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Ill ANNO DOMINGO, 22 DEI NOVEMBRO DE 1903 N.° 123 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA Assignatura Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. para o Brazil, anno, 2S5oo réis (moeda foriej. A Avulso, no dia da publicação, 20 réis. p EDITOR — José Augusto Saloio 19 . i.c — RUA DIREITA — A L D E G A L L E G A l9 » i.° Publicações *1 Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, Q 20 réis. Annuncios na 4.» pagina, contracto especial. Os auto- j l graphos náo se restituem, quer sejam ou não publicados. fi PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio EXPEDIENTE Rogamos aos nossos estimáveis assignantes a fineza de nos participa rem qualquer falta na re messa «lo jornal, para «le prompto providenciar mos. Acceitam-sè cossa grati dão quaesquer noticias que sejam de interesse pnblico. A TYPOGKAPHIA ATypographiaéaartede imprimir por meio de typos moveis. Foi inventada por Guttenberg pelos annos de 1436 a 1440. De todos os descobri mentos que tem marcado um logar importante na historia da humanidade, nenhum foi por certo mais brilhante e proveitoso. An tigamente, como todos os livros eram manuscriptos, só por elevado preço se podiam comprar; por isso os soberanos e as classes abastadas monopolisavam as obras de instrucção e não as deixavam chegar ao conhecimento das pes soas menos favorecidas da fortuna. Muitos d’esses ma nuscritos valiam grandes quantias; e a final pouco serviço prestavam já, por que os copistas, para traba lharem mais depressa, mul tiplicavam tanto as abre viaturas que se tornava difficil ás vezes comprehen- del-as. Nos primeiros annos do seculo xv houve a idéa de gravar em madeira map pas geographicos, figuras religiosas, etc., seguido tu do ist© de uma nota expli cativa. Cobria-se a madei ra com tinta grossa e pu nham-se-lhe em cima al gumas folhas de pergami nho ou de papel, carre gando em seguida com força; com esta pressão transportavam-se para o papel os signaes gravados na madeira. A pouco e pouco foi augmentando o comprimento da nota, e chegaram a reproduzir-se paginas inteiras. Por es te processo se imprimiu a chamada Bíblia dos Po br es. Esta fórma de impressão tabular já era conhecida pelos chinezes. E até mes mo, um ferreiro, Pi-Ching,- tentou formar com uma terra fina e viscosa, e soli dificar por meio de dupla cocção, typos moveis que juntava e conservava uni dos com auxilio de caixi lhos de ferro; não teve po rém, resultado nenhum. Os habitantes de Har leim affirmam que um dos seus conterrâneos, Louren ço Hoster, que exercia o mestér de sacristão, inv-en- tára a imprensa pelo an no 1430, e que, na occasião em que elle tinha ido a uma egreja, o seu collabo- rador Guttenberg lhe su- btrahira todas as ferra mentas e fugira para Mo- guncia onde passou por ser o inventor da arte. Es ta asserção pecca por falta absoluta de provas; mas nem por isso se deixa de celebrar todos os séculos uma festa em honrà do supposto descobrimento de Hoster. João Gensfleisch de Sor- geloch, mais conhecido por Guttenberg —- appellido que talvez lhe proveiu de ser a sua familia materna originaria da pequena ci dade de Huttenberg, na Bohemia,— sahiu em 1420 da cidade de Moguncia, on de a opinião commum o dá por nascido de boa familia pelos annos i 3g 8 a 1400. Uns tumultos que houve por occasião da entrada so lemne do imperador na ci dade, tumultos em que el le tomou parte, obriga ram-no a expatriar-se, e por isso foi estabelecer a sua residencia em Stras- burgo em 1424. Até 1436 não se fala a respeito dos seus trabalhos; nessa época, porém, tendo já na mente a invenção maravilhosa que mais tar de o havia de immortalisar, associou-se com tres cida dãos de Strasburgo, que deviam fornecer o dinheiro necessário para as despe zas. Chamavam-se elles João Riffe, André Heilmann e André Dritzehen. No con tracto, redigido por escrip to, estipulava-se que os in teresses da sociedade se riam divididos em quatro partes, ficando duas para Guttenberg, além da quan tia de cento e sessenta flo rins que os dois socios lhe haviam de entregar. Posto isto começaram a trabalhar numa celia do mosteiro abandonado de Santo Ar- bogasto. Guttenberg fun diu typos em metal e ser- viu-se de uma prensa de la gar para os apertar contra o papel. Desde entã-o a xy- logrdphia (impressão com chaoas gravadas em ma- 1 O deirai foi substituída