a segmentação do turismo em mato grosso
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Artigo escrito sobre os segmentos turisticos de Mato GrossoTRANSCRIPT
FACULDADE LA SALLE
FLAVIANE WEISS GONSALVEZ
ROBSON JUNIOR HARTMANN
A SEGMENTAÇÃO DO TURISMO EM MATO GROSSO
Lucas do Rio Verde/MT
2010
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................... 03
1 A SEGMENTAÇÃO EM MATO GROSSSO....................................................... 04
2 O TURISMO MATOGROSSENSSE................................................................... 07
3 REGIÕES TURÍSTICAS..................................................................................... 12
4 CONCLUSÃO..................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 15
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RESUMO
A segmentação do Turismo em Mato Grosso
A segmentação turística do estado de Mato Grosso está em processo de criação e
fortalecimento. Seus onze segmentos estão distribuídos entre as cinco regiões turísticas
apontadas pela Secretaria de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso (SEDTUR). No
entanto, há necessidade de adequar as nomenclaturas e inserí-las dentro de segmentos
apontados pelo Ministério do Turismo, além disso, por causa de sua grande área geográfica,
as regiões tratadas pela SEDTUR acabam isolando-se do restante da cadeia turística do
estado, tornando estes atrativos em aglomerações de possíveis segmentos turísticos. Uma
proposta abordada pelo artigo, é que as regiões hoje trabalhadas para o turismo, sejam
renomeadas e trabalhadas como Áreas Turísticas, as quais teriam a função de regionalizar as
políticas públicas do turismo, indo assim de encontro às necessidades e políticas do Ministério
do Turismo e da SEDTUR, além de se criar nestas áreas condições para que o turismo seja
debatido e segmentado de acordo com as realidades de cada região.
PALAVRAS-CHAVES: Segmentação do Turismo, Mato Grosso, Áreas Turísticas.
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1 A SEGMENTAÇÃO EM MATO GROSSO
1Professora Flaviane Weiss – [email protected]
²Robson Junior Hartmann – [email protected]
Nas últimas décadas o turismo tem surgido como setor econômico de
destaque na economia mundial, e manter seu crescimento, tanto de turistas, quanto
de investimentos no setor, é necessário conhecer o mercado, o perfil da demanda,
sua real necessidade. Pois quanto mais soubermos qual é a motivação do turista e o
potencial da região, mais fácil será de planejar a atividade e atender às
necessidades de cada perfil da demanda.
Uma das formas utilizadas para se atingir este objetivo é através da
segmentação de mercado. A segmentação é utilizada para conhecer cada parte do
mercado e assegura uma análise completa dos elementos e estudos que serão
realizados para atingir o público alvo.
De acordo com Ansarah (1999, pág. 09), “A segmentação possibilita o
conhecimento dos principais destinos geográficos, dos tipos de transportes, da
composição demográfica dos turistas e da sua situação social e estilo de vida [...]”.
O estado de Mato Grosso está em processo de construção e planejamento de
sua atividade turística, iniciada na dec. de 30, pois foi nesta época que o estado se
tornou conhecido por causa de sua localização geográfica e política, suas belezas
naturais chamam a atenção para o que tem além das matas e morros visíveis, o
fluxo de pessoas aumenta e o estado começa a ganhar fama. Além disso, temos as
expedições de Rondon e exploradores que testificam da beleza nativa ainda
desconhecida naquele tempo e trazida à luz através de suas anotações e histórias
de um Brasil desconhecido para o restante do País. Por estes motivos, nesta época
temos o primeiro estímulo à atividade turística no estado, quando em 1938 instituiu-
se por meio de Decreto Estadual a reserva termal de Águas Quentes, no município
de Santo Antônio do Leverger. (MATO GROSSO, 2003)
1 Coordenadora do Curso de Turismo da Faculdade La Salle
²Acadêmico do 7º semestre do Curso de Turismo da Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde/MT
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No entanto, o turismo fica inerte por cerca de 30 anos, e a política setorial
iniciada em 38 tem continuidade somente na década de 70. Entre 1938 e a década
de 70, as mudanças ocorridas no turismo estadual foram o início da implantação da
rede hoteleira em Cuiabá, motivada pela expansão da fronteira econômica do
estado, sua interligação com o Sul e Sudeste do Brasil, o aumento do fluxo
migratório para a região Amazônica e sua posição geográfica. Desta forma, temos
os primeiros equipamentos turísticos sendo instalados, juntamente com um
empreendimento familiar criado na reserva das águas Quentes.
