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1 A SÍNDROME METABÓLICA E A ATIVIDADE FÍSICA: um levantamento sobre o conhecimento dos profissionais em educação física nas academias de Belém. Rafael Cunha Seabra Discente concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Carlos Dornele Rocha Professor orientador do CEDF/UEPA [email protected] RESUMO O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento sobre o conhecimento dos profissionais de educação física, que atuam nas academias da cidade de Belém do Pará, sobre a doença conhecida como síndrome metabólica e a intervenção preventiva e curativa através de atividades físicas. Foi desenvolvido por meio de uma pesquisa de campo, tendo como sujeitos da pesquisa vinte professores de educação física registrados no Conselho regional de educação física (CREF) 18 PA/AP e que atuam em oito academias da cidade de Belém, os dados foram coletados e analisados a partir de um questionário com perguntas abertas e fechadas. A maioria dos professores mostrou conhecimento sobre síndrome metabólica, definição da patologia, importância do exercício físico como tratamento não medicamentoso, assim como, significativo percentual dos participantes, compreendem o treinamento resistido como sendo o mais eficiente e seguro, para prevenção e tratamento das doenças que compõem a síndrome metabólica. Palavras-chave: Síndrome Metabólica. Treinamento Físico. Atividade Física. Atuação Profissional. INTRODUÇÃO Desde a década de 1980 a Síndrome Metabólica (SM) vem sendo descrita na literatura científica; inicialmente, conforme Reaven e Chen (1988), denominada de “Síndrome X”. É uma patologia de origem multifatorial e progressiva, constituída por diversas disfunções metabólicas que são fatores de risco para doenças cardiovasculares, como por exemplo intolerância à glicose, aumento da gordura central, pressão arterial, dislipidemia, além de estado inflamatório. Não existe um consenso a respeito da sua definição, mas sim, critérios elaborados por organizações de saúde; dois propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e um pela National Cholesterol Education Program – Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III). A definição foi desenvolvida para uso clínico e não exige a comprovação de resistência à insulina, como facilitadora à sua identificação. Conforme essas instituições, são considerados portadores da SM pessoas que apresentam pelo menos três disfunções, como: pressão arterial, dislipidemia por

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A SÍNDROME METABÓLICA E A ATIVIDADE FÍSICA: um levantamento sobre o conhecimento dos profissionais em educação física nas academias de Belém.

Rafael Cunha Seabra

Discente concluinte do CEDF/UEPA [email protected]

Carlos Dornele Rocha Professor orientador do CEDF/UEPA

[email protected] RESUMO O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento sobre o conhecimento dos profissionais de educação física, que atuam nas academias da cidade de Belém do Pará, sobre a doença conhecida como síndrome metabólica e a intervenção preventiva e curativa através de atividades físicas. Foi desenvolvido por meio de uma pesquisa de campo, tendo como sujeitos da pesquisa vinte professores de educação física registrados no Conselho regional de educação física (CREF) 18 PA/AP e que atuam em oito academias da cidade de Belém, os dados foram coletados e analisados a partir de um questionário com perguntas abertas e fechadas. A maioria dos professores mostrou conhecimento sobre síndrome metabólica, definição da patologia, importância do exercício físico como tratamento não medicamentoso, assim como, significativo percentual dos participantes, compreendem o treinamento resistido como sendo o mais eficiente e seguro, para prevenção e tratamento das doenças que compõem a síndrome metabólica. Palavras-chave: Síndrome Metabólica. Treinamento Físico. Atividade Física. Atuação Profissional.

INTRODUÇÃO

Desde a década de 1980 a Síndrome Metabólica (SM) vem sendo descrita na

literatura científica; inicialmente, conforme Reaven e Chen (1988), denominada de

“Síndrome X”. É uma patologia de origem multifatorial e progressiva, constituída por

diversas disfunções metabólicas que são fatores de risco para doenças

cardiovasculares, como por exemplo intolerância à glicose, aumento da gordura

central, pressão arterial, dislipidemia, além de estado inflamatório.

Não existe um consenso a respeito da sua definição, mas sim, critérios

elaborados por organizações de saúde; dois propostos pela Organização Mundial da

Saúde (OMS) e um pela National Cholesterol Education Program – Adult Treatment

Panel III (NCEP-ATP III). A definição foi desenvolvida para uso clínico e não exige a

comprovação de resistência à insulina, como facilitadora à sua identificação.

Conforme essas instituições, são considerados portadores da SM pessoas

que apresentam pelo menos três disfunções, como: pressão arterial, dislipidemia por

2

triglicerídeos, obesidade central com circunferência abdominal, índice de massa

corporal (IMC) e glicemia em jejum. Ressalte-se, que estes valores de identificação,

podem sofrer variações conforme as definições estabelecidas pelas organizações e

populações pelo mundo. (STRASSER; PESTA, 2013)

Como qualquer doença a SM apresenta tratamento medicamentoso e não

medicamentoso; dentre os não medicamentosos consoante Silva (2012), o exercício

físico, talvez, seja o mais promissor, aliado a um plano alimentar, e que seja

orientado por profissionais capacitados.

