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R$ 13,90 Revista ANO 40 – Nº 472 | www.comunidadeemanuel.org.br A Revista da Renovação Carismática Católica A redenção do corpo

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ANO 40 – Nº 472 | www.comunidadeemanuel.org.brA Revista da Renovação Carismática Católica

A redenção do corpo

2017 • edição 472 • Jesus Vive e é o Senhor 1

DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

Oração Inicial

Com minha bênção sacerdotal

Dom Cipriano Chagas, OSB

Se Jesus viesse à sua casaSe Jesus viesse à minha casa para ficar um dia ou dois…

Se ele viesse inesperadamente, fico imaginando o que eu faria.

Oh, eu sei que daria meu melhor quarto para um hóspede tão digno, e todo o alimento que lhe serviria seria do melhor.

E ficaria asseverando-lhe que era um grande prazer tê-lo comigo – que servi-lo em minha casa era uma alegria sem comparação.

Mas, quando o visse vindo, iria encontrá-lo à porta, os braços totalmente abertos em boas-vindas a seu celeste Visitante?

Ou teria que mudar de roupa antes de o convidar a entrar, ou esconder algumas revistas e pôr a Bíblia onde elas tinham estado?

Correria a desligar o rádio, desejando que ele não tivesse ouvido, e teria querido que não tivesse dito alto aquela última palavra tão feia?

Esconderia minha música mundana, e espalharia alguns livros de cânticos religiosos?

Convidaria Jesus a entrar direto, ou teria que correr a endireitar tudo?

E fico imaginando: se o Salvador passasse um dia ou dois comigo…

Continuaria a fazer as coisas que você sempre faz?

Continuaria simplesmente a dizer as coisas que sem-pre disse?

Minha vida continuaria a ser o que ela é dia após dia?

As conversas de minha família manteriam o mesmo ritmo?

E acharia difícil, nestes dias, dizer graças às refeições?

Cantaria as canções que sempre canto, e leria os livros que sempre leio?

E deixaria Ele ver as coisas com que vivo alimentando meu espírito?

Levaria Jesus a todos os lugares aonde planejara ir, ou talvez mudasse meus planos por apenas um dia ou dois?

Me alegraria em apresentar-lhe meus amigos mais íntimos, ou ficaria torcendo para eles não aparecerem até que a visita terminasse?

Gostaria que ele ficasse para sempre, sem jamais ir embora, ou suspiraria com grande alívio quando, por fim, ele se fosse?

Seria interessante saber que coisas realmente faria

Se Jesus viesse, em pessoa, me visitar algum dia…

2 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

A revista “JESUS VIVE E É SENHOR” é uma publicação mensal da Comunidade Emanuel, entidade sem fins lucrativos, declarada de Utilidade Pública pelo Decreto 8.969 de 13/05/86. A COMUNIDADE EMANUEL tem entre seus Ministérios a Evangelização através da Palavra escrita, servindo à Renova-ção Carismática da Igreja. Sua espiritualidade é centrada em Jesus Cristo, guiada pelo Espírito Santo de Deus, incentivan-do os seus leitores à vida sacramental, à oração pessoal e ao uso comunitário dos Dons e Carismas.Orientação da COMUNIDADE EMANUEL. Uma Associação Particular de Fiéis Leigos, assim reconhe-cida por Decreto, pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Revista com Aprovação Eclesiástica.® Copyright 1996 – Direitos ReservadosCOMUNIDADE EMANUEL CNPJ 29.983.269/0001-17 - ISSN:0103-8133- Rua Cortines Laxe, nº 2 Centro - CEP 20090-020 - Caixa Postal 941 CEP 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ Brasil - Tel.: 0+XX+21 2263-3725 Fax: 0+XX+21+2233-7596.

Órgão Fundador da Associação Latino-americana de Revistas de Renovação no Espírito Santo.

• Fundador: DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB.

• Diretor-Presidente: Dom Cipriano Chagas, OSB• Diretor Responsável: Mauro Moitinho Malta• Conselho de Redação: Dom Cipriano Chagas, Maria Teresa Malta, Anna Gabriela Malta, Alexandre Honorato D. Ferreira

• Redator Responsável: Jeannine Leal• Revisor: Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar• Coordenador de Edição: Comunidade Emanuel• Projeto Gráfico e Diagramação: Comunidade Emanuel• Revisão e Tradução: Comunidade EmanuelOs artigos publicados nesta revista são de responsabilidade dos autores. Todo material para a revista, sendo publicado ou não, não será devolvido.“A este Jesus, Deus o ressuscitou, e disto nós todos somos testemunhas. Portanto, exaltado pela direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e o derramou, e é isto o que vedes e ouvis” (At 2,32-33).

“Saiba, portanto, com certeza, toda a casa de Israel: Deus o constituiu Senhor e Cristo, a este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2,36).

Impressão:ROTAPLAN GRÁFICA E EDITORA LTDA

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MAURO MOITINHO MALTA

Mauro Moitinho Malta Membro do conselho da Comu-nidade Emanuel, autor do livro “Perdão, o caminho da felicidade”.

Carta ao LeitorDurante a viagem apostólica à Colômbia,

Papa convoca os fiéis a se tornarem uma rede vigorosa para chegar à unidade e levar a todos a trabalhar na defesa e no cuidado da vida humana. A única vez, em todo o evangelho de Lucas, que Jesus prega junto ao chamado mar da Galileia foi às margens do do lago de Gene-saré. “No mar aberto, confundem-se a esperada fecundidade do trabalho com a frustração pela inutilidade dos esforços vãos” diz Sua Santidade. E continua, “segundo uma antiga interpretação cristã, o mar também representa a vastidão onde convivem todos os povos.” “A Palavra de Jesus tem algo de especial que não deixa ninguém indiferente, afirma nosso Papa. “A sua Palavra tem o poder de converter os corações, mudar planos e projetos. É uma Palavra que serve tanto para a segurança da margem como para a fragilidade do mar.” “Como Pedro”, enfa-tiza ele, “também somos capazes de confiar no Mestre, cuja Palavra suscita fecundidade mes-mo onde a inospitalidade das trevas humanas torna infrutíferos muitos esforços e fadigas. Lançar as redes implica responsabilidade de partir para ação em uma comunidade imensa, que é chamada a tornar-se uma rede vigorosa que congregue a todos na unidade, trabalhando na defesa e cuidado da vida humana, particular-mente quando é mais frágil e vulnerável. Dom Cipriano procura mostrar a importância da inter-cessão pelos irmãos em seus artigos: o primeiro sobre aIntercessão Profética – o papel do fiél - o autor explica que “intercessão Profética é uma urgência de rezar dada pelo Espírito Santo para situações ou circunstâncias a respeito das quais você tem muito pouco conhecimento em nível natural. Você reza pelos pedidos de oração que estão no coração de Deus. Ele impulsiona você a rezar para que ele possa intervir. Somos executores da vontade de Deus. Deus dirige você a rezar para que sua vontade se faça na terra como é feita no céu.” Explica, ainda o papel do fiél informando que deve dizer ao Senhor que você quer rezar pelas coisas que estão no coração dele e explica os passos que deverão dar com esse objetivo.”No segundo, sobre a Voz de Deus, mostra que “Deus quer que você aprenda a esperar Deus nos lugares mais ines-perados, discernir o que é e o que não é sua voz, ser paciente enquanto espera no Senhor, ficar tranquilo e escutar com expectação, crer que ele realmente quer lhe falar, entregar sua vontade a Deus para que ele possa chegar até você. Deixar todo medo e obedecer a suas ins-pirações, tornar-se mais capaz de ser guiado por Deus pela prática.”Nessa busca pela Palavra de Deus, a intercessão é fundamental, assim como nosso diálogo com o próximo. Mas isso se está