pela impressão em typos mo veis de metal. Não era, porém, tudo. Restava ainda, por meio da liga de certos metaes, ob ter typos que tivessem o grau conveniente de dure za e pudessem vasar-se nos moldes. As despezas occasiona- das por estes trabalhos ti nham arruinado os socios. André Dritzehen morreu de desgosto; e os dois ir mãos d’elle, Jorge e Claus, reclamaram então de Gut tenberg a quantia de cem florins, que diziam perten cer, conforme os termos do contracto, á familia do associado que morresse; declararam-lhe, porém, que ficaria quite para com elles se consentisse em os admit- t‘r na sociedade nas mes mas condições em que es tava o irmão: Guttenberg recusou, e elles instaura ram-lhe processo, cujo re sultado foi uma sentença que o obrigou a pagar-lhes a quantia de quinze florins. O grande artista, des animado, sahiu de Stras burgo em 1444 e dirigiu-se para Moguncia. Ahi se as sociou com João Fust (ou Fausto), homem rico e as tucioso, que lhe adeantou oitocentos florins a seis por cento de juro, com a condição de lhe ficarem hvpothecados todos os utensílios que elle mandas se fabricar. Além d’esta quantia, Fausto devia for necer mais trezentos flo rins de ouro para as des pezas geraes. Os lucros se riam divididos egualmente por ambos; e, no caso em que a sociedade viesse a dissolver-se, Guttenberg só tomaria posse do material depois de ter pago ao so cio os oito jentos florins d. ouro. iCont nu;'l. JOAQUIM DOS ANfÕS: AGRICULTURA O emprego do kaínite O emprego do kaínite, sal de Stassfurth, é recoin- mendado para se lançar sobre os estrumes. Este sal contém: Sulphato de potassa .... 23 a 25 p. c. » de ir.agnesitH . i 5 a 17. » t Chloruret. de magnesium 12 a 14 » » >1 úe soaium. . . 3o a 3 2 ■> » Certos mercadores de adubos traze m-n’oaos me r- cados depois de o terem preparado para lhe tirarem o chlorureto de magne sium. O kaínite, colhido em Stassfurth, vale' actualmen te 700 réis por cada ioo grammas. Nos mercados extrangeiros este preço at- tinge o de 1S400 réis, e mais, mercê do custo do transporte que fica tanto ou mais .caro que o proprio produeto. Este sal mistura-se com o estrume nas estrumeiras. Lança-se sobre elle uma camada de s il de 10 centí metros de espessura, e quando a estrumeira ad quira a altura desejada, polvilham-se todas as faces, de fórma que pareça um montículo coberto de neve. Em seguida acama-se com uma porção de terra. Pode tambem deitar-se o kaínite no estrume dos estábulos, junto aos ani maes. Neste caso empregam- se 5oo grammas de sal pa- •a cada cavallo ou bovino e por dia. E’ preciso haver todo o cuidado de espalhar o sal antes de se dispor a nova cama, para que esta cubra o kaínite e impeça o gado de o lamber, pois quê pos sue propriedades ca.ústicas. Pode mesmo provocar in- flammações epidermicas aos animaes que durmam sobre elle, parecendo-nos por isso mais vantajoso quando se use, lançal-o de preferencia nas estrumeiras ao ar livre. Ceitos chimicos preten dem que o estrume trata do pelo kaínite não perde um átomo de azote. Isto, porém, não está perfeita mente demonstrado, pelo que o emprego do kaínite deve utilisar-se tão somen te pelas propriedades que contém, e servem a au- gmentar em potassa a ri queza dos estrumes, gem ”IBassatenapo., Acabámos de receber 0 n° 6 j desta illustração, editada pelos grandes Ar mazéns Grandella, da ca pital. Vem primoroso e enceta um trabalho inédito do grande historiador Ale xandre Herculano. A Des truição J Aurea é uma producção lit-ter-aria de pri meira ordem e onde o ta lento fecundo do auctor do Eurico, captiva de linha pai a linha. Eis 0 Summario: Chronica: Serrana, (ver sos) por Ruy Barbo.— Impressões de viagem, por Herculano. — Uma via- em automovel, por 1 dg.— Destruição. d’Áurea. O balão Omnibus San tos Dumont. — Reconcilia ção, ..(versos) pro Ruy Bar bo.—-Trovas (versos) por João Penha. — Marrocos. —-Um costume da Mace- donia. — Ao gentil Luizi- nho Grandella, (versos por Anna de Paiva.— Sombras, (versos) por Rodrigues Da- vim. —Conselheiro José Fi lippe.— Oração nas exe- qu'as do Marquez de Pom bal.— Real Sociedade de Horticultura. Para o proximo Natal realisa-se a 2.a tombola d’es- te anno, com brindes no valor de 400^000 réis, aos quaes todos os assignan tes terão direito. Qualquer pedido de as- signatura, acompanhado da respectiva importancia. 5oo réis por 6 mezes, de ve ser dirigido a Grandel la & Ç:.a, Lisboa.