Observando-se a importância do treinamento físico na prevenção e

tratamento da SM, o presente estudo teve por objetivo realizar um levantamento

sobre o conhecimento dos professores de educação física de academias registradas

no CREF-18 PA/AP na cidade Belém, sobre essa doença e a prescrição de

treinamento físico na prevenção e tratamento para portadores da síndrome em tese,

tendo como base um instrumento inquisidor (questionário com perguntas abertas e

fechadas), elaborado pelos autores.

Inferiu-se o conhecimento de profissionais de educação física sobre a doença

e se estão devidamente capacitados para a prescrição de treinamento físico como

coadjuvante no tratamento e controle dessa síndrome. Traz também, um

levantamento da literatura especializada, na busca de esclarecimentos sobre essa

doença e sobre os principais meios de intervenção, destacando-se intervenções

através de exercícios físicos.

1 MÉTODO

Este trabalho traz como abordagem hipotético-dedutivo com base

monográfica. A pesquisa possui caráter quanti-qualitativo com objetivo exploratório.

A pesquisa foi realizada em academias de ginástica localizadas na cidade de

Belém, Estado do Pará. Foram visitadas oito academias que autorizaram os seus

professores a participar do estudo. Os sujeitos da pesquisa foram os professores de

Educação Física que atuam nas salas de musculação. O estudo contou com um

total de vinte professores e todos aceitaram participar, e assinando o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

3

O instrumento de coleta de dados foi um questionário (perguntas abertas e

fechadas) composto de seis elementos. A coleta de dados foi realizada no próprio

local de trabalho dos sujeitos da pesquisa. Realizou-se a análise dos dados, por

meio de tabulação no programa de planilhas do Microsoft Office Excel 2010,

elemento facilitador de uma análise qualitativa das respostas.

2 A SÍNDROME METABÓLICA

A síndrome metabólica é segundo Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005),

a enfermidade mais comum da atualidade. É caracterizada por um conjunto de

alterações fisiopatológicas simultâneas que aumentam o risco de desenvolver

doenças cardiovasculares. (SÁ; MOURA, 2010).

A SM é caracterizada por obesidade central, dislipidemia, hiperglicemia e

hipertensão; é considerada uma epidemia mundial, em ascensão nas diversas

populações e que resulta em eventos cardiovasculares e em diabete tipo 2. (MEIGS,

apud FRANCO et al, 2010).

A prevalência da SM na América latina em adultos oscila entre 25 a 45%, com

diferença entre a zona rural e urbana pelo fato de terem adotado diferentes critérios

de definição (LOPEZ-JARAMILLO, 2014).

Em uma metanálise onde incluiu 12 estudos transversais realizados apenas

nos países latino-americanos mostrou a incidência de 24,9% de síndrome

metabólica, apresentando o percentual de 23,3% em mulheres com idade acima dos

50 anos; os componentes mais frequentes foram as baixas concentrações de

colesterol de alta densidade (HDL-colesterol) com 62,9% e obesidade abdominal

com 45,8%. (PISKORZ, 1999 apud LOPEZ-JARAMILLO, 2014).

Atualmente conforme Salaroli et al (2007), são aceitas três propostas para

diagnóstico clínico da síndrome metabólica; os parâmetros foram definidos pela

primeira diretriz brasileira de diagnóstico e tratamento da síndrome metabólica, no

qual se baseia nos critérios oficiais definidos na NCEP-ATP III.

Almeida et al (2010) realizaram comparação de quatro propostas de

definições da SM. Sendo duas oficiais ATP III e International Diabetes Association

(IDF) e duas sugeridas neste estudo Síndrome Metabólica – NCEP-ATP III

modificada/SM-ATPM e Síndrome Metabólica- IDF modificada/SM-IDFM, derivadas

4

da modificação de critérios oficiais, para identificação em uma amostra de idosas. Os

pesquisadores concluíram que o critério SM-ATPM mostrou-se mais pertinente para

identificação da patologia na amostra avaliada de mulheres de 60 a 83 anos.

Destaca-se que a proposta SM-ATPM é derivada do critério NCEP-ATPIII, que por

sua vez tem sido indicado como melhor preditor de desfecho cardiovascular em

idosos. (ALMEIDA et al, 2010).

