a saúde publica brasileira gaby higiene

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A saúde publica brasileira - contras Uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) identificou que o principal problema do Sistema Único de Saúde (SUS) é a falta de médicos. Durante a pesquisa,o instituto ouviu 2.773 pessoas de todas as regiões do país. Para 35,9% das pessoas que utilizaram o SUS, o segundo maior problema é a demora no atendimento. Em seguida, em terceiro lugar, a reclamação é sobre a demora para conseguir uma consulta com especialista. A redução de mortalidade ainda precisa ser aprimorada, sobretudo em municípios de pequeno e médio porte. O estudo também ressalta dados negativos da saúde pública brasileira, como a falta de controle da dengue e da leishmaniose. Segundo o documento, "o cenário para o controle da dengue não é estimulante". Outras constatações do estudo foram o alto número de abortos ilegais e a hipermedicalização dos partos, que comprometem a saúde das mães. Dependência de serviços privados O estudo também menciona o avanço da obesidade e das doenças que se relacionam a ela, bem como o alto número de mortes violentas, por crimes ou acidentes. De acordo com a publicação, ainda é necessário que o governo amplie gastos na área da saúde, melhore a infraestrutura para reduzir a dependência de serviços privados e aumente o

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PSIDEO CURSOHARDWARECONCEITOSSOFTWAREINFORMATIVOSEVENTOSFALE CONOSCOExercícios/Correção1-DEFINA SOFTWARER= Programa de computador2-QUAIS OS TIPOS DE SOFTWARES EXISTENTES?R= Existem basicamente dois tipos: aplicativos e de sistema3-DÊ PELO MENOS 10 EXEMPLOS DE NOMES DE SOFTWARES QUE VOCÊ CONHEÇA.R= Office, Sistema Operacional, Nero, Antivírus, Limewire, Emule, Utorrent, Internet Explorer, Google Chrome, Mozilla Firefox, MSN, Photoshop, CorelDraw, 3D Studio, Movie Maker, Skype, entre outros.4-CITE E EXPLIQUE QUAIS OS TIPOS DE LICENÇA DE SOFTWAREFreeware: São programas gratuitos, eles não expiram e você pode usá-los livremente que nunca terá que pagar nada por isso. Alguns programas são gratuitos apenas para pessoas físicas ou uso não comercial. Adware: Também são programas gratuitos, mas trazem publicidade em forma de banners ou links que bancam os custos do desenvolvimento e manutenção do software. Muitos adwares oferecem versões pagas dos programas, sem propaganda, mas a compra neste caso é opcional, você pode ficar com a versão suportada por banners por quanto tempo quiser. Opensource: São programas gratuitos que possuem o código-fonte aberto, desenvolvidos na maioria das vezes por comunidades que dedicam seu tempo livre para fazê-lo. Se você for programador, pode modificar o código-fonte dos programas se quiser, desde que mantenha os créditos aos criadores deles. A licença de uso opensource mais popular é a GNU-GPL, para ler o conteúdo integral desta licença acesse:http://www.magnux.org/doc/GPL-pt_BR.txt Fullware:São programas completos, podendo ser livres ou pagosProprietários:São programas completos, paga-se uma licença de uso para utilizá-losShareware: São programas que após um determinado tempo de uso - este tempo varia de programa para programa - ou número de utilizações, perde algumas ou todas as suas funcionalidades. Após este período você deve ou apagá-lo do computador ou registrá-lo através do pagamento de uma taxa ao desenvolvedor. Como um usuário registrado você tem inúmeros benefícios, desde suporte a atualizações gratuitas do programa. Lembre-se que você não é obrigado a pagar o registro do programa, se não quiser pagar basta apagá-lo do micro. Demo: Este tipo de distribuição é mais comum em jogos. Os demos de jogos apresentam apenas algumas fases e servem para você analisar se vale a pena comprá-lo ou não. Os demos não expiram e nem podem ser registrados. Se você quiser comprar o software terá que recorrer a uma loja. Trial: É semelhante ao tipo DEMO, mas se aplica a programas. Você pode testar o programa em sua totalidade, com todos os recursos e por quanto tempo quiser, mas geralmente não poderá salvar ou exportar os trabalhos feitos. Se quiser comprar o programa deverá ir a uma loja e comprar a caixa, não há opção para registrar o programa. Alguns programas Trial permitem que você salve e exporte os trabalhos por um certo tempo, mas após este tempo de uso a única opção é comprar o programa completo ou apagá-lo do computador. 5-QUAL O PRIMEIRO SOFTWARE QUE DEVEMOS INSTALAR NO COMPUTADOR?R= O sistema Operacional.6-QUAIS AS ETAPAS DE CRIAÇÃO DE SOFTWARE? EXPLIQUE CADA UMAR= 8 etapas:Análise econômica = onde serão previstos os gastos necessáriosAnálise de requisitos = necessidades a serem atendidas pelo softwareEspecificação = requisistos de sistema para funcionamento do softwareCodificação = linguagem de programaçãoTeste = verificação do funcionamentoDocumentação = arquivo impresso para futuras consultas e manutençãoTreinamento = instruções ao usuário para utilizaçãoManutenção = melhorias e acertos7-QUAL É A CONFIGURAÇÃO NECESSÁRIA PARA INSTALAR O WINDOWS XP?R= Entre 256MB e 512MB de RAM variando de acordo com a versão, Processador de no mínimo 300MHz, HD com no mínimo 1.5GB livres.8-WINDOWS VISTA?R= Mínimo de 512MB de RAM, Processador de no mínim

