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R$ 13,90 ANO XL – Nº 466 | www.comunidadeemanuel.org.br A Revista da Renovação Carismática Católica

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R$ 13,90

ANO

XL –

Nº 4

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DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

Oração Inicial

Com minha bênção sacerdotal

Dom Cipriano Chagas, OSB

Oração de cura da rejeição

P ai, eu perdoo, abro mão da amargura, do ressentimento, do ódio, da revolta. Eu te agradeço, Pai, porque sou aceito em Cristo, sou filho de Deus. O céu é meu

lar, eu pertenço a melhor família do universo, o Sangue de Jesus corre em minhas veias, eu vivo da vida de Jesus.

Senhor Jesus Cristo, eu creio que és o Filho de Deus, que és o único caminho para o Pai; morreste na Cruz por meus pecados e ressurgiste dentre os mortos. Eu me arrependo de cada pecado que cometi, e perdoo cada pessoa, como Deus me perdoa, como quero que Deus me perdoe. Todos aqueles que me rejeitaram e feriram, que deixaram de mostrar-me apreciação e amor, eu os perdoo todos, agora. Confio em que me perdoas, Pai, e creio, Senhor, que me aceitas neste momento, que me abraças neste momento como eu sou, em Cristo Jesus.

Eu reconheço que sou aceito, que sou alta-mente favorecido, que sou objeto de teu especial carinho e afeição, que sou realmente amado por ti, cuidas de mim, que me queres, que és meu Pai, que eu te aceito a mim mesmo, da mesma maneira como me fizeste, que em mim começaste um bom trabalho, que completarás até o dia de Cristo Jesus.

Senhor, eu me liberto agora de toda a pressão maligna da rejeição. Retiro das mãos da rejeição toda a área de minha vida que esteve sob sua in-fluência, e ordeno que se retire de mim a rejeição e todas as suas consequências, e entrego essas áreas ao meu Senhor Jesus, e entrego todas as áreas do meu ser e de minha vida que estiverem sob a influência da rejeição, e liberto agora meu espírito para que eu possa rejubilar-me em ti. És o meu Deus e o meu Senhor e que tudo se realize em teu Santo Nome. Obrigado Jesus, Glória a ti, Senhor.

Amém.

2 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

A revista “JESUS VIVE E É SENHOR” é uma publicação mensal da Comunidade Emanuel, entidade sem fins lucrativos, declarada de Utilidade Pública pelo Decreto 8.969 de 13/05/86. A COMUNIDADE EMANUEL tem entre seus Ministérios a Evangelização através da Palavra escrita, servindo à Renova-ção Carismática da Igreja. Sua espiritualidade é centrada em Jesus Cristo, guiada pelo Espírito Santo de Deus, incentivan-do os seus leitores à vida sacramental, à oração pessoal e ao uso comunitário dos Dons e Carismas.Orientação da COMUNIDADE EMANUEL. Uma Associação Particular de Fiéis Leigos, assim reconhe-cida por Decreto, pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Revista com Aprovação Eclesiástica.® Copyright 1996 – Direitos ReservadosCOMUNIDADE EMANUEL CNPJ 29.983.269/0001-17 - ISSN:0103-8133- Rua Cortines Laxe, nº 2 Centro - CEP 20090-020 - Caixa Postal 941 CEP 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ Brasil - Tel.: 0+XX+21 2263-3725 Fax: 0+XX+21+2233-7596.

Órgão Fundador da Associação Latino-americana de Revistas de Renovação no Espírito Santo.

• Fundador: DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB.

• Diretor-Presidente: Dom Cipriano Chagas, OSB• Diretor Responsável: Mauro Moitinho Malta• Conselho de Redação: Dom Cipriano Chagas, Maria Teresa Malta, Anna Gabriela Malta, Alexandre Honorato D. Ferreira

• Redator Responsável: Jeannine Leal• Revisor: Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar• Coordenador de Edição: Comunidade Emanuel• Projeto Gráfico e Diagramação: Comunidade Emanuel• Revisão e Tradução: Comunidade EmanuelOs artigos publicados nesta revista são de responsabilidade dos autores. Todo material para a revista, sendo publicado ou não, não será devolvido.“A este Jesus, Deus o ressuscitou, e disto nós todos somos testemunhas. Portanto, exaltado pela direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e o derramou, e é isto o que vedes e ouvis” (At 2,32-33).

“Saiba, portanto, com certeza, toda a casa de Israel: Deus o constituiu Senhor e Cristo, a este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2,36).

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MAURO MOITINHO MALTA

Mauro Moitinho Malta Membro do conselho da Comu-nidade Emanuel, autor do livro “Perdão, o caminho da felicidade”.

Carta ao Leitor

E stamos comemorando 50 anos da RENOVAÇÃO CARISMÁTICA no Brasil! E 40 anos da revista Jesus Vive e é o Senhor!

Dom Cipriano foi um dos precursores desse movimento que representou um “sopro do Espírito Santo” na Igreja, entre os sacerdotes e leigos católicos. Por isso apresentamos um resumo da vida de Dom Cipriano, presidente da COMUNIDADE EMANUEL, sua ação para a divulgação do movimento da Renovação Ca-rismática pelo Brasil, a forma como foi “tocado” pelo Espírito Santo na Igrejade Saint Sulpice, em Paris, durante um encontro no grupo de oração renovado que se reunia no local, a liberdade que o então abade do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro lhe concedeu para exercer essa missão, reconhecida como “soprada pelo Espírito Santo”, a fundação da COMUNIDADE EMANUEL, dos meios de comunicação utilizados para ampliar a divulgação dos carismas do Espírito Santo, assim como depoimentos históricos sobre o início da Renovação Carismática no Brasil.

É interessante notar que de 10 em 10 anos, esses depoimentos seguem um fio condutor. Se no início a ênfase era na explicação básica sobre o movimento, com o decorrer do tempo e a ampliação no espaço dos novos adeptos do movimento, os depoimentos passaram a focar mais nos carismas do Espírito Santo, como se anunciasse a importância de estabelecer melhor a importância de cada dom recebido pelos novos adeptos no batismo pelo Espírito Santo. Assim, Dom Silvestre Scandian, SVD, em 1977, faz um resumo do que é o movimento, dez anos depois, Pe. Salvador Carrilo, alerta para o perigo de leigos, entusiasmados pelos dons e carismas do Espírito Santo, começarem a evangelizar sem a necessária formação teológica, para evitar falsas doutrinações.

Dom Cipriano Chagas, OSB, por sua vez, ao falar sobre a paz, afirma “que o Espírito Santo renova a vida e dá a paz àqueles que voltam seus pensamentos para Deus (Rm 8,6). O Espírito, ao mesmo tempo, move e apressa todos os crentes a voltarem-se para Jesus e receberem a paz. O Espírito também reserva para nós as primícias de um lugar no céu (Rm 8,22-23; Ef 1,3.14).”

Dom Andrew Miles, OSB, nos informa que as orações de Jesus indicam que deveríamos orar

primeiro e sobretudo pela proteção de Deus para a nossa alma e nosso espírito e apresenta uma série de exemplos de oração de proteção.

Dom Cipriano, em outro artigo, informa que “a oração abre caminho para que o próprio Deus trabalhe em nós e através de nós. Como mensageiros de Deus, façamos da intercessão nosso trabalho principal: com ela asseguramos a presença, o poder e a companhia de Deus.”