tornando uma facilidade ao mesmo tempo em que se torna uma dificuldade, como aponta outro articulista Oscar Fidencio Ibáñez ao nos informar que, “atualmente, é mais fácil comunicar-se com pessoas que estão do outro lado do mundo e ao mesmo tempo é mais fácil desentender-se de quem está a seu lado. Enquanto todos podem bloquear as pessoas com quem não querem interagir nas redes sociais, é possível que muitos desconhecidos podem acessar aos seus dados mais íntimos sem que você se dê conta, através da informação que existe publicamente na rede.” O autor chama a atenção para as consequências dessa evolução: “A família é afetada pelas mudan-ças nos processos de comunicação, interação e formação entre seus membros, gerando brechas entre pais e filhos, que se acentuam pela maior interação dos filhos com pessoas e canais virtuais com diferentes valores e perspectivas; As escolas e os métodos educativos se tornam obsoletos frente a disponibilidade de informação na inter-net, com formatos que combinam sons, textos e imagens. As igrejas, por sua vez se veem afetadas pela alteração dos processos de formação das famílias e pela modificação dos métodos cate-quéticos, da mesma forma os métodos educativos nas escolas.”Na secção de ensino, em época onde se generaliza a discussão sobre “gênero” sexual do ser humano, nada melhor do que lembrar as “Dez preciosas citações de S.João Paulo II sobre a Teologia do Corpo, através do qual se “deu continuidade a uma tradição iniciada pelo Papa Pio IX (1870): As “Audiências Gerais”entre setembro de 1979 e novembro de 1984, com o ciclo catequético sobre a Teologia do Corpo. Esta catequese mostrou, com profundidade teológica, o que significa ser homem e mulher em relação ao outro e com Deus. Que possamos aproveitar essas leituras para aprimorar nosso conhecimento sobre temas tão importantes para a evolução do homem na sociedade mundial.

Mauro Moitinho Malta

4 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

Revista Jesus Vive On Line

Capa

24 A redenção do corpo Por Dom Cipriano Chagas, osb

3 Carta ao leitor Por Mauro Moitinho Malta

1 Oração Inicial SE JESUS VIESSE À SUA CASAPor Dom Cipriano Chagas, osb

6 Alma FemininaELEMENTO ESTRANHOPor Anna Gabriela Malta

8 Em PautaA GERAÇÃO VIRTUALPor Oscar Fidencio Ibáñez

40 SantoSANTO ANDRÉ, APÓSTOLO E MÁRTIRPor Jeannine Leal

Colunistas

Seções5 Reflexão | Frases

41 Agenda

38 Curso de IntercessãoINTERCESSÃO PROFÉTICA - PARTE 1O papel do fielPor Dom Cipriano Chagas, OSB

HomiliaCRISTO, REI DO UNIVERSO Dom Anselmo Chagas de Paiva, OSB

22

18

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Entre o Céu e a terraEDUCANDO PARA A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADEPor Giuseppe SavagnoneA VIVÊNCIA DA PALAVRA DE DEUS e a experiência de amor dele para com o homemPor Vinícius Abreu Lima Filho

30 DEZ PRECIOSAS CITAÇÕES DE SÃO JOÃO PAULO II SOBRE A TEOLOGIA DO CORPOPor Encuentra

26EnsinoO CORPO E AS TRÊS EXPERIÊNCIAS HUMANAS ORIGINAISPor Dom Cipriano Chagas, OSB

32 NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSAPor Jeannine Leal

36 CatequeseNÃO MATARÁS (EX 20,13)Da Redação

10 Comunhão EclesialCONSTRUTORES DA PAZ, PROMOTORES DA VIDAPapa Francisco

14 MEDIANTE A COMUNHÃO DAS PESSOAS O HOMEM TORNA-SE IMAGEM DE DEUSSão João Paulo II

Vida e Conhecimento12 A SALVAÇÃO, AÇÃO TOTALIZANTE DE DEUS

Por Pe. Angel L. Strada

EnsinoRendidos a DeusPor Dom Cipriano Chagas, osb

Curso de IntercessãoA voz de DeusPor Dom Cipriano Chagas, osb

Vida e ConhecimentoComo a autoestima está ligada à imagem e semelhança de Deus?Por Sheila Morataya

A “vida conforme o Espírito Santo” permite que o homem e a mulher reencontrem a verdadeira “liberdade do dom” junto com o significado nupcial do corpo

2017 • edição 471 • Jesus Vive e é o Senhor 5

Frases

“A salvação da raça humana não é brincadeira ou exercício intelectual ou logístico. É real, histórico, factual. O homem realmente pecou e expe-rimentou consequências extrema-mente tangíveis”.Dom Cipriano Chagas, OSB, in A Volta de Jesus

“A alma (em pecado) sente vergonha e amargura, e ainda não experimenta o amor, mas sim a dor e sente-se insatis-feita”.Santa Ângela Foligno

“Tenham a certeza de que quando eu morrer, a única causa de minha morte será meu amor pela Igreja”.Santa Catarina de Sena

“Nenhuma mão profana pode tocar-me porque um anjo me protege”.Santa Cecília

“Seja você também uma ponte que liga os que tem de sobra, com aqueles que sentem falta de tanta coisa”.Santa Clara de Assis

“Foi à luz dos raios da misericórdia que compreendi quanto me amais”.Santa Faustina Kowalska

Se todos soubessem como Jesus é belo, como é amável, não procurariam senão seu amor”.Santa Gemma Galgani

“Quanto mais Jesus ocupar o centro de nossa vida, mais nos fará sair de nós mesmos e estar mais próximos dos outros”.Papa Francisco, @pontifex_pt, 17 de setembro 2017

Do livro – Orações Bíblicas de Frederico Daibert MoncorvoAdquira o seu www.domcipriano.org.br ou (21) 2263-3725

OraçãoORAÇÃO DE BÊNÇÃO ESPIRITUAL

Efésios 1,3-14

Bendito seja vós, Senhor, nosso Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em Cristo, e nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de vossos olhos.

