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ANNO 18 CAPITAL FEDERAL, 1893. N° 664
CAPITALAnno 16íOOO :Semestre 9$000Trimestre 5ÍOOO
ÜBLICADA POR JUSGElO^OSTtm,A oorrsspondencEa.« reclamações dsvttxi s»r dirígtdfts
à RttJt DI G8H0AUIS ClAt, I! 56.. S«S«A®0j,
ESTADOSAnno 20$000Semestre 11SOOOAvulso 18QOQ
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GvnvQYçt muito comWm. « vontapii p/e usXvúo d-&YonoivitcH.lovpiÍdt> fewvece.íjfwcrír fftvpo-Xí, Q ^we o ^pt* subir As nuvens , Co,isah-st mestre Ctn-vntio,
« epochet e dt ptsceitsão e. direcçAo dos fantots.
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qp3 t^ra-—¦ •¦..-• -— -REVISTA ILLUSTRADA J
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Capital Fedei-at,At/cmlo th 1S03.
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ESC1UPT0R1O E REDACÇÃO
Rna de Gonçalves Dias n. 50, sobrado
£CH0S t NOTASCaro nome chcil mio cor...
Hoje levantei-me com vontade .de- cantar, de cantar, de cantar...
Foslc primo palpitai...
E, como me levantasse assim, bemdisposto, com a alma nadando emalegrias salutares de sol, tomei umbond de Botafogo e
vamos atraz da serra,ó calunga,
para assistirmos a deposição do incly-to tenente Machado, muito illustre
governador de Santa Catharina, que,a taes horas, ¦
deve estar ardendo em brasas,em brasas de fogueiral.
A simples deposição, porém, deum governador imposto pelo presti-gio eterno do governo, não é motivobastante para que eu deixe agora deir ali á confeitaria da esquina tomarum pouco desse bello licor que
o peito accende e á côr ao gesto muda.
Não, senhor. Mais do que isto queacaba de ser sanccionado por toda a
populosidade de Santa Catharina,está o caso do Júpiter armado em
pirata, e preso quandoUm doce somno amado e confortávelA brava gente esperta dominava.
Guerreiros que dormem' no mo-mento decisivo talvez para a causa quedefendem ?! Mas quem é neste mundo
que não dorme? A' excepção do Sr.Conde de Figueiredo, o fundador donosso Banco Nacional Brazileiro, dor-mem todos : a nação, o parlamento,
as industrias, artes, commercio, la-voura e mais tôdosaKfyelles que têmsomno. ¦' A "A.
Vejo, porém, neste final de aren-
ga, arenga escripta e não falada, 'pois
que não desejo abrir , concurrencia à"rhetorica nacional, que escrevi mixtor-
prosa e verso.¦ Mixto ! oradireis ; mixto tens tu
o bestunto, e nestas épocas que cor-rem cheias de carestias, de um parde botinas por. i54$gooe de um col-larinho por 45$oóo',' não admira quetambém tenhas querido vender-o teu¦peixe>:. caro,": /e, tanto- rfiais: quanto¦'télevantaste alegre.... "¦•-••A 'Estoii alegre mesmo, muito ale-
gre, porque não tenho dinheiro; muitoalegre porque já deixei de fumar;muito alegre porque levantei-me ale-
gre, leve, num alegrão, com vonta-des pronunciadas de rouxinolear, comoos rouxinóes das companhias Iyricas,de cantar, de cantar a natureza, amarinha, o exercito, o Sr. Floriano emais toda a mestrança.
Ora vamos cantar
Chegou, chegou, chegou.,.
Jorge Moreal.
CORDA MMjk*x
is;/aAraA
criticái.populaAhsrti es-j. A ":>Vw 'J.t
i • ¦• ¦¦"'.prnto :?',íiaô amalysa se-
u,paradajnénte onda typo''a ¦ "\,A,;'V,*:.: de per si, compara-os[•englobadamente, inistu-
gljSSIlIjj rando-os como nas sa-ládas ou beberagens de pharrnacopéâs.