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Page 1: Ill ANNO DOMINGO, 22 DEI NOVEMBRO DE 1903 N.° · por nascido de boa familia pelos annos i3g8 a 1400. Uns tumultos que houve por occasião da entrada so ... tia de cento e sessenta

Ill ANNO DOMINGO, 22 DEI NOVEMBRO DE 1903 N.° 123

S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R À R IO E A G R ÍC O L A

AssignaturaAnno, iSooo réis; sem estre, 5oo réis. Pagamento adeantado. para o B ra zil, anno, 2S5oo réis (moeda fo rie j. AAvulso, no dia da publicação, 20 réis. p

EDITOR— José Augusto Saloio 1 9 . i.c — RUA DIREITA —A L D E G A L L E G A

l9» i.°

P u b licaçõ es * ■ 1A n n u n cio s— i . a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

Q 20 réis. A nnuncios na 4.» pagina, contracto especial. Os auto- j l graphos náo se restituem, q uer sejam ou não publicados.

fi PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

EXPEDIENTE

Rogamos aos nossos estimáveis assignantes a fineza de n o s participa­rem qualquer fa lta na re­messa «lo jo rn a l , p a ra «le p ro m p to p ro v id e n c ia r ­mos.

A cceitam -sè cossa g r a t i ­dão q u a e s q u e r no tic ias que sejam de in te re s s e pnblico.

A T Y P O G K A P H I AATypographiaéaartede

imprimir por meio de typos moveis. Foi inventada por Guttenberg pelos annos de 1436 a 1440.

De todos os descobri­mentos que tem marcado um logar im p o r ta n t e na historia da humanidade, nenhum foi por certo mais brilhante e proveitoso. An­tigamente, como todos os livros eram manuscriptos, só por elevado preço se podiam comprar; por isso os soberanos e as classes abastadas monopolisavam as obras de instrucção e não as deixavam chegar ao conhecimento das pes­soas menos favorecidas da fortuna. Muitos d’esses ma­nuscritos valiam grandes quantias; e a final pouco serviço prestavam já, por­que os copistas, para traba­lharem mais depressa, mul­tiplicavam tanto as abre­viaturas que se tornava difficil ás vezes comprehen- del-as.

Nos primeiros annos do seculo xv houve a idéa de gravar em madeira map­pas geographicos, figuras religiosas, etc., seguido tu­do ist© de uma nota expli­cativa. Cobria-se a madei­ra com tinta grossa e pu­nham-se-lhe em cima al­gumas folhas de pergami­nho ou de papel, carre­gando em seguida com força; com esta pressão transportavam-se para o papel os signaes gravados na madeira. A pouco e pouco foi augmentando o comprimento da nota, e chegaram a reproduzir-se paginas inteiras. Por es­

te processo se imprimiu a chamada Bíblia d o s P o br es.

Esta fórma de impressão tabular já era conhecida pelos chinezes. E até mes mo, um ferreiro, Pi-Ching,- tentou formar com uma terra fina e viscosa, e soli­dificar por meio de dupla cocção, typos moveis que juntava e conservava uni­dos com auxilio de caixi­lhos de ferro; não teve po­rém, resultado nenhum.

Os habitantes de Har leim affirmam que um dos seus conterrâneos, Louren­ço Hoster, que exercia o mestér de sacristão, inv-en- tára a imprensa pelo an­no 1430, e que, na occasião em que elle tinha ido a uma egreja, o seu collabo- rador Guttenberg lhe su- btrahira todas as ferra­mentas e fugira para Mo- guncia onde passou por ser o inventor da arte. Es­ta asserção pecca por falta absoluta de provas; mas nem por isso se deixa de celebrar todos os séculos uma festa em honrà do supposto descobrimento de Hoster.

João Gensfleisch de Sor- geloch, mais conhecido por Guttenberg —- appellido que talvez lhe proveiu de ser a sua familia materna originaria da pequena ci­dade de Huttenberg, na Bohemia,— sahiu em 1420 da cidade de Moguncia, on­de a opinião commum o dá por nascido de boa familia pelos annos i 3g8 a 1400. Uns tumultos que houve por occasião da entrada so­lemne do imperador na ci­dade, tumultos em que el­le tomou parte, obriga­ram-no a expatriar-se, e por isso foi estabelecer a sua residencia em Stras- burgo em 1424.

Até 1436 não se fala a respeito dos seus trabalhos; nessa época, porém, tendo já na mente a invenção maravilhosa que mais tar­de o havia de immortalisar, associou-se com tres cida­dãos de Strasburgo, que deviam fornecer o dinheiro necessário para as despe­zas. Chamavam-se elles João Riffe, André Heilmann

e André Dritzehen. No con­tracto, redigido por escrip­to, estipulava-se que os in teresses da sociedade se riam divididos em quatro partes, ficando duas para Guttenberg, além da quan tia de cento e sessenta flo­rins que os dois socios lhe haviam de entregar. Posto isto começaram a trabalhar numa celia do mosteiro abandonado de Santo Ar- bogasto. Guttenberg fun­diu typos em metal e ser- viu-se de uma prensa de la­gar para os apertar contra o papel. Desde entã-o a xy- logrdphia (impressão com chaoas gravadas em ma-1 Odeirai foi substituída pela impressão em typos mo­veis de metal.

Não era, porém, tudo. Restava ainda, por meio da liga de certos metaes, ob­ter typos que tivessem o grau conveniente de dure­za e pudessem vasar-se nos moldes.

As despezas occasiona- das por estes trabalhos ti­nham arruinado os socios. André Dritzehen morreu de desgosto; e os dois ir­mãos d’elle, Jorge e Claus, reclamaram então de Gut­tenberg a quantia de cem florins, que diziam perten­cer, conforme os termos do contracto, á familia do associado que morresse; declararam-lhe, porém, que ficaria quite para com elles se consentisse em os admit- t‘r na sociedade nas mes­mas condições em que es­tava o irmão: Guttenberg recusou, e elles instaura­ram-lhe processo, cujo re­sultado foi uma sentença que o obrigou a pagar-lhes a quantia de quinze florins.