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Page 1: A Saúde Publica Brasileira Gaby HIGIENE

A saúde publica brasileira - contras Uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisas Econômicas

Aplicadas (Ipea) identificou que o principal problema do Sistema Único de Saúde (SUS) é a falta de médicos. Durante a pesquisa,o instituto ouviu 2.773 pessoas de todas as regiões do país.Para 35,9% das pessoas que utilizaram o SUS, o segundo maior problema é a demora no atendimento. Em seguida, em terceiro lugar, a reclamação é sobre a demora para conseguir uma consulta com especialista.

A redução de mortalidade ainda precisa ser aprimorada, sobretudo em municípios de pequeno e médio porte.

O estudo também ressalta dados negativos da saúde pública brasileira, como a falta de controle da dengue e da leishmaniose. Segundo o documento, "o cenário para o controle da dengue não é estimulante".

Outras constatações do estudo foram o alto número de abortos ilegais e a hipermedicalização dos partos, que comprometem a saúde das mães.

Dependência de serviços privados O estudo também menciona o avanço da obesidade e das doenças

que se relacionam a ela, bem como o alto número de mortes violentas, por crimes ou acidentes.

De acordo com a publicação, ainda é necessário que o governo amplie gastos na área da saúde, melhore a infraestrutura para reduzir a dependência de serviços privados e aumente o controle de propagandas de alimentos infantis, tabaco, açúcar e outros produtos prejudiciais.

O Sistema Único de Saúde (SUS) completou 25 anos. Em uma análise simplista,

poderíamos concluir que é tempo demasiado para não ter equacionado grande

parte dos problemas que enfrenta ainda hoje. Entretanto, é justamente o contrário,

para uma proposta tão ousada, que busca a universalização da assistência com

atendimento integral e gratuito a todos os brasileiros, avançamos muito. Claro que

não temos a rede pública dos sonhos, contudo, nem na maioria dos países do

primeiro mundo a questão da saúde chegou a bom termo.

No Brasil, nas últimas décadas, governos de diversos matizes contribuíram, uns

mais outros menos, para a ampliação da malha de assistência à saúde. Tivemos

incremento do número de unidades básicas, de equipes de saúdes da família,

entre outros pontos. Assim, melhorou o acesso à rede primária. Não atingimos o

patamar desejado, mas evoluímos nesse quesito.

Infelizmente, na atenção secundária, não houve a mesma evolução. Ao contrário,

foram fechados milhares de leitos hospitalares – cerca de 12 mil – do SUS,

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principalmente das Santas Casas e hospitais contratados. Houve,

consequentemente, a redução da capacidade instalada.

