforme á predfcção do Si». Gastillo, es'

cripta no jornal hespanhol «O Popular», sâotristíssima as minuciasque chegam de*Alicatite,acerca da horrivel tempestade què rebentou; n'a*«quejles arredores na «emana anterior, e que, porinfelicidade, não limitou os seus estragos nós ter-mos de Novelda, Aspe e M >nforte, mas causouainda maiores dentro de um» grande zona com-prehendida entre Cifiza, Juimillí», Fortuna e AUbanilla, a|cançado4cdo o districto >Jo Piriozo.

seguinte carla> em que se dão pormenoires as-sombrosbs.

Eis como se faz a nar*raçào: >«A nuvem tinha uma extensão de mais de 2

léguas. Arrojava torrentes de pedras SeCCas.arrtaior parte das quaes eram de tamanho dé ovosgrandes de gallinha, as mais pequenas do lama-nho de ovos de perdiz, egrande quantidade comopunho de ura homem.

Os estragos causados são maiores do que sepode imaginar. As arvores e ás vinhas ficaramperdidas. Nas vinhas nã* só corlarum os cachos,como destruíram os esgalhos e os troncos. Os rã»nossas figueiras desappareceram, è posto queos pinheiros e as oliveiras resistissem mais, os

campo, não obstante, estavam cobertos com osseus ramos: e os.fruetos, como ó de suppor, seperdersm totalmente:

Nos pontos em que descarregou o centro danuvem, não ficou úma única perdiz ou lebre viva,de modo qoe se fazem actualmente expedições,que vão em busca das perdizes e lebres mortasespalhadas pelos campos, e trazem-h?as ás,'dn>.zias.

•Rehiivãmente as d^suriças pessoaes, devemteroecorrido muitas No Pinozo ha muitos ca**vallos ftridos. e timbem divnrsis psssoas, aUgumas das quaes será impossivei salvar da mur..te.

Para que se co.mprehendi o t«riivel pffitodaspedras, basta mencionar qu? um in lividuo cha*»mado Juan Chilnn tinha um tão grande numerode feridas e conlusíões no corpo, que para se lhepoder tirar a camisa, foi necessário cortal-a aospedacinhos cora uma lhesouta pequena, visto quea tela quasi estava como embebMa na carne-

Em análogo estado ha muitos outros indivíduos,que tiveram a infelicidade de se acharem nos cam-pos durante a tempestade.»

Sergipe.-~Tinha sido creada na pe-nitenciaria da capital uma aula de primeiras let-trás para e.nsino dos .presos e detentos.

A presidência autorisou a directoria da Ins-trocçâo publica a contraclar escolas nocturnasle 1." leltras para as classes operárias nas ei-dades^de Lirangeiras, Estância, Maroira, Própriae S. Christovâo.

—Assumira a administração da província o2.» vice-presidente Dr. Dionlíio Rodrigues Siiintos» .

.¦~4'ffans «"listas reunidos estabelecerím nodia 15 uma associação de beneficência.—Procediat-se a eleição, para deputados prõ*vmciaes no biennio vindouro.—A presidência da provincia havia contracta-do com o engenheiro prussiano Gustavo Adol-pho Wurffbain a introducção e assentamento depoços tubulares instantâneos.

Alagoas.—O Sr. José Cazado Lima,do Pilar, alforriara 4 eicrafof.

,>.

V lAl

LEGÍVEL

Page 3: I3 - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709506/per709506_1871_00107.pdf · por occasião da eleição de câmara daquel- ... de resposta ao]omal da Fortaleza, ... abuso de autoridade

35_3_*s*1 J

de

K

—0 S,c, JpséfFraooiso.Balloi. por occaziãiicazar duas filhas, libertou 2 mula.inhas.

—•Assumira a. administração da provincia oHopo^ presidente Dr. Silviiio Elvidio da CunhaCarneiro.

—Estaca intirinameule na chefaitura de pjlicjae Dr,,Silveri© F^rnanJe* de Araújo Jorge.

-?!Fallecera r.penliuamente o ür. PolycarpoJosé de Souza, medico porluguez, que havia mui»tos ar-nos residia naquella provincia,

—Na egreja dos Martyrio. houve começo deincêndio em um altar; felizmente poude ser" do«>minado

—Fora violentamente preso á pretexto de de-signação para o serviço" da guardí nacional oirapressor do «Liberal». Essa violência fazia sup»por algum aclo de vingança ontra a imprensa daopposiçáo.

—E>n Pajus8ara/.A.m._.Uier da Marcolino Fran-cisco dos Süitos, tendo sahido díixou em cazasd um filhinho de lO-mez?,. Je ilade. Aconteceuporem ganhar fogo _ cama onde dormia a imfeliz creança, que morreu no meio das chammas;quando a pobre mãi voltou encontrou o cadáverde seu filho carbonisadol

—O cheíe de policia seguira para Santa Luziaafim de tomar conhecimento dos faclos crimino-zos ali praticados pelas autoridades policiaes.—O estado de finanças dà provincia continuavabem pouco lizongeiro. Grande era o déficit exis^tente.

— Em Penedo continuava oinvernocom abun-daocia, Os cereaes tinham baixado, muito depreço.—i\a Lage do Canhoto dou«se uma grande lut-ientre uma escolta e trez ladVões decivallo, resul*-tando a morte de um delles e os ferira.olos deum soldado da mesma escoltí.

—A alfândega rendera no mez passado25:95587*6.