De acordo com o NCEP-ATP III (2000) para constatação de diagnóstico é

necessário a ocorrência de pelo menos, três dos seguintes componentes: perímetro

da cintura >102 cm para homens e >88 cm para mulheres; níveis de triglicerídeos ≥

150 mg/dL; colesterol HDL <40 mg/dL para homens e <50 mg/dL para mulheres;

pressão arterial (PA) ≥130/85 mmHg e intolerância à glicose com glicemia de jejum

maior ou igual a ≥110 mg/dL. A presença de Diabetes mellitus não exclui o

diagnóstico de síndrome metabólica.

Na diabetes o diagnóstico ocorre quando a glicemia em jejum é ≥126 mg/dL,

uma vez que a glicose em jejum deve estar <100 mg/dL. Para se encontrar na faixa

de normalidade, entretanto quando se encontra >100 e <126 afirma-se que há

diminuição na tolerância a glicose (SOCIEDADE BRASILEIRA DIABETES, 2015).

A resistência insulínica é definida como a ineficiência da insulina plasmática,

em concentrações usuais, na promoção adequada de captação periférica de glicose,

suprimir a gliconeogênese hepática e inibir a produção de lipoproteína de muito

baixa densidade (MEDEIROS et al, 2011).

A dislipidemia são alterações no perfil lipídico, que caracteriza por

hipertrigliceridemia, diminuição de HDL e aumento de LDL. Para fins de

diagnósticos, apenas as concentrações séricas elevadas de triglicerídeos e baixas

de HDL fazem parte dos parâmetros sugeridos pelo NCEP-ATP III. (SIQUEIRA et al,

2006).

A hipertensão arterial sistemática (HAS) é uma doença do sistema

cardiovascular caracterizado por um aumento da pressão interna na parede das

artérias. Considera com um dos requisitos para a síndrome ter alterações de

pressão arterial maior que 130/85 mmHg. A adoção de um estilo saudável de vida é

fundamental no tratamento de hipertensos, particularmente quando há síndrome

metabólica (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005).

5

A NCEP-ATP III define a circunferência do abdômen com valores superior a

102 cm para homens e 88 cm para mulheres. Sendo assim a obesidade está sendo

considerada uma doença crônica e epidêmica, pelo fato de que vem apresentando

um rápido aumento em sua prevalência nas últimas décadas, tanto em países

desenvolvidos como nos em desenvolvimento, e está relacionada com uma alta taxa

de morbidade e mortalidade (OLIVEIRA et al, 2004).

Estudos realizados por Vanhala et al (2006), observou que indivíduos

possuidores de IMC maior que 30 kg/m², associado à obesidade central,

apresentavam altos índices de desenvolver SM em cinco anos e mesmo com os

sujeitos com apenas um dos indicadores apresentavam riscos da patologia.

A síndrome está ligada também, ao crescimento de mutabilidade

cardiovascular, independente se ocorre alterações na tolerância a glicose. Porém,

essa alteração está associada à disfunção endotelial, com isso a SM se relaciona

com aumento da circulação de biomarcadores, principalmente da proteína C-reativa

na corrente sanguínea, assim tornando um estado de inflamação crônica. (BAHIA et

al, 2006; VOLP et al, 2008).

Em estudo realizado por Franco et al (2010), que teve como objetivo avaliar

os níveis séricos de biomarcadores inflamatórios, interleucina-6 (IL-6) e fator de

necrose tumoral-alfa (TNF-alfa), bem como dos anticorpos anti-

Chlamydiapneumonia e em pacientes com síndrome metabólica com e sem eventos

cardiovasculares, os autores concluíram que existe associação entre níveis elevados

de marcadores inflamatórios IL6 e TNF-alfa à síndrome metabólica, em pacientes

com eventos cardiovasculares, comparados aos que não apresentavam eventos

cardiovasculares.

As citocinas, segundo Lin (2000), são polipeptídeos ou glicoproteínas

extracelulares, mediadores necessários para conduzir as respostas inflamatória e

também regulam a produção e a atividade de outras citocinas, que podem aumentar

(pró-inflamatórias) ou atenuar (anti-inflamatórias) a resposta inflamatória.

Tendo em vista que a maior produção de citocinas pró-inflamatórias se dá

pelo acumulo de tecido adiposo, assim já sendo esperada a relação de maior

secreção e os níveis altos de citocinas em pessoas com obesidade, predispondo ao

desenvolvimento da síndrome. Portanto, além dos critérios já citados, análise dos

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biomarcadores inflamatórios é um importante parâmetro para que seja diagnosticada

a síndrome.

3 AS ATIVIDADES FÍSICAS E OS PORTADORES DE SÍNDROME METABÓLICA

Desde a década de 1940, a resistência insulina tem sido associada com a

atividade física, mostrando uma relação direta entre exercício e sensibilidade a

insulina. Diversas formas de treinamento têm se apresentado associado a estes

resultados, dentre os tipos os mais populares de exercício estão os aeróbios e os

exercícios resistidos, mais conhecidos como musculação. (CIOLAC; GUIMARÃES,

2004).