O resultado está aí e todos os vemos diariamente, ao vivo ou pela TV. Os

problemas de acesso são incontáveis, para calvário dos pacientes que sofrem com

filas intermináveis, falta de profissionais, com uma estrutura sucateada, dificuldade

de marcação de consultas com especialistas, e por aí vai.

Por outro lado, a alta complexidade desenvolveu-se, com os transplantes,

tratamentos oncológicos, a distribuição de medicamentos de alto custo, o

tratamento da Aids. Dessa forma, o sistema de saúde convive com o antagonismo

de ter boa resposta em certas áreas e o caos em outras.

Boa parte do mal do SUS deve-se ao subfinanciamento. A saúde recebe

atualmente 8,4% do chamado produto interno bruto (PIB), a soma das riquezas

produzidas pelo país durante um ano. Do montante, 55% são privados (e

beneficiam cerca de 46 milhões de conveniados) e 45%, públicos – favorecem

todos os 190 milhões de brasileiros.

A fatia estatal representa 3,7% do PIB, um terço mais baixo do que a média

internacional, de 5,5% do PIB, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

O desvio ocorre porque o governo federal progressivamente reduziu seu

investimento, enquanto estados e municípios foram aumentando. Houve época em

que a União chegava a destinar 80% dos recursos públicos para a saúde e hoje

aplica apenas 45%. Neste interim, também se deu um movimento inverso na

arrecadação da carga tributária, A federação vem concentrando cada vez mais os

impostos, o que, evidentemente, diminui o orçamento de estados e municípios.

Assim, mesmo ampliando proporcionalmente suas destinações em saúde, estados

e municípios não conseguem chegar a patamares ideais.

Enfrentamos ainda o agravante da gestão ineficiente. A corrupção é um ralo que

suga centenas de milhões. As falhas estruturantes completam um quadro de cores

turvas e ameaçadoras.

Hoje, é mister dar uma nova face ao aparelho formador, às universidades, à

residência médica. Precisamos ainda de mais investimentos em profissionais

voltados à atenção básica. Outro aspecto que merece atenção é a atenção

secundária. O Brasil tem 2,6 leitos para internação para cada mil habitantes;

necessitaria de 4 a 5 leitos de internação para cada mil. Então, estamos distantes

de oferecer resolubilidade aos nossos pacientes.

Devemos também qualificar os processos, integrando a atenção primária à

secundária. No momento a comunicação é absolutamente ineficiente. Os

municípios não conversam com o Estado; é muito difícil qualificar a assistência em

uma rede que não está minimamente interligada.

Existem gargalos, há dificuldades grandes. Estamos distantes de ter um SUS ideal,

como disse no início dessa análise, avançamos bem. Para ir adiante, agora, temos

de cobrar maior destinação de recursos da Federação e a imediata qualificação de

nossos processos de gestão. Do contrário, corremos o risco de contaminar o SUS

com o mortal vírus da falta de compromisso político e social que sempre foi o

inimigo número um do Brasil.

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O CENÁRIO ATUAL

A todos que vivemos diuturnamente a questão saúde em nosso país, preocupa sobremaneira o momento presente. Nunca estivemos em situação tão difícil e com chances de saída tão estreitas. O investimento em saúde decrescente. A universalização do atendimento. A miséria atingindo a 32 milhões de brasileiros. O descontrole acumulado de quase uma década de transição na busca de saídas viáveis, não politicamente assumidas pelos que dirigiram o país. Tudo isto e muito mais alicerçou o atual cenário em que vivemos.

Os reais componentes do caos na saúde aí estão:

1. Aumento da demanda: universalização, desemprego e baixos salários, tornando proibitivo o uso de sistemas complementares.

2. Agravamento da demanda, desemprego, miséria, pobreza e fome gerando mais doenças e agravando as existentes.

3. Encarecimento da assistência: incorporação desordenada de equipamentos, medicamentos e especialização precoce e errônea dos profissionais de saúde.

4. Queda real do financiamento em proporção às necessidades sentidas e acumuladas.

As conseqüências não ficam restritas ao setor saúde. Elas se estendem pelo dia a dia num comprometimento total do meio ambiente e todos seus componentes em que vive o homem brasileiro. As doenças infecto-contagiosas se multiplicam, as epidemias surgem incontroláveis. As novas causas de morbi-mortalidade estão aí como os acidentes de trânsito, os acidentes de trabalho, a violência urbana e rural.