O grande artista, des­animado, sahiu de Stras­burgo em 1444 e dirigiu-se para Moguncia. Ahi se as­sociou com João Fust (ou Fausto), homem rico e as­tucioso, que lhe adeantou oitocentos florins a seis por cento de juro, com a condição de lhe ficarem hvpothecados todos os utensílios que elle mandas­se fabricar. Além d’esta quantia, Fausto devia for­necer mais trezentos flo­rins de ouro para as des­

pezas geraes. Os lucros se­riam divididos egualmente por ambos; e, no caso em que a sociedade viesse a dissolver-se, Guttenberg só tomaria posse do material depois de ter pago ao so­cio os oito jentos florins d. ouro.

iC o n t nu;'l.JO A Q U IM DOS A NfÕ S:

A G R I C U L T U R AO emprego do kaínite

O emprego do kaínite, sal de Stassfurth, é recoin- mendado para se lançar sobre os estrumes.

Este sal contém:Sulphato de p o tassa.. . . 23 a 25 p. c.

» de ir.agnesitH . i 5 a 17. » t C hloru ret. de magnesium 12 a 14 » »

>1 úe soaium . . . 3o a 32 ■> »

Certos mercadores de a d ubos t raze m-n’o a os m e r- cados depois de o terem preparado para lhe tirarem o chlorureto de magne­sium.

O kaínite, colhido em Stassfurth, vale' actualmen­te 700 réis por cada ioo grammas. Nos mercados extrangeiros este preço at- tinge o de 1S400 réis, e mais, mercê do custo do transporte que fica tanto ou mais .caro que o proprio produeto.

Este sal mistura-se com o estrume nas estrumeiras. Lança-se sobre elle uma camada de s il de 10 centí­metros de espessura, e quando a estrumeira ad­quira a altura desejada, polvilham-se todas as faces, de fórma que pareça um montículo coberto de neve. Em seguida acama-se com uma porção de terra.

Pode tambem deitar-se o kaínite no estrume dos estábulos, junto aos ani­maes.

Neste caso empregam- se 5oo grammas de sal pa- •a cada cavallo ou bovino

e por dia.E’ preciso haver todo o

cuidado de espalhar o sal antes de se dispor a nova cama, para que esta cubrao kaínite e impeça o gado de o lamber, pois quê pos­sue propriedades ca.ústicas. Pode mesmo provocar in-

flammações epidermicas aos animaes que durmam sobre elle, parecendo-nos por isso mais vantajoso quando se use, lançal-o de preferencia nas estrumeiras ao ar livre.

Ceitos chimicos preten­dem que o estrume trata­do pelo kaínite não perde um átomo de azote. Isto, porém, não está perfeita­mente demonstrado, pelo que o emprego do kaínite deve utilisar-se tão somen­te pelas propriedades que contém, e servem a au- gmentar em potassa a ri­queza dos estrumes,

gem

” IBassatenapo.,Acabámos de receber

0 n° 6 j desta illustração, editada pelos grandes Ar­mazéns Grandella, da ca­pital. Vem primoroso e enceta um trabalho inédito do grande historiador Ale­xandre Herculano. A Des­truição J Aurea é uma producção lit-ter-aria de pri­meira ordem e onde o ta­lento fecundo do auctor do Eurico, captiva de linha pai a linha.

Eis 0 Summario: Chronica: Serrana, (ver­

sos) por Ruy Barbo.— Impressões de viagem, por

Herculano. — Uma via- em automovel, por

1 dg.— Destruição. d’Áurea.O balão Omnibus San­

tos Dumont. — Reconcilia­ção, ..(versos) pro Ruy Bar­bo.—-Trovas (versos) por João Penha. — Marrocos. —-Um costume da Mace- donia. — Ao gentil Luizi- nho Grandella, (versos por Anna de Paiva.— Sombras, (versos) por Rodrigues Da- vim. —Conselheiro José Fi­lippe.— Oração nas exe- qu'as do Marquez de Pom­bal.— Real Sociedade de Horticultura.

Para o proximo Natal realisa-se a 2.a tombola d’es- te anno, com brindes no valor de 400^000 réis, aos quaes todos os assignan­tes terão direito.

Qualquer pedido de as- signatura, acompanhado da respectiva importancia. 5oo réis por 6 mezes, de­ve ser dirigido a Grandel­la & Ç:.a, Lisboa.

Page 2: Ill ANNO DOMINGO, 22 DEI NOVEMBRO DE 1903 N.° · por nascido de boa familia pelos annos i3g8 a 1400. Uns tumultos que houve por occasião da entrada so ... tia de cento e sessenta

O D O M I N G O

F e s ta «la T e r r a

Conforme noticiámos, realisou-se a annual festi­vidade á Senhora d’Ata- laya; nos dias 14, 15, 16 e 17 do corrente, correndo tudo na melhor harmonia.

A affluencia de povo áquelle pittoreseo logar foi este anno enorme em con- sequencia do tempo estar magnifico. Abrilhantou es­ta festividade a banda do «Commando Geral d’Ar­tilharia».