Um estudo conduzido por Bermudes et al (2003) investigou a influência de

duas sessões únicas de exercícios resistidos em circuito com pesos e aeróbio sobre

as alterações na pressão arterial em indivíduos sedentários e normotensos. Os

exercícios resistidos foram realizados em circuito com pesos em intensidade de 40%

da força máxima do indivíduo, obtido através de teste de repetições máxima (RM) e

os exercícios aeróbicos foram realizados em cicloergômetro, onde a intensidade

ficou entre 60% a 70% da freqüência cardíaca (FC) máxima alcançada em teste

especifico realizado no próprio cicloergômetro.

O estudo de BERMUDES teve como conclusão, que uma única sessão de

exercício resistido em indivíduos sedentários e normotensos foi suficiente para que

ocorra essas reduções significativas de níveis tensionais nos períodos em que

estavam dormindo, e o exercício aeróbico foi mais eficaz em promover reduções

significativas dos níveis pressóricos em geral.

Para Andrade e Sapucaia (2011), a metodologia de circuito não é muito

recomendada para grupos especiais, como é o caso de hipertensos e cardiopatas,

devido ao que eles chamam de “pausa ativa” que evita a queda do duplo-produto ou

produto frequêcia-pressão que exibe uma íntima relação com o consumo de

oxigênio pelo miocárdio e fluxo sanguíneo coronário (medidos pelo produto da

pressão arterial sistólica (PAS), multiplicada pela frequência cardíaca (FC) ), como

fator de segurança especifica para o grupo (McARDLE et al, 2016).

Artigos recentes vêm identificando que a prática regular de atividade física é

eficaz para a prevenção e controle da diabetes tipo 2. O treinamento resistido vem

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sendo o melhor exercício indutor de efeitos positivos no combate ao envelhecimento

e para evitar diabetes tipo 2, sendo superior aos exercícios aeróbicos. Esse

processo ocorre pelo aumento da massa muscular e da taxa metabólica, redução da

gordura abdominal, melhora da função mitocondrial e da captação de glicose na

membrana da fibra muscular. Entretanto, muitos autores recomendam a associação

do treinamento resistido e aeróbico. (STRASSER; PESTA, 2013).

Segundo Souza et al (2012), em relação ao treinamento concorrente (TC),

realizou-se uma pesquisa onde foi investigado o efeito desse tipo de treinamento

sobre os componentes da síndrome metabólica em homens de meia idade, o

objetivo da pesquisa foi verificar os efeitos de 16 semanas de TC com frequência

semanal e duração similar ao treinamento de força (TF) e treinamento aeróbio (TA).

Para o estudo foram selecionados 42 homens saudáveis, distribuídos 13 para

TA, 9 TF e 10 grupo controle. Os treinos foram divididos em duas etapas. Eram

realizados a frequência semanal de três sessões/ semana. TF: dez exercícios 3x 8-

10 RM, TA: 60 minutos de caminhada ou corrida a 55-85% VO2 pico; TC: seis

exercícios com 3x 8-10 RM, seguidos de 30 minutos de caminhada ou corrida a 55-

85% VO2 pico.

Avaliou-se a circunferência abdominal, perfil lipídico, glicose, pressão arterial,

força máxima e VO2 pico antes e depois do período de treinamento. Os autores

concluíram que o TC promoveu melhora em mais componentes da síndrome

metabólica, comparado em isolar o TF e TA. Pelo fato de terem reduções na

circunferência do abdômen, LDL e pressão sistólica arterial. O TF apresentou

reduções somente no LDL, enquanto o TA reduziu a circunferência do abdômen.

Todos os grupos tiveram melhora nos parâmetros de força muscular e aptidão

cardiorrespiratória. Portanto realizar três vezes semanal o TC, com duração

aproximada de 60 minutos, pode contribuir para a redução de componentes da

síndrome metabólica e prevenções cardiovasculares.

Ressalta-se que há escassez na literatura de estudos acerca de efeito do

exercício sobre o perfil de lipídios e lipoproteínas em indivíduos com síndrome

metabólica, mas considera-se que os exercícios com base na contração muscular

em exercício aumentam o consumo de ácidos graxos e aumenta a atividade da

enzima lípase lipoprotéica no músculo. (CIOLAC; GUIMARÃES, 2004).

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Ciolac e Guimarães (2004), em uma revisão de literatura, concluíram que os

exercícios resistidos e aeróbios são os mais indicados para tratamento e prevenção

da síndrome metabólica. Com base nisso, os autores propuseram dois tipos de

protocolo. O exercício resistido possuiu como protocolo realizar entre oito e doze

repetições, caso os pacientes tenham mais de 50/60 anos deve se utilizar uma

margem maior de repetições de oito a quinze. A intensidade deve variar de 50 a

70% da carga máxima do indivíduo, utilizando valores de referência entre treze a

quinze na escala de Borg. A quantidade de exercícios deve ser de oito a dez, de

duas a três séries por exercício e que sejam utilizados grandes grupos musculares,

com frequência de duas a três vezes semanais.

