a situação dos trabalhadores na alemanha e no brasil de 1871 a 1914

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  • 7/24/2019 A Situao Dos Trabalhadores Na Alemanha e No Brasil de 1871 a 1914

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    situao

    dos

    trabalhadores

    na

    Alemanha e no Brasil de 1871 a 1914

    M e r c e d e s GassenKothe

    ntroduo

    A partir de 1870, a imigrao europia tomou vulto no

    Brasil

    em

    funo

    de uma

    possvel libertao

    dos escravos a

    curto prazo, e devido ao aumento consecutivo das reas de

    plantao de caf na provncia de So Paulo. Ainda que pou

    co

    divulgados, j foram realizados diversos

    estudos

    sobre as

    condies

    de trabalho a que os imigrantes tiveram de se sujeitar

    nas fazendas e nas colnias oficiais, bem como sobre as condi

    es de residnciae de trabalho nas fabricas de So Paulo e Rio

    de Janeiro. Dentre as principais obras podemos

    destacar:

    Warren Dean:

    Rio Claro um

    sistema

    brasileiro da

    grande lavoura 1820-1920.

    Faz um

    estudo

    aprofundado so

    bre um dos principais centros da

    produo

    de

    caf,

    mostran

    do os salrios dos trabalhadores na fazenda Santa Gertrudes,

    de 1886 at 1915, e os conflitos

    decorrentes

    do endividamen

    to dos colonos, que muitas vezes fugiam para escapar servi

    do pela dvida.

    Thomas H.Holloway:

    Emigrantes para o caf.

    Exami

    na a contribuio dos imigrantes para o aumento da produo

    cafeeira e suas condies de mobilidade

    social.

    Apresenta os

    salrios

    dos colonos no

    municpio

    de So

    Simo

    e de

    reas

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    ASITUAO D OS T R A B A L H A D O R E S 59

    vizinhas.

    Baseado em relatrios da Secretaria de Agricultura

    de So

    Paulo,

    defende a

    tese

    de que as

    famlias

    tinham

    condi

    esdealcanarbons rendimentos anuais nas

    plantaes.

    No

    apresenta, no entanto, o montante das despesas com que elas

    tinhamde arcar.

    Sheldon Leslie Maran: Anarquistas, imigrantes e o

    movimento operrio

    brasileiro. Destaca, no

    captulo

    VI , o

    salrioe a jornada dos trabalhadores da indstria txtilno Rio

    de Janeiro, e o montante das despesas com que tinha de arcar.

    Chega

    concluso de que o salrio no era suficiente para o

    sustento do trabalhador e de toda a sua famlia.

    Paula

    Beiguelman: A formao do povo no complexo

    cafeeiro. Trata da

    situao

    dos diferentes segmentos de traba

    lhadores nas fazendas, como os imigrantes, os libertos e os

    nativos.

    Enfatiza

    a

    diferena

    da capacidade produtiva dos

    diferentes grupos. No apresenta dados sobre os ganhos e

    despesas dos trabalhadores. Discorre sobre o trabalhador ur

    bano,

    ascondiesde moradia, osprincipaisramos industriais

    existentes em SoPauloe sua

    localizao.

    Braslio

    Sallum

    Jnior:

    Capitalismo e cafeicultura

    Oeste

    paulista 1888-1930.

    Mostra

    os pagamentos recebidos

    pelos

    trabalhadores na formao do

    cafezal

    e os valores que

    eram

    pagos por p de

    caf

    plantado, ovalor pago por dia de

    trabalho, bem como o montante das despesas do fazendeiro

    c o m os trabalhadores.

    Verena Stolke: Cafeicultura

    homens,

    mulheres e

    capital

    1850-/980). Aborda aevoluo dasrelaessociais e

    o modo de

    vida

    dos trabalhadores. Apresentagrficos com os

    salrios pagos aos trabalhadores da cafeicultura em diversas

    reas

    do interior paulista.

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    Ostrabalhadoresna Alemanha

    E m primeiro lugar, preciso avaliar a s i t u a o dos tra

    balhadores do campo e o p e r r i o s na Alemanha, para tentar

    entender

    os motivos que levaram milhares e m i g ra o a par

    t ir de 1871, quando ocorreu a u n i f ic a o a l e m e se i n i c i o u

    u m acelerado processo de i n d u s t r i a l i z a o ,

    enquanto

    que no

    B r a s i l , com o surgimento da Lei do Ventre L i v r e , no mesmo

    ano, prognosticava-se o fim do sistema escravocrata. J em

    1871, o governo brasileiro passou a financiar cada vez mais a

    entrada de imigrantes europeus, a p s tentativas frustradas de

    i m i g r a o chinesa. A l m de se continuar o fomento imigra

    o a l e m , iniciou-senesse p e r o d o a i m i g r a oem larga esca

    lade italianos.