Pernambuco.—A presidência au-tprizada por uma I«i provincial cootrahira umempréstimo de 1.800:O00p00 cora o bmco doBrazil, por interasedjpde seu procurador n_quel-Ia cidade Dr. Ignacio Joaquim de Souza Leão, àjuro de 8 °/° 80 anno. O prazo para a lotil amor-lis _ção será de 10 annos.

—Por con,ta da província^ foram libertadas 37creança9.

—Fallecera no Ouricury o Dr. Felix Ribeirode Carvalho.

—Fallecera também D. Antonia Vieira da [Cu*.nha-e 1.0 horas depois o seu mari.lo raajorManoeldo Nascimento da Costa Monteiro*

Juntos foram conduzidos para o cemitério eali reunidos na ultima morada, como juntos tunham vivido..0 major Nascimento diz o «Jornal do Recife»professava o1* princípios liberaes, e muito soffreupor ellas no com\\rt\ di sua vida.

T^nlo tomado parte na revolução de Goian»na. foi preso e c.rregado de ferros pira a Ba,»hia, e ali. este .;e com os outros martyres do ge-neroso raoviment., até que foram soltos.

No correr desta campanha tocou-lhe um qui»ohão de gloria, como poucos obtiveram.

T,endo«llie cahido a defj.za da povoação dosA.fog'd,os ali es.j_r.rou o general. Luu do Rego,que..á frente de ,aguerrio>s tropas das tres ar»mas, foi èm pessoa desalfij-iKO, mas não o con*seguiu, e teve de retroceder para o Recife depoisde um combate que durou horas.

Esta acção impressionou tanto o valente ge-neral portuguez, que pela primeira vez em sualonga e victoriosa carreira militar era batido,que pedio para ver o oííicial que tal havia con-seguido^ o/ferecendo todas as garantias para elleire tom ar ao seu campo.

Deixaram livres 11 escravos.—Fallecera também o major Luiz Francisco

Barrelo de Almeida, escrivão dos feitos dá fa*.zenda geral, e o negociante José Pereira.

—No lugar Cacimbas Joaquim Moreira assas-sinou Apolinario le tal.

—Por noticias da Europa constava haver f_jlle-cido, nos Altos Pinneus o Dr. Sebastião Gonçal.:ves da Silva, que foi chefe de policia e vice-pre-sidente desta provincia.—No mez passado renderam:AlfanJega 751:070^000Recebedoria 50:572p20Consulado provincial 67:457^861

Parahiba—Na barra de Grammamenaufragira a barca'americana cTransil» capitãoÁUen, procedente de Geórgia para Montevidéucarregado de madeira. Perdeu-se totalmente sal-vando-se a tripulação.

^--Fallecera no Pi.ncó, aonde residia, o cô-ronel João Leite Ferreira na avançada idade de84 annos. Suecumbiu a longa e grave enfermi-dade.

—Falecera lambem no dia primeiro o tenentecoronel Ignacio do Rego, irmão do Dr. Felisar-do Toscano de Brilo.

—Lô.«e oo «Publicador»:« Tivemos nos dia 28 è 29 do corrente invers

no como ainda não vimos no corrente anno.' Orio Parahiba desceu com orna pequena enclien.»te, que chegou.lhe ás barreiras. Parece que nãoè agua dos sertões, e sim dos brejos.

Neste tempo è admirável o inverno, que sepôde prejudicar ao algodão faz incalculável be

raarço^retertto aos estafetas Adelino Cezario de sido O iniciador de semelhante beneficioBio Grande do üurte.—No dia

15 cneg.ra o: o presidente da provincii Dr. Delfino Augusto Cavalcanti de Albuquerque, que nodia s.gmnti. tomara conta de seu c^rgo, e d Dr.Paulo Martins de Alunida quo no mesmo diá 15tomara posse do seu, reassumirilo o èxerjicio davarada juiz de direito o Dr. Joaquim de PaulaPessoa de Lacerda.

• —A varíola ain Ia não se p.xlinguio na capital,e tem-se desenvolvido lambem n* cidade dtí S.José de Mipibú e na villa de Papary,

—As finanças da provincia cmtinoam em es-lado bem pouco iisoTiíeim. é a divida já eléva>-sè á uma s_ rama crescida.

—Foi(suspen.o e mandado responsabilisíi* opresi4ente,dá canara maniüip-al $>. Porto-Ale*gre, Jòsô Joaquim Cambraia'.

COMJÜlIlCAOOA? .patotas do Sr. Barão de Táqaary!!

(presídentü; do ceaiu'I)

neficio ás aaffras das c,8nnas do presente e futu-ro anne, assim como as mandiocas..

—Por um amanuense do consulado provincialforam aprehendidos no acto da conferência paraembarque. 1.03. suecas, de algodão, no dia 22, asquaes actjflrapa«_e faUific|d fls.no peso.

Dizem que a differença era considerável.—Refere o «Jornal da Parahyba», que em 17

de julho passado, foram achadas em capoeirasde termo do Pombal, diversas malas remettidaspela administração do correio dl capital paradiversos pontos do interior da província. Muitosofficios estavam abertos, outros carcumidos p. Iocupim, e bem assim'.cartas particulares, jornaes,coilecções de leis. facturas etc. todos estes ob-jectos foram recolhidos á estação do correio dePombal e devidamente relacionados. Entro asleferidas malas encontraram-se as roubadas em

Não hi muito quô o publico d'esta capi-tal vio iqpresso nos jornaes um requeri.mento eiu queC. F, do Amaral pedia aillustrada assemblêa desta proviucia, previ-legio, pôr trinta ànnòs para esLbelecerh'eij,a'_ipàifabiic,aide tèçi.dos de algodão :

Estas-raja, e mui digna instituirão, ins*pir^ndo-se no patriotismo que sôe dictara todos os seus actos, recmlieceu desdelogo, as.vaptageris econômicas e sociaes,quo aufer.ei.ia a provincia, com a inlroduc_cão de semelhante industria, inteiramentetiòya atéontã,. para si.e sem que de seu,sèjò;sé,.erguesse uma^nica,voz, para im-pugnaho, approvou-o, pó ie.se dizer, qua-.si que unanimemente, nas tres discussões.que _e seguiram á sua appresenlação,dan !md'es,t'àj;ie, não equivoca e cibal prova,de sua iUustraçáo e patriotismo.