Após o início da construção dos equipamentos de hospedagem, mais para se
aproveitar da ocasião promissora que aposta no crescimento da cadeia produtiva do
turismo, as décadas subseqüentes se mostram progenitoras do fortalecimento do
setor através dos órgãos e leis criadas que favoreceram a atividade e possibilitaram
o surgimento das primeiras oportunidades de segmentação do mercado turístico
Matogrossensse.
As políticas iniciadas em 38 começam a ser retomadas na primeira metade
dos anos 70. De acordo com Mato Grosso (2003), em 1974 foi criado o Conselho
Estadual de Turismo e a Empresa Matogrossense de Turismo (TURIMAT). Em 1976
o Conselho declara como área de interesse turístico parte dos municípios de
Chapada dos Guimarães e Cuiabá, e em 78 instituí o Parque Nacional de Águas
Quentes, em complemento ao decreto de 38. Ainda nesta década foi realizado o
Plano Diretor de Chapada dos Guimarães.
Criado o Parque Nacional de Águas Quentes, identificado Cuiabá e Chapada
dos Guimarães como área de interesse turístico, necessitava criar agora uma
campanha que estimulasse a vinda de pessoas para o estado, foi assim que no
início dos anos 80 foi criada a campanha publicitária “Mato Grosso, um paraíso
natural a sua espera”, com a intenção de desenvolver e divulgar o Turismo. O
objetivo era atrair novos empreendimentos turísticos e implementar a
operacionalização e comercialização de produtos turísticos do Estado.
O bordão “um paraíso natural a sua espera” mostra o tipo de produto turístico
que estávamos oferecendo. Tínhamos Chapada dos Guimarães com o véu de noiva,
salgadeira, selva de pedras, lagoa azul e outros atrativos e do lado sudoeste do
estado havia sido criado o Parque Nacional das Águas Quentes, com suas águas
termais e medicinais, mas o grande produto do estado estava por ser criado. Foi no
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dia 24 de setembro de 1981, que surgiu o Parque Nacional do Pantanal
Matogrossense, que se tornou o divisor de águas para o setor turístico.
Deste modo, temos no final dos anos 80 dois grandes potenciais produtos
turísticos, Chapada dos Guimarães e o Pantanal (como ficou conhecido o Parque
Nacional do Pantanal). Me referindo ao Parque e a Chapada, digo que eles tinham
potencial para se tornarem produtos turísticos pelo fato que naquela época o turismo
estava em processo de construção no estado, e ainda segundo Ignarra (2003), o
Produto Turístico é composto por seis componentes: bens e serviços auxiliares,
recursos, infraestrutura, gestão, imagem da marca e preço, o que ainda não havia
por aqui.
Observando e analisando os dois produtos que o estado estava oferecendo
(Chapada e Pantanal), podemos chegar ao início da segmentação turística em Mato
Grosso. Desde o início a atividade turística no estado tem seu foco principal na bacia
do alto Paraguai, tendo como ponto de apoio a grande Cuiabá, visto ela se constituir
no principal pólo emissor e receptor de turistas no estado. Dentro desta bacia
encontram-se cidades como Rondonópolis, com fluxo turístico de negócios e
eventos e Tangará da Serra, que vêm desenvolvendo o ecoturismo em seu território.
A leste do estado temos a bacia do Alto e Médio Araguaia, onde a cidade de
Barra do Garças exerce papel significativo para o fomento do turismo na região.
Temos ainda a exploração da amazônia matogrossensse, mesmo que de forma
embrionária, vem ocorrendo na cidade de Alta floresta.