    O B r a s i l

    ocupou, depois dos Estados

    Unidos,

    o segundo

    lugar

    na p r e f e r n c i a dos imigrantes,

    tendo

    a maioria se l o c a l i

    zado no Estado de So Paulo, onde se estabeleceram como

    trabalhadores nas fazendas de c af ou se dedicaram a ativida

    des a u t n o m a s , como ferreiro, marceneiro, carpinteiro e p i n

    tor nas

    vilas

    e cidades. O segundo lugar de p r e f e r n c i a no

    B r a s i l foi o Rio Grande do Sul, onde se estabeleceram em

    pequenas

    propriedades, implantando o sistema de policultura,

    mas se dedicaram

    t a m b m

    a atividades

    a u t n o m a s ,

    algumas

    das quais se transformaram em i n d s t r i a s debase

    familiar.

    A

    medida que a Alemanha ia a v a n a n d o no processo de

    i n d u s t r i a l i z a o

    e se fortalecia o movimento

    sindical,

    foram

    sendo introduzidas melhorias nas c o n d i e s do trabalho fabril.

    Houve

    a r e g u l a m e n t a o do trabalho de menores nas f br ic as ,

    proibiu-separa eles a jornada noturna e reduziram-se as horas

    de atividade. Para os o p e r r i o s em geral, diminuiu-se aos

    poucos, no final do s c u l o X I X , a extensa jornada de traba

    lho:

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    jornada dos operrios da indstria foi gradualmente

    reduzida,com mais sucesso nos ramos industriais me

    lhor

    organizados, de modo que, em 1890, a jornada de

    12 horas, em tomo da qual se lutava h

    trs dcadas,

    j

    era considerada excepcionalmente longa. A jornada de

    11 horas estava bastantedifundida, existindo emparte

    ade dez horas.

    Menos

    horas de trabalho com mais produtividade no

    significou,

    no entanto, logo melhoria salarial para os trabalha

    dores: aumentou em grande escala o trabalho das mulheres e

    dos jovens. Wehler, analisando o nvel dos salrios dos traba

    lhadores, registra:

    Comparando-se o crescimento real, de 1890 a 1914, na

    Gr-Bretanha, Frana, Sucia

    e Estados

    Unidos,

    onde

    ele aumentou emmdia 4%, com o do Reich alemo,

    onde houve um aumento anual de

    %,

    os

    salrios

    reais

    alemespermaneceram

    bastante

    atrs.

    Mediante

    esses

    dados, pode-se avaliar a situao dos

    trabalhadores alemes, bem como as causas que fizeram com

    que as mulheres e jovens se pusessem procura de trabalho,

    ainda que pelo mesmo seivio recebessem salrio menor que

    os homens. A

    mo-de-obra

    feminina e

    juvenil

    tomou-se a so

    luo familiar

    para que os trabalhadores pudessem manter um

    nvel de vida mnimo. Nem por isso as famlias deixavam de

    cumprir aobrigao de enviar os

    filhos

    escola. Isso tambm

    ocorreu com os trabalhadores do campo, fazendo com que a

    Alemanha,

    nas ltimas dcadas do sculo XIX,apresentasse

    um elevado quoeficiente de escolaridade. Aps 1870, chega

    vam praticamente a 100% os que sabiam ler e escrever, ainda

    que as

    crianas

    da zona rural, no

    raras

    vezes, s tivessem

    conhecimentos precrios.

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    Isso representava urna quota elevada, mesmo em

    nvel

    europeu. Essa

    preocupao

    com a

    escolarizao

    dos

    filhos

    foi

    trazida

    pelos emigrantes

    alemes

    para o

    Brasil,

    onde, embora

    bastante

    isolados, encontraram um quadro

    social

    praticamente

    antittico,

    em que, nas cidades, as

    pessoas

    mais pobres, e

    muitas vezes at mesmo da classe mdia, no sabiam ler, en

    quanto no campo a situao era ainda maisprecria. Segundo

    dados do recenseamento de 1900, 74,5% da populao brasi

    leira era analfabeta; pelo recenseamento de 1920, o analfabe

    tismo aumentou para 75,5%.

    N a Alemanha, ocorreutambm um considervel aumen

    to da populao, que, em 1890, era constituda por 49,2 mi

    lhes de

    pessoas

    e, em 1913,

    apesar

    das emigraes, j che

    gava

    a um total de 67 milhes.

    5

    Esse aumento ocorreu princi

    palmente entreapopulaodo campo, assim como houve um

    aumento geral da expectativa de

    anos

    de

    vida.

    Como

    as pos

    sibilidades

    de atividade na

    rea agrcola

    eram limitadas, e al

    gumas

    temporrias,

    o emprego de

    pessoastambm

    foi reduzi

    do com o uso cada vez mais intenso de

    mquinas agrcolas.

    Como

    no havia

    condies

    de empregar toda a

    populao

    campesina,

    restava como alternativa

    bsica

    para

    esse

    exceden

    te a

    migrao

    para a cidade e a

    emigrao.