Tivelnos o exemplo desta bella èfacilima maneira' de .julgar corti aestréa da .companhia F,èçrarii».,-qile,apezar de' ser ainda totalmente de.sC!>-,nhecida dcdiletlantisma-destaCapi^tal, já assumiu proporções phantas-ticas de notabilidades universaes,
Assim dizia-se que Camera ao;lado de Moro era o' mesmo que lagar-tixa junto de rhkioceronte ; quea deliciosa G.abbi não valia um. sós-
'piro da Tettrazzini; que Mancinellinãoobtinha com a sua poderosa ór-chestra os mesmos effeitos, os mesrríoscoloridos e destaques admiráveis queCampanini dirigindo alguns professa-res apenas ; emfim, que entre a com-
panhia Ducci e a do Ferrari a escolhadevia ser forçosamente favorável a esta
Ora muito bem. Estréa a com-
panhia Ferrari com a A ida, do pHe-
CONCURSO LITTERARIO
D ia' p h a n e i d 3 d e s (*)
Brjiírias; Seyoas, no espirito doentioEassenr-roej.enibora veladoramente,Twsurgirás eterna flor do estio,Radiante, rubra, tentadora, ardente.
Toldem-me a vista soes, e fio a fioTrama offuscante me perturbe a mente,Eu te verei, eterna flor do frio,Fria, polar, consoladora, albente.
Visão de fogo, apparição de gelo,O. mágico poder, estranho e raro,Dás-me de tudo ver, nítido e bello.
Pois tudo em i\,ÂÍ amor abrigo e amparo,Faz-se como.este amor que tu'alma fel-oDiaphano, leve, transparente, claro.
*) Foi este o único soneto premiado no concurso aberto-por estano numero.
©. Emilia de 3/Dran.d.a INetts ;
tolha entre as poetisas brasileiras. O retrato da nuctora daremos no
!
5
REVISTA ILLUSTRADA
riomenal Verdi (como o chamou¦ -Lombroso); os artistas cantam bem ;
os coros mostranvse perrengues; aorchestra deficiente e cochilosa, o Sr.Moro dá um sói velado, o bravo Ma-riacher um si rouco e o Sr. Crombergumfá velho.
O publico applaude em delirió Ie a platéa conserva-se respeitosa-.mente áttenciosa para com os artistas»que chegaram, olharam, cantaram enão desafinaram.
A nosso ver, porém, o publicoestá muito apaixonado, apaixonadis-simo ;- porque entre ambas as compa-
1 ,rn'hias não pôde absolutamente..haver.confronto. A companhia ©ucci é de.prima ordine, a do nosso velho Ferrari;tam'be'm. Mas...
La dona é mobile.... '.. ' Diabo azul.
\m0$tyr'¦-jf^ghZ}, nosso ultimo numero
. produziu uma.impressão5 tão viva, tão radical no
| espirito publico, que tive-
j mos necessidade de tirar| c*nco edições a mais do
commum. .Este movimento sympathico dá
população para com o nosso jornal éuma das provas completas da nossaindependência, do nosso critério eimparcialidade politica.
Mais uma vez : obrigado.
-a.; ." ¦ ' §
O Dr. Juliode Castilhos,governa-dor eleito do Estado do Rio Grandedo Sul, acaba de passar o governodeste Estado ao Dr. Carlos BarbosaGonçalves, medico distincto e geral-mente estimado.
Se a causa da revolução rio-
grandense estava inteiramente ligadaá permanência dó Dr. Castilhos no
governo do Estado, é de suppor-se
que cessou o rriotivo de tão profundadissidência entre a família rio-gran-dense, devendo o Estado agora entrar
num período de ordem, de paz e dereconstituição.
- vUm dos Srs. senadores, o mais
ruminante de todos estes e o menosLobo de todos aquelles,- acaba de pu-blicar no Diário Popular, de S. Paulo,umas arengas bem pouco sympathicasás senhoras, ou antes, ás mulheres.
Este Sr. ruminajile, que já não lêos jornaes da terra, exceptuando ape-nas o que brota da sua lavrinha decasca de banana, está despeitado. Queculpa, meu caro ruminante, têm asmulheres da- sua velhice casposa ?.