Pe. Raniero Cantalamessa, OFMCAP, em seu artigo sobre pesuisa de opiniões, mostra que Jesus também fez a sua, explicando: “Jesus lhes dirigiu à queima-roupa a pergunta: “O que dizem as pessoas quem o filho o Homem?” Os discípulos apresentam uma série de respos-tas, mas nenhuma era a que Jesus desejava: “Alguns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas”. Mas para Jesus não interessava medir o nível de sua popularidade ou seu índice de simpatia entre o povo. Seu propósito era bem diferente. Na linha seguinte lhes pergunta: “E vós, quem dizes que eu sou?” E só um, Simão Pedro, respondeu:: “Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo!”.Entre as duas respostas há um salto abissal, uma “conversão”. “Não basta crer na divindade de Cristo,” diz o autor, “é necessário também testemunhá-la. Quem o conhece e não dá testemunho desta fé, mas se a esconde, é mais responsável diante de Deus do que aquele que não tem essa fé.”

Nessa síntese da ação da Renovaçã Caris-mática entre nós aprendemos ser necessário, cada vez mais, aprofundar nossa fé lendo e me-ditando as Palavras da Bíblia, deixando–se dirigir pelo Espírito Santo que habita em nós através da Efusão do Espírito, que nos permite absorver melhor os ensinamentos que lemos na Bília e partirmos para a evangelização e divulgação dos dons do Espírito.

4 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Revista Jesus Vive On Line

EnsinoA EVANGELIZAÇÃO FUNDAMENTALPor José Prado Flores

Curso de IntercessãoO ELO ENTRE A ONIPOTÊNCIA E A IMPOTÊNCIAPor Dom Cipriano Chagas, OSB

Entre o céu e a terraA MENSAGEM DA CRUZ DE CRISTO AO CORAÇÃO DA JUVENTUDEPapa Francisco

Capa

20 Dom Cipriano Chagas e a Renovação CarismáticaUm dos pioneiros da Renovação Carismática no Brasil. Sua trajetória e sua influência na RCC.

3 Carta ao leitor Por Mauro Moitinho Malta

1 Oração Inicial ORAÇÃO DE CURA DA REJEIÇÃOPor Dom Cipriano Chagas, OSB

6 Alma FemininaTIRAR O MANTO DA INVISIBILIDADEPor Anna Gabriela Malta

36 SantoOS TRÊS PASTORINHOSDa Redação

38 Espaço musicalMAIS DO MESMO?Por Alexandre Honorato

Colunistas

30

32

Seleção 40 anosPAZ AOS AMADOS DE DEUSPor Dom Cipriano Chagas, OSB

ORAÇÃO DE PROTEÇÃOPor Dom Andrew Miles, OSB

Seções5 Testemunho | Frases

39 EducaçãoAJUDA DOS PAIS NO DEVER DE CASADa Redação

41 Agenda

40 CatequeseO BATISMO E A EFUSÃO DO ESPÍRITO SANTODa Redação

HomiliaE VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU? Por Pe. Raniero Cantalamessa, OFMCAP

28

23

24

Entre o Céu e a terraE NADA VOS SERÁ IMPOSSÍVELPor Vinícius Abreu Lima FilhoO ENCONTRO DE JESUS COM A SAMARITANAPor Dom Anselmo Chagas de Paiva, OSB

34 Nossa Senhora100 ANOS DAS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA, EM FÁTIMA Da Redação

10 Comunhão EclesialOS PAPAS E A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICADa Redação

Vida e Conhecimento14 HISTÓRICO

Da Redação

15 UMA PROFECIA PARA A RENOVAÇÃO CARISMÁTICAPor Dom Cipriano Chagas, OSB

16 A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA - 10 ANOS DEPOIS – 1977Por Dom Silvestre Scandian, SVD

17 A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA - 20 ANOS DEPOIS – 1987Por Pe. Salvador Carrillo Alday, M. Sp. S.

18 UM PLANO PARA OS GRUPOS DE ORAÇÃOPor David Thorp

2017 • edição 466 • Jesus Vive e é o Senhor 9

10 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Comunhão eclesial

SE O MUNDO APARECE PROFUNDAMENTE MUDADO, TAMBÉM A COMUNIDADE

CRISTÃ ESTÁ EM GRANDE PARTE TRANSFORMADA E RENOVADA

OS PAPAS E A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA

Papa João XXIIINo dia 25 de dezembro de 1961,

o Papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano II, através da Constituição Apostólica Humanae Salutis. Ao intro-duzi-la, chamou atenção a dois pontos de importante mudança e incentivadores de uma mudança, de uma renovação da Igreja.

O primeiro, a reorganização da sociedade moderna, deixando Deus de lado e o ateísmo militante. Disse o Pon-tífice: “A Igreja assiste, hoje, à grave crise da sociedade. Enquanto para a humani-dade surge uma era nova, obrigações de uma gravidade e amplitude imensas pesam sobre a Igreja, como nas épocas mais trágicas da sua história. Trata-se, na verdade, de pôr em contato com as energias vivificadoras e perenes do evangelho, o mundo moderno [...], mas que carrega também as consequências de uma ordem temporal que alguns quiseram reorganizar, prescindindo de Deus. Por isso, a sociedade moderna se caracteriza por um grande progresso material a que não corresponde igual progresso no campo moral […] – um fato inteiramente novo e desconcertante – a existência do ateísmo militante, operan-do em plano mundial.” 1

Não obstante a esses fatos, ha-via motivos para a Igreja se renovar,

disse João XXIII: “Estas dolorosas ave-riguações conclamam ao dever da vigilância e despertam o senso da res-ponsabilidade. Almas sem confiança veem apenas trevas tomando conta da face da terra. Nós, porém, preferimos rearmar toda a nossa confiança em nosso Salvador, que não se afastou do mundo, por ele remido.” 2

Chamou a atenção para o fato da Igreja não ter se mantido inerte durante

as mudanças no mundo; opondo-se às ideologias materialistas e negadoras da fé, viu brotar ações apostólicas no seio do clero e uma tomada maior de consciência por parte do laicato de suas responsabilidades. E completou: “A isto se acrescentam os imensos sofrimen-tos de cristandades inteiras, onde uma multidão de pastores, de sacerdotes e de leigos, pela invicta firmeza da própria fé, sofrem perseguições de todo gênero

Desde o apelo do Papa João XXIII até o envio do Papa Francisco, a Renovação foi um desejo do Espírito Santo como “uma corrente de graça” para a Igreja.

A palavra pastoral de cada Pontífice revela o apoio e o estímulo da Igreja à renovação, à conversão e à experiência pessoal com a pessoa de Jesus e o acolhimento da

ação do Espírito Santo na construção do homem novo interior.