Após a produtiva década de 80, os anos 90 começam com uma deterioração
da infraestrutura de acesso aos sítios turísticos e a inconstância da existência e
funcionamento do órgão estadual de turismo. No entanto, este período não se
mostrou inativo, sendo a década que mais fortaleceu o turismo no estado, pois
tivemos em 1993 a criação da AMPTUR (Associação dos Municípios com Potencial
Turístico), em 1994 foi criado o Fórum Empresarial de Turismo, ocasião em que foi
criado um plano de ação integrado entre governo estadual, prefeituras municipais e
iniciativa privada. Foi nesta ocasião que foi criada a vitrine do turismo estadual, que
é Festa Internacional do Pantanal, idealizada pela AMPTUR e pelo Fórum
Empresarial de Turismo.
Ainda na década de 90, foi criado em 1995 a SEDTUR (Secretaria de Estado
de Desenvolvimento do Turismo). A criação do órgão governamental foi um marco
para o desenvolvimento do Turismo, pois de acordo com a Lei complementar nº 036,
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de 11 de outubro de 1995, declara as seguintes competências ao órgão, “[...]
formular, implementar, executar, avaliar e fiscalizar as políticas, programas, projetos
e demais ações pertinentes ao governo do estado para o desenvolvimento do
turismo [...]”. (MATO GROSSO, 2003, pág. 22)
As ações governamentais continuaram na década seguinte, quando em 2003
foi criado o Conselho Estadual de Turismo. Agora, com a união da SEDTUR,
AMPTUR, Fórum e do Conselho Estadual do Turismo, pretendia-se assegurar uma
política de gestão descentralizada, compartilhada e mais participativa do turismo em
Mato Grosso.
Depois de 65 anos, desde a criação da primeira política voltada para o
turismo, a criação dos agentes necessários para estruturar o setor está completa em
todas as suas esferas representativas, pois temos em 2003 A SEDTUR, O Conselho
Estadual do Turismo, A TURIMAT, a AMPTUR e o Fórum Empresarial de Turismo,
bem como dois produtos em desenvolvimento, Chapada e Pantanal, passando-se a
traçar estratégias de atuação para o desenvolvimento, promoção e divulgação
destes produtos turísticos do estado.
Dentre as ações pretendidas pela SEDTUR para alcançar estes objetivos,
destacam-se o aumento no número de segmentos a serem ofertados através do
incremento da infraestrutura para o turismo de negócios e eventos, fomentar o
turismo da melhor idade, capitação de eventos para Mato Grosso, desenvolvimento
do turismo em áreas naturais, ordenamento e promoção do ecoturismo na bacia do
alto Paraguai, desenvolvimento do turismo no vale do Araguaia – PNMA,
desenvolvimento do turismo no meio rural e fomento do ecoturismo em áreas
indígenas. (MATO GROSSO, 2003)
2 O TURISMO MATOGROSSENSSE
O Estado de Mato Grosso, situado na região Centro Oeste do Brasil, ocupa
uma área de 903.386,10 Km², possui uma população de aproximadamente 2,7
milhões de habitantes, tendo o Turismo como uma economia inicial no Estado.
Alguns dados estatísticos nos ajudam a visualizar a realidade do Turismo no Estado.
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QUADRO 1 – Fluxo Turístico no Estado
Em 2002 obteve um fluxo turístico de 418.245, a maioria do próprio Estado;
A permanência média do turista era de 6,25 dias;
Em 2002 o gato médio per capita/estada foi de R$ 364,28.
FONTE: (MATO GROSSO, 2003, pág. 57).
Um fator que contribuiu para o crescimento do turismo é que Mato Grosso
possuir três dos mais importantes ecossistemas Brasileiros: Cerrado, Floresta
Amazônica e o Pantanal.
Mato Grosso é um estado riquíssimo em manifestações de Cultura Popular, o
mais legítimo legado de nosso Patrimônio Imaterial. Estas manifestações são
encontradas no modo de fazer a gastronomia, o artesanato, as danças, lendas e
contos, onde estão a síntese das heranças Matogrossenses, principalmente, do
índio e do negro e mais recentemente dos migrantes mestiços de norte a sul do
Brasil. Sua culinária assume um papel importante no turismo estadual, pois em 2003
representou 26,2% da renda gerada pelo Turismo. (MATO GROSSO, 2003). O
estado também possui um rico patrimônio material, como o centro histórico de
Cuiabá, Igrejas antigas, palácios e casarões. Além destas manifestações históricas e
culturais, temos seus bens naturais, alguns já citados anteriormente e outros como
seus rios, florestas e clima.