O Sr. de Taquary, porém, que desgra-çâdámenle para nòs cearenses,veio do

'fiio,;e^ressam^eute' a cáta: de arranjos para suafamilia.equépói; cumulo de infelicidades,erajüstamenie de quem dependia a sancrçaspara vi^qr e.legal jsação do aciona as.^na_j)l^!i,'nao',. podia ver çpm b.o'ns olhos,que^um.hunilde filho da provincia, quealiás, hi annos trabalha pela realisaçãod'tístebeneriçi,o'emsua terra, podesse porsi só", e c,o,m, exclusão de, aígom membro desua: prole, realisar, uma empreza, a que,de ba muito se havia sincera e lealmentede,di,cadoi

, ^'éste intuito S,. Exç^Abomem das pa-lotas, e, que. bem tristes copias de si temda.io em sua curta adminislração,fazendo-JÉ assigualar somente pelo escândalo eimmoralidade cora que ás ha comraelüdo;üão pôde conter mais os diques de sua in..frenecobiça; equilparasytad«í nova espe-cie, que procura seivarse ile idéas aldeias,já que;não pqoe ie,l-as próprias;,busca in-sinuar entre alguém, que era esla, a suagrande idéa, e qne condusindoa.i do Rio,trazia também os melhores desejos de fa-ztil a realisar na provincia, podendo por.tanto contar o peticionario, com o . appoiofranco e decidido, que elle se propunhaprestar-lhe, para realisação de uma etp-presa, dp jajpanha utilidade publica.

Convém porém, fazer notar ao. publico,para sua boa intelligencia, que S Exc. sóse lembrara da enunciar a idéa de desejardotar a provincia de lal melhoramento,qnatro dias depois, de se haver lido n'as._sembléa, o requerimento do pelicionario eum ilia depois de otii publicação em todosos jornaes d'esia capilal I

TolaviaS. Exc,, proseguindo em seussórdidos cálculos, obcecado pelo mais bajxo.interesse., á semelhança do burro.da fabupja. que não poude se disfarçar em leão,;denunciando„se pela ponta da orelha, S.Exc. Pjjljljjj rev/BlapilQ rpais este ponto deapalogiá com o heròe da fábula, deixoutransparecer perfeitamente em suas con*'versas, e sobre tudo n'uma qoe leve como pelicíonario, que desejaria muito ver arranjado na nova empresa, ura parente seu,que disseS. E*íc. achar-aeemp egado na

!fabrica de Magé.,'Q pe.li.ciohariQ porém, á despeito de ha-

ver já alcançado e reconhecido perfeitamente ás intenções de S. Exc. quiz appeVlar para os brios de cavalheiro, que julgoupodesse ene. ntrar no caracler de S. Exc,e disseJh., que não fariaqiíeslão de inte>resses maleriaes que desejava concordarcom S. Exc, em ludo; mas, que. o queessencialmente .almejava,era a gloria de ter

era sua província.S. Exc. desvaneceu-se por esta occasião,

em bons desejos de proteger a empresa, eencarregou-o alé de confeccionarem'próspeclo, com o üm, segundo disse, de ha.bilitalo a poder prestar todo seu decididoappoio e «leal» concurso; aífírmaudoJheque levai -os-hia alé mesmo ap pon*to de elle próprio promover a organisaçãoda companhia.

_S. EXc. declarara ainda mais, que o quenão concedia a outrem. e que reservara so"mente e exclusivamente, para si,, ena agloriado protectorato da íuturaempreza I

O publico porém, que avalie o gênerode prutecloralo que S. Èxa. lencion_váexercer !

No entretanto as cousas se desusaramplacidamen!e n'assembléa, conseguindo 0requerimento do pelicionáno passar iuco-lam^ein.adiscussao,,ecousaénolavel¦[..'.Çoinciie eái'i '|¦.Hiir-i, ju lameute, coma epocha, em qae mais >v affdrra o namo-ro de S, Exc. com o Sr. barão do Aquiraz^de que já o publico tem" conhecimento.

Dir-se.hia que S. Exc. alé deste meiousara para conseguir seus fins.

; Ò.que é verdade, p^ém- é qqe S. Exc.n'esta quailra requesUra, e se desvaneciaem requebros é meiguices, para còm dExm. Sr. Dr. Gonçalo, oiivindò de umávez opeticionario aS Exc,, que Dpus. olivrasse de incorrer;na pecha de deixar amaioria flucluanle.