    J em 1910, a grande maioria

    v i v i a

    nas cidades. A mi

    grao

    campo cidade na Alemanha deve ser analisada como

    decorrente da

    atrao

    que as cidades ofereciam com maiores

    possibilidades

    e alternativas de emprego. Um fator

    bsico

    de

    migrao

    e de

    emigrao

    do campo eram as dificuldades de

    sobrevivncia

    na

    rea rural,causadas tanto

    pela falta de

    terras

    a

    serem trabalhadas, quanto pelo excesso de

    mo-de-obra

    no

    campo, problema ainda agravado devido constante

    imigra

    o

    de trabalhadores do Leste europeu, s ms colheitas, aos

    baixossalriose aos reduzidospreosdos produtos agrcolas.

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    partir de 1892/93, por presso dos industriais, ocor

    reu uma

    reduo

    das

    taxas

    alfandegrias

    para os produtos

    agrcolas, mas foi mantido um sistema de prote o alfandeg

    ria em favor da indstria. Essas medidas, adotadas para redu

    zir as conseqncias da crise econmica de 1891/93, acaba

    ram originando a criao da L i g a dos Ruralistas, que, em

    1893, exigiu

    maior controle

    alfandegrio

    e

    restrio

    liberda

    de dos trabalhadores do campo, pois osproprietrios sentiam-

    se prejudicados pela baixa dos preos de

    seus

    produtos e a

    constantemigrao de camponeses.

    6

    Estes n o queriam sujei

    tar-se incerta condio de trabalhadores sazonais, principal

    mente na

    Prssia

    ocidental, devido absoluta falta de pers

    pectivas, conforme observou Max Weber, em sua Conferncia

    Acadmica Inaugural em Freiburg, no ano de 1895:

    Resta-lhes como perspectiva uma

    existncia

    puramente

    proletria,

    mas sem a possibilidade de conseguirem

    autonomia financeira, que enchede orgulho o operari

    ado industrial concentrado nas cidades.

    7

    Esses indivduos, que migravam do campo para a cida

    de, aumentavam o exrcito industrial de reserva, que

    fazia,

    por sua vez, baixar os preos dos salrios ou servia para

    mant-los baixos. A existncia de um

    constante

    exrcito de

    reserva tinha e tem por funo dividir os

    interesses

    da classe

    trabalhadora, o que ocorria comtanto mais fora

    quanto

    me

    lhor os monopolistas conseguiam importar trabalhadores es

    trangeiros de

    pases

    atrasados, com um movimento

    operrio

    apenas fracamente desenvolvido e baixonvel de exigncias.

    8

    Essa

    mo-de-obra

    pouco qualificada provinha, em sua

    maioria,

    dos

    pases

    do Leste europeu, dirigindo-se para os

    pases mais desenvolvidos,entreeles a Alemanha. Ela no era

    sistematicamente importada, ao contrrio do que ocorreu no

    B r a s i l , onde a oligarquia,representada pelo governo e pelos

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    proprietrios deterras, com uma indstria ainda pouco repre

    sentativa, necessitava de trabalhadores para as atividades

    agr

    colas, tendo voltado os seus interesses para pases europeus e

    mais

    tarde

    para

    asiticos,

    a fim de importar

    mo-de-obra,

    in

    clusiverecebendo ajuda do governo no financiamento dos custos

    do transporte e alojamento at que acertassem emprego.

    Para os

    pases

    desenvolvidos da Europa, tal

    imigrao

    ia

    ocorrendo naturalmente, com o objetivo

    bsico

    de procurar

    melhores

    condies

    de

    vida.

    Seus governos, atendendo aos

    interesses da burguesia, acabavam no colocando maiores

    barreiras para o trabalhador estrangeiro, pois

    este

    atuava

    como mola

    de

    presso entre

    o trabalhador nativo e o empre

    srio, fazendo com que as reivindicaes dos trabalhadores

    quanto a melhorias salariais no fossem atendidas: o salrio de

    um trabalhador alemo era, emmdia, de 600 a 700 marcos.

    9

    Esse valor era considerado insuficiente para o sustento de

    uma famlia constituda por quatro pessoas. Isto ocorria no

    final do sculo X L X ,quando muitas pessoas no campo recebi

    am

    apenas entre 300 e 400 marcos, enquanto outras recebiam

    at

    900 marcos. Entre elas constavam trabalhadores

    agrcolas

    e trabalhadores da

    rea

    florestal, que afirmavam em um me

    morando impresso:

    Os salrios

    no so em moeda, uma

    parte

    deles em

    forma

    de produtos naturais A qualidade e a quantidade

    destes dependem da boa vontade dos proprietrios de

    terras.

