a saúde na previdência social e na seguridade

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A SAÚDE NA PREVIDÊNCIA A SAÚDE NA PREVIDÊNCIA SOCIAL E NA SEGURIDADE SOCIAL E NA SEGURIDADE SOCIAL: ANTIGOS ESTIGMAS E SOCIAL: ANTIGOS ESTIGMAS E NOVOS DESAFIOS. NOVOS DESAFIOS. Amélia Cohn, 1996.

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Page 1: A saúde na previdência social e na seguridade

A SAÚDE NA PREVIDÊNCIA A SAÚDE NA PREVIDÊNCIA SOCIAL E NA SEGURIDADE SOCIAL E NA SEGURIDADE SOCIAL: ANTIGOS ESTIGMAS E SOCIAL: ANTIGOS ESTIGMAS E NOVOS DESAFIOS.NOVOS DESAFIOS.

Amélia Cohn, 1996.

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1. HERANÇAS E PARADOXOS DA 1. HERANÇAS E PARADOXOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAPREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA..

1923 – Brasil – instituição das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP’s)

- 1ª Modalidade de seguro para trabalhadores do setor privado;

- Organizadas por empresa;- Contrato compulsório- Função: prestação de benefícios e assistência

médica a seus filiados e dependentes.

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1. HERANÇAS E PARADOXOS DA 1. HERANÇAS E PARADOXOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAPREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA ..Traços que marcam o sistema previdenciário

brasileiro (década de 1920):

- Caráter controlador, disciplinador, formas mínimas de sobrevivência;

- Financiamento – tripartite – estado, empregadores e empregados;

- Assistência médica – raízes da privatização da assistência médica no país;

- Caráter assistencialista e não universalizante do seguro social.

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1. HERANÇAS E PARADOXOS DA 1. HERANÇAS E PARADOXOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAPREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA..1930 – Crise econômica mundial.1933 a 1938 – Unificação das CAP’s em

institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP’s) – IAPM, IAPB,IAPC,IAPI,IAPETC

CAP ≠ IAP

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1. HERANÇAS E PARADOXOS DA 1. HERANÇAS E PARADOXOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAPREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAFuncionamento dos IAP’s:- Houve um RETROCESSO do ponto de vista

do financiamento – a partir de então a contribuição dos empregadores, que era um percentual sobre o faturamento da empresa, passa a ser um percentual sobre a sua folha de salários.

- Adota-se o REGIME DE CAPITALIZAÇÃO – drenagem dos recursos para empreendimentos econômicos.

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1. HERANÇAS E PARADOXOS DA 1. HERANÇAS E PARADOXOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAPREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAPerfil da política previdenciária brasileira:

centralização; burocratismo e ineficiência.1940 – 1960 – democracia populista –

politização da questão previdenciária – debate saúde pública x medicina especializada. ( Vargas – Dutra – Vargas – JK – Janio Quadros – João Goulart )

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1. HERANÇAS E PARADOXOS DA 1. HERANÇAS E PARADOXOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAPREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA1964 – Golpe Militar1966 – Criação do instituto Nacional de

Previdência Social –INPS – aprofunda-se o perfil assistencialista, maior ênfase na assistência médica.

1974 – Ministério da Previdência e Assistência Social.

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1. HERANÇAS E PARADOXOS DA 1. HERANÇAS E PARADOXOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAPREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA1977 – Criação do Sistema nacional de

Previdência e Assistência Social (SINPAS).- INPS (previdência)- INAMPS (saúde)- IAPAS (administração financeira)- DATAPREV- LBA- FUNABEM- CEME

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1. HERANÇAS E PARADOXOS DA 1. HERANÇAS E PARADOXOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRAPREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA

1979 – Publicização do déficit público da previdência – proposta: aumentar a receita ou diminuir as despesas.

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2. OS AVANÇOS DA NOVA CONS-2. OS AVANÇOS DA NOVA CONS-TITUIÇÃO: CONDIÇÃO SUFICIENTE?TITUIÇÃO: CONDIÇÃO SUFICIENTE?CF/1988 – significativos avanços quanto ao

sistema de proteção social:- Universalidade- Equidade- Uniformidade e equivalência- Irredutibilidade do valor do benefício- Diversidade da base de financiamento- Descentralização.