Era que S.Exc, como velho soldado queè, soube ser eslrategic,r, e preparava o ter-ieno por todos os lados antes de assaltara sua pobre victima; e assim, eraquanltípor um lado. deixava o peticionario, eraJbaiado na doce esperança que vimos dejexpor, por outro lado, para conseguir seusjsórdidos fins, procu ava n'uma coníidenciai dirigida ao Exm.Sr. Ür. Gonçalo, rea-lizar o annexim. «amor.amore comoensa-tur»; e naturalmente a iroco de outrasgraças que já havia feito.pedia-lhe lambenv,entre outras, a graça de fazer passar n'assembléa o projecio n. 36, com as clau-sul as seguiu les:

Reducção do praso, e autorisação aopresidente a conce ler o prevdegio.aquemmelhores vantagens offerecesse : Calcule o

ublico do pasmo do peticionario, ao saberaccidentalmenie de semelhante Irama II...

Para o leitor um pouco perspicaz, não é;preciso muilo esforço para enxergar que,oq' S.Exc queria verdadeiramente, era quea asst-mblèa, concedesse..lhe somente, aultima cláusula, pois que com ella, encar-taria o seu parente de Magé, e assim teriaconseguido os seus nefandos fins-, maâ como por esta forma ficaria o negocio muitodesc.ibellado, S. Exc, não só accrescenloumais outra cláusula, como alé pospoz a elIa, aquella, que única e realmente lhecravinha.

Aind ibera, S. Exc. não só mostrou cer_ta habilidade d'esla vez, como até,, pelosigillo quo guardou, fez o peticionario nu-irir a esperança de ainda poder fazer umullimo appello ao seu pundonor.

iTestas vistas, dirigio.se o peticionario apalácio, acompanhado de um dos cavai heisros mais distinclos d'esta capilal, e islomuilo de propósito para fazer testemunharas palavras do acto de S. Exc

S. Exc. recebeu-o com verdadeira sur»presa, e com uma certa erophase.e enfado,perountara.lhe, se não lhe havia dito quese comentava somente com a gloria ?lll...

(O publico que avalie do cynismo I!! IS. Exc. por conveniência própria Iras

dúzia o dito do peticionario ao pé da lei"ira; e como para insinuar a sua vontade,em seu espirito, terminava, repetindo a.quedes versos, jà tão sediços do poeta:

Eu desla gloria ác...S. Exc. como anti-diluviano queé, jui-

gou ter dito, ao peticionario unia grandenovidade, cora os versos IEntretanto o peticionario conscio dajuso

Ia causa qoe advog.va, fez ver a S. Exc.a injustiça flagrante que obraria comsi-go se consentisse em passar o projecto comiqnella emenda, vislo que até o Seu nome;seria eliminado; elle que tanto havia fê.toem favor da idéa e .de sua realisação; èdisse-o com tal convicção apresentandorazôVs tão poderosas em favor da empresa,qne S. Exc, ao m^nos apparenlemeníe,mostrou«se convencido, dizendo que sesoubesse que aquelle seu passo, iria prejuidicar a empresa, não o tecia manifestadOt

S. Exc. se devia ler referido antes a suapessoa, pois que pela falta de expressões,em que achou>se para refutar as razões atelegadas,revellou que a sua phísiònomia npíodemonstrara senão o reconcentranientodespeitoso de sua frustada cobiça.

No entretanto o peticionario certo, dasseguranças de Iranqnillidade q' lhe deu S.Exc, ao retirar-se, ficou descançado sup,pondo què um funecionario altamente coLlocado como é S. Exc, fosse incapaz derebaixasse até o ponto de representar umafarça tão torpe.

Illudiosse porém, o peticionario, assimcomo illudio>se o dislincto cavalheiro que oacompanhava; e a quem S. Ejxc. a.liás^aviairansmettidò sua aulorisação, para fazerpassar o projecto, tal qual, se achava.

Cessados que fossom os impedimentos,passou o projecto em 3.á discussão.

Dias depois,o peticionario sempre caute*.loso, dirigioase a palácio com o fim de son.*ídar as disposições de S. Exc_

D'esta vez, foi uma ráatamorphose maisprofunda e completa, que se havia operadoem S. Exc; desabrio logo ás primeiraspalavras, que lhe dirigio o peticionario; equasi como üm possesso, lhe disse, quejá havia lavado as mãos, que.a^a^emblpase havia desmandado e de,scommedÍdo. émlhe haver feito demasiadas,cqncesspes, &c,

Em vista, de lal desabrimenlOjjá n^o m«dia haver a menor sombra da duvida ao pe«úcionario, da sorte qne aguardava ao seudesventurado projecto,

S. Exc. do alto de suas iras já o haviafulminado; e .assim dissiparam-se de seuespirito osultií^os^eflexôesde incerteza,uma yez,que tambem.já se havia dissipadoIo espirito' dè S. Èxc o ullimo vislumbre

de esperança, de agarrar a sua presa, ouantes, o presente de natal, que houvera^esiinado fazer ao seu digno parente.Notara porém, o petipionarío, que S.Exc. achava-se também, cpm seu phisicobaslante Ir^ns.^orflado, parecendo que amethamorpliose, nao se limitara somenteao moral.

Ás faces de S. Exc. alem de macilentasque sâo, açliayão»3C mais lividas n'essedia.

Os sulcos e ru^s, de sua phísiònomia,como que se havião mais aprofundado ai-guns melimetros. Os. olhos moviáo«.'se va-garosamenie nas orbitas,' deixando escaparum brilho embaçiàdp; estavão bastan^ pi-sadps, e revoarão; a.expressão do mais pro-fandq desgosto, e pesar,.

Quantas noqtes fa largas, insonias n^jodeveria tèr custado aqpella .tentativa de es-callada?? 111

•.•.. ¦ • • . . ,,Decorremise entretanto, mais algqps dias

e eis que se realisa a especl^t,íva. do petjscipn^rip.à, despeito dos maiores eteçosque envidou para evitar, o gá|go.