' Dar-se-há o caso de querer obrigál-astambém á confecção electrica mani-pular ?
Já é ,-- .
Os políticos reinantes tratam deeffectuar a organisação de um novopartido político rotulado : partidofederal republicano braziieiro.
O titulo é longo, mas nem porisso deixo de'grudar-me á causa dosSrs. da representação nacional, que,por ser justa, representa uma garantiaeleitoral e um bom auspício ás proxi-mas eleições. Assim, pois, eu quenunca tive o direito de suppôr-me umconcurrente aos formiguentos queixosdo Sr. AristidesLobo, tenho dé hojeem deante a esperança ao inenos dosbons olhados do directorió do partido.
Sim, senhor ; o partido republi-cano federal braziieiro não é um par-tido, é uma partida.
No senado discute-se uma questãoimportantíssima, de toda a actualida.-de, assim concebida em seus termos
principaes,: — O senado, a bem darespeitabilidade de suas decisões,deseja saber primeiro-: qual é entreseus membros o unico que tem pro-habilidades de ser o senador cabeça ;segundo: a cabeça de senador.
No-próximo dia de sessão falarãosobre o assumpto os Srs. Ruy Barbosae Quintino Bocayuva.
• '• ¦ -.¦.-•- S. Thomé.
AliceNa serenidade envolvente do Teu
olhar azul, que as Imagens copiaramem mármores consagrados, ha, pelasdoçuras suggestivas das tardes crepus-culares, diaphanas e carinhosas, re-lampejamentos furtivos de um senti-mento estranho.
E, como através Constituiçõesmysticas, lavoradas em Arte, ductilis-simas na receptividade nervosa, aEmoção alvorece e cantai- deixo-meficar sempre no subtilissimoda psy-chologia dissimulada, que decompõea Côr, que recompõe o Aroma.
E Tu, talvez, ainda não estra-nhasses o Silencio que me caracterisa,a Força que me domina, quando, jun-ctos, ao' lado um do outro vamos, fe-lizes na sombra arotfialdas alamedasjasminadas, amando a átohia sacra dasCousas aeriformes, gozando a afini-dade excelsa dos nossos temperamen-tos amados.
E francamente, ser-me-ha em ex-cesso saborosa essa Tua ignorânciaingênua da minha analyse terrível,que é a miséria de todos os artistas, oveneno que entontece, anesthesia emata.
Dir-te-hei o motivo.Caso venhas a saber que Te leio
a alma, que Te surprehendo a rápidaintensidade pensante, Tu deixarás deser para mim o livro casto de encan-tos, onde o olhar impassível da indi-vidualidade psychica determina asnuanças, apanha os contornos das li-nhas imperceptíveis que a Impressãophotographou numa diaphaneidàdede Ar... Tu deixarás de ter para mimo sabor exquisito e virgem das fructasraras, que os luares nostálgicos dostrópicos espiritualisantes sazónarampor altas noutes de calma, de acon-chego e de caricia, na estação, bíblicae primaveral de Maio, Então, minhamuito amada Alice, Tu serás a meusolhos como todas as mulheres, adoen-tando o Espirito de todos os Incom-prehendidos. Ignora, pois, a acuidadedo Ser particular, a nobre qualidadeefHorente dos organismos seléctos.
Çonserva-Te sempre original,ideal, para que não percas a egrégiaselecção humanisada. ,"
E eu, na minha reclusão de As-ceta, de analysta das Fôrmas e dasEssências, Te amarei melhor, sentin- :do-Te em serena mansuetude dosEternos. Porque, Santa das Santas,Adorada das .Adoradas, na Magua.in-complacente das minhas horas, ha Of-ficios da Paixão, vozes dás Sombras, e
jnfiunt, depois de Mini* lonetetPiusettciet çicfH&H de. voltetr ««. Sm-ropPL o nosso ttlHsfft & $stmioidi$-stino dFlMIYH dtjlrea*v>.