No vosso amor nos predestinou para sermos adotados como vossos filhos.

Pelo Sangue de Jesus temos a redenção, a remissão dos pecados, e fomos selados com o Espírito Santo prometido.

Amém.

Reflexão

1. Deixa-a falar porque do passado a pessoa idosa tem muito a contar. Coisas verdadeiras e outras nem tanto, mas todas úteis aos espíritos ainda em formação.

2. Deixa-a vencer nas discussões e não fiques a lembrar a todo instante que suas ideias estão superadas. Ela precisa sentir-se segura de si mesmo.

3. Deixa-a visitar seus velhos amigos entreter-se com seus camaradas, porque é dessa maneira que a pessoa idosa consegue reviver os tempos idos.

4. Deixa-a contar histórias demo-radas ou, muitas vezes, repetidas, porque a pessoa idosa precisa provar a si mesmo que os outros gostam de sua companhia.

5. Deixa-a viver entre as coisas que amou e que sempre recorda, porque ela já sofre ao sentir que, aos poucos, vai sendo abandonado pela vida.

6. Deixa-a reclamar, mesmo quando está sem razão porque toda pessoa idosa, tem direito, como as crianças, à tolerância e à compreensão.

7. Deixa a viajar em teu carro quan-do saíres de férias ou nos fins de semana, porque sentirás remorso, se algum tempo depois ela já não esti-ver aqui para fazer-lhe companhia.

8. Deixa-a envelhecer com mesmo paciente afeto com que assistes aos teus filhos crescerem, porque ambos os casos estarás, demonstrando o mesmo sentimento de amor e proteção.

9. Deixa-a rezar onde e como queira porque a pessoa idosa deseja ver sempre a sombra de Deus no resto de estrada que ainda vai percorrer.

10. Deixa-a morrer entre braços aco-lhedores e amigos, porque o amor dos familiares e das pessoas amigas é o melhor sinal do amor do Pai que está no céu.

Nota: “Os dez mandamentos de amor à pessoa ido-sa” foram redigidos na Itália, por um frade carmelita. A tradução para o português foi feita por um confra-de da mesma ordem, residente em Teresópolis, RJ. O texto acima foi revisto por um poeta pernambu-cano que não quis se identificar. São dele alguns acréscimos ao texto original.

10 MANDAMENTOS DE AMOR À PESSOA IDOSA

2017 • edição 472 • Jesus Vive e é o Senhor 5

6 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

Alma Feminina

NA MATURIDADE NÃO TEM NENHUM RITO DE PASSAGEM. SÓ A PASSAGEM DO TEMPO, PURA E SIMPLESMENTE DEIXANDO SUA MARCA

Elemento estranhoNum mundo que privilegia a juventude como se ela fosse eterna e única fonte de prazer, como aceitar e lidar com as pequenas mudanças que

acontecem no nosso corpo?

E stava no elevador quando de re-pente minha irmã deu berro de cima do seu salto-alto, olhando para baixo: – Aiiii! Você tá com

um cabelo branco! Na mesma hora, olhei para o espelho chocada. Como? Eu? De cabelo branco? Como assim?!? - Vai fazer o quê agora? Começar a pintar?

– Não. Pode arrancar essa coisa estranha e qualquer outro parente. Eles não me pertencem!

Minha irmã mora no primeiro andar, então essa viagem de elevador não levou mais que alguns minutos, mas o fio de cabelo branco – relativamente grande, ficou na minha cabeça naquela noite. Nos dias seguintes me peguei naquela cena de desespero – catando fio branco em frente ao espelho. Ainda não achei outro, mas acho que porque não estou procurando para achar... Aquela parte superior, que eles adoram, eu deixo em paz... para quê perturbar? É muito ma-labarismo para enxergar alguma coisa.

Já era hora, eu sei. Estou na porta dos quarenta, daqui a um ano, e há algum tempo comecei a me acostumar com a ideia... Mas mesmo assim, cabelo branco? Ok, o meu metabolismo não é mais ou mesmo. A pele também não... Demanda mais atenção e porque não, carinho? Num mundo que privilegia a juventude como se ela fosse eterna e única fonte de prazer, como aceitar e lidar com as pequenas mudanças que acontecem no nosso corpo a partir dos 25 anos, mas que realmente aceleram em meados dos 30? Conversando com

mercado de trabalho, casamento... Na maturidade não tem nenhum rito de pas-sagem. Só a passagem do tempo, pura e simplesmente deixando sua marca.

Sempre gostei de ficar mais velha. Não sei porque mas sempre achei que aos 30 era quando a vida começava para valer. E realmente foi intenso. Não foi um mar de águas tranquilas, mas águas turbulentas, com bonança depois da

POR ANNA GABRIELA MALTA

um grupo de amigas uma delas falou que sentiu uma mudança de comporta-mento por volta dos 38/39 anos – a tão falada maturidade. Engraçado como não sabemos explicar bem por quê, como e quando exatamente, mas sabemos reconhecer quando passamos por ela. Na adolescência e juventude talvez seja mais fácil de reconhecer por causa dos ri-tos de passagens – semi-independência dos pais, saída com os amigos, faculdade,

10 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

Comunhão eclesial

PAPA FRANCISCO

Construtores da paz, promotores da vidaPAPA FRANCISCO

O evangelista recorda que a chamada dos primeiros dis-cípulos teve lugar nas mar-gens do lago de Genesaré,

onde as pessoas se reuniam para ouvir uma voz capaz de as orientar e iluminar; e é também o lugar onde os pescadores concluem a sua jornada fatigante, duran-te a qual buscam o sustento para levar uma vida sem penúrias, uma vida digna e feliz. É a única vez, em todo o evange-lho de Lucas, que Jesus prega junto do chamado mar da Galileia. No mar aberto, confundem-se a esperada fecundidade do trabalho com a frustração pela inu-tilidade dos esforços vãos. E, segundo uma antiga interpretação cristã, o mar também representa a vastidão onde con-vivem todos os povos. Finalmente, pela sua agitação e obscuridade, evoca tudo aquilo que ameaça a existência humana e que tem o poder de a destruir.

UUsamos expressões semelhantes para definir multidões: uma maré huma-na, um mar de gente. Naquele dia, Jesus tem atrás Dele, o mar e, à sua frente, uma multidão que O seguiu ao ver como Ele Se comove perante o sofrimento huma-no... e as suas palavras justas, profundas, seguras. Todos vêm ouvi-Lo; a Palavra de Jesus tem algo de especial que não deixa ninguém indiferente. A sua Palavra tem o poder de converter os corações, mudar planos e projetos. É uma Palavra corro-borada pela ação, não são conclusões redigidas no escritório, expressões frias

e distantes do sofrimento das pessoas; por isso, é uma Palavra que serve tanto para a segurança da margem, como para a fragilidade do mar.