Estava eneyitavel e fatalmente cpndem-nado; uma vez quq. tinha tido o arrojo oeousadia dé marchar de encontro aos inte-resses pessoaes d.e S, Exc.

No entretanto, examinemos sempre, asratões, em que S, Exc. fundamentou a devolução do projecto sem sna sanççãoV

Quiséramos, que 5.. Exc. nos,'disqessequal a hypothese do acto. addiçipnaj",, emque se baseou, pafa o fa^r;"çora,q.Wachaligorosamente, prescripto pelos seus deveres.

Sel-o-hia porque, pflfefidesseo projecto,aos ipleresses d'esta Òii _'aquella provin-cia ? Nãp. Sêl-o-hia, porque n'ei|e sè acha^-se contida alguma ofifensa, aos tratados es-labelecidos entre es^a, è as outras nações ?Não. Sêl-orihia por qualquer das outras hytpolheses, consignadas no acto adicionai,e as quaes, S. Exc rigorosamente'M de<íveria ter adslricto ? Também não.

S. Exc, fundamentou seu voltem futilrasão da matéria prima a se achar muitoa mão, o por tanto não serem precisos taa-tos annos, e sim 10 annos apenas I

Ora ja se vio maior estultieia ? 11Em nossa opinião não é isto, somenteura erro crasso e grosseiro da Constituição;'

cníol N qm disparale' irrisorio e ridi*

Sem sermos legislas cremos qua não «hanada de maiorinsconstitucionajidadeí; Nos aonaes das administrações de pro-vracia, certamente, não haverá um i lem

tico facto praticado sob fundamento lão es-tdido I

"

Mas para que digressões, se ainda não ôesta a verdadeira razão.

LEGÍVEL\à 1, _

Page 4: I3 - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709506/per709506_1871_00107.pdf · por occasião da eleição de câmara daquel- ... de resposta ao]omal da Fortaleza, ... abuso de autoridade

A verdadeira, única, e princ'pal razão;conservou-ise somente o.;culta, no espirito econciencia de S. Exc. ao passo que esta pa-tente aos olhos, e conciencia de todos oshomens sensatos e honestos de nossa proavincia.

A verdadeira razão, podemos-hiarnos,dispensar, até de pronuncial-a, se não fos-se a missão altamente elevada a que nosvotamos, do exligmatisar com todas as for».ças, o acto grandemente caprichoso e ne-fandode S. Exc.

A verdadeira razão, foi o projecto, talqual está não deixar margem, nem en-chancas, para collocação do parente de S.Exc.

A verdadeira razão foi a explosão do o-dio, despeito e vingança de S. Exc. porver a sua cobiça frustrada ! 11

S. Exc. sabe perfeitamente, que o pre-vilegio concedido sob esta cláusula, é umaannulação completa de suas bases, e istopela única, mas poderosa rasão. de não ha-ver nm só capitalista, que se anime, a fa-zer applicação de seus capitães, em umaempresa que busca viver sob auspícios lãodébeis 1 j

Entretanto tem S. Exc. completado a suanefanda obra, privando a provincia, deum melhoramento, verdadeiramente útil;por causa de questões de persoualidade eo que é ainda peior, para questões de fi»lhotismo 1 ?

Agora S, Exc. que saborei a sua victoria; e embora muito, ancho se appresente,com a espoliação que praticou, não lhesinvejamos os dispojos e trophéos que mi-será e tristemente colheu.'

Pode recolher, e engrinaldar na fronte,os louros salpricados de lama que julga terganhado; e reppetir, senão publicamente;ao menos no fundo de sua consiencia, co-mo estamos certos, mas em sentido justa-mente opposto. aquelie dito de Francisco 1que tanta celebridade ganhou.

Quanto ao peticiónario, no meio de suaobscuridade, contentasse com o modestoprazer e gloria, de bem haver cumpridoo seu deveres e sente-se verdadeiramen-te, orgulhosa e compensado; em ter, me.rocido os applausos e simapthias de seuspatrícios, por ter sido elle o primeiro queteve a idéia e alembrança, de desejar in-troduzir em sua provincia, um melhoramento, de tamanha utilidade publica 1 I.

Que fez, não poucos sacreficios moraes emateriaes para conseguido. Que trabalhoucom a mais illibade boa fé e sinceridadepera consecucção e realisação desta idéia;

Que exforçmrse como mais decidida le-aldade e dedicação; e que emfim, desejade todo coração, e o quanto em si caibepromover o progresso e prosperidade desua provincia. Que o diga, desde o Sr. Mi-nistro da guerra, a cuja protecçao e appoiorecorreu, n'este'seniido antes de vir da cor-te/até o mais modesto membro da familiacearense, com quem'Jaja tratado; ermon*tando~se á?epocbas anteriores e mais lon-ginquaes, cTesde aquelles, que em estreitaconvivência, assislião as suas expançõesmais intimas, até aquelles, que por sua ele-vada posição e sobretudo, por sua nobresade caracler, seria atéuma injuria comparai-os ao de S. Exc.

S. Exc. porem, que prove o contrario,se é capaz, ou ao menos, que teve Mdenti-dade de idéia, antes do incentivo que ficaexposto; que somente o poderá fazer, pormeio de seus áulicos aduladores, d'aquellesque em suas ante^umaras, de vela em pu-nho, e em genuflexão, manifestam fervo-rosamente qnanto lhesè agradável terem desen lado presidente maniquins; ouifaquell'outros q' por ventura, hajão vendido a suapensa e conciencia ao torpe serviço de S.Exc.