-Vhtfí» delk esse e/fa-eico, seu colita
•^Abr•ctçeido e festejemtetnieitte. \tut def/rie
em sioio elle t iituiyo /«*- >«(. , _ ., a , ,, ,hhUkcou „ho Wi- *""¦" "" C"t"M eloMmsi
n do, promovidas pitos endieivretdos t sett-teiosos111 et Cfttrwivi ri os d{*"Çftreteí"!
farte t sadio. Çwe lf%e u-cxcoitftçpt perder ms fret-vt&et.t,
i^H si pròtonefar estet snuetção, so poderão fetxer fetce et essei&efhelpi(Piic£ opte se intitulei.-Cetresttd dos gêneros- eiqueUtsetnepor eÂi etndmn,Gordurosas, feiicifeieloS petets tretiiioiets doelOftPítiTtrt da. BoSspl, |
e atte. souberspirix. etetMWHr-dentes pt «mu retpte/et t-wÂo esheretUei fortuna-
\ Si
11 esht sjueiUree de eriniteictrecirrtentofftvpit, ae* (fUMt sò escetpetrn ei tpiplrntietetevptl, Pie* e]ifitítmenticiet
OS eiue'11 os tirtpaterem o tndisfrert-sptvel &eef pelet. horot de*, morte. e mos fornecem et cepoliei i
o etttto por elevetdos preços.
¦se de unheis £. """""^ ^*CX§E Como stviet vom. MHtlo ¦welhov **""" '"'^ "*"¦'"""""'""-""*
-Ah- se ti veste-mos f«-w&em en-trotei» net tpti pepinetrei, diriet-mos %oie -htHtosoS:
- Semos &ívn&ixs pttret dar e vender:
e mptis contmodo. do ofut cstnriuosifíi*itp* 11*511 fe pintem Uo votiecos,
t quebrem do qí> careceu petrei mietejinetr nm«Cftretets e/ue possam etPjretdpir,PterpiÍi-iien.te,lsem- efue vão provocptr ns susceptiuiçideides de.
etlmins. Ai!que vtdinhet.... £ etmd*,/nes cfiwwwm c/t pírttet-iiwios!
fl C. e~JL.„ ,.',Vr« ^««/«^^c rt *,*,,«.«»,•;,..£» -hAi- u-mo. j^iiííí w«r p/p ywA WJ" ^° se/to fretv&PtdoO oSrii-ejivishdts Pimdpt- se cft-ieíxm e prornette -nwo t»i« ir £ei* oí Jpi-mwí;
«pí Cotpifeii. ó-St*'? em wmoL dptf sutets torreshonde^xcipts psnret S. PçO-ilofínfwrcw fiterertifrttí pis Sfiii&pfecs SrtHsileiypts. Gtitrstptdf^ttip*dH triptis -\tpt-turpii, et -nosso vert do aue õ-Sx™ ser severc-tmente, punido por eiíe delicio de,Itseireortexteí ¦
pfmnho por tírnetdescornioostffi-çisinUrpt pPííiPtdet. por
'moCPt&£uor*ttei,Siásc-vej. Ç«e deliciei.! Comi cfi-ie et^riéi^etcèío et etpvt-"HftetTiotv»ojf!
UrreCd está o JevrekYt. "ZLenibroH-üe.
de nós destoí vex . hep^i estamos, Cdmpsempre, dispostos gt etpp£t*i-tdit-o.
1/lw* bretvo etoiSirretri 1
REVISTA ILLÜSTRÀlbA
reminisceiicias indecisas do Conforto,
que a pureza simples das Almas boaseternisa e flore.
ARTHUR HE MIRANDA.
CARIDADERecebemos um exemplar da Cam-
dade, edição especial promovida pelacorporação artística das omcirias dosSrs. Tavares Cardoso & C, em bene-ficio do orphelinato paraense.