De acordo com material disponibilizado pela ........., o turismo no estado se divide da
seguinte forma:
Bacia do alto Paraguai
Compreende as regiões da Grande Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Áreas mais
próximas da transpantaneira (Poconé, Pixain), Santo Antônio do Leverger (Águas
Quentes). Esta região possui como principais destinos segmentos turísticos o
turismo de negócios e eventos e o ecoturismo.
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Bacia do Alto e Médio Araguaia
Barra do GaRças, que possui como destino as praias fluviais no rio Araguaia
Amazônia Matogrossensse
Possui como ponto em desenvolvimento a cidade de Alta Floresta com seu
observatório de pássaros e ainda a cidade de Sinop, que se encontra em
desenvolvimento.
Fundamentada neste panorama gigantesco, e tendo em vista a política de
descentralização e regionalização do turismo, a SEDTUR segmentou o Estado em
quatro regiões turísticas, que são: Amazônia, Araguaia, Cerrado e Pantanal. No
entanto, Cuiabá e Várzea Grande são consideradas por alguns autores, como
(CARREIRA; DEVILLART, 2007) como sendo outra região turística, chamada por
eles de Região Metropolitana. A justificativa se deve em função do peso histórico e
cultural encontrado nestas localidades e suas imediações.
O Ministério do Turismo compreende segmentação como “uma forma de
organizar o turismo para fins de planejamento, gestão e mercado”. (BRASIL, 2006.
pág. 03). Podemos compreender que a segmentação é uma técnica ou estratégia
para a venda do produto turístico e um caminho encontrado pelo mercado para
melhor gerir e coordenar suas ações, visto que “As empresas e os consumidores
estão buscando novos caminhos para o mercado turístico, e o que se observa é a
segmentação como um dos caminhos escolhidos”. (ANSARAH, 1999, pág. 19).
Através destas cinco regiões turísticas, o estado pretende trabalhar os
seguintes segmentos turísticos detalhados pelo site da SEDTUR, que são: Indígena,
Contemplação, Ecoturismo, Cultural, Melhor idade, Místico, Esportes radicais, Gls,
Pesca, Rural e Negócios.
Na realidade, dos 11 segmentos ofertados atualmente no Estado, sete estão
com suas nomenclaturas equivocadas ou se encontram dentro de outro segmento
reconhecido pelo Ministério do Turismo. Portanto, poderíamos corrigir os segmentos
atualmente divulgados da seguinte forma: a Contemplação entra dentro do
Ecoturismo, Turismo Cultural no lugar de Turismo Indígena e místico, Turismo de
Aventura no lugar de Esportes Radicais, Turismo de Pesca no lugar de Pesca,
Turismo de Negócios e Eventos no lugar de Negócios, Turismo Rural no lugar de
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Rural. O turismo de melhor idade e GLS, que se corrija para GLSTB, não estão
segmentados pelo Ministério.
Embora a Secretaria de Turismo trabalhe o estado a partir destas cinco
regiões turísticas, o que se percebe na realidade é que cada região possui um
potencial para a prática do turismo e que os segmentos apresentados por ela são
aglomerações de atrativos em uma unidade com alguma vocação para o turismo
que precisa ser trabalhado. Atualmente é assim que o turismo está segmentado no
estado. Os turistas externos chegam até Cuiabá e partem para o Pantanal ou
Chapada. Alguns vão para Águas Quentes ou Jaciara. Outro atrativo que desponta
no cenário turístico estadual com a prática do turismo de aventura é a região de
Tangará da Serra, que oferece o rafting, rapel e canoagem e que também tem
recebido turistas externos. No entanto, ainda como no início, o turismo se concentra
no eixo Chapada/Pantanal. Os turistas internos vem do interior do estado para
visitarem os mesmos atrativos, ou se deslocam para atrativos da própria região em
que reside.
Atualmente com Cuiabá sendo uma das cidades sedes para receber o
Mundial de Futebol de 2014, o produto que está sendo vendido é o Pantanal. A
própria Copa esta sendo chamada de Copa do Pantanal. Colocaram sobre os
ombros do Pantanal toda a responsabilidade de um setor econômico do Estado.