O referido é a verdade, e jurar-se-ha,se preciso for.

O publico, q' descrimine bem as respec-tivas situações, e sobre tudo; que a quilate,da moralidade, e honestidade, do Sr. Barãode Taquary 11

Fortaleza, 15 de Setembro de 1871.Labienus.

(Continua-se)

VARIEDADE.Cousas e longa*.

O Sr. ajudante de ordens nos remetle o se-guinte:

5^

O Sr. Varão de Taquary deixou hontem ã tar-de o palácio d'Ajuda merim e seguiu para Cintraà guzari dos amenos ares da antiga Purangava,mais ritirado do volicio da cidade e das amula-cões dos impirtinentes bluqueadores de palácio.S. Exc. segunda-feira dará audiancia em Cintrae riciberâ bizitas à noite; terça-feira não estaráem casa para ninguém, na quarta-feira será bisi-bel até ao meio dia, na quinta-feira só riciberâbizitas do coroneli Cunha, cardiali Albanely edoctori Nugneira, na sexta-feira irá dari uin pas-seio campestre nos arredores de Cintra, pelos si-tios Maraponga do conego Justa e Periritiba jloHerculano, no savado pela manhen virá ao paçoda Ajuda, onde depois de dari audiancia retur-nará a Cintra; domingo S. Exc. acompanhado dacorte ouvirá missa na matriz d'aquella cidade, se-gunda feira pela manhen regressará ao paço dasNecessidades.

—O Albano é homem egoísta, dizia hontem oJosé Nunes, querendo tomar o presidente todopara elle, carregou-o para Arronches.

—E se teimarem, elle o carregará para maislonge. Irá dar com o pobre velho na Aratanha,ajuntou o Trajano Barroso.

> *Movimento do porto.Navios sahidos.Para o lcó seguiu o encouraçado «Cabral» de

força de 150 cavallos , montando 3 rodi-zios e 4 raiadas. Vae crnsar n'aquelle porto e nosdemais do 3.° 'districto, para impedir o desem-barque de forças graüdas no território carcará.

Para o mesmo porto fazendo escalla pela Boa-Vista, seguiu o brigue-barca Franco Pinto, capi-tão o galhofeiro Theodulfo. Carga violas, violões,rabecas, machinhos, guitarras, pandeiros e mara-càs; 10 pacotes de novas modinhas, chulas, lun-dús, décimas, baianos, cateretès e bayaderas.

Para o Jardim o bergantim «Lima 2.a» capitãoAntônio Augusto. Foi carregado de saudades, per-petuas, maravilhas, sernpre-vivas, mal-me-que-res, bem-me-queres, boninas, melindres, e todasas flores contidas no díccionario amoritico.

Para S. Benzido a pirogi «CirapetM,» mestreAntônio Joaquim: carg» enxadas, machados,pás,fuuces, arma3 de fogo. anzoes, espelhinhos, ca-lungas de chumbo e diversas missangas. Arvorao pavilhão do cacique da trihu Tabajara.

Para Maranguape o «Yacht" ''Gommoso" mes»tre João Paulo: carga óculos de crystal, alóes,camphora, pós de Joannes,mercúrio,arnica, mag-nesia, uma carteira cirúrgica, duas homeopathivcas & consignado ans Srs. Sombras e Silveira.Conduz mais formulários de setenças em inglez,latim, hespanhol, hebraico, grego, siriaco, indicoe tupy consignado ao Sobrinho de seu tio. Levabandeira á meio pão.

Navios a sahir:Encouraçado «Nogueira». Commándante Fran-

cisco Xavier. Esse navio é todo blindado,á provade baila. Sobre um dos torreões da casamata trazuma machina ".fagoa quente" com que costuma"escaldar ao inimigo na distancia do alcance deuma bala ' á Minié". Vae estacionar nas águasde Santa Anna para frustrar qualquer tentativa deinvasão no território grau Io.

— Brigue hoilandez ''Firminiao" capitão Ca«valcanli Capadori Segue em lostro^para Sobral.

—Para Pirinhas com escalla por Sobral obri-gue—escuna—«Firmeza», capitão Saboia. Eslâ acompletar o carregamento.

**»

O Sr. Carapeba remetteu-nos o seguinle:" Arretirando me aqui do forte para a cidade

de S. Benedicto onde aresldo, não poiso deixarde a*gradecer a bondade cora que o meu cunpa-de Cueio por espaço de dous mez me forneceupirão, triante as diabruras do menino Anriqunnão tenho nada que dizê da caza do cumpadeCnêio, Deus locado 1

Prò anno se Densquizè e me ajuda; proquenãoistamo em tempo de n.alhores aqutila praque di»«[amos: ora essa ê bòa I não pretendo tomar ou?iro rancho senão o rio cumpade Cuêio, que ê ho«men qui sabe cumparecô com as pessoa de bem.Aquelie piraosinho de meu Cumpade ô bom quidoe chega faz a gente lambe os beiços, è umacoisafpulo mahor I

Areceba o meu cumpade os meus agradeci-3mentos e... inte logo.

"Carapeba.''