2017 • edição 466 • Jesus Vive e é o Senhor 11

Continuação

ABRIR-NOS AO ESPÍRITO SANTO, ELIMINAR TUDO O QUE SE OPÕE À SUA AÇÃO E PROCLAMAR, NA AUTENTICIDADE CRISTÃ

DE NOSSA VIDA DIÁRIA, QUE “JESUS É O SENHOR”

e revelam heroísmo, certamente não inferior aos dos períodos mais gloriosos da Igreja. Assim, se o mundo aparece profundamente mudado, também a comunidade cristã está em grande parte transformada e renovada: isto é, socialmente fortalecida na unidade, intelectualmente revigorada, interior-

mente purificada, pronta, desta forma, a enfrentar todos os combates da fé”. 3

Há um apelo precursor da renova-ção da Igreja por meio dos carismas. Ao compor a oração de preparação espiritual do Concílio Vaticano II, pediu: “Digne-se o Divino Espírito escutar da forma mais consoladora a oração que sobe a Ele de

todas as partes da terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como de um novo Pentecostes, e conceda que a Santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o Reino do Divino Salvador, Reino de Verdade e Justiça, Reino de amor e de paz”. 4

Paulo VIEm 1973, aconteceu o primeiro

encontro internacional de líderes da Renovação com a participação de 120 dirigentes de 34 países, em Roma, entre os dias 8 a 12 de outubro. Durante a audiência geral, no dia 10, Paulo VI não mencionou a Renovação Carismática em suas palavras. Porém, no final da audiência, pelos alto-falantes, convi-dou um grupo de representantes para conversar reservadamente com ele. Dirigiu-lhes um breve e direto discurso: “Estamos sumamente interessados no que estais fazendo. Ouvimos falar muito sobre o que acontece entre vós e nos regozijamos. Temos muitas perguntas a fazer-vos, mas não temos tempo. Alegra-mo-nos convosco, queridos amigos, pela renovação de vida espiritual que hoje em dia se manifesta na Igreja, sob diferentes formas e em diferentes ambientes.

Nesta renovação aparecem certas notas comuns: o gosto por uma oração profunda, pessoal e comunitária; uma volta à contemplação e uma ênfase colocada na palavra de Deus; o desejo de entregar-se totalmente a Cristo; uma grande disponibilidade às inspirações do Espírito Santo; uma leitura mais assídua da Escritura; uma ampla abnegação fraterna; uma vontade de prestar uma colaboração aos serviços da Igreja.

Em tudo isso podemos conhe-cer a obra misteriosa e discreta do Espírito que é a alma da Igreja. A vida espiritual, consiste, antes de tudo, no exercício das virtudes de fé, esperan-ça e caridade. Ela encontra na profissão de sua fé, seu fundamento”. 5

Mas também chamou a atenção para se ter discernimento: “Por outro

lado, mesmo nas melhores experiências de renovação, a cizânia pode misturar-se com o trigo. Portanto, uma obra de discernimento é indispensável; a qual corresponde àqueles que têm esta mis-são da Igreja: “Cabe-lhes especialmente não extinguir o Espírito, mas provar tudo e ficar com o que é bom” (cfr. 1 Tim 5,12 e 19-22) (Lumen Gentium, n. 12). Deste modo progride o bem comum da Igreja, ao qual se ordenam os dons do Espírito (cfr. 1Cor. 12,7).

No ano seguinte, o Papa Paulo VI dirigiu suas palavras diretamente aos re-presentantes da Renovação Carismática, durante a audiência geral, em 10 outubro de 1974: “A Igreja vive pela infusão do Espírito Santo, infusão que chamamos

graça, isto é, Dom por excelência, ca-ridade, amor do Pai, comunicado a nós em virtude da Redenção realizada por Cristo, no Espírito Santo. Recordemos a síntese de Santo Agostinho: “o que a alma é para o corpo do homem, isso é o Espírito Santo para o Corpo de Cristo que é a Igreja”.

E, em 1975, salientou a autentici-dade Cristã da Renovação Carismática: “Sim, queridos filhos e filhas, é desejo de Cristo que o mundo veja vossas boas obras, a bondade de vossos atos, a prova de vossas vidas cristãs e que glorifique ao pai que está nos céus (Mt 5,16). Isto é renovação espiritual de verdade e somente pode conseguir-se mediante o Espírito Santo. Por isso não cessamos de

12 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Comunhão eclesial

...VÓS, QUE SOIS DIRIGENTES DESTA RENOVAÇÃO, ESTEJAIS CADA VEZ MAIS SOLIDAMENTE FORMADOS

NO ENSINAMENTO DA IGREJA

exortar-vos veementemente a “aspirar pelos melhores dons” (1Cor 12,31). Este foi nosso pensamento ontem quando dissemos na solenidade de Pentecostes: “Sim, esta é uma data de alegria, mas

também de resoluções e propósitos: Abrir-nos ao Espírito Santo, eliminar tudo o que se opõe à Sua ação e pro-clamar, na autenticidade cristã de nossa vida diária, que “Jesus é o Senhor”. 6

João Paulo I João Paulo IIFoi durante o papado de Karol Wojtyla

que a Renovação Carismática cresceu e floresceu com vigor e força. No dia 11 de dezembro de 1979, João Paulo II No dia 11 de dezembro de 1979, o Papa João Paulo II recebeu em audiência especial, o Cardeal Léo J. Suenens, o bispo Alfonso Uribe e os membros do Conselho Internacional da Re-novação Carismática. A audiência teve uma duração de hora e meia, e começou com a projeção de um documentário sobre a Renovação. Quando a projeção terminou, o Pontífice exprimiu sua satisfação dizendo:

“Obrigado. Foi uma expressão de fé. Sim, o cântico, as palavras e os gestos. É … como dizê-lo? Posso dizer que é uma revo-lução desta expressão vital. Dizemos que a fé é assunto da inteligência, e às vezes, também do coração. Mas esta dimensão expressiva da fé estava ausente. Esta di-mensão da fé era reduzida, muito escassa. Agora podemos dizer que este movimento está em todas as partes, também em meu país. Mas é diferente. Na Polônia não é tão expressivo. Posso dizer que na Polônia a mentalidade é a mesma, mas em outra edição”. 8

Em todo período de seu pontificado, São João Paulo II esteve inúmeras vezes reunido com representantes da Renova-ção Carismática em audiências públicas e privadas, sempre dirigindo sua palavra paternal e conselhos pastorais, onde sublinhava a importância da Renovação e motivando seu crescimento, sem perder o discernimento e a sabedoria em suas ações: Deus quer, portanto, que todos os

E até o fim de seu pontificado diri-giu suas palavras públicas ou em cartas dirigidas ao Cardeal Suenens palavras de motivação, cuidado pastoral e bênçãos à Renovação Carismática.

O Papa João Paulo I, não teve tempo de se dirigir diretamente à Renovação Carismática, entretanto, anos antes – em 1974 – escreveu uma carta ao Cardeal Suenens, referente ao seu livro “Um Novo Pentecostes”, escreveu: “… na página 260 de teu livro, dizes: ‘tudo está mal expresso’. Eu penso o contrário: ‘Foi expresso extremamente bem’. Tens o dom de escrever de modo que atrai, inte-ressa e convence o leitor. Isso se refere somente ao estilo. Quanto ao conteúdo, confesso que enquanto lia, me senti for-çado a reler, com novo olhar, os textos de São Paulo e dos Atos dos Apóstolos, textos que eu julgava saber. Teu livro foi e será uma valiosa orientação para mim, por me ter feito ler novamente os Atos. Obrigado pelo bem que fizestes à minha alma e pelo serviço que prestasse à Igreja através de tua inspiração…” 7

cristãos cresçam no conhecimento do mis-tério da salvação, o qual nos revela, cada vez mais, as coisas referentes à dignidade intrínseca do homem. Quer também que vós, que sois dirigentes desta Renovação, estejais cada vez mais solidamente forma-dos no ensinamento da Igreja, cuja tarefa foi meditar durante mil anos na Palavra de Deus, a fim de ir descobrindo as suas riquezas e dá-las a conhecer o mundo. Pro-curai, pois, como dirigentes, alcançar uma formação teológica segura, encaminhada a oferecer a vós e aos que dependem de vós em sua direção um conhecimento maduro e completo da Palavra de Deus: ‘A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros com toda sabedoria’” (Col. 3,16).9

14 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

HistóricoVida e conhecimento

E m 1870, a irmã Helena Guerra, deu início a uma comunidade feminina, na cidade de Luca, na Itália. Anos mais tarde esta co-

munidade foi reconhecida pela Igreja como Congregação das Irmãs de Santa Zita. Ma-dre Elena colocou em prática o que Deus despertou em seu coração: conduzir a comunidade e os fiéis a um conhecimento mais eficaz do Espírito Santo. Escreveu di-versas cartas ao Papa Leão XIII dissertando inspiradamente sobre a necessidade de a Igreja “retornar ao Espírito” e de conhecer melhor o Deus que habita no coração dos fiéis e seus dons maravilhosos.

