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Considerações sobre a
soltura de aves silvestres
apreendidas
Dr. Caio Graco Machado
Universidade Estadual de Feira de Santana
Sociedade Brasileira de Ornitologia - SBO
Principais pontos a serem considerados:
1 – Bioma diferente ao da espécie
2 – Ambiente diferente ao da espécie
3 – Soltura em lacunas e fora da área de distribuição
4 – Soltura em período desfavorável
5 – Capacidade de suporte do ambiente (k)
6 – Ameaças ao ambiente de soltura
7 – Introdução de patógenos
8 - Fluxo indevido de genes
PROBLEMAS:
1 - Bioma diferente do da espécie
Paroaria capitata
Pantanal mato-grossense
Paroaria dominicana
Semi-árido
Aves mais especializadas: perda dos ingressos
Aves mais generalistas: exclusão competitiva
Intervenção na comunidade
2 - Ambiente diferente do da espécie
Ex: Espécie paludícola solta em área, dentro do bioma original, longe
de ambiente paludoso.
PERDA DO INGRESSO.
3 – Soltura em lacunas e fora da área de distribuição
4 – Soltura em período desfavorável
- restrição dos recursos
- características da espécie (migratória ou nômade)
5 – Capacidade de suporte do ambiente (k)
Capacidade de suporte: o quanto um ambiente pode suportar em
número de indivíduos e espécies de diferentes guildas tróficas
-
Exclusão competitiva
- estabilização do número de indivíduos de uma espécie
- perda de espécies nativas com o ingresso de espécie
melhor competidora ou generalista
6 – Ameaças ao ambiente de soltura
2005
2013
7 - Introdução de patógenos
1996 - Instituto Adolfo Lutz
26 espécies de arbovírus desconhecidos em
Vireo olivaceus
8 – Fluxo indevido de genes
Endogamia e carga genética
Genes exclusivos – barreiras geográficas
Inviabilização de reconhecimento genético de populações
Fundada em 1987
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORNITOLOGIA
Promovendo o estudo e conservação das aves brasileiras
DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ORNITOLOGIA PARA A DESTINAÇÃO DE AVES SILVESTRES
PROVENIENTES DO TRÁFICO E CATIVEIRO
Assembléia Ordinária em outubro de 2004 (XII CBO, Blumenau, SC)
- Criação de um grupo de estudos para discutir e propor diretrizes.
Assembléia Ordinária em novembro de 2005 (XIII CBO, Belém, PA)
- Discussão e aprovação das propostas elaboradas.
2006 – Publicação das diretrizes na Revista Brasileira de Ornitologia
Márcio Amorim Efe; Claiton Martins-Ferreira; Fabio Olmos; Leonardo Vianna
Mohr e Luís Fábio Silveira, 2006, Rev. Bras. Ornit., 14 (1)
CHAVE DE DECISÃO E JUSTIFICATIVAS
PASSO 1
Se a captura for in loco ..................................... soltura imediata.
Se não ............................................................... ir PASSO 2.
PASSO 2
ENCAMINHAMENTO AOS CETAS
Protocolo de encaminhamento
Anilhamento
Ir para o PASSO 3
Necessidade de técnico capacitado
Necessidade de bibliografia especializada e atualizada
Necessidade de guias de identificação
Necessidade de Listas de Espécies ameaçadas local e globalmente
Necessidade de um BANCO DE DADOS – espécies insuficientemente
conhecidas e de interesse conservacionista.
PASSO 3
Se for espécie ameaçada ..................................... PASSO 4
Se for espécie comum ....... ................................... PASSO 8
PASSO 4
CERAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres)
Recebimento apenas de animais sadios
Realização de quarentena e protocolo de exames
Caso haja programas específicos de reabilitação ........... PASSO 5
Caso não haja ............................................................................ PASSO 6
PASSO 5
PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO ESPECÍFICO
Reabilitação da ave
Opções de destinação da ave:
- Como matriz
- Soltura .......................................................................... PASSO 7
PASSO 6
Inexistência de programas específicos de reabilitação
Encaminhamento para Criadouros Conservacionistas e/ou
Científicos credenciados, a espera de futuros programas
PASSO 7
Soltura da ave
- Se as premissas do Programa forem atendidas
Premissas
- Normatização das instalações
- Informações sobre áreas potenciais de soltura (riqueza, tamanhos populacionais, caracterizações genéticas e patógenos/parasitos)
- Condições da ave voltar à natureza
-Monitoramento posterior sobre população e comunidade
FINANCIAMENTO
Abertura de editais de financiamento por agências de fomento
Conversão de multas ambientais
Contrapartida financeira de criadouros comerciais
PASSO 8
ESPÉCIE COMUM
Espécie frequentemente apreendida,
sem interesse para criadouros e zoológicos ................ PASSO 9
Espécie comum, raramente apreendida
e que haja interesse para criadouros e
zoológicos .................................................................... PASSO 10
PASSO 9
Protocolo de eutanásia
- Diretrizes da IUCN (Aprovada no 51º Encontro do Conselho da IUCN, em Gland,
Suíça, Fevereiro de 2000) Eutanásia como alternativa válida.
1) bem-estar dos animais capturados debilitados e em ambiente inadequado
2) eliminação dos riscos genéticos e ecológicos da reintrodução
3) eliminação do risco de propagação de doenças às populações de animais selvagens
e de cativeiro.
ENCAMINHAMENTO DAS PELES PARA COLEÇÕES CIENTÍFICAS
CREDENCIADAS
PASSO 10
Espécie comum com interesse em ser adquirida por criadouros
ou zoológicos
Animal saudável ......................................................... PASSO 11
Animal doente .............................................................. PASSO 12
PASSO 11
ENCAMINHAMENTO À CRIAÇÕES OU ZOOLÓGICOS COM
MELHORES CONDIÇÕES DE RECEBÊ-LA
PASSO 12
Animal doente
Se o CETRAS não tiver condições de recebê-la ........ PASSO 13
Se o CETRAS tiver condições de recebê-la ............... PASSO 14
PASSO 13
CETRAS não tem condições de receber a ave:
Encaminhamento para clínicas veterinárias conveniadas ao
IBAMA, que receberão o título de CETRAS ou criadouros/
zoológicos determinado pelo CETAS.
PASSO 14
CETRAS tem condições de receber a ave:
Reabilitação até que a ave esteja em condições de ser mantida
em cativeiro
Obrigado!