E’ thesoureiro para o proximo anno o ex.m" sr Domingos Tavares, digno presidente da camara mu nicipal d’esta villa.

.4 aB3E Í v e r s a r i «

Passou hontem o 3.° an­niversario. natalicio do me­nino Antonio, filho do nos­so amigo Antonio da Silva Batana. Parabéns.

CaçadaRealisou-se, como já no­

ticiámos, no dia 16 uma caçada em que tomaram parte os srs. Jacintho Iça, Antonio da Costa Veiga, Mauricio Repas, Antonio Luiz de Oliveira, José Ser­rador, Joaquim Xavier d’Annica, José da Silva Ilhéo Junior, José Augusto Saloio, José Rodrigues Pin­to, Antonio dos Anjos Bel- lo, Joaquim Pedro Simões da Cunha, Marciano Au­gusto da Silva Junior, Igna- cio Lage Rodrigues, Ja- cíntho Tavares Ramalho, José Ferralhão e Francisco Soeiro.

Foram mortos79coelhos,9 gallinholas, 1 codurniz,1 to irão e 3 chibatos que derriaram os hombros a quem os trouxe.

O que achámos extraor­dinário foi que o sr. Rama­lho matasse um coelho, levando os cartuchos car­regados com serradura. E’ uma grande idéa para os caçadores de profissão, pois que evitam de gastar dinheiro em chumbo e an­dam muito mais leves.

Bravo, seu Ramalho!

L.«ituosa

Falleceu no Texugueiro, pertencente a este conce­lho, no dia 19 pelas 11 ho­ras da noite, victima de um typho, Margarida Au­gusta, casada, de 27 annos de edade, natural do Sa- mouco.

— Tambem no dia 20 pelas 4 horas da tarde, fal­leceu nesta villa Gertrudes de Jesus, viuva, com 77 an­nos de edade, victima de uma congestão pulmonar.

Itocilto de cavallos

Foram roubados 4 ca- vallos no dia 17 do corren­te da herdade denominada S. Bento, pertencente ao ex.mo sr. Domingos Tava­res, digno presidente da camará municipal desta villa, que alli tinha para seu serviço.

F e s ta s ao f ten lio r daM ise r icó rd ia

Consta-nos que alguns individuos desta villa ten­cionam unir-se em com­missão, a fim de fazerem este anno grandes festas ao Senhor da Misericórdia.

A V erdade

Subordinado a esta epi- graphe, começou a sema­na passada a publicar-se na capital um semanario de 6 paginas, de collaboração variada, tanto em assum­ptas de arte como d-eiitte- ratura e pojitica. Ao novo coli jga desejamos todas as prosperidades.

Fe st 3 cem A lcochete

Fêni logar hoje, na im­portante villa de Alcoche­te, a grande festa do Co- rsçãõ de Jesus que será abrilhantada pela phylar­monica da localidade.

Consta de festa de egre­ja, sermão, Te-Deum, pro­cissão, kermesse e musica no coreto.

C O F R E D E P É R O L A S

A 3 U T T 3 N S 3 R 3 -Bem hajas, ‘Gutlenberg! ()' arrojado heroe,Quando a Imprensa sahiii de teus ardentes labios Cahiu a distineção; agora pobre e rico Podem estudar e ler, podem tornar-se sabios.

Como os homens de bem. tiveste a desventura, Tiveste a inveja má dos filhos de Cairn;E sempre a caminhar na senda do progresso, Pensavas; pobre e bom, cançar a sorte emfim!

.4 arma da calumnia, a cavilosa intriga,Que é como da serpente a baba peçonhenta,Quiz sempre macular-te a fronte audaciosa Onde havia do genio a chamma violenta.

E tu sempre a seguir! E sempre a trabalhar Na tua idéa nova, energico operário,Não sentias no hombro o peso d uma cruz,Nem a vias, depois, erguida no Calvario.

Querias legar ao mundo a grande innovação Que um dia te fizesse o nome abençoado;E em torno a li havia misera cobiça,E vias a maldade andar sempre a leu lado.

O’ coração de ferro! O' fronte veneranda Onde brilhava a luz d° geuial talento,Devia ser cruel essa terrivel horaEm que le avassaliasse o fundo abatimento!. ..

Hoje colhe o teu nome as palmas do triumpho, Hoje offerta-te o mundo os viridentes louros;A memória immortal do grande Gutlenberg Ha de perpeluar-se aos séculos vindouros.

Emquanto a Imprensa exista—a mãe da humanidade, A que vae da sciencia o verbo diffundir,Serás o mestre, o Deus, o grandioso exemplo Do trilho seduetor que havemos de seguir.

Envia-nos a luz cu brilhante olhar,Que tinha, como a a guia, a longa persistência.Nós vamos entoar um canto de louvor,Curvados a teus pés, soldado da Sciencia!

JO A Q U IM DOS ANJO S.

A N E C D O T A S

A senhora de X . . . leve a noite passada o seu bom successo, é mandá pelo seu creado dizer á sua amiga Henriqueta «que lá tinha uma nova creada ás suas or­dens.»