Esta querida cidade, Bogotá, e este belo país, a Colômbia, têm muito destes cenários humanos apresentados pelo Evangelho. Aqui vivem multidões que anseiam por uma palavra de vida, que ilumine com a sua luz todos os esfor-ços e mostre o sentido e a beleza da existência humana. Estas multidões de homens e mulheres, crianças e idosos

habitam uma terra de fertilidade ini-maginável, que poderia dar frutos para todos. Mas também aqui, como noutras partes do mundo, há densas trevas que ameaçam e destroem a vida: as trevas da injustiça e da desigualdade social; as trevas corrutoras dos interesses pessoais ou de grupo, que consomem, egoísta e desaforadamente, o que se destina para o bem-estar de todos; as trevas da falta de respeito pela vida humana que diariamente ceifa a existência de tantos inocentes, cujo sangue brada ao céu; as trevas da sede de vingança e do ódio que

Durante a viagem apostólica à Colômbia, Papa convoca os fiéis a se tornarem uma rede vigorosa para chegar à unidade e que leve a todos a trabalhar

na defesa e no cuidado da vida humana.

A PALAVRA DE JESUS TEM ALGO DE ESPECIAL QUE NÃO DEIXA NINGUÉM INDIFERENTE. A SUA PALAVRA

TEM O PODER DE CONVERTER OS CORAÇÕES

Papa Francisco para beatificar os mártires colombianos que eram testemunhas "até o ponto da morte"

12 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

O CORPO HUMANO É CHAMADO A SER SANTO E PARTICIPARÁ DA RESSURREIÇÃO FINAL. O CÉU JÁ ESTÁ HABITADO

PELOS CORPOS GLORIOSOS DE CRISTO E DE MARIA

A salvação, ação totalizante de Deus

POR PE. ANGEL L. STRADA

C risto operou a salvação integral do homem e do cosmo. Ele não redime “almas”, porém o homem em sua realidade

total e estende essa redenção a toda criação. A realidade corporal recebe, de igual modo, um novo sentido. A matéria está incorporada à renovação operada por Cristo. Daí que a morte não é sim-plesmente o final óbvio de processo biológico, nem o corpo é somente uma realidade material. A morte e, sobretudo, a Ressurreição de Cristo., concedem uma significação salvífica à nossa morte e ai corpo. São Paulo afirma categoricamente que a realidade central de nossa fé é a Ressurreição do Senhor. Esse acon-tecimento modifica essencialmente a situação diante da morte. “Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, as-sim também em Cristo todos reviverão” (1Cor 15,21-22).

O homem redimido, depois da morte, é chamado a compartilhar para sempre a vida de Cristo ressuscitado. É o homem concreto – corpo e alma – que é convidado a participar do banquete que o Pai prepara para seus filhos.

Desconhecemos totalmente as ca-racterísticas concretas da participação do corpo na ressurreição final. Alguns teólogos a descrevem como uma cor-poreidade esclarecida, uma matéria transfigurada… Isso se realiza na Virgem assunta aos céus, que participa plena-mente dos frutos da Ressurreição de Jesus. Constitui evidência vigorosa da eficácia da graça, que abrange também a realidade material do corpo.

Sentido cristão do corpoEsse dom, no entanto, possui tam-

bém uma significação para nós. Maria não está recordando o fim último de nossa vida e quais são as forças para alcançá-lo. Peregrinando em comunhão com Cristo, participando de seu mistério pascal, somos chamados a ser cidadãos do céu. Nosso caminho vai até o Pai.

A glorificação corporal de Maria ilumina, ademais, o sentido do corpo humano. Convida a valorizá-lo em sua dignidade e função como expressão do espírito, meio de comunicação com a realidade e morada da Trindade. O esquecimento ou desprezo dessa dig-nidade leva a uma vivência angelicista e desencarnada do cristianismo.

O outro modo de violação da digni-dade do corpo é a exaltação e abuso do mesmo. Maria elevada aos céus constitui protesto energético contra uma civiliza-ção que transforma o corpo num ídolo, um mero objeto de prazer, um artigo mais de propaganda e de consumo, um instru-mento de satisfação de instintos baixos. O corpo humano é chamado a ser santo e participará da ressurreição final. O céu já está habitado pelos corpos gloriosos de Cristo e de Maria.

Rainha vitoriosaA assunção aos céus significa para

Maria um novo de existência em corpo e alma. Ela goza um novo modo de exis-tência em corpo e alma. Ela goza para sempre da visão beatífica. Isso implica simultaneamente uma maior presença e possibilidade de ação no mundo. Daí por que o Vaticano II afirma que Maria “foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, o Senhor dos senhores (Ap 19,16) e vencedor do pecado e da morte”.1 Dessa maneira, o Concílio enfeixa múltiplas declarações do Magistério e uma tradição de séculos na teologia, na liturgia e na fé do povo cristão. Proclamar Maria qual Rainha é proclamar outro dom recebido por sua participação na obra redentora.

Nota: 1. LG, 59. Ver também K. Rahner, Op. cit p. 111-23.

Fonte: STRADA, Angel L., Maria: exemplo de mulher. Editora Ave-Maria. 2ª Edição, 1991. p. 119-120

Pe. Angel L. Strada, é o postulator para no processo de canonização do Pe. José Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt.

Vida e conhecimento

2017 • edição 472 • Jesus Vive e é o Senhor 13

14 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

NA NARRATIVA BÍBLICA, A SOLIDÃO É CAMINHO QUE LEVA ÀQUELA UNIDADE

Vida e conhecimento

S eguindo a narrativa do Livro do Gênesis, verificamos que a “defi-nitiva” criação do homem consis-te na criação da unidade de dois

seres. A sua unidade denota, sobretudo, a identidade da natureza humana; a dua-lidade, porém, manifesta o que, com base em tal identidade, constitui a masculini-dade e a feminilidade do homem criado. Esta dimensão ontológica da unidade e da dualidade tem, ao mesmo tempo, o signifi-cado axiológico do texto de Gênesis 2,23 e resulta claramente de todo o contexto que o homem foi criado como especial valor diante de Deus (“Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa” (Gêne-sis 1,31), mas também como especial valor para o homem mesmo: primeiro, porque é “homem”; segundo, porque a “mulher” é para o homem, e vice-versa, o “homem” é para a “mulher”. Enquanto o capítulo primeiro do Gênesis exprime este valor em forma puramente teológica (e indire-tamente metafísica), o capítulo segundo, pelo contrário, revela, por assim dizer, o primeiro círculo da experiência vivida pelo homem como valor. Esta experiência está inscrita já no significado da solidão original, e depois em toda a narrativa da criação do homem como macho e fêmea. O texto conciso de Gênesis 2,23, que encerra as palavras do primeiro homem à vista da mulher criada, dele “tirada”, pode ser considerado o protótipo bíblico do Cântico dos Cânticos. E, se é possível ler impressões e emoções em palavras tão remotas, poder-se-ia também correr o risco de dizer que a profundidade e a força desta primeira e «original» emoção do homem-macho diante da humanidade da mulher, e ao mesmo tempo diante da feminilidade do outro ser humano, parece alguma coisa única e impossível de repetir.