A parte litteraria deste sympa-thico periódico se não prima pelorigor da escolha, jiem por isso deixade representar um auspicioso renas-cimento artístico, uma tendência ma-nifesta do espirito paraense para ocultivo das artes nobres. O que,porém, mais distingue esta magnífica
publicação, dando-lhe uma _ clarezasalutar de espirito, é a maneira real-mente brilhante, digna dos mais altosapplausos, que presidiu a sua con-fecção. Quer o papel empregado, anitidez da composição e a boa harmo-nia na distribuição geral da matéria,dá uma prova ampla, completa, cabal,de que no Pará a impressão já pôdeser tão rigorosa como em qualquerparte da Europa.
Agradecendo a visita, enviamos
parabéns aos escrupulosos collegas.
BAILES E...
Esteve originalíssimo o concertoorganisado pelo Sr. Couceiro no Cas-sino Fluminense. A concurrencia foienorn-e e explicável não só pelo nomedos artistas que nelle tomaram parte
...como pela celebre estudiantina exe--,cutada a rigor e com surpresa, pelamaneira brilhante, estranha, exqui-sita, e de caracter verdadeiramentesensacional. Nella tomaram'parte 4.0bfindolins.
Esta festa, que será inesquecível,foi levada a effeito para auxiliar a recon-strucção do Lyceu de Artes e Officios.
Parabéns.
As sociedades carnavalescas con-tinuam a abrir, aos sabbados, os seusbellos salões alegres e illuminados.
$Deixou as melhores impressões
no espirito de seus convidados o ul-timo baile dado pela sociedade doClub União Commercial.
Depois de um concerto organi-. ...sado de. modo sympathico, dançou-se
até á madrugada. .__Repórter.
Com a moléstia do bravo tenor
Gabrielesco que fora accommettido em
scena de uma syncope quando can-
tava a parte de Tanhauser da grandeopera wagneriana, a companhia lyrica
que se acha nesta capital sob a dire-
cção Ducci Chiacchi fez a sua estréa
com a Gioconda, sempre ouvida com
attenção pela platéa fluminense.Dos artistas que tomaram parte na
execução do admirável trabalho mu-
sical de Ponchiélli, vamos nos eximir
de falar da senhora Gabbi è Camera,
duas notabilidades artísticas já bas-
tante conhecidas e admiradas pelonosso dilettantismo, apezar de con-
sideral-as agora em melhores con-
dições de voz e arte do que ás vezes
que já aqui estiveram. A ambos
resta-nos a suprema alegria de vel-os
novamente entre nós, por isso quenós é summamente agradável dirigir-
lhes, do alto desta columna, os nossos
mais sinceros cumprimentos.Nessa noite da Gioconda, houve
três estréas:. Colli, De Grazia e
Fabbri.O tenor Colli é ainda um princi-
piante, não está bem a par,do con-
vencionalismo theatrab Por isso todo
.0 seu trabalho dramático quer' ná
Gioconda, quer no Rigoletto, deixou
muito a desejar. Como cantor, porém,dispõe de elementos . admiráveis:
uma bella voz- sonora, suave, bem
timbrada e extenáa até o si natural;
bem emittida nós agudos e um pouco
guttural nos centros efraqúissima nos
graves. Canta bem, com correcção e
delicadeza, conseguindo agradar im-
menso na celebre ária "cieloe maré",
realmente cantada com muito mimo.
No Rigoletto, porém, cantando a ma-
gnifica parte de duque de Mantua,
distinguiu-se mais ainda no celebre
quartetto do segundo acto e.na deli-.
ciosa canção "Ia dona é mobile", sendo
applaudido com toda a justiça.A senhora Fabbri, contralto, não
conseguiu agradar tanto na Aida
(Amneris) como na Gioconda, ,era
que mereceu applausos tanto mais
justos quanto assistimos em outrasépocas applaudir-se a senhora Leo-
nardi no mesmo papel.Apezar de ser uma bella artista e
cantar com máximo vigor, a sua voz
todavia já está' um pouco cançada,
áspera e desagradável nos graves.O baixo De Grazia com ser um
artista consciencioso dispõe de um
órgão vocal delicioso, amplo, cheio,
sonoro e potente. Tanto na Gioconda
como na Aida e Rigoletto, portou-sesempre com a mesma galhardia, Sem-
pre distineto e correcto.