    10

    Nessas condies, muitos trabalhadores, insatisfeitos,

    tentavam avida em outro lugar, iam fazer aAmrica : acaba

    ram, de fato, construindo aAmrica. A Alemanha perdia mo-

    de-obra qualificada e recebia

    mo-de-obra

    menos qualificada.

    O

    modelo capitalista selvagem vigente era como no

    Brasilainda hoje de aumento da taxa de lucro mediante a re-

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    ASITUAODOS

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    duo dos custos, obtida principalmente por meio de salrios

    baixos,

    ao

    invs

    de ser centrada no aumento da produtividade e

    noreforodo mercado interno mediante salriosmais elevados.

    Para os trabalhadores alemes, a opo de se dirigir ao

    Brasil no pode ser considerada como a alternativa mais inte

    ligente de procurarem melhorar a sua situao financeira.

    Pode-se entender, no entanto, que tenham sido atrados por

    miragens e pela passagem financiada pelos cafeicultores ou

    pelo

    governo paulista e federal. Para os camponeses alemes,

    principalmente os do leste do rio Elba, que se

    dirigiram

    para o

    S ul do Brasil e conseguiram adquirirterras, estabelecendo-se

    como

    colonos, a escolha pode ser considerada uma alternativa

    menos ruim, pois ficaram livres do jugo dos grandes proprie

    trios:

    os fazendeiros da regio do pampa, abaixo do Jacu, en

    contravam-sebastantelonge dasreasdecolonizao.

    Os trabalhadores no Brasil

    Apesar

    do surgimento da Lei de Locao de Servios,

    de 1879, que regia o trabalho agrcola, e da libertao dos

    escravos, em 1888, praticamente no se alterou a

    situao

    dos

    trabalhadores na cafeicultura em So Paulo, o que pode ser

    atribudo s crises do caf e ao desrespeito dos cafeicultores

    para com os trabalhadores livres. Tal atitude continuou a ser

    adotada por algunsproprietrios

    durante

    as primeiras dcadas

    do sculo

    X X .

    Em um estudo feito em 1925, numa fazenda de

    So Jos do Rio Pardo, no Estado de So Paulo, Willems

    constata:

    (...) aos colonos era proibidosarem da fazenda sem

    autorizao,eram multados em 50$000 se comprassem

    gnerosnuma venda que no a da fazenda; havia cen-

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    sura postal, alguns trabalhadores alemestiveram de pa

    gar multas de 10$000 porque tinham caiado o intenor de

    suas casas

    e introduzidochamins sem pedirem autoriza

    o. Os trabalhadores recebiam 5$000 por dia de traba

    lho,embora o combinado tivesse sido 8$000.

    Tais

    queixas n o eram novas, e nem as atitudes tomadas

    pelos cafeicultores para com os trabalhadores, pois elas j

    ocorriam

    na dcada de 1850 no sistema de parceria, isto ,

    logo

    aps

    o sistema ter sido introduzido. Outro motivo de

    descontentamento dos trabalhadores em So Paulo foi que o

    salrio nem sempre era pago em moeda, tendo eles muitas

    vezes de aceitar, ao invs do dinheiro, produtos vendidos na

    fazenda. Sua situao tomou-se mais difcil a partir do incio

    do sculo X X ,quando muitos fazendeiros, em virtude da crise

    do caf, sob a alegao de estarem preocupados com a con

    servao do solo, j no permitiam mais as culturas de gne

    ros

    alimentcios

    entre

    as

    plantaes

    de

    caf, prtica

    comum no

    sculo X I X .

    1 2

    Com isso, no restava outra alternativa aos trabalhado

    res seno se sujeitarem s condies impostas, adquirindo

    todos osgnerosnaprpria fazenda, ouento procurar traba

    lho em outras, que no adotassem talpoltica, bastante gene

    ralizada.

    A maioria dos imigrantes no tinha conseguido juntar

    capital

    suficiente para poder voltar Europa ou adquirir um

    lote nas colnias oficiais, em que poderiam produzir o prprio

    sustento.

    Wiegand,

    diretor do Norddeutsche

    L l o y d ,

    empreendeu

    uma

    viagem ao

    Brasil

    em 1894, para

    verificar

    as

    condies

    de

    desenvolvimento dos imigrantes alemes. Em seu relatrio,

    ele descreveu asituaoencontrada em So Paulo:

    Os trabalhadores alemes encontraro trabalho vanta

    joso na plantao de caf no Brasil Central, mas a

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    67

    emigrao alempara lprobe-sedo ponto de vista de

    que o trabalhador que chega ao

    pas

    dificilmente

    en

    contra

    oportunidades para conseguir adquirir uma pro

    priedade e, com isso, os meios de sua subsistncia eco

    nmica:

    ele

    acabar

    se tornando, para o resto da

    vida,

    umassalariado dos grandes proprietrios.