Ultrapassando a solidão pessoalDDeste modo, o significado da

unidade original do homem, através da masculinidade e da feminilidade, expri-me-se como ultrapassagem do confim da solidão, e ao mesmo tempo, como afirmação – quanto a ambos os seres humanos — de tudo o que na solidão é constitutivo do “homem”. Na narrativa bíblica, a solidão é caminho que leva àquela unidade que, seguindo o Vaticano II, podemos definir communio persona-rum.1 Como já precedentemente nota-mos, o homem, na sua original solidão, adquire uma consciência pessoal no processo de “distinção” de todos os se-res vivos (animalia) e, ao mesmo tempo, nesta solidão, abre-se para um ser afim

a ele, que o Gênesis (2, 18 e 20) define como “auxiliar que lhe é semelhante”. Esta abertura decide do homem/pessoa não menos, antes talvez ainda mais, que a mesma “distinção”. A solidão do ho-mem, na narrativa javista, apresenta-se não só como o primeiro descobrimento da característica transcendência própria da pessoa, mas também como desco-brimento duma adequada relação «à» pessoa e, portanto, como abertura e ex-pectativa duma “comunhão das pessoas”.

Poder-se-ia também aqui usar o ter-mo “comunidade”, se não fosse genérico e não tivesse tão numerosos significa-dos. “Communio” diz mais e com maior precisão, porque indica exatamente aquele «auxiliar» que deriva, em certo

Mediante a comunhão das pessoas o homem torna-se imagem de Deus

DAS CATEQUESES DE SÃO JOÃO PAULO II SOBRE A TEOLOGIA DO CORPO

SÃO JOÃO PAULO II

2017 • edição 472 • Jesus Vive e é o Senhor 17

18 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

Entre o céu e a terra

Educando para a liberdade com responsabilidadePOR GIUSEPPE SAVAGNONE

V ivemos numa era em que reina soberana a ilusão que cada um de nós é completamen-te independente. A cultura

dominante é a do individualismo, o que faz com que se acredite que cada um tem sua própria esfera de vida, na qual, outros não têm papel, a menos que decidamos dá-lo. As relações humanas são consideradas como resultado de uma decisão livre que todos podem tomar-se, como e sempre que quiser.

É significativo como isso mudou a maneira de entender a comunidade política. Para os antigos é uma conexão natural, original, que caracteriza os seres humanos em relação a outros animais: “O homem é um animal político”, escre-veu Aristóteles. E ele afirmou: “Quem é incapaz de entrar na comunidade por sua autossuficiência ou por não sentir a necessidade (...) é uma fera ou um deus”. Em suma, não é um homem. Portanto, os relacionamentos com os outros vêm constituir a própria identidade humana do indivíduo que não está sozinho, sem os outros. E para o pensador grego, o sinal disso é que o ser humano é dotado pela natureza da palavra, porque é a ca-pacidade de falar que cria a comunidade.

Linguagem e Relacionamento: um vínculo indissolúvel

Mesmo em Gênesis, Adão está incompleto, enquanto permanece so-zinho. Nem permitimos que os animais que Deus o leva a dar-lhes um nome para preencher sua insuportável solidão.

É por isso que ele precisa enfrentar outro, mas ele não pode vir de fora, mas ele deve fazer algo disso: “O Senhor Deus disse: ‘Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada’. Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais dos campos, e todas as aves dos céus, levou-os ao homem... mas não se achava para ele uma ajuda que lhe fosse adequada. Então o Senhor Deus mandou ao ho-mem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus

fez uma mulher, e levou-a para junto do homem” (Gn 2,18-23). Isto é, o outro está fora, mas ao mesmo tempo, dentro de nós. Não é uma opção, mas uma parte de nós mesmos!

“Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem’” (Gn 2,23). Estas são as primeiras palavras que a Sagrada Escritura coloca na boca de Adão e ele as pronuncia apenas na presença de outro ser humano. Existe uma correspondência singular com a afirmação de Aristóteles de que a linguagem verbal e a vida de re-

O caminho seguido pelo autor quanto ao valor presente da educação destaca a necessidade de educar os jovens sobre o autocuidado e a história própria. Mas isso não é suficiente. Precisamente porque ambas as dimensões são adequadamente implementadas,

é necessário educar a pessoa no cuidado de suas relações com os outros.

EDUCAR, HOJE, TAMBÉM SIGNIFICA DESAFIAR O MODELO FALSO DE INDIVIDUALISMO E AUTONOMIA, MOSTRANDO A INFLEXIBILIDADE TOTAL

20 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

A VIVÊNCIA DA PALAVRA DE DEUS e a experiência de amor dele para com o homem

POR VINÍCIUS ABREU LIMA FILHO

Entre o céu e a terra

Vinícius Abreu Lima Filho é membro da Comunidade Emanuel e colabora-dor da revista Jesus Vive e é o Senhor.

C aros amigos, o texto de Hb 4,12 diz “A palavra de Deus é viva e ativa, mais afiada que uma espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, juntas

e medulas e discerne os pensamentos e as inten-ções dos corações.”

Essa espada pode ser usada tanto para a defesa quanto para o ataque. Ela é a arma para os solados se defenderem e atacarem seus inimigos.

A espada do Espírito é a Palavra de Deus e como sabemos que Satanás, nosso inimigo, é um espírito, nós devemos combatê-lo com armas espirituais. O exército de Deus vence todos os inimigos seja pela conversão ou pela destruição e a Palavra de Deus tem atuação profícua e certeira. É ela quem atua na conversão e na destruição dos inimigos, e como mesmo diz a Palavra em Hebreus, ela é “mais afiada que uma espada de dois gumes”.

Assim, devemos conhecer a Palavra de Deus a fim de que estejamos sempre aptos e atentos a usá-la para atuarmos em oposição ao mal.

Dom Cipriano sempre nos alerta que uma espada sem uso tende a enferrujar-se e as armas que não são empunhadas não fazem mal algum ao inimigo que vai continuar atuando livremente.