' §
Para a estréa do tenor Metellio
e da soprano Nicelli, deu a empreza
em segunda recita de assignatura a
apparatosa opera de Verdi a Aida,
que encontrou em Adalgisá Gabbi,
Camera e De Grazia três artistas
notabilissimos e admiravelmentetpr-
rectos.O tenor Metellio não tendo voz
potente não devia cantar a Aida, é
facto. Toda a parte de Radamés
exige, para que melhor sobresaia em
colorido, voz e muita voz, o quenão ppssue o tenor estreiante. Isto,
. porém,, nãó é motivo para . que se
deixe de àpplaudir um artista quecanta de maneira surprehendente, co-
mo o fez a platéa do Lyrico. Se o
distineto artista (distineto como bem
poucos temos assistido) não encheu o
velho barracão á maneira de Tamagno,
nem por isso deixou de fazer jús a
todos os applausos pelo modo alta-
mente artistico e notável com quecantou toda a parte do seu difficil
papel.Metellio é um cantor puro, aris-
tocratico, que só pode agradar aos
ouvidos delicados e educados.
A senhora Nicelli não deu ao
papel de Aida o brilho que poderiadar com a sua voz extensa, apurada e
justa. E éxplica-se. As galerias do
Lyrico têm pòr tal modo procedido
REVISTA ILLUSTRADA
nestes ultimos tempos que não ha
artista capaz de afrontar com sanguefrio as garotagens que por lá andamdesmoralisando o velho e sympathico
poleiro. Em todo o caso,.apezar da
falta de unidade que notámos em seus
processos artisticos, a senhora Nicelli,
com mais calma, poderá obter resul-
tados admiráveis com os elementos
que possue.
v '
No Rigoletto estreou a senhora
Boconat. Todos os elogios a esta
notabilissima soprano ligeiro são pou-cos; e tanto assim que o publico,apezar de frio e indifferente como se
tem mostrado, fez-lhe uma ovação
cabal e delirante.
§A orchestra do Lyrico é dirigida
por Mancinelli, o que eqüivale a cias-
sificar de celebre.Os coros são bem ensaiados e a
scenographia um pouco melhor (em
.certas peças) do que a do anno pas-sado.
' Emfim,' a companhia Ducei é boa:
£ conta com artistas dignos da noto-
riedade que possuem na Europa.- ' .
&
Estreou no São Pedro de Alcan-
tara a grande Companhia Lyrica do
Sr. Ferrari, que, de passagem poresta Capital, dará uma assignatura
Qe oito recitas.O elenco do companhia Ferrari
é o que se pode exigir de bom, de
homogêneo, de harmônico ; e a sua
jsstréa foi um suecesso franco.
No próximo numero daremos
noticias circumstanciadas.
§
SÃO PEDRO D'ALCÂNTARA
Fez beneficio no São Pedro de
Alcântara o distineto actor Brazão,
;uma das glorias artísticas de Portugal.
O theatro esteve litteralmente
cheio e a companhia esmerou-se em
abrilhantar a festa artística do notável*
,'tragico portuguez.
POLYTHEAMA
Depois da Lúcia de Lamermoor,
onde a Sra. Tetrazzini obteve uma
ovação delirante, o Polytheama
nos tem dado com muito brilho a
Somnambula, Sinos de Corneville,
Sala/iiel, Papá Martin e outras ope-
retas magníficas.A companhia Tomba já não pre-
cisa mais de reclames.
§O popular actor Machado inau-
guroti os espectaculos da sua compa-
nhia, que está trabalhando na Phenix
Dramática, remontando o Phantasma
Branco, de Macedo, peça em que ha
situações deliciosas e que ainda hoje
conseguem attrahir o espirito publico.Bem montada e desempenhada
por um corpo de artistas distinetis-
simos, €" certo que o Phantasma
Branco cahiu em novo período de
agradabilidades e enchentes para a
velha e inesquecida Phenix.
Arcadia.