    Essa

    avaliao

    foi levada em conta pelo governo ale

    m o , por

    ocasio

    da

    eliminao

    do Decreto van der Heydt,

    em

    1896, para os

    trs

    Estados sulinos: ele continuou valendo

    para os demais Estados brasileiros. O decreto havia sido

    insti

    tudo

    em 1859 pelo governo prussiano: proibia a

    emigrao

    de

    alemes

    para o

    Brasil,

    devido s constantes queixas de

    maus-tratos nas fazendas de caf. Visava ainda atender, em

    paite, solicitao de grandes proprietrios a leste do rio E l -

    ba, que se queixavam quanto falta de mo-de-obra. O rela

    trio de Wiegand pode, inclusive, ser considerado um dos

    principais

    subsdios para aconcretizao

    desse

    decreto.

    Como

    diretor de uma das mais importantes companhias

    de

    navegao,

    Wiegand poderia ter ocultado os aspectos ne

    gativos e apresentado um quadro de progresso dos imigran

    tes, pois a sua empresa teria tido grandes lucros com o trans

    porte de passageiros, caso os alemes tivessemtambm

    podi

    do ir livremente para So Paulo ou outras

    regies

    que no as

    do Sul. A o

    invs

    disso, apresentou com clareza a real

    situao

    e a falta de perspectivas dos imigrantes nas fazendas de caf

    em So Paulo, situao que tambm no melhorou no decor

    rer dos anos, pois entravam regularmente novos imigrantes,

    nunca

    se tomando, portanto, crtica a eventual carncia de

    mo-de-obra.

    At meados de 1870, a entrada de imigrantes em So

    Paulo foi relativamente reduzida. Isso fez com que muitos

    cafeicultores e polticos, que em dcadas anteriores eram

    T E

    X

    T

    O S

    D E

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    68

    M E R C E D E S G.

    K O T H E

    contra a entrada de orientais, se colocassem ento a favor de

    sua entrada, afirmando que eles seriam capazes de se sujeitar

    aos baixos salrios pagos na lavoura, bem como s condies

    de

    vida

    impostas aos trabalhadores rurais, semelhantes s dos

    escravos, podendo ser utilizados at a efetiva libertao des

    tes.

    1 4

    Reconheciam, portanto, ainda que n o expressamente,

    que a permanncia da escravido era um impecilho ao livre

    ingresso de imigrantes europeus. De fato, travava-se a uma

    luta

    em tomo de dois modos de

    produo.

    O que no se tem

    destacado suficientemente na historiografia brasileira a im

    portncia dapresenados imigrantes eseus

    descendentes

    para

    o processo de emancipao dos escravos, j que representa

    vam um modo alternativo concreto de produo.

    A situao dos imigrantes estabelecidos nas fazendas de

    caf com dados menos otimistas do que os que eram apre

    sentados

    por

    agentes

    de

    imigrao

    na Europa aos emigrantes

    em potencial aparece no seguinte relatrio:

    E mgeral, o colono recebe uma pequena casa em tomo

    de 4 m de largura e 6 de profundidade, que no possui

    assoalho nem forro, bem como um terreno de 100 a

    120 m e um chiqueiro.

    Como

    os

    agentes

    eram remunerados pelo

    nmero

    de

    imigrantes que conseguiam angariar, eles costumavam fazer

    grandes promessas, afirmando que, uma vez

    estando

    em So

    Paulo, podiam estabelecer-se por conta prpria se assim o

    desejassem, nunca informando que seria necessrio possuir

    algumcapital para tal passo, ou que, se emigrassem por conta

    do governo brasileiro, somente tinham a alternativa de se em

    pregar nas fazendas de

    caf.

    No ltimos anosdo sculo XIX,as terras que o gover

    no vendia aos imigrantes em So Paulo, nos chamados ncle

    os coloniais, ficavam no sul do Estado, na regio do Iguap:

    H l

    - S

    T

    -

    R l A

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    A SITUAO DOS T R A B A L H A D O R E S 69

    terraspobres, inadequadas para a agricultura, levando osimigran

    tes a

    abandon-las

    em poucos meses. Para aqueles que desejavam

    estabelecer-se por contaprprianas cidades e dedicar-se a algu

    ma

    atividade, como sapateiro, pintor, ferreiro ou carpinteiro,

    avisava-se,

    atravs

    da imprensa na Alemanha e das sociedades de

    emigrao,que serianecessriopossuir um capital de pelo menos

    2.000 marcos para enfrentar os custos nos primeiros anos.

    U m alerta sobre as dificuldades a enfrentar foi fornecido

    por

    um imigrante em So Paulo:

    Casoaqui se receba 10mil-ris 13 marcos por dia

    , no fim do ms no sobra nada, pois tudo muito

    caro.