Hoje ele leva sozinho o fardo de representar o Mato Grosso turístico. Há a
necessidade de despertarmos uma visão de segmento turístico que não fique
apenas no eixo Chapada dos Guimarães/Pantanal, senão vamos ficar mais 65 anos
esperando novas mudanças.
Um dos conceitos que poderia ser aplicado ao turismo estadual como forma
correta de classificação das regiões turísticas e que auxiliariam na segmentação do
estado, é o de área turística. Segundo Ignarra (2003, pág. 19), área turística pode
ser definida como “um território circundante a um centro turístico que contém vários
atrativos e estrutura de transportes e comunicações entre estes vários elementos e o
centro”.
Fica claro que estas regiões turísticas do estado dependem da região
metropolitana para viverem, é nela que ficam os órgãos de apoio ao turismo no
estado, é nesta região que são feitos os congressos e feiras mais importantes e é
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nesta região que se concentra o maior número de habitantes e fluxo de turismo no
estado, conforme tabela abaixo:
Tabela 2 – Estimativa de Turistas em Cuiabá
Cuiabá recebe aproximadamente 250 mil turistas/ano
Turistas nacionais são aproximadamente 230 mil/ano
Turistas Internacionais são aproximadamente 6.500/ano
Dos turistas nacionais, 70% são provenientes do interior do Estado.
Fonte: SEDTUR, 2009 – Estimativa feita pela SEDTUR com ajuda do SEBRAE para o projeto da Copa 2014. Organização do autor.
Como mostra os dados, Cuiabá acaba sendo um ponto de referência para o
turismo no estado e principal porta de entrada do Turismo em Mato Grosso.
Portanto, para complementar a aplicação da nomenclatura de área turística às
divisões turísticas do estado, a região chamada de metropolitana (composta por
Cuiabá e Várzea Grande), assumiria o papel de centro turístico, que vem ser “um
aglomerado urbano que tem dentro de seu território ou em seu raio de influência
atrativos capazes de motivar uma visitação turística”. (IGNARRA, 2003, pág. 19).
Uma coisa é clara, Mato Grosso possui pequeno índice de turistas externos, a
maioria é de turistas internos que procuram os atrativos da região sul do estado. Os
turistas externos vem à Mato Grosso para visitar o Pantanal e acabam ficando
poucos dias em Cuiabá ou em Chapada dos Guimarães. Caso este turista não seja
estimulado ou incentivado por esta área receptora, dificilmente ele atravessará cerca
de 550 Km para ir visitar o parque do Cristalino, em Alta Floresta, por exemplo. Mas
caso ele fosse estimulado pelo centro turístico a conhecer suas áreas turísticas, em
uma segunda oportunidade ele diversificaria sua rota procurando outros segmentos
oferecidos pelo turismo estadual.
3 REGIÕES TURÍSTICAS
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De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo sobre os
hábitos de consumo do turista brasileiro (BRASIL, 2009), Mato Grosso foi o segundo
destino turístico mais visitado no Centro-Oeste, com 1,4% dos visitantes que vieram
ao estado nos últimos dois anos e 92,6% dos entrevistados disseram que voltaram
ao local visitado. A maior motivação dos turistas que vieram ao Centro-Oeste foi
para conhecer pontos turísticos.
Desta forma, uma política de descentralização do turismo auxiliaria para a
maior disperção à outras áreas turísticas. Estas áreas, vendo que há fluxo turístico e
que este lhe traz benefícios, prepararia seus segmentos para recebê-lo.
Por isso o conceito de área também pode ser aproveitado para a
segmentação do turismo. Pois é preciso compreender com clareza que o turismo é
um setor que não trabalha interdependente e nem é autosuficiente. Como disse
Petrocchi (2001, P. 49), “A praia e o hotel são necessários, mas não são suficientes
[...]. O mau desempenho de uma das partes compromete o todo”.
Aqui reside a necessidade das áreas turísticas estarem realmente
funcionando para se tornarem palco de discussões, planejamento, avaliações e
soluções para o turismo da região em que está inserida. Pois como diz Sá (2002, p.
132), “A maioria das ações se limita a ação de divulgação e promoção”.