Já nos exercícios aeróbios devem ser realizados de duas a três vezes na

semana, com intensidade de 40 a 85% da frequência cardíaca de reserva (FCR) ou

55 a 90% da FC máxima ou nível doze a dezesseis da escala de Borg, em duração

de vinte a sessenta minutos. Em caso de risco cardiovascular deve enfatizar

intensidade moderada (50 a 70% da FCR e níveis 12 a 15 na escala de Borg e com

duração de 30 a 60 minutos). (CIOLAC; GUIMARÃES, 2004).

Tibana (2015) estudou o efeito de 16 semanas de treinamento resistido em

mulheres idosas com obesidade, para verificar presença da proteína irisina, que

segundo Bostrom et al (2012), está relacionada a muitos dos efeitos benéficos da

prática de exercícios físicos, já que sua principal função é estimular a

termogênese, colaborando assim com fatores relacionados com a síndrome

metabólica como a perda de peso, diabetes tipo 2 e a própria obesidade. Porém,

não evidenciou a presença da irisina, no entanto houve melhorias da composição

corporal e saúde metabólica, o que é importante para vários distúrbios metabólicos e

funcionais associados à obesidade e ao envelhecimento.

Quanto a o treinamento combinado (TC) Tibana et al (2014) indica que

realizar de uma ou três series de treinamento resistido com aeróbio são semelhantes

para diminuição da pressão arterial sistólica aguda em mulheres com síndrome. O

que pode prevenir e tratar possíveis fatores de risco cardiovasculares nessa

população.

Dez semanas de treinamento combinado reduziram os marcadores

Inflamatórios tal como acido nítrico (exerce papel importante na proteção da função

cardiovascular), interleucina-10 e osteoprotegerina, pressão arterial e Síndrome

9

metabólica em mulheres. Além disso, a melhoria da qualidade de vida (domínio da

função física) e capacidade funcional (perna, tórax e força do punho). Assim, os

resultados deste estudo fornecem mais evidências para a recomendação de TC

regular para diminuir os fatores de risco cardiovascular (TIBANA et al, 2014).

Utilizar da associação de estímulos anaeróbicos e aeróbios pode promover

melhor controle metabólico que as atividades de forma isolada. Neste contexto, o

HIIT têm sido sugeridos como alternativa para melhoras em menor tempo e

aumentando a motivação e aderência desses praticantes aos programas de

exercícios. (EARNEST2008; BABRAJ et al, 2009 apud VECCHIO et al, 2014).

O exercício intermitente de alta intensidade pode beneficiar de forma aguda.

Os estudos são consistentes sobre o efeito decorrentes do HIIT, mas sobre essas

respostas agudas são limitadas. (BUCHHEIT et al, 2012).

O exercício intermitente de alta intensidade (HIIT). Do termo em língua

inglesa “High-Intensity Interval Training” é composto por estímulos realizados em

alta, máxima ou submáxima intensidade, apesar de não haver consenso sobre a

denominação do HIIT (GIBALA et al, 2008).

Araújo (2001) define as adaptações ou respostas fisiológicas do exercício

físico como decorrentes do processo de treinamento físico e podem ser de ordem

aguda ou crônica. As adaptações agudas, também chamadas de “respostas

agudas”, são aquelas que ocorrem em associação direta com a sessão de exercício.

Como as elevações na freqüência cardíaca, na pressão arterial e na temperatura

corporal.

As adaptações agudas tardias são aquelas observadas ao longo das

primeiras 24 ou 48 horas, até 72 horas, após uma sessão de exercícios e podem ser

exemplificadas pelas reduções nos níveis tencionais e pelo aumento da

sensibilidade insulínica (ARAÚJO, 2001).

As adaptações crônicas são aquelas que resultam da exposição

sistemática a sessões de exercícios, ou seja, freqüente, representando as alterações

morfofuncionais. Por sua vez, as adaptações crônicas são bem representadas pela

bradicardia de repouso, hipertrofia muscular e elevação da potência aeróbia

(ARAÚJO, 2001).

Referente ao componente cardiovascular agudas apontam que um estímulo

único de 30 segundos de esforço máximos ou supra máximos, que também são

10

conhecidos como atividades “all out”, caracterizam-se pela exigência do maior grau

de intensidade que os participantes disponibilizam para a realização do exercício.

Apesar de apresentar demanda de aproximadamente 90% da FCmax e do VO2 pico,

não aumenta a capacidade máxima de ejeção cardíaca (BUCHHEIT et al, 2012).