A eficácia dessa espada não depende de nos-sa habilidade no seu manuseio mas sim da forma como a usamos...Lembremos que essa espada serve para ensinar, repreender, corrigir e formar na justiça. É ela quem nos torna bons para a realização de toda obra.

Por isso meus amigos..sejamos leitores atentos da Palavra de Deus..Vamos proclamar a Palavra de Deus ..temos armas espirituais para combater nosso inimigo e guardarmos nossa Fé...Vamos ao combate.

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POR DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

O CORPO e as três experiências humanas originais

Ensino

DEUS NOS DEU A LIBERDADE EM PRIMEIRO LUGAR. MAS ALGUMAS ESCOLHAS NEGAM NOSSA VOCAÇÃO DE AMAR

A SOLIDÃO ORIGINAL: PRIMEIRA DESCOBERTA DE SER PESSOA

“Então, o Senhor Deus disse: ‘Não é bom que o homem esteja só; farei para ele uma auxiliar que lhe seja adequada” (Gn 2,18).

O significado mais óbvio dessa solidão é que o homem está sozinho sem a mulher. Mas há um sentido mais profundo. Esta narração da criação não distingue mesmo entre homem e mulher senão depois do “profundo sono” de Adão. Aqui, Adão representa todos nós – homens e mulheres (adam em hebraico significa “homem” em sentido genérico). O homem está “sozinho” porque ele é a única criatura feita à imagem e seme-lhança de Deus. O homem está “sozinho” no mundo visível como uma pessoa.

Quando Adão dá nome aos ani-mais, ele descobre também seu próprio “nome”, sua identidade. Ele estava buscando uma “auxiliar”, mas não en-controu nenhuma entre os animais (Gn 2,20). Adão difere dos animais. O que a pessoa humana tem que os animais não têm? Em uma palavra, a liberdade. Adão não está determinado pelos instintos corporais. Ele foi criado do pó da terra

como os animais (ele é um corpo), mas tem também o “sopro da vida” inspirando seu corpo (Gn 2,7). Um corpo inspirado não é apenas um corpo, mas alguém. Uma pessoa pode escolher o que fazer com seu corpo. O pó simples não pode.

Nesta liberdade, Adão se vivencia como um “eu”. Ele é mais do que um “objeto” no mundo; ele é um “sujeito”. Ele tem um “mundo interior” e uma “vida interior”. É impossível falar da vida interior de um lagarto ou de uma galinha. É precisamente essa “vida interior” que as palavras “sujeito” e “pessoa” captu-ram. A despeito de certas propagandas modernas dizerem o contrário, sabemos intuitivamente que as galinhas não são “gente”. Devemos especial respeito a to-das as criaturas de Deus, mas nenhuma outra criatura corporal compartilha a dig-nidade de ser criada à imagem de Deus.

POR QUE ADÃO FOI DOTADO DE LIBERDADE?Porque Adão foi chamado a amar,

e sem liberdade, o amor é impossível. Em sua solidão, Adão compreende que o amor está em sua origem, em sua vocação, em seu destino. Compreende que, diferentemente dos animais, ele é convidado a entrar numa “aliança de amor” com o próprio Deus. É esse relacionamento de amor com Deus que define a “solidão” de Adão mais do que qualquer outra coisa. Provando esse amor, ele também aspira com todo o seu ser, partilhar o amor (aliança) com outra pessoa como ele. É por isso que “não é bom que o homem esteja só”.

Em sua solidão, portanto, Adão des-cobriu sua dupla vocação: amor de Deus e amor do próximo (Mc 12,29-31). Tam-bém descobriu sua capacidade de recu-sar essa vocação. Deus convida Adão a amar; ele nunca o força porque amor forçado, não é amor de modo algum.

Três experiências em particular, definem a pessoa humana no estado de inocência original: solidão, unidade e nudez. Ao examinarmos essas experiências,

veja se você não encontra um “eco” de cada uma delas em seu coração.

32 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, Paris

Nossa Senhora

Nossa Senhora da Medalha MilagrosaPOR JEANNINE LEAL

A os 12 anos, Catarina faz a Primeira Comunhão. Com sua irmã, Tonine, toma conta da casa e da fazenda onde mo-

rava. Todas as manhãs vai rezar na igreja.

Uma rotina que começa a mudar quando completa 18 anos e, uma noi-te, tem um sonho: o Padre celebrante, durante uma missa, lhe faz um sinal. Ela imediatamente compreende que aquele era um sinal de Deus - Ele a chama!

Aos 24 anos, Catarina chega a Paris e entra na Companhia das Filhas da Ca-ridade. É lá que, na noite de 18 de julho de 1830, é acordada por um menino todo cercado de luzes, seu Anjo da Guarda que lhe diz para ir à Capela, onde a Santíssima Virgem está esperando. Catarina segue o menino e encontra a capela toda ilumina-da. Ajoelha-se ao pé do altar. De repente, uma Senhora belíssima vem sentar-se diante dela. Durante duas horas, fala com Catarina e a escuta com bondade.

A Senhora anuncia à Catrina uma mis-são difícil: “Vinde ao pé deste altar. Aqui, as graças serão abundantes para os que pedirem com confiança e fervor. Elas serão concedidas aos grandes e aos pequenos”.

A 27 de novembro de 1830, Catarina reza na Capela quando vê a Mãe de Jesus vestida com uma túnica de seda branca, de pé sobre meio globo terrestre. Seus pés esmagam uma serpente, que repre-senta o demônio. A Santíssima Virgem traz em suas mãos uma bola coroada por uma cruz. Catarina ouve: “Esta bola re-presenta o mundo do inteiro, a França… e cada pessoa em particular”.

Depois, a bola desaparece e os dedos da Santíssima Virgem enviam raios lumi-nosos que caem sobre a Terra: “Estes raios são o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que me pedem”.

Então, se forma em volta de Nossa Senhora, como um quadro oval em forma de medalha, na qual estão escritas estas palavras: “Ó Maria, concebida sem peca-do, rogai por nós que recorremos a vós”.

Catarina ouve: “Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todas as pessoas que a trouxerem ao pescoço com confiança, receberão grandes gra-ças”. Depois a medalha vira e Catarina vê a letra M coroada por uma cruz e o

Coração de Jesus rodeado de espinhos junto ao Coração de Maria, atravessado por uma espada. Chamas de amor saem dos dois corações. Vê, também, doze estrelas que representam os doze após-tolos. Em seguida, tudo desaparece…

No mês seguinte, dezembro, a San-tíssima Virgem aparece pela última vez a Catarina, a fim de animá-la para sua missão. Dois anos depois, em 1832 a Medalha é feita e imediatamente, dis-tribuída. Muitos milagres se produzem. O povo de Paris apelida a medalha de Medalha Milagrosa. Rapidamente, ela dá a volta ao mundo.

Mas, não foi assim tão fácil.