A creada, que foi quem veio á porta receber o reca­do, tomando a coisa em sentido diverso, respondeu muito espevitada:

■— Sabe que mais ? diga á sua ama que cá não se pre­cisa de creadas, porque a senhora está muito contente commigo ; e que melhor fôra que ella cuidasse na sua casa, que andar inquietando as alheias.

E, dizendo isto, deu com a porta na cara do creado.

L IT T E R A T U R AC oq-H ard i

Estava-se nos maus dias da Revolução.

Vinha a noite descendo, Todo o santíssimo dia a lueta fôra desesperada. Os officiaes esperavam a cada momento ordens que não lhes chegavam, e os solda­dos morriam stoicamente nas posições occupadas.

Entre elles notava-se uni rapazito de quatorze annos, o muito, enfezado, magro e extremamente pallido.

Era filho de um soldado. A mãe morrera-lhe na ul­tima primavera. Só e per­dido n’uma aldeola das Cevennas, quizera tornar a vêr o pae, artilheiro na divisão do Norte. Então, para não voltar de novo á terra natal, tinha pedido que o acolhessem no regi­mento, promettendo não se tornar pezadoemostrar- se corajoso.

Deferiram-lhe á petição e fizeram-n’o tambor. A’ tarde nos bivouacs, o pe­queno soldado era o as­sumpto de todas as pales­tras.

Na batalha de Outhe, recebera o baptismo de fo­go, heroico deante das ba­las e das granadas.

Do pequeno bonet ver­melho que elle usava, col- locado na cabeça á laia de crista rubicunda de gallo, e da sua proverbial cora­gem, derivava-se a antono- mas pittoresca de Coq- Hardi, porque era,conheci­do no regimento.

Coq-Hardi tinha-se sen­tado n’um tambor, bem junto a um punhado de valentes apertados em vol­ta da bandeira do regimen­to. Os anneis do seu ca- bello louro empastavam- se-lhe agora no rosto ba­nhado de suor e enegreci­do pela pólvora. Algumas lagrimas dançavam-lhe nos olhos, e elle tentava-as oc- cultar receioso de que 0 tomassem por cobarde. Cobarde! elle... Nunca! Mas é que uma bala tinha-o

FOLHETIM

T ra d u cção de J. DO S A N JO S

D E P O I S dT p E C C A D Ol i i r r o Scgiiudo

I

— A h ! tu agora sonhas acordada! m urm urou a s r.a Telem aco em tom de gracejo.

— Não sei se estava acordada ou adorm ecida; o que sei é que estava bem longe d’aqui e em com panhia de pessoas que valem mais que tu; sim. mais que tu, e para isso náo é preciso m uito, porque, aqui para nós, tu náo vyles grande coisa.

--D ecididam ente, Magdalena, não sei o que te succedeu. disse a sr.-3 T e

lem aco, com tom azedo; ha uns dias para cá que estás pouco amavel.

— Parece-me que te queixas, disse irònicam ente a Magdalena.

— Ha quem tenha menos razoes pa­ra isso. Tenho-te dado bastantes pro vas de aftecto e dedicação, ha cinco annos, para ter o direito d.e não ser victima dos teus caprichos.

— O direito? Falas em d ire to ? Não tens nenhum . O affecto e a dedicação de que falas tãa alto. tenho-os pago p o r muito mais do que elles valem, e ao menos é justo que se, po r uma causa ou p o r outra, eu tenha um ac- accesso de mau hum or, tu o suppor- tes sem m urm urar. Para que servirias tu, se não servisses para isso, tia T e ­lemaco?

— Se -tenho de sofirer as tuas im per- tinencias, é m elhor ir-m e embora.

— Oh ! d tua vontade; quando que1

res ir? Esta noite, ámanhã, já? Onde queres que te deixe?P are, Francisco; a s r.a Telem aco quer-se apeiar.

O cocheiro obedeceu, a «victoria» parou e a Magdalena olhou para a sr.a Teiem aco com um ar tão convicto

que esta com prehendeu que a sua ca­prichosa com panheira lhe tinha fala­do seriamente.

— rDevias ao. menos poupar-m e de­ante dos teus criados, suspirou ella, manifestando com um gesto a sua energica vonfada de não deixar o lo­gar que oeciipava n ‘aquella carruagem

macia, imagem da boa vida que leva­va desde que a Magdalena a mandára v ir de A ntraigues para lhe tomar con­ta da casa.

— Então mudas de tenção, já não te queres i r embora? perguntou a Ma­gdalena, no mesmo tom e gracejo,

não te incom m odes. Francisco, leve- nos á avenida das Acacias.

A carruagem tornou a andar, e a s r.a Telem aco contentou-se em p ro ­ferir em voz muito baixa um lamento qualquer que a Magdalena não ouviu Estavam n ’um sitio muito socegado, onde mal chegava o ruido confuso das longas filas que circulavam em volta do lago.

— Dizias então que o M auricio Vi- vian nos cum prim entou? disse de re­pente a Magda ena.

— Sim , e com um sorriso bem gra cioso, respondei* vivam ente a s r .a T e ­lemaco, muito contente p o r vê r que a voz da com panheira abrandára mais. Pobre rapaz! devias ter mais pena d'elle e consentir em recebel-o. Já são cinco vezes a seguir que se apre­senta debalde pai a te vêr.