Sendo assim o autor infere para melhora no desempenho físico vindos do

treinamento com tais características correspondente, é necessário uma maior

quantidade de estímulos e mais longos, superiores a 1 minuto.

No componente obesidade é de suma importância a oxidação de gordura.

Dessa forma Christmass et al (1999) comparou o protocolo submáximo continuo (90

minutos a 60% do Vo2 pico) com o protocolo intermitente de alta intensidade, onde

foi realizado o exercício 90 minutos, 12 segundos a 120% do Vo2 pico e 18

segundos em repouso), o grupo identificou que a oxidação de gordura é três vêzes

maior no primeiro e a oxidação glicolítica é predominante no segundo protocolo,

apesar do VO2 e gasto calórico terem sido semelhantes. A mesma resposta foi

encontrada na comparação de 40 minutos de exercício intermitente curto (6x 9

segundos) e longo (24x 36 segundos) com esforço determinada a partir da razão de

troca respiratória entre 0,96 e 0,99. (CHRISTMASS et al, 1999).

A mobilização de gordura visceral está mais associada a exercícios que

tenham uma maior intensidade que induzem secreção de hormônios lipolíticos,

aumenta o gasto energético pós-exercício e elevam consideravelmente a oxidação

de gordura fornecendo um balanço energético negativo. (YOSHIOKA et al, 2001;

IRVING et al, 2008; TRAPP et al, 2008; IRVING et al, 2009 apud VECCHIO et al,

2014).

No componente sensibilidade a insulínica a recomendação é de 2,5h/semana

de exercícios aeróbios para prevenir a progressão da diabetes tipo 2 (EINHORN et

al, 2003 apud VECCHIO et al, 2014). Sessões curtas de 10 a 20 minutos de HIIT

podem manter a sensibilidade insulínica no dia do exercício. Então o protocolo

intermitente tem se mostrado efetivo na redução da concentração de insulina em

jejum (BOLLINGER; LAFONTAINE, 2011).

Trapp et al (2008), evidenciou a redução de 31% na insulina plasmática de

jejum após 15 semanas de HIIT, quanto exercícios de intensidade moderada teve

redução de apenas 9%. Desse modo os autores sugeriram que o HIIT pode ser uma

forma eficiente de exercício para normalização das disfunções endócrinas

11

provenientes da SM e em longo prazo redução da concentração de insulina pode

aumentar a oxidação de gordura e reduzir a massa corporal.

Apesar de a maior parte dos estudos serem baseada em períodos curtos de

treinamento de duas a seis semanas, existem evidências dos efeitos após quinze

semanas e até de trinta e duas semanas (TRAPP et al, 2008; TREMBLAY et al,

1994; GUTIN et al, 2002 apud VECCHIO et al, 2014).

É importante ressaltar que melhora na aptidão cardiorrespiratória em

indivíduos com risco cardiovascular e SM estão associadas à redução do risco,

sendo que a intensidade é um fator determinante para a melhora considerável dessa

variável (VECCHIO et al, 2014).

Para evidenciar Irving et al (2008), propôs o protocolo de treinamento em alta

intensidade com três dias por semana treinos acima do limiar de lactato (LL) e dois

dias por semana abaixo do LL, ao final do estudo verificou-se ganhos superiores na

aptidão cardiorrespiratória do que o grupo que realizou o protocolo 5 dias na semana

sempre a baixo do LL, vale ressaltar que ambos os grupos obtiveram redução da

pressão arterial em repouso.

Freyssin et al (2012), observou resultados superiores considerável em

pacientes com insuficiência cardíaca crônica através do HIIT, composto por 3 séries

com intervalos de 5 minutos entre elas, de 12 sprints de 30 segundos em potência

máxima com recuperação passiva de 60 segundos. Quando comparado a exercício

continuo de 45 minutos na velocidade do limiar ventilatório (vVO2). O treino

intervalado apresentou ganhos no VO2 pico (27%), na duração do exercício (47%),

na capitação de O2 durante o exercício máximo (18%) e no VO2 consumido na

velocidade do vVO2 (22%), no grupo que realizou o treino de forma continua não se

observou esses ganhos. (FREYSSIN et al, 2012).

Little et al (2011) aplicou um protocolo de seis sessões de HIIT (10x 60

segundos a 90% FCmáx com 60 segundos de recuperação) em duas semanas em

adultos com DM2 e acharam evidências de redução média da glicemia em 24h,

aumento da capacidade mitocondrial e GLUT4 muscular (principal transportador da

glicose no músculo esquelético) em aproximadamente 369%.

Nessa mesma linha de pesquisa o autor se utilizou de um protocolo com

duração de 6 sessões de 8 a 12 esforços de 1 minuto em 100% da potência pico,

12

com intervalo de 75 segundos por duas semanas, houve aumento da expressão do

conteúdo de GLUT4 (LITTLE et al, 2010).