A história da Medalha Milagrosa começa há muitos anos, em Fain-les-Moutiers, França. Uma menina, chamada Catarina Labouré, acaba de perder sua mãe. Muito abalada, beija a

estátua de Nossa Senhora e diz: “De agora em diante, tu serás minha mãe”.

2017 • edição 472 • Jesus Vive e é o Senhor 35

36 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

Catequese

O s maus frutos da ruptura do homem com Deus são observados na narração de Caim e Abel. Vemos que a

inveja levou Caim a cometer a injustiça extrema contra o seu irmão. Isto, por sua vez, provocou uma ruptura da relação entre Caim e Deus e entre Caim e a terra, da qual foi exilado.1

O RESPEITO À VIDA HUMANA“A vida humana é sagrada porque

desde sua origem ela encerra a ação cria-dora de Deus, e permanece para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. Só Deus é o dono da vida, do começo ao fim; ninguém, em nenhuma circunstância, pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente”.2

A fragilidade das relações humanas, a desordem e a banalização das relações das instituições do Estado perante a sociedade, por exemplo, são rupturas so-ciais advindas (em seu princípio) da rup-tura com Deus e com seu mandamento de amor. “O descuido no compromisso de cultivar e manter um correto relacio-namento com o próximo, relativamente a quem sou devedor da minha solicitude e custódia, destrói o relacionamento interior comigo mesmo, com os outros, com Deus e com a terra.”3

O dramático colóquio entre Deus e Caim retrata a realidade do relacio-namento humano fraturado pelo ódio. “Deus pergunta: ‘Onde está o teu irmão Abel?’ Caim responde que não sabe, e Deus insiste com ele: ‘Que fizeste? A voz

do sangue do teu irmão clama da terra até Mim. De futuro, serás amaldiçoado pela terra (…). Serás vagabundo e fugi-tivo sobre a terra’ (Gn 4, 9-12). Quando todas estas relações são negligenciadas, quando a justiça deixa de habitar na terra, a Bíblia diz-nos que toda a vida está em perigo.”4

O Catecismo divide o tema em três grandes pontos. O primeiro trata da ameaça direta à vida humana. O segundo ponto abrange as situações onde a ameaça à vida é um efeito indi-reto, colateral, que têm sua origem no desrespeito à dignidade das pessoas. O terceiro diz respeito ao relacionamento entre nações: a salvaguarda da paz.

QUANTO À AMEAÇA DIRETA

Trata da legítima defesa como um dever grave para quem é responsável pela vida alheia ou pelo bem comum. O amor a si mesmo permanece um princípio fundamental da moralidade. Portanto, é legítimo fazer respeitar o próprio direito à vida. Quem defende sua vida não é culpá-vel de homicídio, mesmo se for obrigado a matar o opressor.5 O homicídio voluntário trata-se de expor uma pessoa a um risco sem razão grave, bem como recusar ajuda a uma pessoa em perigo.

O aborto é outra ameaça direta à vida, que dever ser protegida e respei-tada desde sua concepção. Desde o pri-meiro século, a maldade moral de todo aborto provocado – este ensinamento não mudou:6 “Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido” (Didaquê 2,2).7

Quanto à eutanásia, o Catecismo afirma que “sejam quais forem os mo-tivos e os meios, a eutanásia direta consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, doentes ou moribundas. É moralmente inadmissível.” A eutanásia direta tem como objeto a intenção de levar à morte, como um ato de se livrar da pessoa. Entretanto, o Catecismo, 2278, afirma também que nos casos onde não se quer provocar a morte, mas há a aceitação de que não se pode impedi-la, não constitui ato de pecado.

Cada um é responsável por sua vida, diante de Deus. Somos os administrado-res e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela.8 Portanto, o suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. Ofende igualmente o amor do próximo porque rompe injustamente os vínculos de solidariedade com as sociedades fa-miliar, nacional e humana, às quais nos ligam muitas obrigações.9

Não matarás (Ex 20,13)

DA REDAÇÃO

“Ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás’. Aquele que matar terá de responder ao tribunal. Eu, porém, vos digo: todo aquele que encolerizar contra seu irmão terá de

responder no tribunal” (Mt 5,21-22).

SOMOS OS ADMINISTRADORES E NÃO OS PROPRIETÁRIOS DA VIDA QUE DEUS NOS CONFIOU. NÃO PODEMOS DISPOR DELA

38 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

Intercessão proféticaO papel do fiel

POR DOM CIPRIANO CHAGAS, OBS

Curso de intercessão

A intercessão profética é uma urgência de rezar dada pelo Espírito Santo para situações ou circunstâncias a respeito

das quais você tem muito pouco co-nhecimento em nível natural. Você reza pelos pedidos de oração que estão no coração de Deus. Ele impulsiona você a rezar para que ele possa intervir. Somos executores da vontade de Deus. Deus dirige você a rezar para que sua vontade se faça na terra como é feita no céu.

Há muitos tipos diferentes de ora-ção profética, e nem todas são feitas por aqueles que têm o dom de profecia. Deus convocará qualquer um no Corpo de Cristo para rezar orações que vão além do conhecimento natural porque o próprio Espírito Santo deseja que todos os que creem em Jesus rezem. Há aque-les, no entanto, que farão essas orações de modo regular. Estes combatentes de oração profética são normalmente os que têm o dom de intercessão.

Há dois aspectos da intercessão profética: o papel do fiel e o papel da-queles que têm o dom de intercessão: os intercessores proféticos.

O PAPEL DO FIEL

Qual é o papel do fiel na oração pro-fética, e como você ouve as inspirações do Espírito Santo?

Comece por dizer ao Senhor que você quer rezar pelas coisas que estão no coração dele. Os passos seguintes poderão ajudar:

1. Al is te-se no exérc i to de intercessores! Diga a Deus que você quer ser um vigia.

2. Mantenha puro o seu coração, de modo que possa discernir adequa-damente as áreas pelas quais Deus quer que você reze.

3. Desenvolva uma consciência de Deus em sua vida. Esteja atento em todo momento em que você estiver em ser-viço. Ser vigia é muito parecido com ser um médico que anda com um “beeper”. A todo momento ele pode ser convoca-do para uma emergência. Não importa o que você estiver fazendo, Deus pode chamá-lo a mudar seus planos, a rezar e soar o alarme para deter o ataque do inimigo.

Parte 1

O que é exatamente a intercessão profética e como você sente que Deus está chamando você para esse tipo de oração?

DEUS PODE CHAMÁ-LO A MUDAR SEUS PLANOS, A REZAR E SOAR O ALARME PARA DETER O ATAQUE DO INIMIGO

40 Jesus Vive e é o Senhor • edição 472 • 2017

Santo

Jeannine Leal é jornalista e colabo-radora da Comunidade Emanuel, na revista Jesus Vive e é o Senhor.