— S é elle fosse rico , poderia eu sup-

p ô r que te pagou para advogar a sua cau ja . . . a

— Julgas que sou c a p a z.. .— De tudo para ganhar dinheiro.

Mas d’esta vez sou obrigada a acredi­tar no teu desinteresse, porque o M auricio não tem nada de seu.

— Não tenho outros m otivos para o defender senão o am or m uito sincero cjue parece animal-o.

— J h ! se eu tivesse de ter dó de todos os que dizem que me amam!..-

— Mas este não é um adventício. E ’ um pintor de talento.

— Deixal-o; vendeu-m e quadros, pa- guei-lh’os, estamos quites. Que tem elle ainda a re c la m a r? ... A h ! tia Te­lemaco, se pudesses comprehender com o os hom ens me aborrecem , nun­ca me falavas de M auricio nem de mais nenhum. E : para a gente se suicidar de desespero. ÍC ontinua).

Page 3: Ill ANNO DOMINGO, 22 DEI NOVEMBRO DE 1903 N.° · por nascido de boa familia pelos annos i3g8 a 1400. Uns tumultos que houve por occasião da entrada so ... tia de cento e sessenta

O DOMINGOAgrido num dos pulsos e a (-eança soffria hor.ivel-

Jcnte'. Todavia, com a mão ifejta ainda livre, empu-

Jliando' a baqueta, o pe- Oaeno heroe batia o tam- or, O som baço produzi­

do na pelle do marcial ins­t r u m e n t o acordava nos v e lh o s soldados o brio. Apertando-se d’encontro á bandeira defendiâm-na c0m tenacidade espantosa.

£ o pequeno não cessa­va de tocar. A voz do ins­trumento relembrava aos veteranos o exemplo d’a- quella creança que não re­cuava um passo, affron tan­jo a morte aos olhos do inimigo.

Rajadas de metralha var­riam de vez em quando a ladeira onde cinco homens, rocurando assegurar a re­

tirada, luctavam ainda em volta da insignia.

— Olá! petiz... salva- te!..- gritou o official ao pequeno tambor.

E mais baixo, como se a vergenha o intimidasse, accrescentou: se fòr tempo!

Coq-Hardi não respon­deu, e nem mesmo o fitou com os seus grandes olhos azues, agora dilatados pe­lo odio. Furiosamente o tambor redobrou de som.

Um estilhaço de metra­lha quebrou o cachimbo dum granadeiro, um ve- lho„cachimbo de barro qu± o veterano trazia pendente duma das casas da fardeta,

— Diabo! disse o valen­te; mau presagio!

E a rir, descargou a es­pingarda.

A posição tornava-se in­sustentável, e os últimos sobreviventes foram caindo uns após outros.

Protegido pelo tambor, Coq-Hardi não recebera outro ferimento, mas em volta delle, a chuva de ferro não parava

Uma granada explodiu perto._ A bandeira caiu O offi­

cial que a sustentava, feri­do mortalmente e sentin­do-se morrer, ergueu-se a custo sobre os joelhos e, para a furtar ás mãos dos inimigos, tentou ocultal-a no peito.

Então, o pequeno tam­bor avançou para o mori­bundo.

— Não! disse. Confiai- m’a antes, meu official. Não pensarão em a vir aqui buscar!

E apontou-lhe o coração.— Juro-vos, continuou,

9ue só a tomarão se eu morrer.

O official hesitou alguns segundos. Teve depois um gestp de consentimento e, Sentindo faltar-lhe as for- Ças, entregou á creança a lnsignia da patria.

— Vae! murmurou,— al­

cança a divisa;.).. . . por alli. . . salva-a!. . .

E indicava-lhe com o de­do hirto a direcção prová­vel do grosso do exercito francez, reunida perto de Dúren, para as bandas do Occidente.

Era tempo.As trombetas inimigas

tocavam o signal de cessar fogo. Os austríacos inva­diam o redueto.

Coq-Hardi escondera rapidamente no peito a preciosa reliquia, e, pegan­do no tambor, sobraçou-o com o braço ferido. Com a outra mão, empunhando sempre a baqueta, bateu o passo de carga!

Assistiu-se então a um .•spectacLiio inolvidável. O general Cljríayt poude vêr, assombrado, uma creança,

m pequeno tambor fran­cez, erguendo para elle o olhar altivo, caminhar em direcção do inimigo.

Respeitando aquelle he-j roe de qu itorze annos, or­denou que lhe deixassem a passagem livre.

Ai curiosidade agitou as filas pustriacas, que se apertavam para- vêr por deante delles, sem trepidar e sem voltar a cabeça, a intrépida creança. que atra­vessava agora a planície, na direcção do campo-fran­cez.

Então, por um movi­mento instinctivo, tentan­do encobrir a com moção, os officiaes austríacos sau­daram com as espadas victoriosas esse sobrevi­vente do formidável regi­mento das Ardennas, que se retirava, batendo no tambor o toque de carre­gar, e levando bem junto do coração a bandeira sal­va.

Por muito tempo ainda, tomando o reducfo e dis­posto o acampamento, ou­viu-se ao longe, cortandoo silencio da noite, o rufo do tambor.

Coq-Hardi, avançando sempre em direcção ao occidente cantava a sua canção de guerra.