O papa Leão XIII viu nas cartas da Bea-ta Elena Guerra uma palavra de Deus para a Igreja. Tanto que, alguns anos depois, a Pessoa do Espírito Santo foi vivamente celebrada, anunciada e estudada pela Igreja. Leão XIII escreveu três documentos convocando os católicos de todo o mundo a estudarem, refletirem e rezarem pedindo as luzes do Espírito Santo. O Papa foi tão tocado pelas cartas da Madre, que deu à Congregação que fundara para as Obreiras do Espírito Santo. Madre Elena Guerra morreu em 11 de abril de 1914.

Em 1959, Madre Elena foi proclama-da Beata pelo Papa João XXIII. E, inspirado pelos escritos da Elena Guerra, convocou o Concílio Vaticano II, espalhando por todo o mundo a oração ao Espírito Santo, pedindo que Ele renovasse a Igreja com as maravilhas de Pentecostes.

Em 1967, durante um retiro espiritual para jovens com alunos da Universidade de Duquesne (EUA), aconteceu uma nova experiência com a pessoa de Jesus Cristo, na Palavra e na oração e, um derramamento do Espírito Santo sobre os participantes do retiro. Aquela experiência se expandiu e veio

a se tornar a Renovação Carismática Católica (também chamada “RCC”). O movimento difundiu-se mundialmente trazendo a pro-posta de uma experiência pessoal com Deus, pela força do Espírito Santo e de seus dons, a fim de que todos tornem-se discípulos de Jesus Cristo, um “novo Pentecostes”. A RCC começou a oferecer uma nova abordagem às formas tradicionais de doutrinação resga-tando a mensagem do Querigma (o primeiro anúncio) e procurou renovar as práticas tra-dicionais dos ritos e da mística da Igreja, sem desviar-se da Doutrina da Igreja Católica.

Nos inícios da RCC, o Cardeal Léo Josef Suenens (+1996) foi o principal membro do clero a dar apoio e impulso à Renovação. Sua postura e opiniões defendiam a mudança da Igreja Católica no Concílio Vaticano II (1962-1965). Foi nomeado um dos quatro moderadores do concílio pelo Papa Paulo VI, um grande defensor do ecumenismo, do diálogo e da adaptação da Igreja ao mundo moderno. Suas contribuições para o desenvolvimen-to da Renovação Carismática Católica va-leram-lhe o Prêmio Templeton, em 1976.

A Renovação Carismática foi e é responsável pelos grupos carismáticos, muitas comunidades leigas e religiosas que surgiram através desse derramamento do Espírito Santo – a Comunidade Emanuel é uma delas –, mudou o modo de nos rela-cionarmos com a pessoa de Jesus Cristo e de se ter uma experiência com o Espírito Santo, uma abertura aos dons e carismas.

Dez anos após do início da RCC foi fundada a revista Jesus Vive e é o Senhor (1977), que este mês completa 40 anos de sua fundação. A revista foi a primeira publi-cação oficial da RCC no Brasil, fundada por Dom Cipriano Chagas, OSB.

O que Beata Elena Guerra, jovens da Universidade de Duquesne, o Papa João XXIII, Cardeal Léo J. Suenens têm em comum? A Renovação Carismática Católica.

2017 • edição 466 • Jesus Vive e é o Senhor 15

Dom Cipriano Chagas, OSB, monge beneditino, fundador da Comunidade Emanuel, escritor, pregador e um dos precursores da Renovação Carismática Católica no Brasil.

MINHA IGREJA SERÁ DIFERENTE, MEU POVO TAMBÉM.

DIFICULDADES E TRIBULAÇÕES VIRÃO SOBRE VOCÊS,

MAS TERÃO O CONSOLO DO MEU ESPÍRITO SANTO

Vida e Conhecimento

Uma profecia para a Renovação Carismática

P or que os amo, quero de-monstrar a vocês o que estou fazendo no mundo hoje. Quero prepará-los para o que há de

vir. Virão dias de trevas e tribulação sobre o mundo… Edifícios que agora estão de pé, já não existirão. O apoio que povo tem agora, já não o terá. Meu povo, quero que estejam preparados para que só me reconheçam a mim e se apeguem a mim, e me possuam de um modo mais profundo, como jamais o fizeram… Eu os conduzirei ao deserto… e os despojarei de tudo aquilo de que vocês dependem agora; para que assim só dependam de mim. Uma era de obscuridade se avi-zinhado mundo, mas também uma era de glória para minha Igreja, uma era de glória para meu povo. Derramarei sobre vocês todos os dons do meu Espírito. Vou prepará-los para uma era de evan-gelização como o mundo jamais viu… e quando só lhes restar EU, terão tudo: terra, campos, lares, irmãos, amor, gozo e paz, como nunca antes. Estejam alertas, meu povo, quero prepará-los...”

Saibam que EU, seu Deus, trou-xe Pedro e Paulo a Roma para serem testemunhas da minha glória. Também escolhi vocês e os trouxe a Roma para que levem o testemunho da minha glória, confirmada agora por seu Pastor. Vão

Profecias ouvidas na basílica de São pedro, em Roma, durante a missa de encerramento do III Congresso

Internacional da Renovação Carismática, Festa de Pentecostes de 1975.

Eu lhe anuncio o amanhecer de uma “nova era” para minha Igreja. Anuncio um dia que não foi visto antes… Preparem-se para a ação que EU começo agora, porque as coisas que vocês agora veem em sua volta mudarão; o combate no qual devem entrar agora é diferente, é novo. Você precisam da minha sabedoria, mas não possuem. Precisam da minha sabedoria, mas não a possuem. Precisam do poder do meu Espírito de uma forma como nunca antes tiveram, de um enten-dimento de minha Palavra e do modo como procedo que ainda desconhecem. Abram os olhos, abram os corações e preparem-se para me receber e para o dia que EU comecei. Minha Igreja será diferente, meu povo também. Dificulda-des e tribulações virão sobre vocês, mas terão o consolo do meu Espírito Santo. Eles os buscarão para lhes tirar a vida, mas Eu os confortarei. Venham a mim. Mantenham-se unidos à minha volta. Preparem-se, pois proclamo um novo dia, um dia de triunfo e de vitória para o seu Deus. Atenção, ele já começou…

curar as nações! Saibam que estou com vocês e ainda que passem por tribula-ções e provações, estarei com vocês até o fim. Estou preparando um lugar para vocês. Fixem sua morada em MIM e EU os libertarei do poder de Satanás. Eis que estarei com vocês agora e até o fim dos tempos…

Matéria Histórica – Publicada em maio de 1977 – Revista Jesus Vive e é o Senhor edição Nº 1

18 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Vida e conhecimento

A o escutar o Senhor em minha oração pessoal e ao acompa-nhar sua palavra em conferên-cias e em dias de renovação,

tenho a forte impressão de que os tempos nos quais vivemos são muito importantes, são tempos cruciais. Falei com vários ou-tros líderes da renovação carismática em todo país e a maioria deles confirmou essa expressão de premência.