    O

    litro

    de leite custa 600 a 700

    ris

    = 78-91

    centavos de marco; o

    quilo

    de carne de gado, 1,60

    marcos; o

    quilo

    de

    caf,

    2 marcos; o

    quilo

    de manteiga,

    8,40 marcos; roupas e

    calados

    custam o dobro do que

    na

    Alemanha

    Isso pode dar uma viso de como era difcil, para uma

    famlia constituda por quatro acincopessoas, sobreviver com

    o salrio de um trabalhador especializado. Mesmo que traba

    lhasse at 25 dias por

    ms,

    teria

    ento

    um

    salrio

    de 250

    mil-ris,

    o que

    eqivalia

    a 325 marcos: mais dametadedestevalor, uma

    quantia em tomo de 189 marcos, j era paga s pelo aluguel.

    Enquanto isso, o salrio de trabalhadores com profisso

    semelhante na Alemanha

    (Berlim)

    segundo um estudo de

    Kuczynski

    1 7

    apresentava os seguintes dados: o salrio se

    manal

    de um pedreiro permaneceu

    estvel

    entre 1907 e 1910,

    sendo de 40,50 marcos; passou, em 1913, para 44,28 marcos.

    Enquanto isso, um carpinteiro recebia, de 1907 a 1910, 6,75

    marcos por dia de trabalho, e, em 1913, passou a 7,38 mar

    cos.

    Para o aluguel e po , no ano de 1897, eram gastos 40%

    do salrio. Ainda que houvesse reclamaes quanto ao au

    mento constante do

    preo

    do po o que encarecia muito a

    T E

    X

    T

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    M E R C E D E S

    G K O T H E

    v i d a

    do trabalhador , a

    s i t u a o

    na

    Alemanha

    era melhor, j

    que no

    B r a s i l ,

    para quem no tinha casa

    p r p r i a ,

    mais da me

    tadedo sa l r io era gasto s com o aluguel.

    Outra

    n o t c i a ,

    mostrando as desvantagens de se

    estabe

    lecer

    no B r a s i lpara quem trabalhasse por conta p r p r i a , regis

    trava:

    E necessr ioque j se seja um hbil marceneiro para

    receber, em So

    Paulo,

    7 a 8

    m il-ris

    por dia

    (1 mil-ris

    =2,10 marcos). Mas existem trabalhadores portugue

    ses e italianos que

    esto

    satisfeitos com um

    salr io

    de

    4,5 a 5 mil-ris . A

    primeira

    vista,comparando-se tais

    salr ios com os usuais na

    Alemanha,

    podem parecer

    muito

    elevados, e provavelmente so motivo de atra

    o ,

    causando a sada de muitos emigrantes. O custo

    do salrio s pode ser, p o r m ,julgado em relao ao

    pr eo . Aba ixo

    de 80,00

    mil-ris

    no se encontra mo

    radia.

    1 8

    No f i c a bem

    claro,

    nessas a n l i s e s ,que tratam da situa

    o dos trabalhadores no B r a s i l , se se tratavam de o p e r r i o s

    de f br ic as ou de trabalhadores a u t n o m o s . No se pode

    afirmar de modo to u n v o c o que todos os italianos e portu

    gueses

    estavam satisfeitos com o que recebiam, pois muitos

    acabaram reemigrando para outros lugares, na e s p e r a n a de

    melhorarem de v i d a . Por outro lado, foram os italianos,

    jun

    tamente

    com os

    e s p a n h i s ,

    que mais se destacaram nas

    diver

    sas greves feitas para exig i r melhores sa l r io s .

    O fato de poderem sobreviver com tal sa l r io tornou-se

    p o s s v e l porque muitos desses l t i m o s imigrantes

    vieram

    ao

    B r a s i l

    por um determinado

    p e r o d o

    sem as

    suas

    f am l ias ,

    que

    permaneciam no p a s de origem. Se, assim, era-lhes, e n t o ,

    p o s s v e l sobreviverem sozinhos com tais quantias, o mesmo

    n o acontecia com os a l e m e s e japoneses, que geralmente

    H - l - S - T - - R - l - A

  • 7/24/2019 A Situao Dos Trabalhadores Na Alemanha e No Brasil de 1871 a 1914

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    A SITUAO DOS T R A B A L H A D O R E S

    71

    imigravara

    com a

    famlia.

    O tipo de

    residncia

    no foi especi

    ficado,

    embora se possa

    concluir

    que se tratava de uma casa

    simples,

    onde residia um operrio, localizada em bairro ope

    rrio,sem nenhum conforto.

    E m virtude do desnvel entre preos e salrios, a m o-

    de-obra feminina einfantilpassou a ser cada vez maispresente

    nas

    fbricas

    de So Paulo e Rio de Janeiro. Segundo

    Simo,

    a

    remunerao

    da

    mo-de-obra

    era estipulada dentro da conjun

    tura do mercado de trabalho, segundo os

    clculos

    dos empre

    gadores de cada setor

    econmico,

    no sendo, em todo

    esse

    perodo,

    estabelecido um

    salrio mnimo

    por

    fora

    de l e i .