Trembay et al (1994) observou redução da gordura subcutânea decorrente do

HIIT com protocolo de esforços curtos (10 a 15 tiros de 10 a 15 segundos a 60% do

trabalho máximo mensurado em teste de 10 segundos) e longos (5 a 6 tiros de 60 a

90 segundos a 70% do trabalho máximo mensurado em teste de 90 segundos, com

recuperação até a FC atingir de 120 a 130 bpm) tiveram melhores resultados

comparado ao grupo que realizou executou exercício de forma continua (30 a 45

minutos entre 60% e 85% da FC de reserva).

Irving et al (2008), analisou a composição corporal em mulheres obesa

portadoras de SM e chegou a resultados de que o exercícios intensos é mais

eficiente que o moderado. Pois foi evidenciado maior redução da gordura

subcutânea abdominal e de gordura visceral abdominal com esse tipo de

treinamento.

Em outro estudo após dois meses de HIIT, alternando de 60 a 90% VO2 max

a cada 4 minutos durante 32 minutos, foram verificadas reduções de 28% nas taxas

de VLDL E TG, tanto nas amostras em jejum, quanto na taxa de secreção hepática.

Esses achados são importantes para redução dos riscos relacionados as altas

concentrações de gordura no fígado e hipertrigliceridemias (TSEKOURAS et al,

2008).

Os exercícios intermitentes de alta intensidade se mostram úteis no

tratamento de fatores relacionados que caracterizam a SM. Além de isso ter uma

maior aderência ao processo de treinamento, redução de fatores de risco que

compõem a patologia e otimização dos resultados em prazos menores que

promovidos em exercícios contínuos. Desse modo o HIIT é mais uma ferramenta na

prescrição de treinamento físico para essa população. (VECCHIO et al, 2014).

Vecchio (2014) sugere que se deve adotar para sedentários portadores de

síndrome metabólica uma progressão linear de intensidade e regressão

concomitante do tempo dos estímulos, visam a introdução gradual de exercícios

intensos na rotina de treinamento. Mas que a progressão não linear pode ser

considerada na prescrição do HIIT.

13

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os sujeitos participantes desta pesquisa quando questionados sobre

conhecimento da síndrome metabólica, 100% confirma ter conhecimento da

patologia.

Confirma-se que a síndrome metabólica é uma das patologias mais comuns

da atualidade, o que vai ao encontro à primeira diretriz brasileira de diagnóstico e

tratamento da síndrome metabólica publicado em 2005.

Quanto ao entendimento dos investigados sobre a síndrome; 65%

responderam que a síndrome metabólica é um conjunto de doenças. Sendo que

60%, disseram que a base se dá a partir da resistência à insulina. 25% disseram que

sua síndrome aumenta o risco de desenvolver doenças. 20% disseram que é

provocada pelo sedentarismo. 15% relacionaram a patologia a alterações

cardiovasculares. 10% responderam que é a partir da resistência à insulina e da

obesidade.

Baseado na literatura internacional a síndrome se desenvolve principalmente

a partir da obesidade, seguindo-se resistência à insulina. Portanto, apenas 10% dos

investigados estão de acordo com os autores da literatura especializada, que

apontam a obesidade como sendo a principal doença.

Sobre o número mínimo de doenças que podem caracterizar a síndrome

metabólica, 75% responderam de acordo com o consenso da NCEP-ATPIII (2000).

A respeito das doenças que podem caracterizar a síndrome metabólica, 80%

mencionaram a hipertensão como uma das doenças, 75% o diabetes, 75%

obesidade, 60% alterações nos níveis de triglicerídeos (HDL e LDL), 15%

sedentarismo e 5% hipertireodismo ou hipotireoidismo; respostas que vão ao

encontro aos fundamentos que caracterizam a síndrome.

Um aspecto a ser ressaltado é o não conhecimento sobre a influência dos

níveis de biomarcadores inflamatórios, principalmente da proteína C-reativa,

interleucina-6 e fator de necrose tumoral-alfa, conforme franco (2010), como uma

das alterações relacionadas à síndrome em questão.

Acerca de quais poderiam ser os recursos para identificação das doenças

relacionadas à SM, 100% dos participantes responderam que se daria através de

exames periódicos, como por exemplo, análise sanguínea completa e avaliação

14

física para obesidade. Apenas um dos professores mencionou que além dos exames

periódicos, seria feito exames específicos para cada uma das doenças que

compõem a síndrome metabólica, levando em consideração os critérios definidos

pelos profissionais da área da saúde e esses valores seguem por tanto a NCEP-ATP

III (2000); reforçando o conhecimento dos participantes referente ao tópico

investigado.

Sobre a prática regular de exercício físico ser utilizada frente à síndrome,

todos os investigados responderam que a prática de exercícios físicos é fundamental

para a prevenção e tratamento da patologia. O que vai ao encontro da literatura.