S anto André era natural de Betsaida, cidade da Galileia às margens do lago de Genesaré. Era filho de Jonas, pescador lo-

cal, e irmão de Simão Pedro. Na casa da família em Cafarnaum, Jesus costumava se hospedar quando pregava na cidade. Entre os doze apóstolos de Cristo, André foi o primeiro a ser seu discípulo, sendo por eles próprios apontado como o “nú-mero dois”, depois, somente, de Pedro. Na lista dos apóstolos, pela ordem, está entre os quatro primeiros.

Na verdade, antes de serem discí-pulos de Jesus, André e João, irmão de Tiago, foram discípulos de João Batista. Foi João Batista, aliás, quem apresentou Jesus a esses dois, dizendo: “Eis o Cordei-ro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo.” Os dois foram atrás de Jesus. O encontro com o Mestre deve ter sido ma-ravilhoso porque, João, depois de mais de 60 anos, quando escreveu seu Evangelho, lembrou-se até da hora em que ele e An-dré encontraram o Mestre: “Eram quatro horas da tarde” (Jo 1, 35-40).

O fato de ter sido discípulo de João Batista mostra que era um homem liga-do à religião e estava em busca de algo mais. Depois de encontrar Jesus ele faz questão de levar seu irmão, Pedro até Jesus, afirmando “Encontramos o Mes-sias”. Ele não guardou para si a graça de ter encontrado o Senhor. Por isso, foi o primeiro discípulo a apresentar futuros discípulos a Jesus.

A Tradição diz que Santo André era mais velho que Pedro. Porém, não se sabe era casado, como o irmão, ou se teve fi-lhos. Sabe-se que, após seu encontro com Jesus, deixou tudo para seguir o Mestre.

Santo André é mencionado doze vezes no Novo Testamento. Aparece no episódio da multiplicação dos pães: depois da resposta de Filipe, André indica a Jesus um jovem que possuía os únicos alimentos ali presentes, cinco pães e dois peixes (Jo 6, 8-14). Pouco antes da morte do Reden-tor, aparece ao lado de Filipe, como uma pessoa de grande autoridade – quando alguns gregos pedem para ver Jesus, Filipe vai falar com André e André fala com Jesus. O fato evidencia sua autoridade.

Ajudou a sedimentar a Igreja de Cristo a partir da Palestina, mas não se sabe com exatidão, em que localidades e regiões pregou (alguns historiadores citam que, depois de Jerusalém foi evan-gelizar na Galileia, Cítia, Etiópia, Trácia e, finalmente, na Grécia).

Na Grécia, fundou a comunidade cristã de Patras, na Acaia, um dos mode-los de Igreja nos primeiros tempos. Mas foi lá, também, que acabou martirizado nas mãos do inimigo, Egéas, governador e juiz romano local por não reconhecer sua autoridade, desafiando-o a ver em Jesus, um juiz acima dele. Mais ainda: clamou que os deuses pagãos não pas-savam de demônios. Egéas não hesitou e condenou-o à crucificação. Para espanto dos carrascos, aceitou com alegria a sentença, afirmando que, se temesse o martírio, não estaria “pregando a gran-deza da cruz, onde morreu Jesus”.

Ficou dois dias pregado numa cruz em forma de “X”; antes, porém, despo-jou-se de suas vestes e bens, doando-os

Santo AndréApóstolo e Mártir

POR JEANNINE LEAL

ORAÇÃO A SANTO ANDRÉ“Santo André, Apóstolo de

Jesus Cristo, que conheceste a exi-gência e a alegria de seu primeiro pelo, dá-nos a graça de responder-lhe com a mesma fidelidade, de O servir cada dia no lugar que Ele para nós escolheu. Tu que distribuíste à multidão faminta o pão que o Senhor multiplicava em tuas mãos, obtém para nossa pobreza o mes-mo milagre. Faze que esperemos o socorro de Deus com a invencível esperança do amor, preocupados unicamente com o advento de seu Reino. Testemunha da boa-nova que tua voz levou até as extremida-des da terra, conserva nos apósto-los de nosso tempo esta fé viva que transporta montanhas e constrói o Reino. Mártir de teu testemunho, concede-nos a graça de união à Cruz de Jesus Cristo; que ela seja a alegria de nossa vida e o penhor de nossa ressurreição na claridade de Deus. Amém!”

aos algozes. Conta a tradição que, um pouco antes de André morrer, foi possí-vel ver uma grande luz envolvendo-o e apagando-se a seguir. Tudo ocorreu sob o império de Nero, em 30 de novembro do ano 60, data que toda a cristandade guarda para sua festa.

O imperador Constantino, converti-do ao cristianismo, trasladou, em 357, de Patos para Constantinopla, as relíquias mortais de santo André, Apóstolo. Elas foram levadas para Roma, onde perma-necem até hoje, na Catedral de Amalfi, só no século XIII.

Santo André é o padroeiro da Rússia por causa da tradição – sem base verí-dica – segundo a qual ele pregou nesse país, chegando até a altura de Kiev.

AgendaSEMANAL

/comunidade_emanuel @comEMa_RJ

Dom Cipriano Chagas, OSBMonge beneditino do Mosteiro de São Bento do Rio de

Janeiro, um dos precursores da Renovação Carismática

no Brasil e Presidente-fundador da Comunidade Emanuel

e da revista Jesus Vive e é o Senhor

Casa de Maria e JoséSede da Comunidade Emanuel – Rio de Janeiro

rua cortines laxe, nº 2, centro - rio de janeiro – (21) 2263-3725

ATENDIMENTO E ACONSELHAMENTOcom hora marcada | 13h às 16h

ORAÇÃO PELO PAPA FRANCISCONa capela | 15h às 16h

GRUPO DE ORAÇÃO EMANUEL19h às 20h30O grupo emanuel é um dos primeiros grupos da de oracão do rio de janeiro

ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMONa capela | 11h às 15h

GRUPO DE ORAÇÃO DE SÃO PADRE PIONa capela | 14h às 16h30Toda terceira quarta-feira do mês

TERÇO DOS HOMENS – ON LINE – FACEBOOKNa capela | 12h30 às 13h

TARDE DE CURANa capela | 14h às 15h30 Toda primeira quinta-feira do mês

ORELHÃO ESPIRITUALNa capela | 14h às 16hATENDIMENTO E ACONSELHAMENTO – por ordem de chegada

GRUPO DE ORAÇÃO ALMOÇO COM JESUSNa capela | 12h30 às 13h30TODAS ÀS QUINTAS, EXCETO FERIADOS

MISSA COM ORAÇÃO DE CURACelebrante Dom Cipriano Chagas, osbtransmissão ao vivo pela internet – www.comunidadeemanuel.org.br12h