As experiências que tivemos da pre-sença de Deus na renovação carismática até agora, têm sido maravilhosas. Temos experimentado o amor de Jesus e temos visto o Espírito se movimentar pode-rosamente entre nós. Mas Deus ainda fará mais! Temos assistido somente ao início do que ele planeja fazer conosco e através de nós.

Essa sensação de urgência é excitante, mas também desafiadora. Muitos de nós temos um bem desenvolvido “instinto”. Gostamos de estabelecer um padrão que

seja razoavelmente predizível. Gosta-mos de nos aninhar num local que seja confortável e seguro. E aplicamos isso a nossos grupos de oração assim como as nossas vidas particulares. Desde que tenhamos estabelecido rotinas, progra-mas e maneiras de agir em nossos grupos de oração, nossa tendência é mantê-los em seu lugar.

Porém, se Deus quiser algo de novo, dentro, com, e por nós, isso pode signifi-car que nosso período de “aninhamento” chegou ao fim. Temos que permitir que o novo sopro do Espírito penetre em nossos grupos de oração.

Duas providências concretas podem ser tomadas para assegurar essa bem-a-venturança. A primeira é fazer nossa a resposta dada pelos oficiais do Rei Davi, quando este estava fugindo de Absalão: “Responderam-lhe os oficiais do nosso rei: aqui estamos ao teu serviço” (2Sm 15,15). Independentemente de onde, ou

como, o Senhor se movimentar, devemos estar prontos para nos submetermos a ele. Devemos preparar-nos agora, de coração e mente, a fim de que estejamos prontos para nos movermos quando o Senhor fizer conhecer sua vontade.

A segunda providência é uma nova dedicação de nossos grupos de liderança à oração. A maior parte dos grupos de oração tem alguma espécie de equipe de liderança. Assim deve ser em muitas cidades, dioceses e outras regiões geo-gráficas. Cada uma dessas equipes deve estar desejosas de ORAR com renovado fervor. Há muitas boas ideias por vir, hoje na Renovação Carismática. O que neces-sitamos não é de mais boas ideias, mas de ideias de Deus. E oração constante é o único meio de descobrir quais são as ideias de Deus.

Um apelo à uniãoHá outras providências específicas

que acredito que Deus gostaria que to-mássemos, em resposta ao que ele está fazendo. Quanto a mim, acredito que Deus esteja apelando hoje por maior união den-tro da renovação carismática.

Nos últimos anos testemunhamos uma tendência geral à fragmentação dentro da renovação carismática. Muitos grupos fortes de oração têm sido divi-didos em uma série de grupos menores. Há muitas razões para isso – algumas boas, outras nem tanto. Todavia, creio que hoje o Senhor nos teria unido em grupos maiores e mais fortes.

O que isso significa num nível práti-co é que cada grupo de oração deveria começar a rezar pela união com outros grupos em sua área. Como o Senhor falará a cada grupo será singular, adequado ao plano de Deus para aquele grupo espe-cífico. O ponto importante é orar pela vontade de Deus e evitar, tanto rejeitar a ideia porque apreciamos o status quo, quanto apressadamente entrar em união com outro grupo sem um discernimento apropriado. Precisamos fazer o que Deus quer que façamos.

POR DAVID THORP

Um plano para os grupos de oração

Matéria Histórica – Publicada em maio de 1987 – Revista Jesus Vive e é o Senhor edição Nº 104 – 20 anos da RCC

20 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Dom Cipriano Chagas e a Renovação Carismática do Brasil

D om Cipriano em um dos seus ensinos escreveu: “Alguma vez já passou pela sua cabeça porque Deus escolheu você,

dentre toda a humanidade, para ser seu filho ou filha, amado e ser cuidado de um modo pessoal?” Esta frase é uma realidade na vida deste monge de 94 anos de idade e 52 anos de sacerdócio.

Dom Cipriano Chagas nasceu em Passos, Minas Gerais. Ainda com 10 anos, foi estudar em outra cidade, Ribeirão Preto, para cursar o colégio, época em que morou com os tios. Foi onde começou a despertar a fé. Durante muito tempo sua busca intensa por Deus para tentar responder os seus questio-namentos interiores foi intuitiva e sem orientação.

Após idas e vindas por várias ver-tentes do espiritismo, conheceu Rachel. A jovem por quem se apaixonou era católica praticante. Foi a pessoa que conduziu Wagner Cintra Chagas (Dom Cipriano) à fé da Igreja. Casaram-se. Algum tempo depois ela concebeu Eduardo, que morreu dois dias após nascer. Um ano mais tarde, Rachel veio a falecer. Wagner, buscou o conselho de amigos e a fé para poder sustentá-lo naquele momento de tanta dor. Tinha uma certeza: Ele já havia sido bem suce-dido na vida profissional e pessoal e não queria viver mais a mesma vida queria algo diferente.1

Um casal de amigos indicou que procurasse o Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1958, fez o retiro de carnaval conduzido pelo Padre Mestre do mosteiro, Dom Inácio

Especial

2017 • edição 466 • Jesus Vive e é o Senhor 23

NÃO É NORMAL PARA UM CRISTÃO NÃO TER APETITE PARA O IMPOSSÍVEL

Entre o céu e a terra

POR VINÍCIUS ABREU LIMA FILHO

E nada vos será

impossível

Vinícius Abreu Lima Filho é membro da Comunidade Emanuel e colaborador da revista Jesus Vive e é o Senhor.

C aríssimos irmãos em Cristo Jesus, ao lermos o título acima, oriundo do belíssimo livro do nosso amado Dom Cipriano

Chagas ficamos a nos perguntar como isso é possível? É promessa de Deus para mim conviver com a realização do impos-sível em minha vida? Iniciemos então...

O primeiro passo é a renovação de nossas mentes. O Senhor nos chama a renovar as nossas mentes para uma nova realidade..a realidade do Reino.. Somos Filhos do Rei, membros do Reino de Deus...

Primeiro Abraão, depois com Jesus, o Nosso Deus nos chama a uma vida

nova, a vivermos a Aliança de Amor Dele para conosco.

Nesta Aliança de Amor que custou não mais o sangue de animais, mas o Sangue de Seu Filho Único, somos cha-mados a uma vida nova, vida de total confiança e abandono em seu Amor e seus planos.

Por isso é que podemos afirmar, como Dom Cipriano fala em seu livro, “não é normal para um Cristão não ter apetite para o impossível”.

Não é normal para um Cristão, ao ouvir as palavras do Arcanjo Gabriel à

Virgem Puríssima de que “Para Deus nada é impossível”, não se alegrar por-que essa é a sua realidade, a realidade dos cristãos, cidadãos do céu, membros do Reino Celeste.

Se você hoje vive sem crer fielmente que o Senhor tem para você um plano maravilhoso de Amor e que quer suprir suas necessidades para que você possa ser Seu parceiro, realizando seu plano de Amor, eu te exorto ao arrependimento.