    1 9

    E m

    1891,

    surgiu uma lei que regulava o

    servio

    de menores nas

    fbricas,

    mas que nunca foi seguida. Somente em 1932 que

    lentamente

    comeou

    a ser implantada de fato uma

    legislao

    referente ao trabalho de mulheres e de menores .

    20

    Alm

    do elevado custo de

    vida

    nas cidades, existiam

    ainda problemas de ordem poltica, com que se defrontavam

    os operrios, atingindo principalmente os estrangeiros, em

    virtude

    das greves que ocorriam nas

    fbricas.

    A

    condio

    de

    les foi avaliada assim:

    A situao poltica noestatrativa. Apolcia pode

    rosae dedica-se com especial fervor perseguio do

    trabalhador estrangeiro. Este

    est

    sempre em desvanta

    gem, pois oproprietrios precisadenunci-locomo in

    satisfeitoe agitador para conseguir que a polcia o livre

    daspessoas

    indesejveis.

    21

    A situao

    dos trabalhadores estrangeiros que participa

    vam

    de greves tornou-se especialmente

    difcil aps

    1907, com

    a instituio

    do Decreto n 1641: estrangeiros podiam ser

    deportados, bastando uma

    denncia

    de que teriam participado

    na liderana

    de uma greve. U m estudo de MartinsRodrigues

    afirma que a

    exigncia

    de aumentos salariais

    constitua-se

    na

    T E X T O S D E

  • 7/24/2019 A Situao Dos Trabalhadores Na Alemanha e No Brasil de 1871 a 1914

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    M E R C E D E S

    G. K O T H E

    r e i v i n d i c a o b s i c a

    dos

    o p e r r i o s ,

    principalmente para os de

    baixa

    f o r m a o

    profissional,

    sendo

    raras

    as

    e x i g n c i a s

    de me

    lhores

    c o n d i e s

    de emprego.

    22

    M e l h o r i a

    nas

    c o n d i e s

    de

    trabalho desejaria, sobretudo, aquele que se identificava de

    modo

    definit ivo com o seu emprego, e no aquele que, devido

    alta rotatividade, s procuraria arrancar o m x i m o que pu

    desseenquanto lhe fosse p o s s v e l .

    A t a P r i m e i r a Guerra M u n d i al , a

    maioria

    dos o p e r r i o s

    d a i n d s t r i a

    brasileira era

    c o n s t i t u d a

    por estrangeiros. U m

    levantamento realizado em 1911 aponta que, em 31 f br ic as

    t x t e i s

    de SoPaulo, foram encontrados, num total de 10.204

    o p e r r i o s , somente 1.843 brasileiros. Segundo outro levanta

    mento, realizado em 1920, existiam na i n d s t r i a paulista,entre

    p r o p r i e t r i o s

    e

    o p e r r i o s ,

    136.135 brasileiros e 93.130 estran

    geiros.

    23

    Para a i n v e r s o do quadro na d c a d a de 1920,

    con

    t r i b u r a m

    tanto

    a guerra quanto a

    m i g r a o

    interna,

    p r i n c i p a l

    mente do Nordeste.

    A jornada de trabalho erabastantelonga, principalmente

    a dos trabalhadores t x t e i s : at 1919, os trabalhadores das

    f b r i c a s mais importantes costumavam trabalhar de nove ho

    ras e meia a doze horas

    d i r i a s ,

    durante seis e atsetedias da

    semana. No in c io do s c u lo X X ,a jornada nesse setor perfa

    zia catorze horas d i r i a s .

    2 4

    Determinadossetoreshaviam

    con

    seguido reduzir a carga h o r r i a de trabalho, destacando-se a

    c o n s t r u o

    c i v i l , com uma jornada de oito horas; as

    f br ic as

    de c h a p u s , com nove horas, e as oficinas m e c n i c a s , com

    nove a onze horas d i r i a s .

    2 5

    Para

    os trabalhadores a l e m e s que decidiram emigrar

    para o

    B r a s i l ,

    especialmente para as fazendas de

    c a f ,

    a mu

    d a n a

    no ocorreu, como para os trabalhadores do Leste eu

    ropeu

    que trocaram um p a s menos desenvolvido por um

    mais

    desenvolvido ou para encontrar melhores c o n d i e s

    H l S T R l A

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    A SITUAODOS

    T R A B A L H A D O R E S

    73

    de trabalho. Representava

    antes

    uma regresso,

    tanto

    nas

    condies

    sociais quanto nas atividades que

    iriam

    desenvolver

    no Brasil. Portanto, s podem ser consideradas como motivo

    de emigrao para o Estado de So Paulo: a carncia de in

    formaes sobre as reais condies encontrveis no campo, a

    insegurana nas regies de fronteira e uma absoluta falta de

    perspectivas em melhorar de vida na Alemanha. O pequeno

    agricultor alemo, que no conseguia sustentar a famlia com

    sua pequena propriedade e no desejava que

    seus

    filhos

    se

    tomassem proletrios na indstria alem, vendia

    suas terras

    e

    tentava avida em outro continente.