Embora a SEDTUR veja na municipalização a chave para o desenvolvimento
dos segmentos turísticos regionais, é preciso por em prática ações como a realizada
em março de 2010 no 2º Encontro de Secretários e Dirigentes de Turismo de Mato
Grosso, onde a intenção era a de debater propostas e melhorias que os municípios
poderiam tomar para melhorar as ações turísticas no Estado. Mas o palco continua
no lugar errado, é necessário que estes debates ocorram dentro de cada área
turística, que esteja inserido dentro da realidade local e que se proponham ações
que visem fortalecer e desenvolver os segmentos encontrados dentro de seu raio de
influencia, bem como planejar o desenvolvimento de novos segmentos norteado
pela realidade histórica-cultural-geográfica da área turística. A política de
descentralização do turismo é a solução para que os outros segmentos das áreas
turísticas avancem e contribuam ainda mais para a economia do Estado, sendo
subsidiados pelo centro turístico.
4 CONCLUSÃO
12
Apesar dos bons resultados da atividade turística nos últimos anos no Estado,
apresentando um crescimento de 37% no fluxo de turistas internos e externos em
2003, o turismo praticado aqui não alcançou uma posição relevante nos mercados
turísticos, nacional e internacional (MATO GROSSO EM NÚMEROS, 2008, pág.
176).
Podemos dizer que 100 anos após ele ser tratado como atividade organizada e
serem realizadas as primeiras viagens e excursões na Inglaterra2, as ações públicas
que viabilizaram o setor começaram a surgir, como a criação das reservas termais
das Águas Quentes em 1938, a criação dos primeiros órgãos normativos e de
desenvolvimento do turismo na década de 70.
Mas o início de sua segmentação turística se deu somente na década de 70 com a
declaração do Conselho Estadual de Turismo instituindo Partes dos municípios de
Chapada dos Guimarães e Cuiabá como áreas de interesse político e a criação do
Parque Nacional do Pantanal Matogrossense em 1981, que possibilitou ao estado o
início da formação de dois produtos (Chapada e Pantanal) e suas primeiras
segmentações, com o Turismo de Pesca, Turismo Cultural e o Ecoturismo.
Analisando a realidade turística atual do estado, podemos dizer que está em
processo de criação o que vem a ser seus produtos e segmentos turísticos. É
necessário fortalecer as regiões turísticas divididas pela SEDTUR a partir do
conceito de áreas turísticas, o que vai de encontro às necessidades turísticas de
Mato Grosso, no que tange à pesquisa, estudo e segmentação do turismo praticado
nestas áreas, e que somente políticas voltadas à realidade regional, sem perder de
vista a interdisciplinaridade do turismo, podem contribuir para que os segmentos
hoje encontrados sejam ofertados como fazendo parte de uma grande rede
produtiva, como acontece em Minas Gerais com a criação de seus circuitos
turísticos, como o Caminhos do Interior, Recanto de Minas, Estâncias do Sul,
Reservas da Natureza, entre outros.
2 Em 1841, na Inglaterra, Thomas Cook organizou uma viagem de trem para 570 passageiros. Com o sucesso da viagem, novas excursões foram organizadas até para os Estados Unidos. “Os historiadores apontam para Thomas Cook como um dos precursores do agenciamento turístico”. (IGNARRA, 2003, pág. 05)
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Uma tendência para o turismo Matogrossense, que se mostra ao analisarmos o fluxo
turístico do estado, somados aos novos incentivos de recursos e infraestrutura
advindos em consequência da realização da Copa do Mundo de Futebol ser
realizada em Cuiabá, além de todo seu contexto histórico-cultural, é a transformação
desta área turística chamada Região Metropolitana, que engloba Chapada dos
Guimarães, Cuiabá, Várzea Grande e Baixada Cuiabá, vir se tornar um Centro
Turístico, dando início há um novo ciclo da segmentação turística no estado, em
decorrência do pós-copa, com a implantação do Turismo de Esporte e o
fortalecimento dos segmentos existentes neste centro, como o Ecoturismo, Turismo
Cultural, Turismo de Negócios e Eventos. Além de captar e distribuir os turistas
externos para os diferentes segmentos em expansão do estado.
REFERÊNCIAS
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