Lembremos de Jesus: Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está ao alcance da mão (Mt 4,17)

Quando nos arrependemos, nós es-tamos assumindo que nossa visão, com-preensão e entendimento estão errados e queremos nos voltar a Deus, autor de toda compreensão e entendimento.

Com o nosso sincero arrependi-mento, estamos dizendo a Deus que Ele está certo e que desejamos voltar a ver e compreender as coisas como Ele a vê e compreende. Nós afirmamos que o nosso pensar será o pensar de Deus

A pergunta que devemos nos fazer é: queremos viver como cidadãos do Reino que somos ou vamos continuar a viver sem confiar em Deus e permitir que nos abalemos com quaisquer situações desconfortáveis que nos ocorrem???

Assim como Abraão e com o ocorri-do com Jesus, o nosso Deus nos chama a confiar Nele, a compreendermos que sempre que agirmos de “mãos dadas” com o Reino, a realidade do céu se choca com os problemas da Terra e os vence e, quando isso acontece, os resultados são milagres, prodígios, grandes vitórias.

Vamos adiante, sigamos em frente olhando sempre para o Alto!!!!

Como Dom Cipriano nos diz sempre: Deus é grande, Deus é bom...

Até mais..nos vemos no próximo...

O patriarca Abraão leva seu filho Isaac para o sacrifício (Gn 22,1-19)

2017 • edição 466 • Jesus Vive e é o Senhor 27

Participe você também desta Obra de Amor!Conhecer o trabalho da Igreja pelo mundo, rezar para que os desafios sejam superados e parilhar com os que mais precisam. Essas são as propostas da Ajuda à Igreja que

Sofre para você. Faça parte: ligue gratuitamente para 0800 77 099 27 ou acesse acn.org.br ou ainda escreva para: Ajuda à Igreja que Sofre – Caixa postal 46059 – Cep: 04045-970 – São Paulo – SP

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Criada pelos padres do Espírito Santo. Belém é uma pequena vila que abriga cristãos convertidos.

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28 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

SÓ ‘RESPONDEU’ UM, SIMÃO PEDRO:

‘TU ÉS O CRISTO, O FILHO DE DEUS VIVO!’

Homilia

E vós, quem dizeis que eu sou?

E xiste, na cultura e na socieda-de de hoje, um ato que pode introduzir-nos à compreensão do Evangelho deste domingo,

e é a sondagem das opiniões. Prati-ca-se um pouco em todos os lugares, mas sobretudo no ambiente político e comercial. Jesus, também, um dia quis fazer uma sondagem de opinião, mas com fim, como veremos, muito diferente: não políticos, mas educativos. Ao chegar à região da Cesareia de Filipe, isto é, a região mais ao norte de Israel, em uma pausa de tranquilidade, ali estava apenas com os apóstolos, Jesus lhes dirigiu à queima-roupa, a pergunta: “O que dizem as pessoas quem é o filho o Homem?”

Como se os apóstolos não esperas-sem outra coisa para poder finalmente dar rédea solta a todas as vozes que circulavam a propósito dele. Respondem: “Alguns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas”. Mas para Jesus não interessava medir o nível de sua popula-ridade ou seu índice de simpatia entre o povo. Seu propósito era bem diferente. Na linha seguinte lhes pergunta: “E vós, quem dizes que eu sou?”

Esta segunda pergunta, inesperada, os surpreende completamente. Olhares e silêncios se entrecruzam. Se, na primei-ra pergunta os apóstolos responderam

todos ao mesmo tempo, em coro, desta vez, o verbo é singular; só “respondeu” um, Simão Pedro: “Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo!”.

Entre as duas respostas há um salto abissal, uma “conversão”. Se, antes, para responder, bastava olhar ao redor e ha-ver escutado as opiniões das pessoas, agora devem olhar para dentro, escutar uma voz bem diferente, que não vem da carne, nem sangue, mas do Pai que está no Céu. Pedro foi objeto de uma iluminação “do alto”.

Trata-se do primeiro reconhecimen-to autêntico, segundo os evangelhos, da verdadeira identidade de Jesus de Nazaré. O primeiro ato público de fé em Cristo da História! Pensemos no sulco deixado por um barco: vai se alargando até perder-se no horizonte, mas começa com uma ponta, que é a mesma ponta do barco. Assim acontece com a fé em Jesus Cristo. É um sulco que foi se alargando na história, até chegar aos “confins da terra”. Mas começa com uma ponta. E esta ponta é o ato de fé de Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus usa outra imagem, vertical, não horizontal: rocha, pedra. “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.

Jesus muda o nome de Simão, como se faz na Bíblia quando alguém recebe uma missão importante: chama-o de “Kefas”, Rocha. A verdadeira rocha, a “pedra angular” é, e sempre será, ele mesmo, Jesus. Mas, uma vez ressusci-tado e ascendido ao céu, esta “pedra angular”, ainda que presente e operante, é invisível. É necessário um sinal que a represente, que a torne visível e eficaz na história, este “alicerce firme” que é Cristo. E este será precisamente Pedro, e, depois dele, o que faz as vezes dele, o Papa, sucessor de Pedro, como cabeça do Colégio dos apóstolos.

Mas retornemos à ideia da son-dagem. A sondagem de Jesus, como vimos, se desenvolve em dois tempos, comporta duas perguntas fundamentais: primeiro, “Quem as pessoas dizem quem sou eu?” segundo, “Quem vocês dizem que eu sou? Jesus não parece dar muita

POR PE. RANIERO CANTALAMESSA, OFMCAP

32 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Oração de proteçãoPOR DOM ANDREW MILES, OSB

Jesus nos ensina a orar para sermos protegidos

J esus veio para revelar um Pai que nos ama e nos deseja bem-estar e felicidade. Ele próprio nos mos-trou esse desejo do Pai quando

disse: “Eu vim para que eles pudessem ter vida e tê-la plenamente” (Jo 10,10). Por outra parte, “o ladrão” (um bom apelido para satã) “vem roubar, matar e destruir” (Jo 10,10).

Orar para obter proteção significa pormo-nos conscientemente, a nós e aqueles que amamos, sob os amorosos cuidados de Deus e fora da influência do maligno. As duas petições finais do “Pai Nosso” são orações de proteção: “Não nos deixes cair em tentação, mas livrai-nos do mal” – ou do “maligno” (Mt 6,13). Jesus nos deu outro exemplo dessa espécie de oração quando disse: “Ó, Pai, protegei-os com Vosso Nome que Me destes” (Jo 17,11), e novamente: “Guardai-os do maligno” (Jo 17,15).

Inteira ProteçãoAs companhias de seguro muitas

vezes se gabam de seus programas de “inteira proteção”. São Paulo o percebeu quando orou: “Que Ele o proteja com-pleto e inteiro, espírito, alma e corpo” (1Ts 5,23).

Quando pensamos em orar para obter proteção, geralmente pensamos em proteção para perigos corporais. Mas as orações de Jesus indicam que deveríamos orar primeiro e, sobretudo, pela proteção de Deus para a nossa alma e nosso espírito. Pedimos ao Pai que nos preserve das tentações que nos façam afastarmo-nos dele e que nos livre do mal que nos leva ao pecado ou a uma perda de fé (ver também Jo 5,18

e Jd 24). Jesus nos diz que uma pessoa, às vezes, ouve a Palavra de Deus mas, então, “o maligno se aproxima de para roubar o que ele semeou em sua mente” (Mt 13,19). Ele nos diz mais adiante para nos precavermos contra as mentiras de satã (Jo 8,44) e para nos guardarmos contra o fermento (ensinamento falso) dos fariseus (Mt 16,12).