<-. a t-ttíc-itttttvicíe; jíto'A ARTHUK DE MIKANDA
Faltem-me embora para o,noviciado. sDeste amor qiie conforta e'regeneraTodas as innocencias, todo o aladoBando de sonhos que a innocencia
Faltem-me e eu venha já, velho e cançado,Velha lenda que veiu de éra em éra
Perdendo o brilho,^- e entre o templo sagradoDo teu amor em pós uma chimera.
Entre—que importa!—encontrarei uni tectoE o agazalho das Santas-Escripttiras,
Peregrino do amor, pagão do affecto.
E o baptismo terei para quem amaAmplo Jordão de águas claras e puras—
Água lustrai que o teu olhar derrama.Emílio dÈMenezes.
Livro da Eorta ;•¦¦•Recebemos e agradecemos :
— Primeiro ensaio de um estudo
nacional sobre o aerostasto dirigivèl,
pelo tenente do exercito Affonso Bar-
rôuin.Apezar de toda a nossa boa- von-
tade não nos foi possível entender as
conclusões desse estudo nacional assim
como aceitar o rigor da lógica do il-
]usfre tenente.
—- Direito de graça... mesmo
porque comprado não o queríamos.
hRevista de Guimarães, publica-
ção da Sociedade Martins Sarmento.
Esboço histórico dos costu-mes do povo espirito-santense desdeos tempos coloníaes até nossos dias.
Vamos lel-o.
- §Da Companhia Nacional Edi-
tora de Lisboa, cujo representantenesta capital é o Sr. A. de Mascare-nhas, os fasciculos do Egypto, dosDramas da espada, dos Tres milhõesde dote, do Sobre o Oceano, e' do Por-tugal Marítimo e Contemporâneo.
,Do Sr. J. S. de Oliveira Bar-
reto, editor, um exemplar da magni-fica valsa brilhante Musica, originaldo Sr. Seraphim do Valle O. Barreto.
§Dos sympathicos editores Bus-
chman &,Guimarães, a Lida, valsa por
Júlio Reis, que já é um compositor
querido, estimado e mesmo bijocado
pelas meninas dançantes e não dan-
cantes; e a Lili, valsa por Alvar0
Rusto.
Do Sr. J. Bevilacqüa & Comp.
incansáveis em boas edições.umexem-
plar da Moanha, polka por JoaquimÁrouca.
E ahi está o motivo da nossa,
clássica vadiação. Estes homens man-
dam-nos todos os dias boas musicas, e
nós, que somos sempre agradáveis é.
de' bom humor, não temos remédio
sèíião dançal-as.Pacifico.
AVISOAos nossos assignantes que ainda
não mandaram reformar as suas as- isignaturas rogamos a fineza de /aze- ¦rem-no, afim de não soffrerem inter-i,rnpção na remessa, da /olha.
A Administração jComp. Impressora—7-Rua Nova do Ouvidor 9,
Í-.V-
-»PI^ & :.'v-A,- ./^fek I JUBíUÍPCÃOZ~y:"£fflf .7- a,^3 A-•*---JA-:; $T
~""*£A. i ftü-->-. i ¦-,-¦ ¦¦•'. '"•'¦% '
¦ ¦-SüSÇf*'*''¦¦'¦¦¦-¦" fij:..-.... ii"' i .-; ..,..a?- V- J-'":'Z'Jf '.'•'.q- '> iSt^ ¦ '""''''"'¦-¦¦¦.--'^'A' ... ,
G> Covfucido fa-nqutiro Conde dl eFiKH*irtdo,proj$ctou. e mceiltH, de Cpur/Vw/V w'u.mo bnnco. <Zsth fiti, soli dotmvntt : í de fridret e Li. fetrAen et todos vtetHtlhsyuc [ivtreint pt. ventura de. encontrar eünelot, hwh eiccptesinfiei.
novo
iV/t"í! cIfitiP•¦">;¦-•*
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Os ei o eis ofeilsteiff.uh juntos de. vim dihttnnte:- AmUs *,HyrtÍfic9St deliciosos; ^«i d't!hs tscdt,tr$...