Com relação aos tipos de exercícios físicos mais eficazes para o controle do

conjunto de doenças que compõem a SM.

O treinamento resistido foi mencionado por dezessete professores (85%) por

ser eficiente, seguro, melhora na força dos indivíduos, Vo2 máximo, na capitação de

glicose pela musculatura, controle da pressão arterial, flexibilidade e nos sistemas

imunológico, cardiovascular e neural. Contribuindo para promover o combate de

cada uma das doenças. As respostas estão de acordo com Ciolac e Guimarães,

(2004); Strasser e Pesta, (2013) referente a essa forma de treinamento.

O exercício aeróbio foi mencionado por nove professores (45%) que incluiriam

na rotina de treinamento de seus alunos, pelo fato de provocar adaptações

cardiovasculares no controle da hipertensão, glicemia e Vo2 máximo. Essa

preferência corrobora com o grande número de artigos publicados e consolidados

que utiliza o treinamento aeróbio como protocolo visando à melhora da saúde.

É importante ressaltar que houve relatos de alcance de benefícios em

conjunto do treinamento resistido como aeróbio, utilizados em determinado momento

isolados e em outros utilizados em forma conjunta.

A combinação de exercícios aeróbios e anaeróbios foi relatada por um dos

professores (5%), visando à melhora das capacidades física e no tratamento do

conjunto de doenças da síndrome metabólica. Corroborando com Tibana, et al

(2014) onde evidenciou tais resultados.

A hidroginástica e caminhada foram citadas por dois sujeitos (10%), por

melhorar a capacidade cardiovascular e auxiliar na redução do peso corporal.

Ressalta-se referente à hidroginástica e a caminhada citada pelos participantes da

15

pesquisa, que embora podendo ser utilizada são as atividades menos indicados

conforme a fundamentação da literatura especializada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Confirma-se que a síndrome metabólica é a doença mais comum na

sociedade contemporânea. Além do tratamento medicamento, a atividade física tem

sido bastante utilizada como intervenção no tratamento e na prevenção.

Dentre as atividades físicas o treinamento resistido tem recebido a maior

indicação pelos profissionais de educação física e referência teórica. Seguido do

treinamento aeróbio, além da intervenção em conjunto do treinamento resistido e

aeróbio. O que vai ao encontro da literatura especializada. Embora tenha respaldo

da literatura o treinamento intervalado não foi indicado como uma das atividades de

intervenção.

Outras pesquisas são necessárias no sentido de investigar também os

demais professores que atuam em academias de ginástica da cidade de Belém e a

utilização de outras modalidades de atividade física.

THE METABOLIC SYNDROME AND PHYSICAL ACTIVITY: a survey on the knowledge of professionals in physical education in the academies of Belém.

ABSTRACT

The present study had as objective to make a survey about the knowledge of physical education professionals, who work in the academies of the city of Belém do Pará, about a disease known the metabolic syndrome and preventive and curative intervention through physical activities. It was developed from a field research, having as subjects of research twenty physical education teachers registered in the Physical Education Council (PAF) 18 PA / AP and who work in academies in the city of Belém, were collected and analyzed from a questionnaire with open and closed questions. Most teachers showed knowledge about metabolic syndrome, definition of pathology, importance of not pharmacological treatment, as well as significant percentage of participants, have understand resistance training as being the most efficient and safe, for the prevention and treatment of the diseases that to form the Metabolic syndrome. Keywords: Metabolic Syndrome. Physical training. Physical activity. Professional performance.

16

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APÊNDICE A – ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO

QUESTIONÁRIO

A SÍNDROME METABÓLICA E A ATIVIDADE FÍSICA: um levantamento sobre o conhecimento de profissionais em educação física nas academias de Belém.

O presente questionário tem por objetivo realizar um levantamento do conhecimento do profissional de educação física, que atuam nas academias de ginástica de Belém sobre a síndrome metabólica e prescrição de treinamento físico.

Solicitamos sua colaboração, respondendo às seguintes questões:

1. Você tem conhecimento da síndrome metabólica?

Sim [ ]

Não [ ]

Se sim, qual seu entendimento?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2. Qual o número mínimo de doenças que podem caracterizar a síndrome

metabólica?

1 [ ] 2 [ ] 3 [ ] 4 [ ] 5 [ ] 6 [ ]

3. Cite as principais doenças que podem caracterizar a síndrome metabólica?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

22

4. De acordo com o seu conhecimento, quais os recursos para a identificação das

doenças relacionadas a síndrome metabólica?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5. Você entende que a prática regular de exercício físico deve ser utilizado frente a

síndrome metabólica?

Sim [ ]

Não [ ]

6. Quais tipos de exercício físico em sua opinião são mais eficazes para controle

dessas doenças? Justifique sua resposta.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________