CF – não mais seguro e sim SEGURIDADE SOCIAL.

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2. OS AVANÇOS DA NOVA 2. OS AVANÇOS DA NOVA CONS-TITUIÇÃO: CONDIÇÃO CONS-TITUIÇÃO: CONDIÇÃO SUFICIENTE?SUFICIENTE?

Implementar o sistema de saúde significa enfrentar o peso da tradição criada em todo o processo de sua montagem, exigindo maior racionalidade e agilidade do seu aparato institucional.

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2. OS AVANÇOS DA NOVA 2. OS AVANÇOS DA NOVA CONSTITUIÇÃO: CONDIÇÃO CONSTITUIÇÃO: CONDIÇÃO SUFICIENTE?SUFICIENTE?Não se pode permitir que a lógica do

raciocínio contábil entre receita e despesa impeça a universalização dos mínimos direitos sociais numa sociedade tão acentuadamente diferenciada como a nossa, redendo-se precipitadamente à conclusão da inviabilidade da realização dos preceitos constitucionais por insuficiência dos recursos públicos.

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3. Do direito à assistência médica 3. Do direito à assistência médica ao direito à saúde.ao direito à saúde.

Quadro sanitário brasileiro (década de 1980/90):

- É do ângulo da distribuição social da doença que encontra explicações para a associação entre as profundas desigualdades regionais de nosso país e as diferenças nos padrões de morbi-mortalidade que as caracterizam.

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4. A ORGANIZAÇÃO DOS 4. A ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE.SERVIÇOS DE SAÚDE.Perfil da organização dos serviços de saúde no país,

após CF/1988:- Altamente centralizado;- Acentuadamente privatizado;- Distante das reais necessidades da população;- Clara divisão de trabalho entre setor público e

privado;- Profundamente discriminatório e injusto.;- Acentuada distorções sobre o financiamento.

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4. A ORGANIZAÇÃO DOS 4. A ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE.SERVIÇOS DE SAÚDE.O avanço dos debates sobre a saúde

consolida a proposta de descentralização como única alternativa para a constituição de um sistema de saúde adequado às reais necessidade da população, viabilizando sua universalização e equidade... É nesse contexto que emerge a proposta do SUDS (Sistema Descentralizado e Unificado de Saúde) – convênio com INAMPS – 1987.

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4. A ORGANIZAÇÃO DOS 4. A ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE.SERVIÇOS DE SAÚDE.Desafios colocados:1.Proposições contrárias aos interesses do

setor privado de saúde;2.Política de saúde – sistema público

sucateado, desaparelhado e com baixíssimo nível de resolutividade;

3.Traduzir um real vontade política e uma reversão das prioridades;

4.Caráter fluido da presença da saúde - escassa visibilidade política.

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5. A SAÚDE COMO DIREITO:A NOVA 5. A SAÚDE COMO DIREITO:A NOVA CONTITUIÇÃO E A ANTIGA REALIDADECONTITUIÇÃO E A ANTIGA REALIDADE..

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (CF/1988/Art. 196)

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5. A SAÚDE COMO DIREITO:A NOVA 5. A SAÚDE COMO DIREITO:A NOVA CONTITUIÇÃO E A ANTIGA REALIDADECONTITUIÇÃO E A ANTIGA REALIDADEImplantação do SUS – algumas diretrizes:- Medidas para concretização dos princípios do SUS;- Descentralização – estratégias em implementação;- Enfrentar a questão orçamentária- CNS/CESAU/CMS/CONASS/CONASEMS;- MS – coolaborar na função e suporte técnico na

formação de RH.

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5. A SAÚDE COMO DIREITO:A NOVA 5. A SAÚDE COMO DIREITO:A NOVA CONTITUIÇÃO E A ANTIGA REALIDADECONTITUIÇÃO E A ANTIGA REALIDADE

Reverter a atual situação da área da saúde demanda que ela seja urgentemente resgatada para a ESFERA PÚBLICA DA POLÍTICA . O envolvimento do legislativo, dos partidos polítcos, dos diferentes setores da sociedade num amplo debate público é condição necessária para fazer frente à resistência de toda ordem às novas diretrizes políticas e para que se avance na conquista da sáude como direito universal.