    Os emigrandos esperavam poder adquirir terras e se

    tomarem colonos: isso foi

    quaseimpossvel

    no Estado de So

    Paulo,

    onde s tiveram, depois, alguma chance na indstria

    urbana. Para os que se dirigiram ao Rio Grande do Sul e

    Santa Catarina, o processo foi diferente: prevaleceu nas pri

    meirasdcadasa possibilidade de se tomaremproprietrios de

    terra, uma das principaisaspiraes de milhares de emigrantes

    alemes. Mais tarde, colaboraram de modo decisivo no pro

    cesso de industrializao do pas.

    Mercedes Gassen Kothe

    Nota: Trabalho

    apresentado

    originalmente no Colquio do

    Grupo

    Migraciones, do Conselho Europeu de

    Investigaes

    Sociais

    sobre a Amrica Latina, realizado emViena, em outu

    bro de 1991.

    T E X T O S D E

  • 7/24/2019 A Situao Dos Trabalhadores Na Alemanha e No Brasil de 1871 a 1914

    17/18

    74

    M E R C E D E S G.

    K O T H E

    Notas e referncias

    bibliogrficas

    1. Fritz

    K l e i n . Deutschland

    1897/1898-1917,

    B e r l i m ,

    1986,

    p.

    68. Ver tambm: Hans

    U l r i c h

    Wehler. Das Deutsche

    Kaisereich 1871-1918.

    Gttingen, 1988, p. 49.

    2. Wehler.

    op. cit.

    p. 53.

    3.

    Idem.

    p. 125.

    4. C a r l G. Cornelius. Die Deutschen im brasilianischen

    Wirtschaftsleben. Schriften

    des Deutschen

    Ausland-

    Instituts,

    Stuttgart, 1929.

    5. Wehler,

    op. cit.

    6. Joachim Streisand. Deutsche Geschichte von den

    Anfan-

    gen bis zum

    Gegenwart. Colnia, 1983, p. 226.

    7. Max Weber. Gesammelte

    Politische

    Schriften. Munique,

    1921, p. 13.

    8. Lothar Elsner. Zur Stellung der Arbeiterbewegung und

    uslnderbeschftigung im Wilhelminischen Kaisereich

    und in BRD. In:

    Fremderarbeiterpolitik des Imperia-

    lismus.Wilhem PieckUniversitt, Rostock, 1978, p. 7.

    9. K l e i n , op. cit. p. 69.

    10. M L H A Schwerin, Kabhiet III. Ata 1082.

    11. E m i l i o Willems. A aculturao dos alemes no Brasil.

    Coleo

    Brasiliana n- 250. So Paulo, 1980. p. 48. Ver

    t a m b m :Jornal La Bataglia,

    So Paulo, 1906.

    12.

    L u c y

    M a f f e i Hutter. A imigrao italiana em So Paulo

    de 1902 a 1914,

    So Paulo, 1986.

    13. B A r c h P ,

    A A Nr. 29663, de 24.03.1895, p. 108.

    14. E m i l i a V i o t t i da Costa.

    Da

    senzala

    colnia.

    So Paulo,

    1982.

    15.

    G S T A

    Merseburg. RE P 120 C X III, 20 , n

    2

    8, vol. 11.

    Relatrio

    do Minister fr Handel und Gewerbe , de

    30/06/1898, pp. 187-188.

    S - T - - R I A

  • 7/24/2019 A Situao Dos Trabalhadores Na Alemanha e No Brasil de 1871 a 1914

    18/18

    A SITUAO

    DOS T R A B A L H A D O R E S

    75

    16. B A r c h P , A A ,Nr. 30320, p. 40 . Carta publicada no jornal

    Grofi Frankfurter Angelegenheiten,

    04/06/1913. O

    autor

    remenda que melhor para os

    desejosos

    de emigrar a

    permanecerem na Alemanha.

    17.

    Jrgen Kuczynski. Darstellung der Lage der Arbeiter in

    Deutschland von 1900 bis 1917/18. Berlim,

    1967.

    18 Staatsarchiv Hamburg, Auswanderungsamt I, 373-7-1; C

    113. 25/03/1913.

    2 0. Simo, op. cit.

    2 1. Staatsarchiv Hamburg,op. cit.

    22. Lencio

    Martins Rodrigues. Classe

    operria

    e sindicalis

    mo no B r a s il .

    Sindicalismo e sociedade,

    So Paulo,

    1968.

    2 3 . Rodrigues,

    op. cit.

    24.

    Leslie

    Sheldon Maran.

    Anarquistas, imigrantes e o movi

    mentooperrio brasileiro.

    1890-1920, So Paulo, 1979.

    Veja tambm, Simo,

    op. cit.

    25.

    Simo,

    op. cit.