» »Remetteu-nos Mr. Dauphin o seguinte :"Mereceram a honra de beijar a mão de papae

na semana passada os Srs. embaixo.Cardeal Albanelly do sobrado encarnado, co»-

nego Justa, barão da Maraponga, José Freijó dasOlarias, major Lucas Torreão a frente de todosos musgos da policia, um frade velho que o pa.oae quer muito bem, frei Soares BoasVenlura, ohomem que tem mais bois nesta provincia barãodo Aquiraz; Dr. Laureno este veio se dispedir»se,o homem que conta mais "historias bonitas",queenlretem n>oito o papae, José Garapa, um padre-sinho muito cantador Rvd. Theor-Qulfojeste tambem se dispediu-se, o nariz maior desta terra, ocorregedor do Jardim, este se dispediusse ta<o-bem e veio muilo choroso, frei Antônio Caminavda de Ia Buena Muerte; frei José Mendes comtodos os seminaristas; o guardião do coiuento daAjuda frei Jos^f Nunes de lo Corazon de Marie;o prefeito da Penha, capuchinho frei HenriqueLux-cynica do Feixado Lucena, o homem dos bur-ros furta-cores, o luzo-brasileiro majori Carneiro,o pagé da tribú tabajara de Viçosa, Don Vicentedo Espirito Santo Magalhães, l)bn Carapeba ArcoVerde, este disse adeus a papai, vinha comendoum pedaço de pão e Mr. Savant á frente das com-panhias ethmographicas, topographicas, geogra-phicas, typographicas, amenographicas, cornos-graphicas e hydrographicas.

*

Questão diplomática.Palácio da Praça Municipal em 15 de setembro de

1871.—Sr. presidente.—Recebi a nota de V. Exc.datada de e ao começar a le-la, suppuz queme tinha vindo da ilha da Terceira, por via dopaquete transatlântico. A assignatura, porem deV. Exc, e a natureza do objecto me convenceram

de que eu fallava com o mestre da bisca que se j Landim, só um cabra dicidido como o heróijoga actualmente em palácio.

Não divulguei a carta de V. Exc, que aliás nãotrazia a nota de confidenciali; apenas fiz constarao pretendente ao previlegio da fabrica de teci-dos, que havia um espertalhão querendo comero bocado que não fez.

V. Exc. porem foi quem divulgou tudo, e fezo publico conhecer, que o pensamento era arran-jarijseus parentes, seguindo a poiitica em boga.

Não a repillo inteiramente, mas pelo que tocaa minha pessoa, retanjo.

Não sou mais bice-presidente, desde que me re-baixaram para erguer na altura superior á mim oJoaquim da Cunha. Fui desconsiderado, e dizemmeus inimigos, que fui punido como um verda-deiro Simplicio,

Si sou deputado probinciali, é fazendo sacriü-cio; a prova é que não fallo, e nem deixo fallaraos que querem tomar contas aos patoteiros. Nàose entende com V. Exc.

Si sou varão, V. Exc. sabe o que passou mes-mo pela sua secretaria; cahi com os cobres, en-trando com dose contos de reis para a instrucçâopublica.

Não tenho ninhada de sobrinhos na assumvléa.O Araújo Lima e o Pauleta, cada um d'elles temseus tios, e não precisam de ser adoptados pormim n'este caracter, como o João Paulo, que d'an-tes nem se sabia se tinha adherencias na provin-cia, e hoje é o homem mais cheio de tios que en-tre nós existe.

Meu janro não pode separar sua causa da mi-nha; mas podia apresentar-se por si com mais¦Uimentos do que o seu conselheiro Paulino. Sinão foi deputado, é porque o Jaguarive só sabeser um conspirador das trevas, e não um conten-dor â peito descoberto, como eu fui no 2.° dis-tricto, onde ensinei a raça dos Nugueiras.

Os dous Mendes â que" V. Exc. se rifere, jaeram trumfos antes de serem cunhados de meucunhado; e, ritirando a solidariedade de paren-tesco, si V. Exc. pensa que é olygarchia, dimit-ta-os para aproveitar o Marrocos e fazer do Pau-lino um cabide de empregos. Os Mendes me aucto-risam á esta resposta, e provoco a V. Exc. paraque proceda como entender; elles são bastanteindependentes para se molestarem com demissõesde V. Exc.

O Ur. Manoel, não tem requebros com amantealgum; governa-se por sua conta, e faz poiiticaindependente, e si V. Exc. começar a provoca-lo,conhecerá o que é fallar com franquesa, e seráobrigado a retirar-se d'essa cadeira, qual gacheiraque nào mais

Quanto a puvlicação do expediante de seu go-berno, ja vivo tão injuado de ver estar-se sempreâ lavar a cara com tal miséria, que muito solem-nemente provoco a V. Exc. para que desde hoje,antes mesmo de completar os dous mezes,' dê pornenhum o contracto. Pretendo fazer mais: o Pe-dro II não será mais concurrente ã essa ninharia,que tem posto fundos os olhos da Constituição.

O expediante da assumvléa, é outra bobage,que eu nem faço caso. Pára o anno os Srs. temmaioria, â crer-se nos boatos espalhados peloJosé Nunes, que se diz um dos directores de V.lixe. Pois bem; a maioria graúda dará o expe-diante â sua folha, porque o Pedro II também nãoprecisa d'isso para viver.

V. Exc. está enganado. Tudo é porque eu ain-da não quiz bater o pé nem inchei a venta 1 Nãopreciso d'esses dinheiros magros do seu cofreprobinciali, porque tenho por semana muito di-nheiro gordo de minhas vacas, apurado nas fei-ras de Arronches. Essa é que minha poiitica.Esse que V. Exc. chama meu cavoclo, si to-mar conta de V. Exc. no Pedro II, ha de lhefazer comer candeias de sebo. Não mexa com ohomem, que não tem sangue de barata. Boi mansoaperreado, arremete.