Os pais particularmente, fariam bem rezar essa espécie de oração para seus filhos quando vão para a escola todos os dias. Uma breve oração, como a seguin-te, poderia ser dita:

Oração: Pai, protegei as sementes da fé que foram plantadas em mim (ou nome da pessoa). Protegei minha (sua) mente e meu (seu) coração de tudo aquilo que não é verdade. Espírito Santo, vinde e protegei minha (sua) mente com

Vossa luz e Vossa verdade e que Vós possais ser o meu (seu) professor nos caminhos da Vossa verdade e da Vossa Santidade.

Outras áreas das nossas vidas tam-bém são parte da “inteira proteção” de Deus. Ele quer que oremos para obter proteção de perigos corporais para nós e para aqueles que amamos, proteção e segurança em nossas viagens e proteção para nossos lares e propriedades. Um hábito especialmente belo é o momen-to que se toma para orar antes de sair para uma viagem a fim de pedir a Deus proteção para a jornada (mesmo que seja curta) e também para pedir que Sua presença traga um espírito de alegria e paz ao longo do caminho. (Para dois exemplos disse ver Esd 8,21 e Tb 5,17).

Seleção

A PERFEIÇÃO VEM DE ESTAR, PLENAMENTE, DEPENDENTE DA AÇÃO DE DEUS EM NOSSA VIDA

34 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Nossa Senhora

H á 100 anos, no dia 13 de maio de 1917, três crian-ças que pastoreavam um pequeno rebanho, na Cova

da Iria, freguesia de Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém: Lúcia de Jesus, de 10 anos, e seus primos Francisco e Jacinta Marto, de 9 e 7 anos, respec-tivamente, saíram de casa após rezar o terço para brincar nas imediações, onde construíam uma pequena casa de pedras.

Enquanto mexiam nas pedras, viram uma luz brilhante, parecida com um relâmpago. Decidiram ir embora, mas foram surpreendidos por outro clarão,

que logo se transformou em uma senho-ra segurando um terço branco.

A Senhora disse aos pastorinhos que era preciso rezar muito, convidando-os a voltar ao local durante cinco meses consecutivos, sempre no dia 13, no mesmo horário.

Elas então voltaram e, nos dias 13 de junho, julho, setembro e outubro, a Senhora apareceu novamente. No dia 19 de agosto, a aparição aconteceu em outro local.

Na última aparição, ocorrida no dia 13 de outubro, a Senhora apareceu para as crianças e um grupo de 70.000

pessoas. Ela afirmou ser a “Senhora do Rosário” e então pediu que ali fosse construída uma capela em sua honra.

Ao longo desses 100 anos a capela da Iria tornou-se o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, está en-tre os santuários marianos mais tradicio-nais do mundo, recebendo anualmente em torno de 5,6 milhões de peregrinos, vindos de 83 países. E é considerado um dos mais importantes do mundo e centro de propagação da devoção mariana.

A diocese de Leiria-Fátima organi-zou um programa de preparação para o centenário teve início em 2010 e, desde então, tem contemplado inúmeras

100 anos das aparições de Nossa Senhora, em Fátima

MEU CORAÇÃO IMACULADO TRIUNFARÁ!

36 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Santo

Os três PastorinhosPOR JEANNINE LEAL

SENHORA MAIS BRILHANTE QUE O SOL, DE CUJAS MÃOS PENDIA UM TERÇO BRANCO

A história

E m um domingo de maio, em 1917, três crianças apascen-tavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, freguesia de Fátima, Vila Nova de Ourém

(hoje diocese de Leiria-Fátima). Cha-mavam-se Lúcia de Jesus, de 10 anos, Francisco e Jacinta Marto, seus primos, de 9 e 7 anos. Eram pobres e analfabetas, porém já devotas da Virgem Maria.

Por volta do meio dia, depois de rezarem o terço, como habitualmente faziam, os meninos brincavam com pedras soltas, no local onde hoje se encontra a Basílica. De repente, viram uma luz brilhante; julgando ser um re-lâmpago, decidiram ir embora, mas, logo abaixo, outro clarão iluminou o espaço, e viram, em cima de uma pequena árvore, uma azinheira (onde agora se encontra a Capelinha das Aparições), uma “Senhora mais brilhante que o sol”, de cujas mãos pendia um terço branco.

A Senhora disse aos três pastori-nhos que era necessário rezar muito e convidou-os a voltarem à Cova da Iria durante mais cinco meses consecutivos, no dia 13 e àquela hora, até outubro. As crianças assim fizeram e na mensagem, que iria se completar progressivamen-te a cada aparição, Maria dizia estar preocupada com o crescimento do mal, dos pecados da sociedade, sobretudo da imoralidade e indiferença religiosa, causas de tantos males sociais, inclusive guerras e perseguições.

Pedia ainda, colaboração para a paz do mundo (era época da Primeira Guerra Mundial) e para a conversão dos pecadores. Recomenda a reza do terço diariamente e sugere a famosa jaculató-ria a ser intercalada entre os mistérios do terço: “Ó Jesus, perdoai nossos pecados, preservai-nos do fogo do inferno; levai as almas todas para o Céu, particular-mente as que mais precisarem de vossa misericórdia”.

Nossa Senhora exorta à penitência,

à mortificação e aos sacrifícios; pede a consagração de cada um de nós ao seu Coração Imaculado, aconselhando a comunhão reparadora todos os pri-meiros sábados de cada mês. A 19 de Agosto, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13, as crianças tinham sido levadas pelo Administrador do Concelho, para Vila Nova de Ourém.

Na última aparição, a 13 de Outu-bro, estando presentes cerca de 70 mil

Um dos fatos mais marcantes da vida religiosa do século XX foi a aparição de Nossa Senhora, em Fátima, Portugal, no dia 13 de Maio de 1917. Portanto,

esse ano, 2017 marca o centenário das aparições. E, para comemorar, além da visita do Papa Francisco a Fátima, os três pastorinhos serão canonizados.

38 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Espaço musical

A pós o último encontro de músicos, em março, ouvi mui-tos comentários e li tantos outros pelas redes sociais:

“As palestras foram repetitivas”. “Sem-pre abordam os mesmos temas”. Entre outras. Também ouvi outros que foram verdadeiros testemunhos de como as pregações foram importantes e revita-lizadoras.

Quero me dirigir com caridade, aos irmãos que sentiram que o encontro foi uma repetição. Podemos analisar e/ou interpretar esses comentários de várias maneiras. Mas gostaria de esclarecer, nes-te artigo, que se as pregações retornam aos mesmos pontos é porque Deus tem inspirado aos pregadores gerarem uma consciência maior nos ministros de mú-sica. Como se fôssemos a uma exposição de um grande painel de Di Cavalcanti, e a cada vez que retornássemos para vê-lo, ele fosse descortinado pouco a pouco. E, aos poucos, ao retornarmos ao painel, descobríssemos algo novo. E podemos rever detalhes que já havíamos visto, mas tínhamos percebido seus detalhes.