P. V IE R G E .

vaca e vasa-se em pratos, nos quaes se polvilha com canella, podendo servir-se em seguida.

ARTE CULINARIA

BSem-me-sahe d ’am endoa

Assucar branco' 5oo gr.; amêndoa dòce pisada, 25o gr.; arroz em farinha fina,i a5 gr.; caneíla em cavaca, yo gr.; ovos, 20 gemmas;- leite, 6 litros.

Batem-se as gemmas com o assucar e amêndoa, e diluída no leite a farinha de arroz, mistura-se tudo e vae a fogo lento.

Em tendo ponto de es­trada, tira-se a canella ca-

A N N U N C I O S

ANNUNCIO

( l . a Piibllcaçáío)

No dia oito do proximo mez de Dezembro, pelo meio dia, á porta do tri­bunal judicial desta villa de Aldegallega do Ribatejo, por deliberação do Conse­lho de familia nos autos.de inventario orphanologico a que se procedeu por obito de D. Umbelina Rosa da Veiga, viuva, moradora que foi nesta villa de Al­degallega do Ribatejo, se hão de vendei- e arrematar em hasta publica a quem maior lanço offerecer so­bre os valores abaixo desi­gnados, os bens immbveis qu* na partilha pertence­ram em legitima ao co her­deiro Francisco da Vpiga Sargedas, auzente em par­te incerta, e que são os seguintes:'

1 ."— Uma morada de ca­sas abarracadas, com um quintal, sitas na rua cio Vau, de esta villa de Al­degallega, com o n.u 12 de policia, tb.reiras em tres mil réis annuaes a Antonio Tavares da Silva, e vão á praça no valor de i 5Ó$òóo réis’; 2.0—-Uma outra mo­rada de casas abarracadas, sitas na rua do Vau, de es­ta villa de Aldegallega, -foreiras em oito cento réis annuaes ao mesmo Anto­nio Tavares da Silva, e vão á praça nó valor de réis i|5o '$p(oq ; — 3.°—Uma mo­rada de casas que se com­põe de lojas é primeiro an­dar, sitas na rua do Poço, de esta villa de Aldegalle­ga, com os n.os 5 i e 53 de policia, foreira á Misericór­dia de esta villa, e vão á praça no valor de 400^000 réis.

Pelo presente são cita­dos os crédores incertos para assistirem á dita ar­rematação e ahi uzarem dos seus direitos, sob pe­na de revelia.

Aldegallega do Ribate­jo, i6de novembro de 1903.

o E S C R IV Á O

Anlonio Augusto da SilvaCoelho.

V e rifiq u e i a exactidíio.

O JU IZ D E D IR E IT O

3.° substituto no im pedim ento do com petente,

Estevão Augusto d'Oliveira

TyPOGHAPffOPrecisa-se na typogra-

phia deste jornal dum ra­paz para apreder a typo- grapho. Quem pretender póde dirigir-se á rua Direi­ta, 19, i.°.

mmmUma carroça de caixa

com molas muito leve, e um arreio. Nesta redacção se diz.

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José J. Camfnba Figuei­ra encarrega-se do forne­cimento de plantas ameri­canas tanto barbados co­mo estacas e bacello, pa­ra o que está habilitado convenientemente.

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Ao Commercio do PovoSem contestação é este 0 mais bem sortido estabe-

lecim :nto e o que maiores vantagens offerece devido ás enormes compras que os seus proprietários fazem, pois que para obterem sempre umas differenças em preços de fabrica em muitos artigos, vêem-se na ne­cessidade de comprar sempre em grandes quantidades.

NÃO E S Q U E C E R que este estabelecimento já tão conhecido do publico d’esta villa e seus arredores, já recebeu grandes remessas de fazendas para a presente estação, estando desde já habilitado a satisfazer os mais exigentes compradores.

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por preços TAO BAIXOS que só a visita do compra­dor poderá fazer justiça dizendo: é barato!

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pedir. Tudo se manda a casa do freguez para o que tem pessoal habilitado.

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A ldegallega do Itlbatcjjo

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O D O M I N G O

OS D R A M A S D A C O I M E

(C hronica do reinado de L u iz X V )Romance historico por

E J L A D O U C E T T E

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A corte de L u iz x v , com todos os seus esplendores e misérias, é escri­pta magistralmente pelo auctor d '0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo liv ro , destinado sem d uvi­da, a alcançar entre nós exito egual áquelle com que foi recebido em P a ­ris, onde se contaram p o r milhares os exem plares vendidos.

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Desde 60 réis o metro, baetilhas brancas próprias para saias.Desde 800 réis, chailes de pura lã, lindos desenhos.

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DÍ este importante estabelecimento encontra tambem 0 publico um colossal sorfiòo be falências i)c íinlto, lã, algoòao, se)as, calçada e chapéos

que mencionar acjui os preços seria impossiucl.

Pedimos que visitem o nosso estabeleci­m e n t o p a r a assim se certificarem da nossae x c e p c i o n a l barateza.P R E C O S F I X O S E V E N D A S A D I N H E I R O

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G U E R R A A X G LO -B O ER Por um fúnccionario da Cruz Vermelha ao serviço

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