Criado em 1988, no bojo da promulgação da

Constituição, o Sistema Único de Saúde é uma das

maiores redes públicas de saúde do mundo, abrangendo

um universo de serviços que vão do simples

atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos.

Em tese, garante acesso integral e gratuito a todos os

brasileiros. Mas, na prática, padece de uma série de

problemas, de tal modo que está ainda longe de

assegurar, com eficiência, rapidez e qualidade, oferta

universal à população. O SUS patina em deficiências em

que há problemas estruturais, mas, em boa dose, em

decorrência de ineficiência de gestão.

Neste caso, encontra-se a distribuição de remédios no

sistema público. A assistência farmacêutica é um

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aspecto tão vital para o SUS que o percentual do

orçamento do Ministério da Saúde para atender a área

passou de 5,8% em 2002 para 14% em 2013, quando

foram gastos R$ 11,8 bilhões. Este ano, estima-se que a

conta chegue a 12,4 bilhões. Como se vê, uma rubrica

que movimenta verbas bilionárias — mas que, a

despeito disso, não tem como contrapartida a eficiência

gerencial.

A série de reportagens que O GLOBO começou a

publicar anteontem dá uma boa medida do desperdício

que sangra verbas de um setor essencial para

complementar o atendimento, não poucas vezes já

precário, nos ambulatórios e hospitais com serviços do

SUS ou por ele garantidos. Com base em relatórios de

auditorias e fiscalizações do Departamento Nacional de

Auditoria do SUS (Denasus), pinta-se um quadro

sombrio, no qual juntam-se, para prejudicar o usuário,

malefícios como superfaturamento, direcionamento de

licitações, sobrepreço de até 10.000%, estoques sem

monitoramento, “empréstimo” de medicamentos entre

hospitais e até mesmo venda de remédios a mortos. No

Piauí, registrou-se o controle inadequado de talidomida

(cujo uso como sedativo foi interrompido no país após se

detectar que, em grávidas, causa má formação do feto).

Boa parte dessas deficiências pode ser atribuída a

irregularidades, abrigo seguro para a corrupção, um

mal crônico no serviço público do país. O sistema —

que, numa ponta, engole polpudos orçamentos e, na

outra, deixa as verbas descerem o ralo — padece de

graves problemas de gestão. Este é um diagnóstico que

se forma não só pela análise das auditorias do Denasus,

mas também em levantamentos do TCU e do Ministério

Público. A ineficiência administrativa e as

irregularidades, irmãs gêmeas da má gestão,

Page 5: A Saúde Publica Brasileira Gaby HIGIENE

contaminam os serviços do SUS em 23 das 27 capitais

do país.

Responsável por boa parte do problema, a má gestão do

sistema derruba a batida tese de que a saúde no Brasil

tem anemia orçamentária. Não é bem assim. Dinheiro

para rubricas sociais é bem-vindo, e as provisões têm

sido crescentemente generosas com o setor. Mas neste

caso despejar mais dinheiro público numa estrutura

podre é puro desperdício. O remédio para o SUS passa,

necessariamente, pelo aperfeiçoamento gerencial. Má gestão

“São contradições próprias da falta de uma política de Estado para a saúde”, diz Carvalhaes. Segundo ele, não há planejamento no uso dos recursos e o resultado é um sistema que ainda não consegue dar conta das demandas da população, em um país com enormes diferenças regionais. “Não há um planificação da atenção básica da saúde, então em alguns lugares ela é fantástica e em outros nem existe. O programa de saúde da família está implantado de maneira falha, existe dificuldade de capacitação de gestores e não há controle social eficiente”.

Cid Carvalhaes explica que, em um país com as dimensões do Brasil e com uma meta ousada de atender a todos os cidadãos, há realidades variadas. “Há lugares com programas de excelência e outros de má qualidade. São situações muito diversificadas, que não podem ser tratadas de forma igual. Temos um programa como o de DST/Aids, um dos mais bem-sucedidos do mundo, mas, por outro lado, não se combate a malária, a esquistossomose, a doença de chagas”, enumera.