Emfim guie-se lá V. Exc. pelos Jaguarives, eAraripes, que são bonsinhos para só quereremver sardinhas na sua brasa, mas me deixe des-cançado, por caridade. I)'antes se dizia—olygar-chia carcará, hoje se diz—olygarchia Alencar.—liseV. Exc. arranjar a parentela que tem noRio a trocar pernas, e nas ilhas a apanhar ma-riscos, pode também formar sua olygarchia—queeu não lhe opporei embargos, como não me tenhoopposto aos arranjos que o Cunha Freire e suapatrulha tem feito para guerrear-me.

Mostra-se V. Exc. irritado por um facto inno-cente; entretanto que eu tenho tido a paciência deve-lo de braço dado com os meus desaffectos,comprar os meus eleitores e minar a minha in-fluencia.

Uma cousa lhe digo: si eu encontrar no ser-tão embaraços creados por V. Exc. hei de asses-lar minhas baterias contra palácio, e não descan-çarei em quanto nâo o vir no olho da rua.

Não pense V. Exc. que me mette na gangorra,porque o boi velhaco que entra sai por onde en-trou, ou deita o moirão da cerca embaixo.

Para arranjar o Pauleta, eleger o Gonçalinho,conservar o T. Portugal, acoramodar outros ra-pazes, não preciso das portarias de seu gavinete.Quando fallo franco, é assim bonito para todomundo entender logo.

Devo preveni-lo de que não estou mais dis-posto à tolerar as picardias do Lucena, que ar-remette contra minha gente, como um touro con-tra os meus vaqueiros. Na Pacatuba o Estevãotem soffrido por me ser fiel, e em outros pontosesse roseira de Goiana pensa que ha de fazer dassuas granjadas do Ouricury.

Estou até agora á espera da portaria para anova eleição probinciali. Faça V. Exc. o que qui-zer hei de Late-lo, porque a minha gente ô comogado de solta; para pegar um é preciso ser cabracuriboca. Também me é indifferente que a eleiçãoseja em dezembro ou janeiro. Em janeiro é atémelhor, porque ê tempo de ajuntar a vaquejadaespalhada na solta.

O Joaquim Mendes volta para a secretaria, eelle me ha de pôr no conhecimento de todos ossaltos furtados de V. Exc. e do Paulino, emquem, ainda espero ter occasião de dar um novoensino.

Não pense V. Exc. que eu nào tenho espias noRio. O Raymundo là está, e para o homem do

da Imperatriz.Vou terminar hoje esta. fazendo votos cordeaes

pela prosperidade de minha provincia, hoje con-fiada ao goberno de V. Exc. a quem envio res-peitosas saudações

De V.Exc.Attento e collega

Barão do A.

SCEVOLA.

iiiigiiiAo publico,

Os abaixos assignados fazem publicoque derão sociedade commercial ao Sr.Miguel da Fonceca Barbosa em um esta-belecimenlo de molhados nesta cidade,' oqual usará da firma Fonseca & CompanhiaCeará 15 de setembro de 1871.

Salgado Souza & Comp.

Grande deposito para tilgod&oJoaquim José Barbosa offerece a seusamigos do centro da provinc.a, ea quaes*quer oulros seus grandes armazéns sitosa rua—Amélia-confronte a casa do Sr.lacob Cahn, local muito conveniente porlicar a entrada da cidade para deposito dealgodão ensacade, café ou qualquer oulro

gênero mediante a pequena paga de 200réis, por sacca ate seis mezes e de 500réis se exceder desse tempo, sendo adespeza miúda de arrumar, e pesar assa-cas por conta do dono.Compra lambem algudão pagando pelomaior preço do mercado.

(3-5)

EXPOSIÇÃO

DE

VISTAS1 RUA DAS TRINCHEIRAS N° 1

Este estabelecimento continua aberto &ariamente das 7 as 9 horas da noite, coravistas das rumas de Paris por occasiãoda guerra, e uma galeria com um va iadosortimento de objectos paradar.se aqueKIas pessoas que visitarem este estabeleci*menlo.As vistas que estão expostas são as se-guintes:Vista do Rei Guilermee o principe Bis-mark em seguida de seu exercito contra avrança.Dita da ruina da columna Vendôme emrâPIZ.Dita da ruina do palácio de St Cloudom Pariz. u u

. Dita da ruina do Hotel de Ville, em Parriu*

em^Part -— d° MÍDÍSlerio das FÍDaneasEntrada de cada pessoa da direilo a umaprenda que por sorte lbe sahirEntrada. ....... '

500Haverá mudança de vistas nos sab*bados: :1 (1~"2)Transferencia de arrematação. *

De ordem do Sr. inspector, faço, publicoque a arrematação dos reparos precizos noqaarlel.de !¦ linha desta oapij. mandadaannunciar para hoje, perante a sessão dajunta desta thesouraria, fica transferida ?Da*ra 16 do corrente as 12 boras do diarie-Cre^rÍa da lheiouraria de fazenda doCeara, 13 de setembro de 1871.

Servindo de'official,Uumtmo kugusto Pamplona.

__ (2-3)

MACHINASparadescaroçar-algodão de .18 serras avenda nos armazéns de Francisco Coelhoda Fonseca & Filho.

RUA FORMOSA N ° 72A DINHEIRO EA PRASO.

(4-5)GEA RA—1871-ímp. por ¥, V. da C. D.

PíRWOÀO.

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LEGÍVEL i.MÍ"

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