Cada encontro é uma oportunidade. Quando ouvimos Mons. Jonas pregar que temos que ter ousadia, parece ser a repetição de outras pregações dele, mas quando ele pronuncia: “você, ministro de música precisa ter ousadia”, essas palavras chegam ao coração e nos fazem questionar: Eu tenho ousadia? Que tipo de ousadia eu tenho? A ousadia da fé, da confiança em Deus?

Quando ouvimos o testemunho de Eugênio Jorge, ou a pregação de Roberta Castro, nos faz pensar em que direção temos caminhado em nosso ministério:

Deus me chamou! O que temos feito do chamado de Deus?

A Sagrada Escritura repete: “Não tenha medo!” Diversas e diversas ve-zes. Será que nos cansamos da Palavra de Deus, será que essa palavra já não toca minha vida? Deus está repetitivo? Ou será que Deus se repete, ou repete as mesmas palavras por que não dei a atenção que devia? Será que você sabe de tudo e põe em ação e prática a Pala-vra dele, a ponto de suas palavras já se tornarem sem efeito.

Meus irmãos, os músicos, os mi-nistros de música são pessoas que precisam se renovar, buscar a Palavra e a conversão. E pra quê? Para serem filhos de Deus, com a consciência de seu batismo e de sua missão de evangelizar com um coração em comunhão com Deus. A fonte da água viva é uma só, a mesma: Jesus. A mesma fonte se renova, é dinâmica, é inesgotável. Buscamos a

mesma e única fonte possível para uma vida nova em Deus: Jesus Cristo.

Portanto, sugiro que vocês ouçam as pregações de novo – isso mesmo, de novo –, mas com o coração desar-mado, reconhecendo que você precisa olhar o “painel” mais uma vez e notar o que não foi visto e abrir-se ao que será descortinado.

“Porque eis que vou fazer obra nova, a qual já surge: não a vedes?” (Is 43,19) Deus te questiona: “não a vedes?” O que você não viu, não notou, não sentiu, não se abriu? Deus te dá o novo, com as mesmas palavras. E, você? Continuará “no mais do mesmo” ou abraçará o novo que ele te dá?

Deus abençoe.

Alexandre Honorato é membro da Comunidade Emanuel e ministro de Louvor.

Mais do mesmo?POR ALEXANDRE HONORATO

40 Jesus Vive e é o Senhor • edição 466 • 2017

Catequese

O Sacramento do Batismo, iniciação cristã. Efusão do Espírito Santo, experiência dos dons e carismas

O Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito (vitae spiritualis ianua) e a porta

que abre o acesso aos demais sacra-mentos. Pelo batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, e somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão. O Batismo é o sacramento da regeneração, pela água, na palavra.

Batismo significa mergulhar, imer-gir. O “mergulho” na água simboliza o sepultamento do catecúmeno na morte de Cristo, da qual ele ressuscita, como “nova criatura”.

É chamado de “o banho da regenera-ção e da regeneração e da renovação no Espírito Santo” (Tt 3,5), pois ele significa e realiza este nascimento a partir da água e do Espírito, sem o qual “ninguém pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5).

O Batismo é o sacramento de iniciação nos mistérios de Cristo.

– Sinal-da-cruz;

– Anúncio da Palavra;

– Água Batismal;

– Unção com o santo crisma;

– Veste branca;

– Bênção solene;

O “Batismo no Espírito Santo” não é um sacramento. Em 1993, a Comissão Episcopal de Doutrina, da CNBB, em seu Comunicado Mensal, procurou esclare-cer que o uso da expressão “Batismo

no Espírito” é ambígua, por sugerir uma espécie de sacramento. Poderão ser usados termos como “Efusão do Espí-rito Santo”, “derramamento do Espírito Santo”. Do mesmo modo, não se utilize o termo “confirmação” para não confundir com o sacramento da Crisma.

A efusão do Espírito Santo trata-se do derramamento, da manifestação da graça de Deus para uma vida nova no Espírito Santo, para uma vida renovada. A passagem do evangelho de João 3, so-bre o diálogo entre Jesus e Nicodemos, demonstra. Nicodemos doutor da Lei, representa o Antigo Testamento, sua mentalidade e coração não conheciam a nova realidade do Reino de Deus: “quem não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus”, responde o fariseu: “Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer pela segunda vez?” Jesus lhe diz: “o que nasceu do Espírito é espírito”. Esse “nascer de novo do espírito” tem um objetivo, explica o Cardeal Suenens: “O que esperamos de uma boa Efusão é a verdadeira transformação e conversão dos co-

rações, pois quando este coração se abre de verdade, haverá sempre uma transformação interior que implicará em uma entrega total, possibilitando a ação completa do Espírito Santo que se manifestará externamente através de louvor, lágrimas de conversão, dons de línguas, calor no corpo e outros di-versos sintomas”. A imagem bíblica mais próxima é a Atos 2: Pentecostes, quando os discípulos tornam-se apóstolos após a efusão do Espírito Santo.

Conclusão O sacramento do Batismo é inicia-

ção para vida cristã; abertura aos outros sacramentos; introdução na família de Deus; Regeneração do pecado; movi-mento de mergulho. Possui Rito e Sinais.

A Efusão do Espírito, não é um segundo Batismo, nem confirmação do Batismo. É o nascer de novo, é a abertura à ação do Espírito Santo e uma experiência pessoal com Cristo que leva à conversão, à abertura aos dons caris-máticos, ao testemunho e ao serviço.

O Batismo e a Efusão do Espírito Santo

DA REDAÇÃO

AgendaSEMANAL

Agenda mensal casa de maria e josé

/comunidade_emanuel @comEMa_RJ

Dom Cipriano Chagas, OSBMonge beneditino do Mosteiro de São Bento do Rio de

Janeiro, um dos precursores da Renovação Carismática

no Brasil e Presidente-fundador da Comunidade Emanuel

e da revista Jesus Vive e é o Senhor

Casa de Maria e JoséSede da Comunidade Emanuel – Rio de Janeiro

rua cortines laxe, nº 2, centro - rio de janeiro – (21) 2263-3725

ATENDIMENTO E ACONSELHAMENTOcom hora marcada | 13h às 16h

ORAÇÃO PELO PAPA FRANCISCONa capela | 15h às 16h

GRUPO DE ORAÇÃO EMANUEL19h às 20h30O grupo emanuel é um dos primeiros grupos da de oracão do rio de janeiro

ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMONa capela | 11h às 15h

GRUPO DE ORAÇÃO DE SÃO PADRE PIONa capela | 14h às 16h30Toda terceira quarta-feira do mês

TERÇO DOS HOMENSNa capela | 12h30 às 13h

TARDE DE CURANa capela | 14h às 15h30 Toda primeira quinta-feira do mês

ORELHÃO ESPIRITUALNa capela | 14h às 16hATENDIMENTO E ACONSELHAMENTO – por ordem de chegada

GRUPO DE ORAÇÃO ALMOÇO COM JESUSNa capela | 12h30 às 13h30TODAS ÀS QUINTAS, EXCETO FERIADOS

MISSA COM ORAÇÃO DE CURACelebrante Dom Cipriano Chagas, osbtransmissão ao vivo pela internet – www.comunidadeemanuel.org.br12h

Maio:Dias 10 e 17 curso do livro A batalha em sua casa de 15h às 17h

MAIODia20RetiroLaços de Almacom Marinéia Travessade 8h30 às 17h

JUNHO / dias 9, 10 e 11Retiro DE CURA

PREGADOR Martinsno refúgio NOSSA SENHORA DAS GRAçAS

em Teresópolis