Irregular também é a oferta de médicos, por região e especialidades. “Algumas regiões são privilegiadas e outras sacrificadas. Também falta uma política de recursos humanos que atenda ao conjunto das necessidades. Há locais em que falta fisioterapeuta, mas sobra nutricionista. Em outros, há muitos médicos, mas não tem enfermeiros. É grave”, alerta.

Diferente do que ocorre em outros países, o Brasil não regula de forma efetiva a oferta de formação de profissionais da saúde.

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Em locais como a Espanha, as vagas de residência para as especialidades são definidas de acordo com a necessidade do sistema público.

Para tentar suprir o problema da interiorização dos serviços de saúde, por exemplo, alguns especialistas defendem a prestação de serviço social obrigatório, por parte de todos os médicos recém-formados. Ao sair da universidade, esses profissionais teriam que prestar serviço remunerado no SUS em locais onde houver demanda. 

A proposta, contudo, é contestada pelas entidades médicas. Elas defendem que a instituição de uma carreira de Estado para o médico, com a devida atenção às condições adequadas para o desempenho das suas atividades nos mais distantes e inóspitos municípios do país, seria uma solução, no sentido de fixar profissionais naqueles locais.

Na busca por atender aos princípios do sistema, há quem aponte também a necessidade de mudança de foco. Muitos indicam que, no Brasil, apesar de alguns avanços nesse sentido, ainda há uma visão “hospitalocêntrica”, voltada para tratar doenças já instaladas, quando, na verdade, seria tão importante quanto atuar na promoção à saúde, prevenindo doenças. Nesse sentido, a estratégia de saúde da família, que hoje atende mais de 50% da população, precisaria estar no centro da ação dos gestores, até porque ajudaria a evitar procedimentos de alto custo.

Público x privado

A falta de estrutura da rede pública faz com que, por meio de convênios, hospitais particulares possam prestar serviços ao SUS, de maneira complementar. Mas há queixas de que, este tipo de atendimento muitas vezes peca na qualidade. ”Os grupos privados têm a lógica do lucro, que muitas vezes significa sacrifício da qualidade. Essa complementação é uma coisa que, às vezes, ajuda, mas, de maneira geral, compromete mais o sistema. Principalmente quando o interesse mercantil fica acima do interesse da comunidade”, explica Cid Carvalhaes, que defende o fortalecimento do serviço público.

As falhas do SUS, aliás, terminam por prejudicar ele mesmo. É que, diante delas, quem pode pagar, opta por fazer um plano de saúde particular. E os gastos com saúde geram renúncia fiscal a seus usuários. Ou seja, com usuários optando pelo sistema

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privado, o Estado arrecada menos e, portanto, tem menos verba para investimentos públicos. Sem contar que, por lei, os planos de saúde deveriam restituir o SUS, quando um de seus “clientes” utiliza os serviços da rede pública, mas isso não acontece. 

“Outro aspecto que precisa ser considerado é o quanto os governos comprometidos com a política neoliberal privatizaram os serviços de saúde. O investimento teve uma lógica de priorização de repasse de dinheiro público para o setor privado”, aponta Maria Eugênia. 

De acordo com as entidades médicas, o sistema também tem sido vítima de administrações que defendem a transferência da gestão de instituições públicas para o comando de Organizações Sociais. “Aí existe uma série de problemas. Falta controle do que está sendo feito, não há fiscalização. Apenas há um controle contábil: eu te entreguei 10 unidades monetárias e você me entregou um recibo, dizendo que gastou aquilo. Mas não há interação com entidades médicas e sociais, não existe debate sobre a aplicabilidade desses recursos”, lamenta o presidente da Fenam.

“A partir de 1990, a política econômica tem definido uma prática de subsídios públicos ao mercado de planos e seguros privados de saúde, que vão desde isenção tributária a hospitais privados credenciados por operadoras de planos privados, até participação do orçamento público no financiamento de planos privados aos servidores públicos, deduções no Imposto de Renda dos consumidores de serviços privados de saúde, e o não ressarcimento das operadoras privadas previstos na em lei”, enumera Maria Eugênia.